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Os Relacionamentos Interpessoais e a Guerra Espiritual Página 1

Os Relacionamentos Interpessoais e a Guerra Espiritual

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Ebook do escritor cristão/evangélico Marcos Souza, lançando um olhar inédito sobre o tema batalha espiritual. Baseado no texto da Armadura de Deus, da carta do apóstolo Paulo aos efésios, o autor trabalha os conflitos de relacionamento entre seres humanos e quais as relações entre esses conflitos e a espiritualidade cristã e a luta contra forças espirituais da maldade. Aqui você terá acesso à introdução e 1º Capítulo Grátis. Só a compreensão do que é dito neste primeiro capítulo já é o suficiente para mudar definitivamente o rumo da sua vida e de seus relacionamentos, trazendo mais vida e alegria a suas relações interpessoais. Leia e seja abençoado.

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Page 1: Os Relacionamentos Interpessoais e a Guerra Espiritual

Os Relacionamentos Interpessoais e a Guerra Espiritual

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Page 2: Os Relacionamentos Interpessoais e a Guerra Espiritual

OS RELACIONAMENTOS INTERPESSOAIS

E A GUERRA ESPIRITUAL

Uma Reflexão para a prática da Armadura de Deus conforme descrita em Efésios 6:10-18

Marcos Souza

SETEMBRO DE 2015 Os Relacionamentos Interpessoais e a Guerra Espiritual

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Page 3: Os Relacionamentos Interpessoais e a Guerra Espiritual

CONTEÚDO DESTE E-BOOK

Introdução ---------------------------------------------------------- 5

Capítulo 1 O Cinto da Verdade ------------------------------ 28

Capítulo 2 A Couraça da Justiça --------------------------- 42

Capítulo 3 O Evangelho da Paz ------------------------------50

Capítulo 4 O Escudo da Fé ------------------------------------54

Capítulo 5 O Capacete da Salvação ------------------------64

Capítulo 6 A Espada do Espírito ----------------------------67

Capítulo 7 Conclusão ------------------------------------------70 Os Relacionamentos Interpessoais e a Guerra Espiritual

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Page 4: Os Relacionamentos Interpessoais e a Guerra Espiritual

OBRIGADO E PARABÉNS A VOCÊ!

Este e-book tem a singela pretensão de agregar não apenas

conhecimento, mas valor e capacitação a sua caminhada

nesta vida. Se você já é um cristão, independente de qual

corrente teológica ou denominacional, certamente estará

familiarizado com os termos que serão empregados nesse

texto. Se você pertence a alguma outra tradição religiosa ou

filosófica, não se preocupe, essa leitura poderá lhe ajudar

bastante também, pois basicamente vou tratar aqui sobre a

importância da verdade, da paz, da fé e da segurança em

nossos corações e mentes, se quisermos superar com

eficácia as ciladas que a vida neste mundo nos apresenta,

com seus mal entendidos, desencontros e conflitos. Na

maioria dos círculos cristãos, tanto católicos como

evangélicos, o mal é retratado de forma pessoal, designado

pelo termo bíblico diabo que significa acusador. Outras

tradições tratam o mal como sendo a ignorância ou a falta

de consciência, e ainda outros designam o mal como

crenças limitantes, desarmonia ou energias negativas.

Assim, não fique limitado em sua leitura ao se deparar com

termos mais comuns à cultura cristã, adapte ao seu próprio

vocabulário e universo semântico para ter uma

compreensão de acordo com seu contexto.

O primeiro capítulo será distribuído gratuitamente na

internet, e saiba de uma coisa, se você ler o primeiro

capítulo com atenção e colocar em prática o que está ali

escrito, já fará uma imensa diferença na sua vida e na

daqueles que estão no seu convívio.

E se você quiser se fortalecer interiormente em Deus para ficar firme através das lutas, a leitura deste e-book completo, com todos os capítulos certamente irá te ajudar

Page 5: Os Relacionamentos Interpessoais e a Guerra Espiritual

nisso, pela graça de Deus.

Ao adquirir o livro completo, você ganhará acesso ao nosso

Grupo Exclusivo de Leitores, onde eu irei interagir com os leitores, de forma a aprofundar e fixar os assuntos aqui desenvolvidos. Clique aqui e compre agora!

Boa leitura e que Deus te abençoe!

Em Cristo, Marcos Souza

Os Relacionamentos Interpessoais e a Guerra Espiritual Página 4

Page 6: Os Relacionamentos Interpessoais e a Guerra Espiritual

INTRODUÇÃO

No demais, irmãos meus, fortalecei-vos no Senhor e na força do

seu poder.

Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para que possais estar

firmes contra as astutas ciladas do diabo.

Porque não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas,

sim, contra os principados, contra as potestades, contra os

príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais

da maldade, nos lugares celestiais.

Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais

resistir no dia mau e, havendo feito tudo, ficar firmes.

Estai, pois, firmes, tendo cingidos os vossos lombos com a

verdade, e vestida a couraça da justiça;

E calçados os pés na preparação do evangelho da paz;

Tomando sobretudo o escudo da fé, com o qual

podereis apagar todos os dardos inflamados do maligno.

Tomai também o capacete da salvação, e a espada do

Espírito, que é a palavra de Deus;

Orando em todo o tempo com toda a oração e súplica no

Espírito, e vigiando nisto com toda a perseverança e súplica

por todos os santos,

Efésios 6:10-18

Os Relacionamentos Interpessoais e a Guerra Espiritual Página 5

Page 7: Os Relacionamentos Interpessoais e a Guerra Espiritual

Há cerca de 15 anos, ao ser convidado para pregar em uma

congregação da igreja que eu frequentava, discerni que o

Espírito Santo chamava minha atenção para o texto de Efésios

que fala sobre a armadura de Deus e a guerra espiritual (Ef 6.10-

18). É um texto muito conhecido no meio evangélico brasileiro, e

também alvo de acaloradas discussões entre teólogos e

pensadores das mais diferentes correntes de pensamento

teológico. Geralmente, esse texto é apresentado sem se levar

em consideração o contexto em que está no livro de Efésios e

sem levar-se em conta todo o pensamento de Paulo, o apóstolo,

a quem se atribui o texto inspirado. Porém, o que mais me

chamava a atenção naquele momento de meditação antes da

pregação era o contexto no qual esse texto estava inserido. Ao

ler os versículos anteriores (Ef 5.21-6.9), notei que o apóstolo

Paulo vinha falando sobre relacionamentos interpessoais, e,

subitamente, como que do nada, o versículo dez do capítulo seis

nos introduz na questão da guerra espiritual. Comecei a pensar,

então, em qual seria a relação entre esses dois assuntos

aparentemente tão distintos: a guerra espiritual e os

relacionamentos interpessoais.

Preguei naquela noite o pouco que havia discernido sobre o

assunto; porém os resultados empolgantes da pregação me

levaram a começar, a partir e então, a orar sobre o tema. O que

Os Relacionamentos Interpessoais e a Guerra Espiritual

Página 6

Page 8: Os Relacionamentos Interpessoais e a Guerra Espiritual

eu não imaginava, porém, era que o Espírito Santo iria me

conduzir nos próximos anos às mais difíceis provas e lutas no

campo dos relacionamentos interpessoais, inclusive dentro da

igreja. Tal tratamento de Deus me levou também a buscar com

afinco compreender quais eram os princípios bíblicos para o

desenvolvimento de relacionamentos que glorificam a Deus e

também para não permitir que problemas relacionais afetassem

minha espiritualidade, minha comunhão com Deus. Os últimos

anos foram de muito estudo, tanto da Bíblia e de outros livros,

como também de observação prática dos acontecimentos, os

quais me levaram a entender melhor os caminhos que o Senhor

me fez passar até identificar os princípios apresentados neste

livro.

Se você tem enfrentado conflitos em seus relacionamentos, tem

perdido a paz ou ficado perdido sem saber o que fazer, creio que

esse e-book será um instrumento de Deus para ajudá-lo a

discernir e praticar a vontade d’Ele em cada situação e a torna-lo

cada vez mais semelhante a Cristo. Sermos semelhantes a

Cristo é o principal objetivo dos tratamentos de Deus em nossas

vidas, conforme está escrito no livro de Romanos, capítulo 8,

versículos 28 e 29. Portanto, venha comigo nessa leitura breve

porém profunda e que pode ser instrumento para transformar

sua vida, pela graça de Deus.

Os Relacionamentos Interpessoais e a Guerra Espiritual

Página 7

Page 9: Os Relacionamentos Interpessoais e a Guerra Espiritual

O CONHECIMENTO DE DEUS

Qualquer cristão concordaria prontamente com a afirmação de

que nada é mais importante na vida de uma pessoa do que seu

relacionamento com Deus. Orações, jejuns, estudos das

escrituras sagradas, serviço ao próximo e diversas outras

disciplinas espirituais têm sido os meios pelos quais os que

creem em Deus têm buscado conhecer mais a Deus e Sua

vontade.

Desde os dias do Antigo Testamento, Deus exorta o Seu povo a

buscar o conhecimento d’Ele como sendo mais importante e

agradável do que muitas das chamadas formas de culto que os

religiosos lhe ofereciam. É famosa a exortação do sacerdote

Samuel ao religioso, porém desobediente, rei Saul:

Eis que o obedecer é melhor do que sacrificar, e o atender,

melhor do que gordura de carneiros. I Samuel 15:22b

Nos dias do profeta Isaías, Deus expõe Sua perplexidade com

relação à falta de conhecimento d’Ele por parte do povo de

Israel: Os Relacionamentos Interpessoais e a Guerra Espiritual

Página 8

Page 10: Os Relacionamentos Interpessoais e a Guerra Espiritual

O boi conhece o seu possuidor, e o jumento, o dono da sua

manjedoura; mas Israel não tem conhecimento, o meu povo

não entende. Isaías 1:3

Nos cinco primeiros capítulos de seu livro, inclusive, Isaías

descreve as consequências desastrosas dessa falta

conhecimento. A vida de pecado e a injustiça contra o próximo

eram provas de que o povo não conhecia a Deus. Porém Deus

queria que o povo O conhecesse e, por isso, o convidou para o

diálogo, para a comunhão e a tomada de consciência:

Vinde, pois, e arrazoemos, diz o Senhor [...]. Se quiserdes, e me

ouvirdes, comereis o melhor desta terra. Isaías 1:18-19

O profeta já tivera tal experiência de se encontrar com Deus e

conhecê-lO, e relata essa experiência no capítulo 6, mostrando,

assim, que o conhecimento da Pessoa de Deus e de Sua

presença estão ao alcance de todos os que se reconhecem

necessitados de purificação e da graça de Deus. Veja o texto:

Então disse eu: Ai de mim! Estou perdido! Porque sou um

homem de lábios impuros, habito no meio dum povo de impuros

Os Relacionamentos Interpessoais e a Guerra Espiritual Página 9

Page 11: Os Relacionamentos Interpessoais e a Guerra Espiritual

lábios, e os meus olhos viram o Rei, o Senhor dos Exércitos.

Isaías 6:5

Interessante notar que o encontro com Deus produziu no profeta

uma profunda autoconsciência de si mesmo, de seus pecados e

falhas. Mais adiante neste livro, veremos como o

autoconhecimento está intimamente ligado ao conhecimento de

Deus. Continue a leitura e daqui a pouco você receberá esse

conhecimento que fará toda diferença em sua caminhada como

filho de Deus.

Ainda Isaías, após esse encontro com Deus, em toda a sua

profecia, condena a falsa sabedoria dos escribas e sábios de

Judá e exorta o povo a conhecer a Deus e, em consequência, a

adquirir a verdadeira sabedoria.

Jeremias é outro que insiste em chamar Israel ao verdadeiro

conhecimento de Deus. Lemos em seu livro:

Assim diz o Senhor: Não se glorie o sábio na sua sabedoria, nem

o forte, na sua força, nem o rico na sua riqueza; mas o que se

gloriar, glorie-se nisto: em me conhecer e saber que eu sou o

Senhor e faço misericórdia, juízo e justiça na terra, porque

destas coisas me agrado, diz o Senhor. Jeremias 9:23-24

Os Relacionamentos Interpessoais e a Guerra Espiritual Página 10

Page 12: Os Relacionamentos Interpessoais e a Guerra Espiritual

Ainda no Antigo Testamento, o profeta Oséias é também

instrumento de Deus para chamar o povo a conhecê-lO:

Pois misericórdia quero, e não sacrifício, e o conhecimento de

Deus, mais do que holocaustos. Oséias 6:6

Essa afirmação de Deus através do profeta teve tal relevância,

que foi repetida pelo próprio Senhor Jesus Cristo em pelo menos

duas de suas discussões com os fariseus (ver Mateus 9:13;

12:7).

Já no Novo Testamento, vemos o Senhor Jesus colocando o

conhecimento de Deus como sendo a própria essência da vida

eterna:

E a vida eterna é esta: que conheçam a ti, o único Deus

verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste. João 17:3

O apóstolo Paulo, em sua Epístola aos Efésios, relata que ora a

Deus, pedindo que Ele conceda aos crentes de Éfeso espírito de

sabedoria e de revelação no pleno conhecimento de Deus

(Efésios 1:17). Inclusive, o próprio Paulo, anos antes, ao

escrever aos coríntios, já havia demonstrado a supremacia do

Os Relacionamentos Interpessoais e a Guerra Espiritual

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Page 13: Os Relacionamentos Interpessoais e a Guerra Espiritual

conhecimento de Deus diante de qualquer outro tipo de

conhecimento filosófico ou mesmo teológico. Ele lamentou-se

porque na igreja de Corinto, muitos não tinham conhecimento de

Deus (ver I Coríntios 15:34), embora aquela fosse uma igreja

muito carismática, possuidora de muitos dons espirituais e de um

pretenso conhecimento teológico.

Ainda no Novo Testamento, o apóstolo Pedro, considerado pela

tradição cristã como o primeiro grande líder da igreja, exorta os

crentes na sua segunda epístola a priorizarem o conhecimento

de Deus em vez de se envolverem em doutrinas estranhas e

distorcidas, que chamaríamos hoje de modismos e “moveres” do

momento. Ouçamos a admoestação de Pedro:

Crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor

Jesus Cristo. A ele seja a glória, tant agora como no dia

eterno. II Pedro 3:18

Assim, pois, conheçamos e prossigamos em conhecer o Senhor! Os Relacionamentos Interpessoais e a Guerra Espiritual

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Page 14: Os Relacionamentos Interpessoais e a Guerra Espiritual

RECONHECENDO O INIMIGO

Nas últimas décadas, assim como em diversos momentos da

história da igreja cristã, aqueles que conhecem a Deus têm

buscado d’Ele estratégias para discernir as artimanhas do

inimigo para que possam ser vitoriosos na batalha espiritual do

dia-a-dia. Embora seja um tema polêmico e sobre o qual há

várias controvérsias no meio cristão sobre as formas e

abordagens mais adequadas, o fato é que a luta contra forças

espirituais do mal sempre foi um tema presente e recorrente na

vida dos que creem em Deus.

Na igreja do primeiro século, os crentes já tinham consciência

dos ardis e ciladas do diabo. Inclusive, Paulo, o apóstolo, afirma

isso claramente em sua carta aos coríntios (ver II Coríntios 2:11).

O escritor aos Hebreus diz que discernir o mal é uma capacidade

desenvolvida durante o amadurecimento espiritual, veja o texto:

Mas o alimento sólido é para os adultos, para aqueles eu,

pela prática, têm suas faculdades exercitadas para discernir

não somente o bem, mas também o mal. Hebreus 5:14

Assim, a questão do conhecimento sobre o diabo ou sobre as

forças do mal não é o último modismo da igreja, embora muitas

vezes o tema seja tratado como tal, tanto pelos que defendem a Os Relacionamentos Interpessoais e a Guerra Espiritual

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Page 15: Os Relacionamentos Interpessoais e a Guerra Espiritual

batalha espiritual mas fazem uma abordagem superficial e

carregada de superstições e sincretismos, como também pelos

que são contra abordar o assunto batalha espiritual pois são

levados para outro extremo, numa tentativa, sincera porém

equivocada, de evitar as heresias produzidas quando o assunto

é enfrentar os poderes das trevas, e pensam que suprimir o tema

vai fazer com que ele não exista como fenômeno em nosso

cotidiano, é a teologia estilo avestruz. Quer queiram quer não, o

conhecimento sobre o diabo é assunto bíblico recorrente no

Novo Testamento, tanto nas falas de Jesus como nos textos

apostólicos.

Note, porém, que eu me referi a conhecer sobre o diabo, e não

sobre conhecer o diabo, pois não precisamos conhecer o diabo

no sentido relacional, mas sim termos discernimento de seus

ardis e esquemas enganosos. Quanto a Deus sim, devemos

conhecê-lO e não apenas conhecer sobre Deus. Infelizmente

muitos crentes hoje invertem isso, pois conhecem o diabo mas

conhecem só algumas coisas sobre Deus, não têm

conhecimento relacional com o Pai que está nos céus, e este é

um dos principais motivos da fraqueza espiritual dos cristãos em

nossos dias, principalmente entre muitos dos que se dizem

“guerreiros de Deus” e “especialistas em batalha espiritual”. Nos

próximos capítulos, você vai aprender como evitar esses

Os Relacionamentos Interpessoais e a Guerra Espiritual

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Page 16: Os Relacionamentos Interpessoais e a Guerra Espiritual

erros e ciladas e como andar realmente em vitória contra as

ciladas do diabo.

CONHECENDO-NOS UNS AOS OUTROS

Há ainda um terceiro tipo de conhecimento proposto na Bíblia e

do qual quero falar com você. Ao conhecermos a Deus, vemo-lo

empenhado em Sua obra de salvação do ser humano, buscando

restaurá-lo de sua condição caída. Ao tomarmos consciência

também dos ardis do diabo, percebemos que o inimigo também

tem um plano para o ser humano, que inclui matar, roubar e

destruir (João 10:10).

Logo, devemos perceber que o nosso relacionamento com o

nosso próximo irá necessariamente cooperar com um dos dois

planos. Ou aproximamos a nós mesmos e aos outros do plano

Divino de vida, e vida em abundância como disse Jesus, ou nos

aproximamos a nós mesmos e aos outros do plano diabólico de

roubo, morte e destruição. Cada interação humana carrega o

potencial para desenvolver a ambos os planos e a cada escolha

que fazemos em nossos relacionamentos estamos fortalecendo

um dos caminhos.

Em nossa época de individualismo e de afetividades distorcidas

pelo egoísmo e egocentrismo, muitas pessoas têm dificuldade Os Relacionamentos Interpessoais e a Guerra Espiritual

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Page 17: Os Relacionamentos Interpessoais e a Guerra Espiritual

em ver que o plano de Deus para suas vidas toca,

inevitavelmente em seus relacionamentos interpessoais. Mas a

Bíblia diz que Deus deseja uma família de muitos filhos, cada um

deles semelhantes a seu Filho Jesus, e por isso decidiu fazer

convergir nEle, em Cristo, todas as coisas (ver Romanos 8:29 e

Efésios 1:9,10).

Infelizmente, muitas pessoas ao buscarem a espiritualidade, a

cura, a libertação e outros benefícios que a aproximação com

Deus pode trazer, apenas pensam em si mesmas, em como

podem se mostrar com mais espirituais e perfeitas que as outras.

E poucas vezes param para pensar em como podem ser úteis na

vida de outras pessoas. Isto é um engano. A cura que Jesus, o

ungido de Deus, veio trazer aos quebrantados e feridos (ver

Isaías 61:1) tem como propósito leva-los à obediência a Deus e

ao compromisso com a restauração de outros, inclusive em uma

dimensão social bem ampla (ver Isaías 61:4), e não a uma

atitude narcisista de autocontemplação ou de exibicionismo

religioso triunfalista.

(No Grupo Exclusivo de Leitores, vamos trabalhar em detalhes

estes aspectos. Adquira este e-book completo e tenha acesso

total e permanente ao Grupo. Clique aqui e adquira agora)

Os Relacionamentos Interpessoais e a Guerra Espiritual

Página 16

Page 18: Os Relacionamentos Interpessoais e a Guerra Espiritual

Por isso, somos convidados a aprender com o Senhor qual é a

melhor forma de nos relacionarmos com os outros, sabendo que,

em cada relacionamento, Deus tem um propósito e uma

proposta para nós; e o diabo também tem seu próprio plano e

proposta a nos apresentar.

Então, devemos conhecer, como crentes em Cristo, nossa

posição, nossa identidade, nossas necessidades e capacidades,

bem como precisamos saber qual é a posição do outro em

relação a mim do ponto de vista de Deus e não dos meus

próprios interesses, medos e preconceitos.

Agora, para que você assimile melhor que tentei expor até aqui,

vamos examinar, por alguns instantes, Aquele que foi o exemplo

único de perfeição humana e que, portanto, pode ser para nós a

principal referência para entendermos como deveria ser um

relacionamento ideal com Deus, o Pai, com o diabo, o

adversário, e com os outros seres humanos.

Jesus de Nazaré, o Deus que se fez homem e habitou entre nós,

cheio de graça e de verdade, pode nos guiar, sendo Ele mesmo

o Caminho, a uma vida plena de significado e vitória. Veja a

seguir.

Os Relacionamentos Interpessoais e a Guerra Espiritual

Página 17

Page 19: Os Relacionamentos Interpessoais e a Guerra Espiritual

JESUS, O EXEMPLO PERFEITO

Quando andou em carne entre os homens, Jesus Cristo

experimentou de forma perfeita esses três tipos de

conhecimento: de Deus, do diabo e do ser humano. Vejamos,

então, como Ele lidava com esses três tipos de relacionamento.

Em relação a Deus, o Pai: Comunhão e submissão

Então lhes falou Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que

o Filho nada pode fazer de si mesmo, senão somente aquilo

que vir fazer o Pai; porque tudo o que este fizer, o Filho

também semelhantemente o faz. João 5:19

Pai justo, o mundo não te conheceu, eu porém, te conheci e

também estes compreenderam que tu me enviaste. João 17:25

Lemos também, na epístola de Paulo aos filipenses, referindo-se

a Jesus:

(Jesus) a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até

à morte e morte de cruz. Filipenses: 2:8 Os Relacionamentos Interpessoais e a Guerra Espiritual

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Page 20: Os Relacionamentos Interpessoais e a Guerra Espiritual

O escritor da Epístola aos Hebreus também atesta da obediência

de Jesus ao Pai:

Embora sendo Filho, aprendeu a obediência pelas coisas

que sofreu. Hebreus 5:8

Assim, vemos que o relacionamento do Senhor Jesus Cristo com

Deus, o Pai, sempre foi de submissão em amor. Da mesma

forma nós, que já conhecemos a Deus, também devemos nos

submeter a Ele, pois assim o conheceremos cada dia mais.

Quanto mais O conhecermos, mais desejaremos nos submeter a

Ele, pois Seu amor nos atrai e nos constrange a nos entregar

cada vez mais em plena fé e confiança. Veja um salmo que

reflete bem esta realidade:

Em ti, pois, confiam os que conhecem o teu nome, porque tu,

Senhor, não desamparas os que te buscam. Salmos 9:10

Os Relacionamentos Interpessoais e a Guerra Espiritual Página 19

Page 21: Os Relacionamentos Interpessoais e a Guerra Espiritual

Em relação ao diabo: Oposição e resistência

Para isto se manifestou o Filho de Deus: para destruir

as obras do diabo. I João 3:8b

Qualquer leitura, ainda que superficial, dos evangelhos nos

mostra que Jesus em Seu ministério terreno não ignorou a

atividade demoníaca na vida das pessoas. O evangelho de

Marcos, principalmente, está repleto de relatos de confrontos

diretos entre Jesus e os demônios que traziam cativas as

pessoas. A expulsão de demônios era parte integrante da

pregação do evangelho e um sinal da chegada do Reino de

Deus (Lc 9:1; Mc 1:12,13, 21-27, 32-34; Mt 12:28 e At 10:38.

Não apenas em seu ministério terreno, mas também em Sua

morte e ressurreição, Jesus despojou, definitivamente, toda a

autoridade do diabo e das forças das trevas.

[...] e, despojando os principados e potestades, publicamente os

expôs ao desprezo, triunfando deles na cruz. Colossenses 2:15

E não somente oposição e confronto aos poderes das trevas

podem ser observados na vida de Jesus, mas também

resistência às sugestões, propostas e ofertas apresentadas pelo

Os Relacionamentos Interpessoais e a Guerra Espiritual

Página 20

Page 22: Os Relacionamentos Interpessoais e a Guerra Espiritual

adversário, como verificado nos textos sobre a tentação que

Jesus sofreu no deserto, logo após seu batismo nas águas.

(Leia atentamente Lucas 4-1-13)

Vemos, então, que a atitude de Jesus com relação ao inimigo foi

de resistência e oposição. Resistência às sugestões do diabo e

oposição às suas obras. Esses dois aspectos são fundamentais

para a vitória na batalha espiritual. Inclusive, no meu

Treinamento Online de Batalha Espiritual nos

Relacionamentos Interpessoais, que é ministrado gratuita e

permanentemente no nosso Grupo Exclusivo de Leitores, no

Facebook, isso é trabalhado em detalhes e você recebe a

capacitação necessária para lidar com esses desafios na sua

vida e ainda ensinar outras pessoas a também caminhar em

vitória. Se você é pastor/pastora ou líder na sua

igreja/comunidade, esse Treinamento irá fazer toda a diferença

para tornar seu ministério mais efetivo. E mesmo que você não

seja um líder na igreja nem esteja exercendo qualquer ministério

ou serviço a outras pessoas, ainda assim, certamente poderá

usufruir de todo o benefício de um treinamento desse nível e

verá seu testemunho cristão e sua vida pessoal alcançarem um

novo patamar de vitória e liberdade. Clique aqui e compre agora

o e-book completo.

Os Relacionamentos Interpessoais e a Guerra Espiritual Página 21

Page 23: Os Relacionamentos Interpessoais e a Guerra Espiritual

Em relação ao ser humano: Autonomia e Identificação em

amor

A autonomia de Jesus em relação a outras pessoas foi muito

bem expressada quando Ele disse: “Eu não recebo glória dos

homens” (João 5:41). E no mesmo contexto, logo a seguir, Ele

pergunta aos religiosos que o perseguiam: “Como podeis crer,

vós que recebeis glória uns dos outros e não buscais a glória

que vem somente de Deus?” (vs. 44) Pelo contexto, entendemos

que Ele disse que se você ficar preocupado em buscar

aprovação humana (esse é o significado de glória dos

homens aqui) essa atitude irá bloquear a sua fé. Jesus dirigiu

essas duras palavras às pessoas mais religiosas e zelosas da lei

de Deus naquela época, e Ele lhes disse que elas não tinham

FÉ! Essa atitude de buscar aplausos humanos é chamada por

Jesus, em outras passagens bíblicas, de Fermento dos Fariseus.

Sem dúvida, o apóstolo Paulo foi o discípulo que melhor

compreendeu este princípio e o transmitiu aos cristãos de sua

época e a nós, senão vejamos o que ele diz aos crentes da

Galácia, que haviam caído na tentação do fermento dos fariseus,

que é a hipocrisia, a ênfase no desempenho religioso e moral em

busca de aprovação humana:

Acaso busco eu agora a aprovação dos homens ou a de Deus?

Ou estou tentando agradar a homens? Se eu ainda estivesse Os Relacionamentos Interpessoais e a Guerra Espiritual

Página 22

Page 24: Os Relacionamentos Interpessoais e a Guerra Espiritual

procurando agradar a homens, não seria servo de Cristo.

Gálatas 1:10

Este é um assunto muito complexo e importante. E muitos têm

naufragado na fé por tentar agradar a todo mundo.

No Grupo Exclusivo de Leitores eu pretendo trabalhar bastante em cima deste tema, nos

seminários online (webinários), vídeos e conferências, se Deus assim nos permitir. Se você

estiver neste momento lendo o brinde com a Introdução e Primeiro Capítulo Grátis, Clique

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Exclusivo de Leitores, onde o livro continua continuamente sendo escrito, pois este é um

assunto interminável enquanto estivermos neste mundo.

O Senhor Jesus sempre teve uma atitude de identificação com o

ser humano, o que modernamente chamamos de empatia, que é

sentir o que outro está sentindo, identificar-se com suas dores e

limitações. Tal identificação teve início quando Ele assumiu a

forma humana, manifestou-se também ao longo de toda sua vida

e de seu ministério terreno, e, finalmente, culminou com Sua

identificação máxima com o ser humano, a mais alto nível de

empatia possível: a morte na cruz em nosso lugar!

Leia o capítulo 53 de Isaías e você verá um quadro nítido do

nível de identificação de Jesus com o ser humano. Claro que eu

e você não conseguiremos alcançar tamanha abnegação, mas

devemos tomar a cruz e seguir ao Senhor, pela fé, ainda que de

modo imperfeito, mas prosseguindo para o alvo, para conquistar

Os Relacionamentos Interpessoais e a Guerra Espiritual

Página 23

Page 25: Os Relacionamentos Interpessoais e a Guerra Espiritual

aquilo para o que também fomos conquistados por Ele, ou seja,

a semelhança com Cristo.

A CARTA AOS EFÉSIOS

Escrita por Paulo, o apóstolo, em 59 d.C., a carta aos cristãos da

cidade de Éfeso traz, de forma sistemática, orientações claras e

essenciais quanto ao nosso relacionamento com Deus, o Pai,

mediante a obra salvadora de Cristo. Relacionamento este que

nos é garantido pelo Espírito Santo que habita em nós (Ef 1:1-

14). Percebemos ali também as consequências desse

relacionamento filial com Deus em nossa forma de vermos o

nosso próximo e nos relacionarmos com ele (Ef 2:11 – 6:9). É,

porém, nesta epístola, que Paulo gasta mais espaço para falar

sobre a luta contra as forças das trevas. Mas por quê? Será que

o diabo age nos e através dos relacionamentos interpessoais

para impedir que os crentes vivam a vida vitoriosa que Deus quer

que vivam?! Será que o inimigo tem investido na destruição dos

relacionamentos a fim de impedir a edificação mútua dos crentes

e ainda minar a influência da igreja sobre a sociedade? Minha

tese é de que a resposta a essas perguntas é sim.

Os Relacionamentos Interpessoais e a Guerra Espiritual

Página 24

Page 26: Os Relacionamentos Interpessoais e a Guerra Espiritual

A cidade de Éfeso

Éfeso não era uma cidadezinha qualquer. Ela era considerada a

maior e a mais estratégica cidade da Ásia. Nela estava

localizado o maior porto da Ásia. Era o centro da rede rodoviária

romana e, além disso, servia como porta de entrada política e

econômica para o continente asiático. Éfeso era uma grande

metrópole e uma cidade cosmopolita, ou seja, possuía pessoas

vindas de várias partes do mundo e de várias raças. No meio

dessa miscigenação toda estava a igreja, composta de pessoas

oriundas de diversas culturas, possuidoras de diferentes

características e costumes. Portanto, as dificuldades de

relacionamento encontravam um terreno fértil para se

multiplicarem em meio a pessoas de origens tão distintas. Por

isso, Paulo, em sua carta, gasta tanto espaço para falar da

identidade do crente em Cristo e dos relacionamentos

interpessoais..

Havia também o peso espiritual da cidade. Éfeso era o centro do

culto à deusa Artemis (Diana), cujos cultuadores formavam um

dos grupos mais importantes do Oriente. Logo, não é por acaso

que Paulo ensina sobre principados e potestades e sobre a

autoridade da igreja em Cristo justamente nesse texto. O próprio

apóstolo já houvera confrontado diretamente os poderes

Os Relacionamentos Interpessoais e a Guerra Espiritual

Página 25

Page 27: Os Relacionamentos Interpessoais e a Guerra Espiritual

demoníacos de Éfeso quando de sua primeira visita à cidade,

no início do seu ministério (ver Atos 19).

Assim, podemos identificar inicialmente três principais temas

de Efésios:

A nossa nova identidade em Cristo.

O padrão para os relacionamentos interpessoais com base

nessa identidade.

A luta contra as forças das trevas a partir de nossa posição

em Cristo.

No presente e-book, veremos como tais temas se interpõem

para orientarem nossa caminhada cristã, dando ênfase à

questão dos relacionamentos interpessoais, que são nosso foco

neste breve estudo. Para isso, vamos analisar a armadura de

Deus, descrita por Paulo no capítulo 6, e acerca da qual ele

exorta aos que creem a se revestirem plenamente para que a

vitória contra o mal seja uma realidade prática na vida cristã.

A Armadura de Deus

Como veremos a partir de agora, a armadura de Deus é um

conjunto de características ou atributos do próprio Cristo ou que

nos são dados por meio de Cristo, os quais nos capacitam a

permanecermos firmes contra as ciladas do diabo. Cada peça da

Os Relacionamentos Interpessoais e a Guerra Espiritual Página 26

Page 28: Os Relacionamentos Interpessoais e a Guerra Espiritual

armadura nos revela algo que Cristo é para nós ou nos concede

nEle. Afinal, Cristo é a verdade (João 14:6), a justiça (I Coríntios

1:30), a paz (Efésios 2:14). Nele está a nossa fé e Ele mesmo é

o nosso escudo. (Gn 15:1), a salvação (Isaías 12:2; Mateus 1:21)

e é também a própria Palavra, o Verbo de Deus (João 1:1).

Os Relacionamentos Interpessoais e a Guerra Espiritual Página 27

Page 29: Os Relacionamentos Interpessoais e a Guerra Espiritual

CAPÍTULO 1

O CINTO DA VERDADE

Estai, pois, firmes, tendo cingidos os vossos lombos com a

verdade...

A primeira peça da armadura é o cinto da verdade. Isso sugere

que a primeira ou principal arma que o diabo usa na destruição

dos relacionamentos e através dos relacionamentos é a mentira.

Cada peça da armadura de Deus, descrita em Efésios 6, parece

estar relacionada a uma arma que o diabo usa contra nós. E

Jesus deixou bem claro que a mentira é a parte central do

caráter do diabo:

[...] ele foi homicida desde o princípio e jamais se firmou na

verdade, porque nele não há verdade. Quando ele profere

mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da

mentira. João 8:44

Muitas são as mentiras do diabo. Porém, quanto aos

relacionamentos interpessoais, iremos nos deter por enquanto

na análise de três tipos básicos de mentira:

Os Relacionamentos Interpessoais e a Guerra Espiritual

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Page 30: Os Relacionamentos Interpessoais e a Guerra Espiritual

Mentira quanto ao caráter de Deus (Quem é Deus, como Deus age etc.)

Mentira quanto à minha identidade e meu valor.

Mentira quanto às outras pessoas, seu valor e seu poder

sobre mim.

Quando você cai na tentação de mentir, geralmente é porque já

foi enganado, você próprio por uma dessas três mentiras básicas

que o diabo conta aos seres humanos. Veremos isso a partir de

agora em detalhes nas próximas linhas.

Mentira quanto ao caráter de Deus

No Éden, segundo o relato bíblico, a serpente enganou Eva,

convencendo-a de que Deus não estaria sendo verdadeiro e

sincero para com ela e Adão. E sugeriu ainda que Deus não

tinha em mente o que era melhor para eles, pelo contrário,

estaria privando-os de algo bom.

Esta é a mentira básica do maligno e que dá base a todas as

outras mentiras. Quando o ser humano tem uma visão distorcida

do caráter de Deus, não consegue crer em Seu amor, bondade e

generosidade, e daí se estabelece o alicerce para que se construa

toda sorte de crenças falsas, crenças limitantes, o que a

Os Relacionamentos Interpessoais e a Guerra Espiritual Página 29

Page 31: Os Relacionamentos Interpessoais e a Guerra Espiritual

Bíblia chama de fortalezas, sofismas e tudo que se levanta para

impedir que as pessoas conheçam a Deus (2 Coríntios 10:4-5).

A falsa imagem do caráter de Deus começa a ser implantada

desde bem cedo na vida do ser humano. Algumas pessoas

sofrem traumas tão dolorosos na infância que passam a vida

toda se perguntando como um Deus de amor e todo-poderoso

pode permitir que tais coisas acontecessem. Elas desenvolvem

uma atitude de desconfiança em relação a Deus e ao mundo em

geral. Talvez até consigam ter alguma religião, e algumas até

conseguem avançar um pouco mais e ter de fato algum

relacionamento com Deus, porém não conseguem confiar nEle

para protege-las ou suprir suas necessidades, e a vida cristã

para elas é um fardo pesado, quase insuportável, pois se sentem

sozinhas, por conta própria em um mundo hostil.

Outro fenômeno que geralmente ocorre e que implanta essa

visão distorcida de Deus e da vida é a decepção ou revolta com

figuras de autoridade ao longo da infância e adolescência. Pais

injustos, ausentes, autoritários, omissos, abusivos, dentre outros

são, muitas vezes, usados pelo diabo, desde a mais tenra

infância do indivíduo, para produzirem uma imagem falsa que é

então projetada na pessoa de Deus, projetando nEle as

imperfeições encontradas em pais, mães, professores e parentes

de sua história de vida.

Os Relacionamentos Interpessoais e a Guerra Espiritual Página 30

Page 32: Os Relacionamentos Interpessoais e a Guerra Espiritual

Claro que nem tudo que acontece de ruim é causado pelo diabo,

pelo contrário, a imperfeição humana por si só produz muita

maldade. Mas, sem dúvida, o maligno usa cada situação para

implantar em nós as mentiras básicas sobre as quais iremos

construir todo o restante do edifício da nossa vida e

personalidade.

Mentira quanto à minha identidade

Uma vez que o diabo obtenha sucesso em denegrir a imagem de

Deus em sua mente, ele não vai ter dificuldades para distorcer

sua autoimagem. Se você pensa que Deus não é digno de

confiança e não está interessado no seu bem, certamente irá ver

a si mesmo como alguém só, desamparado, vivendo em um

mundo hostil sem nenhuma garantia de ajuda ou livramento.

Essa é a base da insegurança. Sem o referencial divino em seu

interior, sua única alternativa será crer naquilo que as pessoas e

circunstâncias disserem a seu respeito, e aí é que mora o perigo.

Assim, quando as coisas vão bem, você pensa que é capaz,

importante, se sente seguro e aceito. Quando as coisas vão mal,

você pensa que é incapaz, sem valor, se sente inseguro e

rejeitado.

Os Relacionamentos Interpessoais e a Guerra Espiritual

Página 31

Page 33: Os Relacionamentos Interpessoais e a Guerra Espiritual

Neste aspecto, os primeiros anos de vida de uma pessoa podem

influenciar intensamente na formação da autoimagem, assim

como vimos que influenciam na visão que temos de Deus. O

diabo investe pesado para que o indivíduo tenha uma imagem

distorcida não apenas de Deus, mas também de si próprio. Este

é um ponto complexo e extenso, que será abordado com mais

detalhes em nosso Grupo Exclusivo no Facebook, ao qual todos

os leitores que adquirirem o e-book original terão acesso e

poderemos ali, juntos, refletir sobre o que a Palavra de Deus diz

sobre isso e ainda orarmos uns pelos outros para sermos

curados, como diz a Bíblia. Por enquanto, vamos ver a seguir

ainda outra mentira contra a qual devemos lutar nessa batalha

espiritual.

Mentira quanto ao meu semelhante

Ora, se eu me vejo como alguém inferior, inadequado, sozinho,

abandonado por Deus, certamente irei ver o meu semelhante

como uma ameaça, acima de qualquer coisa.

Mediante acontecimentos corriqueiros de sua vida, o inimigo

tenta te convencer de que a sua luta principal é contra pessoas,

contra o próximo. Isso ocorre porque se você não vê a si mesmo

como uma pessoa inteira, cujas necessidades essenciais são

Os Relacionamentos Interpessoais e a Guerra Espiritual

Página 32

Page 34: Os Relacionamentos Interpessoais e a Guerra Espiritual

supridas por Deus, em Cristo, conforme diz a Bíblia em

Filipenses 4:9, certamente irá desenvolver uma excessiva

dependência de outras pessoas, colocando sobre elas o peso da

responsabilidade de suprir suas necessidades de aceitação,

segurança e amor incondicional. Essa é uma armadilha cognitiva

do diabo, pois uma vez que você coloque em algum ser humano

toda sua esperança, fatalmente você será frustrado,

decepcionado, pois ninguém é perfeito, e a partir dessa

decepção você passa a ver todas as pessoas como inimigos em

potencial. Assim surgem as estratégias destrutivas e

disfuncionais de relacionamento, que visam tão somente à

autoproteção, e por isso os relacionamentos se tornam

superficiais e egoístas, pois se tenta extrair o máximo

oferecendo-se o mínimo. Quando aceitamos esse nível de

engano, em vez de tomarmos toda a Armadura de Deus, usamos

uma falsa armadura, carnal, baseada no ego, pois pensamos

que nossa luta é contra pessoas de carne e sangue. Agora

imagine todas as pessoas utilizando essa mesma estratégia!

Esse é o nível de intensidade da batalha na qual estamos

envolvidos. Muito mais que uma batalha de poder, estamos em

uma batalha entre a verdade de Deus e as mentiras do diabo. É

uma batalha pela renovação das nossas mentes.

Os Relacionamentos Interpessoais e a Guerra Espiritual

Página 33

Page 35: Os Relacionamentos Interpessoais e a Guerra Espiritual

Portanto, para realmente estarmos revestidos da armadura de

Deus, que dá proteção real e não imaginária, precisamos nos

despojar da falsa armadura; não dá para usar duas armaduras.

Precisamos reconhecer que devemos amar as pessoas e lutar

contra as forças espirituais do mal e suas mentiras e ciladas.

Graças a Deus pelo Cinto da Verdade! Para cada mentira do

diabo, a Bíblia nos dá a verdade para combatermos o engano

que foi semeado em nós. A Palavra de Deus nos mostra

claramente qual é a verdade sobre o caráter de Deus, nossa

identidade e nosso semelhante em relação a nós e a Deus.

Verdade sobre o caráter de Deus: Jesus

“Quem me vê a mim, vê o Pai” João 14:9

“Ele é a imagem do Deus invisível” Colossenses 1:15

“Ele, que é o resplendor da glória e a expressão exata do seu

Ser” Hebreus 1:3

Quem tiver dúvidas (e vez por outra todos temos) quanto ao

caráter de Deus, basta olhar para Jesus Cristo. Suas palavras,

ações e reações e, principalmente Sua demonstração máxima

de amor ao dar Sua vida por cada um de nós, na cruz. Este é o

Os Relacionamentos Interpessoais e a Guerra Espiritual

Página 34

Page 36: Os Relacionamentos Interpessoais e a Guerra Espiritual

caráter de Deus. Deus é amor, e na vida de Jesus este amor foi

demonstrado em todas as sua dimensões (ver Efésios 3:18-19).

Deus não é indiferente, injusto, omisso. Pelo contrário, garante

estar conosco todos os dias (Mateus 28:20). Aliás este é um de

Seus nomes: Deus Conosco (Mateus 1:23). A vontade de Deus é

boa, perfeita e agradável (Romanos 12:2) e Seus mandamentos

não são penosos (I João 5:3). Ele pode e quer suprir cada uma

de suas reais necessidades (Filipenses 4:19). Leia com o

coração humilde e em oração o Evangelho de João, do início ao

fim. Você irá perceber como são grandes o cuidado e o amor de

Deus pela sua vida, revelados em Jesus. Uma vez que você

receba a graça de ver a verdade sobre Deus, o diabo não terá

mais como lhe enganar quanto a sua própria identidade. É o que

veremos a seguir.

Verdade sobre minha identidade: Cristo em mim

“Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo

de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as

virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua

maravilhosa luz” I Pedro 2:9

Você não é qualquer um. Cristo veio ao mundo e deu Sua vida

por você para restaurar em você o propósito original de Deus, Os Relacionamentos Interpessoais e a Guerra Espiritual

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Page 37: Os Relacionamentos Interpessoais e a Guerra Espiritual

que é o de nos ter em comunhão plena com Ele. Não estamos

abandonados, pois somos guardados pelo poder de Deus, como

disse o apóstolo Pedro (I Pedro 1:5). Você pertence a Deus, pois

Ele te criou à Sua imagem e semelhança (Gênesis 1:26), te

escolheu (Efésios 1:4), te redimiu (Efésios 1:7) e te selou com o

Espírito Santo, registrando seu pertencimento a Ele. Aleluia! Por

tudo isso, Deus mesmo irá suprir cada uma das suas

necessidades (Filipenses 4:9). Você depende dEle em primeiro

lugar e não de si mesmo ou dos outros. Logo, as pessoas não

são uma ameaça a sua vida e a quem você é pois sua vida está

guardada por Deus e em Deus através de Jesus Cristo. Quando

você se vê a si mesmo dessa forma, fica mais fácil enxergar o

seu próximo da forma como Deus o vê.

Verdade sobre o meu semelhante: Pecador imperfeito e alvo

do amor de Deus

O diabo tem destruído muitos relacionamentos e muitas vidas

simplesmente porque muitas pessoas não conseguem ver as

outras como alvos do amor de Deus. A Bíblia diz que devemos

orar em favor de todos os seres humanos (I Timóteo 2:1). Ou

seja, nosso primeiro compromisso com relação às pessoas é

orar por elas. Deus amou o mundo (João 3:16). Ele quer que

Os Relacionamentos Interpessoais e a Guerra Espiritual

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Page 38: Os Relacionamentos Interpessoais e a Guerra Espiritual

todos sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da

verdade (ITm 2:1; IIPd 3:9). Logo, nós também devemos amar as

pessoas e, por isso cooperar no sentido de que elas se

aproximem de Deus e de Seu plano para elas. Paulo, o apóstolo,

se dizia devedor de todos os homens quanto à responsabilidade

de lhes transmitir o evangelho, e tudo que ele fazia em seus

relacionamentos com outras pessoas tinha a marca desse

propósito de, de alguma forma, alcançar alguns com a Palavra

de Deus. Isso não significa ficar pregando para as pessoas, mas

sim permitir que através de nossas vidas Cristo se manifeste e

as pessoas sintam o desejo de buscar a Deus (Efésios 4:29).

Vou citar aqui um trecho de um texto de Lloyd John Ogilvie em

seu excelente livro Quando Deus Pensou em Você:

As pessoas que nos perturbam e nos incomodam são

colocadas em nosso caminho pelo próprio Cristo para que as

amemos no poder de seu amor [...]. Quando pedimos ao Senhor

a estratégia específica para a prática do amor em cada

relacionamento perturbado, ele ilumina a pessoa de modo que

possamos ver não um inimigo, mas alguém em desesperada

necessidade de cura e de esperança.

Os Relacionamentos Interpessoais e a Guerra Espiritual

Página 37

Page 39: Os Relacionamentos Interpessoais e a Guerra Espiritual

Assim, o cinto da verdade irá nos capacitar também a vencermos

as mentiras do diabo quanto a nossa forma de vermos as

pessoas e nos relacionarmos com elas. A Bíblia diz que a igreja

de Cristo é coluna e baluarte da verdade (ITm 3:15). Isso

significa que a verdade sobre cada aspecto da vida deve ser

defendida e demonstrada pela igreja, e isso não é feito através

de movimentos políticos que tentam impor a moral cristã sobre a

vida de indivíduos não-cristãos. Isto foi feito por muito tempo

desde que Constantino se converteu ao cristianismo no início da

história da igreja, e os resultados não foram bons. Defender e

sustentar a verdade está relacionado à vida de Cristo em nós,

manifestando-se em nossa conduta e em nossos

relacionamentos.

Vivemos dias em que os valores estão invertidos. Como nos dias

do profeta Isaías, a verdade sumiu (Isaías 59:15 e 5:20). Mais

importante do que definir modelos e papéis nos relacionamentos

é a vivência de valores que reafirmem os princípios de Deus

para os relacionamentos, como a lealdade, a verdade, o perdão

etc. E então, o que você acha?! Pare a leitura por uns momentos

e pense um pouco em como você tem sido enganado, vendo as

pessoas como inimigas e sem perceber que está cooperando

com os planos do seu verdadeiro inimigo e inimigo de Deus. Ore

a Deus e peça sabedoria e Ele certamente te dará!

Os Relacionamentos Interpessoais e a Guerra Espiritual

Página 38

Page 40: Os Relacionamentos Interpessoais e a Guerra Espiritual

Em nosso grupo fechado de leitores, vamos conversar

constantemente sobre tudo isso que vimos até aqui e sobre o

que veremos nos próximos capítulos. Naquele espaço virtual

poderemos interagir, com espaço para perguntas e respostas

personalizadas e ainda estudos e palestras exclusivas ofertados

por irmãos, pastores e especialistas de diversas igrejas e

ministérios. Se você adquirir o E-book completo, terá também o

acesso permanente ao Grupo Exclusivo. Optei por manter um

grupo fechado de leitores, pois ali vamos tratar especificamente

das questões abordadas no livro. Não sei se já aconteceu com

você, mas muitas vezes, ao ler um livro, sinto vontade de

perguntar ao escritor em que ele estava pensando quando

escreveu determinado capítulo ou parágrafo do livro, ou como o

que está escrito no livro pode se aplicar a minha situação

específica. Mas infelizmente, dificilmente temos acesso direto

aos autores de livros. Minha proposta nesse trabalho inédito que

estou empreendendo, é oferecer aos leitores uma experiência

mais próxima de mim e das minhas ideias, além de poder

fomentar a interação e o debate entre os próprios leitores, para

produzir a edificação mútua, conforme nos exortam as

Escrituras. Espero que minha iniciativa sirva de incentivo para

que outros escritores façam o mesmo.

Os Relacionamentos Interpessoais e a Guerra Espiritual Página 39

Page 41: Os Relacionamentos Interpessoais e a Guerra Espiritual

Nos próximos capítulos, vou tratar das demais peças da

Armadura de Deus e de como as mesmas podem nos capacitar

a vencer as ciladas do diabo, especialmente em nossas relações

com outras pessoas, seja o cônjuge, filhos, parentes, amigos,

chefes, subordinados, líderes e liderados, pastores/pastoras e

membros da igreja, cooperadores e colegas de ministério, enfim,

como podemos cumprir os propósitos de Deus em nossa vida

diária, vencer tudo e permanecermos íntegros, inabaláveis. Os

problemas de relacionamento têm assolado a igreja evangélica

brasileira e trazido mais dano do que qualquer suposto

movimento externo, seja ele político ou cultural. Infelizmente,

muitos líderes evangélicos, para distrair o povo do atual estado

de deterioração em que se encontram muitas comunidades ditas

cristãs, ficam conclamando guerras políticas e ideológicas contra

os de fora, caindo no erro que Jesus condenou, de tentar tirar um

cisco do olho do outro, estando uma trave no seu próprio.

Vamos primeiramente investir na qualidade de vida espiritual de

nossas famílias e igrejas, nos tornarmos de fato sal e luz, e,

quem sabe assim, alguns dos de fora venham a nos ouvir? Esta

é a proposta deste e-book.

Assim como tratei do Cinto da Verdade, também o Escudo da

Fé será analisado detalhadamente tanto aqui no e-book como

também, posteriormente, em nosso Grupo Exclusivo de Leitores. Os Relacionamentos Interpessoais e a Guerra Espiritual

Página 40

Page 42: Os Relacionamentos Interpessoais e a Guerra Espiritual

O mesmo em relação a calçar os pés com a preparação do

evangelho da paz, vestir a Couraça da Justiça, usar o

Capacete da Salvação, a Espada do Espírito e, é claro, vou

dedicar um capítulo especial para tratar da questão da oração,

já que o revestimento da Armadura de Deus só é possível em

uma vida vivida com toda oração e súplica e com a ajuda do

Espírito Santo, pois não sabemos orar como convém, mas temos

a garantia de que o Espírito de Deus nos ajuda em nossa

fraqueza, para que a vontade de Deus seja realizada em nós e

através de nós, de forma que todas as coisas cooperam para o

bem daqueles que amam a Deus. Romanos 8:28

Se você está lendo a versão completa, vamos em frente

conhecer as outras peças da Armadura de Deus. E que Deus te

abençoe no restante dessa leitura.

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Page 43: Os Relacionamentos Interpessoais e a Guerra Espiritual

BIBLIOGRAFIA RESUMIDA

ANDERSON, Neil T. Vitória Sobre a Escuridão

CRABB, Larry. Aconselhamento bíblico efetivo

CRABB, Larry. Como compreender as pessoas

FÁBIO, Caio. Síndrome de Lúcifer.

LINTHICUM, Robert. Cidade de Deus/Cidade de Satanás

MILHOMENS, Valnice. Personalidades restauradas

NEE, Whatchman. A liberação do Espírito

OGILVIE, Lloyd J. Quando Deus pensou em você

SEAMANDS, David. Se ao menos...

NEVES, Jonas. Difamação, um vírus mortal

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