Os Lusíadas - Estruturas e Sumário

Embed Size (px)

Citation preview

  • 7/25/2019 Os Lusadas - Estruturas e Sumrio

    1/10

    Os Lusadas, de Lus Vaz de Cames

    Prof. Lus Arezes Agrupamento de Escolas de Ponte da Barca 1

    1. Renascimento e Humanismo

    O Renascimento, retomando os gneros clssicos, revaloriza a epopeia e excita nospoetas o desejo de realiz-la. Em Portugal, esse desejo exacerbado pela conscincia de o

    povo haver criado a matria pica que urgia cantar. Lus Vaz de Cames, que at ento s

    empunhara a "agreste avena ou frauta ruda" (I, 5)lrica, ir criar o maior poema pico dos

    tempos modernos e uma das obras de arte mais notvel. Para isso, valeu-lhe todo o seu

    talento, ao fazer soar a "tuba canora e belicosa" (I, 5).

    Os Lusadas so o poema dos Descobrimentos, do desvendamento dos mares e das

    terras e da afirmao do poder do homem sobre os elementos, mas tambm da reafirmao

    dos valores cavaleirescos caracteristicamente medievais. Essa coexistncia de valores deve-seaos dois tempos principais em que decorrem as narrativas que se encaixam, formando o

    poema: o tempo presente, da viagem ndia; o tempo passado, da Histria de Portugal; e no

    se esquea ainda o tempo futuro, previsto pelas profecias.

    O tema das descobertas , por natureza, humanista. O impulso que anima o Humanismo

    vai no sentido de tornar o homem mais humano, de redescobrir o seu lugar no universo, o seu

    poder. Da deriva a inflexo antropocntrica da cultura desta poca (o Homem mentaliza-se

    das suas capacidades, contrariando o teocentrismo medieval).

    Nesta perspetiva, Os Lusadasso bem uma epopeia humanista, empenhada como est

    em afirmar as capacidades humanas:

    a capacidade de realizao, a vitria sobre a natureza adversa;

    o alargamento indefinido dos limites do saber;

    o direito a aspirar por um amor plenamente feliz;

    e, finalmente, a declarao de que o homem pode determinar-se, construir o seu

    destino e libertar-se do jugo e das sedues da Fortuna.

    (cfr Maria Vitalina Matos,A Poesia pica de Cames)

    2. Noo de epopeia/ obra de arte

    Uma epopeia a narrativa dos feitos grandiosos de um indivduo ou de um povo.

    Enquadra-se no gnero narrativo sempre um relato de acontecimentos: o sujeito da

    enunciao assume-se como narrador e dispe-se a fazer o relato de um acontecimento ou

    conjunto de acontecimentos a um determinado pblico. O assunto tem um carcter

    excecional, pelo que nem todas as aes so suscetveis de serem tratadas de forma pica.

  • 7/25/2019 Os Lusadas - Estruturas e Sumrio

    2/10

    Os Lusadas, de Lus Vaz de Cames

    Prof. Lus Arezes Agrupamento de Escolas de Ponte da Barca 2

    N' Os Lusadas,o heri , como o ttulo indica, coletivo o povo portugus. O prprio

    ttulo inequvoco: Os Lusadas" so, afinal, todos os Portugueses , no apenas os do

    passado, mas tambm os do presente e at os do futuro, na medida em que assumam as

    virtudes que definem o povo portugus.Caracterstica de todas as epopeias a utilizao de um estilo elevado, correspondente

    grandiosidade do assunto, e que se traduz na seleo vocabular, na construo frsica

    extremamente elaborada e na abundante utilizao de recursos estilsticos.

    3. Estruturas externa e interna de Os Lusadas

    Os Lusadas esto divididos em dez cantos, cada um deles com um nmero varivel deestrofes, que, no total, somam 1102. Essas estrofes so todas oitavas de versos decasslabos,

    obedecendo ao esquema rimtico "abababcc" (rimas cruzadas, nos seis primeiros versos, e

    emparelhada, nos dois ltimos).

    Quanto estrutura interna, Cames respeitou com bastante fidelidade a estrutura

    clssica da epopeia. So claramente identificveis quatro partes:

    Proposio (I, 1-3) O poeta comea por declarar aquilo que se prope fazer,

    indicando de forma sucinta o assunto da sua narrativa; prope-se, afinal, dar a conhecer osnavegadores que tornaram possvel o Imprio portugus no Oriente, os reis que promoveram a

    expanso da F e do Imprio, bem como todos aqueles que se tornem dignos de admirao

    pelos seus feitos.

    Cames est decidido a tornar conhecido em todo o mundo o valor do povo portugus

    ("o peito ilustre lusitano"). E para isso estrutura a sua proposio em duas partes: nas duas

    estncias iniciais, enuncia os heris que vai cantar; na segunda parte, constituda pela terceira

    estrofe, estabelece um confronto entre os Portugueses e os grandes heris da Antiguidade,

    afirmando a superioridade dos primeiros sobre os segundos.

    Cames apresenta trs grupos de agentes ("agentes" e no heris, porque heri "o

    peito ilustre lusitano"):

    1. O primeiro constitudo pelos "bares assinalados", responsveis pela criao

    do Imprio portugus na sia. evidente que o poeta destaca principalmente a

    atividade martima, a gesta dos Descobrimentos ("Por mares nunca dantes

    navegados, / Passaram ainda alm da Taprobana");

    http://pwp.netcabo.pt/0511134301/camoes.htmhttp://pwp.netcabo.pt/0511134301/camoes.htmhttp://pwp.netcabo.pt/0511134301/camoes.htmhttp://pwp.netcabo.pt/0511134301/camoes.htm
  • 7/25/2019 Os Lusadas - Estruturas e Sumrio

    3/10

    Os Lusadas, de Lus Vaz de Cames

    Prof. Lus Arezes Agrupamento de Escolas de Ponte da Barca 3

    2. O segundo grupo inclui os reis que contriburam diretamente para a expanso do

    Cristianismo e do Imprio portugus ("foram dilatando / A F, o Imprio").

    Aqui, sobretudo o esforo militar que se evidencia ("andaram devastando");

    3.

    No terceiro grupo, incluem-se todos os demais, todos os que se tornem dignos deadmirao pelos seus feitos, quaisquer que eles sejam.

    A proposio no uma simples indicao dos seus heris, mas obedece j a uma

    estratgia de engrandecimento dos Portugueses. A expresso "por mares nunca dantes

    navegados" evidencia o carcter indito das navegaes portuguesas; observe-se o destaque

    dado palavra "nunca". A exaltao continua com a referncia ao esforo desenvolvido,

    considerado sobre-humano ("esforados / Mais do que prometia a fora humana").

    Na segunda parte, esse esforo de engrandecimento continua, desta vez atravs de um

    paralelo com os grandes heris da Antiguidade. O confronto estabelecido com marinheirosfamosos (Ulisses e Eneias), eles prprios heris de duas epopeias clssicas, e conquistadores

    ilustres (os imperadores Alexandre Magno e Trajano). A escolha de navegadores e guerreiros

    no inocente, visto que exatamente nessas duas reas que os Portugueses se destacam. E,

    quase a concluir, mais uma nota final: "... eu canto o peito ilustre lusitano, / A quem Neptuno

    e Marte obedeceram". A submisso do deus do mar e do deus da guerra aos Portugueses ("o

    peito ilustre lusitano") uma forma concisa e muito expressiva de exaltar o valor do seu

    heri.

    Invocao (I, 4-5)O poeta dirige-se s Tgides (ninfas do Tejo), para lhes pedir o

    estilo e eloquncia necessrios execuo da sua obra de arte. Um assunto to grandioso

    exigia um estilo elevado, uma eloquncia superior. Da a necessidade de solicitar o auxlio das

    entidades protetoras dos artistas, pois ele pretende (e vai conseguir) redigir uma notvel obra

    de arte...

    Outras invocaes acontecem em III, 1-2; VII, 78-87; e X, 8-9.

    Dedicatria (I, 6-18) a parte em que o poeta oferece a sua obra ao rei D.Sebastio. A dedicatria no fazia parte da estrutura das epopeias primitivas; trata-se de uma

    inovao posterior, que reflete o estatuto do artista, intelectualmente superior, mas social e

    economicamente dependente de um mecenas, de um protetor.

    Narrao (a partir de I, 19...) Constitui o ncleo fundamental da epopeia.

    Aqui, o poeta procura concretizar aquilo que se props fazer na "proposio".

  • 7/25/2019 Os Lusadas - Estruturas e Sumrio

    4/10

    Os Lusadas, de Lus Vaz de Cames

    Prof. Lus Arezes Agrupamento de Escolas de Ponte da Barca 4

    4. Estrutura da narrao: a Histria e as Profecias

    A narrao d' Os Lusadas tem uma estrutura muito complexa, o que decorre dosobjetivos que o poeta se props. Desenvolve-se em quatro planos diferentes, mas

    estreitamente articulados entre si.

    Plano da viagemA ao central do poema a viagem histrica de Vasco da Gama

    (julho de 1497 a maio de 1498). Escrevendo mais de meio sculo depois, Lus de Cames

    tinha j o distanciamento suficiente para perceber a importncia histrica desse

    acontecimento, devido s alteraes que provocou, tanto em Portugal, como na Europa. Por

    essa razo, considerou a primeira viagem martima ndia como o episdio mais significativoda Histria de Portugal.

    A narrativa da viagem (cantos I e II) ser interrompida em Melinde, onde a palavra ser

    dada a Vasco da Gama para narrar ao rei a Histria de Portugal, das origens at ao reinado de

    D. Manuel (cantos III e IV), e o incio da viagem at ao ponto em que o primeiro narrador a

    comeara no canto I (canto V). Este retoma a narrativa para relatar a continuao da viagem

    (cantos VI, VII e VIII), interrompendo-se algumas vezes para fazer falar, ora Paulo da Gama

    (canto VIII), que voltar ao passado histrico, ora os que prevem o futuro profecias: a

    ninfa da Ilha dos Amores e Ttis (canto X), Jpiter (canto I, conclio dos deuses do Olimpo, e

    canto II) e Adamastor (canto V).

    Para manter a verosimilhana, o poeta estava obrigado a fazer um relato relativamenteobjetivo e potencialmente montono, o que constitua um perigo fatal para o seu projeto

    pico. Da que Cames tenha sentido a necessidade de introduzir um segundo nvel narrativo,

    ou seja, o plano da mitologia (interveno dos deuses).

    Plano mitolgico Cames imaginou um conflito entre os deuses pagos: Bacoope-se chegada dos navegadores ndia, pois receia que o seu prestgio seja colocado em

    segundo plano pela glria dos Portugueses, enquanto Vnus, apoiada por Marte, os protege.

    Os poemas picos renascentistas so, de facto, epopeias de imitao e como tal sujeitas

    a regras estritas. Uma dessas regras impunha ao poeta a introduo de episdios maravilhosos,

    envolvendo quase sempre deuses da mitologia greco-latina, semelhana do que acontecera

    nos poemas de Homero (Iladae Odisseia) ou naEneidade Virglio.

    Finalmente, o recurso aos deuses pagos mais uma forma de o poeta engrandecer os

    feitos dos Portugueses. Nas suas intervenes, os deuses frequentemente referem-se-lhes de

    http://pwp.netcabo.pt/0511134301/camoes.htmhttp://pwp.netcabo.pt/0511134301/camoes.htmhttp://pwp.netcabo.pt/0511134301/camoes.htmhttp://pwp.netcabo.pt/0511134301/camoes.htm
  • 7/25/2019 Os Lusadas - Estruturas e Sumrio

    5/10

    Os Lusadas, de Lus Vaz de Cames

    Prof. Lus Arezes Agrupamento de Escolas de Ponte da Barca 5

    forma elogiosa. Alm disso, o simples facto de a disputa entre os deuses ter como objeto os

    Portugueses j uma forma indireta de os exaltar.

    Plano da Histria de Portugal O objetivo de Cames era enaltecer o povoportugus e no apenas um ou alguns dos seus representantes mais ilustres. No podia, por

    isso, limitar a matria pica viagem de Vasco da Gama. Tinha que introduzir na narrativa

    todas aquelas figuras e acontecimentos que, no seu conjunto, afirmavam o valor dos

    Portugueses, ao longo dos tempos. E f-lo, recorrendo a narrativas secundrias, inseridas na

    narrativa da viagem:

    1. Narrativa de Vasco da Gama ao rei de Melinde (cantos III, IV e V)Ao

    chegar a este porto, o rei recebe-o e procura saber quem ele e donde vem. Para

    lhe responder, Vasco da Gama localiza o reino de Portugal na Europa e conta-lhe a Histria de Portugal at ao reinado de D. Manuel. Ao chegar a este ponto,

    narra inclusivamente a sua prpria viagem desde a sada de Lisboa at chegarem

    ao Oceano ndico, visto que a narrativa principal se iniciara "in medias res", isto

    , quando a armada j se encontrava em frente s costas de Moambique.

    2. Narrativa de Paulo da Gama ao Catual (canto VIII)Mais tarde, surge outra

    narrativa secundria. Em Calecute, uma personalidade hindu (Catual) visita o

    navio de Paulo da Gama, que apresenta bandeiras alusivas a figuras histricas

    portuguesas. O visitante pergunta-lhe o significado daquelas bandeiras, o que da Paulo da Gama o pretexto para narrar vrios episdios da Histria de Portugal.

    3. Profecias Os acontecimentos posteriores viagem de Vasco da Gama no

    podiam ser introduzidos na narrativa como factos histricos. Para isso, Cames

    recorre a profecias colocadas na boca de Jpiter, Adamastor e Ttis,

    principalmente. No ltimo canto, apresentada e explicada por Ttis a mquina

    do mundo e previsto pela ninfa o futuro de Portugal (j passado em relao

    redao do poema).

    Plano das consideraes do poetaPor vezes, normalmente em final de canto, a

    narrao interrompida para o poeta apresentar reflexes de carcter pessoal, a propsito dos

    factos narrados.

    http://pwp.netcabo.pt/0511134301/camoes.htmhttp://pwp.netcabo.pt/0511134301/camoes.htm
  • 7/25/2019 Os Lusadas - Estruturas e Sumrio

    6/10

    Os Lusadas, de Lus Vaz de Cames

    Prof. Lus Arezes Agrupamento de Escolas de Ponte da Barca 6

    SUMRIO DA OBRA

    Canto I

    Proposio (1-3) anncio do assunto.Invocao (4-5) splica s Ninfas do Tejo:

    o Poder para descrever condignamente os feitos dos Portugueses.Dedicatria (6-18) a D. Sebastio:

    o Incita D. Sebastio a feitos dignos de figurar na obra.Incio da Narrao de Moambique a Mombaa):

    o Ciladas preparadas em Moambique falso piloto para os conduzir a Quloa. Vnusintervm e repe o percurso normal;

    Conslio dos deuses (20-41):o Simultaneidade com a navegao;o Deciso sobre a chegada dos Portugueses ndia; oposio de Baco, mas Vnus e

    Marte esto a favor;o Luz, sinnimo de riqueza e conhecimento.

    Reflexo sobre a insegurana da vida(aps traio de Baco) | 105-106:o Depois de passar Moambique, Quloa e Mombaa;o Paralelismo entre perigos do mar e da terra;o Questo da fragilidade (pequenez) do Homem.

    Canto II

    Viagem de Mombaa a Melinde(1-113):o A pedido de Baco, o Rei de Mombaa convida os Portugueses para os destruir;o Vnus impede a armada de cair na cilada;o Fuga dos emissrios do rei e do falso piloto;o Vasco da Gama apercebe-se do perigo e dirige uma prece a Deus(apesar da mitologia

    pag, o protagonista dirige-se sempre a Deus);o Vnus pede a Jpiter que proteja os Portugueses, profetizando-lhes futuras glrias;

    o

    Na sequncia disto, Mercrio (em sonho) indica a Vasco da Gama o caminho atMelinde;

    o Festejos na receo em Melinde;o Rei de Melinde pede a Vasco da Gama que lhe conte a Histria de Portugal (109-113).

    Canto III

    Invocao a Calope (1-2).Histria de Portugal

    1. Dinastia

    Vasco da Gama como narrador e rei de Melinde como narratrio:o

    Dificuldade em louvar o prprio;

  • 7/25/2019 Os Lusadas - Estruturas e Sumrio

    7/10

    Os Lusadas, de Lus Vaz de Cames

    Prof. Lus Arezes Agrupamento de Escolas de Ponte da Barca 7

    Desde Luso a Viriato;Formao da Nacionalidade;As conquistas dos reis da 1. Dinastia;

    Batalha de Ourique (42-54) episdio pico:o Desproporo entre nmero de Portugueses e Mouros (acentuando o valor do

    inimigo, mais se acentua o valor da vitria);o Interveno de Cristo lenda portuguesa;o Contraste entre o touro (fora moura) e o co (inteligncia dos Portugueses), e

    diferena numrica;o Descrio da bandeira;

    Morte de D. Afonso Henriques (83-84):o Personificao da Natureza e sua tristeza;

    Formosssima Maria (101-106) episdio lrico;Episdio de Ins de Castro (118-135) episdio lrico:o Caracterizao de D. Ins e de D. Pedro;o O rei desculpado por Cames, culpando o povo e ministros, a quem D. Afonso IV

    cedeu para sobrepor a vontade do povo sua;o Personificao da Natureza para lamentar a morte de Ins (subjetividade).

    Canto IV

    Histria de Portugal

    2. Dinastia

    Revoluo de 1383-85 (1-13);

    Discurso de D. Nuno lvares Pereira (14-19);Batalha de Aljubarrota (28-44):

    o Nobres portugueses contra os prprios irmos, aliados de Castela;o Ao valorizar D. Nuno (chefe), valoriza todo o povo, visto que na poca se associava

    o valor do chefe ao valor dos seus sbditos (um fraco rei faz fraca a forte gente);Sonho de D. Manuel (67-75):

    o Rios Ganges e Indo aparecem-lhe como velhos, indicando-lhe que os Portuguesestero sucesso na ndia;

    o Vasco da Gama chamado para se lanar na viagem para a ndia;

    o

    Plano da Histria (com ligao viagem);Despedida em Belm (84-93) episdio lrico:

    o Desmembramento das famlias;o Vasco da Gama evita grandes despedidas, pois s trariam maiores angstias;

    Velho do Restelo (94-104):o Representa o bom senso e a prudncia dos que defendiam a expanso para o Norte

    de frica;o Representa a ligao terra-me;o Cames mostra que a opo no consensual e que, apesar de descrever os ideais

    picos, existem outras ideologias;

  • 7/25/2019 Os Lusadas - Estruturas e Sumrio

    8/10

    Os Lusadas, de Lus Vaz de Cames

    Prof. Lus Arezes Agrupamento de Escolas de Ponte da Barca 8

    o Motivaes erradas (glria de mandar, cobia, fama e prestgio);o Alerta para os perigos do mar, para a inquietao e adultrio e para o

    despovoamento do territrio nacional;

    o

    Excesso de ambio prejudicial (caro);o Lamentao da estranha condio humana.

    Canto V

    anto central d

    Os usadas (perigosas cousas do mar)Viagem de Lisboa a Melinde

    Fogo-de-Santelmo e tromba martima (16-22):o Episdios naturalistas;o Defesa da conquista do saber pela experincia (Humanismo) em detrimento do

    saber livresco;o Elementos do quotidiano para facilitar a perceo do rei de Melinde;o Crtica aos que acreditam por terem lido, sem nunca terem visto;o Crtica ao saber livresco;

    Episdio de Ferno Veloso (30-36);Episdio do Gigante Adamastor (37-60):

    o Terror do desconhecido; capacidade para ultrapassar obstculos (naturais) enaltecimento do heri;

    o Profecias sobre naufrgios Histria Trgico-Martima;o O Adamastor, interpelado por Vasco da Gama, explica-lhe por que um penedo,

    com uma histria de amor e traio com uma deusa (Ttis);o Contraste da beleza feminina com a fealdade masculina;o Transformao do gigante em pedra;

    Escorbuto (81-83);Interveno do poeta: reflexo sobre a dignidade das Artes e das Letras e lamento face ao

    desprezo luso pela poesia (92-100):o Episdio humanista;o Os antigos gostavam que os seus feitos guerreiros fossem cantados;o Os chefes eram tambm conhecedores da Arte e das Letras;

    o

    Os chefes da Antiguidade eram guerreiros (picos), mas tambm cultos;o Portugal no preza as Artes ( ignorante e rude);o Mantendo-se a situao, ningum exaltar os feitos dos Portugueses;o Apesar de saber que os Portugueses no valorizam as Artes e as Letras, Cames vai

    continuar a sua obra, mesmo que por ela no venha a ser reconhecido.

    Canto VI

    Viagem de Melinde a Calecute

    Conslio dos deuses marinhos (6-37), presidido por Neptuno. Decidem apoiar Baco no sentido

    de que os Portugueses sejam afundados, no meio de uma terrvel tempestade;

  • 7/25/2019 Os Lusadas - Estruturas e Sumrio

    9/10

    Os Lusadas, de Lus Vaz de Cames

    Prof. Lus Arezes Agrupamento de Escolas de Ponte da Barca 9

    Episdio dos Doze de Inglaterra (43-69);Tempestade (70-91):

    o Vasco da Gama dirige uma prece a Deus;

    o

    Interveno de Vnus;Chegada ndia (92-94);Reflexo do poeta sobre o valor da Fama e da Glria (95-99):

    o A nobreza no se herda;o So necessrios feitos dignos do ttulo;o Oposio da definio tradicional de nobreza agora apresentada por Cames;o Apelo coragem;o A nobreza e a heroicidade conquistam-se, vencendo e ultrapassando obstculos;o Os heris sero reconhecidos, independentemente de o quererem.

    Canto VII

    Armada em Calecute

    Elogio do poeta ao esprito de Cruzada. Censura s naes que no seguem o exemplo portugus:

    o Crtica ao Luteranismo e guerras dos alemes;o Crtica oposio dos ingleses ao Papa;o Crtica aliana da Frana aos Turcos (por pura ambio);o Crtica corrupo italiana;o Crtica expanso sem motivo religioso;o Elogio aos Portugueses, que apostam na expanso para propagar a f crist,

    enquanto os outros querem apenas conquistar territrio;Desembarque de Vasco da Gama (42);Visita do Catual armada. Paulo da Gama explica o significado das bandeiras (73-77);Invocao s ninfas do Tejo e do Mondego.Queixas do poeta: crtica aos opressores e exploradores do povo 78-87):

    o As etapas da vida de Cames (destacando-se a variedade). Balano negativo da suavida;

    o Cames no se sente reconhecido pela sua obra;o Tal como ele, tambm os escritores vindouros se sentiro desmotivados;

    o

    Cames no louvar quem procura a fama para proveito prprio;o Crtica aos que chegam junto do rei com o propsito de explorar o povo;o Cames sente-se cansado pela forma como tratado pelos seus compatriotas.

    Canto VIII

    Armada em Calecute

    Paulo da Gama explica ao Catual o significado das bandeiras (1-43);Ciladas de Baco, que intercede junto dos indianos contra os Portugueses (45-95);Reflexo sobre o vil poder do ouro (96-99):

    o

    A sede de dinheiro provoca aes pouco nobres de ricos e de pobres;

  • 7/25/2019 Os Lusadas - Estruturas e Sumrio

    10/10

    Os Lusadas, de Lus Vaz de Cames

    Prof. Lus Arezes Agrupamento de Escolas de Ponte da Barca 10

    o O ouro corrompe, mas no deixa de ser um metal nobre.

    Canto IX

    Em Calecute

    Regresso Ptria (13-17);Vnus recompensa os Portugueses, levando-os at Ilha dos Amores(18-92);Exortao do poeta aos que desejarem alcanar a Fama, a imortalidade (92-95).

    Canto X

    Ttise as ninfas oferecem um banquete aos Portugueses. Profeciassobre o futuro dos Lusitanosno Oriente (1-73);Invocao a Calope (8-9);

    Ttis mostra a Mquina do Mundo a Vasco da Gama, indicando-lhe a dimenso do ImprioPortugus (77-142);Chegada a Portugal (144);Lamentaes do poeta e exortao a D. Sebastio(145-156):

    o Caracterizao do passado, presente e futuro;o Elogio aos Portugueses que partem expostos ao perigo (nobres). Alerta aos homens

    do presente, focados no ouro, cobia e ambio;o O rei dever favorecer aqueles que possuem os valores que Cames diz serem

    ideais.