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OURÉM HOJE UMA EMPRESA COM HISTÓRIA DE PARAQUEDAS EM OURÉM OS NOSSOS BARES Os Condes do Castelo

Ourém Magazine Abril

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OURÉM HOJE

UMA EMPRESA COM HISTÓRIA

DE PARAQUEDAS EM OURÉM

OS NOSSOS BARES

Os Condes do Castelo

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Há sítios onde pensar tem outro nível...

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Ficha Técnica

Propriedade: Mentes Ilícitas Produções

Revisão: Andreia Magalhães

Os artigos assinados são da responsabilidade dos seus autores, não reflectindo necessáriamente os pontos de vista da redacção da Ourém Magazine.

Tiragem: 100 exemplaresImpressão: Gráfica Pessoa

Periodicidade: Mensal

Todos os direitos reservados

Editor: João Abel Oliveira

Vice Editor: Sandrina Vieira

Design e Paginação: Sandrina Vieira e João Oliveira

Fotógrafos: João Vieira e João Subtil

Ilustrador: Nuno Lopes “Malhoa”

Colaboradores: João MeloDany de Sousa Nuno Lopes “Malhoa”João Sousa

Cronistas: Luís Serras SousaGuilherme João Ribeiro Telmo SilvaDr. Joaquim Sousa e SilvaFábio RodriguesJosé Eduardo GraçaCésar AdãoJoão Abel Oliveira

Contactos: [email protected]://www.facebook.com/ouremmag https://ouremmag.blogspot.pt

Convidados: Maria Henriqueta Oliveira Arnaldo Moura Marcelo dos Santos

Sumário

4 EditorialObrigado pela motivação!

6 Ourém Ontem Uma História de Muito Amor

7 Ourém HojeParar... ou Inovar?

8 Passado no nosso Presente Praça Mouzinho de Albuquerque

9 Os Condes do CasteloClássicos

12 Novos EmpreendedoresHacktion Planet

14 Uma Empresa com História Joaquim Verdasca Júnior, Herdeiros Lda.

16 De Paraquedas em OurémRoberto Chichorro

18 Um ouriense perdido por...Abu Dhabi

19 MalhoatoonMal sabes tu que é a 1.ª etapa...

20 Associações, Artistas e derivadosGrupo de Teatro Apollo

22 Os Nossos BaresArte Caffe

24 Festas e AfinsUnder Party - Wake Up

26 Opina AíLabirinto da SaudadeTrave MestraPipocas com...Como tratas os teus ouvidosCantinho do NerdRota do PetiscoLimbos do PacíficoViva SaudávelRevoltas futebolísticasSonhos e devaneios

30 Mini Agenda

31 Do Exterior

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Editorial

Obrigado pela motivação!

R apidamente trabalhamos para chegar à segunda edição da Ourém Magazine, mais motivados, confiantes e cada vez com mais vontade de a produzir, muito graças a vocês leitores, que ao longo do mês

de forma livre e espontânea foram apoiando, criticando construtivamente e até mesmo atirando novas ideias para que possamos melhorar a nossa/vossa nova revista. Tentaremos sempre com a vossa ajuda conferir-lhe mais qualidade e interesse, e desde já, toda a equipa faz uma vénia de respeito e agradecimento a todos vós pela excelente forma como fomos recebidos no seio ouriense. O nosso muito obrigado.

Porém, a Ourém Magazine não seria possível sem esta espectacular equipa, que aos poucos vai crescendo não só em quantidade como em qualidade, sinto que o bichinho da revista está a crescer no interior de cada um de nós. Esta experiência que aos poucos vamos construindo tem estado a despertar qualidades que tínhamos escondidas ou simplesmente esquecidas e abandonadas com o passar dos anos.

Como “editor” da revista só tenho duas coisas para vos dizer meus amigos:- Muito Obrigado e vocês são os maiores!!Falando agora da Ourém Magazine, como irão reparar mensalmente

vamos aparecer com uma cara nova tentando dar outro dinamismo à revista, rompendo um pouco com a monotonia de uma revista sempre igual no que respeita o nível visual. Graças aos leitores e às suas criticas, conseguimos passar do caos da primeira edição, para uma tentativa de sequência lógica, entre os diversos temas que iremos abordar, temas esses que também aumentaram devido às ideias que nos têm dado e a esta cidade que tanta história tem para ser contada e partilhada.

Dou início então a esta nova viagem pela Ourém Magazine, e ansiosamente esperamos por novas opiniões e ideias.

João Abel [email protected]

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“É de facto uma sociedade teleguiada de longe por qualquer FMI, por qualquer deus banqueiro, que é imposta aos jovens de hoje, tal como nós, eles

têm que a combater, têm que a destruir, têm que a enfrentar com todas as suas forças, organizando-se para criar a sociedade que têm em mente, que estou

convencido que não é de hoje!”

Excerto de entrevista a José Afonso pela RTP1 em 1984. Pode ser vista em: http://www.youtube.com/watch?v=Q48aFXRjBCo

Ilustração: Nuno Lopes “Malhoa”

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Ourém OntemPor: Luís Serras Sousa

[email protected]

¥ Após a primeira abordagem no enquadramen-to da história de Ourém eis que surge a necessidade de explicar, detalhadamente, como foi e quem foram as pessoas que notabilizaram a importância do castelo de Ourém e que deram os primeiros passos para a for-mação da “Aldeia da Cruz” e mais tarde para a nossa cidade.

Gonçalo Hermigues, filho de Hermigues Gonçalves, her-dou propriedades situadas nesta zona onde ambos tinham nasci-do. Assim aconteceu pelo facto de o seu pai, conhecido como o Lutador, ter morrido em guer-ra ao lado de D. Afonso Hen-riques, em Ourique. Herdara a vocação belicosa do seu pai, que cedo se fez notar quando partiu para Alcácer do Sal com a sua armada, no intuito de reconquis-tar a dita terra aos mouros. Era sem dúvida destemido, mas a sua intenção fracassou. Não obs-tante, os astros e o cupido não o abandonaram. Raptou uma for-mosa moura, de seu nome Fáti-ma, que depressa caíu nos seus encantos. Após ter sido baptiza-da, Gonçalo sugeriu que o novo nome da moura fosse Ouriana. Assim aconteceu e não tardou em haver casamento.

Logo após o casamento foram viver para umas ter-ras de Gonçalo Hermigues, nuns montes a duas léguas

da vila. Este passou a apelidar essas terras de Fátima em homenagem ao antigo nome da sua musa, Fáti-ma. Passado algum tempo, não se consegue descor-tinar quanto, a sua história de amor acabou devido à morte da moura Ouriana. Gonçalo partiu uns tempos mais tarde sem antes ter professado no Mosteiro de

Alcobaça e ter fundado um cenóbio com outros cinco freires.

A infanta D. Teresa, filha do rei D. Afonso Henriques e senhora des-tes lugares, ficou comovida com todo o enredo que envolveu a história de amor entre a moura e Gonçalo Her-mingues. Chamou à sua vila Ourém, sendo que o antigo topónimo era Abdegas, em memória da moura convertida.

Convem elucidar que esta narra-tiva percorre vários séculos estando publicada nas crónicas dos princípios do século XVII. Decerto que haverá outras narrativas que desembocaram no início da história de Ourém mas sem qualquer documento histórico a garantir.

“Para criar, é preciso existir uma força dinâmica,e que força é mais dinâmica do que o amor?”Igor Stravinski

AlmoçosJantaresTake-awayBanquetesDormidas

Tel.: 249 542 415 - Fax: 249 544 405N.ª S.ª da Piedade - 2490 - 677 OURÉM

[email protected]

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Ourém HojePor: Guilherme João [email protected]

¥ Ourém, hoje, está de parabéns pela grande ini-ciativa que caracteriza esta revista! Com ela surge um movimento cívico onde participa de forma ativa um grande grupo de jovens do concelho de Ourém que se preocupa no debate e discussão de temas ligados à actualidade do concelho e que promove a participa-ção dos jovens. Espera-se que com este projecto surja o envolvimento de mais gente com vontade de dar um contributo e que com isso ajude, de certa forma, a mudar as mentalidades que até agora se mantiveram reféns de ideologias e que impediram o crescimento de Ourém tanto em número como em iniciativa.

Essa mudança terá de acontecer progressivamente junto daqueles que nas ideias e valores próprios se pre-dispõem a aceitar o rendimento social de inserção, ou

a aceitar o desempre-go, ao invés de arris-carem numa ocupação que não seja de acordo com a formação que tiveram. Tem vindo a acontecer, em vários casos, o afastamento do conceito de honra e dignidade que está

associado a uma ocupação profissional – motivo sufi-ciente para debilitar o sistema de forma a fazer cres-cer os números de desemprego e o aumento conside-rável dos encargos relativos a subsídios.

Tanto a nível nacional como local a tendência mais preocupante é a evolução da taxa de desemprego. Acen-tuou-se desde o ínicio da crise financeira mundial em 2008, e tem vindo a aumentar até aos dias de hoje. Rela-tivamente a 2013 não há grandes previsões de melho-rias, devido às incertezas na conjuntura económica, mas o mais provável é que se considere um novo agrava-mento. Na certeza que reagir será a melhor forma de amenizar este problema e até de o ultrapassar, seria prudente investir mais na inserção na vida ativa dos munícipes. Apesar de já existir em Ourém uma entida-de responsável por essa inserção e por prestar informa-ções sobre programas de apoio à contratação faz falta que essa informação chegue a todos e da mesma forma.

Para além disso, porque não apostar na divulga-ção e apoio de programas que incentivem a criação de

novas empresas? O que é necessário para se ser empre-endedor? Quais os benefícios e as ajudas que existem e estão disponíveis para empreendedores?

A dúvida relativamente a estas questões persiste, não havendo intenção de cativar aqueles que aposta-ram numa formação superior e aproveitar essas com-petências no desenvolvimento económico local. Com a queda de investimento, falências e pouco interesse em estágios remunerados, dá-se, actualmente, mais rele-vância em subsidiar o desemprego, que é visivelmen-te pior que subsidiar o emprego.

Numa altura em que Ourém se situa num declí-nio acentuado no comércio local, em que as peque-nas e médias empresas, para além de serem em núme-ro reduzido, experimentam agora as adversidades do mercado global, é importante que se distingam aque-las que tragam inovação e se interessem por progra-mas que enriqueçam o concelho premiando-as e tra-zendo-lhes benefícios para que continuem a existir e as fortaleça no futuro.

“honra e dignidade que

está associado a uma ocupação profissional”

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Passado no nosso Presente

Praça Mouzinho de Albuquerque

Fotógrafo: João [email protected]

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Os Condes do Castelo

Reporter: João Abel OliveiraFotógrafo: João Vieira

Um café dentro das muralhas onde tudo tem uma história.

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De Ourém, se olharmos para sul podemos vislum-brar um imponente monte, onde, no seu topo, encon-tramos o nosso maravilhoso Castelo, que apesar da sua íngreme subida, vale a pena, seja para ver a cidade lá do topo, seja para ir a um mini retiro espiritual de bre-ves horas, divagando em pensamentos num dos seus torreões, seja para ir beber a típica “ginjinha dos caste-los”, ou simplesmente, visitar o nosso belo e glorioso património histórico. Chegando ao pátio da Sé Colegia-da de Ourém, vamos subindo passo a passo pela cal-çada antiga e ao nosso lado esquerdo, deparamo-nos com uma larga porta gótica, envidraçada, onde outro-ra era uma garagem de automóveis e hoje podemos encontrar o café-bar “A Espada do Conde de Ourém”, ou “a ginjinha do outro lado” aquela mesmo com elas. Um estabelecimento que está de portas abertas desde 29 de Setembro de 1985, data da visita do então Pre-sidente da República, Ramalho Eanes, para participar na inauguração do jardim onde se encontra a estátua de D. Nuno Álvares Pereira nas traseiras do castelo. Este espaço surgiu no Castelo “porque não havia onde se bebesse um café cá em cima, foi o primeiro snack-bar”, apesar de lá existir duas tasquinhas, e tal como

“todos os cafezitos e até tabernitas, da altura, tinham ginja, abafado, eduardinho (abafado com aguardente), bagaço” essas bebidas para aquecer a alma e despertar o corpo, pois antigamente “ninguém pegava ao servi-ço enquanto não matasse o bicho”, vindo assim des-vendar um pouco a “tradição” da ginjinha no Castelo, foi uma normalidade que se transformou em costume esporádico quando se vai “aos Castelos”, e a “Espa-da do Conde de Ourém” será talvez um dos melhores locais para provar ginjinha a sério, de fabrico caseiro e se quiserem com elas é só pedir.

Já dentro do estabelecimento, encontramos um espaço bastante agradável e tipicamente português, com pare-des brancas onde estão dispostos pequenos pedaços de história, seja familiar ou histórica, como imagens, foto-grafias e armas antigas (espadas e espingarda), mais a baixo, mas ainda no nosso ângulo de visão temos os for-mosos azulejos portugueses (um dos mais importantes suportes para a expressão artística nacional durante mais de cinco séculos), e para além do típico azulejo padrão que se estende pelas paredes com um tapete, vemos tam-bém mais dois painéis em azulejo, um com um antigo brasão da antiga “Villa de Ourém”, e o maior e mais

central onde está desenha-do D. Nuno Álvares Perei-ra com a inscrição na parte de baixo “Café Bar Conde de Ourém”. Dispersos pelo café estão as fortes mesas e bancos, de cor preta, feitos em pinho manso (constru-ídos por um grande artis-ta ouriense, o Senhor Ber-nardino, mas isso será outra história), do mesmo estilo é a enorme estante ao lado do balcão, repleta de recor-dações, relacionadas com a “A espada do Conde de Ourém”, afinal de contas estamos num espaço onde José Hermano Saraiva pôs a própria mesa para almoçar e Amália Rodrigues bebeu café. Para finalizar vem algo que apaixona qualquer pes-

Uma espada nos “Castelos”

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soa nos dias frios e ventosos que se faz sentir lá no alto, uma salamandra para dar aquele conforto e calor ao espaço.

Para nos receber, encontramos o Sr. Raul, instrutor de condução de profissão e historiador e coleccionador ouriense por paixão, dono de uma admirável colecção de automóveis, postais, livros, fotografias, entre tantas outras antiguidades, na sua maioria de origem ouriense ou relacionadas com Ourém, que foi coleccionando e encontrando nos seus passeios pelas diversas zonas do Castelo e das que o circundam, um autêntico livro de história sobre Ourém, um café com este Senhor transforma-se numa fantástica aventura pelo passado ouriense, e a Sra. Josefina, simpática e sempre sincera nas palavras que vai lançando para o ar.

Apesar do turismo ao castelo não ser como noutros tempos, lá se vão aguentando um pouco graças à pousada que vai levando turistas para dentro das muralhas, mas é um Castelo que poderia estar a ser melhor explorado e dinamizado, mas o caminho faz-se caminhando e aos poucos as condições para isso acontecer estão a melhorar.

Um local a visitar no Castelo de Ourém, onde podemos aprender e descobrir histórias ourienses e beber uma ginjinha, ao lado da salamandra, acompanhada de um bolinho caseiro feito pela Sra. Josefina. E assim foi mais uma aventura pelos locais e personalidades “Clássicas” ourienses.

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NovosEmpreendedores

OM – Quando abriu e porquê?Sempre gostei de associativismo, de organização de

eventos e de transformar ideias em realidade. O facto da Hacktion Planet ser um sonho antigo, juntamente com uma situação pessoal de desemprego desencade-aram a motivação necessária para arregaçar as mangas e colocar mãos à obra: criei o meu próprio emprego. A 1 de Setembro de 2008, iniciei actividade como empre-sário individual e registei uma marca nacional. Após pouco mais de um ano, com muito trabalho e igual dose de força de vontade, tinha uma loja aberta ao público.

OM – O que se faz aqui?O projecto / sonho inicial era uma Lan-house, uma

espécie de salão de jogos do século XXI. No entanto, os problemas inerentes de ter este género de espaço numa cidade pequena levaram a que o plano principal (jogos em rede e organização de eventos tecnológicos) deslizasse para um patamar secundário. A actividade principal passou a ser uma loja de informática, ainda que diferente do conceito habitual. O nosso objectivo é a resolução de problemas tecnológicos ao consumi-dor doméstico: reparação de portáteis, consolas e tele-móveis, construção de computadores à medida (leia-se computadores personalizados

e ajustados às necesiidades individuais de cada cliente), consultoria em telecomunicações (agente ZON e Meo) e toda a parafernália relacionada com a tecnolo-gia de entretenimento. Se tem um problema relaciona-do com tecnologia e procura uma loja que dê prioridade ao seu problema especifico com atendimento especiali-zado, estamos aqui para o resolver.

OM – Ter uma loja em Ourém? Como é?A Hacktion Planet é um conceito inovador/diferen-

te e numa cidade pequena faz alguma confusão. Nota-se alguma desconfiança na primeira abordagem, mas sempre que o nosso conhecimento e profissionalismo é testado, passamos

no exame com boa nota. Depois tiramos vantagem da proximidade no atendimento e da melhor publici-dade que se pode obter numa cidade pequena: a de um cliente satisfeito, que não só irá voltar mas que

Hacktion Planet

Casal da CharnequinhaAv. D. Nuno Álvares Pereira, Lote 4 – 1.º Andar

2490 – 570 OurémTel./Fax: 249 544 740

e-mail: [email protected]

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ainda nos recomendará. E a prova disso é que apesar de nunca termos investido em publicidade, não para-mos de crescer.

OM – Estás a colher frutos?Não posso dizer que esteja a enriquecer, mas dada

a conjuntura económica actual, manter a cabeça à tona da linha de água já é positivo. O investimento está quase pago na totalidade mas creio que a mais-valia seja a aprendizagem de gerir uma empresa e ter um espaço aberto ao público; este é, sem dúvida, o melhor dos frutos. Nunca sabemos com o que contar no dia de amanhã e os últimos 4 anos têm sido uma montanha russa. No entanto, não tenho dúvidas nem hesito em afirmar que, até a data, este projecto tem sido muito positivo. Se acabasse hoje, sentir-me-ia realizado.

OM – Como te estás a ajustar nesta economia?Não dou muita importância à histeria, em vez de

nos preocuparmos com o negativismo generalizado, continuamos a trabalhar e a seguir o nosso caminho. Estamos inseridos numa área onde não falta trabalho, optamos por uma estrutura mais pequena com aten-dimento cuidado e praticamos preços justos que nos tornam mais apelativos face à concorrência. Adicional-mente, tentamos não dar um passo maior que a perna mas estamos activos e actualizados: inovar e procurar novas áreas de negócio faz parte na nossa missão. Pro-curamos oportunidades, não ficamos à espera que nos apareçam no colo.

OM – Para quando uma segunda Hacktion Planet?Como referido anteriormente, a Hacktion Planet é

um sonho antigo, ponderado e preparado com tempo necessário para eventualmente funcionar com filiais ou mesmo como um franchising. Tivemos uma ofer-ta que recusámos, porque como empresa jovem que somos, preferimos dar pequenos mas firmes e confian-tes passos. Neste momento, estamos a consolidar a loja de Ourém sem nos preocuparmos com constrangimen-tos geográficos. Soa a cliché mas a Internet é mesmo a aldeia global.

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Uma Empresacom História

Apresentamos mais uma nova secção da nossa revista onde queremos dar a conhecer as várias empresas com história e lembrando assim quem, ao longo dos anos, tem vindo a desenvolver económica e socialmente Ourém.

Joaquim Verdasca Júnior, Herdeiros, Lda

¥ Decorria o ano de 1941, quando Joaquim Verdasca Júnior na sua inquietude empreendedora abre as por-tas da empresa com o seu nome.

Um Pouco de História:Uma empresa que desde os seus primórdios cons-

truíu os seus pilares na constante adaptação aos merca-dos e aos tempos pelos quais vão passando (Darwin), pilares também eles baseados nos princípios do seu fun-dador que incutiu na Joaquim Verdasca Júnior a hones-tidade, seriedade nos negócios e a sempre presente res-ponsabilidade social. A “Verdasca” está sediada em Ourém desde o seu nascimento, surgindo numa altu-ra em que os meios de comunicação para contactar e encontrar os seus clientes se resumiam à bicicleta e ao comboio mas que aos poucos e poucos evoluiram e com eles a empresa foi crescendo facilitando assim a comu-nicação com os clientes e fornecedores.

Posteriormente ao desaparecimento do seu líder e fundador a Joaquim Verdasca Júnior passa por algumas dificuldades, mas rapidamente e influen-ciada pelos princípios incutidos pelo seu faleci-do criador, a empresa volta ao ataque, também gra-ças à transformação de que é alvo. Em 1981, data da remodelação, a Verdasca evolui para uma socieda-de por quotas onde adquire então a actual denomina-ção social – Joaquim Verdasca Júnior, Herdeiros, Lda.

Oficina de reparações em:Automóveis Ligeiros e Pesados

Chapa e Pintura

Tel.: 249 539 180 / 249 531 635Fax: 249 539 189Telm.: 91 9975848

E-mail: [email protected] - seca (Estr. Batalha)

2495 - 405 FÁTIMA

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Hoje em Dia: A Joaquim Verdasca Júnior, Herdeiros, Lda tem

vindo a crescer degrau a degrau, chegando assim bem a cimentada aos dias de hoje, muito devido a uma experi-ência adquirida e conquistada ao longo dos seus longos 71 anos de vida e também devido a uma gestão estra-tégica onde a pedra angular se baseia na satisfação das necessidades dos seus clientes.

A Verdasca é uma referência nas diversas áreas de negócio onde actua, mais propriamente: Jardinagem, Silvicultura, Máquinas e Ferramentas para o trabalho da Madeira. Uma empresa que tem vindo sempre a demonstrar um grande profissionalismo e óptima qua-lidade no que toca à importação, comercialização e assis-tência técnica nos produtos que vende e representa, daí o portefólio de marcas que representa (Kawasaki, Vmaq, Oregon, Weibang, Snapper entre tantas outras marcas de qualidade), fazendo com que a vendas anuais ascendam a um número por volta dos quatro milhões de euros.

Mas toda esta história não teria acontecido se não fosse a visão de Joaquim Verdasca Júnior e toda uma equipa orientada para o sucesso que tem acompanha-do a empresa sempre com os olhos postos no futuro, mas lembrando à clara luz os pilares na qual a empre-sa foi criada.

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De Paraquedasem Ourém

Roberto Chichorro

Nesta segunda edição, devido à exposição decorrente durante o mês Abril na galeria do Castelo de Ourém decidimos fazer uma breve entrevista ao pintor Roberto Chichorro, pois também ele caiu de paraquedas em Ourem, mais propriamente no Vale da Perra.Como na primeira edição tentámos saber o porquê da sua vinda para Ourém entre outras questões. Marcámos então a entrevista com Roberto Chichorro que amavelmente nos recebeu em sua casa, onde nos mostrou algumas obras de sua autoria, o seu atelier de pintura, e ainda a sua (magnifica!) vista sobre o Castelo de Ourém.

OM - Porque é que decidiu fixar-se em Ourém?Primeiro de tudo, porque gostei realmente desta

cidade, foi uma paixão, e as paixões não perguntamos porque acontecem, simplesmente acontecem. O que me levou a descobrir a cidade de Ourém foi a editora/livra-ria “Som da tinta” da qual me tornei sócio, com isso comecei a visitar Ourém mais frequentementee a aper-ceber-me de que realmente gostava da cidade.

OM - Como é viver da arte, especialmente numa altu-ra de crise que Portugal atravessa?

Viver da arte nunca foi fácil, é um bocado como viver de quimeras porque as pessoas compram uma obra porque gostam, porque se apaixonam, houve épocas em que a compra funcionava em parte como investimento. É uma área onde é difícil prever o dia de amanhã, por diversas razões pois nunca se sabe se as pessoas gostam, se se continua a ter a aceitação e prin-cipalmente nestes tempos onde os apoios escasseiam, galerias fecham portas e as pessoas têm menos dinhei-ro, chega a ser um bocado assustador.

OM - Tem algum pintor que considere uma referência?Não tenho nenhum pintor que considere uma refe-

rência essencial, tenho sim alguns pintores que admi-ro as suas obras, como Degas, Renoir, Picasso que foi quanto a mim um grande inovador no modo de pin-tar e das pessoas interpretarem a pintura, e Miró que admiro bastante porque pintava quadros com cor, bas-tantes cores!

E pintores Portugueses?Dos nossos pintores gosto das obras de Júlio Resen-

de, Júlio Pomar. Admiro também a Paula Rego, que considero uma pintora excepcional, embora a pintura dela seja um pouco pesada… e que me choca. Resumin-do, gostaria de ter um quadro da Paula Rego fechado num cofre, para ter na parede da minha sala de estar talvez escolhesse Júlio Resende.

Considera que o Concelho de Ourém dá os apoios necessários, não só relacionado com a arte, mas com a cultura em geral?

Eu ainda estou em Ourém há relativamente pouco tempo, portanto não consigo dizer, se actualmente há um maior apoio do que já houve num determinado pas-

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Nome: Roberto Carneiro de Alcáçovas de Sousa Chichorro

Naturalidade: Maputo

Data de Nascimento: 19/07/1941

Profissão: Artista Plástico

Prémios: “Prémio da Aquisição”, no Salão de Arte Moderna, Luanda, 1973, “Menção Honrosa”, no Salão de outono do Casino Estoril, em 1987, e “Menção Honrosa” na Bienal de Óbidos, em 1991.Autor do monumento comemorativo do centenário da República recentemente inaugurado em Ourém.

Bio

sado. Com as pessoas com quem tenho lidado, deno-to um esforço na preocupação pela cultura e organiza-ção de eventos (a remodelação da galeria do Castelo e a escola do Vale da Perra são um bom exemplo disso mesmo), agora até onde podem ir… a questão é um problema de fundo… um problema do núcleo… um problema económico.

Consegue definir Ourém em poucas palavras?Ourém é um sítio agradável, com uns arredores

lindíssimos e com uma componente histórica bastan-te interessante, mas que no entanto enquanto cidade considero que esteja um bocado adormecida; podiam ser criadas mais iniciativas de apoio ao que se faz den-tro de Ourém, digo isto por exemplo e mais especifi-camente em relação á área de escultura… quiçá colo-car obras em exposição pelas ruas, esquinas e praças

Ourienses de autores locais. Poderia servir tanto para divulgação como para incentivo do artista, bem como para “dar vida” e dinâmica à cidade.

Ourém tem condições para ter mais vida, uma coisa que reparo é na quantidade de músicos que existem na cidade, aos fins-de-semana deviam haver espectácu-los nas ruas… reparem, se formos a um Domingo ao centro da cidade, notamos que está “morta” e deserta.

Em suma um maior aproveitamento tanto das gen-tes como dos espaços Ourienses.

Por último, pensa um dia voltar a Moçambique?Voltar definitivamente não está nos meus pla-

nos, mas claro que não posso afirmar com certeza. Por agora estou feliz onde estou.

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OM – Há quanto tempo andas perdido?Antes de mais, parabéns pela Ourém Magazine e

muito obrigado por este convite.Não diria propriamente “perdido”, mas foi há 12

anos que deixei de ver “os castelos” diariamente.Em 2000 passei a vê-los ao fim-de-semana, quando

fui estudar para Lisboa, e há cerca de 4 anos passei a vê-los bem menos vezes, quando emigrei.

OM – O que te levou a ires?Quando comecei a traba-

lhar, ainda não se imaginava esta crise… Mas quase todos os projectos em que estava envolvido eram no estran-geiro. Esse sinal e a vontade de conhecer outras realida-des levou-me primeiro para Inglaterra e depois trouxe-me até aqui.

OM – Que fazes tu aí?Profissionalmente, sou

Gestor de Projectos no ramo da Engenharia Civil. Tenho trabalhado sobretudo em projectos de pontes e infra-estruturas aqui para Abu Dhabi. Nos tempos livres... depende da altura do ano! Durante cerca de 8 meses é tempo de esplanadas, praia, mar, pic-nics no deserto e todo o tipo de actividades ao ar-livre. No verão, o calor obriga a ficar em casa ou, pior, a ir até ao centro comercial!

OM – Vale a pena?Felizmente estou aqui por opção, e portanto a única

resposta que posso dar é que sim, que vale a pena.As conversas sobre os prós e contras são frequen-

tes entre os emigrantes, porque todos temos saudades.É uma questão de pesar conscientemente estes prós

e contras; ou seja, não tomar decisões nos dias imedia-tamente antes ou depois de visitar Portugal!

Penso que o balanço terá de ser feito no final da aventura: “Valeu a pena?”. Nessa altura, espero poder também responder que sim.

OM – Como é isso em Abu Dhabi?Eu nunca tinha ouvido falar em Abu Dhabi antes de

vir para cá, portanto começo por aqui: Abu Dhabi é a capital dos Emirados Árabes Unidos (Dubai, bem mais conhecida, é a outra grande cidade). Os EAU são um país com uma população e um tamanho semelhantes aos de Portugal, mas cujas semelhanças terminam ai!

Acho que se pode dizer que Abu Dhabi, como cida-de, resulta da combinação de três factores: o petróleo, a religião e o clima. Assim se explica, entre outras coisas, o seu rápido cres-cimento e prosperidade e o paca-to estilo de vida da sua sociedade multi-cultural (80% de imigran-tes!).

OM – Onde te informas sobre Ourém?

Hoje em dia tudo está na internet, e as boas novas de Ourém não são excepção. Mas o meu meio de informação favori-to continuam a ser os telefone-mas para a família e amigos! E claro, agorahá que estar atento à Ourém Magazine...

OM – Pensas algum dia voltar?Sem dúvida. Pelo menos para Portugal; quem sabe

para Ourém... Mas a tua pergunta é bem mais fácil que outra, mais comum: “Quando pensas voltar?”

Um Ouriense perdido por...

Abu-Dhabi

Nome: João Sales

Naturalidade: Ourém

Data de Nascimento: 13/12/1982

Profissão: Project Manager na empresa KEO International Consultants

Bio

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MalhoatoonPor: Nuno Lopes “Malhoa”[email protected]

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Associações, Artistas e Derivados

Grupo de Teatro Apollo

OM – Quando surgiu e porque?O Grupo Teatro Apollo do Cen-

tro Cultural e Recreativo de Pêras Ruivas surgiu em 1996, numa altu-ra em que me foi pedido uma ajuda para arranjar um texto para um conjunto de pessoas que preten-diam fazer uma peça de teatro em Pêras Ruivas. Do texto à colabora-ção efetiva foi um ápice, e digo sem-pre, que o Grupo surgiu através de um acaso, que não se sabia se iria ter continuidade ou não. Foi um feliz acaso que depois da primeira peça começou a ganhar contornos, veio uma segunda peça, uma ter-ceira, tudo cresceu de forma muito espontânea.

OM - Como explicam o enorme crescimento que estão a ter?

Julgo que o nosso crescimen-to enquanto Grupo tem a ver com a forma com que temos desenvolvido o nosso trabalho. Hoje olhamos os projetos de forma diferente e mais consistente do que há 15 ou 16 anos, como é natural. Mas o início tam-bém foi muito importante. O que se pretende é que este crescimento seja acima de tudo uma consolidação. Procuramos trabalhar por semestres, com agendas de espetáculos planeadas. É tudo uma questão de vários factores. O crescimento nunca está terminado. Prefe-rimos trabalhar no momento e com uma janela tem-poral de seis meses, por exemplo, e daí tirar o melhor proveito possível. Acima de tudo, o que nos move é o prazer de estar no palco e isso é o mais importante. Não queremos crescer sem viver os projetos. Costumo dizer que fazer um grupo, é uma tarefa mais fácil que mantê-lo, dar-lhe vida e permitir que cada um tenha o seu espaço, a sua motivação e a sua alegria enquan-to membro do grupo. E é isso, a meu ver, que o Grupo Teatro Apollo tem sabido gerir. Conseguimos manter este grupo numa dinâmica de espetáculos, de agenda, de rotinas, que nos torna mais fortes enquanto grupo.

Sem esta rotina, sem sabermos que temos uma agen-da semestral pela qual nos guiamos, é difícil manter-mos- nos vivos. Além disso, não posso deixar de frisar, que as pessoas que estão no Teatro Apollo têm naque-le grupo, um conjunto de amigos que é importantíssi-mo para o nosso crescimento. Se gostamos de teatro, e se ainda por cima, o podemos fazer com pessoas de quem gostamos e com as quais temos empatia, os pro-jetos fluem de uma forma muito boa.

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OM - Acham que os oureenses são bons adeptos de teatro?

O Grupo de Teatro tem sido ao longo dos seus 16 anos, acarinhado pelos ourienses, sim. Os nossos espe-táculos têm afluência de público de Ourém, sobretudo no Festival Cenourém. Tudo faz parte de um trabalho através do qual vamos habituando o público e tendo dele a estima e a crítica. Isto é sinal que o público já nos reconhece, que gosta de nos seguir, que vê aque-le espetáculo mas que pergunta pelo próximo. Procu-ramos estar sempre disponíveis para projetos que nos são apresentados e isso também passa para o público.

OM - Quais são os objectivos do Grupo de Teatro Apollo?

Manter uma continuidade enquanto grupo em ter-mos de espetáculos, de agendas e sobretudo continuar a ter prazer de fazer teatro, dar ao público espetáculos dos quais se lembrem durante muito tempo. Acho que nenhum dos elementos do grupo é desprovido destes objetivos. Preferíamos viver o presente e depois logo vemos o que acontece. Brincamos em palco mas com muito respeito por ele. Além disso, desde há 4 ou 5 anos a esta parte, que fazemos espetáculos no Torreão do Castelo de Ourém. Este é um dos objetivos que pre-tendemos continuar. Ou seja, fazemos espetáculos no Torreão onde ficamos residentes durante um, dois ou três meses, dependo da disponibilidade.

OM – Para quando grandes palcos do teatro nacional?São os que pisamos sempre que vamos para palco.

Há palcos e há entrega em fazer um bom espetáculo. Se alguma vez formos mais além, cá estaremos.

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Os Nossos Bares

Situado na zona ribeirinha de Ourém (Parque Linear), na rua Melvin Jones, possui umas instalações da mais alta qualidade. Como de um castelo se tratasse está rodeado

por um fosso com agua, dando sempre um primeiro contacto com o edifício muito interessante, já lá dentro encontramos um espaço onde a luz solar penetra de uma forma fantástica, graças a uma lateral apenas composta por vidro. Um estabelecimento bonito, bem decorado e acolhedor, que tem direito até a palco no seu interior, ou seja, um óptimo espaço para assistir a espectáculos de musica, teatro e moda algo que a gerência tem como um dos objectivos para o espaço.

Caminhando para o exterior onde uma enorme esplanada surge, um dos melhores locais em Ourém para a degustação de uma imperial fresquinha e tremoço, numa qualquer tarde de verão, resumindo, Sol, tranquilidade e uma imperial. O sol cai no

horizonte e o arte transforma-se, a caipirinha e o gin tónico começam a ser servidos, a multidão vai ficando alegre e efusiva com todo este espírito criado à volta de uma qualquer festa, seja halloween, carnaval ou as tão famigeradas festa de aniversário do Arte Caffé que tantas histórias e mitos memoráveis criaram na comunidade nocturna ouriense.

Pode-se concluir que o “Arte”, seja de dia para um café tranquilo ou uma imperial ao sol ou de noite para um espectáculo cultural ou simplesmente para uma caipirinha é sempre um estabelecimento a visitar em Ourém!

Arte Caffé

Bem-vindos ao Arte Caffé, aberto desde 20 de Junho de 2005, um estabelecimento que veio enriquecer e dar um pouco de glamour à nossa noite ouriense.

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Publicite aqui o seu negócio

Para mais informações contacte:

[email protected]

916505756

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Tendo em conta que o objectivo é dinamizar a noite de Ourém, optei por iniciar o projecto “Under Party”, com o objectivo de realizar uma festa por mês na nossa cidade. Pela terceira vez consecutiva, a festa “Wake Up” foi realizada a 30 de Março de 2012, no Solar da Amizade onde participaram dj’s como Abelix, Rafa-L, TheGuess, Capton, John Francyz e o grande convidado Contraband.

Superando os objectivos, a adesão do público foi formidável, com um feedback muito positivo. Aguardam-se surpresas para a 4º edição que se efectuará em breve...

João SousaFotógrafo: Miguel Pessanha

Under Party - Wake Up

Festas e Afins

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Esta coluna de opinião mensal pretende ser uma conversa com o leitor da nossa região levando-o a identificar e questionar, características desta magazine, um conjunto de realidades estabelecidas, a nível local, regional, nacional e/ou internacional. Assim, assume-se como um fórum de políticas (policies), por oposição a um comentário político (politics). De facto, e ao contrário das expressões entre parêntesis, a nossa língua induz uma provável confusão ao não diferenciar com clareza, conteúdo e forma.

A ideia surgiu de um seminário que frequentei em Florença, “The Why seminar”, onde um professor americano confrontava friamente a realidade com modelos ideais.

Aqui chegados, propunha-vos identificarmos a cada mês, um par de componentes deste “edifício” que é a nossa sociedade, fazendo um teste à solidez das suas traves mestras.

Neste mês de Abril tenciono testar uma componente regional a uma internacional.O modelo de distritos vigente coloca Ourém integrado em Santarém, e não em Leiria. Será verdade que os elementos

de identificação que temos com Santarém superam os que temos com Leiria? Ou será que nos consideramos apenas habitantes da região centro de Portugal, por oposição a uma identificação litoral versus interior?

A segunda trave mestra que me propunha observar relaciona-se com a ligação do mundo ouriense ao globo.Será descabido imaginar que Ourém pudesse possuir, no seio do seu concelho, uma infra-estrutura aeroportuária,

de baixo custo, que fizesse a ponte entre estes dois mundos? O que ganha Portugal em dar asas a Beja e negar o voo a Fátima? Como seria Ourém e a sua região, se fosse diário o contacto com o turista/investidor alemão, americano, italiano ou japonês?

Hoje, procurámos testar a solidez de duas traves mestras. Como sobreviveram elas ao abalo provocado pela dúvida? Não poderíamos hoje reforçá-las com melhores materiais?

Concluiria com um obrigado a todos, em especial nesta edição de primavera, motor de renovação, assim como o é a pergunta.

O Labirinto da Saudade é o título de um livro do filósofo, professor e mestre Eduardo Lourenço. Eduardo Lourenço (E.L.), nascido em São Pedro do Rio Seco no ano de 1923, distrito da Guarda, estudou filosofia na Universidade de Coimbra e leccionou literaturas portuguesas em Universidades Alemãs e Francesas, estabelecendo-se definitivamente em Nice, onde se tornou professor jubilado (aposentado) em 1988. E.L. É a primeira pessoa a receber os dois prémios máximos da literatura portuguesa: o Prémio Camões (1996) e o Prémio Pessoa (2011). No seu livro “O Labirinto da Saudade”, o autor abstrai-se um pouco do “estilo filosófico puro”, e confronta-nos com o que é ser-se Português. O livro é publicado em 2000 e fala sobre os traços de identidade do Português e sobre aquilo que nos preenche o espírito bem como sobre as razões mais fundas da nossa existência.“O nosso surgimento como Estado foi do tipo traumático e desse traumatismo nunca na verdade nos levantámos (…)”. “A mistura fascinante de fanfarronice e humildade, de imprevidência moura e confiança sebastianista (…) está ligada a esse acto sem história (…). Esse acto sempre apareceu (…) do providencial”. Para E.L. quer o surgimento de Portugal, quer o mito Sebastianista “do salvador que virá” são reflexos da nossa identidade nacional. Acrescenta: “Nela (na identidade nacional) se reflecte a consciência de uma congenital fraqueza e a convicção mágica de uma protecção absoluta (…) ”. Esta dualidade entre complexo de inferioridade e superioridade é uma constante ao longo do livro, e é à sua luz que a obra nos ausculta o espírito. Desde a nossa exaltação dos “Descobrimentos”, até à esperança que um D. Sebastião ou um Salazar virá para nos garantir “protecção absoluta”, pensamos que temos as rédeas da nossa vida, mas estamos sempre à espera de uma “luz”. Eu acrescento, nem uma luz virá, nem as supostas “luzes” que se possam apresentar servem para iluminar. Penso que daí venham, também, as sucessivas emigrações e “pedidos de ajuda externa”: o reconhecimento da nossa incapacidade individual e colectiva de organizar a nossa vida, procurando por uma mão que nos guie, oriente e nos dê que comer. Procurando uma luz, que não existe, senão em nós mesmos.

O Labirinto da Saudade

Trave Mestra

Por: Fábio Rodrigues // [email protected]

Por: Eduardo de Bragança // [email protected]

Opina Aí

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Como tratas os teus ouvidosConvidados: 1º Maria Henriqueta Oliveira // 2º Arnaldo Moura // 3º Marcelo dos Santos

Nasceram em 2002 num tributo a Carlos Paredes - O génio da guitarra Portuguesa. “Lis-boa Mulata”, lançado em 2011, é o mais recente álbum de Tó Trips e Pedro Gonçalves den-tro do habitual ambiente instrumental de NeoFolk com um pouco de Fado à mistura. Vol-taram às origens com um álbum mais cru. Desta vez sem a orquestra de Caveiras, e com a participação de Camané na declamação de um texto de Sérgio Godinho na faixa “Ouvi o texto muito ao longe”. Como sempre nos habituaram ao tema de Lisboa nos seus álbuns, este não foi excepção, embora que se diga ser o álbum africano dos Dead Combo, eu discor-do. Continuam a deliciar-nos com a sua vertente musical que nos faz sonhar com a velha cidade de Lisboa Bairrista.

Para aqueles que acham ou desconhecem que Portugal tem muito boa música aconse-lho a ouvirem, enquanto deliciam um bom vinho.

O mais recente lançamento dos Gala Drop, depois do albúm homónimo em 2008 e de Overcoat Heat em 2010, não foi escolhido por acaso. Do trio português faz parte um ourien-se nos comandos da bateria, o Afonso Simões. Na gravação deste EP destaca-se a colabora-ção com o lendário Jerry the Cat, nas congas, e do talentoso guitarrista Ben Chasny. Com 3 temas carregados das mais variadas influências, com uma progressão e experimentação bastante bem conseguidos, é garantida uma viagem musical de grande qualidade na com-panhia destas três faixas. Depois de uma digressão pela Europa, voltaram a Portugal para culminar com um concerto no Lux em Lisboa e outro no CITAC em Coimbra. Em breve estarão no Optimus Primavera no Porto a partilhar o seu ritmo contagiante que não deixa ninguém indiferente.

De jovem promessa, a jovem certeza no panorama do hip hop português, Deau lançou finalmente o seu primeiro álbum no passado mês de Janeiro de nome “RetiEssências”. O alegado primeiro filho de Deau que foi construído em parceria com o Dj D-One, produtor de todos os instrumentais do álbum, começa desde logo com um trocadilho no próprio títu-lo conjugando duas palavras que traduzem muito sobre o álbum, reter a essência.

O rapper do norte especialista em improviso, apesar de ser um nome pouco sonante aos ouvidos de quem não é um seguidor assíduo de hip hop português, começa a marcar uma posição de relevo. O seu álbum com um enorme cariz de intervenção social, vai desde o mais pessoal “Teresinha” ao mais interventivo “Basta acreditares”, mostra-nos como se consegue conciliar rima inteligente com flow e festa. Sem dúvida um álbum verdadeiro, bem conse-guido, que, em concerto, contagia mesmo quem não segue o mundo do hip hop nacional.

Dead Combo“Lisboa Mulata”

Gala Drop“Broda”

Deau“RetiEssências”

League of Legends

Desde 2009, que “League of Legends”, tem vindo a ganhar cada vez mais popularidade nas comunidades online e no “e-sport” encontrando-se disponível nos torneios profissionais. O jogo referido, anteriormente, é “Free-to-play”, ou seja, qualquer pessoa pode efectuar o seu registo e realizar o seu download, através do site da Riot Games, produtora do League of Legends. O estilo de jogo, em que é possível inseri-lo denomina-se “MOBA” (multiplayer online battle Arena) no qual, cada jogador seleciona e utiliza uma personagem e a evolui no decorrer de cada confronto. O jogo consiste na disputa entre equipas de 5vs5 ou 3vs3. A competitividade e o trabalho de equipa neste jogo reina, o que leva as equipas a trabalhar de maneira coordenada para ganhar os confrontos (cada confronto pode demorar entre 20 minutos a 50 minutos). O jogo oferece uma grande variedade de personagens que podemos escolher para utilizar nos confrontos com os outros jogadores. Estas personagens podem ser compradas com pontos adquiridos durante o jogo ou por transferências monetárias. Cada personagem tem atributos e estilos de jogo próprios, o que gera preferências em cada jogador de League of Legends no que respeita a escolha dos “champions”. Sendo assim, possível concluir que League of legends é um jogo online grátis em que a coordenação e as competências das equipas e dos jogadores podem garantir a vitória.

Site oficial : http://euw.leagueoflegends.com/

Cantinho do NerdPor: Dany de Sousa // [email protected]

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Rota do PetiscoPor: João Abel Oliveira // http://1cafee1bagaco.blogspot.pt

Pica-PauPalheiro

Este novo espaço aparece para dar espaço aos nossos botequins, tascos, tabernas ou como gosto de os intitular, “Casa de Pasto”, onde o típico petisco português e a loira fresquinha são obrigatórios.

Nesta primeira Rota do petisco fomos à caça do Pica-Pau do Palheiro (Alqueidão), dia de jogo do Benfica, e como é do conhecimento geral de quem visita aquele estabelecimento, quando os encarnados marcam um golo saí rodada geral, infelizmente não marcaram um único golo. Falando então do mais importante o Pica-Pau, chegou servido numa caracterís-tica frigideira de barro, pedacinhos de carne com tempero a preceito, ou seja, aquele pican-te óptimo que deriva logo para a lubrificação do canal com uma imperial, acompanhado de um bom punhado de pickles para travar um pouco aquele forte tempero do Pica-Pau, quan-to à dose pode-se dizer que é bem servido e a um preço acessível para a maioria das cartei-ras. Resumindo, sim é um espaço interessante para ver um bom jogo de futebol, petiscar e malhar umas boas cervejolas.

Por: César Adão // http://oslimbosdopacifico.blogspot.pt/

“Meridiano de sangue”, de Cormac Mc Carthy: literatura em carne viva. A boa literatura tem o condão de nos morder as entranhas, de nos causar dor física. “Meri-

diano de sangue” é literatura em carne viva. Pode ser referido como um romance de frontei-ra, ou mesmo um Western, mas sabemos que para construir a sua “Great American Novel”, Cormac Mc Carthy subverteu por completo o sistema de valores da grande tradição épica da literatura americana.

O livro retrata a odisseia de violência que marcou a fixação da fronteira entre o México e os Estados Unidos, no final do século XIX, no apogeu de um conflito que envolvia mercená-rios, tribos índias, soldados renegados e pistoleiros a soldo. Sob os céus abertos e os horizon-tes longínquos da paisagem do oeste americano, o perigo e o confronto comprimem o ample-xo do ar, emboscando o leitor na claustrofobia própria de quem contempla o medo ancestral dos primeiros homens. As personagens desta obra são maiores que a vida: são átomos na implosão da história, arquétipos perfeitos saídos das entrelinhas de Darwin. E “Meridiano de sangue” é a fronteira do homem elementar: só terror, só prodígio, só instinto. É a violên-cia pródiga que fez o tempo e o mundo. Simultaneamente Génesis e Apocalipse.

Meridiano de Sanguede Cormac McCarthy

Limbos do Pacífico

Dei por mim a pensar o que haveria de escrever na primeira coluna de cinema, ideias não faltam, mas acabei por decidir falar sobre um filme que vi recentemente e me surpreendeu positivamente. Midnight in Paris, do realizador Woody Allen (esse grande maluco que namora com a filha adoptiva) e o actor com o nariz mais torto de Hollywood, fala-se claro de Owen Wilson.

Começo a ver o filme e vejo o Owen Wilson metido em mini-viagens no tempo, na companhia de Rachel McAdams a interpretar a típica noiva, que nada tem a ver com o marido, pensei: “eit mais uma porcaria de uma comédia romântica”... erro crasso! Para mim este filme é, ao mesmo tempo, uma mini-lição da história parisiense e da arte em geral que aborda a questão do saudosismo, do “antigamente é que era” (que tanto diz aos Portugueses) e da procura incessante da suposta felicidade/perfeição. Não sendo um apreciador de romances, devo admitir que os 100 min que demora não me custaram minimamente a passar.É um filme leve, que entusiasma e que à partida, poderia fazer prever um final óbvio, em que o escritor se iria aperceber que não se deveria prender ao passado ou a uma determinada época dourada e regressar para junto da sua mulher, mas até aí me surpreendeu.

Um óptimo filme que diz aos espectadores para viverem o presente, com o bónus de ficarmos a conhecer um pouco da personalidade de alguns artistas como Salvador Dali, Picasso, Ernest Hemingway, entre outros. Resta saber depois de Vicky Cristina Barcelona e de Midnight in Paris, quando Woody Allen nos irá brindar com um filme sobre a cidade das sete colinas. Paris pode ser mais bonita à chuva, mas Lisboa num bom dia de sol virada ao rio também não fica nada mal.

Pipocas com...Por: João Melo // [email protected]

Midnight in Paris de Woody Allen

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10 (+ 5) “ Mandamentos”/Conselhos de Alimentação1 Comer devagar e fazer refeições preferencialmente sentado

à mesa, com a família, em ambiente agradável e repousante, sem televisão aos berros nem zaragatas para descarregar tensões, cal-mamente, sem pressas, dialogando e confraternizando;

2-Mastigar bem os alimentos. Convém lembrar que temos den-tes para o efeito e que o nosso estômago não está dotado de tais “ferramentas”;

3-Ensalivar bem os alimentos (incluindo líquidos e alimentos pastosos). A digestão inicia-se na boca;

4-Limitar o consumo de sal (utilizar limão e vinagre para tem-perar). O aroma e sabor dos cozinhados pode ser conseguido com ervas aromáticas e um “cheirinho” de especiarias;

5-Evitar fritos, assados gordos, refugados, grelhados carboni-zados e molhos;

6-Moderar o consumo de álcool. Evitar bebidas aperitivas e digestivas;

7-Não dispensar a sopa, verduras, hortaliças e legumes com consumo diário generoso, frescos ou congelados, crus ou cozinha-dos, e fruta fresca madura;

8-Evitar o consumo de patês, enchidos, entremeados, fumados e outras salchicharia e charcutaria;

9-Utilizar preferencialmente o azeite como gordura de confe-ção e de adição (para cozinhar e temperar);

10-A alimentação deve ser apelativa (“os olhos também comem”), apaladada, variada, diversificada, equilibrada, indivi-dualizada (atendendo ao sexo, idade, actividade/profissão), e ajus-tada às necessidades de cada indivíduo;

11 São desejáveis intervalos de três horas no mínimo, a quatro horas no máximo, entre as quatro a seis refeições diárias recomen-dadas. O primeiro almoço deve ser substancial e o almoço maior que o jantar. É aconselhável merendar a meio da manhã e da tarde. Quem se deita mais tarde não deve esquecer a ceia;

12 As refeições devem ser pouco volumosas e fáceis de digerir; 13 Restringir o consumo de gorduras, sobretudo as sobreaque-

cidas e saturadas. Aparar e rejeitar as gorduras visíveis de carnes e peixes antes de os pôr no tacho a cozinhar;

14 Cozinhar preferencialmente com pouca água, em vapor ou numa panela de pressão;

15 Evitar (o perigoso e potencialmente fatal) jejum noturno prolongado – superior a 10 horas.

Nota: Beba água com e sem sede, mantenha um peso adequa-do com controlo periódico e pratique exercício físico regular.

O futebol é o desporto mais popular do mundo, 50% da população mundial são mulhe-res, portanto é inegável o potencial do futebol feminino no mundo e mais particularmente em Portugal, devido à tradição futebolística do nosso país. Ainda assim, tarda o investimento e vai-se adiando um crescimento que nos permiti-ria competir ao mais alto nível no futebol femi-nino. Felizmente tem havido uma mudança de mentalidade e vão havendo cada vez mais pra-ticantes, aumentando também a qualidade das jogadoras, prova isso o cada vez maior número de jogadoras a profissionalizarem-se (além fron-teiras, claro está). Infelizmente, o futebol femini-no carece de bases e grande parte das pratican-tes começa a jogar na equipa principal por não haver escalões de formação, e até estes estarem bem consolidados no nosso país, será impossí-vel competir de igual para igual no panorama internacional.

O nosso Clube Atlético Ouriense é um exce-lente exemplo do bom trabalho que se tem feito, onde para além do 1º lugar conseguido na 1ª fase do Campeonato Promoção (2ª Divisão Nacio-nal), é o clube que mais jogadoras cede à Selec-ção Nacional de Sub-19 e contam ainda com uma equipa de formação que compete na Associação de Futebol de Leiria. Este é um sinal claro do potencial da cidade de Ourém e a prova de que esta equipa poderá elevar o nome da cidade a nível nacional, à imagem do que o hóquei em patins da Juventude Ouriense fez há uns anos atrás, quando participou na 1ª Divisão Nacional.

Podendo concluir-se que se algum dos clubes grandes apostar no futebol feminino, a modali-dade terá um crescimento enorme, a visibilida-de da mesma irá aumentar e com maior cobertu-ra da imprensa, haverá também um aumento do interesse dos investidores, podendo nascer novas oportunidades de negócio.

Por tudo isto, não valerá a pena a aposta?

Viva SaudávelPor: Dr. Joaquim Sousa e Silva // [email protected]

Revoltas FutebolísticasPor: Telmo Silva // [email protected]

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Sonhos e Devaneios

Mini Agenda...

Por: João Abel Oliveira // http://1cafee1bagaco.blogspot.pt

Um sonho no Inter-cidadesOlho para o relógio da estação, os ponteiros batem

nas 10:32, o sol a raiar lá do alto já me aquece a care-ca, está um dia bonito de se ver, de orelhas levanta-das, tento entender os ruídos de aviso, sobre as che-gadas dos comboios. “Vai dar entrada na estação o Inter-Cidades com destino a São Bento-Porto”, apres-so-me a dar os últimos bafos no cigarro, que tinha aca-bado de enrolar, pego na mochila e sigo até ao lugar que me foi atribuído, ora que espectáculo, hoje tenho direito a assento à janela. Já sentado, instalado e pronto a partir, encosto-me para trás e dou início ao deslum-brar da paisagem, que uma viagem de comboio pelo nosso magnifico Portugal nos oferece.

Adoro observar o passar rápido das diversas vilas vistosas e movimentadas que rodeiam a linha férrea, sinal que a desertificação é apenas uma miragem e que o nosso pais está em franco desenvolvimento, devi-do ao êxodo urbano, que finalmente tem existido nos últimos anos, finalmente vejo Portugal a correr com as duas pernas (o litoral e o interior). Normalmente, quando acabam as pequenas vilas, rapidamente sur-gem grandes área¬s de cultivo até perder de vista, vinhas, oliveiras, cereais, árvores de fruto, sobreiros entre tantos outros produtos agrícolas, que nós portu-gueses, sabemos tão bem cultivar e sempre com altos índices de qualidade. Continuo com os olhos postos nesta ilusória mas apaixonante janela para o exterior

e já a meio da viagem, dou por mim completamen-te apaixonado pelas inúmeras fábricas que se erguem na paisagem, apresentando um óptimo estado e a fun-cionar, grandes edifícios em tijoleira antiga, cheios de gente a trabalhar alegremente, a produzir belos artigos em cerâmica, a construir estruturas de metais que irão ser utilizadas em estufas nos campos verdejantes do nosso País, grandes armazéns cheios e prontos a car-regar o próximo comboio de mercadorias que passar.

Dei comigo a pensar, que grande Portugal está lá fora a trabalhar, somos realmente um povo inteligen-te, trabalhador e visionário, que na nossa pequenez espacial conseguimos “esmiuçar” tudo o que o nosso pais tem para dar. Até que! sinto um toque brusco no ombro, abro os olhos, acordo e ouço – Bom dia, o seu bilhete? – diz amavelmente o revisor, um senhor de bigode farfalhudo e de jeito pândego, entrego-lhe então o bilhete para ser picado. Encosto-me outra vez para continuar a deslumbrar a paisagem, agora mais desperto, começo a aperceber que tudo está diferente, instala-se nesse momento um ambiente cinzento, o céu fica enublado, reparo que afinal as bonitas vilas estão desertas, que os campos estão abandonados e as impe-riais fábricas e armazéns estão em ruínas e que nada mais se produz e armazena lá...

Estava simplesmente a sonhar... afinal de contas o nosso Portugal continua manco e assim quer con-tinuar...

Cine-Teatro Municipal de Ourém – One (Her)man Show – 11 de Maio – 21.30H

Exposição “Sementes” de A. Bento Oliveira na Taverna do Castelo – de 1 a 31 de Maio

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Foi com enorme estupefacção, mas com muita agrado, que fui sur-preendido com o primeiro número de OURÉM MAGAZINE.

Os auto cognominados “putos”, conseguiram mesmo colmatar uma das lacunas da cultura e da comunica-ção locais, qual “pedrada no charco” do imobilismo, da inércia e do “não te rales, deixa andar!”. Nunca é demais lembrar que, a informação propor-ciona aquisição de conhecimentos, que por sua vez gera competências, e, isto é uma verdade indesmentível em todos os sectores da actividade e da sociedade.

Congratulo-me com a iniciativa, louvo a façanha, e, faço votos since-ros para que perdure em longevida-de, e, que a esta irrequieta e inconfor-mada juventude, se associem todos os que possam contribuir de qual-quer forma para o engrandecimen-to do projecto.

Dr. Joaquim Sousa e Silva

Adorei as ilustrações e o grafismo descontraído e despretensioso assim como as rúbricas, “de paraquedas”, “empreendorismo” e “opina aqui” (apesar de não concordar comple-tamente com a opinião expressa), mas a piada está precisamente aí, no debate de ideias, que acho fan-tástico que seja promovido. Acho que hoje, mais do que nunca, é fun-damental um espírito crítico cons-trutivo, o apelo à criatividade e à pro-actividade. Basta de estarmos dependentes das ideias e das inicia-tivas ‘centrais’, dos outros. De ficar-mos à espera que ‘alguém faça’. Às vezes é preciso arriscar, tentar e errar para aprender e evoluir. Sem medos e se não correr bem, paciência, pelo menos tentamos. Acho que as ideias e as iniciativas devem de partir de cada um de nós, acho que nos deve-mos interessar de correr atrás dos sonhos. Continuo a acreditar, que querer é poder, por isso só podia apoiar uma iniciativa como esta. Gos-tei muito. Estão de Parabéns !!

Sónia Bento

Constituiu uma surpresa agradá-vel “tocar” o primeiro número desta nova revista… toda feita por gente nova, ao que me dizem.

No primeiro número, o entrevis-tado senhor Manuel Cartucho pre-tendeu dizer que Ourém — cidade e município — seriam os novos a pro-vocar a sua meta¬morfose. E tinha absoluta razão. Foi, por isso, engra-çado este inaugural contacto. É isso mesmo: a gente nova também deve arregaçar as mangas. Força!

Haveria pormenores a aper-feiçoar, certamente: a correcção ortográ¬fica seria um deles… o gra-fismo geral… a profundidade das ideias… um estatuto editorial claro…

Mas já pareceu evidente a aber-tura à discussão e à livre expressão de vertentes diversas, o que é de aplaudir.

Continuem, pois, o vosso pro-jecto, mas melhorando-o. Ourém e os ourienses merecem-no.

Prof. José Sousa Dias

Do Exterior

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