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OS DOIS OUO INGLS MAQUINISTA

Lus Carlos Martins Pena era filho de Joo Martins Pena e Francisca de Paula Julieta Pena. Perdeu o pai com um ano de idade e a me, aos dez. Educado por tutores, foi preparado para a vida comercial. Completou o curso do comrcio em 1835. Cedendo vocao, passou a freqentar a Academia de Belas Artes, onde estudou arquitetura, estaturia, desenho e msica; simultaneamente estudava lnguas, histria, literatura e teatro.

Em 1838, entrou para o Ministrio dos Negcios Estrangeiros, onde exerceu cargos, at chegar, em 1847, ao posto de adido de primeira classe Legao do Brasil em Londres. De 1846 a 1847, fez crtica teatral e escreveu folhetins no "Jornal do Commercio".

Sua maior contribuio literatura brasileira foi como teatrlogo, cuja histria coloca-o como o fundador da comdia de costumes, na qual satiriza a sociedade brasileira de ento. Ao mostrar como funcionavam as relaes sociais, contribuiu para a compreenso histrico-sociolgica do seu tempo, bem como com a lingstica, visto que escrevia as falas das personagens, utilizando a linguagem coloquial da poca.

Escreveu aproximadamente 20 peas. "O Juiz de Paz na Roa, "Judas em Sbado de Aleluia", "Os Irmos das Almas", "Quem Casa Quer Casa", "O Novio" so algumas das principais e que vm sendo representadas pelo pas, desde a primeira metade do sculo 19. Essa ltima teve, inclusive, adaptao para a televiso.

Em 1840 foi antecipada a maioridade do rei D.Pedro II aos 14 anos de idade.

CONTEXTO HISTRICO

No sculo 19, A Inglaterra influenciou outros pases a adotarem a poltica de abolir o trfico de escravos. Assim, surgiram as leis de proibio desse trfico.

Mais tarde, a Inglaterra passa a interfir nos assuntos de Portugal e do Brasil, fazendo com que D. Joo venha a concordar com um tratado para cooperar com o fim do comrcio de escravos, considerando que o trfico era ilegal.Esse patrulhamento fez com que o contrabando de escravos aumentasse. Os escravos eram desembarcados no Brasil , em lugares escondidos e vendidos no desembarque.

Com a Independncia do Brasil, em 1822 a Inglaterra avisou que no reconheceria a Independncia se o trfico negreiro no fosse extinto. Foi da que passou a existir a expresso Pr ingls ver, porque essas leis eram feitas, mas no eram cumpridas.

A sociedade brasileira no aceitava o trmino da escravido, porque a estrutura poltica do Brasil dependia dos escravos. Assim, a Inglaterra ameaou mandar seus navios de guerra para os portos brasileiros. Ento em 1850, Euzbio de Queiroz props uma lei ( lei Euzbio de Queiroz), que foi aprovada, extinguindo o trfico negreiro no Brasil.

A DIMINUIO DOS ESCRAVOS

Com o fim do trfico de escravos, o problema da mo de obra a princpio foi resolvido mandando ou vendendo escravos para regies onde houvesse uma lavoura lucrativa. Deste modo ento, havia um trfico interno, transferindo os escravos de uma regio para outra. A populao dos escravos foi diminuindo naturalmente. A mortalidade era grande, pois os mesmos sofriam maltratos.

Um escravo vivia em mdia 7 anos, pois no havia vida familiar e os mesmos, viviam em pssimas condies de higiene. Assim, as doenas apareciam e poucos sobreviviam.

A SOCIEDADE NEGRA APS A LIBERTAO

Os escravos no sabiam ler nem escrever, e a filosofia da escravido fazia com que eles no fossem estimulados em pensar ou agir, deviam apenas obedecer. Portanto quando chegou a liberdade, os negros no tiveram condies de se igualarem no mercado de trabalho. Eram considerados inferiores e sem qualificao.

Na Amrica Latina e Caribe, nos lugares onde a populao negra era relativamente pequena, eles puderam se misturar populao local. Isso permitiu uma mistura de raas, fazendo com que no houvesse tantas distines.

Entre 1870 e 1963 , o Brasil absorveu por volta de 5 milhes de imigrantes europeus. Uma grande parte deles tinha, por trs, responsveis que pagavam seu transporte e moradia. De modo que, os negros foram sendo cada vez mais marginalizados, empobrecendo e sendo discriminados.

Explicao da obra

COMDIA E COSTUMES

A obra satiriza um derminado contexto histrico. Existem personagens de tipos ironizados o tempo inteiro. Esta uma das melhores produes que temos do teatro no Brasil nesta poca. O enredo trata da ironia com relao ao trfico de escravos.A Inglaterra escreve uma lei chamada bill aberdeen.

justamente neste contexto que Martins Pena escreve sua obra. Temos personagens como o negreiro que trabalha com os meias caras(africanos livres no sculo XIX),no comrcio ilegal dos escravos. O mesmo almeja se casar com uma bela menina chamada Mariquinha, filha de Clemncia. Esta por sua vez, pretende casar sua filha com um bom partido.

O negreiro suspira por Mariquinha, pois sua famlia tem muitas posses, e como o mesmo um homem interesseiro, sonha em receber um dote e obter uma asceno social. A histria se passa em um grupo de classe mdia alta brasileira. Outra personagem que aparece o Felcio, primo de mariquiniha e o grande amor de sua vida. Este amor alimentado, mas no permitido, pois a me deseja um outro tipo de casamento para a filha.

A prxima personagem que aparece o Gainer, o ingls maquinista. Nesta parte existem duas ironias. 1: com relao a Revoluo Industrial que est acontecendo nesta poca na Inglaterra;2: com relao aos ingleses em articular da melhor maneira para engrupir( enganar) os brasileiros.

Gainer visto com ironia tentando levar os brasileiros a aceitar as coisas que ele tem para vender. Ento o ingls tem a ideia de tentar vender acar produzido atravs de ossos de bovinos. A, temos uma histria um pouco maniquesta.De um lado, temos a Mariquinha e o Felcio como pessoas boas, e do outro lado, temos a Clemncia o Gainer e o Negreiro como interesseiros e de pssima ndole.

Para finalizar, temos o Alberto que marido de Clemncia, que est desaparecido dado como morto j faz 2 anos, e que aparece em um ponto auge em que ele pega a Clemncia desejando fazer tambm um casamento por interesse com o ingls.

Na obra temos as falas das personagens, mas temos a ausncia de um narrador que podemos citar como obra incontestvel.Ao final do enredo vemos Alberto perdoando Clemncia e possibilitando o casamento entre Felcio e Mariquinha. Outra marca bem importante com relao aos escravos. H uma passagem na obra onde Clemncia recebe visitas em casa e castiga suas escravas na cozinha, cena de bastante barulho.

Essa cena nada mais do que uma contestao ao negro e a escravido.

Link: http://www.gazetadopovo.com.br/videos/os-dois-ou-o-ingles-maquinista-de-luis-carlos-martins-pena/

Resumo da obra

Todo o enredo de Os Dois ou o Ingls Maquinista se passa na sala de estar de Clemncia, local no qual ela e suas filhas recebem como visitantes todos os outros personagens. Na cena inicial esto presentes as moas da famlia, Negreiro e Felcio, que conversam sobre os acontecimentos que leem no Jornal.

Na cena seguinte descobre-se que Felcio e Mariquinha esto apaixonados, mas que a existncia de pretendentes mais ricos impede o casamento dos dois. Felcio promete ento colocar em prtica um plano para que o matrimnio seja possvel. Chega ento sala de estar o Ingls, Sr. Gainer, o outro pretendente de Mariquinha, que comenta sua mais nova inveno: uma mquina que faz acar a partir de ossos.

Em seguida, chegam os amigos da famlia, Eufrsia, o marido e seus dois filhos, que comentam todo tipo de coisa sem importncia, como o preo de vestidos, com as donas da casa. Ainda nessa cena, uma das escravas de Clemncia quebra algo e leva uma grande surra da patroa.

Quando essas visitas vo embora, tem incio o plano de Felcio, primeiro ele fala ao Ingls que Negreiro o havia chamado de especulador, depois, vai at Negreiro e o convence que o Sr. Gainer vai denunci-lo s autoridades inglesas. Com a briga dos dois descobre-se que na realidade Clemncia queria ela mesma se casar com o ingls e no dar a mo da filha. Ela resolve ento escrever uma carta ao Sr. Gainer para propor casamento a ele.

No momento em que realiza o pedido, no entanto, volta seu marido, que todos acreditavam estar morto. Escondido em um canto, o marido ouve toda a conversa entre o ingls e a esposa, assim como a troca de confidncias entre Mariquinha e Felcio. O desfecho da histria acontece quando Alberto sai de seu esconderijo e probe a mulher de se casar novamente, ao mesmo tempo em que consente o casamento de Marquinha e Felcio.

INTERPRETAO

A primeira representao de Os dois ou o ingls maquinsta aconteceu no Rio de Janeiro, capital do imprio, em 1845.Sobre essa comdia, considere as seguintes afirmativas:

1. Negociante de escravos, o especulador ingls, o combatente da revolta do sul do pas, a viva preocupada em casar bem a filha so exemplos de personagens que retratam tipos caractersticos da sociedade da poca, construdos por Martins Pena com grande densidade e aprofundamento psicolgico.

2. Os dilogos vivos e cmicos so resulado de um cuidadoso trabalho no uso da linguagem coloquial, de falas simultneas e entrecortadas, do xingamento em lngua estrangeira(goddam), da explorao do som do francs (cou) em portugus e da fala caricata do ingls, que no conjuga os verbos e no faz distino de gnero.

3. Contemporneo das primeiras publicaes do romantismo brasileiro ( o moo loiro, Joaquim Manoel de Macedo,1845;Primeiros Cantos, Gonalves Dias,1846), Martins Pena imprime a marca do estilo da poca na sua pea, visvel na idealizao do amor e da pureza nos namoros da personagem Ceclia.

4. Embora a proibio do comrcio negreiro seja um contexto fundamental, os escravos no tm fala na pea. A realidade dos negros, no entanto, transparece de forma clara quando um meia-cara entregueem um cesto como presente e no momento em que as chicotadas na escrava so tratadas como um fato to natural que no chega a interromper a conversa com a as visitas.

5. A comdia de costumes de Martins Pena retoma alguns temas recorrentes na poesia satrica de Gregrio de Mattos- funcionrios corruptos, leis burladas como normalidade, dinheiro como mvel da sociedade- aproximando a sociedade ps- independncia do sculo XIX da sociedade colonial do sculo XVII.

Assinale a alternativa correta:

a) somente as afirmativas 3 e 4 so verdadeiras.b) somente as afirmativas 1,4,5 so verdadeiras.c) somente as afirmativas 1 e 5 so verdadeiras.d)somente as afirmativas 2, 4 e 5 so verdadeiras.

Fonte:Universidade Federal do Paran.

ROMANTISMO NO BRASIL

O teatro Romntico

1. Voc sabe de que maneira o teatro romntico surgiu no Brasil?

Quando os jesutas chegaram ao pas, no sculo XVI, o teatro foi uma das formas utilizadas para catequizar os ndios; porm a sociedade brasileira no tinha receptividade para esse tipo de arte, que acabou substituindo de forma com curta durao.

Quando D. Joo chegou ao Brasil, em 1808, encontrou um pas carente de lazer e cultura e para reverter a situao, ordenou um incio de uma srie de obras que resultaram no aparecimento da Biblioteca Nacional, do Jardim Botnico e tambm do teatro So Joo.

Durante o Romantismo, comeam a surgir textos teatrais brasileiros capazes de serem levados ao palco. Foi com Martins Pena que o teatro tomou impulso. O teatro brasileiro, entendido como sistema integrado por outros, intrpretes, obras e pblicos nasceu com o essa escola literria. Alm da poesia e da prosa, obras do gnero dramtico tambm foram produzidas nessa poca.

Com a vinda da famlia real para o Brasil que nasce rigorosamente o teatro nacional.Assim como a literatura os temas do cotidiano, o individualismo, o nacionalismo e a religiosidade tambm aparece na dramaturgia desta poca e so as principais caractersticas do perodo.

ROMANTISMO

Principais caractersticas do Romantismo

* Liberdade de criao e expresso;* Nacionalismo;* Historicismo;* Medievalismo;* Tradies populares;* Individualismo, egocentrismo;* Pessimismo;* Escapismo.

Em 1808, a famlia real portuguesa, fugindo do avano das tropas napolenicas, resolve instalar-se no Brasil, abrindo caminho para a emancipao poltica da colnia, o que acontece em 1922, quando declarada oficialmente a independncia do Brasil.

O problema que, mesmo com o rompimento dos laos polticos com a metrpole,os intelectuais brasileiros ainda reproduziam os modelos do pensamento europeu. Logo, surge uma necessidade dos nossos pensadores de criar uma arte e uma forma de pensar que rompesse com os padres do Velho Mundo. Os escritores romnticos brasileiros buscaram, ento, mais do a independncia poltica- buscaram a independncia cultural.