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Sequência didática Eixo: Ler e apreciar literatura

P3 Coletivo Leitor Sequencia Didatica1 8o e 9o anos

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Leitura para apreciar narrativas de aventura

SequênciadidáticaEixo: Ler e apreciar

literatura

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Leitura para apreciar narrativas de aventuraEixo: Ler e apreciar8º e 9º anos

Apresentação das obras

Dom QuixoteMiguel de CervantesAdaptação: Michael HarrisonTradução: Luciano Vieira MachadoIlustrações: Victor G. AmbrusEditora ÁticaNúmero de páginas: 120

Um velho fidalgo espanhol adora ler histórias de cavalaria. De tão influenciado por elas, enlouquece e sai em busca de aventuras memoráveis com Sancho Pança, seu fiel escudeiro.

Moby DickHerman MelvilleAdaptação: Geraldine McCaughreanTradução: Luísa BaêtaIlustrações: Victor G. AmbrusEditora ÁticaNúmero de páginas: 146

Um dos confrontos mais impressionantes da literatura: o ca-pitão Ahab cruza os sete mares para se vingar de Moby Dick, a gigantesca baleira que o fez perder a perna.

DOM QUIXOTEMiguel de Cervantes

Apresentação de Ana Maria MachadoAdaptação de Michael Harrison

De tanto ler histórias medievais, um velho fidalgo espanholendoidece, pensando ser o cavaleiro Dom Quixote de la Mancha.

Sua armadura é de sucata e papelão, seu prodigioso cavalo é naverdade um pangaré, mas isso não importa. Na companhia do

espirituoso aldeão Sancho Pança, nomeado seu escudeiro,Dom Quixote sairá pelo mundo para viver aventuras memoráveis.

Narrando as confusões de um homem dividido entre sonho erealidade, Dom Quixote não é apenas uma história engraçada e

comovente. Com o passar dos séculos, a obra-prima de Miguel deCervantes ganhou o mundo, tornando-se um marco da literatura e

uma das maiores fontes de inspiração da humanidade.

9 788508 086948

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iguel de Cervantes

D Quixote • capa 7/29/10 9:52 AM Page 1

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Leitura para apreciar narrativas de aventura

Introdução

A leitura e a escrita são, antes de tudo, espaços de conversa. Possibilidades de troca, de aprendizado e de contraste. São convites ao afeto e ao deixar-se afe-tar pelas vozes do mundo, pela fala do outro, pelo debate. A palavra é legado e, por isso, carrega em sua essência um con-vite ao diálogo. (DANNEMANN, 2020, p. 8)

A leitura tem muitas funções e uma delas, nem sempre valorizada como deveria, é a leitura para apreciação, para fruição, eixo desta sequência didática. Dentro do ambiente escolar, quase sem-pre mais “pragmático” e com uma visão muitas vezes “utilitarista” em relação ao tempo e às ações docentes, é importante estabelecer um olhar mais atento quanto aos impactos da leitura para apre-ciação na formação leitora dos estudantes.

Nesse sentido, a escolha de clássicos da lite-ratura mundial como obras a serem apresentadas e lidas tem a função de seduzir e contribuir para a formação dos jovens como leitores literários.

Dom Quixote e Moby Dick têm séculos de aprovação de público e crítica e são capazes de atrair tanto por suas tramas cheias de aventuras quanto pela construção dos personagens; além disso podem fomentar boas conversas com jo-vens estudantes sobre temas relacionados a comportamento e sociedade, latentes entre esse público. Outro aspecto em comum entre as obras, e que será apontado ao longo das aulas, é a motivação ‘cega’ de seus protagonistas, a jor-nada do "herói" – no caso das obras que serão trabalhadas, um deles movido pelo idealismo e o outro, pelo desejo de vingança.

Para avançarmos, faz-se importante entender o que é um clássico literário e, para tanto, vejamos:

Um clássico é um livro que nunca termi-nou de dizer aquilo que tinha para dizer.

[...]

Os clássicos são aqueles livros que che-gam até nós trazendo consigo as marcas das leituras que precederam a nossa e atrás de si os traços que deixaram na cul-tura ou nas culturas que atravessaram (ou mais simplesmente na linguagem ou nos costumes).

[...]

Os clássicos são livros que, quanto mais pensamos conhecer por ouvir dizer, quando são lidos de fato mais se revelam novos, inesperados, inéditos. (CALVINO, 2007, p. 11-12).

A conceituação do que seja um clássico pode ser discutida e compartilhada com os estu-dantes ao longo dos trabalhos propostos nesta sequência didática.

A sequência explora a alternância entre modalidades de leitura, a saber: compartilhada, quando o professor poderá apontar aspectos im-portantes das obras, e individual, que favorece a livre interpretação, em vista do contato direto entre o leitor e o texto e que, posteriormente, permitirá trocas importantes a partir das rodas de conversa propostas. Esse câmbio contribui para o desenvolvimento de comportamentos leitores.

Para todas as aulas, realize previamente a leitura dos capítulos a serem explorados e pre-pare suas ações, a entonação para os diferentes trechos, questionamentos provocativos para os estudantes, pesquisa e levantamento de infor-mações sobre aspectos que queira destacar, etc.

A partir das ações propostas, a sequência objetiva aproveitar as narrativas para apresentar conceitos, destacar aspectos estilísticos e estimu-lar a reflexão dos estudantes sobre os aspectos li-terários, apresentando semelhanças e diferenças entre os dois livros. Objetiva-se assim que, com a leitura dessas obras, os educandos possam:

— participar de uma comunidade de leito-res para despertar a fruição estética;

— desenvolver o hábito da leitura individual e em grupo;

— formular hipóteses de leitura ou pontos de vista a partir dos textos;

— ampliar seu repertório cultural, a partir da leitura de histórias clássicas;

— conscientizar-se acerca da universalidade e da atemporalidade das obras clássicas;

— identificar, na materialidade dos textos, elementos que possam servir para aná-lise deles (temas, recursos de linguagem, aspectos estilísticos, etc.);

— refletir sobre os próprios sentimentos e emoções;

— desenvolver a imaginação e a criatividade.

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Encaminhamento da leitura

1- Apresentação do livro Dom Quixote e do autor

> Espaço: Sala de aula.

> Duração: 50 minutos.

> Materiais: Livro Dom Quixote, pinturas ou ilustrações inspiradas na obra em es-tudo, computador e/ou projetor.

A primeira aula desta sequência didática, ao propor atividades de ativação de conhecimentos prévios e estabelecimento de previsões sobre o texto que será lido, busca chamar a atenção dos alunos e engajá-los na proposta. Compartilhe in-

BNCCA proposta desta sequência estimula o desenvolvimento das seguintes habilidades específicas

previstas na Base Nacional Comum Curricular (BNCC):

(EF69LP47) Analisar, em textos narrativos ficcionais, as diferentes formas de composição próprias de cada gênero, os recursos coesivos que constroem a passagem do tempo e articulam suas par-tes, a escolha lexical típica de cada gênero para a caracterização dos cenários e dos personagens e os efeitos de sentido decorrentes dos tempos verbais, dos tipos de discurso, dos verbos de enunciação e das variedades linguísticas (no discurso direto, se houver) empregados, identificando o enredo e o foco narrativo e percebendo como se estrutura a narrativa nos diferentes gêneros e os efeitos de sentido decorrentes do foco narrativo típico de cada gênero, da caracterização dos espaços físico e psicológico e dos tempos cronológico e psicológico, das diferentes vozes no texto (do narrador, de personagens em discurso direto e indireto), do uso de pontuação expressiva, pala-vras e expressões conotativas e processos figurativos e do uso de recursos linguístico-gramaticais próprios a cada gênero narrativo.

(EF69LP49) Mostrar-se interessado e envolvido pela leitura de livros de literatura e por outras pro-duções culturais do campo e receptivo a textos que rompam com seu universo de expectativas, que representem um desafio em relação às suas possibilidades atuais e suas experiências ante-riores de leitura, apoiando-se nas marcas linguísticas, em seu conhecimento sobre os gêneros e a temática e nas orientações dadas pelo professor.

(EF89LP32) Analisar os efeitos de sentido decorrentes do uso de mecanismos de intertextuali-dade (referências, alusões, retomadas) entre os textos literários, entre esses textos literários e ou-tras manifestações artísticas (cinema, teatro, artes visuais e midiáticas, música), quanto aos temas, personagens, estilos, autores etc., e entre o texto original e paródias, paráfrases, pastiches, trailer honesto, vídeos-minuto, vidding, dentre outros.

(EF89LP33) Ler, de forma autônoma, e compreender – selecionando procedimentos e estratégias de leitura adequados a diferentes objetivos e levando em conta características dos gêneros e suportes – romances, contos contemporâneos, minicontos, fábulas contemporâneas, romances juvenis, bio-grafias romanceadas, novelas, crônicas visuais, narrativas de ficção científica, narrativas de suspense, poemas de forma livre e fixa (como haicai), poema concreto, ciberpoema, dentre outros, expressan-do avaliação sobre o texto lido e estabelecendo preferências por gêneros, temas, autores.

formações sobre a organização das atividades, deixando clara a importância da participação dos estudantes tanto nos momentos coletivos de lei-tura quanto nos individuais – o que implica uma organização em casa para desfrutar os momen-tos de leitura autônoma.

Previamente à aula, selecione ilustrações e/ou pinturas inspiradas na obra Dom Quixote e prepare-se para exibi-las à turma, preferencial-mente com o uso de um projetor. Pintores fa-mosos, como o brasileiro Candido Portinari e os espanhóis Salvador Dalí e Pablo Picasso, criaram

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representações do personagem-título de Miguel de Cervantes e é possível localizar reproduções dessas obras e muitas outras ilustrações com fa-cilidade na internet.

Para iniciar a aula, projete as imagens sele-cionadas e explore-as com os alunos, perguntan-do-lhes que situações e histórias podem imagi-nar com base nas cenas observadas. Estimule-os a usar a imaginação e a criatividade e, também, a expressar suas ideias.

Informe à turma que as pinturas foram ins-piradas na obra Dom Quixote e representam o personagem principal ou passagens da narrativa e, então, passe à exploração da capa do livro. Na imagem da capa, são representados um bravo cavaleiro e seu belo e forte cavalo que, apesar da atitude impositiva, espantam uma galinha. Guie o olhar dos alunos a essa percepção e questio-ne-os sobre o que essa ilustração pode indicar sobre a obra. Se possível, proponha que relacio-nem a ilustração da capa às pinturas exploradas anteriormente. Espera-se que percebam o tom satírico da imagem de capa do livro e suponham que esse tom se faz presente na narrativa. Co-mente que a história de Dom Quixote é conside-rada uma sátira às novelas de cavalaria medievais (histórias que retratam grandes batalhas e feitos heroicos vividos por destemidos cavaleiros er-rantes, que tinham em vista obter a glória e con-quistar a mulher amada, como as lendas do Rei Artur e dos cavaleiros da Távola Redonda), ainda muito lidas no século XVII, quando ela foi escrita.

Depois de explorar a capa do livro, inves-tigue o que os estudantes conhecem a respei-to da obra e de seu autor, propondo questões como: “Vocês conhecem Miguel de Cervantes?”; “O que ouviram falar a respeito? Já leram algo sobre ele?”; “Já ouviram algo a respeito de Dom Quixote?”; “Considerando o que já falamos, do que imaginam que essa obra trata?”, etc.

Ouça as respostas dos alunos e, se neces-sário, acrescente que Miguel de Cervantes (1547-1616), apesar de ter publicado poucas obras, tornou-se um dos escritores mais famosos do mundo por Dom Quixote de La Mancha, sua obra-prima, considerado um dos melhores ro-mances já escritos.

Explore o título da obra, questionando os alunos sobre o significado da palavra “Dom” nes-se contexto. Se necessário, mencione persona-gens históricos, como Dom Pedro I, Dom João VI, de modo que cheguem à conclusão de que

“Dom” indica um título honorífico (usado por monarcas, membros da nobreza e do alto clero). Com base nesse entendimento, os alunos pode-rão apresentar novas hipóteses sobre a narrativa.

Proponha aos alunos que, em duplas, ex-plorem o sumário do livro (p. 3-4), lendo os títu-los dos capítulos com atenção e, a partir deles, façam previsões sobre a leitura. Então, solicite a algumas duplas que compartilhem com a turma suas hipóteses. Acolha os comentários dos alu-nos, fazendo considerações de forma a instigar a curiosidade deles sobre a história. Espera-se que, ao fazer essa exploração, eles percebam que a maioria dos títulos dos capítulos explica o que vai acontecer – como “Em que o nosso he-rói enlouquece”, que anuncia que o personagem principal perderá a sanidade mental. Explique a eles que essa maneira de intitular os capítulos é característica do período medieval.

Em seguida, proponha a leitura comparti-lhada do texto de apresentação da obra, “Dom Quixote: O cavaleiro sonhador”, escrito por Ana Maria Machado (p. 5-6). Nesse texto, a escrito-ra destaca, entre outras questões, a importância de Dom Quixote no cenário mundial e o fato de essa versão da Editora Ática ser uma adaptação da história original. Comente que o título original da obra é El ingenioso hidalgo Don Quixote de La Mancha (“O engenhoso fidalgo Dom Quixote de La Mancha”), sendo que a primeira parte foi pu-blicada em 1605 e a segunda somente em 1615.

Exiba aos alunos o frontispício da primeira edição da primeira parte da obra original (dis-ponível em: https://www.wdl.org/pt/item/7323/view/1/1/. Acesso em: 10 jun. 2020.), publicada em 1605, solicitando que identifiquem o título da obra, o nome do autor, o ano e o local de edição.

Voltando ao livro em estudo, realize a leitura compartilhada do texto “Uma vida de aventuras” (p. 114), que traz informações sobre a vida de Mi-guel de Cervantes.

Como atividade complementar, proponha a construção de um painel temático baseado na obra Dom Quixote. A ideia é que esse painel seja construído coletivamente durante a leitura do li-vro. Para iniciar a atividade, em conjunto com a turma, determine o melhor espaço da sala de aula para construir o painel e solicite a uma dupla de voluntários que confeccione o título. Imprima as pinturas exploradas na aula, o frontispício da pri-meira edição, um retrato de Miguel de Cervantes e uma cópia da capa da versão da Editora Ática.

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Peça a outra dupla de alunos que disponha esse material no painel. Para dar continuidade ao tra-balho, organize a turma em pequenos grupos (com três ou quatro integrantes) e determine uma sequência de forma que, a cada semana, um gru-po diferente fique responsável pela atividade. Ao longo desta sequência didática, para elaborar o painel, proponha diferentes atividades comple-mentares que envolvam pesquisa e produção dos alunos, como releituras de pinturas inspiradas no livro, pesquisa de curiosidades sobre o autor e a obra, pesquisa sobre as cidades mencionadas na narrativa, entre outras possibilidades.

Para a próxima aula, solicite aos alunos que pesquisem capas de diferentes edições de Dom Quixote, tanto antigas quanto atuais, tra-zendo o material impresso com as informações básicas acerca da edição (editora, ano e local de publicação).

2- Leitura compartilhada dos três primeiros capítulos de Dom Quixote

> Espaço: Local externo à sala de aula, como pátio, biblioteca ou sala de leitura, de acordo com as especificidades e a dis-ponibilidade de sua instituição.

> Duração: 50 minutos.

> Materiais: Livro Dom Quixote, computa-dor e/ou projetor.

No espaço escolhido para a realização da atividade, oriente os alunos a se sentar em roda. Procure garantir ambientes agradáveis para os momentos de leitura, o que pode contribuir para que os estudantes tenham experiências significativas e construam memórias dessas ati-vidades, desenvolvendo uma relação positiva com os livros. A percepção que o aluno tem do momento, do ambiente e do espaço em que a leitura ocorre é fundamental para sua relação com a literatura. Identifique, de acordo com a disponibilidade de sua escola, espaços agradá-veis para essas atividades.

Solicite aos alunos que leiam novamente o título dos três primeiros capítulos do livro no sumário. Considerando esses títulos, proponha a eles que formulem e anotem no caderno ques-tões a serem respondidas com a leitura e, em se-guida, peça a alguns voluntários que comparti-lhem as perguntas elaboradas.

Na aula anterior, os alunos foram estimu-lados a levantar hipóteses acerca do enredo da história que será lida. Ao retomar os títulos dos

capítulos e formular questões para serem res-pondidas conforme o avanço das atividades, eles serão levados a assumir o controle da própria lei-tura, pois, por meio da verificação das hipóteses levantadas, construirão uma interpretação do texto. Segundo Isabel Solé (1998, p. 27), “quan-do levantamos hipóteses e vamos lendo, vamos compreendendo e, se não compreendemos, nos damos conta e podemos empreender as ações necessárias para resolver a situação”. Dessa for-ma, a leitura pode ser considerada como um pro-cesso contínuo de elaboração e verificação de hipóteses que propiciam a construção de uma interpretação do texto lido.

Após a formulação de previsões apoiadas nos títulos, proceda à leitura dos três primeiros capítulos (p. 9-25) e, pontualmente, durante a atividade, faça considerações e observações so-bre aspectos da obra do ponto de vista de estilo e abordagem, permitindo que os alunos tirem dúvidas sobre trechos ou contextos que não te-nham entendido.

Durante a leitura, explore alguns aspectos da linguagem utilizada na obra, uma vez que o texto se destaca pela qualidade das construções sintáticas e pelo uso de palavras e expressões que conferem maior beleza ao texto literário. É possível, por exemplo, explorar o vocabulário que caracteriza a época em que se passa a his-tória, destacando o emprego de palavras como “fidalgo”, “ama”, “estalagem”, “corcel”, “elmo”, “peleja”, “escudeiro”, etc. Além disso, nota-se o emprego da linguagem figurada, como no tre-cho “Tal como a preocupação dando voltas em seu cérebro, retalhos de velhas histórias des-prendiam-se de sua memória e juntavam-se ao turbilhão de sua mente” (p. 13-14, grifos nossos), em que são construídas expressões metafóricas, atribuindo expressividade ao texto e favorecen-do a construção de sentidos acerca daquilo que é descrito (seja o espaço ou o personagem, por exemplo) ou narrado. Procure observar a utiliza-ção desses recursos e destacá-los para os alunos sempre que for pertinente.

Depois da leitura, abra espaço para que os estudantes exponham suas impressões e façam relações com outras obras e/ou com a realidade deles. Apresente questões relativas aos capítulos lidos, para despertar o interesse e a participação dos alunos em boas discussões.

Reconstrua com a turma a situação inicial da narrativa, levando-os a caracterizar a época e o

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espaço em que ocorrem os fatos, a partir de pis-tas encontradas no texto. Tanto a época quan-to o espaço são mencionados no texto: os fatos narrados ocorrem no século XVI, na cidade de La Mancha e em arredores, na Espanha. Locali-ze Castela e La Mancha no mapa que consta no livro (p. 7) e, se possível, apresente à turma ima-gens atuais de paisagens da região, disponíveis em diversos sites da Internet.

Inicie a caracterização do personagem prin-cipal, propondo aos alunos comentem as carac-terísticas de Dom Quixote que mais chamaram a atenção deles nos capítulos iniciais da obra. Estimule-os a descrever o personagem tanto do ponto de vista físico quanto psicológico e emo-cional. Ao construir essa caracterização com os alunos, encaminhe-os à percepção da relação entre as fragilidades do fidalgo no que tange sua aparência física (muito magro, “ossudo”) e seu psicológico (destacando sua relação com as his-tórias que lê e a maneira particular como inter-preta as situações que vivencia).

Retomando fatos dos capítulos lidos, ques-tione os alunos sobre as motivações de Dom Qui-xote para seguir adiante com a empreitada de vi-ver como um cavaleiro e leve-os a refletir sobre o que nós, seres humanos, somos capazes de fazer para realizar nossos sonhos, por exemplo. Explo-re também o fato de o personagem escolher um momento específico para sair de casa (“antes que a sobrinha e a ama acordassem”, p. 13), o que re-vela certa sanidade na empreitada aparentemen-te insensata que o personagem pretende levar adiante. A exploração das dualidades loucura-sa-nidade, imaginação-realidade, que trazem à tona questões humanas universais, permeia todo o enredo da obra, sendo evidenciada pelas figuras de Dom Quixote e Sancho Pança.

Organize esses espaços de discussão e tro-cas para que as atividades ocorram de forma atrativa e produtiva, garantindo que todos se sintam acolhidos e à vontade para interagir.

Para concluir a aula, proponha a leitura com-partilhada do texto “Princesas, fadas e dragões” (p. 118). Então, solicite aos estudantes que, em casa, façam uma pesquisa breve sobre as nove-las de cavalaria, registrando as principais caracte-rísticas desse gênero literário.

Recolha as imagens solicitadas na aula an-terior (capas de diferentes edições da obra) e oriente o grupo responsável da semana a fixar as imagens no mural.

Sugestões de leitura para o professor:

CERVANTES, Miguel de. O engenhoso cavaleiro D. Quixote de La Mancha. Tra-dução: Sérgio Molina. Ilustrações: Gustave Doré. Edição bilíngue. 4. ed. São Paulo: Edi-tora 34, 2017.

MONTALVO, Garci Rodriguez de. Amadís de Gaula: Los quatro libros de Amadís de Gaula. Adaptação: Antonio Joaquín Gonzá-lez. Zaragoja: Equipo Cayena, 2014.

PYLE, Howard. Três grandes cavaleiros da Távola Redonda: Lancelot, Tristão e Perci-val. Edição comentada e ilustrada. Tradu-ção: Vivien K. Lessa de Sá. São Paulo: Zahar, 2019. (Clássicos Zahar).

VIEIRA, Afonso L. O Romance de Amadis. São Paulo: Martins Fontes, 2010.

3- Exploração sobre novelas de cavalaria e lei-tura compartilhada dos capítulos 4 e 5 de Dom Quixote

> Espaço: Sala de aula ou outro espaço escolar que seja propício à atividade de leitura compartilhada.

> Duração: 50 minutos.

> Material: Livro Dom Quixote.

Inicie a aula retomando resumidamente o que foi explorado na aula anterior. Incentive os alunos a comentarem o que consideraram mais interessan-te e/ou marcante na leitura até o momento.

Solicite aos alunos que partilhem o resulta-do das pesquisas sobre as novelas de cavalaria, acolhendo os comentários, acrescentando curio-sidades e destacando os pontos mais relevantes. Relacione as informações trazidas pelos alunos e as lidas no texto da páginas 118 à forma como é iniciada a narrativa (com um trecho de uma novela de cavalaria que estava sendo lida por Dom Qui-xote) e às etapas de preparação do personagem para sua aventura (resgate e reforma da armadu-ra, batismo do cavalo, escolha de sua dama).

Durante essa discussão, peça a um voluntá-rio que registre em um pequeno cartaz os prin-cipais aspectos levantados sobre as novelas de cavalaria para acrescentar ao painel temático.

A fim de enriquecer ainda mais essa explo-ração, selecione trechos de histórias de cava-leiros andantes e leia para a turma. A série Re-

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encontro, da Editora Scipione, dispõe de boas opções para a atividade. Por exemplo, os volu-mes Tristão e Isolda, adaptado por Telma Gui-marães Castro Andrade, e O Rei Artur e os Cava-leiros da Távola Redonda, traduzido e adaptado por Ana Maria Machado.

Proponha, então, a leitura dos capítulos 4 e 5 (p. 26-38) de Dom Quixote, orientando os alu-nos a prestar atenção ao desenvolvimento do enredo e à evolução dos personagens.

Ao realizar a leitura do capítulo 4, auxilie os alunos a perceber que se inicia um novo ciclo na história, quando Dom Quixote sai novamente em busca de aventuras, acompanhado por Sancho Pança dessa vez. A figura do fiel escudeiro do fidalgo também pode ser considerada parte da sátira às novelas de cavalaria. Vale considerar que o próprio “sobrenome” do personagem, Pança, é uma ironia, diante do esperado para o escudei-ro de um cavaleiro, uma vez que, de modo geral, espera-se, seja alguém alto, forte, esguio e de boa compleição física.

Além disso, ao ler e explorar esses capítulos, é possível destacar outro aspecto importante na construção da obra: a verossimilhança, uma vez que os fatos narrados são possíveis de acontecer, ao contrário do que ocorre na chamada literatura fantástica. No caso de Dom Quixote, as quedas, as vestes, os diálogos, os machucados, os sons, as aventuras vividas, o tempo e o espaço em que ocorrem as ações, os enfrentamentos, etc. são baseados na realidade, mas sempre interpreta-dos com base na distorção da realidade gerada pela “loucura” e imaginação do protagonista e, muitas vezes, de seu ajudante.

No capítulo 4, o narrador diz que Dom Qui-xote ouvia o relincho de centenas de corcéis, o rufar dos tambores e o toque atrevido dos cla-rins quando, na realidade, o que havia eram dois grandes rebanhos de carneiros. Explore a situa-ção, perguntando aos estudantes: “A que situa-ção normalmente associamos a figura dos ‘car-neirinhos’?”; “Carneiros são animais que podem ser considerados ameaçadores?”; “Que tipo de animal podemos associar a uma situação a ser enfrentada por um cavaleiro medieval?”; “Que animal se espera para um ‘embate heroico’ ou si-tuação de perigo?”. Nesse trecho, o autor brinca com o olhar “romântico” (e confuso) do persona-gem principal, fazendo-o ver uma “cena gran-diosa” diante de uma situação cotidiana para o cenário em que a história se passa.

Essa interpretação fantasiosa da realidade ocorre em várias outras passagens da obra. Sele-cione algumas para discutir com os alunos, pro-pondo reflexões acerca das dualidades sonho--realidade e loucura-sanidade, que são inerentes à condição humana e permeiam situações que podem ser vivenciadas por qualquer indivíduo.

No capítulo 5, é narrada a famosa cena em que Dom Quixote acredita ter encontrado gi-gantes, que na verdade eram moinhos de vento. Observe que, apesar de não haver na narrativa a interferência de elementos mágicos ou de uma força providencial para resolver as aflições do ca-valeiro, como ocorre nas novelas de cavalaria, es-ses elementos se fazem presentes na narrativa, já que o protagonista faz menção à figura de um fei-ticeiro que age contra ele em diversas passagens, como na cena dos moinhos de vento, quando diz ao escudeiro: “— Fomos enganados — disse Dom Quixote. — O feiticeiro nos enganou e me fez pas-sar por bobo. Não havia nenhum gigante” (p. 36).

Leia o trecho correspondente a essa batalha em uma edição de texto integral e solicite aos alunos que apontem as semelhanças e as dife-renças entre as duas versões da cena. Os dados levantados podem ser registrados em uma tabe-la comparativa para compor o painel temático. Se possível, em outros momentos, leia trechos do texto original e proponha a comparação com a versão adaptada.

Oriente os alunos a ler os capítulos de 6 a 9 (p. 39-59) para a próxima aula, registrando os principais acontecimentos narrados nesses capí-tulos e fazendo anotações acerca das reflexões suscitadas a partir deles.

4- Roda de conversa sobre os capítulos de 6 a 9 de Dom Quixote

> Espaço: Espaço ao ar livre, como um pá-tio ou jardim, que seja um ambiente tran-quilo e silencioso, propício à atividade a ser desenvolvida.

> Duração: 50 minutos.

> Materiais: Livro Dom Quixote; cadernos dos alunos com anotações acerca dos capítulos lidos de forma autônoma.

Leve os alunos ao espaço escolhido para a re-alização da atividade e oriente-os a sentar em roda.

Para iniciar a aula, proponha a reconstrução oral coletiva do enredo dos capítulos 6 a 9, a partir dos principais fatos narrados. Os alunos podem

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se apoiar nos registros realizados nos cadernos e nas ilustrações da obra.

Nesse ponto da narrativa, já é possível am-pliar a caracterização de Dom Quixote e Sancho Pança, considerando as percepções dos alunos acerca das situações narradas. Questione-os so-bre os personagens, com perguntas como: “Dom Quixote age de forma completamente descabi-da sempre?”; “Podemos dizer que perdeu com-pletamente a razão, a sanidade? Por quê?”; “San-cho Pança encara as situações vividas do mesmo modo que seu amo?”; “Considerando as atitudes de Dom Quixote, qual o papel de Sancho Pança na história?”; etc.

Espera-se que os alunos apontem contras-tes entre os personagens que se evidenciam tanto na constituição física quanto na persona-lidade deles. Enquanto o cavaleiro é retratado como um homem muito magro, o escudeiro faz jus ao sobrenome e não perde a oportunidade de comer fartamente; enquanto Quixote pode ser interpretado como um idealista, visionário e até imprudente, Sancho Pança, em geral, é prag-mático e simplório. No entanto, no decorrer do enredo, notam-se diferentes passagens em que o escudeiro é envolvido no delírio do amo, aden-trando no universo quixotesco.

Destaque alguns trechos dos capítulos em discussão, propondo reflexões baseadas neles. No capítulo 6, por exemplo, há um trecho que define como o personagem principal vê a si pró-prio e sua missão, reforçando o ideal de lutar contra as injustiças (característico dos cavaleiros andantes): “— Minha missão é desfazer agravos e socorrer os oprimidos. Sou o Cavaleiro da Triste Figura! Vim para livrá-los de seus grilhões!” (p. 41). Com base nesse trecho, promova uma discussão sobre o que os estudantes entendem a respeito e sobre como essa frase seria interpretada hoje. A ideia não é estabelecer uma discussão política ou tomar partido de alguma ideologia, mas iden-tificar o tipo de relação entre a obra e a realidade e promover o desenvolvimento de estratégias leitoras, como a que os estudantes farão neste caso. Ajude os alunos a fazer inferências com al-gumas questões norteadoras, como:

> Se alguém a publicasse em uma rede so-cial, sem a informação de que se trata de um trecho da obra, que tipo de comentá-rios receberia? Justifique sua resposta.

> Em suas redes sociais ou relações cotidia-nas, você identifica frases ou situações

semelhantes, em que os direitos sociais são vistos sob diferentes interpretações?

Ao longo do livro, Dom Quixote demonstra que acredita ser um cavaleiro andante “a servi-ço” dos oprimidos, com uma missão a ser cum-prida. Da mesma forma, em todas as interações com personagens femininas fica ressaltado seu aspecto “cavalheiresco”, de respeito às mulheres, ainda que de maneira antiquada se comparada com o entendimento atual de igualdade de di-reitos entre os sexos.

Esses temas permitem boas discussões. En-tão, promova debates a respeito deles, apresen-tando questões como: “Seria Dom Quixote lou-co ou idealista?”. Calibre os desdobramentos e a profundidade das abordagens de acordo com o perfil dos estudantes, o tempo de que dispõe e outras variáveis, conforme sua percepção quanto à pertinência. É importante que os alunos perce-bam que é possível interpretar as ações de Dom Quixote sob diferentes pontos de vista.

No capítulo 7, fica evidente também a dua- lidade presente em Sancho Pança, que, apesar de tentar trazer o amo à realidade, acreditava em suas promessas e tinha esperanças de ganhar uma recompensa mesmo quando sabia se tratar de uma situação forjada. Quando o escudeiro, separado do amo para cumprir uma tarefa, se re-encontrou com mestre Nicolau e padre Tomás e lhes contou tudo o que havia acontecido, “[...] ti-nha a impressão de ter sido um tolo em acreditar nas promessas de Dom Quixote. Tudo o que ele conseguira foram alguns ferimentos e uma bacia de barbeiro toda amassada, que mestre Nico-lau não aceitaria nem de graça. Então Sancho se deu conta de que era preciso levar o seu mestre para casa, para protegê-lo de si mesmo” (p. 46). No entanto, quando Quixote recusou a recom-pensa da falsa princesa, mesmo sabendo que se tratava de uma farsa para levar o fidalgo de volta para casa, o escudeiro demonstrou-se furioso: “— Quem nada tem nada perde — murmurou Sancho. — Mas é melhor a promessa de metade de nada do que só o nada” (p. 49). Aproveite para explorar com os alunos o uso de provérbios pelo escudeiro, característica marcante dele e que pode ser relacionada ao fato de o personagem representar um homem do povo, que não pos-suía estudos, mas que não deixa de demonstrar a sabedoria adquirida com a experiência de vida.

O capítulo 9, em que o cavaleiro é levado para casa novamente, corresponde à conclusão

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do segundo ciclo da história e, também, da pri-meira parte da narrativa (ou seja, do original pu-blicado em 1605). Com o final da primeira parte, questione os estudantes sobre a compreensão deles a respeito do que foi lido até o momento e suas expectativas quanto à evolução do enredo, fazendo-lhes perguntas como: “O que mudou na percepção de vocês da apresentação da obra até o momento?”; “Do que imaginavam antes da leitura, o que se concretizou e o que se mostrou diferente?”; “Quais suas impressões gerais sobre a primeira parte do livro?”; “Como vocês dariam prosseguimento à história?”, etc.

Para encerrar a aula, leia o texto “A Espanha de Dom Quixote” (p. 116). Se possível, peça ao pro-fessor de História que converse com os alunos so-bre a Espanha do século XVI, contextualizando de modo mais amplo a época em que viveu Miguel de Cervantes e em que a obra foi escrita.

5- Leitura compartilhada dos capítulos 10 a 12 de Dom Quixote

> Espaço: Espaço externo à sala de aula, como biblioteca ou sala de leitura.

> Duração: 50 minutos.

> Material: Livro Dom Quixote.

Nesta aula, será realizada a leitura comparti-lhada dos capítulos de 10 a 12 (p. 60-76). Relem-bre aos alunos que será iniciada a segunda parte da narrativa (correspondente ao original lançado em 1615).

Antes de iniciar a leitura, proponha aos alunos que levantem hipóteses acerca do desenvolvi-mento do enredo na segunda parte da obra. Para estimulá-los a fazer previsões, apresente questões como: “O que vocês acham que vai acontecer a partir de agora?”; “Será iniciado um novo ciclo na história, com outra viagem do Cavaleiro da Triste Figura?”; “Dom Quixote terá recuperado o juízo e viverá em sua aldeia, somente narrando as peri-pécias vividas?”; “Será que ele se encontrará com sua amada Dulcineia?”, etc.

Realize a leitura compartilhada dos capítu-los, esclarecendo dúvidas relacionadas ao voca-bulário e ao desenvolvimento das ações, se ne-cessário. Sempre que possível, chame a atenção dos alunos para os recursos linguísticos usados para a construção do texto, como o uso de des-crições detalhadas.

No capítulo 10, é interessante notar que há ocorrência de metalinguagem, ou seja, usa-se

uma determinada linguagem para falar dessa própria linguagem. Nesse caso, usa-se o livro para falar de livros e, inclusive, do livro Dom Qui-xote. Explique o conceito de metalinguagem e solicite aos estudantes que identifiquem os tre-chos em que ela ocorre. Ao explorar essa ques-tão, leia com a turma o texto “O livro que fala de livros” (p. 115).

Outro aspecto interessante a se notar é que ocorre a inclusão de personagens como leitores da própria história que está sendo narrada, como é o caso de Sansão Carrasco, o Bacharel, e dos duques (que aparecerão no capítulo 13).

No enredo desses três capítulos, é eviden-ciada a forma como Sancho Pança adentrara ao universo quixotesco, tornando-se uma figura que transita entre o real e o imaginário, a sanida-de e a loucura, assim como seu mestre. Destaque os seguintes trechos aos alunos e proponha que os relacionem, chegando a uma interpretação acerca desse personagem:

“Quando Sancho Pança tentou visitar seu amo, foi repelido.

— O que é que você quer, seu mons-trinho? — gritou-lhe a ama. — Você já causou problemas demais. Volte para sua pobre mulher, se é que ela ainda o quer. Não ouse se aproximar daqui.

— Quero perguntar a Dom Quixote sobre a minha ilha. Ele garantiu que eu teria uma ilha, da qual seria governador” (p. 60).

“Procuraram abrigo entre as árvores para esperar o raiar do dia, e Sancho fi-cou matutando em como resolver o pro-blema da bacia que ele não entregara. Por fim ele se consolou se lembrando da capacidade que tinha seu mestre, de en-xergar nas coisas aquilo que queria ver: moinhos eram gigantes, ovelhas eram soldados, bacias de latão eram elmos de ouro” (p. 67).

“[...] E assim Dom Quixote ficou ainda mais firme na resolução de procurar o feiticeiro malvado e destruí-lo, e Sancho Pança ainda mais convicto de que sua ilha logo logo iria lhe cair nas mãos” (p. 76).

Estimule-os a pensar também em como nós mesmos encaramos a realidade, perguntando--lhes: “Será que, em alguns momentos, nós tam-

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bém não agimos como Dom Quixote, enxergan-do nas coisas o que queremos ver?”.

Como se trata de uma questão complexa, se considerar pertinente, proponha que continuem a refletir em casa e registrem seus pensamentos e possíveis questionamentos para que possam retomar na próxima aula.

Oriente os alunos a ler, em casa, os capítulos de 13 a 15 (p. 77-102) para a aula seguinte.

6- Exploração oral dos capítulos 13 a 15 de Dom Quixote

> Espaço: Espaço externo à sala de aula, como biblioteca ou sala de leitura ou um jardim.

> Duração: 50 minutos.

> Material: Livro Dom Quixote.

Caso tenha orientado os alunos a realizar o registro como tarefa de casa, proponha um mo-mento de partilha, retomando a reflexão inicia-da na aula anterior. Durante essa discussão, eleja um aluno para atuar como escriba, registrando as conclusões da turma acerca de Sancho Pança em um pequeno cartaz que poderá ser afixado no painel temático.

O propósito de gerar conversas e discus-sões com base em uma leitura é fomentar en-tre os estudantes esse conceito de leitura como fruição, como algo que também deve ser objeto de conversas, assim como falamos sobre tantos outros assuntos e situações cotidianas.

Valorize sempre as impressões dos estudan-tes e continue provocando discussões a respeito do livro, do enredo e do estilo do autor. Busque a participação de todos, aprofundando as discus-sões com perguntas e interações que estimulem a reflexão crítica e o amadurecimento dos jovens quanto à compreensão da obra.

Ao finalizar a discussão, proponha a recons-trução oral coletiva do enredo dos capítulos lidos em casa, orientando os alunos a destacar os prin-cipais fatos narrados.

Nos capítulos 13 e 14, leve-os a destacar a introdução de novos personagens que também são leitores da obra e a forma como se relacio-nam com Dom Quixote e Sancho Pança, fazen-do-os acreditar na aparição do feiticeiro Merlin e no cavalo mágico.

No capítulo 15, estimule-os a comentar as ações de Sancho Pança que justificam o títu-lo “Em que Sancho mostra que não é tão bobo

como parece” e, também, a recorrência da me-talinguagem, já que personagens coadjuvantes comentam a má qualidade da “versão falsificada” da continuação da obra e chegam a mencionar Miguel de Cervantes.

À medida que a leitura se aproxima dos ca-pítulos finais, é interessante conversar com os alunos para verificar se compreenderam que o conflito da narrativa gira em torno da “loucura” do personagem principal, além de propor que le-vantem hipóteses acerca do final da história, fo-mentando-os com questões como: “Como vocês imaginam que a história termina?”; “O que vocês acreditam que vá acontecer com Dom Quixote e Sancho Pança?”; “Será que Dom Quixote final-mente conhecerá Dulcineia?”, etc.

Para concluir a aula, leia o texto “Ganhando o mundo” (p. 120) e proponha aos alunos que, em casa, pesquisem outras obras literárias e di-ferentes expressões artísticas (pinturas, peças teatrais, músicas, etc.) que tenham sido inspira-das em Dom Quixote, para compartilhar com a turma na Aula 7.

7- Leitura compartilhada dos capítulos 16 e 17 e apreciação final

> Espaço: Sala de aula ou sala de vídeo.

> Duração: 50 minutos.

> Materiais: Livro Dom Quixote; computa-dor e projetor.

Inicie a aula retomando as hipóteses levan-tadas anteriormente acerca do desfecho da nar-rativa e, em seguida, proponha a leitura compar-tilhada dos capítulos 15 a 17, trecho final do livro.

No capítulo 16, quando Dom Quixote é der-rotado pelo Cavaleiro da Lua Cheia (na verdade, Sansão, o bacharel) e se rende, Sancho Pança re-clama por sua ilha, recebendo do amo a seguinte resposta: “— Seus sonhos devem morrer com os meus [...]” (p. 105). Proponha uma discussão acer-ca dessa afirmação de Dom Quixote, levando os alunos a perceberem a lucidez demonstrada pelo personagem nesse momento.

Ainda no capítulo 16 (p. 103-108), leve os alu-nos a perceber como as figuras de Sancho Pança e Dom Quixote equilibram-se novamente na re-lação loucura-sanidade, questionando-os sobre o que é expresso pelos personagens. Observe que Sancho, apesar de não ter desistido de rece-ber os carneiros prometidos pelas “chicotadas”, demonstra não saber bem o que de fato havia

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acontecido e o que era fruto de imaginação, en-quanto Dom Quixote demonstra lucidez, preo-cupando-se com a forma como seriam registra-dos seus feitos nos livros.

No capítulo final (p. 109-111), a consciência que Dom Quixote “adquire” em relação à rea- lidade é expressa em sua fala: “— Que todos aprendam com o meu exemplo — sentenciou Dom Quixote. — Não confiem em escritores. Procurem olhar o mundo pela lente do senso comum e aprendam a ver o que de fato existe nele” (p. 110).

Com base no desfecho da narrativa, discuta com os alunos a relação entre o afastamento do sonho, da ideologia e a aproximação com a mor-te (que pode ser interpretada alegoricamente).

Como fechamento das discussões, promo-va um debate com os estudantes sobre o tema central abordado na obra: o idealismo. Para isso, divida a turma em duplas ou trios e proponha que conversem a respeito. Apresente questões norteadoras, como:

> Você considera Dom Quixote realmente um louco ou um sonhador, idealista? Ou teria ele um pouco das duas condições? E Sancho Pança?

> Todo idealista é, necessariamente, um “louco”, alguém fora da realidade?

> Você identifica outro personagem literá-rio com características semelhantes às de Dom Quixote? E, na realidade, conhece algum “Dom Quixote”?

> Você acredita em um mundo mais justo? Você é idealista?

> Que comportamentos de Dom Quixote podem nos inspirar?

> Por que essa obra é lida em tantos luga-res do mundo há tanto tempo?

Estabeleça um período para essas conver-sas e separe um tempo para que esse conteúdo seja socializado com toda a sala. Nesse momen-to, é importante que os alunos compreendam a universalidade da obra e os motivos pelos quais ela se tornou um clássico. Encaminhe a discussão de modo a reforçar que Dom Quixote, ao enalte-cer o resgate de valores como liberdade, honra, ética, nobreza e retidão, tornou-se um ícone do idealismo e representante de quem vê a realida-de para além dos cinco sentidos conhecidos.

Para concluir a exploração da obra, propo-nha aos alunos que apresentem e comentem as obras relacionadas a Dom Quixote que pesquisa-ram, conforme proposto na aula anterior.

Promova uma discussão quanto aos ele-mentos de Dom Quixote presentes nas obras apresentadas, estimulando-os a destacar aspec-tos relacionados ao conteúdo (vocabulário, refe-rência a personagens, idealismo, etc.) e formais (ambientação sonora, cenários, entonações, etc.) que denotem a referência. Para guiar a conversa, apresente questionamentos, como:

> Como é possível identificar que as obras fazem referência a Dom Quixote? Caso não apresentassem os nomes ou fizessem menções explícitas, seria possível identifi-car a obra original a que se referem?

> Que aspectos há em comum nessas obras?

> De que forma essas obras “dialogam”? Para que duas obras “conversem” é ne-cessário que a referência seja sempre explícita? É possível fazer isso de forma indireta ou sutil?

Caso haja disponibilidade de tempo, sele-cione uma canção inspirada no livro de Miguel de Cervantes para ouvir e explorar com a turma. Há opções como as canções homônimas, das bandas Os Mutantes e Engenheiros do Hawaii, e a canção “Dom Quixote da Perifa”, do grupo de percussão corporal Barbatuques.

Além disso, há na internet vídeos de dife-rentes adaptações do balé Dom Quixote, coreo-grafado por Marius Petipa e Alexander Gorsky no século XIX, e de muitas peças teatrais inspiradas na obra de Cervantes.

A título de curiosidade e estímulo à leitura, vale mencionar outros livros que, em algum mo-mento de suas narrativas, fazem referência a Dom Quixote, por exemplo: Os três mosqueteiros, de Alexandre Dumas; Quincas Borba, de Machado de Assis; As aventuras de Huckleberry Finn,  de Mark Twain; Em busca do tempo perdido, de Mar-cel Proust; Ulysses, de James Joyce, dentre outros.

Enfim, diga aos alunos que, conforme afir-ma Ana Maria Machado, no texto de apresenta-ção do livro lido, “Dom Quixote não se esgota em uma só leitura nem em uma só adaptação” (p. 6), incentivando-os a realizar a leitura da obra origi-nal futuramente.

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8- Apresentação do livro Moby Dick e orienta-ções para leitura autônoma

> Espaço: Sala de aula.

> Duração: 50 minutos.

> Materiais: Livro Moby Dick; computador e projetor.

Os estudantes já estão familiarizados com esse processo de trabalho com a leitura e as ati-vidades realizadas com base em Dom Quixote. Agora é importante manter aceso o interesse apresentando outra obra, também um clássico da literatura mundial.

Prepare-se previamente para abordar a obra com os eles. Informe a todos sobre como irão observar com atenção os recursos estilísti-cos utilizados pelo autor, a temática e as ilustra-ções, de forma similar ao que foi feito na leitura de Dom Quixote.

Para o início dos trabalhos com essa obra, faça alguns questionamentos a fim de identificar o que os estudantes conhecem e/ou imaginam sobre a obra:

> Vocês conhecem Moby Dick? O que já ouviram falar a respeito?

> Do que imaginam que essa obra trate?

Caso os alunos demonstrem não saber mui-to sobre a obra, proponha questionamentos, es-timulando o levantamento de hipóteses acerca da história. Registre na lousa palavras-chave re-lacionadas aos conhecimentos prévios e às hipó-teses levantadas pelos alunos.

Explore a capa da obra e leia o texto da quarta capa com a turma. Nesse momento, reto-me as palavras-chave registradas na lousa, con-firmando ou não as previsões acerca da história feitas pelos alunos, tanto quanto possível.

Pontue que Moby Dick, assim como Dom Quixote, é um clássico e que o livro a ser explorado também é uma adaptação da obra original, publi-cada pela primeira vez em 1851. Proponha a leitura compartilhada do texto de apresentação, intitu-lado “O mar profundo e a profunda obsessão” (p. 5-7). Nesse texto, Ana Maria Machado ressalta a força expressiva de Moby Dick, capaz de comover leitores de diferentes idades, em diferentes épo-cas. Para apresentar o autor da obra aos alunos, leia o texto “Observador privilegiado” (p. 138).

Faça a leitura compartilhada do primeiro ca-pítulo (p. 9-22) e na sequência proponha algumas questões aos alunos:

> Quais foram suas impressões iniciais so-bre os personagens Ismael e Queequeg? Que características podem ser destaca-das?

> Como o autor descreve os cenários e personagens? O que vocês identificam nesse sentido?

O capítulo 1 traz descrições detalhadas de cenários e já apresenta algumas características de personagens fundamentais para a obra, como Ismael (narrador da história, nômade, se denomi-na caçador de baleias, aventureiro) e Queequeg (arpoador, canibal, feio, tatuado com espirais púr-puras e quadrados pretos) – mostre a ilustração da página 16 para apresentar a fisionomia dos personagens (esclarecendo que se trata de repre-sentações desses personagens, do modo como o ilustrador os imaginou com base na narrativa).

Em seguida, proponha aos alunos que leiam o restante da obra em casa, combinando com eles um prazo para a realização dessa atividade. Para auxiliá-los na análise da narrativa, apresen-te-lhes um roteiro de leitura, com orientações como estas:

> Reconte, com suas palavras, a situação inicial, o conflito principal, a solução do conflito e o desfecho da narrativa.

> Caracterize a época e o espaço em que são narrados os fatos.

> Defina o tempo (duração) da narrativa, com base em pistas do texto.

> Comente o foco narrativo e caracterize o narrador da história.

> Descreva brevemente os personagens principais.

> Diga brevemente qual é o tema central da história.

> Diga por que, na sua opinião, esse livro se tornou um clássico.

Oriente os estudantes a observarem, duran-te a leitura, como o protagonista, Capitão Ahab, tem um sentimento de ação, uma motivação, similar à de Dom Quixote, ainda que por razões muito diferentes.

Para que compreendam melhor o contexto da obra, instrua-os a ler também em casa os tex-tos ainda não explorados do capítulo “Por trás da história” (p. 139-144).

Espera-se que, a partir da leitura, os alunos compreendam que, tendo como mote o desejo

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de vingança de um capitão do mar a um cacha-lote (um enorme animal marinho comumente confundido com uma baleia-branca), a trama evi-dencia a oposição entre o homem e a natureza e o eterno conflito entre o homem e seu destino.

Para despertar ainda mais o interesse dos alunos pelo enredo da narrativa, selecione pre-viamente um trailer ou trecho de uma das dife-rentes versões cinematográficas de Moby Dick e transmita à turma ao final da aula.

9- Apreciação coletiva do livro Moby Dick

> Espaço: Sala de leitura ou biblioteca.

> Duração: 50 minutos.

> Materiais: Livro Moby Dick.

Inicialmente, oriente a reconstrução oral co-letiva da narrativa. Para que essa atividade corra de maneira dinâmica e organizada, previamente divida a turma em dez grupos e determine que cada grupo fique responsável por recontar um ca-pítulo da narrativa (do capítulo 2 ao 11 – p. 23-133).

Em seguida, proponha a apreciação da obra baseada no roteiro de leitura criado na aula 8. Peça aos alunos que leiam e/ou comentem os re-gistros feitos, conforme considerar mais produti-vo, considerando o perfil e a dinâmica da turma.

Incentive os estudantes a falarem sobre o que leram, destacando suas impressões sobre a narrativa, os acontecimentos que chamaram mais atenção, aquilo que provocou estranhamentos, entre outros aspectos. Sempre que possível, co-mente e/ou questione as afirmações dos alunos acerca da obra, fazendo-os ampliar sua visão ou perceber outros pontos de vista possíveis.

A obra permite explorar a “busca por si mesmo” realizada pelo protagonista, o enfren-tamento do desconhecido, na forma de um es-paço não claramente identificável (algum recan-to do mar), contra seres também desconhecidos em termos de forma e atitudes e um propósito não tão claro, escondido por trás de uma vin-gança; uma obsessão que serve para encobrir um certo vazio existencial.

Para concluir a reflexão sobre a obra, leia o Epílogo (p. 134) coletivamente e proponha per-guntas, como:

> Vocês entendem que Ahab conformou--se por perceber que não tem mais for-ças para retomar e “concluir” efetivamen-te sua vingança? Ou arrependeu-se?

> O trecho indica que, mesmo em terra fir-

me e longe do mar, Ahab sente medo de Moby Dick. Vocês acham que ele enlou-queceu ou esse medo é apenas reflexo de sua longa jornada?

> Vocês gostaram do desfecho? Teriam concluído a história de outra forma? Co-mentem!

Como atividade complementar, exiba à tur-ma o filme 2010: Moby Dick (dirigido por Trey Stokes e lançado nos EUA em 2010), versão atua-lizada da obra de Herman Melville.

10- Análise comparativa das obras lidas e ava-liação

> Espaço: Sala de aula.

> Duração: 50 minutos.

> Materiais: Livros Moby Dick e Dom Qui-xote.

Nesta aula, a proposta será analisar com-parativamente as obras lidas e exploradas nesta sequência didática, com o intuito de estabele-cer aproximações e distanciamentos entre elas, considerando que ambas se configuram como adaptações de clássicos da literatura mundial.

Para guiar essa análise comparativa, propo-nha algumas questões que possam estimular o debate, tais como:

> Que semelhanças e diferenças podem ser encontradas entre as duas obras? E entre os autores e os contextos histórico e geográfico que viveram?

> A loucura de Dom Quixote pode ser com-parada ao ódio de Ahab?

> O que seria mais difícil de enfrentar, na opinião de vocês: gigantes e exércitos imaginários ou Moby Dick?

> Vocês já agiram como Dom Quixote? E como Ahab? Em que situações?

> Conhecem alguém que aja de forma obstinada em alguma situação?

> De que trechos ou aspectos das obras vocês mais gostaram? De quais não gos-taram ou gostaram menos?

> Com qual personagem vocês mais se identificaram em cada história? Por quê?

> A linguagem empregada pelos autores dificultou a compreensão das narrativas?

> As ilustrações contribuíram para a cons-trução de sentido quanto ao enredo ou vocês as consideraram supérfluas?

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> Que paralelos vocês podem traçar entre as obras e a realidade de vocês?

> Como podemos resumir as questões universais discutidas em cada uma das obras?

> Vocês indicariam alguma das obras (ou as duas) para alguém? Por quê?

Para favorecer o processo de síntese de ideias, construa uma tabela comparativa a partir dos principais aspectos analisados pela turma, registrando-a na lousa. Se considerar pertinente, sugira aos alunos que também façam o registro no caderno.

Como atividade de fechamento e avaliação da sequência didática, proponha aos alunos que escrevam, individualmente, um comentário críti-

Referências bibliográficas

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2017. Disponí-vel em: <http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf>. Acesso em: 27 maio 2020.

CALVINO, Italo. Por que ler os clássicos. Trad. Nilson Moulin. 2. ed. São Paulo: Companhia das Le-tras, 2007.

COBELO, Silvia. As adaptações do Quixote no Brasil (1886-2003): Uma discussão sobre retraduções de clássicos da literatura infantil e juvenil. Tese (Doutorado) Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2014.

DANNEMANN, Angela. Parceria, palavra-chave. In: II Seminário Internacional Arte, Palavra e Leitura. 2019. Disponível em: <https://www.artepalavraeleitura.com.br/wp-content/uploads/2020/03/semi-nario-ap2l.pdf>. Acesso em: 28 mar. 2020.

DE PAULA, Ana Cristina Alves. Revisitando o clássico Moby Dick: o significado ambiental da obra à luz do direito internacional ambiental sobre a preservação da vida marinha baleeira. 2016. Revista de Direito, Arte e Literatura. Disponível em <https://www.indexlaw.org/index.php/revistadireitoarteli-teratura/article/view/1334/1767>. Acesso em 04 abr. 2020.

2010: MOBY DICK. Direção: Trey Stokes. Produção: David Michael Latt e Paul Bales. Estados Unidos da América: Warner Brothers Pictures, 2010. (88 min.)

SILVA, Luciana Aparecida de Paula. Letramento literário na escola: a adaptação dos clássicos na formação do leitor literário. Universidade Federal de Minas Gerais, Faculdade de Letras, Minas Gerais, 2018.

SOLÉ, I. Estratégias de leitura. Porto alegre: Artes médicas, 1998.

co acerca das obras lidas e do processo de leitura. Oriente-os a comentar:

> aspectos que se destacam positiva e/ou negativamente em ambas as obras;

> motivos pelos quais essas obras se torna-ram clássicos, na opinião deles;

> a ampliação (ou não) do repertório leitor e cultural deles;

> o processo de leitura individual.

Reserve um momento para que os alunos possam compartilhar comentários e, por fim, expresse sua avaliação do processo, destacan-do sua percepção quanto ao que se efetivou e quanto às lacunas em relação aos objetivos da sequência didática.