5
CADERNOS DESEGURO A TARIFAÇÃO DO SEGURO DE RESPONSABILIDADE CIVIL EM AUTO~v1Óv'EIS OS VENTOS E SEUS EFEITOS Explicando os Riscos NOTAS SOBRE A HABILITAÇÃODE CORRETORESDE SEGUROS NO BRASIL O SEGURO E O FRANCHISING

Os ventos e seus efeitos explicando os riscos

Embed Size (px)

Citation preview

CADERNOSDESEGURO

A TARIFAÇÃO DO SEGURO DE RESPONSABILIDADE CIVIL EM AUTO~v1Óv'EIS

OS VENTOS E SEUS EFEITOS

Explicando os Riscos

NOTAS SOBRE A HABILITAÇÃODE CORRETORESDE SEGUROS NO BRASIL

O SEGURO E O FRANCHISING

ARTIGO

Os ventos e SeusEfeitosExplicando os Riscos

Antonio Fernando Navarro::0" .;ror de empresas. especialista emger"",,- ;umento de risco.' e professor daF. ",,~,eg

os recentes aconrec:;.~{Os en-

volvendo a passage~ d~ furacãoAndrew nos. Estados L~dos. com

um rastro de dest:n...çãzsuperiorà provocada pe.~ f~racào Hugo,com perdas esumadas em cerca de20 bilhões de da.ares. fazem-nos

retomar um pclo~::C tempo,quan-do tivemos a Gr:-t'..rudade de es-crever um art;go sobre a cláusula224 - cobern.ra acessória de ven-

daval, furacão.c.c.one,tomado,gra-nizo, queda de aeronaves ou quais-quer outros engenhosaéreos ou es-paciais, impacto de veículosterres-tres e fumaça. da Tarifa de SegurosIncêndio do Brasil. Na ocasião,questionávamosa aplicaçãodacláu-sula e os seus custos, confrontandotudo com o panorama de riscos en-contrados no Brasil. No presenteartigo abordaremos o fenômenoem si e os seus efeitos, desmis-tificando o fato de todos serem

enquadrados como um mesmofISCO.

Vento é o deslocamento do ar

por sobre a superfície da terra,provocado pelas correntes de con-

II

vecção dessas mesmas massas. Oefeito da convecção é a de um fe-nômeno fisico, onde o ar quente.disposto sobre a superfície e em fun-ção de sua menor densidade, deslo-ca-se, ascendendo às camadas su-

periores da atmosfera. Com o des-locamento, novas canladas de ar

frio vão tomando o lugar antesocupado pelo ar aquecido. O mesmofenômeno é observado durante o

processo de ebulição da água. Oturbilhonamento da água durante a

sua fervura é provocado pelo deslo-camentodas massas de líquidoquen-te para cima, enquanto que as friasdescem.

A velocidade do vento provo-cada por esse deslocamento é

avaliada por um equipamento de-nominado anemômetro. Os dados

nele registrados são comparadoscom tabelas específicas, que for-necem para cada velocidade en-contrada uma classificação. As ta-belas mais empregadas são aEscala Terrestre e a Escala deBeaufort. Os seus dados são os se-

guintes:

-

ESCALA TERRESTRE

NÍVEL DESCRIÇÃO DO FENÔMENO VELOCIDADE (m/s) As famosas trombas

o calmaria de Oa I d'água são descargas

1 fraco de I a 4 de água contidas 110

2 moderado de4 a 8 interior de um Tornado,

3 bastante forte de 8 a 12 descarregadas por

4 forte de 12a 16 I ocasião de sua passagem

5 violento de 16a 25 ou por quando de sua

6 furacão acima de 25 Idissipação.

I

ESCALA BEAUFORTpontos de temperatura mais elevada

NÍVEL DESCRIÇÃO DO FENÔMENO VELOCIDADE (m/s)são. pOIS.os pontos ondegeralmente

O calmaria de Oa Iha uma baixa pressão, também co-nhecidos como centros de chamada

1 quase calmaria dela2para com as massas de ar vizinhas.

2 ligeira brisa de2a4 As massas de ar chamadas para esses3 pequena brisa de 4 a 6 centros. ao invés de deslocar-se

4 linda brisa de6a8 retdmearnente.são desviadas de sua

5 boa brisa de 8 a 10 dlfl:çàc pelo movimento de rotação

6 bom fresco de 10 a 12 da t.;:. assumindo, assim, desloca-

7 grande fresco de 12 a 14 mentos esplralados ou circulares. A

8 pequena rajada del4al6p1a5 de ar contida na atmosferaterrestre temuma velocidadede rota-

9 rajada de vento de 16a 20 çãc sobn: c eixo terrestre menor do10 forte rajada de 20 a 25 que a massa de solo eágua. A veloci-11 tempestade de 25 a 30 dade de rotaçãc de um ponto sobre o

12 furacão acima de 30 solo. almhadc no equador terrestre éde 65 Km11 Devidoa esse fenô-

As variações dos tipos de ventos, meno. ha formação de um movimen-

quantoàs suas ocorrênciaseàs inten-Quanto mais quente é a

to circular dos \ entos em tomo da

sidades, variam de acordo com as depressãoatmosférica que lhedá ori-

estaçõesclimáticas doano. No inver- superfície da terra gemno, a velocidademédiaé maior do maior é apossibilidade A COisatoda funcionamais ou

que no verão. A velocidade também deformação de zonas menos como se destampássemos o

varia de acordo com a altitude da de baixa pressão, ralo de uma pia cheia de água.

camada de ar. Quanto maior for a com incidência '\0 hemisfério norte o sentido de

altitude maior será a velocidade. de fortes ventos rotação das massas de ar é inversoao

Os ventos desempenham um pa- do padrão defuracão.movunentodos ponteirosdeum reló-

pel importantesobo pontodevistada glO.No hemisfério sul, o movimento

repartição climatérica das chuvas e segue o dos ponteiros. O movimento

das tempestades. terra ou do mar. A diminuição da no norte chama-se ciclonal e no sul

De um modogeral, os ventos têm pressão dá-se pelo movimento as- anticiclonal. O nome ciclone deriva

origem em um ponto de baixa pres- censionaldo ar, aquecidoquandoem do nome da massa de ar que possui

são atmosférica sobre a superfícieda contato com a superfície terrestre. Os esse movimento.

12 CADERNOSDE SEGURO

rodcla. gcrando c.:mros u,-':l11lssão. as cham3u.lS

monçõcs dc Il1\crno. ou dI..

atração. as monçõcs chu-\ asas de \'crão. A tercclra

1~\I.\.a.zona temperada. é

caracterizada pelas depres-sões oceânicas do Atlânti-

co e do Pacífico Boreal.

cm torno dos quais os ven-(OSirradiam um imenso tur-

bilhão ciclonal. No Atlân-!lco norte o centro dessa

depressão desloca-se do

(Icste para o leste. No he-misfáio sul. onde as su-

perficies marítimas são

superiores às superficies

terrestres. praticamentenão existl:m centros de de-

pressão localizados. Os ventos são

deslocados em conseqÜência do mo-

vimento próprio da terra. ou seja. de

leste para oeste.

Cada centímetro quadrado do solo

no equador recebe. em média. cerca

de 250.000 calorias por ano. Essa

ofuracão é umvento que ocorremais na região

do equador terrestre,próximo ao

Caribe. Tem grandeefeito destrutivo.

A distribuíção dos ventos por so-

bre a crosta terrestre é feita por fai-xasdistintas.Na primeirafaixa.zonaequatorial. o calor solar sobre ascamadas de ar induz a correntes na

direçãonorte-sul,unifonnementedes-viadas para leste. São os ventosalísios, regulares por excelência. Azona intertropical é caracterizada nohemisfério norte pela existência decorrentes alternativas de ventos ge-rais ou alísados. Confonne as esta-

ções do ano as massas continentaisda Ásia e da África são mais ou

menos frias do que o mar que as

CADERNOS DE SEGURO

'1

r 7 r

~ ~~ '-~ ~ r C capaz de vapo-

g..a com cerca

de de \ ap__r z....

ou sep. O gra..;...

cesso. vaponza a p.:4'":.......

acima das regiões cq"~,: -

sobre uma faixa de I Km dI...u::;.-.ao longo de todo o equador terrcs;:..

A atmosfera absorve cerca de u;"

terço do calor solar recebido. O princI-

pal fator dessa absorção é o vapord'água. O vapor está situado numafaixa abaixo dos 8.000 metros de

altitude. No equador a atmosferaaquece-sepela parte inferior, inicial-mente.A superficieaquecida fica empennanente contato com as camadasinferiores do ar. Essa superposiçãode centros calóricos gera zonas debaixa pressão. Nessas regiõestêm-seas calmanas equatonais, conhecidasdos navegadores a séculos. Nessamesma região há tempos tempes-tuosos. pelas fortes correntes as-

r

...

~._!,

.~.

~,.

1Ir,Li"~,

13

o Tornado é um ventoem redemoinho, com

um máximo de 100 Kmde diâmetro, grande

altura e uma velocidadeque se aproxima dos 400

Kmlh. Seu efeitodestrutivo dura poucos

minutos, de 15 a 30.

censionais nas zonas de baixa pres-são.

Peloquevimos,quantomaisquen-te é a superficie da terra maior é apossibilidade de formação de zonasde baixa pressão, com incidênciadefortes ventos do padrão de furacão.

Furacão, ciclone, tomado e tufãosão ventosfortes com características

distintas. O furacão é um vento queocorre mais na região do equadorterrestre, próximo ao Caribe. Temgrande efeito destrutivo. O furacãotem de 300 a 400 Km diâmetro, com

ventos que podem atingir a 300KmIhem seu interior. A sua origemsitua-se em pontos de baixa pressãocomtemperaturas acima de30°C.Nohemisfério sul, ao longo da costabrasileira, a temperatura média anu-al é inferior a 22°C, não gerandocondições propícias à formação defuracões.

O Ciclone é um vento com ca-racterísticas semelhantes a de um

Furacão, ocorrendo no Pacífico nor-te.

O Tufão é um vento com forte

velocidadeascencional e rotacional,

não tão largo quanto um Furacão,porém, com velocidades que se lheaproximam. São os ventos que asso-lam o Oceano Índico.

O Tomado é um vento em rede-

14

moinho, com um máximo de 100 Km

de diâmetro, grande altura e uma

velocidade que se aproxima dos 400

Km/h. Seu efeito destrutivo dura pou-

cos minutos, de 15 a 30. Em função

de sua grande velocidade, pequeno

diâmetro e grande altura, forma um

cone alongado, que tem a particulari-

dade de sugar tudo por onde passa.

As famosas trombas d' água são des-

cargas de água contidas no interior de

um Tomado, descarregadas por oca-

sião de sua passagem ou por quando

de sua dissipação.

Nem tudo é desgraça ou destrui-

ção quando se estudam os ventos. No

aspecto mitológico os Gregos perso-nificavam os ventos, fazendo deles

gênios alados, frutos do amor de

Urano por Gea ou de Urano porAstrea, dependendo dos historiado-

res, ou de Typhon e Eos ou Typhon e

Rhea ou Heribea. Os ventos, pelos

antigos, estavam submetidos ao rei-

no de Eolo, que os conservava prisio-

neiros nas ilhas eolias, libertando-os

sempre que assim o desejasse Zeus

ou Poseidon, para irem a todos os

ca...,tosd~ mundo. Tão grande era o

fasc~;~ d..;Sscpovo pelos ventos que

os T-.:smos eram distinguidos pelosnomes Bcreas. vento do norte: Euros.

\I:mo dü...st~. "Jotos. vento do sul: e

Zeph~ ro. ' ento do oeste. Mais tarde.

para d;st.ng~lr seus outros compa-nh..::-as. passaram a ser 12 os gênios

aladas Boreas. Aparctias, Kaekias.

Ape.~cte. Euros. Euronotos, Notos.L:bonotos. LlpS. Zephyro. Lapyx eThrac;os

Os '. entos. em seu incessante

mo' lmemo. esculpem rochas, for-

mam dunas. dão formas às geleiras,

carrelam detritos ou sedimentos, ar-

rasam edificações, arrancam árvo-

res. "lram embarcações e outras des-

graças mais. No Brasil, pela sua lo-

calIzação e extensão territorial, os

danos mais comuns, ou os de maiores

severidades, são os provocados por

tempestades, e, muito raramente, por

tomados. Assim, tem-se regiões onde

existem rajadas de ventos frequentes,como em Goiás, Rio Grande do Sul,

Paraná, São Paulo, e outras regiões

não sujeitas a esses fenômenos.

CADERNOS DE SEGURO