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01-Resumo 1

Os vários significados do termo Economia 2

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Page 1: Os vários significados do termo Economia  2

01-Resumo

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02-Introdução

O desenvolvimento deste trabalho foi concebido através da leitura e compreensão do

livro “ O que é Economia”, do economista Paul Singer,acompanhado de leituras de

outros autores para atualização do conteúdo do livro.

Para a criação dos textos foram feitas analises da situação da economia atual

baseada no conteúdo do livro e em textos atuais, já que o livro é de alguns anos

posteriores ao nosso.

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03- Os vários significados do termo Economia

Segundo o professor Paul Singer, podemos distinguir pelo menos três significados do

termo "economia". O primeiro significado é a qualidade de ser estrito ou austero no

uso de recursos ou valores. Quando dizemos: "Dona Maria é uma boa dona de casa.

Ela é econômica", isso significa que Dona Maria trata de comprar pelo menor preço,

nunca cozinha mais do que vai ser comido, evita que as coisas se estraguem. Dona

Maria não é desperdiçadora, nem leviana, nem mão-aberta. Esta é a principal noção

de economia do senso comum, ou seja, das pessoas comuns.

O segundo significado é a característica comum de uma ampla gama de atividades

que compõem a "economia" de um país, de uma cidade (Foz do Iguaçu, por exemplo),

etc. Aqui vale uma ressalva: não é fácil definir, com precisão, o que é "economia"

neste sentido; por enquanto, contentar-nos-emos com a noção comum de que uma

atividade é "econômica" quando visa ganho pecuniário, ou seja, quando proporciona a

quem a exerce um rendimento em dinheiro (plantar, industrializar e comercializar soja,

por exemplo, são, nesse sentido, atividades econômicas).

E o terceiro significado do termo "economia" se refere à ciência que tem por objeto a

atividade (aquela que dá o segundo significado). A Economia é a sistematização do

conhecimento sobre a economia.

Estamos, na atualidade, tão longe de um acordo como nunca, embora haja progresso

na compreensão do que está em jogo e na comprovação prática das teses básicas

das principais escolas (ou correntes ou paradigmas). Depois de 150 anos de economia

de mercado e de 50 anos de intervencionismo estatal regulador (e até mesmo de

planejamento central) chegou-se o momento de a experiência histórica realimentar,

inovando-a, à prática teórica.

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04- A Economia Como Atividade

A economia procura estudar os negócios comuns da vida da humanidade. Por

negócios comuns, podemos entender as cenas comuns da vida econômica. Hoje a

economia continua estudando e tentando entender como esses negócios comuns

funcionam: como funciona nosso sistema econômico?Quando e porque o sistema

econômico entra em crise, ocasionando mudanças de comportamento das pessoas e

empresas?

síntese, pode-se dizer que a economia estuda a maneira como se administram os

recursos escassos com o objetivo de produzir bens e serviços, e como distribuí-los

para o seu consumo entre os membros da sociedade.

Os recursos produtivos também denominados fatores de produção, são os elementos

utilizados no processo de fabricação dos mais variados tipos de bem e utilizados para

satisfazer as necessidades humanas.

Da mesma forma que uma família precisa tomar muitas decisões, uma sociedade

também precisa fazer o mesmo. Precisa claramente definir o que produzir para quem

produzir, quando e quanto produzir.

Em linhas gerais, a sociedade precisa gerenciar bem seus recursos, principalmente se

considerarmos que estes, de maneira geral, são escassos. Escassez significa que os

recursos são limitados em termos de quantidade disponível para uso imediato.

Portanto, escassez significa também que a sociedade não tem todos os recursos que

gostaria de ter para produzir todos os bens e serviços para oferecer a todos os seus

membros. A economia tem sido entendida como estudo de como a sociedade

administra seus recursos escassos. Ainda que possamos estudar economia, de muitas

maneiras existem algumas idéias centrais, que são consideradas princípios básicos de

economia por parte de alguns economistas.

Em qualquer parte do mundo uma economia é um grupo de pessoas que estão

interagindo uma com as outras e dessa forma, vão levando a vida, primeiro passo é

saber como são tomadas as decisões dessas pessoas. Portanto, cabe questionar

como as pessoas tomam decisões?Quatro princípios norteiam essa primeira questão:

_As pessoas precisam fazer escolhas, e essas escolhas não são de graça. Elas

precisam ser feitas tendo em vista que os recursos são escassos.Não é possível

atender a todas as necessidades de maneira ilimitada .Portanto a sociedade precisa

fazer sua escolha, assim como os indivíduos no seu dia-a –dia.

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O custo real de alguma coisa é o que o individuo deve despender para adquiri-lo, ou

seja, o custo de um produto ou serviço é aquilo do que tivemos de desistir para

consegui-lo.

_As pessoas são consideradas racionais e, por isso, elas pensam nos pequenos

ajustes incrementais de todas as suas decisões. Isto significa que as pessoas e

empresas podem melhorar seu processo de decisão pensando na margem. Portanto

um tomador de decisão considerado racional deve executar uma ação se, e somente

se os resultados dos benefícios marginais forem superiores aos custos marginais.

_As pessoas reagem a estímulos. Como elas tomam suas decisões levando em conta

os benefícios e seus custos, qualquer alteração nessas variáveis pode alterar o

comportamento de sua decisão. Assim qualquer incentivo que ocorra pode alterar a

conduta do tomador de decisão. Nota-se que os formuladores de políticas publicas faz

em bastante uso deste principio.

Como as economias funcionam?A partir desse principio podemos compreender que o

comercio pode ser bom para todos os agentes, que o comercio pode ser bom para

todos os agentes, que os mercados são geralmente bons organizadores da atividade

econômica, que os mercados às vezes falham e que, por isso, os governos podem

melhorar os resultados do mercado O padrão de vida das pessoas depende da sua

capacidade de produzir bens e serviços. O desenvolvimento econômico e a expansão

das atividades econômicas de um país são pontos fundamentais para entender como

funciona a economia de um país.

A economia como um todo pode produzir mais e melhor quando cada pessoa se

especializa em uma tarefa. Isto aumenta a produtividade do sistema, aumentando

assim a quantidade de bens e serviços a disposição das pessoas. Dessa forma, temos

mais comercio mais desenvolvimento dos lugares e das pessoas.

Em economias centralizadas, são os planejadores que estabelecem o quanto vai ser

produzido e o que vai ser consumido. Dessa forma, apenas o governo, através do

órgão de planejamento, pode organizar a atividade econômica de maneira a oferecer e

atender a todas as demandas eventualmente estabelecidas pela população.

Em economias de mercado essa função de estabelecer o quanto e como produzir e

atribuição do mercado, ou seja, as decisões do planejador central são substituídas

pelas decisões de milhares de pessoas e empresas. Quando os mercados não estão

alcançando a eficiência econômica e a equidade na distribuição de renda, a

intervenção do governo deve ocorrer.

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A questão de produzir bens e serviços esta relacionada ao nível de produtividade do

país; onde a produtividade das pessoas é maior, ou seja, produzem mais bens e

serviços em menos tempo, o padrão de vida é maior.

De um modo geral o objetivo de uma indústria é produzir bens e serviços para vendê-

los e obter lucros. Mas o que são bens?E serviços?

De forma global, bem é tudo aquilo que permiti satisfazer as necessidades humanas.

A discussão do valor é um dos temas de maior relevância na economia.

Na formação dos valores, os preços organizam - se de forma relativa, os preços

relativos das mercadorias acabam alertando os consumidores, que obedecem a renda

disponível, tendo por isso, restrição orçamentária, em uma economia na qual os

salários e os juros também são preços. Valor se refere ao preço de uma determinada

em relação à outra.

Na economia entender os preços relativos auxilia e muito a compreensão da

apropriação da renda e da situação entre economias desenvolvidas e em processos

de desenvolvimento.

A teoria do valor divide-se em duas teorias:

-A teoria do valor do trabalho.

-Teoria do valor utilidade.

As leis de produção, reprodução e distribuição das mercadorias na economia política

auxiliam-nos no entendimento mais profundo da sua engrenagem. É significativo frisar

que nem toda mercadoria produzida vai para o mercado, e quando uma mercadoria é

útil, mas não é comercializada no mercado, dizemos que ela possui somente valor de

uso. Uma mercadoria possui valor de troca quando entra no mercado para ser

comercializada, uma mercadoria com valor de troca contem diferentes valores de uso,

sendo medida por um parâmetro comum que é o trabalho.

Para poder compreender o funcionamento orgânico do sistema econômico na sua

plenitude é necessário que conheçamos a teoria do valor do trabalho e a teoria do

valor utilidade.

A teoria do valor formada por Karl Max constitui-se na teoria que levava em conta a

importância do valor e do crescimento para entendimento do funcionamento da

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economia embora influenciado por Ricardo, Marx ampliou o leque das interpretações

sobre o valor e propiciam uma compressão diferente para o funcionamento do sistema

econômico, de forma essencialmente orgânica.

A diferença entre Ricardo e Marx nas formulações teóricas reside na sua forma

dinâmica de abordar o funcionamento econômico e por querer conhecer desde sua

origem a forma de distribuição do produto.

Na teoria do valor do trabalho, Marx constitui a teoria da mais valia e recompôs o

modo como os lucros se formam numa sociedade formada por produtores e

trabalhadores para demonstrar detalhadamente os conflitos entre capital e trabalho,par

Marx em qualquer produto produzido o trabalho incorporado é que em qualquer

produto produzido o trabalho incorporado é que criava valor.Na analise Marx a

diferença entre o trabalho realizado e o que era pago ao trabalhador ficando conhecido

como mais valia.

Marx explicou detalhadamente a relação entre o capital e a produção ressaltando os

custos denominou de capital e a produção ressaltando o custo denominou de capital

variável (v), e o instrumento utilizado na produção denominou de capital constante (c)

e o lucro é a parte que fica com o produtor.

Existem muitas maneiras de conceber a economia como um ramo do conhecimento.

Para os economistas clássicos, como Adam Smith, David Ricardo e John Stuart Mill, a

economia é o estudo do processo de produção, distribuição, circulação e consumo dos

bens e serviços (riqueza). Por outro lado, para os autores ligados ao pensamento

econômico neoclássico, a economia pode ser definida como a ciência das trocas ou

das escolhas. Neste caso, para seguir a definição proposta por Lionel Robbins, a

economia lidaria com o comportamento humano enquanto condicionado pela escassez

dos recursos: a economia trata da relação entre fins e meios (escassos) disponíveis

para atingi-los. Deste modo, o foco da ciência econômica consistiria em estudar os

fluxos e meios da alocação de recursos para atingir determinado fim, qualquer que

seja a natureza deste último. Segundo os economistas austríacos, especialmente

Mises, a economia seria a ciência da ação humana proposital para a obtenção de

certos fins em um mundo condicionado pela escassez.

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05- A economia como ciência

Conceitos Básicos da Ciência Econômica

A ECONOMIA é considerada uma ciência social. As Ciências Sociais estudam: a

organização e o funcionamento da sociedade. O objeto da ciência social é o homem.

A Economia é uma Ciência Social, pois se ocupa do comportamento humano e estuda

como as pessoas e as organizações na sociedade se empenham na produção, troca e

consumo de bens e serviços.

Objetivo da ciência econômica:

É o de analisar os problemas econômicos e formular soluções para resolvê-los, de

forma  a melhorar nossa qualidade de vida.

O objeto da ciência econômica: é a atividade  econômica exercida pelo homem dentro

de  uma sociedade.

Organização Econômica é a forma como a sociedade está organizada para

desenvolver as atividades econômicas. Os países se organizam economicamente:

 

O homem ao abandonar a vida nômade  de coleta de meios de subsistência,

estabelecendo-se em locais fixos  para cuidar do cultivo do solo e de colheitas, ao

manter  rebanhos e desenvolver rudimentares atividades artesanais e de serviços de

apoio à vida sedentária,  teve a necessidade de organizar-se, portanto, os países se

organizam  economicamente.

Principais formas de Organização Econômica:

Economia de Mercado (ou descentralizada, tipo capitalista).

Economia Planificada (ou centralizada, tipo socialista).

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06- A Regularização do mercado do modo capitalista

Neste modo de produção, as atividades produtivas concentram-se nas chamadas

empresas,que são propriedades privadas mas que podem ter o governo como

proprietários, elas são especializadas em produção de bens ou serviços, e adquirem

fatores de produção de outras firmas, para poder produzir suas mercadorias.

Basicamente elas põem a venda mercadorias que produzem por meio de outras

mercadorias.

Cada empresa oferece suas mercadorias por um preço, que é a soma do dinheiro

gasto para produzir mais a margem de lucro. O lucro total tende ser maior que a soma

daquelas remunerações. A diferença é o lucro retiro na empresa para fazer novos

investimentos, para acumular mais capital.

O setor empresarial se relaciona com duas grandes classes sociais o proletariado e a

burguesia. Com as rendas de propriedade e trabalho, enquanto consumidores

compram as mercadorias que as empresas ofertam. Podemos perceber que a

produção capitalista é regulada pelo mercado.

As empresas produzem “valores de uso”, que atendem as necessidades do

consumidor. Mas as empresas ignoram as dimensões das necessidades, porque no

capitalismo elas competem entre si, e por isso ocultam uma das outras dados de

volume de produção. Conseqüentemente, não sabem se a demanda é menor ou maior

que a necessidade do consumidor o que lhes dá incerteza.

O problema central da regulação do capitalismo é feito pelo dinheiro, isso porque o

intercambio é indireto e passa necessariamente pelo dinheiro.o dinheiro é portanto

uma promessa de valor que se contrapõe ás mercadorias á espera da realização de

seu valor. Vale salientar o paradoxo do subconsumo e a superprodução que tem se

manifestado mais de uma vez no capitalismo contemporâneo.

A regulação da produção capitalista pelo mercado tem caráter contraditório,

produzindo oscilações de conjuntura, fases de prosperidade, de crise e estagnação,

isso porque a distribuição de renda é marcada pelo conflito cujo resultado é

imprevisível. Acontece que a distribuição da renda rege a evolução tanto da oferta

como da demanda em nível global.

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07- Um pouco da Historia da economia

Nós podemos definir a palavra economia, como as necessidades individuais ou

sociais, utilizando para isso recursos naturais limitados. Desde que surgiu o ser

humano no planeta, iniciou-se a atividade econômica.

Adão e Eva viviam no paraíso Bíblico, portanto não praticavam atividades econômicas,

mas quando foram expulsos e condenados a ganhar o sustento com o próprio suor,

trabalhando e transformando o mundo, para se beneficiar, então se iniciou a atividade

econômica.

As sociedades históricas ou pré-históricas usavam como base a atividade econômica,

porque os recursos naturais foram sempre menores do que a demanda.

O homem evoluiu lentamente, começou a fazer instrumentos que facilitavam o dia-a-

dia, vivendo da colheita, caça, pesca.

Há sete mil anos antes de cristo o homem começou a cultivar plantas, e criar animais,

a qualidade de vida melhorou, e iniciou-se a revolução neolítica, daí então surgiram os

grandes núcleos populacionais e foram formadas civilizações nas terras da

mesopotâmia e rios Nilo e Indo. Com o passar do tempo, a fabricação de instrumentos

de trabalho utilizando metais como o ferro, cobre e bronze, deu origem a mudanças na

estrutura das sociedades, sendo assim os membros das comunidades humanas se

dedicaram à agricultura.

Com a "revolução industrial", iniciada na Grã-Bretanha no século XVIII, houve

significativas mudanças nas estruturas econômicas no mundo todo, até então a mão

de obra que era voltada para a produção de alimentos foi direcionada para outras

atividades.

Com a invenção das maquinas produzia-se mais, os moleiros e artesões usaram a

energia do vento, e as quedas d'água, mais tarde a maquina a vapor, tudo isso

contribuiu para aumentar a produção, mas não parou, porque a competitividade exigia

do homem novas técnicas que reduziam a mão de obra e aumentava a produtividade.

A historia nos mostra que a ciência econômica esta relacionada com o capitalismo.

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08- Os temas contemporâneos da Economia.

Nos tempos atuais Aparecem duas escolas que se opõem sendo elas a Keynesiana

que propugnava por um capitalismo modificado, onde o Estado desempenharia a

regulação e não apenas a estabilidade da economia mas a plena utilização dos

recursos , que ficou conhecido como “pleno emprego”.

Em contraposto surgiu na metade do século XX o neoliberalismo que atribuía ás

política fiscal e monetária expansivas, recomendada pelos keynesianos em momentos

de baixa conjuntura, os surtos de inflação e seu efeito estimulador meramente

transitório sobre os gastos e os investimentos.

O que deixa bem evidente o embate entre keynesianos e neoliberais corresponde nos

tempos atuais aos interesses pelo grande crescimento do setor publico e pela

propensão inflacionaria das economias capitalistas. Um deles é a presença do estado

na economia.

A economia neoclássica contribuiu para a polemica sobre o papel do Estado na

economia através da teoria dos “bens públicos”. Os neoliberais objetivam o “Estado

mínimo” já que consideram injusta a transferência renda dos contribuintes aos

usuários dos bens e serviços prestados pelo poder publico; e por constituir um

desperdício, pois a gestão deficitária incentiva o empreguismo, a corrupção, e o

desleixo.

Para se começar a discutir o advento das idéias neoliberais, não podemos deixar de

observar a sua relação intrínseca com o capitalismo, e mais precisamente com o

capitalismo atual, na sua nova fase, a partir de meados da década de 70 do século

XX.

Poderíamos dizer, resumidamente, sobre a questão da relação entre capitalismo e

neoliberalismo, que este surge como um ideário supostamente capaz de oxigenar as

formas de acumulação daquele. É sabido que o capital precisava enveredar por outros

modos de acumulação especialmente em função do esgotamento do modelo social-

democrata em países da Europa. Sendo assim, o capitalismo, como sistema de

acumulação de capitais, necessitava de novas formas de expansão que permitissem

uma reconfiguração do imperialismo.

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Essa expansão do modelo capitalista se alimentou de novas conjunturas mundiais,

nos planos políticos, econômico e social. É possível elencar alguns desses fatores

preponderantes para a sua difusão e a conseqüente instauração de seus novos

moldes nos últimos anos. São eles: a queda do Muro de Berlim em 1989, o fim da

Guerra Fria, a desintegração da União Soviética e o subseqüente desmantelamento

do modelo de socialismo real, a formação de blocos econômicos regionais, grande

desenvolvimento tecnológico e industrial, notadamente nos setores de eletrônica e

comunicação, e finalmente a própria reorganização do capitalismo em sua nova forma

atual, o neoliberalismo.

Já que o capitalismo encontra na ideologia neoliberal a sua nova ofensiva e a sua

nova justificação de metas e de “receituários”, faz-se necessário o entendimento de

alguns aspectos que contribuíram para esse empreendimento. Um dos fatores mais

importantes foi o advento do que se costuma chamar globalização, que nos traz vários

elementos para compreendermos a difusão dessa ideologia. Passamos, então, a fazer

algumas considerações sobre a globalização.

As idéias neoliberais encontram no processo denominado de globalização terreno fértil

para proliferarem e se expandirem aos quatro cantos do mundo. A globalização é tida

e havida como um processo contemporâneo ancorado nas novas formas de

tecnologia, na rapidez do trânsito de informações, técnicas, produtos, padrões, estilos

de vida e ideologias.

A globalização, tal como entendida pela maioria dos que a estudam, acaba por romper

todas as barreiras (ou quase todas) dos países, das cidades, dos continentes,

estabelecendo, pelo menos em princípio, padrões mundiais de consumo e de idéias.

Esse processo tende a desmantelar, ou a enfraquecer, em muitos casos os padrões

locais, no sentido de uma certa uniformidade e uma padronização. Diga-se, uma

padronização de consumo, de valores ocidentais baseados em símbolos e produtos

cada vez mais supérfluos e simplesmente adequados à lógica do consumismo

exacerbado.

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09- Adendo

Economia planificada, também chamada de "economia centralizada" ou "economia

centralmente planejada", é um sistema econômico onde a produção é previa e

racionalmente planejada por especialistas, no qual os meios de produção são

propriedades do estado e a atividade econômica é controlada por uma autoridade

central que estabelece metas de produção e distribui as matérias primas para as

unidades de produção. Nesse sistema a escolha da proporção entre quanto do PIB

deve ser investido, e quanto deve ser consumido, torna-se uma decisão política

centralizada.

A inflação é demasiadamente encarada como anomalia, como mal episódico, que

deve e pode ser curado por políticas adequadas de ajustamento. Mas, há países em

que a inflação é crônica, sendo uma característica permanente da vida econômica,

social e política. Na América Latina, tais países são em grande número e nos anos 80

passaram a ter a companhia de vários outros (México, Colômbia e Venezuela). É

concebível que a inflação crônica também esteja se tornando a condição de países em

transição da economia centralmente planejada à economia de mercado. Sem

mencionar outros Países Recentemente Industrializados (PRI) da Ásia e Europa, em

que a inflação também é significativa e permanente.

Considerando unicamente países capitalistas, talvez devêssemos classificá-

los em dois tipos, do ponto de vista de seus sistemas de regulação:

a) países em que o ajustamento da demanda global à oferta global é

realizado mediante políticas fiscal e monetária que têm como alvos o

nível de atividade e de emprego e o Balanço de Pagamentos;

b) países em que as políticas fiscais e monetárias são condicionadas

pela inflação passada, de modo que o ajustamento da demanda

global à oferta global tem de ser realizado mediante aumento de

preços, isto é, pela inflação presente.

Para examinar o funcionamento da inflação como sistema de regulação,

consideremos uma economia que se encontra sob inflação pesada há tantos

anos que:

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a) as causas originais da inflação estão esquecidas; os únicos

fatores relevantes são os que fizeram a inflação atingir seu nível

atual e estão ainda em ação, possivelmente tendendo a levá-la a

picos mais elevados;

b) a expectativa unânime é que a inflação prossiga, de modo que a

maioria dos preços, impostos, aluguéis, juros e taxa de câmbio

nominal estão indexados, isto é, são reajustados em diferentes

períodos de tempo, de acordo com a variação de diferentes índices

de preços.

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10 – O que é o neoliberalismo

A partir da leitura do capitulo “ Os Temas contemporâneos da Economia” busquei

fazer uma análise do neoliberalismo na atual economia, o texto a seguir contem meu

ponto de vista em relação entre neoliberalismo e o capitalismo.

O neoliberalismo é o novo caráter do velho capitalismo. Este adquiriu força

hegemônica no mundo a partir da Revolução Industrial do século 19. O aprimoramento

de máquinas capazes de reproduzir em grande escala o mesmo produto e a

descoberta da eletricidade possibilitaram à indústria produzir, não em função de

necessidades humanas, mas sobretudo visando ao aumento do lucro das empresas.

O excedente da produção e a mercadoria supérflua obtiveram na publicidade a

alavanca de que necessitavam para induzir o homem a consumir, a comprar mais do

que precisa e a necessitar do que, a rigor, é supérfluo e até mesmo prejudicial à

saúde, como alimentos ricos em açúcares e gordura saturada.

O capitalismo é uma religião laica fundada em dogmas que, historicamente, merecem

pouca credibilidade. Um deles reza que a economia é regida pela "mão invisível" do

mercado. Ora, em muitos períodos o sistema entrou em colapso, obrigando o governo

a intervir na economia para regular o mercado.

O fortalecimento do movimento sindical e do socialismo real, sobretudo após a

Segunda Guerra Mundial (1940-1945), ameaçou o capitalismo liberal, que tratou de

disciplinar o mercado através dos chamados Estados de Bem-Estar Social

(previdência, leis trabalhistas, subsídios à saúde e educação etc.).

Esse caráter "social" do capitalismo durou até fins da década de 1970 e início da

década seguinte, quando os EUA se deram conta de que era insustentável a

conversibilidade do dólar em ouro. Durante a guerra do Vietnã, os EUA emitiram

dólares em excesso e isso fez aumentar o preço do petróleo. Tornou-se imperioso

para o sistema recuperar a rentabilidade do capital. Em função deste objetivo várias

medidas foram adotadas: golpes de Estado para estancar o avanço de conquistas

sociais (caso do Brasil em 1964, quando foi derrubado o governo João Goulart),

eleições de governantes conservadores (Reagan), cooptação dos social-democratas

(Europa ocidental), fim dos Estados de Bem-Estar Social, utilização da dívida externa

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como forma de controle dos países periféricos pelos chamados organismos

multilaterais (FMI, OMC etc.) e o processo de erosão do socialismo real no Leste

europeu.

O socialismo ruiu naquela região por edificar um governo para o povo e não do povo e

com o povo. À democracia econômica (socialização dos bens e serviços, e distribuição

de renda) não se adicionou a democracia política; não nos moldes do Ocidente

capitalista, mas fundada na participação ativa dos trabalhadores nos rumos da nação.

Nasceu, assim, o neoliberalismo, tendo como parteiro o Consenso de Washington - a

globalização do mercado "livre" e, segundo conveniências, do modelo norte-americano

de democracia (jamais exigidos aos países árabes fornecedores de petróleo e

governados por oligarquias favoráveis aos interesses da Casa Branca).

O capitalismo transforma tudo em mercadoria, bens e serviços, incluindo a força de

trabalho. O neoliberalismo o reforça, mercantilizando serviços essenciais, como os

sistemas de saúde e educação, fornecimento de água e energia, sem poupar os bens

simbólicos - a cultura é reduzida a mero entretenimento; a arte passa a valer, não pelo

valor estético da obra, mas pela fama do artista; a religião pulverizada em modismos;

as singularidades étnicas encaradas como folclore; o controle da dieta alimentar; a

manipulação de desejos inconfessáveis; as relações afetivas condicionadas pela

glamorização das formas; a busca do elixir da eterna juventude e da imortalidade

através de sofisticados recursos tecnocientíficos que prometem saúde perene e beleza

exuberante.

Tudo isso restrito a um único espaço: o mercado, equivocadamente adjetivado de

"livre". Nem o Estado escapa, reduzido a mero instrumento dos interesses dos setores

dominantes, como tão bem analisou Marx. Sim, certas concessões são feitas às

classes média e popular, desde que não afetem as estruturas do sistema e nem

reduzam a acumulação da riqueza em mãos de uma minoria. No caso brasileiro, hoje

os 10% mais ricos da população - cerca de 18 milhões de pessoas - têm em mãos

44% da riqueza nacional. Na outra ponta, os 10% mais pobres sobrevivem dividindo

entre si 1% da renda nacional.

Milhares de pessoas consideram o neoliberalismo estágio avançado de civilização,

assim como os contemporâneos de Aristóteles encaravam a escravidão um direito

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natural e os teólogos medievais consideravam a mulher um ser ontologicamente

inferior ao homem. Se houve mudanças, não foi jamais por benevolência do poder.

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11- Conclusão

Sem dúvida nenhuma o capitalismo que conhecemos mudou muito nas três ou quatro

últimas décadas e isso tem sido apontado por muitos autores, e muitas interpretações

sobre essa mudança têm aparecido.

Em minha opinião, no entanto, por maior que tenha sido a mudança observada, há

algo que o capitalismo não conseguiu inventar ainda: como criar riqueza econômica,

criar excedente e, em particular, criar lucro a partir do nada. Não conseguiu e jamais

conseguirá produzir riqueza e também sua própria remuneração a partir de fumaça. A

riqueza econômica é e continuará sendo resultado do trabalho, do trabalho produtivo.

Mas não é isso que a observação direta e imediata da realidade nos sugere, nos

indica. No capitalismo atual temos a clara convicção de que as remunerações

especulativas surgem como resultado da própria natureza do capital, de alguma

propriedade milagrosa sua. O capital especulativo parasitário é, na verdade, a forma

que o sistema encontrou como capaz dessa proeza e isso, embora aparente próprio

da dimensão aparencial da realidade, não é uma simples ilusão, como poderia ser

pensado.

Trata-se, é certo, de uma manifestação da aparência e de certa maneira é ilusória. Na

verdade, é e não é, ao mesmo tempo, ilusória. E essa é a graça do capital

especulativo. Ele parece capaz de gerar seu próprio rendimento, mas não passa de

um parasita. Há, aí, uma curiosa dialética: o que não é, aparece sendo. O que é, tem a

capacidade de aparecer a todos nós como se não fosse. Para entender essa dialética,

só apelando para os conceitos de capital fictício e de lucros fictícios, que por certo são

e não são fictícios ao mesmo tempo. E isso não é nem brincadeira, nem jogo de

palavras: é a dialética do real.

Dessa maneira, levando em consideração uma adequada interpretação da referida

teoria, a característica básica da fase atual do capitalismo, minha opinião, é a

contradição, que se aprofunda cada vez mais, entre a produção e a apropriação do

excedente econômico mercantil, da mais-valia nas suas diferentes formas. É por isso

que o conceito de trabalho produtivo (entendido como aquele que produz mais-valia ou

excedente na forma mercantil e apropriável pelo capital) ganha relevância nos dias

atuais.

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É verdade que alguns autores, mesmo próximos da teoria de Marx, apesar de

considerarem a financeirização como característica básica da fase capitalista atual,

identificam como sua contradição principal a que existiria entre a propriedade e a

gestão do capital; contradição entre aquelas frações da sociedade detentoras de

diversas formas de títulos de propriedade sobre o capital substantivo e outra, que seria

a encarregada da gestão profissional das empresas.

Finalmente, minha conclusão é de que, embora essa fase especulativa possa

sobreviver por mais um tempo, ela tenderá a desaparecer. Só poderá sobreviver com

adicional incremento da exploração do trabalho, o que não é trivial. Uma eventual

substituição dessa fase especulativa por uma nova, reconstruindo-se a predominância

do capital substantivo, pressuporá níveis insuspeitáveis de exploração. Assim, não há

possibilidade de um retorno a um capitalismo menos violento do que aquele que

sofremos hoje. O futuro do capitalismo só agravará a tragédia humana que se vive nos

dias atuais no planeta. Sustentar o contrário é viver no mundo de ilusões.

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12- Bibliografia

Singer, Paul, 1932 –

O que é Economia / .Paul Singer – 6ª Ed. Ver. E ampl. –

São Paulo: Contexto, 2005

Contexto 2005.

20

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13- Leituras Complementares

BERNARDO, João. Reestruturação Produtiva e o Futuro do Trabalho. Natal,

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