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OS EMPREENDIMENTOS E
ESTRATÉGIAS PARA O
DESENVOLVIMENTO DA CERAMICA
VERMELHA NO BRASIL: ESTUDO DE
CASO DE CAMPOS DOS GOYTACAZES
Leonardo da Silva Ribeiro (ISECENSA)
Resumo
Este trabalho foi tomado como referência à base dos dados da rede
ceramista de Campos dos Goytacazes, com sede na cidade que fica no
interior do estado do Rio de Janeiro, onde a RCC, assim como a rede é
chamada, representa 16 empresas em total de 105 cerâmicas do pólo
onde se analisou métodos de eficiência competitiva que compõe a
principal prioridade que é o padrão e a qualidade de seus produtos a
fim de garantir uma diferenciação em conformidade com as normas
técnicas. Considerando o estudo de caso do trabalho, o Município de
Campos dos Goytacazes, apresenta-se no mesmo alguns fatores
favoráveis para a implantação de indústrias de revestimento como
disponibilidade de gás natural, proximidade para ser o segundo maior
mercado consumidor do país, a facilidade de escoamento da produção
e formulação de massas para o revestimento cerâmico que é
constituído a partir de argilas plásticas já que as mesmas são
utilizadas no segmento da Cerâmica Vermelha no norte do Estado do
Rio de Janeiro.
Abstract
This work was taken as the basis of the data network ceramist of
Campos dos Goytacazes, with headquarters in the city that is in the
state of Rio de Janeiro, where the RCC and the network is called,
represents 16 companies in total 105 ceramics of the pole where he
discussed methods of competitive performance that make up the main
priority which is the standard and quality of their products to ensure a
differentiation in accordance with technical standards. Considering the
case study of work, the city of Campos dos Goytacazes, presents itself
in that some factors favourable to the development of industries of
coating as availability of natural gas, proximity to be the second
largest consumer market in the country, ease of flow of production and
formulation of bodies for the ceramic coating that is made from plastic
31 de Julho a 02 de Agosto de 2008
IV CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO Responsabilidade Socioambiental das Organizações Brasileiras
Niterói, RJ, Brasil, 31 de julho, 01 e 02 de agosto de 2008
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clay since they are used in the segment of Red Ceramics in northern
state of Rio de Janeiro.
Palavras-chaves: Metodologia produtiva (Methodology production);
Qualidade (Quality); Diferenciação (Differentiation).
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1. INTRODUÇÃO
Atualmente num mundo voltado para produção de produtos inovadores com o
aumento gradativo no uso de tecnologias vivemos também um grande crescimento em
indústrias que são muito antigas, como a indústria cerâmica, que com a utilização das mesmas
continua em elevado crescimento econômico em determinadas regiões beneficiadas por
ambiente privilegiado para a produção de cerâmica.
A maneira em que o emprego dos produtos cerâmicos, obtidos através do cozimento de
argilas, primeiro sob o sol e, posteriormente, em fornos, iniciou-se, foi em lugares onde havia
escassez de pedras, mas excesso de materiais argilosos para que houvesse a facilidade de
fabricação e de distribuição de produtos a fim de maximizar a satisfação da sociedade. Em
vista da facilidade e abundancia de seu principal insumo – argila – os produtos cerâmicos
tornaram-se logo essenciais para a sociedade e para o desenvolvimento da economia de
regiões que possuíam um ambiente estratégico para essa produção.
As argilas e siltes argilosos, que possuem um alto teor de minérios de ferro, por
exemplo, apresentam uma cor avermelhada, motivo pelo qual originam a chamada cerâmica
vermelha ou cerâmica estrutural, que consiste na formação de um grupo amplo como tijolos,
blocos, telhas, lajotas, tubos entre outros materiais a partir do processo de fabricação da
cerâmica vermelha, como mostra a figura 1. O processo produtivo no interior de uma indústria
de cerâmica vermelha é visto relativamente simples, sendo as empresas de cerâmicas
polivalentes, isto é, executam todas as etapas do processo produtivo.
O site da ABC (Associação Brasileira de Cerâmica) acrescenta que a “Normalização é
a Atividade que estabelece, em relação a problemas existentes ou potenciais, prescrições
destinadas à utilização comum e repetitiva com vistas à obtenção do grau ótimo de ordem em
um dado contexto”. E ainda o site continua dizendo logo em seguida que “Na prática, a
Normalização está presente na fabricação dos produtos, na transferência de tecnologia, na
melhoria da qualidade de vida através de normas relativas à saúde, à segurança e à preservação
do meio ambiente”. O processo de normalização juntamente com as 25 normas ABNT NBRs
sobre a cerâmica vermelha é essencial para uma organização que busca pela qualidade de seus
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produtos com uma grande quantidade em um menor número de desperdícios na sua produção
visando sempre benefícios para que se possa manter competitiva num mercado exigente na
questão de qualidade do produto final a um menor custo e uma maior uniformização da
produção.
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Figura 1 – Fluxograma do processo de fabricação da cerâmica vermelha
Fonte: Site da ABC (Associação Brasileira de Cerâmica)
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2. METODOLOGIA
Esta pesquisa tem como objetivo geral identificar e analisar os processos de produção
adotada pelas empresas de cerâmica vermelha para revestimento de um dos principais pólos
produtores nacionais, o de Campos dos Goytacazes – RJ mantendo uma necessidade de traçar
um perfil industrial desse setor visto sua grande importância na cadeia produtiva da construção
civil, buscando sempre adequação tecnológica e gerencial onde for necessário. Inicialmente,
coletou-se um máximo de informações selecionando as mais relevantes, ou seja, as
relacionadas à gestão, processo produtivo e aos componentes: insumos, controle de qualidade
e aspectos gerais.
(ANDRADE, 2001) edita “Pesquisa Científica é um conjunto de procedimentos
sistemáticos, baseados no raciocínio lógico, que tem por objetivo encontrar soluções para os
problemas propostos mediante o emprego de métodos científicos”. A partir disso este estudo
classifica-se como de pesquisa exploratória e descritiva, pois a pesquisa exploratória
proporciona maior familiaridade com o problema, levanta bibliografia e entrevistas e por fim
realiza pesquisas bibliográficas ou se faz estudo de caso. E a pesquisa descritiva se presta a
perceber fatos que são observados, registrados, analisados, classificados e interpretados sem
Interferência do pesquisador.
3. DESENVOLVIMENTO
3.1. ESTRATÉGIAS DO PROCESSO PRODUTIVO
(HAYES & WHEELWRIGHT, 1984) comenta “A estratégia, no entanto engloba
elementos como estabelecimentos de metas, grupos de direções, desenvolvimento de planos,
definições das principais ações para assegurar uma vantagem distinta frente aos concorrentes”.
O processo de fabricação de produtos cerâmicos compreende na extração da argila, preparo da
matéria prima, moldagem, secagem, queima e expedição. Para estudar a cadeia produtiva
exige analise dos principais fatores que interferem em cada uma delas e as conseqüências
dessas variáveis no produto final.
O comentário de (SWAMIDASS & NEWELL, 1987) coloca que “A definição e
modelo da estratégia de produção tem sido construído nas ultimas décadas recebendo várias
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contribuições”. E o comentário de (HAYES, 1984) nos diz que “A função produção deve
apresentar a consistência entre sua capacidade e política, vantagem competitiva, traduzindo a
estratégia de negocio em um conjunto de decisões envolvendo pessoas, equipamentos,
recursos, tempo e gerenciamento:” As prioridades Competitivas podem ser definidas como
qualidade onde depende da conformidade com as especificações e satisfação dos clientes;
flexibilidade que é a capacidade de absorver variações de demanda de produtos; serviços que é
a confiabilidade e velocidade de entrega e apoio ao consumidor; custo que é produção a baixo
custo.
(HAYES & WHEELWRIGHT, 1984:32) relata “A estratégia de produção consiste na
seqüência de decisões que ao longo do tempo, habilita uma unidade de negocio a encontrar
uma estrutura e infra- estrutura de produção, e um conjunto de capacidades específicas”.Nas
empresas, segundo (WHEELWRIGHT, 1984), as estratégias são, em geral, classificadas da
seguinte forma, como mostra a figura 2:
Figura 2 – Processo de Planejamento da Estratégia de Produção.
Fonte: (WHEELWRIGHT, 1984).
Estratégia Competitiva
Liderança em custo Diferenciação Foco
Competitividade Produtiva
Custo
Qualidade
Flexibilidade
Serviços
Entrega
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3.2. A INDÚSTRIA DE REVESTIMENTO CERÂMICO
A cerâmica de revestimento é uma mistura de argila e outras matérias-primas
inorgânicas, queimadas em altas temperaturas, utilizada em larga escala pela Arquitetura. Sua
aplicação com esses fins teve início com as civilizações do Oriente Próximo em olarias ou
ceramicas, atualmente com os dados da do site da ANICER (Associação Nacional da
Indústria Cerâmica) temos aproximadamente 5.500 empresas como mostra na tabela 1.
DADOS OFICIAIS DA ANICER
Número de Cerâmicas e Olarias no Brasil: aproximadamente 5.500 empresas
Nº Empresas Aproximado
% Aproximado por Área
Produção/Mês (Nº de Peças)
Consumo-Ton/Mês (Matéria Prima: Argila)
Blocos/Tijolos 3600 63% 4.000.000.000 7.800.000
Telhas 1900 36%
1.300.000.000 2.500.000
Tubos 12 0,1% 325,5Km* -
Tabela 1 – Número de empresas Ceramistas no Brasil
Fonte: Site da ANICER, 2008.
As limitações iniciais da técnica vêm sendo superadas pela descoberta e implantação
de novos usos e processos, determinados, basicamente, pela pesquisa e adoção de mudanças
tecnológicas, por exemplo, na bitola e no formato das peças, nos métodos de queima, no
tamanho e tipo de fornos, nas técnicas de esmaltação, entre outros.
Uma pesquisa feita pelo site da ANFACER (Associação Nacional dos Fabricantes de
Cerâmica para Revestimentos) neste estudos foram feitos para se chegar que em 3 anos se
obteve uma média muito boa em relação a tipos de produtos, como mostra a figura 3, que são
feitos através da ceramica para se realizar diversas aplicações com estes tipos de produto a
fim de satisfazer a sociedade de modo geral.
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Figura 3 – Tipos de Produtos.
Fonte: Site da ANFACER, 2008.
O site da AFANCER nos diz que “O Brasil é hoje, um dos grandes “players” mundiais
do revestimento cerâmico.O país é o segundo maior consumidor mundial de revestimentos
cerâmicos, quarto maior produtor e exportador e segundo maior exportador para o mercado
norte-americano, que é o maior importador do mundo”. O site continua falando que “A cada
dia a qualidade e variedade desse material aumentam. Na mesma medida cresce a utilização da
cerâmica no Brasil para revestir pisos e paredes de todos os espaços internos da casa assim
como espaços externos. Exemplo disso são as fachadas dos edifícios que não se intimidam em
apresentar-se revestidas por cerâmicas de tipos e formatos variados”. Na figura 3, percebemos
o crescimento das vendas de revestimentos cerâmicos no país em 12 anos.
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Figura 4 – Vendas de revestimentos cerâmicos no mercado interno.
Fonte: Site da ANFACER 2006.
Portanto o Brasil é um país privilegiado em indústria cerâmica, pois o país possui
milhares de pessoas que consomem produtos cerâmicos para a sua satisfação nas suas
necessidades. Os revestimentos cerâmicos se mostram apropriados para pequenos detalhes,
ambientes interiores ou para grandes escalas ao ar livre. São oferecidos de maneira a satisfazer
os mais variados gostos, como padronagens e texturas diversas. Na figura 4, percebemos o
crescimento de exportações de revestimentos cerâmicos no país em 9 anos.
Figura 5 – Exportações de revestimentos cerâmicos no mercado interno.
Fonte: Site da ANFACER, 2008.
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No período, o mercado interno absorveu cerca de 78% dessa produção, fazendo do
Brasil o segundo consumidor mundial. Mesmo com o crescimento da produção brasileira no
total das vendas nacionais, o mercado doméstico vem perdendo participação relativa para as
exportações. A produção brasileira de revestimento está distribuída em 5 regiões, todavia, está
concentrada em apenas 2 regiões – Sul e Sudeste. Em 2007, o Brasil exportou para 130 países
de todos os continentes, totalizando US$ 394 milhões e em volume, as exportações atingiram
102 milhões de m2. Em uma percentagem de 33% de todas as exportações foram deslocadas
para a América do Sul, 30% foram para a América do Norte, 22,5% para a América Central,
9,45% para a África, 4% para a Europa, 1% para a Ásia e 0,5% das exportações foram
encaminhadas para a Oceania como mostra a figura 5. Desde 2000, as vendas externas
cresceram 180%.Os dez principais destinos das exportações brasileiras são, em seqüência:
EUA, Argentina, Paraguai, Chile, República Dominicana, África do Sul, Canadá, Costa Rica,
Trinidad e Tobago e Jamaica.Para 2008, as projeções indicam uma expansão da ordem de 4%
em US$ FOB.
Figura 6 – Destino das Exportações Brasileiras em 2007.
Fonte: Site da ANFACER, 2008.
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3.3. O PÓLO DE CAMPOS DOS GOYTACAZES
Foi feito um estudo sobre o Pólo Cerâmico a partir de informações pesquisadas na
RCC (Rede Cerâmica de Campos), Sindicato dos Ceramistas da cidade de Campos dos
Goytacazes e algumas Cerâmicas da região. O pólo localiza-se no Estado do Rio de Janeiro,
sudeste do Brasil e detém a maior produção de blocos de vedação do Estado do Rio de
Janeiro, com a produção estimada de 100 milhões de peças de bloco de vedação por mês, foi
o primeiro município a introduzir gás natural como fonte alternativa de combustível no país e
tem hoje a maior produção em tijolos, cerâmica vermelha, do Estado contendo 105 indústrias
de cerâmicas que veio preencher as lacunas existentes após as falências de várias usinas de
cana-de-açúcar da região.
Somente 16 fábricas são ligadas a RCC, tendo uma grande unificação dos
empresários, com a finalidade de está sempre mostrando um diferencial no controle da
qualidade com a presença do LABCERV (Laboratório de Ensaios Tecnológicos em Cerâmica
Vermelha) onde atende as indústrias locais e facilita a qualificação dos produtos, sendo um
agente propagador da conformidade; com um escritório automatizado, e dando aos seus
funcionários um seguro de vida e equipamentos como capacete, botina, camisa e causa.
A localização é privilegiada para a produção da cerâmica vermelha onde é marcada
pela encomenda, ou seja, grande parcela da produção é iniciada a partir da necessidade do
cliente. Todavia nem todas as empresas do pólo adotam essa postura. Denomina-se argila ao
conjunto de minerais, compostos principalmente de silicatos de alumínio hidratados, ferro e
alumínio que possuem a propriedade de formarem com a água uma pasta plástica suscetível
de conservar a forma moldada, secar e endurecer sob a ação do calor.
Por causa da grande diversidade de minerais encontradas nas argilas, é impossível
que haja duas jazidas rigorosamente iguais. Às vezes, podemos encontrar grandes diferenças
de composição dentro de uma mesma jazida. A argila é um material essencial, e o Pólo de
Campos produz um diferencial na parte de qualidade possibilitando que os empresários
inovassem a produção de blocos de vedação, aumentando a temperatura dos fornos e
diversificando a tonalidade das cores das peças fabricadas. No entanto o Pólo de Campos dos
Goytacazes não possui uma boa argila para a produção de pisos.
O RCC tem parceria com a FEEMA (Fundação Estadual de Engenharia do Meio
Ambiente) que é um órgão expedidor das recomendações, onde desempenham papel
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fundamental em termos de controle do meio ambiente no interior do Estado do Rio de
Janeiro, no entanto Campos é o único parceiro da FEEMA que tem licença ambiental, onde
todo setor existe uma licença de Operação. Também o Pólo de Campos dos Goytacazes tem
parceria com o IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis), com o SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas),
com a Prefeitura de Campos e o Governo do Estado.
Em termos de produção, o Pólo cresce a cada ano e é voltada para os blocos de
vedação, com tarifa diferenciada de 30% do preço e o custo se torna mais baixo quando se
queima em grande escala, já que a mesma se torna diferente de outros pólos, pois contém
maiores valores de absorção de resistência mecânica e de retração linear, devido à massa que
apresenta um tipo de pico endotérmico a 262,88°C característico de decomposição de
hidróxidos de alumínio e eventual hidróxido de ferro.
Entretanto para ter a queima de grande escala exige subsídios, então a região planta
no mês em torno de 1000 pés de eucalipto onde além de ajudar no corte de gastos de compra
de lenha, ajuda a servir como produção de secagem das peças cerâmicas. Ao término do
produto final são fabricados insumos que agridem ao meio-ambiente, como a celulose, a
COPAPA (Companhia Paduana de papéis), junto com os empresários aproveitaram este
insumo para outras finalidades.
A padronização do tijolo 9/19/19 já foi efetivada no pólo desde 2005 juntamente com
outros tamanhos (tabela 1) com a inovação desta padronização algumas indústrias têm tido
sucesso, uma das causas é a importação para várias regiões do Rio de Janeiro, no estado de
São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo e Bahia.
BLOCO DE
VEDAÇÃO
PREÇO
MEDIO
UNITARIO
(KG)
9x9x19 1,80
9x19x19 2,06
9x19x29 2,98
9x19x39 4,31
11, 5x19x19 2,38
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11, 5x19x29 3,58
14x19x19 2,95
14x19x29 4,53
14x19x39 6,10
19x19x19 4,18
19x19x29 5,92
19x19x39 6,35
Tabela 2 – Padronização dos blocos de Vedação e o seu preço unitário.
Fonte: Site da ANICER, 2008.
3.4. AS ETAPAS DA PRODUÇÃO
O processo de fabricação de produtos cerâmicos compreende não só etapas da
produção, mas também os principais fatores que interferem em cada uma delas e as
conseqüências dessas variáveis no produto final onde o processo em si é realizado ou em via
úmida ou em via seca dependendo do ambiente e do mesmo em suas etapas como mostra a
figura 6 e de uma maneira geral o processo de fabricação, abrangem as seguintes fases:
Insumos
Extração e Exploração nas jazidas
Preparação da matéria-prima
Modelagem por extrusão
Secagem
Queima e Expedição
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Figura 7 – Evolução da Capacidade Produtiva.
Fonte: Site da ANFACER, 2008.
Os insumos constituem-se em matérias-primas e recursos estruturais indispensáveis
para a cadeia produtiva. O consumo de energia elétrica é essencial na operação de maquinas e
equipamentos e a água utilizada nas cerâmicas é proveniente de poço próprio na grande parte
do pólo, outras utilizam ou da rede publica ou de um rio, ou de outra procedência. Quando se
tem em vista a exploração de uma jazida de argila, deve-se inicialmente fazer um estudo
completo das características do material que se vai explorar e do volume que poderá dispor.
No pólo de Campos dos Goytacazes atualmente existe um numero maior de indústrias que
possuem jazida própria.
O preparo da argila para a modelagem, primeiro é feito o sazonamento que consiste
na estocagem da mesma a céu aberto e depois realiza o estoque, pois a cerâmica vermelha é
marcada pelas encomendas. Eliminam-se as impurezas e colocam-se as matérias primas para
o caixão alimentador onde será feita a dosagem da quantidade do material necessário para dar
inicio a linha de produção.
Após a dosagem a mistura é encaminhada para os desintegradores, onde grandes
blocos de argila são desintregados e as pedras, caso existam, separadas através de centrifução.
Fim dessa fase é recomendável o descanso da massa (entre 1 a 20 dias), mas grande parte das
indústrias não opta pelo descanso. Depois de realizado o descanso da massa, o material é
colocado novamente no caixão alimentador e então a argila é encaminhada para o misturador,
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onde se inicia a fase da homogeneização, misturando as argilas e dosando ou ajustando a
porcentagem de água necessária à conformação.
O processo de extrusão consiste em compactar e forçar a massa por um pistão, numa
câmara de alta pressão equipada com sistema de desaeração, através de um bocal com
formato desejado. Este tipo de moldagem é feito num nível de umidade de 20 a 35% da água.
Com o resultado obtém-se uma coluna “extrudada”, com seção transversal e com o formato e
as dimensões desejadas. A umidade do material cerâmico assim que termina o processo de
modelagem varia, normalmente entre 7 e 30%.Após a secagem, esta umidade residual deve
estar abaixo de 5%. O tijolo comum conserva cerca de 1 kg de água após a moldagem.
A queima é a mais uma etapa fundamental para o processo produtivo, pois é nela que
o material cerâmico irá adquirir as propriedades para o uso, como a dureza, resistência
mecânica, resistência às intempéries e aos agentes químicos. A temperatura ideal para a
queima está entre 900°C e1000°C e a maioria das empresas que pertencem a RCC utilizam
fornos modernos e eficientes como o forno Hoffmann e uma pequena parte utiliza o forno
Túnel. Isso mostra que as indústrias já identificaram que a queima constitui o processo mais
delicado e importante da produção e por isso empregam equipamentos mais avançados nesse
estágio e garante uma grande evolução produtiva como mostra a figura 7:
Figura 8 – Evolução da Capacidade Produtiva.
Fonte: Site da ANFACER, 2008.
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4. DISCUSSÃO E CONCLUSÃO
Neste trabalho, a determinação de metodologias em que as indústrias de cerâmicas
juntamente com a rede de cerâmicas de Campos (RCC) vem apresentando a cada dia com sua
produção diversificada e mostrando uma qualidade em cerâmica vermelha. (Clarck e
Fugimoto, 1991: 18) comenta “O processo de desenvolvimento do produto é considerado a
partir de uma perspectiva de processamento de informações que se pauta por três
considerações:”
“O processo de desenvolvimento como simulação da fatura produção e consumo.”
“A importância da consistência nos detalhes do desenvolvimento.”
“O poder da integridade do produto na competição.”
Conforme os produtos produzidos pelas indústrias de cerâmica vermelha do pólo de
Campos dos Goytacazes estão presentes no dia-a-dia da população. A qualidade empregada
na produção está intimamente ligada ao bem estar de qualquer pessoa que possua tijolos,
telhas, bloco de vedação, blocos estruturais e tantos outros componentes da construção civil
em suas residências, escritórios e construção em geral.
Questões como essa deve ser considerada no principio de tomada de decisões quando
o assunto é qualidade, principalmente quando novas tecnologias surgem como concorrentes
diretas, portanto nas indústrias de cerâmicas do pólo de Campos dos Goytacazes, a estratégia
é resumida em tudo isso. Esse comportamento gerou uma grande competição que, embora
não existam estudos sistemáticos, resultou na perda da lucratividade das empresas do pólo.
Esse quadro levou as empresas a buscarem novos posicionamentos no mercado e a avaliar
novas contribuições da função produção: qualidade, flexibilidade e serviços.
O pólo de Campos dos Goytacazes tem hoje uma expectativa de mercado mais
qualificado e promovendo em conjunta a rede cerâmica o desenvolvimento dos produtos e as
normas técnicas são vistas como horizontes mais amplos que valorizam o setor, facilitando o
seu acesso com o novo panorama de construção civil e podendo promover a criação de
possibilidades e desafios.
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5. REFERÊNCIAS
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REVESTIMENTO. Informações diversas. Disponível em: < http://www.anfacer.org.br>.
Acesso em 12 dez. 2006 e 15 abril. 2008
HAYES, R.H, WHEELWRIGHT, S.C., Restoring our Competitive Edge – Competing
Through Manufacturing USA, John Wiley & Sons, Inc., 1984
HAYES, R.H, WHEELWRIGHT, S.C, CLARCK, K.B., Dynamic Manufacturing – Creating
the Learning Organizacion, New York, Free Press, 1988
SWAMINDASS, P.M.; NEWELL, W.T Manufacturing atrategy, environment uncertainty
and perfomace: A path analytic model, Management Science, v.33, 1987.
FLEURY, A.. FLEURY, M.T. Aprendizagem e inovação organizacional (a experiências de
Japão, Coréia e Brasil) 2º edição. São Paulo ED: ATLAS S.A – 1997 pg.60
ASSOCIAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA CERÂMICA. Informações diversas.
Disponível em: <http://www.anicer.com.br>. Acesso em 25 abril.2008
ANDRADE, Maria Margarida de. Introdução à Metodologia do Trabalho Científico:
elaboração de trabalhos na graduação, 5º Ed. São Paulo: Atlas, 2001.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CERÂMICA. Informações diversas. Disponível em:
<http://www.abceram.org.br>. Acesso em 10 maio. 2008