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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Produções Didático-Pedagógicas
1
1 FICHA PARA IDENTIFICAÇÃO DA PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA
Título: BIODIVERSIDADE EM UMA ABORDAGEM ECOLÓGICA: UMA PROPOSTA PARA O ENSINO FUNDAMENTAL COM A UTILIZAÇÃO DE TEXTOS DE DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA
Autor Janete da Silva Souza Rauber
Disciplina/Área Ciências
Escola de Implementação do Projeto e sua localização
Colégio Estadual Dr. Arnaldo Busatto– EFM Rua: Araucária - Jardim Novo Mundo
Município da escola Foz do Iguaçu
Núcleo Regional de Educação Foz do Iguaçu
Professor Orientador Lourdes Aparecida Della Justina
Instituição de Ensino Superior UNIOESTE
Relação Interdisciplinar Língua Portuguesa; Geografia; Arte; Biologia
Resumo Este estudo tem como temática a biodiversidade. O objetivo é investigar o desenvolvimento de uma alternativa de aprendizagem envolvendo textos de divulgação científica, familiarizando o educando aos termos usuais desta modalidade textual, e promovendo o hábito de leitura na apreensão de conceitos biológicos. A justificativa da proposta pauta-se na constatação de que tão importante quanto selecionar conteúdos específicos para o ensino de ciências, é escolher abordagens, estratégias e recursos pedagógicos que satisfaçam a mediação didática, devendo ser valorizados alguns elementos da prática pedagógica, entre eles a leitura científica. O problema da pesquisa investiga se no contexto do ensino de ciências, os textos de divulgação científica contribuem para o entendimento de conteúdos estruturantes como a biodiversidade. A fundamentação teórica apresenta uma reflexão sobre o ensino de ciências, a biodiversidade e a leitura de textos científicos, analisando a metodologia das ilhas de racionalidade enquanto integração da ciência com outras áreas do currículo. A estratégia de ação consiste em desenvolver uma unidade didática com alunos do 7º ano do Colégio Estadual Dr. Arnaldo Busatto desenvolvendo a percepção dos alunos sobre os conceitos de biodiversidade.
Palavras-chave Literatura científica. Conhecimento. Biodiversidade. Racionalidade.
Formato do Material Didático Unidade Didática
Público Alvo Alunos/7º ano
2
2 APRESENTAÇÃO
Este estudo tem como temática a biodiversidade tomando como
instrumento de aprendizagem o uso de textos de divulgação científica. O
objetivo do projeto é investigar o desenvolvimento de alternativas
metodológicas de aprendizagem para familiarizar o aluno com a linguagem
científica e torná-lo conhecedor dos conceitos biológicos. Para tanto, é
necessário construir um referencial teórico sobre biodiversidade e desenvolver
uma unidade didática, que permita aos alunos conhecer os textos de
divulgação científica, diagnosticando as concepções dos estudantes sobre
biodiversidade e ecologia e, enfim, coletar os dados e relatar a experiência
mediante a produção de artigo.
Tendo em vista que a biodiversidade é um tema estruturante e que os
alunos leem textos de maneira superficial não construindo os conhecimentos
necessários para formar uma concepção sólida a respeito de ecologia e
biodiversidade, o estudo volta sua intenção para desvelar as respostas ao
problema investigando se no contexto do ensino de ciências, os textos de
divulgação científica contribuem para o entendimento de conteúdos
estruturantes como a biodiversidade.
Assim, a base teórica que embasa o estudo necessita conceituar a
biodiversidade em seu sentido restrito, fundamentado em estudos
bibliográficos, buscando estabelecer a leitura de textos científicos como um
instrumento a ser usado no ensino fundamental, desde que tomados os
cuidados para o uso de tal recurso didático, evitando tornar as aulas uma
simples leitura de textos didáticos, sem construir conhecimentos úteis à
formação dos alunos. Desta forma deve ser fundamentada a metodologia a ser
usada na intervenção estabelecendo de divulgação científica ao método das
ilhas de racionalidade (FOUREZ, 1997). A ideia é construir conhecimento a
partir de textos de divulgação científica, uma vez que essa metodologia
possibilita trabalhar de forma interdisciplinar e desenvolver conteúdos
conceituais, procedimentais e atitudinais (CAMPOS; NIGRO, 1999).
A construção de conhecimentos sobre a biodiversidade é prevista como
conteúdo estruturante nas Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná
3
(PARANÁ, 2008), apresentando um conceito de biodiversidade que conduz à
reflexão sobre a organização das espécies vivas no planeta. De acordo, com o
disposto nas diretrizes há que se pensar o conceito de biodiversidade para
ampliar o entendimento sobre a diversidade das espécies, suas interrelações e
seu contexto evolutivo. Diante disso, os conteúdos básicos que envolvem os
conceitos científicos para o entendimento de questões sobre a biodiversidade e
para a compreensão da ciência, se apresentam como a organização dos seres
vivos, a sistemática que envolve sua evolução, os ecossistemas, as interações
ecológicas, a origem da vida e a adaptação.
Todos os conteúdos básicos, apresentados nos conteúdos estruturantes, são essenciais na disciplina de ciências. No Plano de Trabalho Docente esses conteúdos básicos devem ser desdobrados em conteúdos específicos a serem abordados pelos professores de ciências em função de interesses regionais e do avanço na produção do conhecimento científico (PARANÁ, 2008, p. 67).
Entretanto, os livros didáticos se constituem como uma das ferramentas
mais utilizadas pelo professor na construção dos saberes. Porém, possuem
caráter fragmentado e deixam de contemplar informações articuladas ao objeto
de estudo na compreensão dos conceitos que se pretende ensinar (SANTOS,
2005).
Nas diretrizes do estado do Paraná, esclarece-se que tão importante
quanto selecionar conteúdos específicos para o ensino de ciências, é escolher
abordagens, estratégias e recursos pedagógicos que satisfaçam a mediação
didática, devendo ser valorizados alguns elementos da prática pedagógica,
entre eles a leitura científica.
A leitura científica como recurso pedagógico permite aproximação entre os estudantes e o professor, pois propicia um maior aprofundamento de conceitos. Cabe ao professor analisar o material a ser trabalhado, levando-se em conta o grau de dificuldade da abordagem do conteúdo, o rigor conceitual e a linguagem utilizada (PARANÁ, 2008, p.75).
Acredita-se que uma alternativa é a introdução de textos de divulgação
científica no ensino de ciências, podendo não somente estimular o gosto pela
leitura, assim como promover o interesse quanto às pesquisas e contribuições
4
da ciência para a vida em sociedade. Espera-se com isso, colaborar para a
transformação pedagógica e promover a cultura científica na relação ensino e
aprendizagem.
Ao longo dos anos de trabalho, já foi percebido que os alunos não
possuem o hábito de desenvolver leitura científica, exceto quando é exigido
para a realização de atividades, pelo professor. Desta forma atêm-se ao saber
exposto no livro didático sem analisar criticamente os conteúdos por não
encontrar parâmetros de comparação para promover a discussão sobre o
assunto.
3 MATERIAL DIDÁTICO
3.1 REVISÃO TEÓRICA
3.1.1 BIODIVERSIDADE NO ENSINO FUNDAMENTAL
A biodiversidade deve ser entendida como um termo que se refere à
variedade de vida, existente no planeta, seja na terra ou na água. Compreende
a variedade de espécies de um ecossistema e o conjunto de todas as espécies
de plantas e animais e de seus ambientes naturais existentes em uma
determinada área. Também, a biodiversidade compreende a variedade de
genótipos, espécies, populações, comunidades, ecossistemas e processos
ecológicos existentes em uma determinada região. A variedade pode ser
medida em diferentes níveis: genes, espécies, níveis taxonômicos mais altos,
comunidades e processos biológicos, ecossistemas, biomas e em diferentes
escalas temporais e espaciais (WILSON, 1997).
As sociedades se organizam através de diferentes formas de trabalho, produzindo e reproduzindo-se para, assim, satisfazer suas necessidades, Assim sendo, o que essencializa e identifica uma sociedade é o trabalho. Essas relações sociais e de produção, historicamente situadas, se dão na medida em que o homem organiza seu sistema produtivo, atuando coletivamente na natureza e construindo diferentes espaços (SILVA, 1996, p. 36).
Diante disso, as diretrizes curriculares para o estado do Paraná
estabelecem a biodiversidade como conteúdo estruturante por entender que
5
pensar o conceito de biodiversidade implica em ampliar o entendimento de que
se vive num ambiente que possui diversidade de espécies, que necessitam ser
consideradas em seus diferentes níveis de complexidade, pois habitam
diferentes ambientes, sem deixar de manter suas inter-relações de
dependência e se mantém inserida num contexto evolutivo (PARANÁ, 2008).
A biodiversidade é um termo, derivado da expressão diversidade
biológica, trata de nomear os genes, as espécies e o ecossistema de uma
determinada região. Segundo Torres (2001) ainda não se conhece todas as
espécies que convivem na terra, sendo estimada a convivência de cerca de 10
milhões de espécies vivas no planeta. Somente 1,4 milhão estão classificadas
cientificamente.
É necessário considerar que os seres vivos provocam alterações e ao
mesmo tempo se adaptam às condições do meio criando um sistema de
equilíbrio entre o conjunto dos seres vivos e os que não possuem vida. Assim
pode-se considerar o ecossistema de forma análoga a uma entidade viva
capaz de reproduzir as condições de vida das diversas espécies que a
compõem. Isto implica em desenvolver conhecimento para preservar as
espécies e as unidades ambientais denominadas de ecossistemas. A
humanidade depende diretamente da biodiversidade ao retirar seu alimento e
matérias-primas industriais de espécies silvestres ou domesticadas. No
entanto, é o ser humano que mais agride o ecossistema ao introduzir espécies
exóticas e desenvolver cruzamento de genes que podem provocar destruição
da biodiversidade.
3.1.2 A LEITURA CIENTÍFICA COMO RECURSO DIDÁTICO
As Diretrizes Curriculares trazem as considerações a respeito da leitura
científica como recurso pedagógico que permite a aproximação entre os
estudantes e o professor, pois permite que o aluno aprofunde os seus
conceitos em relação às publicações analisadas. No entanto, é papel do
professor identificar o material que pode ser utilizado no trabalho,
considerando, principalmente o grau de dificuldade que cada conteúdo
6
apresenta, verificando se os conceitos são válidos e se a linguagem utilizada é
adequada ao conhecimento dos alunos. (PARANÁ, 2008).
A busca pela qualidade de vida, pelo domínio e uso das tecnologias são
atualmente objetivos constantes nas diferentes camadas da população. As
pessoas nem sempre se dão conta de que tais anseios necessitam estar
embasados em conhecimentos científicos, o que muitas vezes leva a
desacertos em usos de diferentes tecnologias, isso se deve à ausência de
conhecimento em relação às publicações científicas que podem ser dominadas
a partir de uma leitura satisfatória de manuais, revistas e publicações afins.
Seria fácil argumentar a importância de possuirmos domínio sobre o conhecimento científico e tecnológico como um dos instrumentos para garantia de uma vida melhor para todos. Sem descartar essa importância, podemos, contudo, problematizá-la. Debates relacionados à forma pela qual o conhecimento científico deve ser apreendido pela população – de maneira a não simplesmente acumular informações, mas efetivamente poder usá-las para tomar decisões – vem sendo colocados (KRASILCHIK, 2007, p. 15)
O que a autora propõe é a alfabetização científica, superando as
práticas que determinam o excesso de informações às quais os alunos
encontram dificuldades em reconhecer sentido por serem lidas de maneira
superficial.
Existem diversas razões para objetar firmemente a extensão das técnicas de memorização para o ensino de ciências. Não que elas sejam intrinsecamente negativas ou mesmo perniciosas para o ensino, afinal, precisamos memorizar muitas informações em nosso dia a dia, como: nomes de pessoas, números de identificação, etc. No entanto, a questão se refere ao objetivo mais profundo do ensino de ciências. Saber nomes de etapas da mitose é apenas parte de um processo mais amplo e profundo, que nos permite compreender muitos outros fenômenos e elaborar raciocínios complexos. Em tese o ensino de ciências deve ser formativo e não apenas informativo (BIZZO, 2009, p. 26).
Assim, é necessário que o professor ao cumprir as determinações das
DCE‟s prepare o material selecionado leituras que possam impulsionar a
aprendizagem e motivar o desejo de descobrir cada vez mais a partir das
informações e formações realizadas. As próprias diretrizes indicam recursos
para realização de leitura científica, especialmente a Revistas Ciência Hoje,
7
publicada pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência. Para explicar
a importância da alfabetização científica na atualidade, Bizzo (2000, p.12),
ressalta que: o conhecimento científico deve ser compreendido por todos, pois
desde realizar tarefas mais comuns do cotidiano, as mais complexas como
aquelas as que exigem, escolhas e tomadas de decisões, necessitam dos
domínios da ciência.
Para o Neurocientista Roberto Lent (apud Esteves, 2010), a difusão da
ciência nas universidades e núcleos de pesquisas deveria se constituir como
elemento indispensável. Ele salienta que o desenvolvimento científico tem
ganhado destaques nos últimos anos. Contudo, toda essa produção se dá de
forma desarticulada à educação, principalmente com o ensino de base, e
define essa relação entre as produções científicas e a educação, como o
grande “paradoxo”. Esteves (2010, s/p) aponta que “enquanto a ciência cresce,
a educação patina”. Sintetiza Lent. (apud Esteves, 2010 s/p): “Isso põe em
risco o ciclo virtuoso de produção científica a que temos assistido. Quantos
cérebros talentosos são perdidos porque não tiveram acesso à escola?” A
articulação entre a ciência e a educação não se apresenta apenas necessária,
mas acima de tudo, fundamental para o desenvolvimento da própria ciência,
uma vez que a escola vem formando pessoas que reproduzem a ciência mas
sem ter o cuidado de preparar pesquisadores, formar cidadãos comprometidos
com a busca da verdade científica comprovada.
3.2 O ENSINO DE CIÊNCIAS E A METODOLOGIA DE ILHAS DE
RACIONALIDADE
Uma ilha de racionalidade representa uma integração do conteúdo com
outras áreas do currículo compondo um trabalho interdisciplinar, isso
representa poder conduzir os alunos a identificar as bases sociais dos
conteúdos de ciências a serem desenvolvidos na escola (NEHRING et al.
2002).
A construção de uma ilha de racionalidade é preparada em etapas que
permitam desenvolver o trabalho de maneira delimitada a fim de atingir seu
8
objetivo, As ilhas de racionalidade são propostas flexíveis e abertas, podendo
ser replanejadas quantas vezes a equipe desejar, uma vez que é a equipe que
determina o tempo de cada atividade, de acordo com os objetivos,
disponibilidades e necessidades. Elas servem como um esquema de trabalho,
de modo a evitar que ele se torne tão abrangente que não se consiga chegar
ao final (ZYLBERSZTAJN, 1998 apud NEHRING et al, 2002).
A situação que serve de base a ser expressa em forma de ilha de
racionalidade deve ser uma questão ou uma situação descrita de forma
precisa. O projeto vai torná-la uma proposta concreta construindo uma ilha de
racionalidade. Segundo Nehring et al. (2002), as etapas a serem trabalhadas
para a construção da ilha de racionalidade são:
Etapa 1 – Fazer um clichê da situação: Esta etapa tem por objetivo
fazer os alunos expressarem como eles entendem espontaneamente o
assunto tratado sem construir uma representação crítica e rigorosa. É
uma descrição espontânea semelhante à problematização inicial, é o
ponto de partida da pesquisa.
Etapa 2 – Elaborar o panorama espontâneo: É uma etapa na qual se
busca ampliar o clichê através da formulação, pelo professor e pelos
alunos, de outras questões relevantes relacionadas com o projeto a ser
desenvolvido e que, ou não foram levantadas no primeiro clichê ou
foram abandonadas.
Etapa 3 – Consulta aos especialistas e às especialidades: Quando
entre os membros do grupo que desenvolve o projeto não há quem
possa esclarecer ou discutir a respeito de determinado assunto
envolvido na situação, pode haver a necessidade de consultar
especialistas.
Etapa 4 – Indo à prática: É uma etapa de aprofundamento, definido
pelo projeto e pelos produtores da ilha de racionalidade, na qual ocorre o
confronto entre a própria experiência e as situações concretas.
Etapa 5 – Abertura aprofundada de algumas caixas-pretas e
descoberta de princípios disciplinares que são base de uma
tecnologia: É neste momento da proposta que se pode trabalhar o rigor
de uma disciplina específica, a base original de tratamento do assunto
9
que se pretende examinar, e até mesmo estudar, rapidamente, tópicos
clássicos do programa escolar.
Etapa 6 – Esquematização global da tecnologia: Esta etapa é uma
síntese da ilha de racionalidade produzida. Esta síntese pode ser uma
figura ou um resumo com os principais pontos da ilha de racionalidade e
especificando as caixas-pretas que podem ser abertas pelo professor,
dependendo da conveniência.
Etapa 7 – Abrir algumas caixas-pretas sem a ajuda de especialistas:
Todos construímos intuitivamente explicações para situações do
cotidiano, mesmo sem dispormos de todos os conceitos científicos e
técnicos envolvidos.
Etapa 8 – Síntese da ilha de racionalidade produzida: Para sintetizar
a ilha de racionalidade é necessário cruzar elementos variados de
maneira objetiva (NEHRING et al. 2002).
Por tudo isso, o ensino de ciências desenvolvido a partir de projetos de ilhas
de racionalidade tem como característica considerar o conhecimento que o
aluno já possui e desenvolver novos conceitos a partir da reflexão, da pesquisa
e dos novos conhecimentos que devem ser colocados em contato com a sua
realidade. Neste contexto racionalizar o conhecimento que o aluno já possui
significa colocá-lo em contato com maneiras de diferenciadas de ampliar e
desmistificar a ciência convencional construída de fora para dentro. A
objetividade de um projeto construído nesta metodologia amplia a visão do
próprio professor sobre a racionalidade que deve permear a construção do
conhecimento científico.
Fonte: www.cienciasetecnologia.com. Acesso em: 03/10/2013.
10
ILHA DE RACIONALIDADE
LEITURA CIENTÍFICA SOBRE BIODIVERSIDADE
Etapa 0: BIODIVERSIDADE / ACERVO DA VIDA
Etapa1 - Clichê da situação
Pense nisso para responder: 1. Quais elementos da fauna e da flora você costuma ver no dia a dia?
2. Você tem plantas em casa? Quais?
3. Você sabe o nome de alguma árvore em especial?
4. Você tem animais em casa? Quais?
Biodiversidade
Qual seu
significado?
Onde encontra-la?
Qual sua
importância?
A biodiversidade se manifesta também no cotidiano das cidades, em
ambientes como, casa, escola, ruas e jardins. Muitas pessoas parecem
não notar, mas coabitamos com uma enorme variedade de espécies da
flora e da fauna.
11
Leia:
A biodiversidade não apresenta apenas um conceito, ela faz referência à
variedade de vida existente no planeta, seja terra, seja água. Aborda também
toda a variedade de espécies de um ecossistema, o conjunto de todas as
espécies de plantas e animais e de seus ambientes naturais existentes em
uma determinada área. Além disso, o termo se refere à variedade de
genótipos, espécies, populações, comunidades, ecossistemas e processos
ecológicos existentes em uma determinada região. A variedade pode ser
medida em diferentes níveis: genes, espécies, níveis taxonômicos,
comunidades e processos biológicos, ecossistemas, biomas e em diferentes
escalas temporais e espaciais (ARRUDA et al., 2001).
1. Assistir ao filme: ICMBio (2011) – Biodiversidade.
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=SEFwGcJYbbg
2. Acessar a revista científica no site www.icmbio.com.br e pesquisar ações de
preservação da biodiversidade apresentadas em forma de texto.
Atividade:
a. Debater o conceito de biodiversidade.
b. Enumerar pelo menos 10 espécies vivas ameaçadas de extinção.
c. Escrever um texto curto sobre a importância de ler textos científicos para
adquirir conhecimentos sobre a vida no planeta.
Etapa 2- Elaborar o panorama espontâneo
Construindo conhecimentos a partir da leitura científica.
12
O QUE É BIODIVERSIDADE?
Existem milhões de seres vivos no planeta e cada um se manifesta de
uma forma: rastejando, andando, voando ou nadando. Cada espécie tem um
jeito especial e diferente de viver na terra, relacionando-se com outras
espécies. Portanto, falar em biodiversidade significa considerar cada ser como
único e fundamental para o equilíbrio de todos os outros seres vivos.
A riqueza da vida na terra é tanta que os cientistas não têm condições
de saber, com exatidão, quantos tipos diferentes de organismos existem. Até
agora, eles já identificaram e nomearam mais de 1,7milhões de espécies,
incluindo mais de 300.000 plantas, 1 milhão de insetos, 25.000 tipos de peixes,
7.800 répteis, 4.700 anfíbios, 9.700 pássaros e 4.600 são mamíferos. O
restante da biodiversidade inclui moluscos, minhocas, aranhas, fungos, algas e
micro-organismos. Eles acreditam que ainda há milhões de espécies para
serem descobertas, principalmente microrganismos (como bactérias e
protozoários) e invertebrados (como insetos, moluscos, crustáceos, entre
outros).
(Instituto Supereco/ WWWF- Brasil, 2010)
A missão é conservar a biodiversidade do planeta e demonstrar que as sociedades
humanas podem viver em harmonia com a natureza. Para enfrentar esse grande
desafio, a Conservação Internacional (CI ) adota estratégias de conservação para
nortear suas ações e priorizar os locais mais importantes para sua atuação. O
Hotspots é uma dessas estratégias. Cinco anos depois da primeira publicação sobre
essas regiões, a CI apresenta agora um estudo atualizado, onde destaca as 34
regiões biologicamente mais ricas e ameaçadas do mundo.
Fonte: Hotspots Revisitados. Disponível em:
http://www.conservation.org.br/publicacoes/files/HotspotsRevisitados.pdf.Acesso 05/08/2013.
13
Distribuir cópias de textos principalmente da Revista Ciência Hoje, que
envolvam conhecimentos sobre biodiversidade e após a leitura os alunos
deverão preencher uma ficha da leitura realizada, além de comentar a sua
leitura para o restante da classe, socializando seu conhecimento construído.
Com textos diversos e da seção “galeria de bichos ameaçados”, que
fazem parte da Revista Ciência Hoje que aborda a biodiversidade,
especialmente os animais em extinção, cada volume da revista publica os
textos e achados de diferentes autores que abordam a mesma temática.
Geralmente são textos que contam com ilustrações e apresentam resultados
de estudos científicos.
Exemplos:
A Jararaca da Ilha
(Vinícius Caldeiras Costa e Vínicius de Avelar; São Pedro – Ciência hoje, nº
187. Janeiro / fevereiro 2008)
Plantas ameaçadas de extinção: Destino cerrado!
Canelinha, arnica, orquídea, sempre- viva, Fevereiro de Wilson
(Guerra Santos – Ciência hoje, ano 26, nº 251. Novembro, 2013)
Pequeno, belo e...brasileiro!
( Lorena C.N. Fonseca e Maria Alice S. Alves – Ciência hoje, ano 18, nº 159.
Julho, 2005)
Aranha em árvores?!
( Rogério Bertani – Ciência hoje, ano 17, nº 151. Outubro 2004 )
Gigante entre as araras
(Aline Storni e Maria Alice S. Alves – Ciência hoje, ano 17, nº 143. Janeiro /
fevereiro, 2004)
Ele pasta debaixo d’água
(Jean Carlos Miranda – Ciência hoje, ano 26, n º 249. Setembro, 2013)
Habitantes das cavernas
(Maria Elina Bichuette – Ciência hoje, ano 15, nº 131. Dezembro, 2002)
Por que devemos nos preocupar com a extinção das espécies?
( Anderson Aires Eduardo – Ciência hoje, ano 22, nº 206. Outubro, 2009 )
14
Você sabia que já existiu vaca-marinha?
(Jailson Fulgêncio de Moura – Ciência hoje, ano 20, nº 176. Janeiro / fevereiro,
2007)
O canto das rãs
( Ellen C. P.Pombal e José P. Pombal Jr. – Ciência hoje, ano 13. nº 99.
Janeiro / fevereiro, 2000)
Tem rato na floresta
(Alexandra M.R. Bezerra e Adriana Bochiglieri)
Um pequeno morcego ameaçado
(Ludmila Aguiar – Ciência hoje, ano 17, nº 145. Abril, 2004)
A marca da ariranha
(Carolina Ribas e Guilherme Mourão – Ciência hoje, ano18. nº 157. Maio,
2005 )
Animais em extinção
(Disponível em: http://usuarioweb.infonet.com.br/~biologia/animais.htm.
Acesso em: 05/11/12)
Bairro da macacada
( Sthepen Ferrari – Ciência hoje, ano 17, nº 144. Março 2004, p.10)
Um pai que é uma mãe
(Maurício B. Vecchi e Maria Alice Santos Alves – Ciência hoje, ano 13, nº 105.
Agosto 2000)
Sempre em boa companhia;
(Raquel Vieira Marques e Maria Alice Alves – Ciência hoje, ano 16, nº 135.
Maio de 2003 )
Pirá-brasília – o peixe anual da capital Federal;
(Pedro de Podestà Uchôa de Aquino – Ciência hoje, ano 22, nº 201. Maio
2009)
Tesouro da praia
( Carlos Humberto Oliveira e Maria Alice S. Alves– Ciência hoje, ano 21, nº
189. Abril 2008 )
15
A validação da leitura científica deve contribuir para a construção de
conhecimentos, para tanto, deve-se desenvolver o hábito de ler, interpretar e
anotar os pontos mais importantes abordados pelo texto. A utilização de uma
ficha de leitura é muito útil na realização dessa construção.
Atividade
FICHA DE LEITURA
Título do texto
Autor:
Palavras chave:
TAXONOMIA
Nome popular da espécie: Nome científico da espécie: Flora existente: ECOLOGIA
Habitat:
Nicho ecológico:
CARACTERÍSTICAS EVOLUTIVAS
Adaptação:
Posição hierárquica na cadeia alimentar:
BIOMA
Local de ocorrência:
Tipo de ameaça:
CADEIA ALIMENTAR UM CONCEITO A SER DISCUTIDO
http://esmmbg.no.sapo.pt – Acesso em 15/09/2013.
16
Cadeia alimentar representa as relações de seres vivos que
dependem uns dos outros para sobreviver. Essa cadeia possui um
fluxo de energia que, geralmente, tem início com as plantas, passa
pelos consumidores, que são animais herbívoros, seguido dos
carnívoros. Nesse fluxo de energia encontram-se os decompositores,
representados pelos fungos e bactérias. O ciclo dessa cadeia reinicia
após a reciclagem da matéria orgânica pelos decompositores.
Quando ocorre desequilíbrio do ecossistema aparecem problemas
ambientais sérios como a extinção de espécies, trazendo sérios
prejuízos a natureza.
A compreensão da cadeia alimentar e da biodiversidade pode ser interpretada
também a partir do vídeo. Cadeia alimentar.Vídeo.wmvdisponível em:
http://www.youtube.com/watch?v=rlw1_Nx6u7s
Desenvolva as atividades a seguir:
1. Faça um esquema ou desenho da cadeia alimentar envolvendo os
elementos representados no texto. Lembre-se de que o recurso principal numa
relação trófica (fluxo de energia) inicia-se sempre com o produtor.
Ampliando conceitos
Anote:
Condições e recursos são elementos ambientais que determinam onde os
organismos podem viver. São compreendidos como fatores bióticos e abióticos
presentes num ecossistema. Qualquer elemento ou objeto exigido por um
organismo para a sua manutenção, crescimento, reprodução é caracterizado
como recurso. As características físicas, químicas e bióticas num ambiente
sujeitas a variações temporais e de intensidade são caracterizadas como
condições.
2. Dos elementos ambientais descritos abaixo, vamos identificar, quais são os
recursos e quais são condições.
a) luz __________ b) abrigo ____________ c) umidade ____________
d) àgua_________e) semente___________ d) solo ______________.
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Etapa 3 – Consulta ao especialista e às especialidades
PALESTRA COM BIÓLOGO
Realizar palestra com a presença de um biólogo na escola para explicar
a biodiversidade e responder aos questionamentos dos alunos. Os assuntos a
serem tratados são variados, porém relacionados à biodiversidade.
Animais em extinção;
Espécies exóticas;
Legislação ambiental;
Proteção da fauna e flora;
Biopirataria;
Outros.
ESTUDO DA BIODIVERSIDADE POR MEIO DE JOGO DA MEMÓRIA
Objetivo do jogo: Introduzir o conceito de grupos ou classes de animais e
conhecer a diversidade entre os grupos: celenterados, platelmintos
/nematelmintos, moluscos, crustáceos, aracnídeos, anelídeos, equinodermos,
peixes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos.
Organização: Os alunos se reunirão em duplas, as figuras dos “bichos” serão
embaralhadas e dispostas com a face dos animais para baixo e nome das
classes para cima. Um jogador inicia virando uma carta, e com uma chance
apenas tentará localizar o par certo. Quem acerta, continua jogando. A cada
par formado, anotará no caderno, se errar passa a vez para o colega. Vence o
jogo quem contabilizar mais pares. Ao final, vai trocando de grupos.
Jogos disponíveis em http://www.atividadedeciencias.com.br/about. Acesso
em: 10/09/2013
Etapa 4 – Indo à prática
VISITA AO REFÚGIO BIOLÓGICO
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O Refúgio Biológico é um espaço de proteção à biodiversidade que foi criado
pela Itaipu Binacional como uma das exigências para o desenvolvimento de
responsabilidade ambiental. Inicialmente, o refúgio acolheu os animais que
ficaram sem espaço para viver durante o alagamento e formação do lago de
Itaipu. Depois começou a receber animais vítimas de tráfico e animais feridos
para que sejam protegidos e recebam cuidados.
Uma possibilidade metodológica durante o trajeto para o refúgio biológico é
solicitar aos alunos que anotem os animais observados no caminho, os tipos de
plantas e como acontece a garantia de vida e de proteção aos seres vivos
dentro e fora do refúgio.
ROTEIRO
Local da visita: Data__/__/__.
Espaços da visita: trilha, laguinho e recintos de animais
1. Trilha: aspectos da fauna / flora
( ) exoesqueleto ( ) fungos
( ) tronco em decomposição ( ) insetos
( ) pássaros ( ) outros
( ) arbusto ( ) árvores ( ) gramíneas
( ) musgos ( ) samambaias
( ) epífitas ( ) líquens
2. Laguinho
Registre as atividades desenvolvidas no local
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________.
Material
lápis borracha sulfite prancheta ( suporte) lupa
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3. Recintos dos animais
Porque os animais estão vivendo em cativeiro? São todos da fauna Brasileira? De onde eles vieram? Em que estado se encontravam quando foram trazidos para o local?
Represente por meio de desenho uma situação envolvendo a fauna e
flora que mais chamou à atenção no Refúgio Biológico:
Etapa 5 - Abrir algumas caixas pretas com ajuda de um especialista
PESQUISA NO LABORATÓRIO DE INFORMÁTICA
A atividade será realizada no laboratório de informática com auxílio do
maps.google.com. Os alunos receberão impresso: mapa temático de animais
em extinção no Brasil, mapa legendado dos biomas brasileiros e esquema da
Pangea. Farão registro da localização geográfica da extinção local, para
contextualizar o conceito global de extinção, a atividade de busca, iniciará
mostrando o globo terrestre, as relações biodiversas entre os diferentes
continentes especialmente entre África e América do Sul.
Leia:
“O mapa da Terra que conhecemos e estudamos já mudou muitas vezes na
história do planeta. Muitas bacias já foram preenchidas por sedimentos
deixando evidências de mudanças enormes no clima, na geografia e na
distribuição dos seres vivos. Os continentes nem sempre estiveram onde se
encontram hoje. Eles já estiveram, por exemplo, reunidos em grande bloco
chamado Pangea (do grego „todas as Terras‟)”.
Texto: Frésia Ricardi-Branco. A dança dos continentes. (2001, p.35).
20
Veja:
Fonte: Adaptado de Ciência hoje na Escola – Evolução. Frésia Ricardi-Branco (2001).
Site: http://www.geografiaparatodos.com.br/index.php?pag=mapastematicos. Acesso. 19/09/2013.
21
http://www.wwf.org.br/natureza_brasileira/questoes_ambientais/biomas/.
Acesso em: 20/09/13.
22
Etapa 6 - Esquematização global da tecnologia
EVOLUÇÃO : UM CONCEITO A SER DISCUTIDO
Ancestral comum
Adaptação
Leia:
A adaptação como processo evolutivo é resultado de milhões de anos e traduz
a relação de sobrevivência de um determinado grupo ou espécie com o meio
em que vive. Os hábitos variam de espécie para espécie até mesmo entre
grupos da mesma espécie. Cada ser vivo possui peculiaridades que lhes
conferem valores, intrínsecos relacionados aos aspectos comportamentais,
anatômicos e fisiológicos.
Vamos observar as imagens na sequência:
Perereca Cobra Tucano Abelha
Onça
Humano
Golfinho
Minhoca
Macaco Peixe Planária Estrela-do-mar
Disponível em:
http://www.ciencias.seed.pr.gov.br/modules/galeria/fotos.php?evento=2. Acesso
em: 24/10/2013.
23
Atividade
1. Preencha a tabela abaixo correspondente aos traços evolutivos da
comunidade animal (quadro acima).
Traços evolutivos animal
a) cefalização
b) simetria bilateral
c) simetria radial
d) metameria
e) esqueleto hidrostático
f) esqueleto ósseo
g) exoesqueleto
h) respiração cutânea
i) respiração pulmonar
j) respiração braqueal
k) respiração traqueal
l) patas articuladas
2. Para responder analise o quadro acima:
a) Que animal compartilha traços mais semelhante com os de sua
espécie?
b) Qual animal você indicaria como o ancestral mais distante dos
mamíferos de sua espécie?
3. Observe as estruturas de deslocamento, bem como a forma do corpo e o
meio onde vivem os animais. Escreva um texto de até 10 linhas identificando
semelhanças e diferenças entre eles. Poderá usar palavras-chave: membrana
Discuta a ideia:
Próximos ou distantes:
somos todos aparentados!?
24
interdigital, barbatanas, nadadeiras, forma hidrodinâmica, além de outras que
julgar necessário.
http://image.slidesharecdn.com/
locomoonosanimais-
111012120603-
phpapp02/95/slide-56-
728.jpg?1318439375
https://encrypted-
tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:
ANd9GcQGM-
ZD1MtFlu5_5kbRxeKSM0aW0Q8
JgXuBQpnzdKVUlUy2w8T-6A
http://colunas.revistaepoc
a.globo.com/animal/files/
2009/08/dragao.jpg
http://2.bp.blogspot.com/
-
_RIHe9RnIAc/UEqz4Nb839
I/AAAAAAAAAOA/cg_vgQjI
xPQ/s1600/Peixe+palhaco.
JPG
Texto
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--------------------------------------.
Etapa 7 – Abrir algumas caixas-pretas sem a ajuda de especialistas
As plantas
também são
alvos da
biopirataria?
Por que existem
animais em extinção?
A biopirataria atenta
contra a autonomia da
biodiversidade de um
ambiente natural?
25
Saiba mais:
BIOPIRATARIA
Além dos perigos que causam a perda do patrimônio biológico da fauna e flora, a
BIOPIRATARIA se constitui num perigo silencioso. Segundo o dicionário, “biopirataria”
é o ato adquirir, de maneira ilegal, vegetais, animais, entre outros recursos naturais,
destinados às pesquisas ou desenvolvimento de produtos. Em outras palavras é a
exploração, exportação ou comercialização internacional de recursos biológicos. Os
biomas brasileiros, principalmente a Amazônia e Mata atlântica, são alvos dessa
prática.
CAÇA-PALAVRAS
Encontre no quadro abaixo algumas espécies da fauna e flora brasileira
que foram contrabandeados pela ação da biopirataria:
CURIÓ - IGUANA - MICO-ESTRELA - JACARÉ - CASCAVEL - AÇAÍ - ANDIROBA
- CUPUAÇU -TAMANDUÁMIRIN - JABORANDI - ESPINHEIRA SANTA
26
Etapa 8 – Síntese da ilha de racionalidade produzida
Declaração Universal dos Direitos dos Animais
O material apresentado nessa etapa, com textos e imagens, é de autoria do Núcleo de Biossegurança da Fundação Oswaldo Cruz e está disponível em: http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/infantil/direitoanimais.htm. Acesso em: 10/09/13.
Preâmbulo: Considerando que todo o animal possui direitos. Considerando que o desconhecimento e o desprezo desses direitos têm levado e continuam a levar o homem a cometer crimes contra os animais e contra a natureza. Sabendo que o reconhecimento pela espécie humana do direito à existência das outras espécies animais constitui o fundamento da coexistência dos seres vivos. Considerando que os genocídios são perpetrados pelo homem e há o perigo de continuar a perpetrar outros. Considerando que o respeito dos homens pelos animais está ligado ao respeito dos homens pelo seu semelhante. Considerando que a educação deve ensinar desde a infância a observar, a compreender, a respeitar e a amar os animais.
PROCLAMA-SE O SEGUINTE:
Art. 1º: Todos os animais nascem iguais perante a vida e têm os mesmos direitos à existência.
27
.
Art. 2º - 1. Todo animal tem o direito a ser respeitado; 2. O homem, como espécie animal, não pode exterminar os outros animais ou explorá-los violando esse direito; tem o dever de pôr os seus conhecimentos ao serviço dos animais. 3. Todo o animal tem o direito à atenção, aos cuidados e à proteção do homem.
Art 3º - 1. Nenhum animal será submetido nem a maus tratos nem a atos cruéis.
2. Se for necessário matar um animal, ele deve de ser morto instantaneamente, sem
dor e de modo a não provocar-lhe angústia
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Art. 4º - 1. Todo o animal pertencente a uma espécie selvagem tem o direito de viver
livre no seu próprio ambiente natural, terrestre, aéreo ou aquático e tem o direito de se
reproduzir.
2. Toda a privação de liberdade, mesmo que tenha fins educativos, é contrária a este
direito.
.
Art 5º - 1. Todo o animal pertencente a uma espécie que viva tradicionalmente no meio
ambiente do homem tem o direito de viver e de crescer ao ritmo e nas condições de
vida e de liberdade que são próprias da sua espécie.
2. Toda a modificação deste ritmo ou destas condições que forem impostas pelo
homem com fins mercantis é contrária a este direito
29
Art. 6º - 1. Todo o animal que o homem escolheu para seu companheiro tem direito a
uma duração de vidaconforme a sua longevidade natural.
2. O abandono de um animal é um ato cruel e degradante.
Art. 7º -Todo o animal de trabalho tem direito a uma limitação razoável de duração e
de intensidade de trabalho, a uma alimentação reparadora e ao repouso.
Art. 8º - A experimentação animal que implique sofrimento físico ou psicológico é
incompatível com os direitos do animal, quer se trate de uma experiência médica,
30
científica, comercial ou qualquer que seja a forma de experimentação.
Art. 9º -As técnicas de substituição devem de ser utilizadas e desenvolvidas. Quando o
animal é criado para alimentação, ele deve de ser alimentado, alojado, transportado e
morto sem que disso resulte para ele nem ansiedade nem dor
Art.10º - 1. Nenhum animal deve de ser explorado para divertimento do homem.
2. As exibições de animais e espetáculos que utilizem animais são incompatíveis com
a dignidade do animal. Todo o ato que implique a morte de um animal sem
necessidade é um biocídio, isto é um crime contra a vida.
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Art. 11º- Todo o ato que implique a morte de um grande número de animais selvagens
é um genocídio, isto é, crime contra a espécie
Art. 12º - A poluição e a destruição do ambiente natural conduzem ao genocídio.
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Art.13º - 1. O animal morto deve de ser tratado com respeito.
2. As cenas de violência de que os animais são vítimas devem de ser interditadas no
cinema e na televisão, salvo se elas tiverem por fim demonstrar um atentado aos
direitos do animal.
Terminamos com uma bela frase para ser
refletida por todos:
“Quando o homem aprender a respeitar até o menor ser da criação, seja animal ou vegetal ninguém precisará ensiná-lo a amar seu semelhante”.
Albert Schweitzer
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ATIVIDADE FINAL
Para sintetizar o conhecimento construído com o desenvolvimento da
ilha de racionalidade os alunos escolherão diferentes maneiras de apresentar
os saberes alcançados.
A atividade de síntese compreenderá uma mostra na escola com
exposição dos trabalhos realizados durante o estudo e as produções finais que
podem ser em forma de texto, poesia, desenho, cartaz, paródia, história em
quadrinhos, maquete, mapa de conceito ou outra atividade a escolha do aluno.
Esta mostra com as atividades é uma forma de divulgação dos saberes
reconstruídos pelos participantes da proposta.
34
4 RECOMENDAÇÕES METODOLÓGICAS
A criação desta unidade didática teve como premissa contribuir para o
desenvolvimento de ações pedagógicas voltadas ao ensino de ciências de
forma a contribuir na formação de cidadãos éticos em relação ao meio
ambiente e a outros seres vivos.
O desenvolvimento de estudos baseados nas ilhas de racionalidade leva
a pensar e a agir de maneira organizada em relação ao conhecimento
científico, criando condições de pensar, ler e interpretar. Os alunos constroem
conhecimentos de maneira racional sabendo que poderão recorrer ao
conhecimento já elaborado na busca do enriquecimento de seu próprio saber.
Na escola, ler, assistir filmes, jogar, desenhar, pintar, entre outras
atividades, são ações que contribuem para o desenvolvimento de valores e
atitudes que correspondem aos interesses e necessidades dos escolares.
Assim, foram pensadas atividades práticas, claras, direcionadas ao
desenvolvimento do conhecimento científico, porém também contribuindo para
que o aluno se interesse em buscar mais conhecimento.
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5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BIZZO, N. Mais ciência no Ensino Fundamental: metodologia de ensino em foco. São Paulo: Editora do Brasil, 2009. BIZZO, N. Ciência: fácil ou difícil? São Paulo: Ática, 2000.
CAMPOS, M. C. da C.;NIGRO,R.G. Didática da ciência: o ensino aprendizagem como investigação. São Paulo: FTD, 1999. FOUREZ, G. Alfabetización científica y tecnológica: acerca de las finalidades de laenseñanza de las ciências. Buenos Aires: Colihue, 1997. Hotspots Revisitados. http://www.conservation.org.br/publicacoes/files/HotspotsRevisitados.pdf.
KRASILCHIK, M. Ensino de Ciências e cidadania. São Paulo: Moderna, 2007. LÜDKE, M.; ANDRÉ, M. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. São Paulo: EPU, 1986. NEHRING, C.M; SILVA, C.C.; TRINDADE, J.A.O.; PIETROCOLA, M.; LEITE, R.C.M.; PINHEIRO, T.F.As ilhas de racionalidade e o saber significativo: o ensino de ciências através de projetos.Ensaio –Pesquisa em Educação em Ciências, v. 2 , n.1, 2002. PARANÁ. Diretrizes Curriculares para o Ensino de Ciências – DCE. Curitiba: SEED/Paraná. 2008. ESTEVES, B. O Grande Paradoxo. (2010). Ciência Hoje on-line2010. Disponível em:http://cienciahoje.uol.com.br/especiais/. reuniao-anual-da-sbpc-2010/o-grande-paradoxo/?searchterm=O%20grande%20paradoxo. Acesso em: 07maio 2013
RICARDI-BRANCO, F. Registros do passado.Ciência Hoje na escola, v.9, Evolução. Rio de Janeiro: Global,2001, p.29-35. SANTOS, S.A.;STANGE, C.E.B.; SANTOS, J.M.T. Projeto IDEC: uma experiência com professores do Ensino Fundamental – 5ª a 8ª séries. In: SOUZA, O.A. (Org.)Universidade: pesquisa, sociedade e tecnologia. Coleção seminários de Pesquisa Unicentro, v. 2, Guarapuava: UNICENTRO, 2005. SILVA, M. R.da.Formação de professores e ensino nas séries iniciais. Toledo-PR: EDT, 1996. TORRES, P. L. Uma leitura para os Temas Transversais: Ensino
Fundamental. Curitiba: SENAR- Pr , 2003.
36
WILSON, E.O. Biodiversidade. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1997.
Sítios visitados: www.cienciasetecnologia.com
http://www.youtube.com/watch?v=rlw1_Nx6u7s
http://www.conservation.org.br/publicacoes/files/investigando_a_biodiversidade.
http://www.geografiaparatodos.com.br/index.php?pag=mapastematicos
http://d3nehc6yl9qzo4.cloudfront.net/img/00_biomas_36493.jpgSite :
http://www.wwf.org.br/natureza_brasileira/questoes_ambientais/biomas
http://www.ra-bugio.org.br/mapasite.php
http://www.ciencias.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=562&even
to=2#menu-galeria
http://www.lideranca.org/word/palavra.php
http://www.atividadedeciencias.com.br/about/
http://www.conservation.org.br/publihttp://www.ciencias.seed.pr.gov.br/modules
/galeria/fotos.php?evento=2&start=180acoes/files/HotspotsRevisitados.pdf
http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/infantil/direitoanimais.htm
http://eco.ib.usp.br/labvert/insularis%20ciencia%20hoje.pdf
http://usuarioweb.infonet.com.br/~biologia/animais.htm
http://blogs.diariodonordeste.com.br/cearacientifico/tag/mamiferos