75
Curso de Fisioterapia Daniel Silva Bambino OS PRINCIPAIS RECURSOS FISIOTERAPÊUTICOS NO TRATAMENTO DE OSGOOD-SCHLATTER COM ÊNFASE EM HIDROTERAPIA Rio de Janeiro 2008

Os Principais Recursos Fisioterapêuticos no Tratamento de Osgood

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Os Principais Recursos Fisioterapêuticos no Tratamento de Osgood

Curso de Fisioterapia

Daniel Silva Bambino

OS PRINCIPAIS RECURSOS FISIOTERAPÊUTICOS NO TRATAMENTO DE OSGOOD-SCHLATTER COM ÊNFASE EM

HIDROTERAPIA

Rio de Janeiro 2008

Page 2: Os Principais Recursos Fisioterapêuticos no Tratamento de Osgood

DANIEL SILVA BAMBINO

OS PRINCIPAIS RECURSOS FISIOTERAPÊUTICOS NO TRATAMENTO DE OSGOOD-SCHLATTER COM ÊNFASE EM

HIDROTERAPIA

Monografia de Conclusão de Curso apresentada ao Curso de Fisioterapia da Universidade Veiga de Almeida, como requisito para obtenção do título de Fisioterapeuta. Orientador: Profº. José Diniz Feijóo

Rio de Janeiro 2008

Page 3: Os Principais Recursos Fisioterapêuticos no Tratamento de Osgood

DANIEL SILVA BAMBINO

OS PRINCIPAIS RECURSOS FISIOTERAPÊUTICOS NO TRATAMENTO DE OSGOOD-SCHLATTER COM ÊNFASE EM

HIDROTERAPIA

Monografia de Conclusão de Curso apresentada ao Curso de Fisioterapia da Universidade Veiga de Almeida, como requisito para obtenção do título de Fisioterapeuta.

Aprovada em: ____/____/2008. BANCA EXAMINADORA Profº. José Diniz Feijóo Universidade Veiga de Almeida - Presidente da Banca Examinadora. Prof. ________________________________________________ Universidade Veiga de Almeida - Membro da Banca Examinadora. Prof. ________________________________________________ Universidade Veiga de Almeida - Membro da Banca Examinadora.

Page 4: Os Principais Recursos Fisioterapêuticos no Tratamento de Osgood

Ao meu Avô José Alves da Silva.

In memoriam.

Page 5: Os Principais Recursos Fisioterapêuticos no Tratamento de Osgood

AGRADECIMENTOS

A Deus por ter me dado o dom da vida e por ter me escolhido para esta profissão. Aos

meus pais queridos que das suas lutas, vitórias e derrotas herdei o exemplo. Das suas lágrimas e

sorriso, o meu estímulo. Do teu amor, que nada me pede em troca, me fiz mais humano para dar

valor à vida e poder ajudar aos outros com o exercício da minha profissão. A Gabriela que

sempre está ao meu lado compartilhando os meus sonhos e dando sentido para que eu nunca

desista e em especial ao professor. Diniz que sempre esteve ao meu lado nas horas em que eu

precisei.

Page 6: Os Principais Recursos Fisioterapêuticos no Tratamento de Osgood

O ser humano é o verdadeiro ponto de referência de

todos os seres terrenos; ele é o centro da criação,

com os dons da liberdade e imortalidade.

O fisioterapeuta não pode ignorar esta nobreza

radical do paciente, pois ele mesmo é reabilitador e

tutor da integridade humana.

Luigi Olivo Cirimbelli

Page 7: Os Principais Recursos Fisioterapêuticos no Tratamento de Osgood

RESUMO Osgood-Schlatter (OS) constitui uma doença osteo-muscular, comum em adolescentes. Caracterizada por dor na região da tuberosidade tibial especialmente aos esforços que necessitem de uma forte contração do músculo quadríceps com uma proeminência óssea visível Tendo predomínio, no sexo masculino da faixa etária dos 10 aos 15 anos, praticantes de esportes especialmente os que incluem: chutes, saltos e corridas, É unilateral em cerca de metade dos casos. Entretanto, o quadro geralmente regride com o término do processo de ossificação, ao final da puberdade. O presente estudo teve por objetivo verificar a eficácia do tratamento da patologia de Osgood-Schlatter com o uso da hidroterapia como o melhor recurso para os atletas. A DOS apresenta um amplo aspecto de gravidade. A complicação mais comum é a não união do tubérculo na tíbia. Essa é a causa da persistência dos sintomas na vida adulta. Nos casos graves ou moderados, o tratamento consiste de imobilização do joelho em um gesso tubular de ambulatório que mantenha o joelho em extensão, deve ser seguido por restrição de exercícios árduos ou esportes por três meses, durante este período a fisioterapia é de vital importância para uma recuperação total dessa criança. Atualmente, com resultados mais eficazes e estudos comprovados, os médicos encaminham seus pacientes para sessões de Hidroterapia - exercícios aquáticos realizados individualmente por fisioterapeutas que dominam as patologias que envolvem a articulação do joelho, assim como os exercícios benéficos para a evolução do paciente, os princípios físicos da água, os efeitos terapêuticos e fisiológicos do corpo humano dentro de uma piscina aquecida e fria e os efeitos do organismo quando submetido a exercícios na água. Palavras chaves: Osgood-schlatter, Hidroterapia, Adolescência, Esporte.

Page 8: Os Principais Recursos Fisioterapêuticos no Tratamento de Osgood

ABSTRACT Osgood-Schlatter (OS) is a disease the musculoskeletal, common among adolescents. Characterized by pain at the tibial tuberosity especially for efforts that require a strong contraction of the quadriceps muscle with a bone prominence visible light predominance in males aged from 10 to 15 years, practitioners of sports especially those that include: kicks, leaps and races. It is unilateral in about half the cases. Meanwhile, the table usually subsides with the end of the process of ossification, the end of puberty. This study aimed to verify the effectiveness of the treatment of the condition of Osgood-Schlatter with the use of hydrotherapy as the best resource for the athletes. The DOS presents a broad aspect of gravity. The most common complication is the non-union tibia in the tuber. That is the question of persistence of symptoms in adulthood. In moderate or severe cases, treatment consists of immobilization in a plaster knee tubular outpatient which keeps the knee in extension, to be followed by restriction of strenuous exercise or sports for three months, during this period to physiotherapy is of vital importance for a total recovery of that child. Currently, with the most effective and proven studies, doctors refer their patients for sessions of Hydrotherapy-aquatic exercises carried out individually by physiotherapists who dominate the diseases involving the knee joint as well as the exercises beneficial to the development of the patient, the principles Water physical, physiological and therapeutic effects of the human body in a heated swimming pool and could and the effects of the organism when subjected to exercises in the water. Key words: Osgood-Schlatter, Hydrotherapy, Adolescence, Sports.

Page 9: Os Principais Recursos Fisioterapêuticos no Tratamento de Osgood

SUMÁRIO INTRODUÇÃO............................................................................................................................11 CAPÍTULO 1 (A DOR)................................................................................................................13 1.1. A FISIOLOGIA DA DOR......................................................................................................15 CAPÍTULO 2 (A ANATOMIA DO JOELHO).........................................................................19 2.1 OS OSSOS................................................................................................................................19 2.2 LIGAMENTOS E CÁPSULA ARTICULAR.........................................................................21 2.3 MENISCOS..............................................................................................................................22 2.4 MÚSCULOS............................................................................................................................23 2.5 SUPRIMENTOS SANGUÍNEOS............................................................................................24 2.6 CINESIOLOGIA DO JOELHO...............................................................................................25 2.7 BIOMECÂNICA DO JOELHO...........................................................................................26 2.7.1 ARTICULAÇÃO TIBIOFEMORAL....................................................................................26 2.7.2 ARTICULAÇÃO FEMOROPATELAR...............................................................................27 CAPÍTULO 3 (PATOLOGIA DE OSGOOD-SCHLATTER).................................................29 3.1 DEFINIÇÃO............................................................................................................................29 3.2 ETIOLOGIA............................................................................................................................30 3.3 FISIOPATOLOGIA.................................................................................................................31 3.4 CAUSAS..................................................................................................................................33 3.5 SINTOMAS..............................................................................................................................33 3.6 DIAGNÓSTICO.....................................................................................................................33 3.6.1 ACHADOS RADIOLÓGICOS.............................................................................................35 3.7 QUADRO CLÍNICO................................................................................................................38 3.8 COMPLICAÇÕES...................................................................................................................39 3.9 TRATAMENTO.....................................................................................................................41 3.9.1 TRATAMENTO CONSERVADOR....................................................................................41 3.9.2 TRATAMENTO CIRÚRGICO............................................................................................43 CAPÍTULO 4 (O PAPEL DA FISIOTERAPIA)......................................................................46 4.1 A LASERTERAPIA.................................................................................................................47 4.2 ALONGAMENTO..................................................................................................................50 4.3 CRIOTERAPIA.......................................................................................................................52 4.4 ELETROTERAPIA.................................................................................................................53 4.5 CINESIOTERAPIA................................................................................................................53 4.6 A HIDROTERAPIA..............................................................................................................55 4.6.1 AS PROPRIEDADES FÍSICAS E TERAPÊUTICAS DA ÁGUA....................................56 4.7 A REABILITAÇÃO NA HIDROTERAPIA.......................................................................63 4.7.1 FASE INICIAL....................................................................................................................63 4.7.2 FASE INTERMÉDIÁRIA...................................................................................................64 4.7.3 FASE AVANÇADA............................................................................................................64

Page 10: Os Principais Recursos Fisioterapêuticos no Tratamento de Osgood

4.8 A VARIEDADE DE TRATAMENTOS.............................................................................65 DISCUSSÃO.................................................................................................................................66 CONCLUSÃO...............................................................................................................................68 REFERÊNCIAS............................................................................................................................71

Page 11: Os Principais Recursos Fisioterapêuticos no Tratamento de Osgood

11

INTRODUÇÃO

A patologia de Osgood-Schlatter é muito comum em crianças e adolescentes, sendo

comum como decorrência de lesões traumáticas nos esportes, já que os centros de crescimento

são extremamente suscetíveis a lesão. Os lugares mais comuns acometidos por essas lesões

traumáticas são os centros de crescimento epifisários e os locais de inserção de tendões.

Nos últimos 10 anos houve um grande incentivo à prática de esportes e competições de

alto nível, para as quais os adolescentes sentem-se extremamente motivados pela repercussão na

mídia. Assim, os atletas começam a participar de esportes de competição em idades cada vez

menores, o que torna o tecido músculo-esquelético suscetível a desenvolver a patologia de

Osgood-Schlatter, em função das subseqüentes lesões.

Segundo Burns & Macdnald(1999) atualmente há uma preocupação maior com esses

atletas muito jovens, voltada para a prevenção, já que a lista dos benefícios da participação nos

esportes é inegável: Melhora da sensação e do bem-estar, do enduro do aparelho circulatório e da

força muscular, desenvolvimento do espírito esportivo, da camaradagem e das habilidades no

convívio social. Porém, com o aumento da participação e a alta competitividade nos esportes,

aumenta cada vez mais os números de lesões.

A patologia de Osgoog-Schlatter foi descrita pela primeira vez em 1903 por Osgood. De

acordo com Ratliffe ( 2000) ela acontece durante a adolescência em forma de tumefação em torno

do tubérculo tibial e do tendão patelar como uma condição comum denominada de Osteocondrite,

o que pode ser entendido como um traumatismo por tração do local no qual se insere uma parte

do tendão patelar (a parte remanescente está inserida de cada lado da apófise e impede a

separação completa). Pode ser ainda definida como uma apofisite (inflamação da inserção

tendínea) do tubérculo tibial, causada por inflamação crônica e micro avulsão ou ligeiro

rompimento do tendão da patela em seu ponto de inserção no tubérculo tibial

Conforme Gould (2003) o excesso de carga aplicada por um longo período de tempo pode

resultar em alterações estruturais agudas, onde o organismo fica temporariamente incapaz de se

recuperar. A inserção apofisária imatura desenvolve microrrupturas do tendão e hemorragias

associadas em vez de avulsão e um dos locais que comumente apresenta esta lesão é o tubérculo

tibial onde chamamos de doença de Osgood-Schlatter. Outra denominação é que a causa seria

uma periostite ou a formação de osso novo por lesão do tendão patelar, conceitos que até os dias

Page 12: Os Principais Recursos Fisioterapêuticos no Tratamento de Osgood

12

atuais não foram nem confirmados e nem negados por outros autores, como : Lovell e Winter

(1988).

A presente pesquisa tem como objetivo observar como o tratamento fisioterapêutico pode

auxiliar no caso de pacientes com a patologia de Osgood-Schlatter usando a Hidroterapia e

evitando-se com isso a necessidade de cirurgia, já que a fisioterapia pode participar com

modalidades para aliviar a dor e com os exercícios para preservar a força do músculo quadríceps

e promover a boa forma física geral durante o período de recuperação. Segundo Ratliffe ( 2000).

a fisioterapia pode atuar muito bem na fase aguda, onde a redução do quadro álgico determinante

da auto limitação, reduz consideravelmente o tempo de inatividade, na fase tardia a fisioterapia

pode auxiliar somente no alongamento muscular onde os encurtamentos se fazem bem presentes,

resultando a reabilitação e o retorno precoce do adolescente ao movimento. Assim, torna-se

relevante apresentar um estudo objetivando verificar a eficiência do tratamento fisioterapêutico

na patologia de Osgood-Schlatter através da Hidroterapia.

Page 13: Os Principais Recursos Fisioterapêuticos no Tratamento de Osgood

13

CAPÍTULO 1

A DOR

Segundo Teixeira et. al.(1994) a dor é uma qualidade sensorial complexa, muitas vezes,

de etiologia indefinidas que resulta em incapacidades e inabilidades, implicando em elevados

custos pessoais. Freqüentemente a dor não está relacionada ao grau de lesão tecidual. A

interpretação da sensação dolorosa envolve os aspectos físico-químicos da nocicepção,mas

também os componentes sócio-culturais dos indivíduos e as particularidades do ambiente onde o

fenômeno nociceptivo é experimentado.

Para Figueiró (2001) e Teixeira( 2001) a dor aguda é de ocorrência universal com raras

exceções e tem como finalidade a proteção do organismo, ocorrendo sempre que algum tecido

está sendo lesado, o que faz com que o indivíduo reaja removendo o estímulo doloroso. Brody

(2007) ressalta a dor é uma experiência psicossomática afetada por fatores culturais, históricos,

ambientais e sociais, que produz limitações funcionais e incapacidades que nem sempre pode ser

observado, o que gera ainda mais ansiedade no paciente e torna-se uma fonte de conflito para os

cônjuges, membros da família, amigos e colegas de trabalho.

Conforme Guyton (1993) até mesmo atividades simples, como ficar sentado por um

período prolongado, pode ocasionar destruição tecidual, devido à falta de fluxo sangüíneo para a

pele nos locais em que está comprimida pelo peso do corpo.

Quando a pele se apresenta dolorida em conseqüência da

isquemia, a pessoa normalmente desloca inconscientemente o

peso. Contudo, uma pessoa que tenha perdido o sentido da

dor, como após uma lesão da medula espinhal, não sente dor

e não faz, portanto esse deslocamento. Isso logo ocasiona

ulcerações nas áreas sob pressão. (GUYTON, 1993, p.110).

De acordo com Merskey (1979) e Prentice (2002) a dor é uma experiência sensorial e

emocional desagradável associada com uma lesão tecidual presente ou potencial, ou descrita

relativamente a essa lesão que nos adverte que existe algo errado e pode levar a uma resposta de

retirada para evitar uma lesão adicional. Leva a espasmo muscular com o objetivo de proteger a

Page 14: Os Principais Recursos Fisioterapêuticos no Tratamento de Osgood

14

área lesada, algumas vezes ela persiste e levar a um aumento da inaptidão e inibir esforços de

reabilitação, um espasmo prolongado pode levar a deficiência circulatória, atrofia muscular,

hábitos de desuso e à consciente ou inconsciente proteção, levando a perda severa da função.

Segundo Prentice (2002) há alguns termos descritivos da natureza repetitiva do elemento

precipitador, como Síndromes por uso excessivo, distúrbios traumáticos cumulativos, lesão por

distensões excessiva. Micro traumas repetitivos ou sobrecargas com distensões repetidas

resultam, com o tempo, em enfraquecimento estrutural ou ruptura do tecido conectivo por fadiga

com quebra das ligações transversas das fibras de colágeno e inflamação. Inicialmente a resposta

inflamatória devido a micro trauma fica abaixo do limiar mais eventualmente cresce até o ponto

de provocar dor, resultando em disfunção.

A dor crônica é definida por Brody (2007) como aquela que persiste após a remoção do

estímulo nocivo, incluindo a dor que persiste após a cicatrização de uma lesão aguda e a dor sem

causa conhecida, não havendo relação entre a extensão da patologia e a intensidade ou a

localização anatômica da dor.

O exame e a avaliação podem tornar-se difíceis na ausência

de uma boa compreensão dos padrões comuns de irradiação

da dor. É indispensável aventar outras fontes distantes de dor

ao examinar o paciente com dor aguda ou crônica. (BRODY,

2007, p.298)

Os receptores da dor na pele e noutros tecidos são todos terminações nervosas livres.

Espalhados nas camadas superficiais da pele, bem como em certos tecidos internos, como o

periósteo, as paredes arteriais, as superfícies articulares e na foice e no tentório na abóboda

craniana. Em sua maioria, os outros tecidos profundos não são fartamente supridos de

terminações de dor, mas escassamente; no entanto, qualquer lesão maior dos tecidos pode ainda

se somar para causar o tipo de dor lenta, crônica, surda, nessas áreas. A dor que ocorre no

momento da lesão tecidual e durante o processo de cura é conhecida como dor aguda. A dor que

persiste além do prazo previsível de cura é conhecida como dor crônica. A distinção entre as duas

está relacionada com a duração (CARDENAS e EGAN, 1994).

Page 15: Os Principais Recursos Fisioterapêuticos no Tratamento de Osgood

15

1.1. A FISIOLOGIA DA DOR

Segundo Teixeira, Correa e Pimenta (1994) para que ocorra o fenômeno sensitivo-

doloroso é preciso que haja a transformação dos estímulos ambientais em potenciais de ação que,

das fibras nervosas periféricas, são transferidos para o SNC (Sistema Nervoso Central) receptores

nociceptivo ou receptores da dor são representados por terminações nervosas livres presentes nas

fibras mielínicas finas A - delta e amielínicas C. Os nociceptores relacionados com as fibras C

respondem à estimulação mecânica, térmica e/ou química de forma lenta e, os relacionados às

fibras A - delta, à estimulação mecânica e/ou térmica de forma rápida. A atividade dos receptores

nociceptivo é modulada pela ação de substâncias químicas algogênicas (acetilcolina,

prostaglandinas, histamina, serotonina, bradicinina, substância P, entre outras), liberadas nos

tecidos, em decorrência de processos inflamatórios, traumáticos e/ou isquêmicos. Das substâncias

químicas a bradicinina parece ser a mais dolorosa de todas. Por esta razão, muitos pesquisadores

sugeriram que a bradicinina poderia ser o agente individual mais responsável para provocar o tipo

de dor de lesão tecidual.

Por outro lado, estes mesmos autores citam que um trauma ou uma estimulação do

Sistema Nervoso Periférico ou Sistema Nervoso Central ativa a liberação de peptídeos e

receptores, com posterior tradução do sinal para o meio intracelular (TEIXEIRA, et al., 1994).

Conforme O’Sullivan e Schmitz (1993). a informação que se desloca para o cérebro

depende não só do estímulo direcionador aferente, mas também das influências moduladoras que

atuam sobre o sistema. Se a transmissão do impulso nociceptivo pode ser modulada ao nível da

medula espinhal, a transmissão rostral da dor pode ser bloqueada (p. ex., a administração

intratecal de um anestésico local pode ser efetuada para o bloqueio de todo impulso sensitivo).

Embora os neurotransmissores preferenciais à medula espinhal não sejam bem conhecidos, é bem

sabido que opiáceos exógenos como a morfina atuam preferencialmente nas fibras A - delta/C

nos receptores de opiáceos, e atuam no bloqueio da descarga dos impulsos da dor pelas fibras A -

delta/C. Hoje já é sabido que o corpo possui substâncias endógenas próprias denominadas

endorfinas. Estas substâncias exercem a mesma ação que os alcalóides opiáceos exógenos no

bloqueio da atividade evocada pelas fibras A - delta/C inibindo seletivamente a dor.

Page 16: Os Principais Recursos Fisioterapêuticos no Tratamento de Osgood

16

Para Selkurt (1986) uma importante característica da dor relacionada a processos nervosos

centrais é a sua tendência a irradiar e dar origem à dor referida. Por exemplo, a dor ocasionada

por lesão cardíaca pode ser sentida como dor no membro superior esquerdo ou como dor que se

irradia pelo braço esquerdo até a mão. Esses endereçamentos errados da sensação dolorosa

parecem devidos à excitação de um grupo comum de neurônios, no interior da medula, no tronco

cerebral ou no córtex, a partir de diferentes fontes aferentes. Para o autor o estado de alerta e a

atitude do paciente no momento da lesão são importantes para determinar o grau de dor que é

experimentado, pois há muito tempo observou-se que, durante a guerra ou em catástrofes, os

pacientes gravemente feridos não sentiam nenhuma dor no momento da lesão, devido ao estresse

ou à emoção.

Os impulsos neurais descendentes, que se originam do cérebro e atuam sobre as células,

na medula, podem determinar quais os tipos de impulsos ascendentes que alcançarão o cérebro e

a consciência. A nocicepção ou a detecção da lesão pelas fibras nervosas periféricas envolve

mediadores químicos que são liberados ou sintetizados em resposta ao dano tecidual. Estes

incluem prostaglandinas, leucotrienos, que sensibilizam os receptores aferentes nociceptivo, e a

bradicinina e a histamina que ativam diretamente os nociceptores. Uma vez estimulado o

nociceptor existem uma variedade de neurotransmissores que levarão o sinal até o córtex,

incluindo polipeptídios, acetilcolina, norepinefrina, serotonina, e as mais recentemente

descobertas endorfinas.

Brody (2007) afirma que a fisiologia da dor é complexa, mas que revisão geral

proporciona uma boa compreensão da fisiologia da dor e da base científica das intervenções

utilizadas para tratá-la, já que a dor é transmitida a partir dos aferentes nociceptores (ativados por

estímulos mecânicos tipo pressão intensa por irritantes tipo substâncias químicas ou por

elementos nocivos, como calor e frio) e não-nociceptores na periferia ( que transmitem a

informação acerca da dor através de fibras A - delta e C). Segundo a autora foram desenvolvidos

vários instrumentos para avaliar a dor e seu impacto sobre a vida dos pacientes, sendo que a

maioria dos instrumentos avalia a função física, social e psicológica. Alguns outros avaliam as

percepções saudáveis, a satisfação e as várias deficiências. A abordagem ao tratamento da dor

aguda difere da utilizada para a dor crônica e as escolhas específicas dependem das

circunstâncias de cada paciente, devendo o programa de tratamento ser ajustado ao padrão da dor.

Page 17: Os Principais Recursos Fisioterapêuticos no Tratamento de Osgood

17

Os objetivos do programa de exercícios terapêuticos vão

além do tratamento das deficiências. As limitações

funcionais e a incapacidade relacionada com depressão, sono

e apetite também constituem preocupações. As melhoras nos

padrões de sono, no estado mental e no apetite podem

constituir os primeiros marcadores de uma intervenção bem-

sucedida, ocorrendo antes de qualquer mudança nas medidas

das deficiências. (BRODY, 2007, p.197)

Ainda de acordo com Brody (2007) a piscina é um instrumento útil na aplicação do

exercício terapêutico para aqueles com dor crônica, cujas vantagens incluem a ausência de peso

m virtude da flutuabilidade e o calor e o contato da água sobre a pele, o que faz com que o

movimento seja realizado com menos dor e ainda crie a oportunidade de corrigir a postura e os

padrões de movimento durante a atividade ou o alongamento. O calor e o contato com a água

podem funcionar no fechamento da comporta para a dor ao nível da medula espinal. A autora,

porém, aponta diversas desvantagens do uso da piscina no tratamento da dor, como:

-A dificuldade em determinar os padrões apropriados de recrutamento muscular e

de movimento.

-A refração da água causa distorção, o que impede o terapeuta de observar o

movimento e a postura (mas reconhece a autora que a palpação e os indícios táteis na

piscina podem superar esse problema).

-A resistência da água para afecções como Fibromialgia ou dor miofascial.

-A viscosidade da água exacerba algumas condições de dor crônica.

Ainda assim, Brody (2007) admite que a dosagem dependa do componente específico do

sistema do movimento que está sendo tratado e da finalidade do exercício, que jamais deve

agravar a dor. A velocidade, as repetições, a intensidade e a duração escolhidas não devem

exacerbar a dor durante o exercício, assim como a intensidade dos sintomas também não deve

Page 18: Os Principais Recursos Fisioterapêuticos no Tratamento de Osgood

18

aumentar após o exercício. As sessões devem ser curtas para avaliar a resposta a essa intervenção

e, à medida em que a tolerância é demonstrada, a intensidade e a duração podem ser aumentadas.

Uma vez determinada a dosagem que não produz dor, deve-se progredir com os parâmetros do

exercício mais apropriado para tratar a patologia, a deficiência e a limitação funcional subjacente

do paciente avançar com a atividade até uma progressão funcional destinada a retornar aos níveis

prévios da atividade. (Brody, 2007, p.204-205)

Page 19: Os Principais Recursos Fisioterapêuticos no Tratamento de Osgood

19

CAPÍTULO 2

A ANATOMIA DO JOELHO

2.1 OS OSSOS

Segundo Kisner e Colby (1998) as partes ósseas da articulação do joelho incluem o fêmur

distal, a tíbia proximal e a patela, sendo a tíbia o osso interno e maior da perna, que possui um

corpo e duas extremidades. Expande-se proximalmente, onde entra na articulação do joelho, e de

novo aumenta, mas numa extensão menor, na sua extremidade distal. De acordo com Goss (1977)

essas expansões proximais são os côndilos medial e lateral da tíbia (tuberosidade interna e

externa), a superfície superior de cada côndilo é lisa e se articula com o côndilo correspondente

do fêmur e com uma fibrocartilagem, o menisco A patela é um osso triangular que se interpõe às

fibras tendíneas de inserção inferior do músculo quadríceps , que é um osso sesamóide, achatado

e de contorno quase triangular ,visto como osso sesamóide por:

(1) Desenvolver-se em um tendão.

(2) Apresentar em seu centro de ossificação uma delimitação nodular ou tuberculada,

(3) Compor-se principalmente de tecido esponjoso denso. Serve para proteger a frente da

articulação e aumenta a alavanca do quadríceps femoral(GOSS, 1977).

Figura anatônica do joelho destacando os principais ossos acometidos na doença de Osgood-

Schlatter.

Fonte: http://www.eorthopod.com/public/patient_education/6621 ,Acessado em 15/11/08.

Page 20: Os Principais Recursos Fisioterapêuticos no Tratamento de Osgood

20

Segundo Hamilton (1982) No nascimento a patela é cartilaginosa, mas entre o terceiro e

quarto ano surge um centro de ossificação e, na puberdade, o osso está completamente ossificado

de um único centro que em geral aparece aos dois ou três anos, mas pode atrasar-se até os seis

anos. Mais raramente o osso desenvolve-se a partir de dois centros situados lado a lado.

Os movimentos de flexão e extensão não são uniplanares

puros com os movimentos de uma dobradiça, mas sim

movimentos helicoidais, onde a flexão é acompanhada de uma

rotação medial e a extensão de uma rotação lateral da perna. A

amplitude de flexão do joelho é geralmente de 120 graus e a

de extensão varia de 0 a 5 graus. Os movimentos de rotação

medial e lateral da tíbia têm o seu eixo medializado no joelho

e não ocorrem quando o joelho está posicionado a zero grau de

flexão ou extensão. As amplitudes máximas de rotação medial

(30 graus) e rotação lateral (45 graus) são obtidas quando o

joelho está fletido 90 graus. Os movimentos de adução e

abdução são mínimos e ocorrem com maior amplitude quando

o joelho está fletido 30 graus. (NETO, 1998, p.41)

Conforme Dângelo e Fatini (1988) o fêmur é o osso mais longo do corpo é classificado

como osso longo, apresentando, portanto, duas epífises, proximal e distal e um corpo ou diáfise O

movimento da articulação femoropatelar é basicamente de deslizamento da patela sobre o fêmur.

A patela aumenta o braço de alavanca do ligamento patelar a tal ponto que a força exercida pelo

músculo quadríceps teria que ser 30% maior se ela não existisse. A grande área de contato da

patela com o fêmur diminui a pressão exercida sobre a superfície da tróclea. Na marcha normal o

joelho nunca está em extensão total. Na fase de toque do calcâneo e no fim da fase de apoio o

joelho está fletido cerca de 5 graus. A flexão máxima ocorre na primeira metade da fase de

balanço.

Segundo Neto (1998) a linha de carga do membro inferior passa, em projeção frontal, pelo

centro da cabeça do fêmur, pelo sulco intercondiliano do joelho e pelo centro da articulação

tibiotársica. Se esta linha de carga sofrer um desvio medial ou lateral, ocorre aumento de pressão

Page 21: Os Principais Recursos Fisioterapêuticos no Tratamento de Osgood

21

no compartimento correspondente do joelho. Deformidades de quadril podem alterar a posição da

linha de carga e levar à sobrecarga compartimental do joelho.

A apófise da tuberosidade tibial demonstra uma adaptação ao estresse provocado pela

tensão. Isto parece ser uma correlação direta entre a tração na tuberosidade e do tecido fibroso

sobre a tuberosidade e a metáfise anterior. O crescimento longitudinal do tendão patelar,

proporcional ao crescimento apofisário, ocorre na área de inserção do tendão patelar. O tecido

formado é diretamente incorporado ao tecido ósseo. A apófise se desenvolve através de vários

centros de ossificação. A calcificação da apófise inicia na parte distal numa idade média de nove

anos em meninas e onze em meninos. Os centros de ossificação da tuberosidade tibial que são

separados se unem numa idade media de doze anos em meninas e treze em meninos. Encontra-se

a patologia de Osgood-Schlatter geralmente quando existem centros de ossificação separados na

apófise.

2.2. LIGAMENTOS E CÁPSULA ARTICULAR

De acordo com Castro (1989) a cápsula é um tubo fibroso que liga a epífise distal do

fêmur e a epífise proximal da tíbia, é delgada e membranosa posteriormente, enquanto que,

anteriormente, é substituída em grande parte pelo tendão do músculo quadríceps, patela e o

ligamento patelar de cada lado da patela a cápsula consiste de um retináculo medial e um lateral,

que são prolongamentos dos músculos vastos medial e lateral Os ligamentos cruzados são dois

ligamentos intra-articulares que não só se cruzam como, poder-se-ia dizer que se abraçam. Além

de cruzarem-se no sentido antero-posterior, cruzam-se ainda no látero-medial. É chamado

anterior e posterior em decorrência de suas inserções na tíbia, o ligamento cruzado anterior

insere-se na depressão situada, unindo-se com a extremidade anterior do menisco lateral,

dirigindo-se para trás e lateralmente, vai se fixar, na parte posterior da face medial do côndilo

lateral do fêmur.

Segundo Goss (1977) o ligamento cruzado posterior insere-se na área intercondilar

posterior da tíbia (atrás da eminência intercondilar) dirigindo-se em seguida para cima e

medialmente, indo à depressão que há lateralmente no côndilo medial do fêmur o ligamento

cruzado anterior impede o deslocamento posterior do fêmur sobre a tíbia, enquanto que o

posterior bloqueia o deslocamento anterior do fêmur sobre a tíbia. Os ligamentos colaterais são

Page 22: Os Principais Recursos Fisioterapêuticos no Tratamento de Osgood

22

considerados extra-capsulares, isto é, estão isolados da cápsula articular. A disposição diferente

dos dois ligamentos tem importância nos movimentos de rotação da articulação do joelho o

ligamento colateral lateral diferentemente do ligamento colateral medial é separado da cápsula.

Ele é uma corda arredondada e dirige-se do epicôndilo lateral para o lado lateral da cabeça da

fíbula

De acordo com Smith; Weiss; Lehmkuhl (1997). Os ligamentos colaterais medial (tibial)

e lateral (fibular) impedem movimento passivo do joelho no plano frontal. Secundariamente, os

ligamentos colaterais restringem desvio anterior e posterior da tíbia, bem como a rotação, quando

o joelho é estendido O ligamento colateral medial (tibial) abrange a articulação tíbio-femoral no

lado medial e pode ser sentido palpando-se ao longo da linha articular.

As porções laterais e mediais do tendão do quadríceps

dirigem-se para baixo, passando de um e outro lado da patela

para se inserirem na extremidade proximal da tíbia em ambos

os lados da tuberosidade, essas porções fundem-se com a

cápsula formando os retináculos medial e lateral da patela, é

um ligamento de reforço anterior que fixa a patela à

tuberosidade (anterior) da tíbia (CASTRO, 1989).

2.3 MENISCOS

Segundo Castro (1989) em cada cavidade glenóide da tíbia, há uma fibrocartilagem intra –

articular que aumenta muito a área articular, além de torná-la mais profunda, que são os

meniscos. São mais espessos nas suas bordas periféricas, aumentam a concavidade das faces

articulares dos côndilos da tíbia que se articula com os côndilos do fêmur, têm importante função,

tornando mais congruentes as superfícies ósseas que se articulam o menisco medial é de forma

quase semicircular, um pouco alongado e, mais largo posteriormente, sua extremidade anterior,

fina e pontiaguda, está inserida na fossa intercondilar anterior da tíbia, em frente ao ligamento

cruzado anterior, sua extremidade posterior insere-se na fossa intercondilar posterior da tíbia,

entre as inserções do menisco lateral e do ligamento cruzado posterior. Conforme Hamilton

(1982) o corno posterior do menisco lateral dá um prolongamento que é contínuo com o

ligamento cruzado posterior e insere-se no tendão do músculo poplíteo, é mais largo do que o

Page 23: Os Principais Recursos Fisioterapêuticos no Tratamento de Osgood

23

medial e, suas extremidades são mais aproximadas do que as do medial apresentando-se por isso

quase circular.

2.4 MÚSCULOS

Os músculos que cruzam a articulação do joelho consistem nos músculos monoarticulares

e biarticulares que atuam como agonistas, antagonistas e estabilizadores. (HALL e BRODY,

2001). Os músculos em torno do joelho desempenham um importante papel, tanto para o

funcionamento normal do joelho quanto para protegê-lo dos traumatismos. Tem a função de

diminuir a suscetibilidade do joelho diante dos traumatismos, seja de forma direta (secundária ao

sistema ligamentoso) ou indireta (em virtude da disfunção do músculo vasto interno oblíquo),

causando problemas em relação a trajetória da patela. (MALONE; Mc POI, NITZ, 2000).

As origens destes músculos, suas inserções e inervações são:

VASTO LATERAL: Origem: lábio lateral (linha áspera) até o trocânter maior.

Inserção: o tendão conjunto do quadríceps se insere nas margens proximal e lateral da

patela (base da patela – ligamento patelar). Ação: extensão do joelho. Estabilizado auxilia

no bloqueio do joelho em extensão. Inervação: ramo do nervo femoral.

VASTO MEDIAL: Origem: lábio medial (linha áspera), a parte distal mais forte que a

proximal. Inserção: base da patela. Ação: extensão do joelho e auxilia no bloqueio do

joelho em extensão. Inervação: ramo do nervo femoral.

VASTO INTERMÉDIO: Origem: Perímetro anterior do fêmur. Inserção: base da patela.

Ação: extensão do joelho e auxilia no bloqueio do joelho em extensão. Inervação: ramo

do nervo femoral.

RETO DA COXA: Origem: espinha ilíaca antero inferior (cabeça reta) e margem superior

do acetábulo (cabeça reflexa). Inserção: base da patela (ligamento patelar). Ação: estende

a perna e auxilia a flexão na articulação do quadril.

Page 24: Os Principais Recursos Fisioterapêuticos no Tratamento de Osgood

24

Inervação: ramos do nervo femoral. BÍCEPS DA COXA: Origem: túber isquiático.

Inserção: cabeça da fíbula.

Ação: flexão da perna na articulação do joelho e rotação lateral, extensão e rotação lateral

da coxa na articulação do quadril. Inervação: nervo tibial.

SEMITENDÍNEO: Origem: do túber isquiático por um tendão curto unindo a cabeça

longa do músculo bíceps da coxa. Inserção: longo tendão borda medial da tuberosidade da

tíbia. Ação: flexão da perna na articulação do joelho e rotação medial, extensão da coxa

na articulação do quadril. Inervação: nervo tibial.

SEMIMEMBRANÁCEO: Origem: do túber isquiático (tendão largo, no espaço entre os

músculos bíceps da coxa e semitendíneo e o músculo adutor). Inserção: tendão curto e

espesso do côndilo medial da tíbia e no ligamento poplíteo oblíquo.

Ação: flexão da perna e rotação medial na articulação do joelho; extensão da coxa na

articulação do quadril. Inervação: nervo tibial (PUTZ e PABST, 1995).

2.5 SUPRIMENTOS SANGUÍNEOS

Conforme Fatini (1988) a artéria femoral passa através do hiato tendíneo do músculo

adutor magno e penetra na fossa poplítea com o nome de artéria poplítea. É a principal artéria da

região do joelho. Cruza a fossa poplítea com obliqüidade lateral, adjacente à face posterior do

fêmur e, à articulação do joelho os ramos da artéria femoral são os seguintes: Artérias

geniculares: estas fazem parte da rede arterial peri-articular do joelho. São cinco: as geniculares

superiores, medial e lateral, geniculares inferiores medial e lateral e genicular média. Ramos

musculares: são de pequeno calibre, para os músculos adjacentes, especialmente as artérias surais

que irrigam o gastrocnêmio. Em torno do joelho as artérias geniculares superiores e inferiores se

anastomosam entre si e ainda com o ramo descendente da artéria circunflexa lateral do fêmur, a

descendente do joelho da femoral e a artéria recorrente tibial anterior para formar uma rica

circulação colateral em torno da articulação do joelho, a rede arterial peri-articular do joelho

(DÂNGELO e FATINI, 1988).

Page 25: Os Principais Recursos Fisioterapêuticos no Tratamento de Osgood

25

2.6. CINESIOLOGIA DO JOELHO

De acordo com Enoka (2000) os músculos são máquinas moleculares que convertem

energia química, inicialmente derivada do alimento, em força. As propriedades do músculo

incluem:

(a) Irritabilidade, a habilidade para responder a um estímulo;

(b) Condutividade, a habilidade para propagar uma onda de excitação;

(c) Contratilidade, a habilidade para modificar seu comprimento,

(d) Adaptabilidade, um crescimento e uma capacidade regenerativa limitada (ENOKA,

2000)

“[...] a articulação do joelho parece ser uma articulação simples, porém, talvez seja uma das mais

complexas articulações do corpo. É classificada como articulação sinovial em dobradiça

(LIPPERT, 1996). Possui superfície articulares formada pelos côndilos do fêmur, platô tibial e

patela atuam nos movimentos de rolamento, Deslizamento e rotação interna e externa. As

múltiplas funções dos joelhos normais – resistirem a grandes forças, fornecer grande estabilidade

e proporcionar grande amplitude de movimento – são alcançadas de uma maneira única.

Figura anatômica do joelho destacando a musculatura do quadríceps como a principal acometida na doença

de Osgood-Schlatter.

Fonte: http://www.eorthopod.com/public/patient_education/6621, Acessado em 15/11/08.

Page 26: Os Principais Recursos Fisioterapêuticos no Tratamento de Osgood

26

A mobilidade é provida principalmente pela estrutura óssea e, a estabilidade é

principalmente provida pelos tecidos moles: ligamentos, músculos e cartilagem. Lesões atléticas

e industriais a estas estruturas de estabilização são comuns e freqüentemente são causadas pelos

maiores torques desenvolvidos pelas forças que atuam sobre os longos braços de alavanca do

fêmur e tíbia (SMITH e WEISS, 2000)

2.7. BIOMECÂNICA DO JOELHO

Conforme Gould (1993) os movimentos complexos das articulações tibiofemoral e

femoropatelar são coordenados e direcionados pela ação da musculatura e das estruturas

ligamentares os principais movimentos que se realizam no joelho são a flexão e a extensão da

perna sobre a coxa ou da coxa sobre a perna

2.7.1 ARTICULAÇÃO TIBIOFEMORAL

A articulação tibiofemoral é melhor descrita como uma articulação em dobradiça rodando,

deslizando e rolando. O movimento articular tibiofemoral é descrito como helicoidal ou espiral .

Os movimentos atrocinemáticos e osteocinemáticos na articulação tibiofemoral resultam em 6

graus de liberdade, incluindo três rotações – flexão e extensão, medial e lateral, valgo e varo – e

três translações – anterior e posterior, medial e lateral, separação e compressão. (GOULD, 1993).

As forças de reação do solo e a ativação muscular

combinam-se para produzir forças significativas ao redor da

articulação do joelho. O alinhamento inadequado em

qualquer plano pode resultar em consideráveis aumentos

focais na força. Os movimentos que ocorrem no plano sagital

resultam principalmente em ativação dos flexores e

extensores do joelho. Durante a fase de resposta à carga do

ciclo da marcha, um momento de flexão torna necessária a

ativação isométrica e excêntrica do quadríceps para

neutralizar o momento. Quando o joelho aproxima-se do

Page 27: Os Principais Recursos Fisioterapêuticos no Tratamento de Osgood

27

apoio médio, o momento de flexão estará se deslocando na

direção de um momento de extensão e o quadríceps continua

ativo até que o joelho esteja plenamente estendido. (BRODY,

2007, p.501)

A movimentação no plano frontal é mínima quando o joelho é mantido em extensão

plena, quando qualquer estresse em valgo ou varo comporta uma maior probabilidade de lesionar

os ligamentos colaterais ou cruzados quando o joelho aproxima-se da extensão plena.

Normalmente, observa-se um maior movimento em varo do que em valgo, por causa da maior

frouxidão das estruturas laterais e da largura e orientação do LCM.

No plano transversal a rotação medial é limitada pelos LCL, pelos meniscos e pela

cápsula póstero-lateral assim como pelo LCA rodando sobre o LCP. A quantidade de rotação

medial e lateral aumenta à medida que o ângulo de flexão do joelho aumenta até

aproximadamente 120 graus. Uma rotação mínima pode ocorrer quando o joelho aproxima-se da

extensão plena, por causa da articulação dos côndilos femorais com os meniscos e da retração dos

ligamentos. Qualquer rotação excessiva próxima da extensão plena poderá lesionar os meniscos e

os ligamentos. (BRODY, 2007).

2.7.2 ARTICULAÇÃO FEMOROPATELAR

Segundo Brody (2007) além das forças de reação do solo, são criadas forças de reação

articular na articulação patelofemoral pela tensão existente no quadríceps e no tendão patelar.

Quando o joelho é flexionado numa posição com apoio do peso corporal, será necessário um

maior toque do quadríceps e a força de reação articular aumenta. O equilíbrio entre VMO e VL

parece ser importante, de acordo com Brody (2007) para manter um trajeto patelar normal. A

patela é o maior osso sesamóide do corpo humano, situa-se imersa no tendão do quadríceps

femoral do qual cerca de 50% desta musculatura se inserem na borda superior da patela

(STROBEL; STEDTFELD, 2000). A função da patela consiste em manter o tendão do

quadríceps a uma distância máxima do centro de rotação da articulação, sendo importante a nível

em que se encontra a sua localização em relação aos côndilos femorais (TUREK, 1991). A

função da patela é de aumentar a distância dos eixos articulares, para prover uma superfície

articular plana (preferivelmente permitir que o tendão do quadríceps se articule) e proteger o

Page 28: Os Principais Recursos Fisioterapêuticos no Tratamento de Osgood

28

joelho anterior. A função normal da patela é deslizar na cavidade troclear em um padrão rítmico,

melhorar o sistema de alavanca do músculo quadríceps, deve resistir ao cisalhamento e, forças

compressivas localizadas sobre as superfícies articulares (GOULD, 1993).

A patela além de melhorar a eficiência do quadríceps durante

os 30° finais da extensão, a patela também funciona como

guia para o tendão do quadríceps, diminuindo o atrito do

mecanismo do quadríceps, controla a tensão da cápsula do

joelho e funciona como escudo protetor para a cartilagem

condilar do fêmur (ELLENBECKER, 2002).

Page 29: Os Principais Recursos Fisioterapêuticos no Tratamento de Osgood

29

CAPÍTULO 3

PATOLOGIA DE OSGOOD-SCHLATTER

3.1. DEFINIÇÃO

A doença foi primeiro descrita como uma entidade separada por Osgood em

1903, e independentemente uns poucos meses depois por Schlatter.É

característico da pré-adolecência, comumente encontrada entre as idades de 10 a

15 anos em meninos e entre 8 a 13 em meninas, sendo encontrada de 3 a 4 vezes

mais em meninos.Geralmente são pacientes sem outros problemas, sadios,

praticantes de atividades esportivas e com musculatura bem desenvolvida.É

bilateral em cerca de metade dos casos. (LOVELL e WINTER, 1988).

Fonte: http://www.eorthopod.com/public/patient_education/6621/, acessado em 15/11/08.

Inicialmente descrita como uma avulsão parcial da tuberosidade da tíbia, com uma

possível necrose avascular após estudos do cirurgião americano Robert Osgood Bayley (1873-

1956) e do cirurgião suíço Carl Schlatter (1864-1934) sabe-se, hoje, que esta síndrome descreve

uma apofisite (inflamação da apófise tibial) do tendão (ligamento) patelar, que se caracteriza, por

dor na inserção do tendão (ligamento) na tuberosidade tibial. É uma doença ou condição que

Page 30: Os Principais Recursos Fisioterapêuticos no Tratamento de Osgood

30

resulta de repetidas lesões e pequenas lesões por avulsão na junção ósseo-tendinosa, em que o

tendão patelar se insere no centro secundário de ossificação da tuberosidade tibial.

Segundo Snider (2000) a adolescência coincide com o desenvolvimento deste centro de

ossificação, que constitui num elo fraco com relação à repetida contração do quadríceps. Mais

freqüente entre meninos que participam em esportes, geralmente é acompanhada de uma história

de crescimento rápido que leva aos sintomas. Ocorre entre os 12 e 15 anos de idade, no estágio

maturacional G4 de Tanner e, freqüentemente, regride ao final da puberdade, é mais comum no

sexo masculino, numa proporção de 3:1, possivelmente pela sua maior massa, força muscular e

envolvimento em atividades esportivas.

Embora freqüentemente chamada de osteocondrite, não é mais do que um traumatismo

por tração, no qual está inserida uma parte do tendão patelar (a parte remanescente está inserida

de cada lado da apófise e impede a separação completa) (APLEY e SOLOMON, 1998).

Considera-se que seja causada por crescimento rápido dos ossos longos, acoplado a tensão sobre

o tendão da patela por causa das atividades esportivas (RATLIFFE, 2000).

3.2 ETIOLOGIA

A maior incidência é no sexo masculino e a faixa etária acometida será dos 08 aos 12

anos, podendo surgir até os 15 anos e, se resolvendo quando o paciente completa 18 ou 19 anos.

Geralmente são jovens, que praticam atividades físicas, principalmente aquela onde a região

muscular solicitada será a do quadríceps (musculatura anterior da coxa). Dentre estas atividades

estão: futebol, salto, balé, entre outras. Nota-se um aumento da tuberosidade tibial, exatamente no

ponto de inserção do tendão patelar.

Os fatores etiológicos da doença de Osgood-Schlatter ainda não são conhecidos. Existe

uma teoria de que seja uma necrose avascular ou genericamente uma osteocondrite sem

comprovação em estudos histopatológicos definitivos ou convincentes. Uma das hipóteses mais

prováveis é de que ocorreria uma isquemia localizada determinando necrose óssea, da

tuberosidade anterior da tíbia. A outra hipótese é de que ocorreria um estresse traumático por

tracionamento constante do tendão patelar provocando lise e fragmentação do tecido ósseo –

cartilaginoso local (XAVIER, 1998).

Page 31: Os Principais Recursos Fisioterapêuticos no Tratamento de Osgood

31

O trauma é um fator freqüente particularmente uma violenta ou repetitiva flexão do joelho

contra um quadríceps tensionado. Uma etiologia traumática ou de uso excessivo também explica

a incidência cinco vezes maior em adolescentes que são ativos nos esportes, e a incidência duas e

três vezes maior em indivíduos do sexo masculino (SNIDER, 2000).

Segundo Apley (1998) a etiologia é controvertida, que pode ser resultado de uma tendinite

traumática do tendão patelar o que leva a formação de osso heterotópico no tendão; também pode

ser por periostite a formação de osso novo por lesão do tendão patelar, ainda se diz que é uma

síndrome por uso excessivo relativo, que reflete desequilíbrio de tensão e desvio lateral da

estrutura quadricipital. A condição pode ser reconhecida como tendinite da porção distal do

tendão patelar, com secundária formação de osso heterotópico, junto com necrose avascular do

tubérculo tibial proximalmente. É consenso que o trauma é a causa de Osgood-Schlatter, porém,

alguns autores discordam com a natureza da lesão primária. Existem evidências de que o

processo é causado por estresse do quadríceps femoral sobre a tuberosidade da tíbia durante o

período de crescimento quando o tubérculo tibial é muito susceptível a lesão e a tração do

ligamento patelar produz desprendimento de fragmentos da cartilagem de uma porção da

tuberosidade tibial (TACHDJIAN, 1972). Considera-se que seja causada por crescimento rápido

dos ossos longos, acoplado à tensão sobre o tendão da patela por causa das atividades esportivas

3.3 FISIOPATOLOGIA

De acordo com (TUREK, 1991) O tubérculo tibial desenvolve-se como uma extensão da

epífise cartilaginosa superior que é prolongada anterior e distalmente. Desenvolve-se um centro

de ossificação simples, ocasionalmente duplo, dentro do tubérculo e, geralmente funde-se no

centro epifisário com 16 anos de idade. Ele funde-se no osso principal na idade de 18 anos. Antes

disso, sua inserção no osso genitor é através de uma camada de cartilagem proliferativa que é

uma extensão da placa de crescimento epifisário. Embaixo da cartilagem de crescimento, o osso

recém formado forma um elo mole e fraco que suporta a distensão de tração do quadríceps. Pode

ocorrer separação completa real. Mais freqüentemente, contudo, a separação é mínima mais

suficiente para obliterar o suprimento sanguíneo para o tubérculo tibial. Esse sofre necrose

asséptica. O osso vizinho sofre hiperemia ativa que é manifestada por osteoporose. Os capilares e

fagócitos invadem e removem o osso morto, e sobrevêm um quadro de fragmentação.

Page 32: Os Principais Recursos Fisioterapêuticos no Tratamento de Osgood

32

Finalmente, o novo osso é formado e funde-se no osso principal. A descrição da patologia e

patogênese pode aplicar-se a todas as osteocondrites de epífises. Todas elas ocorrem no período

de crescimento rápido. Observa-se na figura a principal área de acometimento: a tuberosidade da tíbia.

Fonte: http://www.eorthopod.com/public/patient_education/6621, acessado em 15/11/08.

No joelho, a maior parte da epífise proximal da tíbia se localiza dentro da articulação.

Porém, uma pequena porção é extra-articular e localiza-se anteriormente, podendo ser palpada

como uma leve proeminência logo abaixo do joelho. Esse tubérculo tibial caracteriza-se por ser

uma apófise e é sitio de inserção do tendão patelar, sendo, portanto, uma região submetida à força

de tração intermitente do músculo quadríceps. A progressão do processo levaria a avulsão e

fragmentação da cartilagem do tubérculo e de centros de ossificação que se formam dentro dele.

Nos casos mais graves, os fragmentos avulsionados podem sofrer formação óssea heterotópica,

com aparecimento de um ossículo na porção distal do tendão patelar. Ocorre em um momento em

que se observa um maior desenvolvimento da massa muscular, num individuo esqueleticamente

imaturo, com as apófises ainda predominantemente cartilaginosas (LOURENÇO, 2000).

Page 33: Os Principais Recursos Fisioterapêuticos no Tratamento de Osgood

33

3.4 - CAUSAS

A principal delas é a causa biomecânica, ou seja, estresse e esforço repetitivo do tendão

(ligamento) patelar na tuberosidade anterior da tíbia (apófise), causados por problemas no

mecanismo extensor do joelho. Outras hipóteses são verificadas de acordo com

(LOURENÇO,2000).

• Ocorrência de uma isquemia localizada, determinando necrose óssea, fragmentação ou

microfraturas no núcleo de crescimento da tuberosidade anterior da tíbia.

• Ocorreria um estresse traumático por tracionamento constante do tendão patelar

provocando lise e fragmentação do tecido ósseo-cartilaginoso local.

• O músculo quadríceps ser bem desenvolvido e produzir seguidas tensões sobre o

tubérculo tibial, causando a apofisite.

• A patela baixa é outro fator pré-dispoente, causando encurtamento do ligamento patelar,

que pode acarretar a lesão.(LOURENÇO,2000).

3.5 SINTOMAS

“Dor a palpação, além de dor na extensão do joelho, marcha e corrida, que aumenta com a

atividade e diminui com o repouso. O atleta / desportista queixa-se de dor intensa ao ajoelhar,

saltar e correr, localizando exatamente sobre a porção anterior da tuberosidade tibial.” (TUREK,

1991).

3.6 DIAGNÓSTICO

“O diagnostico é clínico, verificando: edema, sensibilidade localizadas ao nível da

inserção do ligamento patelar. Tipicamente a dor ocorre quando o joelho é alongado contra

Page 34: Os Principais Recursos Fisioterapêuticos no Tratamento de Osgood

34

resistência No exame clínico, a dor é sentida no momento da extensão forçada do quadríceps

contra-resistência.” (HEINONEN, 1985).

Segundo (SNIDER, 2000).O diagnóstico da patologia de Osgood-Schlatter geralmente é

determinado clinicamente, pode-se também diagnosticar através de alguns exames tais como:

raios-X, ressonância magnética e cintilografia óssea para que outras patologias sejam excluídas.

Os pacientes comunicam uma dor que é exacerbada por atividades que envolvam corrida, salto e

agachamento. A dor também pode ocorrer em seguida a um período prolongado na posição

sentada com os joelhos flexionados. Quase todos os pacientes continuam praticando todas as

atividades.

Visão lateral dos joelhos com diagnóstico de Osgood-Schlatter.

Fonte: http://sportsnmedicine.blogspot.com/2007/11/bilateral-knee-osgood-schlatters.html, acessado em 15/11/08.

Exame clínico verifica-se edema e sensibilidade localizada ao nível da inserção do ligamento

patelar; A dor é sentida no momento da extensão forçada do quadríceps contra-resistência; A

palpação geralmente sente-se o tubérculo tibial, um pouco mais “quente” e, é possível notar

atrofia de quadríceps.

Page 35: Os Principais Recursos Fisioterapêuticos no Tratamento de Osgood

35

Em geral, ao avaliar o atleta/desportista, possivelmente um joelho varo ou valgo possa

estar presente, além de outras alterações posturais, como pé em pronação e, medialização da

patela. Nos exames complementares, inicialmente o RX, podendo se utilizar também para

observar fragmentação ou avulsão da tuberosidade anterior da tíbia e, edema do osso medular, a

ressonância nuclear magnética.

3.6.1 ACHADOS RADIOLÓGICOS

O estudo radiológico, principalmente com filme em perfil do joelho confirma a suspeita

clínica e evidencia a fragmentação do núcleo de crescimento da tuberosidade anterior da tíbia. O

número de fragmentos é muito variado dependendo da fase de evolução da doença e podem ser

observados como se subindo sobre o tendão patelar. “Pode-se observar, também, abaulamento de

partes moles nas radiografias menos penetradas.” (HEBERT & XAVIER, 1998) As radiografias

no estágio agudo revelarão os tecidos moles anteriores ao tubérculo apresentam-se dilatados,

particularmente a sombra do tendão patelar, que pode conter uma área irregular de calcificação

ou osso bem circunscrita.

Visão lateral do joelho edemaciado comparado ao exame de RX lateral do joelho com avulsão da

tuberosidade da tíbia.

Fonte: www.zadeh.co.uk/.../osgood-schlatter_1.jpg , acessado em 15/11/08.

Page 36: Os Principais Recursos Fisioterapêuticos no Tratamento de Osgood

36

Nos raios-X vê-se às vezes uma ossificação irregular do tubérculo tibial que pode estar

fragmentado, porém às vezes na ausência dos achados radiológicos estes sintomas podem ser

considerados como normais. A radiografia de joelho em perfil pode ser normal ou sugerir apenas

edema de partes moles (grau 1). Em casos moderados pode-se constatar irregularidade e

fragmentação da apófise (osteocondrite do tubérculo grau 2). Entretanto, a fragmentação e

irregularidade podem ser um achado normal em adolescentes e, dependendo do grau de

maturidade, a apófise pode estar separada na radiografia da placa de crescimento. Nos casos mais

graves pode-se observar um ossículo intratendinoso (grau 3) (LOURENÇO, 2000).

RX dos joelhos observando osteocondrite e leve avulsão da tuberosidade da tíbia.

Fonte: http://myweb.lsbu.ac.uk/dirt/museum/p4-44.html, acessado em 15/11/08.

A radiografia do joelho mostra tumefação de partes moles na frente do tubérculo e

edemaciamento do tendão patelar. Nos pacientes maiores se observam trocas ósseas na inserção

do tendão patelar e no seu redor, sendo classificados em três tipos. No tipo I, a tuberosidade tibial

é proeminente e irregular; no tipo II, o tubérculo tibial é irregular e existe um pequeno fragmento

Page 37: Os Principais Recursos Fisioterapêuticos no Tratamento de Osgood

37

livre de osso na frente e acima do tubérculo e no tipo III existe um tubérculo regular pequeno

com um fragmento pequeno de osso na frente e acima do tubérculo. Estes fragmentos livres de

osso são resultado da formação óssea heterotópica e não representam fragmentos desprendidos do

tubérculo. (LOVELL e WINTER, 1988).

“A ressonância magnética pode demonstrar fragmentação ou avulsão da tuberosidade

anterior da tíbia, edema do osso medular e das partes moles, alteração da gordura retro-patelar

(gordura de Hoffa) e alteração no tendão patelar.” (SNIDER, 2000).

Ressonância magnética do joelho direito. Corte sagital, sequência T2 (a)

(a) Fusão incompleta da apófise da tuberosidade anterior da tíbia (seta).

Fonte: http://www.milton.com.br/esporte/casos/caso_71.htm, acessado em 15/11/08.

Page 38: Os Principais Recursos Fisioterapêuticos no Tratamento de Osgood

38

Ressonância magnética do joelho direito.

Significativo edema ósseo medular na região anterior da tíbia proximal (epífise) e

na apófise (setas brancas).

Fonte: http://www.milton.com.br/esporte/casos/caso_71.htm, acessado em 15/11/08.

3.7 QUADRO CLÍNICO

Segundo Tachdjian (1995) Clinicamente, a queixa apresentada é dor local no aspecto

anterior do joelho. O desconforto e a dor são agravados pelo correr, subir e descer escadas, pular

ou submeter o joelho à pressão direta como se ajoelhar. Com repouso, a dor diminui ou

desaparece. À inspeção e palpação, o espessamento do tendão patelar e o aumento excessivo da

tuberosidade tibial são evidentes. A área de sensibilidade máxima é na inserção do tendão patelar

ao osso. Não há espessamento sinovial ou derrame na articulação do joelho a dor é aumentada

pela extensão forçada do joelho contra a resistência ou no agachar-se com o joelho em flexão

completa. Os sinais de dor, hipersensibilidade e edemaciamento de tecidos moles são sinais

inflamatórios, são sinais bem localizados no tubérculo tibial. Qualquer atividade que imponha

uma forte contração do quadríceps e desse modo, estiramento sobre o tubérculo, agrava o

desconforto. O ato de ajoelhar é doloroso. A extensão do joelho contra resistência é dolorosa. O

curso é crônico e recorre em um período de meses a alguns anos, mas geralmente cessa aos 18

anos ou um pouco antes, quando a apófise funde-se ao osso principal. Ocasionalmente, os

Page 39: Os Principais Recursos Fisioterapêuticos no Tratamento de Osgood

39

sintomas podem persistir na vida adulta. Ocorre também o edemaciamento da bolsa infrapatelar e

tecidos peri-tendinosos (TUREK, 1991).

A queixa típica do adolescente é dor no joelho, insidiosa e característica, com localização

precisa sobre o tubérculo tibial. Na maioria das vezes, tem comportamento intermitente,

exacerbando-se nas atividades que exigem flexões repetitivas do membro inferior, como correr,

pular, subir e descer escadas, agachar-se e andar de bicicleta. Os traumas sobre o tubérculo, como

quedas e pressão direta aumentam a dor e o repouso traz alívio. O acometimento unilateral é mais

freqüente (60-70%) embora possa ocorrer o comprometimento de ambos os joelhos. Classifica-se

Osgood-Schlatter de acordo com o grau de severidade desta patologia:

- dor após atividade que cessa após 24 horas; 2- dor durante e após atividade que não

limita a atividade e cessa com 24 horas

- dor constante que limita a atividade esportiva e a atividade de vida diária. (WALL,

1998)

- O exame revela sensibilidade e inchaço na inserção do tendão patelar no tubérculo tibial.

- O ato de ajoelhar-se freqüentemente torna-se doloroso durante a fase aguda (SNIDER,

2000).

3.8. COMPLICAÇÕES

Pouco comum, porém descrita, a avulsão completa do tendão (ligamento) patelar, além da

doença de LARSEN-JOHANSSON, igualmente incomum, localizando-se no pólo inferior da

patela.

De acordo com (Turek,1991),A complicação mais comum é a não união do tubérculo na

tíbia. Essa é a causa da persistência dos sintomas na vida adulta. O fragmento não unido deve ser

removido. Uma seqüela menos comum, porém importante, é a fusão prematura da extremidade

anterior da epífise tibial superior. Isso leva a genu recurvatum. Quando a incapacidade é

prolongada a patela pode tornar-se alta e sua superfície articular fica sujeita a constantes traumas

e osteoartrite.

A dor é auto-limitante e cessa com a fusão do tubérculo tibial a diáfise, se permanece

ativa quando a fusão já ocorreu, temos sintomas residuais. No estágio residual, quando a doença

Page 40: Os Principais Recursos Fisioterapêuticos no Tratamento de Osgood

40

está inativa, o aumento da tuberosidade tibial persiste e, a proeminência óssea pode tornar-se

esteticamente deformante, especialmente em meninas. Também pode ser causa de desconforto ao

ajoelhar-se.

De acordo com Macnicol (2001).Durante o crescimento,ocorre uma forma de fratura por

estresse relacionada à inserção dos tendões ao osso .Essas “osteocondroses” são razoavelmente

numerosas em todo esqueleto e na região do joelho envolvendo a tuberosidade tibial(Doença de

Osgood-Schlatter) e o pólo inferior da patela(Síndrome deSinding-Larsen-Johansson).

Complicações Das Fraturas

As complicações iniciais são:

•Hematrose do joelho,que pode merecer uma aspiração com finalidade diagnóstica, e

também para alivio dos sintomas;

•Lesão a nervo ou vaso,Que não é rara quando uma fratura cominutiva envolve o joelho;

•Infecção de uma fratura cominutiva, Ou em seguida a uma intervenção cirúrgica.

As complicações mais tardias são:

•Infecção crônica;

•Osteoartrite;

•Rigidez articular.

Segundo (Lazerte e Rapp,1958). “Mais tarde este osteófito aumenta pela proliferação de

um calo ao seu redor. O osteófito pode se fragmentar em várias partes o que tardiamente pode

levar a osteoartrose.” O desaparecimento completo dos sintomas através da resolução fisiológica

(fechamento da fise) da tuberosidade tibial geralmente requer 12 a 24 meses.

Segundo Tachdjian (1988). em alguns casos os pacientes de Osgood-Schlatter pode

desenvolver patela alta, em alguns casos pode estar tão alta quanto 2 cm a mais do que o lado

normal, sendo resultante tanto da tração para cima da apófise tibial quanto do alongamento do

tendão patelar. Uma patela anormalmente alta pode apresentar luxações laterais recidivantes ou

pode levar a uma pressão indevida na faceta inferior da patela, com conseqüente condromalácia

da patela e artrose degenerativa patelofemoral.

Page 41: Os Principais Recursos Fisioterapêuticos no Tratamento de Osgood

41

3.9 TRATAMENTO

Segundo Turek (1991) geralmente o tratamento é conservador, incluindo atividades que

diminuem o impacto, como:

• Usar preferencialmente atividade em bicicleta ou piscina;

• Uso de antinflamatórios;

• Gelo, antes e depois das atividades;

• Ultra-som no modo pulsátil (aguda), contínuo (crônica);

• TENS para diminuir o quadro álgico;

• Fortalecimento isométrico (sem movimento) de quadríceps (anteriores de coxa);

• Fortalecimento isométrico (sem movimento) de isquiotibiais (posteriores de coxa);

• Fortalecimento isotônico (com movimento) de quadríceps e isquiotibiais fase

crônica, inicialmente em cadeia cinética fechada (pés apoiados fixos: agachamento),

depois cadeia cinética aberta (pés sem apoio livre: cadeira extensora);

• Alongamento de quadríceps e isquiotibiais;

• Exercícios proprioceptivos e funcionais;

• Quando reiniciar a corrida usar tênis específico para sua pisada.

• Imobilização é necessária apenas em casos extremos.

3.9.1 TRATAMENTO CONSERVADOR

De acordo com Wall (1998) O tratamento depende da severidade da condição. Muitos

pacientes com grau 1 e 2 de sintomas (dor que não dura mais que 24 horas depois da atividade)

precisam estar certos que a condição geralmente é alto-limitante e que o tubérculo alargado não

é tumor. Os pacientes podem praticar esportes tanto quanto a dor seja tolerável e que ela cesse

em 24 horas. Quando os sintomas persistem, um repouso em curto prazo da atividade que

causou a agressão leva a eliminação da dor. O total descanso não é recomendado porque pode

levar a um descondicionamento físico e aumentar a chance de reincidiva quando retornar aos

esportes. Um amortecedor de impacto usado durante as atividades esportivas diminui o estresse

sobre o tendão patelar e tubérculo. Gelo sobre o joelho por 20 minutos depois das atividades

também pode ser benéfico. Alongamento de quadríceps e ísquio-tibiais é recomendado por

Page 42: Os Principais Recursos Fisioterapêuticos no Tratamento de Osgood

42

muitos autores. Antiinflamatórios devem ser administrados conforme a necessidade depois de

atividades esportivas, mas não é recomendado como uso rotineiro e pré-tratamento. Injeção de

corticóide não é recomendada.

O tratamento da doença de Osgood-Schlatter é sempre sintomático e de medidas

preventivas de traumas locais. Contusões e exercícios que determinem muita tensão na

tuberosidade por força muscular excessiva do quadríceps. Recomenda-se apenas o uso de

analgésicos comuns tipo AAS, dipirona ou acetaminofen, e antiinflamatórios não hormonais. A

diminuição das atividades esportivas fica na dependência do quadro doloroso e geralmente se

ensina ao paciente como administrar ou dosar seus exercícios. Em raras ocasiões de muita dor e

incapacidade para a marcha. Pode-se utilizar um tubo gessado por 7 a 10 dias, Na tentativa de

diminuir a força muscular. (NETO e LEIVAS, 1998).

O tratamento conservador é eficaz na maioria dos casos. Ele consiste em manter o joelho

em extensão completa, preferivelmente um gesso cilíndrico, por vários meses. Isso remove a

tração do quadríceps e permite a revascularização reossificação do tubérculo (TUREK, 1991).

Quando os sintomas são suficientemente graves como para interferir na atividade do paciente,

recomenda-se imobilização com gesso cilíndrico de 6-8 semanas. Após eliminação do gesso, a

atividade se limita a marcha durante outras 2-3 semanas para que logo se retorne a atividade

completa. A maioria dos pacientes pode retornar a atividade completa sem maiores dificuldades.

A imobilização juntamente com o afastamento das atividades por seis semanas, analgésicos e

fisioterapia são o melhor tratamento para a patologia (FLOWERS e BHADRESHWAR, 1995).

Diz que a aplicação de gelo pode ajudar a diminuir a dor e o edema no inicio. A criança

não deve retornar às atividades esportivas até que a fase aguda do processo tenha terminado.

Isso pode levar meses ou anos. A criança pode ter exacerbações até a idade de 18 anos, quando a

maior parte do crescimento esquelético está completo. Para os casos graves, a imobilização do

joelho em extensão pode ser necessária para reduzir a pressão através do tendão da patela e

permitir a cicatrização. O adolescente atleta provavelmente ficará infeliz com esse tipo de

acontecimento, mas é importante proteger a articulação durante o processo de cura, para evitar o

desenvolvimento posterior de artrite degenerativa. O tratamento conservador é mais indicado

primariamente, geralmente indica-se imobilização com um gesso por um período de seis

semanas, afastamento de atividades esportivas, analgésicos e fisioterapia (FLOWERS e

BHADRESHWAR, 1995).

Page 43: Os Principais Recursos Fisioterapêuticos no Tratamento de Osgood

43

A maioria das lesões responde bem ao tratamento conservador quando diagnosticada logo

no início e quando não existem osteófitos no local. Em um estudo de 218 joelhos de 170

pacientes com a patologia de Osgood-Schlatter aqueles que foram tratados com a imobilização

os sintomas cessaram em uma média de 14.6 meses, já aqueles que não foram tratados com a

imobilização a média foi de 27.8 meses. O grupo que não usou imobilização observou-se uma

deformidade considerável da tuberosidade tibial ou fragmentos desprendidos em 1/3 dos

pacientes (HEINONEN, 1985).

3.9.2 TRATAMENTO CIRÚRGICO

Todos os pacientes devem ser questionados quanto à dor, proeminência, e restrição de

atividades antes da cirurgia ou qualquer outra alteração em qualquer um destes sintomas após a

cirurgia. Quando a cirurgia é necessária, o método cirúrgico habitual envolve a remoção do

fragmento ósseo na tuberosidade tibial, a bursa, e tecidos nas proximidades. O cirurgião faz uma

pequena incisão na frente do joelho, exatamente na tuberosidade tibial. O tendão patelar é

dividido longitudinalmente e o fragmento ósseo livre é retirado. Afastadores são usados para

puxar a pele e separar o tendão patelar. Os fragmentos que fazem protrusão devem ser removidos.

O corte das bordas do tendão patelar é juntado. O Tecido cicatricial eventualmente liga os bordos

de volta juntos. Para concluir a cirurgia.

Segundo Flowers e Bhadreshwar (1995). Em uma incisão de cinco centímetros verticalmente,

feita infrapatelar medialmente, o tendão patelar e a tuberosidade tibial são expostos. As

expansões mediais e laterais do tendão são liberadas, a inserção distal é preservada, e o tendão é

então elevado da tuberosidade. O joelho está em posição de flexão de 90 para um melhor acesso

para a excisão cirúrgica.

Page 44: Os Principais Recursos Fisioterapêuticos no Tratamento de Osgood

44

Tratamento Cirúrgico

Fonte: http://www.eorthopod.com/public/patient_education/6621, acessado em 15/11/08.

O tratamento cirúrgico antes da maturidade esquelética não é recomendado, pois isso pode

induzir o fechamento prematuro da placa epifisária.Medidas cirúrgicas são raras, e quase nunca,

indicadas. Excisão do tubérculo proeminente é recomendado em adolescentes que tem episódios

reincidivos de dor e inabilidade e, também naqueles em que o tratamento conservativo não for

satisfatório. A excisão do tubérculo é mais efetiva para remoção da deformidade e para acabar

com desconforto e inabilidade nos curtos períodos de convalescença com poucos riscos.

Procedimentos que promovem fusão precoce da apófise da tuberosidade com a diáfise, assim

como fixação do tubérculo à metáfise tibial com enxerto ósseo ou driling da tuberosidade não são

recomendados porque podem aliviar os sintomas mais o tubérculo proeminente e a deformidade

persistem (TUREK, 1991)

Recomenda-se tratamento cirúrgico para aqueles pacientes com sintomas reencidivantes

após um tratamento conservador. Geralmente o tratamento cirúrgico não ocorre, pois, a

imobilização tem-se obtido resultados satisfatórios. Quando existe um osteófito palpável, e

doloroso formado, geralmente não ocorre uma resposta adequada ao tratamento conservador.

Então não é aconselhável submeter o paciente a um tratamento prolongado onde não haverá

Page 45: Os Principais Recursos Fisioterapêuticos no Tratamento de Osgood

45

resultados satisfatórios neste caso, indica-se uma intervenção cirúrgica precocemente (MITAL,

MATZA e COHEN, 1980)

Medidas operatórias são muito ocasionalmente indicadas. Em

alguns pacientes, forma-se um ossículo profundo ao

ligamento patelar e anterior ao aspecto proximal do tubérculo

tibial. Ele é móvel, e pode formar-se uma bursa contendo

fluido viscoso ao redor dele, causando persistência da

sensibilidade e dor locais. As operações de afinamento do

tubérculo devem ser realizadas somente quando a apófise

tibial e as placas de crescimento fisário estejam fechadas ou

perto do fechamento; quando a placa de crescimento do

tubérculo tibial estiver aberta, a intervenção operatória pode

causar o seu fechamento prematuro e geno recurvado

resultante (TACHDJIAN,1995).

Page 46: Os Principais Recursos Fisioterapêuticos no Tratamento de Osgood

46

CAPÍTULO 4

O PAPEL DA FISIOTERAPIA

A fisioterapia pode participar com modalidades para aliviar a dor e com exercícios para

preservar a força do músculo quadríceps, e promover a boa forma física geral durante o período

de recuperação. “Os exercícios isométricos do músculo quadríceps com o joelho em extensão não

tencionem a inserção do tendão da patela e ajudam a preservar o volume muscular, contudo, os

exercícios vigorosos do quadríceps são contra-indicados” (RATLIFFE, 2000)

Um tratamento de reforçamento estático com o joelho em extensão, assim como

alongamento do quadríceps tenso e débil. Por outro lado, esses pacientes apresentam

invariavelmente encurtamento dos músculos posteriores e do conjuntogemio-sóleo. “Também é

essencial um bom programa de alongamento dirigido a estas estruturas” (TACHDJAN, 1988).

A fisioterapia pode participar com modalidades para aliviar a dor e com exercícios para

preservar a força do músculo quadríceps, e promover a boa forma física geral durante o período

de recuperação. Os exercícios isométricos do músculo quadríceps com o joelho em extensão não

tencionem a inserção do tendão da patela e ajudam a preservar o volume muscular, contudo, os

exercícios vigorosos do quadríceps são contra-indicados.

Geralmente o tratamento é conservador, incluindo:

• Restrição das atividades diminuindo o impacto;

• Usar preferencialmente atividade em bicicleta ou piscina;

• Uso de antinflamatórios;

• Gelo, antes e depois das atividades;

• Ultra-som no modo pulsátil (aguda), contínuo (crônica);

• TENS para diminuir o quadro álgico;

• Fortalecimento isométrico (sem movimento) de quadríceps (anteriores de coxa);

• Fortalecimento isométrico (sem movimento) de isquiotibiais (posteriores de coxa);

• Fortalecimento isotônico (com movimento) de quadríceps e isquiotibiais fase crônica,

inicialmente em cadeia cinética fechada (pés apoiados fixos: agachamento), depois cadeia

cinética aberta (pés sem apoio livre: cadeira extensora);

• Alongamento de quadríceps e isquiotibiais;

Page 47: Os Principais Recursos Fisioterapêuticos no Tratamento de Osgood

47

• Exercícios proprioceptivos e funcionais;

• Quando reiniciar a corrida usar tênis específico para sua pisada.

• Imobilização é necessária apenas em casos extremos.

4.1.A LASERTERAPIA

O termo laser constitui-se numa sigla (Light Amplification by

Stimulated Emission of Radiation), ou seja, Amplificação da

Luz por Emissão Estimulada de Radiação.De acordo com o

tipo de substância estimulada a emitir radiação, são obtidos

diferentes tipos de radiação laser, ou seja, ondas de

comprimento e freqüência diferentes e, conseqüentemente,

mais ou menos energéticas, pois segundo Albert Einstein,

quanto maior a freqüência de uma onda, maior será a

quantidade de energia contida em seus “quanta”. (VEÇOSO,

1993).

Os lasers de baixa potência não produzem efeitos térmicos porém, tem algum efeito

clínico significativo sobre o tecido mole e na cura da fratura, bem como para controlar a dor por

estimulação de pontos gatilho. Os termos “laserterapia no nível baixo reativo” (LNBR) e

“laserterapia de baixa intensidade” (LBI) são às vezes usados para distinguir as aplicações de

baixa energia usadas na fisioterapia das aplicações de alta energia usadas terapeuticamente para

destruição tecidual. Existem duas principais áreas nas quais a laserterapia‘’ é utilizada:

cicatrização de feridas e controle da dor. Usada em amplas áreas, no tratamento de todos os tipos

de lesão de tecidos moles, como rupturas musculares, hematomas e tendinite. Ele tem efeitos

quanto ao aumento da síntese de colágeno, auxiliando no reparo tecidual, aumenta a

permeabilidade de membranas celulares com conseqüente melhor eficiência na bomba de sódio,

aumenta o número de fibroblastos e promove tecido de granulação, útil na cicatrização de cortes

e aumenta os níveis de prostaglandinas, causa um aumento na ATP celular, que é útil para

mitigação da dor (THOMSON, 1994).

A radiação laser de baixa potência proporciona os seguintes efeitos terapêuticos:

Page 48: Os Principais Recursos Fisioterapêuticos no Tratamento de Osgood

48

• Efeito analgésico: “o caráter antiinflamatório da radiação laser por si só proporciona’’

• Efeito antiinflamatório:

Segundo Veçoso (1993) A radiação laser de baixa potência justifica-se por interferência na

síntese de prostaglandina. Como elas desempenham um importante papel em toda instalação do

processo inflamatório, a sua inibição determina uma sensível redução nas alterações

proporcionadas pela inflamação; estimulação da microcirculação, garantindo um eficiente aporte

de elementos nutricionais e defensivos para a região lesada, favorecendo a sua resolução.

• Efeito anti edematoso:

Estímulo à micro circulação, proporciona condições benéficas para a resolução

da congestão causada pelo extravasamento de plasma que forma o edema, ação

fibrinolítica proporciona resolução efetiva do isolamento causado pela

coagulação do plasma, que determina o edema duro. (VEÇOSO, 1993).

• Efeito cicatrizante:

Como a radiação laser eleva os níveis de produção de ATP, Ela contribui para o

aumento na velocidade de divisão celular. Com o estímulo à micro circulação

ocorre uma melhora do aporte de elementos nutricionais e pela

formação de novos vasos a partir dos já existentes se torna acelerada, o que gera

como conseqüência boas condições para uma cicatrização rápida e esteticamente

superior. (VEÇOSO, 1993)

Existem dois tipos de laser utilizados, basicamente, em fisioterapia:

• Laser de Hélio-Neônio (He-Ne):

Para Veçoso (1993) É obtido a partir da estimulação de uma mescla de gases (hélio e

neônio na proporção de 9:1) e possibilita uma radiação visível, com comprimento de onda de

632,8nm, o que confere ao mesmo a cor vermelha. A radiação laser é obtida através da mescla de

Page 49: Os Principais Recursos Fisioterapêuticos no Tratamento de Osgood

49

gases hélio e neônio se tem mostrado com grande poder terapêutico tanto em lesões superficiais

como profundas. Porém, cabe ressaltar que, comparado ao laser As-Ga, apresenta potencial

terapêutico mais destacado em lesões superficiais.

• Laser Arsenieto de Gálio (As-Ga):

É uma radiação obtida a partir da estimulação de um diodo semicondutor formado por

cristais de arsenieto de gálio, e por isso também é chamado de laser semicondutor ou laser

diódico.(VEÇOSO,1993).

A estimulação do nervo e a articulação, através do uso do

laser levou uma diminuição da dor em diversas áreas, o que

comprovou-se com um estudo placebo onde analisou-se em

cada sessão os resultados (WALKER, 1983) Baixas dosagens

(menor que 10J/cm2) de radiação de lasers de baixa produção

tem uma ação estimulante sobre processos metabólicos e

proliferação celular (ABERGEL, 1987, apud PRENTICE,

2002).

Ainda de acordo com Veçoso (1993) há uma maior efetividade do laser As- Ga e do laser

He-Ne em, respectivamente, lesões profundas e superficiais, que resultam provavelmente em

menor tempo de tratamento e não na maior ou menor eficácia de um ou de outro.

A laserterapia é usada para alívio da dor em muitas

condições, tanto agudas quanto em longo prazo (ENGLAND,

1988) Diminui a velocidade de condução do nervo sensorial,

o que pode explicar o mecanismo de alívio da dor. O

resultado da cicatrização acelerada, a ação antiinflamatória, a

influência do nervo autônomo e respostas neurohumorais

(serotonina, norepinefrina) do trato descendente de inibição

(CHENG, 1987, apud PRENTICE, 2002).

Page 50: Os Principais Recursos Fisioterapêuticos no Tratamento de Osgood

50

Devem-se evitar terapias de tempo total superior a 40 ou 45

minutos, porque há provável decréscimo da efetividade da

radiação em virtude da diminuição do contraste luminoso,

“Para evitar a somação de estímulos e a redução da

efetividade, deve-se intercalar as aplicações do laser em pelo

menos 24 horas. (SILVA; HAIDAR FILHO e MUSSKOPF

apud RODRIGUES; GUIMARÃES, 1998)

De acordo com Bradley (1996) a radiação laser age sobre a concentração de sódio e

potássio nos nervos, age na condução nervosa, na ação enzimática, aumenta o fluxo sangüíneo o

que dispersa substâncias tóxicas, eleva a concentração de sódio e potássio nos nervos, age na

condução nervosa, na ação enzimática, aumenta o fluxo sangüíneo o que dispersa substâncias

tóxicas, eleva a concentração de endorfinas.

A radiação laser de baixa potência não pode ser considerada um recurso inofensivo.

Segundo Veçoso (1993) É um método terapêutico popular entre os fisioterapeutas no tratamento

da dor, sendo ainda um método altamente cotado, em comparação com outras modalidades

eletroterapêuticas alternativas. “Embora a laserterapia possa atender a diversas aplicações na

prática clínica de rotina, estas aplicações podem ser sumarizadas em estimulação da cicatrização

dos ferimentos em diversos tipos de feridas abertas, tratamento de vários distúrbios artríticos,

tratamento de lesões de tecidos moles e alívio da dor” (BAXTER, 1998).

4.2. ALONGAMENTO

Para que haja amplitude de movimento normal é necessário haver mobilidade e

flexibilidade dos tecidos moles que circundam a articulação, ou seja, músculos, tecido conectivo

e pele, e mobilidade articular. Para executar a maioria das atividades cotidianas funcionais, assim

como atividades ocupacionais e recreativas, é necessária geralmente uma amplitude de

movimento sem restrições e sem dor. “A mobilidade dos tecidos moles e articulações parece ser

também fator importante na prevenção de lesões ou recorrentes.” (COLBY, 1998).

O alongamento diminui a incidência de lesões musculotendíneas, minimiza e a alivia a

tensão muscular, e aumenta a performance atlética. “Um músculo encurtado pode criar um

Page 51: Os Principais Recursos Fisioterapêuticos no Tratamento de Osgood

51

desequilíbrio articular e desalinhamento postural o que pode levar a lesão ou disfunção articular”

(COLBY, 1998)

Flexibilidade dos quadris e membros inferiores é importante para o êxito na maioria dos

esportes. Quando um músculo está encurtado não pode desenvolver toda sua potência ao ser

convocado para se contrair e, irá limitar a amplitude de movimento. Um corredor, com os

músculos posteriores da coxa tensos terá um comprimento de passada limitado e, terá que dar

mais passos numa determinada distância, em comparação ao número de passos necessários se

tivesse maior flexibilidade (MCATEE, 1998)

A flexibilidade é fundamental nas atividades profissionais e

nas tarefas diárias e a redução dessa flexibilidade,

acompanhada do envelhecimento pode acarretar a perda total

da independência dos movimentos já no início da idade

avançada e, de modo mais sério, no início da década dos 80

anos (ACHOUR, 1996).

A perda da flexibilidade é caracterizada pelo estilo de vida sedentário e, uma vez o

encurtamento muscular instalado se não compensado, reduz a capacidade em dissipar energia.

Exercícios de alongamento tornam-se importantes para o aumento da capacidade dos tecidos

tendíneos a fim de resistir às lesões por duas razões: primeiro, a capacidade de um músculo

dentro de uma área transversal para desenvolver tensão depende de um alcance ótimo da extensão

imediatamente antes da contração (acima de 130 por cento do tamanho no repouso); em segundo

lugar, a flexibilidade fornece uma margem de segurança resultante de uma ação concêntrica

precedida de uma excêntrica (ALBERT, 1995)

“A perda da flexibilidade, independente da causa, pode provocar dor originando-se no

músculo, tecido conectivo, ou periósteo o que levará a uma diminuição da força muscular”

(KISNER e COLBY, 1998). O corpo é formado por diversas estruturas interligadas entre si, uma

alteração em uma delas leva a um desarranjo global das outras, portanto um problema na

musculatura anterior da coxa (quadríceps) pode advir de encurtamento ou fraqueza dos músculos

posteriores, por isso, a importância de trabalhar tanto os músculos anteriores quanto os

posteriores para que não haja sobrecarga sobre a tuberosidade tibial anteriormente, devido a uma

tensão sobre o músculo quadríceps, provocada por encurtamento dos ísquios-tibiais, e cadeia

Page 52: Os Principais Recursos Fisioterapêuticos no Tratamento de Osgood

52

posterior em geral. Pode-se comparar com o esquema de um arco e flecha, onde quanto maior a

tensão na parte posterior do arco maior a sobrecarga na parte anterior do mesmo.

4.3. CRIOTERAPIA

Segundo Turek (1999) o objetivo principal do uso da crioterapia é o de retirar o calor do

corpo. Essa retirada induz os tecidos a um estado de hipotermia com uma redução da taxa

metabólica local, promovendo assim, uma redução das necessidades de oxigênio pela célula,

preservando-a e permitindo que ela possa ser recuperada sem lhe adicionar mais danos, do que

aqueles já instalados pela lesão primária.

O gelo limita o aumento da pressão oncótica do tecido, conforme a diminuição do

metabolismo; diminui a hipóxia secundária, limitando assim a quantidade de detritos do tecido.

Esses fatores diminuem a pressão transvascular, limitando dessa forma a formação do edema. O

modo de aplicação pode consistir na utilização de pacotes de gelo (30 minutos a cada 2 horas),

diretamente sobre o tubérculo tibial. Pode se utilizar também à compressão e a elevação.

A aplicação de gelo pode ser utilizada a fim de diminuir a

dor decorrente da lesão, e redução do inchaço no inicio da

lesão. Portanto, os objetivos da crioterapia referem-se à

condição de preservação da integridade da célula do tecido

lesado, possibilitando assim uma reparação mais rápida e

com menos danos estruturais. (RODRIGUES, 1995)

O gelo limita o aumento da pressão oncótica do tecido, conforme a diminuição do

metabolismo; diminui a hipóxia secundária, limitando assim a quantidade de detritos do tecido.

Esses fatores diminuem a pressão transvascular, limitando dessa forma a formação do edema. O

Page 53: Os Principais Recursos Fisioterapêuticos no Tratamento de Osgood

53

modo de aplicação pode consistir na utilização de pacotes de gelo (30 minutos a cada 2 horas),

diretamente sobre o tubérculo tibial. Pode se utilizar também à compressão e a elevação.

4.4. ELETROTERAPIA

Conforme Starkey (2001) é contra-indicado o uso da termoterapia intensiva sobre as

cartilagens de conjunção da criança. Entretanto pode se utilizar o uso de TENS entre outras

correntes que não produzam calor com o objetivo da analgesia na área aplicada (Tubérculo

Tibial). Utiliza-se baixas intensidades de ultra-som na consolidação de fraturas tibiais. No grupo

tratado exibiu uma diminuição significativa no tempo de consolidação óssea (86 dias), em

comparação com o grupo de controle (114 dias).

É contra-indicado o uso da termoterapia intensiva sobre as cartilagens de conjunção da

criança. Entretanto pode se utilizar o uso de TENS entre outras correntes que não produzam calor

com o objetivo da analgesia na área aplicada (Tubérculo Tibial).

Segundo Starkey (2001) utiliza baixas intensidades de ultra-som na consolidação de

fraturas tibiais. No grupo tratado exibiu uma diminuição significativa no tempo de consolidação

óssea (86 dias), em comparação com o grupo de controle (114 dias).

4.5. CINESIOTERAPIA

O mecanismo quadricipital encurtado deve ser estirado. O alongamento do músculo

quadríceps encurtado, hipertrófico e tenso diminui a sua tensão constante sobre a tuberosidade

tibial proximal. Os músculos tríceps sural e isquiotibiais também são alongados. A fisioterapia

pode participar com modalidades para aliviar a dor e com exercícios para preservar a forca do

Page 54: Os Principais Recursos Fisioterapêuticos no Tratamento de Osgood

54

músculo quadríceps e promover a boa forma física geral durante o período de recuperação. “Os

exercícios isométricos do músculo quadríceps com o joelho em extensão não tencionam a

inserção do tendão patelar e ajudam a preservar o volume muscular; contudo os exercícios

rigorosos no quadríceps são contra-indicados.” (STTARKEY, 2001). Em relação à flexibilidade

em lesões, esclarece que a perda de flexibilidade com o crescimento pode ser um mecanismo de

defesa para as articulações.

Conforme Starkey (2001) pode se conseguir ótimos alcances em amplitudes de

movimentos por meio de exercícios de alongamentos estáticos ou ainda passivos, não tendo a

necessidade de hiper-alongamento de exercício forcado. Nos exercícios de alongamento para

atletas jovens deve-se evitar a máxima amplitude do movimento músculo-articular com carga. Na

doença de Osgood-Schlatter, o processo da dor pode ser resultado do próprio encurtamento

muscular, causando com isso inflamações na tuberosidade da tíbia. Nesse caso se recomenda o

alongamento do quadríceps sem que haja a flexão do joelho para a não aumentar ainda mais a

tensão do tendão patelar, enfatizando a extensão do quadril sabendo que o reto-femoral é um

músculo biarticular.

Após a recuperação da lesão a amplitude de movimento precisa ser restabelecida para não

ocorrer os mesmos sintomas anteriores. A criança não deve retornar às atividades esportivas até

que a fase aguda do processo tenha terminado. O adolescente atleta provavelmente ficará infeliz

com esse tipo de acontecimento, mas é importante proteger a articulação durante o processo de

cura, para evitar o desenvolvimento posterior de artrite degenerativa. “A criança com doença de

Osgood-Schlatter tem dificuldade para ajoelhar no lado afetado, por causa da pressão no

tubérculo tibial e essa estrutura pode estar sempre proeminente nesse lado” (STARKEY, 2001)

O conjunto músculo articular solicitado nas modalidades atléticas deve ser

cuidadosamente avaliado antes da liberação da pratica de esporte devido à freqüência de lesões

ocasionadas pelo desequilibro muscular. O mecanismo quadricipital encurtado deve ser estirado.

O alongamento do músculo quadríceps encurtado, hipertrófico e tenso diminui a sua tensão

constante sobre a tuberosidade tibial proximal. Os músculos tríceps sural e isquiotibiais também

são alongados.

A fisioterapia pode participar com modalidades para aliviar a dor e com exercícios para

preservar a forca do músculo quadríceps e promover a boa forma física geral durante o período

de recuperação. “Os exercícios isométricos do músculo quadríceps com o joelho em extensão não

Page 55: Os Principais Recursos Fisioterapêuticos no Tratamento de Osgood

55

tencionam a inserção do tendão patelar e ajudam a preservar o volume muscular; contudo os

exercícios rigorosos no quadríceps são contra-indicados.” (RATLIFFE, 2000).Em relação à

flexibilidade em lesões, a perda de flexibilidade com o crescimento pode ser um mecanismo de

defesa para as articulações.

Conforme Junior (1996) pode-se conseguir ótimos alcances em amplitudes de

movimentos por meio de exercícios de alongamentos estáticos ou ainda passivos, não tendo a

necessidade de hiper-alongamento de exercício forcado. Nos exercícios de alongamento para

atletas jovens deve-se evitar a máxima amplitude do movimento músculo-articular com carga. Na

patologia de Osgood-Schlatter, o processo da dor pode ser resultado do próprio encurtamento

muscular, causando com isso inflamações na tuberosidade da tíbia. Nesse caso se recomenda o

alongamento do quadríceps sem que haja a flexão do joelho para a não aumentar ainda mais a

tensão do tendão patelar, enfatizando a extensão do quadril sabendo que o reto-femoral é um

músculo biarticular. Após a recuperação da lesão a amplitude de movimento precisa ser

restabelecida para não ocorrer os mesmos sintomas anteriores.

A criança não deve retornar às atividades esportivas até que a fase aguda do processo

tenha terminado. O adolescente atleta provavelmente ficará infeliz com esse tipo de

acontecimento, mas é importante proteger a articulação durante o processo de cura, para evitar o

desenvolvimento posterior de artrite degenerativa. “A criança com doença de Osgood-Schlatter

tem dificuldade para ajoelhar no lado afetado, por causa da pressão no tubérculo tibial e essa

estrutura pode estar sempre proeminente nesse lado” (RATLIFFE, 2000). O conjunto do músculo

articular solicitado nas modalidades atléticas deve ser cuidadosamente avaliado antes da liberação

da pratica de esporte devido à freqüência de lesões ocasionadas pelo desequilibro muscular.

4.6. A HIDROTERAPIA

Existem registros de meados de 2.400 a.C, que civilizações utilizavam a água como meio

de cura. Décadas atrás, os ortopedistas indicavam a hidroginástica (exercícios dentro da água para

um grupo de pessoas, sendo que nem todos os indivíduos do grupo apresentavam algum

acometimento na articulação do joelho, as aulas são ministradas por educadores físicos).

Atualmente, com resultados mais eficazes e estudos comprovados, os médicos encaminham seus

pacientes para sessões de HIDROTERAPIA - Exercícios aquáticos realizados individualmente

Page 56: Os Principais Recursos Fisioterapêuticos no Tratamento de Osgood

56

por fisioterapeutas que dominam as patologias que envolvem a articulação do joelho, assim como

os exercícios benéficos para a evolução do paciente, os princípios físicos da água, os efeitos

terapêuticos e fisiológicos do corpo humano dentro de uma piscina aquecida e os efeitos do

organismo quando submetido a exercícios na água.

Segundo Albert (1995). os objetivos da hidroterapia são em curto prazo, dirigidos

especificamente para as limitações de cada paciente. Isto faz da hidroterapia um tratamento

individualizado. Porém, grande parte dos pacientes com acometimentos nos joelhos apresenta

quadro clínico (características, limitações) semelhante: Dificuldade na marcha - Vários fatores

podem influenciar: fraqueza da musculatura de membros inferiores, limitação na amplitude de

movimento, falta de equilíbrio, edema articular, insegurança, dor. A marcha do paciente deve ser

monitorada e corrigida, evitando compensações, transferindo gradualmente a profundidade da

água de níveis maiores para menores e finalmente para sustentação completa de peso (fora da

água

A água aquecida auxilia no relaxamento muscular e na diminuição da dor, reduzindo

espasmos e contraturas musculares, os indivíduos que apresentam dificuldade em realizar a

flexão ou extensão da articulação do joelho, encontra no ambiente aquático uma evolução mais

rápida quando comparados aos indivíduos que realizam o mesmo trabalho somente na fisioterapia

terrestre, aumentando consideravelmente a amplitude de movimento articular. “O fortalecimento

muscular é conseguido de forma progressiva, através de ilimitados exercícios multidirecionais

(cadeia aberta e fechada), alternando posição vertical e horizontal do corpo humano na piscina e

utilizando diferentes tipos de resistências e velocidade do movimento (varia de acordo com os

objetivos do tratamento.” (COLBY, 1998).

4.6.1. AS PROPRIEDADES FÍSICAS E TERAPÊUTICAS DA ÁGUA

A água possui algumas propriedades físicas, uma em especial, para os pacientes com

algum tipo de acometimento nos joelhos facilita a realização dos exercícios dentro da piscina, é a

redução da ação da gravidade, o indivíduo tem a sensação do peso corporal ser mais leve. E a

redução da gravidade é proporcional a profundidade, ou seja, quanto mais submerso estiver o

paciente, menor é a força de compressão agindo sobre o corpo. Outra propriedade física

importante para muitos pacientes com acometimentos nos joelhos é a pressão hidrostática. É

Page 57: Os Principais Recursos Fisioterapêuticos no Tratamento de Osgood

57

definida como a pressão que a água produz em qualquer estrutura que estiver submersa, ela é

proporcional à profundidade, ou seja, quanto mais profundo estiver o joelho maior será a pressão

hidrostática nesta articulação.

De acordo com Colby (1998) esta pressão reduz a tendência de líquidos ficarem nas

extremidades (joelhos, tornozelos e pés) diminuindo os possíveis edemas e conseqüentemente

melhorando o retorno venoso. Pacientes pós-operatórios de Ligamento Cruzado Anterior, por

exemplo, tendem a apresentar edema, na água estes pacientes sofrerão a ação da pressão

hidrostática, ocorrerá, portanto um melhor retorno venoso, o que previne a estagnação do sangue

nas extremidades inferiores.

Estar familiarizado com as propriedades e os efeitos desejados ajuda a definir os objetivos

de qualquer exercício realizado na piscina. A fim de garantir o progresso na direção dos objetivos

funcionais. Assim, podemos ver em detalhes as propriedades físicas da água, conforme Brody

(2007).

FLUTUABILIDADE – Propriedade que constitui a base científica para a pesagem

subaquática, quando a gravidade específica de uma pessoa é determinada pela relação entre a

massa corporal magra e a gordura corporal. Assim sendo, os indivíduos com uma massa corporal

magra relativa mais alta têm uma maior probabilidade de afundar, enquanto que aqueles com uma

gordura corporal mais alta tendem a flutuar. A flutuabilidade é uma propriedade da água que

pode ser utilizada para a progressão do exercício terapêutico, sendo quatro as principais variáveis

que podem ser manipuladas para alterar a resistência ou a assistência:

1. Posição ou direção do movimento da água

2. Profundidade da água

3. Comprimento do braço de alavanca

4. Uso de equipamento de flutuação ou pesado.

Outro ponto a destacar na flutuabilidade é que a quantidade de sustentação do peso

corporal depende da composição corporal do paciente, da profundidade da água e da velocidade

da marcha. Quando a flutuabilidade do equipamento aumenta, a resistência também aumenta.

Page 58: Os Principais Recursos Fisioterapêuticos no Tratamento de Osgood

58

Enfim, como a flutuabilidade trabalha na direção oposta à da gravidade, qualquer atividade em

terra que posa ser resistida pela gravidade é auxiliada pela flutuabilidade, e vice-versa. (BRODY,

2007, p..338-339)

PRESSÃO HIDROSTÁTICA – É a pressão exercida pela água em profundidades

crescentes, responsável pelos desvios cardiovasculares e pelo hipotético benefício de controle do

edema. A pressão aumenta com a densidade do líquido e sua profundidade, sendo maior no fundo

da piscina, por causa do peso da água suprajacente. A pressão hidrostática produz centralização

do fluxo sanguíneo periférico, o que altera a dinâmica cardíaca.

VISCOSIDADE – A viscosidade de um líquido é sua resistência às camadas líquidas

adjacentes que deslizam uma sobre a outra, produzindo uma resistência ao fluxo com o

movimento através de um líquido, pois é produzido um fluxo turbulento quando a velocidade do

movimento alcança um nível crítico. Ao movimentar-se através da água, o corpo enfrenta

resistência frontal proporcional à área superficial de contato e o terapeuta dispõe de variáveis

para alterar a resistência produzida pela viscosidade. (BRODY, 2007, p.341-342)

Em uma reabilitação de joelho é a viscosidade a responsável pelo fornecimento de

resistência a um corpo, o movimento produz uma resistência que é aplicada a toda a superfície de

um membro. Varia de acordo com o braço de alavanca. Por exemplo, paciente com fraqueza de

quadríceps pode trabalhar esta musculatura de várias formas, porém se comparamos, conforme

Albert (1995):

Page 59: Os Principais Recursos Fisioterapêuticos no Tratamento de Osgood

59

Tratamento através da Hidroterapia. O fisioterapeuta mantém o joelho em extensão trabalhando

isometricamente o quadríceps.

Fonte: http://www.mauriciosoares.com/cursos/lesoes.htm, Acessado em 15/11/08.

1- Paciente na posição vertical (em pé), realiza movimento de flexão de quadril com o

joelho em extensão.

2- Paciente na posição horizontal (deitado, flutuando), realiza movimento de flexão de

quadril com o joelho em extensão.

Em relação aos efeitos terapêuticos da hidroterapia, os mais importantes são:

• Aumento do relaxamento muscular global;

• Redução de espasmos e contraturas musculares localizadas;

• Diminuição da dor;

• Melhora a movimentação articular (Amplitude de Movimento);

• Aumento da autoconfiança do paciente;

• Aumento da sensação de “leveza” e bem estar.

Alguns fatores influenciam os efeitos fisiológicos, como por exemplo, a temperatura da

água e a intensidade do exercício. Os objetos imersos possuem um menor peso aparente que o

mesmo objeto na terra porque uma força oposta à gravidade esta atuando sobre o objeto. Essa

força é chamada de empuxo e é a força gerada de baixo para cima pelo volume de água deslocada

Page 60: Os Principais Recursos Fisioterapêuticos no Tratamento de Osgood

60

o empuxo surge do fato de que a pressão em um fluido aumenta com a profundidade. (COLE,

2000).

A seguir os efeitos fisiológicos que menos sofrem influências destes fatores acima

citados:

• Aumento da circulação periférica;

• Melhora do retorno venoso;

• Aumento do metabolismo muscular;

• Redução de edemas.

No pós-operatório, por exemplo, há reconstrução do ligamento cruzado anterior e

ligamento cruzado posterior, lesão meniscal (meniscectomia), suturas meniscais, realinhamento

patelartotal e parcial, lesão condral, artroplastia (prótese) total e unicompartimental, entre outras

cirurgias;

• Artrose (desgaste articular)

• Fraqueza muscular de membros inferiores

• Dificuldade na deambulação (andar)

• Pós – imobilização. Por exemplo: fratura de platô tibial, fratura de patela

• Limitação na amplitude de movimento (dificuldade em fazer a flexão e extensão

do joelho)

• Manutenção do condicionamento cardiovascular (atletas lesionados que

necessitam

• Manter o condicionamento (físico)

Segundo Soares (2000) a hidroterapia tem como proposta de tratamento na doença de

Osgood-Schlatter:

• Eliminar o processo inflamatório e a dor, produzir estímulos para facilitar a

normalização do tendão patelar;

• Estabelecer a função normal;

Page 61: Os Principais Recursos Fisioterapêuticos no Tratamento de Osgood

61

• Retornar a atividades físicas progressivamente;

• Prevenção - braces próprios;

• Resfriamento após atividade;

• Exercícios especiais de flexibilidade, força e resistência.

• Manter o nível de atividade física abaixo daquele que promove o aparecimento da

dor.

Segundo Colby (1998) os exercícios em cadeia aberta para membros inferiores,

como mini-agachamento, elevação nas pontas dos pés e balanceio sobre os calcanhares.

Os exercícios em cadeia aberta para membros inferiores limitam-se a flexão e extensão do

quadril e abdução e adução do quadril com contração isométrica do quadríceps para

promover amplitude de movimento ativa. A ênfase do tratamento será o fortalecimento do

quadríceps (vasto medial oblíquo, VWO), isquiotibiais e adutores do quadril. Para o

tratamento ele divide em:

Fase 1-Amplitude de Movimento;

Fase 2 - Fortalecimento;

Fase 3 -; Equilíbrio, coordenação e condicionamento;

Fase 4 - Habilidades relacionadas a tarefas ou de simulação de esporte;

Fase 5 - Transição;

Fase 6 - Manutenção.

A hidroterapia pode ser usada para interromper episódios periódicos de dor crônica

anterior no joelho resultante de sobrecarga. Para ajudar a prevenir sobrecarga, atletas podem

participar de um programa regular de natação ou corrida na água, que pode incluir treinamento ou

corrida resistida. Para prevenir recidiva, pacientes com dor crônica anterior no joelho devem

participar de um programa regular de fortalecimento de quadríceps.

Page 62: Os Principais Recursos Fisioterapêuticos no Tratamento de Osgood

62

Embora os princípios terapêuticos do tratamento envolvendo a articulação do joelho de

indivíduos sedentários e esportistas sejam semelhantes, a conduta e as metas variam bastante.

Para os atletas, o meio aquático oferece a oportunidade do trabalho imediato de

manutenção do condicionamento cardiovascular de forma segura e funcional, além de proteger as

articulações dos membros inferiores de esforços excessivos, compensações e lesões, evitando a

perda de condicionamento físico, o que é comum na reabilitação de atletas que utilizam apenas a

fisioterapia terrestre. (ALBERT, 1995).

Segundo Soares (2000) a hidroterapia tem como proposta de tratamento na doença de

Osgood-Schlatter:

• Eliminar o processo inflamatório e a dor, produzir estímulos para facilitar a

normalização do tendão patelar;

• Estabelecer a função normal;

• Retornar a atividades físicas progressivamente;

• Prevenção - braces próprios;

• Resfriamento após atividade;

• Exercícios especiais de flexibilidade, força e resistência.

• Manter o nível de atividade física abaixo daquele que promove o aparecimento da

dor.

Segundo Koury (2000) os exercícios em cadeia aberta para membros inferiores, como

mini agachamento, elevação nas pontas dos pés e balanceio sobre os calcanhares. Os exercícios

em cadeia aberta para membros inferiores limitam-se a flexão e extensão do quadril e abdução e

adução do quadril com contração isométrica do quadríceps para promover amplitude de

movimento ativa.

A ênfase do tratamento será o fortalecimento do quadríceps (vasto medial oblíquo,

VWO), isquiotibiais e adutores do quadril.

Page 63: Os Principais Recursos Fisioterapêuticos no Tratamento de Osgood

63

4.7. A REABILITAÇÃO NA HIDROTERAPIA

A piscina pode ser utilizada ao longo de todo o processo de reabilitação. No caso de

reabilitação do joelho é dividida em fases, com uma progressão baseada em critérios, segundo

Shelbourner (1996).

4.7.1. FASE INICIAL

Envolve o controle do edema, obtenção da completa extensão do joelho, boa postura do

quadríceps, início dos exercícios de amplitude de movimento de flexão do joelho, restauração da

flexibilidade da extremidade inferior, início de um condicionamento cardiovascular leve.

Treinamento de força – Diversos exercícios em cadeia cinética aberta podem ser

realizados na piscina, e até mesmo feitos sem descarga de peso, se necessário. Exercícios de

cadeia cinética fechada também podem ser iniciados nessa fase de reabilitação, pois provocam

maiores forças compressivas entre o fêmur e a tíbia, incentivando a vascularização e a

cicatrização, além de minimizar o grau de cisalhamento anterior do joelho.

Treinamento cardiovascular – Esse é um grande componente de qualquer programa de

reabilitação, especialmente se o paciente for atleta, que é o caso dos atletas jovens que sofrem

com a patologia de Osgood-Schlatter, objeto de estudo deste trabalho monográfico. A restauração

da função cardiovascular pode ser feita sem risco de lesão ao joelho, através de exercícios de

aquecimento e de relaxamento apropriados.

Equilíbrio e propriocepção - O equilíbrio é controlado pelas informações sensitivas,

processamento central e respostas neuromusculares. Já a propriocepção é o sentido de posição

que orienta o corpo ou partes específicas do corpo. O medo de cair é eliminado através do

treinamento de equilíbrio e propriocepção, tornando as atividades mais confortáveis, podendo o

paciente até mesmo fechar os olhos e depender mais das informações neuromusculares do que

das informações visuais.

Page 64: Os Principais Recursos Fisioterapêuticos no Tratamento de Osgood

64

4.7.2 FASE INTERMÉDIÁRIA

Essa fase tem início quando o paciente demonstra bom controle do quadríceps, completa

extensão do joelho, flexão superior a 100°, controle do edema e marcha normal os exercícios se

tornam mais avançados, mas, ainda assim, algumas atividades de leve impacto ainda devem ser

introduzidas.

Treinamento cardiovascular - À medida que melhoram a amplitude de movimentos e a

flexibilidade, isso permite maior variedade no treinamento de força e resistência para a

extremidade inferior e minimizará dores musculares e articulares.

Equilíbrio e propriocepção – Atletas e praticantes de esportes em geral se beneficiam

desta fase em que a atividade terapêutica pode ficar parecida com o esporte praticado.

4.7.3 FASE AVANÇADA

As fases de reabilitação aquática podem diferir das fases em terra, pois são muitos os

fatores que ditam o tempo de progressão nessa fase. A boa comunicação entre o paciente e o

fisioterapeuta beneficia muito essa fase do programa do paciente.

Treinamento de força – fase muito benéfica para pacientes atletas e praticantes de

esportes, especialmente os que dependem de força, podendo aumentar a resistência na cadeia

cinética fechada em até quatro vezes.

Condicionamento cardiovascular – Aqui o programa já deve ser bem específico para o

esporte praticado pelo paciente. Exemplificando, um corredor velocista pode fazer tiros de

Page 65: Os Principais Recursos Fisioterapêuticos no Tratamento de Osgood

65

velocidade intercalados para trabalhar num nível de pico de consumo de oxigênio, assim como

um maratonista pode fazer exercício de baixa intensidade e longa duração.

Equilíbrio e propriocepção –“Esses exercícios devem se tornar cada vez mais desafiadores

para o paciente nessa fase, a ponto de fechar os olhos ou diminuir a profundidade da água”.

(SHELBOURNER, 1996).

4.8. A VARIEDADE DE TRATAMENTOS

Como podemos observar, a Fisioterapia oferece um leque de opções de tratamento para

Osgood-Schlatter, que foram superficialmente citados neste trabalho monográfico, por ter como

tema a importância da Hidroterapia no tratamento.

Não resta dúvida de que todos os tratamentos são importantes e eficazes, como a

Termoterapia, ultra-som, eletroterapia e terapias manuais, só para uma breve citação de alguns

destacados por Starkey (2001) Porém, este trabalho se nos deteve mais utilizados em Osgood-

Schlatter, visto que a ênfase desta pesquisa é na utilização de Hidroterapia no tratamento de

Osgood-Schlatter. E, de acordo com Shellbourne (1996) nas últimas décadas as lesões

ligamentares no joelho vêm contando com técnicas mais aprimoradas de obtenção de imagens

diagnósticas, tornando até mesmo a técnica cirúrgica mais refinada. Na questão da reabilitação,

foi comprovado nos estudos de Shelbourne e Willckens, por exemplo, que a utilização de um

programa baseado no meio aquático traz grandes benefícios para os pacientes por ser menos

agressivo. Isso coopera para que os pacientes readquiram mobilidade e força, melhorando a

resistência cardiovascular, a flexibilidade, velocidade, equilíbrio e coordenação motora.

Page 66: Os Principais Recursos Fisioterapêuticos no Tratamento de Osgood

66

DISCUSSÃO

Segundo Snider (2000) a adolescência coincide com o desenvolvimento deste centro de

ossificação, que constitui num elo fraco com relação à repetida contração do quadríceps. Mais

freqüente entre meninos que participam em esportes, geralmente é acompanhada de uma história

de crescimento rápido que leva aos sintomas.

Ratliffe (2000) Considera que a patologia seja causada por crescimento rápido dos ossos

longos, acoplado a tensão sobre o tendão da patela por causa das atividades esportivas. A

hipótese defendida por Xavier (1998) é de que ocorreria um estresse traumático por

tracionamento constante do tendão patelar provocando lise e fragmentação do tecido ósseo –

cartilaginoso local.

Segundo Lourenço (2000) um esqueleto em desenvolvimento, os três principais sítios de

crescimento são a placa cartilaginosa de crescimento (fise), a superfície articular e as apófises. A

apófise constitui um centro de ossificação acessório e é uma estrutura onde ocorre inserção

muscular. Portanto, é uma região submetida constantemente à força de tração de grupos

musculares.

Tachdjan (1988) em alguns caos os pacientes de Osgood-Schlatter pode desenvolver

patela alta, em alguns casos pode estar tão alta quanto 2 cm a mais do que o lado normal, sendo

resultante tanto da tração para cima da apófise tibial quanto do alongamento do tendão patelar.

Uma patela anormalmente alta pode apresentar luxações laterais recidivantes ou pode levar a uma

pressão indevida na faceta inferior da patela, com conseqüente condromalácia da patela e artrose

degenerativa patelofemoral.

Tachdjan (1988) defende um tratamento de reforçamento estático com o joelho em

extensão, assim como alongamento do quadríceps tenso e débil. Também é essencial um bom

programa de alongamento dirigido a estas estruturas. O fortalecimento muscular é conseguido de

forma progressiva, através de ilimitados exercícios multidirecionais (cadeia aberta e fechada),

alternando posição vertical e horizontal do corpo humano na piscina e utilizando diferentes tipos

de resistências e velocidade do movimento de acordo com Colby (1998)

Segundo Colby (1998) os exercícios em cadeia aberta para membros inferiores, como

mini-agachamento, elevação nas pontas dos pés e balanceio sobre os calcanhares. Os exercícios

em cadeia aberta para membros inferiores limitam-se a flexão e extensão do quadril e abdução e

Page 67: Os Principais Recursos Fisioterapêuticos no Tratamento de Osgood

67

adução do quadril com contração isométrica do quadríceps para promover amplitude de

movimento ativa.

Segundo Starkey (2001) utiliza baixas intensidades de ultra-som na consolidação de

fraturas tibiais. No grupo tratado exibiu uma diminuição significativa no tempo de consolidação

óssea (86 dias), em comparação com o grupo de controle (114 dias).

E de acordo com Shellbourne (1996) nas últimas décadas as lesões ligamentares no joelho

vêm contando com técnicas mais aprimoradas de obtenção de imagens diagnósticas, tornando até

mesmo a técnica cirúrgica mais refinada. Na questão da reabilitação, foi comprovado nos estudos

de Shelbourne e Willckens, por exemplo, que a utilização de um programa baseado no meio

aquático traz grandes benefícios para os pacientes por ser menos agressivo. Isso coopera para que

os pacientes readquiram mobilidade e força, melhorando a resistência cardiovascular, a

flexibilidade, velocidade, equilíbrio e coordenação motora.

Page 68: Os Principais Recursos Fisioterapêuticos no Tratamento de Osgood

68

CONCLUSÃO

A dor no joelho representa uma das queixas ortopédicas mais freqüentes em adolescentes

e a Doença de Osgood-Schlatter (DOS) constitui a etiologia mais comum dessa condição.

Geralmente ocorre entre os 12 e 15 anos de idade, no estágio maturacional G4 de Tanner e,

freqüentemente, regride ao final da puberdade.

A doença de Osgood-Schlatter é mais comum no sexo masculino, numa proporção de 3:1,

possivelmente pela sua maior massa, força muscular e envolvimento em atividades esportivas. Os

adolescentes atletas são os mais acometidos, principalmente os que praticam atividades que

envolvem maior participação do músculo quadríceps: basquete, futebol, ciclismo, salto, corrida,

balé e surfe. Sendo cada vez mais freqüente a participação dos jovens adolescentes em atividades

esportivas e de condicionamento físico, o conhecimento dessa condição é fundamental para os

pediatras que cuidam dessa população. A Doença de Osgood-Schlatter constitui uma doença

osteo-muscular do adolescente. Porém, sua freqüência, seu caráter benigno, transitório e auto-

limitado, associado com um período de rápido crescimento (estirão puberal), permite que seja

considerada por muitos como um fenômeno específico da puberdade.

A DOS apresenta um amplo espectro de gravidade. Em sua maioria, casos mais leves,

achados ocasionais da anamnese e do exame físico, cuja dor não é referida como queixa principal

do adolescente, até casos mais graves, freqüentemente conduzidos nos consultórios dos

ortopedistas.

Num esqueleto em desenvolvimento, os três principais sítios de crescimento são: a placa

cartilaginosa de crescimento (fise), a superfície articular e as apófises. A apófise constitui um

centro de ossificação acessório e é uma estrutura onde ocorre inserção muscular. Portanto, é uma

região submetida constantemente à força de tração de grupos musculares. No joelho, a maior

parte da epífise proximal da tíbia se localiza dentro da articulação. Porém, uma pequena porção é

extra-articular e localiza-se anteriormente, podendo ser palpada como uma leve proeminência

logo abaixo do joelho. Esse tubérculo tibial caracteriza-se por ser uma apófise e é sítio de

inserção do tendão patelar, sendo, portanto uma região submetida à força de tração intermitente

do músculo quadríceps.

Num período de rápido crescimento ósseo e muscular, o estirão puberal, a tensão

intermitente de grande intensidade ou freqüência sobre essa região pode determinar um processo

inflamatório local, uma apofisite de tração, característica da doença de Osgood-Schlatter. A

Page 69: Os Principais Recursos Fisioterapêuticos no Tratamento de Osgood

69

progressão do processo levaria a avulsão e fragmentação da cartilagem do tubérculo e de centros

de ossificação que se formam dentro dele. Nos casos mais graves, os fragmentos avulsionados

podem sofrer formação óssea heterotópica, com aparecimento de um ossículo na porção distal do

tendão patelar.

A doença de Osgood-Schlatter ocorre num momento em que se observa um maior

desenvolvimento da massa muscular, num indivíduo esqueleticamente imaturo, com as apófises

ainda predominantemente cartilaginosas. Entretanto, o quadro geralmente regride com o término

do processo de ossificação, ao final da puberdade. A queixa típica do adolescente é dor no joelho,

insidiosa e característica, com localização precisa sobre o tubérculo tibial. Na maioria das vezes,

tem comportamento intermitente, exacerbando-se nas atividades que exigem flexões repetidas do

membro inferior, como correr, pular, subir e descer escadas, agachar-se e andar de bicicleta.

Os traumas sobre o tubérculo, como quedas e pressão direta, aumentam a dor e o repouso

traz alívio. O acometimento unilateral é mais freqüente (60-70%), embora possa ocorrer o

comprometimento de ambos os joelhos. Muitos pacientes notam um pequeno inchaço em

topografia do tubérculo tibial, que é mais bem observado examinando-se o joelho flexionado de

perfil. A magnitude dessa proeminência é relacionada ao processo inflamatório e neoformação

óssea e é proporcional à intensidade da dor.

A palpação do tubérculo costuma ser dolorosa e a dor pode ser reproduzida pela flexão

máxima da perna e pela extensão forçada contra uma resistência. A duração dos sintomas varia

de semanas a anos, na maioria dos casos regredindo após um ou dois anos de evolução.O

diagnóstico é eminentemente clínico. Dor e inchaço localizados no tubérculo tibial, em

adolescente púbere, praticamente confirmam o diagnóstico. A radiografia de joelho em perfil

pode ser normal ou sugerir apenas edema de partes moles (grau I). Em casos moderados pode-se

constatar irregularidade e fragmentação da apófise (osteocondrite do tubérculo - grau II).

Entretanto, a fragmentação e irregularidade podem ser um achado normal em adolescentes e,

dependendo do grau de maturidade, a apófise pode estar separada na radiografia da placa de

crescimento. Nos casos mais graves pode-se observar um ossículo intratendinoso (grau III).

Nos casos não clássicos, o diagnóstico diferencial deve ser feito com outras afecções mais

raras dessa região e incluem tumores, infecções, cistos e fraturas. Outra doença a ser lembrada é a

tendinite infrapatelar (Doença Sindig-Larsen-Johansson), cuja dor localiza-se no pólo inferior da

patela. A doença de Osgood-Schlatter é freqüentemente benigna e autolimitada, sendo o papel do

Page 70: Os Principais Recursos Fisioterapêuticos no Tratamento de Osgood

70

médico, a orientação sobre o significado dos sintomas e sua correlação com os fenômenos

puberais normais. Quando a dor é mais intensa e prolongada, sugere-se ao adolescente o

afastamento temporário de suas atividades esportivas, de duas a quatro semanas ou de dois a

quatro meses, dependendo da severidade do quadro e da disposição do adolescente.

Para adolescentes atletas o afastamento, mesmo que temporário, das atividades esportivas

pode trazer ressentimentos e frustrações, cabendo ao pediatra o papel orientador e tranqüilizador.

Esse tempo é geralmente suficiente para a redução do processo inflamatório e remissão parcial ou

total da dor. Após esse período de repouso, a prática esportiva e de condicionamento físico

devem ser gradualmente reassumidas. Mas com o uso da Hidroterapia como um dos principais

recursos no tratamento da Doença de Osgood-Schlatter, O atleta poderá realizar suas atividades

na água, Com os benefícios das propriedades físicas e terapêuticas da água ele poderá ter um

retorno mais rápido as suas atividades. A analgesia também pode ser obtida com a utilização de

meios físicos, como a aplicação tópica de gelo. Analgésicos e antiinflamatórios não hormonais

podem ser úteis em alguns casos, porém a necessidade de uso é infreqüente. As aplicações

intralesionais de corticóides não são indicadas. A imobilização raramente se justifica. O

prognóstico habitualmente é bom e sem seqüelas, exceto pelo aumento do tubérculo tibial, que

poderá tornar-se permanente.

Page 71: Os Principais Recursos Fisioterapêuticos no Tratamento de Osgood

71

REFERÊNCIAS ABERGEL, R. Biochemical Mechanisms of Wound and Tissue Healing with Lasers. Second Canadian Low Power Medical Laser Conference, March, 1987. In: PRENTICE, W. E. Modalidades terapêuticas em Medicina Esportiva, São Paulo: Manole, 2002. ACHOUR, A. J. Bases para exercícios de alongamento relacionado com a saúde e no desempenho atlético. Londrina: Midiograf, 1996. ALBERT, M. Eccentric muscle training in sports and orthopaedics. Editora Churchill, Livingstone, 1996. In: ACHOUR, A. J. Flexibilidade Teoria e Prática. Londrina: Editora Atividade Física e Saúde, 1998. APLEY, A. G.; SOLOMON, L. Ortopedia e Fraturas em Medicina e Reabilitação. 6ed. São Paulo: Atheneu, 1998. BANDY, W. D.; IRION, J. M. The Effect of Time on Static Stretch on the Flexibility of the Hamstrings Muscles. Physical Therapy, v.74, n.9, p.845-850, set 1994. BAXTER, D. Laserterapia de Baixa Intensidade. In: KITCHEN, S.; BANZIN, S. Eletroterapia de Clayton, São Paulo: Manole, 1998. BOWERS, J. D. Patellar tendon avulsion as a complication of Osgood-Schlatter disease. American Journal of Sports Medicine, v.9, n.6, p.356-359, 1981. BRADLEY, P. F. Pain relief in Laser Therapy. In: 5 Congress of the International Society for Lasers in Dentristry, 1996, Jerusalem: Proccedings. Bologna. Monduzzi Editora, 1996, p.1-6. BRODY, Lori Thein, CARRIE M. Hall. Exercícios terapêuticos ( na busca da função). 2 ed. Guanabara Koogan: Rio de Janeiro, 2007. CARDENAS, D. E.; EGAN, R. J. Tratamento da dor crônica. In: KOTTKE, F. J.; LEHMANN, J. F. Tratado de Medicina Física e Reabilitação de Krusen. 4ed. São Paulo: Manole, 1994. CASTRO, S. V. Anatomia Fundamental. 3ed. São Paulo: McGraw – Hill, 1989. CHENG, R. Combination Laser/ Electrotherapy in Pain Management. Second Canadian Low Power Laser Conference. Ontário, Canada, March – 1987. In: PRENTICE, W. E. Modalidades terapêuticas em Medicina Esportiva. São Paulo: Manole, 2002. Chipkevich E. Doença de Osgood-Schlatter. In Puberdade e Adolescência, Roca Editora, p. 318-16, 1a ed.-1995. CONNOLLY, S. A.; CONNOLLY, L. P.; JATAMILLO, D. Imaging of Sports Injuries in Children and Adolescents. Radiologic clinics of North America, Boston, v.39, n.4, p. 773-790, jul. 2001.

Page 72: Os Principais Recursos Fisioterapêuticos no Tratamento de Osgood

72

DÂNGELO, J. G.; FATINI, C. A. Anatomia Humana Sistêmica e Segmentar: para o estudante de medicina. 2ed. Rio de Janeiro: Atheneu, 1988. ENGLAND, S. Introduction to mid laser theraphy. Physiotherapy, v.74, p.100-102, 1988. DENEGAR, C. R. Modalidades Terapêuticas para Lesões Atléticas. SãoPaulo, Manole, 2003. ELLENBECKER. T. S. Reabilitação dos ligamentos do Joelho. 1. ed. São Paulo: Manole, 2002. ENOKA, R. M. Bases Neuromecânicas da Cinesiologia. São Paulo: Manole, 2000. FLOWERS, M. J.; BHADRESHWAR, D. R. Tibial tuberosity Excision for Symptomatic Osgood – Schlatter Disease. Journal of Pediatric Orthopaedics, New York, v.15, n.3, p.292-297, 1995. GOSS, C. M.; GRAY, H. Anatomia. 29ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1977. GUYTON, A. C.; HALL, J. E. Tratado de Fisiologia Médica. 9ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1997. HAMILTON, W. J. Tratado de Anatomia Humana. 2ed. Rio de Janeiro: Interamericana, 1982. HEWITT, M. Problemas relacionados com a prática dos esportes e outras afecções próprias do adolescente. Im: BURNS, Y. K; MACDONALD, J. Fisioterapia e crescimento na infância. São Paulo: Santos Livraria, 1999. KAPANDJI A. Fisiologia Articular. 4. ed. vol2 São Paulo: Manole, 2000. Kaeding CC, Whitehead R. Musculoskeletal Injuries in Adolescents. Prim. Care, 25(1), 211-23. 1998. KISNER, C.; COLBY, L. A. Exercícios Terapêuticos: fundamentos e técnicas. 3ed. São Paulo: Manole, 1998. KITCHEN, S.; BANZIN, S. Eletroterapia de Clayton. 10ed. São Paulo: Manole, 1998. KITCHEN, S. S.;PARTRIDGE, C. J. A Review of Low Level Laser Therapy. Physiotherapy, v.77, n.3, p. 161-168, mar 1991. KRAMER, J. F.; SANDRIN, M. Effect of low power laer and White light on sensory conduction rate of the superficial radial nerve. Physiotherapy, Canada, v.3, p.165-170, 1993. Krause BL, Wiliiiams JP, Catterall A. Natural History of Osgood-Schlatter Disease. J. Pediatr Orthop, 10(1), 65-8. 1990.

Page 73: Os Principais Recursos Fisioterapêuticos no Tratamento de Osgood

73

KUJALA, V. M.; KVIST, M.; HEINONEN, O.Osgood – Schlatter’s disease in adolescent athletes: retrospective study of incidence and duration. The American Journal of Sports Medicine, Finland, v.13, n.4, p.236-241, 1985. KULAND, D. N. The injured athletes pain. Curr Concepts pain. 1: 3-10, 1983. In: PRENTICE, W. E. Modalidades terapêuticas em Medicina Esportiva. São Paulo: Manole, 2002. LAZERTE, G.D.; RAPP, I. H. Pathogenesis of Osgood-Schlatter’s Disease. Am J Pathol, v.34, n.4, p. 803-815, 1958. LEHMANN, J. F. Tratado de Medicina Física e Reabilitação de Krusen. 4ed. São Paulo: Manole, 1994. LIPPERT, L. Cinesiologia Clínica para Fisioterapeutas: incluindo teste para auto avaliação. 2ed. Rio de Janeiro: Revinter, 1996. LOURENÇO, B. Doença de Osgood-Schlatter: o que o pediatra precisa saber. São Paulo, 2000. Disponível em http://www.medstudents.com.br. Acesso em: 08 de outubro de 2008. LOVELL,W. W.; WINTER, R. B. Ortopedia Pediátrica. Buenos Aires: Panamericana, 1988. LOW, J. e REED, A. Eletroterapia Explicada Princípios e Prática. 3ª ed. São Paulo, Manole, 2001. MACNICOL,Malcolm,F.O Joelho com Problema.Manole,2001. MALONE, T; McPOIL, T; NITZ, A. Fisioterapia em ortopedia e medicina do Esporte. 3. ed., São Paulo: Santos, 2000. MCATEE, R. E. Alongamento Facilitado. São Paulo: Manole, 1998. MERSKEY, H. A. F. D. B. J: Pain terms: a list with definitions and notes on usage. Pain 6: 249-252, 1979. In: PRENTICE, W. E. Modalidades terapêuticas em Medicina Esportiva. São Paulo: Manole, 2002. MITAL, M.; MATZA, R. A.; COHEN, J. The So-Called Unresolved Osgood-Schlatter Lesion. The journal of bone and joint surgery, v.62, n.5, p.732-739, jul 1980. Neinstein LS, Towsend DJ.Common Orthopaedic Problems. In Neinstein LS - Adolescente Health Care: a Practical Guide. Baltimore, Williams & Winkins, p. 285-96. 1996. Neto,R.B;Leivas,T.P. Ortopedias e Traumatologia,Princípios e prática. 2 ed- PortoAlegre:Artmed,1998. O’SULLIVAN, S. B.; SCHMITZ, T. J. Fisioterapia – Avaliação e Tratamento. 2ed. São Paulo: Manole, 1993.

Page 74: Os Principais Recursos Fisioterapêuticos no Tratamento de Osgood

74

Peck DM.Apophyseal Injuries in the Young Athlete. Am. Fam. Physician. 51 (8): 1891-96. 1995. PRENTICE,W. E. Modalidades terapêuticas em Medicina Esportiva. São Paulo: Manole, 2002. PRENTICE,W. E. Modalidades Terâpeuticas para Fisioterapeutas.2ª ed. São Paulo. Artmed, 2004.Pp : 172 – 173; 185; 245 – 246. PRENTICE,W. E. Técnicas de Reabilitação em Medicina Desportiva. 3ª ed. São Paulo, Manole, 2002. PUTZ, R.; PABST, R.Sobota: Atlas de anatomia humana. 20ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1995. RATLIFFE, K. T. Fisioterapia na Clínica Pediátrica: guia para a equipe de fisioterapeutas. São Paulo: Santos Livraria, 2000. SELKURT, E. E. Fisiologia. 5ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1986. SILVA, E. C.; FILHO, A. H.;MUSSKOPF, D. E. Radiação Laser. In: RODRIGUES, E. M.; GUIMARÃES, C. S. Manual de Recursos Fisioterapêuticos. São Paulo: Revinter, 1998. SIZÍNIO, H.; XAVIER, R.; PARDINI, A. G. J.; FILHO, E. P. B. T. e colbs. Ortopedia e Traumatologia – princípios e pratica. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 1998. SMITH,L. K.; WEISS, E. L.; LEHMKUHL, L. D. Cinesiologia Clínica de Brunnstrom. 5ed. São Paulo: Manole, 2000. SNIDER, R. K. Tratamento das doenças do sistema musculoesquelético. São Paulo: Manole, 2000. SHELBOURNE KD,Patel DV,Adsit WS, Porter DA:Rehabilitation after meniscal repair.Clin Sports Med 15:995,1996. STARKEY, Chad. Recursos Terapêuticos em Fisioterapia. São Paulo: Manole, 2001. STARRING, D. T.; GOSSMAN, M. R.; NICHOLSON, G. G.; LEMONS, J. Comparison of Cyclic and Sustained Passive Stretching Using Mechanical Device to Increase Resting Length of Hamstrings Muscles. Physical Therapy, v.68, n.3, p.314-320, mar 1988. STROBEL, M.; STEDTFELD, H. Joelho – procedimentos diagnósticos. Rio de Janeiro: Revinter, 2000.

Page 75: Os Principais Recursos Fisioterapêuticos no Tratamento de Osgood

75

TACHDJIAN, M. O. Pediatric Orthopedics. Philadelphia: Saunders Company, 1972. TEIXEIRA, M. J.; CORRÊA, C. F.; PIMENTA, C. A. Dor – Conceitos Gerais. São Paulo: Limay, 1994. TEIXEIRA, M. J.; MARCON, R.M.; ROCHA, R. O.; FIGUEIRÓ, J. A. B. Epidemiologia da dor. In: TEIXEIRA, M. J.; FIGUEIRÓ, J. A.B. Dor, Epidemiologia, Fisiopatologia, Avaliação, Síndromes Dolorosas e Tratamento.São Paulo: Moreira Jr, 2001. Peck DM.Apophyseal Injuries in the Young Athlete. Am. Fam. Physician. 51 (8): 1891-96. 1995. THOMSON, A.; SKINNER, A.; PIERCY, J. Fisioterapia de Tidy. 12ed. São Paulo: Santos Livraria, 1994. TROUP, J. D. G. Biomechanics of the vertebral column. Phtsiotherapy, v. 65, n. 8, p. 238-244, 1979. In: ACHOUR, A. J. Bases para exercícios de alongamento relacionado com a saúde e no desempenho atlético. Londrina: Midiograf, 1996. TUREK, S. L. Ortopedia – princípios e sua aplicação. São Paulo : Manole, 1991. VEÇOSO, M. C. Laser em Fisioterapia. São Paulo: Lovise, 1983. WALKER, J. Relief from chronic pain by low power laser irradiation. Neuroscience Letters. Ireland, v. 43, p. 339-344, 1983. WALL, E. J. Osgood – Schlatter Disease: Practical Treatment for a self-limiting condition. The Physician and Sportsmedicine. V.26, n.3, mar - 1998. WALLACE, L.A.; MANGINE, R.E.; MALONE, T.R. O joelho. In: GOULD, J. A. Fisioterapia na Ortopedia e na Medicina do Esporte. São Paulo: Manole, 1993.