12
Jornal da Associação de Medicina Intensiva Brasileira Nº 49 Filiada à WFSICCM e à FEPIMCTI Out/Nov/Dez 2008 Plantão Brasil Algumas das principais regionais elegeram suas novas diretorias para o biênio 2009-2010. Veja quem são os novos eleitos. Pág. 3 Trabalho em equipe Leia o artigo do departamento de fisioterapia sobre a importância do treinamento físico no cuidado do paciente crítico. Pág. 4 Ventilando Notícias Hospital Materno Infantil de Marília inaugura nova UTI pediátrica. Ministério da Saúde, Congresso de Neurointensivismo, UTI do futuro e outras notícias do mundo da medicina intensiva. Pág. 10 Diretoria A Comissão científica está trabalhando para montar o CBMI 2009. Confira as novidades para o congresso. Pág. 11 Crescimento do número de sócios A AMIB apresentou em dez meses um crescimento recorde do número de sócios. Saltou de 4.150 sócios para 5.125 sócios, um aumento de aproximadamente 25%, que representa o maior crescimento da década. Uma das principais metas da atual gestão, este crescimento se deve a uma estratégia de valorização do intensivista aliada a outros fatores que facilitam e trazem mais benefícios aos associados. Leia detalhes de como se deu este processo na seção Ponto Crítico. Pág. 12

Out/Nov/Dez 2008 Crescimento do número de sóciosamib.cworks.com.br/fileadmin/Jamib_49.pdf · Jornal da Associação de Medicina Intensiva Brasileira Nº 49 Filiada à WFSICCM e

  • Upload
    vudang

  • View
    217

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

J o r n a l d a A s s o c i a ç ã o d e M e d i c i n a I n t e n s i v a B r a s i l e i r a

Nº 49

Filiada à WFSICCM e à FEPIMCTI

Out/Nov/Dez 2008

Plantão BrasilAlgumas das principais regionais elegeram suas novas diretorias

para o biênio 2009-2010. Veja quem são os novos eleitos.

Pág. 3

Trabalho em equipe

Leia o artigo do departamento de fisioterapia sobre a importância do treinamento físico no cuidado do

paciente crítico.

Pág. 4

Ventilando Notícias

Hospital Materno Infantil de Marília inaugura nova UTI pediátrica.

Ministério da Saúde, Congresso de Neurointensivismo, UTI do futuro

e outras notícias do mundo da medicina intensiva.

Pág. 10

DiretoriaA Comissão científica está

trabalhando para montar o CBMI 2009. Confira as novidades para o

congresso.

Pág. 11

Crescimento do número de sócios

A AMIB apresentou em dez meses um crescimento recorde do número de sócios.

Saltou de 4.150 sócios para 5.125 sócios, um aumento de aproximadamente

25%, que representa o maior crescimento da década. Uma das principais metas

da atual gestão, este crescimento se deve a uma estratégia de valorização do

intensivista aliada a outros fatores que facilitam e trazem mais benefícios aos

associados. Leia detalhes de como se deu este processo na seção Ponto Crítico.

Pág. 12

2 Jornal da AMIB - Nº 49 - Out/Nov/Dez 2008

• E D I T O R I A L •

• A PA L Av R A D O P R E s I D E n T E •

DIRETORIA EXECUTIVA (BIênIO 2008-2009) – Presidente Álvaro réa-Neto (Pr) • Vice-Presidente Hélio SaNtoS de Queiroz FilHo (Ba) • 1º secretário EdErlon AlvEs dE CarvalHo rezeNde (SP) • 2º secretário JoSé eduardo Couto de CaStro (rJ) • 1º tesoureiro JoSé raimuNdo araúJo de azevedo (ma) • 2º tesoureiro FrEdErico Bruzzi dE cArvAlho (MG)

EDITOR DO JORnAl DA AMIB Bruno MAzzA (sP) EDITORAçãO GRáfICA mWS deSigN, FoNe: (11) 3399-3028 • COnTEúDO EDITORIAl Free.CoNteNt • JORnAlIsTA REspOnsáVEl GuilhErME MAciEl - MtB 46344/sPOs ARTIGOs AqUI pUBlICADOs sãO DE REspOnsABIlIDADE DE sEUs AUTOREs E As CARTAs DEVEM sER EnVIADAs à AMIB.

é uMA PuBlicAção triMEstrAl dA AMiB ruA JoAquiM távorA, 724 - vilA MAriAnA

cEP 04015-011 – FonE (11) 5089-2642

Chegamos ao fim de mais um ano, mas boas recordações ficam nesse que se encerra. Em primeiro lugar gostaria de agradecer a

todos aqueles que acreditaram na realização do JAMIB, começamos de uma forma tímida, pensando, “será que vamos conseguir transfor-mar o jornal da AMIB, o nosso JAMIB, em um veículo que funcione de integração entre toda comunidade intensivista multiprofissional, para que possa se expressar e levar suas experiências de norte a sul de nosso País?”. Essa pergunta, depois de quase um ano, já tem uma resposta: Conseguimos! Graças ao apoio de todos, hoje o JAMIB é uma realidade fazendo parte integrante, como veículo informativo, da nossa comunidade.

Nesse último número teremos o departamento de fisioterapia fa-lando um pouco mais sobre a importância da fisioterapia motora nos pacientes internados nas unidades de terapia intensiva, um assunto extremamente atual e que deve ser do agrado de todos.

Gostaríamos também de parabenizar as regionais da AMIB que elegeram nos últimos meses as suas novas diretorias e desejar muito sucesso nessa nova jornada que se inicia. Maiores informações no Plantão Brasil.

Qual é a melhor via de nutrir nossos pacientes, gástrica ou pós-pilórica? Essa é a pergunta que o Dr. Paulo César Ribeiro, representante do comitê de nutrição da AMIB tentará responder na seção “Na Beira do Leito”.

Na seção “Instituição que Faz”, falaremos um pouco da experiência da Santa Casa de Porto Alegre, onde desde 2006 foi instituído o seu “Grupo de Resposta Imediata (GRI)”, atendendo de forma rápida os pacientes que necessitam atendimento fora das unidades.

No “Ponto Crítico”, veremos um pouco sobre a nossa sociedade e o incremento no número dos sócios que vem ocorrendo nos últimos anos, um sinal de fortalecimento da nossa especialidade.

Não podemos deixar de falar nos preparativos para o próximo congresso brasileiro, os preparativos já começaram.

No mais gostaríamos de desejar a todos um feliz 2009 e que a nossa sociedade e consequentemente a nossa especialidade cresça ainda mais nesse novo ano que se inicia.

Muita paz e feliz ano novo a todos.Bruno Mazza

Editor

Adeus ano velho, feliz ano novo...

Quando chega a época de passagem de um ano para outro, é sempre tempo de olharmos para trás para rever onde estamos e

para frente para definirmos o caminho a tomar a partir de agora.Acho que este ano de 2008 foi histórico para a AMIB. Conse-

guimos dar seqüência ao crescimento da associação e mantê-la como entidade máxima de organização e defesa dos intensivistas brasileiros. Mas, principalmente, posicionamo-la num novo patamar e estamos desenvolvendo as condições para seu fortalecimento ainda maior.

Vários fatos relevantes marcaram a AMIB. Reestruturamos toda nossa administração, iniciando um processo de profissionalização e reorganização de todos os nossos processos administrativos e finan-ceiros. Dez novos funcionários foram contratados e todas as parcerias foram revistas. Estamos finalizando uma enorme mudança da nossa tecnologia de informação, que agora será quase toda interna na AMIB. Reformulamos todas as ementas dos cursos de pós-graduação e os cursos AMIB de imersão estão todos sendo reescritos e atuali-zados, além da criação de novos cursos, como ventilação mecânica para adultos. Aprovamos uma ampla reforma do estatuto que mudará nossa trajetória definitivamente, porque teremos uma gestão mais profissionalizada e uma diretoria sempre transitória. As editorações das nossas publicações também começaram a ser feitas dentro da AMIB, primeiramente com a RBTI. Os congressos brasileiros serão agora sempre anuais e organizados pela AMIB e não mais pelas re-

A passagem de ano para a AMIBgionais. Iniciamos uma ampla conversa com o Ministério da Saúde que acreditamos seja a única saída para a melhoria das condições dos intensivistas nos serviços públicos de saúde nacionais. Estamos em aberta negociação e a próxima reunião será em janeiro próximo.

Nós sabemos que muitas dessas mudanças ainda não surtiram efeitos claros e evidentes aos sócios, mas elas são fundamentais para darmos uma nova infra-estrutura e crescermos sob uma base sólida e eficiente.

A principal comemoração da AMIB em 2008 é o aumento de 25% na base de sócios. Saímos de quatro mil e poucos sócios em março deste ano para 5.120 sócios no final. Essa é uma prova evidente de que estamos no caminho certo. Planejamos atingir seis mil sócios. Para isso vamos nos manter firmes com o objetivo de organizar melhor nossos processos, oferecer mais produtos aos associados e, efetivamente, iniciar uma campanha de defesa e valo-rização profissional.

Estamos trabalhando firmemente com o propósito de oferecer uma AMIB cada vez melhor. Ela deve ser cada vez mais útil e efi-ciente, defensora dos nossos ideais e iluminadora do caminho que vamos seguir.

Álvaro Réa-NetoPresidente da AMIB 2008/2009

3Jornal da AMIB - Nº 49 - Out/Nov/Dez 2008

• P L A n TÃ O B R A s I L •

PLANTÃO BRASIL é uma coluna para integrar as regionais. Mande a notícia da sociedade de seu

Estado para [email protected].

Em dezembro, algumas das principais so-ciedades regionais de medicina intensiva

realizaram eleições para escolher suas novas diretorias. As representantes da região sudeste, SOPATI, SOTIERJ e SOMITI já têm seus resultados. Com novas propostas e projetos para o próximo biênio, as diretorias eleitas se preparam para o início das atividades em janeiro de 2009. A SOTIBA, regional baiana, não divulgou seu resultado até o fechamento desta edição do JAMIB.

SOPATIA SOPATI já tem os resultados da eleição

para sua nova diretoria. A comissão eleitoral se reuniu no último dia 15 de dezembro para a apuração. A chapa única, que começa suas ati-vidades no dia 2 de janeiro de 2009, foi eleita com 497 votos a favor, 22 votos contra, um voto branco e um voto nulo. Isso representa uma eleição com 95% dos votos válidos.

A nova diretoria é composta pelo doutor Antonio Capone Neto (presidente), doutor José Oliva Proença Filho (vice-presidente), o doutor Guilherme Schettino (1º secretário), doutor Jorge Valiatti (2º secretário), doutor Paulo Antoniazzi (1º tesoureiro), doutor Carlos Carvalho (2º tesoureiro), doutor Eliezer Silva (presidente da comissão cientí-fica adulto) e o doutor José Roberto Fioretto (presidente da comissão científica pediátrica e neonatal).

A primeira reunião da nova diretoria, vai se realizar ainda em dezembro para definir as estratégias para o próximo biênio. Segundo doutor Capone, a maior meta é a educação continuada em Terapia Intensiva. “Preten-demos levar cursos e treinamentos especiali-zados, especialmente para todas as regionais do interior de São Paulo. Dessa forma, os médicos de lá, passam a ter disponíveis, os mesmos treinamentos que os médicos aqui na capital”, explica o novo presidente, que também é presidente do comitê de neuroin-tensivismo da AMIB.

SOTIERJ Foi realizada no dia 25 de novembro a vo-

tação para eleição da nova diretoria executiva da SOTIERJ. Os intensivistas elegeram de

Regionais definem suas novas chapas para 2009

forma unânime a chapa única, “Rio Intensi-vo”, mostrando união entre os profissionais do estado. A diretoria foi eleita com 36 votos a favor, zero voto em branco e zero voto nulo. O inicio das suas atividades, está marcado para 2 de janeiro de 2009.

A nova diretoria é formada pelo doutor Moyses Damasceno (presidente), doutor Sergio D´Abreu Gama (vice-presidente), doutor Ricardo Lima (1º secretário), doutor Rodolfo Espinoza (2º secretário), doutor Jorge Eduardo Pinto (1º tesoureiro), dou-tora Celina Machado Acra (2ª tesoureira), doutor André Japiassú (diretor científico) e pelo doutor Luiz Eduardo Fontes (diretor de comunicação).

Os integrantes da nova diretoria já se reuniram para discutir e definir as primeiras ações. “Em um primeiro momento, queremos transformar a sociedade para que ela seja mais participativa, trazendo os intensivistas para dentro da SOTIERJ. A idéia é que todos os sócios façam parte das decisões e trabalhem em conjunto para essa mudança. Se daqui dois anos eu terminar o mandato e perceber que os intensivistas estão mais conscientes sobre seu papel e seu valor, vou considerar que boa parte da minha missão está cumprida”, explica o doutor Damasceno.

Outra meta apresentada é a de ampliar o número de associados. A SOTIERJ pretende oferecer apoio para tornar o intensivista mais competente e estimular o título de especialis-ta, tornando a regional cada vez mais represen-

tativa. Segundo o presidente, é preciso colocar pessoas cada vez mais qualificadas dentro das UTIs do estado. A nova diretoria também pretende aumentar a defesa profissional no estado, que apresenta o terceiro pior piso salarial do Brasil.

SOMITIA SOMITI (Sociedade Mineira de Terapia

Intensiva), já elegeu sua nova diretoria. A Chapa Integração, venceu com 63,8% dos votos válidos e vai iniciar suas atividades, dia 20 de janeiro.

A diretoria eleita é composta pelo doutor Rogério de Castro Pereira (presidente), dou-tor José Sabino de Oliveira (vice-presidente), doutora Dinalva Aparecida de Mendes (1º secretária), doutor Aloísio Benvindo de Paula (2º secretário), doutor Marcos Saraiva (1º te-soureito) e doutora Isabel Cristina de Oliveira (2ª tesoureira). A Chapa contou com o apoio do doutor Alberto Barros, assessor de apoio para as regionais da AMIB.

“O momento das eleições é oportúnuo para conversas, debates e alinhamento nos rumos de nossa sociedade. O importante é que somos um conjunto de pessoas que compartilham propósitos entre si, uma perspectiva multi e interdisciplinar”, diz o presidente eleito.

A nova diretoria já tem um planeja-mento. Segundo o novo presidente, muitas propostas merecem destaque, entre elas, o cadastramento de todas as UTIs do estado e dos profissionais atuantes no setor. “Essa proposta servirá de base para novos projetos das especialidades envolvidas com a Terapia Intensiva. Um deles já está em andamento com a Secretaria Municipal de Saúde, visan-do melhorar a qualidade do atendimento da urgência. Vamos ainda ouvir o profissional de toda Minas Gerais para aprimorar a atu-ação da Sociedade e promover o congresso mineiro, que será realizado de 18 a 20 de junho de 2009”, explica doutor Rogério de Castro Pereira.

4

• T R A B A L H O E M E Q U I P E •

Efeitos do treinamento físico sistemático no paciente crítico

“Ignorar o movimento é ignorar a natureza” Aristóteles

TRABALHO EM EQUIPE é uma seção multidisciplinar e é desenvolvida pelos departamentos não-médicos da AMIB. Se você tem alguma sugestão para ser

abordada nessa sessão, entre em contato com o seu departamento.

Apesar dos avanços no cuidado do doente crítico, a utilização do suporte ventila-

tório pode acarretar múltiplas complicações, principalmente se utilizada por um período maior que 48h. Estas complicações são de origem multifatorial, entre elas a imobilidade no leito, desordens clínicas, procedimentos cirúrgicos, déficit nutricional e exposição a agentes farmacológicos e traduzem todos os fatores que podem afetar adversamente o estado funcional e resultar em maior pe-ríodo de intubação orotraqueal e internação hospitalar.

Estes fatores também aumentam a pro-babilidade do desenvolvimento da polineu-ropatia do paciente crítico, com prejuízos significativos ao sistema neuro-músculo-esquelético. O sistema musculoesquelético é o mais acometido pelo imobilismo, resultando na perda das fibras musculares, acarretando significativa redução da força muscular. Assim o tempo de imobilidade ditará a gravidade da disfunção contrátil pelas mudanças nas pro-priedades intrínsecas das fibras musculares.

Vários estudos postulam que esta disfun-ção muscular induzida pelo ventilador não ocorre devido à anestesia, infecção ou distúr-bios ácido-básicos, e sim por mudanças in-trínsecas dentro das fibras musculares devido à atrofia por desuso decorrente da ventilação mecânica controlada. A atrofia dos músculos respiratórios acarreta significativa disfunção contrátil com redução da força e resistência dos músculos respiratórios associada à disfun-ção de membros superiores e inferiores. Este tipo de disfunção proporciona aumento no tempo de ventilação, de estadia na unidade de terapia intensiva e de internação hospitalar com conseqüente aumento na morbidade e mortalidade desses pacientes.

Como alternativa na reversão dessas alterações musculares decorrentes do imo-bilismo, o treinamento físico tem sido cada vez mais reconhecido como um importante componente no cuidado do paciente crítico. Pode ser realizado de forma segura devendo ser o mais precoce possível, proporcionando

melhora na função pulmonar e muscular, di-minuindo os efeitos adversos cardiovasculares do imobilismo e melhorando a auto-estima e a capacidade funcional, acelerando o processo de recuperação.

O recondicionamento físico é realizado por fisioterapeutas como uma técnica de tratamento para pacientes com uma ampla gama de doenças visando à restauração do indivíduo ao seu potencial clínico, mental, emocional, social e vocacional máximo que ele é capaz. Embora já exista uma consistência na literatura sobre os benefícios do exercício na melhora do status funcional de pacientes pneumopatas e cardiopatas fora do ambiente de terapia intensiva, tais benefícios são pouco relatados em pacientes críticos. Ainda que incipientes, os poucos estudos demonstram que a mobilização precoce e sistematizada pode compensar os efeitos fisiológicos de-letérios do imobilismo e promover melhora da capacidade funcional nestes pacientes, dentro das limitações fisiológicas impostas pela doença.

É importante ressaltar que pode haver pacientes nos quais o exercício esteja contra-indicado (instabilidade clínica) e outros que possam não atingir as adaptações fisiológicas esperadas. As atividades físicas devem ser individualizadas e com maior flexibilidade devido ao estado clínico flutuante destes pa-cientes. A aplicação terapêutica e prescritiva da atividade física de baixa intensidade no manejo das disfunções cardiopulmonares e neuromusculoesqueléticas na UTI, visa ex-plorar os efeitos agudos destas atividades na otimização do transporte de oxigênio.

O conhecimento da reserva funcional (respiratória, cardiovascular e musculoesque-lética) do paciente é essencial para otimizar a eficácia do treinamento físico, que não deve se situar nem abaixo nem acima dos limiares do paciente, oferecendo segurança ao proce-dimento. A mobilização e o exercício são as “drogas” do fisioterapeuta e apresentam indi-cações, contra-indicações e efeitos colaterais bem definidas para cada paciente.

Atualmente a preocupação com a mobi-lização precoce e o treinamento físico vem ganhando destaque no cuidado do doente crítico por permitir diminuição no tempo de internamento hospitalar e melhora qualidade de vida. Este “despertar” para a necessidade de mobilizar o paciente crítico tem promovido a utilização por fisioterapeutas de outros uten-sílios como alteres, bastões, ciclo-ergômetros e eletroestimuladores no ambiente da terapia intensiva. No entanto, ainda são necessárias algumas respostas quanto à prática da atividade física, como por exemplo: Qual o programa ideal? Qual a intensidade de carga ideal? Como deve ser a progressão dos exercícios? Quando interromper o programa atividades?

Portanto, ainda temos muito a evoluir com relação ao programa de atividade física direcionado ao paciente crítico. Deixamos como sugestão alguns estudos de referência no que se refere ao treinamento físico.

REfERêncIASKathy Stiller: Safety Issues That Should Be Considered When Mobilizing Critically Ill Patients. Crit Care Clin 23 (2007) 35–53Gosselink, R., et al. Physiotherapy for adult patients with critical illness:recommendations of the European Respi-ratory Society and European Society of Intensive Care Medicine Task Force on Physiotherapy for Critically Ill Patients. Intensive Care Med (2008) 34:1188–1199Ubaldo, J., et al. Impact of whole-body rehabilitation in patients receiving chronic mechanical ventilation. Crit Care Med 2005; 33:2259 –2265Peter, E., et al. Early intensive care unit mobility therapy in the treatment of acute respiratory failure. Crit Care Med 2008; 36:000–000Denehy L & Berney S,. PHYSIOTHERAPY IN THE INTENSIVE CARE UNIT. Physical Therapy Reviews 2006; 11: 49–56

Francimar Ferrari e Eduardo França (PE)

Departamento de Fisioterapia em Terapia Intensiva da AMIB

Jornal da AMIB - Nº 49 - Out/Nov/Dez 2008

6 Jornal da AMIB - Nº 49 - Out/Nov/Dez 2008

A pneumonia associada à ventilação mecânica é uma preocupação

constante para todos os profissionais que cuidam de pacientes sob ventilação mecânica. Várias estratégias têm sido apontadas como potencialmente úteis para reduzir sua incidência. Entre elas podemos citar aspiração supra cuff de secreções, camas cinéticas, estímulo ao uso de ventilação mecânica não invasiva (VMNI) e a tentativa de reduzir os índices de reflu-xo gastro-esofágico (REG) e consequente aspiração de conteúdo gástrico. As evidências, de benefícios na introdução precoce e agressiva de nutrição en-teral em pacientes graves em unidades de terapia in-tensiva (UTI) são cada vez mais freqüentes. Dentre estes estão os pacientes sedados, sob ventilação me-cânica invasiva. Portanto, é necessária a busca por medidas que aperfeiçoem a administração de nutrição enteral com o máximo de segurança. Neste sentido é unânime a adoção de elevação da ca-beceira do leito em pelo menos 30 a 45 graus, como medida simples e efetiva.

No entanto, o impacto de outras medidas como o uso rotineiro de drogas pró-cinéticas ou o uso de acesso enteral pós-pilórico é controverso.

Heyland, em meta-análise publicada em 2002 (Heyland, DK et AL. JPEN, V26 N6: S51-57, 2002) conclui que o uso de sonda enteral pós-pilórica reduz

Nutrição enteral em pacientes sob ventilação mecânica: qual

a melhor via gástrica ou pós-pilórica?os índices de RGE e tende a reduzir a ocorrência de pneumonia associada a ventilador. Já Marik e Zaloga, em meta-análise publicada em 2003 (Marik, PE, Zaloga GP. Crit Care V7 N3: R46-51, 2003) não conseguem mostrar qualquer benefício com o uso de acesso pós-pilórico para nutrição enteral em pacientes graves de UTI. Contribuem para a confusão o número pequeno de pacientes incluídos

em cada estudo, assim como a falta de de-finição da posição pós-pilórica do acesso, se na 1a, 2a, 3a porção duodenal ou ângulo de Treitz, o que pode fazer diferença nos resultados.

A prática da ventilação não invasiva cada vez mais freqüente nas UTIs traz uma nova preocupação. Pacientes rece-bendo nutrição enteral são extubados cada vez mais precocemente, e, se mantêm em VMNI por períodos de tempo cada vez mais longos e intensivos. A distensão gástrica por ar deglutido é uma realidade freqüente nesta população e a literatura não consegue esclarecer, no momento, se o uso de acesso enteral pós-pilórico reduz o risco de aspiração do conteúdo gástrico

nesta situação particular.No hospital Sírio Libanês, a partir de

novembro de 2006, instituímos o proto-colo de que todo paciente entubado, sob ventilação mecânica e sob sedação endo-venosa recebe nutrição enteral através de acesso pós-pilórico locado por endoscopia digestiva alta, no mínimo na 3a porção duodenal.

Os dados da Equipe Multidiscipli-nar de Terapia Nutricional (EMTN) do hospital apon-tam para a redução significa-tiva de refluxo macroscópico desde a implantação do pro-tocolo, mas, sem impacto relevante na ocorrência de pneumonia associada à ven-tilação mecânica. Não houve nenhum episódio de vômito associado à nutrição enteral

e VMNI, naqueles pacientes com aces-so pós-pilórico. No entanto, são dados gerais compilados através do trabalho de vigilância rotineiro realizado pela EMTN e Comissão de Controle de Infecção Hos-pitalar que ressaltam a necessidade de um estudo randomizado e controlado para maiores esclarecimentos e solidificação de condutas.

Paulo César RibeiroCoordenador do Cômite de Nutrição da AMIB

Responsável pela EMTN do Hospital Sírio Libanês

Intensivista da UTI do Hospital Sírio Libanês

NA BEIRA DO LEITO é uma sessão desenvolvida pelos comitês científicos da AMIB e aborda temas

atuais relativos a prática da Medicina Intensiva.

• n A B E I R A D O L E I T O •

7Jornal da AMIB - Nº 49 - Out/Nov/Dez 2008

Vale a pena ler*Confira os principais artigos publi-cados no último trimestre:

Navalesi, P, et al. Rate of reintu-bation in mechanically ventilated neurosurgical and neurologic pa-tients: Evaluation of a systematic approach to weaning and extu-bation. Critical Care Medicine 2008, 36(11): 2986-92.

Zarychanski, R, et al. Early in-travenous unfractionated heparin and mortality in septic shock. Critical Care Medicine 2008, 36(11): 2980-85.

Goodman, S, et al. Update on cardiac arrhythmias in the ICU. Current Opinion in Critical Care 2008, 14(5): 549-54

Vahanian, A, et al. Emergencies in valve disease. Current Opin-ion in Critical Care 2008, 14(5): 555-60

Schrier, R, et al. Diagnosis and management of hyponatremia in acute illness.Current Opinion in Critical Care 2008, 14(6): 627-34

Marik, P, et al. Immunonutrition in critically ill patients: a system-atic review and analysis of the lit-erature. Intensive care medicine 2008, 34(11): 1980-90

Ronco, C, et al. Renal replace-ment therapies: physiological review. Intensive care medicine 2008, 34(12): 2139-46 *Artigos disponíveis no www.AMIB.org.br

Do Brasil para o munDoAcompanhe uma seleção de alguns dos mais destacados artigos que profissionais brasileiros publicaram em revistas indexadas:

Santanae Meneses JF, Leite HP, de Carvalho WB, Lopes E Jr. UNIFESP. Hypophosphatemia in critically ill children: Prevalence and associated risk factors. Pe-diatr Crit Care Med. 2008 Dec 2.

[Epub ahead of print]

Carlotti AP, Carvalho WB. USP – Ribeirão Preto e UNIFESP. Ab-dominal compartment syndrome: A review. Pediatr Crit Care Med. 2008 Dec 2. [Epub ahead of print]

Teixeira C, Zimermann Teixeira PJ, Hohër JA, de Leon PP, Brodt SF, da Siva Moreira J. Santa Casa, Porto Alegre. Serial measurements of f/V(T) can predict extubation failure in patients with f/V(T) </= 105? Crit Care 2008; 23(4):572-576.

Bresolin N, Silva C, Halllal A, Toporovski J, Fernandes V, Góes J, Carvalho FL. Hospital Infantil Joana de Gusmão, Florianópo-lis – SC. Prognosis for children with acute kidney injury in the intensive care unit. Pediatr Neph-rol. 2008 Dec 3. [Epub ahead of print]

Oliveira CF, Nogueira de Sá FR, Oliveira DS, Gottschald AF, Moura JD, Shibata AR, Troster EJ, Vaz FA, Carcillo JA. Instituto da criança – USP. Time- and Flu-id-Sensitive Resuscitation for He-modynamic Support of Children in Septic Shock: Barriers to the Implementation of the American College of Critical Care Medi-cine/Pediatric Advanced Life Sup-port Guidelines in a Pediatric In-tensive Care Unit in a Developing World. Pediatr Emerg Care. 2008 Nov 21. [Epub ahead of print]

Salomao R, Brunialti MK, Gomes NE, Mendes ME, Diaz RS, Komninakis S, Machado FR, da Silva ID, Rigato O. UNIFESP. Toll-like receptor pathway signal-ing is differently regulated in neu-trophils and peripheral mononu-clear cells of patients with sepsis, severe sepsis, and septic shock. Crit Care Med. 2008 Nov 28. [Epub ahead of print]

Caruso P, Denari S, Ruiz SA, De-marzo SE, Deheinzelin D. Hospi-tal do Câncer – SP e USP. Saline instillation before tracheal suc-tioning decreases the incidence of

ventilator-associated pneumonia. Crit Care Med. 2008 Nov 28. [Epub ahead of print]

Salluh JI, Póvoa P, Soares M, Castro-Faria-Neto HC, Bozza FA, Bozza PT. Instituto Nacional de Câncer-RJ. The role of corti-costeroids in severe community-acquired pneumonia: a systematic review. Crit Care 2008; 12(6):434. [Epub ahead of print]

da Silva PS, de Aguiar VE, Neto HM, de Carvalho WB. Hospital Estadual de Diadema (UNIFESP). Unplanned extuba-tion in a paediatric intensive care unit: impact of a quality improve-ment programme. Anaesthesia. 2008; 63(11):1209-16.

Guimarães SM, Lima EQ, Cipul-lo JP, Lobo SM, Burdmann EA. Hospital de Base, São José do Rio Preto, São Paulo. Low insulin-like growth factor-1 and hypocholes-terolemia as mortality predictors in acute kidney injury in the in-tensive care unit. Crit Care Med. 2008; 36(12):3165-70.

Friedman G, Jankowski S, Shahla M, Gomez J, Vincent JL. Uni-versidade Federal do Rio Grande do Sul,Porto Alegre. Hemody-namic effects of 6% and 10% hy-droxyethyl starch solutions versus 4% albumin solution in septic patients. J Clin Anesth. 2008; 20(7):528-33.

de Moraes MA, Bonatto RC, Car-pi MF, Ricchetti SM, Padovani CR, Fioretto JR. Universidade Es-tadual Paulista (UNESP), Botu-catu, SP. Comparison between intermittent mandatory ventila-tion and synchronized intermit-tent mandatory ventilation with pressure support in children. J Pediatr 2008;85 (1). [Epub ahead of print]

Marra AR, de Almeida SM, Correa L, Silva M Jr, Martino MD, Silva CV, Rodrigues Cal RG, Edmond MB, Dos Santos OF.Hospital Is-raelita Albert Einstein, São Paulo. The effect of limiting antimicrobi-

• n U T R I n D O O C O n H E C I M E n T O •

al therapy duration on antimicro-bial resistance in the critical care setting. Am J Infect Control 2008. Nov 3. [Epub ahead of print]

Barbieri C, Carson SS, Ama-ral AC. Hospital Brasília, Brasília. Year in review 2007: Critical Care - intensive care unit management. Crit Care 2008;12(5):229.

Pontes-Arruda A, Demichele S, Seth A, Singer P. Hospital Fer-nandes Távora, Fortaleza. The use of an inflammation-modulating diet in patients with acute lung injury or acute respiratory dis-tress syndrome: a meta-analysis of outcome data. J Parenter Enteral Nutr 2008; 32 (6): 596-605.

de Souza AL, Seguro AC. Instituto de infectologia Emílio Ribas, São Paulo. Two centuries of meningo-coccal infection: from Vieusseux to the cellular andmolecular basis of disease. J Med Microbiol 2008; 57(Pt 11): 1313-21.

Durão MS, Monte JC, Batista MC, Oliveira M, Iizuka IJ, Santos BF, Pereira VG,Cendoroglo M, Santos OF. Hos-pital Israelita Albert Einstein, São Paulo. The use of regional citrate anticoagulation for continuous venovenous hemodiafiltration in acute kidney injury. Crit Care Med. 2008; 36 (11): 3024-9.

Volpe MS, Adams AB, Amato MB, Marini JJ. Universidade de São Paulo – SP. Ventilation pat-terns influence airway secretion movement. Respir Care 2008; 53 (10): 1287-94.

Divulgue seu artigo! Essa sessão usa como referência o base da dados PubMed. Caso tenha publicado em alguma revista

dessa base, mande um e-mail com as referências para [email protected].

8

• I n s T I T U I Ç Ã O Q U E FA Z •

INSTITUIÇÃO QUE FAZ conta histórias empreendedo-ras, de gente que promove muito com poucos recur-

sos. Mande sua história para [email protected].

A Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre implantou, desde outubro de

2006, um serviço inovador em seus aten-dimentos. Trata-se do Grupo de Resposta Imediata (GRI). Composto por nove mé-dicos intensivistas titulados pela AMIB, eventualmente com outros profissionais (enfermagem e fisioterapia), presta aten-dimento fora das UTIs a pacientes com risco potencial de deterioração clínica, procurando identificá-los precocemente. A meta é agir de forma rápida e preventiva, tornando possível detectar problemas e impedir o agravamento do paciente. “A idéia nasceu da percepção dos intensivistas do complexo hospitalar de que o atendimento prestado a situações de risco fora das UTIs não apresentava o mesmo padrão daquele oferecido dentro das unidades. Este dado já é amplamente identificado mundial-mente, o que tem levado ao desen-volvimento de diversos modelos de Sistemas de Resposta Rápida”, comenta o doutor Edison Moraes Rodrigues Filho, chefe do grupo.

O projeto está relacionado à campanha do Institute of Health Improvement (IHI), nos Estados Unidos, que tem servido de inspiração para a melhoria de processos e resultados assistenciais, principalmente pela sua recomendação de criação de Times de Resposta Rápida. O IHI cumpriu uma meta de salvar 5 milhões de pacientes entre 2006 e 2008, através de intervenções de equipes de resposta rápida em pacientes graves fora das UTIs. As equipes trabalhavam tanto em estancamentos de úlceras até infecções hospitalares graves.

O GRI do Hospital da Santa Casa de Misericórdia, ainda sem metas tão ousadas,

Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre inova com

grupo de resposta imediatajá salvou cerca de 60 vidas em 2008. O serviço funciona 24 horas por dia, os sete dias da semana. Os médicos se revezam por turno de três rotineiros, com plantões de 12 horas e prestam atendimento a todo o complexo hospitalar. “Além das vidas salvas, o GRI reduziu o tempo de acesso dos pacientes em unidades de internação às UTIs, reduziu o número de paradas cardiorrespiratórias inesperadas fora da UTI, permitiu o aumento das cirurgias de grande porte e aparentemente reduziu a mortalidade global hospitalar”, comenta doutor Edison.

O trabalho da equipe, composta pela

doutora Neusa Azzolini, doutor Márcio Boniatti, doutor Márcia Nunes, doutor Ro-drigo Castilho, doutor Marcelo Raymundi, doutor Clóvis Bevilacqua, doutora Renata, doutora Márcia Cavalcanti e o doutor Edison Rodrigues, além de agilidade no atendimento e remoção para a unidade de terapia intensiva, reduz consideravelmente o número de pacientes que precisam ser en-tubados. Todos os médicos que entram no serviço são orientados pelo próprio doutor Edison e pelo doutor Márcio Boniatti. É fundamental que todos os participantes, incluindo enfermeiras, residentes e médicos assistentes, passem pelo treinamento do braço aferente do GRI, de conhecimento e aplicação precoce dos critérios de chama-da. O material didático fica disponível na

intranet do hospital. O serviço hoje atende 100 pacientes por mês, e a meta para 2009 é ampliar o atendimento. Além disso, o grupo quer contribuir em outras questões, como o manejo da dor em cuidados paliativos, o transporte intra-hospitalar do doente crítico, a melhora da interação entre as diversas UTIs e a manutenção da qualidade do grupo.

O trabalho do GRI é preventivo, reduz o tempo de internação hospitalar, o tempo de internação em UTI, a mortalidade por parada cardiorrespiratória e a mortalidade hospitalar em seu todo. “A mortalidade hospitalar parece ter reduzido no grupo de

pacientes que não estão em cuidados paliativos. Graças à identificação com antecedência de 6 a 8 horas dos pacientes com risco para dete-rioração clínica e parada cardiorres-piratória, possibilitamos um manejo precoce ainda na unidade hospitalar e transferência com segurança para

as UTIs”, completa o doutor Edison.O GRI da Santa Casa de Misericórdia

de Porto Alegre é uma referência no Rio Grande do Sul a oferecer este atendimento. Doutor Edison destaca também o hospital Mãe de Deus, em Porto Alegre, Albert Eins-tein, em São Paulo, e Copa D’or, no Rio de Janeiro. Com profissionais contratados especificamente para este fim, o projeto se tornou mais sólido e foi possível graças ao imediato apoio da direção executiva, do doutor Jorge Hetzel, diretor médico e do doutor Carlos Fuhrmeister, diretor geral e administrativo. A meta, agora, é ampliar estes números e a qualidade do serviço.

“Além das vidas salvas, o GRI reduziu o tempo de acesso

dos pacientes em unidades de internação às UTIs, reduziu

o número de paradas cardiorrespiratórias inesperadas

fora da UTI, permitiu o aumento das cirurgias de grande

porte e aparentemente reduziu a mortalidade global

hospitalar”, comenta doutor Edison.

Jornal da AMIB - Nº 49 - Out/Nov/Dez 2008

an_Proami_21x28_AF.FH11 Wed Dec 17 11:26:38 2008 Page 1C M Y CM MY CY CMY K

10 Jornal da AMIB - Nº 49 - Out/Nov/Dez 2008

AMIB promove encontro histórico de ex-presidentes

A AMIB promoveu em novembro de 2008 um encontro histórico em sua sede, em São Paulo. Pela primeira vez, aconteceu a reunião do Conselho Consultivo (CONC), formado por todos os ex-presidentes da associação, desde que não estejam partici-pando da diretoria executiva. O CONC foi instituído pelo novo estatuto, aprovado em agosto de 2008. No encontro inaugural do CONC, o doutor Réa-Neto e o doutor Re-zende apresentaram aos membros do conselho alguns dos principais projetos da AMIB que estão em andamento. “Foi extremamente importante discutir com os conselheiros as atividades que a diretoria executiva da AMIB vem executando nos últimos dez meses, pois suas opiniões e sugestões são de grande valia. Cada ex-presidente é uma fonte de experiência permanente, que, certamente, dará conselhos que vão nortear algumas ações estratégicas da associação”, comentou o doutor Réa-Neto. O CONC também deve opinar sobre o local, data e normas gerais de realização dos con-gressos da AMIB.

congresso de neurointensivismo em Porto Alegre reune intensivistas da América Latina

Com o apoio da AMIB, aconteceu entre os dias 23 e 25 de outubro de 2008, no centro de eventos do Hotel Plaza São Rafael, em Porto Alegre (RS), o primeiro Congresso Brasileiro de Neurointensivismo. O congresso gerou a integração das sociedades brasileiras de neurocirurgia, neurologia e medicina intensiva com o objetivo de melhorar o atendimento do paciente neurológico grave. Segundo o doutor Antonio Capone Neto (SP), presidente do congresso, o evento é inédito na América Latina. “Um evento de grande porte, dirigido especificamente para o tratamento do paciente neurológico grave em UTI, foi realizado pela primeira vez na Bélgica em 1998. No Brasil, inúmeros cursos, simpósios e jornadas têm sido realizados, mas não com o porte deste congresso”, comenta Capone. Foram abordados os principais temas relacionados à área, como monitori-zação neurológica intensiva, fisiopatologia da lesão cerebral grave, AVC, profilaxias no paciente neurológico em UTI, protocolos de tratamento, sedação e suas complicações, en-

cefalopatia anóxica, estado de mal epilético e a discussão dos estudos clínicos mais recentes sobre neurointensivismo. De acordo com o doutor Jorge Paranhos, presidente da Comis-são Científica do congresso e coordenador do Departamento de Neurointensivismo da SOMITI, “os assuntos abordados no congres-so foram os mais interessantes e importantes no momento, com a participação de líderes, cientistas e pesquisadores, que compartilham a prática diária do tratamento do doente neu-rocrítico, que é um grande desafio”.

Hospital Materno Infantil de Marília inaugura nova UTI Pediátrica

O Hospital Materno Infantil (HMI) da Faculdade de Medicina de Marília (Fame-ma) inaugurou, em outubro de 2008, uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Pediá-trica. A UTI conta com 10 leitos equipados com monitores e ventiladores artificiais. O investimento foi de cerca de R$ 1 milhão e a equipe vai contar com alunos do sexto ano da faculdade e residentes em terapia inten-siva. Segundo o doutor Fábio Joly Campos, chefe da unidade, a disciplina de pediatria da faculdade está em um processo importante de renovação e a abertura do novo espaço foi uma das conquistas desse momento. “A idéia é que ela não seja apenas uma unidade assistencial, mas que também seja um local para desenvolver pesquisas clínicas”.

Laboratório apresenta novas tecnologias em saúde que chegarão em breve ao Brasil

Esteve no Brasil, no final de outubro, o doutor Norbert Riedel, vice-presidente corporativo e presidente da área de pesquisa e desenvolvimento de um grande laboratório norte-americano. Segundo Riedel, 2009 é um ano que vai apresentar algumas mudanças im-portantes nas tecnologias terapêuticas. Entre as principais estão o uso de células-tronco de pacientes adultos para o tratamento de diver-sos problemas, em especial de doenças cardía-cas. Outra inovação é uma cola biológica, que está em fase de aprovação na ANVISA, para controlar sangramentos e outras complicações pós-operatórias nas cirurgias de alto risco. O principal assunto destacado foi a segurança dos pacientes que são vítimas de infecção hospitalar. Para este problema, o laboratório desenvolveu um sistema, chamado Needleless,

de infusão de remédios e soros, que dispensa o uso de agulhas. O sistema ainda não substitui o uso do cateter, mas permite que a infusão no paciente que já está ligado a um, seja feita por pressão. “Essas novas tecnologias têm como objetivo, o tratamento, a cura, o cuidado e a melhoria de vida do paciente”, comenta doutor Riedel.

Ministério da Saúde libera R$ 48,5 milhões para implantação de leitos de UTI

O ministro da Saúde, José Gomes Tem-porão, anunciou em outubro de 2008, a liberação de R$ 1,56 bilhões para atender todas as unidades da federação e mais de 400 municípios. Desse total, a verba destinada para a terapia intensiva é de R$ 48,5 milhões, para a implantação de 427 leitos de UTI destinados aos usuários do SUS (Sistema Único de Saúde). “O Ministério da Saúde, mesmo dentro das limitações orçamentárias, vem fazendo um grande esforço para ampliar o atendimento da população em áreas onde é maior a demanda por serviços, como leitos de UTI”, explica o ministro. Entre os inves-timentos, estão também recursos para saúde mental, incentivo à doação e captação de órgãos para transplante, política de sangue e hemoderivados e para os serviços de alta complexidade em queimados.

Hospital Sírio Libanês inaugura UTI do futuro

Foi inaugurada, dia 7 de novembro de 2008, no Hospital Sírio-Libanês (HSL), a UTI do Futuro, 40 leitos individuais e projetada para incorporar avanços tecnoló-gicos. “A nova unidade possui características que não existem em nenhuma outra UTI do Brasil. Foi priorizada a presença de luz natural nos leitos, equipados com televisão, poltronas e camas, permitindo que os fami-liares permaneçam no quarto e participem do cuidado do paciente”, comenta o doutor Guilherme Schettino, gerente de pacientes críticos e responsável pela UTI do HSL, e presidente do Comitê de Ventilação Mecâni-ca da AMIB. A nova UTI prioriza a seguran-ça e o conceito de atendimento humanista ao paciente, auxilia na redução de risco de infecção hospitalar e agiliza o atendimento ao paciente crítico. A inauguração desta unidade faz parte do projeto de ampliação do Hospital Sírio-Libanês que, até o fim de 2008, inaugura 82 novos leitos.

• v E n T I L A n D O n O T Í C I A s •

11Jornal da AMIB - Nº 49 - Out/Nov/Dez 2008

• D I R E T O R I A •

• A G E n D E - s E •

Confira os principais eventos de medicina intensiva

Para outros cursos e eventos, acesse www.amib.org.br

A Comissão Executiva do pró-ximo Congresso Brasileiro de

Medicina Intensiva (CBMI), que tem data marcada para acontecer em São Paulo, entre os dias 11 e 14 de novembro de 2009, já se reuniu algumas vezes desde o seu primeiro contato que aconteceu em setembro de 2008. Participam o presidente da AMIB, Álvaro Réa Neto, a diretora do Fundo AMIB, Suzana Lobo, o primeiro tesoureiro, José Raimundo Araujo de Azevedo, o presidente do XIV CBMI, Ederlon Rezende, e a presidente do XV CBMI, que será sediado em Belo Horizonte, doutora Maria Aparecida Braga.

O próximo congresso valoriza os sócios da AMIB, os especialistas em medicina intensiva e os assuntos relevantes para os intensivistas. A comissão científica já está formada e é presidi-da pela doutora Suzana Lobo. Segundo dou-tor Rezende, “Ficou definido que, no mínimo, 90% dos convidados do evento precisam ser sócios da AMIB e 60% dos palestrantes devem ser sócios titulares, 65% em 2010 e

70% em 2011. Além disso, propusemos que as discussões de temas livres tenham formato especial e horário privilegiado, incentivando a produção científica de qualidade.”

Entre os assuntos que já foram debatidos, está a programação científica do congresso, que é o maior evento da especialidade da América Latina, e a estrutura, que tem como objetivo garantir o conforto e a segurança para os oito mil participantes esperados no evento. “A idéia é garantir uma programação

de qualidade, na qual o associado poderá acompanhar as principais novidades da medicina intensiva e ter contato com renomados palestrantes nacionais e internacionais, além de uma grande oportunidade para apre-sentar seus estudos”, diz o presidente do XIV CBMI.

Outro fator importante destacado pelo doutor Rezende, é que além de ter uma extrema importância científica, o CBMI é responsável por boa parte da receita da AMIB. Com a mudança da periodicidade do congresso e a or-ganização a ser realizada pela própria AMIB, a arrecadação aumenta, e isso

permite que a associação ofereça mais projetos e benefícios aos sócios.

O programa inicial do próximo CBMI está disponível no site da AMIB a partir da primeira quinzena de dezembro. Já está disponível também o portal dos congressos da AMIB, que agora fica em funcionamento em período integral e é atualizado durante o ano todo. Para mais informações acesse www.cbmi.com.br.

Preparativos para CBMI 2009 já começaram

Eventos / cursos Local Data InformaçõesSCCM’s 38th Critical Care Congress Nashville, Tennessee, USA 31/01/09 a 04/02/09 www.sccm.org/Pages/default.aspxXIII Congresso Sul Brasileiro de Medicina Intensiva Porto Alegre RS mai/09 www.amib.com.brXIV Congresso Panamericano de Infectologia Campos do Jordão - SP 25/04/09 a 28/04/09 www.api2009.com.br/PalavraPresidenteSHEA 2009 San Diego - California 19/03/09 a 22/03/09 www.shea-online.orgIII Simpósio de Terapia Intensiva em Gastroenterologia e Hepatologia Salvador BA 07/05/09 a 09/05/09 www.amib.com.br12º. Congresso Brasileiro de Pneumologia Pediátrica São Paulo - SP 11/06/09 a 13/06/09 www.pneumoped2009.com.br4ª. Jornada Brasileira de Fisioterapia Respiratória em Pediatria São Paulo - SP 11/06/09 a 13/06/09 www.pneumoped2009.com.br12ª. Jornada Brasileira de Fibrose Cística São Paulo - SP 11/06/09 a 13/06/09 www.pneumoped2009.com.br5th International Symposium on Intensive Care and Emergency Medicine São Paulo - SP 24/06/09 a 27/06/09 www.einstein.brXI COPATI Campos do Jordão - SP 12/08/09 a 15/08/09 www.amib.com.br10º Congresso Mundial das Sociedades de Medicina e Terapia Intensiva Florença - Itália 28/08/09 a 01/09/09 www.wfsiccm-florence2009.itCursos de Enfermagem de emergência em Terapia Intensiva São Paulo - SP 09/2008 a 09/2009 http:// proex.epm.br CITIN Cuiaba - MT 09/01/09 a 10/01/09 www.amib.com.brCITIN Vassouras - RJ 30/01/09 a 31/01/09 www.amib.com.brCITIN Araguari - RJ 06/02/09 a 07/02/09 www.amib.com.brCITIN Belém - PA 27/03/09 a 28/03/09 www.amib.com.brCITIN Rio de Janeiro - RJ 08/05/09 a 09/05/09 www.amib.com.brHemodinâmica Paracatu - MG 27/02/09 a 28/02/09 www.amib.com.brHemodinâmica Belo Horizonte - MG 26/06/09 a 27/06/09 www.amib.com.brHumanização em Medicina Intensiva Cuiaba - MT 03/04/09 a 04/04/09 www.amib.com.brHumanização em Medicina Intensiva São José do Campos - SP 05/04/09 a 06/04/09 www.amib.com.brHumanização em Medicina Intensiva Macaé - RJ 05/06/09 a 06/06/09 www.amib.com.brSEPSE Hospital Samaritano - São Paulo - SP 18/04/2009 (11) 3821-5841 ou www.amib.com.brTENUTI Vassouras - RJ 20/02/09 a 21/02/09 www.amib.com.brTENUTI Rio de Janeiro - RJ 06/03/09 a 07/03/09 www.amib.com.br

12 Jornal da AMIB - Nº 49 - Out/Nov/Dez 2008

PONTO CRÍTICO é desenvolvido pelos comitês não-científicos ou departamentos da AMIB

para discutir questões pertinentes à prática da medicina intensiva

• P O n T O C R Í T I C O •

Qualquer sociedade que se preze tem que ter a constante busca de angariar

mais sócios, para aumentar sua força política, sua representatividade dentro da sociedade e forças internas que gerem debates sempre visando a melhoria da instituição. Atualmente, a AMIB tem essas pretensões. E sempre foi dito que, uma das metas da atual gestão da AMIB é o crescimento do número de sócios. Agora, ao término do primeiro ano da gestão, os números comprovam que esta parte do trabalho está sendo muito bem feita. O número dos asso-ciados da AMIB cresceu consideravelmente nos últimos 10 meses. Saltou de 4.150 sócios no final de dezembro de 2007 para 5.125 sócios em dezembro de 2008, um aumento de aproximadamente 25%.

Tal crescimento se deve a uma série de fatores, aliados a uma estratégia de valorização do intensi-vista: o estímulo para que o intensivista se especialize cada vez mais através de novos cursos oferecidos, o acesso a diversos tipos de informações, novidades e tecnologias da terapia intensiva e a estrutura de apoio oferecida ao sócio, que tem acesso não só aos cursos, mas a todos os eventos re-lacionados a terapia intensiva. Foi criado um portal, com inúmeras ferramentas úteis para o dia-a-dia dos associados, acesso a várias revistas científicas, notícias de congressos internacionais e artigos comentados por especialistas da área médica. Tudo isso faz com que a AMIB esteja cada vez mais presente no dia a dia do intensivista.

Outro fator que vem colaborando para esse crescimento é o desconto oferecido na inscrição do CBMI, que atrai muitos nomes de destaque da terapia intensiva,

AMIB apresenta maior crescimento de sócios da década

do Brasil e do mundo. “Estamos vivendo um momento importante de renovada esperança dos intensivistas, e vamos honrar este anseio com um número cada vez maior de ações em benefício dos as-sociados”, comenta o doutor Álvaro Réa Neto, presidente da AMIB.

Dando continuidade a esse processo, a AMIB vai colocar à disposição de seus sócios novos cursos de atualização em medicina

intensiva e cursos de pós-graduação refor-mulados. Além disso a AMIB vai iniciar um conjunto de pesquisas multicêntricas nacionais e vincular os resultados com um projeto de qualidade e defesa profissional nos hospitais públicos brasileiros. Novos convênios e novas parcerias com empresas também vão ser feitas, com o objetivo de aumentar a arrecadação de recursos e dar sustentação aos projetos educacionais e de defesa profissional. “É fundamental darmos uma estrutura administrativa cada vez mais profissional à AMIB, para que possamos ter uma base segura e eficiente para todos esses e outros projetos fundamentais para nosso contínuo crescimento. Nossos sócios podem esperar por muitas e boas novidades para os próximos meses”, completa o doutor Réa Neto.

EvOLUçãO DO núMERO DE SócIOS nA DécADA DE 2000

Um exemplo salutar foi o que ocorreu na Paraíba, onde a regional promoveu um grande evento gratuito para todos seus associados. Resultado: o quadro da SOPAMI aumentou 89% em um ano.

Para dar apoio a esses projetos, foi criada a Assessoria da Gestão de Sócios, dirigida pelo doutor Weiber Xavier, de Fortaleza, Ceará. Segundo doutor Weiber, é preciso investir no marketing e no rela-

cionamento com o sócio, para que a gestão seja pro-dutiva, concretizando suas propostas de renovação e aperfeiçoamento. Uma das metas da assessoria é a realização de um cen-so entre os intensivistas, para conhecê-los cada vez melhor e convidá-los a fazer parte da AMIB. “Queremos transformar o intensivista em um sócio engajado, que atue em conjunto com a entidade. Já existem vários projetos científicos e as publicações para atualização perma-nente. Queremos ser por-ta-voz do sócio. Estaremos

sempre abertos a críticas e sugestões para a melhoria de nossas ações”, comenta doutor Weiber.

Um dos fatores que a diretoria vem trabalhando para aumentar o número de associados é a relação sócio/leito. Na média, entre todas as regionais, o coefi-ciente é de 0,14. A sociedade amazonense (SATI) lidera o quesito, com uma relação de 0,53. Lá, a maioria dos intensivistas trabalha no sistema e faz parte de uma cooperativa. A menor relação é de 0,05, coincidentemente, no estado vizinho do Pará. Estes dados indicam quais estados têm espaço para crescer.