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Dia 11 de Outubro de 1962 - começo do Concílio Vaticano II. - Há 50 anos. Dia 11 de Outubro de 1992 - Edição do Catecismo da Igreja Católica. Há 20 anos Dia 11 de Outubro de 1992 - Dedicação e Consagração da Igreja e Altar de Nossa Senhora da Maia. Há 20 anos Dia 11 de Outubro de 2012 - Início do Ano da Fé . Dia 14 de Outubro de 2012 - Celebração Solene do 20º aniversário da Igreja de Nossa Senhora da Maia. BOLETIM DE INFORMAÇÃO PAROQUIAL OUTUBRO 2012 ANO XXIII - Nº 252 Preço avulso: 0,50 € PUBLICAÇÃO MENSAL http://www.paroquiadamaia.net [email protected] EDITORIAL Feliz Aniversário estamos a celebrar como cristãos da Maia. Há 20 anos foi Dedicada a nossa Igreja, melhor, começou a vivência da Dedicação da nossa Igreja. Depois de um esforço muito grande, dificuldades e alegrias, chegámos ao dia. No meu coração havia uma data - 11 de Outubro, Festa da Maternidade Divina de Maria. E, ao ir combinar com o Senhor Arcebispo- Bispo do Porto, D. Júlio Tavares Rebimbas, após o meu pedido ele acedeu marcar esse dia. Como fiquei contente! Ele viu que a promessa estava cumprida. Em 28 de Outubro de 1989, ele mostrou vontade de que gostaria de vir aqui, dois anos depois. Eu, no meu fulgor apostólico disse-lhe que isso ia acontecer. Confiei em Deus, em Nossa Senhora e parti para a aventura que foi tendo cada vez mais colaboradores. Neste caminhar houve quem tivesse começado, mas depois abandonou porque isso era exigente e não podiam parecer, mas ser e os aplausos tardavam... Esqueceram-se que era obra de Deus. A história que se começa a idealizar, e que será escrita muito em breve, dirá muito do que já se sabe e muito do que ainda permanece escondido ou terá passado e a memória terá esquecido. O dia 11 de Outubro marcou os cristãos/crentes e os não crentes desta nossa Paróquia. Não senti que alguém ficasse indiferente. Até houve o milagre das rosas, pois elas abundaram e foram tornadas tapete a unir as duas Igrejas. Celebramos este ano o 20º aniversário e esta data é enriquecida com a celebração dos 50 anos do Concílio Ecuménico Vaticano II, os vinte anos da publicalção do Catecismo da Igreja e com o começo do Ano Santo. Presidirá o Senhor D. João. Vamos celebrar o aniversário e vamos procurar viver o ano da Fé com entusiasmo. PDJ

OUTUBRO 2012 BOLETIM DE INFORMAÇÃO PAROQUIAL … · bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem; para que sejais filhos

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Dia 11 de Outubro de 1962 - começo do Concílio Vaticano II. - Há 50 anos.Dia 11 de Outubro de 1992 - Edição do Catecismo da Igreja Católica. Há 20 anosDia 11 de Outubro de 1992 - Dedicação e Consagração da Igreja e Altar de Nossa Senhora da Maia. Há 20 anosDia 11 de Outubro de 2012 - Início do Ano da Fé .

Dia 14 de Outubro de 2012 - Celebração Solene do 20º aniversário da Igreja de Nossa Senhora da Maia.

BOLETIM DE INFORMAÇÃO PAROQUIAL OUTUBRO 2012ANO XXIII - Nº 252 Preço avulso: 0,50 €

PUBLICAÇÃO MENSAL

http://www.paroquiadamaia.net [email protected]

EDITORIALFeliz Aniversário estamos a celebrar como cristãos

da Maia. Há 20 anos foi Dedicada a nossa Igreja, melhor, começou a vivência da Dedicação da nossa Igreja. Depois de um esforço muito grande, dificuldades e alegrias, chegámos ao dia. No meu coração havia uma data - 11 de Outubro, Festa da Maternidade Divina de Maria. E, ao ir combinar com o Senhor Arcebispo-Bispo do Porto, D. Júlio Tavares Rebimbas, após o meu pedido ele acedeu marcar esse dia. Como fiquei contente!

Ele viu que a promessa estava cumprida. Em 28 de Outubro de 1989, ele mostrou vontade de que gostaria de vir aqui, dois anos depois. Eu, no meu fulgor apostólico disse-lhe que isso ia acontecer. Confiei em Deus, em Nossa Senhora e parti para a aventura que foi tendo cada vez mais colaboradores. Neste caminhar houve quem tivesse começado, mas depois abandonou porque isso era exigente e não podiam parecer, mas ser e os aplausos tardavam... Esqueceram-se que era obra de Deus.

A história que se começa a idealizar, e que será escrita muito em breve, dirá muito do que já se sabe e muito do que ainda permanece escondido ou terá passado e a memória terá esquecido.

O dia 11 de Outubro marcou os cristãos/crentes e os não crentes desta nossa Paróquia. Não senti que alguém ficasse indiferente. Até houve o milagre das rosas, pois elas abundaram e foram tornadas tapete a unir as duas Igrejas.

Celebramos este ano o 20º aniversário e esta data é enriquecida com a celebração dos 50 anos do Concílio Ecuménico Vaticano II, os vinte anos da publicalção do Catecismo da Igreja e com o começo do Ano Santo. Presidirá o Senhor D. João.

Vamos celebrar o aniversário e vamos procurar viver o ano da Fé com entusiasmo. PDJ

CONSULTANDO A HISTÓRIA

S.MIGUEL DA MAIA - Pág. 2

Na ata da reunião da Junta de Paróquia realizada em 8 de dezembro de 1901 (fl.42 do “Livro de Actas da Junta de Paróquia da Freguesia de S. Miguel de Barreiros: 1896 – 1902”), tomamos consciência da evolução que os meios de transporte e comunicação sofreram de então para cá, uma vez que “foi dito que (…) o fim desta reunião era para se proceder a nomeação de secretario desta Junta, pois que o respectivo secretario veio por meio de um requerimento pedir a sua exoneração em consequencia de se auzentar desta freguesia de Barreiros para a cidade do Porto donde não pode dezempenhar tal logar. A Junta tomou conheci-mento do referido requerimento do referido secretario e ordenou que fosse dada baixa ao alludido secretario,

depois de se dar conhecimento ao Ex.º Governador Civil do Districto para os devidos effeitos. Em seguida o Senhor Presidente declarou que não havendo na Junta quem possa fazer o serviço de secretario, era urgente prehencher o logar nomeando-se pessôa extranha e arbitrando-lhe a gratificação que deve competir nos termos do Codigo administrativo. A Junta resolveu que a gratificação fosse de 20:000 reis annuaes e procedendo-se à escolha do individo que deve exercer o logar conforme preceitua o paragrapho segundo do art.º vigéssimo quinto do citado Codigo, obteve quatro votos o Senhor Joaquim Augusto Salvador Lima que será investido no cargo de secretario logo que esta deliberação seja aprovada superiormente (…)”

Maria Artur

S. MIGUEL DA MAIA Proprietário e Editor

Paróquia da MaiaDirector

eChefe de Redacção

P. Domingos Jorge

Colaboradores Ana Maria Ramos

Ângelo SoaresAntónio MatosArlindo CunhaCarlos GomesConceição Dores de CastroHenrique CarvalhoHigino CostaIdalina MeirelesJoão AidoJosé Carlos Teixeira José Manuel Dias CardosoLuís Sá FardilhaManuel MachadoMª Artur C. Araújo BarrosMª Fernanda Ol. RamosMaria Lúcia Dores de CastroMª Luísa C.M. TeixeiraMaria Teresa AlmeidaMário OliveiraPalmira SantosPaula Isabel Garcia Santos

CorrespondentesVários (eventuais)

Col. na Composição João Aido José Tomé

Tiragem 1500 exemplares

NOTÍCIAS DA COMUNIDADE PAROQUIAL

Terminado um ano pastoral, reiniciado outra na sua plenitude, a pastoral da catequese vai retomando, em cada semana o seu ritmo habitual. Este ano, como já afirmei no mês passado, será dedicado a aprofundar e compreender o que é mais importante e que nos une como comunidade. Algo que nos dá alentona dificuldade, que não nos deixa desanimar, que nos impele a amar o próximo e a procurar os que sofrem, encontrar o rosto de Jesus. Um sentimento, uma convicção, uma enorme força de vontade, uma semente de sonhos e colheita de realidade, um dom, é assim que sinto a Fé. Através da fé acreditamos e deixamos que frutifique para ganhemos vida nova e com acção. Este ano não nos pode deixar de consciência tranquila. Alguns indícios de inacção a nossa Fé resume-se a: celebrar a eucaristia, respeitar os dias santos de guarda, ser afável com quem nos respeita, entre outras boas "acções". Este ano da Fé servirá para deixarmos de ter sentimentos de consciência tranquila, antes pelo contrário, serve para nos inquietar e nos retirar da zona de conforto, é urgente que nos tornemos atores da Nova Evangelização e que deixemos de sacudir a responsabilidade. Tudo o anteriomente escrito vem a propósito de uma atitude dos pais de alguns catequizandos no final de cada

ciclo de catequese, eucaristia e depois na profissão de fé. Atitude essa que consiste em ouvir a opinião dos filhos e deixar ao seu cuidado e livre arbítrio a decisão de não continuarem a crescer no conhecimento de Jesus. No fundo a pergunta devia ser mais directa: "Filho, desobrigas-me de estar contigo e de te ajudar a crescer no conhecimento dos valores de Jesus e da dignidade do ser humano? Sim? Que bom.... assim posso ficar de consciência tranquila, eu queria que continuasses mas se tu achas que não é preciso...?

José Dias Cardoso

CÔNGRUA É um dever de todo o cristão (de cada família) que aqui vive

colaborar para a honesta sustentação do seu Pároco. Ninguém vai pelas portas lembrar ou pedir como se de esmola se tratasse... Há famílias que nunca deram nada, apesar de viverem aqui há algumas dezenas de anos.

Há pouco tempo pedi a lista dos que entregam a côngrua paroquial. Se ela fosse publicada haveria muitas surpresas...

Como é que é possível? Pode entregar a sua "côngrua" os Cartórios Paroquiais ou Casa Paroquial. O Pároco não tem outra ocupação ou "emprego".

“Um ponto-chave em que o homem é diferente de Deus é o orgulho: em Deus não há orgulho, porque ele é plenitude total e tende permanentemente a amar e a dar vida. Pelo contrário, em nós, homens, o orgulho está intimamente enraizado e exige constante vigilância e purificação”,

“Nós, que somos pequenos, aspiramos a parecer grandes, a ser os primeiros, enquanto Deus não teme rebaixar-se e ser o último”. Bento XVI Angelus de 23/09/2012

Desobrigas-me?

S.MIGUEL DA MAIA - Pág. 3

BAPTIZADOSMês de Setembro

1 - Lisandro Oliveira Martins 2 - Margarida Oliveira Ferreira - Fausto Miguel Carvalho Azevedo - João Pedro Oliveira Marinho - Pedro Coelho Sousa - Sara Coelho Oliveira - Sofia Fortuna Correia Moura 23 - Hugo Ribeiro Soares30 - Lara Vila Verde Macedo Ribeiro - Miguel de Magalhães Branco - Rodrigo Tavares Monteiro - Tomás Mendes Vitorino MATRIMÓNIOS 1 - Manuel António Ramires Lourenço e Ana Catarina Barros Oliveira e Silva - Joaquim Pedro Ribeiro Martins e Joana Sofia Oliveira de Sousa - Tiago Luís Mil-Homens Vinagre e Sílvia Esteves Alves do Forno 2 - Bruno Miguel Ramos Gonçalves e Candy Sophia Monteiro de Almeida - Manuel Filipe Almeida Duarte e Cláudia Jesufina Monteiro Almeida

ÓBITOS15 - Joaquim Gonçalves Pereira (51 anos)16 - Maria da Silva Lessa (83 anos)26 - Hwelena da Conceiçãp Sequeira Teles (78 anos)

MOVIMENTO DEMOGRÁFICO

Pró - VOCAÇÃO, por vocação

Continua na Pág. 4

MUITO OBRIGADOAs campanhas mensais de recolha de alimentos têm sido um sucesso. A Conferência Vicentina lançou o apelo, e a comunidade tem respondido com um enorme sentido de solidariedade.Mês a mês, no 3º domingo, têm sido recolhidos quase 200kg de alimentos e cerca de 400 euros em donativos.Graças a estas ofertas, temos conseguido atender mais famílias e melhorar a ajuda prestada.

Todos os meses são entregues 20 cabazes de alimentos e gastamos cerca de 300 euros em medicamentos urgentes para as famílias que acompanhamos.Os tempos que vivemos são difíceis para todos. Infelizmente, para alguns, bem mais do que para outros. Sabemos, por isso, que muitas das pessoas que nos ajudam com as suas ofertas, o fazem, por vezes, com sacrifício. Por esse motivo, temos a obrigação redobrada de dar a conhecer de que forma são usadas as ofertas que nos fazem chegar e a importância que têm. Nada disto seria possível sem a colaboração de todos.Na nossa página, www.paroquiadamaia.net/vicentinos, colocamos todos os meses, as nossas contas. O número de famílias e pessoas ajudadas, todas as receitas e despesas são lá publicadas.

Ocorreu no final de Setembro a memória de S. Miguel, que a paróquia da Maia invoca como seu Padroeiro. É verdade que a longa tradição da devoção a Nossa Senhora, sob a invocação de Senhora do Bom Despacho, ainda por cima associada às festas do concelho e, mais recentemente, a promoção da invocação de Maria como Senhora da Maia, vêm retirando ao Padroeiro a protagonismo que é habitual ter noutras paróquias.

Nestes tempos de crise, não só económica mas também social e de valores, importa lembrar Miguel, que a tradição cristã apresenta como o grande lutador contra o Mal, personificado em Satanás. Lutar incansavelmente contra o Mal, em todas as suas expressões e manifestações, é vocação de todo o batizado. Lutar contra o Mal não implica necessariamente usar de violência contra os que o praticam, aniquilando-os ou destruindo as suas obras. Essa luta deve consistir sobretudo em contrapor-lhe o Bem, vivido, praticado e testemunhado em todas as circunstâncias das nossas vidas.

Nas palavras de Jesus: “Ouvistes o que foi dito: “Olho por olho, dente por dente”. Eu, porém, vos digo: Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem; para que sejais filhos do vosso Pai que está nos céus."

Miguel aqui e agora não andaria certamente de espada em punho mas tornar-se-ia irmão dos malfeitores (ou seja, fazedores do Mal) para os convencer através da sua prática do Bem.

Feira de S.MiguelCoincidindo a festa de S.Miguel com o tempo das colheitas, é comum associar S.Miguel à fartura; até se usa

a expressão “Isto é um S.Miguel!” para ilustrar uma situação de abundância ou até de prodigalidade.Na feira de S.Miguel, que se realizou no último domingo de setembro a favor do Lar de Nazaré, foi um pouco

assim: fartura de dedicação dos que participaram, vendendo ou comprando, abundância de sentido de igreja-comunidade, que se constrói nestes gestos de partilha e de atenção às necessidades.

Foi pena que tenham estado menos grupos do que em edições anteriores, não tanto pelo resultado económico mas porque alguns dos que vieram à feira ficaram frustrados pela menor variedade de oferta e podem não se sentir motivados a voltar. Esperemos que a próxima feira de S.Martinho mobilize “em grande” a família paroquial em torno desse grande projeto agregador que é o Lar de Nazaré.

Ano da FéEscrevemos estas notas na semana em que se inicia o Sínodo dos Bispos, que vai refletir sobre a chamada Nova Evangelização, e também o Ano da Fé, em boa hora proclamado por Bento XVI. Deixamos apenas duas notas para reflexão: Continua na Pág. 8

S. Miguel, o nosso Padroeiro

CENTRO SOCIALNo sentido de incutir no nosso Centro Social a dinâmica da Fé, o meu tema de hoje tem

a ver com o grande evento de Igreja que vai agora iniciar-se.Começa este mês, desde o próximo dia 11 até 24 de Novembro de 2013 - dia da Festa

de Cristo Rei - a celebração do "Ano da Fé".Esta iniciativa de Sua Santidade o Papa Bento XVI, enquadra-se na celebração dos 50

anos do início do II Concilio do Vaticano (1962-1965) e será acompanhada de um Sínodo dos Bispos sobre a "Nova Evangelização para a Transmissão da Fé".

À minha maneira de ver o evoluir da prática religiosa actual, parece-me muito oportuna esta iniciativa. Para muita gente as deliberações do Concilio Vaticano II não trouxeram nada de bom. Uma onda de agnosticismo paira na prática de muito povo que se diz cristão, muito pior ainda quando estes sinais partem de figuras responsáveis da Igreja.

Ter Fé é uma atitude humana complexa. Se perguntarmos a um crente o que é ter Fé, ele tem sempre alguma dificuldade em formular a resposta, semelhante à que experimenta em responder ao que é acreditar em Deus.

Se nos concentrarmos um pouco, havemos de reconhecer que acreditar é uma espécie de tropismo existencial que envolve a pessoa toda: a inteligência, a sensibilidade e a vontade. Isto é: saber algo de Deus, confiar n'Ele e viver um certo estilo de vida.

Aquelas três dimensões aparecem no diálogo histórico de Jesus com os seus contem-porâneos.

-« Quem dizem o que Eu sou? E vós o que dizeis? ».Uma pergunta então dirigida à inteligência dos discípulos de Jesus, que ainda hoje perma-

nece actual dirigida a todos nós.Óh quanta vontade eu tenho, agora, de recordar São Paulo numa das suas inúmeras cartas

enviadas aos seus seguidores. «Mostra-me as tuas obras, e nelas verei a tua Fé».Óh quão importante é que a fidelidade a Deus e ao próximo se encontrem unidas no

mesmo coração.O verdadeiro testemunho da Fé tem de possuir a sensibilidade do médico na observação

do doente. Não adiante prescrever remédios, não adianta despejar informações doutrinárias, nem cultivar uma piedade apressada, se escasseia uma vida de doação e amor aos irmãos.

Em documento recente, Bento XVI ensina que um cristão tem de ser fundamentalmente um modelo de Fé, no sentido Joânico de quem sabe tirar as ovelhas do seu aprisco e prisão e conduzi-las para espaços abertos.

Disse, também, Bento XVI: «acredita-se com o coração e, com as obras, faz-se a profissão de Fé»

S.MIGUEL DA MAIA - Pág. 4

LIVRO A LIVROeis o

Mistério da FéPretende este livro ser um contributo para o fortalecimento do nosso crer, viver, testemunhar Jesus Cristo.Como cristãos temos o dever de aproveitar este Ano da Fé, para aprofundar o conhecimento, a

vivência e o anúncio da Mensagem dada a conhecer pelo Evangelho.De um modo simples e essencial este livro procura expor a Fé da Igreja de maneira a facilitar a sua

assimilação espiritual. Quatro capítulos compõem o conteúdo da sua leitura, baseados em reflexões teológico-espirituais sobre :

- O símbolo dos Apóstolos - A Palavra de Deus e os Sacramentos - Os Mandamentos e as Bem Aventuranças - As orações fundamentais dos cristãosSeguimos o relato e significado do Credo dos Apóstolos, evocando o mistério da nossa salvação; acompanhamos a

meditação sobre cada um dos Sacramentos, Mandamentos e Bem aventuranças bem como do Pai Nosso, Ave Maria e Glória. Sentimos um incitamento a ouvir a voz que nos fala na Escritura, já que é o Senhor que nos visita na sua Palavra!

«Descobrir novamente os conteúdos da fé professada, celebrada, vivida e rezada, e reflectir sobre o próprio ato com que se crê, é um compromisso que cada crente deve assumir», lembra-nos Bento XVI.

Manuel Machado

Continuação da Pág 3

NOSSA SENHORA DA MAIA

Tão dura é a caminhada,Tão dolorosos os tempos…O desemprego cresce,A incerteza domina,Nosso país empobrece,Nosso povo desanima.

Nossa Senhora da Maia!Humildemente Vos rogo:Escutai minha oração,Renovai a esperançaDos que veem seus filhosSem futuro e sem pão.

Nossa Senhora da Maia!Vossas bênçãos espalhaiSobre o povo sofredor.Com Vosso calor quebraiO gelo dos coraçõesE despertai o amor.

Nossa Senhora da MaiaSempre serena e amiga!Que a luz do Vosso olharNos dê força e confiança…Que o nosso caminhar Seja de coragem e esperança.

Ana Maria Ramos

Carlos Costa

A todos queremos deixar o nosso profundo agradecimento. Os Cristãos têm esta virtude muito própria, a capacidade de se darem.As Conferências Vicentinas, são uma excelente forma de pôr em prática o verdadeiro sentido de uma comunidade, de

vivermos uns para os outros e oferecermos os nossos dons ao serviço dos irmãos. É um pouco disto que fazem não só os vicentinos, mas também todos os que connosco colaboram.

Contamos, este ano, lançar mais alguns desafios de partilha de dons e talentos. Nem tudo se consegue apenas com bens materiais. Todos nós temos capacidades, formação e experiência em áreas diferentes. Porque não partilhar aquilo que sabemos fazer, em prol de uma comunidade, particularmente dos mais desfavorecidos? Estejam atentos e não deixem de responder aos apelos que iremos lançar.

Não sabemos porque é que Deus nos escolheu para vivermos em tempos difíceis como os que atravessamos, mas sabemos que, é precisamente em momentos como estes, que as graças de Deus são mais abundantes.

MUITO OBRIGADO

Maria Teresa e Maria Fernanda

S.MIGUEL DA MAIA - Pág. 5

EQUIPA PAROQUIAL DE PASTORAL FAMILIAR

Contactos:917373873 - 229482390 966427043 - 229416209 916746491 - 965450809 229448287 - 917630347 229486634 - 969037943 962384918

A Equipa de Pastoral Familiar está com vontade de assumir a sua missão. Sabe que o seu espaço de actuação não tem limites, pois abrange tudo. Vai estar atenta a tudo para poder dar o seu contributo. As orientações da Igreja, da Diocese e do Secretariado Diocesano da Pastoral Familiar motivam caminhar.

Este ano pastoral tem a denominação de Ano da Fé. O Santo Padre Bento XVI lançou este repto a toda a Igreja. Vai valer a pena. Jesus Cristo é meta não só para ser estudado, mas para ser amado e seguido.

A Fé não é uma sensação mas uma convicção porque se centra em Jesus.

www.paroquiadamaia.net - [email protected]

Apelo do santo padre Bento XVI no contexto da Nova Evangelização

CIDADE DO VATICANO, segunda-feira, 8 de outubro de 2012 (ZENIT.org) - Dada a importância do tema, quisemos destacar de modo independente a reflexão do papa em sua homilia de domingo, durante a missa de abertura da XIII Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos, em que ele tratou dos desafios que envolvem a família na nova evangelização.

No evangelho lido durante a cerimônia, escutamos Jesus se referir com clareza à relação entre o homem e a mulher, santificada pelo Criador no Gênesis e perpetuada pelo mesmo Salvador com os seus ensinamentos na terra.

Neste sentido, o papa disse que a mensagem da Palavra de Deus pode ser resumida na expressão do livro do Gênesis, que o próprio Jesus retoma: “Por isso, o homem abandonará seu pai e sua mãe, se unirá à sua mulher e serão ambos uma só carne” (Gn. 1,24, Mc. 10,7-8).

"O que nos diz hoje esta palavra?", perguntou-se o papa. "O matrimónio constitui um evangelho, uma Boa Notícia para o mundo atual, em particular para o mundo secularizado". Porque esta união, "uma só carne", deve ser tal "na caridade, no amor fecundo e indissolúvel".

O pontífice destacou na homilia que este é um sinal que fala de Deus com força, "uma eloquência que, em nossos dias, chega a ser maior porque, por várias causas lamentáveis, o matrimónio atravessa uma profunda crise, precisamente nas regiões de antiga evangelização".

Esta relação não é casual, porque estando o casamento unido à fé, "como união de amor fiel e indissolúvel" que "se fundamenta na graça que vem de Deus Uno e Trino, que em Cristo nos amou com amor fiel até a cruz", então "há uma evidente correspondência entre a crise da fé e a crise do matrimônio".

Recordou, a propósito, o que a Igreja afirma e testemunha há tempo: "o matrimónio é chamado a ser não só objeto, mas sujeito da nova evangelização".

O papa convidou a todos, assim, a trabalharem pelas famílias, voltando o olhar "para as muitas experiências vinculadas a comunidades e movimentos que estão se realizando cada vez mais no tecido das dioceses e das

paróquias, como foi demonstrado pelo recente Encontro Mundial das Famílias".

Assim, não é o indivíduo - sacerdote ou fiel - ou o grupo que celebra a liturgia, mas é principalmente a ação de Deus através da Igreja, que tem a sua própria história, sua rica tradição e a sua criatividade. Esta universalidade e abertura fundamental, que é característica de toda a liturgia é uma das razões pelas quais não podem ser ide-alizada ou modificada pela comunidade individual ou por especialistas, mas deve ser fiel às formas da Igreja universal.

Mesmo na liturgia das menores comunidades está sempre presente toda a Igreja. Por esta razão, não há "es-trangeiro" na comunidade litúrgica. Em toda celebração litúrgica participa junto toda a Igreja, o céu e a terra, Deus e os homens. A liturgia cristã, mesmo que celebrada em um lugar e um espaço concreto e exprime o "sim" de uma determinada comunidade, é naturalmente Católica, vem do todo e leva ao todo, em união com o Papa, os Bispos, com os fiéis de todos os tempos e lugares. Quanto mais uma celebração é animada por esta consciência, mais fru-tuosamente nessa se realiza o autentico sentido da liturgia.

Caros amigos, a Igreja torna-se visível de muitas maneiras: na ação caritativa, nos projetos de missão, no apostolado pessoal que cada cristão deve realizar no próprio ambiente. Mas, o lugar no qual a Igreja é experimentada plenamente como Igreja é na liturgia: essa é o ato em que acreditamos que Deus entra em nossa realidade e podemos encontra-Lo, podemos toca-Lo. É o ato no qual entramos em contato com Deus, Ele vem até nós, e nós somos iluminados por Ele. Por isso, quando nas reflexões sobre liturgia nós centramos a nossa atenção somente sobre como torná-la atraente, interessante, bonita, corremos o risco de esquecer o essen-cial: a liturgia se celebra por Deus e não por nós mesmos; é obra sua; é Ele o sujeito; e nós devemos nos abrir a Ele e nos deixar guiar por Ele e pelo seu Corpo que é a Igreja.

Peçamos ao Senhor para aprendermos a cada dia viver a sagrada liturgia, especialmente a Celebração Eu-carística, rezando no "nós" da Igreja, que dirige o olhar não para si, mas para Deus, e nos sintamos parte da Igreja viva de todos os lugares e de todos os tempos. Obrigado.

E. P.P.FMaria Luísa e José Carlos TeixeiraJorge LopesLídia MendesDavid BarbosaMaria Elizabete eJorge RealP. Domingos Jorge

Casamento deve ser boa notícia para o mundo actualA oração cristã é olhar constantemente e de maneira sempre nova a Cristo -Bento XVI

S.MIGUEL DA MAIA - Pág. 6

DEMOS GRAÇAS

Há momentos fortes, intensos, das nossas vidas, que depois de os vivermos, nos levam a outros mo-mentos de reflexão ou mesmo de paragem de todo o restante que nos ocupa o pensamento e a vida. São mais frequentes, penso eu, esses reflexos, quando os factos nos trazem dor ou sofrimento em qualquer das formas como eles existem. Mas, quando é de felicidade e alegria que os acontecimentos nos enchem o co-ração, também, quantas vezes esses nos alimentam o pensamento repetidamente em diversas circunstâncias e tornam-se, exatamente por isso, energia para a vida, para encarar com otimismo novos desafios, algumas consumições e até mesmo o sofrimento sempre que chega a nossa vez.

Por estes tempos muito recentes, houve ocorrências na nossa paróquia e na de Gemunde que me entusias-maram e contagiaram com alegria e esperança, pelo que digo: Demos graças.

Antes de mais, e porque dele tudo depende hierar-quicamente, pois é a primeira figura numa comunidade cristã, demos graças a Deus pelo pároco que temos, o senhor Padre Domingos. Todos sabemos da sua dedicação á Missão que Deus lhe confiou e da atitude de entrega abnegada ao longo dos anos na nossa paróquia, e para quem o conhece bem, sabe reconhecer igualmente a mesma postura na Missão da paróquia de Gemunde para onde, já passados 10 anos, foi chamado para suprir a falta do pároco falecido.

Por essa paróquia de Gemunde, dou graças a Deus pelo dia inesquecível na história do povo de Deus, Do-mingo do passado dia 23 de Setembro, onde pude viver a bela e emocionante celebração de Dedicação da Igreja e Altar Mor, após o restauro total realizado. Da alegria pela chegada a um dia como aquele, em que é entregue a Deus a beleza com que efetivamente os olhos se de-param pela transformação conseguida, entre o estado que ainda há muito pouco tempo estava aquela igreja, e a obra que agora existe, não há palavras para serem ditas, só pelo coração é possível louvar perfeitamente a Deus. E mais, só pelo coração é possível agradecer a Deus por todos os que amam aquela paróquia e tudo têm feito em trabalho e angariação de fundos, para que, seguindo o desejo do seu pároco aquela obra se tornasse realidade.

Pela paróquia da Maia, dou graças a Deus, por aque-les que são capazes de dizer sempre sim, abraçando, uma vez atrás de outra, iniciativas, trabalhos, cansaços, responsabilidades, para que também a obra que a nossa paróquia tem, com grande preocupação, em curso – o Lar de Nazaré – se vá tornar uma realidade, e para isso haja dinheiro para a concretizar.

Dou graças por isso, por quem se aventurou à reali-zação de mais uma feira – A Feira de S. Miguel. Eu, sendo uma entusiasta das feiras como meio de angariação de fundos, não pude estar nas vendas, desta vez, por vários impedimentos de ordem pessoal. Mas em tudo que me foi possível colaborei do lado das compras, e do consumo apreciando a ótima qualidade de tudo o que foi cozinhado por quem assumiu a responsabili-dade dos almoços e petiscos no Solar das Tílias. Dou muitas graças a Deus, e com muita alegria dou os meus parabéns a quem trabalhou e colaborou, pois o apuro conseguido, foi muito significativo. Ninguém tenha dúvidas que Deus redobra tudo o que é feito e dado por bem e com coração puro.

Saindo este boletim a público, precisamente, no fim de semana em que festejamos o 20º aniversário da bênção de

igreja de Nossa Senhora da Maia, não posso desperdiçar a oportunidade de, também aqui, dar graças a Deus por todas as celebrações nela realizadas e por tudo o que ao longo destes anos, as pessoas nesta igreja ou através dela têm sentido da presença de Deus nas suas vidas.

M. Luísa C. M. Teixeira

S.MIGUEL DA MAIA - Pág. 7

Caríssimos Diocesanos

1.De partida para o Sínodo dos Bispos, que decorre este mês em Roma, deixo-vos uma breve partilha de algo que levo no pensamento e no coração, a propósito do tema que nele será versado: “A nova evangelização para a transmissão da fé cristã”.

Comemoram-se os cinquenta anos do início do Concílio Vaticano II e abre-se o Ano da Fé. Eu e os irmãos Bispos que comigo exercem o ministério na Diocese do Porto, dirigimos-vos em junho passado uma Carta a este propósito, tentando resumir a mensagem central do Concílio e do Catecismo da Igreja Católica, radicando em Cristo o que podemos saber e devemos testemunhar sobre Deus e a vida a partir de Deus.

Reconhecendo a real dificuldade em assimilar toda a reflexão eclesial e as propostas do magistério ao longo de meio século, oferecemos-vos um breve roteiro, ou ponto de partida, para a mais fácil compreensão do todo. Estou certo de que o aproveitareis ao longo do Ano da Fé e das Jornadas Vicariais que o pontearão na Diocese, bem como na reflexão pessoal e comunitária. Na verdade, a nossa sociedade requer a presença consciente e ativa dos cristãos, só possível com a consciência mais certa e a consequência mais justa da fé que professamos: Devemo-nos isto, a nós e para os outros.

No Sínodo terei ocasião de participar na grande partilha que faremos sobre o tema da “Nova Evangelização”, que o Papa João Paulo II em boa hora trouxe à reflexão e à vida da Igreja. De todo o mundo virão contribuições, alimentadas pela vida das Igrejas particulares nas diversas sociedades e culturas. Terei também ocasião de partilhar a experiência portuense e portuguesa, especialmente motivada pelo que tem sido feito desde a visita ad limina de 2007, procurando “repensar juntos a pastoral da Igreja em Portugal”.

Desde esse ano também – o meu primeiro como Bispo do Porto – tenho-vos posto a par do que se vai fazendo e refletindo a propósito, em contacto com o dia a dia da Diocese. Basicamente, comunico-vos o que consigo assimilar do pensamento e da ação de muitos outros – sacerdotes, diáconos, consagrados, leigos –

que procuram levar o Evangelho de Cristo aos diversos setores da nossa vida coletiva, das famílias às escolas, das empresas às instituições, dos hospitais às prisões, da sociedade à cultura… E são realmente muitos, com grande generosidade e persistência, quer na vida interna da Igreja quer na sua projeção social e caritativa.

2. Mas todos nos interrogamos sobre o modo mais correto de transmitirmos a fé que nos move, no presente contexto sociocultural, tão profundamente alterado em relação ao que prevalecia décadas atrás.

Na verdade, a uma vida mais concentrada territorial e mentalmente, sucedeu a atual dispersão dos percursos profissionais e pessoais; à integração comunitária de tradições familiares e religiosas, sobrepôs-se uma possibilidade real ou virtual de fazer cada um o seu caminho por necessidade ou gosto, ou a gosto induzido pelo marketing alheio… Entre muitos outros, estes dois fatores levantam uma questão maior ao anúncio evangélico: - Sendo a descoberta do Ressuscitado essencialmente comunitária ou comunitariamente garantida (cf Jo 20, 26), nas famílias, paróquias e demais agregações cristãs, como havemos de a proporcionar no atual contexto, tão disperso?

Parece-me ser este o ponto mais complexo da nossa atualidade pastoral, pois mesmo a necessária reapresentação cultural de Cristo e do Evangelho supõe uma real experiência comunitária que a fecunde e garanta – sendo aliás esta a inultrapassável diferença entre a evangelização e qualquer gnosticismo antigo ou moderno. Tenho-o aprofundado constantemente no dia a dia da Diocese e além dela. Tenho verificado o que se vai conseguindo no quadro paroquial e eclesial, com tanta generosidade do nosso clero e dos seus colaboradores. Levo para o Sínodo essa experiência nossa e também a vontade de aprender com a experiência alheia, como de tudo vos darei conta depois, sobretudo nas Jornadas Vicariais da Fé.

3. Este tópico era também central na reflexão de João Paulo II, como o continua a ser na proposta sinodal. Ressoam as palavras do Papa Wojtyla: “É urgente, sem dúvida, refazer em toda a parte o tecido cristão da sociedade humana. Mas a condição é a de refazer o tecido cristão das próprias comunidades eclesiais” (Exortação apostólica pós-sinodal Christifideles Laici, nº 34; citado pelo Instrumentum laboris do presente Sínodo dos Bispos, nº 83).

Comunidades que hoje terão de ser inter-comunitárias, não só pela grande escassez de sacerdotes, de que a nossa Diocese particularmente sofre, como também pela aludida deslocalização física e mental a que acima aludi. É ainda João Paulo II quem o indica, sugerindo mesmo: “a) a adaptação das estruturas paroquiais à ampla flexibilidade concedida pelo direito canónico, sobretudo ao promover a participação dos leigos nas responsabilidades pastorais; b) as pequenas comunidades eclesiais de base, também chamadas comunidades vivas, onde os fiéis possam comunicar entre si a Palavra de Deus e exprimir-se no serviço e no amor […]. Para a renovação das paróquias e para melhor assegurar a sua eficácia operativa devem favorecer-se também formas institucionais de cooperação entre as diversas paróquias de um mesmo território” (Christifidelis Laici, nº 26). Este último ponto será certamente concretizado entre nós, no incremento de “unidades pastorais” que já se esboçam. Com estes sentimentos e reflexões, parto e continuo convosco. Conto sobretudo com a vossa oração pelo êxito pastoral do Sínodo dos Bispos e do Ano da Fé.

Cordialmente,+ Manuel Clemente, Bispo do Porto

4 de Outubro de 2012, memória de S. Francisco de Assis – que redescobrindo Cristo reevangelizou a Europa do seu tempo

De partida para o Sínodo dos Bispos D.Manuel Clemente deixou escrito:

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PEQUENOS CORAJOSOSNota inicial: Este artigo já foi redigido em Julho

último, não tendo sido publicado anteriormente por questões espaciais a que o nosso Boletim está submetido. No entanto, apesar de já algo deslocalizado no tempo, gostaria que fosse partilhado com a nossa Comunidade.

Costuma-se dizer que o tempo é efémero, a vida galopa e num ápice tudo acontece. Ou pode acontecer, dependendo primeiro da velocidade com que escolhemos este ou aquele caminho, e depois da forma como perseguimos o trilho escolhido. Mas sabendo à partida que, por norma, o retrocesso nem sempre é possível, fruto precisamente da fugacidade da nossa vida neste Mundo e das etapas cíclicas de tudo o que nos rodeia. Por tudo isto, se costuma dizer que há oportunidades que surgem somente uma vez, e quase sempre de forma inesperada. Sendo portanto necessária coragem e audácia para lidar com esses momentos, aceitar o risco, e confiar na Luz que desejamos para guiar a nossa caminhada.

Em pleno mês de Julho, onde o calor começa a apertar e as férias normalmente nos acomodam um pouco, decorreram as anuais Festas do concelho em honra de Nª Sª do Bom Despacho. A população sai à rua e distribui-se pelos vários tipos de eventos e atividades que, ao longo de uma semana, se realizam no centro da cidade, não tendo sido este ano exceção. Apesar da crise (não só económica) que tem dominado o nosso “Portugal dos Pequeninos”. Mas não é minha intenção aprofundar este tema. Porque não falta quem o faça e o debata continuamente na nossa sociedade. Também não pretendo abordar e opinar muito sobre o decorrer das Festas deste ano, até porque, por motivos “profissionais”, não pude participar e disfrutar da mesma o suficiente para o fazer de forma consistente.

Porém, apenas queria fazer referência a um pequeno grupo de pessoas que, à semelhança do sucedido no ano anterior, mais uma vez aceitaram o repto de transportar um andor na procissão do passado dia 08 de Julho. Ao apelo e convite feitos através de uma mensagem telefónica, rapidamente a maioria

respondeu afirmativamente, convictos na sua vontade. De forma célere, e sem permitir que o tempo lhes “fechasse” a porta a esta oportunidade, concordaram e assumiram o desafio de transportar o Menino Jesus de Praga. Sendo a esmagadora maioria destas pessoas crianças e adolescentes, mas já com alguma consciência do laicismo que teima em impor um lugar na atual conjuntura social, entendo que deva ser motivo de referência e de um pequeno louvor. Mas sem esquecer também aqueles que, por motivos de estatura e/ou de abundância, não puderam abraçar este desafio, apesar da sua vontade revelada. Transpirados, mas sempre inspirados pelo coração que os move, sem cansaço ou calor que os fizessem demover, assim chegaram ao final da procissão. Com a alegria patente nos seus rostos e nos seus olhares. E, atrever-me-ia a dizer, com o desejo de saber: “para quando o próximo?”

Portanto, queria aqui deixar os Parabéns ao grupo de acólitos da Maia, constituído por estes pequenos corajosos, por mais este SIM que deram a Jesus e à comunidade maiata. E pelo serviço que prestam à nossa Igreja, todos os fins de semana, quando, perante a nossa comunidade paroquial, aceitam servi-Lo e servir o nosso Pároco, o Padre Domingos Jorge.

Para concluir, e uma vez que se perspetiva algum crescimento por parte desta equipa num futuro próximo, aproveito a oportunidade para lançar o convite a quem desejar fazer parte deste Grupo de acólitos. “A palavra acólito vem do verbo acolitar, que significa acompanhar no caminho. (…) acólito é aquele ou aquela que, na celebração da liturgia, precede, vai ao lado ou segue outras pessoas, para as servir e ajudar.” Há uns dias, reparei, acidentalmente, neste escrito de uma menina: “Seguir Jesus é seguir o que há de melhor.” Ao contrário de tudo o resto, as portas para seguir e servir Jesus estão sempre abertas. Basta apenas sabermos escutar o que Ele diariamente deseja de nós e nos tem para oferecer. E, claro está, sem esquecer que, para o podermos fazer, é necessário abdicar de algum comodismo que por vezes nos invade. Para que a nossa missão seja mais enriquecida.

João Bessa

Ano da Fé Continuação da Pág. 3Nova Evangelização não quer dizer evangelização diferente. Antes significa fazer de novo, através de atitudes e de

métodos carregados da frescura da novidade, a evangelização de sempre, para a qual fomos enviados em missão por Jesus: “Ide, ensinai, batizai”. Esta é a nossa vocação: sermos anunciadores da Boa Nova de Jesus, através da nossa palavra e do nosso testemunho de vida, nos tempos novos que estamos a viver.

O Ano da Fé é oportunidade de nos repensarmos, de conhecermos melhor Aquele em quem acreditamos e a comunidade em que a fé se aprende e se exprime. Não se trata de multiplicar iniciativas dos vários grupos; pelo contrário, importa concentrar e concertar esforços na construção da paróquia como comunidade de crentes, que querem ser mais conscientes das razões da sua fé e querem exprimi-la em gestos de verdadeira fraternidade: “Vede como eles se amam!”

Equipa Paroquial Vocacional

Este Ano da Fé vai permitir que cada cristã vá às raízes da Fé para saber viver como cristão/crente e dar razões da sua fé.

Todos estão à espera que a luz que em muitos tem estado debaixo do alqueire saia de lá e ilumine todos os que estão em casa, que não só os que vivem dentro das quatro paredes, mas que vivem mais ao longe com os quais deparamos constantemente. O testemunho é mais credível do que as lições que se dão.

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MÊS MISSIONÁRIO

Este mês de Outubro é todo dedicado à reflexão e ora-ção sobre a nossa verdadeira identidade de Cristãos: nós, discípulos de Jesus, somos, antes e primeiro de tudo, chama-dos à missão, isto é: a testemunhar a plenitude do amor de Deus para com a humanidade manifestado em Jesus Cristo. Continua o Papa: “O anseio de anunciar Cristo impele-nos também a ler a história para nela vislumbrarmos os pro-blemas, aspirações e esperanças da humanidade que Cris-to deve sanar, purificar e colmatar com a sua presença. De facto, a sua Mensagem é sempre atual, penetra no próprio coração da história e é capaz de dar resposta às inquieta-ções mais profundas de cada homem.” Por isso a Igreja, em todos os seus componentes, deve estar ciente de que “os horizontes imensos da missão eclesial e a complexidade da situação presente requerem hoje modalidades renovadas para se poder comunicar eficazmente a Palavra de Deus”.

REINO DE DEUSNo penúltimo Domingo deste mês celebramos o Dia

Mundial das Missiões. Cada Cristão é chamado à “Missio Dei”, ou seja a participar na missão de Deus em favor de toda a humanidade: Deus deseja e está disposto a fazer tudo para que todos os povos se salvem e cheguem ao conheci-mento da verdade. Esta verdade é que Deus ama a todos os seres humanos e tem para cada um, um projeto de amor e de vida. “Mas a fé é um dom que nos foi concedido para ser partilhado; é um talento recebido para que dê fruto; é uma luz que não deve ficar escondida, mas iluminar toda a casa. É o dom mais importante que recebemos na nossa vida e que não podemos guardar para nós mesmos.”

Jesus aproximou-se de nós para nos ajudar a viver os valores do Reino de Deus. É este o grande convite que Jesus dirigiu a todos e cada um dos Seus discípulos. “Foi-me dado todo o poder no Céu e na Terra. Ide, pois, fazei discípulos de todos os povos, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a cumprir tudo quanto vos tenho mandado. E sabei que Eu estarei sempre convosco até ao fim dos tempos.” (Mt 28)

CHAMADOS À MISSÃOEste Projeto de vida que Deus tem para nós só pode ser

compreendido e acolhido quando iluminado pelos valores do Reino de Deus. Estes incluem: justiça, paz, perdão e com-paixão É a cada um de nós que cabe deixar-se encontrar, iluminar e tocar pela Palavra Libertadora e renovadora de Deus; o nome desta Palavra é Jesus Cristo. “E esta procla-mação não é para a Igreja uma contribuição facultativa: é um dever que lhe incumbe, por mandato do Senhor Jesus, a fim de que os homens possam acreditar e ser salvos. Sim, esta mensagem é necessária; ela é única e não poderia ser substituída. Por conseguinte, temos necessidade de reaver o mesmo ímpeto apostólico das primeiras comunidades cris-tãs, que, apesar de pequenas e indefesas, foram capazes, com o anúncio e o testemunho, de difundir o Evangelho por todo o mundo conhecido de então.”

DESAFIOS À VIDANestes momentos duros de crise Jesus Cristo dirige-

-nos um apelo muito especial que pode fazer a diferença na nossa vida: “Vinde a mim, vós todos os que andais sobrecar-regados e cansados e eu vos aliviarei.” Esta atitude exige, an-

tes de mais, uma renovada adesão de fé pessoal e comunitária ao Evangelho de Je-sus Cristo, num momento de profunda mudan-ça como este que a humanidade está a viver. Hoje esta visão parece estar a esmorecer. No entanto, o Espírito de Deus continua a pairar sobre o nosso mundo e a tocar os corações hu-manos. Nota-se uma procura muito genuína e uma fecunda reflexão teológica e pastoral que procura responder com confiança e esperança às repostas do nosso mundo e aos apelos de muitas irmãs e irmãos que ainda não conhecem Cristo. «Os homens, à espera de Cristo, constituem ainda um número imenso»,

É a nós, Cristãos de reorientar o nosso olhar para Jesus Cristo. Diz-nos o Papa: “É preciso reavivar o entusiasmo da comunicação da fé, para se promover uma nova evangeliza-ção das comunidades e dos países de antiga tradição cristã que estão a perder a referência a Deus, e deste modo vol-tarem a descobrir a alegria de crer.” Pois nunca podemos esquecer a nossa verdadeira e única missão neste mundo. “A preocupação de evangelizar não deve jamais ficar à mar-gem da atividade eclesial e da vida pessoal do cristão, mas há-de caracterizá-la intensamente, cientes de sermos des-tinatários e ao mesmo tempo missionários do Evangelho.”

RESPONDER É CONFIARHá alguns entre nós que para responderem aos apelos

de Jesus Cristo à Sua Igreja em nome da própria Igreja, se disponibilizam a partir ao encontro dos outros irmãos. Es-tes não os únicos protagonistas da missão e muito menos os especialistas da atividade missionária da Igreja; são ape-nas representantes ou mensageiros da comunidade Cristã que se disponibilizam a partir para serem sinais da fé e es-perança que ilumina e fortalece a comunidade que os envia. Nenhum Missionário Ad Gentes parte em seu nome. Mas é apenas um enviado.

Muitos sacerdotes, religiosos e religiosas, de todas as partes do mundo, numerosos leigos e até mesmo famílias inteiras deixam os seus próprios países, as suas comunida-des locais e vão para outras Igrejas testemunhar e anunciar o Nome de Cristo, no qual encontram a salvação a huma-nidade. Trata-se duma expressão de profunda comunhão, partilha e caridade entre as Igrejas, para que cada homem e cada mulher possa ouvir, pela primeira vez ou de novo, o anúncio que cura e aproximar-se dos Sacramentos, fonte da verdadeira vida.”

PARA REFLEXÃOE tu, meu irmã, minha irmã, Como vai a tua comunhão

com Jesus? Tens tempo para o teu encontro com Cristo e com a tua comunidade de fé? Sentes em ti o apelo de Jesus a viver no Seu amor? Deixas-te iluminar e guiar por Jesus, Palavra de Deus? Tens coragem de testemunhar a tua fé em Jesus Cristo? Como estás a viver a missão que Jesus te confia em cada dia da tua vida? P.José Francisco

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‘Não existe nada igual ao prazer de existir e de existir da maneira que somos, com as nossas qualidades e defei-tos, com os nossos problemas, fracassos e sucessos, com os momentos obscuros ou luminosos, da vida, com a alma que trazemos desde o nascimento.

A nossa grande tarefa é aceitarmo-nos como somos, únicos e irrepetíveis, com os nossos defeitos, limitações, qualidades e virtudes. Aqueles, podemos corrigir. Estas po-demos valorizar mais e aperfeiçoar constantemente. É esta procura e esforço constantes de sermos cada vez melhores que nos preenche a vida e nos motiva, nos torna grandes, responsáveis, plenos... Aqueles que podemos corrigir, estes que podemos valorizar mais e aperfeiçoar constantemente. E este esforço (procura) constante para sermos melhores, de não ficarmos “sentados “ à beira da estrada da vida, satis-feitos com o que somos, com aquilo que já atingimos, é que nos vai proporcionar um crescimento sustentado a todos os níveis, e nos mantem sempre empenhados e abertos ao infinito. O homem não é um ser parado, já realizado, não tem limites o seu aperfeiçoamento. Nenhum de nós é, se-quer, capaz de imaginar até onde somos capazes de crescer, que níveis podemos atingir, aonde podemos chegar.

Num colégio explicaram às meninas o prazer de respirar, de existir. E uma menina de nove anos fez esta ora-ção maravilhosa: “Agradeço-te as minhas palavras, o meu

olhar, o meu pensamento. Agradeço-te tudo isto porque foi tua a ideia, de me criares assim a teu gosto. Fizeste-me como me pensaste, não me interessa como fosse, o que importa é que estou aqui. Vivo, sinto, rio e entristeço-me. É o necessário, o importante. O que eu tenho é meu, e gosto. Obrigada por eu ser eu, e por estar viva. Obrigada. Só isto preciso para ser muito feliz”.

O homem é um ser limitado por natureza, mas os seus sonhos, a sua “alma” são ilimitados, não têm fron-teiras... é sempre possível crescer, ser melhor, chegar mais longe e mais alto. Na nossa vida não pode haver tempo para parar de crescer, de nos aperfeiçoarmos. Não temos direito a reformas, mas apenas e só o dever de caminhar constan-temente para o infinito.

Só se é feliz “sobre” o que se é, tirando o máximo de seiva do homem que sou. (José Luiz Martin Descalzo).

É sobre a “terra” da minha alma que vou cultivando ao longo da vida o meu crescer. Basta um cantinho de alma para encontrar a alegria inerior, já que a alegria é a coisa mais séria deste mundo.

Não devo perder tempo a lutar com o meu “espe-lho”, com base no conceito ou preconceito que tenho de mim mesmo, porque só se é feliz sobre o que se é, tirando o máximo de seiva daquilo que somos. Mário Oliveira

EXISTIR SERÁ UM PROBLEMA ?

V

Nova Evangelização

Há dias recebi por e-mail uma história muito interessante sobre um Padre que tinha um sobrinho, ainda criança, com o qual distribuía semanalmente à população a folha dominical da Paróquia. Num determinado dia muito chuvoso, o Padre, devido à sua condição física, entendeu por bem não efetuar a distribuição da folha dominical. Provavelmente não estaria à espera da relutância do sobrinho em acatar essa decisão, pelo que decidiu deixar o sobrinho fazer esse trabalho sozinho, com os devidos cuidados. Quando já só faltava entregar a última folha o miúdo pensou a que porta poderia ir bater para a entregar e dirigiu-se a uma casa com tudo fechado. Bateu, bateu e ninguém atendeu, até que resolveu ir embora. No entanto algo o fez tentar de novo e foi então que uma senhora velhinha lhe abriu a porta e perguntou o que queria, ao que ele respondeu que era apenas para lhe dizer que Jesus a amava muito. No Domingo seguinte durante a missa esta senhora aparece, apesar de não ter o costume de ir à Igreja. Dirije-se ao Padre e conta-lhe que estava ali a agradecer a Jesus por ainda estar entre os vivos. Conta-lhe que foi uma criança que lhe bateu à porta num triste dia de chuva, com um papel na mão e uma pequena mensagem, que a fez regressar à alegria de viver. Uma mensagem simples mas bela, pequena mas forte.

Apesar de ser uma história não deixa de nos mostrar os resultados possíveis de procurarmos fazer, com o auxílio de Deus, o que o primeiro e supremo Evangelizador, no dia da sua ascenção ao Pai, ordenou aos Apóstolos: “Ide, pois, fazei discípulos de todos os povos, baptizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a cumprir tudo quanto vos tenho mandado” (Mt 28, 19-20). A missão evangelizadora é por isso necessária e insubstituível para a Igreja, continuando assim a obra querida por Jesus Cristo. Esta missão assumiu ao longo do tempo diversas formas e modalidades. No nosso tempo assistimos ao fenómeno do afastamento da fé, verificando-se uma preocupante perda do sentido do sagrado, chegando-se a por em questão aspetos fundamentais da fé, como a revelação de Jesus Cristo como único Salvador, ou a compreensão das experiências fundamentais do homem como o nascer, morrer, viver numa família, ou a referência a uma lei moral natural. O que para alguns foi tido como uma libertação, este desejo do homem ser o único artífice da sua natureza e do seu destino, depressa se tornou num deserto no interior do homem.

Cabe-nos a nós procurar os meios e a linguagem adequados para propor a revelação de Deus e a fé em Jesus Cristo. A nova evangelização refere-se ao modo de nos relacionarmos com os outros mas pressupõe principalmente uma renovação constante do nosso interior, um passar constante de evangelizado a evangelizador. É necessária uma atitude ativa na medida em que a indiferença religiosa e a total insignificância prática de Deus nos problemas da vida não são menos preocupantes e subversivos do que o ateísmo declarado. É necessário em primeiro lugar ser dócil à obra gratuita do Espírito do Ressuscitado que acompanha quantos são portadores do Evangelho e abre o coração daqueles que se põem à escuta. Para proclamar de modo fecundo a Palavra do Evangelho, exige-se sobretudo que se viva uma profunda experiência de Deus. De referir ainda que na raiz de cada evangelização não existe um desígnio humano de expansão, mas sim o desejo de compartilhar o dom inestimável que Deus nos quis conceder, comunicando-nos a sua própria Vida.Nota: Baseado e com citações retiradas da Carta Apostólica em forma de “Motu Proprio” UBICUMQUE ET SEMPER do Papa Bento XVI

Carlos Teles

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A CRISE E O EXPERIMENTALISMO POLÍTICO-FINANCEIRO DA UNIÃO EUROPEIA Arlindo Cunha

A crise que estamos a viver é

um tema incontornável do discurso actual, público e privado. Primeiro a Grécia, depois a Irlanda, a seguir Portugal e mais recentemente a Itália e a Espanha. Todos foram obrigados a aplicar medidas de austeridade porque atingiram défices públicos excessivos, que têm que ser reduzidos num período relativamente curto.

Por mais voltas que se dêem vai tudo dar ao mesmo: austeridade. Mas em que se traduz a austeridade? Em rigor, austeridade significa gastar menos. Ora, como estamos a falar das finanças públicas, seria de esperar que austeridade implicasse redução das despesas do Estado. Mas que despesas? É popular falar na famosa eliminação das gorduras do Estado: viaturas oficiais, salários de assessores, pareceres de gabinetes de advogados, mordomias associados ao exercício de certas funções públicas, etc. Obviamente que se poderá e deverá actuar neste campo, tal como na racionalização da gestão da administração pública. Todavia, por mais que custe ouvir isto a certas sensibilidades, a verdade é que o que aqui se pode poupar são minudências em termos da despesa pública global. A esmagadora maioria da despesa está num núcleo central de funções executadas pelo Estado: soberania, segurança, saúde, educação e justiça. Reduzir despesas nestas áreas é possível, sem dúvida. Mas isso implicará um amplo, difícil e moroso debate político quanto ao tipo de modelo a seguir para proporcionar tais serviços aos cidadãos. Ou seja, uma redefinição das funções do Estado.

Pelas razões expostas, é bom de ver que a redução da despesa, além de difícil, nunca trará resultados a

curto prazo, capazes de ajudarem de forma significativa na redução do défice público e no consequente cumprimento das metas negociadas com a Troika (Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional). Assim se explica que os Governos, incluindo, naturalmente e em primeira linha o nosso, recorram a medidas do lado da receita, por terem efeitos imediatos. Ou seja, recurso a medidas que implicam aumento da carga fiscal.

A redução da despesa pública implica menos consumos, menos compras a terceiros e ou menos empregos. O aumento da carga fiscal significa menos rendimento disponível para as famílias e menos consumo. Menos consumo significa que as empresas terão que produzir menos e que algumas terão que fechar. Consequência: mais desemprego.

Não é, assim, necessário ser licenciado em economia para se chegar à conclusão de que qualquer programa de austeridade tem consequências recessivas na economia…

Estamos neste estado porque andámos anos e anos a gastar acima da riqueza que criávamos. Com o despoletar da crise, os mercados financeiros que nos emprestavam o dinheiro, ou seja, os nossos credores, deixaram de ter confiança na nossa capacidade de solvência. Daí o decidirem deixar de emprestar mais dinheiro….

E haverá que dizer, por mais que nos custe, que se não se tivesse pedido a intervenção externa da Troika, há mais de um ano que o Estado Português não tinha crédito. Tal significaria que não tinha dinheiro para pagar as despesas com os seus funcionários (médicos, professores, militares, juízes, polícias, etc) e com os seus fornecedores. E que, quase por certo, alguns bancos entrariam em bancarrota, deixando, assim de poder garantir os depósitos dos cidadãos seus clientes.

Pedir a intervenção externa implicou ter acesso a um pacote de 72.000 milhões de euros de crédito,

escalonado ao longo dos anos, por forma a o Estado Português poder solver os seus compromissos e a banca não entrar em colapso. Mas implicou também o ter de aceitar um doloroso programa de austeridade com vista ao equilíbrio a prazo das contas públicas.

E não saímos do mesmo: austeridade, que em si mesmo gera recessão, pelo menos no curto prazo. Os discursos a defender a necessidade urgente de uma política de crescimento e emprego são sem dúvida apelativos. Mas a realidade é que tais políticas implicam mais despesa pública…que é o que se pretende cortar!

É impossível discutir num artigo desta natureza todos os contornos de uma situação como esta, já para não falar dos dramas humanos de quem está no desemprego e na privação de bens essenciais. Mas há duas coisas que me parecem evidentes. A primeira é que as soluções para defrontar com sucesso a crise já não dependem só de nós ou, melhor dito, de cada Estado Membro da EU individualmente. A segunda é que, por ser esta a primeira grande crise económico-financeira da União Europeia e do Euro, não existe saber de experiência feito para resolver este tipo de situações. Ou seja, estamos no domínio do puro experimentalismo político-económico-financeiro, em que os países mais acossados pela crise acabam por fazer o papel de cobaias!

É preciso uma reflexão urgente dos líderes europeus sobre o que está a acontecer. Reflexão que terá que ser feita no quadro de uma matriz comum, acima dos egoísmos e interesses nacionais. De contrário, perderão todos, mesmo aqueles que (por agora) se julgam imunes às crises!

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No fim de semana da celebração do nosso padroeiro, o Arcanjo S. Miguel, realizou-se mais uma feira do adro, desta vez designada como Feira de S. Miguel. Como já sabemos, mas é sempre bom lembrar, a feira realizou-se com o objetivo de angariar fundos para a construção do Lar de Nazaré.

A expetativa de bom tempo era grande pois nas se-manas que antecederam a feira, o tempo não tinha sido nada bom, chuva, vento e temperaturas baixas. Mas, foi verdadeiramente feira de S. Miguel, o tempo ajudou, este-ve um lindo dia de sol e sem frio.

Logo pela manhã chegaram os feirantes. Bem, já se consideram assim pela assiduidade com que comparecem a estas feiras. Na carga traziam o produto das suas cansei-ras e as ofertas de quem não quis fazer-se vendedor, mas com vontade de colaborar. A oferta era bastante variada, desde legumes, compotas, crochés, pão, doces, pequenos produtos manufaturados, bijuterias, bugigangas, bebidas, plantas, rifas, entre muitas mais coisas. Para além de tudo isto, os feirantes traziam a vontade de trabalhar, vender e colaborar com a nossa paróquia. Traziam também o ca-rinho e a boa vontade que ajudam a fazer crescer a obra do Lar de Nazaré. Para completar o leque de ofertas, lá estava o Solar das Tílias de portas abertas para aconche-gar os estômagos com doçuras e salgados e um sorriso aberto para acolher os visitantes.

No final da Eucaristia das nove horas apareceram os primeiros clientes. Precisamente os fiéis dessa Eucaristia. Ao longo do dia foram aparecendo mais clientes e visi-

tantes, alguns dos quais fizeram prolongar o seu passeio do zoo até à feira. Quiseram comprar um pouco de tudo, quer para ajudar, quer porque os produtos apresentados geravam algum interesse. Facto engraçado foi que, entre os primeiros clientes que frequentaram a feira, se podem referir os convidados e familiares dos batismos realiza-dos nesse dia. Foi engraçado ver gente tão “aperaltada” fazer compras numa feira…

Entre as compras que se iam fazendo, conhecidos, amigos e transeuntes comentavam e apreciavam o mo-vimento da feira, os produtos apresentados e a alegria e empenho dos vendedores. O espírito de entreajuda rei-nava entre os feirantes. Ajudava-se a descarregar os pro-dutos de venda, a montar as tendas, a avaliar os produtos para fixar preços, emprestavam-se guarda-sóis e caixas de apoio. A feira teve direito a várias reportagens foto-gráficas amadoras. Assim, fica para um futuro longínquo o testemunho deste acontecimento. O nosso pároco espa-lhou sorrisos e alegria pelo recinto da feira e foi também um comprador interessado…

No final do dia o cansaço teimou em aparecer, mas a meta alcançada, angariação e sensibilização para a cons-trução do Lar de Nazaré, falou mais alto. No regresso a casa, os carros iam mais vazios de produtos, mas cheios do calor humano sentido na feira.

Nas tendas ficaram a vontade de continuar a ajudar e colaborar com a construção do Lar de Nazaré. Por isso,… há feira.

Conceição Dores de Castro

Fomos..."há"feira!

Senhora da Maia em festa

A Maia está em festa! Dia 11 de Outubro de 1992 os Maiatos, uns de raiz, outros de coração, todos em conjunto e num só sentir celebramos há 20 anos a dedicação da Igreja nova à Senhora da Maia. Vimos nascer, crescer e terminar a obra, juntamente com o nosso padre, seu timoneiro incansável e indiscutível impulsionador. Obra que todos tivemos a alegria e emoção de contemplar em dia festivo, também visível nas ruas e nos corações dos paroquianos.

Foi lindo ver o entusiasmo de todos, a solicitude na entrega das flores que em cestos surgiram como a multiplicação dos pães, a azáfama na decoração do templo e das ruas. Nunca a Maia teria visto tapetes tão artísticos! A Igreja encheu, ficou repleta até às naves laterais superiores e transbordou para fora de portas. A alegria extravasava incontida nos rostos, dando voz à comoção que ia nas almas. Em cânticos de júbilo inundámos a Igreja e assistimos á cerimónia presidida pelo Sr. Bispo do Porto D. Julio Tavares Rebimbas, coadjuvado pelo nosso pároco e sacerdotes vindos de outras freguesias.

A paróquia da Maia tinha motivos sobejos para estar orgulhosa. Acabava de nascer a obra sonhada pelos homens, abençoada por Deus. Foi um privilégio! É um privilégio ter seguido e acompanhado a construção de uma igreja. Quantas não são as gerações, que passaram pela vida, sem nunca verem construir um templo?! É uma obra grandiosa e duradoura nos séculos. Pessoalmente sinto-me uma privilegiada por ter a sorte de ver erguer uma Igreja na cidade onde moro. Ninguém pode ficar insensível a tal acontecimento, porque deixa marcas indeléveis no coração. Marcas que se hão-de prolongar pelos séculos vindouros e gerar emoções nos fiéis e visitantes. Hão-de sentir a beleza do vitral; hão-de emocionar-se ao contemplar a jovem Senhora da Maia de rosto doce e olhar terno; hão-de comover-se ao olhar a cruz de bronze; hão-de elevar o espirito na contemplação do sacrário.

A Igreja da Senhora da Maia, após 20 anos, está cada vez mais linda e é cada vez mais nossa. É assim que a devemos sentir! É assim que temos de celebrar o seu aniversário! Idalina Meireles

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Feira de S. Miguel em imagens

Os Lobitos em Miranda do DouroA aldeia de Atenor, em Miranda do Douro, foi o local escolhido para a Alcateia do nosso Agrupamento viver uma

grande Caçada. De 30 de agosto a 2 de setembro, os Lobitos tiveram a oportunidade de conhecer os usos e costumes dos habitantes da região do Planalto Mirandês e o seu património natural e cultural; visitar Miranda do Douro, o Museu e a Sé; percorrer várias aldeias rodeadas de paisagens maravilhosas e onde a natureza se revela em todo o seu explendor; conhecer os pombais tradicionais e a forma como funcionam; interagir com os burros de Miranda, raça em risco de extinção, e neste momento protegida e acarinhada pela AEPGA - Associação para o Estudo e Protecção do Gado Asinino. Foram dias muito intensos para os nossos Lobitos que deram longos passeios de burro e alimentaram e escovaram estes animais de raça asinina, animais dóceis que aceitam muito bem o contacto com as crianças. Tiveram ainda a oportunidade de fazer a rota dos castelos e conhecer o castelo de Mogadouro, o castelo de Algoso e a atalaia de Vimioso. Participaram na Eucaristia Dominical em Vimioso onde puderam animar a Celebração com alguns cânticos Escutistas. Foram bem acolhidos e deixaram alegres todos os presentes que quase não vêem crianças nas suas igrejas.

E assim terminou mais um ano Escutista para os Lobitos do Agrupamento 95-Maia. No novo ano que iniciamos, novos elementos são esperados, os Patas - Tenras, que integrarão a Alcateia e connosco crescerão em graça e idade.

Por uma Juventude Melhor - Palmira Santos

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A CRISE DE VALORESHá um cenário cada vez mais grotesco envolvendo as crianças e jovens que a crise económica

ou financeira não explica ou justifica. Por muito jeito que dê justificar a panóplia de barbaridades que se cometem com a situação económica das famílias, há relatos e notícias que deitam por terra quaisquer argumentos desse género. Aqueles que mais obrigação têm de cuidar e proteger são também aqueles que se desresponsabilizam-se, se tornam negligentes e agressores, independen-temente da condição social e económica.

Os pais que deixaram a sua filha sozinha no aereoporto, dado que no momento do embar-que repararam que a validade do passaporte tinha expirado e que, ainda assim, partiram de férias para as ilhas gregas, não aparentavam problemas económicos. A viagem era de lazer e o casal ia acompanhado de outros filhos.

A criança deixada no carrinho de bebé debaixo de uma árvore, num dia intenso de calor algar-vio, já mesmo a desidratar, tinha os pais, num café bem perto, a beber até não conseguirem dizer o nome completo da menina. Fosse lá o que fosse que estavam a beber não era grátis. A criança foi acolhida e a agente de serviço, no posto da GNR, provavelmente como muitos portugueses que voltaram a levar a marmita com o almoço, partilhou com ela a sua refeição.

É certo que a crise económica agudiza determinadas situações e dificulta de forma violenta o relacionamento entre as pessoas, entre as pessoas e as instituições e entre as pessoas e o poder político. De um modo geral, tudo parece estar comprometido. Contudo, como se pode explicar que uma família vá de férias e deixe ficar um dos seus membros, no caso até o mais novo, no aeroporto? Como é que é possível gozar os momentos de lazer ou de descanso? Como é que se consegue aproveitar o tempo, descansar e relaxar? Como é que se apaga a existência de um filho e se vai de férias? Isto não é um caso de excentricidade, o que, por vezes, também ajuda a justificar determinados comportamentos, nas sociedades ditas desenvolvidas e civilizadas. Sem ter tido acesso a muitos detalhes sobre o caso mas, vergada pelo peso e pela obscuridade deste tipo de atitude, sinto que não haverá argumento algum que possa ser aceite em defesa de um casal adulto que tem crianças a seu cargo e as abandona na incapacidade de sacrificar as férias.

Da mesma maneira, não parece muito fácil de explicar porque se deixa um bebé sem bebida ou comida e se bebe até cair para o lado, numa situação que, se bem percebi, se tratava de um casal de estrangeiros a gozar o seu período de férias. Provavelmente, o fator dificuldades económicas também não se aplicará a este caso.

A crise financeira, de abrangência nacional e mundial, está instalada. Ainda assim, não poderá ser o bode expiatório para outras crises, igualmente alarmantes e profundas. Algumas, tão antigas quanto o ser humano. Outras, fruto da evolução. Outras, fruto da ausência de Deus. Outras, fruto de uma inexplicável arrogância que nos impede de avaliar com clareza o que por cá fazemos.l

Paula Isabel

Igreja de Nossa Senhora da Maia

Vigésimo aniversário

Foi o projeto e o concursoA primeira pedra. A construçãoO pergaminho. A assinatura papalE a primeira celebração…

…Foi a angariação de fundosA empreitada. A finalizaçãoO tapete. As colchas nas janelasNo dia da bênção e dedicação…

…Chegou quem limpasse o espaçoQuem colocasse floresO concelho paroquialO coral e seus cantores…

…Chegaram bancos. A passadeiraO ambão. Os castiçaisTal como as portas de bronzeE as cerimónias oficiais…

…Foi a chegada da imagem Que causou grande admiraçãoA colocação do vitralE a música do carrilhão…

…As colunas dos apóstolosMais o relevo de São MiguelOs quadros da Via-sacraQue obra tão admirável!..

Chegaram os batizadosOs meninos da catequeseAs visitas de gente importanteE de estudantes, para a tese…

…E outros grupos de trabalhoE de enriquecimento espiritualAs palestras e os concertos…Momentos de cultura geral…

E… também chegou a festa Em honra da Senhora da MaiaAssim como a nova imagem Para que às ruas saia…

…Tudo em cerca de sete mil diasE de mil e quarenta domingosE mais uns tantos feriadosEm que sempre nos reunimosEm sacramentos e concertosE milhares de celebraçõesNa experiência dos afetosE muitas outras manifestações.São vinte anos volvidosMuitos momentos vividosNeste nobre SantuárioMomentos de fabulosas glóriasContabilizam muitas vitóriasNeste vigésimo aniversário.

Henrique Carvalho

A nossa FeiraRealizou-se a feira de São Miguel

no passado mês. Como nas feiras já anteriormente realizadas houve várias bancas com vários artigos à venda. O lucro das vendas vai inteiramente para a construção do Lar de Nazaré, que é uma obra de todos nós e à qual devemos estar dedic1ados a acabá-la. Com esta iniciativa angariou-se mais dinheiro para que a obra do Lar de Nazaré seja finalizada.

A feira esteve muito movimentada. Todos se empenharam para que esta fosse lucrativa. As pessoas que por lá passaram gostaram bastante e como tal ajudaram esta causa. Acabou por ser uma tarde divertida e produtiva.

Por fim, todos os que participaram, seja a vender, comprar ou até a doar os artigos estão de parabéns. Esperamos por mais!

Maria Lúcia

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IGREJAS DE Nª Sª DO BOM DESPACHO E DE Nª Sª DA MAIA

E OBRAS PAROQUIAISMês de Setembro recebeu-se

PLANOMAIA

CENTRO SOCIAL E PAROQUIAL LAR DE NAZARÉ

3101 –Guido Ferreira da Silva..............................................20,003102 –Filhos de Pinto da Costa...................................... .150,003103 –Vitória Silva e Cátia ...................................................30,003104 – Maria Margarida Lima).. ...........................................20,003105 – Maria ................. ..........................................................50,003106 – Albina Silva Gonçalves...............................................30,003107 – Maria Lúcia ..................................................................10,003108 – Maria Adelaide............................................................10,003109 – Joaquim A.N. Costa Lima ........................................50,003010 – Guido Ferreira da Silva............................................. 20,003011 – Por Maria Joaquina Barros .......................................15,003012 – Arnaldo Gonçalves Peixoto ................................... 3013 – A.M.I.R.....................................................................1.000,003014 – M.G.M.C.......................................................................50,003015 - Armando de Almeida..................................................20,003016 – Preciosa Gonçalves....................................................10,003017 – Guido Ferreira da Silva .............................................20,003018 – Manuel Domingos Costa Pereira........................100,003019 - 21ª Prestação 1 Casa do Novo Rumo................. 20.003020 - Guido Ferreira da Silva............................................ 10,003021 - Alguém ........................................................................ 20,00 A Transportar...................................................1.655,00

Setembro - 2º Domingo - 531,20; 3º Domingo - 531,20; 4º Do-mingo - 526,00; 5º Domingo 594,17; 1ºDomingo de Outubro 963,00; Condomínio Central Plazza - 100,00; Henrique e MªLaura - Bodas de Ouro 20,00; Vários - 262,33.Agosto - 1º Domingo Alguém a S. Miguel 10,00;Cecília e Alberto -Bodas de Prata; Oratório 3336 (Maria do Carmo) -50,00 ; Vários 314,68.. Cofre da Ig. Nª Srª da Maia - SS. 29,15. ; Sª da Maia 38,85 ; S. Miguel 12,35 ; Obras -14,00;

OFERTAS - Setembro Transporte ---------------------------------195.656,44

FEIRA DE S.MIGUEL - 30 de SetembroA ideia surgiu e foi anunciada. Alguns foram apanhados de

surpresa. Não houve combinação anterior.O fim de semana do mês de Setembro é dedicado a S.

Miguel. E porque coincidia com um Domingo avisou-se.Alguns e algumas acolheram o convite. Porque vivem de

alma e coração não puseram objeções mas um sim foi dado e transmitido. O Adro esteve animado por muitos que visitaram parando e comprando do que era oferecido.

Tudo muito bom. Vi ali gente e outra que me foi comunicando que me fez

pensar que todos unidos poderemos vencer a crise, pois ela só o é para quem nada fazendo tudo espera…

Sei que houve grupos que não puderam estar com tenda mas vieram para ver, aplaudir, animar e comprar.

Ali ficou decidido que a FEIRA DE S. MARTINHO é que vai ser de arromba. Bravo. Parabéns quem tudo faz por bem.

Reparei em muitos que apareceram, no tempo livre que tive, mas também no meu íntimo houve interrogação de muitos que nunca estando, nada fazendo, mas desfazendo, porque se acham especiais…Não fiz lista, mas sei que Deus a fez. Os que têm consciência cairão em si e irão arrepender-se, outros haverá que passeando a sua importância , não dão conta de que o egoísmo os mata e corrói e mais cedo do que mais tarde verão que afinal “são tão pobres que só têm dinheiro” como ouvi um médico muito ilustre dizer.

Alguns há que nada dando, não têm vergonha de lançar suspeitas a quem trabalha.

É bem certo o ditado: “O pouco com Deus é muito. O muito sem Deus é pouco”.

10 EQUIPAS ESTIVERAM PRESENTES, a saber:- BEATRIZ - ( produtos de Padaria: pão, doces,…)-366,80€ - ADÉLIA - ( Flores e…)- 317,75€- VITÓRIA - ( Produtos hortícolas, confeitaria, coelho, galo, etc. ) 127,00€- ASCENSÃO – (compotas e similares) 325,00€- CELESTE – (artigos vários) 95,00€- GLÓRIA MACHADO ( doces, pataniscas… verde tinto branco e…) - 83,00€- MADALENA CAETANO –(produtos hortícolas vários e muitos: pencas, abóboras….) 150,00€- SOFIA MOURA – Produtos hortícolas vários, uvas muitos, doçaria “de casa”…) 161,57€- EQUIPA PAROQUIAL PASTORAL VOCACIONAL – Rifas que davam sempre algo belo: vasos, carteiras, guarda-sóis, lenços, etc. 467,60€- EQUIPA DO SOLAR – Licenciada em refeições Pratos muito bons…Bons vinhos, e até bagaço 607,91€Soma Total -.................................................................. 2.731,74€

PARABÉNS

Quem desejar fazer a sua dádiva (oferta) para o LAR DE NAZARÉ, por transferência bancária, pode fazê-lo usando o

NIB: 0045 1441 40240799373 19 Balcão da Caixa do Crédito Agrícola

(Maia) ou entregar nos Cartórios Paroquiais. A Obra é nossa .

TÔMBOLAPor lapso da minha parte, pois já deveria ter vindo no BIP de Setembro e foi-me entregue no final das Festas: Saldo – 1.813,95.

EMPRESAS QUE PARTICIPARAM:-ACH. BRITO & Cª Lda-ANO 2000 – Produtos Alimentares- Dr. Bernardino Costa Pereira-CEREALIS – Produtos Alimentares, SA-DU BOIS DE LA ROCHE (Portugal)-FERBAR – Produtos Alimentares-HORTO DE FOLGOSA-NAVIMPOR – Imp. e Exportação-PORTO EDITORA, L.da-HIGISOUSA – Fernando Jorge Monteiro SousaUNICER – Dist. de Bebidas.A Paróquia está grata ao Casal Maria Luísa e José Carlos Teixeira e demais grupo que prestou auxílio nas vendas das rifas. É imprescindível na Festa.

A Feira do S. Martinho já está a ser preparada . Será a 11 de Novembro. Deus ajuda quem algo faz pelos outros

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S. MIGUEL DA MAIABOLETIM DE INFORMAÇÃO PAROQUIAL

ANO XXIII Nº 252 2012 Publicação Mensal

PROPRIEDADE DA FÁBRICA DA IGREJA PAROQUIAL DA MAIADirector: Padre Domingos Jorge

Chefe de Redacção: Adelino de Lima MartinsTelef: 229448287 / 229414272 / 229418052Fax: 229442383 [email protected]

Registo na D.G.C.S. nº 116260Empr. Jorn./Editorial nº 216259http://www.paroquiadamaia.net

Impresso na Tipografia Lessa Largo Mogos, 157 - 4470 VERMOIM - MAIA

Telef. 229441603

Tiragem 1.500 exemplares

Luís Fardilha

Pela Cidade... RELIGIÃO, CULTURA E LIBERDADEQuando o dinheiro es-

casseia, torna-se muito difícil convencer alguém de que o investimento em educação e cultura é uma necessidade. Mesmo admitindo todos que a condição humana não se limita à dimensão corpórea e animal, julga-se que ali-mentar o espírito (tanto na sua dimensão religiosa como intelectual) é algo de supérfluo e secundário, que podemos

dispensar em tempos de maior aperto financeiro. Sentimos isto claramente no pudor com que as vozes públicas se referem a verbas dedicadas a actividades culturais ou aos cortes sucessivos nos orçamentos consagrados à educação. E contrasta vivamente com o recrudescimento do interesse por organizações e actividades espirituais, sobretudo de cariz religioso, estejam ou não enquadradas por instituições reconhecidas e idóneas.

Haverá hoje quem queira regressar à conhecida máxima que identifica a religião com o «ópio do povo», interpretando o apego à religiosidade como uma forma de fugir à realidade e, portanto, de alienação. Seria uma maneira de distrair as pessoas da sua realidade quotidiana, deixando o campo livre para todas as acções de manipulação política e de exploração das massas. Prometer a felicidade depois da morte e justificar toda a sorte de sacrifícios terrenos como a melhor forma de ganhar o paraíso celestial seria uma estratégia eficaz para manter as populações submissas e cordatas, mesmo perante as mais profundas desigualdades e injustiças.

Sabemos bem que não é esta a proposta feita aos cristãos. O homem não é uma alma sem corpo, do mesmo modo que não é um corpo sem alma. A fé cristã exige o empenhamento total na promoção da felicidade terrena, encarada como prenúncio da felicidade plena que viveremos depois da morte. Nada do que é humano pode ser alheio ao cristão, chamado que é a promover a dignidade suprema do ser humano, “imagem” de Deus na terra. Ao contrário do que por vezes se ouve na voz dos que desejam circunscrever a religião ao espaço dos templos, a fé cristã impõe-nos uma responsabilidade cívica e chama-nos à colaboração em tudo o que possa melhorar as condições de vida dos nossos irmãos. A acção social da igreja é uma dimensão essencial da sua missão, um sinal indispensável da presença de Deus no mundo e um factor de esperança único nos tempos mais desesperados.

De certo modo, poderá dizer-se que aqueles que têm fé são privilegiados, porque para eles há motivos de esperança, mesmo nos momentos de maior desespero, há uma luz que se mantém acesa e brilhante, ainda que tudo à volta esteja mergulhado na mais profunda escuridão. Se isto é verdade

para os crentes, também é certo que só o é totalmente para aqueles que têm uma fé esclarecida. Apesar de sociologica-mente Portugal se dizer cristão, temos de reconhecer que o nosso país tem uma flagrante falta de cultura religiosa. Mesmo nos sectores mais informados e influentes, encontramos uma ignorância chocante quando se trata de abordar temáticas religiosas e afins. Neste domínio, como noutros, o conheci-mento é uma força poderosa e insubstituível, uma condição indispensável para a autêntica liberdade.

A importância determinante do saber não se limita ao âmbito da religião, tal como não fica à porta das igrejas. Para todo o ser humano, alimentar o espírito é tão essencial como alimentar o corpo. A cultura é o que distancia o homem dos outros animais. É a condição da sua humanidade. Como escrevia Frei Heitor Pinto há quase cinco séculos, enquanto o ignorante é escravo, o sábio é livre. Mesmo nas condições mais difíceis, quando não há dinheiro para nada, temos de nos lembrar destas verdades. Poderá parecer uma loucura, para quem choca com a realidade do dia-a-dia e só consegue ver o imediato. Tal como a personagem de Saint-Exupéry, temos de recordar que «o essencial é invisível para os olhos».

Como todos os portugueses, temos hoje uma altíssima montanha pela frente, que nos esconde o horizonte e não nos deixa ver através dela. Dizem-nos que é preciso subi--la, para ganharmos o futuro que ela esconde. Mesmo que a história recente possa levar-nos a pensar que temos diante de nós uma tarefa de Sísifo e que, chegados ao cimo, teremos mais uma vez de recomeçar a escalada, querem que acredi-temos que novos horizontes se abrirão diante de nós e que seremos capazes de conquistá-los. Uma tarefa em que a fé religiosa nos ajudará, certamente, mas em que a cultura e o conhecimento nos darão também um apoio precioso, capaz de não nos deixar esmorecer. Afinal, só informados podere-mos escolher conscientemente fazer essa escalada ou não e, assim, exercer plenamente a liberdade que é a condição indispensável da natureza humana.