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27.º Festival de Almada 4 a 18 de Julho de 2010 Organização: Câmara Municipal de Almada e Companhia de Teatro de Almada

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27.º Festival de Almada4 a 18 de Julho de 2010

Organização: Câmara Municipal de Almada e Companhia de Teatro de Almada

Capa: Pedro Calapez

FesTivAl de AlMAdA - PrOgrAMADirector: Joaquim Benite Edição: rodrigo Francisco Textos e traduções: Miguel-Pedro Quadrio, José Martins, Torres rodrigues, dina Paulista, Carlos serra Design: Armando vale Produção: Paulo Mendes Impressão: Íris -gráfica, lda.

distribuição gratuita

PrOgrAMA

4 a 18 de Julho de 201027.º Festival de Alm

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Informações úteisAssinatura para todos os espectáculos AdUlTO 65€Assinatura para todos os espectáculos JOveM 25€Assinatura para todos os espectáculos sÉNiOr 35€

ContactosTeatro Municipal de Almada | Av. Prof. egas Moniz, Almada | 21 273 93 60 | www.ctalmada.ptFórum Romeu Correia | Praça da liberdade, Almada | 21 272 49 20Incrível Almadense | rua Capitão leitão, Almada | 21 275 09 29Teatro Nacional D. Maria II | Praça d. Pedro v, lisboa | 21 325 08 00Centro Cultural de Belém | Praça do império, lisboa | 213 612 400Culturgest | rua Arco do Cego, lisboa | 21790 51 55São Luiz Teatro Municipal | rua António Maria Cardoso, 38, lisboa | 21 325 76 40Teatro Maria Matos | Av. Frei Miguel Contreiras, lisboa | 218 438 800Teatro do Bairro Alto | rua Tenente raúl Cascais, lisboa | 21 396 15 15Instituto Franco-Português | Avenida luís Bívar, 91, lisboa | 21 311 14 00Casa da América Latina | Av. 24 de Julho, lisboa | 213 955 309Teatro Nacional São João | Praça da Batalha, Porto | 22 340 19 00

1 Jovens até aos 25 anos e adultos com mais de 65 anos. 2 Profissionais do espectáculo. 3 estudantes, maiores de 65 anos, pessoas com deficiência e acompanhante, desempregados, profissionais do espectáculo, funcionários da CMl eempresas Municipais. 4 Para menores de 30 anos. 5 grupos de mais de 10 pessoas.

Clube de Amigos do TMA 60€Clube de Amigos do TMA 20€Clube de Amigos do TMA 30€

A Assinatura do Festival de Almada dá direito à entrada em todos os espectáculos realizados no Palco grande da escola d. António da Costa, na sala Principal do Teatro Municipal de Almada, no Fórum Municipal romeu Correia e no são luiz Teatro Municipal, num dos dias programados para a respectiva apresentação. Nas restantes salas o acesso livre dos detentores de títulos de assinaturas está depen-dente do número de lugares disponíveis.

Local Bilhete (geral) Bilhete (c/ desconto)

Escola D. António da Costa Palco grandeUma lição dos aloés 15€ 8€1

Todos os grandes governos... 15€ 8€1

era uma vez um crocodilo verde 8€ 5€1

O avarento 15€ 8€1

Uma família portuguesa 15€ 8€1

Um pouco de ternura, grande merda! 20€ 12€1

Concerto sinfónico 15€ 8€1

Teatro Municipal de Almada sala Principaldiálogo de um cão... 15€ 10€1

Carmen.eunice.Maria 15€ 10€1

Ode marítima 20€ 10€1

Teatro Municipal de Almada sala experimentalUm dia dancei sÓ dancei um dia 10€ 6€1

Fórum Romeu Correia 13€ 7€1

Centro Cultural de Belém 15€ 12€1

Incrível Almadense 15€ 8€1

Teatro Maria Matos 12€ 5€4

Culturgest (Pequeno Auditório) 5€ Culturgest (grande Auditório) 12€ 5€4

São Luiz Teatro Municipal 20€ 5€3 e 4

Teatro do Bairro Alto 15€ 7,50€1

Teatro Nacional D. Maria II 7,50€ a 16€ 5€1 a 10€2

Teatro Nacional de São João 7,50€ a 16€ -30%4 e 5

Instituto Franco-Português 10€ 7€1

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4 Um grande Festival,porMariaEmíliaNetodeSousa,PresidentedaCâmaraMunicipaldeAlmada

6 Mais passos em frente,porJoaquimBenite,DirectordoFestivaldeAlmada

8 Homenagem 2010: Maria Barroso

Espectáculos

11 Uma lição dos aloés,deAtholFugard,encenaçãodeJoséPeixoto

12 A música,deMargueritteDuras,encenaçãodeSolveigNordlund

13 Diálogo de um cão com o seu dono sobre a necessidade de morder os seus amigos,deJean-MariePiemme,encenaçãodePhilippeSireuil

14 Todos os grandes governos evitaram o teatro íntimo,deDanielVeronese,encenaçãodeDanielVeronese

15 O ginjal ou O sonho das cerejas,AntonTchecov,encenaçãodeMónicaCalle

16 Dança da morte / dança de la muerte,encenaçãodeAnaZamora

17 Jogo limpo,deFrançoisBégaudeau,encenaçãodeAméricoSilva

18 Um dia dancei SÓ dancei um dia,encenaçãodeDanielGorjão

19 Era uma vez um crocodilo verde,deCoraliaRodríguez,encenaçãodeCoraliaRodríguez

20 O amor,apartirdeLauraMunson,encenaçãodeTatianaFrolova

21 O avarento,deMolière,encenaçãodeRogériodeCarvalho

22 Aldina Duarte por Olga Roriz,direcçãoeconcepçãomusicaldeOlgaRoriz

23 Matar Shakespeare,textoeencenaçãodeTatianaFrolova

24 Carmen.Eunice.Maria,poetasvários

26 Casimiro e Carolina,deOdonvonHorvath,encenaçãodeEmmanuelDemarcy-Mota

28 Uma família portuguesa,deFilomenaOliveiraeMiguelReal,dramaturgiaeencenaçãodeCristinaCarvalhal

29 As formigas,deBorisVian,encenaçãodeRogériodeCarvalho

30 Um jantar muito original,apartirdeFernandoPessoa,encenaçãodeAlex.Riener

31 A balada do amor e da morte do alferes Cristóvão Rilke,deViktorUllmann eFaçade,deWilliamWalton

36 Um pouco de ternura, grande merda!,deDaveSt-Pierre,direcçãoartísticaecoreográficadeDaveSt-Pierre

37 As 10 canções de Camões,deLuísdeCamões,porLuísMiguelCintra

38 O quarto (escuro),encenaçãoeadaptaçãodeJulieBinot

39 Cabaret Hamlet...,deWilliamShakespeare,encenaçãodeMatthiasLanghoff

41 Ode marítima,deFernandoPessoa,encenaçãodeClaudeRégy

43 Letra M,deJohannesvonSaazeJoãoVieira,encenaçãodeFernandoMoraRamos

44 Um precipício no mar,deSimonStephens,encenaçãodeJorgeSilvaMelo

45 Yourcenar/Cavafy,deMargueritteYourcenareConstantinCavafy,concepçãodeJeanClaudeFeugnet

Índice

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46 Fala da criada dos Noailles...,deJorgeSilvaMelo,encenaçãodeJorgeSilvaMelo

47 Manuel de irradiação iRádio-acção,deÁlvaroGarciadeZuñiga,encenaçãodeArnaudChurineÁlvaroGarciadeZuñiga

48 Concerto sinfónico,OrquestraGulbenkianeOrquestraGeração

Actos complementares

50 Exposições

52 Encontros da Cerca

53 Colóquiosna Esplanada e Ciclos de cinema

54 MúsicanaEsplanada

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A í está uma nova edição do Festival Internacional de Teatro de Almada. A Câmara Municipal de Almada e a Companhia de Teatro de Almada pro-movem em cooperação, pelo 27.º ano consecutivo, aquela que é conhecida

e reconhecida como uma das mais ricas e importantes mostras de Teatro que se fazem em Portugal.

A qualidade artística que o Festival Internacional de Teatro de Almada uma vez mais assume na edição deste ano de 2010 coloca de novo este evento num lugar destacado entre os grandes acontecimentos que se realizam a nível europeu no domínio das artes cénicas.

A cada ano, entre 4 e 18 de Julho, o Festival proporciona a um público cada vez maior e diversificado a oportunidade de convívio com o melhor que se produz nesta arte milenar de representar a vida, enriquecendo-nos sempre mais pelo con-tacto com abordagens, experiências e vivências das expressões culturais oriundas dos mais diferentes Países e Povos que connosco partilham o seu olhar sobre o mundo e sobre a vida.

Para a Câmara Municipal de Almada, para o Concelho de Almada e para os Almadenses, é uma honra renovada poder promover, em cooperação com a Com-panhia de Teatro de Almada, esta 27.ª edição do Festival. Apesar do período de profunda crise que vivemos, a capacidade de organização do Festival espelha bem a pujança cultural que Almada tem conseguido manter ao longo dos anos, fruto de uma política e de um investimento permanentes e coerentes, que colocam a cul-tura, o saber e o conhecimento no centro das preocupações municipais enquanto factores imprescindíveis para o Progresso e o Desenvolvimento da nossa Terra.

Por isso quero deixar aqui registada uma palavra de apreço muito sincera e muito especial aos actores, encenadores, autores, técnicos, público – a todos – activamente envolvidos na concretização desta edição do Festival, fazendo os mais sinceros votos de que, mais uma vez, o Festival conheça o extraordinário êxito sempre registado nos anos anteriores.

Permito-me destacar nesta palavra de apreço o trabalho do Director da Com-panhia de Teatro de Almada, desde sempre também Director do Festival Internacio-nal de Teatro de Almada, Joaquim Benite, desde Fevereiro passado Comendador da Ordem do Infante D. Henrique por condecoração imposta por Sua Excelência o Presidente da República, pela sua vida inteiramente dedicada ao teatro, não ape-nas enquanto criador mas igualmente como Mestre e Professor que tem sido para tantos e tantos jovens actores e encenadores do nosso País.

Coordenando uma grande equipa, Joaquim Benite tem representado o rosto mais visível e incansável da organização de um Festival que nos enche de orgulho. A mesma equipa que vai, nesta edição, acolher como tão bem sabe Grupos de Teatro oriundos de nove países de três continentes distintos, a quem dirijo as boas

27ª Edição do Festival de AlmadaUm grande festival

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vindas a esta Terra de Fraternidade e Amizade que é Almada, fazendo votos de que se sintam em casa. Sejam muito bem-vindos a Almada.

Finalmente, uma referência a duas distintas personalidades da Arte e da Cul-tura portuguesas.

Saúdo vivamente Maria Barroso, uma grande Actriz do Teatro e do Cinema do nosso País, uma Mulher que soube colocar a sua capacidade de representa-ção ao serviço da resistência antifascista durante a ditadura, que, ao longo dos anos, tanto tem contribuído para a divulgação e conhecimento dos grandes poetas portugueses, e que o Festival de Teatro de Almada escolheu como Personalidade Homenageada da edição de 2010.

Saúdo igualmente Pedro Calapez, artista plástico que concebeu e produziu a imagem gráfica do Festival de 2010. O nome de Pedro Calapez, um dos grandes artistas plásticos portugueses da actualidade, está intimamente ligado a Almada pelo trabalho e obra que aqui vem apresentando, destacando nesta oportunidade a singular e extraordinária cortina de boca do Teatro Municipal de Almada que, ex-pressamente, concebeu para este grande equipamento municipal.

Palavras finais para desejar, de novo, que este seja um Grande Festival, palco de encontros, de emoções, de aprendizagem e de amizade, em torno de uma Arte tão nobre.

Viva o Teatro!

Maria Emília Neto de SousaPresidente da Câmara Municipal de Almada

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O Festival de Almada oferece, nesta 27ª edição, um programa e um conjunto de iniciativas que representam novos passos em frente. Pela primeira vez se apresentam 30 produções. O número de apresentações sobe de 44 em 2009

para 86 este ano. O número de espaços utilizados é de 16, contra nove no ano an-terior. A quantidade de estreias absolutas (doze em 2010) representa, pela primeira vez, mais de um terço do total de espectáculos constantes da programação.

Dos 16 espectáculos portugueses apresentados 11 são estreias (quase 70 por cento). E há uma estreia que é uma co-produção entre uma companhia espanhola, a Nao d’Amores, e outra portuguesa, o Teatro da Cornucópia, o que perfaz um total de 12 estreias em 30 produções.

Apesar deste crescimento – que, diga-se, tem sido constante de ano para ano – o Festival não perde, antes consolida, a sua identidade: a par de grandes mestres e grandes produções de teatro prestigiados internacionalmente, a programação propõe outros projectos de carácter marcadamente experimental. A diversidade estética; a atenção à apresentação de discursos artísticos consagrados já inter-nacionalmente mas ainda não conhecidos em Portugal; o respeito pelos grandes actores; a ideia de que o desenvolvimento do teatro no nosso País passa pelo con-vívio e o confronto com os criadores doutros lugares; uma visão da prática teatral como espaço plural de reflexão – todos estes factores continuam a configurar o modelo de um Festival que, não perseguindo modas, assume com convicção as suas escolhas, sem deixar de, com humildade, aceitar críticas, de forma a superar os inevitáveis erros.

Partilhamos e defendemos a ideia de serviço público no que respeita à arte e à cultura. É por isso que continuamos – apesar dos reparos que muitas vezes nos chegam – a praticar preços inusuais, que espantam muita gente. Na realidade um jovem assinante que assista às trinta produções do Festival não chegará a pagar um euro por cada uma delas. Os que em tudo vêem o primado do mercado não deixarão de achar estranha esta política. Mas esquecem que o conceito da parti-cipação do Estado no financiamento do acesso à cultura e à arte é o que domina (pelo menos por enquanto…) a produção teatral nos países da Europa em que estamos integrados.

O Festival de Almada tem mostrado, através dos anos, que é possível aplicar na prática os conceitos referidos. O esforço produzido pela equipa que produz o Festival é amplamente compensado pela afluência do público e pelo lucro (de sa-ber, não de recursos financeiros...) que o Festival, em cada edição, proporciona.

O êxito deste acontecimento artístico não se deve, contudo, apenas, àqueles que devotadamente o preparam, ao longo do ano, e o concretizam em cada Julho. Deve-se também e muito às instituições e entidades que com o Festival estabele-cem parcerias que permitem, por um lado, rendibilizar as disponibilidades financei-ras (mínimas, se comparadas com eventos estrangeiros da mesma dimensão) e, por outro, acrescentar imaginação, conhecimento e qualidade artística ao próprio projecto do Festival.

Mais passos em frente

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O número de parcerias, felizmente, cresceu: além do São Luiz Teatro Municipal, da Culturgest, do Teatro Nacional D. Maria II, do Instituto Franco-Português e da Casa da América Latina, podemos este ano voltar a contar com o Centro Cultural de Belém, o Teatro Municipal Maria Matos e o Teatro do Bairro Alto. E teremos pela primeira vez no grupo dos parceiros o Teatro Nacional de São João, cuja associa-ção ao Festival representa mais um testemunho da credibilidade que ele conquistou no meio artístico e cultural português.

A realidade que é o Festival – corolário da actividade desenvolvida regularmen-te ao longo de cada ano pelo Teatro Municipal de Almada – deveria constituir um exemplo de como quando os tempos são difíceis mais importante se torna a acção conjugada e solidária dos vários agentes. A crise em que estamos inseridos e de que tanto se fala tem todos os aspectos negativos conhecidos, mas pode ter o efei-to positivo de levar-nos a explorar melhor as potencialidades do exame colectivo dos problemas e da acção conjugada e cooperante para os resolver.

A cultura e a arte, como teremos a oportunidade de avaliar no “Encontro da Cerca” que este ano organizamos – como sempre em colaboração com o IITM – são práticas condicionantes do desenvolvimento democrático, e é por isso que são essenciais para qualquer resolução de qualquer crise. A cultura e a arte são fac-tores do desenvolvimento da democracia. Cidadãos mais cultos darão um melhor contributo à resolução colectiva dos problemas. Investir na cultura e nas práticas artísticas é investir no aprofundamento democrático e na formação dos cidadãos.

A Câmara de Almada, ao patrocinar durante todos estes anos o Festival, com o esforço financeiro que é público mas também com um importante apoio logístico, e com o estímulo e a solidariedade que sempre manifesta aos que constroem o projecto do teatro neste Município, tem mostrado que a área da cultura não é inse-parável do desenvolvimento social e económico - é o seu factor central.

O público que acorre ao Festival e o considera seu sabe-o bem. O teatro em Almada é o resultado de três décadas de colaboração com o Município e de diálogo entre os artistas e os Autarcas. Nenhuma forma de incompreensão poderá inter-romper o desenvolvimento de um projecto que não só lançou as suas fortes raízes neste concelho mas produziu, para deixar às futuras gerações, um fruto invulgar: um dos melhores teatros europeus, hoje um dos mais activos centros de relação de Portugal com o mundo cultural internacional.

Joaquim BeniteDirector do Festival de Almada

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N um fim de tarde de Primavera de 1966 um jovem jornalista de 22 anos desceu, a pé, a Rua da Mi-

sericórdia, com a vista do Tejo ao fundo, a luz do pôr-do-sol e o cheiro a maresia que se combinam nesta artéria de uma forma tão dolente, lisboeta. Atravessou o Chiado e entrou na Rua António Ma-ria Cardoso, que percorreu até ao en-tão cine-teatro São Luiz. Ao lado desta velha sala de espectáculos (que havia sido antes o Theatro D. Amélia e ganha-ra o seu novo nome em homenagem ao banqueiro torna-viagem Visconde de S. Luiz, o mais famoso dos seus anti-gos empresários) situava-se a sede da PIDE, a polícia política de Salazar.

O jovem jornalista apresentou na bilheteira as suas credenciais, recebeu um bilhete, entrou no átrio da grande sala, onde uma considerável parte do público já estava sentada, reconheceu, nos que ainda permaneciam, conver-sando com agitação, cá fora, escrito-res, artistas, intelectuais, políticos da oposição.

O espectáculo começou. Uma frágil mulher ao telefone tentava, com amargura e impaciência, religar os fios partidos de uma vida. A sua voz era a voz da perplexidade e da angústia da perda, a voz humana.

O jovem jornalista ficou fascinado por essa voz que penetrava a consciên-cia, plena de verdade, matizada de cam-biantes de cor, veemente e contida, doce e amarga, alegre e triste. O teatro, como então o imaginava, como um acto real de transmissão que proporcionava uma rea-lidade superior, onde as contradições se anulavam, impusera-se aos que presen-ciavam o ritual e criara essa atmosfera de suspensão do tempo que só os gran-des actores tornam possível. De súbito, subitamente de súbito, o sórdido ataque explodiu. Os polícias, vindos da casa do lado, tinham espalhado pela sala frascos de um cheiro de vómitos que anunciava a presença da peçonha que represen-tavam. O público teve de abandonar a sala. Tumulto. Gritos de protestos. Im-propérios. Frases indignadas.

O espectáculo deu lugar à mani-festação. A realidade real assassinava a poesia que uma frágil figura de mulher (mas grande figura de actriz) soubera invocar e fazer surgir.

Tenho a memória dessa tarde lon-gínqua dentro de mim, nítida, minucio-sa. A actriz era Maria Barroso. O texto era A voz humana, de Jean Cocteau. Os provocadores eram os agentes da PIDE, a quem, em última análise, cabia manter as condições de repressão para a hipocritamente chamada “política do espírito” do Estado Novo.

A notícia do espectáculo, que es-crevi para o meu jornal de então, o Re-pública, foi, obviamente, cortada pela Censura.

Não sabia, na altura, não podia adivinhar, que estava a assistir à última criação teatral de Maria Barroso e não

Homenagem 2010: Maria Barroso

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imaginava que quase meio século de-pois estaria aqui a evocar essa tarde, num País diferente — um País demo-crático que não é aquele com que so-nhei, é certo, mas onde o fascismo foi derrotado.

Homenageamos Maria Barroso — que terminou o Curso do Conservatório (com 18 valores) em 1943, o ano em que nasci — não só porque é uma gran-de actriz (e se não voltou a fazer teatro, fez, felizmente, filmes que permitem às novas gerações conhecê-la), mas tam-bém porque a sua acção de combate corajoso contra a Ditadura constitui um exemplo para os jovens de hoje.

Como divulgadora da poesia, Ma-ria Barroso deu voz aos poetas da Re-sistência, a uma geração de grandes criadores que pensava que a Arte não podia abstrair-se das causas sociais. O Festival de Almada sente-se orgulhoso de contribuir para saldar, através desta homenagem, uma parte da dívida que todos temos para com as generosas mulheres e os generosos homens que nos mostraram os caminhos da liber-dade.

Joaquim Benite

Maria de Jesus Barroso Soares (Fuzeta, 2-5-1925) estreou-se no teatro em 1944 e foi, até à década de 60, apesar da sua juventude, uma das actrizes prestigiadas do teatro português. Diplomada pelo Conservatório Nacional (1943), licenciou-se depois em Ciências Histórico-Fi-losóficas, na Faculdade de Letras de Lisboa (1951), onde conheceu Mário Soares, com quem viria a casar. Maria Barroso terminou o curso do Conservatório num exame público no Teatro da Trindade, cujo júri, presidido pelo grande actor Alves da Cunha, a classificou com 18 valores.

Em 1944, aparece no Teatro do Ginásio em Sua Excelência o ladrão, ao lado de Brunilde Júdice e Alves da Costa, e, no mesmo ano, no Teatro Nacional em Aparências, de Jacinto Benavente, dirigida por Palmira Bastos. Aqui interpreta, nos anos seguintes, A pastora perdida, de Santiago Prezado, Filodemo, de Camões, Os maridos peraltas e as mulheres sagazes, de Nicolau Luís, Vidas sem rumo, de Olga Alves Guerra, Zilda, de Alfredo Cortês, Tovarich, de Jacques Duval, Raça, de Rui Correia Leite, Férias, de Maria Luz Regas e Juan Alvellos, A lareira do pecado, de Pedro Alvellos, Frei Luís de Sousa, de Garrett, Antígona, de Júlio Dantas, Auto da barca do Inferno e Auto da Cananeia, de Gil Vicente, Maria Rita, de Teresa Canto, Alcipe, de Teresa Leitão de Barros, Frei António das Chagas, de Júlio Dantas, Os velhos, de D. João da Câmara, Lisboa, de Jorge Ferreira de Vasconcelos, Benilde ou a Virgem Mãe, de Régio, O retábulo das maravilhas, de Cervantes, A casa de Bernarda Alba, de Lorca, Paulina vestida de azul, de Joaquim Paço d’Arcos.

Por razões políticas a Companhia Rey Colaço-Robles Monteiro cancela o contrato com Maria Barroso no fim dos anos 40. A actriz só voltaria ao teatro em 1965 (O segredo de Michael Redgrave e Antígona de Jean Anouilh, no Teatro Villaret; e em 1966 A voz humana, de Jean Cocteau, no Teatro São Luiz).

Depois da Revolução de 74, Maria Barroso, que já interpretara filmes, entre os quais Mudar de vida de Paulo Rocha (1966), trabalhará com Manoel de Oliveira: Benilde ou a Virgem Mãe (1974), Amor de perdição (1978), Lisboa cultural (1983), Le soulier de satin (1985). Distin-guiu-se também como declamadora de poesia, tendo participado em muitos recitais durante a resistência à ditadura do Estado Novo.

Maria Barroso foi deputada à Assembleia da República pelos círculos de Santarém, Porto e Faro, e Primeira Dama de Portugal entre 1986 e 1996. Em 1990 criou o movimento Emergên-cia Moçambique, outorgando, no ano seguinte, a escritura da Associação para o Estudo e Pre-venção da Violência. Em 1995 presidiu à abertura do ciclo de realizações do Ano Internacional de Luta contra o Racismo e em 1997 presidiu à Cruz Vermelha Portuguesa, funções que cessou em 2003. Foi distinguida com o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade de Aveiro.

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U m africânder, Piet, aguarda o seu amigo de “cor” Steve e a família deste para um jantar de despedi-

da. Na espera tenta identificar um aloé desconhecido cuja colecção e estudo é a sua última grande paixão. A sua mu-lher, Gladys, emocionalmente desequi-librada devido à apreensão dos seus diários pela polícia, tem uma total des-crença na sociedade em que vive. En-tretanto, o amigo aparece sozinho, pois a sua mulher não confia em Piet. No de-senrolar da trama constata-se que se é possível classificar os aloés já o mesmo não sucede com as pessoas, pois estas modificam-se e afastam-se da matriz original.

Athol Fugard, dramaturgo sul-afri-cano, nasceu em Junho de 1932, tendo escrito diversos romances. Foi também actor, sendo conhecido pelas suas po-sições anti-apartheid e pelo prémio do seu romance Tsotsi, em 2005. Entre ou-tras actividades teatrais, dirigiu o De-partamento de Teatro e Dança da Uni-versidade da Califórnia, em São Diego. Um dos seus textos, Sizwe Banzi mor-reu, encenado por Peter Brook, foi um dos acontecimentos relevantes do Fes-tival de Almada de 2007.

José Peixoto, actor e encenador, licenciado em História, tornou-se pro-fissional com Os Bonecreiros. Estagiou no Théâtre de Gennevilliers, com Ber-nard Sobel, e no Piccolo Teatro di Mila-no, com Giorgio Strehler. Esteve na

equipa inicial do Centro Cultural de Évora. Co-fundador do Teatro da Rai-nha, integrou a Direcção do Teatro da Malaposta e trabalhou no Teatro Muni-cipal de Almada e no Novo Grupo. Pro-fessor na Escola Superior de Teatro e Cinema, leccionou Interpretação e Teo-ria e Prática da Encenação. Foi Presi-dente do Conselho Científico e Director do Departamento de Teatro da ESTC.

Intérpretes

Tradução

Cenografiaefigurinos

DesenhodeluzDesigngráfico

Assistentedeencenação

VídeoFotografia

Produçãoexecutiva

Divulgação

LínguaDuração

Classificação

Daniel MartinhoElsa ValentimJorge SilvaAngélica Varandas Graça MargaridoMick GreerAna paula Rocha (sobreumprojectodeJoséCarlosFaria)Jochen pasternackiRui pereira

Joana VidalEduardo SilveiraMargarida DiasGislaine TadwaldJoana paesAna MartinsSofia Falé

português2H00 (comintervalo)M/ 12

TEATRO DOS ALOÉS

Uma lição dos aloésAthol FUGARDEncenação de José pEIXOTO

Escola D. António da CostaALMADA

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DOM 4 22H00

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Marguerite Duras escreveu La mu-sica em 1965. As vozes do casal separado não nos largam. A pró-

pria Margueritte Duras não as podia es-quecer e escreveu uma nova versão vin-te anos mais tarde, para que o casal se pudesse encontrar de novo. Toda a gen-te pergunta por que a peça se chama La Musica. No princípio eu respondia que era porque o desejo de amor atravessa a peça como um tema musical, mas à me-dida que avançámos nos ensaios perce-bi que a própria obra é uma peça musi-cal, com introdução, variações, repeti-ções, e as palavras são notas musicais que é preciso tocar com extrema sensi-bilidade. Escolhi fazer acompanhar a peça por um piano porque no universo de Duras o piano tem um papel relevan-te, e escolhi sublinhar a intemporabilida-de da peça através de um cenário de um hotel em reconstrução (livremente inspi-rado numa instalação de José Pedro Croft).

Solveig Nordlund

Margueritte Duras (1914-1996) nasceu na Indochina (actual Vietname) e é um dos nomes mais representativos da literatura francesa do século XX, profun-damente ligado ao que ficou conhecido como nouveau roman. Escreveu nume-rosas obras, como Les impudents (1943), Moderato cantabile (1958) ou Détruire, dit-elle (1969). Ficou célebre o argumen-to que escreveu para Hiroshima, meu amor, realizado por Alain Resnais (1960). Em 1970, o Teatro Estúdio de Lisboa, di-rigido por Luzia M. Martins, foi a primeira companhia portuguesa a criar uma peça

de M. Duras: Quem é esta mulher?. A Companhia de Teatro de Almada criou dois textos de Duras: Dias inteiros nas árvores (1991), e La musica II (1991), com encenações de Joaquim Benite e Marie-Pierre Fernandes.

Solveig Nordlund nasceu na Sué-cia, mas tem nacionalidade portuguesa. Licenciada em Letras pela Universidade de Estocolmo, começou a trabalhar em cinema nos anos 70 como assistente de realização e de montagem. Estudou ci-nema com Jean Rouch na Sorbonne. Dirigiu várias longas-metragens e ence-nou várias peças, algumas das quais na Companhia de Teatro de Almada.

A música

AMBAR FILMES | CENTRO CULTURAL DE BELÉM

La musicaMargueritte DURASEncenação de Solveig NORDLUND

Fórum Romeu CorreiaALMADA

AUDITÓRIO FERNANDO LOpES-GRAÇA

SEG 5 19H00TER 6 19H00

Lisb

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ORTU

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TEATRO

Intérpretes

MúsicoFiguração

TraduçãoCenárioefigurinos

DesenhodeluzCabelos

emaquilhagemAssistente

deencenação

LínguaDuração

Classificação

Carla MacielManuel Wiborgpedro MarquesAfonso LagartoJoaquina ChicauJoana BárciaMaria Velho da CostaAna paula RochaCarlos Gonçalves

Sónia Magalhães

Joana Bárcia

português1H00M/ 12

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Opúblico votou e o espectáculo Diá-logo de um cão… está de volta ao Festival de Almada como Espectá-

culo de Honra da edição deste ano. Va-mos ter o prazer, pois, de rever os acto-res Philippe Jeusette e Fabrice Schillaci nesta deliciosa farsa do dramaturgo Jean-Marie Piemme. Nela se conta a história de um encontro improvável en-tre um homem e um cão. O primeiro é porteiro de um hotel de luxo, mas mora numa caravana; o segundo passa o tempo a fazer cabriolas à frente dos car-ros para saborear o rangido das derra-pagens. A caravana, a poltrona esven-trada, um céu negro ou cor-de-rosa, uma cauda, orelhas e um focinho falsos, a vistosa libré de porteiro do Hotel Cla-ridge são sinais de um mundo de pernas para o ar, em que só o discurso descon-certante das personagens parece fazer sentido.

Jean-Marie Piemme (n. 1944) es-tudou literatura na Universidade de Liè-ge e teatro no Instituto de Estudos Tea-trais em Paris. Dramaturgo no Ensem-ble Théâtrale Mobile, colabora em se-guida com o Théâtre Varia, de Bruxelas. Entre 1983 e 1988, integra a equipa de Gérard Mortier na Ópera Nacional da Bélgica. A sua primeira peça é de 1986 (Neige en décembre). Seguiram-se mais de trinta textos de teatro, representa-dos na Bélgica e no estrangeiro, alguns dos quais publicados na Actes Sud e nas edições Lansman.

Philippe Sireuil (n. 1952) é um dos mais destacados encenadores de língua francesa da actualidade. Ao longo da sua carreira encenou textos de Strindberg, Pe-ter Handke, Bertolt Brecht, Alfred Musset, Tchecov, Koltès, Margueritte Duras, Jean--Luc Lagarce, Paul Claudel, Ibsen, Mari-vaux, Broch, Molière, Shakespeare, entre outros.

Fabrice Schillaci philippe Jeusette

philippe SireuilCatherine SomersDavid Callas

Christelle AlexandreJean-Marc Feniou

FrancêsLegendadoemportuguês1H40M/ 12

Intérpretes

Cenárioedesenhodeluz

FigurinosMúsicaoriginal

Assistentedeencenação

Técnicodepalco

Língua

DuraçãoClassificação

Diálogo de um cão com o seu dono sobre a necessidade de morder os seus amigos

THÉÂTRE NATIONAL DE LA COMMUNAUTÉ FRANÇAISE

Dialogue d’un chien avec son maître sur la nécessité de mordre ses amis

Jean-Marie pIEMMEEncenação de philippe SIREUIL

Teatro Municipal de AlmadaALMADA

SALA pRINCIpAL

SEG 5 21H30

Brux

elas

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GICA

TEATRO

Espectáculo de HONRA

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Neste espectáculo de 2009, Daniel Veronese parte da peça Hedda Gabler (1897), do dramaturgo no-

rueguês Henrik Ibsen (1828-1906), para interrogar o modo como a sociedade contemporânea olha a mulher. Embora a teia que enreda Hedda se tenha rom-pido ao longo do século XX – com a progressiva emancipação das mulheres de condicionamentos morais e sociais –, Veronese fixa-se na resistência mais subtil que, muitas vezes, as condena hoje à invisibilidade (o encenador joga mesmo em cena com esse angustiante «tempo de silêncio», colocando a actriz que interpreta a protagonista face ao público, em momentos de um expressi-vo mutismo). Como escreve Veronese, «continuamos a diferenciar a avaliação dos comportamentos em função do sexo de quem os pratica».

Daniel Veronese, que se apresenta pela primeira vez no Festival de Almada, é um dos criadores mais destacados do novo teatro da América Latina. Drama-turgo, director, actor e manipulador de bonecos, Veronese desempenha tam-bém funções de cenógrafo e criador das bandas sonoras dos seus espectáculos. Membro fundador do grupo de teatro El Periférico de Objetos, os seus espectá-culos e intervenções performativas parti-ciparam em diversos festivais em todo o Mundo. Reuniu as suas obras nos volu-mes Cuerpo de prueba e La deriva. Re-cebeu numerosos prémios, de entre os quais se destacam, na Argentina, o Pré-

mio Nacional de Dramaturgia e o primei-ro Prémio Municipal de Dramaturgia de Buenos Aires.

Todos os grandes governos evitaram o teatro íntimo

TEATRO METROpOLITAN

Todos los grandes gobiernoshan evitado el teatro íntimo

Escola D. António da CostaALMADA

pALCO GRANDE

TER 6 22H00

Buen

os A

ires

ARGE

NTIN

A

TEATRO

Daniel VERONESE (a partir de Hedda Gabler, de H. Ibsen)Encenação de Daniel VERONESE

Intérpretes

Cenário

Assistentedeencenação

Produção

Língua

DuraçãoClassificação

Claudio Da passanoElvira (pipi) OnettoMarcelo SubiotoOsmar NuñezSilvina SabaterAdaptação da cenografia da obra Budín inglés, de Ariel Vaccaro

Felicitas LunaSebastián Blutrach

EspanholLegendadoemportuguês1H30M/ 12

Apoio:Iberoescena

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Desde 1992 que Mónica Calle, di-rectora artística da Casa Conve-niente, tem vindo a desenvolver

um trabalho que procura uma interacção privilegiada com a palavra, visitando au-tores como Bernhard, Beckett, Handke e Tchecov. O espectáculo O ginjal ou O sonho das cerejas é a continuação de A última ceia ou sobre O cerejal (2007), onde cinco actrizes e o público partilha-vam o texto, à volta da mesa de jantar.

Sobre a criação deste espectáculo, a encenadora afirma: “Desta vez esta-mos num palco com doze actores e três músicos, trabalhando sobre a ideia de um corpo comum, o texto como um cor-po comum, onde cada voz existe para que esse corpo, o texto, nos permita continuar a afirmar o direito à utopia, o direito ao inútil, ao que já não vende, ao que não serve para nada, paradigma do teatro e da Arte. O sonho das cerejas”.

Mónica Calle, actriz e encenadora, considera que os criadores que mais a marcaram foram a coreógrafa alemã Pina Bausch e o encenador e teórico po-laco Tadeusz Kantor. Nos seus espectá-culos pretende explorar um teatro pobre, baseado na palavra, na proximidade, na partilha.

CASA CONVENIENTE

O ginjal ou O sonho das cerejas

Co-produçãocomoTeatroMunicipalMariaMatos,CentroCulturalVilaFlor,OEspaçodoTempoeArtemRede

Teatro Maria MatosLISBOASALA pRINCIpAL

TER 6 21H30QUA 7 21H30QUI 8 21H30SEX 9 21H30SáB 10 21H30 DOM 11 16H30

Lisb

oa p

ORTU

GAL

TEATRO

Anton TCHECOVEncenação de Mónica CALLE

Intérpretes

Músicos

Tradução

EspaçocénicoStylingdefigurinos

DesenhodeluzConst.cenográficaFilmedocumental

FotografiaAssist.deencenação

Produção

LínguaDuração

Classificação

Ana RibeiroDavid pereira BastosHugo BettencourtJosé Miguel VitorinoLuís FonsecaMiguel MoreiraMónica CalleMónica GarnelRita SóRute CardosoTiago Barbosa Tiago VieiraGonçalo LopesJoão MadeiraRini LuyksNina GuerraFilipe GuerraFrancisco Rocha Fernanda pereiraJosé álvaro CorreiaGrande palco, Lda.patrícia SaramagoBruno SimãoJoana EstrelaAlexandra GasparCatarina dos Santos

português 2H00(aprox.)M/ 12

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Anova criação de Ana Zamora re-cupera textos portugueses e es-panhóis dos séculos XIV a XVI,

centrados na temática da morte. A pes-te negra, pandemia que assolou a Euro-pa durante o século XIV dizimando um terço da população, desencadeou uma intensa reflexão acerca da precarieda-de da vida, sendo a «dança macabra» uma das suas expressões culturais mais impressivas. Neste espectáculo, actores (destacando-se Luís Miguel Cintra), títeres e músicos confrontam o apagamento contemporâneo da morte com esta sua dramatização arcaica, tão satírica quanto esperançosa.

Ana Zamora, com a sua companhia Nao d’Amores, estreou-se em Portugal no Festival de Almada de 2005, com Auto de los quatro tiempos, de Gil Vi-cente. No Festival de 2009, apresentou outro trabalho seu, Misterio del Cristo de los Gascones. Dedicando-se com gran-de mestria à encenação do primevo tea-tro ibérico, na sua dupla dimensão reli-giosa e profana, Ana Zamora já dirigiu – entre vários textos de outras épocas (como Viaje del Parnaso, de Miguel de Cervantes, em 2005) – Auto de los Reyes Magos (2008), Sibila Cassandra, de Gil Vicente (2003) ou Comedia llamada me-tamorfosea, de Joaquín Romero de Ce-peda (2001). Em 2008 foi-lhe atribuído o Prémio ADE de encenação, pela Asso-ciação de Encenadores de Espanha.

NAO D’AMORES | TEATRO DA CORNUCÓpIA

Dança da morte / Dança de la muerteA partir de textos portugueses e espanhóis dos séculos XIV a XVIDramaturgia e direcção de Ana ZAMORA

Teatro do Bairro Alto | CornucópiaLISBOA

TER 6 21H30QUA 7 21H30QUI 8 21H30SEX 9 21H30SáB 10 21H30DOM 11 17H00SEG 12 21H30TER 13 21H30

Mad

rid E

SpAN

HA

Lisb

oa p

ORTU

GAL

TEATRO

Intérpretes

Interpretaçãomusical:flautas,cromorno

echirímiavioladegamba

órgãoArranjosedir.musical

Cenário

FigurinosDesenhodeluz

CoreografiaAssessordeverso

castelhanoAs.artísticaedeprod.Directordeprodução

deNaod’Amores

Assist.deencenaçãoDesenhográfico

Assistentedecenografiaefigurinos

DirectortécnicoMontagem

eoperaçãodeluz

LínguaDuração

Classificação

Luis Miguel CintraSofia MarquesElena Rayos

Eva JornetJuan Ramón LaraIsabel Zamora Alicia LázaroDavid FaracoAlmudena BautistaDeborah MacíasMiguel ángel CamachoJavier García ávila

Vicente FuentesAna Szkandera

Germán H. Solis

Manuel RomanoCristina Reis

Linda Gomes TeixeiraLuís Miguel SantosJorge Esteves

Rui Seabra

português e Espanhol1H00M/ 12

CRIAÇÃO

Emco-produçãocomoFestivaldeAlmada

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O tema proposto não podia ser mais popular – o futebol. No monólogo, um treinador de futebol tem como

tarefa estimular os seus jogadores a in-verterem o sentido do jogo e saírem vi-toriosos após o prolongamento. Este é um espectáculo que vai ter com as pes-soas e as leva a espelharem-se no dis-curso que ouvem, aparentemente sobre a vida íntima de um treinador, mas que na realidade é sobre cada um de nós.

François Bégaudeau nasceu em 1971. Autor do argumento do filme, ba-seado num livro da sua autoria, A turma – Entre les murs, do realizador Laurent Cantet, laureado com a Palma de Ouro no Festival de Cannes de 2008, é tam-bém comentador desportivo no jornal Le Monde. A sua experiência de professor de Literatura ajudou-o a afirmar-se no panorama da literatura francesa. Jouer juste – Prémio Cultura de França –, o seu primeiro romance, editado em 2003, foi levado à cena diversas vezes em França.

Américo Silva estreou-se em teatro na Sociedade Guilherme Cossoul numa encenação de A morte no bairro, de Al-fonso Sastre. Trabalhou com Ávila Costa (Faculdade de Letras), José Peixoto e João Lagarto (Malaposta), Carlos Avilez (TNDMII e TEC), Rui Mendes (TNDMII) e Diogo Dória. Com o grupo Depois da Uma - Teatro? fez Equimoses - Nódoas na cidade, de Rui Guilherme Lopes e Pedro Carraca, e participou em O Picas,

de Mário Botequilha. Na televisão, parti-cipou na sitcom O Fura-Vidas e no cine-ma estreou-se em António, um rapaz de Lisboa, de Jorge Silva Melo.

IntérpreteTradução

eadaptaçãoDesenhodeluz

Cenografia,figurinoseadereços

DirecçãodeproduçãoAssistente

deprodução

LínguaDuração

Classificação

TEATRO DA TERRA | AMÉRICO SILVA

Jogo limpoA partir do romance Jouer Juste, de François BÉGAUDEAUEncenação de Américo SILVA

Instituto Franco-portuguêsLISBOA

AUDITÓRIO

pont

e de

Sôr

pOR

TUGA

L TEATRO

TER 6 21H30QUA 7 21H30QUI 8 21H30SEX 9 21H30SáB 10 21H30 SEG 12 21H30TER 13 21H30QUI 15 21H30 SEX 16 21H30SáB 17 21H30

Américo Silva

Francisco Oliveirapedro Domingos

Américo Silvapedro Domingos

pamela pedroso

português 1H00M/ 12

Emco-apresentaçãocomoInstitutoFranco-Português

CRIAÇÃO

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Ojovem criador Daniel Gorjão (n. 1984) apresenta Um dia dancei SÓ dancei um dia, projecto integrado

no Ciclo Emergentes / Novos criadores, novas linguagens, uma parceria entre o Teatro Nacional D. Maria II e o Festival de Almada de apoio à emergência de novos valores artísticos. Baseando-se na peça The secret love life of Ophelia (2001), do actor e encenador inglês Steven Berkoff – que já esteve no Festival de Almada de 2002 –, Daniel Gorjão propõe-se cruzar em cena o trabalho das co-criadoras in-térpretes Katrin Kaasa e Teresa Tavares com os depoimentos gravados de várias mulheres (às quais se pediu que lessem uma carta de amor que tivessem escrito ou recebido). A dialéctica real/ficção ali-menta aqui a busca não só das «Ophelias de todos os dias», mas, também, a iden-tidade de uma linguagem performativa.

Daniel Gorjão frequentou o Curso de Formação de Actores da Universidade Moderna e fez ainda formação com Rui Baeta (voz), Francisco Camacho (perfor-mance) e Madalena Vitorino (movimento). Em 2003 ingressa na Companhia do Tea-tro Politeama, onde é dirigido por Filipe La Féria em diversos espectáculos. Em teatro, foi ainda dirigido por Sandra Falei-ro e Helena Azevedo, e, no cinema, por Inês Oliveira. Estreou-se na direcção ar-tística em 2007, no CCB, com o espectá-culo Mentiras, malditas histórias!. Actual-mente, frequenta a licenciatura em Teatro da Escola Superior de Teatro e Cinema de Lisboa.

Katrin KaasaTeresa TavaresJoão Duarte CostaLuís ValenteMatilde Azevedo NevesMiguel CruzFilipe Moura RamosAnne KaasaJoão Figueiredo Dias

português1H10 (aprox.)M/ 12

Intérpreteseco-criação

ApoioàdramaturgiaEspaçocénico

FigurinosDesenhodeluz

VídeoSelecçãomusical

Direcçãodeprodução

LínguaDuração

Classificação

Teatro Municipal de AlmadaALMADA

SALA EXpERIMENTAL

TEATRO NACIONAL D. MARIA II | ROSA74 TEATRO

Um dia dancei SÓ dancei um dia

QUA 7 19H00QUI 8 19H00SEX 9 19H00SáB 10 16H00DOM 11 15H00QUA 14 21H30QUI 15 21H30SEX 16 21H30SáB 17 21H30DOM 18 21H30

Lisb

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ORTU

GAL

TEATRO

A partir de cartas de amorCriação e direcção artística de Daniel GORJÃO

CRIAÇÃO

Emco-apresentaçãocomoFestivaldeAlmada

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Narradora de verbo e coração, Co-ralia Rodríguez coloca, na sua voz cálida e doce, bem timbrada e de

diferentes modulações – bem como nos seus gestos precisos, graciosos, dramáticos – toda a força de Cuba e do seu bem-amado crocodilo verde, refe-rência extraída de um verso do grande poeta cubano Nicolás Guillén.

Cativando-nos com as assombro-sas lendas de África dos seus antepas-sados, divertindo-nos com saborosas piadas de velhos negros, ou fazendo-nos sonhar com a evocação da melhor poe-sia cubana – sempre com o seu sotaque encantador, inspiração, simplicidade e delicadeza –, dá a conhecer neste es-pectáculo, numa mistura simbiótica com os cantos tradicionais da sua ter-ra, todas as facetas de Cuba.

Uma extraordinária presença em palco, sem artifícios, sem decoro, e, contudo, uma lufada de ar com o cheiro da sua terra natal.

Coralia Rodríguez, actriz e narra-dora cubana com larga experiência in-ternacional, formou-se em teatro, em Cuba, tendo também frequentado os cursos de narração oral do Grande Tea-tro de Havana. Assumindo vários pa-péis principais em mais de quinze pe-ças de teatro, há mais de 30 anos que Coralia Rodríguez corre o mundo (Cuba, México, Brasil, Venezuela, Canadá, Es-panha, Suíça, França, Áustria, Alema-nha, Bélgica, Ilha da Reunião, Burkina Faso, Egipto e Tunísia) como embaixa-

dora do teatro e da arte cénica de con-tar contos, defendendo os valores da palavra viva com o seu trabalho bilin-gue (em espanhol e em francês), parti-lhando workshops e conferências sobre a oralidade e a “afrocubania”, a solo ou acompanhada de Paco Chambi, exce-lente guitarrista peruano. Graças à sua qualidade artística, tem recebido im-portantes prémios latino-americanos.

A viver em Genebra há já alguns anos, é fundadora e criadora do Festi-val ContArte, em Cuba, e actualmente directora do Festival Afropalabra.

CORALIA RODRÍGUEZ

Había una vez un cocodrilo verdeCoralia RODRÍGUEZEncenação de Coralia RODRÍGUEZ

Escola D. António da CostaALMADA

pALCO GRANDE

QUA 7 22H00

Hava

na C

UBA

TEATRO

Intérprete

LínguaDuração

Classificação

Coralia Rodríguez

Espanhol1H00M/ 12

Era uma vez um crocodilo verde

Casa da América LatinaLISBOA

SEX 9 19H00

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Quando encontramos o amor, a nossa vida parece transbordar de alegria. No outro extremo está a

dor da perda do amor que geralmente exige suportes externos adicionais para conseguir sobreviver ao que parece ser o fim de tudo. O amor foi escrito com base em textos de Laura Munson – que nos expõem partes de alguns períodos críticos da sua vida conjugal – e noutras histórias reais de amores acabados.

O teatro do séc. XXI é para mim o teatro com todos os meios expressivos e intelectuais à sua disposição. Neste teatro moderno ganha particular impor-tância a luz, o som, a encenação colori-da e, acima de tudo, o acto pensante, o actor como individualidade que na vida se contrapõe à cultura primitiva.

Tatiana Frolova

Tatiana Frolova é a grande impulsio-nadora, fundadora e directora do teatro KnAM. Ela é um exemplo raro de dinamis-mo e defesa da vanguarda e do experi-mentalismo teatrais sem, no entanto, pres-cindir dos grandes textos e autores clássi-cos. Com um pequeno grupo de amigos, e ajudada somente pela boa vontade dos que com ela se têm cruzado, iniciou há 25 anos uma aventura a que deu o nome de KnAM e que viria a pôr no mapa dos polos teatrais russos e europeus a longínqua e desconhecida cidade de Komsomolsk-na--Amure – isolada do Mundo pela imensa taiga russa, no extremo oriente do país, a oito horas de avião de Moscovo.

TEATRO KnAM

Love

Fórum Romeu CorreiaALMADA

AUDITÓRIO FERNANDO LOpES-GRAÇA

QUI 8 19H00

Kom

som

olsk

-na

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RÚSS

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TEATRO

A partir de textos de Laura MUNSONEncenação de Tatiana FROLOVA

Intérpretes

CenárioefigurinosMúsica

IlustraçõesApoiotécnico

Língua

DuraçãoClassificação

Dmitri BotcharovElena BessonovaVladimir DmitrievTatiana FrolovaAlexei LarinAndrei GordeevVladimir Smirnov

RussoLegendadoemportuguês1H00M/ 12

O amor

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Apeça O avarento (1668) é possi-velmente a comédia mais dura de Molière, aquela onde Jean-Bap-

tiste Poquelin melhor soube traduzir as patologias do humano num predatório jogo burlesco de onde ninguém sai ile-so, porque aqui não há inocentes para resgatar. Na senda da revisitação céni-ca de clássicos da literatura dramática universal, o Ensemble recupera em boa hora este texto. O pulmão! O pulmão! de Toinette, em O doente imaginário, ecoa no Dinheiro! Dinheiro! de Harpa-gão – nome cuja etimologia, não por acaso, remete para rapacidade – em O avarento do mesmo Molière, esse gran-de especialista da neurose e da repeti-ção. Com o dramaturgo francês e com a sua galeria de personagens obsessi-vas, agarradas à loucura de dominar, angustiamo-nos e rimo-nos das perma-nências, das teimosias, da História.

Rogério de Carvalho, colaborador habitual do TMA, nasceu em Angola, em 1936. Fez o curso de Actores do Conservatório Nacional. Professor na Academia Contemporânea do Espectá-culo, no Porto, obteve o Prémio de Crí-tica para a Melhor Encenação, em 1980, com Tio Vânia, de Tchecov, e o Prémio Garrett, em 1989, com O paraíso não está à vista, de Rainer Werner Fassbin-der. Na Companhia de Teatro de Alma-da, dirigiu alguns trabalhos marcantes como As três irmãs, de Tchecov (2002), ou Uma longa jornada para a noite, de Eugene O’Neill (2009). Dirigiu espectá-

culos para companhias e grupos como Ensemble - Sociedade de Actores, As Boas Raparigas Vão para o Céu e as Más para Todo o Lado, A Escola da Noite, o Teatro Nacional São João e O Bando.

ENSEMBLE - SOCIEDADE DE ACTORESTEATRO NACIONAL SÃO JOÃO

O avarentoMOLIÈREEncenação de Rogério de CARVALHO

Escola D. António da CostaALMADA

pALCO GRANDE

QUI 8 22H00

port

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RTUG

AL

TEATRO

Intérpretes

Tradução

CenárioFigurinos

DesenhodeluzSonoplastia

Assistentedeencenação

LínguaDuração

Classificação

António parraClara NogueiraEmília SilvestreIsabel QueirósIvo Luz SilvaJorge pintoJúlio MacielMiguel Eloypedro GalizaTiago AraújoVânia MendesAlexandra Moreira da Silvapedro TudelaBernardo MonteiroJorge RibeiroRicardo pinto

Emília Silvestre

português2H00 (comintervalo)M/ 12

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São doze fados. De parceria com os fados de Aldina Duarte surgem ins-trumentos como a harmónica, a

concertina, a harpa, o piano ou a percus-são, permitindo a descoberta de novas sonoridades, que abrem novos caminhos para o fado, essa tão peculiar forma de cantar – como diz Olga Roriz – tão nossa, …tão intocável.

Olga Roriz nasceu em 1955, em Via-na do Castelo. Iniciou os seus estudos académicos e artísticos em Lisboa. Re-cebeu formação na área de ballet clássi-co e dança moderna. Desenvolveu a sua actividade profissional como bailarina, coreógrafa e fotógrafa. Tem a sua própria companhia - Olga Roriz Companhia de Dança. Sobre este espectáculo a coreó-grafa afirma: «Porque me interessam os desafios que me lançam à descoberta e abrem caminhos inesperados, o meu pri-meiro impulso foi o de me debruçar sobre uma proposta musical para este concer-to. Foi assim que me surgiu a ideia de propor à Aldina Duarte um encontro do fado com instrumentos que lhe são estra-nhos.»

Aldina Duarte nasceu em Lisboa. Começou a trabalhar com 20 anos num jornal, depois numa rádio e por fim no Centro de Paralisia Cerebral. Cantou no coro de um grupo meio musical, meio tea-tral: Valdez e as Piranhas Douradas, com o actor Pedro Wilson. Participou no filme Xavier, de Manuel Mozos, onde interpre-

tava o fado A Rua do Capelão. Começou a cantar o fado no Clube do Fado, à Sé, em Lisboa. Colaborou em discos de Ca-mané. O reportório que gravou em Ape-nas o amor, o seu álbum de estreia, foi repescado de entre alguns dos espéci-mes mais dignos do fado tradicional.

SÃO LUIZ TEATRO MUNICIpAL

Aldina Duarte por Olga Roriz

São Luiz Teatro MunicipalLISBOA

SALA pRINCIpAL

SEX 9 21H00SáB 10 21H00SEX 16 21H00SáB 17 21H00

Lisb

oa p

ORTU

GAL

MÚSICA

Intérpretes:Voz

Músicos:Guitarraportuguesa

ViolaContrabaixo

PianoAcordeão

HarmónicaPercussão

HarpaConsultoriamusical

EspaçocénicoDesenho

eoperaçãodesomDesenhodeluz

LínguaDuração

Classificação

Aldina Duarte

José Manuel Neto Carlos Manuel proença pedro WallensteinManuel pauloJoão LucasGonçalo Sousa Sebastian ScheriffAna Isabel DiasManuel paulopedro Santiago Cal

Francisco LealCristina piedade

português2H00 (aprox.)M/ 3

CRIAÇÃO

EmcolaboraçãocomoFestivaldeAlmada

Direcção e concepção musical de Olga Roriz

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Aideia para a criação da peça Kill Shakespeare surgiu quando o co-lectivo do teatro KnAM, à beira da

insolvência financeira, colocou num fó-rum cibernético do município a questão O teatro KnAM faz falta à nossa cida-de?

O imenso número de respostas, a favor e contra o apoio oficial deste tea-tro vanguardista dos confins da Rússia, assim como as eternas recusas ao apoio financeiro por parte das entida-des oficiais, viria a inspirar ou, melhor dizendo, a provocar Tatiana Frolova. O resultado é esta peça, que questiona não só a vida do teatro em si, mas o valor da Cultura em geral para o Ho-mem moderno. Afinal de contas, num mundo onde tudo é medido através do dinheiro, poucos são aqueles que se preocupam com o desaparecimento de algo intangível e imaterial.

Na estreia da peça, em Novembro de 2008, Frolova diria «Esta é a minha última declaração de amor ao teatro, que não consigo mais defender». O es-pectáculo foi galardoado com o prémio Gubernatora Kraya e apresentado no festival FAKI (Festival of Alternative Theatrical Expression), em Zagreb.

O Teatro KnAM é hoje um dos centros da arte experimental contem-porânea na Rússia. Quando foi criado, em 1985, foi o primeiro teatro privado registado na então URSS desde 1927. Tem criado espectáculos a partir de

textos de grandes nomes da dramatur-gia mundial, como Sartre, Strindberg, Heiner Muller, Ionesco e Durenmatt, e de contemporâneos russos como Shipenko e Prigov.

TEATRO KnAM

Kill ShakespeareTexto e encenação de Tatiana FROLOVA

Fórum Romeu CorreiaALMADA

AUDITÓRIO FERNANDO LOpES-GRAÇA

SáB 10 19H00

Kons

omol

sk-

na-

Amur

e RÚ

SSIA

TEATRO

Intérpretes

CenárioefigurinosApoiotécnico

Música

Língua

DuraçãoClassificação

Elena BessonovaDmitri BotcharovVladimir DmitrievTatiana FrolovaVladimir Smirnov Believe, beleft, belowde Esbjoern SvenssonnInterpretadaporNils LandereneEsbjoern Svensson Trio

RussoLegendadoemportuguês1H10M/ 12

Matar Shakespeare

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pela primeira vez nas suas carreiras, Carmen Dolores, Eunice Muñoz e Maria Barroso actuarão juntas em

palco. No Teatro Municipal de Almada darão voz a um dos mais arreigados (e duradoiros) prazeres do público portu-guês: dizer (e ouvir dizer) poesia, modo singular de nos pensarmos, de (re)inventarmos a nossa identidade e forma peculiar de resistência, quando as circunstâncias a isso nos obrigam. Figu-ras homenageadas pelo Festival de Al-mada – Eunice Muñoz em 1985, Carmen Dolores em 2007 e Maria Barroso na edição deste ano –, estas três mulheres são, além de actrizes e recitadoras céle-bres, rostos exemplares da profunda re-configuração estética e ética que Portu-gal sofreu nas últimas décadas.

Carmen Dolores iniciou a sua car-reira na rádio, ganhando grande visibili-dade no cinema: foi primeiro Teresa de Albuquerque, no filme Amor de perdição (1943) de António Lopes Ribeiro, e, três anos mais tarde, interpretou Catarina de Ataíde (Natércia) em Camões, de Leitão de Barros. Entretanto, estreia-se em palco em 1945, no Teatro da Trindade, em Elec-tra, a mensageira dos deuses, de Jean Giraudoux, ao lado de actores como Lu-cília Simões, Francisco Ribeiro (Ribeiri-nho) ou João Villaret, num espectáculo de Os Comediantes de Lisboa.Em 1959 ganhou o Prémio de Melhor Actriz pelo seu desempenho da «enteada», na mon-tagem que Gino Saviotti fez da peça Seis personagens à procura de um au-

tor, de Luigi Pirandello, no Theatro Ave-nida. Juntamente com Armando Cortez, Fernando Gusmão, Costa Ferreira, Ro-gério Paulo, Armando Caldas e Ruy de Carvalho, Carmen Dolores funda em 1961 o inovador Teatro Moderno de Lis-boa. Protagonizou centenas de peças do melhor reportório português e inter-nacional, permanecendo D. Madalena, de Frei Luís de Sousa, como uma das suas mais memoráveis criações.

Eunice Muñoz estreou-se em 1941 no Teatro Nacional D. Maria II, com a peça Vendaval, de Virgínia Vitorino, num espectáculo dirigido e também interpre-tado por Amélia Rey Colaço (além de actrizes como Palmira Bastos ou Maria Lalande). A rápida afirmação do seu ta-lento – em espectáculos como Rapari-gas modernas, de Leandro Navarro, ao lado de Irene Isidro, ou Frei Luiz de Sou-sa, de Almeida Garrett (foi Maria, sob di-recção de Amélia Rey Colaço) – abre-lhe as portas do cinema, participando em Ca-mões (1946), ao lado de Carmen Dolores (o desempenho de Beatriz da Silva va-leu-lhe o Prémio de Melhor Actriz Cine-matográfica do Ano). Trabalha com im-portantes renovadores do teatro, desta-cando-se António Pedro, na Companhia do Teatro Ginásio, e Ribeirinho, no Tea-tro Nacional Popular. Se a protagonista de Joana d’Arc (1955), de Jean Anouilh, e Claire de As criadas, de Jean Genet – ao lado de Glicínia Quartin e Lourdes Norberto, na estreia da peça em Portu-gal, em 1972, com o Teatro Experimental

FESTIVAL DE ALMADA

Carmen.Eunice.MariaCantos no palco de Almada

Lisb

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ORTU

GAL

TEATRO

poetas vários

CRIAÇÃO

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de Cascais e sob direcção de Victor Garcia – são marcos fundamentais da sua carreira, ficou célebre o seu desem-penho da personagem principal de Mãe coragem e os seus filhos (1986), de Ber-tolt Brecht, sob a direcção de João Lou-renço.

Maria Barroso também fez a sua estreia na Companhia Rey Colaço/Ro-bles Monteiro, em 1943, deixando o Tea-tro Nacional D. Maria II ao fim de quatro anos, por imposição do regime de Sala-zar. Nessa breve passagem pelo Teatro Nacional destacou-se o seu desempe-nho em A casa de Bernarda Alba, de Federico García Lorca (1948), Paulina vestida de azul, de Joaquim Paço D’Arcos (1948) e – sobretudo – na prota-gonista de Benilde ou a Virgem Mãe (1946), de José Régio (Manoel de Oliveira baseou--se na peça para o seu filme homónimo de 1975, no qual Maria Barroso participou, interpretando desta vez a governanta Genoveva). Regressou apenas duas ve-zes aos palcos nos anos 60, em espectá-culos da companhia Teatro do Nosso Tempo, dirigidos por Jacinto Ramos (em 1965, participou em Antígona, de Jean Anouilh, e em O segredo, de Henry James e Michael Redgrave). As conhecidas vi-cissitudes familiares desta incansável resistente política e cívica não lhe per-mitiram a prossecução de tão promete-dora carreira teatral, decidindo Maria Barroso tornar o seu enorme gosto pela declamação de poesia – nomeadamen-te dos autores que integraram o movi-

mento impulsionado pela publicação do Novo Cancioneiro, em 1941 – uma po-derosa arma de resistência à ditadura e de educação pela arte, que cultivou apaixonadamente.

Teatro Municipal de AlmadaALMADA

SALA pRINCIpAL

SáB 10 20H30

Intérpretes

LínguaDuração

Classificação

Carmen DoloresEunice MuñozMaria Barroso

português1H00 (aprox.)M/ 12

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Oescritor Odon von Horvath, que nasceu em território do império austro-húngaro (mas actualmente

croata) em 1901 e morreu em Paris em 1938, é um dos mais importantes dra-maturgos de língua alemã do século XX. Autor de numerosas peças de tea-tro e de vários romances, von Horvath viveu em Berlim a partir de 1922 e, em 1931, com Contos da floresta de Viena, ganhou o prestigiado Prémio Kleist. Em 1933, com a chegada ao poder dos nazis, foi para Viena e, depois, para vá-rios locais da Europa. Em 1938, a 26 de Maio, chegou a Paris, onde se instalou. Mas acabou por morrer tragicamente alguns dias depois – com efeito, a 1 de Junho, e quando passeava nos Champs Elysées, uma tempestade derrubou um castanheiro que caiu sobre ele, mesmo em frente ao Théâtre Marigny, e matou-o. A cultura popular, a política e a história são os temas centrais da sua obra. Es-creveu, ainda, entre outras, Meurtre dans la rue des Maures (1923), Le funi-culaire (1928), Sladek, soldat de l’Armée Noire (1929), Foi, amour, espérance (une petite danse de la mort) e Don Juan retourne de guerre (1935). Casimi-ro e Carolina, de 1931, foi criada em Portugal em 1976 pelo Teatro da Cor-nucópia.

Emmanuel Demarcy-Mota, que nasceu nos arredores de Paris em 1970, é filho da actriz portuguesa Teresa Mota e do dramaturgo e encenador francês Richard Demarcy. Iniciou a sua activi-

dade teatral em 1989, criando um gru-po de teatro no Liceu Rodin em Paris, onde teve oportunidade de criar espec-táculos de autores como Luigi Piran-dello, Frank Wedekind e Nicolai Erd-man. Depois de ter feito estudos de fi-losofia e teatro, fez o seu primeiro tra-balho profissional no Théâtre de La Commune d’Aubervilliers, em 1992 – A história do soldado, de Stravinski-Ra-muz. Em 1999, recebeu o Prémio Reve-lação do Sindicato Francês da Crítica. Em 2001 foi nomeado director da Co-médie de Reims, que dirigiu até 2007, altura em que passou a dirigir um dos mais importantes teatros de Paris – o Théâtre de la Ville. Em 2003, a apresen-tação de Seis personagens à procura de um autor, de Pirandello, com ence-nação de Emmanuel Demarcy-Mota, constituiu um dos momentos altos do Festival de Almada desse ano. Em 2007 encenou em Portugal, no Teatro Nacio-nal D. Maria II, a peça Peines d’amour perdues, de Shakespeare, em co-pro-dução com a Comédie de Reims e com actores portugueses e franceses.

Escrita no final de 1931 e princípio de 1932, Casimiro e Carolina é uma peça contemporânea das sequelas da crise de 1929, mas como estamos numa feira, e apesar das recomenda-ções de austeridade decretadas pelo chanceler do Reich (que ainda não era Hitler, eleito em 1933), os participantes querem manter o sentimento carnava-lesco de que neste espaço e neste tem-

Casimiro e Carolina

THÉÂTRE DE LA VILLE

Casimir et Caroline

paris

FRA

NÇA

TEATRO

Odon von HORVATHEncenação de Emmanuel DEMARCY-MOTA

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Intérpretes

TraduçãoAssist.deencenação

CenografiaeluzAmbientesonoro

FigurinosCaracterização

AdereçosVídeo

TrabalhovocalEscultura

Língua

DuraçãoClassificação

Alain LiboltAna das ChagasCéline CarrèreCharles-Roger BourConstance LuzzatiCyril AnrepElodie BouchezGaëlle GuillouGerald MailletHugues QuesterJauris CasanovaOlivier Le Borgnepascal VuillemotSandra FaureSarah KarbasnikoffStéphane KrähenbühlThomas DurandWalter N’GuyenFrançois RegnaultChristophe LemaireYves ColletJefferson LembeyeCorinne BaudelotCatherine NicolasClémentine AguettantMathieu MullotMaryse MartinesAnne Leray

FrancêsLegendadoemportuguês1H40M/ 12

Teatro Nacional D. Maria IILISBOA

SALA GARRETT

QUI 15 21H30SEX 16 21H30

Teatro Nacional São JoãopORTO

SEX 9 21H30

po, tudo é permitido, ou de que, pelo me-nos, nos podemos divertir um pouco.

François Regnault

Em 1931, com uma lucidez gelada, Horvath põe em cena um zoo humano prestes a mergulhar na inconsciência e na irresponsabilidade, antes de se deixar sub-mergir pelo nazismo que, dois anos mais tarde, conquista o poder. Hoje conhece-mos o horror que daí resultou. Ele tinha-o pressentido, pressentido a sua gravidade e as suas causas.

Casimiro e Carolina amam-se verda-deiramente, e a sua ruptura permanecerá neles como uma dilaceração. A força desta peça, a razão por que Emmanuel Demarcy--Mota resolveu montá-la e retomá-la, tem muito a ver com a sinceridade deste amor que se desmorona. Com a sinceridade de todas as personagens. Nenhum deles faz batota. Como Carolina, todos eles sonham. Fugir, escapar à angústia, àqueles perigos imprecisos de que sentem a ameaça. Tudo o que encontram para fazer é barafustar sem saber bem porquê, é mergulhar juntos na festa, beber.

Collette Godard

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Apeça apresenta-nos uma família portuguesa composta por três gerações. A casa onde habitam

era propriedade do falecido patriarca de cuja presença não se conseguem li-bertar. Integrando referências musicais, literárias e plásticas da segunda meta-de do século XX, a encenação convoca um imaginário com o qual todos os por-tugueses se poderão identificar, num espectáculo que evoca temas como a ditadura, a guerra colonial, ou a devo-ção a Nossa Senhora de Fátima, tão presentes ainda na nossa memória co-lectiva.

Filomena Oliveira e Miguel Real es-creveram em conjunto a adaptação de Memorial do Convento e as peças Os patriotas, O umbigo régio, Liberdade, Liberdade, 1755. O grande terramoto, Vieira – O céu na Terra, Os Maias. For-mada em Filosofia, pela Faculdade de Letras de Lisboa, Filomena Oliveira lec-ciona no ensino secundário e é investi-gadora do Centro de Literatura de Ex-pressão Portuguesa, tendo concluído em 2000 o Curso Superior Especializa-do de Teatro e Educação da ESTC. Também formado em Filosofia, Miguel Real especializou-se em Cultura Portu-guesa, desenvolvendo actualmente o doutoramento sobre Eduardo Louren-ço. Recebeu, entre outros, o Prémio Revelação Ensaio da Associação Por-tuguesa de Escritores e, com Filomena Oliveira, o Grande Prémio de Teatro Português 2008, da Sociedade Portu-

guesa de Autores/Teatro Aberto, com a peça agora apresentada.

Cristina Carvalhal iniciou os seus primeiros passos como actriz com João Lourenço. Com uma já longa trajectó-ria, fez parte do núcleo fundador da Es-cola de Mulheres – Oficina de Teatro. Entre os espectáculos que encenou, destacam-se: De que falamos quando falamos de amor, de Raymond Carver, Cosmos, de Witold Gombrowicz, Erva vermelha, de Boris Vian, Libração, de Lluisa Cunillé, Cândido, de Voltaire e A orelha de Deus, de Jenny Schwartz (Prémio Autores 2010 Teatro – Melhor Espectáculo, atribuído pela Sociedade Portuguesa de Autores).

TEATRO ABERTO - NOVO GRUpO DE TEATRO

Uma família portuguesa

Escola D. António da CostaALMADA

pALCO GRANDE

SáB 10 22H30

Lisb

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ORTU

GAL

TEATRO

Filomena OLIVEIRA e Miguel REALDramaturgia e encenação de Cristina CARVALHAL

Intérpretes

MúsicaCenário

Figurinos

LuzApoioaomovimento

LínguaDuração

Classificação

Bruno SimõesCarlos MalvarezJoão Maria pintoLuísa SalgueiroTeresa FariaJoão GilAna VazAna VazMaria GonzagaMelim TeixeiraMargarida Gonçalves

português1H10M/ 12

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As formigas, do francês Boris Vian (1920-1959), tem como ponto de partida o desembarque das tro-

pas americanas na Normandia, que iria marcar o desfecho da II Guerra Mun-dial. Mas não há aqui uma particulariza-ção do acontecimento. Qualquer guerra acarreta a destruição dos valores hu-manos e da ética, através da permissão para matar outro ser humano. É um tema universal que pode ser apresenta-do em várias partes do Mundo. Neste espectáculo vemos o fluxo da consciên-cia de um indivíduo que está a narrar uma guerra.

Recordações (a corrente do tem-po), reminiscências; memória associa-da às imagens sensíveis, não do mundo das coisas mas do mundo dos factos; percurso da violência da ironia/vida e Eros/Thanatos. O personagem é simul-taneamente vivenciado por dois idio-mas e por dois actores angolanos na simplicidade do espaço cénico, em contraponto com o espaço da palavra. O universo de duas línguas, Português e Mucubal (dialecto oriundo das tribos do Sul de Angola), expressando cultu-ras diferentes, quer pela sonoridade quer pela tradução de um texto: As For-migas, de Boris Vian.

Rogério de Carvalho

Boris Vian (1920-1959) foi escritor, poeta, músico, tradutor e crítico francês.

Para além da Engenharia Mecâni-ca, curso em que se formou, interes-

sou-se cedo pela literatura e pelo Jazz, tendo entrado, em 1937, no Hot Club de França, onde tocava trompete, carreira que viria, anos mais tarde, a abandonar por motivos de doença.

Inspirado muitas vezes no Surrea-lismo, Boris Vian procurou que a sua es-crita transmitisse a capacidade que a língua tem de apresentar um mundo imaginário mais real e revelador do que a rotina da vida normal, diária e banal. Em 1947 escreveu A espuma dos dias, considerada por muitos a sua obra-pri-ma. Publicou, um ano antes, o policial Irei cuspir-vos nos túmulos, sob o pseu-dónimo de Vernon Sullivan.

Intérpretes

SonoplastiaProdução

Língua

DuraçãoClassificação

NÚCLEO DE TEATRO DA FUNDAÇÃO SINDIKA DOKOLO

As formigas

Fórum Romeu CorreiaALMADA

AUDITÓRIO FERNANDO LOpES-GRAÇA

DOM 11 19H00

Luan

da A

NGOL

A

TEATRO

Boris VIANEncenação de Rogério de CARVALHO

Dulce BaptistaMeirinho Mendes paulo AzevedoFundação Sindika Dokolo [Ante-projectos II Trienal de Luanda]

português e Dialecto Mucubal1H00M/ 12

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No campo da prosa, principalmen-te na literatura de ficção, Fernan-do Pessoa iniciou a redacção de

alguns romances e contos que deixou incompletos. Uma das poucas narrati-vas curtas acabadas – a par de O ban-queiro anarquista – é A very original dinner, que data de 1907 e que Pessoa assinou sob o heterónimo de Alexander Search. A influência de Edgar Allan Poe neste conto macabro é bem marcante. E é justamente esta história elegante e surpreendente de antropofagia – na qual se narra como um conjunto de convidados para um jantar deveras «original» é levado a comer, sem o sa-ber, um cozinhado de restos humanos–que Alex. Riener constrói uma impressi-va metáfora sobre a responsabilidade do indivíduo numa sociedade que traga – mais ou menos elegantemente – parte significativa dos seus membros.

A jovem encenadora austríaca Alex. Riener nasceu em Bad Ischl e vive em Viena. Cursou teatro em Amesterdão e Viena. Foi assistente de encenação de Barrie Koshy em montagens teatrais e operáticas. Recentemente, tem-se dedi-cado à concepção e direcção de perfor-mances de teatro musical – de que A very original dinner é um bom exemplo.

Alexander Search é um dos vários heterónimos criados por Fernando Pes-soa (1888-1935). Surge em 1899, quan-do Pessoa parte com a mãe para Dur-ban, e exprime-se sempre em inglês.

Anos mais tarde, num poema não data-do, Pessoa redige-lhe o epitáfio:

“Aqui jaz Alexander Search/Que Deus e os homens deixaram só,/Que sofreu e chorou ser escárnio da nature-za./Recusou o Estado, recusou a igre-ja,/Recusou Deus, a mulher, o homem e o amor,/Recusou a terra em volta e o céu além”.*

* In Pessoa inédito: orientação, coorde-nação e prefácio de Teresa Rita Lopes.

Lisboa: Livros Horizonte, 1993.

Anna MorawetzEva pröglhöfFlo StaffelmayrFlorian TröbingerKarola NiederhuberStefanie philippsSusanna HohlriederEva WaibelBirgit KnoechlKathrin KölschWolfgang Frisch (SofáSurfers)

AlemãoLegendadoemportuguês1H20M/ 12

Um jantar muito original

DIELAEMMER

Ein ganz ausgefallenes AbendessenA partir de Fernando pESSOAEncenação de Alex. RIENER

Teatro Nacional D. Maria IILISBOA

SALA GARRETT

DOM 11 21H30

Vien

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STRI

A

TEATRO

Intérpretes

DramaturgiaCenário

DesenhodeluzSom

Língua

DuraçãoClassificação

Co-produção:SchauspielhausWienApoios:EmbaixadadaÁustriaemLisboa,MinistériodaArteeCulturaAustríaco

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As duas obras que constituem este recital não podiam ser mais con-trastantes. A sua estética, o seu

carácter, as forças instrumentais de que necessitam, as condições sociais em que foram escritas, o espaço que ocu-pam na vida e na obra dos seus com-positores são totalmente diferentes.

Viktor Ullmann (1898-1944) escre-veu Die Weise von Liebe und Tod (1944) em Terezin, onde se encontrava prisio-neiro. Estaria provavelmente a trabalhar nesta sua última obra quando foi envia-do para Auschwitz, onde, obviamente, foi morto. Escrita para piano e recitan-te, o compositor não chegou a ter tem-po para completar a sua orquestração. A música, apesar da sua modernidade, conserva-se fiel aos propósitos dos melodramas do século anterior: ora cria o ambiente e a cor justa para a decla-mação, ora ilustra sonoramente os acontecimentos evocados nos poemas em prosa de Rilke.

Façade (1921), por seu lado, foi a obra que, ao originar um pequeno suc-cés de scandale quando da sua primei-ra audição pública em 1923, chamou a atenção para o jovem William Walton (1902-1983). Criada como um diverti-mento, uma espécie de contraponto burlesco ao Pierrot lunaire de Schön-berg, para os salões dos Sitwell, de quem era amigo íntimo, Façade opõe ou justapõe, executada por 6 músicos,

uma música ora melancólica ora jovial, impregnada de todas as «modas» dos anos 20. Através desse desencontro entre música e texto realça o carácter absurdo dos poemas de Edith Sitwell, mais preocupados com o ritmo e o som das palavras do que com o seu senti-do.

LUÍS MADUREIRA, TERESA GAFEIRA, JOÃO pAULO SANTOSprodução: Festival de Almada

A balada do amor e da morte do alferes Cristóvão Rilke

William WALTON

Fórum Romeu CorreiaALMADA

AUDITÓRIO FERNANDO LOpES-GRAÇA

SEG 12 19H00TER 13 19H00

Alm

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pORT

UGAL

CRIAÇÃO

MÚSICA

Intérprete(recitante)Flauta

ClarineteSaxofoneTrompete

ViolonceloPercussão

Direcçãomusical

Língua

DuraçãoClassificação

Luís MadureiraNuno Ivo CruzFrancisco RibeiroJosé Massarrãopedro MonteiroIrene LimaElizabeth DavisJoão paulo Santos

portuguêsInglês1H30 (comintervalo)M/ 12

Façade, an entertainment

Viktor ULLMANN

Intérpretes(recitantes)

Intérprete(piano)

Luís MadureiraTeresa GafeiraJoão paulo Santos

Façade, an entertainment

A balada do amor e da morte do alferes Cristóvão Rilke

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01.O ginjal ou O sonho das cerejasCASACONVENIENTE

02 .A músicaAMBARFILMES|CENTROCULTURALDEBELÉM

03. Todos os grandes governos evitaram o teatro íntimoTEATROMETROPOLITAN

04.Era uma vez um crocodilo verdeCORALIARODRÍGUEZ

05.O amorTEATROKnAM

06.O avarentoENSEMBLE-SOCIEDADEDEACTORES

07 . Matar ShakespeareTEATROKnAM

08 . Casimiro e CarolinaTHÉâTREDELAVILLE

09.Uma família portuguesaTEATROABERTO-NOVOGRUPODETEATRO

10.As formigasNÚCLEODETEATRODAFUNDAÇÃOSINDIKADOKOLO

11.Um jantar muito originalDIELAEMMER

12.Um pouco de ternura, grande merda!COMPAGNIEDAVEST-PIERRE

13 . Ode marítimaLESATELIERSCONTEMPORAINS

14.Cabaret HamletTHÉâTREDIJON-BOURGOGNE-CDN

15. Letra MTEATRONACIONALSÃOJOÃOTEATRODARAINHA

16. O quarto (escuro)ATHRA&COMPAGNIE

17 . Diálogo de um cão com o seu dono sobre a necessidade de morder os seus amigosTHÉâTRENATIONALDELACOMMUNAUTÉFRANÇAISE

18 . Yourcenar | CavafyLESVISITEURSDUSOIR

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Um pouco de ternura, grande mer-da!, carinhosamente apelidado de ternura pela equipa que o criou, é

a segunda parte de um tríptico sobre utopias contemporâneas (o homem, o amor, a vida e a morte) iniciado em 2006. O momento de errância entre duas relações amorosas, as diferentes formas de ternura partilhadas com um morto, uma criança, uma ex-relação, um pai. Este espectáculo é um ensaio sobre a reconstrução do amor-próprio, sobre a procura de uma outra forma de amar, de uma outra pessoa a amar, e a evolução deste amor transformado em ternura.

Dave St-Pierre foi um dos momen-tos altos do Festival d’Avignon de 2009. O coreógrafo começou a dançar aos 5 anos de idade. Estudou sapateado du-rante sete anos. Estudou Literatura e Cinema, e inscreveu-se no grupo de dança Mia Maure Danse, dirigido por Marie-Stéphane Ledoux e Jacques Brochu. Em 1992 entrou para os Ate-liers de Danse Moderne de Montréal como bolseiro e, em 1993, juntou-se à Brouhaha Danse. Colaborou com esta companhia durante mais de seis anos. Dançou, depois, sob a direcção de nu-merosos coreógrafos. Foi com as core-ografias de Daniel Léveillé, Amour, aci-de et noix e La pudeur des icebergs, que se tornou uma figura de renome in-ternacional.

Em 2004, com La Pornographie des ames, conquistou o prémio Mou-

son Award 2005 em Franfkurt. Foi no-meado personalidade do ano 2004--2005 pela Radio-Canada.

Um pouco de ternura, grande merda!

COMpAGNIE DAVE ST-pIERRE

Un peu de tendresse, bordel de merde!Dave ST-pIERREDirecção artística e coreografia de Dave ST-pIERRE

Escola D. António da CostaALMADA

pALCO GRANDE

TER 13 22H00

Mon

trea

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CAN

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DANÇA

Intérpretes

Direcçãotécnicaedesenhodeluz

Direcçãodecenaeassistênciatécnica

eadministrativa

Língua

DuraçãoClassificação

Alexis LefebvreCamille L. D’AragonDave St-pierre Emmanuelle BeaudoinEnrica BoucherEric RobidouxEugénie BeaudryEve pressault-ChalifouxFrancis Ducharme Gabriel LessardGeneviève BélangerJulie CarrierJulie perronKarina ChampouxSara LefebvreSimon-Xavier Lefebvre

Alexandre pilon-Guay

Benoît Bisaillon

Inglês(Legendadoemportuguês)1H40M/ 16

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Oencenador e actor Luís Miguel Cintra faz pela primeira vez a lei-tura integral ao vivo de um dos

mais belos momentos de toda a poesia lírica portuguesa, As 10 canções de Luís de Camões, textos que gravou em 1995 para a Comissão das Comemora-ções dos Descobrimentos Portugue-ses. As 10 canções, que integravam a primeira edição de 1595 das Rimas, constituem um extraordinário exemplo da mais complexa poesia de Camões. O que se julga serem dados autobio-gráficos é reelaborado pelos conceitos do platonismo e torna-se em expoente máximo da poesia maneirista. Carrega-do de uma dolorosa e profunda melan-colia, Camões trabalha até à exaustão os temas do Amor, da passagem do Tempo, da Ausência e da Morte. Uma obra-prima.

Este é o segundo espectáculo em que Luís Miguel Cintra participa no Fes-tival de Almada de 2010 (é também ac-tor em Dança da morte/Dança de la muerte, criação de Ana Zamora). Como recitante, o fundador e director do Tea-tro da Cornucópia manteve intensa ac-tividade, colaborando regularmente com o Teatro Nacional de S. Carlos, Fundação Gulbenkian, o maestro João Paulo Santos e o pianista Nuno Vieira de Almeida, em vários recitais e concer-tos e com obras como Manfred, de Schumann, Le roi David e Jeanne D’ Arc au Boucher, de Honegger, L’Histoire de Babar, de Poulenc, ou as Moralities, de

Hans Werner Henze. Leu em vários pa-íses a Ode marítima e Fausto, de Pes-soa. Em 1998, encenou e interpretou Austeros sinais, espectáculo-antologia de poemas de Sophia. Gravou Viagens na minha terra, de Garrett, Amor de Perdição, de Camilo, Mensagem, de Pessoa, poemas vários e A margem da alegria, de Ruy Belo, Signo, de Sophia, os Sonetos, de Antero de Quental, poe-mas de Gastão Cruz e o Sermão do se-gundo domingo do Advento, de Vieira.

LUÍS MIGUEL CINTRA

As 10 canções de Camões

Fórum Romeu CorreiaALMADA

AUDITÓRIO FERNANDO LOpES-GRAÇA

QUA 14 19H00

Lisb

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ORTU

GAL

TEATRO

Luís de CAMÕES

Intérprete

LínguaDuração

Classificação

Luís Miguel Cintra

português1H00M/ 12

CRIAÇÃO

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Colectivo teatral criado em 1995 na região francesa de Auvergne, Athra & Compagnie iniciou o seu

trabalho com Les aventures du magnifi-que, um espectáculo de commedia dell’arte popular criado para se deslo-car a locais onde, normalmente, o tea-tro não se desloca. A crise dos intermi-tentes em França levou os seus direc-tores, Olivier Papot e Béatrice Charon, a redefinirem o trajecto da companhia, abdicando da residência e levando-os a optar por um nomadismo em parceria com as Regiões.

Julie Binot, que se encarregou da encenação do espectáculo, é autora--compositora, intérprete e encenadora, formada pelo Conservatório de Bor-déus. Após um trajecto em grupos de rock, fundou, em Saint-Etienne, a com-panhia Les Gemmes, desenvolvendo desde então intensa actividade teatral como encenadora e actriz.

Alix Cléo Roubaud nasceu no Mé-xico, filha de um diplomata e de uma pintora, mas era canadiana e bilingue. Essencialmente fotógrafa, escreveu, pelo menos desde 1971, um diário para ela própria, ao correr dos dias, sem cor-rigir nem apagar. Foi o seu marido, Jac-ques Roubaud, quem decidiu, após a sua morte, em 1983, divulgar esse diá-rio, à excepção de passagens estrita-mente privadas. Em 2009, as Editions du Seuil reeditaram o Diário com um suplemento fotográfico.

Bom, vou ficar. Lá fora faz frio, não tenho frio. A doença não é uma segun-da natureza, anula qualquer natureza. Ficam, por uma espécie de permanên-cia, uma série de vestígios: fotos, pa-péis. As conversas não são nada. A conversa é a arte de dar algo que se pareça com uma segunda natureza. Dir-te-ei sempre muito, ou pouco, ou mal, é assim.

Extracto do diário de Alix Cléo Roubaud, relativo ao dia 5 de Outubro de 1980.

O quarto (escuro)

ATHRA & COMpAGNIE

Chambre (noire)

Instituto Franco-portuguêsLISBOA

CAVE

QUA 14 19H00QUI 15 19H00 SEX 16 19H00SáB 17 19H00

Cler

mon

t Fer

rand

FRA

NÇA

TEATRO

A partir de Diário (1979-1983) de Alix Cléo ROUBAUDAdaptação e encenação de Julie BINOT

Intérpretes

SilhuetaCenografia

CriaçãodesomCriaçãodevídeo

ConstruçãodocenárioMaquinaria

Produçãoedifusão

LínguaDuração

Classificação

Béatrice CharonClaire FristotOlivier papotAlain ClaudinonAnouk Dell’AieraMarc ChalosseClaire FristotVincent ChassaingFabrice CoudercOlivier papot

Francês 0H45M/ 12

Emco-apresentaçãocomoInstitutoFranco-Português

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Este espectáculo podia chamar-se Hamlet – pois é a peça de William Shakespeare que veremos em cena

–, mas o seu encenador Matthias Lan-ghoff decidiu intitulá-lo En manteau rou-ge, le matin traverse la rosée qui sur son passage paraît du sang. Ou Ham. and ex by William Shakespeare. É evidente a ho-menagem que o criador alemão, nascido na Suíça em 1941 e hoje naturalizado francês, quis prestar a Heiner Müller e à sua inquietante reinvenção dos clássicos (e que ambos aprenderam com Bertolt Brecht). Aliás, o texto de Shakespeare chega-nos aqui de forma inesperada, ini-ciando-se pelas últimas falas. Mas este não é o único efeito de estranhamento. A ideia de inversão – de «organização do escândalo» («o teatro deve revelar o es-candaloso e o obsceno que o mundo se esforça por esconder», afirmou Langhoff) – alimenta um olhar que desinstala per-manentemente o espectador. Enquadrar uma peça que os românticos sacraliza-ram como tragédia num espaço cénico que recupera o cabaret expressionista de Berlim dos anos 20 e 30 – e no qual par-ticipa o próprio público, já que assiste ao espectáculo, sentado em volta de peque-nas mesas de bar – é um achado desalie-nante só comparável à escolha de Fran-çois Chattot, excelente actor sexagená-rio, para interpretar o protagonista (jogo irónico perpetuado na restante distribui-

ção: veja-se o caso da actriz Emmanuelle Wion, que desempenha Gertrud, mãe de Hamlet, aparentando ter metade da ida-de de Chattot). As permanentes interrup-ções musicais a cargo de uma banda ao vivo, as canções interpretadas em coro, o jogo de entrada e saída nas personagens e o ambiente feérico de festa negra fa-zem deste Hamlet de Langhoff um es-pectáculo de puro génio.

Matthias Langhoff entrou muito jo-vem para o Berliner Ensemble, de que foi co-director em 1992-1993, trabalhando também na Volksbühne. Apresentou as suas criações de Berlim a Barcelona, de Paris a Avignon, de Moscovo ao Epidauro, na Grécia, mudando constantemente de palcos e de público (foi um dos principais encenadores da obra de Heiner Müller, de quem estreou várias peças). De concep-ções nem sempre consensuais, alia rigor e um humor expressionista herdado do pri-meiro Brecht, criando uma linguagem imediatamente reconhecível, na qual a inovação dramatúrgica se alia a um acera-do olhar político e estético, que combate qualquer espécie de vulgaridade ou repe-tição de lugares-comuns. A apresentação em 2009, no Festival de Almada, de Dieu comme patient... de Lautréamont, com encenação de Matthias Langhoff, consti-tuiu um dos momentos inesquecíveis da história do Festival de Almada.

THÉÂTRE DIJON-BOURGOGNE - CDN

EN MANTEAU ROUGE, LE MATIN TRAVERSE LA ROSÉE QUI SUR SON pASSAGE pARAîT DU SANGOU HAM. AND EX BY WILLIAM SHAKESpEAREUN CABARET HAMLET DE MATTHIAS LANGHOFF SUR UNE MUSIQUE D’OLIVIER DEJOURSTRADUIT pAR IRENE BONNAUD

Dijo

n FR

ANÇA

TEATRO

William SHAKESpEAREEncenação de Matthias LANGHOFF

Cabaret Hamlet...

Co-produção:Odéon-Théâtredel’Europe,ThéâtredeSartrouville-CDN,ThéâtreNationaldeStrasbourg,EspaceMalraux-Chambéry

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François Chattot é um dos melho-res actores franceses da actualidade. Estudou na Escola do Teatro Nacional de Estrasburgo (entre 1974 e 1977), traba-lhou com grandes encenadores, como Jean-Louis Hourdin, Matthias Langhoff, Jean Jourdheuil, Jean-François Peyret e Jacques Nichet, em textos de primeira água, de autores tão diversos como Shakespeare (Rei Lear, também sob di-recção de Matthias Langhoff), Thomas Mann, Rainer Werner Fassbinder, Ber-nard-Marie Koltès ou Valère Novarina. Foi actor da Comédie-Française, onde estreou A praça dos heróis, de Thomas Bernhard. Com uma sólida carreira cine-matográfica, foi dirigido por grandes rea-lizadores franceses – em Parlez-moi d’amour, de Sophie Marceau, por exem-plo –, destacando-se o filme que acaba de protagonizar Les aventures extraordi-naires d’Adèle Blanc-sec, de Luc Bes-son.

O público do Festival de Almada teve oportunidade de apreciar este excelente actor já por duas vezes: a primeira inter-pretando À espera de Godot, de Beckett, com encenação de Luc Bondy (2000), e, em 2003, com direcção de Jacques Ni-chet, em Combate de negro e cães, de Bernard-Marie Koltès.

Centro Cultural de BelémLISBOA

GRANDE AUDITÓRIO

QUA 14 19H00QUI 15 19H00

Intérpretes

Tobetobe-Orchestra

TraduçãoCenário

TelõesFigurinos

DesenhodeluzMúsica

CoreografiaAssist.deencenação

Língua

DuraçãoClassificação

Agnès DewitteAnatole KoamaCharlie NelsonDelphine Zingg Emmanuelle WionFrançois ChattotFrédéric KunzeGilles GeenenJean-Marc StehléMarc BarnaudOsvaldo Calópatricia pottierpatrick Buoncristianiphilippe MarteauAntoine BerjeautAntoine DelavaudBrice MartinJean-Christophe MarqOsvaldo CalóIrène BonnaudMatthias LanghoffCatherine RanklArielle ChantyFrédéric DuplessierOlivier DejoursGladys MassenotHélène Bensoussan Alexandre plank

FrancêsLegendadoemportuguês4H30 (comintervalo)M/ 12

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C laude Régy (Nîmes, 1923), encena-dor com uma vastíssima carreira na área do teatro, é um dos nomes

maiores da encenação em França e na Eu-ropa, tendo contribuído para a renovação do papel do actor e da estética teatral con-temporânea.

Na adolescência, a leitura de Dos-toievski “agitou-o, como uma machadada que quebra o mar gelado”. Depois de es-tudar Ciências Políticas, estudou arte dra-mática com Charles Dullin e, depois, com Tania Balachova.

Em 1952, a sua primeira encenação foi a criação, em França, de Dona Rosita a solteira, de Federico García Lorca. Rapi-damente se desviou do realismo e natura-lismo psicológicos, da mesma forma que renunciou à simplificação do teatro dito “político”. Nos antípodas do entretenimen-to, decidiu aventurar-se em direcção a ou-tros espaços de representação, outros es-paços de vida: os espaços perdidos.

Foram os textos dramáticos con-temporâneos – textos que fez descobrir mais frequentemente – que o guiaram ao encontro das experiências-limite, onde se dissipam as certezas sobre a natureza do real.

Assistente durante alguns anos de André Barsacq no Théâtre de L’Atelier, Claude Régy encenou ao longo da sua vida teatral obras de autores como Heinri-ch von Kleist, Harold Pinter, Margueritte Duras, Nathalie Sarraute, Edward Bond, Peter Handke, Botho Strauss, Maurice Maeterlinck, Gregory Motton, David Harro-wer, Jon Fosse, Sarah Kane e Arne Lygre.

Dirigiu actores e actrizes como Philippe Noiret, Michel Piccoli, Delphi-ne Seyrig, Michel Bouquet, Jean Ro-chefort, Madeleine Renaud, Pierre Dux, Maria Casarés, Alain Cuny, Pierre Brasseur, Michael Lonsdale, Jeanne Moreau, Gérard Depardieu, Bulle Ogier, Christine Boisson, Valérie Dréville, Isa-belle Huppert, entre outros.

Jean-Quentin Châtelain é um prestigiado actor suíço, formado em Arte Dramática em Genebra e na Esco-la do Teatro Nacional de Estrasburgo, e com uma longa carreira na área da interpretação.

Representou importantes textos de autores tão relevantes quanto Shakespeare, Dostoievski, Heiner Mül-ler, Botho Strauss, Fritz Zorn, Musset ou Eugene O’Neill. Fez numerosos tra-balhos para cinema e televisão, tendo nomeadamente sido dirigido por reali-zadores como Andrzej Wajda, Robert Kramer e Alain Tanner.

Jean-Quentin Châtelain é um co-laborador habitual das criações tea-trais de Claude Régy. Tendo trabalha-do juntos pela primeira vez em 1988, esta Ode Marítima é a sexta vez que encenador e autor se encontram. Além de Claude Régy, trabalhou ainda com alguns dos mais destacados criado-res da cena francesa como Joël Joan-neau, Bruno Bayen, André Engel, Ber-nard Sobel, Jorge Lavelli e Jacques Lassalle.

A propósito da apresentação desta

Ode Marítima

LES ATELIERS CONTEMpORAINS

Ode MaritimeFernando pESSOAEncenação de Claude RÉGY

paris

FRA

NÇA

TEATRO

Apoio/Colaboração:Cent-QuatreCo-Produção:Festivald’Avignon,ThéâtreVidy-Lausanne,ThéâtredelaVille,ThéâtredesTreizeVents–CDNdeMontpellier-Languedoc-Roussillon

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peça no Festival de Avignon de 2009, o crítico português Tiago Bartolomeu Costa escreveu: “A Ode Marítima de Fernando Pessoa, encenada por Clau-de Régy, fez figura de corpo estranho mas deu-nos uma lição de teatro. O seu intenso imaginário poético é explo-rado num espectáculo que perturba os sentidos. As palavras ganham corpo, voz e luminosidade numa encenação que nos faz descobrir, como se fosse a primeira vez, as palavras que acháva-mos saber de cor.”

Não existem outras palavras como não parece existir outra encenação possível. Sozinho, no cais deserto, a esta manhã de verão/ olho pró lado da barra, olho pró Indefinido/ olho e con-tento-me ver/ pequeno, negro e claro, um paquete entrando”.

Tiago Bartolomeu Costa Ípsilon, 05.08.2009

Claude Régy escreveu sobre Fer-nando Pessoa e a Ode Marítima: “Pes-soa vem desarrumar os nossos modos de percepção. Os nossos modos de vida. O corpo pensa. Vive a vida da alma. Com a sua pele. Com os seus nervos. Com o seu sangue. A noção de força - de intensidade - substitui-se à noção de ‘belo’ que tinha o velho Aris-tóteles”.

Teatro Municipal de AlmadaALMADA

SALA pRINCIpAL

QUA 14 21H30QUI 15 21H30SEX 16 21H30

IntérpreteTextofrancês

(EditionsLaDifférence)

CenárioefigurinosDesenhodeluz

SomAssistente

deencenaçãoMaquinistas

Direcçãodeprodução

LínguaDuração

Classificação

Jean-Quentin ChâtelainDominique Touati

Sallahdyn Khatir Rémi Godfroy Sallahdyn Khatir Claude Régyphilippe Cachia

Alexandre BarryEmilie Larrue Zvezdan MiljkovicBertrand Krill

Francês1H50M/ 12

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Fernando Mora Ramos, actor e encenador, é director artístico do Teatro da Rainha. Entre os seus

numerosos trabalhos destacam-se a direcção de espectáculos como A dan-ça da morte, de August Strindberg, ou Ella, de Herbert Achternbusch, para o Teatro Nacional S. João. Participou como actor em filmes de João César Monteiro e Jorge Silva Melo.

Johannes von Saaz (c.1350-c.1410), quando em 1401 perde a mulher, grávi-da do terceiro filho, escreve num repen-te um diálogo longo, na pele de um la-vrador atacando a Morte, que virá a in-titular-se O lavrador da Boémia. Ques-tiona a lei da vida pela morte da sua mulher, tornando-se o texto num clássi-co da língua germânica. Letra M ba-seia-se na obra de Saaz, sendo a peça e o espectáculo um longo combate dia-logado entre as duas personagens – a Morte e o Lavrador.

João Vieira, artista plástico e cenó-grafo homenageado pelo Festival de Almada em 2008, nasceu em Outubro de 1934 e faleceu em Setembro de 2009. As suas pinturas associaram-se ao texto inicial no arranque do projecto. Os painéis do espectáculo constituem uma síntese da actividade da Morte e retratam o momento de partida do dra-ma dialogal. Como referiu João Vieira, lembrando Neruda, “Letra M é um lon-go poema de amor e simultaneamente uma canção desesperada.”

TEATRO NACIONAL SÃO JOÃO | TEATRO DA RAINHA

Letra M

Incrível AlmadenseALMADA

SALÃO DE FESTAS

QUI 15 19H00SEX 16 19H00SáB 17 16H00

Cald

as d

a Ra

inha

pOR

TUGA

Lpo

rto

pORT

UGAL

TEATRO

Johannes Von SAAZ, João VIEIRAEncenação de Fernando Mora RAMOS

Intérpretes

TraduçãoCenáriosefigurinos

DesenhodeluzAssistente

deencenação

LínguaDuração

Classificação

António Durães paulo Calatré Isabel Lopes(VozdeDeus-Canção)Cristina do Aido(FiguradeMargarida-Vídeo)Isabel Lopespintor João VieiraJosé Miguel Lontro

Octávio Teixeira

português1H20M/ 16

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Na peça de Simon Stephens, afirma a personagem Alex: «Lá porque não sabemos, não quer dizer que

não venhamos a saber. Nós só não sabemos por agora. Mas acho que um dia saberemos. Acho que sim». As coi-sas correm bem a Alex. Ama a sua mu-lher, a sua filha, a sua cidade, o seu trabalho… mas por vezes a força da vida pode bater contra nós. E tudo pode ser-nos tirado. Alex nunca dá voz às palavras cruéis que pronunciou na-quele dia. Mas podemos imaginá-las. Simon Stephens leva-nos subtilmente, em tom de confidência, ao ponto em que nos basta apenas preencher as pa-lavras não ditas. Monólogo perfeito de trinta minutos, Um precipício no mar parece a história trivial de um jovem amor, da paternidade e da família, mas com a ratoeira de uma tragédia sem sentido.

Simon Stephens nasceu em 1971, no Reino Unido. Formado pela Univer-sidade de York, é hoje uma voz cada vez mais significante no teatro em in-glês. As suas peças são muitas vezes explorações sobre a condição humana da vida familiar. Embora a sua escrita seja muitas vezes brutal, encerra um optimis-mo e uma autenticidade que o destacam dos autores da geração In-yer-face. Até 2005, Simon Stephens trabalhou no de-partamento literário do Royal Court Theatre. A sua peça Pornography foi aclamada na estreia em 2008 no Festi-val de Edimburgo. Das suas peças des-

tacam-se Bluebird (1998), On the shore of the wide world (2005), Motortown (2006), Harper Regan (2007) – que Ana Nave encenou em Maio passado, no Teatro Nacional D. Maria II, com inter-pretação de Luísa Cruz no papel de Harper Regan – ou Punk rock (2009).

ARTISTAS UNIDOS | CULTURGEST | FESTIVAL DE ALMADA

Um precipício no marSimon STEpHENSEncenação de Jorge Silva MELO

CulturgestLISBOA

pALCO DO pEQUENO AUDITÓRIO

QUI 15 19H30,21H30SEX 16 19H30,23H00SáB 17 19H30,23H00DOM 18 16H00,18H30

Lisb

oa p

ORTU

GAL

TEATRO

IntérpreteCenárioefigurinos

Desenhodeluz

LínguaDuração

Classificação

João MeirelesRita Lopes Alvespedro Domingos

português 0H30M/ 12

CRIAÇÃO

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Este espectáculo é um encontro lite-rário e musical entre o poeta grego Constantin Cavafy e a grande ro-

mancista Margueritte Yourcenar. A escri-tora francesa (1903-1987) disse um dia a propósito de Constantin Cavafy: “É um dos maiores, de qualquer forma o mais subtil, talvez o mais novo, e certamente o mais inspirado pela inesgotável subs-tância do passado”. Pouco conhecido em vida, Cavafy é uma das mais impor-tantes figuras literárias do século XX. Margueritte Yourcenar, que estudou la-tim com oito anos e grego com doze, e que foi a primeira mulher a ser eleita para a Academia Francesa em 1980, foi também a primeira a traduzir para fran-cês as obras deste poeta e manteve com ele uma importante correspondên-cia.

Nascido em Alexandria em 1863, Cavafy instalou-se aos sete anos de ida-de em Liverpool, facto que o marcou profundamente e que lhe permitiu fami-liarizar-se com a tradição poética ingle-sa. Em 1882 foi para Constantinopla, onde viveu três anos, após o que regres-sou a Alexandria, onde viveu até à mor-te, em 1933. Cavafy revia constante-mente os seus poemas e destruiu vários deles (nomeadamente os de juventude).

Charlotte Rampling é uma das mais célebres actrizes inglesas. Nascida em 5 de Fevereiro de 1946, estreou-se no cinema em 1965, estudou arte dra-mática na Royal Court School e, em

1969, conheceu alguém que a marcou fortemente – o realizador e encenador Luchino Visconti –, tendo participado no elenco de Os malditos. Protagonizou, depois, uma das películas de referência dos anos setenta: O porteiro da noite, de Liliana Cavani. Segue-se uma carreira ful-gurante nos Estados Unidos, onde traba-lhou com John Boorman e Sean Connery, Sidney Lumet e Paul Newman, e também com Woody Allen, após o que regressa a França, trabalhando com realizadores como Claude Lelouch, Jacques Deray e François Ozon. No teatro, interpretou Pe-quenos crimes conjugais, de Eric-Emma-nuel Schmidt, La fausse suivante, de Ma-rivaux, e Dança da morte, de Strindberg.

LES VISITEURS DU SOIR

Yourcenar/CavafyMarguerite YOURCENAR e Constantin CAVAFYConcepção de Jean-Claude FEUGNET

Teatro Nacional São JoãopORTO

SEX 16 21H30

paris

FRA

NÇA

TEATRO

Intérpretes

Cenárioefigurinos

Língua

DuraçãoClassificação

Charlotte Ramplingpolydoros Vogiatzis Varvara Gyra (guitarra) Lambert Wilson

FrancêsLegendadoemportuguês1H00M/ 12

Teatro Nacional D. Maria IILISBOA

SALA GARRETT

SáB 17 21H30DOM 18 16H00

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Em Fala da criada dos Noailles que no fim de contas vamos descobrir chamar-se também Séverine numa

noite do inverno de 1975 em Hyères, uma eterna criada evoca as ricas horas dos mecenas, os bailes loucos, a arte livre, o amor livre, o financiamento de L`Age d´Or de Luis Buñuel, tudo na altu-ra em que se anuncia a vinda do reali-zador espanhol ao palacete de Hyères onde ainda vive o Conde de Noailles, mecenas que foi de tanta gente e tanto dos surrealistas: estamos a meio dos anos 70 (do século XX) e os anos lou-cos já se foram, com as jóias da família. Muito livremente inspirado em O meu último suspiro de Buñuel – e nas boti-nas de Diário de uma criada de quarto de Buñuel, é claro. E Séverine era a Bel-le de jour do romance de Joseph Kessel de que Buñuel e Oliveira se apropria-ram, maliciosos.

Jorge Silva Melo estudou na Lon-don Film School. Fundou e dirigiu, com Luís Miguel Cintra, o Teatro da Cornu-cópia. Foi bolseiro da Fundação Gul-benkian, estagiando com Peter Stein (Berlim) e Giorgio Strehler (Milão). Autor de peças como António, um rapaz de Lisboa ou O fim ou tende misericórdia de nós, fundou em 1995 a sociedade Artistas Unidos, de que é director artís-tico. Realizou, entre outras, as longas--metragens Passagem ou a meio cami-nho, Ninguém duas vezes, Agosto, Coi-tado do Jorge e António, um rapaz de Lisboa.

ARTISTAS UNIDOS | CULTURGEST | FESTIVAL DE ALMADA

Fala da criada dos Noailles que no fim de contas vamos descobrir chamar-se também Séverine numa noite do inverno de 1975 em Hyères

CulturgestLISBOA

GRANDE AUDITÓRIO

SEX 16 21H30SáB 17 21H30DOM 18 17H00

Lisb

oa p

ORTU

GAL

TEATRO

Jorge Silva MELOEncenação de Jorge Silva MELO

Intérpretes

CenárioefigurinosDesenhodeluz

Assistentedeencenação

LínguaDuração

Classificação

Bernardo de AlmeidaDavid GranadaDiogo GarciaElsa GalvãoEstevão AntunesInês CunhaJessica AnneJoana BarrosJoana SapinhoJoão de BritoJoão DelgadoMarta BorgesMiguel Aguiarpedro Lamaspedro MendesRaquel LeãoRicardo BatistaRudy FernandesSara MouraSérgio ConceiçãoSusana OliveiraTiago NogueiraVânia RodriguesRita Lopes Alvespedro Domingos

pedro Lamas(apoiodeAndreiaBento)

português 1H00M/ 12

CRIAÇÃO

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Este Manuel de irradiação iRádio--acção é uma criação para o Festi-val de Almada da peça de geome-

tria variável Manuel sur Scène. Esta peça, ou antes formato, como o próprio autor refere, «é um projecto auto-refle-xivo que se inscreve na sequência dos meus outros textos e significa de certo modo um segundo ciclo do meu teatro. (…) Com Manuel sur Scène, o salto faz--se desta vez em várias direcções em simultâneo». O material de base das di-ferentes versões de Manuel é o conjun-to de todos os textos teatrais e não-te-atrais do autor e também textos rela-cionados com eles, como manuais e textos teóricos sobre o teatro e a repre-sentação, o pensamento e a linguagem. Como todos os Manuais, este manual de instruções sobre cena é multilingue na sua tentativa de entender o Mundo através do que lê, e o que lê através do Mundo. À medida que evolui vai tentan-do estabelecer pontes entre todos os “aquis” e todos os “agoras”, entre to-das as línguas e formas de expressão. Manuel, em trânsito, é transcultural e transdisciplinar.

Álvaro García de Zúñiga, escritor, en-cenador, realizador e compositor portu-guês de origem uruguaia, nasceu em Montevideu, em 1958. Formado em música, o teatro musical leva-o para o “teatro tout court” e daí passa para ou-tras literaturas. Autor de peças de tea-tro, argumentos para cinema, uma adaptação para ópera, várias obras em

prosa e poesia, a escrita leva-o à ence-nação de teatro e à realização cinema-tográfica e radiofónica.

Arnaud Churin nasceu em França, na Normandia. Actor e encenador, colabo-ra pela primeira vez numa peça de Zúñiga em 2003. Desde 2008, através da sua associação La Sirène Tubiste e em conjunto com a actriz Emanuela Pace, desenvolve uma parceria em tor-no da peça multilingue e multiforme de Zúñiga. O seu olhar paradoxal exprime-se em elegantes e sonoros jogos de linguagem, que, dando voz a um «eu» universal, fixam a insuficiência da pala-vra como manifestação da fragilidade hu- mana, da mudança permanente na re- presentação do Mundo, de um de-sen- canto melancólico com a volubili-dade dos sentimentos e a insuficiência da ra- zão.

Alínea B. IssilvaArnaud ChurinEduardo RaonEmanuela pacepedro Moreira

portuguêsFrancês1H00M/ 12

pLANO9 | BLABLALAB

Manuel de irradiação iRádio-acçãoálvaro Garcia de ZUñIGAEncenação de Arnaud CHURIN e álvaro Garcia de ZUñIGA

Fórum Romeu CorreiaALMADA

AUDITÓRIO FERNANDO LOpES-GRAÇA

SáB 17 18H00DOM 18 18H00

Lisb

oa p

ORTU

GAL

paris

FRA

NÇA

TEATRO

Co-produção:FestivaldeAlmadacomLaSireneTubiste

Intérpretes

Língua

DuraçãoClassificação

CRIAÇÃO

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OFestival de Almada encerra este ano com um concerto sinfónico onde a grande música é interpre-

tada pela Orquestra Geração – interes-santíssimo projecto de educação pela arte – e pela Orquestra Gulbenkian. As obras assinaladas no programa com asterisco são as interpretadas pela Or-questra Geração. O programa recobre três séculos da música erudita ociden-tal e o monumental concerto de Chos-takovitch (1906-1975), escrito em 1967 e dedicado ao violinista David Ois-trakh.

O projecto Orquestras Geração foi lançado em 2007 pela Escola de Música do Conservatório Nacional, a Câmara Municipal da Amadora e a Fundação Calouste Gulbenkian. Tem como objec-tivo replicar em Portugal o Sistema de Orquestras Infantis e Juvenis da Vene-zuela, que tem como expoente máximo a Orquestra Sinfónica Simão Bolivar, ac-tualmente dirigida pelo carismático Gus-tavo Dudamel. A Orquestra que se apre-senta no Festival de Almada é constituí-da pelos alunos seleccionados pelos coordenadores pedagógicos, vindos dos projectos iniciais (Amadora e Vila Franca de Xira).

O violinista Vladimir Tolpygo nas-ceu em Moscovo, em 1988. Iniciou os seus estudos de violino com quatro anos de idade, com o professor Serguei Fatkulin. Aos cinco anos emigrou para Portugal, juntamente com os pais, com

os quais continuou os seus estudos musicais. Já se apresentou a solo com as orquestras Gulbenkian, Filarmonia das Beiras, Sinfónica da Póvoa de Var-zim e com a do Algarve.

Osvaldo Ferreira é maestro titular e director artístico da Orquestra do Al-garve. Foi director artístico do Festival Internacional de Música do Algarve e do Teatro Municipal de Faro. Concluiu o curso superior de violino no Con-servatório do Porto e o mestrado em direcção de orquestra em Chicago, com pós-graduação em S. Petersburgo. Laureado em 1999 no Concurso Sergei Prokofiev, na Rússia, recebeu do mestre David Zinman uma fellowship do Aspen Music Festival, nos EUA, onde frequen-tou a American Conductors Academy e recebeu o prémio de Academy Conduc-tor em 2001. Foi assistente de Claudio Abbado em Berlim e Salzburgo, estu-dando ainda com Jorma Panula.

ORQUESTRA GULBENKIAN E ORQUESTRA GERAÇÃO

Concerto sinfónico

Escola D. António da CostaALMADA

pALCO GRANDE

DOM 18 22H00

Lisb

oa p

ORTU

GAL

MÚSICA

MaestroViolino

DuraçãoClassificação

Osvaldo FerreiraVladimir Tolpygo

1H30(comintervalo)M/ 6

programaJoseph Haydn*,AllegrodaSinfoniadosBrinquedos(arr.HéctorGutiérrez);Merle J. Isaac*,Gipsyoverture;Modest Mussorgsky*,AgrandeportadeKieveHopak(arr.EdmundSiennicki);Ludwig van Beethoven*,Hinoàalegria;Dmitri Chostakovitch,Concerton.º2paraviolinoeorquestra,emDósustenidomenor,Op.129Piotr Ilitch Tchaikovsky,Sinfonian.º5,emMimenor,Op.64

CRIAÇÃO

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ACTO

S CO

MpL

EMEN

TARE

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Apequena mostra de trajes de cena realizada no átrio do Teatro Mu-nicipal de Almada, em 2009, em

colaboração com o Museu Nacional do Teatro, suscitou tão significativo interes-se do público que fez nascer a ideia de uma ampliação da exposição no Festi-val de 2010.

O director do Museu do Teatro, Dr. José Carlos Alvarez, acolheu a ideia com entusiasmo, permitindo que este ano o público possa ver, no gran-de espaço que é a Sala Polivalente da Escola D. António da Costa, uma vasta mostra de fatos e vestidos de cena, em tamanho natural, da autoria de grandes estilistas, que trabalharam, desde os princípios até ao fim do século XX, para o teatro português. A exposição inclui ainda ampliações de desenhos de figu-rinistas e dados sobre os espectáculos e os teatros representados.

Nos textos publicados sobre a História do Espectáculo nem sempre o

papel dos que vestiram os grande ac-tores nas realizações teatrais (muitas delas de marcado relevo na História da evolução do nosso Teatro) foi devi-damente sublinhado. Para lá de possi-bilitar o prazer de se ver trajes devidos ao talento de grandes criadores como Almada Negreiros, Paula Rego, João Vieira ou Pinto de Campos, a exposição proporcionará a oportunidade de uma viajem por distintos universos plásticos, cumprindo ao mesmo tempo a função didáctica de contribuir para o reconhe-cimento das principais linhas de evolu-ção estética que nos últimos cem anos conduziram ao teatro actual.

Na Escola D. António da Costa, jun-to do Palco Grande, como é de tradição, será inaugurada no dia 4

de Julho a exposição documental sobre a figura homenageada de 2010, a actriz Maria Barroso. A exposição, comissa-riada pelo cenógrafo Fernando Filipe, reúne uma série de materiais documen-tais sobre a carreira de Maria Barroso no teatro, no cinema, no plano da divul-gação da poesia, a que dedicou grande parte do seu tempo, e no plano cívico, em que se afirmou como uma voz da resistência anti-fascista.

Fernando Filipe tem sido, desde o princípio do Festival, o responsável pela organização plástica destas exposi-ções, e a ele se deve também o trabalho de pesquisa, reunião e tratamento dos documentos que as constituem.

Escola D. António da CostaALMADASALA pOLIVALENTE

EXPOSIÇÕES DOCUMENTAIS

4 a 18 de JULHO15H00ÀS24H00

Homenagem a Maria Barroso

Escola D. António da CostaALMADAJUNTO DO pALCO GRANDE

4 a 18 de JULHO15H00ÀS24H00

Vestir o TeatroTrajes de cena de portugal (Século XX)

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Teatro Municipal de AlmadaALMADAFOYER, GALERIA E SALA DE VÍDEO

EXPOSIÇÕES DE ARTES PLÁSTICAS

4 a 18 de JULHO14H30ÀS22H00

A exposição tem como base uma série de fotografias anónimas que pertence ao Arquivo Fotográfico Municipal de Lisboa, datada entre 1890 e 1930, e que agora é mostrada pela primeira vez.

Na Casa da Cerca aquilo que se apresenta não são reproduções dos originais, mas a sua projecção sequenciada, trazendo a “encenação” que tem lugar na “ses-são de hipnotismo” para a escala real do espectador. Trata-se da primeira etapa deste projecto, e nele pretende-se referenciar o momento em que a concepção aberta e ecuménica da imagem, herdada das vanguardas, constituiu um modelo para a posterior produção e recepção cultural no séc. XX.

Duas personagens ensaiam diálogos inaudíveis e um conjunto codificado de poses numa sala completamente vazia. Ainda que possam passar por simples re-gistos fotográficos, estas imagens conduzem-nos a imaginar as atmosferas, poses, olhares, respirações, ou certos pormenores acidentais ali registados. Neste sentido, existe uma ordem afectiva, estética e mística que sobrevém das descrições da ex-perimentação hipnótica e que se tornou própria das obras da cultura figurativa.

Sessão de Hipnotismo: simples methodos que o principiante deve seguirSérie anónima do Arquivo Fotográfico Municipal (Lisboa)

O dia mais longo do anoBelén Uriel, Carlos Rial, Diogo Pimentão, João Maria Gusmão e Pedro Paiva, Mar-garida Paiva, Rodrigo Oliveira, Tiago Mestre, Rui Moreira, Sérgio Dias, Susanne S. D. Themlitz

Casa da CercaCentro de Arte ContemporâneaALMADA

4 de JUNHO a 29 de AGOSTOTERASEX-10H00ÀS18H00|SÁBEDOM-13H00ÀS18H00(EncerraàsSegundaseferiados)

Dez artistas contemporâneos apresentam trabalhos no Teatro Municipal de Almada. O dia mais longo do ano é um jogo de linguagem sobre os processos de

indução que as imagens contemporâneas veiculam. A fixação e a repetição visual ou verbal. A encenação e a teatralidade. A alternância e a ilusão. O jogo e a hiper-sensibilidade. Aspectos distintivos das imagens, e que também caracterizam a função do actor e a radicalidade do teatro.

Curadoria:MartaMestreePedroCalapez

Estado de atenção é um projecto de exposição que acontece em dois espaços de Almada: a Casa da Cerca e o Teatro Municipal.

Estado de atenção

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«Crise, Cultura e Democracia»é o tema deste ano

Casa da CercaALMADA

COLÓQUIOS | DEBATES

SáB 17DOM 18 HORÁRIOAANUNCIAR

Os Encontros da Cerca, que o Festival de Almada realiza há 15 anos em cola-boração com o Instituto Internacional de Teatro do Mediterrâneo e nos quais sempre participam personalidades do mundo da cultura de diversos países,

têm este ano como tema “Crise, Cultura e Democracia”.

As chamadas “medidas” de combate aos efeitos da crise, de que tanto se tem falado, atingem muitos sectores da sociedade, entre os quais se encontram os agentes culturais e os artistas, proporcionando a re-emergência de conceitos que, sendo antigos, são sempre recorrentes para aqueles que menosprezam a activida-de cultural e criativa. Ouve-se outra vez falar de subsídio-dependência, e agitam-se conceitos ditos “económicos” para justificar o inevitável desinvestimento num sec-tor em que o investimento público é já mínimo.

O “Encontro da Cerca” de 2010 reunirá um conjunto notável de personalida-des portuguesas e estrangeiras cuja participação assegurará um debate de alto nível.

A propósito dos Encontros, que, como é de tradição, ocorrerão no espaço pri-vilegiado da Casa da Cerca - Centro de Arte Contemporânea, José Monléon, director do IITM, escreveu:

ENCONTROS DA CERCA

Na sequência da criação das Na-ções Unidas e da UNESCO, existiu uma linha de pensamento que sempre defendeu a construção de uma cultura democrática como suporte irrecusável da transformação social. Esta atenção à cultura não se desenvolveu, entretanto, nos termos desejáveis e programados, com prejuízo da consolidação dos va-lores democráticos e da solidariedade à escala planetária. A actual crise do sistema financeiro e a sua explicação e correcção em termos estritamente eco-nómicos seria uma demonstração da debilidade da nossa cultura democráti-ca. Todos sabemos que a história das doutrinas económicas é indissociável dos níveis de justiça social; no entanto, os actuais debates, reduzidos à resolu-ção das disputas económicas, ignoram

a imagem dos seres humanos que com elas sofrem. Necessitamos, agora mais do que nunca, e para dar sentido e co-erência às nossas realidades, que os termos “crise”, “cultura” e “democracia” se vinculem entre si, para clarificar até que ponto a organização do sistema económico afecta a democracia e des-preza o valor da cultura como espaço de reflexão e participação do conjunto dos cidadãos.

José Monléon, Director do IITM

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COLÓQUIOS NA ESpLANADACOLÓQUIOS | DEBATES

Como nos anos anteriores, na Es-planada da Escola D. António da Costa e noutros espaços do Festi-

val, o público terá oportunidade de par-ticipar em colóquios com os criadores dos espectáculos apresentados e em vários debates durante o Festival.

O contacto ao vivo e informal com grandes figuras do teatro mundial (auto-res, encenadores, actrizes e actores, crí-ticos e estudiosos) é uma das caracte-rísticas do Festival de Almada e constitui a marca de um evento que continua a apresentar-se como um espaço privile-

giado de convívio, troca de experiências entre profissionais e aproximação entre os artistas e o público.

A diversidade estética e as infor-mações que nos chegam dos diversos locais do Mundo, através dos vários e distintos teatros, alimentarão esta expe-riência comum que se repete todos os anos na Escola D. António da Costa.

Escola D. António da CostaALMADA

ESpLANADA

CALENDáRIO A ANUNCIAR

DOIS CICLOS DE CINEMACINEMA

Charlotte Rampling e Maria Barroso serão homenageadas no Festival de 2010 com a organização de

dois ciclos com alguns dos filmes que interpretaram.

Numa organização conjunta do Festival de Almada com o Fórum Muni-cipal Romeu Correia e o Famafest (Festi-val de Cinema e Vídeo de Famalicão), os filmes incluídos nos ciclos serão apre-sentados no Auditório Lopes-Graça do Fórum Romeu Correia (Mudar de vida, de Paulo Rocha, Benilde ou a Virgem Mãe e Amor de perdição, de Manoel de Oliveira, com a participação de Maria Barroso) e na Sala Pablo Neruda (os de Charlotte Rampling).

O ciclo dedicado a Charlotte Ram-pling inclui as obras Os malditos (1969), de Luchino Visconti, Zardoz (1973), de

John Boorman, Stardust Memories (1980), de Woody Allen, O veredic-to (1982), de Sidney Lumet, A piscina (2003), de François Ozon, e A duquesa (2008), de Saul Dibb.

MONOGRAFIA DE CHARLOTTE RAMPLING

Durante o Festival será lançada uma monografia de Charlotte Rampling, da autoria de Lauro António. A publica-ção desta monografia ocorre no quadro da colaboração entre o Festival de Al-mada e o Famafest (Festival de Cinema e Vídeo de Famalicão).

Fórum Romeu CorreiaALMADA

SALA pABLO NERUDAAUDITÓRIO FERNANDO LOpES-GRAÇA

CALENDáRIO A ANUNCIAR

Charlotte Rampling e Maria Barroso

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O projecto Djumbai Jazz surge em 1999 pela mão de Maio Coopé, músico guineense que, desde

cedo, procurou sempre estar bem pró-ximo da música tradicional do seu país, bebendo nele toda a sua diversidade cultural.

Filho de pais músicos, começou a cantar em festas tribais. Com a inde-pendência do seu país, em 1974, e a consequente efervescência cultural, as portas para a exibição das suas poten-cialidades ficaram abertas. Trabalhando a sua voz junto da percussão, e juntan-do-lhes uma forte componente de crítica política aos países opressores coloniza-dores, tornou-se conhecido não só na Guiné-Bissau como na Europa, tendo sido apontado pela crítica internacional

como um dos melhores artistas guine-enses.

Na noite de abertura do festival, Maio Coopé (voz principal, cabaça e mbira), Joa Cssama (guitarra ritmo), Ga-lissa (kora), Cabum (percussão e voz) e Ana Cabi (bailarina) apresentarão um espectáculo íntimo, frenético, evocando uma África riquíssima em tradições e muitas vezes esquecida.

MÚSICA GUINEENSE

Djumbai Jazz

Escola D. António da CostaALMADA

ESpLANADA

MÚSICA NA ESPLANADA

DOM 4 21H00

A anteceder os espectáculos no palco Grande, a Esplanada da Escola D. António da Costa, com o seu próprio palco, é lugar de concertos de músicas de vários géneros e de várias origens.

Quarteto de Tango Argentino, com-posto por Franco Chirife (piano), José Debray (voz), José Machado

(violino) e Damian Cabul (contrabaixo), os Tanguissimo nascem da vontade, de há anos, do pianista e director musical em fazer vingar algo de genuíno, com qualidade e simplicidade, usando a mú-sica intemporal das suas raízes argenti-nas e reunindo três músicos que consigo levam a palco a essência do tango.

Do seu repertório constam músicas e arranjos originais feitos pelo pianista e outros temas com fortes ligações à “ve-lha guarda”, como Osvaldo Pugliese, Astor Piazzola, Horacio Saljan, Bernardo Stalman, entre outros, não esquecendo

músicas reconhecidas como Adeus mu-chachos ou Caminito.

TANGO

Tanguissimo

Escola D. António da CostaALMADA

ESpLANADA

TER 6 21H00

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Este grupo, fundado em 2000 e composto por José Debray (guitar-ra e voz), Francisco Cherife (teclas),

Dany Machado (baixo) e Osvaldo Pegu-do (percussão) – na sua maioria músicos cubanos com grande experiência pro-fissional tanto em Cuba como noutros países –, propõe-se transmitir, a quem gosta dos ritmos latino-americanos, uma mensagem de calor e alegria.

Salsas, boleros e outros ritmos quentes são a mensagem principal que, de um modo simples, pretendem fazer chegar ao público de forma a que este participe naturalmente, tornando-se parte do espectáculo e contribuindo, assim, para o seu sucesso.

Tendo actuado com diversas em-presas de espectáculos, Câmaras Muni-

cipais e em vários locais de animação, os Expresso Latino são uma demons-tração de amor à música, à dança e um regalo para os que não dispensam o ambiente festivo.

MÚSICA CUBANA

Expresso Latino

Escola D. António da CostaALMADA

ESpLANADA

MÚSICA NA ESPLANADA

QUA 7 21H00

O Laura Ferreira Quarteto, composto por Laura Ferreira (voz), António Palma (piano, teclado), Gustavo

Roriz (contrabaixo) e Alexandre Alves (bateria) – músicos com um vasto per-curso profissional e de grande qualida-de –, apresenta um repertório de música portuguesa numa linguagem fortemente influenciada pelo jazz. Ary dos Santos/Fernando Tordo, Sérgio Godinho, Jorge Palma, Fausto, José Niza, e Nóbrega e Sousa são alguns dos autores das can-ções interpretadas com paixão e intimis-mo por Laura Ferreira.

Laura Ferreira, formada no Con-servatório Nacional de Lisboa (piano e canto), Escola de Jazz do Hot Club de Portugal e Academia de Amadores

de Música, tem actuado com grandes nomes do jazz nacional e internacional como Bernardo Moreira, Alexandre Fra-zão, Tomás Pimentel, Avishai Cohen ou Leo Tardin.

Em 2002 foi apoiada pela Fun-dação PLMJ e distinguida pela AIAP.UNESCO (Comité Nacional para Portu-gal) pelo seu desempenho como artista, contribuindo para o desenvolvimento e enriquecimento das artes em Portugal.

JAZZ

Laura Ferreira Quarteto

Escola D. António da CostaALMADA

ESpLANADA

QUI 8 21H00

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Soul Quartet é um projecto forma-do por Sofia Tavares (voz), Duarte Silva (guitarra eléctrica), Galamba

(baixo eléctrico) e André Fuzeiro (bate-ria). O quarteto, constituído por músicos formados, três deles, na ETIC (Escola Tecnológica de Imagem e Comunica-ção), tocará nesta noite música pop portuguesa, num repertório que abrange nomes tão diversos como Rita Guerra, Jorge Palma ou José Afonso.

MÚSICA pORTUGUESA

Soul Quartet

Escola D. António da CostaALMADA

ESpLANADA

MÚSICA NA ESPLANADA

SáB 10 21H00

Apresentando-se em formato de quarteto, Maria Anadon junta-se a Zé Soares (guitarra), Zé Canha

(contrabaixo) e Marcelo Araújo (bateria), para um espectáculo de Jazz mesclado que promete.

Preservando a sua paixão pelo Jazz tradicional, o que faz com que os standards sejam uma constante na sua vida musical, Maria Anadon tem tam-bém explorado outras influências, como o Fado de Lisboa (dando voz a alguns dos nossos melhores poetas contem-porâneos), o cheiro a café de África, os sons da América Latina ou o ambiente dos clubes de Jazz de New Orleans.

Alguns dos projectos que gravou, em parceria com prestigiados músicos

tanto portugueses como internacionais, foram já contemplados pelo Ministério da Cultura com o Manifesto de Interesse Cultural.

JAZZ

Quarteto Maria Anadon

Escola D. António da CostaALMADA

ESpLANADA

TER 13 21H00

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A Companhia Chapitô, escola de teatro, dança e artes circenses de Lisboa fundada em 1981 por Tere-

sa Ricou e que, de há vários anos a esta parte, tem vindo a ganhar cada vez mais o carinho dos lisboetas e de todos quan-tos a visitam, apresentará um espectá-culo onde irá cruzar a arte e a mestria do malabarismo com o encantamento do fogo, controlado e manuseado com destreza através de tochas, sticks e bo-las. Aproveitando as noites quentes de Verão e o ambiente descontraído do es-paço, estas performances encerrarão o

Festival numa noite que será certamente cheia de cor e música.

MALABARISMO

Companhia Chapitô

Escola D. António da CostaALMADA

ESpLANADA

DOM 18 21H00

ANIMAÇÃO

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ApOI

OS

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www.sov.pt

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27.º Festival de Almada4 a 18 de Julho de 2010

Organização: Câmara Municipal de Almada e Companhia de Teatro de Almada

Capa: Pedro Calapez

FesTivAl de AlMAdA - PrOgrAMADirector: Joaquim Benite Edição: rodrigo Francisco Textos e traduções: Miguel-Pedro Quadrio, José Martins, Torres rodrigues, dina Paulista, Carlos serra Design: Armando vale Produção: Paulo Mendes Impressão: Íris -gráfica, lda.

distribuição gratuita

PrOgrAMA

4 a 18 de Julho de 201027.º Festival de Alm

ada

Informações úteisAssinatura para todos os espectáculos AdUlTO 65€Assinatura para todos os espectáculos JOveM 25€Assinatura para todos os espectáculos sÉNiOr 35€

ContactosTeatro Municipal de Almada | Av. Prof. egas Moniz, Almada | 21 273 93 60 | www.ctalmada.ptFórum Romeu Correia | Praça da liberdade, Almada | 21 272 49 20Incrível Almadense | rua Capitão leitão, Almada | 21 275 09 29Teatro Nacional D. Maria II | Praça d. Pedro v, lisboa | 21 325 08 00Centro Cultural de Belém | Praça do império, lisboa | 213 612 400Culturgest | rua Arco do Cego, lisboa | 21790 51 55São Luiz Teatro Municipal | rua António Maria Cardoso, 38, lisboa | 21 325 76 40Teatro Maria Matos | Av. Frei Miguel Contreiras, lisboa | 218 438 800Teatro do Bairro Alto | rua Tenente raúl Cascais, lisboa | 21 396 15 15Instituto Franco-Português | Avenida luís Bívar, 91, lisboa | 21 311 14 00Casa da América Latina | Av. 24 de Julho, lisboa | 213 955 309Teatro Nacional São João | Praça da Batalha, Porto | 22 340 19 00

1 Jovens até aos 25 anos e adultos com mais de 65 anos. 2 Profissionais do espectáculo. 3 estudantes, maiores de 65 anos, pessoas com deficiência e acompanhante, desempregados, profissionais do espectáculo, funcionários da CMl eempresas Municipais. 4 Para menores de 30 anos. 5 grupos de mais de 10 pessoas.

Clube de Amigos do TMA 60€Clube de Amigos do TMA 20€Clube de Amigos do TMA 30€

A Assinatura do Festival de Almada dá direito à entrada em todos os espectáculos realizados no Palco grande da escola d. António da Costa, na sala Principal do Teatro Municipal de Almada, no Fórum Municipal romeu Correia e no são luiz Teatro Municipal, num dos dias programados para a respectiva apresentação. Nas restantes salas o acesso livre dos detentores de títulos de assinaturas está depen-dente do número de lugares disponíveis.

Local Bilhete (geral) Bilhete (c/ desconto)

Escola D. António da Costa Palco grandeUma lição dos aloés 15€ 8€1

Todos os grandes governos... 15€ 8€1

era uma vez um crocodilo verde 8€ 5€1

O avarento 15€ 8€1

Uma família portuguesa 15€ 8€1

Um pouco de ternura, grande merda! 20€ 12€1

Concerto sinfónico 15€ 8€1

Teatro Municipal de Almada sala Principaldiálogo de um cão... 15€ 10€1

Carmen.eunice.Maria 15€ 10€1

Ode marítima 20€ 10€1

Teatro Municipal de Almada sala experimentalUm dia dancei sÓ dancei um dia 10€ 6€1

Fórum Romeu Correia 13€ 7€1

Centro Cultural de Belém 15€ 12€1

Incrível Almadense 15€ 8€1

Teatro Maria Matos 12€ 5€4

Culturgest (Pequeno Auditório) 5€ Culturgest (grande Auditório) 12€ 5€4

São Luiz Teatro Municipal 20€ 5€3 e 4

Teatro do Bairro Alto 15€ 7,50€1

Teatro Nacional D. Maria II 7,50€ a 16€ 5€1 a 10€2

Teatro Nacional de São João 7,50€ a 16€ -30%4 e 5

Instituto Franco-Português 10€ 7€1

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27.º Festival de Almada4 a 18 de Julho de 2010

Organização: Câmara Municipal de Almada e Companhia de Teatro de Almada

Capa: Pedro Calapez

FesTivAl de AlMAdA - PrOgrAMADirector: Joaquim Benite Edição: rodrigo Francisco Textos e traduções: Miguel-Pedro Quadrio, José Martins, Torres rodrigues, dina Paulista, Carlos serra Design: Armando vale Produção: Paulo Mendes Impressão: Íris -gráfica, lda.

distribuição gratuita

PrOgrAMA

4 a 18 de Julho de 201027.º Festival de Alm

ada

Informações úteisAssinatura para todos os espectáculos AdUlTO 65€Assinatura para todos os espectáculos JOveM 25€Assinatura para todos os espectáculos sÉNiOr 35€

ContactosTeatro Municipal de Almada | Av. Prof. egas Moniz, Almada | 21 273 93 60 | www.ctalmada.ptFórum Romeu Correia | Praça da liberdade, Almada | 21 272 49 20Incrível Almadense | rua Capitão leitão, Almada | 21 275 09 29Teatro Nacional D. Maria II | Praça d. Pedro v, lisboa | 21 325 08 00Centro Cultural de Belém | Praça do império, lisboa | 213 612 400Culturgest | rua Arco do Cego, lisboa | 21790 51 55São Luiz Teatro Municipal | rua António Maria Cardoso, 38, lisboa | 21 325 76 40Teatro Maria Matos | Av. Frei Miguel Contreiras, lisboa | 218 438 800Teatro do Bairro Alto | rua Tenente raúl Cascais, lisboa | 21 396 15 15Instituto Franco-Português | Avenida luís Bívar, 91, lisboa | 21 311 14 00Casa da América Latina | Av. 24 de Julho, lisboa | 213 955 309Teatro Nacional São João | Praça da Batalha, Porto | 22 340 19 00

1 Jovens até aos 25 anos e adultos com mais de 65 anos. 2 Profissionais do espectáculo. 3 estudantes, maiores de 65 anos, pessoas com deficiência e acompanhante, desempregados, profissionais do espectáculo, funcionários da CMl eempresas Municipais. 4 Para menores de 30 anos. 5 grupos de mais de 10 pessoas.

Clube de Amigos do TMA 60€Clube de Amigos do TMA 20€Clube de Amigos do TMA 30€

A Assinatura do Festival de Almada dá direito à entrada em todos os espectáculos realizados no Palco grande da escola d. António da Costa, na sala Principal do Teatro Municipal de Almada, no Fórum Municipal romeu Correia e no são luiz Teatro Municipal, num dos dias programados para a respectiva apresentação. Nas restantes salas o acesso livre dos detentores de títulos de assinaturas está depen-dente do número de lugares disponíveis.

Local Bilhete (geral) Bilhete (c/ desconto)

Escola D. António da Costa Palco grandeUma lição dos aloés 15€ 8€1

Todos os grandes governos... 15€ 8€1

era uma vez um crocodilo verde 8€ 5€1

O avarento 15€ 8€1

Uma família portuguesa 15€ 8€1

Um pouco de ternura, grande merda! 20€ 12€1

Concerto sinfónico 15€ 8€1

Teatro Municipal de Almada sala Principaldiálogo de um cão... 15€ 10€1

Carmen.eunice.Maria 15€ 10€1

Ode marítima 20€ 10€1

Teatro Municipal de Almada sala experimentalUm dia dancei sÓ dancei um dia 10€ 6€1

Fórum Romeu Correia 13€ 7€1

Centro Cultural de Belém 15€ 12€1

Incrível Almadense 15€ 8€1

Teatro Maria Matos 12€ 5€4

Culturgest (Pequeno Auditório) 5€ Culturgest (grande Auditório) 12€ 5€4

São Luiz Teatro Municipal 20€ 5€3 e 4

Teatro do Bairro Alto 15€ 7,50€1

Teatro Nacional D. Maria II 7,50€ a 16€ 5€1 a 10€2

Teatro Nacional de São João 7,50€ a 16€ -30%4 e 5

Instituto Franco-Português 10€ 7€1

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27.º Festival de Almada4 a 18 de Julho de 2010

Organização: Câmara Municipal de Almada e Companhia de Teatro de Almada

Capa: Pedro Calapez

FesTivAl de AlMAdA - PrOgrAMADirector: Joaquim Benite Edição: rodrigo Francisco Textos e traduções: Miguel-Pedro Quadrio, José Martins, Torres rodrigues, dina Paulista, Carlos serra Design: Armando vale Produção: Paulo Mendes Impressão: Íris -gráfica, lda.distribuição gratuita

PrOgrAMA 4 a 18 de Julho de 2010

27.º Festival de Almada

Informações úteisAssinatura para todos os espectáculos AdUlTO 65€Assinatura para todos os espectáculos JOveM 25€Assinatura para todos os espectáculos sÉNiOr 35€

ContactosTeatro Municipal de Almada | Av. Prof. egas Moniz, Almada | 21 273 93 60 | www.ctalmada.ptFórum Romeu Correia | Praça da liberdade, Almada | 21 272 49 20Incrível Almadense | rua Capitão leitão, Almada | 21 275 09 29Teatro Nacional D. Maria II | Praça d. Pedro v, lisboa | 21 325 08 00Centro Cultural de Belém | Praça do império, lisboa | 213 612 400Culturgest | rua Arco do Cego, lisboa | 21790 51 55São Luiz Teatro Municipal | rua António Maria Cardoso, 38, lisboa | 21 325 76 40Teatro Maria Matos | Av. Frei Miguel Contreiras, lisboa | 218 438 800Teatro do Bairro Alto | rua Tenente raúl Cascais, lisboa | 21 396 15 15Instituto Franco-Português | Avenida luís Bívar, 91, lisboa | 21 311 14 00Casa da América Latina | Av. 24 de Julho, lisboa | 213 955 309Teatro Nacional São João | Praça da Batalha, Porto | 22 340 19 00

1 Jovens até aos 25 anos e adultos com mais de 65 anos. 2 Profissionais do espectáculo. 3 estudantes, maiores de 65 anos, pessoas com deficiência e acompanhante, desempregados, profissionais do espectáculo, funcionários da CMl eempresas Municipais. 4 Para menores de 30 anos. 5 grupos de mais de 10 pessoas.

Clube de Amigos do TMA 60€Clube de Amigos do TMA 20€Clube de Amigos do TMA 30€

A Assinatura do Festival de Almada dá direito à entrada em todos os espectáculos realizados no Palco grande da escola d. António da Costa, na sala Principal do Teatro Municipal de Almada, no Fórum Municipal romeu Correia e no são luiz Teatro Municipal, num dos dias programados para a respectiva apresentação. Nas restantes salas o acesso livre dos detentores de títulos de assinaturas está depen-dente do número de lugares disponíveis.

Local Bilhete (geral) Bilhete (c/ desconto)

Escola D. António da Costa Palco grandeUma lição dos aloés 15€ 8€1Todos os grandes governos... 15€ 8€1era uma vez um crocodilo verde 8€ 5€1O avarento 15€ 8€1Uma família portuguesa 15€ 8€1Um pouco de ternura, grande merda! 20€ 12€1Concerto sinfónico 15€ 8€1

Teatro Municipal de Almada sala Principaldiálogo de um cão... 15€ 10€1Carmen.eunice.Maria 15€ 10€1Ode marítima 20€ 10€1

Teatro Municipal de Almada sala experimentalUm dia dancei sÓ dancei um dia 10€ 6€1

Fórum Romeu Correia 13€ 7€1

Centro Cultural de Belém 15€ 12€1

Incrível Almadense 15€ 8€1

Teatro Maria Matos 12€ 5€4

Culturgest (Pequeno Auditório) 5€ Culturgest (grande Auditório) 12€ 5€4

São Luiz Teatro Municipal 20€ 5€3 e 4

Teatro do Bairro Alto 15€ 7,50€1

Teatro Nacional D. Maria II 7,50€ a 16€ 5€1 a 10€2

Teatro Nacional de São João 7,50€ a 16€ -30%4 e 5

Instituto Franco-Português 10€ 7€1

Produção de textos e traduções

Miguel-Pedro Quadrio, José Martins,Torres Rodrigues, Carlos Serra, Dina Paulista

Traduções para legendagem

António Pescada, David Pais, Dina Paulista e Luís Lima Barreto

Comunicação Social

Lúcia Valdevino e Sara Santinho

Design

Gonçalo Marto e Armando Vale

Exposições

Fernando Filipe

Assinaturas e público

Susana Fernandes, Ana Patrícia,Ricardo André, Sandra Roupiço,

Sílvia Rosa, Pedro Walter e João Farraia

Produção

Rui Lopes, Mariana Dias e Ricardo Franco

Acolhimento

Miguel Martins, Gonçalo Duarte,Ivone Silva, Catarina Campos,

Filipe Silva, Mara Anjos e Ana Fitas

Equipa técnica central

Guilherme Frazão, Marco Jardim,Paulo Horta, António Antunes,

António Cipriano, Filipe Fonseca e Pedro Correia

Vídeo e site

Cristina Antunes e Jorge Freire

Legendagem

Alberto Quaresma

Bancas e distribuições

Ana Cláudia Dias, Andreia de Sousa,Sara Amorim e Sara Falcão

Responsáveis técnicos

Carlos Galvão (TMA), Manuel Mendonça (Fórum Romeu Correia), José Carlos Nascimento (TNDM II e Palco Grande), Paulo Graça (CCB), Eugénio Sena (Culturgest), Hernâni Saúde (São Luiz Teatro Municipal),Dominique de Gué (Instituto Franco-Português), Jorge Esteves (Teatro do Bairro Alto), José Rui (Teatro Municipal Maria Matos), Rui Simão (Teatro Nacional São João)

Fotografia

Da Maia Nogueira

Monografia de Charlotte Rampling e Ciclo de filmes

Lauro António

Recepções

Teresa Gafeira e João Dias

Director

JOAQUIM BENITEDirector-adjunto

Rodrigo FranciscoDirector técnico

José Carlos NascimentoAdministração

Maria LaitaDirecção de montagem

Carlos GalvãoDirecção de produção

Paulo Mendes

Cartaz

Pedro Calapez

Equipa do 27.º Festival de Almada

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27.º Festival de Almada4 a 18 de Julho de 2010

Organização: Câmara Municipal de Almada e Companhia de Teatro de Almada

Capa: Pedro Calapez

FesTivAl de AlMAdA - PrOgrAMADirector: Joaquim Benite Edição: rodrigo Francisco Textos e traduções: Miguel-Pedro Quadrio, José Martins, Torres rodrigues, dina Paulista, Carlos serra Design: Armando vale Produção: Paulo Mendes Impressão: Íris -gráfica, lda.distribuição gratuita

PrOgrAMA 4 a 18 de Julho de 2010

27.º Festival de Almada

Informações úteisAssinatura para todos os espectáculos AdUlTO 65€Assinatura para todos os espectáculos JOveM 25€Assinatura para todos os espectáculos sÉNiOr 35€

ContactosTeatro Municipal de Almada | Av. Prof. egas Moniz, Almada | 21 273 93 60 | www.ctalmada.ptFórum Romeu Correia | Praça da liberdade, Almada | 21 272 49 20Incrível Almadense | rua Capitão leitão, Almada | 21 275 09 29Teatro Nacional D. Maria II | Praça d. Pedro v, lisboa | 21 325 08 00Centro Cultural de Belém | Praça do império, lisboa | 213 612 400Culturgest | rua Arco do Cego, lisboa | 21790 51 55São Luiz Teatro Municipal | rua António Maria Cardoso, 38, lisboa | 21 325 76 40Teatro Maria Matos | Av. Frei Miguel Contreiras, lisboa | 218 438 800Teatro do Bairro Alto | rua Tenente raúl Cascais, lisboa | 21 396 15 15Instituto Franco-Português | Avenida luís Bívar, 91, lisboa | 21 311 14 00Casa da América Latina | Av. 24 de Julho, lisboa | 213 955 309Teatro Nacional São João | Praça da Batalha, Porto | 22 340 19 00

1 Jovens até aos 25 anos e adultos com mais de 65 anos. 2 Profissionais do espectáculo. 3 estudantes, maiores de 65 anos, pessoas com deficiência e acompanhante, desempregados, profissionais do espectáculo, funcionários da CMl eempresas Municipais. 4 Para menores de 30 anos. 5 grupos de mais de 10 pessoas.

Clube de Amigos do TMA 60€Clube de Amigos do TMA 20€Clube de Amigos do TMA 30€

A Assinatura do Festival de Almada dá direito à entrada em todos os espectáculos realizados no Palco grande da escola d. António da Costa, na sala Principal do Teatro Municipal de Almada, no Fórum Municipal romeu Correia e no são luiz Teatro Municipal, num dos dias programados para a respectiva apresentação. Nas restantes salas o acesso livre dos detentores de títulos de assinaturas está depen-dente do número de lugares disponíveis.

Local Bilhete (geral) Bilhete (c/ desconto)

Escola D. António da Costa Palco grandeUma lição dos aloés 15€ 8€1Todos os grandes governos... 15€ 8€1era uma vez um crocodilo verde 8€ 5€1O avarento 15€ 8€1Uma família portuguesa 15€ 8€1Um pouco de ternura, grande merda! 20€ 12€1Concerto sinfónico 15€ 8€1

Teatro Municipal de Almada sala Principaldiálogo de um cão... 15€ 10€1Carmen.eunice.Maria 15€ 10€1Ode marítima 20€ 10€1

Teatro Municipal de Almada sala experimentalUm dia dancei sÓ dancei um dia 10€ 6€1

Fórum Romeu Correia 13€ 7€1

Centro Cultural de Belém 15€ 12€1

Incrível Almadense 15€ 8€1

Teatro Maria Matos 12€ 5€4

Culturgest (Pequeno Auditório) 5€ Culturgest (grande Auditório) 12€ 5€4

São Luiz Teatro Municipal 20€ 5€3 e 4

Teatro do Bairro Alto 15€ 7,50€1

Teatro Nacional D. Maria II 7,50€ a 16€ 5€1 a 10€2

Teatro Nacional de São João 7,50€ a 16€ -30%4 e 5

Instituto Franco-Português 10€ 7€1

Produção de textos e traduções

Miguel-Pedro Quadrio, José Martins,Torres Rodrigues, Carlos Serra, Dina Paulista

Traduções para legendagem

António Pescada, David Pais, Dina Paulista e Luís Lima Barreto

Comunicação Social

Lúcia Valdevino e Sara Santinho

Design

Gonçalo Marto e Armando Vale

Exposições

Fernando Filipe

Assinaturas e público

Susana Fernandes, Ana Patrícia,Ricardo André, Sandra Roupiço,

Sílvia Rosa, Pedro Walter e João Farraia

Produção

Rui Lopes, Mariana Dias e Ricardo Franco

Acolhimento

Miguel Martins, Gonçalo Duarte,Ivone Silva, Catarina Campos,

Filipe Silva, Mara Anjos e Ana Fitas

Equipa técnica central

Guilherme Frazão, Marco Jardim,Paulo Horta, António Antunes,

António Cipriano, Filipe Fonseca e Pedro Correia

Vídeo e site

Cristina Antunes e Jorge Freire

Legendagem

Alberto Quaresma

Bancas e distribuições

Ana Cláudia Dias, Andreia de Sousa,Sara Amorim e Sara Falcão

Responsáveis técnicos

Carlos Galvão (TMA), Manuel Mendonça (Fórum Romeu Correia), José Carlos Nascimento (TNDM II e Palco Grande), Paulo Graça (CCB), Eugénio Sena (Culturgest), Hernâni Saúde (São Luiz Teatro Municipal),Dominique de Gué (Instituto Franco-Português), Jorge Esteves (Teatro do Bairro Alto), José Rui (Teatro Municipal Maria Matos), Rui Simão (Teatro Nacional São João)

Fotografia

Da Maia Nogueira

Monografia de Charlotte Rampling e Ciclo de filmes

Lauro António

Recepções

Teresa Gafeira e João Dias

Director

JOAQUIM BENITEDirector-adjunto

Rodrigo FranciscoDirector técnico

José Carlos NascimentoAdministração

Maria LaitaDirecção de montagem

Carlos GalvãoDirecção de produção

Paulo Mendes

Cartaz

Pedro Calapez

Equipa do 27.º Festival de Almada

27.º Festival de Almada4 a 18 de Julho de 2010

Organização: Câmara Municipal de Almada e Companhia de Teatro de Almada

Capa: Pedro Calapez

FesTivAl de AlMAdA - PrOgrAMADirector: Joaquim Benite Edição: rodrigo Francisco Textos e traduções: Miguel-Pedro Quadrio, José Martins, Torres rodrigues, dina Paulista, Carlos serra Design: Armando vale Produção: Paulo Mendes Impressão: Íris -gráfica, lda.

distribuição gratuita

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27.º Festival de Almada

Informações úteisAssinatura para todos os espectáculos AdUlTO 65€Assinatura para todos os espectáculos JOveM 25€Assinatura para todos os espectáculos sÉNiOr 35€

ContactosTeatro Municipal de Almada | Av. Prof. egas Moniz, Almada | 21 273 93 60 | www.ctalmada.ptFórum Romeu Correia | Praça da liberdade, Almada | 21 272 49 20Incrível Almadense | rua Capitão leitão, Almada | 21 275 09 29Teatro Nacional D. Maria II | Praça d. Pedro v, lisboa | 21 325 08 00Centro Cultural de Belém | Praça do império, lisboa | 213 612 400Culturgest | rua Arco do Cego, lisboa | 21790 51 55São Luiz Teatro Municipal | rua António Maria Cardoso, 38, lisboa | 21 325 76 40Teatro Maria Matos | Av. Frei Miguel Contreiras, lisboa | 218 438 800Teatro do Bairro Alto | rua Tenente raúl Cascais, lisboa | 21 396 15 15Instituto Franco-Português | Avenida luís Bívar, 91, lisboa | 21 311 14 00Casa da América Latina | Av. 24 de Julho, lisboa | 213 955 309Teatro Nacional São João | Praça da Batalha, Porto | 22 340 19 00

1 Jovens até aos 25 anos e adultos com mais de 65 anos. 2 Profissionais do espectáculo. 3 estudantes, maiores de 65 anos, pessoas com deficiência e acompanhante, desempregados, profissionais do espectáculo, funcionários da CMl eempresas Municipais. 4 Para menores de 30 anos. 5 grupos de mais de 10 pessoas.

Clube de Amigos do TMA 60€Clube de Amigos do TMA 20€Clube de Amigos do TMA 30€

A Assinatura do Festival de Almada dá direito à entrada em todos os espectáculos realizados no Palco grande da escola d. António da Costa, na sala Principal do Teatro Municipal de Almada, no Fórum Municipal romeu Correia e no são luiz Teatro Municipal, num dos dias programados para a respectiva apresentação. Nas restantes salas o acesso livre dos detentores de títulos de assinaturas está depen-dente do número de lugares disponíveis.

Local Bilhete (geral) Bilhete (c/ desconto)

Escola D. António da Costa Palco grandeUma lição dos aloés 15€ 8€1

Todos os grandes governos... 15€ 8€1

era uma vez um crocodilo verde 8€ 5€1

O avarento 15€ 8€1

Uma família portuguesa 15€ 8€1

Um pouco de ternura, grande merda! 20€ 12€1

Concerto sinfónico 15€ 8€1

Teatro Municipal de Almada sala Principaldiálogo de um cão... 15€ 10€1

Carmen.eunice.Maria 15€ 10€1

Ode marítima 20€ 10€1

Teatro Municipal de Almada sala experimentalUm dia dancei sÓ dancei um dia 10€ 6€1

Fórum Romeu Correia 13€ 7€1

Centro Cultural de Belém 15€ 12€1

Incrível Almadense 15€ 8€1

Teatro Maria Matos 12€ 5€4

Culturgest (Pequeno Auditório) 5€ Culturgest (grande Auditório) 12€ 5€4

São Luiz Teatro Municipal 20€ 5€3 e 4

Teatro do Bairro Alto 15€ 7,50€1

Teatro Nacional D. Maria II 7,50€ a 16€ 5€1 a 10€2

Teatro Nacional de São João 7,50€ a 16€ -30%4 e 5

Instituto Franco-Português 10€ 7€1

27.º Festival de Almada4 a 18 de Julho de 2010

Organização: Câmara Municipal de Almada e Companhia de Teatro de Almada

Capa: Pedro Calapez

FesTivAl de AlMAdA - PrOgrAMADirector: Joaquim Benite Edição: rodrigo Francisco Textos e traduções: Miguel-Pedro Quadrio, José Martins, Torres rodrigues, dina Paulista, Carlos serra Design: Armando vale Produção: Paulo Mendes Impressão: Íris -gráfica, lda.

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ContactosTeatro Municipal de Almada | Av. Prof. egas Moniz, Almada | 21 273 93 60 | www.ctalmada.ptFórum Romeu Correia | Praça da liberdade, Almada | 21 272 49 20Incrível Almadense | rua Capitão leitão, Almada | 21 275 09 29Teatro Nacional D. Maria II | Praça d. Pedro v, lisboa | 21 325 08 00Centro Cultural de Belém | Praça do império, lisboa | 213 612 400Culturgest | rua Arco do Cego, lisboa | 21790 51 55São Luiz Teatro Municipal | rua António Maria Cardoso, 38, lisboa | 21 325 76 40Teatro Maria Matos | Av. Frei Miguel Contreiras, lisboa | 218 438 800Teatro do Bairro Alto | rua Tenente raúl Cascais, lisboa | 21 396 15 15Instituto Franco-Português | Avenida luís Bívar, 91, lisboa | 21 311 14 00Casa da América Latina | Av. 24 de Julho, lisboa | 213 955 309Teatro Nacional São João | Praça da Batalha, Porto | 22 340 19 00

1 Jovens até aos 25 anos e adultos com mais de 65 anos. 2 Profissionais do espectáculo. 3 estudantes, maiores de 65 anos, pessoas com deficiência e acompanhante, desempregados, profissionais do espectáculo, funcionários da CMl eempresas Municipais. 4 Para menores de 30 anos. 5 grupos de mais de 10 pessoas.

Clube de Amigos do TMA 60€Clube de Amigos do TMA 20€Clube de Amigos do TMA 30€

A Assinatura do Festival de Almada dá direito à entrada em todos os espectáculos realizados no Palco grande da escola d. António da Costa, na sala Principal do Teatro Municipal de Almada, no Fórum Municipal romeu Correia e no são luiz Teatro Municipal, num dos dias programados para a respectiva apresentação. Nas restantes salas o acesso livre dos detentores de títulos de assinaturas está depen-dente do número de lugares disponíveis.

Local Bilhete (geral) Bilhete (c/ desconto)

Escola D. António da Costa Palco grandeUma lição dos aloés 15€ 8€1

Todos os grandes governos... 15€ 8€1

era uma vez um crocodilo verde 8€ 5€1

O avarento 15€ 8€1

Uma família portuguesa 15€ 8€1

Um pouco de ternura, grande merda! 20€ 12€1

Concerto sinfónico 15€ 8€1

Teatro Municipal de Almada sala Principaldiálogo de um cão... 15€ 10€1

Carmen.eunice.Maria 15€ 10€1

Ode marítima 20€ 10€1

Teatro Municipal de Almada sala experimentalUm dia dancei sÓ dancei um dia 10€ 6€1

Fórum Romeu Correia 13€ 7€1

Centro Cultural de Belém 15€ 12€1

Incrível Almadense 15€ 8€1

Teatro Maria Matos 12€ 5€4

Culturgest (Pequeno Auditório) 5€ Culturgest (grande Auditório) 12€ 5€4

São Luiz Teatro Municipal 20€ 5€3 e 4

Teatro do Bairro Alto 15€ 7,50€1

Teatro Nacional D. Maria II 7,50€ a 16€ 5€1 a 10€2

Teatro Nacional de São João 7,50€ a 16€ -30%4 e 5

Instituto Franco-Português 10€ 7€1

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27.º Festival de Almada4 a 18 de Julho de 2010

Organização: Câmara Municipal de Almada e Companhia de Teatro de Almada

Capa: Pedro Calapez

FesTivAl de AlMAdA - PrOgrAMADirector: Joaquim Benite Edição: rodrigo Francisco Textos e traduções: Miguel-Pedro Quadrio, José Martins, Torres rodrigues, dina Paulista, Carlos serra Design: Armando vale Produção: Paulo Mendes Impressão: Íris -gráfica, lda.

distribuição gratuita

PrOgrAMA

4 a 18 de Julho de 201027.º Festival de Alm

ada

Informações úteisAssinatura para todos os espectáculos AdUlTO 65€Assinatura para todos os espectáculos JOveM 25€Assinatura para todos os espectáculos sÉNiOr 35€

ContactosTeatro Municipal de Almada | Av. Prof. egas Moniz, Almada | 21 273 93 60 | www.ctalmada.ptFórum Romeu Correia | Praça da liberdade, Almada | 21 272 49 20Incrível Almadense | rua Capitão leitão, Almada | 21 275 09 29Teatro Nacional D. Maria II | Praça d. Pedro v, lisboa | 21 325 08 00Centro Cultural de Belém | Praça do império, lisboa | 213 612 400Culturgest | rua Arco do Cego, lisboa | 21790 51 55São Luiz Teatro Municipal | rua António Maria Cardoso, 38, lisboa | 21 325 76 40Teatro Maria Matos | Av. Frei Miguel Contreiras, lisboa | 218 438 800Teatro do Bairro Alto | rua Tenente raúl Cascais, lisboa | 21 396 15 15Instituto Franco-Português | Avenida luís Bívar, 91, lisboa | 21 311 14 00Casa da América Latina | Av. 24 de Julho, lisboa | 213 955 309Teatro Nacional São João | Praça da Batalha, Porto | 22 340 19 00

1 Jovens até aos 25 anos e adultos com mais de 65 anos. 2 Profissionais do espectáculo. 3 estudantes, maiores de 65 anos, pessoas com deficiência e acompanhante, desempregados, profissionais do espectáculo, funcionários da CMl eempresas Municipais. 4 Para menores de 30 anos. 5 grupos de mais de 10 pessoas.

Clube de Amigos do TMA 60€Clube de Amigos do TMA 20€Clube de Amigos do TMA 30€

A Assinatura do Festival de Almada dá direito à entrada em todos os espectáculos realizados no Palco grande da escola d. António da Costa, na sala Principal do Teatro Municipal de Almada, no Fórum Municipal romeu Correia e no são luiz Teatro Municipal, num dos dias programados para a respectiva apresentação. Nas restantes salas o acesso livre dos detentores de títulos de assinaturas está depen-dente do número de lugares disponíveis.

Local Bilhete (geral) Bilhete (c/ desconto)

Escola D. António da Costa Palco grandeUma lição dos aloés 15€ 8€1

Todos os grandes governos... 15€ 8€1

era uma vez um crocodilo verde 8€ 5€1

O avarento 15€ 8€1

Uma família portuguesa 15€ 8€1

Um pouco de ternura, grande merda! 20€ 12€1

Concerto sinfónico 15€ 8€1

Teatro Municipal de Almada sala Principaldiálogo de um cão... 15€ 10€1

Carmen.eunice.Maria 15€ 10€1

Ode marítima 20€ 10€1

Teatro Municipal de Almada sala experimentalUm dia dancei sÓ dancei um dia 10€ 6€1

Fórum Romeu Correia 13€ 7€1

Centro Cultural de Belém 15€ 12€1

Incrível Almadense 15€ 8€1

Teatro Maria Matos 12€ 5€4

Culturgest (Pequeno Auditório) 5€ Culturgest (grande Auditório) 12€ 5€4

São Luiz Teatro Municipal 20€ 5€3 e 4

Teatro do Bairro Alto 15€ 7,50€1

Teatro Nacional D. Maria II 7,50€ a 16€ 5€1 a 10€2

Teatro Nacional de São João 7,50€ a 16€ -30%4 e 5

Instituto Franco-Português 10€ 7€1

Produção de textos e traduções

Miguel-Pedro Quadrio, José Martins,Torres Rodrigues, Carlos Serra, Dina Paulista

Traduções para legendagem

António Pescada, David Pais, Dina Paulista e Luís Lima Barreto

Comunicação Social

Lúcia Valdevino e Sara Santinho

Design

Gonçalo Marto e Armando Vale

Exposições

Fernando Filipe

Assinaturas e público

Susana Fernandes, Ana Patrícia,Ricardo André, Sandra Roupiço,

Sílvia Rosa, Pedro Walter e João Farraia

Produção

Rui Lopes, Mariana Dias e Ricardo Franco

Acolhimento

Miguel Martins, Gonçalo Duarte,Ivone Silva, Catarina Campos,

Filipe Silva, Mara Anjos e Ana Fitas

Equipa técnica central

Guilherme Frazão, Marco Jardim,Paulo Horta, António Antunes,

António Cipriano, Filipe Fonseca e Pedro Correia

Vídeo e site

Cristina Antunes e Jorge Freire

Legendagem

Alberto Quaresma

Bancas e distribuições

Ana Cláudia Dias, Andreia de Sousa,Sara Amorim e Sara Falcão

Responsáveis técnicos

Carlos Galvão (TMA), Manuel Mendonça (Fórum Romeu Correia), José Carlos Nascimento (TNDM II e Palco Grande), Paulo Graça (CCB), Eugénio Sena (Culturgest), Hernâni Saúde (São Luiz Teatro Municipal),Dominique de Gué (Instituto Franco-Português), Jorge Esteves (Teatro do Bairro Alto), José Rui (Teatro Municipal Maria Matos), Rui Simão (Teatro Nacional São João)

Fotografia

Da Maia Nogueira

Monografia de Charlotte Rampling e Ciclo de filmes

Lauro António

Recepções

Teresa Gafeira e João Dias

Director

JOAQUIM BENITEDirector-adjunto

Rodrigo FranciscoDirector técnico

José Carlos NascimentoAdministração

Maria LaitaDirecção de montagem

Carlos GalvãoDirecção de produção

Paulo Mendes

Cartaz

Pedro Calapez

Equipa do 27.º Festival de Almada

Page 65: P O gr Clube de Amigos do TMA AMA - ctalmada.ptvívio e o confronto com os criadores doutros lugares; uma visão da prática teatral como espaço plural de reflexão – todos estes

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27.º Festival de Almada4 a 18 de Julho de 2010

Organização: Câmara Municipal de Almada e Companhia de Teatro de Almada

Capa: Pedro Calapez

FesTivAl de AlMAdA - PrOgrAMADirector: Joaquim Benite Edição: rodrigo Francisco Textos e traduções: Miguel-Pedro Quadrio, José Martins, Torres rodrigues, dina Paulista, Carlos serra Design: Armando vale Produção: Paulo Mendes Impressão: Íris -gráfica, lda.

distribuição gratuita

PrOgrAMA

4 a 18 de Julho de 201027.º Festival de Alm

ada

Informações úteisAssinatura para todos os espectáculos AdUlTO 65€Assinatura para todos os espectáculos JOveM 25€Assinatura para todos os espectáculos sÉNiOr 35€

ContactosTeatro Municipal de Almada | Av. Prof. egas Moniz, Almada | 21 273 93 60 | www.ctalmada.ptFórum Romeu Correia | Praça da liberdade, Almada | 21 272 49 20Incrível Almadense | rua Capitão leitão, Almada | 21 275 09 29Teatro Nacional D. Maria II | Praça d. Pedro v, lisboa | 21 325 08 00Centro Cultural de Belém | Praça do império, lisboa | 213 612 400Culturgest | rua Arco do Cego, lisboa | 21790 51 55São Luiz Teatro Municipal | rua António Maria Cardoso, 38, lisboa | 21 325 76 40Teatro Maria Matos | Av. Frei Miguel Contreiras, lisboa | 218 438 800Teatro do Bairro Alto | rua Tenente raúl Cascais, lisboa | 21 396 15 15Instituto Franco-Português | Avenida luís Bívar, 91, lisboa | 21 311 14 00Casa da América Latina | Av. 24 de Julho, lisboa | 213 955 309Teatro Nacional São João | Praça da Batalha, Porto | 22 340 19 00

1 Jovens até aos 25 anos e adultos com mais de 65 anos. 2 Profissionais do espectáculo. 3 estudantes, maiores de 65 anos, pessoas com deficiência e acompanhante, desempregados, profissionais do espectáculo, funcionários da CMl eempresas Municipais. 4 Para menores de 30 anos. 5 grupos de mais de 10 pessoas.

Clube de Amigos do TMA 60€Clube de Amigos do TMA 20€Clube de Amigos do TMA 30€

A Assinatura do Festival de Almada dá direito à entrada em todos os espectáculos realizados no Palco grande da escola d. António da Costa, na sala Principal do Teatro Municipal de Almada, no Fórum Municipal romeu Correia e no são luiz Teatro Municipal, num dos dias programados para a respectiva apresentação. Nas restantes salas o acesso livre dos detentores de títulos de assinaturas está depen-dente do número de lugares disponíveis.

Local Bilhete (geral) Bilhete (c/ desconto)

Escola D. António da Costa Palco grandeUma lição dos aloés 15€ 8€1

Todos os grandes governos... 15€ 8€1

era uma vez um crocodilo verde 8€ 5€1

O avarento 15€ 8€1

Uma família portuguesa 15€ 8€1

Um pouco de ternura, grande merda! 20€ 12€1

Concerto sinfónico 15€ 8€1

Teatro Municipal de Almada sala Principaldiálogo de um cão... 15€ 10€1

Carmen.eunice.Maria 15€ 10€1

Ode marítima 20€ 10€1

Teatro Municipal de Almada sala experimentalUm dia dancei sÓ dancei um dia 10€ 6€1

Fórum Romeu Correia 13€ 7€1

Centro Cultural de Belém 15€ 12€1

Incrível Almadense 15€ 8€1

Teatro Maria Matos 12€ 5€4

Culturgest (Pequeno Auditório) 5€ Culturgest (grande Auditório) 12€ 5€4

São Luiz Teatro Municipal 20€ 5€3 e 4

Teatro do Bairro Alto 15€ 7,50€1

Teatro Nacional D. Maria II 7,50€ a 16€ 5€1 a 10€2

Teatro Nacional de São João 7,50€ a 16€ -30%4 e 5

Instituto Franco-Português 10€ 7€1