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Os Fatores que Influenciam as Atitudes do Consumidor quanto aos Produtos Transgênicos: uma abordagem experimental

Autoria: Celso Augusto de Matos Resumo Pesquisas têm revelado que as atitudes dos consumidores quanto a produtos alimentícios geneticamente modificados (OGMs) são negativas em vários países, dentre eles o Brasil. Apesar dos benefícios atribuídos a eles, os riscos associados à saúde e ao meio ambiente ainda se sobressaem. Por ser um tema novo, poucas pesquisas já investigaram empiricamente e de forma científica os efeitos combinados da alteração genética e dos benefícios possíveis nas percepções dos consumidores. Com o objetivo de investigar essa questão, e com base na teoria, foram realizados dois experimentos manipulando-se os fatores modificação (presente x ausente) e benefícios adicionais do produto (nenhum, saúde, preço inferior e maior validade). Como resultados verificou-se que: (i) a presença de modificação genética no produto gerou avaliações desfavoráveis da imagem e das intenções em relação ao mesmo; (ii) os benefícios adicionais testados não alteraram a percepção negativa, atuando, no caso do benefício de preço inferior, no sentido contrário; (iii) consumidores mais envolvidos com OGMs apresentam imagem e intenções comportamentais mais favoráveis; (iv) as variáveis demográficas como sexo, idade e escolaridade influenciam nas atitudes dos consumidores. Por fim são apresentadas as discussões, limitações e sugestões para novas pesquisas.

INTRODUÇÃO A introdução de produtos alimentícios modificados geneticamente no mercado tem

gerado discussões em vários países, dentre eles o Brasil. Esses produtos, também chamados de transgênicos ou organismos geneticamente modificados (OGMs) podem fornecer benefícios aos produtores, aos consumidores e ao meio ambiente por meio de aumento na produtividade, redução no preço final dos alimentos e decréscimo no uso de pesticidas (Tsay, 2004). Entretanto, a aceitação dos OGMs pelos consumidores é baixa, principalmente por causa dos potenciais danos que esse tipo de manipulação poderá causar à saúde e ao meio ambiente. Uma pesquisa realizada em 2002, por exemplo, mostrou que 71% dos brasileiros rejeitavam os transgênicos (Ibope, 2002). Outros fatores como falta de confiança nos mecanismos regulatórios e preocupações sociais, ambientais e éticas têm levado a uma rejeição desse tipo de produto também em outros países (Tsay, 2004).

Apesar do caráter de relativa inovação desse tema, vários estudos já tentaram explicar a formação da atitude do consumidor quanto aos produtos transgênicos com base na teoria de comportamento do consumidor (Frewer et al., 1995, Bredahl et.al, 1998, Bredahl, 2001).

Nesse contexto, uma questão importante diz respeito às reações que os consumidores terão frente à existência de OGMs dentre as suas opções de compra de inúmeros produtos alimentícios, principalmente aqueles à base de soja e milho, mas também outros como leite, pão, carne e frutas: Qual é a percepção do consumidor brasileiro sobre o conceito ‘transgênico’? Quais associações são feitas à idéia de modificação genética do produto? Além disso, quais dos benefícios adicionais alegados pelos produtores de versões transgênicas poderão ter chance de maior aceitação junto a esses consumidores?

Bredahl et al. (1998) afirmam que a atitude negativa em relação ao OGM pode ser atenuada pela presença de um benefício adicional. Porém, os tipos de benefícios que representam justificativas mais aceitáveis para modificações genéticas nos produtos ainda estão para ser investigados (Frewer et. al, 1995).

Nesse sentido, o objetivo do presente trabalho foi avaliar as percepções e intenções de consumidores em relação aos OGMs e comparar, por meio da metodologia experimental, se a

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existência de um benefício adicional altera essas atitudes e, em caso afirmativo, testar qual tipo de benefício anunciado promoveria uma maior aceitação do OGM. Três benefícios foram usados, seguindo as recomendações de pesquisa anterior de Frewer et al. (1995): relativos à saúde, à redução no custo do produto e ao aumento no prazo de validade.

Inicialmente, faz-se uma revisão da literatura apresentando-se os conceitos básicos dos OGMs e as principais pesquisas sobre as reações dos consumidores em relação a esses alimentos, bem como os conceitos de atitudes e envolvimento do consumidor na teoria de marketing. A seguir, são apresentados os dois estudos experimentais conduzidos, iniciando-se com a descrição dos procedimentos metodológicos e a seguir para a análise dos resultados, incluindo a checagem dos estímulos, a análise das escalas (confiabilidade e dimensionalidade) e o teste das hipóteses. Por fim, é apresentada uma discussão dos principais resultados, incluindo suas implicações teóricas e práticas, bem como as limitações e as recomendações para novas pesquisas.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Atitudes. Segundo Bagozzi et al. (2002), as definições mais aceitas de atitudes são aquelas que a relacionam a uma avaliação de algum objeto específico de forma favorável ou desfavorável. Nesse mesmo sentido, Petty e Cacioppo (1981) afirmam que há consenso de que o termo é usado para se referir a um sentimento geral e duradouro, seja positivo ou negativo, a respeito de uma pessoa, objeto ou assunto.

É comum na literatura sobre atitudes interpretá-la como um construto formado por três dimensões: cognitiva, afetiva e comportamental (Ajzen e Fishbein, 1997). O componente cognitivo representa as informações do indivíduo sobre um objeto, a consciência da existência do objeto, crenças a respeito das características do objeto e julgamentos sobre a importância relativa de cada um desses atributos. Já o componente afetivo está ligado aos sentimentos que se tem em relação ao objeto, por exemplo, em termos da polaridade desfavorável-favorável. A dimensão comportamental, por sua vez, está ligada as intenções que se tem quanto ao objeto (adquirí-lo ou não, recomendá-lo etc.) e a conseqüente ação.

Atitudes em relação a transgênicos. Os OGMs podem ser definidos como “...um ser vivo cuja estrutura genética – a parte da célula onde está armazenado o código da vida – foi alterada pela inserção de genes de outro organismo, de modo a atribuir ao receptor características não programadas pela natureza” (Morais, 2000). Estima-se que o cultivo para fins comerciais de variedades transgênicas de plantas se iniciou por volta de 1995 e em 1999 se previa que aproximadamente 40 milhões de hectares de terra já eram plantados com variedades transgênicas de mais de 20 espécies (Tsay, 2004). As plantações mais importantes comercialmente incluem as de soja e milho, mas outras também são possíveis como algodão, arroz, feijão, frutas e até o leite, com uma versão ‘dietética’ (30% a menos de gordura e 10% a mais de proteína, segundo estudo da Embrapa citado por Morais, 2000).

Apesar de vários argumentos usados a favor dos transgênicos por seus defensores (como aumento na produção, maior resistência a doenças, insetos e herbicidas e uma maior qualidade do produto), é grande a resistência da população em relação aos mesmos em muitos países, dentre eles o Brasil (Ibope, 2002).

Em vista dessa resistência por parte dos consumidores e das discussões sociais, éticas e regulatórias que o assunto tem propiciado, estudos na área de comportamento do consumidor têm examinado as atitudes dos consumidores e as suas intenções comportamentais em relação aos produtos transgênicos. Em seu estudo, Tsay (2004) afirma que o uso reduzido de pesticidas foi considerado o benefício mais importante de OGMs para os consumidores pesquisados e que os riscos potenciais à saúde decorrentes de OGMs eram a preocupação maior deles. Além disso, a maioria era favorável à rotulação dos produtos transgênicos.

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Renton e Fortin (2002) investigam os efeitos dos fatores modificação genética (presente x ausente) e benefício adicional (presente x ausente) nas atitudes dos consumidores quanto aos OGMs e concluem que a modificação genética tem um impacto negativo nas atitudes e que o benefício adicional não é capaz de contrabalanceá-lo. O benefício adicional utilizado foi o de maior prazo de validade (pão e leite foram os produtos investigados).

Frewer et al. (1995) defendem que é preciso investigar se benefícios para a saúde e o meio ambiente representam justificativas mais aceitáveis para a modificação genética, do ponto de vista do consumidor, quando comparadas a custo reduzido e maior prazo de validade.

A presença de um benefício adicional e a sua associação aos OGMs poderão atenuar a atitude negativa do consumidor em relação a eles, segundo Bredahl et al. (1998). Resta saber qual tipo de benefício será mais aceito pelo consumidor brasileiro, visto que as pesquisas acadêmicas sobre esse assunto no Brasil ainda são incipientes.

Envolvimento. Esse conceito é definido como a relevância pessoal que se dá a um objeto (Petty e Cacioppo, 1981). Pesquisas sobre ele freqüentemente têm por objetivo avaliar a persuasão (mudança na atitude) e a coerência entre intenção e ação. Segundo Petty e Cacioppo (1981: 256), existem duas vias pelas quais ocorre a persuasão:

a) A rota central, na qual “... o receptor da mensagem recebe os argumentos, tenta entendê-los e a seguir os avalia. Alguns argumentos geram idéias a favor, enquanto outros levam a pensamentos contrários. A pessoa então integra toda essa informação em uma posição coerente e racional”. Nesse caso, a mudança de atitude é conseqüência de uma consideração cuidadosa da questão sob avaliação;

b) A rota periférica na qual a mudança de atitude é influenciada por “...fatores como as recompensas ou punições com as quais a mensagem está associada, ou as distorções que surgem na percepção da mensagem ou as simples inferências que o sujeito faz sobre os motivos pelos quais um anunciador defendeu um argumento específico ”. As mudanças nas atitudes induzidas através da rota periférica são tidas como relativamente temporárias e sem capacidade de prever o comportamento.

A questão que surge é quando se usa a rota central e quando se usa a rota periférica. Segundo Petty, Cacioppo e Schumann (1983), é o envolvimento com a referida questão que definirá qual ‘caminho’ será seguido pelo processador da informação: em situações de alto envolvimento predomina a rota central e em situações de baixo envolvimento, a rota periférica.

HIPÓTESES Com base na fundamentação teórica exposta, as seguintes hipóteses são propostas:

H1: A presença de modificação genética no produto gera uma imagem negativa e uma intenção de compra desfavorável por parte dos consumidores.

H2: A presença de um benefício adicional no produto que sofreu modificação genética atenuará a imagem negativa e as intenções de compra desfavoráveis.

H3: Consumidores de alto envolvimento com produtos modificados geneticamente apresentam médias maiores de imagem e intenções de compra de OGMs quando comparados aos de baixo envolvimento.

EXPERIMENTO 1 Metodologia

Segundo a tipologia de Malhotra (2001), a pesquisa pode ser classificada como quantitativa, conclusiva e causal. Foi realizado um experimento fatorial em que foram manipulados os fatores modificação genética em 2 níveis (ausente e presente) e benefício adicional em 4 níveis (sem benefício, benefício para a saúde, custo reduzido e maior prazo de

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validade). Assim, foram comparados oito grupos, sendo que os grupos sem benefício/sem modificação e sem benefício/com modificação foram considerados grupos de controle. As variáveis dependentes foram medidas somente após a exposição ao estímulo.

O produto usado na mensagem de estímulo do experimento foi o leite, mais especificamente uma marca fictícia, chamada Vida Nova. Ela foi apresentada ao consumidor como uma nova marca que estava sendo lançada no mercado. A escolha desse tipo de produto se deve ao fato de ser amplamente usado, aumentando, assim, a acessibilidade da amostra, e também pela possibilidade de ser modificado geneticamente, além de já ter sido usado em estudo anterior (Renton e Fortin, 2002) e permitir comparação nos resultados.

Foi usada a amostragem não probabilística do tipo conveniência, obtida junto a estudantes universitários de cursos noturnos. Segundo James e Sooner (2001), esse é o tipo de amostra por conveniência que mais se aproxima de uma amostra real. Cada sujeito de pesquisa foi atribuído aleatoriamente a um dos oito grupos experimentais.

Materiais e procedimentos. Após receberem aleatoriamente um dos questionários e antes de lerem o anúncio da empresa (estímulo), os consumidores respondiam nove questões, sendo as quatro primeiras relacionadas ao seu envolvimento com o produto leite, as quatro seguintes sobre o seu envolvimento com OGMs em geral, e uma última sobre o seu grau de responsabilidade em tomar as decisões de compra de alimentos na sua casa. As oito questões sobre envolvimento foram adaptadas de Zaichkowsky (1985) e foram apresentadas no formato Likert de 1 a 7. Já a questão sobre a responsabilidade pela compra de alimentos usou uma escala diferencial semântico, variando de 1 (nunca) a 7 (sempre), adaptada de Renton e Fortin (2002). Essas questões foram incluídas para serem controladas na análise de variância como covariáveis.

Os estímulos utilizados (variáveis independentes) foram oito anúncios criados para a marca fictícia que estaria sendo lançada no mercado. Cada respondente recebeu apenas uma das oito combinações, por escrito, como se tivessem sido divulgados pela empresa no lançamento do produto (ver Anexo). Cada anúncio manipulava os dois fatores pesquisados: (i) modificação genética: sim e não; (ii) benefício adicional: sem benefício, benefício para a saúde do consumidor, benefício em termos de preço inferior e benefício em termos de maior prazo de validade do produto. Esses níveis foram propostos a fim de se investigar quais tipos de benefícios representam justificativas mais aceitáveis para modificações genéticas nos produtos (Frewer et al.,1995).

Logo após a exposição do estímulo, foram incluídas duas questões de checagem, segundo recomendação de Perdue e Summers (1986), a fim de se investigar se a interpretação do respondente em termos dos fatores (modificação genética e benefício adicional) ocorreu conforme o planejado. A primeira interrogava se o produto lançado havia ou não sido modificado geneticamente e foi usada em toda a amostra. Já a segunda, usada apenas para os grupos que receberam anúncio com algum benefício, perguntava qual tipo de benefício estava sendo apresentado (saúde, custo ou validade).

Variáveis dependentes. Após as questões de checagem, duas variáveis dependentes foram medidas a fim de se mensurar as atitudes dos consumidores: imagem da empresa e intenções comportamentais, sendo a primeira numa escala de diferencial semântico com cinco itens, adaptada de Maheswaran e Sternthal (1990) e a segunda em escala do tipo Likert com quatro itens, adaptada de Zeithaml, Parasuraman e Berry (1996).

Questões demográficas (sexo, idade e escolaridade) foram incluídas ao final do questionário pois alguns estudos sugerem um efeito das mesmas na atitude em relação a alimentos transgênicos (Subrahmanyan e Cheng, 2000).

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Resultados A amostra pesquisada foi composta por um total de 303 respondentes, sendo que destes

164 (54%) eram do sexo masculino e 280 (92%) possuíam curso superior incompleto. Dos 298 que responderam a questão sobre a sua idade, 203 (67%) possuíam até 25 anos, 55 (18%) entre 26 e 30 anos e 40 (15%) com 31 anos ou mais. Dos respondentes, 171 (69%) marcaram 4 ou mais numa escala de 1 (nunca) a 7 (sempre) que pedia para avaliar a freqüência com que era responsável pela compra de alimentos na sua casa (média=4,55 e desvio=1,96).

Checagens. Dos 144 que receberam um anúncio apresentando o produto com modificação genética, 128 (88,9%) afirmaram que houve, sim, tal modificação. Dos 159 que receberam um anúncio afirmando que o produto estava livre de modificação genética, 141 (88,7 %) afirmaram que ele não havia mesmo sido modificado. O teste de qui-quadrado para esses resultados apresentou valor de 193,12 (p<0,000), mostrando, portanto, que os estímulos foram interpretados conforme o previsto.

Foi feita a checagem também para a interpretação do estímulo ‘benefício’: dos 75 que receberam o anúncio afirmando que o produto trazia benefícios para a saúde, 74 (99%) marcaram a opção benefício para a saúde na questão de checagem; dos 74 que receberam o anúncio de custo reduzido, 57 (77%) afirmaram que o benefício anunciado para o produto era o preço reduzido e dos 75 que receberam o anúncio de prazo maior de validade, 64 (85%) entenderam que o produto garantia um prazo maior de validade.

Aqueles pesquisados que responderam os itens de checagem de forma divergente do estímulo recebido foram excluídos da amostra, bem como os que deixaram essas questões em branco. Os grupos ficaram, então, distribuídos conforme tabela 1. Foram estes os grupos efetivos usados nas análises dos dados e teste das hipóteses (n=248).

TABELA 1 – Tamanho final da amostra e dos grupos Benefício (1)

Sem benefício

(2) Benefício para saúde

(3) Custo

Reduzido

(4) Maior

Validade

Total

(A) Sem alteração 39 35 24 24 122 Produto (B) Com alteração 33 30 30 33 126

Total 72 65 54 57 248

Análise das variáveis dependentes. As variáveis imagem da empresa e intenções comportamentais foram pesquisadas por meio de escalas. A confiabilidade dessas escalas, avaliada pelo alpha de Cronbach, apresentou valores satisfatórios, já que autores como Nunnally (1967) sugerem para estudos experimentais um valor mínimo de 0,80. As duas escalas de envolvimento também tiveram resultados semelhantes (tabela 2).

TABELA 2 – Análise de confiabilidade das escalas Escala Tipo Itens do

Questionário Alpha de Cronbach

Amostra

Envolvimento com o produto leite Likert Q1, Q2, Q3, Q4 0,824 248 Envolvimento com OGMs Likert Q5, Q6, Q7, Q8 0,906 247 Imagem da empresa Diferencial

Semântico Q12_1, Q12_2, Q12_3, Q12_4, Q12_5

0,806 230

Intenções comportamentais Diferencial Semântico

Q13_1, Q13_2, Q13_3, Q13_4

0,917 241

NOTA – O tamanho da amostra variou em função da existência de dados ausentes em alguns itens.

A análise da dimensionalidade das escalas foi realizada por meio da técnica de análise fatorial. Foi usado o método de componentes principais e retido o fator com autovalor maior ou igual a um (tabela 3). Como todas as escalas se mostram unidimensionais, usou-se o escore fatorial, média ponderada dos itens, como representante de cada variável estudada. As

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seguintes variáveis foram então obtidas: envolvimento com o produto pesquisado, envolvimento com OGMs, imagem da empresa e intenções comportamentais.

TABELA 3 – Análise de dimensionalidade das escalas Escala Itens do

questionário KMO Bartlet: qui-

quadrado (sig) Variância explicada

Envolvimento com o produto leite Q1, Q2, Q3, Q4 0,771 417,81 (0,000) 67,87% Envolvimento com OGMs Q5, Q6, Q7, Q8 0,823 673,44 (0,000) 78,15% Imagem da empresa Q12_1, Q12_2, Q12_3,

Q12_4, Q12_5 0,780 447,60 (0,000) 57,41%

Intenções comportamentais Q13_1, Q13_2, Q13_3, Q13_4

0,768 788,88 (0,000) 80,18%

NOTA – KMO (Kaiser-Meyer-Olkin) é uma medida de adequação da amostra para o uso da análise fatorial, bem como o teste de Bartlet. O resultado em ambos sugere a aplicação da técnica.

Teste das hipóteses. Para o teste das hipóteses são usadas tanto a análise univariada da variância (ANOVA) quanto a multivariada (MANOVA), visto que as variáveis dependentes imagem da empresa e intenções comportamentais são correlacionadas (r=0,491, p<0,000) e pretendem mensurar um conceito único, qual seja, o de atitudes. Segundo Hair et al (1998), a técnica multivariada MANOVA é a mais adequada para se comparar grupos em mais de uma variável dependente. A sua principal vantagem é considerar a possibilidade de que um conjunto de variáveis dependentes possa fornecer maiores evidências quanto a verdadeiras diferenças entre os grupos.

Teste de H1. A primeira hipótese prevê que a presença de modificação genética no produto resultará em uma percepção negativa e intenções comportamentais desfavoráveis em relação ao produto. Assim, em termos operacionais, a previsão é de que os grupos que receberam o anúncio afirmando a presença de modificação genética na nova marca lançada apresentarão média significativamente menor nas variáveis imagem e intenções se comparados aos grupos cujo anúncio afirmava a ausência de modificação genética. Essa hipótese foi testada pela análise univariada de variância (Anova). Os resultados principais são apresentados na tabela 4.

TABELA 4 – Comparação de médias nos grupos com e sem modificação genética Variável n Média Desvio-

padrão F gl p

Imagem da empresa1 18,344 1 0,000 Sem modificação 115 0,272 1,002 Com modificação 115 -0,272 0,925

Intenções comportamentais2 38,039 1 0,000 Sem modificação 120 0,371 0,887 Com modificação 121 -0,368 0,972

NOTAS – (1) teste de Levene=3,159 (p<0,077); (2) teste de Levene=3,218 (p<0,074). O pressuposto de homogeneidade da variância não foi violado.

Percebe-se que a média da variável imagem da empresa é significativamente diferente (p<0,000) entre o grupo que recebeu anúncio com modificação genética e o grupo que recebeu anúncio sem modificação, sendo menor no primeiro deles, conforme previa a hipótese. Assim, os consumidores perceberam a imagem da empresa de forma desfavorável quando o seu produto anunciava a existência de modificação genética.

O mesmo padrão de resultados foi encontrado para a segunda variável, intenções comportamentais, com o mesmo nível de significância (p<0,000), concluindo-se que os consumidores manifestaram menores níveis de intenções de compra quando havia a presença de modificação genética no produto anunciado.

Conforme se esperava, o envolvimento dos respondentes com o produto pesquisado não foi diferente entre os grupos (F1,247=2,628, p<0,106), pois essa variável não foi manipulada e

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os sujeitos foram atribuídos aleatoriamente aos grupos. O mesmo resultado se repetiu para a variável envolvimento com OGMs (F1,245=0,496, p<0,482).

Teste de H2. Essa hipótese prevê que a presença de um benefício adicional no produto que sofreu modificação genética atenuará as atitudes negativas e as intenções de compra desfavoráveis. Para testá-la, pode-se, inicialmente comparar os grupos cujo produto teve modificação genética e algum benefício adicional com o grupo que teve modificação genética mas não teve benefício adicional (comparar B2, B3 e B4 com B1 na tabela 1). O gráfico 1 ilustra os valores médios de imagem e intenções nesses grupos.

Vê-se pelo gráfico que em todos os quatro grupos a média das variáveis imagem e intenções apresentou valor negativo. Isso mostra que, a princípio, a existência de um benefício não atenuou a avaliação do produto. Porém, é preciso analisar quais das diferenças são significativas.

-1,5

-1

-0,5

0

0,5

1

1,5

Imagem Intenções

com mod/sem benef

com mod/saúde

com mod/preço

com mod/validade

GRÁFICO 1 –Imagem e Intenções dos grupos com produto modificado geneticamente

Fazendo-se o teste de Scheffe para as diferenças de médias duas a duas (Kirk, 1968), verifica-se que somente na variável imagem houve diferenças significativas. Percebe-se que o ‘benefício’ de preço associado ao produto que sofreu modificação genética contribuiu para uma imagem negativa do mesmo quando comparado a qualquer um dos outros três grupos (tabela 5).

TABELA 5 – Significância das diferenças entre os grupos Variáveis Contrastes

Imagem Intenções sem benefício x saúde 0,899 0,994 sem benefício x preço 0,036 0,553 sem benefício x validade 0,956 0,761 saúde x preço 0,006 0,416 saúde x validade 0,998 0,618 preço x validade 0,009 0,983

Há indícios, portanto, de que o preço pode não ser um beneficio adicional ideal ao se anunciar um produto que foi modificado geneticamente. Essa reflexão será retomada na seção adiante de discussão dos resultados.

Uma alternativa para o teste dessa hipótese é o uso da análise multivariada da variância, cujo objetivo é considerar o efeito dos fatores (modificação e benefício) nas variáveis dependentes (imagem e intenções) de forma conjunta, já que elas são correlacionadas, conforme já exposto. Pode-se, e deve-se, inclusive, controlar os efeitos das variáveis relevantes incluídas no questionário, chamadas covariáveis: envolvimento com o produto,

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envolvimento com OGMs e nível de responsabilidade do pesquisado em termos das decisões de compra na sua residência. Na tabela 6 são apresentados os valores do critério de Wilks, o mais usado em MANOVA (Hair et al., 1998).

TABELA 6 – MANOVA com os fatores modificação genética e benefício adicional Efeito Critério de

Wilks (valor)F gl

hip gl

erro Sig.

Modificação 0,845 20,231 2,00 221,00 0,000 Benefício 0,930 2,731 6,00 442,00 0,013

Modificação x 0,949 1,938 6,00 442,00 0,073 Benefício

NOTA – Box’s M=28,937; F=1,336 (p<0,138). O pressuposto de igualdade da matriz de covariância não foi violado.

Dentre os efeitos principais, percebe-se que ambos são significativos. O efeito de interação não é significativo ao nível de 5% (p<0,073). Entretanto, quando se controla os efeitos das variáveis envolvimento com o produto, envolvimento com OGMs e responsabilidade pelas decisões na compra de alimentos (entram como covariáveis), a interação passa a ser significativa (tabela 7).

TABELA 7 – MANCOVA com os fatores modificação genética e benefício adicional Efeito Critério de

Wilks (valor) F gl

hip gl

erro Sig.

Env_prod 0,988 1,321 2,000 217,000 0,269 Env_pgm 0,914 10,186 2,000 217,000 0,000

Responsabilidade 0,999 0,077 2,000 217,000 0,926 Modificação 0,840 20,692 2,000 217,000 0,000

Benefício 0,931 2,617 6,000 434,000 0,017 Modificação x Benefício 0,941 2,245 6,000 434,000 0,038

NOTAS – (1) Box’s M=28,550; F=1,318 (p<0,149). O pressuposto de igualdade da matriz de covariância não foi violado; (2) Env_prod: envolvimento com o produto pesquisado, Env_pgm: envolvimento com OGMs, Responsabilidade: responsabilidade pelas decisões de compra.

Percebe-se pela tabela 7 que os fatores modificação e benefício são significativos, bem como a interação entre eles. Das variáveis controladas, vê-se que o envolvimento com OGMs possui efeito significativo nas variáveis dependentes do modelo (imagem e intenções). Os efeitos univariados dessa análise são apresentados na tabela 8.

TABELA 8 – ANOVA dos fatores modificação e benefício Fonte Variável

dependente Soma de

quadrados gl

Quadrado Médio

F Sig.

Imagem 1,359 1 1,359 1,570 0,212 Env_prod Intenções 1,700 1 1,700 2,151 0,144 Imagem 1,507 1 1,507 1,741 0,188 Env_pgm Intenções 15,897 1 15,897 20,119 0,000 Imagem 6,070E-05 1 6,070E-05 0,000 0,993 Responsabilidade Intenções 0,103 1 0,103 0,131 0,718 Imagem 17,021 1 17,021 19,657 0,000 Modificação Intenções 29,362 1 29,362 37,162 0,000 Imagem 10,054 3 3,351 3,870 0,010 Benefício Intenções 6,062 3 2,021 2,558 0,056 Imagem 9,406 3 3,135 3,621 0,014 Modificação x

Benefício Intenções 1,930 3 0,643 0,814 0,487 NOTA - Testes de Levene: imagem: F=2,480 (p<0,018); intenções: F=1,077 (p<0,379).

Vê-se na tabela 8 que a interação é significativa na variável imagem da empresa (ilustrada no gráfico 2, esquerda). Pode-se dizer que para essa variável, quando o produto não possui modificação genética, existe diferença entre os benefícios (F3,111=2,596, p<0,056),

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sendo que a diferença maior acontece na comparação do grupo com benefício para a saúde em relação ao grupo sem benefício (p<0,060), ainda que a diferença esteja ao nível de 10% de confiança. Quando o produto sofre modificação genética, também existe diferença entre os grupos (F3,111=5,568, p<0,001), sendo que o grupo com benefício de preço baixo apresentou média significativamente menor em relação aos grupos sem benefício (p<0,036), benefício para a saúde (p<0,006) e benefício de validade maior (p<0,009). Pode-se dizer, então, que o benefício de preço inferior influencia negativamente na percepção da imagem da marca pelo consumidor.

GRÁFICO 2 – Imagem e Intenções como função dos fatores benefício e modificação

Já em termos da variável intenções comportamentais (gráfico 2, direita), os benefícios não foram diferentes entre si quando o produto não era modificado (F3,116= 1,726; p<0,165) ou quando era modificado (F3,117= 1,346; p<0,263). De forma geral, observa-se que os grupos com modificação genética tiveram níveis médios de intenções comportamentais inferiores quando comparados aos grupos sem modificação genética, independente do tipo de benefício. Esse resultado reforça os que foram encontrados no teste da primeira hipótese.

Teste de H3. Essa hipótese prevê que os consumidores de alto envolvimento com OGMs apresentarão médias maiores de imagem e intenções de compra de OGMs se comparados aos de baixo envolvimento.

Conforme já apresentado anteriormente, as duas variáveis de envolvimento (com o produto pesquisado e com OGMs) não apresentaram diferenças significativas de médias entre os grupos com modificação e sem modificação genética, como se era de esperar já que essa variável não foi manipulada e os sujeitos foram atribuídos aleatoriamente aos grupos.

A fim de se testar a hipótese acima, pode-se, entretanto, classificar os sujeitos da amostra em dois níveis de envolvimento (alto e baixo) e avaliar se a imagem e as intenções são diferentes entre eles, considerando somente os grupos com modificação genética. Usando-se a mediana como ponto de corte, foram obtidos os resultados apresentados na tabela 9.

TABELA 9 – Comparação de médias nos grupos de alto e baixo envolvimento Variável n Média Desvio-

padrão F gl p

Imagem da empresa1 10,503 1 0,002 Baixo envolvimento 53 -0,563 0,943 Alto envolvimento 61 -0,02 0,845

Intenções comportamentais2 40,931 1 0,000 Baixo envolvimento 56 -0,885 0,753 Alto envolvimento 64 0,099 0,910

NOTAS – (1) teste de Levene=0,121 (p<0,729); (2) teste de Levene=1,316 (p<0,254).

-1,0

-0,5

0,0

0,5

1,0

não simmodificação

IMA

GE

M

sem benefício

saúde

preço baixo

validade maior

-1,0

-0,5

0,0

0,5

1,0

não simmodif icação

INT

EN

ÇÕ

ES

sem benefício

saúde

preço baixo

validade maior

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Vê-se pela tabela que as médias de imagem e de intenções foram menores no grupo de baixo envolvimento. No caso da imagem, ambas são negativas, sendo menor no caso de baixo envolvimento (p<0,002). Já as intenções comportamentais possuem valor médio negativo no grupo de baixo envolvimento e positivo no grupo de alto envolvimento (p<0,000). Pode-se dizer então que os consumidores de maior envolvimento com o produto transgênico diferem significativamente daqueles de baixo envolvimento no que se refere à percepção do produto e às intenções de compra.

Os mesmos resultados foram encontrados ao se dividir a amostra em três grupos, com base nos percentis 33 e 66 da variável envolvimento com OGMs, ao invés da mediana. Usando-se esse critério e aplicando-se a análise de variância, foram encontrados resultados semelhantes aos do critério anterior, pois houve influência significativa na imagem (F2,111=6,599, p<0,002), e nas intenções (F2,117=20,595, p<0,000).

Variáveis demográficas. Embora não houvesse hipóteses com as questões demográficas, foi verificado também se havia diferença de avaliação da imagem e das intenções entre as variáveis de sexo, idade e escolaridade. Houve diferença apenas na variável imagem entre homens e mulheres, sendo que os primeiros apresentaram valores médios significativamente mais negativos (F1,228=4,572; p<0,034). Esse resultado é retomado na seção de discussão.

EXPERIMENTO 2 Metodologia

A fim de se ampliar a validade externa dos resultados encontrados no primeiro estudo, foi realizada uma replicação do mesmo em uma nova amostra, que se manteve, entretanto, não probabilística por conveniência. Os alunos da disciplina Pesquisa de Marketing do curso de Administração de uma faculdade privada fizeram, depois de um treinamento, a aplicação de um questionário (o mesmo do experimento 1) junto a familiares, amigos e pessoas do trabalho. A fim de facilitar a tarefa cada aluno deveria aplicar somente dez questionários de um mesmo tipo e, para motivar os alunos, o professor distribuiu pontos para essa atividade.

Resultados De um total de 376 questionários recolhidos, 276 foram aproveitados como válidos após

verificação de dados incompletos e checagem quanto à interpretação dos estímulos utilizados. Do total aproveitado, 142 (51%) eram do sexo masculino. Em termos de escolaridade: 105 (38%) possuíam até o segundo grau completo, 147 (53%) o curso superior e 24 (9%) pós-graduação. Em termos de idade: 86 (31%) até 25 anos, 63 (23%) entre 26 e 30 anos, 77 (28%) entre 31 e 40 anos e 50 (18%) acima de 41 anos. Em termos de responsabilidade pela compra: 219 (79%) marcaram 4 ou mais na escala de 1 (nunca) a 7 (sempre) (média=5,08 e desvio=1,91). Em termos de tamanho, os grupos variaram entre 20 e 49 (tabela 10).

TABELA 10 – Tamanho dos grupos Benefício (1)

Sem benefício

(2) Benefício para saúde

(3) Custo

Reduzido

(4) Maior

Validade

Total

(A) Sem alteração 35 40 25 31 131 Produto (B) Com alteração 20 34 42 49 145

Total 55 74 67 80 276

De modo similar ao primeiro estudo, foram realizadas as análises de confiabilidade e dimensionalidade das escalas antes do teste das hipóteses. A análise da confiabilidade das escalas apresentou os seguintes valores para o alpha de Cronbach: 0,826 (envolvimento com produto), 0,937 (envolvimento com OGMs), 0,854 (imagem da empresa) e 0,943 (intenções comportamentais), indicando portanto um nível satisfatório de confiabilidade.

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Na análise fatorial, da mesma forma que no primeiro estudo, as escalas se mostraram unidimensionais, com variâncias explicadas de 67,87% (envolvimento com produto), 84,23% (envolvimento com OGMs), 64,28% (imagem da empresa) e 85,61% (intenções comportamentais). A partir desses fatores foi calculado um índice para cada variável (escore fatorial) e os mesmos foram usados como variáveis no teste das hipóteses.

Teste das hipóteses. São usadas novamente as versões univariadas e multivariadas de análise da variância, visto que as variáveis dependentes imagem da empresa e intenções comportamentais são correlacionadas (r=0,628, p<0,000).

Teste de H1. Essa hipótese previa que a presença de modificação genética no produto resultaria em uma percepção negativa e intenções comportamentais desfavoráveis em relação ao produto. Os resultados para o estudo 2 são apresentados na tabela 11.

TABELA 11 – Comparação de médias nos grupos com e sem modificação genética Variável n Média Desvio-

padrão F gl p

Imagem da empresa1 13,815 1 0,000 Sem modificação 123 0,239 0,917 Com modificação 140 -0,210 1,025

Intenções comportamentais2 26,933 1 0,000 Sem modificação 128 0,318 0,888 Com modificação 142 -0,286 1,012

NOTAS – (1) teste de Levene=0,465 (p<0,496); (2) teste de Levene=5,856 (p<0,016).

Os resultados apresentados na tabela 11 permitem afirmar que os consumidores que receberam o anúncio da marca com modificação genética perceberam uma imagem negativa e tiveram uma intenção comportamental desfavorável. Nesta última, como o pressuposto de homogeneidade da variância foi violado, realizou-se também o teste não paramétrico de Kruskal-Wallis, cujos resultados não foram diferentes do anterior (χ2= 23,83; p<0,000).

Teste de H2. Essa hipótese previa que a presença de um benefício adicional no produto que sofreu modificação genética atenuaria a imagem negativa e as intenções de compra desfavoráveis. Para testá-la, pode-se, comparar os grupos cujo produto teve modificação genética e algum benefício adicional com o grupo que teve modificação genética mas não teve benefício adicional . O gráfico 3 ilustra os valores médios de imagem e de intenções.

-1,5

-1

-0,5

0

0,5

1

1,5

Imagem Intenções

com mod/sem benef

com mod/saúde

com mod/preço

com mod/validade

GRÁFICO 3 –Imagem e Intenções dos grupos com produto modificado geneticamente

Para a variável imagem, percebe-se que as médias foram negativas nos grupos que receberam benefício de preço baixo e de validade maior e positivas nos grupos com benefício para a saúde e sem benefício. Essas diferenças não foram, entretanto, significativas. Na

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variável intenções todos os grupos apresentaram médias negativas, embora também não houvesse diferença significativa entre elas. Assim, a presença de um benefício adicional não alterou nas avaliações de imagem e intenções de compra por parte dos consumidores.

De forma semelhante ao primeiro estudo, foi realizada também a análise multivariada da variância a fim de se avaliar o efeito dos fatores modificação genética e benefício adicional nas variáveis dependentes (imagem e intenções), controlando-se as variáveis envolvimento com o produto, envolvimento com OGMs e responsabilidade pelas decisões de compra por parte do respondente. Nessa análise, apresentada como modelo 4 na tabela 12, somente o fator modificação genética foi significativo (critério de Wilks=0,877; F2,249=17,42; p<0,000), sendo que os seguintes valores foram encontrados para o fator benefício (critério de Wilks=0,964; F6,498=1,547; p<0,161) e para a interação entre eles (critério de Wilks=0,968; F6,498=1,362; p<0,228). Por restrições de espaço, somente os resultados da significância univariada são apresentados para os modelos estimados com diferentes níveis de covariáveis (tabela 12).

TABELA 12 – Significância dos fatores modificação e benefício para diferentes modelos Fonte Variável

dependente Modelo 1

(sig) Modelo 2

(sig) Modelo 3

(sig) Modelo 4

(sig) Imagem 0,003 0,004 0,000 0,000 Modificação Intenções 0,000 0,000 0,000 0,000 Imagem 0,140 0,152 0,073 0,074 Benefício Intenções 0,960 0,919 0,783 0,797 Imagem 0,064 0,044 0,119 0,135 Modificação x

Benefício Intenções 0,429 0,253 0,331 0,327 NOTA – Modelo 1: sem covariáveis; Modelo 2: covariável: envolvimento com o produto pesquisado; Modelo3: covariáveis: envolvimento com o produto e envolvimento com OGMs; Modelo 4: as duas do modelo 3 e a responsabilidade do consumidor pelas decisões de compra.

Percebe-se pela tabela 12 que o fator modificação genética influenciou as variáveis imagem e intenções de compra de forma significativa em todos os modelos; já o fator benefício não influenciou significativamente em nenhum deles. Houve interação significativa na variável imagem em dois dos modelos: quando não se controlou nenhuma variável e quando se controlou somente a variável envolvimento com o produto pesquisado. Essa interação se deve ao fato de que quando não há modificação genética, não há diferença entre os grupos (F3,119=1,547; p<0,206); porém, quando há tal modificação, os grupos são diferentes (F3,136=2,906; p<0,037), indicando os grupos de preço e validade como os de menores médias (gráfico 4).

-1,00

-0,50

0,00

0,50

1,00

sem modif icação com modif icação

dia

de

ima

ge

m

sem benefício

saúde

preço baixo

validade maior

GRÁFICO 4 – Imagem como função dos fatores modificação e benefício

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Teste de H3. Essa hipótese prevê que os consumidores de alto envolvimento com OGMs apresentarão médias maiores de imagem e intenções de compra de OGMs se comparados aos de baixo envolvimento. Usando-se a mediana como ponto de corte, foram obtidos os resultados apresentados na tabela 13 (foram considerados somente os grupos com modificação genética).

TABELA 13 – Comparação de médias nos grupos de alto e baixo envolvimento Variável n Média Desvio-

padrão F gl p

Imagem da empresa1 19,151 1 0,000 Baixo envolvimento 62 -0,610 0,999 Alto envolvimento 78 0,108 0,936

Intenções comportamentais2 68,249 1 0,000 Baixo envolvimento 63 -0,933 0,729 Alto envolvimento 79 0,229 0,907

NOTAS – (1) teste de Levene=0,154 (p<0,695); (2) teste de Levene=4,797 (p<0,030).

Pode-se dizer, com base nesses dados, que o consumidor de maior envolvimento com OGMs percebe uma imagem mais positiva da empresa (p<0,000) e tem uma intenção de compra mais favorável (p<0,000) se comparado ao consumidor de baixo envolvimento com OGMs. Como o pressuposto da homogeneidade da variância foi violado nessa última variável, foi realizada também o teste não paramétrico (Kruskal-Wallis), que indicou resultado similar (χ2= 46,59; p<0,000).

Usando-se os percentis 33 e 66 como pontos de corte para a divisão da amostra em três grupos (baixo, médio e alto envolvimento com OGMs), foram encontrados resultados semelhantes em imagem (F2,137=17,474; p<0,000) e intenções (F2,139=50,249; p<0,000; Kruskal-Wallis=58,330; p<0,000), reforçando, assim, os resultados anteriores.

Variáveis demográficas. Testou-se ainda se imagem e intenções eram diferentes entre homens e mulheres, entre diferentes perfis de idade e de escolaridade. Verificou-se, como no experimento 1, que os homens apresentaram valores médios mais negativos para imagem, porém sem diferença significativa (F1,261=1,253; p<0,264). Houve ainda influência da variável idade no envolvimento com OGMs, pois à medida que aumentava a idade, o envolvimento com OGMs diminuía (F3,270=4,606; p<0,004). Da mesma forma, a escolaridade influenciava nas intenções: aqueles com formação superior tinham valores médios menores se comparados àqueles com escolaridade primária (F4,265=2,722; p<0,030).

Discussão e Conclusões Com a possibilidade de introdução no mercado de produtos geneticamente modificados

(OGMs), várias discussões têm surgido entre cientistas, governo, produtores, mídia e órgãos representantes do consumidor (Molina, 2000, IDEC, 2004). Embora muitos benefícios sejam atribuídos aos OGMs, a percepção dos mesmos pelos consumidores está associada a riscos tanto à saúde quanto ao meio ambiente. Um consenso nas pesquisas realizadas diz respeito, então, à rejeição dos OGMs pelos consumidores.

Porém, estudos científicos no contexto da teoria de comportamento do consumidor têm se preocupado mais especificamente com os fatores que formam as atitudes dos consumidores em relação aos OGMs (Bredahl et al., 1998) e quais características e benefícios dos OGMs são mais eficazes para balancear ou anular a percepção inicial negativa (Frewer et al., 1995).

O estudo apresentado teve por objetivo, então, avaliar no contexto brasileiro as percepções e intenções comportamentais dos consumidores em relação aos OGMs e comparar, por meio da metodologia experimental, se a presença de um benefício adicional alteraria essas atitudes e, em caso afirmativo, de que forma.

Com base em pesquisas anteriores sobre o assunto e na teoria de comportamento do consumidor, especialmente nos temas de atitude e envolvimento, foram propostas três

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hipóteses. Elas foram testadas por meio de dois experimentos: o primeiro realizado junto a um grupo de universitários e o segundo junto a um grupo de parentes e colegas de trabalho dos universitários, sendo, portanto, um grupo mais heterogêneo, em termos de idade e escolaridade, principalmente.

A primeira hipótese previa que a presença de modificação genética geraria uma imagem negativa e uma intenção de compra desfavorável por parte dos consumidores. De fato, aqueles que receberam um anúncio afirmando que o produto havia sido modificado geneticamente expressaram médias de imagem e de intenções significativamente inferiores em relação aos consumidores que receberam anúncio de produto sem modificação. Esse resultado foi consistente nos dois experimentos apresentados.

Já a segunda hipótese previa que a presença de um benefício adicional no produto que havia sido modificado geneticamente atenuaria as avaliações negativas. No primeiro estudo, os grupos com benefício adicional apresentaram médias ainda menores que no grupo ‘com modificação e sem benefício’. De modo geral, o grupo com benefício de preço inferior teve uma percepção de imagem do produto significativamente mais negativa que os outros. Esse padrão se manteve também no segundo experimento, embora sem diferenças significativas. Uma explicação para esse resultado pode estar ligada a uma renda elevada do respondente e ao peso pequeno do produto pesquisado (leite) na sua cesta de compras, visto que no primeiro estudo a amostra era de universitários de uma faculdade privada e no segundo seus familiares e colegas de trabalho. Esses resultados sugerem, assim, a importância de se considerar também o fator renda ao se estudar as atitudes em relação aos OGMs, principalmente porque consumidores de baixa renda possuem maior sensibilidade ao preço dos alimentos. Nessa segunda hipótese, as intenções comportamentais também seguiram o padrão da variável imagem, porém sem diferenças estatisticamente significativas em nenhum dos experimentos. Esses resultados estão em conformidade com o estudo de Renton e Fortin (2002), no qual o benefício testado (maior validade) também não foi suficiente para compensar a percepção negativa quanto ao fato de o produto ter sido modificado geneticamente.

A terceira hipótese incluía a variável envolvimento, freqüentemente considerada como moderadora em pesquisas de marketing, afirmando que um maior (menor) envolvimento com OGMs estaria ligado a avaliações mais (menos) favoráveis de imagem e intenções pelos consumidores. De fato, em ambos os experimentos verificou-se que consumidores mais (menos) envolvidos com OGMs apresentavam imagem e intenções comportamentais mais (menos) favoráveis.

É interessante notar ainda um efeito de algumas variáveis demográficas nas atitudes em relação a transgênicos. Por exemplo, nos dois experimentos o nível médio da variável imagem foi inferior para o grupo masculino se comparado ao feminino, indicando que as mulheres avaliaram a imagem da nova marca (fictícia) de forma mais favorável. Subrahmanyan e Cheng (2000) apontam que as mulheres cingapurianas eram mais preocupadas que os homens em termos dos aspectos éticos e de saúde relacionados aos OGMs. Como os experimentos aqui apresentados não investigaram a percepção do respondente sobre as questões éticas e de saúde dos OGMs, não é possível a comparação direta dos resultados.

No segundo experimento pôde-se notar ainda que: (i) quanto maior a escolaridade, menor o nível médio das intenções comportamentais, ou seja, maior a resistência em comprar produtos transgênicos (contrário ao estudo anterior na Cingapura); (ii) quanto maior a idade, menor o envolvimento com OGMs, ou seja, são os mais jovens que possuem maior interesse nos produtos transgênicos.

Conclui-se, de forma geral, que os OGMs são avaliados de forma negativa pelo consumidor e que os benefícios adicionais testados neste estudo (benefícios para a saúde, preço inferior e validade maior) não foram suficientes para anular a atitude negativa, pelo menos no caso do produto pesquisado (leite). A principal contribuição foi, então, a de testar

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empiricamente, por meio de dois experimentos, a influência dos fatores modificação e benefício nas avaliações dos consumidores sobre OGMs. Em termos gerenciais, esses resultados sugerem que os fabricantes e os distribuidores de OGMs deverão se preocupar inicialmente em reduzir as resistências dos consumidores, tornando mais salientes os benefícios possíveis de tais produtos.

A validade interna pôde ser obtida a partir da checagem dos estímulos e exclusão dos pesquisados que não processaram a informação como se desejava (Perdue e Summers, 1986). A validade externa, por sua vez, pôde ser ampliada (Lynch, 1982,1999), por meio do controle de variáveis que poderiam interferir nos resultados (envolvimento com o produto pesquisado e com OGMs, por exemplo) e pela repetição do estudo em uma amostra diferente. Uma nova variável que deverá ser controlada em novos estudos sobre o tema é a renda do pesquisado, já que influencia na sensibilidade ao preço dos produtos.

Algumas limitações do presente estudo devem, porém, ser consideradas: apenas uma categoria de gênero alimentício foi pesquisada e o processo de amostragem usado foi o não probabilístico. Assim, novos estudos poderão: (i) incluir novos produtos como alvos de modificação genética: aqueles a base de soja, por exemplo, já que são pioneiros em termos de alteração genética e de regulamentação no Brasil (Folha Online, 2004); (ii) abranger uma amostra mais heterogênea, principalmente em termos de escolaridade e renda, já que influenciam no nível de conhecimento do assunto e na possibilidade de adoção de produtos substitutos não transgênicos, ainda que mais caros; (iii) avaliar se a rotulagem (um triângulo com um T) a ser incluída na embalagem afetará as decisões de compra dos consumidores.

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ANEXO: estímulos Antes da apresentação do anúncio, havia a seguinte chamada no questionário: “Veja a mensagem abaixo divulgada pelo Vida Nova, um novo leite lançado no mercado:”

Grupo 1: sem modificação/sem benefício adicional O novo leite Vida Nova é totalmente livre de qualquer modificação genética.

Grupo 2: sem modificação/ benefício para a saúde O novo leite Vida Nova é totalmente livre de qualquer modificação genética e por isso garante

mais benefícios para a sua saúde se comparado a outros da mesma categoria. Grupo 3: sem modificação/ benefício de preço baixo O novo leite Vida Nova é totalmente livre de qualquer modificação genética e por isso garante um

preço mais baixo se comparado a outros da mesma categoria. Grupo 4: sem modificação/ benefício de prazo de validade maior O novo leite Vida Nova é totalmente livre de qualquer modificação genética e por isso garante um

prazo maior de validade se comparado a outros da mesma categoria Grupo 5: com modificação/ sem benefício adicional

O novo leite Vida Nova foi modificado geneticamente. Grupo 6: com modificação/ benefício para a saúde

O novo leite Vida Nova foi modificado geneticamente e por isso garante mais benefícios para a sua saúde se comparado a outros da mesma categoria.

Grupo 7: com modificação/ benefício de preço baixo O novo leite Vida Nova foi modificado geneticamente e por isso garante um preço mais baixo se

comparado a outros da mesma categoria. Grupo 8: com modificação/ benefício de prazo de validade maior

O novo leite Vida Nova foi modificado geneticamente e por isso garante um prazo maior de validade se comparado a outros da mesma categoria.