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Auditoria Interna Outubro/Dezembro 2009 Nº 36 Plano de Formação 2010 Auditoria Interna e gestão do risco Outubro/Dezembro de 2009 Trimestral Distribuição gratuita Nº 36

Outubro/Dezembro de 2009 Trimestral Distribuição Nº 36

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Page 1: Outubro/Dezembro de 2009 Trimestral Distribuição Nº 36

Auditoria Interna   Outubro/Dezembro 2009  Nº 36 Plano de Formação 2010

Auditoria Interna e gestão do risco

Outubro/Dezembro de 2009      Trimestral    Distribuição gratuita    Nº 36 

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Auditoria Interna   Outubro/Dezembro 2009  Nº 36 

Nº CURSO LOCAL DATA FORMADOR 1 Introdução ao Controlo e Auditoria Interna Lisboa

Porto Jan, 25-26 Set, 16-17

Francisco Albino, CIA, CCSA, CGAP

2 Enquadramento Internacional de Práticas Profissionais de Auditoria Interna

Porto Lisboa

Fev, 22-23 Out, 11-12

Francisco Albino, CIA, CCSA, CGAP

3 Auditoria Interna Baseada no Risco – Metodologia ERM

Lisboa Mai, 3-4 Nuno Oliveira, CIA

4 Auto-avaliação do Risco e do Controlo – Preparação para o Exame CCSA

Lisboa Jun, 28-29 Nuno Oliveira, CIA Orlando Sousa, CCSA Júlia Santos. CCSA

5 Quality Assessment and Improvement Program Lisboa Jun, 18 * Prof. Glenn Sumners, CIA, CPA, CFE

6 Fraude e Auditoria Interna Lisboa Set, 27-28 Tiago Lopes, CIA, CCSA, CFE

7 Relatórios de Auditoria Lisboa Mai, 10-11 Francisco Albino, CIA, CCSA, CGAP

8 Amostragem para Auditoria

Lisboa Dez, 13-14 Céu Almeida, ROC

9 SNC – Reforma da Contabilidade Lisboa Mar, 1-2 Baia Engana, ROC Gervásio Lérias, ROC

10 Auditoria de Sistemas e Tecnologias de Informação

Lisboa Mai, 31-Jun, 1 Paulo Gomes, CISA

11 Segurança de Sistemas de Informação

Lisboa Set, 6-7 Pedro Cupertino, CISA

12 Liderança e Comunicação em Auditoria Interna Lisboa Porto

Mar, 29-30 Out, 18-19

Filipa Oliveira

13 CIA Review – I Part Lisboa Jun, 14 * Prof. Glenn Sumners, CIA, CPA, CFE

14 CIA Review – II Part Lisboa Jun, 15 * Prof. Glenn Sumners, CIA, CPA, CFE

15 CIA Review – III Part Lisboa Jun, 16-17 *

Prof. Glenn Sumners, CIA, CPA, CFE

16 CIA Review – IV Part Lisboa Jun, 17 * Prof. Glenn Sumners, CIA, CPA, CFE

17 Preparação para o exame CIA – I Parte Lisboa Set, 20 Francisco Albino, CIA, CCSA, CGAP

18 Preparação para o exame CIA – II Parte

Lisboa Set, 21 Nuno Oliveira, CIA

19 Auditoria de Instituições Públicas – Preparação para o Exame CGAP

Lisboa Abr, 26-27 Francisco Albino, CIA, CCSA, CGAP

20 Auditoria de Empreitadas de Obras Públicas Lisboa Mai, 24-25 Sara Pestana, CIA Sofia Correia, CIA

21 Auditoria Interna no âmbito de Basileia II -Preparação para o Exame CFSA

Lisboa **

22 Seminário especializado em parceria com o MIS

Lisboa **

* Em língua inglesa. ** Em preparação, com realização a confirmar.

NOTA: Poderá haver ajustamentos das datas previstas, pelo que se solicita a consulta ao nosso site e o contacto com o IPAI.

Eventos a realizar em 2010 V Fórum de Auditoria Interna (Junho) XVII Conferência Nacional do IPAI (Novembro) 

 

 

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Auditoria Interna   Outubro/Dezembro 2009  Nº 36 

 

 

Em nome do IPAI, dou-vos as boas-vindas e agradeço a vossa participação nesta XVI Conferência Anual de Auditoria Interna.

Agradecemos a todos os oradores convidados a disponibilidade que tiveram em partilhar as suas ideias e experiências.

Agradecemos, igualmente, a todos os patrocinadores, Deloitte, Ernst&Young, KPMG e Pricewaterhouse&Coopers, a disponibilidade em apoiar esta conferência.

Este ano a Conferência Anual do IPAI retoma o tema da Gestão de Risco e o seu papel na Auditoria Interna.

A ausência de processos efectivos de Gestão de Risco e de Governo das Sociedades, a par da falta de mecanismos eficazes de regulação dos mercados financeiros, estiveram na origem da actual crise económica e financeira global, que levou ao colapso de grandes organizações internacionais.

Neste contexto, torna-se necessário reforçar os sistemas de Gestão de Risco e de Controlo Interno das Organizações e o papel da Auditoria Interna.

A Gestão de Risco e a Auditoria Interna são pilares de um Bom Governo das Organizações.

O Risco assume uma importância fundamental no processo de Auditoria Interna, devendo ser a base e o foco de toda a actividade, desde o planeamento até à comunicação dos resultados, passando pela execução e documentação dos trabalhos. Por outro lado, compete à Auditoria Interna a avaliação dos sistemas de Gestão de Risco e de Controlo Interno.

A actividade da Auditoria Interna traduz-se na melhoria do ambiente do controlo interno e dos riscos das organizações. De forma simplificada, significa desenvolver uma actividade nos processos e unidades de maior risco das organizações, que consiga reduzir esse risco para níveis aceitáveis.

O IPAI tem a honra e o privilégio de contar nesta conferência com a participação de prestigiados oradores, que nos trarão certamente uma perspectiva global do tema, bem como uma abordagem das metodologias e processos de Gestão de Risco e a sua aplicação à Auditoria Interna.

Gostaria de aproveitar a oportunidade para apresentar uma síntese da actividade do IPAI durante o ano em curso.

Este ano, o IPAI continuou a crescer e a desenvolver uma grande actividade em todas as suas áreas de intervenção.

O nº de associados aumentou de 507 membros em finais de 2008 para 604 membros actualmente. De salientar a adesão de mais 10 associados colectivos.

Em Janeiro realizou-se a 1ª reunião do Conselho Geral do IPAI, presidido pelo Dr. Manuel Barreiro, com a participação de todos os seus membros e da direcção executiva do IPAI. O Conselho Geral é um órgão consultivo da Direcção e é composto de personalidades com prestígio e conhecimento relacionados com as actividades de Auditoria, Gestão de Risco e Governo das Sociedades. Nesta reunião o Conselho Geral apreciou o plano de actividades do IPAI para 2009, em especial o plano de formação, teve conhecimento do Novo Enquadramento das Práticas Profissionais de Auditoria Interna e analisou o papel da Auditoria Interna no Governo das Sociedades e na actual crise económica e financeira internacional.

No que respeita à formação, apresentámos um programa anual que procurou responder às necessidades formativas dos associados e outros interessados, quer no que respeita à preparação para os programas de certificação quer na preparação geral e técnica. Em termos gerais, realizámos 13 acções de formação, com um total de 196 horas e abrangendo 210 formandos.

2009 IPAI Conferência Anual

Domingos M. Sequeira de Almeida, Presidente da Direcção

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Auditoria Interna   Outubro/Dezembro 2009  Nº 36 

Gostaria de salientar a procura e importância dos programas de formação “in house” e a realização, pela primeira vez em Portugal, de um curso de nível internacional do MIS training, promovido e organizado pelo IPAI. Está em curso um projecto de certificação do programa de formação do IPAI. Tendo em vista o reforço e diversificação do programa de formação, a Direcção lançou recentemente um concurso para uma bolsa de formadores, para a qual agradecemos a participação dos colegas.

No Fórum de Auditoria Interna, realizado em 17 de Junho, contámos com cerca de 170 participantes. O tema do Fórum foi a importância das ferramentas de suporte à Auditoria Interna e foram partilhados conhecimentos e práticas sobre a utilização de diferentes aplicações informáticas de apoio à actividade de Auditoria Interna.

No que se refere ao programa de certificação, até à data existem 133 certificações, sendo 87 CIA’s - Certified Internal Auditors, 42 CCSA’s - Certification in Control Self Assessment, 2 CGAP – Certified Government Auditing Profissional e 2 CFSA’s – Certified Financial Services Auditor. Em 2009, o programa de certificação prosseguiu, com os exames efectuados directamente em computador e com uma periodicidade superior. Em 2009, o IPAI recebeu 9 certificados CIAs e 5 CCSAs para entrega aos finalistas dos programas de certificação. Parte destes certificados foram já entregues no Fórum e os restantes serão entregues nesta conferência.

No que respeita à revista de Auditoria Interna, este ano foram já publicados 3 nºs. Gostaríamos de apelar mais uma vez a todos os colegas para que colaborem na revista, enviando artigos, notícias e outros documentos para publicação.

O novo site do IPAI foi colocado à disposição de todos os associados. Para além da alteração do grafismo, adaptando-o à nova imagem do IPAI, o novo site contém novos conteúdos e uma possibilidade de interacção mais dinâmica e privilegiada com os associados, através da criação de um acesso reservado.

No que respeita à tradução das Normas para a Prática Profissional de Auditoria Interna, foi lançada este ano uma nova publicação com a tradução das normas obrigatórias, que inclui a definição de auditoria interna, o código de ética e as normas propriamente ditas. Esta publicação está disponível no site do IPAI para acesso livre. As normas recomendadas incluem os documentos de posição e as práticas e guias recomendados, e encontram-se disponíveis para acesso livre em língua inglesa no site do IIA.

No que se refere à colaboração com Instituições de Ensino, o IPAI tem vindo a estabelecer protocolos para o desenvolvimento de iniciativas de interesse comum e que

contribuam para o ensino e desenvolvimento da Auditoria Interna em Portugal. Foram já estabelecidos protocolos com as seguintes instituições de ensino: IFB – Instituto de Formação Bancária; ISEG – Instituto Superior de Economia e Gestão; Universidade Atlântica; Universidade Autónoma de Lisboa; ISCA Lisboa; ISCA Coimbra e Universidade Lusófona.

No âmbito desta colaboração, a Direcção lançou dois prémios, que ainda se encontram em curso: o prémio para o melhor aluno finalista de curso superior de Auditoria e o prémio para o melhor trabalho sobre Auditoria Interna. Agradecemos aos colegas a divulgação e participação nestes concursos.

Por último, gostaria de salientar a actividade dos Núcleos Especializados de Auditoria Interna:

- O Núcleo dos Auditores do Sector Financeiro que realizou em Maio o segundo Seminário com os responsáveis de auditoria interna das principais empresas da Banca e Seguros, e que reflectiu e discutiu sobre a evolução futura da Função Auditoria Interna no actual contexto da crise económica e financeira, e destacaria também a organização e realização já referida do primeiro seminário do MIS Training em Portugal sobre o tema muito actual dos instrumentos financeiros derivados, que se revestiu de grande qualidade e certamente de muita utilidade para os profissionais do sector financeiro que nele participaram;

- O Núcleo de Auditoria de Sistemas de Informação realizou em 10 de Dezembro de 2008 da 1ª Conferência de Auditores de Sistemas de Informação, que contou com a adesão de mais de 60 profissionais da área, tendo-se constituído vários grupos de trabalho. No âmbito desta actividade foi ainda criada uma parceria para a constituição do Lisbon Chapter da ISACA-Information Systems Audit and Control Association, que é uma referência internacional na área de Auditoria de Sistemas de Informação, e que se encontra em processo de aprovação final. Espera-se que 2010 seja o ano de arranque, onde se prevê a realização de várias acções conjuntas nomeadamente, formação, conferências, workshops e apoio ao processo de certificação;

- O Núcleo de Auditoria do Sector de Transportes, Infra-estruturas e Reguladores tem realizado vários encontros com a apresentação e abordagem de vários temas da profissão e da actualidade; e, por último,

- O Núcleo de Auditoria do Sector Público está a preparar o seu arranque.

Em nome da Direcção do IPAI, desejo a todos uma boa Conferência e que esta seja mais uma vez uma oportunidade de partilha de conhecimentos e experiências e um ponto de encontro e de convivência de profissionais e outros interessados na Auditoria Interna, contribuindo deste modo para o desenvolvimento do Governo das Organizações e da Auditoria Interna em Portugal.

Discurso de abertura do Presidente da Direcção – 2009 Conferência Anual

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Auditoria Interna   Outubro/Dezembro 2009  Nº 36 

 

 

 

 

Fotos – 2009 Conferência Anual

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Auditoria Interna   Outubro/Dezembro 2009  Nº 36 

 

Índice

 

Editorial:

Auditoria Interna, marketing e controlo interno, Joaquim Leite Pinheiro

2

Audire: A Auditoria interna e o bom governo das sociedades, Manuel Marques Barreiro

4

A Gestão da Performance de uma organização é o último elo do Modelo Unificado do Corporate Governance, José Oliveira

7

Implementação da Auditoria Interna no sector público, Rogério Simões 13

A u d i t A u t o m a t i o n F a c i l i t i e s – M ó d u l o d e a u d i t o r i a , Fernando Fernandes

16

Zeitgeist * da Função de Auditoria Interna de Sistemas de Informação, Gonçalo Carvalho

19

Análise de dados em auditoria, Drumond de Freitas 24

Pesquisa na Rede 29

Notícias 30

Conferência Anual 2009 31

O Zé Auditor 36

Missão

Promover a partilha do saber e da prática

em auditoria interna, gestão do risco e

controlo interno.

Propriedade e Administração

IPAI – Avenida Duque de Loulé, 5 – 2º B – 1050-085 LISBOA

Contribuinte nº 502 718 714; Telefone/Fax: 213 151 002

Correio electrónico: [email protected] Sítio: www.ipai.pt

FICHA TÉCNICA

Presidente da Direcção: Domingos Sequeira

Director: Joaquim Leite Pinheiro

Coordenação de edição: Orlando Sousa

Redacção: Manuel Marques Barreiro; Raul Fernandes

Conselho Editorial: Manuel Barreiro, Domingos Sequeira, Francisco Melo Albino

Colaboradores nesta edição: Manuel Barreiro, Fernando Fernandes, Rogério Simões, Miguel Silva, José Oliveira, Gonçalo Carvalho

Pré-impressão: IPAI

Impressão e Acabamento: CEM

Ano XI – Nº 36 – TRIMESTRAL Outubro/Dezembro 2009

TIRAGEM: 1200 exemplares; Registo: DGCS com o nº 123336;

Depósito Legal: 144226/99; Expedição por correio; Grátis

Correspondência: IPAI – Avenida Duque de Loulé, 5 – 2º B – 1050-085 LISBOA Telefone/Fax: 213 151 002

[email protected]; Visite-nos em www.ipai.pt

Nota: Os artigos vinculam exclusivamente os seus autores, não reflectindo necessariamente as posições da Direcção e do Conselho Editorial da Revista nem do IPAI. A aceitação de publicação dos artigos na Revista Auditoria Interna do IPAI, implica a autorização para a inserção no sítio do IPAI após a edição da revista impressa.

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Auditoria Interna   Outubro/Dezembro 2009  Nº 36 

IPAI - Membros Colectivos

http://www.ipai.pt/gca/index.php?id=45

 

 

 

   

CP  

   

 

GALP ENERGIA

 

   

   

   

   

1

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Auditoria Interna   Outubro/Dezembro 2009  Nº 36 

Editorial  

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A vida em democracia baseia-se, essencialmente, na economia de mercado e centrada em valores humanistas, na liberdade e na aceitação de responsabilidades.

É o melhor sistema, pese os defeitos inerentes e as recentes situações dramáticas ao nível financeiro, da gestão de topo, da supervisão e da regulação.

Uma das funções essenciais das empresas é a capacidade de vender (facturar, cobrar) e o marketing desempenha um papel chave e que pode ser definido como o “conjunto de meios de que se dispõe para vender os produtos aos clientes, de uma maneira rendível”; envolve:

Organizações; Público-alvo; Promoção de comportamentos; Prossecução de objectivos.

Como auditar o marketing? Os auditores com uma visão clássica da função preparam auditorias financeiras em detrimento das auditorias de processos, necessariamente mais complexas e difíceis de executar.

Uma auditoria ao marketing deve ser planeada tendo em conta os seguintes aspectos.

Quando realizar? O que auditar/analisar? Como conduzir? Que equipa de auditores a deve realizar?

Estes aspectos são essenciais a considerar na fase de planeamento da auditoria e o auditor interno deve, em primeiro lugar, identificar e apreender os principais conceitos de marketing, tendo em consideração:

1. O marketing é um fenómeno afectivo que visa harmonia, equilíbrio, criatividade e inovação;

2. O marketing é uma atitude e envolve um compromisso com o cliente (falar verdade);

Auditoria Interna, marketing e

controlo interno

Joaquim Leite Pinheiro, Director da Revista Auditoria Interna 

“O mau marketing paga-se caro e não demora a pagar-se. Não é possível haver bom marketing ao serviço de maus produtos ou de más ideias”.

Luís Barbosa, in Novo Mercator 6ª edição 

2

Page 9: Outubro/Dezembro de 2009 Trimestral Distribuição Nº 36

 

 

Auditoria Interna   Outubro/Dezembro 2009  Nº 36 

 

3. O marketing visa a harmonização das pessoas, das situações, dos recursos e a eficiência;

4. O marketing tem um papel proeminente sendo um

dos activos principais da empresa e do cliente>;

5. O marketing deve ser entendido em sentido lato:

– No seu conteúdo desde a concepção do produto até ao

pós-venda;

– No seu campo de aplicação (desde empresas

comerciais, industriais, empresas de serviços, incluindo

partidos políticos).

6. A atitude de marketing deve ter os seguintes

comportamentos:

– Ver para além do produto (evitar a miopia);

– Ter uma visão próxima dos clientes (perceber os

gostos e vontade dos clientes);

– Apoiar-se em factos e não em meras suposições;

– Espírito crítico e capacidade de antecipação dos

problemas;

– Analisar o espírito da concorrência;

– Ser ousado, mas dentro de um risco calculado;

– Atitude constante e integridade;

– Valores éticos na construção da mensagem; – Respeito pelos valores e identidade dos clientes.

Depois da análise dos aspectos chave do marketing, o auditor deverá efectuar o programa de trabalho, que poderá envolver os seguintes aspectos:

1. Descrição geral da empresa (actividade, estrutura, funções);

2. A envolvente geral (identificar os aspectos essenciasi da estrutura, das funções da empresa no contexto);

3. Conhecer o mercado nas diversas vertentes;

4. Analisar a estrutura e o plano de marketing da empresa;

5. Analisar a organização e estrutura de funcionamento do departamento de marketing;

6. Analisar/avaliar a performance da empresa face a campanhas de marketing anteriores;

7. Efectuar testes sobre os controlos realizados;

8. Elaborar conclusões, identificando as principais ameaças/oportunidades, as forças/fraquezas;

9. Elaborar Recomendações, numa perspectiva de melhoria dos resultados e incremento das vendas, da melhoria do relacionamento com os clientes e melhorias da performance dos diversos produtos/serviços.

Como dizia Charles Revlon “na fábrica produzimos cosméticos, nas perfumarias vendemos sonhos”.

Em auditoria a lógica é semelhante: todas as funções

devem ser auditadas de uma forma inteligente no sentido

de acrescentar valor à empresa e que as

recomendações contribuam para o sucesso e

desenvolvimento da empresa, na perspectiva que os

colaboradores têm sonhos e visualizam um futuro de

qualidade e de harmonia.

Como alguém afirmou, aplicar a lógica Viagra:

V I S Ã O

I D E I A S

A U D Á C I A

G O V E R N A Ç Ã O

R I S C O

A C O M P A N H A M E N T O

o  

 

 

Auditoria Interna, marketing e controlo interno 3

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Auditoria Interna   Outubro/Dezembro 2009  Nº 36 

 

Audire  

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Transparência, objectividade e independência

são três conceitos da auditoria interna que

reputamos essenciais e imprescindíveis para o

cabal desempenho da sua actividade.

Em nosso entender o “corporate governance” ao

adoptar estes conceitos, adequando-os à sua

realidade e assumindo-os, estará a interagir, na

prática, com a auditoria interna enquanto

ferramenta por excelência da gestão.

De contrário, terá alguma dificuldade em

ultrapassar situações decorrentes de causas, ainda

que involuntárias ou fortuitas, para não falarmos

das que consubstanciem questões intencionais

visando objectivos desviantes.

Como princípio, pressupõe-se que estes conceitos

se encontram intimamente ligados,

intercondicionando-se.

A falta de um deles em qualquer processo implica,

de imediato um entorce ao bom governo

independentemente da modalidade societária

adoptada.

A AUDITORIA INTERNA E O BOM GOVERNO DAS SOCIEDADES

Manuel Marques Barreiro, Consultor e Presidente do Conselho

Geral do IPAI

A transparência, a objectividade e a independência, bem como a assunção do sentido ético nem sempre têm sido tomados na devida conta, sendo, por vezes, ignorados ou considerados despiciendos.

4

Page 11: Outubro/Dezembro de 2009 Trimestral Distribuição Nº 36

 

 

Auditoria Interna   Outubro/Dezembro 2009  Nº 36 

 

Não podemos considerar que existe

objectividade quando a informação da gestão

se focaliza em aspectos acessórios, pouco ou

nada relevantes no que respeita à defesa dos

interesses dos stakeholders, tendo como pano

de fundo a ocultação de práticas incorrectas no

exercício da governação da sociedade.

Também não há transparência quando a

informação sobre actos de governação dá azo a

interpretações dúbias quanto ao verdadeiro sentido

dos resultados da gestão, permitindo que se fale

em actos heterodoxos, inadequados e, em regra,

fraudulentos.

A transparência, a objectividade e a

independência, bem como a assunção do sentido

ético nem sempre têm sido tomados na devida

conta, sendo, por vezes, ignorados ou

considerados despiciendos.

Vemos isso pelo número de casos recentemente

vindos a público. Ocorrências cuja visibilidade

formal evidencia provas factuais de corrupção e

fraude ocupacional, muitas delas já a contas com a

justiça.

Perante isto, a auditoria interna tem algo a dizer.

Ela deve ser considerada e aceite como o controle

dos controles, cuja missão pressupõe o

ordenamento, a avaliação e a monitorização do

ambiente do controle interno.

Enfatizamos a importância da auditoria interna,

porque ela é o repositório da objectividade e da

transparência, enquanto função independente, tal

como deve ser entendida a sua postura.

Prosseguindo os seus objectivos na avaliação e

prevenção do risco, no acompanhamento da

evolução e operacionalidade das actividades ou na

avaliação sistemática dos processos, a auditoria

interna pode ser, dentro da instituição onde

pontifica, factor de persuasão.

Com os seus relatórios sobre a actividade

desenvolvida, indicando as principais fragilidades

do controlo interno detectadas, bem como o grau

de implementação das recomendações sugeridas,

estará também prevenindo a ocorrência de

irregularidades e obrigando os responsáveis pela

gestão às tais objectividade, transparência,

independência e, consequentemente à observância

dos códigos de conduta ética ou a deontologia.

Se à auditoria interna não forem negados, quer o

estatuto, quer o papel que as instâncias nacionais

e internacionais de regulação lhe conferem, ela

estará apta a ajudar a gestão, prevenindo

derrapagens temerárias as tais que podem arrastar

os responsáveis máximos das organizações para o

banco dos réus.

Estará contribuindo, de forma decisiva

para um bom governo das sociedades.

o

 

 

A Auditoria Interna e o bom governo das sociedades 5

Page 12: Outubro/Dezembro de 2009 Trimestral Distribuição Nº 36

 

 

Auditoria Interna   Outubro/Dezembro 2009  Nº 36 

 

Publicidade 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Informação IPAI 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Lisboa, 26 de Janeiro de 2009 1

Associados

Núcleo Auditores Sector PúblicoNúcleo Auditores Sector Público

Será atribuído um prémio de 1.000 € (mil euros) ao melhor aluno, 500€ (quinhentos euros) ao 2º e 250€ (duzentos e cinquenta euros) ao 3º. Ao melhor aluno de cada curso elegível, será atribuído um convite para a participação na Conferência de Auditoria.

PRÉMIO IPAI

MELHOR ALUNO FINALISTA DE CURSO SUPERIOR EM AUDITORIA

Lisboa, 26 de Janeiro de 2009 1

Associados

Núcleo Auditores Sector PúblicoNúcleo Auditores Sector Público

Será atribuído um prémio de 1.000€ (mil euros) ao melhor trabalho, 500€ (quinhentos euros) ao 2º e 250€ (duzentos e cinquenta euros) ao 3º.

Ao Júri, reserva-se o direito de não atribuir qualquer um dos prémios, por decisão irrevogável, caso os trabalhos apresentados não transmitam qualidade que o justifique.

PRÉMIO IPAI

MELHOR TRABALHO SOBRE AUDITORIA INTERNA

6

Page 13: Outubro/Dezembro de 2009 Trimestral Distribuição Nº 36

 

 

Auditoria Interna   Outubro/Dezembro 2009  Nº 36 

 

Artigos 

 

 

 

 

 

Ultimamente  todos  temos verificado que algumas 

das  empresas  portuguesas  onde  supostamente 

funcionariam excelentes modelos de gestão, foram 

as  primeiras  a  acusar  problemas  aos  primeiros 

sinais  de  crise.  Como  é  possível  que,  entidades 

onde  os  deveres  e  responsabilidades  dos 

Conselhos  de  Administração  estejam  definidos 

segundo  as  melhores  práticas  do  “Governo  das 

Sociedades”, sejam estas entidades as primeiras a 

entrar em colapso  financeiro? Tanto mais quando 

esse  colapso  tem  origem  na  falta  de  liquidez  ou 

através  de  fraudes  detectadas  ao  nível  da 

administração? 

Na minha  perspectiva,  a  problemática  da  gestão 

actual  das  empresas passa pela  ausência  de  uma 

relação  directa  entre  as  várias  componentes  do 

Modelo Unificado do Corporate Governance. (ver 

figura seguinte) 

 

Figª1 – Modelo Unificado do Corporate Governance 

A Gestão da Performance de uma organização é o último elo do Modelo Unificado do Corporate Governance.

José Oliveira Director Geral

Os deveres e responsabilidades dos Conselhos de Administração estejam definidos segundo as melhores práticas do “Governo das Sociedades”.

7

Page 14: Outubro/Dezembro de 2009 Trimestral Distribuição Nº 36

 

 

Auditoria Interna   Outubro/Dezembro 2009  Nº 36 

 

1. Organização e Processos A primeira componente do Corporate Governance 

passa  por  uma  organização  sustentada  em 

processos perfeitamente descritos e com todas as 

ocorrências perfeitamente identificadas.  

As empresas multinacionais com fábricas ou linhas 

de  montagem  em  Portugal,  conhecem 

perfeitamente  esta  realidade  pois  só  podem 

optimizar  e  potenciar  a  sua  actividade,  pelo 

detalhe  e  visão  global,  considerando  todos  os 

custos,  proveitos  e  tempos  necessários  à 

realização  das  respectivas  tarefas.  No  entanto  o 

nosso  tecido  empresarial  está  ainda  longe  dessa 

realidade.  Se  existem  referências  em  Portugal 

nesta área, essas  referências  são  inferiores aquilo 

que  se  verifica  na  maioria  das  organizações  por 

onde  já passei e  tive oportunidade de  fazer a sua 

análise.  

O  principal  motivo  é  desconhecimento  destas 

matérias  ou  nalgumas  situações,  o  custo  de 

transformar  uma  empresa  numa  organização 

orientada  a  processos,  ser  alto  demais  para  a 

realidade portuguesa. 

Ora, isto será verdade se analisarmos o retorno do 

investimento a curto prazo. No entanto, a médio e 

longo  prazo,  a  vantagem  competitiva  de  uma 

organização orientada a processos é, em todos os 

aspectos,  enorme,  pois  ganham  um maior  trunfo 

que é o  facto de obter  informação ao detalhe, de 

uma  forma  integrada  e  em  tempo  real,  sabendo 

exactamente  os  custos  e  importância  que  cada 

processo ou  linha de produção  representa para a 

empresa. 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

fig. 2 – Processos de negócios

A g e n te V e n d e d o r T e so u ra ria e C o b ra n ç a s

M e io d e P a g a m e n to

M e io d e P a g a m e n to

E la b o ra ç ã o R e la ç ã o

P a g a m e n to s

R e la ç ã o P a g a m e n to s

E la b o ra ç ã o R e la ç ã o

P a g a m e n to s

R e la ç ã o P a g a m e n to s

D e p ó s ito

E n v io d a re la ç ã o d e V a lo re s ju s tif ic a t iv o d e D e p ó s ito e D o c C lie n te

S im

D e p ó s ito

N ã o

E n v io d a R e la ç ã o V a lo re s , M e io s

P a g a m e n to e D o c C lie n te

J u s t if ica tiv o D e p ó s ito

C o n ta b iliz a ç ã o P ro v is ó r ia

D iá r io

R e la ç ã o P a g a m e n to s

D iá r io

A n á lis e M o n ta n te s re c e b id o s

D o c u m e n ta ç ã o C lie n te

F o rn e c e d o r?E n c o n tro d e

C o n ta sS im

In fo rm a ç ã o V a lid a d a

A p lic a ç ã o D e s c o n to s d e

P a g a m e n to

N ã o

A p lic a ç ã o C o n d iç õ e s E sp e c ific a s

L iq u id a ç ã o (D é b ito e C ré d ito )

C o n ta b iliz a ç ã o F in a l

A rq u ivo P ro c e s s o

R e c e b im e n to

D iá r io s

In fo rm a ç ã o E sp e c ific a

R e la ç ã o V a lo re s

D

V a lid a ç ã o d a s c o n d iç õ e s d e V e n d a

p e lo R e s p o n sá v e l

D e m o n s tra ç õ e s F in a n c e ira s

A Gestão da Performance de uma organização é o último elo do Modelo Unificado do Corporate Governance 8

Page 15: Outubro/Dezembro de 2009 Trimestral Distribuição Nº 36

 

 

Auditoria Interna   Outubro/Dezembro 2009  Nº 36 

 

Modelos de Governação 

O próximo passo após a Organização e Processos 

são  os  Modelos  de  Governação.  Dentro  desta 

componente  integra‐se  a  definição  de  standards 

em  termos  contabilísticos,  informáticos,  sistemas 

de  suporte  à  decisão  e  finalmente  modelos  de 

governação  (Modelo  Continental  e  Japonês, 

Modelo Latino, Anglo Saxónico e Dualista).  

Por  exemplo,  verificamos  muitas  vezes  que,  em 

grupos ou organizações de múltiplas empresas, em 

termos contabilísticos não estão criadas standards 

que  simplifiquem  a  vida  dos  responsáveis  pela 

consolidação legal e financeira das contas. No final 

essas  organizações  perdem  muito  tempo  a 

preparar  a  consolidação das mesmas,  correndo o 

risco  de  os  dados  já  estarem  a  desactualizados 

aquando da sua entrega. Em  tempos conturbados 

como  os  actuais,  onde  a  rapidez  de  análise  do 

negócio leva a que a tomada de decisões tenha de 

ser  mais  rápida  e  com  maior  assertividade,  as 

empresas  que  não  têm  essa  componente  bem 

montada,  perdem  claramente  em  relação  às 

outras.  

Se  isto  é  verdade  em  termos  de  standards 

contabilísticos, os sistemas de informação também 

não  ficam  atrás,  pois  uma  boa  integração  e 

optimização dos sistemas leva a uma redução, que 

pode  levar  a  um  decréscimo  nos  custos  de 

manutenção superiores a 60%  (Sistemas, Pessoas, 

energia, consumíveis, etc.).  

Já em  relação aos  sistemas de  suporte à decisão, 

hoje  em  dia  a  maioria  dos  ERPs  do mercado  já 

trazem uma  componente de Business  intelligence 

Integrado. No  entanto,  há  que  ter  em  conta  que 

esses  sistemas  apesar  de  virem  já  pré‐definidos, 

não são exactamente “out of the box” tendo de ser 

preparados  para  responder  às  especificidades  de 

cada negócio.  Também  encontramos no mercado 

Business  Intelligence,  os  chamados  Sistemas 

Independentes  com  “pacotes  analíticos”  (cubos 

financeiros,  cubos  de  recursos  humanos, 

comerciais,  entre  outros).  Esses  pacotes  vêm 

preparados  para  responder  analiticamente,  ou 

seja,  por  sectores  das  organizações  respondendo 

transversalmente  às  principais  necessidades  do 

negócio. No entanto a experiência diz‐me que não 

existem  milagres  e  que  na  maioria  das  vezes  o 

custo  de  optimização  dos  sistemas  integrados  é 

mais  elevado  do  que  pegar  num  sistema 

independente e construir todo o sistema Business 

Intelligence  “sem  vícios”  e  completamente 

orientados às especificidades das organizações.  

Além  disso,  temos  de  considerar  que  todas  as 

empresas são diferentes umas das outras. Ou seja, 

um sistema de BI que sirva uma entidade, não  irá 

servir para outra entidade,  já que a problemática 

da origem dos dados, o objecto de negócio, a visão 

do decisor  e,  finalmente  até  a própria  cultura da 

organização, leva a que isso não seja transparente. 

Em  relação  aos modelos de  governação  tem  sido 

desenvolvido muito trabalho nesta componente do 

Governance. No entanto o que se verifica, e  já se 

sabia,  é  que  não  basta  criar  um  modelo  de 

organização  da  administração  em  termos  de 

responsabilidades  e  deveres,  mas  é  preciso 

também  alinhar  esses  princípios  com  todo  o 

Modelo Unificado do Corporate Governance.  

O que acontece é que, na maioria das vezes, se dá 

demasiada  ênfase  a  esta  componente  do 

Governance  descurando  muitas  vezes  todas  as 

outras  relações  entre  o modelo  (fig.1).  Resultado 

prático, um  fraco negócio, não  sustentando,  com 

falhas  de  estrutura  e  com maior  apetência  para 

desvios. 

A Gestão da Performance de uma organização é o último elo do Modelo Unificado do Corporate Governance 9

Page 16: Outubro/Dezembro de 2009 Trimestral Distribuição Nº 36

 

 

Auditoria Interna   Outubro/Dezembro 2009  Nº 36 

 

Existe  no  entanto  uma  corrente  que  separa  a 

gestão do risco dos modelos de governação, o que 

nos remete para o próximo passo. 

2. Gestão do Risco e Controlo Interno 

Acredito  sinceramente  que  esta  crise  virá  provar 

que  um  bom modelo  de Governação  terá  de  ter 

obrigatoriamente  todas  as  componentes  de 

monitorização  activas  e  bem  presentes  nas 

organizações. Um bom  controlo  interno permitirá 

uma melhor gestão do risco. 

Dentro desta  componente,  temos obviamente  de 

considerar  o  tema  da  avaliação  dos  líderes  das 

organizações na sua componente prática, tema tão 

bem abordado em “The Leadership Scorecard”, de 

Jack  Philips  e  Lynn  Schmidt,  e  fundamental  na 

visão  holística  de  todo  este  processo.  Ou  seja, 

criaram uma metodologia onde se avalia os líderes 

de  acordo  com  o  retorno  do  investimento  que  é 

feito  na  sua  pessoa,  bem  como  o  seu 

desenvolvimento  dentro  da  organização 

(liderança)  e  o  respectivo  contributo  para  a 

organização.  

As empresas cotadas na Bolsa dos Estados Unidos 

têm  de  estar  em  conformidade  com  as  SOX.  No 

entanto,  saindo  dos  Estados  Unidos  pela  Europa 

fora, e descendo a empresas locais não cotadas na 

Bolsa  ou  outras  que  devido  a  estratégia  não 

consideram  esta  matéria  relevante,  não 

encontramos  na  sua  maioria  qualquer  tipo  de 

sistemas monitorização  do  risco.  Como  tal, mais 

desprotegidas em  relação as práticas de gestão e 

de operações.  

Começa a haver  interesse nesta matéria por parte 

dos  líderes  das  organizações, mas  do  interesse  à 

sua  implementação,  ainda  pouco  se  fez  em 

Portugal.  

 

 

 

A Gestão da Performance de uma organização é o último elo do Modelo Unificado do Corporate Governance 10

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Auditoria Interna   Outubro/Dezembro 2009  Nº 36 

 

Acredito  que  a  conjuntura  actual  comece  a  dar 

frutos  em  relação  a  estas  matérias  e  que  aos 

poucos  as  organizações  percepcionem  a 

importância  destas  componentes  para  uma  boa 

gestão  e  comecem  a  implementar  sistemas  de 

monitorização dos riscos financeiros e processuais 

eficazes no combate à fraude e às ineficiências. 

 

fig. 3 Controlo Interno ‐  COSO 

Tudo isto deverá ser monitorizado e avaliado, ou 

seja, Risk Management e controlo interno.  

3. Performance Management 

Finalmente  temos  o  último  elo  de  ligação  do 

modelo, o módulo de Performance Management. 

O  módulo  de  performance  Management  surge 

somente no final e, na minha opinião só pode ser 

implementado  numa  organização  após  esta  ter 

passado  pelos  3  passos  anteriores:  Processos 

perfeitamente definidos e alinhados, os Modelos 

de  Governação  em  conformidade  com  as  boas 

práticas,  e  a  componente  de  Risco  e  Controlo 

interno activa e em monitorização constante.  

Após  isso, o passo na evolução da excelência é a 

monitorização  integrada  das  3  componentes  e  a 

sua evolução em termos de capacidade de reduzir 

os custos e, por consequência, aumentar os lucros 

da organização. 

Existem  várias  ferramentas  de monitorização  da 

Gestão da Performance. Uma das mais utilizadas é 

o  famoso  Balanced  Scorecard  (BSC)  de  Kaplan  e 

Norton.  

O  modelo  das  quatro  perspectivas  do  BSC 

descreve como uma unidade de negócio cria valor 

para  os  accionistas,  por  via  de  um  melhor 

relacionamento com o cliente e impulsionado pela 

excelência nos processos internos.  

Os  processos  são  aprimorados  continuamente 

mediante o alinhamento das pessoas,  sistemas e 

culturas. 

A Gestão da Performance de uma organização é o último elo do Modelo Unificado do Corporate Governance 11

Page 18: Outubro/Dezembro de 2009 Trimestral Distribuição Nº 36

 

 

Auditoria Interna   Outubro/Dezembro 2009  Nº 36 

 

Um  exemplo  deste  alinhamento  e  de  boas 

práticas na implementação de sistemas de gestão 

da  performance  sustentado  no  Balanced 

Scorecard,  temos  o  modelo  implementado  pela 

Dr.ª Mónica Monteiro na Lipor.  

A Lipor, empresa de resíduos do norte, conseguiu 

construir um  sistema  com o qual monitoriza não 

só o negócio, como  faz o alinhamento de  toda a 

organização com a estratégia da empresa. 

 

 

 

Fig. 4 Mapa estratégico da Lipor. 

 

Conclusão

Em conclusão, podemos afirmar que neste mundo 

cada vez mais competitivo, só irá sobreviver quem 

se destacar pela positiva, inovar o suficiente 

antecipando as tendências de mercado, 

monitorizando toda a componente nervosa da 

organização, avaliando em tempo real o seu 

“state of the art” seja a nível processual, 

financeiro ou de negócio, permitindo uma 

actuação mais proactiva do que reactiva, com 

todos os benefícios da excelência de actuação e 

imagem da empresa. 

o  

 

 

A Gestão da Performance de uma organização é o último elo do Modelo Unificado do Corporate Governance 12

Page 19: Outubro/Dezembro de 2009 Trimestral Distribuição Nº 36

 

 

Auditoria Interna   Outubro/Dezembro 2009  Nº 36 

 

 

 

 

 

 

 

 

O Estado está a assumir o papel que lhe cabe

como fomentador do desenvolvimento

económico, designadamente através de

reformas da Administração Pública há muito

aguardadas, impulsionando os serviços públicos

para a lógica da gestão por resultados e para uma

cultura de avaliação, instituindo um sistema

integrado de avaliação, contemplando

trabalhadores, dirigentes e os próprios serviços e

organismos públicos.

A introdução de funções de Auditoria Interna nos

organismos públicos vai no sentido das reformas

iniciadas pelo Estado, mas podemos dizer que

ainda estamos numa fase inicial se compararmos o

universo de organismos públicos que ainda não

adoptaram esta função na sua estrutura

organizacional, relativamente ao que se passa no

sector empresarial privado ou estatal.

Deste modo vamos apresentar de forma resumida

as vantagens da adopção da função Auditoria

Interna para organismos públicos, que passos

podem ser dados, e que questões devem ser

consideradas para a sua implementação.

Benefícios da função de Auditoria Interna nos

organismos públicos

Os Benefícios obtidos com a implementação da

função auditoria interna nos organismos públicos

que ainda não o tenham feito são vários e

ultrapassam largamente o seu custo.

O benéfico mais óbvio é claramente a melhoria do

ambiente de controlo de gestão, em que as áreas

mais sensíveis do organismo são vigiadas, quer

em termos das transacções quer em termos das

regras operacionais vigentes, isto porque cabe à

função ter uma avaliação objectiva do sistema de

gestão de risco e controlo, analisar

sistematicamente os processos de negócio (ou

operacionais) e respectivos controlos, bem como

avaliar processos de salvaguarda de activos.

Deste modo é possível detectar situações que

podem lesar a organização em valores

significativos, ou mitigar riscos, como por exemplo

detectando situações de fraude ocupacional, ou

reduzir riscos de perda de activos.

Adicionalmente a função de auditoria interna pode melhorar a qualidade da informação financeira produzida, isto porque deve também ser um garante da conformidade com regras contabilísticas e de controlo interno, deste modo pode ser uma ajuda à implementação do POCP e POCAL, assim como contribuir para uma melhoria significativa de todo o ambiente de controlo interno, ajudando a criar novas regras e actualizando as já existentes.

Implementação da Auditoria Interna no sector público

Rogério Simões, Consultor Sénior – Able Solutions

A introdução de funções de Auditoria Interna nos organismos públicos vai no sentido das reformas iniciadas pelo Estado.

13

Page 20: Outubro/Dezembro de 2009 Trimestral Distribuição Nº 36

 

 

Auditoria Interna   Outubro/Dezembro 2009  Nº 36 

 

Factores a ter em conta na implementação da função de Auditoria Interna

Quando se pretende introduzir a função auditoria

interna num organismo público, tal como numa

empresa, há um conjunto de questões a ter em

consideração para que os benefícios obtidos com

esta função sejam maximizados.

Factores como, a estrutura organizacional

existente e motivação da administração; dimensão

da equipa; planeamento e elaboração de objectivos

de auditoria de acordo com o risco organizacional;

selecção de ferramentas informáticas de apoio; e

reporte, devem ser tidos em conta. Iremos ver em

detalhe cada um destes pontos críticos na

implementação de um departamento de auditoria.

Estrutura organizacional e motivação

Numa estrutura tradicional a função de auditoria

interna deve sempre reportar os seus resultados e

opiniões directamente à administração. Num

organismo público não deve ser diferente, só desta

forma se garante a total independência da função,

e o acesso sem restrições a todas as áreas da

organização.

Deste modo é importante o factor motivação e

empenho da administração pois é desta que partirá

todo o apoio e incentivo à função assim como é a

administração que deverá avaliar os resultados

relatados pela auditoria interna, e tomar as

medidas adequadas.

Em termos de controlo de gestão a auditoria

interna é um garante importante da fidedignidade

da informação proveniente do sistema, bem como

da validade e eficácia do funcionamento do

mesmo.

Outro ponto importante é a comunicação interna

para desmistificar o papel da Auditoria Interna,

para que esta não seja vista como uma espécie de

polícia interna da organização, e mais como uma

equipa de apoio pronta a contribuir para uma

melhoria conjunta.

Avaliação da dimensão da equipa

A dimensão de um departamento de auditoria

interna difere consoante a dimensão do organismo,

áreas de risco a auditar, plano de actividades, etc.

Podendo a dimensão ser de uma única pessoa, até

uma vasta equipa. Outro ponto importante diz

respeito à qualificação dos recursos, um recurso

experiente pode valer por dois ou três, assim como

a utilização de ferramentas informáticas aumenta a

produtividade e reduz o tempo de análise. Há

também que ter em conta a curva de

aprendizagem, isto porque será de esperar um

aumento de produtividade da função ao longo do

tempo, á medida que os seus elementos se vão

tornando mais experientes e conhecedores da

realidade da organização.

Identificação das áreas de risco e planeamento da actividade

Este é um ponto crítico em todo o processo de

implementação da função de auditoria. Pois todo o

planeamento dependerá das áreas de risco

identificadas.

A identificação de áreas de risco deverá ser feita

com base em diversos factores quantitativos e

qualitativos. Mas o seu ponto de partida é o

conhecimento do negócio (neste caso o

funcionamento do organismo publico), porque só

assim é possível identificar o universo e os riscos

auditáveis em cada processo.

Implementação da Auditoria Interna no sector público 14

Page 21: Outubro/Dezembro de 2009 Trimestral Distribuição Nº 36

 

 

Auditoria Interna   Outubro/Dezembro 2009  Nº 36 

 

Áreas onde se registem grandes volumes de

transacções, ou o valor dos activos seja elevado,

áreas onde o risco de fraude ou apropriação

indevida de activos seja significativo, são algumas

das situações a ter em conta na definição de riscos

em que a atenção da função estará focada.

Após esta análise então é possível planear toda a

actividade, de forma a maximizarmos o valor

acrescentado para a organização.

Selecção de ferramentas informáticas de apoio

Um aspecto importante para o sucesso na

implementação da função auditoria é a introdução

de ferramentas informáticas de apoio,

nomeadamente software de análise de

transacções.

Estas ferramentas possibilitam ganhos de

produtividade significativos, a realização de uma

multiplicidade de testes que manualmente não

seriam possíveis de realizar, podendo com poucos

recursos, muitas vezes só com uma pessoa, ser

possível auditar diversas áreas de risco ao longo

de um ano.

Estas ferramentas possibilitam ainda a realização

de testes analíticos periódicos e automáticos com

detecção de situações suspeitas logo após a sua

ocorrência e não meses depois.

Avaliação de resultados e reporte

Como em todos os processos de implementação,

após executarmos o nosso plano de actividades,

há que reportar à administração as situações

detectadas, sugestões de melhorias a implementar

e potenciais riscos a ter em conta no futuro.

Muitas vezes consoante a realidade que

encontramos temos a necessidade de mudar

objectivos e a própria abordagem, com por

exemplo nos casos em que detectamos falhas de

controlo interno mais graves do que estávamos à

espera, ou encontramos indícios de fraude em

áreas onde não esperávamos.

Nestes casos necessitamos de reformular o nosso

plano de actividade, de modo a cobrir mais

eficazmente as nossas áreas de risco.

Conclusão

A introdução da função Auditoria interna num

organismo público embora não seja uma tarefa

fácil, é uma decisão que sem dúvida trará

muitos benefícios a diversos níveis,

nomeadamente mais rigor, transparência e

segurança a nível operacional.

Neste processo o organismo público pode recorrer

a ajuda externa, nomeadamente consultadoria,

para a implementação da função. Deste modo

acelera o processo, evita erros de percurso,

maximiza os benefícios, e minimiza o risco de falha

da implementação.

A consultadoria pode ser uma ajuda importante

não só como guia no processo de implementação,

mas também pode ajudar a escolher e implementar

as ferramentas informáticas de apoio à auditoria,

com formação aos utilizadores, e aplicações

práticas de utilização no seu dia-a-dia.

Um organismo público que não conte nos seus

quadros com pessoal experiente em auditoria, e

pretenda introduzir a função, deve seriamente

considerar a hipótese de recorrer a ajuda externa,

sob pena de comprometer seriamente todo o

processo.

o

 

Implementação da Auditoria Interna no sector público 15

Page 22: Outubro/Dezembro de 2009 Trimestral Distribuição Nº 36

 

 

Auditoria Interna   Outubro/Dezembro 2009  Nº 36 

 

 

 

 

 

Fernando Fernandes (Director Projectos da WJPortugal)

Audit Automation Facilities – Módulo de Auditoria

Dando s egu imen to ao a r t i g o an t e r i o r , i r emos f i na l i z a r a abo rdagem ao Módu l o de

Aud i t o r i a , r e f e r en t e à O rgan i z a ção /e s t r u t u r a ção do Módu l o de Aud i t o r i a .

A g o r a j á p o d e i n t e r a g i r o n - l i n e c o m o s a u d i t a d o s n o d e c o r r e r d a s a u d i t o r i a s , p a r a s o l i c i t a r i n f o r m a ç ã o , n e g o c i a r p r a z o s , e t c . A c o m u n i c a ç ã o e n t r e a u d i t o r e s e a u d i t a d o s f i c a g u a r d a d a e i n d e x a d a à a u d i t o r i a e m c u r s o .

O r g a n i z a ç ã o / e s t r u t u r a ç ã o da P a s t a

d o A u d i t o r

R e l e m b r a n d o a o r g a n i z a ç ã o d a p a s t a d e

t r a b a l h o :

1 – P r o g r a m a s d e T r a b a l h o *

2 – C o m e n t á r i o s *

3 – A u d i t o r i a A n t e r i o r *

4 - O c o r r ê n c i a s

5 – G a s t o s

6 – R e l a t ó r i o s

7 – M e l h o r e s P r á t i c a s

8 – L e v a n t a m e n t o P r o c e d i m e n t o s

9 – C h e c k l i s t

1 0 – D o c . P r i n c i p a l d a A u d i t o r i a

* I t e n s a b o r d a d o s n o a r t i g o a n t e r i o r

( 4 – O c o r r ê n c i a s )

O A A F , n o d e c o r r e r d a a u d i t o r i a p e r m i t e -

l h e l e v a n t a r p r o c e d i m e n t o s , r e c o l h e r

d e p o i m e n t o s , i m p u t a r c u s t o s , e t c .

D e q u e f o r m a ?

A p e n a s r e g i s t a n d o a o c o r r ê n c i a .

E c r ã d e P a r a m e t r i z a ç ã o d a s o c o r r ê n c i a s

( 5 – G a s t o s )

O A A F p e r m i t e - l h e u m v e r d a d e i r o c o n t r o l o

d o s c u s t o s d e e x e c u ç ã o d e c a d a a u d i t o r i a

( h o t e l , v i a g e n s , g a s o l i n a , e t c . ) .

D e q u e f o r m a ?

A p e n a s r e g i s t a n d o o s c u s t o s p o r

a u d i t o r i a e p o r a u d i t o r .

16

Page 23: Outubro/Dezembro de 2009 Trimestral Distribuição Nº 36

 

 

Auditoria Interna   Outubro/Dezembro 2009  Nº 36 

 

E c r ã d e P a r a m e t r i z a ç ã o d o s C u s t o s

O t i p o d e c u s t o é p a r a m e t r i z á v e l p e l o

a u d i t o r .

E c r ã d e T i p o d e C u s t o

( 6 – R e l a t ó r i o s )

N o A A F a q u a n t i d a d e d e T i p o s d e

R e l a t ó r i o s d e A u d i t o r i a n ã o t e m l i m i t e . É

p o s s í v e l c r i a r r e l a t ó r i o s p o r f a s e s , p o r

á r e a s d e a c t u a ç ã o , e t c .

N o d e c o r r e r d a a u d i t o r i a , a p e n a s t e r á d e

s e l e c c i o n a r o r e l a t ó r i o p r e t e n d i d o .

D e q u e f o r m a ?

O s r e l a t ó r i o s d e a u d i t o r i a e s t ã o d i v i d i d o s

e m s e c ç õ e s , p a r a m e t r i z á v e i s p e l o a u d i t o r

e i n d e x a d a s a c a d a t i p o d e r e l a t ó r i o .

O A A F a g r u p a t o d a s a s i n f o r m a ç õ e s

r e s p e i t a n d o a s r e g r a s e f o r m a t o s

p a r a m e t r i z a d o s p a r a c a d a t i p o d e

r e l a t ó r i o .

R e l a t ó r i o G e r a d o ( s e m l i m i t e d e v e r s õ e s )

T o d a a e s t r u t u r a a s s e n t a n u m t e m p l a t e

( W o r d ) c r i a d o p o r t i p o d e r e l a t ó r i o .

C o m o s e p r o c e s s a n o d e c o r r e r d a

A u d i t o r i a ?

A s d i v e r s a s s e c ç õ e s d o r e l a t ó r i o , c o m o

p o r e x e m p l o : I n t r o d u ç ã o , S u m á r i o

E x e c u t i v o , C o n c l u s ã o , e t c . , p o d e m s e r

c r i a d a s t e n d o p o r b a s e d o c u m e n t o s

p a d r ã o ( p r e v i a m e n t e c a r r e g a d o s ) o u

s i m p l e s m e n t e i n t r o d u z i d a s p e l o a u d i t o r

n u m a f o l h a d e W o r d e m b r a n c o .

E a s n ã o c o n f o r m i d a d e s , c o m o s e p r o c e s s a m ?

À m e d i d a q u e o s T e s t e s d e a u d i t o r i a s ã o

e x e c u t a d o s , o a u d i t o r v a i c r i a n d o

i n f o r m a ç ã o p a r a o r e l a t ó r i o ; n o f i n a l ,

a p e n a s t e r á d e d i s t r i b u i r a s “ n ã o

c o n f o r m i d a d e s ” p e l o s d i v e r s o s t i p o s d e

r e l a t ó r i o o u , e m a l t e r n a t i v a , p a r a m e t r i z a r

a d i s t r i b u i ç ã o d a s “ n ã o c o n f o r m i d a d e s ” d e

a c o r d o c o m o , p o r e x e m p l o , o s e u p e s o o u

i m p o r t â n c i a r e l a t i v a ( C r i t i c o , M é d i o ,

F r a c o , e t c . )

E c r ã d e d i s t r i b u i ç ã o d e P o n t o s ( n ã o c o n f o r m i d a d e s ) p e l o s d i v e r s o s t i p o s d e R e l a t ó r i o s

A u d i t A u t o m a t i o n F a c i l i t i e s – M ó d u l o d e A u d i t o r i a 17

Page 24: Outubro/Dezembro de 2009 Trimestral Distribuição Nº 36

 

 

Auditoria Interna   Outubro/Dezembro 2009  Nº 36 

 

A p ó s a d i s t r i b u i ç ã o d a s n ã o

c o n f o r m i d a d e s o a u d i t o r a p e n a s t e r á d e

c l i c a r n o B o t ã o

( 7 – M e l h o r e s P r á t i c a s )

O A A F p e r m i t e - l h e a s s o c i a r a s m e l h o r e s

p r á t i c a s p o r P r o g r a m a d e

T r a b a l h o / P r o c e s s o :

D e q u e F o r m a ?

A p e n a s r e g i s t a n d o a m e l h o r p r á t i c a .

E c r ã d e P a r a m e t r i z a ç ã o d a s m e l h o r e s

p r á t i c a s

( 8 - L e v a n t a m e n t o P r o c e d i m e n t o s )

O A A F p e r m i t e - l h e e f e c t u a r o

l e v a n t a m e n t o p r é v i o d a s á r e a s d e

n e g ó c i o ( p r o c e s s o s ) o n d e s e r ã o a p l i c a d o s

o s r e s p e c t i v o s c o n t r o l o s e t e s t e s d e

a u d i t o r i a .

Ecrã de Levantamento de procedimentos

( 9 – C k e c k l i s t )

O A A F p e r m i t e - l h e e f e c t u a r d o i s t i p o s d e

C k e c k l i s t :

1 . C á l c u l o d a n o t a f i n a l d a a u d i t o r i a

2 . A u x i l i a r d e f e c h o d a s a u d i t o r i a s

N o p r i m e i r o t i p o , c a l c u l a o r e s u l t a d o

( n o t a ) d a a u d i t o r i a , c o n s i d e r a n d o a s

n o t a s d o s t e s t e s / p r o g r a m a s d e t r a b a l h o e

r e s p e c t i v o s p e s o s .

N o s e g u n d o t i p o , é u m a u x i l i a r q u e

p e r m i t e i d e n t i f i c a r q u e i t e n s s e

e n c o n t r e m e m a b e r t o e i m p e d e m o f e c h o

d a a u d i t o r i a .

E c r ã d e C k e c k l i s t

( 10 – Documento P r i nc ipa l )

É o d o c u m e n t o d e G e s t ã o d a a u d i t o r i a . O

A A F p e r m i t e - l h e :

1 . I n c l u i r / r e t i r a r n o v a s u n i d a d e s

a u d i t á v e i s

2 . I n c l u i r / r e t i r a r n o v o s a u d i t o r e s

3 . I n c l u i r / r e t i r a r n o v o s p r o g r a m a s d e

t r a b a l h o

4 . I n c l u i r / r e t i r a r f a s e s d a a u d i t o r i a

E c r ã d e p a r a m e t r i z a ç ã o d o D o c u m e n t o

P r i n c i p a l .

Continua no próximo artigo

 

A u d i t A u t o m a t i o n F a c i l i t i e s – M ó d u l o d e A u d i t o r i a 18

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Auditoria Interna   Outubro/Dezembro 2009  Nº 36 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Os Sistemas de Informação (SI) são uma componente indispensável no suporte das estratégias de negócio e da actividade diária das organizações.

Esta forte dependência dos SI, o aumento da sua complexidade e a crescente exposição das organizações ao exterior, através das estratégias de outsourcing ou da utilização de novos canais, potencia os riscos associados aos SI.

Adicionalmente, a conjuntura económica negativa e os tempos conturbados em que vivemos, que afectam organizações e pessoas, aumentam a probabilidade de utilização dos SI para comportamentos indevidos e actos de fraude.

Neste cenário, a Auditoria Interna de SI assume um papel determinante, por um lado, na manutenção da disciplina e do rigor das diversas funções e geografias da organização e, por outro, na manutenção da segurança da informação e da reputação das organizações.

A forma como a função de auditoria interna de SI desempenha este papel está, até certo nível, muito dependente da autoridade e credibilidade que possui na organização e da capacidade de influência que exerce ao nível dos órgãos executivos e de gestão. A auditoria interna necessita de aumentar o seu perfil e visibilidade para ser encarada de forma séria como uma ferramenta de governo, protecção de valor e conformidade.

Reconhecendo a crescente importância do papel da auditoria de SI, a KPMG IT Advisory promoveu o seu primeiro estudo sobre esta função na região da Europa, Médio Oriente e África (EMA).

Participaram 297 organizações de diversos sectores de actividades distribuídas por 22 países, entre as quais 13 organizações de Portugal.

Este estudo foi apoiado em diversos países pelos representantes locais do The Institute of Internal Auditors e da Information Systems Audit and Control Association (ISACA), incluindo Portugal que contou com o apoio do Instituto Português de Auditoria Interna (IPAI).

A KPMG agradece ao IPAI e a todas as organizações que participaram no 1º Estudo da sobre a Função de Auditoria Interna de Sistemas de Informação.

Neste estudo, os participantes responderam a um questionário de 52 perguntas contemplando diversos temas relevantes para a função de Auditoria Interna de SI, nomeadamente:

Organização da Auditoria de SI, Funções da Auditoria de SI, Tipos de projecto e metodologias, Planeamento das actividades, Comunicação e acompanhamento, Avaliação e controlo de qualidade, Utilização de ferramentas, Competências, Formação e avaliação, Progresso profissional.

A Auditoria de SI, enquanto disciplina, está em processo de maturação. Para competir no actual ambiente e para responder às ameaças, necessita de uniformizar, automatizar e agilizar as suas actividades, análises e reporte.

Zeitgeist * da Função de Auditoria Interna de Sistemas de Informação

Gonçalo Carvalho Senior Manager, IT Advisory Head of IT Internal Audit Services KPMG Advisory *termo alemão que significa sinal dos tempos, as características de um determinado período de tempo

A Auditoria Interna de SI assume um papel determinante, por um lado, na

manutenção da disciplina e do rigor das diversas funções e geografias da

organização e, por outro, na manutenção da segurança da informação e da

reputação das organizações.

19

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Auditoria Interna   Outubro/Dezembro 2009  Nº 36 

 

A auditoria de SI tem necessariamente que aumentar a sua visibilidade na organização, evidenciar a valia da sua actividade e comunicar adequadamente os seus resultados; estreitar relações com o negócio e com as áreas tecnológicas, mantendo a sua independência e objectividade; cooperar com os restantes domínios de auditoria, assumindo-se como uma parte integrante da auditoria interna; adquirir as competências necessárias, interna ou externamente; atingir maiores níveis de eficácia e eficiência através da utilização de ferramentas que racionalizem a execução das suas actividades e melhorem a qualidade dos resultados e o nível de conformidade e controlo.

Este estudo (disponível em www.kpmg.pt) analisa os processos e práticas actuais da função de Auditoria Interna de SI das organizações da região EMA e revela de que forma estão preparadas para lidar com os desafios colocados à Auditoria Interna de SI numa economia sobre pressão.

Organização e Planeamento

A importância do planeamento para o sucesso da função de auditoria interna de SI não pode ser subvalorizada. A definição do âmbito e o planeamento detalhado da auditoria são factores essenciais para assegurar que os riscos organizacionais são compreendidos e endereçados através do plano de auditoria.

A maioria das organizações inquiridas reconhece esta importância, tendo 86% adoptado um ciclo formal de planeamento de auditoria, das quais 78% com uma periodicidade anual. Os resultados das organizações portuguesas inquiridas são consistentes com os resultados globais.

No processo de planeamento da actividade da auditoria interna de SI, é cada vez maior a utilização de frameworks de risco e controlo, como por exemplo o COBIT (Control Objectives for Information and Related Technology) da ISACA, contribuindo para uma abordagem estruturada ao planeamento e para um foco da auditoria de SI nos riscos de negócio e tecnológicos da organização. O estudo revela que 75% das organizações adoptam estes frameworks, sendo o COBIT o modelo mais utilizado. Estes resultados também são válidos para Portugal.

Um aspecto crítico para o planeamento é a forma como a auditoria interna de SI está integrada na actividade global de auditoria e a maturidade dessa integração. Este estudo revela indicadores positivos quando se verifica

que 41% das organizações inquiridas alinham as suas actividades de auditoria interna de SI com outras actividades de governo e controlo mais abrangentes (e.g. Auditoria Interna, Sarbanes-Oxley) e que 33% parecem caminhar na direcção correcta apresentando já alguma coordenação e com planos para promover o alinhamento. A análise dos resultados para as organizações portuguesas revela que embora 38% possuam alguma coordenação e intenção de melhorar, actualmente apenas 25% consideram que as actividades estão alinhadas.

Os resultados deste estudo demonstram também sinais encorajadores de mudança na função de auditoria interna de SI de uma abordagem tradicional para uma perspectiva mais pró-activa e de valor, com os profissionais de auditoria de SI a trabalhar e colaborar com maior proximidade às áreas de TI. As respostas das organizações portuguesas inquiridas também parecem confirmar estes sinais. No entanto, nunca é demais reforçar que esta proactividade e aproximação não podem fazer esquecer a necessidade de assegurar que a independência e objectividade dos auditores não fica, em nenhuma circunstância, comprometida.

No processo de planeamento é indispensável a respectiva aprovação do plano de auditoria interna de SI. O estudo demonstra que os planos são aprovados pelo Comité de Auditoria em 63% das organizações inquiridas. No entanto, em 10% das organizações os planos de auditoria ainda são aprovados pela função de TI, comprometendo seriamente a independência da função de auditoria. Das organizações portuguesas inquiridas, a maioria tem o plano de auditoria de SI aprovado pelo Presidente/CEO. No entanto, apenas 23% envolve o Comité de Auditoria na aprovação e em 15% das organizações o plano é aprovado apenas ao nível do Director de Auditoria Interna.

Recursos e Competências

Um dos desafios do responsável da auditoria interna e/ou da auditoria Interna de SI, é a procura do equilíbrio entre as competências técnicas dos colaboradores e o conhecimento mais alargado do negócio. Este equilíbrio, fundamental para assegurar que a auditoria endereça de forma adequada tanto os riscos técnicos como os riscos de negócio, pode ser alcançado incentivando os auditores de SI e as restantes áreas de auditoria a trabalharem em conjunto.

Zeitgeist * da Função de Auditoria Interna de Sistemas de Informação 20

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Auditoria Interna   Outubro/Dezembro 2009  Nº 36 

 

O estudo mostra que 60% das equipas de auditoria interna que executam os projectos incluem um misto de auditores de SI e não-SI. Este indicador baixa para 38% quando analisamos os resultados das organizações portuguesas que participaram no estudo.

A existência de profissionais com a experiência e competência adequadas é uma condição indispensável para o sucesso da execução do plano da auditoria interna de SI.

Nesta procura de competências, o estudo revela que as áreas de segurança da informação, frameworks de referência (e.g. COBIT) e aplicações (e.g. ERPs) estão no topo da procura dos responsáveis da auditoria interna de SI das organizações inquiridas, incluindo as organizações portuguesas.

Na análise dos canais utilizados pelas funções de auditoria interna de SI para recrutar os seus profissionais verifica-se que 55% opta pelo recrutamento externo, um indicador de que as competências adequadas para esta função não existem internamente na auditoria ou noutras áreas da organização.

No entanto, no actual ambiente de restrições e reduções orçamentais, o recrutamento nem sempre é uma opção e, consequentemente, a formação e desenvolvimento dos colaboradores internos pode ser uma alternativa viável.

O recurso a profissionais externos é outra solução frequentemente utilizada pelas organizações para preencher a insuficiência de competências de auditoria interna de SI.

Neste estudo, aproximadamente 42% das organizações inquiridas afirmam recorrer a outsourcing para obter recursos e competências que não dispõem internamente, um indicador que também se verifica para as organizações portuguesas que responderam a este inquérito.

A KPMG acredita que a utilização de recursos externos na função de auditoria interna de SI poderá ser uma tendência nos próximos 18 meses. Esta opção, quando gerida de forma cuidadosa, poderá representar uma boa relação custo-benefício para obter acesso a competências específicas.

Embora a formação dos recursos seja um tema presente na agenda da maior parte das organizações, o número de horas dedicadas à formação continua a ser baixo.

O estudo revela que 29% das organizações dedica menos de uma semana por ano à formação dos seus colaboradores, com a maior parte do tempo de formação dedicado à obtenção de certificações.

A análise dos resultados das organizações portuguesas que participaram neste estudo revela um indicador ainda mais negativo com 46% a reconhecer que a média anual de formação por auditor de SI é inferior a uma semana.

Adicionalmente, 57% dos inquiridos considera a certificação CISA (Certified Information System Auditor) um requisito para os auditores de TI.

Os resultados das organizações portuguesas inquiridas diferem significativamente das conclusões globais, verificando-se que apenas 15% considera as certificações um requisito e que 31% reconhece que não existe qualquer requisito específico de formação/certificação.

O desenvolvimento e avaliação dos colaboradores é reconhecidamente importante para a maioria das organizações com 70% a avaliar o desempenho dos seus profissionais pelo menos uma vez por ano, mas apenas 12% avaliam no final de cada intervenção.

Os resultados para as organizações portuguesas inquiridas são consistentes com os resultados globais, com uma frequência de avaliação maioritariamente anual. A KPMG entende que as organizações devem implementar planos estruturados de desenvolvimento para identificar as insuficiências de competências e as necessidades futuras de desenvolvimento, contribuindo para o aumento do nível de satisfação e retenção dos colaboradores, e para a redução da dependência de recrutamento externo.

Ferramentas

A utilização de ferramentas de forma mais sistemática e abrangente, desde o planeamento até ao reporte, é um contributo importante para a eficiência da auditoria interna de SI. A KPMG acredita que os colaboradores mais proficientes tecnicamente poderão liderar o caminho do aumento da eficiência do processo de auditoria interna de SI através da automatização.

De facto, os resultados deste estudo demonstram uma utilização crescente de ferramentas no suporte ao processo de auditoria de SI, embora sejam ainda pouco comuns em áreas como o planeamento e análise de riscos e controlos.

Zeitgeist * da Função de Auditoria Interna de Sistemas de Informação 21

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Auditoria Interna   Outubro/Dezembro 2009  Nº 36 

 

A distribuição das ferramentas utilizadas para testes de auditoria revela que 33% das organizações permanecem ainda sem usar ferramentas de análise de dados e amostragem nos testes e que apenas 45% recorre a ferramentas para execução de testes de segurança da informação.

Tendo em consideração o contributo destas ferramentas para o aumento da confiança nos resultados da auditoria, a sua não utilização em algumas organizações poderá enfraquecer o impacto da actividade de auditoria de SI.

Adicionalmente, apesar do crescente interesse das organizações em software de auditoria contínua, os projectos reais de desenvolvimento e implementação são ainda inexistentes em muitas organizações.

Os resultados para as organizações portuguesas inquiridas são consistentes com esta perspectiva global.

As ferramentas de fácil acesso e amplamente disponíveis, tais como Microsoft Excel® e Microsoft Access® são, naturalmente, as mais utilizadas pelos auditores de TI, de acordo com este estudo.

Estas ferramentas, embora de fácil compreensão e utilização, não disponibilizam o mesmo nível de sofisticação nem o mesmo potencial de melhoria da qualidade e eficiência que ferramentas específicas possibilitam.

A análise das respostas das organizações portuguesas que participaram neste estudo confirma os resultados globais, sendo de destacar a utilização de SQL como ferramenta de análise de dados para quase 50% das organizações e a utilização do ACL em 38%.

Reporte e Qualidade

A comunicação das mensagens adequadas dirigidas aos interlocutores adequados é fundamental para que as organizações consigam percepcionar, por um lado, a importância e qualidade do trabalho desempenhado pela auditoria interna de SI e, por outro, um melhor entendimento e consciencialização dos riscos.

Estas são condições fundamentais para que a auditoria interna de SI tenha o patrocínio do negócio, o suporte da organização e a visibilidade ao nível da gestão.

A importância da formalização do reporte é reconhecida pela maioria das organizações que participaram neste

estudo, com 97% das organizações a comunicar os resultados e recomendações de auditoria de SI num reporte formal, 80% das quais com um modelo de reporte padrão para facilitar a análise e compreensão do conteúdo.

No entanto, o estudo revela que mais de 55% das organizações inquiridas não incorpora os comentários da gestão no relatório.

Este indicador pode sugerir que o nível executivo não considera a auditoria de SI suficientemente a sério ou que a auditoria de TI não discute os resultados antes do reporte final, o que poderá comprometer o valor do trabalho executado pela função de auditoria interna de SI e a sua reputação na organização.

Os resultados das organizações portuguesas que participaram neste estudo mostram que 75% das organizações não incorporam comentários no relatório final.

Num tom mais positivo, o estudo revela que 72% das organizações reportam as suas conclusões ao Comité de Auditoria, um indicador que também se reconhece nas organizações portuguesas que responderam a este estudo.

No entanto, os auditores externos apenas recebem os relatórios da auditoria interna em 37% das organizações inquiridas, o que compromete a possibilidade da auditoria externa utilizar e/ou capitalizar o trabalho executado pela auditoria interna de SI.

Nas organizações portuguesas inquiridas, o estudo conclui que esta comunicação interna/externa é ainda menos eficaz, uma vez que apenas 8% disponibilizam os relatórios de auditoria interna de SI ao auditor externo.

O acompanhamento das recomendações é um aspecto fundamental no processo de auditoria. É encorajador verificar que 98% das organizações fazem follow-up das recomendações emitidas nos relatórios de auditoria interna de SI.

Esta responsabilidade é reconhecidamente atribuída à função de auditoria interna em 71% das organizações, mas o estudo revela que para 8% das organizações são os departamentos auditados que assumem essa responsabilidade.

Zeitgeist * da Função de Auditoria Interna de Sistemas de Informação 22

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Auditoria Interna   Outubro/Dezembro 2009  Nº 36 

 

A auditoria interna tem de interiorizar que o follow-up é a sua responsabilidade última e que não deve ser transferida. Nas organizações portuguesas inquiridas a responsabilidade de monitorização das recomendações está atribuída à função de auditoria interna ou à unidade de controlo interno.

De acordo com este estudo, a qualidade do trabalho executado pela auditoria interna de SI é avaliada apenas por 56% das organizações inquiridas.

As restantes não têm processos efectivos de qualidade implementados e, em 41% dos casos, executam apenas uma avaliação informal ou, no pior cenário, não executam qualquer avaliação.

Nas organizações portuguesas que participaram no estudo 38% não fazem qualquer avaliação.

Finalmente, a utilização de questionários de satisfação para obter feedback sobre o serviço prestado pela função de auditoria interna de SI é uma prática reconhecida apenas por 44% das organizações que participaram neste estudo.

Os resultados para as organizações portuguesas inquiridas demonstram que esta prática é utilizada apenas por 23% das funções de auditoria interna de SI.

12 acções que podem fazer diferença

Aproximar a Auditoria Interna de SI ao negócio e aos decisores das SI, demonstrando o entendimento adequado dos riscos de negócio e tecnológicos.

Rever os planos de auditoria com maior frequência para assegurar adequada resposta às mudanças do negócio e nos riscos, em particular no actual ambiente e contexto mundial.

Implementar processos de avaliação de risco e de planeamento para focar a actividade de auditoria nos riscos de negócio e tecnológicos.

Alinhar a auditoria de SI com outras actividades de governo e controlo para obter benefícios de escala e competência.

Encorajar os auditores de SI a desempenhar um papel de maior proactividade e valor para a organização, sem comprometer a independência e integridade da auditoria.

Assegurar que a auditoria reporta e faz aprovar o plano de auditoria ao Comité de Auditoria e/ou Conselho Administração.

Integrar os auditores de SI e os auditores não-SI para acrescentar uma dimensão multidisciplinar ao trabalho da auditoria interna e, assim, promover a qualidade das suas actividades.

Aumentar a formação em competências específicas como por exemplo segurança de informação.

Conduzir avaliações no fim das intervenções de auditoria de SI para identificar oportunidades para melhorar as competências e a eficiência do processo de auditoria.

Reforçar a utilização de ferramentas, por exemplo de tratamento de dados, para aumentar a confiança e credibilidade das conclusões de auditoria.

Assegurar que os órgãos executivos conhecem, compreendem e comentam os relatórios de auditoria interna, para melhorar a percepção e o valor da auditoria interna de SI na organização.

Medir a qualidade do trabalho efectuado pela Auditoria Interna de SI e comunicar os resultados.

o  

 

Zeitgeist * da Função de Auditoria Interna de Sistemas de Informação 23

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Auditoria Interna   Outubro/Dezembro 2009  Nº 36 

 

Auditoria de Sistemas                  

Entrou em vigor no passado dia 1 de Janeiro de 2010 o

Decreto-Lei nº 158/2009 de 13 de Julho, que aprovou o

novo Sistema de Normalização Contabilística (SNC)

aplicável, com algumas excepções, às sociedades

abrangidas pelo código das sociedades comerciais,

empresas individuais reguladas pelo código comercial,

estabelecimentos individuais de responsabilidade

limitada, empresas públicas, cooperativas, agrupamentos

complementares de empresas e agrupamentos europeus

de interesse económico.

O processo de reconversão do Plano Oficial de Contas

(POC) para SNC neste primeiro ano da sua aplicação

deverá ser desenvolvido e implementado pelas soluções

informáticas das empresas de forma automática com a

intervenção e orientação dos utilizadores directamente

interessados.

Este processo de reconversão poderá ser controlado

através da análise dos procedimentos e dos resultados

finais obtidos, com recurso a ferramentas de análise e

query de dados, ferramentas informáticas externas

totalmente independentes dos programas que

implementaram a conversão.

Quem tem a missão de controlar poderá utilizar na

realização de testes substantivos para validar a correcta

aplicação das complexas regras definidas para o

processo de reconversão ferramentas informáticas tais

como o Caseware-IDEA ou outra. Poderá de forma

simples e rápida aplicar as tabelas de conversão POC -

SNC sobre os dados contabilísticos do ano de 2009 e

obter como resultado os dados convertidos à luz do novo

normativo SNC. Os resultados obtidos por este meio

deverão ser, por último, reconciliados contra os

resultados gerados pelas soluções informáticas da

empresa.

Embora cada caso apresente sempre as suas

particularidades, podemos definir em termos genéricos

que os dados necessários para realizar a conversão do

POC em SNC com recurso a ferramentas de análise de

dados são os seguintes:

a) ficheiros contendo o balancete e os movimentos

contabilísticos POC de 2009, extraídos da aplicação de

contabilidade da empresa em formato digital; b) ficheiros

contendo as regras de conversão do POC em SNC

identificando a correspondência entre as conta do POC e

as do SNC e finalmente;

ANÁLISE DE DADOS EM AUDITORIA

Controlo do processo de reconversão pela primeira vez do novo 

normativo SNC – Sistema de Normalização Contabilística através de 

ferramenta de análise e query de dados  

Drumond de Freitas – Consultor EQUICONSULTE, SA 

Este processo de reconversão poderá ser controlado através da análise dos procedimentos e dos resultados finais obtidos, com recurso a ferramentas de análise e query de dados, ferramentas informáticas externas totalmente independentes dos programas que implementaram a conversão. 

24

Page 31: Outubro/Dezembro de 2009 Trimestral Distribuição Nº 36

 

 

Auditoria Interna   Outubro/Dezembro 2009  Nº 36 

 

c) os planos de contas POC e SNC com a caracterização

das respectivas contas. O processo de reconversão

utilizando o IDEA tem as seguintes principais etapas: a)

Importar os dados para o IDEA, nomeadamente, o

balancete analítico POC (Fig. 1) e os movimentos

contabilísticos do ano 2009 (Fig. 2), a tabela de

conversão das contas do POC para o SNC (Fig. 3) e o

plano de contas SNC (Fig. 4).

Na tabela de conversão do POC para SNC (Fig. 3) só as

contas de lançamento (tipocta = L) deverão estar

relacionadas entre si. As restantes contas intermédias e

do razão (tipocta = I e tipocta = R) não o deverão estar.

As contas intermédias do Plano SNC serão obtidas de

forma automática após concluída a reconversão e

recalculado o balancete SNC de acordo com o plano de

contas SNC.

Fig. 1 – Balancete POC

Fig. 2 - Extractos dos Movimentos de toda a contabilidade POC

Fig. 3 – Tabela conversão da conta POC para a conta SNC

Fig. 4 – Plano de Contas SNC (neste caso também indica a

conta a conta POC)

Qualquer um destes ficheiros atrás referidos poderão ser

importados para o IDEA a partir dos mais diversos

formatos, desde o vulgar ficheiro MS Excel, ficheiro de

texto (ASCII), MS Access, XML, Adobe Pdf, etc., ou

através e ligação a qualquer base de dados via ODBC

(Open Database Connectivity).

Fig. 5 – Operação de Join com tipo de cruzamento All records in

primary file

O processo de conversão dos ficheiros atrás referidos,

devidamente validados e conferidos, é de simples

execução.

Na realidade só é necessário fazer uma operação de join

entre o ficheiro que contém o balancete analítico POC e

o ficheiro que contém a tabela de conversão das contas

POC para as contas SNC.

25 Análise de dados em auditoria

Page 32: Outubro/Dezembro de 2009 Trimestral Distribuição Nº 36

 

 

Auditoria Interna   Outubro/Dezembro 2009  Nº 36 

 

Na Fig. 5 está representada a operação de join entre o

BalanceteAnaliticoPOC como base de dados primária,

Tab_POC_SNC-Database como base de dados

secundária, os campos de cruzamento dos dados

respectivamente conta_poc e nrconta_poc e finalmente a

opção do tipo de cruzamento entre as duas bases de

dados definida como All records in primary file para

garantir que todos os registos da base de dados primária,

sejam escritos na base de dados resultado da operação

de join designada por BalAnaliticoPOC vs

TabPOC_SNC1.

Este ficheiro resultante do join contém o balancete

analítico do POC com a informação adicional das

respectivas contas de lançamento (tipocta = L) do plano

SNC.

Agora, para reconstruir o balancete SNC completo

contendo as contas de lançamento, intermédias e de

razão vamos utilizar algumas funcionalidades do IDEA,

como sejam extracção de dados, a criação de novos

campos, sumarizações e append.

Assim em 1º lugar vamos extrair da base de dados

BalAnaliticoPOC vs TabPOC_SNC1 todos os registos

das contas de lançamento (tipocta = L) para uma nova

base de dados temporária a que vamos chamar

BalAnaliticoSNC na qual vamos adicionar os seguintes

novos campos, NIVEL que calculará o nível a que

pertence cada registo, os campos N2, N3, …, até N12

que contém as posições de cada nível (previsto neste

caso contas até um máximo de 12 posições) para

permitir totalizar os montantes das contas de movimento

para os níveis intermédios do plano SNC (Fig. 6). Para

um número de posições superior a 12 introduzir novas

linhas na tabela em conformidade.

Fig. 6 – Campos adicionais para permitir totalizar montantes

intermédios

Vamos de seguida sumarizar esta base de dados tantas

vezes quantos os campos adicionais Ni criados. Os

parâmetros de sumarização das bases de dados Ni

temporárias são de acordo com a Fig. 7 seguinte

substituindo o número 2 assinalado nos parâmetros pelo

respectivo número do nível, 3,4,.., até 11.

Fig. 7 – Parâmetros para a sumarização de cada nível

Será obtido o seguinte conjunto de ficheiros temporários

no File Explorer do IDEA,

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Análise de dados em auditoria

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Auditoria Interna   Outubro/Dezembro 2009  Nº 36 

 

Fig. 8 – File Explorer IDEA com os ficheiros de totais de nível

Chegados a este ponto teremos de fazer uma operação

append para juntar aos registos das contas de

lançamento, que são as contas elementares, os registos

dos níveis intermédios com os respectivos totalizadores

do nível. Será gerado um ficheiro temporário designado

por BalAnaliticoSNC Totaliz indicado na Fig. 9.

Fig. 9 – Operação de Append para juntar os registos de movimento com os registos de níveis intermédios

Finalmente para obter o balancete final SNC iremos fazer

uma operação de join entre o plano de contas SNC e

este ficheiro temporário agora obtido para seleccionar

unicamente os níveis intermédios efectivamente

existentes no plano de contas SNC.

Fig. 10 – Operação de join

Nesta operação de join será seleccionado o operador All

records in primary file para gerar unicamente os registos

efectivamente existentes no plano de contas SNC, sendo

deste modo descartados os níveis intermédios não

existentes no plano de contas SNC.

O resultado obtido será o seguinte:

Fig. 11 – Balancete SNC convertido a partir da Balancete POC

Nota: Os ficheiros temporários anteriormente criados podem,

nesta fase, ser eliminados.

27 Análise de dados em auditoria

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Auditoria Interna   Outubro/Dezembro 2009  Nº 36 

 

Chama-se a atenção para o facto de existirem nesta vista

do balancete o campo nrconta_snc e a correspondente

conta do POC, campo conta_poc, unicamente nas contas

elementares de movimento (tipocta = L).

Com a utilização da funcionalidade do IDEA designada

por Actions Fields, torna-se possível a partir desta vista

do balancete aceder aos extractos de movimentos da

contabilidade através do campo conta_poc que se

encontra realçado a azul (link). Se clicarmos sobre o

campo, por exemplo conta_poc linha 7 (12110)

obteremos o seguinte ecrã que representa o extracto da

conta seleccionada:

Fig. 12 – Consulta da Conta 12110 a partir do balancete

convertido

Adicionalmente, poderíamos ainda utilizando a mesma

técnica aceder às linhas do documento contabilístico 807

se clicarmos no campo doc_int da Fig. 12 na linha 7,

permitindo deste modo viajar ao longo da contabilidade

de forma fácil e rápida.

O balancete SNC na Fig. 11, obtido através do IDEA,

deverá por último ser reconciliado com o gerado pela

aplicação de contabilidade após realizada conversão.

A partir deste ponto validar e documentar o controlo a ser

efectuado pelo auditor ou controlador sobre a

reconversão do POC no SNC é bastante mais fácil e

eficiente.

Conclusão:

Toda esta sequência de operações referida de forma

interactiva para converter o Balancete POC no

Balancete SNC, obviamente que deverá ser

automatizada utilizando as ferramentas de gravação

de scritps ou macros colocadas à disposição dos

utilizadores pelo IDEA. O utilizador não necessita de

saber programar Visual Basic para automatizar os

seus testes no IDEA. Só necessita de activar o

gravador de macros e executar todos os passos

desde o inicio até ao fim de um qualquer teste.

Depois só necessita de reproduzir a macro assim

gravada sobre outro conjunto de dados.

o

       

28 Análise de dados em auditoria

Colabore. Dê uma sugestão. [email protected] 

 

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Pesquisa na rede  

http://kmol.online.pt/artigos/2009/05/08/auditorias-objectivos-ambito

Auditorias de Conhecimento: Objectivos e Âmbito

Ana Neves | 8 Mai 2009

Este texto irá debruçar-se sobre alguns aspectos das auditorias de conhecimento. Nomeadamente sobre o que considerar numa auditoria de conhecimento, a altura indicada para a realizar e os objectivos que a devem orientar.

Quando se fala em auditoria de conhecimento é habitual pensar no levantamento do conhecimento existente na organização. Apesar de tal poder ser útil em algumas circunstâncias, este levantamento não deverá ser feito com o intuito de ser exaustivo e pormenorizadamente documentado. Especialmente no caso de médias e grandes organizações, tal exercício revelar-se-ia uma perda de recursos já que, quando concluído, os resultados estariam muito provavelmente desactualizados.

Assim, querendo encarar uma auditoria de conhecimento segundo a perspectiva mais habitual, recomenda-se que se estude a organização com o objectivo de encontrar resposta às seguintes questões:

qual o conhecimento necessário para viabilizar a estratégia organizacional?

desse conhecimento, qual existe actualmente na organização?

que confiança tem a organização nesse conhecimento?

em que formato está esse conhecimento disponível?

onde pode a organização encontrar ou como pode a organização criar o conhecimento em falta?

que conhecimento tem a organização que possa ser comercializado como serviço ou produto?

Estes pontos serão o fio condutor de uma auditoria focada no conhecimento propriamente dito. No entanto, a auditoria aos processos de conhecimento pode fazer muito mais sentido.

Considerando os vários processos de conhecimento (identificação, aquisição, partilha, arquivo, acesso, validação e utilização) há que olhar aos processos organizacionais, às pessoas e à infra-estrutura existentes para entender de que forma suportam, ou não, os processos de conhecimento.

Considerando que a auditoria deve produzir uma visão bastante completa do estado dos processos de conhecimento e de como são apoiados, a auditoria é um instrumento valioso aquando da definição de uma estratégia de conhecimento.

Como tal, aconselha-se a realização da auditoria como o primeiro passo do programa de gestão de conhecimento, ainda antes de definida a estratégia.

A vantagem de realizar a auditoria nesta altura é também a de criar um ponto de situação, um benchmark, que permita mais tarde efectuar uma avaliação de resultados.

A realização de uma auditoria de conhecimento (ou dos processos de conhecimento) depois de definida a estratégia e/ou iniciado o programa de gestão de conhecimento pode também ser bastante útil. Por exemplo, pode ajudar a:

Validar o trabalho já realizado ou já planeado e as prioridades identificadas

Identificar o vocabulário usado pelos colaboradores, vocabulário esse a incluir na comunicação e nas actividades de envolvimento

Criar um benchmark para avaliação (mais vale tarde do que nunca)

Verbalizar problemas e deficiências, muitas vezes conhecidas pela organização mas que ninguém tem coragem de admitir.

Como em quase tudo o que diz respeito à gestão organizacional, não há receitas e não há verdades absolutas. Assim, os objectivos, o âmbito e a melhor altura para a realização de uma auditoria de conhecimento irão divergir de organização para organização.

Os pontos anteriormente apresentados são, por isso, para ser interpretados cuidadosamente e aplicados com ainda maior espírito crítico.

o

 

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Notícias 

Posição IPAI – Projecto do Código do Bom Governo das Sociedades

Notícias 30

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Auditoria Interna   Outubro/Dezembro 2009  Nº 36 

 

CONFERÊNCIA ANUAL 2009 (pode consultar as apresentações em http://www.ipai.pt/index.php) 

A uditoria In terna e

Gestão de R isco O peracional

Exper iênc ia em E mpresa Não -F inance ira

IPAI 2009

AUDITORIA DE SISTEMAS

Uma forma de mitigar risco

Pedro Cupertino de Miranda, CISM, CISA

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Fotografias

Conferência Anual 2009 32

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Conferência Anual 2009 33

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Foto do encontro do Núcleo de Auditoria do Sector de Transportes, Infra-estruturas e Reguladores

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Conferência Anual 2009 34

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O Zé Auditor

 

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