9
OS VALORES E A ACÇÃO: A QUESTÃO DA OBJECTIVIDADE E VERDADE DAS NORMAS E DOS JUÍZOS MORAIS. O RELATIVISMO MORAL CULTURAL A cada cultura a sua verdade

Os valores e a acção o relativismo moral cultural (2)

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Os valores e a acção   o relativismo moral cultural (2)

OS VALORES E A ACÇÃO: A QUESTÃO DA OBJECTIVIDADE E VERDADE DAS NORMAS E

DOS JUÍZOS MORAIS.

O RELATIVISMO MORAL CULTURALA cada cultura a sua verdade

Page 2: Os valores e a acção   o relativismo moral cultural (2)

OS VALORES E A ACÇÃO: A QUESTÃO DA OBJECTIVIDADE E VERDADE DAS NORMAS E DOS JUÍZOS MORAIS.

A questão filosófica da justificação – da objectividade e verdade - dos juízos morais pode formular – se de vários modos:

1.Há verdades morais objectivas?2.Há juízos morais verdadeiros em todas as culturas?3.Há princípios e normas morais que, seja onde for, é errado

não respeitar? • Responder a uma destas questões é responder às outras.

Page 3: Os valores e a acção   o relativismo moral cultural (2)

OS VALORES E A ACÇÃO: A QUESTÃO DA OBJECTIVIDADE E VERDADE DAS NORMAS E DOS

JUÍZOS MORAIS

Várias respostas ao problema 1.O Relativismo Moral Cultural (RMC) 2.O Subjectivismo Moral (SM) 3.A Teoria dos Mandamentos Divinos

(TMD) 4.O Universalismo Moderado

Page 4: Os valores e a acção   o relativismo moral cultural (2)

OS VALORES E A ACÇÃO: A QUESTÃO DA OBJECTIVIDADE E VERDADE DAS NORMAS E DOS

JUÍZOS MORAIS

A RESPOSTA DO RELATIVISMO MORAL CULTURAL.

Há verdades morais mas não são objectivas. Nenhum juízo moral é verdadeiro ou falso em si mesmo. Nenhuma norma moral é correcta ou incorrecta em si mesma.

Page 5: Os valores e a acção   o relativismo moral cultural (2)

OS VALORES E A ACÇÃO: A QUESTÃO DA OBJECTIVIDADE E VERDADE DAS NORMAS E DOS

JUÍZOS MORAISA RESPOSTA DO RELATIVISMO MORAL CULTURAL.

O problema da verdade ou falsidade dos juízos morais.«Matar é errado», «Roubar é incorrecto» e «Mentir é imoral». Será que

estes juízos são verdadeiros? O relativismo moral cultural afirma que aqueles juízos são verdadeiros mas

não em todo o lado e para todas as pessoas. A verdade dos juízos morais depende do que cada sociedade aprova. Moralmente verdadeiro é o que cada sociedade - ou a maioria dos seus membros - acredita ser verdadeiro. Moralmente verdadeiro é igual a socialmente aprovado e moralmente errado é igual a socialmente desaprovado.

Page 6: Os valores e a acção   o relativismo moral cultural (2)

OS VALORES E A ACÇÃO: A QUESTÃO DA OBJECTIVIDADE E VERDADE DAS NORMAS E DOS

JUÍZOS MORAISA RESPOSTA DO RELATIVISMO MORAL CULTURAL.

O problema da objectividade dos juízos morais.

Não. O que é moralmente correcto ou incorrecto depende do que cada sociedade acredita ser moralmente correcto ou incorrecto.

O relativismo moral cultural transforma a diversidade de opiniões e de crenças morais em ausência de verdades objectivas. Se duas sociedades têm diferentes crenças acerca de uma questão moral, o relativista conclui que então ambas as crenças são verdadeiras.

Não existe nenhum critério objectivo e universal para determinar quem tem razão no caso de haver discórdia.

«Matar é errado», «Roubar é incorrecto» e «Mentir é imoral». Será que estes juízos são objectivos e universais?

Page 7: Os valores e a acção   o relativismo moral cultural (2)

OS VALORES E A ACÇÃO: A QUESTÃO DA OBJECTIVIDADE E VERDADE DAS NORMAS E DOS

JUÍZOS MORAISCRÍTICAS AO RELATIVISMO MORAL CULTURAL

1. Que diversas culturas respondam de modo diferente às mesmas questões morais não implica que não há nenhuma resposta objectivamente verdadeira a essas questões (não há verdades morais universais). Diversas culturas discordaram quanto à forma da Terra (umas pensaram que era esférica, outras plana, outras esférica mas um pouco achatada)

mas há uma verdade objectiva acerca da forma da Terra.2. Há uma diferença significativa entre o que uma sociedade acredita ser

moralmente correcto e algo ser moralmente correcto.Se duas sociedades têm diferentes crenças acerca de uma questão moral, o

relativista conclui que então ambas as crenças são verdadeiras. Contudo, a discórdia pode ser sinal de que há pessoas e sociedades que estão erradas e não de que ninguém está errado.

Page 8: Os valores e a acção   o relativismo moral cultural (2)

OS VALORES E A ACÇÃO: A QUESTÃO DA OBJECTIVIDADE E VERDADE DAS NORMAS E DOS

JUÍZOS MORAIS3. O RMC reduz a verdade ao que a maioria julga ser

verdadeiro.Desde quando o que maioria pensa é verdadeiro e moralmente aceitável?

Os nazis acreditavam e fizeram com que a maioria dos alemães acreditassem que os judeus eram subhumanos e que exterminá – los era um favor que faziam à humanidade. Isso é claramente falso.

4. O RMC parece convidar-nos ao conformismo moral, a seguir, em nome da coesão social, as crenças dominantes.

O R.M.C. afirma que o código moral de cada indivíduo se deve subordinar ao código moral da sociedade em que vive e foi educado. Os juízos morais de cada indivíduo são verdadeiros se estiverem em conformidade com o que a sociedade a que pertence considera verdadeiro.

Page 9: Os valores e a acção   o relativismo moral cultural (2)

OS VALORES E A ACÇÃO: A QUESTÃO DA OBJECTIVIDADE E VERDADE DAS NORMAS E DOS

JUÍZOS MORAIS 5. O relativismo moral torna incompreensível o progresso

moral. A humanidade tem realizado progressos no plano moral. A abolição da

escravatura, o reconhecimento dos direitos das mulheres, a condenação e a luta contra a discriminação racial são exemplos. Falar de progresso moral parece implicar que haja um padrão objectivo com o qual confrontamos as nossas acções. Se esse padrão objectivo não existir não temos fundamento para dizer que em termos morais estamos melhor agora do que antes. No passado, muitas sociedades praticaram a escravatura mas actualmente quase nenhuma a considera moralmente admissível. Esta mudança de comportamento e de atitude é um sinal de progresso moral. Mas se para o RMC nenhuma sociedade esteve ou está errada nas suas crenças e práticas morais torna-se difícil compreender a ideia de progresso moral. Tudo o que o R.M.C. nos permitiria dizer é que houve tempos em que a escravatura era moralmente aceitável e que agora ela é já não é aceite.