OS TRÊS MOMENTOS DA CULPABILIDADE · MOMENTOS DA CULPABILIDADE O legislador cuidou de fixar no art. 29 do CP qu.e as penas são aplicadas na medida da culpabilidade do participante,

LIVRO LIVRE É FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE INTELECTUAL

OS TRÊS MOMENTOS DA

CULPABILIDADEREVISADO EM 03/04/11

SERRANO NEVES




Allegro ma non troppo.

A CULPABILIDADEA CULPABILIDADE

vista por vista por

SERRANO NEVESSERRANO NEVES

UNA INTRODUZIONE AI UNA INTRODUZIONE AI MOMENTI DI COLPAMOMENTI DI COLPA

1ª EDIÇÃOGOIÂNIA – GOIÁS

Editora LIBER LIBERREVISADO EM 20/11/2010




Todos são RESPONSÁVEISRESPONSÁVEIS pelo que fazem mas apenas os que fazem MALFEITOMALFEITO

sãochamados de CULPADOSCULPADOS

Quem faz o mal feito pode ser MUITO MUITO CULPADOCULPADO (o técnico de futebol que escala o

jogador doente) ou POUCO CULPADO POUCO CULPADO (o técnico de futebol que escala o jogador doente porque o cartola fez pressão), e quem dá esses exemplos é um mecânico, torcedor de futebol.

CULPABILIDADE é um conceito LEIGO de CULPABILIDADE é um conceito LEIGO de reprovação ou censura que pode ser graduado reprovação ou censura que pode ser graduado ou medido, e do qual o DIREITO se apropriou e ou medido, e do qual o DIREITO se apropriou e

deu significado NORMATIVO.deu significado NORMATIVO.

Seja LEIGO ou NORMATIVO o Seja LEIGO ou NORMATIVO o conceito tem o mesmo conceito tem o mesmo fundamento cultural: fundamento cultural: A MEDIDA DA A MEDIDA DA

REPROVAÇÃO JUSTAREPROVAÇÃO JUSTA



CULPABILIDADE

O legislador cuidou de fixar no art. 29 do CP qu.e as penas são aplicadas na

medida da culpabilidade do participante, e para isto usou a expressão "na medida da sua

culpabilidade", não deixando dúvidas sobre ser necessário medir a culpabilidade de cada um dos

participantes, ou seja: cada um é tratado isoladamente dos demais no

momento de medir a sua culpabilidade, não existindo razão

para que o autor singular deixe, por não estar em concurso, de ter a sua

culpabilidade medida.

É assim que Serrano Neves vê a culpabilidade


REVISADO EM 20/11/2010

➔A ação penal (DEVIDO PROCESSO LEGAL) tem por fim garantir que um indivíduo

somente sofra sanção depois de verificada a sua CULPA, e só é possível se existir lei prévia que defina o crime.

➔O crime é definido como um "tipo" composto por um preceito primário (a descrição do evento no mundo dos fatos) e um

preceito secundário (a sanção).➔Quando um indivíduo pratica um crime

ele "entra" na descrição, "entra" na sanção e "entra" na pena.

➔A descrição e a sanção são PARA TODOS, mas a pena é PARA ELE.

A verificação da CULPA é a autorização para entrar e será representada por:


REVISADO EM 20/11/2010

➔O preceito primário pertence ao universo das alterações no mundo da realidade, ao mesmo tempo em que assinala o interesse jurídico-penal pela alteração que é denominada "ilicitude", ou no vulgo: o malfeito.

➔ CULPA é a palavra atribuída a quem tenha praticado o malfeito.

➔ O tipo penal é uma espécie de malfeito, logo, só entra no preceito primário quem tenha a "intenção" do malfeito, o que é chamado de dolo, ou finalismo.

NÃO HÁ NÃO HÁ CRIMECRIME

SEM CULPA.SEM CULPA.


PRECEITOPRIMÁRIO

PRECEITOSECUNDÁRIO

PENA

AÇÃO PENALReceptores da CULPA

NÃO HÁ CRIME SEM

CULPA NÃO HÁ PENAABSTRATA SEM CULPA

NÃO HÁ PENACONCRETA SEM

CULPA"entra"

"entra"

"entra"


CULPA

=

EVENTO MODELO

ADEQUADO?SIM

GABARITO

=

EVENTO MODELOADEQUADO?

NÃO

LIVRO LIVRE É FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE INTELECTUALADEQUAÇÕES A SEREM

VERIFICADAS

RECEBIMENTO DA DENÚNCIA

PROCEDÊNCIA DA DENÚNCIA

SUFICIÊNCIADA PENA

PRECEITOPRIMÁRIO

PRECEITOSECUNDÁRIO

PENA


VERIFICADAS



SUFICIÊNCIADA PENA

PRECEITOPRIMÁRIO

PRECEITOSECUNDÁRIO

PENA

NÃO HÁ CRIME SEM CULPA


VERIFICADAS



SUFICIÊNCIADA PENA

PRECEITOPRIMÁRIO

PRECEITOSECUNDÁRIO

PENA


NÃO HÁ PENAABSTRATASEM CULPA


VERIFICADAS



SUFICIÊNCIADA PENA

PRECEITOPRIMÁRIO

PRECEITOSECUNDÁRIO

PENA


NÃO HÁ PENAABSTRATASEM CULPA

NÃO HÁ PENACONCRETASEM CULPA


PRECEITOPRIMÁRIO

PRECEITOSECUNDÁRIO

PENA

DENÚNCIARECEBIDA

CULPA

DENÚNCIAPROCEDENTE

PENA NECESSÁRIA

CULPABILIDADE

NA MEDIDA DA CULPABILIDADE

GERAL: para “qualquer um”

1 2

3

CULPA

CULPA

PARTICULAR: para “um indivíduo”

Culpa pelo fato+

Culpa pelo valor+Culpa pela conduta=CULPA PUNÍVEL


PENAINDIVIDUALIZADA

NA MEDIDA DACULPABILIDADE

DENÚNCIARECEBIDA

CULPA

CULPABILIDADE

1

2

3

FATO

CULPA

INSTRUÇÃO

DENÚNCIA

DENÚNCIAPROCEDENTE

DENÚNCIAREJEITADA

DENÚNCIAIMPROCEDENTE

AUSÊNCIA DACULPABILIDADE

MEDIDA

LIVRO LIVRE É FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE INTELECTUALO PADRE, O MALANDRO E O

DESEMPREGADOe o furto da cafeteira no supermercado

Seja por suposição que:

1) cada um furtou o mesmo modelo de cafeteira, em ocasiões distintas que não tinham nada de especial em relação umas às outras, e foram presos em flagrante delito;

2) em relação aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e conseqüências do crime, bem como ao comportamento da vítima, os três não apresentaram nada que os diferenciasse;

3) os três confessaram.

SOBROU APENAS A CULPABILIDADE COMO

CIRCUNSTÂNCIA JUDICIAL QUE PERMITE A

INDIVIDUALIZAÇÃO DA PENA.

LIVRO LIVRE É FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE INTELECTUALO PADRE, O MALANDRO E O

DESEMPREGADOe o furto da cafeteira no supermercado

Os três são imputáveis segundo o art. 26 do CP, mas existiria algum elemento biológico ou psíquico que os

distinguisse, sem afetar a imputabilidade geral?

DESIGUALDADE ENQUANTO INDIVÍDUOS É A IMPUTABILIDADE

PARA A CULPABILIDADE

Art. 26CPATÉ AQUI

TODOS SÃO IGUAIS

PERANTE A LEI

DAQUI PARA FRENTE TODOS SÃO DESIGUAIS ENQUANTO INDIVÍDUOS


IMPUTABILIDADE GERAL IMPUTABILIDADE ESPECIAL

A imputabilidade geral é a escolha do recipiente biológico MÍNIMO que contém um determinado “peso”

psíquico MÍNIMO, considerado como aptidão mínima para a

responsabilização penal, ou imputabilidade.

Não é considerada a hipótese de recipiente “menor” com igual “peso”

psíquico do recipiente padrão.


IMPUTABILIDADE GERAL IMPUTABILIDADE ESPECIAL

A imputabilidade especial pode ser definida como sendo o “peso” psíquico MAIOR que o minimo

[áreas vermelhas].As hipóteses de “peso” psíquico maior podem ser apenas aparentes quando existirem “perdas” tais

que o resultado seja igual ou menor que o mínimo.

A IMPUTABILIDADE ESPECIAL é formada pelo corpo de conhecimentos adquiridos para a vida

em sociedade.


Para o plenamente imputável (art. 26 do CP) é penalmente indiferente se apresenta alguma maior capacidade de compreender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.

Art. 26CP

Eventual "maior capacidade" é um excesso em relação ao exigível no art. 26 do CP.

Não existindo gradação do ilícito o excesso só pode ser chamado de "injusto",

e o tamanho do excesso é a "potencial consciência do injusto".

POTENCIAL COMPREENSÃO DO ILÍCITO

POTENCIAL CONSCIÊNCIA

DO INJUSTO

O PADRE, O MALANDRO E O DESEMPREGADO

e o furto da cafeteira no supermercado


PLANO DO DIREITOPLANO DA MORAL MORAL SUBJACENTE

O DIREITO PENAL SE OCUPA DAS INFRAÇÕES À MORAL SUBJACENTE AO DIREITO

TOMANDO-AS COMO ILÍCITOS CORREPONDENDES AOS INJUSTOS DO

PLANO MORAL SUBJACENTE.

A IMPUTABILIDADE É RELATIVA AO ILÍCITO ENQUANDO A

CULPABILIDADE É RELATIVA AO INJUSTO.

A POTENCIAL CONSCIÊNCIA DO INJUSTO FICA DEFINIDA COMO A CAPACIDADE DE

DISCERNIMENTO NO PLANO DA MORAL SUBJACENTE AO

DIREITO




Art. 26CP

Estes operadores indicam se o

indivíduo tem maior ou menor

capacidade para conduzir-se, mas as circunstâncias do

fato podem afetar tal capacidade,

impedindo que seja exigida conduta

diversa da praticada.POTENCIAL CONSCIÊNCIA

DO INJUSTO

IMPUTABILIDADE ESPECIAL

EXIGILIDADE DE CONDUTA DIVERSA FICA DEFINIDA COMO

A CAPACIDADE DE, DIANTE DAS CIRCUNSTÂNCIAS DO FATO EM

QUE ESTÁ ENVOLVIDO, MANTER O DOMÍNIO DE SUAS

HABILIDADES FÍSICAS E PSÍQUICAS



LIVRO LIVRE É FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE INTELECTUALINTEGRAÇÃO DOS ELEMENTOS QUE

COMPÕEM A CULPABILIDADE

IMPUTABILIDADE ESPECIAL

A MEDIDA DA CULPABILIDADE É O RESULTADO DE UMA OPERAÇÃO DE INTEGRAÇÃO

10% 35%

85%

POTENCIAL CONSCIÊNCIA DO INJUSTO

EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA


Suponha um professor que avalia seus alunos pelas respostas erradas (CULPA) às questões da prova:

1) a nota 0% significaria ausência de erro;2) a nota 100% significaria o máximo de erro.

Entre 0% e 100% estará a medida do "errado" (CULPA)

Seja o errado do aluno avaliado em 50% e:

1) se a prova de física valia de 0 a 6 o aluno errou 3;2) se a prova de química valia de 0 a 18 o aluno errou 9.

Independente do valor atribuído à prova de química (faixa de sanção) será sempre possível atribuir uma MEDIDA de acordo com uma escala que, no caso, foi adotada como de 0% a 100%, mas poderia ser de 1 a 10 ou de 1 a 100, pois o importante é SABER QUAL ESCALA FOI ADOTADA.

INTEGRAÇÃO DOS ELEMENTOS QUE COMPÕEM A CULPABILIDADE

LIVRO LIVRE É FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE INTELECTUALINTEGRAÇÃO DOS ELEMENTOS QUE

COMPÕEM A CULPABILIDADE

Não está sendo afastado o raciocínio "subjetivo" mas o subjetivo deve ter "fundamentos" que o suporte,

para que não seja um mero "palpite" ou "preconceito". As hipóteses da tabela foram

obtidas durante o interrogatório:

PADRE

MUITO ALTA por ser portador de conhecimentos especiais para o

bem

MUITO ALTA por

experiência em

aconselhamento valorativo

MUITO ALTA por incoerência com a conduta

aparente

ALTA7 a 10

MALANDRO

MÉDIA por possuir

experiência de vida conflituosa em relação a

valores

ALTA por revelar

indiferença em relação ao patrimônio

alheio

ALTA por declarada reiteração criminosa

MÉDIA4 a 6

OPERÁRIO

BAIXA por falta de oportunidade para

adquirir conhecimentos e

desenvolver valores

BAIXA por demonstrar revolta em relação ao

injusto social

MUITO BAIXA por estar

desempregado por longo período

BAIXA1 a 3

IMPU

TAB

ILID

ADE

ESPE

CIA

L

CO

NSC

IÊN

CIA

DO

IN

JUST

O

EXIG

IBIL

IDAD

E D

E C

ON

DU

TA

ME

DID

A D

A

CU

LPA

BIL

IDA

DE

EXEMPLO DE CÁLCULO DE APLICAÇÃO DA PENA NUMA FAIXA ARTIFICIAL DE 1 a 11 anos

PADRE

90% 10 9 8 9MALANDRO

70% 5 8 8 7OPERÁRIO

30% 3 2 1 3

GROSSO MODO O PERCENTUAL É SOBRE A DIFERENÇA ENTRE A PENA MÁXIMA E A MÍNIMA QUE SERÁ SOMADA À PENA MÍMINA.Exemplo: 11-1=10 > 70% > 1+7=8

CO

NSC

IÊN

CIA

DO

IN

JUST

O

IMPU

TAB

ILID

ADE

ESPE

CIA

L

EXIG

IBIL

IDAD

E D

E C

ON

DU

TA

ME

DID

A D

A

CU

LPA

BIL

IDA

DE


A diferença entre um terno A diferença entre um terno comprado na loja e um terno feito comprado na loja e um terno feito por um alfaiate é que o primeiro é por um alfaiate é que o primeiro é um um "tipo de terno""tipo de terno" e o segundo é e o segundo é um um "terno feito""terno feito"..Os Os "tipos de terno""tipos de terno" correspondem correspondem a manequins ou modelos a manequins ou modelos "tipo de "tipo de pessoa"pessoa"..

Os Os "ternos feitos""ternos feitos" são são confeccionados por alfaiates com confeccionados por alfaiates com FUNDAMENTOFUNDAMENTO nas medidas e nas medidas e características de um indivíduo.características de um indivíduo.

É fácil confundir um com outro É fácil confundir um com outro porque ambos aparentam se porque ambos aparentam se ajustar, mas apenas o ajustar, mas apenas o "terno feito" "terno feito" atende à INDIVIDUALIZAÇÃO DA atende à INDIVIDUALIZAÇÃO DA ROUPAROUPA, ou da pena, conforme , ou da pena, conforme demonstrado. demonstrado.


NEVES, Paulo Mauricio SerranoOs três momentos da culpabilidade - A culpabilidade vista por Serrano Neves / Paulo Mauricio Serrano Neves, - 201132f. : il.Doutrina – Ministério Público do Estado de Goiás – 23ª Procuradoria de Justiça.1. Culpa. 2. Natureza. 3. Momentos. I. Título.

AUTORIZO A PUBLICAÇÃO PELA EDITORA LIBER LIBER COMO FUNÇÃO

SOCIAL DA PROPRIEDADE INTELECTUAL, SEM FINS COMERCIAIS

OU LUCRATIVOS, PODENDO SER INCLUÍDO NAS EDIÇÕES PORTÁVEIS. PAULO MAURICIO SERRANO NEVES, Procurador de Justiça [Criminal) do

MPGO em [03/12/2010][email protected]

[email protected]


editoraliberliber.blogspot.com

EDITORA LIBER LIBER (LIVRO LIVRE) É NOME DE FANTASIA ADOTADA POR SERRANO NEVES PARA DIFUNDIR TEXTOS COMO

FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE INTELECTUAL.

Contato com o editor: [email protected]

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