43
Ana Maria Feijó Lopes Os Direitos Reprodutivos das Mulheres Vivendo com HIV e Aids Monografia apresentada ao Departamento de Medicina Preventiva da Universidade de São Paulo para obtenção do grau de Especialista em Prevenção a Aids no Quadro da Vulnerabilidade e Direitos Humanos. Orientadora: Diva Maria Faleiros Camargo Moreno São Paulo 2011

Os Direitos Reprodutivos das Mulheres Vivendo com HIV e Aids · Aponta-se a importância do aconselhamento ... ações necessárias para o cumprimento de metas de acordo com a realidade

Embed Size (px)

Citation preview

Ana Maria Feijó Lopes

Os Direitos Reprodutivos das Mulheres Vivendo com HIV e Aids

Monografia apresentada ao Departamento de Medicina Preventiva da Universidade de São Paulo para obtenção do grau de Especialista em Prevenção a Aids no Quadro da Vulnerabilidade e Direitos Humanos.

Orientadora: Diva Maria Faleiros Camargo Moreno

São Paulo 2011

Ana Maria Feijó Lopes

Os Direitos Reprodutivos das Mulheres Vivendo com HIV e Aids

Monografia apresentada ao Departamento de Medicina Preventiva da Universidade de São Paulo para obtenção do grau de Especialista em Prevenção a Aids no Quadro da Vulnerabilidade e Direitos Humanos.

Orientadora: Profa. Diva Maria Faleiros Camargo Moreno

São Paulo 2011

Agradecimentos: Agradeço à Professora Diva Maria Faleiros Camargo Moreno, pela generosidade em compartilhar seus conhecimentos. À Professora Eliana Zucci, pelo apoio e incentivo. À Márcia Feijó, minha irmã, pelo apoio e ajuda com meus filhos.

ÌNDICE

1. INTRODUÇÃO..................................................................................... 1

2. OBJETIVO............................................................................................ 6

3. METODOLOGIA................................................................................. 7

3.1. Procedimentos de seleção do material de estudo............................. 7

3.2. Instrumento de análise do material de estudo.............................. 8

4. RESULTADOS................................................................................... 9

4.1. A saúde sexual e reprodutiva das pessoas vivendo com HIV/Aids 9

4.2. O desejo de ter filhos................................................................... 12

4.3. O pré natal.................................................................................

4.4. A gestante e a soropositividade para o HIV..................................

14

16

4.5. As práticas educativas na prevenção da transmissão vertical do

HIV

17

5. DISCUSSÃO.....................................................................................

6. CONCLUSÃO........................................................................................

19

22

7. FONTES PRIMÁRIAS......................................................................... 23

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................. 25

ANEXOS

Anexos 1 – Fichas Técnicas dos textos analisados............................... 29

RESUMO

Os avanços tecnológicos e científicos propiciaram a diminuição das taxas de

transmissão vertical do HIV. Em decorrência, houve a melhora da qualidade de vida das

pessoas vivendo com HIV/Aids e o “sonho” de ter filhos das mulheres soropositivas

torna-se mais viável de ser realizado.

O objetivo deste estudo é compreender como os serviços de saúde atendem as

demandas sexuais e reprodutivas das pessoas vivendo com HIV/Aids.

A metodologia utilizada teve partiu da revisão da literatura acerca do assunto

realizada na base de dados LILACS (Literatura latinoamericana en ciencias de la salud).

A análise dos textos foi realizada por meio de uma ficha de leitura padronizada, a

partir da qual foram construídas categorias para organizar o conteúdo em torno da

resposta ao objetivo.

Os resultados apontam para uma deficiência de alguns serviços no acolhimento e

nas respostas às demandas por saúde sexual e reprodutiva das mulheres vivendo com

HIV e Aids envolvidas nos estudos investigados, mesmo quando os profissionais

demonstram preocupação com o tema. Aponta-se a importância do aconselhamento

como ferramenta que auxilia a abordagem das questões individuais.

Pode-se concluir que nos serviços investigados pelos autores, a abordagem às

demandas sexuais e reprodutivas das mulheres portadoras do HIV nem sempre permite

o acolhimento, o reconhecimento e o respeito aos seus direitos individuais de querer e

poder ter filhos.

Descritores: transmissão, vertical, HIV, saúde sexual e reprodutiva.

ABSTRACT

The scientific and technological advances led to a decreased rate of vertical

transmission of HIV. As a result, there was an improvement in quality of life of people

living with HIV / AIDS and the "dream" of having children of women with HIV

becomes more viable to be done.

The aim of this study is to understand how health services meet the sexual and

reproductive demands of people living with HIV / AIDS.

Methods were used came from review of the literature on the subject held in the

database LILACS (Latin American en Ciencias de la salud).

The analysis of the texts was carried out by means of a standardized reading sheet, from

which categories were constructed to organize the content around the response to the

objetive.

The results point to a deficiency of some services in receiving and answering demands

for sexual and reproductive health of women living with HIV and AIDS involved in the

studies investigated, even when professionals express concern about the issue. Pointed

out the importance of counseling as a tool that helps to address the individual question

It can be concluded that the services investigated by the authors, the approach to

reproductive and sexual demands of women with HIV does not always allow the

acceptance, recognition and respect for individual rights and want to have children.

Keywords: transmission, vertical, HIV, sexual and reproductive health.

1

1- INTRODUÇÃO

Nos últimos vinte anos, observamos o aumento do número de casos de Aids entre

as mulheres, com predomínio da categoria de transmissão heterossexual. Em função

deste dado, desde 1995, o Ministério da Saúde preconizou o diagnóstico do HIV na

gestação, com o consentimento prévio da gestante para submeter-se ao teste anti-HIV. O

teste anti-HIV deve ser oferecido de rotina no primeiro e no último trimestre de

gestação. (Feliciano e Kovacs - 2003).

O pacto pela Saúde, aprovado pelo Conselho Nacional de Saúde (CNS) em

fevereiro de 2006, fortalece a gestão compartilhada entre os níveis de governo,

estabelecendo que os estados e municípios sejam responsáveis pelo desenvolvimento de

ações necessárias para o cumprimento de metas de acordo com a realidade local. Dessa

forma, as prioridades estaduais e municipais podem ser agregadas à agenda nacional

(Brasil, 2004)

O Pacto da Saúde tem como um dos eixos o Pacto pela Vida, em que a redução da

mortalidade materna e infantil é uma das prioridades básicas, colocando a redução da

transmissão vertical do HIV e da Sífilis como um dos compromissos (PN-DST/AIDS-

2006).

A transmissão vertical do HIV pode ocorrer através da passagem do vírus da mãe

para o bebê durante a gestação (na proporção de 35%), no trabalho de parto (na

proporção de 65%) ou na amamentação (risco acrescido de 7% a 22% por exposição)

(Brasil, 2004).

Segundo Salomão e David (2006), o protocolo ACTG 076 (AIDS Clinical Trial

Group), demonstrou que o uso da Zidovudina (AZT) pelas gestantes HIV positivas na

2

14ª semana de gestação, a administração do AZT injetável durante o parto e o uso do

AZT xarope pelo recém nascido até seis semanas de vida, constitui-se como

intervenção eficaz para a redução da transmissão vertical do HIV.

Baseado na eficácia da profilaxia, em 2002, o Ministério da Saúde implantou o

“Projeto Nascer- Maternidade”, que tem por finalidade o fortalecimento das ações de

prevenção para o controle da transmissão vertical do HIV (Santos et al-2010).

O Projeto Nascer prevê ações como: testagem anti-HIV para todas as parturientes

que não tenham sido testadas durante o pré - natal; o fornecimento do antirretroviral

(AZT) para as parturientes soropositivas e o recém nascido; manejo adequado do

trabalho de parto e parto; inibição da lactação e provimento da fórmula láctea infantil;

notificação do caso e seguimento da puérpera e seguimento do recém nascido até os 18

meses de vida, para a definição do seu estado sorológico.

Apesar destas ações preconizadas, o Brasil apresentou em 2009 uma taxa de

transmissão vertical de 3,0 % (Brasil-2011). Sabe-se que alguns países já têm

apresentado taxas menores ou mesmo tentam eliminar este modo de transmissão do

HIV.

O estudo realizado por Santos et al (2010), teve o objetivo de avaliar a

implementação das ações previstas pelo Projeto Nascer Maternidade, implantado em

570 maternidades do Brasil, para este estudo foram selecionadas 30 maternidades.

Para a análise do grau de implantação foram consideradas três categorias

multidimensionais: acesso (disponibilidade), qualidade das ações (conformidade) e

responsividade entre o sistema de serviços e a necessidade dos usuários (dignidade e

rede de apoio).

3

Os resultados das análises apontaram para as ações referentes ao diagnóstico

(acesso ao teste anti – HIV, como atividades com maiores problemas, incluindo o

aconselhamento e registro das informações da situação sorológica das gestantes

soropositivas para o HIV. Entretanto quando o diagnóstico é realizado a gestante e

concepto tem acesso aos antirretrovirais, manejo do trabalho de parto e parto adequados.

O referido estudo concluiu que os maiores problemas das ações propostas pelo

Projeto Nascer visando a redução da transmissão vertical do HIV encontram-se na ação

do diagnóstico, no registro do resultado do teste anti HIV nos prontuários e à falta de

organização dos serviços de saúde somados à vulnerabilidade individual e social das

mulheres soropositivas para o HIV, propiciando oportunidades perdidas para a

diminuição da transmissão vertical do HIV.

É importante focar na diminuição destas perdas de oportunidades, pois com a

implementação das intervenções preconizadas pelo Ministério da Saúde a gestante

diagnosticada como HIV positiva no pré natal, tem a oportunidade de iniciar o

tratamento com os antirretrovirais, aumentando assim a chance de que o seu concepto

não tenha o vírus.

Embora seja uma política de saúde, a realização do teste anti-HIV ainda não é uma

constante em todas as regiões do Brasil, apesar de o diagnóstico desencadear uma série

de ações que terão impacto positivo não só para a mãe e a criança, mas também no

grupo social ao qual pertencem. (Santos e Bispo Júnior, 2010)

4

As novas tecnologias em prevenção, diagnóstico e tratamento propiciaram a

redução nas taxas de transmissão do HIV e melhoras significantes na qualidade de vida

das pessoas vivendo com HIV/AIDS. Essas tecnologias devem ser oferecidas às pessoas

para que possam, munidas da informação correta e da terapia disponível, fazerem

escolhas em relação à sua vida sexual e reprodutiva, uma vez que o ser humano é um ser

social. Ele deseja ter filhos, e este sonho não é anulado ou esquecido diante do

diagnóstico do HIV.

A revelação do diagnóstico de HIV para o paciente pode provocar grande impacto

em sua vida. A princípio, isso pode ser muito difícil, mas depois de algum tempo e com

a orientação e assistência adequadas, a pessoa pode passar a reorganizar suas idéias. Um

dos recursos para que isso aconteça, é a possibilidade de aumentar a sua percepção por

meio de informações sobre a doença que os serviços de saúde podem oferecer. Com

isso, o sujeito pode encontrar a melhor maneira de seguir sua vida.

Assim, o sonho de homens e mulheres de terem filhos não precisa acabar com o

diagnóstico do HIV Pode ocorrer um adiamento, mas nem sempre precisa ocorrer a

anulação do sonho, nem tampouco da sua vida sexual.

Profissionais de saúde, muitas vezes, atuam de modo normativo e prescritivo. Suas

falas e orientações não vão ao encontro dos projetos de felicidade das pessoas (Ayres

2004), e se isso, em termos das enfermidades em geral não é tão significativo, no caso

do HIV/aids certamente pode dificultar a adesão às ações de prevenção ou ao tratamento

com os antirretrovirais.

Nem sempre é oferecida pelos profissionais uma oportunidade de escuta ativa e

diálogo aos seus pacientes sobre a possibilidade de uma vida sexual e reprodutiva

saudável que pode incluir ou não o desejo de ter filhos.

5

Os profissionais também trazem suas crenças, seus significados já constituídos e

desenvolvidos ao longo de seus processos de socialização em diferentes contextos e

esses podem interferir e dificultar a abordagem deste tema com seus pacientes.

Ou seja, como se pode falar em saúde sexual e reprodutiva de pessoas com

HIV/aids se estas não são reconhecidas em seus direitos ? E ainda, se não houver a

transposição desta dificuldade certamente não haverá um diálogo franco, objetivo e

construtivo entre profissionais e pacientes.

Atualmente, após 30 anos de epidemia de aids, a doença tornou-se crônica, tem

tratamento. As pessoas vivem mais e com melhor qualidade de vida. Não há porque

confrontar “os sonhos”! Há sim que ajudá-las a realizar seus sonhos, disponibilizando as

tecnologias e as esclarecendo sobre as possibilidades e caminhos para a realização dos

seus projetos de felicidades (Ayres, 2004), para que aumentem sua percepção sobre os

seus direitos e sejam também sujeitos na construção e efetivação desses direitos.

Assim, o presente estudo foi elaborado para refletir sobre estas questões, tendo em

vista que existe um desafio colocado nas ações de prevenção da transmissão vertical no

Brasil e, especialmente no Estado de São Paulo. De um lado, os dados epidemiológicos

mostram a efetividade da redução da transmissão vertical com a implantação do

protocolo recomendado, de outro, os profissionais enfrentam dificuldades para lidar o

risco de infecção decorrente da decisão de ter filhos de pessoas HIV soropositivas.

Como se verá a seguir pretende-se examinar alguns trabalhos científicos de

pesquisadores que têm se debruçado sobre este assunto ao longo dos últimos anos,

buscando compreender melhor a aplicabilidade de suas conclusões nas práticas de

prevenção da transmissão vertical.

6

2. OBJETIVO

Descrever o modo como são abordados os direitos reprodutivos de mulheres

vivendo com HIV/AIDS na prevenção da transmissão vertical.

7

3. METODOLOGIA

3.1. Procedimentos de seleção do material de estudo

O presente estudo constituiu-se de uma revisão de literatura científica a partir de

textos publicados na Biblioteca Virtual de Saúde. Para a obtenção dos textos, foi

realizada pesquisa na base de dados LILACS (Literatura latinoamericana en ciencias de

la salud), com uso de palavras-chave relacionadas ao tema de estudo.

Na primeira pesquisa as palavras utilizadas foram: transmissão vertical HIV. Como

resultados foram obtidos 104 artigos com textos completos no idioma português.

Na segunda pesquisa, foram acrescentados os termos saúde sexual ou reprodutiva,

além das anteriores: transmissão, vertical, HIV e obteve-se 54 artigos, com textos

completos no idioma português

A seguir foi realizada uma terceira busca, acrescentados o termo "mulher", além

dos anteriores. O resultado foi 17 artigos com textos completos em português.

Após leitura dos resumos desses artigos, foram selecionados 10 artigos. O critério

de seleção desses artigos levou em conta sua maior adequação ao objetivo do trabalho.

Foram excluídos aqueles artigos que, apesar de tratarem do tema da transmissão

vertical, não estavam relacionados diretamente com os direitos reprodutivos das

mulheres soropositivas.

Após a seleção e leitura, como um dos trabalhos fazia menção a um artigo também

de interesse para o estudo, este foi também analisado, constituindo-se também como

uma fonte primária de pesquisa.

A relação dos textos analisados encontra-se na seção "fontes primárias".

8

3.2. Instrumento de análise do material de estudo

O conteúdo dos textos foi analisado segundo categorias elaboradas a partir do

objetivo do estudo e organizado em fichas de leitura contendo elementos essenciais dos

textos descritos a seguir:

a. Autor:

b. Instituição:

c. Local:

d. Titulo:

e. Fonte:

f. Instituição envolvida: consultório privado, serviço de saúde, ou outra.

g. Tema principal: aspectos principais focalizados no texto, conteúdo do

discurso.trata o texto e conceitos abordados.

h. Objetivo do texto: o que o texto pretende explicitar.

i. Conclusões apontadas pelo texto:

j. Sugestões: a partir das conclusões e das aspirações do autor

k. Indicação Bibliográfica: textos a que se pode recorrer a partir do estudado, de

interesse para o presente estudo.

Esta ficha foi baseada no modelo elaborado no estudo de Moreno (2001).

Apresenta-se no Anexo 1 a análise dos textos, com as suas fichas de leitura elaboradas e

organizadas seqüencialmente de acordo com a ordem de leitura dos artigos.

9

4. RESULTADOS

Conforme mencionado na metodologia, o conteúdo dos artigos analisados foi

categorizado segundo os seguintes temas de interesse para o estudo: a) A saúde sexual e

reprodutiva das pessoas vivendo com HIV/AIDS; b) O desejo de ter filhos; c) O pré-

natal; d) A gestante e a soropositividade para o HIV e e) As práticas educativas na

prevenção da transmissão vertical do HIV.

Cada uma destas categorias será analisada a seguir, fazendo-se menção aos artigos

que abordaram o assunto.

4.1. A saúde sexual e reprodutiva das pessoas vivendo com HIV/Aids

Segundo estudo realizado em três centros de referência para HIV/AIDS na cidade

de São Paulo (Paiva et al, 2002), foram entrevistadas 1068 mulheres vivendo com

HIV/AIDS. O questionário utilizado para as entrevistas continha questões fechadas e

abertas sobre situação sócio-demográficas, constituição familiar, tipo de parceria sexual

e reprodutiva, uso do preservativo, métodos anticoncepcionais, testagem para o HIV,

percepção de risco e investigação acerca dos cuidados e a relação com os serviços em

que recebem tratamento.

O estudo revelou que após o diagnóstico positivo para o HIV, as mulheres

vivenciavam a atividade sexual, se adaptando a sua nova realidade: algumas mulheres

relatam que a vida sexual melhorou (8%), depois do diagnóstico, 24% se manteve igual,

e para 28% ficou diferente e para 26% piorou.

10

Ao serem questionadas sobre com qual especialidade profissional sentiam-se à

vontade para falar de sua vida sexual, as mulheres responderam: (51%) sentem-se à

vontade para conversar com o ginecologista, (56%) com o infectologista, (59%) com o

psicólogo, (33%) assistente social e o enfermeiro (25%)

Sobre os métodos anticoncepcionais as mulheres informaram: 6% utilizavam dupla

proteção (preservativo e mais outro método) e 51% usavam apenas o preservativo, 7%

indicaram coito interrompido, 14% usavam métodos hormonais, 5% laqueadura 0,5 %

vasectomia e 4% outros (diafragma, DIU, tabelinha).

A proporção de entrevistadas que não foram informadas sobre práticas

contraceptivas mais indicadas para mulheres vivendo com HIV/AIDS foi alta (53%) e

27% referiram não saber que o vírus poderia se transmitido para o bebê ou na através da

amamentação (24%), informaram ainda não ter informação sobre a existência dos

antirretrovirais para a mãe durante a gestação (24%) e para bebê (30%).

Em estudo qualitativo realizado em dois serviços ambulatoriais especializados do

município de São Paulo (Oliveira e França Júnior, 2003), foi avaliada a resposta do

serviço às demandas reprodutivas de pessoas vivendo com HIV/Aids, através das

observações de situações de atendimento individual, consultas médicas, atendimentos

do serviço social, atendimento de aconselhamento , pré-consultas e pós –consultas de

enfermagem; observações de atividades de grupos de gestantes, grupos informativos e

grupos de profissionais, discussão de caso; comentários e depoimentos de profissionais;

comentários e depoimentos de usuários em sala de espera e durante as consultas.

Verificou-se, nesse estudo, que os profissionais dos serviços compreendem as

demandas reprodutivas das mulheres vivendo com HIV/Aids, tendo como foco a

redução da transmissão vertical e conseqüentemente,o controle da epidemia.

11

Segundo (Silva et al, 2006), algumas práticas dos profissionais de saúde

profissionais de saúde podem contribuir para que as demandas reprodutivas não sejam

explicitadas pelos usuários no serviço e o silêncio destes parecem “eximir” o

profissional de promover o diálogo.

Alguns profissionais relataram a existência de problemas com a comunicação e a

falta de entendimento dos usuários acerca de sua condição sorológica, o que pareceu ser

um conflito entre duas intenções: de um lado a intenção dos profissionais com a

contenção da epidemia e de outro, as demandas reprodutivas dos usuários (Oliveira e

França Júnior, 2003).

Houve o reconhecimento, por parte dos profissionais, das necessidades dos

usuários, porém percebem-se discursos com certo “julgamento” de conduta,

explicitando que devido aos riscos, seria mais conveniente que a mulher soropositiva

não engravidasse. (Oliveira e França Júnior, 2003).

Um dos achados do estudo é o de que os métodos contraceptivos são pouco

discutidos. sendo muitas vezes enfática a orientação do uso consistente do preservativo.

Além disso, as demandas reprodutivas não são entendidas como demandas do dia a dia

do serviço, mas apenas quando emergem como situações especiais como: antecedente

obstétrico, estado clinico da paciente, sendo indicados geralmente a laqueadura e a

vasectomia. Nos casos de violência sexual é indicada a contracepção de emergência

(pílula do dia seguinte).

Na saúde sexual e reprodutiva de homens e mulheres foi muito importante o

desenvolvimento da tecnologia de reprodução assistida seguida inseminação artificial.

Esses procedimentos possibilitaram ao homem HIV positivo ser pai, sem risco de

12

reinfecção da parceira soronegativa e sem riscos de transmissão para a criança (Paiva et

al, 2002)

4.2. O desejo de ter filhos

Segundo Silva et al,2006, “o desejo de ter filhos não se resume a uma vontade

pessoal ou a uma decisão individual, mas é modelado por normas sociais mais amplas”.

A gravidez pode significar o fortalecimento de vínculos afetivos e familiares.

Neste estudo qualitativo realizado em três serviços de referência na cidade de São

Paulo foram coletados depoimentos de oito usuários com idade entre 19 e 33 anos

acerca dos significados da gravidez. Entre a pessoas entrevistadas duas estavam

grávidas, duas referiram não querer mais filhos e quatro desejavam ter filhos (Silva et

al,2006).

O estudo revelou que o desejo de ter filhos está relacionado com a oportunidade de

vivenciar a experiência da maternidade, constituir família ou para atender as

expectativas de seus parceiros como forma de retribuição.

Segundo (Silva et al, 2006), os discursos médicos acerca do risco da transmissão

vertical são apreendidos e reconstruídos pelos entrevistados conforme seu contexto e o

desejo de ter ou não ter filhos.

Segundo o estudo qualitativo realizado no Centro de Referência DST/AIDS da

cidade de Jequié, Bahia (Santos e Bispo Júnior, 2010). Foram entrevistadas 10 mulheres

em idade fértil e portadoras do HIV.

As mulheres soropositivas enfrentam a realidade contrária aos seus desejos de e

maternidade. Os profissionais motivados pelo controle técnico da epidemia posicionam-

13

se contrários à gravidez em mulheres vivendo com HIV/AIDS), como também

observaram (Oliveira e França Júnior (2003), no estudo acima mencionado.

Segundo (Santos e Bispo Júnior, 2010), diante da desinformação e do estigma

social da doença muitas mulheres relataram abdicar de seu desejo de ser mãe, por medo

de transmitir a doença para o filho. Entretanto ao terem acesso a informação e ás

tecnologias de prevenção da transmissão vertical (terapia antirretroviral para a mãe e

bebê, manejo adequado do trabalho de parto e parto e a suspensão da amamentação)

seus desejos de maternidade reafloraram,

O posicionamento contrário dos profissionais de saúde impossibilita interação das

práticas médicas-sanitárias às várias subjetividades diferentes, construídas socialmente,

às necessidades diferentes, e ao dinamismo das realidades humanas

Um dado importante indicando isso foi obtido em um dos estudos analisados: as

mulheres temendo a reprovação dos profissionais de saúde, muitas vezes não

comunicam seus projetos com relação a uma futura gravidez (Silva at al, 2006).

Quando há a comunicação da mulher vivendo com HIV/Aids ao profissional

médico sobre o desejo de engravidar, esta é desencorajada, a respeito dos riscos para sua

saúde e de exposição da criança (Paiva et al, 2002, Santos e Bispo Júnior, 2010).

Um dos estudos apontou que a percepção dos pacientes acerca da reprovação do

desejo de ser pai e mãe explica a insuficiência de informações sobre a transmissão

vertical do HIV, gerando maior desconforto para os homens, que não conseguem

conversar sobre o assunto com os profissionais de saúde. Por conseqüência, eles

continuam a ter filhos, porém sem que as taxas de Transmissão Vertical do HIV caiam

(Paiva et al, 2002).

14

Visando o controle técnico da epidemia, não são discutidos com as mulheres todos

os riscos e as intervenções que podem ser realizadas para a redução da transmissão

vertical do HIV, anteriormente à gestação. Entretanto, quando a gravidez já se encontra

em curso, são adotadas todas as medidas preventivas para que sejam minimizados riscos

de transmissão do vírus para a criança por parte do profissional médico. Essa

constatação nos estudos analisados é muito importante porque mostra uma conduta ética

dos profissionais, uma vez que, mesmo não concordando com a decisão de ter filhos de

suas pacientes, colocam ao seu dispor as tecnologias de prevenção e assistência para que

tenham redução no risco da transmissão vertical.

4.3. O pré- natal

O Brasil apresenta diferentes realidades nos serviços se saúde. As regiões sul e

sudeste concentram o maior número de serviços, contrapondo-se a região norte e

nordeste que apresentam um número menor e com maiores dificuldades na realização

do teste HIV (Santos e Santos Júnior, 2010)

Segundo estudo realizado por Feitosa et al (2010), através do aconselhamento pré e

pós teste de HIV é possível compreender as percepções das gestantes sobre a realização

desse teste no pré- natal.

De acordo com os autores, o teste anti-HIV têm muitos significados para a

gestante. Algumas gestantes vêem o teste no pré-natal como uma oportunidade de

conhecer o seu status sorológico, enquanto outras entendem o teste como a

possibilidade de realizar o tratamento precocemente, caso tenham o vírus. Outro grupo

15

de mulheres, que representa a grande maioria, tem como a principal motivação de

realizar o teste anti HIV a de proteger o concepto da transmissão do vírus.

Corroborando este dado, em outro estudo realizado com gestantes no Rio de

Janeiro (Silva et al, 2008), quando perguntadas sobre o significado do teste anti-HIV,

informaram que este era um ato de amor e cuidado para com o filho;. Como isso, foi

reforçada a questão do diagnóstico e do tratamento visando o nascimento da criança

sem o vírus. Alem disso, as gestantes referiram ter conhecimento sobre as situações de

riscos e sobre sua vulnerabilidade ao HIV/Aids, embora também tenham dito que não

consideraram satisfatórias as informações e que ainda tinham dúvidas sobre o assunto.

Uma das entrevistadas sugeriu a obrigatoriedade de realização do teste e que este fosse

realizado antes da gestação.

Esses achados mostram que as ações de prevenção da transmissão vertical incidem

sobre a motivação destas mulheres para diminuir os riscos de infecção, mas as mesmas

precisam ser qualificadas incentivando o diálogo e a voluntariedade do de realização do

teste.

De acordo com Feitosa et al (2010), no aconselhamento é possível avaliar a

percepção da gestante quanto ao conhecimento sobre HIV/Aids, podendo identificar seu

nível de informações sobre a doença. Foi identificado neste estudo que, apesar de a

mulher ter a percepção do risco em suas relações conjugais, a infidelidade masculina é

vista como natural, o que implica o aumento da vulneralilidade. Adiciona-se a isso

fatores como: desigualdades de gênero, relações de poder econômico (o homem é quem

sustenta o lar), baixa escolaridade, que impedem a autonomia da mulher na negociação

para o uso do preservativo consistentemente.

16

Na percepção dos autores, a prática do aconselhamento é vista por algumas

gestantes e profissionais de saúde apenas como um cumprimento de protocolo.

Constatou-se, ainda, o despreparo dos profissionais de saúde para execução da prática

de aconselhamento no pré-natal.

Em outro estudo (Praça e Barrancos, 2007), realizado em duas maternidades do

Município de São Paulo envolvendo 161 puérperas, identificou-se maior conhecimento

das puérperas a respeito do teste anti-HIV. Entretanto, quando perguntadas sobre o

consentimento do teste anti-HIV no pré-natal, 85% das entrevistadas referiram não

terem sido consultadas sobre se queriam ou não realizar o teste anti-HIV, o que

demonstra que a tríade testagem, aconselhamento e consentimento, preconizada pelo

Ministério da Saúde, ainda não está implementada em todos os serviços.

4.4. A gestante e a soropositividade para o HIV

Moura e Praça (2006) em estudo realizado com 14 gestantes soropositivas para o

HIV em hospital escola do município de São Paulo, identificaram as expectativas e

ações das gestantes soropositivas com relação à gravidez e o seu concepto.

Quanto às condições socioeconômicas, estas mulheres possuíam baixa

escolaridade, baixa renda familiar e não se encontravam em uniões estáveis.

As 14 mulheres estavam fazendo uso de antirretrovirais, uma delas era nulípara

(mulher que ainda não teve parto), sete delas se encontravam na 3ª ou 4ª gravidez e

quatro já haviam tido mais de cinco partos.

Foi utilizada a técnica de discurso do sujeito coletivo, na qual os depoimentos

foram agrupados por temas, como se apenas uma pessoa falasse pelo grupo.

17

Sobre a adaptação ao fato de estarem grávidas sendo HIV positivas, as gestantes

relatam a dor e o medo de que seu filho possa vir a ser HIV positivo, embora a gravidez

seja um momento no qual elas sentem-se iguais às outras gestantes que não têm o vírus

HIV. As gestantes relatam também o apoio familiar e vivenciam a gestação com alegria.

Acreditando que o bebê será soronegativo, as gestantes falam das gravidezes

anteriores, em que não havia o antirretroviral e a possibilidade do filho sofrer

soroconversão para o HIV era muito maior (cerca de 30 %): relatam casos de sucessos e

também de fracassos, nos quais as crianças nascidas de mães HIV positivas tiveram

sorologias negativas e positivas Essas gestantes demonstram ter conhecimento e

confiabilidade no tratamento com os antirretrovirais.

4.5. As práticas educativas na prevenção da transmissão vertical do HIV

Em estudo realizado em 27 serviços de saúde do município de Recife, Feliciano e

Kovacs, 2003, abordando as ações educativas de prevenção à transmissão vertical do

HIV, concluíram que essas encontram pouca desvalorização na atenção do pré- natal.

As ações de educação coletivas para as gestantes aconteciam em 6 serviços, aonde

foram realizadas palestras, nas quais havia pouco encorajamento das gestantes em

explicitar suas opiniões e dúvidas, ocorrendo assim uma “difusão unilateral de

informações, sobressaindo a intenção de determinar o sentido que a proteção contra as

doenças sexualmente transmissíveis e as vivências relacionadas com a maternidade

devem assumir na vida do outro” (Feliciano e Kovacs, 2003, p. 393)

18

Nesse estudo, a prática educacional apresentou um caráter prescritivo e apenas

19,8% das gestantes do estudo receberam informações sobre a prevenção às

DST/HIV/AIDS.

Constatou-se, ainda, que o aconselhamento não era realizado, mesmo nos serviços

em que informavam o resultado do teste de HIV.

A visibilidade do despreparo dos profissionais que aliada à pouca percepção das

mulheres sobre sua vulnerabilidade individual, resultam em um impacto na transmissão

vertical do HIV. Foi apontado neste estudo que 98% das mulheres disseram saber sobre

o uso do preservativo para evitar a transmissão do vírus, mas apenas 11,1% faziam uso

consistente deste insumo de prevenção.

19

5. DISCUSSÃO

De acordo com os estudos analisados, nem sempre as demandas sexuais e

reprodutivas das pessoas vivendo com HIV/Aids são entendidas e aceitas pelos

profissionais de saúde como um direito. Há também evidenciada a perda de

oportunidade de adoção de medidas que propiciem uma gravidez com menores riscos.

A dificuldade dos usuários em explicitar suas demandas em saúde sexual e

reprodutiva contribui para a invisibilidade destas necessidades, isentando o profissional

de abordar o assunto com o paciente, muitas vezes tomando para si a responsabilidade

de decisão com relação a saúde reprodutiva de seus pacientes e não uma decisão

compartilhada com o paciente.

Os métodos contraceptivos não são claramente discutidos entre profissional de

saúde e o paciente. O preservativo é indicado para a prevenção do HIV/aids e como

contraceptivo, sem a necessária reflexão por parte dos profissionais acerca do desejo de

ter filhos dos usuários e acerca das questões de gênero que permeiam as relações e

parcerias sexuais.

Outros métodos contraceptivos como a laqueadura e a vasectomia podem ser

indicadas para mulheres e homens HIV positivos com muitos filhos. Entretanto a pessoa

vivendo com HIV e Aids, como qualquer outra pessoa, tem uma vida dinâmica, que

pode levá-la a outros relacionamentos com novos projetos, inclusive o de ter outros

filhos.

O Ministério da Saúde indica aconselhamento no pré e pós teste anti-HIV no pré-

natal, mas na realidade de muitos serviços esta prática não acontece, privando as

20

gestantes de um momento em que teriam informações e a possibilidade do aumento da

percepção sobre sua vulnerabilidade ao HIV/Aids.

Nem todos os serviços de assistência ao pré-natal seguem a recomendação do

Ministério da Saúde para que o teste anti HIV seja realizado com consentimento prévio

da gestante. Em muitos serviços o teste e realizado conjuntamente às outras sorologias

que fazem parte do pré-natal, sem que a gestante tenha a possibilidade de uma decisão

consciente em aceitar a testagem para o HIV ou não.

A percepção das gestantes sobre o teste anti HIV, revela que estas acreditam no

teste como proteção para o filho, já que se forem soropositivas poderão iniciar o

tratamento com os antirretrovirais e seus filhos terão aumentadas suas chances de não

ter o vírus. Entretanto apesar de implantada em todo em todas as regiões do Brasil, a

testagem para o HIV com sorologia ou teste rápido ainda precisam ser implementadas,

tornando possível para a gestante o conhecimento de seu estado sorológico ainda no pré

natal, período em que inúmeras oportunidades de diagnóstico e tratamento podem ser

perdidas, levando a uma descoberta de soropositividade para o HIV já no momento do

parto ou até mesmo no puerpério, com a privação dos benefícios das ações de prevenção

á transmissão vertical do HIV para o recém nascido.

Nas ações educativas de prevenção ao HIV/aids, ainda prevalece o discurso

prescritivo e normativo, que em muitas situações não articulam com o contexto

socioeconômico e cultural e as subjetividades das pessoas, fazendo com estas não

tenham a percepção dos riscos que aumentam sua vulnerabilidade individual e social.

Há necessidade de ações de educação continuada para os profissionais de saúde

para que ampliem o olhar para todas as dimensões da vida das pessoas, Pode-se

recomendar, ainda, a organização e valorização do fluxo de atendimento ás gestantes

21

focado no modelo multidisciplinar e não apenas médico centrado, promovendo assim

mais espaços para a escuta das necessidades das mulheres, nas suas questões referentes

á saúde sexual e reprodutiva, para que juntos, profissional de saúde e paciente, possam

explorar as possibilidades tecnológicas e a usuárias venham a tomar as decisões que

julgue mais adequadas para si mesmas.

Parece não estar plenamente consolidado e implementado nos serviços de saúde o

direito das pessoas á prevenção, diagnóstico e tratamento, bem como a atualização das

informações e tecnologias disponíveis para a promoção da saúde da gestante HIV

positiva.

As pessoas vivendo com HIV e Aids tem seus direitos reprodutivos violados no

atendimento nos Serviços Ambulatoriais Especializados em DST/AIDS, quando não

têm acesso às tecnologias e procedimentos com eficácia cientificamente comprovados

que visam o controle da epidemia, fato que contribuí para o aumento da epidemia de

Aids.

Os homens e mulheres HIV positivos, como outros homens e mulheres não

desistem de seus sonhos de ter filhos e constituir família. Portanto, há necessidade de

reconhecimento e da promoção dos direitos sexuais e reprodutivos dessas pessoas.

22

6. CONCLUSÃO

Através da análise dos estudos, pode-se concluir que as demandas reprodutivas das

pessoas vivendo com HIV e Aids nem sempre são acolhidas integralmente e os seus

direitos reprodutivos respeitados pelos profissionais nos Serviços Ambulatoriais

Especializados em DST/AIDS. Com isso, as mulheres continuam a viver situações de

exposição, e poucas transformações podem ser promovidas nas suas condições para

lidar com dificuldade gerada por questões de gênero em seus contextos de

vulnerabilidade.

23

7. FONTES PRIMÁRIAS

1. Silva NEF, Alvarenga AT, Ayres JRCM. Aids e gravidez: os sentidos e o desafio

do cuidado. Rev Saúde Pública. 2006; 40(3): 474-81.

2. Paiva V, Latorre MR, Gravato N, Lacerda R; Enhancing Care Iniciative – ECI.

Sexualidade de mulheres vivendo com HIV/AIDS em São Paulo. Cad. Saúde

Pública. 2002; 18 (6): 1609-20.

3. Oliveira LA, França Junior I. Demandas reprodutivas e a assistência de às pessoas

vivendo com HIVAids; limites e possibilidades no conteúdo dos serviços de saúde

especializados .Cad Saúde Pública. 2003: (Supl 2): S 315-23.

4. Santos SFF, Júnior.JPB. Desejo da Maternidade entre Mulheres com HIV/Aids.

Rev Baiana Saúde Pública. Abril-Junho. 2010

5. Feliciano FVO, Kovacs MH. Necessidades comunicacionais das práticas educativas

na prevenção da transmissão materno fetal do HIV. Rev Bras Saúde Materno-

Infantil. Recife: 2003.

6. Silva RMO, Araújo CLF, Paz FMT. A Realização do Teste Anti- HIV no Pré-natal

: Os significados para a gestante. Rev Enf. Rio de Janeiro: 2008.

7. Praça NS, Barrancos JTG. Teste anti-HIV e aconselhamento no pré-natal:

percepção de puérperas. Rev Gaúcha Enfermagem. Rio Grande do Sul: 2007.

8. Feitosa JA, Coriolano MWL, Alencar EM, Lima LS. Aconselhamento do pré-teste

anti- HIV no pré- natal: percepções da gestante. Rev Enf.out/dez 2010.

9. Moura EL, Praça NS. Transmissão vertical do HIV: expectativas e ações da

gestante soropositiva. Rev Latino Americana Enf. Brasil: 2006

24

10. Paiva V, Lima TN, Santos N, Ventura- Felipe E, Segurado- A, Sem o direito de

Amar?: a vontade de ter filhos entre homens e mulheres vivendo com o HIV.

Psicol USP.2002.

25

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. Ayres. JRCM. O cuidado, os modos de ser (do) humano e as práticas de saúde.

Saúde Soc. 2004;13(3):6-29.

2. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Programa Nacional

de DST/AIDS. Recomendações para profilaxia da transmissão vertical do HIV e

terapia anti-retroviral em gestantes. Brasília (DF): Ministério da Saúde; 2004.

3. David PRS, Salomão MLM. Transmissão Vertical do HIV em São José do Rio Preto

em 2001 e 2002. Arq Cienc. Saúde. 2006;13(2):61-65.

4. Feitosa JA, Coriolano MWL, Alencar EM, Lima LS. Aconselhamento do pré-teste

anti- HIV no pré- natal: percepções da gestante. Rev Enf UERJ. 2010; 18(4):559-

564.

5. Feliciano KVO, Kovacs MH. As necessidades comunicacionais das práticas

educativas na prevenção da transmissão materno-fetal do HIV. Rev. Bras. Saude

Mater. Infant., Recife, v. 3, n. 4, Dez. 2003. Disponível em

<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1519-

38292003000400004&lng=en&nrm=iso>. Accesso em 14 Out 2011.

6. Moreno DMFC. A Saúde Pública e a Psicanálise: a produção do conhecimento no

Brasil acerca da aids [dissertação]. São Paulo Faculdade de Saúde Pública. da

Universidade de São Paulo: 2001.

7. Moura EL, Praça NS. Transmissão vertical do HIV: expectativas e ações da gestante

soropositiva. Rev. Latino-Am. Enf. 2006;14(3):405-413.

26

8. Oliveira LA, França Junior I. Demandas reprodutivas e a assistência de às pessoas

vivendo com HIVAids; limites e possibilidades no conteúdo dos serviços de saúde

especializados .Cad Saúde Pública. 2003: (Supl 2):315-23.

9. Paiva V, Latorre MR, Gravato N, Lacerda R; Enhancing Care Iniciative – ECI.

Sexualidade de mulheres vivendo com HIV/AIDS em São Paulo. Cad. Saúde

Pública. 2002; 18(6):1609-20.

10. Paiva V, Lima TN, Santos N, Ventura- Felipe E, Segurado- A, Sem o direito de

Amar ? : a vontade de ter filhos entre homens e mulheres vivendo com o HIV.

Psicol USP. 2002; 13(2):105-33

11. Praça NS, Barrancos JTG. Teste anti-HIV e aconselhamento no pré-natal: percepção

de puérperas. Rev Gaúcha Enfermagem. Rio Grande do Sul: 2007.

12. Santos. EM, Reis. AC, Westman.S, Alves RG. Avaliação do grau de implantação do

programa de controle da transmissão vertical do HIV em maternidades do “Projeto

Nascer”. Epidemiol.Serv.Saúde. Brasilia. jul-set.2010:258

13. Santos.SFF, Júnior.JPB. Desejo da Maternidade entre Mulheres com HIV/Aids. Rev

Baiana Saúde Pública. Abril-Junho. 2010:304

14. Silva NEF, Alvarenga AT, Ayres JRCM. Aids e gravidez: os sentidos e o desafio do

cuidado. Rev Saúde Pública. 2006; 40(3):474-81

15. Silva RMO, Araújo CLF, Paz FMT. A Realização do Teste Anti- HIV no Pré-natal :

Os significados para a gestante. Rev Enf. Rio de Janeiro: 2008:12(4);630.36

27

9. ANEXOS

Anexo 1. Fichas Técnicas dos Textos Analisados

Ficha Técnica 1

Autor: Neide Emy Kurosawa e Silva, Augusta Thereza de Alvarenga e José

Ricardo C.M. Ayres.

Instituição: Departamento de Medicina Preventiva. Faculdade de Medicina da

USP- São Paulo

Local: São Paulo – Brasil

Titulo: Aids e gravidez : os sentidos do risco e o desafio do cuidado

Fonte: Rev Saúde Pública. 2006; 40(3): 474-81

Instituição envolvida: Serviço Ambulatorial Especializado em DST/AIDS Santana.

Prefeitura do Município de São Paulo. SP. Brasil; Departamento de Saúde Publica.

Universidade de São Paulo. São Paulo. SP. Brasil Departamento de Medicina

Preventiva Faculdade de Medicina. USP. São Paulo. SP. Brasil

Tema principal: o significado da maternidade para as pessoas vivendo com HIV/Aids

Objeto do texto: oito homens e mulheres vivendo com HIV e aids, ou parceiros destes

em três Serviços Especializados de DST/Aids do Município de São Paulo

Conclusões apontadas pelo texto: A necessidade de um diálogo entre profissionais e

usuários sobre saúde sexual e reprodutiva, visando a prevenção e cuidado na doença,

mas também com ampliação do olhar para os projetos de felicidade das pessoas

vivendo com HIV/Aids.

28

Sugestões: Criação de espaços de diálogo sobre saúde sexual e reprodutiva entre

profissionais e usuários com o compartilhamento de horizontes que onde êxito técnico

e sucesso prático sejam contemplados

Indicação Bibliográfica:

Paiva .V, Latorre MR, Gravato N, Lacerda R; Enhancing Care Iniciative – ECI.

Sexualidade de mulheres vivendo com HIV/AIDS em São Paulo. CAD. Saúde

Pública.2002; 18 (6):1609-20

Paiva V, Lima TN, Santos N, Ventura- Felipe E, Segurado- A, Sem o direito de Amar ?

: a vontade de ter filhos entre homens e mulheres vivendo com o HIV. Psicol USP.2002;

13(2):105-33

Oliveira LA, França Junior I. Demandas reprodutivas e a assistência de às pessoas

vivendo com HIVAids; limites e possibilidades no conteúdo dos serviços de saúde

especializados .Caderno de Saúde Pública.2003: (Supl 2): S 315-23.

***

Ficha Técnica 2

Autor: Vera Paiva, Maria do Rosário Latorre, Neide Gravato, Regina Lacerda e

Enhancing Care Iniciative- Brasil

Instituição: Nùcleo de Estudo para a Prevenção da Aids. Departamento de Psicologia-

USP, Departamento de Epidemiologia- USP, Faculdade de Saúde Pública-USP,

Faculdade de Medicina USP, Secretaria Estadual de Saúde –SP e Faculdade de

Medicina- UNESP

Local: São Paulo

Titulo: Sexualidade de mulheres vivendo com HIV/Aids em São Paulo

Fonte: Cad. Saúde Pública. 2002; 18 (6):1609-20

29

Instituição envolvida: Serviços Ambulatoriais Especializados dos municípios de São

Paulo, Santos e São José do Rio Preto

Tema principal: A dimensão da vida sexual e reprodutiva de mulheres vivendo com

HIV/Aids, com análise de resultados de um estudo (ECI), sobre o acesso das mulheres

ás informações e como se dão os diálogos entre as mesmas e os profissionais dos

serviços ambulatoriais especializados.

Objetivo do texto: Através da análise dos resultados do estudo (ECI), descrever como as

mulheres com HIV/AIDS, vivem sua sexualidade e direitos reprodutivos.

Conclusões apontadas pelo texto: No diálogo entre profissionais e usuárias, não há

oportunidades para conversas sobre a sexualidade e vida reprodutiva. Os profissionais

em sua maioria valorizam o saber técnico, são prescritivos, não possibilitando o acesso

das a todas as opções em métodos contraceptivos ou respeitando o direito da

maternidade dessas mulheres.

Sugestões: valorização da saúde integral das mulheres vivendo com HIV/Aids,

Capacitação dos profissionais para a promoção de saúde sexual e reprodutiva.

Promover discussões dos fatores que aumentam vulnerabilidade individual, social e

programática dessas mulheres, como socioculturais, gênero, sexualidade e outros.

Indicação bibliográfica: Não há.

***

Ficha Técnica 3

Autor: Luzia Aparecida Oliveira e Ivan França Junior

Instituição: Nùcleo de Estudo para a Prevenção da Aids- USP ; Faculdade de Saúde

Pública-USP, Faculdade de Medicina USP

Local: São Paulo

30

Titulo: Demandas reprodutivas e a assistência às pessoas vivendo com HIVAids; limites

e possibilidades no conteúdo dos serviços de saúde especializados

Fonte: Cad Saúde Pública. 2003: (Supl 2): S 315-23.

Instituição envolvida: dois serviços ambulatoriais especializados em DST/AIDS, do

município de São Paulo não identificados no texto

Tema principal: como os serviços ambulatoriais especializados acolhem as demandas

reprodutivas de pessoas vivendo com HIV/Aids,

Objetivo do texto: compreender como são recebidas as demandas reprodutivas,de que

modo elas são explicitadas pelas usuárias do serviço e em como ocorre a resposta às

essas demandas pelos profissionais às necessidades que envolvem a saúde reprodutiva

dessas pessoas.

Conclusões apontadas pelo texto: são apontadas poucas oportunidades ou ausência de

diálogo sobre saúde reprodutiva entre as usuárias e os profissionais dos serviços; com o

objetivo da diminuição da transmissão vertical e diretamente a epidemia de aids, os

profissionais diante do risco, optam pela orientação ás mulheres vivendo com HIV/Aids

para que não engravidem; Os métodos contraceptivos muitas vezes se resumem ao uso

do preservativo ou dependendo dos antecedentes obstétricos da mulher, é indicado

métodos de contracepção definitivos como a laqueadura ou a vasectomia.

Sugestões: o autor sugere que a resposta às demandas reprodutivas dos usuários sejam

construídas conjuntamente, criando espaços para que as pessoas, situadas em seu

contexto sociocultural, sejam ouvidas a respeito da vontade de ter filhos ou não; a

ampliação da percepção da assistência às pessoas vivendo com HIV/Aids para além das

técnicas cientificas e do saber prático, objetivando o Cuidado, a emancipação e

autonomia.

31

Indicação Bibliográfica: Não há.

***

Ficha Técnica 4

Autor: Shirlei Ferreira Filgueiras dos Santos e José Patrício Bispo Júnior.

Instituição: Prefeitura Municipal de Valença e Núcleo de Epidemiologia

Universidade Federal da Bahia

Local: Município de Jequié- Bahia BA

Titulo: Desejo da Maternidade entre Mulheres com HIV/Aids.

Fonte: Rev Baiana Saúde Pública. Abril-Junho. 2010

Instituição envolvida: Centro de Referência de DST/Aids do município de Jequiè

Tema principal: a percepção das mulheres vivendo com HIV/Aids sobre o desejo da

maternidade

Objetivo do texto: explicar as expectativas gestantes HIV/Aids sobre a maternidade,

com relação ao tratamento, os riscos da transmissão vertical do HIV.

Conclusões: as mulheres vivendo com HIV/Aids, apesar do sentimento de culpa pela

doença manifestam o desejo de ser mãe: aderem e acreditam nas medidas

profilática,como o uso do antirretroviral; durante a gravidez sentem “normais”, como

se não fossem portadoras do vírus.

Sugestões: implementação da testagem nos serviços e maternidades, agilização das

consultas de pré-natal; a necessidade de educação continuada para os profissionais,

visando aprimorar as questões subjetivas do processo saúde-doença-cuidado, com

valorização dos sentimentos, desejos e expectativas das mulheres infectadas pelo HIV.

Indicação Bibliográfica: Oliveira LA, França Junior I. Demandas reprodutivas e a

assistência de às pessoas vivendo com HIVAids; limites e possibilidades no conteúdo

32

dos serviços de saúde especializados .Caderno de Saúde Pública.2003: (Supl 2): S 315-

23.

***

Ficha Técnica 5

Autor: Kátia Virgínia de O. Feliciano e Maria Helena Kovacs

Instituição: Secretaria de Saúde de Pernambuco e Faculdade de Ciências Médicas

da Universidade de Pernambuco .

Local: Recife - PE

Titulo: As necessidades comunicacionais das práticas educativas na prevenção da

transmissão materno fetal do HIV

Fonte: Rev. Bras. Saude Mater. Infant., Recife, v. 3, n. 4, Dez. 2003.

Instituição envolvida: 19 centros de saúde, 2 maternidades e 6 unidades de saúde da

família.

Tema principal: a abordagem utilizada para as ações educativas em prevenção às

DST/HIV/Aids

Objetivo do texto: Analisar através de estudo exploratório as ações educativas de

prevenção as DST da assistência no pré natal .

Conclusões : baixa oferta de ações educativas no pré-natal e as existentes seguem

“monólogo tecnocrático”. Não há participação de ambos os sujeitos: usuários

profissionais

Sugestões: reestruturação das relações entre profissionais e as usuárias, promovendo

contribuições de ambas as partes. A não dissociação da dimensão intersubjetiva do

cuidada do de saúde, através da conversa e troca de experiências

Indicação Bibliográfica: Não há.

33

Ficha Técnica 6

Autor: Roberta Maria de Oliveira Silva , Carla Luzia França Araújo e Fátima Maria

Trigo da Paz

Instituição:Universidade Federal do Rio de Janeiro, Universidade Estadual do Rio de

Janeiro e Hospital e Maternidade Herculano Pinheiro - RJ

Local: Rio de Janeiro

Titulo: A Realização do Teste Anti- HIV no Pré Natal: Os Significados Para a Gestante

Fonte: Rev Enf. Rio de Janeiro: 2008.

Instituição envolvida: Hospital Escola e uma Maternidade do município do Rio de

Janeiro

Tema principal: a testagem para o HIV no pré natal e o aconselhamento pré e pós teste

Objetivo do texto: a realização do teste anti HIV no pré-natal e os significados para as

gestantes

Conclusões: para as gestantes o teste anti HIV significa o cuidado com o bebê; a

oportunidade de conhecer seu status sorológico e ter informações sobre DST/HIV/Aids ;

aponta também o despreparo dos profissionais para o aconselhamento

Sugestões: há a necessidade de sensibilizar, mobilizar e capacitar os profissionais para a

assistência no pré-natal, para o melhor acolhimento das gestantes, visando através do

conhecimento, que estas tomem tenham autonomia a tomada de decisões que

consideram ser as mais adequadas para a sua saúde.

Indicação Bibliográfica: Não há.

***

Ficha Técnica 7

Autor: Neide de Souza Praça e Janaina Teixeira Gardel Barrancos

34

Instituição: Departamento de Enfermagem Materno- Infantil e Psiquiátrica da Escola de

Enfermagem da Universidade de São Paulo e laboratório Fleury

Local: São Paulo

Titulo:Teste anti- HIV e aconselhamento no pré – natal; percepção de puérperas

Fonte: Rev Gaúcha Enfermagem. Rio Grande do Sul: 2007.

Instituição envolvida: Maternidade Amparo Maternal e Hospital Universitário

Tema principal: o teste anti- HIV e o aconselhamento no pré-natal.

Objetivo do texto: avaliar o oferecimento do aconselhamento e o teste anti- HIV durante

o pré natal e a percepção das gestantes.

Conclusões apontadas pelo texto: as puérperas demonstram ter conhecimento sobre a

transmissão vertical do HIV e como preveni-la, consideram o teste como proteção para

o bebê e não a seu estado de saúde; a tríade testagem ,aconselhamento e consentimento

ainda não está implementada em todos os serviços

Sugestões: o preparo do profissional de saúde para o oferecimento de aconselhamento

pré e pós teste às gestantes do serviço de pré-natal

Indicação Bibliográfica: Não há.

***

Ficha Técnica 8

Autor: Julyanne Alexandre Feitosa, Maria Wanderléia de Lavor Coriolano, Elaine

Nascimento de Alencar e Luciane Soares de Lima.

Instituição: Universidade de Sevilla, Universidade Federal de Pernanbuco, Universidade

regional do Cariri.

Local: Iguatú- CE

35

Titulo: Aconselhamento do pré teste anti- HIV no pré- natal: percepções da gestante

Fonte: Rev Enf.out/dez 2010.

Instituição envolvida: Equipes de Saúde da Família

Objetivo: descrever a percepção das gestantes sobre o teste anti-HIV; avaliar os

conhecimentos sobre o HIV/AIDS e a prevenção da transmissão vertical

Conclusões: a maioria das gestantes não sabiam informar a diferença ente HIV e Aids;

O significado do teste HIV é o de proteção para a criança, a oportunidade de realizar o

teste para saber o status sorológico e se positivas iniciarem o tratamento; as práticas

extra-conjugais do homem como culturalmente natural e a percepção do risco nas

relações sexuais desprotegidas, mas o uso do preservativo não é consistente, devido a

dificuldade de negociação com o parceiro; no entendimento de algumas gestantes é

uma exigência do pré-natal e também é uma oportunidade para adquirir conhecimentos

sobre saúde.

Sugestões: investimento dos profissionais em estratégias de sensibilização objetivando

criar oportunidades para reflexão sobre as práticas riscos e a prevenção ao HIV/Aids.

Indicação Bibliográfica: Não há.

***

Ficha Técnica 9

Autor: Edilene Lins de Moura e Neide de Souza Praça

Instituição: Hospital Universitário - USP e Escola de Enfermagem Universidade de São

Paulo

Local: São Paulo

Titulo:Transmissão vertical do HIV : expectativas e ações da gestante soropositiva

Fonte: Rev Latino Americana Enf. Brasil: 2006

36

Instituição envolvida: Ambulatório de pré- natal do Hospital e Maternidade Escola R.

Mário de Moraes Altenfelder Silva

Tema principal: Transmissão vertical do HIV

Objetivo do texto: Identificar expectativas de gestantes HIV positivas quanto a gravidez

e o concepto.

Conclusões apontadas pelo texto: a perspectiva das gestantes sobre a soronegatividade

da criança, a adesão aos antirretrovirais para a proteção do bebê e manterem-se

saudáveis para cuidar de seus filhos

Sugestões: a educação em saúde para que os profissionais tenham um maior

envolvimento com a clientela; a importância de das campanhas educativas focadas na

mulher em idade reprodutiva, visando a redução da transmissão vertical do HIV

Indicação Bibliográfica: Não há

***

Ficha Técnica 10

Autor: Vera Paiva, Tiago Novaes de Lima, Naila Santos, Elvira Ventura Felipe e

Aluisio Segurado.

Instituição: Instituto de Psicologia – USP – SP.

Local: Município de São Paulo- SP

Titulo: Sem direito de amar? a vontade de ter filhos entre homens (e mulheres) vivendo

com HIV e Aids.

Fonte:

Instituição envolvida: Centro de Referência e Treinamento para DST/AIDS da

Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo e Casa da Aids – Hospital das Clinicas da

Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

37

Tema principal: O desejo de ter filhos entre homens e mulheres vivendo com HIV e

Aids.

Objetivo do texto: entender como as necessidades em saúde reprodutiva dos portadores

do HIV são acolhidas pelos Serviços Ambulatoriais Especializados em DST/AIDS.

Conclusões: os homens e as mulheres vivendo com HIV e Aids têm o desejo de ter

filhos; as mulheres são mais informadas dos riscos da transmissão vertical do HIV que

os homens: os homens sentem-se menos confortáveis em conversar sobre saúde

reprodutiva com os profissionais de saúde, e quando conversam, é com o profissional

médico: o preconceito e o estigma como geradores de desigualdades e a violação de

direitos; diante nos novos rearranjos familiares que fogem do modelo tradicional e

normativo, o portador do HIV é estigmatizado como “anti- familia”, onde todas as

dimensões de sua vida se resumem no fato de ter o vírus do HIV.

Sugestões: Atendimento das pessoas vivendo com HIV e Aids de modo integral,

considerando todas as dimensões de sua vida, inclusive a afetiva, sexual e reprodutiva:

disponibilização das informações sobre as tecnologias de prevenção à transmissão

vertical do HIV e também as tecnologias em reprodução assistida já existentes.

Indicação Bibliográfica: não há