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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções Didático-Pedagógicas

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · Resumo Esta produção ... a OAB, movimentos de igreja e Universidades, o MNMMR ... tratos e desrespeito ao direito da criança

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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Produções Didático-Pedagógicas

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SEBASTIÃO FERREIRA DA SILVA FILHO

PRODUÇÃO DIDÁTICO PEDAGÓGICA

CASCAVEL

NOVEMBRO/2013

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1. Ficha para identificação da produção didático-pedagógica

Título: A evolução do direito da infância e da adolescência no Brasil.

Autor Sebastião Ferreira da Silva Filho

Disciplina/Área (ingresso no PDE) História

Escola de Implementação do

Projeto e sua localização.

Colégio Estadual São Cristóvão de

Cascavel

Município da escola Cascavel

Núcleo Regional de Educação Cascavel

Professora Orientadora Profª. Drª Aparecida Darc Souza

Instituição de Ensino Superior UNIOESTE Campus de Marechal

Cândido Rondon

Relação Interdisciplinar História; Língua Portuguesa; Arte.

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Resumo Esta produção Didático pedagógica

organizada no formato de uma Unidade

Didática apresenta textos e proposta de

ensino que visam explorar a temática dos

direitos da infância e da juventude ao longo

da história do Brasil. Destaca a importância

e a necessidade das pessoas envolvidas

com a educação e com a formação do ser

humano, em conhecer o processo histórico

da criação dos direitos da criança e do

adolescente. Chama a atenção quanto ao

desconhecimento por parte de algumas

pessoas que compõe os seguimentos da

nossa sociedade em relação aos direitos

das crianças e dos adolescentes e em

especial ao ECA (Estatuto da criança e do

adolescente). Destaca também a

importância de conhecermos melhor esta

legislação e indica como uma das formas

de torná-la mais conhecida, é fazer com

que a mesma seja conteúdo obrigatório do

currículo Escolar da Educação básica.

Mostra a evolução do direito da infância e

da adolescência no Brasil. Apresenta

algumas sugestões de atividades que

ajudam a entender como os direitos da

criança e do adolescente foram sendo

criados no decorrer da nossa história.

Palavras-chave Criança, Adolescente, História, Direitos.

Formato do Material Didático Unidade Didática

Público Alvo Professores e alunos do 2º ano do ensino

Médio

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2. Apresentação

Conhecer o processo histórico da criação dos direitos das crianças e dos

adolescentes no Brasil, é algo muito importante mais que isso fundamental a todos

os envolvidos com a educação e com o processo de formação desta camada da

sociedade. Também de grande importância é o ECA (Estatuto da criança e do

adolescente), que se trata de um conjunto de normas do nosso ordenamento jurídico

que tem por objetivo a proteção da criança e do adolescente.Trata-se de uma das

leis mais modernas do mundo no que se refere à defesa da criança e do

adolescente.

O ECA (Estatuto da criança e do adolescente), teve origem com a lei

Nº8.069/90 e trouxe uma série de direitos a criança e ao adolescente e várias

atribuições aos seguimentos da nossa sociedade.

Segundo Marcílio (1998), a história da criação do ECA (Estatuto da criança e

do adolescente), foi marcada por intensas mobilizações de vários setores da

sociedade organizada, que via no mesmo uma forma de garantir alguns direitos a

esta camada da população muitas vezes desprotegida e até marginalizada perante

a legislação brasileira. Dentre eles podemos mencionar: A pastoral do menor, a OAB,

movimentos de igreja e Universidades, o MNMMR (Movimento Nacional de Meninos

e Meninas de rua), dentre tantos outros.

O que se percebe em nossa sociedade atual, é um desconhecimento geral da

lei e isso tem trazido aos menores, ou seja, à criança e ao adolescente inúmeros

prejuízos no que se refere a sua proteção e até mesmo a efetivação desta tão

importante lei. Na comunidade Escolar isso tem causado inseguranças aos pais,

professores, gestores e demais membros da comunidade.

Até mesmo alguns profissionais ligados à educação até por não conhecer o

estatuto da criança e do adolescente integralmente, possui uma visão distorcida do

mesmo, entendendo que esta lei possui somente normas de proteção e que sua

implantação tem servido apenas para aumentar os atos infracionais no seio da

família e da atividade escolar. Sabemos que esta visão é equivocada, pois no

mundo em que vivemos em que ainda possui vários casos de abandono, maus

tratos e desrespeito ao direito da criança e do adolescente é necessário termos uma

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norma especifica que ampare esta camada da população, muitos deles vítimas de

uma sociedade excludente.

Diante do exposto, constata-se que há uma dificuldade muito grande em lidar

com esta lei, muitas vezes sendo a mesma, alvo de críticas de diversos setores da

sociedade, entre eles a imprensa que constantemente tem sugerido aos

responsáveis alterações em seus dispositivos.

É preciso que a sociedade em geral conheça melhor esta lei, faça uma leitura

mais clara e objetiva da mesma, e com isso possa contribuir de forma mais efetiva

para sua aplicação e o pleno exercício da cidadania das nossas crianças e

adolescentes.

Um dos caminhos para tornar a mesma mais conhecida da sociedade,

principalmente no que se refere as suas atribuições é torná-la conteúdo obrigatório

do nosso currículo escolar da Educação Básica e seu teor faça parte do cotidiano

dos nossos alunos e da nossa pratica Escolar.

Assim, nesta direção organizamos nossa produção didática com o objetivo de

oferecer materiais para subsidiar o trabalho desta temática em sala de aula. De

maneira mais objetiva escolhemos a Unidade Didática como forma pela qual

apresentaremos textos didáticos e propostas de exercício em sala de aula para

oferecer aos professores algumas possibilidades de desenvolver uma proposta de

ensino de História que contemple o estudo dos direitos da infância e da juventude no

Brasil.

De maneira sintética dividimos a Unidade Temática em dois momentos. O

primeiro é formado por textos didático que visam subsidiar o estudo da história dos

direitos da infância e adolescência em sala de aula. Ao todo foram formulados

quatro textos, cujo conteúdo respeita uma ordem cronológica dos acontecimentos

que marcaram a evolução da legislação dirigida a crianças e adolescentes no Brasil.

O primeiro texto trás informações de forma sintetizada sobre a questão da

infância pobre no Brasil antes do século XX. O segundo nos mostra como era a

questão do direito da infância no Brasil na primeira metade do século XX. Já o

terceiro texto, trás importantes informações sobre o direito da Infância no período da

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Ditadura Civil-Militar. Finalizando com o quarto texto, que possibilita estudarmos

sobre os direitos da criança e do adolescente com a criação do ECA.

O segundo momento é formado por propostas de ensino em forma de

exercícios que exploram as questões levantadas pelos textos didáticos .

3. Material Didático

3.1. Textos Didáticos

Texto Didático 1

O período que antecedeu o século XX foi marcado por um verdadeiro

descaso da classe governante e da sociedade em geral em relação à formulação

dos direitos da infância no Brasil. Durante esse período da nossa história, não há

registro da existência de políticas sociais voltadas para o atendimento à criança e ao

adolescente.

A situação de pobreza esteve muito presente em grande parte das famílias

nesse período. Muitas eram tão pobres que as vezes não possuíam recursos

básicos para a própria sobrevivência. A pobreza aliada a outros fatores, faziam com

que algumas famílias abandonassem seus próprios filhos menores ou até mesmo

quando ainda bebês.

Existiam na época as instituições pertencentes à igreja católica denominada

“Casas de misericórdias”. Nesses locais as crianças órfãs ou abandonadas

recebiam assistência. Esta assistência era considerada um favor e não um direito

próprio da criança.

Nas casas de misericórdias foram instituídas no século XVIII as chamadas

RODAS DOS EXPOSTOS, que eram constituídas de um cilindro oco de madeira

INFÂNCIA POBRE NO BRASIL ANTES DO SÉCULO XX.

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que girava em torno do próprio eixo com uma abertura em uma das faces, alocadas

em um tipo de janela onde os bebês eram deixados por suas mães.

As rodas dos expostos funcionaram durante muitos anos no Brasil. Foram

desativadas e hoje se encontram em alguns museus.

A criança pobre que viveu neste período, também sofreu com o vergonhoso

processo de escravidão negra o qual nosso pais passou. De 1500 a 1888, portanto

mais de 300 anos, milhares de negros vindo do Continente Africano foram aqui

escravizados trabalhando em diversos setores da nossa sociedade. Há relatos que

as crianças dessa população, também foram escravizadas pois realizavam tarefas

juntos com seus pais, tinham um valor e podiam até ser vendidas.

Cabe destacar que a escravidão infantil no Brasil, não aconteceu somente

com as crianças negras, pois as crianças indígenas também foram escravizadas

pelos os colonizadores Portugueses.

Durante o Período Imperial Brasileiro que teve início em 1822 e se estendeu

até 1889 com a Proclamação da Republica, a infância pobre no Brasil, também não

teve seus direitos formulados. Neste período nosso pais passava por mudanças

políticas e econômicas que afetava principalmente às famílias das classes mais

carentes. Muitos pais até vendiam seus próprios filhos e outros eram doados logo ao

nascer.

Nos períodos da nossa história denominados Brasil Colônia que foi de 1500

a 1822 e Brasil Império que teve início em 1822 e se estendeu até 1889 com a

Proclamação da Republica, não houve a preocupação por parte dos nossos

governantes em formular direitos à criança e ao adolescente, mas haviam regras

bem claras para aqueles que viessem a cometer atos contrários as leis existentes

na época aos adultos.

Vigorava no período Imperial uma legislação Penal conhecida como Código

Penal Imperial de 1830, legislação esta aplicada para os adultos que praticassem

atos contrários a lei, mas por não ter legislação própria a mesma também era

aplicada à criança e ao adolescente.

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Para esta legislação os menores infratores entre 14 e 18 anos eram

considerados criminosos, mas tinham suas penas diminuídas. Os menores de 14

anos eram considerados inimputáveis, mas se fossem comprovados que os mesmos

agiram com conhecimento do ato criminoso, seriam encaminhados pelo juiz para

serem tratados nas casas de correções.

Portanto neste período não havia uma legislação própria para as crianças e

para os adolescentes, o que havia era uma legislação pertencente aos adultos que

também era aplicada aos mesmos, punindo-os de forma severa os considerados

infratores.

O período que antecedeu o século XX chega ao seu final e não houve

nenhum direito especifico formulado à criança e ao adolescente. Apenas algumas

leis foram aprovadas e foram consideradas na época, benéficas a esta camada da

população. Entre elas podemos mencionar a lei de 12 de junho de 1862 aprovada

pelo Senado, que proibia na venda de escravo separar o filho dos pais, e a lei do

VENTRE LIVRE, aprovada pela Princesa Izabel que visava a extinção da escravidão

infantil em nosso pais.

Portanto, durante os anos que antecederam o século XX houve o predomínio

do assistencialismo à criança órfã ou exposta. No entanto os mesmos foram

desprovidas de direitos, e o pior foi aplicada a elas uma legislação pertencente aos

adultos o Código Penal de 1830. Esta legislação era considerada extremamente

punitiva para um ser frágil que necessitava de cuidados especiais.

Texto Didático 2

Na primeira metade do século XX, começa a surgir na Brasil ainda que de

forma bastante lenta, uma preocupação por parte dos nossos governantes e da

sociedade com a formulação de uma legislação dirigida à infância.

Neste contexto foi criado em 1924 o 1º juizado de menores do Brasil e da

América Latina. O mesmo foi instalado no Rio de Janeiro. Em 1927 foi elaborado o

DIREITOS DA INFÂNCIA NO BRASIL NA PRIMEIRA METADE DO

SÉCULO XX.

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1º código de menores do nosso pais. Neste Código foram reunidas algumas leis e

decretos destinados à infância anteriormente. O mesmo ficou conhecido com o

Código de Mello Mattos em homenagem ao seu criador o legislador José Cândido

de Albuquerque de Mello Mattos.

Veja o que dizia o artigo 1º deste Código: “O menor, de um ou outro sexo,

abandonado ou delinquente, que tiver menos de 18 anos de idade, será submetido pela

autoridade competente as medidas de assistência e proteção contidas neste Código”.

O artigo 1º deste código já nos mostra que esta legislação, era destinada aos

menores abandonados ou considerados delinquente. Os chamados menores em

situação irregular. Portanto era um instrumento discriminatório, pois não atingia

todas crianças e adolescentes.

O artigo 26 deste Código nos dizia quem eram os menores abandonados.

VEJAMOS:

Art. 26. “Consideram-se abandonados os menores de 18 annos:

I. que não tenham habitação certa, nem meios de subsistencia, por serem seus paes

fallecidos, desapparecidos ou desconhecidos ou por não terem tutor ou pessoa sob cuja,

guarda vivam;

II. que se encontrem eventualmente sem habitação certa, nem meios de subsistencia,

devido a indigencia, enfermidade, ausencia ou prisão dos paes. tutor ou pessoa

encarregada de sua guarda;

III, que tenham pae, mãe ou tutor ou encarregado de sua guarda reconhecidamente

impossibilitado ou incapaz de cumprir os seus deveres para, com o filho ou pupillo ou

protegido;

IV, que vivam em companhia de pae, mãe, tutor ou pessoa que se entregue á pratica de

actos contrarios á moral e aos bons costumes;

V, que se encontrem em estado habitual do vadiagem, mendicidade ou libertinagem;

VI, que frequentem logares de jogo ou de moralidade duvidosa, ou andem na companhia

de gente viciosa ou de má vida.

VII, que, devido á crueldade, abuso de autoridade, negligencia ou exploração dos paes,

tutor ou encarregado de sua guarda, sejam:

a) victimas de máos tratos physicos habituaes ou castigos immoderados;

b) privados habitualmente dos alimentos ou dos cuidados indispensaveis á saude;

c) empregados em occupações prohibidas ou manifestamente contrarias á moral e aos

bons costumes, ou que lhes ponham em risco a vida ou a saude;

d) excitados habitualmente para a gatunice, mendicidade ou libertinagem;

VIII, que tenham pae, mãe ou tutor, ou pessoa encarregada de sua guarda, condemnado

por sentença irrecorrivel;

a) a mais de dous annos de prisão por qualquer crime;

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b) a qualquer pena como co - autor, cumplice, encobridor ou receptador de crime

commettido por filho, pupillo ou menor sob sua guarda, ou por crime contra estes”.

Vejamos agora o art. 55 deste Código que apresentava as medidas que eram

aplicadas aos menores considerados abandonados na época.

Art. 55. “A autoridade, a quem incumbir a assistencia e pprotecção aos menores,

ordenará a apprehensão daqulles de que houver noticia, ou lhe forem presetnes, como

abandonados os depositará em logar conveniente, o providenciará sobre sua guarda,

educação e vigilancia, podendo, conforme, a idade, instrucção, profissão, saude,

abandono ou perversão do menor e a situação social, moral e economica dos paes ou tutor,

ou pessoa encarregada de sua guarda, adoptar uma das seguintes decisões.

a) entregal-o aos paes ou tutor ou pessoa encarregada de sua guarda, sem condição

alguma ou sob as condições qe julgar uteis á saude, segurança e moralidade do menor;;

b) entregal-o a pessoa idonea, ou internal-o em hospital, asylo, instituto de educação,

officina escola do preservação ou de reforma;

c) ordenar as medidas convenientes aos que necessitem de tratamento especial, por

soffrerem de qualquer doença physica ou mental;

d) decretar a suspensão ou a perda do patrio poder ou a destituição da tutela;

e) regular de maneira differente das estabelecidas nos dispositivos deste artigo a situação

do menor, si houver para isso motivo grave, e fôr do interesse do menor”.

Observem que a maioria das medidas aplicadas aos menores considerados

abandonados para esta legislação, eram mais no sentido de puní-los do que de dar

proteção e assistência.

A preocupação em formar uma legislação dirigida à infância desamparada,

também começa a ser demonstrada em nossa Constituição, nossa lei maior. Em

1934 na 3ª Constituição aprovada por uma assembléia Nacional Constituinte, ficou

estabelecido algumas atribuições à União, aos Estados, e aos Municípios em

relação à infância no Brasil. Foi a 1ª Constituição Federal que trouxe a questão

vinculada à infância e a juventude.

Veja um texto desta lei: “Incumbe à União, aos Estados, e aos Municípios, nos

termos das leis respectivas: amparar a maternidade e a infância e proteger a juventude

contra toda exploração, bem como contra o abandono físico, moral e intelectual” (art.138,

letras c e d); “proibição de trabalho a menores de 14 anos; de trabalho noturno a menores

de 16 anos e em indústrias insalubres, a menores de 18 anos e a mulheres” (art. 121 par.

1º, letra d).

Veja que a Constituição de 1934, estabeleceu formas de dar proteção à

criança e ao adolescente. Determinou responsabilidade para a União, os Estados e

aos municipios para com as mesmas. Com esta Constituição o trabalhador ganhou

algumas proteções legais para o desempenho do seu trabalho.

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Estas proteções, foram resultado de vários movimentos sociais e greves que

ocorreram antes da Constituição Federal de 1934, realizadas por trabalhadores

adultos, jovens e crianças principalmente a greve que ocorreu em 1917 em São

Paulo que acabou paralisando as atividades da indústria, do comércio e do setor de

transporte.

Enquanto isso o Código de menores de 1927 estabelecia a exposição máxima

ao trabalho como forma de recomposição do menor abandonado ou infrator na

sociedade. Este Código entendia que era de responsabilidade do Estado a situação

do menor abandonado ou delinquente e para resolver esta situação era aplicado os

corretivos necessários.

A Constituição de 1934, foi a primeira Constituição do nosso pais a

demonstrar uma certa preocupação com a questão da infância. No entanto, somente

isso não era suficiente para resolver ou pelo menos amenizar os problemas sociais

que afetavam crianças e adolescentes na época que continuavam carentes de

direitos e de uma legislação que realmente lhe amparassem.

Enquanto isso crianças filhos de escravos aos 7 anos de idade, já

trabalhavam obedecendo as ordens de seus senhores, crianças já se envolvendo

cada vez mais cedo com a criminalidade, filhos de imigrantes recém-chegados no

Brasil eram empregados nas fábricas e oficinas de São Paulo entre outras situações

desumanas.

Em síntese pode-se dizer que a primeira metade do século XX, apesar da

criação de uma legislação destinada à infância desamparada como foi o 1º código

destinado aos menores em 1927, e a instituição do 1º juizado de menores do Brasil,

não houve grandes avanços no que se refere elaboração dos direitos da criança e

do adolescente.

A visão dos governantes que estiveram no comando do governo nesta época,

não era de se preocupar em criar e garantir direitos para as crianças e para os

adolescentes e sim readequar os considerados problemas, aos padrões da

sociedade.

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Texto Didático 3

De 1964 a 1985, tivemos em nosso pais, um período da nossa história

denominado Ditadura Civil-Militar.

Neste período, pertencente a segunda metade do século XX, predominou a

visão por parte dos nossos governantes, que a situação da criança ou do

adolescente abandonado ou infrator era uma questão de segurança nacional.

Portanto, caberia ao Estado buscar formas de discipliná-lo, reprimi - lo e reeducá-lo

para que os mesmos não se tornassem um instrumento contrário às leis existente na

época.

Neste sentido foi formulada uma legislação que criminalizava ainda mais a

infância e a juventude pobre na época.

Dois documentos tiveram importância significativa para analisarmos a questão

da infância e da juventude durante o período dos governos Militares. São eles: A lei

nº 4513/64 que criou a FUNABEM (Fundação Nacional do Bem Estar do Menor) e a

lei nº6697/79 que criou o Código o 2º Código de Menores, o Código de 1979.

A FUNABEM foi uma instituição criada para cuidar dos menores abandonados

ou aqueles que cometessem atos contrários à lei existente na época, mas na

verdade exerciam um controle rigoroso sobre os mesmos. Esta instituição defendia a

idéia da internação e exposição intensa ao trabalho como forma de recuperação do

menor abandonado ou infrator.

O 2º Código de menores, o Código de 1979, era uma revisão do Código de

1927, mas manteve ações de repressão em relação à infância e ao adolescente

pobre. O mesmo foi considerado um documento de caráter assistencialista e punitivo.

Veja o que dizia o art. 1º. deste documento:

Art.1º “Este Código dispõe sobre assistência, proteção e vigilância a menores:

I - até dezoito anos de idade, que se encontrem em situação irregular;

II - entre dezoito e vinte e um anos, nos casos expressos em lei”.

DIREITOS DA INFÂNCIA NO BRASIL DURANTE A DITADURA CIVIL-

MILITAR.

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Com esta legislação, a categoria de menor em situação irregular foi ampliada.

Vejamos agora o que dizia o art.2º deste Código.

Art. 2º. “Para os efeitos deste Código, considera-se em situação irregular o menor:

I - privado de condições essenciais à sua subsistência, saúde e instrução obrigatória,

ainda que eventualmente, em razão de:

a) falta, ação ou omissão dos pais ou responsável;

b) manifesta impossibilidade dos pais ou responsável para provê-las.

II - vítima de maus tratos ou castigos imoderados impostos pelos pais ou responsável;

III - em perigo moral, devido a:

a) encontrar-se, de modo habitual, em ambiente contrário aos bons costumes;

b) exploração em atividade contrária aos bons costumes;

IV - privado de representação ou assistência legal, pela falta eventual dos pais ou

responsável;

V - Com desvio de conduta, em virtude de grave inadaptação familiar ou comunitária;

VI - autor de infração penal”.

Esta legislação dava ao estado, o poder de aplicar medidas de prevenção a

todo menor de 18 anos independente de sua situação. Com o discurso de cuidar, o

estado poderia retirar crianças de família pobres e marginalizadas sempre que

entendesse conveniente.

Durante seu período de validade, foi constatado um aumento significativo nas

internações na antiga Fundação do Bem Estar do Menor através das FEBEMS. Em

termos de internações, não havia distinção entre menor abandonado ou infrator

todos ficavam no mesmo ambiente. Destaca nesta época a criminalização da

pobreza. A criança pobre era considerada futuro marginal.

No período Militar, foi promulgada a 6ª Constituição Federal a Constituição de

1967. Esta Constituição, trouxe duas modificações relevantes em relação à criança

e ao adolescente comparada com a legislação anterior. A 1ª foi a redução da idade

minima para o trabalho que passou a ser de 12 anos e a 2ª foi a obrigatoriedade do

ensino gratuito nos estabelecimentos oficiais para as crianças de 7 a 14 anos.

Em relação a esta Constituição, o 2º Código de menores apresentou alguns

pontos controversos. Previa por exemplo a existência da prisão cautelar para os

menores de 18 anos, quando a Constituição Federal só previa em dois casos para

os adultos: Flagrante delito ou ordem fundamentada pelo juiz . O mesmo também

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não dava direito ao menor de se defender de uma acusação, quando na

Constituição Federal este direito era garantido e assegurado aos adultos.

Mesmo com o surgimento do 2º código de menores no período da Ditadura

Civil-Militar, este período ficou demonstrado que não houve uma preocupação

significativa em relação aos direitos da infância. Crianças e adolescentes

continuaram desprotegidos em relação as leis que de certa forma viessem a lhe dar

proteção e formulação de seus direitos. A legislação existente na época, era mais no

sentido de punir do que de proteger, o que somente foi mudado mais tarde em 1990

com a criação do estatuto da criança e do adolescente, que veremos no próximo

texto.

Texto Didático 4

O final do século XX mais precisamente o ano de 1990, foi de grande

importância para a formação e evolução dos direitos da criança e do adolescente no

Brasil.

Em 1990 foi criado o ECA (Estatuto da criança e do adolescente). Este

documento veio para criar direitos e dar proteção à criança e ao adolescente. Veja

o que diz o art. 1º- desta lei:

Art.1º “Esta Lei dispõe sobre a proteção integral à criança e ao adolescente”

As leis criadas antes do surgimento do ECA e destinadas à criança e ao

adolescente, como foi o 1º código de menores de 1927, o 2º código de menores de

1979 em vigor até o surgimento do ECA, não lhes asseguravam direitos básicos e

necessários para sua proteção. Pela contrário eram instrumentos que tinham como

principal objetivo o controle e a punição de forma repressiva.

DIREITOS DA INFÂNCIA NO BRASIL COM A ELABORAÇÃO DO ECA

(ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE).

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Anteriormente a elaboração do ECA, mais precisamente em 1988, foi

Promulgada a nossa atual constituição. A mesma no seu artigo 227, garantiu alguns

direitos básicos à criança e ao adolescente e estabeleceu alguns deveres e

atribuições à família, à sociedade e ao Estado para com os mesmos.

Vejamos o que diz o artigo 227 da nossa atual Constituição Federal sobre a criança e o adolescente: “é dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à

criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida à saúde, à

alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao

respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de

toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão”.

A nossa atual Constituição, significou um grande avanço nos direitos sociais e

isto de certa forma trouxe vários benefícios entre outros, à criança e ao adolescente.

No entanto era necessário criar e efetivar uma legislação especial destinada à

criança e ao adolescente que lhe desse amparo e proteção.

Neste sentido na década de 90 mais precisamente em 1990, através da lei nº

8.069 /90, surge o ECA (Estatuto da criança e do adolescente), documento que veio

criar e garantir vários direitos à criança e ao adolescente.

Para a elaboração do ECA, foi necessário muitas mobilizações por parte de

diversos setores da nossa sociedade tais como: A CNBB (conferência Nacional dos

Bispos do Brasil), o MNMMR (Movimento Nacional de meninos e Meninas de rua), o

Fórum Nacional de defesa da criança, a OAB (Ordem dos advogados do Brasil), a

Pastoral do Menor entre outros.

Este Estatuto foi elaborado com base em vários documentos: na Declaração

Universal dos direitos da criança de 1959, na Convenção da ONU de 1989 e

também na Constituição de 1988, a nossa atual Constituição. Todos esses

documentos procuraram formular e garantir direitos à criança e ao adolescente.

O ECA possui 267 artigos. É considerado uma das leis mais modernas do

mundo no que se refere aos direitos da criança e do adolescente.

Veja o que diz o artigo 3.º do Eca: “A criança e o adolescente gozam de todos os

direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de

que trata esta Lei, assegurando--lhes, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades

e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e

social, em condições de liberdade e de dignidade”.

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Com a elaboração deste documento, à criança e o adolescente passaram a

ser considerados sujeitos de direitos e a cada direito adquirido corresponde a um

dever de responsabilidade da família, do poder público e da sociedade de forma

mais ampla.

Agora observe com atenção o que diz o artigo 4º deste Estatuto:

Art. 4º “É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público

assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à

alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade,

ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária”.

Com o ECA (Estatuto da criança e do adolescente), o atendimento e proteção

às crianças e aos adolescentes deixaram de ser favores concedidos, passando a

ser direitos assegurados em lei.

Esta legislação também passou a exigir uma nova postura a ser adotada

pelas famílias, pelas Escolas, pelas entidades de atendimento, pela sociedade e

pela Estado, com o objetivo de garantir os direitos das crianças e dos adolescentes

e zelando para que não se quer sejam ameaçados.

Portanto, pode-se dizer que o ECA (Estatuto da criança e do adolescente), é

um instrumento jurídico que trouxe avanços legais no que se refere aos direitos da

criança e do adolescente.

No entanto, o que se percebe em nosso país com muita facilidade é a

carência de políticas públicas que venham facilitar ou seja dar condições para que

os direitos previstos no ECA (Estatuto da criança e do adolescente), sejam

realmente efetivados.

Os problemas em relação a mortalidade infantil, a baixa qualidade na

educação escolar, a evasão e a repetência, os maus-tratos ainda continuam muito

presente em nossa sociedade e em especial no dia a dia das nossas crianças e

adolescentes.

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2 ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS

Texto Didático Nº1

INFÂNCIA POBRE NO BRASIL ANTES DO SÉCULO XX.

Motivação ao conteúdo:

1. Iniciar a aula a partir de uma discussão sobre a maneira como os alunos

percebem a condição das crianças no universo de direitos. Esta discussão será

orientada pela dinâmica:

a) Em grupo os alunos vão escrever em cartazes quais são os direitos da criança e

do adolescente.

b) Em seguida os cartazes serão colados na sala e cada grupo irá expor o que ele

entende por Direito.

c) Após a exposição os alunos será feita uma ultima pergunta aos alunos: Vocês

acreditam que as crianças e adolescentes sempre tiveram direitos no Brasil?

d) Após ouvir os alunos, apresentar as seguintes questões aos alunos:Quando foi

que crianças e adolescentes começaram a ter estes direitos?

2. Após este debate indicar aos alunos a necessidade de estudarmos a história dos

direitos da criança e do adolescente.

Entendo o texto:

1. Vamos ler o texto e discutir cada parágrafo, observando o roteiro abaixo:

a) Como as crianças e adolescentes eram tratados pelo governo no período anterior

ao século XX?

b) Qual era a situação econômica da maioria das famílias desta época? No que isso

interferiam?

c) O que eram as rodas dos expostos? Para que serviam?

d)Que regra era aplicada à criança e ao adolescente que praticassem atos contrário

à lei durante o Período Imperial? Como essa regra era considerada?

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Pesquisando sobre o tema:

1) Use sua imaginação histórica e com base nas informações do texto que

estudamos, escreva um pequeno texto sobre a situação descrita na imagem abaixo.

Fonte: www.blogspot.com.br/2012/9/ressurgimento

Fazendo a síntese:

1) Podemos afirmar que no Brasil, desde o Período Colonial, todas as crianças

contavam com uma legislação que as protegiam e lhes garantia direitos? Justifique

sua resposta.

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Texto Didático nº2

DIREITOS DA INFÂNCIA NO BRASIL NA PRIMEIRA METADE DO SÉCULO XX .

Revisando o texto anterior.

1) Vamos fazer uma revisão oral sobre o conteúdo estudado no texto anterior:

Entendendo o texto:

1. Vamos ler o texto e com base no roteiro abaixo discutir cada parágrafo:

a) Em termos de legislação destinada aos menores no Brasil, o que foi criado na

primeira metade do século XX?

b)Para o Código de menores de 1927, quem eram os menores em situação irregular?

c)Quem eram as pessoas que o código de menores de 1927 consideravam como

abandonados? Quais as medidas que poderiam ser aplicadas a eles?

d)Quais foram as atribuições estabelecidas pela Constituição Federal de 1934 à

União, aos Estados e aos Municípios em relação à infância e a juventude?

e) O que estabelecia o Código de menores de 1927, como forma de recompor o

menor abandonado ou infrator na sociedade?

Pesquisando sobre o tema:

1) Conforme o 11º parágrafo do texto, o código de menores de 1927 estabelecia a

exposição máxima ao trabalho como forma de recomposição do menor abandonado

ou infrator à sociedade. Você concorda com esta posição? Justifique sua resposta.

Fazendo a síntese:

1) Podemos afirmar que o primeiro código destinado aos menores, o código de

1927 era uma legislação destinada a todos os menores da época? Justifique sua

respostas.

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Texto Didático 3

DIREITOS DA INFÂNCIA NO BRASIL DURANTE A DITADURA CIVIL – MILITAR.

Revisando os textos anteriores:

1) Para darmos sequência ao estudo sobre o direito da infância e da adolescência

no Brasil, vamos fazer uma revisão oral sobre o que estudamos nos dois textos

anteriores.

Entendendo o texto:

1) Vamos ler o texto e discutir cada parágrafo, observando o roteiro abaixo:

a) Como a situação da criança ou do adolescente abandonado ou infrator era vista

pelos governos Militares?

b) Quais eram os documentos que tiveram importância significativas para

analisarmos a questão da criança e da juventude durante o período dos governos

Militares?

c) Como foi considerado o Código de menores de 1979?

e) Quais foram as modificações relevantes que a Constituição de 1967 trouxe à

criança e ao adolescente comparada com a Constituição anterior?

Pesquisando sobre tema:

1) Conforme o Parágrafo 9º do texto em estudo, a Constituição de 1967, fixou a

idade mínima para o trabalho em 12 anos. Atualmente de acordo com nossa atual

Constituição, qual é a idade mínima para o trabalho? Pesquise na atual Constituição

e responda. Também coloque sua posição quanto a esta determinação.

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Texto Didático nº4

DIREITO DA INFÂNCIA NO BRASIL COM A ELABORAÇÃO DO ECA

(ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE).

Revisando os textos anteriores:

1) Vamos fazer uma revisão oral dos principais itens estudados nos três textos

anteriores:

Motivação ao estudo do texto:

a) Assistir o vídeo - “Cara a cara com a Jô -Surgimento do ECA” que nos trás

informações sobre o surgimento do ECA. Disponível em

http://www.youtube.com/watch?y=wl7pzr4tumy

Vamos discutir o vídeo com base no seguinte roteiro:

a) Qual é o tema do vídeo?

b) Conforme o vídeo, qual o contexto que contribuiu na década de 80 para a criação

do ECA?

c) De acordo com o vídeo, quais as Instituições que contribuíram para a criação do

ECA?

d) Que impactos o ECA trouxe para a sociedade?

Entendendo o texto:

1) Vamos ler o texto e discutir cada parágrafo, observando o roteiro abaixo:

a) Quais foram as principais legislações destinadas à criança e ao adolescente

anteriores ao ECA?

b) O que diz a nossa atual Constituição no seu artigo 227 sobre às crianças e os

adolescentes?

c) Qual lei criou o ECA e quando a mesma foi aprovada?

d) Quais documentos Internacionais serviram de base para a elaboração do ECA?

e) O que diz o artigo 3º do Eca?

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Pesquisando sobre o texto.

1) No laboratório de informática, vamos fazer uma pesquisa sobre alguns artigos do

ECA (Estatuto da criança e do adolescente), citados abaixo, disponíveis em

http://www.planalto.gov.br – Escrevendo do que se que trata cada um deles:

Art.3º- =

Art.7º- =

Art. 15 -16 e 17 =

Art. 19 =

Art.53 e 60 =

Art. 71 =

Art. 54 =

Art.55=

Art.18 e 70 =

Art. 56 =

Art. 81 e 82 =

Art.143=

b) Com apoio de manuais do ECA (Estatuto da criança e do adolescente),vamos

elaborar perguntas que serão feitas ao Juiz da Infância e da Juventude em uma

palestra que será realizada no Colégio com a participação de alunos dos 2º anos

envolvidos no Projetos, além de pais, professores e funcionários do nosso

Estabelecimento de ensino.

Fazendo a síntese:

1) Podemos afirmar que atualmente todos os direitos previstos no ECA são

efetivados? Justifique sua resposta.

b) Podemos dizer que as leis destinadas à criança e ao adolescente anteriormente

ao ECA, eram mais no sentido de puni-los do que de lhes garantir direitos?

Justifique sua resposta.

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3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Brasil. Constituição da República Federativa do Brasil. 1988.

Decreto Nº 17943-A 1º Código de menores. 1927. Fonte:

HTTP:\\www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1920-1929 - acessado em 05/08/2013.

Lei Nº 8.069/90. Estatuto da criança e do adolescente. Brasília. Fonte:

HTTP:\\www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm/ - acessado em 06/08/2013.

Lei Nº 6697/79. 2º Código de Menores. 1979. Fonte:

HTTP:\\www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/1970-1979/l6697impressao.htm/ -

acessado em 06/08/2013.

MARCÍLIO LUIZA, Maria. A lenta construção dos direitos da criança brasileira-

Século XX. Fonte: HTTP:\\www.direitoshumanos.usp.br - acessado em 06/08/2013.