Você pode criar também uma brincadeira em que as crianças escolham

(ou desenhem) objetos da classe para, em roda, desenvolver uma atividade de

troca com os colegas. Incentive a turma a argumentar suas escolhas e a perceber

como pessoas diferentes podem dar valores muito diferentes aos objetos, coisas,

lugares, pessoas... Dê exemplos de suas escolhas: um pijama velho e macio vale me-

nos do que um novinho? Um anel que ganhou de um amigo especial vale quanto?

Estar atento e desenvolver seus próprios valores faz parte do crescimento social

e emocional das crianças; sustentar seu ponto de vista é condição de integração e

desenvolvimento sóciolinguístico.

ProfessorQuantas vezes nos surpreendemos com mudanças e confl itos em função

da importância – ora equivocada, ora acertada – que damos ao que nos cerca?

Entender que valores são construídos a partir das experiências e das relações que man-

temos com o mundo das pessoas e objetos é parte da educação. A Brinque-Book tem

títulos sensíveis que abordam questões éticas, como Orelha de Limão. Nas coletâneas

de Rosane Pamplona você encontrará várias histórias tradicionais que abordam a mes-

ma temática. Confi ra!

Lucila Pastorello é fonoaudióloga clínica formada pela USP-SP, mestre em Semiótica e Lingüística Geral (USP); pesquisadora da FAPESP, em doutorado, com o tema leitura oral e apropriação da escrita.

JOÃO BOBOCA OU JOÃO SABIDO?Texto: Rosane Pamplona

Ilustrações: Ionit Zilberman

Tema: Amor, Autoconfi ança, Respeito, Tolerância,

Desapego e Oportunismo.

Temas Transversais: Ética / Meio Ambiente

Recomendado a alunos da Educação Infantil

(leitura compartilhada) ao 5º ano (6 a 10 anos)

* Para mais informações sobre os Temas Transversais propostos pelos Parâmetros Curriculares Na-cionais do Ministério da Educação e Cultura, acesse: www.portal.mec.gov.br.** A Meta do Milênio 2 tem como objetivo atingir o ensino básico universal, ou seja, o ensino de qualidade para todos e, assim, permitir a formação de adultos alfabetizados e capazes de con-tribuir para a sociedade como cidadãos e profi ssionais. Para mais informações sobre as Metas do Milênio. Acesse: www.pnud.org.br.

BRINQUE-BOOK Editora de Livros Ltda.Rua Mourato Coelho, 1215 - Vila Madalena05417-012 - São Paulo - SP - Tel/Fax: (11) 3032-6436www.brinquebook.com.br - escola@brinquebook.com.br

Fazendo histórias, estreitando laços

Este livro segue o Novo Acordo Ortográfi co

da Língua Portuguesa

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JOÃO BOBOCA OU JOÃO SABIDO?

Você já ouviu dizer que “quem parte e reparte e não fica com a melhor parte,

ou é bobo ou não tem arte”? Mas, qual é a melhor parte? Ao ler João Boboca ou João Sabido? é possível perceber como os valores que damos a tudo que nos cerca

pode variar muito em cada um de nós. Neste divertido texto, que conversa com

outros da literatura popular infantil, João sai de casa para trocar sua vaca e depois

de muito troca-troca, termina trocando sua vaquinha malhada por... uma coisa

bem diferente. Afinal, João é boboca ou sabido?

Através de uma narrativa interativa e divertida, acompanhada de ilustrações

criativas, o livro permite trabalhar questões atuais. A diversidade de pontos de

vista, a tolerância e respeito como base das relações humanas, o consumo racional

e utilização equilibrada de recursos naturais atravessam a divertida história de um

João, que tem algo de boboca, mas muito de sabido.

Preparando a leituraPara que a leitura seja interessante é sempre bom prepará-la com cuidado,

mas deixar também um pouco de espaço para o improviso que surge no momento

em que lemos. Antes de ler para as crianças, leia o livro várias vezes, em diferentes

situações, em dias diferentes. Lembre-se que cada leitura é uma nova leitura. Para

potencializar o alcance da leitura para as crianças, você deve perceber diferentes

possibilidades interpretativas.

Leia o texto em voz alta, leia para o espelho, para seus amigos, grave as lei-

turas; depois observe apenas as ilustrações e perceba o jogo que se faz entre a

imagem e as palavras. Não se esqueça que as crianças recorrem às imagens visuais

para criar um sentido no texto; já os adultos utilizam preferencialmente as pa-

lavras; portanto faça um esforço para ver além das palavras... Deixar que o

texto dialogue com outros, reconhecer semelhanças

é um exercício de intertextualidade. Poder reco-

nhecer, evocar, chamar outros textos é uma habili-

dade muito importante para escrever bons textos.

Assim prepare alguns textos que você lembra lendo este texto (a referência a João e o pé de feijão é clara, mas também podemos lembrar de João e Maria). Você po-

derá trabalhar a intertextua lidade com as crianças, após a primeira leitura.

Lendo o livroApresente o livro para as crianças: autores – do texto e ilustrador, editora,

cidade e língua em que foi escrito originalmente. Pergunte às crianças se elas se

lembram de outro livro que leram, quem era o autor, onde e em que língua foi origi-

nalmente escrito. Se as crianças não se lembrarem, tenha você um outro livro utili-

zado pelo grupo à mão, para que eles possam comparar as obras. O conhecimento

sobre o livro, o texto e autoria tem início antes mesmo da leitura. O repertório

discursivo da criança pode ser incrementado a partir da intimidade com o livro.

O título é sugestivo: deixe que as crianças anunciem respostas, mesmo que

ainda não tenham argumentos para responder. Registre quem acha que João é

boboca e quem acha que João é sabido e depois da leitura faça uma nova pesquisa

e compare os resultados. No entanto, lembre-se: este livro nos fala justamente da

singularidade de valores, de juízos; portanto, não tente convencer as crianças de

uma ou outra opinião.

Aproveite para que elas argumentem e sustentem sua posição e deixem que

a discussão no grupo leve a mudanças, sem a sua intervenção. Você poderá se sur-

preender com as respostas e as ideias das crianças. Explore as ilustrações, na terceira

capa há dois pequenos textos que falam sobre os autores. Leia-os para as crianças e

deixem que elas explorem o livro, identificando a matéria-prima das colagens feitas

pela ilustradora. Leia o livro com calma e expressividade, mas não faça caricaturas!

Do contrário, as crianças vão estar mais atentas a você do que ao livro...

Após a leituraAproveite para conversar sobre o vocabulário; pode ser que algumas crianças

não conheçam algumas palavras; por exemplo: caipira pode ser comum no sudes-

te; rumo (p. 8); mercador (p. 10); avistou (p. 16); mísero (p. 18); miolos (p. 19).

Faça um pequeno glossário com a turma; você pode pedir para que eles ilustrem o

glossário com colagens, mantendo a proposta do livro.

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