16
1 OS NÍVEIS COGNITIVOS DA TAXONOMIA DE BLOOM: EXISTE NECESSARIAMENTE UMA SUBORDINAÇÃO HIERÁRQUICA ENTRE ELES? Autoria: Iguatinan Gischewski Monteiro, Kátia Regina de Melo Teixeira, Roberta Guasti Porto Resumo O presente artigo analisa a taxonomia dos objetivos educacionais e a efetiva existência da hierarquização de seus níveis cognitivos. Para tanto, fazemos uma revisão da literatura sobre o assunto, seguida de um estudo quantitativo, com o objetivo de verificar se existe relação de causalidade entre os níveis de habilidades cognitivas. O teste foi feito a partir de uma experiência de uso da referida taxonomia em uma disciplina de um curso superior de Administração de uma universidade brasileira. As conclusões sugerem, com base em avaliação estruturada a partir da taxonomia, que a tal subordinação não se sustenta em todos os níveis.

Os Níveis Cognitivos Da Taxonomia de Bloom

  • Upload
    fred65

  • View
    277

  • Download
    35

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Taxonomia de Bloom

Citation preview

  • 1

    OS NVEIS COGNITIVOS DA TAXONOMIA DE BLOOM: EXISTE NECESSARIAMENTE UMA SUBORDINAO HIERRQUICA ENTRE ELES?

    Autoria: Iguatinan Gischewski Monteiro, Ktia Regina de Melo Teixeira, Roberta Guasti Porto

    Resumo

    O presente artigo analisa a taxonomia dos objetivos educacionais e a efetiva existncia

    da hierarquizao de seus nveis cognitivos. Para tanto, fazemos uma reviso da literatura sobre o assunto, seguida de um estudo quantitativo, com o objetivo de verificar se existe relao de causalidade entre os nveis de habilidades cognitivas. O teste foi feito a partir de uma experincia de uso da referida taxonomia em uma disciplina de um curso superior de Administrao de uma universidade brasileira. As concluses sugerem, com base em avaliao estruturada a partir da taxonomia, que a tal subordinao no se sustenta em todos os nveis.

  • 2

    1. Introduo A taxonomia dos objetivos educacionais, tambm chamada taxonomia de Bloom

    (1956) prope uma classificao dos nveis de aprendizagem. Com base na Teoria da Aprendizagem, alicerada na interpretao sistemtica de determinada rea de conhecimento (MOREIRA, 1999), a taxonomia busca organizar os nveis de aquisio de habilidades cognitivas e permite a mensurao da realizao dos objetivos educacionais.

    Embora os estudos de Bloom tenham tido origem na dcada de 1950 nos Estados Unidos chegando ao Brasil na dcada seguinte sua abordagem vem sendo objeto de novos estudos na atualidade (OLIVEIRA; COSTA, 2001; RODRIGUES, 2009; CASTRO; MOREIRA, 2012), em funo do maior controle do Estado sobre o aproveitamento dos alunos de ensino superior por meios de exames nacionais como o antigo Provo, o ENADE e o ENEM.

    Teoricamente, a taxonomia valoriza a formulao de objetivos educacionais verificveis que permitem, por meio de avaliaes sistemticas, o conhecimento do diagnstico da aprendizagem dos alunos. Neste artigo, analisamos uma experincia de uso da taxonomia de Bloom em uma disciplina de um curso superior de Administrao de uma universidade brasileira. Pretendeu-se verificar, por meio de teste emprico e com o auxlio de tcnicas de investigao estatstica, a hierarquia proposta por Bloom para os nveis de habilidade cognitiva, verificando se os nveis descritos na referida taxonomia so pr-requisitos uns dos outros. A anlise estatstica visa perquirir a existncia de correlao entre os nveis cognitivos, buscando compreender se de fato a hierarquizao proposta na teoria se traduz em uma subordinao dos nveis.

    O artigo se inicia com a reviso da literatura sobre a temtica. Em seguida, apresentamos a metodologia da pesquisa e a anlise dos resultados.

    2. A taxonomia de Bloom

    Em 1948, um grupo de psiclogos se reuniu em uma conveno da Associao

    Americana de Psicologia (APA) em Boston, interessados em discutir testes de aproveitamento no que diz respeito avaliao educacional. Os participantes perceberam que seria relevante classificar e ordenar os objetivos educacionais de acordo com os efeitos desejados da educao. Identificaram que, em geral, os enunciados dos objetivos educacionais no eram muito claros e dotados de significao. Eles consideraram que, se estes objetivos deveriam direcionar o processo de aprendizagem, a terminologia deveria buscar ser clara e significativa.

    Benjamin Bloom assumiu a liderana desse projeto e, junto com seus colaboradores, definiu que o primeiro passo seria a diviso do trabalho de acordo com os domnios cognitivo, afetivo e psicomotor dos objetivos educacionais. No domnio cognitivo, os objetivos educacionais focam a aprendizagem de conhecimentos, desde a recordao e compreenso de algo estudado at a capacidade de aplicar, analisar e reorganizar a aprendizagem de um modo singular e criativo, reordenando o material ou combinando-o com ideias ou mtodos anteriormente aprendidos. J no domnio afetivo, os objetivos do nfase aos sentimentos, emoes, aceitao ou rejeio de algo. No domnio psicomotor, os objetivos educacionais so ligados habilidade motora, manipulao de objetos ou aes que requerem coordenao neuromuscular. So, geralmente, relacionados caligrafia, arte mecnica, educao fsica e cursos tcnicos.

    Ao longo do tempo pode-se observar que os educadores sempre buscaram desenvolver com mais afinco a domnio cognitivo, de modo que muitos dos objetivos j vinham sendo desenvolvidos com bastante preciso. Desta forma, no fim da dcada de 1940, os pesquisadores liderados por Bloom, de posse de uma lista de objetivos cognitivos e materiais

  • 3

    de avaliao, procuraram orden-los (ATHANASSIOU; McNETT; HARVEY, 2003). O trabalho foi intitulado de taxonomia de objetivos educacionais: o domnio cognitivo (BLOOM, 1956). A discusso sobre o domnio afetivo s foi publicada em 1964 e no causou tanto impacto quanto o primeiro.

    Embora todo o grupo tenha colaborado no desenvolvimento do trabalho, o mesmo ficou conhecido como Taxonomia de Bloom (FERRAZ; BELHOT, 2010). Segundo Bloom (1972), uma verdadeira taxonomia uma srie de classificaes ordenadas e dispostas com base em um princpio ou conjunto de princpios. Ela pode ser testada e deve ser coerente com pontos de vista tericos. Alm disso, deve ser vlida para assinalar fenmenos ainda no descobertos.

    Os nveis da taxonomia dos objetivos educacionais no domnio cognitivo so: conhecimento, compreenso, aplicao, anlise, sntese e avaliao.

    Figura 1. A taxonomia de Bloom: domnio cognitivo

    Fonte: Bloom (1956, 1971, 1972, 1973) Conforme se pode perceber na Figura 1, a teoria preconiza pela existncia de uma

    hierarquia nos nveis da taxonomia. O processo se inicia com a evocao e o reconhecimento do conhecimento pelo aluno, prolonga-se pela compreenso do conhecimento e na habilidade de aplicao deste conhecimento. A partir de ento, parte-se para a habilidade do indivduo na anlise de situaes que envolvem o conhecimento e na sntese deste conhecimento em novas organizaes. Finalmente, culmina com a habilidade do aluno na avaliao do conhecimento para promover o julgamento de valor para certos propsitos.

    No nvel do conhecimento, os objetivos educacionais relacionados a esta etapa do mais nfase memria. Implicam a lembrana ou reconhecimento de determinados elementos de um assunto sem necessariamente se ter um entendimento ou uma sistematizao dos detalhes. Em uma situao de verificao do conhecimento, a questo encontrar indcios de que o conhecimento est armazenado na mente do aluno e analisar o saber que o indivduo possui. O conhecimento envolve a evocao de conhecimento de especficos e de maneiras e meios de tratar com estes conhecimentos e de conhecimento dos universais e abstraes num certo campo. No que diz respeito ao conhecimento de especficos pode-se citar o conhecimento de terminologia e de fatos especficos. O conhecimento de meios e maneiras de tratar com especficos abrange o conhecimento de convenes, tendncias e sequncias, classificaes e categorias, critrios e metodologia. Finalmente, o conhecimento dos universais e abstraes num certo campo abrange o conhecimento de princpios e generalizaes e de teorias e estruturas.

    No segundo nvel cognitivo, o da compreenso, o aluno demonstra entendimento do que lhe est sendo comunicado em no apenas memorizao. Ele capaz de traduzir o contedo em outras formas de expresso escrita ou falada, indicando que compreende, internaliza e sistematiza os conhecimentos. A compreenso pode ocorrer atravs de translao, interpretao ou extrapolao. A translao se baseia na preciso e fidelidade ao material da comunicao original ainda que a forma seja alterada. J a interpretao pressupe

  • 4

    uma reordenao ou nova viso do material. A extrapolao uma extenso alm dos dados fornecidos para determinar implicaes de acordo com a comunicao original.

    O nvel cognitivo da aplicao pode apresentar-se atravs de ideias, procedimentos ou mtodos generalizados em uma situao nova para o estudante. A aplicao vista como o domnio que o aluno possui sobre determinado assunto na medida em que capaz de ler uma realidade nova a partir de um conceito do qual se vale para resolver um problema. Esse domnio possibilita ao aluno certa independncia intelectual, fazendo com que ele no dependa constantemente de seu professor.

    A anlise, quarto nvel cognitivo, tem a inteno de esclarecer a comunicao, indicar como a mesma organizada e a maneira como consegue transmitir seus efeitos. As anlises podem ser de elementos, de relaes e de princpios organizacionais. A anlise de elementos diz respeito identificao de elementos includos em uma comunicao. A anlise de relaes abrange as conexes e interaes entre elementos e partes de uma comunicao. J a anlise dos princpios organizacionais compreende a organizao, a disposio sistemtica e estrutura que conservam a comunicao unificada. Desta forma, a anlise implica na diviso do conhecimento nas partes que o constituem e na capacidade de relacionar essas partes, separar seus elementos e conceber seus princpios norteadores.

    A sntese pode ser definida como a combinao de elementos e partes que formam um todo constitudo em um padro ou estrutura anteriormente no evidenciado. Alguns exemplos de sntese so: produo de uma comunicao singular, produo de um planejamento ou indicao de um conjunto de operaes ou derivao de um conjunto de relaes abstratas. A sntese representada por uma forma de pensamento diferente. O aluno passa a produzir ideias, planos e produtos prprios, tornando-se independente. Anderson (2001), ao revisitar a taxonomia de Bloom preferiu nome-lo de Criatividade para distinguir o termo Sntese da conotao de resumo.

    A avaliao, ltimo nvel cognitivo proposto pela taxonomia, pressupe julgamento de valor, seja quantitativo ou qualitativo, acerca de um material. Os julgamentos podem ser em termos de evidncia interna ou em termos de critrios externos. A avaliao tem se mostrado uma das mais importantes categorias de objetivos educacionais, onde se torna frequente que o aluno seja chamado a participar atravs de um julgamento de determinado fenmeno.

    Essa breve descrio de cada um dos nveis educacionais baseou-se nas obras de Bloom et al. (1956), Bloom, Hastings, e Madaus (1971), Bloom, Krathwohl, e Masia (1972, 1973).

    Segundo Lopes, Santana Junior e Pereira (2008), a taxonomia uma simplificao dos nveis de aquisio de conhecimento, em uma tentativa de melhorar a percepo do grau de aprendizagem do indivduo. Vale ressaltar, segundo os autores, que h dissenso sobre a importncia maior entre o ser criativo e o ser crtico, traduzidos pela posio hierrquica entre os dois ltimos nveis da taxonomia, considerados mais altos nveis de desenvolvimento intelectual.

    A taxonomia de Bloom pode auxiliar o professor a estabelecer aonde se pretende chegar com o processo de ensino-aprendizagem. No entanto, para utilizar este mtodo necessrio planejar as sequncias didticas de forma que garantam a eficcia e a eficincia no processo de aprendizagem significativa (SOGAYAR; LONA, 2011). De acordo com Pelissoni (2009), importante que os instrumentos de avaliao educacional abarquem os diferentes nveis de taxonomia para preparar os alunos para ambientes cada vez mais dinmicos e que exigem uma atuao profissional multifacetada. Adicionalmente, o uso da taxonomia prov aos estudantes uma ferramenta prtica de avaliao de performance individual e um entendimento a respeito de quais comportamentos indicam que um alto grau de cognio est sendo alcanado. Desta forma, a taxonomia suporta o desenvolvimento da responsabilidade

  • 5

    do aluno com seu prprio desempenho e aprendizado (ATHANASSIOU; McNETT; HARVEY, 2003). 3. Metodologia

    O objetivo geral da pesquisa foi verificar se, efetivamente, existe uma hierarquizao

    dos nveis da taxonomia dos objetivos educacionais no domnio cognitivo. Para realizar esse propsito, era necessrio um passo preliminar, qual seja relacionar o plano de ensino da disciplina de Filosofia do Curso de Administrao, cujos objetivos haviam sido elaborados de acordo com a Taxonomia de Bloom (1956), com o instrumento de avaliao da unidade analisada (uma prova) a partir da anlise das notas dos alunos.

    Feita essa primeira etapa, foi realizado um estudo quantitativo, com o objetivo de verificar se existe uma relao de causalidade entre os nveis de habilidades cognitivas na viso da Taxonomia de Bloom (1956). O teste foi feito a partir das notas das questes da prova de Filosofia. O estudo estatstico comeou com a anlise da distribuio que melhor descreve a populao em estudo. Foi elaborado o teste estatstico Anderson-Darling para verificar a hiptese da normalidade (WERKEMA, 2002) das notas totais dos alunos da turma de Filosofia, onde:

    H0 a distribuio aproximadamente normal Ha h evidncias de que a distribuio no normal Calcula-se o valor de p-Valor e consegue-se a seguinte concluso: Caso o p-Valor seja menor do que 0,05, rejeita H0 e Ha vlido. H fortes

    evidncias de que a distribuio das notas totais no segue uma distribuio normal. Caso o p-Valor seja maior do que 0,05, no rejeita H0 e Ha no vlido. Ento

    a distribuio das notas totais aproximadamente normal. Em seguida, com a finalidade de verificar a hierarquia dos nveis cognitivos de Bloom,

    foi utilizada a anlise de regresso. A racionalidade esperada que exista uma relao de causa e efeito entre os diversos nveis de habilidades cognitivas na viso da taxonomia de Bloom, comprovando assim a hierarquizao prevista na teoria do autor (BLOOM, 1956). A regresso linear simples permite verificar essa relao de causalidade, pois um mtodo de anlise da relao entre uma varivel independente e uma varivel dependente. O mtodo ento estuda a influncia de uma determinada fonte de variao (X) contnua sobre outra varivel resposta que est sendo analisada (Y), tambm contnua (BERRY, FELDMAN, 1985; NEWCOMER, 2006). Essa expectativa contribuiu para a elaborao de algumas hipteses levantadas a seguir.

    Segundo Downing (2000), o objetivo ao se fazer o teste de hiptese decidir se uma afirmao, em geral, sobre parmetros de uma ou mais populaes , ou no, apoiada pela evidncia obtida de dados amostrais.

    Para o estudo utiliza-se o teste de hiptese para responder se existe uma relao de causa e efeito entre os diversos nveis de habilidades cognitivas na viso da Taxonomia de Bloom. Considera-se a varivel (Y) como sendo as notas da questo da prova relativa ao nvel cognitivo da Taxonomia de Bloom a ser analisado e a varivel (X) as notas das questes da prova relativa ao nvel cognitivo da Taxonomia de Bloom que pode influenciar a nota da varivel resposta (Y) a ser analisada.

    H0 no h relao entre Y e X Ha existe relao forte entre Y e X

    Calcula-se o valor de p-Valor e consegue-se a seguinte concluso: Caso o p-Valor seja menor do que 0,05, rejeita H0 e Ha vlido. Existe relao entre

    Y e X.

  • 6

    Caso o p-Valor seja maior do que 0,05, no rejeita H0 e Ha no vlido. No existe relao entre Y e X.

    Traduzindo os termos X e Y, foram levantadas as seguintes hipteses:

    H0 a nota de conhecimento no influencia a nota de compreenso. Ha a nota de conhecimento influencia a nota de compreenso.

    H0 a nota de compreenso no influencia a nota de aplicao. Ha a nota de compreenso influencia a nota de aplicao. H0 a nota de conhecimento no influencia a nota de aplicao. Ha a nota de conhecimento influencia a nota de aplicao. H0 a nota de aplicao no influencia a nota de anlise. Ha a nota de aplicao influencia a nota de anlise. H0 a nota de compreenso no influencia a nota de anlise. Ha a nota de compreenso influencia a nota de anlise. H0 a nota de conhecimento no influencia a nota de anlise. Ha a nota de conhecimento influencia a nota de anlise.

    4. Anlise dos dados

    4.1. A taxonomia de Bloom e a disciplina Filosofia

    O plano de ensino da disciplina de Filosofia do Curso de Administrao em estudo foi

    concebido a partir da Taxonomia de Bloom. Isso significa que cada um dos objetivos educacionais foi elaborado levando-se em conta os nveis cognitivos propostos pela Taxonomia. O plano de ensino apresenta uma matriz, reproduzida abaixo:

  • 7

    Contedo

    Proc. Cognitivo

    A- Introduo B- Unidade I C- Unidade II D- Unidade III

    1- Conhecimento

    A1- Reconhecer a impossibilidade de uma fundamentao definitiva para o mistrio do mundo.

    B1.1- Descrever o mito da caverna de Plato. B1.2- Apresentar o pensamento de Maquiavel em O Prncipe. B1.3- Explicar como Descartes formulou o Penso, logo existo.

    C1.1- Definir fenmeno. C1.2- Definir paradigma como matriz filosfica, modelo e exemplar e tambm paradigma pessoal.

    D1.1- Explicar o que significa o processo de personalizao da tica. D1.2- Definir o caminho da evoluo e o caminho da regresso. D1.3- Definir trabalho, amor e conscincia de si.

    2- Compreenso

    A2- Compreender os limites da razo para compreender a vida.

    B2.1- Explicar a homologia entre virtude e conhecimento, de acordo com Plato. B2.2- Distinguir virtude e fortuna. B2.3- Explicar por que o pensamento de Maquiavel no maquiavlico. B2.4- Explicar filosoficamente a passagem da concepo teocntrica para a concepo antropocntrica do mundo.

    C2.1- Explicar a frase de Kant: o que vemos das coisas o que ns colocamos nelas. C2.2- Explicar que todo ponto de vista a vista de um ponto. C2.3- Compreender a importncia do autoconhecimento para a correta apreenso da realidade.

    D2.1- Explicar que os nveis de moralidade do indivduo interferem na sua apreenso da realidade. D2.2- Exemplificar condutas de regresso e condutas de evoluo. D2.3- Compreender o processo de humanizao do ser humano e sua luta contra a alienao. D2.4- Explicar a diferena entre amor e paixo.

    3- Aplicao

    A3- Refletir sobre a razo de ser de cada ato seu, sua

    B3.1- Demonstrar a falcia da culpa e do castigo.

    C3.1- Relativizar a presuno de verdade da teologia, da

    D3.1- Analisar os momentos de alienao e de humanizao na vida

  • 8

    liberdade. B3.2- Relacionar o pensamento de Maquiavel com a liderana e a gesto em tempos de crise. B3.3- Demonstrar a importncia da dvida metdica.

    filosofia e da cincia. C3.2- Perceber a existncia de filtros pessoais que interferem na apreenso da realidade. C3.3- Identificar a continuidade e a descontinuidade no processo de mudana de paradigmas.

    pessoal e das pessoas em geral. D3.2- Reconhecer momentos de fuso com o outro e de alteridade.

    4- Anlise A4- Distinguir os dois lados da moeda.

    B4.1- Problematizar dilemas valendo-se da analogia do mito do caverna B4.2- Analisar eventos da administrao luz do pensamento de Maquiavel.

    C4.1- Analisar problemas da vida e da gesto pontificando os lados positivo e negativo de cada posicionamento. C4.2- Identificar os diferentes tipos de paradigmas em abordagens tericas e cientficas.

    D4- Analisar de que maneira a viso fusional da vida interfere na compreenso da realidade, na vivncia de conflitos e na liberdade da pessoa.

    5- Sntese

    A5- Compreender que a moeda uma s.

    B5.1- Justificar a importncia do consenso prprio para a vida feliz. B5.2- Justificar a importncia da malcia para a pessoa no se deixar prejudicar.

    C5.1- Exercer a liberdade de escolher e assumir a responsabilidade pela escolha. C5.2- Ter a mente aberta para novos paradigmas.

    D1- Problematizar a questo da verdade, unificando os conceitos de ideia e realidade em uma viso integrada.

    Quadro 1: Material de avaliao da disciplina de Filosofia I Fonte: Plano de ensino da disciplina de Filosofia I

  • 9

    A prova, objeto da anlise do presente artigo, contemplou a Introduo do curso e a Unidade I. No que tange o nvel conhecimento, procurou avaliar se o aluno era capaz de reconhecer a impossibilidade de uma fundamentao definitiva para o mistrio do mundo (A1) e avaliar se o aluno era capaz de descrever o mito da caverna de Plato (B1.1) Na esfera da compreenso, averiguou se o aluno era capaz de explicar o conceito de homologia entre virtude e conhecimento, de acordo com Plato (B2.1). No mbito da aplicao, a prova questionava se o estudante estava apto a demonstrar a falcia da culpa e do castigo valendo-se do mito da caverna de Plato (B3.1). E por fim, relacionada anlise, a ltima questo requeria que o aluno problematizasse dilemas valendo-se da analogia do mito da caverna (B4.1). Sob esse enfoque, a prova elaborada perpassava todos os ditos nveis da taxonomia dos objetivos educacionais no domnio cognitivo, exceto pelos nveis de sntese e avaliao. A distribuio das questes foi feita da seguinte forma:

    2 questes para o nvel cognitivo de Conhecimento; 1 questes para o nvel cognitivo de Compreenso; 1 questo para o nvel cognitivo de Aplicao; 1 questo para o nvel cognitivo de Anlise.

    As questes da prova foram as seguintes: A1- Reconhecer a impossibilidade de uma fundamentao definitiva para o mistrio

    do mundo. B1.1- Descrever o mito da caverna de Plato. B2.1- Explicar a homologia entre virtude e conhecimento, de acordo com Plato. B3.1- Demonstrar a falcia da culpa e do castigo. B4.1- Problematizar dilemas valendo-se da analogia do mito do caverna.

    4.2. Anlise da distribuio

    Existem numerosas razes para conhecermos o tipo de distribuio, porque grande parte das variveis psicolgicas, fsicas e biolgicas tem distribuio normal ou prxima da normal. Foi realizado o teste de normalidade (teste estatstico Anderson-Darling) para verificar a hiptese da normalidade das notas totais dos alunos da turma de Filosofia. Pelos resultados apresentados abaixo, podemos afirmar que se trata de uma distribuio aproximadamente normal. A distribuio normal tem propriedades muito interessantes e teis que nos ajudam na descrio dos dados e na interpretao dos desvios-padres, conforme caractersticas a seguir:

    Mdia 15,29 Desvio Padro 5,699 Teste Anderson-Darling (p-Valor > 0,05) 0,113

  • 10

    Grfico 1. Teste de Normalidade - Anderson-Darling Fonte: resultados da pesquisa

    4.3. Verificao da hierarquia entre os nveis cognitivos da taxonomia de Bloom 4.3.1. Anlise de Regresso entre as notas de Conhecimento e Compreenso Considerando o teste de hiptese: Y a nota de compreenso e o X a nota de

    conhecimento. H0 a nota de conhecimento no influencia a nota de compreenso. Ha a nota de conhecimento influencia a nota de compreenso.

    Conhecimento

    Com

    pree

    nsao

    543210

    5

    4

    3

    2

    1

    0

    S 2,13354R-Sq 9,3%R-Sq(adj) 7,3%

    Fitted Line PlotCompreensao = - 0,412 + 0,6135 Conhecimento

    Grfico 2. Regresso Linear Conhecimento x Compreenso

    Fonte: resultados da pesquisa

    Concluso: O p-Valor calculado foi de 0,009 e menor do que 0,05, portanto rejeita-se H0.

    Conclui-se ento que a nota de conhecimento tem influncia na nota de compreenso.

    4.3.2. Anlise de Regresso entre as notas de Aplicao e Compreenso Considerando o teste de hiptese: Y a nota de aplicao e o X a nota de

    compreenso. H0 a nota de compreenso no influencia a nota de aplicao. Ha a nota de compreenso influencia a nota de aplicao.

  • 11

    Grfico 3. Regresso Linear Compreenso x Aplicao Fonte: resultados da pesquisa

    Concluso:

    O p-Valor calculado foi de 0,229 e maior do que 0,05, portanto no rejeita H0. Conclui-se ento que a nota de compreenso no tem influncia na nota de aplicao.

    4.3.3. Anlise de Regresso entre as notas de Aplicao e Conhecimento: Considerando o teste de hiptese: Y a nota de aplicao e o X a nota de

    conhecimento. H0 a nota de conhecimento no influencia a nota de aplicao. Ha a nota de conhecimento influencia a nota de aplicao.

    Grfico 4. Regresso Linear Conhecimento x Aplicao Fonte: resultados da pesquisa

    Concluso O p-Valor calculado foi de 0,528 e maior do que 0,05, portanto no rejeita

    H0. Conclui-se ento que a nota de conhecimento no tem influncia na nota de aplicao. 4.3.4. Anlise de Regresso entre as notas de Anlise e Aplicao: Considerando o teste de hiptese: Y a nota de anlise e o X a nota de aplicao.

    Compreensao

    Apl

    icac

    ao

    543210

    5

    4

    3

    2

    1

    0

    S 2,32101R-Sq 3,2%R-Sq(adj) 1,0%

    Fitted Line PlotAplicacao = 2,479 + 0,1883 Compreensao

    Conhecimento

    Apl

    icac

    ao

    543210

    5

    4

    3

    2

    1

    0

    S 2,34849R-Sq 0,9%R-Sq(adj) 0,0%

    Fitted Line PlotAplicacao = 2,062 + 0,1997 Conhecimento

  • 12

    H0 a nota de aplicao no influencia a nota de anlise. Ha a nota de aplicao influencia a nota de anlise.

    Grfico 5. Regresso Linear Aplicao x Anlise Fonte: resultados da pesquisa

    Concluso: O p-Valor calculado foi de 0,149 e maior do que 0,05, portanto no rejeita

    H0. Conclui-se ento que a nota de aplicao no tem influncia na nota de anlise. 4.3.5. Anlise de Regresso entre as notas de Anlise e Compreenso: Considerando o teste de hiptese: Y a nota de anlise e o X a nota de compreenso. H0 a nota de compreenso no influencia a nota de anlise. Ha a nota de compreenso influencia a nota de anlise.

    Grfico 6. Regresso Linear Compreenso x Anlise Fonte: resultados da pesquisa

    Concluso O p-Valor calculado foi de 0,039 e menor do que 0,05, portanto rejeita-se H0.

    Conclui-se ento que a nota de compreenso tem influncia na nota de anlise. 4.3.6. Anlise de Regresso entre as notas de Anlise e Conhecimento:

    Aplicacao

    Ana

    lise

    543210

    5

    4

    3

    2

    1

    0

    S 1,90917R-Sq 4,6%R-Sq(adj) 2,4%

    Fitted Line PlotAnalise = 1,805 + 0,1771 Aplicacao

    Compreensao

    Ana

    lise

    543210

    5

    4

    3

    2

    1

    0

    S 1,86334R-Sq 9,1%R-Sq(adj) 7,1%

    Fitted Line PlotAnalise = 1,772 + 0,2630 Compreensao

  • 13

    Considerando o teste de hiptese: Y a nota de anlise e o X a nota de

    conhecimento. H0 a nota de conhecimento no influencia a nota de anlise. Ha a nota de conhecimento influencia a nota de anlise.

    Grfico 7. Regresso Linear Conhecimento x Anlise

    Fonte: resultados da pesquisa

    Concluso O p-Valor calculado foi de 0,009 e menor do que 0,05, portanto rejeita-se H0.

    Conclui-se ento que a nota de conhecimento tem influncia na nota de anlise.

    O Quadro 02 sumariza os resultados obtidos atravs dos testes de hipteses realizados: X\Y COMPREENSO APLICAO ANLISE

    CONHECIMENTO P-Valor = 0,037 < 0,05, rejeita-se H0. H RELAO entre as notas de Conhecimento e Aplicao r= 0,305 coeficiente de correlao de Pearson moderada

    P-Valor = 0,528 > 0,05, no rejeita H0. NO H RELAO entre as notas de CONHECIMENTO e APLICAO r=0,094 coeficiente de correlao de Pearson fraca

    P-Valor = 0,009 < 0,05, rejeita-se H0. H RELAO entre as notas de CONHECIMENTO e ANLISE r=0,375 coeficiente de correlao de Pearson moderada

    COMPREENSO P-Valor = 0,229 > 0,05, no rejeita H0. NO H RELAO entre as notas de COMPREENSO e APLICAO r= 0,179 coeficiente de correlao de Pearson fraca

    P-Valor = 0,039 < 0,05, rejeita-se H0. H RELAO entre as notas de COMPREENSO e ANLISE r= 0,302 coeficiente de correlao de Pearson moderada

    APLICAO P-Valor = 0,149 > 0,05, no rejeita

  • 14

    H0. NO H RELAO entre as notas de APLICAO e ANLISE r= 0,214 coeficiente de correlao de Pearson fraca

    Quadro 2: Sumrio dos resultados da pesquisa quantitativa Fonte: resultados da pesquisa 5. Concluso

    A primeira anlise realizada para o teste emprico diz respeito distribuio que

    melhor descreveria a populao em estudo. Atravs da aplicao do teste estatstico Anderson-Darling, para verificar a hiptese da normalidade das notas totais dos alunos da turma de Filosofia, concluiu-se que se trata de uma distribuio aproximadamente normal, demonstrando, assim, que a prova elaborada foi um bom instrumento de avaliao.

    O estudo da taxonomia dos objetivos educacionais, proposta por Bloom leva a crer que os nveis de conhecimento, compreenso, aplicao, anlise, sntese e avaliao, postos em uma estrutura hierarquizada, so necessariamente subordinados em relao ao nvel anterior.

    Com base em avaliao estruturada a partir da taxonomia realizada em curso de Filosofia sugere-se que a tal subordinao no se sustenta em todos os nveis.

    A partir da anlise feita com base em testes de hipteses, concluiu-se que o nvel de aplicao no se relaciona com os demais nveis contidos nas questes da prova: conhecimento, compreenso e anlise. Entretanto, o teste apontou que h relao entre os demais nveis cognitivos: Conhecimento e Compreenso, Conhecimento e Anlise e Compreenso e Anlise.

    Com base nas anlises de regresso e correlao, verificou-se a existncia de influncia entre as respostas da prova com relao aos nveis cognitivos: Conhecimento e Compreenso, Conhecimento e Anlise e Compreenso e Anlise. Contudo, as anlises apontaram que h uma correlao fraca entre o nvel de Aplicao com os demais nveis cognitivos existentes nas questes da prova.

    Desta forma, com base nas evidncias acima apontadas pelo estudo emprico realizado na prova do curso de Filosofia, o estudante se mostra capaz de reproduzir uma informao de forma exata que lhe tenha sido dada (conhecimento) bem como compreend-la, sem necessariamente possuir a capacidade de transportar essa informao para uma situao nova e especfica (aplicao).

    Outra concluso obtida no mesmo estudo que o estudante, de certo modo, se mostra incapaz de transportar uma informao para uma situao nova e especfica (aplicao), mas capaz de analisar situaes que envolvam o conhecimento e a compreenso.

    Dessa feita, o estudo realizado sugere que a subordinao prevista entre os diversos nveis cognitivos de hierarquia da taxonomia dos objetivos educacionais, no se aplica, em sua totalidade, nesta situao especfica de anlise. Abre-se, assim, espao para a realizao de novas pesquisas que verifiquem a necessria subordinao hierrquica entre os nveis da taxonomia de Bloom, em especial, no que diz respeito ao nvel cognitivo de aplicao e suas relaes com os demais nveis.

  • 15

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ANDERSON, L. W. et. al. A taxonomy for learning, teaching and assessing: a revison of Blooms Taxonomy of Educational Objectives. Nova York: Addison Wesley Longman, 2001. ATHANASSIOU, Nicholas; McNETT, Jeanne M.; HARVEY, Carol. Critical thinking in the management classroom: Blooms taxonomy as a learning tool. Journal of Management Education, v. 27, p. 533-539, out. 2003. BERRY, W.D.; FELDMAN, S. Multiple regression in practice. Sage University Paper Series on Quantitative Applications in the Social Sciences, series n 7-50. Newbury Park: Sage, 1985. BLOOM Benjamim S.; KRATHWOHL, David R., MASIA, Bertram B. Taxonomia dos objetivos educacionais. vol.1 (domnio cognitivo). Porto Alegre: Globo, 1973. BLOOM, Benjamim S. et al (Ed.) Taxonomy of educational objectives: The classifications educational goals. Hand book 1. Cognitive Domain. Nova York: McKay, 1956. BLOOM, Benjamin S.; HASTINGS, J. Thomas, MADAUS, George F. Manual de Avaliao Formativa do Aprendizado Escolar. Livraria Pioneira Editora: So Paulo, 1971. BLOOM, Benjamin S.; KRATHWOHL, David R.; MASIA, Bertran B. Taxonomia de objetivos educacionais: domnio afetivo. Porto Alegre: Globo Comunicaes e Participaes, 1972. CASTRO, Rubens da Silva; MOREIRA, Elizeu Vieira. Exame Nacional de Desempenho de Estudantes: avaliao ou exame? Em: < http://www.artigonal.com/ensino-superior-artigos/exame-nacional-de-desempenho-de-estudantes-avaliacao-ou-exame-4604070.html>. Acesso em: 26 abril 2012. DOWNING, Douglas; CLARK, Jeffrey. Estatstica Aplicada. |Traduo Alfredo Alves Farias. So Paulo: Editora Saraiva, 2000. FERRAZ, Ana P. C. Marcheti; BELHOT, Renato V. Taxonomia de Bloom: reviso terica e apresentao das adequaes do instrumento para definio de objetivos instrucionais. So Carlos, v. 17, n. 2, p. 421-431, 2010. LOPES, Jorge E. de Gusmo; SANTANA JUNIOR, Jorge J. B. de; PEREIRA, Dimmitre M. V. Gonalves. Anlise das habilidades cognitivas requeridas dos candidatos ao cargo de contador na administrao pblica federal, utilizando-se indicadores fundamentados na viso da taxonomia de Bloom. USP: So Paulo, 2008. MOREIRA, M. A.. Aprendizagem significativa. Braslia: Editora Universidade de Braslia, 1999. NEWCOMER, Kathryn E. Aplicao do mtodo de regresso na avaliao de programas. In: Pesquisa Quantitativa em Administrao. BOTELHO, Delane; ZOUAIN, Deborah Moraes (orgs). So Paulo: Editora Atlas, 2006. p.1-12. OLIVEIRA, Eloiza da Silva Gomes de; COSTA, Marly de Abreu. Por um zero consciente? Discusso proativa do Exame Nacional de Cursos. Revista Brasileira de Poltica e Administrao da Educao, v. 17, n. 2, p.221-232, jul.-dez.2001. PELISSONI, Adriane M. Soares. Objetivos educacionais e avaliaes da aprendizagem. Anurio de produo acadmica docente, vol. III, n. 5, 2009. RODRIGUES, Jos Florncio. Avaliao do estudante universitrio. Braslia: SENAC, 2009. SOGAYAR, Roberta Leme; LONA, Miriam. Ensino superior em Turismo: refletindo sobre a pedagogia das competncias, a Taxonomia de Bloom e os valores do Tourism Education Future Initiative (TEFI). In: VIII SEMINRIO DA ASSOCIAO NACIONAL PESQUISA E PS-GRADUAO EM TURISMO, 2011, Balnerio Cambori.

  • 16

    TRIVINOS, Augusto Nibaldo Silva. Introduo pesquisa em cincias sociais: a pesquisa qualitativa em educao. So Paulo: Atlas, 1987. WERKEMA, Maria Cristina Catarino. Criando a cultura Seis Sigma. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2002.

    /ColorImageDict > /JPEG2000ColorACSImageDict > /JPEG2000ColorImageDict > /AntiAliasGrayImages false /CropGrayImages true /GrayImageMinResolution 300 /GrayImageMinResolutionPolicy /OK /DownsampleGrayImages true /GrayImageDownsampleType /Bicubic /GrayImageResolution 300 /GrayImageDepth -1 /GrayImageMinDownsampleDepth 2 /GrayImageDownsampleThreshold 1.50000 /EncodeGrayImages true /GrayImageFilter /DCTEncode /AutoFilterGrayImages true /GrayImageAutoFilterStrategy /JPEG /GrayACSImageDict > /GrayImageDict > /JPEG2000GrayACSImageDict > /JPEG2000GrayImageDict > /AntiAliasMonoImages false /CropMonoImages true /MonoImageMinResolution 1200 /MonoImageMinResolutionPolicy /OK /DownsampleMonoImages true /MonoImageDownsampleType /Bicubic /MonoImageResolution 1200 /MonoImageDepth -1 /MonoImageDownsampleThreshold 1.50000 /EncodeMonoImages true /MonoImageFilter /CCITTFaxEncode /MonoImageDict > /AllowPSXObjects false /CheckCompliance [ /None ] /PDFX1aCheck false /PDFX3Check false /PDFXCompliantPDFOnly false /PDFXNoTrimBoxError true /PDFXTrimBoxToMediaBoxOffset [ 0.00000 0.00000 0.00000 0.00000 ] /PDFXSetBleedBoxToMediaBox true /PDFXBleedBoxToTrimBoxOffset [ 0.00000 0.00000 0.00000 0.00000 ] /PDFXOutputIntentProfile () /PDFXOutputConditionIdentifier () /PDFXOutputCondition () /PDFXRegistryName () /PDFXTrapped /False

    /CreateJDFFile false /Description > /Namespace [ (Adobe) (Common) (1.0) ] /OtherNamespaces [ > /FormElements false /GenerateStructure false /IncludeBookmarks false /IncludeHyperlinks false /IncludeInteractive false /IncludeLayers false /IncludeProfiles false /MultimediaHandling /UseObjectSettings /Namespace [ (Adobe) (CreativeSuite) (2.0) ] /PDFXOutputIntentProfileSelector /DocumentCMYK /PreserveEditing true /UntaggedCMYKHandling /LeaveUntagged /UntaggedRGBHandling /UseDocumentProfile /UseDocumentBleed false >> ]>> setdistillerparams> setpagedevice