12
TESES DO XXI CONGRESSO NACIONAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO OS DESAFIOS E OPORTUNIDADES DO MINISTÉRIO PÚBLICO BRASILEIRO NA ERA DIGITAL AMPERJ RIO DE JANEIRO 2015

OS DESAFIOS E OPORTUNIDADES DO MINISTÉRIO PÚBLICO

  • Upload
    others

  • View
    0

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: OS DESAFIOS E OPORTUNIDADES DO MINISTÉRIO PÚBLICO

TESES DOXXI CONGRESSO NACIONAL

DO MINISTÉRIO PÚBLICO

OS DESAFIOS E OPORTUNIDADES DO MINISTÉRIO PÚBLICO

BRASILEIRO NA ERA DIGITAL

AMPERJRIO DE JANEIRO

2015

Page 2: OS DESAFIOS E OPORTUNIDADES DO MINISTÉRIO PÚBLICO

- 475 -

O Prefeito Municipal será responsabilizado, nos termos da Lei 8.429/92, Se deixar de viabilizar instrumento democrático de audiência pública, previsto no estatuto da cidade, ou deixar de publicar relatório final e demais documentos, produzidos em referida audiência pública, no Portal da Transparência do Município, conforme imposição da Lei 12.527/2011” ( Lei de Acesso à Informação)

ELAINE CARVALHO CASTELO BRANCO

A RESPONSABILIDADE DO PREFEITO MUNICIPAL POR ATO DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA,

QUE ATENTA CONTRA OS PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO

PÚBLICA ANTE À OMISSÃO DE VIABILIZAÇÃO DE INSTRUMENTO

DEMOCRÁTICO PREVISTO NO ESTATUTO DA CIDADE, BEM COMO AUSÊNCIA DE DISPONIBILIZAÇÃO NO PORTAL DA TRANSPARÊNCIA”.

Page 3: OS DESAFIOS E OPORTUNIDADES DO MINISTÉRIO PÚBLICO

- 476 -

ELAINE CARVALHO CASTELO BRANCO

XXI CONGRESSO NACIONAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO TEMA CENTRAL: OS DESAFIOS E OPORTUNIDADES DO MINISTÉRIO PÚBLICO BRASILEIRO NA

ERA DIGITAL

“A Responsabilidade do Prefeito Municipal por ato de improbidade administrativa, que atenta contra os princípios da administração pública ante à omissão de viabilização de instrumento democrático previsto

no Estatuto da Cidade, bem como ausência de disponibilização no portal da transparência”.

Elaine Carvalho Castelo Branco1

Área de atuação: Cível Especializada

RESUMO: Pretende-se com essas breves considerações refletir sobre a responsabilização do gestor municipal por ato de improbidade administrativa, que atenta contra os princípios da administração pública, em face de sua omissão pela não viabilização do instrumento democrático, de realização de audiência pública, prevista no Estatuto da Cidade, bem como com a realização a falta de disponibilização dos dados no Portal da Transparência. Para tanto, se tecerá um breve comentário sobre a lei Lei 8.429/92, ( Improbidade Administrativa) a Lei 10.257/2001 (Estatuto da Cidade) que foi editada com o desiderato de regulamentar os arts. 182 e 183 da Constituição Federal, e a Lei 12.527/2011, de Acesso à informação. Palavras Chaves: 1. Constituição Federal; 2. Improbidade administrativa; 3. Estatuto da Cidade; 4. Gestão democrática. 5. Acesso á informação. 1- EXPOSIÇÃO

1.1 Noções Introdutórias e Lei 8.429/92.

A Carta Magna de 1988, ao tratar do tema amplo do objeto da questão que ora se expõe, trouxe,

expressamente no caput do art. 37, os princípios constitucionais regentes da Administração Pública, quais sejam

o princípio da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da publicidade e, mais recentemente com o advento

da Emenda constitucional n.º 19/98, o princípio da eficiência.

Segundo o mestre Celso Antônio Bandeira de Mello:

“Violar um princípio é muito mais grave que transgredir uma norma. A desatenção ao princípio implica ofensa a um específico mandamento obrigatório mas a todo o sistema de comandos. É a mais grave forma de ilegalidade ou inconstitucionalidade, conforme o escalão do princípio atingido, de seus valores fundamentais, contumélia irremissível a seu arcabouço lógico e corrosão de sua estrutura mestra. Isto porque, com ofendê-lo, abatem-se as vigas que o sustém e alui-se toda a estrutura neles esforçada”.

O Princípio da Legalidade é considerado o mais importante princípio da Administração Pública,

do qual decorrem todos os demais. Caracteriza-se como diretriz e limitador da atuação do gestor público, ao qual

só é permitido fazer o que a lei expressamente autoriza, a teor do que é extraído da Carta Magna em seu Art. 5º,

II que dispõe:

“Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei.”

O princípio da Impessoalidade, é o princípio que obriga a Administração em sua atuação, a não

praticar atos visando aos interesses pessoais ou se subordinando à conveniência de qualquer indivíduo, mas sim,

direcionada a atender aos ditames legais e, essencialmente, aos interesses sociais.

1 Promotora de Justiça do Ministério Público do Estado do Pará - MPPA. Promotora de Justiça Titular da 5ª. Promotoria de justiça de defesa do Patrimônio Público e da Moralidade administrativa de Belém.Doutoranda em Direito na Universid Del Museo Social argentino- UMSA, BUENOS AIRES. Especialização em direito ambiental e políticas pública. Especialista em direito penal e processo penal.

Page 4: OS DESAFIOS E OPORTUNIDADES DO MINISTÉRIO PÚBLICO

- 477 -

A RESPONSABILIDADE DO PREFEITO MUNICIPAL POR ATO DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA, QUE ATENTA CONTRA OS PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ANTE À OMISSÃO DE VIABILIZAÇÃO DE INSTRUMENTO DEMOCRÁTICO PREVISTO NO ESTATUTO DA CIDADE, BEM COMO AUSÊNCIA DE DISPONIBILIZAÇÃO NO PORTAL DA TRANSPARÊNCIA”.

Sobre o princípio da moralidade que deve nortear a conduta de todo administrador, deve ser no

sentido de que, embora se paute na legalidade, terá que ser obrigatoriamente uma conduta de acordo com os

ditames éticos e morais presentes atualmente na sociedade.

Nesse sentido, vale à pena os ensinamentos do grande mestre de Marino Pazzaglini Filho:

“A moralidade significa a ética da conduta administrativa; a pauta de valores morais a que a Administração Pública, segundo o corpo social, deve submeter-se para a consecução do interesse coletivo. Nessa pauta de valores insere-se o ideário vigente no grupo social sobre v.g., honestidade, boa conduta, bons costumes, equidade e justiça. Em outras palavras, a decisão do agente público deve atender àquilo que a sociedade, em determinado momento, considera eticamente adequado, moralmente aceito”.

Em face do princípio da publicidade, como norte de todo administrador público, a este é imposto o

dever de dar transparência aos atos do Poder Público, como ensinava Hely Lopes Meirelles:

“Publicidade é a divulgação oficial do ato para conhecimento público e início de seus efeitos extrernos. Daí por que as leis, atos e contratos administrativos que produzem consequências jurídicas fora dos órgãos que os emitem exigem publicidade para adquirirem validade universal, isto é, perante as partes e terceiros.

Em brilhante, exposição sobre o princípio da eficiência Alexandre de Moraes, assim alinhava:

“ Princípio da eficiência é aquele que impõe à Administração Pública direta e indireta e a seus agentes a persecução do bem comum, por meio do exercício de suas competências de forma imparcial, neutra, transparente, participativa, eficaz, sem burocracia e sempre em busca da qualidade, primando pela adoção dos critérios legais e morais necessários para a melhor utilização possível dos recursos públicos, de maneira a evitar-se desperdícios e garantir-se maior rentabilidade social. Note-se que não se trata da consagração da tecnocracia, muito pelo contrário, o princípio da eficiência dirige-se para a razão e fim maior do Estado, a prestação dos serviços essenciais à população, visando a adoção de todos os meios legais e morais possíveis para satisfação do bem comum”.

Sobre o tema improbidade administrativa, a Constituição o fez em seu artigo 37, 4º , dispondo, que

os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a

indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da

ação penal cabível.

Assim, foi necessário com os avanços seguintes a edição da 8.429/92.

À luz da legislação mencionada adotada podemos observar três modalidades de atos de

improbidade administrativa, que estão previstos nos artigos 9º, 10º e 11º .

São considerados atos de improbidade administrativa os atos administrativos, as condutas dolosas

ou culposas, sejam elas omissivas ou comissivas, que importam em enriquecimento ilícito, ( art. 9º.) que

geram prejuízo ao erário público (art. 10) ou que atentem contra os princípios da Administração Pública

(art. 11).

Interessa aqui o estudo do ato de improbidade capitulado no art. 11 da Lei n.º 8.429/92, ou seja,

aquele que atenta contra os princípios que regem a administração pública.

Page 5: OS DESAFIOS E OPORTUNIDADES DO MINISTÉRIO PÚBLICO

- 478 -

ELAINE CARVALHO CASTELO BRANCO

No tocante ao ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração

pública, observamos ser qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade,

legalidade, e lealdade às instituições, 2.

É o seguinte o teor da caput do artigo 11 da mencionada lei:

Art. 11 Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios

da Administração Pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de

honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, e notadamente:

I - praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou diverso daquele previsto, na regra de competência; II - retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício; III - revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das atribuições e que deva permanecer em segredo; IV - negar publicidade aos atos oficiais;

V - frustrar a licitude de concurso público; VI - deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo; VII - revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de terceiro, antes da respectiva divulgação oficial, teor de medida política ou econômica capaz de afetar o preço de mercadoria, bem ou serviço.”

Da simples leitura do dispositivo legal é possível concluir que não há necessidade de

caracterização do dano.

Apesar das inúmeras discussões a respeito da constitucionalidade ou não da Lei no. 8.429/92, que

trata da Improbidade Administrativa, é nela que o Ministério Público se respalda para poder agir em prol da

defesa do patrimônio público diretamente ligado à fiscalização dos atos administrativos dos agentes públicos.

Assim, a fim de que possa proteger um direito do cidadão, nada mais atuante do que o Ministério

Público se valer dos princípios que vai buscar na lei de improbidade.

E complementando a transparência que deve nortear os atos da administração pública, o mesmo artigo 37, da Constituição Federal, em seu § 3º, II, complementa, in verbis:

“ Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário na administração pública direta e indireta, regulando especialmente: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

I - ....

2 Artigo 11 da Lei 8.429/92 ( improbidade administrativa). “ Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, e notadamente: I - praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou diverso daquele previsto, na regra de competência; II - retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício; III - revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das atribuições e que deva permanecer em segredo; IV - negar publicidade aos atos oficiais; V - frustrar a licitude de concurso público; VI - deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo; VII - revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de terceiro, antes da respectiva divulgação oficial, teor de medida política ou econômica capaz de afetar o preço de mercadoria, bem ou serviço.”

Page 6: OS DESAFIOS E OPORTUNIDADES DO MINISTÉRIO PÚBLICO

- 479 -

II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a informações sobre atos de governo, observado o disposto no art. 5º, X e XXXIII.

Omissis.

Referido inciso XXXIII, do artigo 5º. da Carta Magna, dispõe que todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado; (Regulamento) (Vide Lei nº 12.527, de 2011).

Nos termos, também, do § 2º do artigo 216 da mesma Carta Maior, constata-se que cabe à administração pública, na forma da lei, a gestão da documentação governamental e as providências para franquear sua consulta a quantos dela necessitem. (Vide Lei nº 12.527, de 2011).

Mais adiante se abordará especificamente, esse acesso à informação.

1.2- A Lei n.º 10.257- Estatuto da Cidade

A Constituição Federal de 1988, ao traçar as linhas gerais referentes à política urbana em seus arts.

182 e 183, define a adoção de um planejamento de política urbana como instrumento essencial à consecução dos

objetivos de “ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem-estar de seus

habitantes” (art. 182, caput/CF).

A Lei n.º 10.257, de 11 de julho de 2001, denominada Estatuto da Cidade, foi editada para

regulamentar os artigos 182 e 183 da Carta Magna de 1988, traçando os objetivos da política urbana no

Município e ditando diretrizes e princípios gerais para o processo de construção e manutenção da cidade.

Destina-se a desenvolver sustentavelmente as cidades, de maneira planejada, justa e consistente, visando uma

excelente qualidade de vida para a atual e as futuras gerações.

Partindo dessa análise, dentre as diretrizes gerais para a política urbana traçadas pelo Estatuto da

Cidade, a presente proposição tem seu respaldo no disposto no artigo 2º, inciso II que dispõe:

Art. 2º. A política urbana tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das

funções sociais da cidade e da propriedade urbana, mediante as seguintes diretrizes

gerais:

I-.....

II – gestão democrática por meio da participação da população e de associações

representativas dos vários segmentos da comunidade na formulação, execução e

acompanhamento de planos, programas e projetos de desenvolvimento urbano.

(grifo nosso)

Constata-se, portanto, ser diretriz fundamental da política urbana a garantia da gestão

democrática municipal, a ser obtida mediante a participação da população e de associações representativas

dos vários segmentos da comunidade na formulação, execução e acompanhamento de planos, programas e

projetos de desenvolvimento urbano. E partindo dessa diretriz, ainda, no capítulo IV, que destinou à Gestão democrática da cidade, para

garantia dessa gestão dispôs no artigo 43:

Art. 43. Para garantir a gestão democrática da cidade, deverão ser utilizados, entre

outros, os seguintes instrumentos:

I – órgãos colegiados de política urbana, nos níveis nacional, estadual e municipal;

A RESPONSABILIDADE DO PREFEITO MUNICIPAL POR ATO DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA, QUE ATENTA CONTRA OS PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ANTE À OMISSÃO DE VIABILIZAÇÃO DE INSTRUMENTO DEMOCRÁTICO PREVISTO NO ESTATUTO DA CIDADE, BEM COMO AUSÊNCIA DE DISPONIBILIZAÇÃO NO PORTAL DA TRANSPARÊNCIA”.

Page 7: OS DESAFIOS E OPORTUNIDADES DO MINISTÉRIO PÚBLICO

- 480 -

ELAINE CARVALHO CASTELO BRANCO

II – debates, audiências e consultas públicas;

III – conferências sobre assuntos de interesse urbano, nos níveis nacional, estadual e

municipal;

IV – iniciativa popular de projeto de lei e de planos, programas e projetos de

desenvolvimento urbano;

V – (VETADO)

Referida Lei, após definir uma série de novos institutos jurídicos, destinados a proporcionar aos

administradores das cidades fórmulas, em tese, capazes de garantir o melhor aproveitamento dos espaços físicos

habitáveis, elencou uma série de situações capazes de configurar prática de ato de improbidade administrativa,

evidenciando preocupação com a possibilidade de seus novos instrumentos virem a ser aplicados de forma

distorcida, em detrimento do bem comum.

Portanto, os princípios que regem a administração pública, devidamente previstos na Carta Magna

de 1988 em seu art. 37, “caput”, devem ser o norte a pautar a execução de todos os atos destinados à

concretização dos institutos previstos no Estatuto da Cidade, sob pena de poderem estes se caracterizar como

atos de improbidade administrativa e/ou atos administrativos nulos de pleno direito, em razão de eventuais

desvios de finalidade.

1.2.1 Atos de improbidade previstos na Lei nº 10.257/2001

O art. 52 do estatuto da Cidade, prevê uma série de atos que enquadra como de improbidade

administrativa, atribuíveis aos Prefeitos e ao Governador do Distrito Federal, o que se conclui interpretando de

forma harmônica o teor desta norma com a do art. 51 do mesmo diploma legal.

Constata-se, ainda, que os atos apontados como de improbidade em referida Lei, ( Estatuto da

Cidade) podem ser, também, imputáveis a outros agentes públicos ou a particulares que, de qualquer forma,

concorram para a prática do ato ou dele se beneficiem, a teor do que dispõe o “caput” do art. 52, em sintonia com

o teor dos arts. 2º e 3º da Lei de improbidade administrativa.

Constata-se que a teor do que dispõe o art. 52 do Estatuto da Cidade, o Prefeito incorre em

improbidade administrativa, “sem prejuízo da punição de outros agentes públicos envolvidos e da aplicação de

outras sanções cabíveis”, senão vejamos in verbis:

Art. 52. Sem prejuízo da punição de outros agentes públicos envolvidos e da

aplicação de outras sanções cabíveis, o Prefeito incorre em improbidade

administrativa, nos termos da Lei no 8.429, de 2 de junho de 1992, quando:

I - (VETADO)

II - deixar de proceder, no prazo de cinco anos, o adequado aproveitamento do

imóvel incorporado ao patrimônio público, conforme o disposto no § 4o do art. 8o

desta Lei;

III - utilizar áreas obtidas por meio do direito de preempção em desacordo com o

disposto no art. 26 desta Lei;

IV - aplicar os recursos auferidos com a outorga onerosa do direito de construir e de

alteração de uso em desacordo com o previsto no art. 31 desta Lei;

V - aplicar os recursos auferidos com operações consorciadas em desacordo com o

previsto no § 1o do art. 33 desta Lei;

Page 8: OS DESAFIOS E OPORTUNIDADES DO MINISTÉRIO PÚBLICO

- 481 -

VI - impedir ou deixar de garantir os requisitos contidos nos incisos I a III do § 4o

do art. 40 desta Lei;

VII - deixar de tomar as providências necessárias para garantir a observância do

disposto no § 3o do art. 40 e no art. 50 desta Lei;

VIII - adquirir imóvel objeto de direito de preempção, nos termos dos arts. 25 a 27

desta Lei, pelo valor da proposta apresentada, se este for, comprovadamente,

superior ao de mercado. ( grifo nosso)

Entretanto, todas as situações elencadas no art. 52 do Estatuto da Cidade só poderão ser

consideradas atos de improbidade caso se enquadrem em um, ou em mais de um, dos tipos previstos nos arts. 9º,

10 e 11, da Lei nº 8.429/92, pois são esses os dispositivos de lei que definem as hipóteses de ato que se

constituem improbidade administrativa.

Para o tema em comento nos interessará propriamente a conduta prevista no inciso VI, do referido

artigo 52, Lei 10.257/2001, que em outras linhas dispõe que incorre em improbidade administrativa o prefeito

que impede ou deixa de garantir os requisitos contidos nos incs. I a III do § 4º do artigo 40 do Estatuto da

Cidade.

Mencionado dispositivo diz respeito ao plano diretor, que “é o instrumento básico da política de

desenvolvimento e expansão urbana”. O §4º do articulado trata do processo de elaboração e da fiscalização da

implementação do Plano.

Referido artigo assim dispõe, in verbis:

Art. 40. O plano diretor, aprovado por lei municipal, é o instrumento básico da política de desenvolvimento e expansão urbana. § 1o O plano diretor é parte integrante do processo de planejamento municipal, devendo o plano plurianual, as diretrizes orçamentárias e o orçamento anual incorporar as diretrizes e as prioridades nele contidas. § 2o O plano diretor deverá englobar o território do Município como um todo. § 3o A lei que instituir o plano diretor deverá ser revista, pelo menos, a cada dez anos. § 4o No processo de elaboração do plano diretor e na fiscalização de sua implementação, os Poderes Legislativo e Executivo municipais garantirão: I – a promoção de audiências públicas e debates com a participação da população e de associações representativas dos vários segmentos da comunidade; II – a publicidade quanto aos documentos e informações produzidos; III – o acesso de qualquer interessado aos documentos e informações produzidos.

Este dispositivo, vem privilegiar a participação da comunidade local na elaboração da legislação

de planejamento urbanístico, cuja inobservância, além de causar vício de validade no diploma legal editado,

pode ensejar a imputação de prática de ato de improbidade administrativa ao chefe do Poder Executivo

municipal.

Portanto, o gestor municipal ao não garantir ou o impedir o exercício de tais direitos, mormente as

audiências pública, importante instrumento de participação popular poderá incorrer em tese na prática,

caracterizada como de improbidade administrativa prevista no art. 11, inc. II da lei de improbidade

administrativa, vez que deixa de praticar ato de ofício. E quando não garante a publicidade no processo de

elaboração (art. 40, §4º, II e III, do Estatuto), incorre no inc. IV, segundo o qual constitui ato de improbidade

“negar a publicidade aos atos oficiais”, com as sanções correspondentes previstas no inc. III do art. 12 da Lei

8.429/1992.

A RESPONSABILIDADE DO PREFEITO MUNICIPAL POR ATO DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA, QUE ATENTA CONTRA OS PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ANTE À OMISSÃO DE VIABILIZAÇÃO DE INSTRUMENTO DEMOCRÁTICO PREVISTO NO ESTATUTO DA CIDADE, BEM COMO AUSÊNCIA DE DISPONIBILIZAÇÃO NO PORTAL DA TRANSPARÊNCIA”.

Page 9: OS DESAFIOS E OPORTUNIDADES DO MINISTÉRIO PÚBLICO

- 482 -

ELAINE CARVALHO CASTELO BRANCO

1.3- A Audiência Pública

As audiências públicas têm base legal no artigo 27, inciso IV da Lei Orgânica Nacional do

Ministério Público (Lei Federal nº 8.625, de 12/02/1993), é um instrumento de grande eficiência em termos de

sensibilização e mobilização dos diversos setores de uma comunidade em torno de determinadas questões, ao

mesmo tempo em que permitem que a própria comunidade expresse seus anseios e opiniões (Soares, 2002),

proporcionando subsídios aos órgãos incumbidos de propor soluções.

Após a promulgação da Constituição Federal de 1988, tem havido no país uma tendência a

proliferação dos sistemas de gestão democrática, mediante a criação de conselhos, comissões, comitês.

A Carta Magna estabeleceu expressamente sistemas de gestão democráticos em vários campos da

administração pública, o que inclui o planejamento participativo, mediante a cooperação das associações

representativas no planejamento municipal, como preceito a ser observado pelos municípios (art. 29, XII).

O Estatuto da Cidade fixa esta diretriz no seu artigo 2° , II, indicando a participação da população

e de associações representativas da comunidade, na formulação e execução de planos, programas e projetos

urbanísticos:

Art. 2°

....

II – gestão democrática por meio da participação da população e de associações representativas

na formulação, execução e acompanhamento de planos, programas e projetos de desenvolvimento urbano;

O Estatuto da cidade veio valorizar um dos princípios básicos da política urbana, que o de se

discutir as questões das cidades com os vários setores da sociedade.

A efetivação deste direito, agora respaldado pelo texto da lei, serve de instrumento para a gestão e

fiscalização conjunta das ações dos governos.

Na forma do artigo 43, II, do Estatuto da Cidade, as audiências e consultas públicas, devem ser

promovidos pelo Poder Público para garantir a gestão democrática da cidade e tem como fundamento os

princípios da publicidade e da participação

Moreira Neto (1992: 129), define audiência pública como "um instituto de participação

administrativa aberta a indivíduos e a grupos sociais determinados, visando a legitimidade da ação

administrativa, formalmente disciplinada em lei, pela qual se exerce o direito de expor tendências, preferências e

opções que podem conduzir o Poder Público a uma decisão de maior aceitação consensual".

A participação social é um relevante pilar para que a audiência pública cumpra o seu papel na

construção de uma democracia participativa. Possibilita refletir e pensar em novas formas de agir e de melhorar

os processos participativos, a fim de contribuir para a tomada de decisão, com vistas ao bem estar coletivo. A

audiência pública é considerada um ambiente propício para a conscientização e discussão, um dos meios de

assegurar que o cidadão exercite a participação (FIGUEIREDO, 2001, apud MILESKI, 2003).

Sem dúvida, esse diálogo democrático, promovido entre os atores sociais, torna mais fácil a

solução do conflito social. Com a participação de todos, é mais fácil encontrar um caminho que, se não agrada a

todos, pelo menos valorizou o diálogo social, os envolvidos tiveram a possibilidade de participação no debate e

na construção de alternativas para solucionar o problema que os aflige. Esclareça-se que nas audiências públicas,

os órgãos públicos não se submetem à vontade da sociedade, mas estão abertos para ouvir a todos e também

colaborarem na busca de uma solução que traga menos traumas.

Page 10: OS DESAFIOS E OPORTUNIDADES DO MINISTÉRIO PÚBLICO

- 483 -

1.4- Lei n. 12.527/2011- ( Lei de Acesso á informação e Portal da Transparência

Em consonância com dispositivos legais relacionados aos princípios da administração pública,

como acima já foi abordado, o legislador, inovou com a Lei 12.527, de 18 de novembro de 2011, que

regulamentou o acesso a informações previsto no inciso XXXIII do art. 5o, no inciso II do § 3o do art. 37 e no §

2o do art. 216 da Constituição Federal.

Em conformidade com o Art. 3o , da supra mencionada lei de acesso á informação, os

procedimentos previstos na mesma destinam-se a assegurar o direito fundamental de acesso à informação e

devem ser executados em conformidade com os princípios básicos da administração pública e com as seguintes

diretrizes:

I - observância da publicidade como preceito geral e do sigilo como exceção;

II - divulgação de informações de interesse público, independentemente de solicitações;

III - utilização de meios de comunicação viabilizados pela tecnologia da informação;

IV - fomento ao desenvolvimento da cultura de transparência na administração pública;

V - desenvolvimento do controle social da administração pública.

Caberá ainda, aos órgãos e entidades do poder público, observadas as normas e procedimentos

específicos aplicáveis, assegurar a gestão transparente da informação, propiciando amplo acesso a ela e sua

divulgação.

Segundo o artigo 8o , é dever dos órgãos e entidades públicas promover, independentemente de

requerimentos, a divulgação em local de fácil acesso, no âmbito de suas competências, de informações de

interesse coletivo ou geral por eles produzidas ou custodiadas.

Complementando no § 2o , que para cumprimento do disposto no caput, os órgãos e entidades

públicas deverão utilizar todos os meios e instrumentos legítimos de que dispuserem, sendo obrigatória a

divulgação em sítios oficiais da rede mundial de computadores.

Desta feita, previsto assim a criação do sitio, o que se convencionou denominar portal da

transparência para divulgação de todos os dados.

Nos termos do § 3o consta-se, ainda,

“§ 3o : Os sítios de que trata o § 2o deverão, na forma de regulamento, atender, entre outros, aos seguintes requisitos: I - conter ferramenta de pesquisa de conteúdo que permita o acesso à informação de forma objetiva, transparente, clara e em linguagem de fácil compreensão; II - possibilitar a gravação de relatórios em diversos formatos eletrônicos, inclusive abertos e não proprietários, tais como planilhas e texto, de modo a facilitar a análise das informações; III - possibilitar o acesso automatizado por sistemas externos em formatos abertos, estruturados e legíveis por máquina; IV - divulgar em detalhes os formatos utilizados para estruturação da informação; V - garantir a autenticidade e a integridade das informações disponíveis para acesso; VI - manter atualizadas as informações disponíveis para acesso; VII - indicar local e instruções que permitam ao interessado comunicar-se, por via eletrônica ou telefônica, com o órgão ou entidade detentora do sítio; e VIII - adotar as medidas necessárias para garantir a acessibilidade de conteúdo para pessoas com deficiência, nos termos

Dispõe ainda, o Art. 9o ,

Art. 9º. “ O que o acesso a informações públicas será assegurado mediante: I - criação de serviço de informações ao cidadão, nos órgãos e entidades do poder público, em local com condições apropriadas para:

A RESPONSABILIDADE DO PREFEITO MUNICIPAL POR ATO DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA, QUE ATENTA CONTRA OS PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ANTE À OMISSÃO DE VIABILIZAÇÃO DE INSTRUMENTO DEMOCRÁTICO PREVISTO NO ESTATUTO DA CIDADE, BEM COMO AUSÊNCIA DE DISPONIBILIZAÇÃO NO PORTAL DA TRANSPARÊNCIA”.

Page 11: OS DESAFIOS E OPORTUNIDADES DO MINISTÉRIO PÚBLICO

- 484 -

ELAINE CARVALHO CASTELO BRANCO

a) atender e orientar o público quanto ao acesso a informações; b) informar sobre a tramitação de documentos nas suas respectivas unidades; c) protocolizar documentos e requerimentos de acesso a informações; e II - realização de audiências ou consultas públicas, incentivo à participação popular ou a outras formas de divulgação.

Desta feita, não resta dúvida, que a teor do texto constitucional, dos princípios da administração

pública que deve ser o norte de ação de todo administrador público, bem como demais textos legais, o Prefeito

Municipal fica obrigado a divulgar em meio digital através de seu portal da transparência os relatórios

conclusivos de toda audiência pública ou consulta pública que realizar.

2- DA NÃO INOVAÇÃO DO TIPO LEGAL DE IMPROBIDADE E CONCLUSÃO Veja, portanto, que o Estatuto da Cidade não veio inovar, criando nova figura de ato de

improbidade administrativa.

Para corroborar esse entendimento, veja-se que o próprio dispositivo em seu artigo 52, aduz que o

Prefeito incorre em improbidade administrativa, nos termos da Lei no 8.429, de 2 de junho de 1992. (grifei).

Assim, nos termos da Lei n. 8.429/92, são três as modalidades de ato de improbidade

administrativa, devendo cada conduta, conforme o caso ser adequada ao tipo penal correspondente.

Mais precisamente sobre o a omissão na realização de referida audiência pública, poderá restar

caracterizado ato de improbidade que afronta o princípio da administração pública.

Com a realização de referidas audiência públicas, todo o material nela produzido deverá ser

publicado no portal da transparência da Prefeitura Municipal, com vistas a propiciar o acesso á informação.

Essa omissão da mesma forma poderá caracterizar ato de improbidade administrativa.

Para efeito de análise da matéria no âmbito do Ministério Público, e considerando que o bem

jurídico protegido essencialmente pelo referido artigo 52, é o meio ambiente urbano, com vistas ao pleno

desenvolvimento das funções sociais da cidade e a garantia do bem-estar de seus habitantes, consoante o art. 182

da Constituição Federal, a demanda deverá primeiramente ser avaliada no âmbito das Promotorias de Defesa do

Meio Ambiente e Urbanismo, por se tratar de matéria especifica, e constatada que o gestor insiste na omissão em

propiciar ao cidadão o direito ao debate, canalizará a demanda para a área de improbidade.

3 - SÍNTESE DOGMÁTICA

Primeira: a Lei 10.257/2001, não criou novos tipos de atos de improbidade administrativa, mas

elencou hipóteses que precisam ser avaliadas, em conformidade com o conteúdo dos dispositivos da Lei nº

8.426/92;

Segunda : O bem jurídico protegido essencialmente pelo artigo 52 da Lei 10.257/2001é o meio

ambiente urbano, com vistas ao pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e a garantia do bem-estar

de seus habitantes, consoante o art. 182 da Constituição Federal, razão pela qual para a análise primeira do

conflito vindo ao conhecimento do Ministério Público, onde existir as Promotorias especializadas de meio

ambiente, a matéria deve ser analisada à luz daquela Promotoria, primeiramente.

Terceira : O gestor municipal será responsabilizado, nos termos da lei de improbidade

administrativa, se deixar de divulgar no canal próprio o relatório sobre as audiência públicas realizadas;

Page 12: OS DESAFIOS E OPORTUNIDADES DO MINISTÉRIO PÚBLICO

- 485 -

4 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BERTONCINI, Mateus. Ato de improbidade administrativa: 15 anos da Lei 8.429/1992. São Paulo: Revista dos

Tribunais, 2007.

BRASIL, Constituição (2001) Estatuto da Cidade: Lei n.10.257, de julho de 2001, que estabelece diretrizes

gerais da política urbana. Brasília: Câmara dos Deputados, Coordenação de Publicações, 2001;

BRASIL, Constituição Federal (1988) Lei Orgânica Nacional do Ministério Público (Lei Federal nº 8.625, de

12/02/1993, Brasília: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8625.htm.

BRITO DOS SANTOS, Carlos Frederico. Improbidade administrativa: reflexões sobre a Lei nº 8.429/92. 2ª ed.

Rio de Janeiro: Forense, 2007.

CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito administrativo. 10ª ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris,

2003.

DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. 13ª ed. São Paulo: Atlas, 2001.

FIGUEIREDO, Marcelo. Probidade administrativa. 4ª ed. São Paulo: Malheiros, 2000.

_____ FIGUEIREDO, Marcelo. O Estatuto da Cidade e a Lei de Improbidade Administrativa. In: DALLARI,

Adilson Abreu; FERRAZ, Sérgio (Coord.). Estatuto da Cidade: comentários à lei federal 10.257/2001.

2ª ed. São Paulo: Malheiros Editores, 2006.

FRANCISCO, Caramuru Afonso. Estatuto da Cidade Comentado. São Paulo: Juarez de Oliveira, 2001, p. 297.

GARCIA, Emerson e ALVES, Rogério Pacheco. “Improbidade administrativa”. 3ª edição, Rio de Janeiro:Lumen

Juris, 2006, p. 293- 320.

GASPARINI, Diógenes. “O Estatuto da Cidade”. São Paulo:NDJ, 2002, p.205-220;

HEINEN, Juliano, Comentários à Lei de acesso à informação: Lei nº 12.527/2011 / Juliano Heinen. 2. ed.

rev. e atual. – Belo Horizonte: Fórum, 2015.

MARTINS JÚNIOR, Wallace Paiva. Probidade administrativa. São Paulo: Saraiva, 2001.

MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 34ª ed. São Paulo: Malheiros, 2008.

MILESKI, H. S. (2003): O Controle da Gestão Pública. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais.

MORAES, Alexandre. Direito Constitucional Administrativo. 6ª ed. São Paulo, Atlas, 1999.

MOREIRA NETO, Diogo Figueiredo. Mutações do Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Renovar, 2000.

_________________, Curso de Direito Administrativo. 11ª edição. Rio de Janeiro. Ed. Forense, 1996.

OLIVEIRA, Régis Fernandes de. “Comentários ao Estatuto da Cidade”. 2ª edição, São Paulo:RT, 2005, p. 155-

159.

SAMPAIO, José Adércio Leite; e outros (Org.). Improbidade administrativa: 10 anos da Lei n. 8.429/92. Belo

Horizonte: Del Rey, 2002.

SUNDFELD, Carlos Ari. O Estatuto da Cidade e suas diretrizes. IN: DALLARI, Adilson Abreu, FERRAZ,

Sérgio (Coord.). Estatuto da Cidade: comentários à lei federal 10.257/2001. São Paulo: Malheiros

Editores, 2003, p. 52.

A RESPONSABILIDADE DO PREFEITO MUNICIPAL POR ATO DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA, QUE ATENTA CONTRA OS PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ANTE À OMISSÃO DE VIABILIZAÇÃO DE INSTRUMENTO DEMOCRÁTICO PREVISTO NO ESTATUTO DA CIDADE, BEM COMO AUSÊNCIA DE DISPONIBILIZAÇÃO NO PORTAL DA TRANSPARÊNCIA”.