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ESTUDO DE DEMANDAS, DIAGNÓSTICO COMPLETO, FORMULAÇÃO E SELEÇÃO DE ALTERNATIVA MUNICÍPIO DE ILHABELA PRODUTO 3 Março/2011

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Documento base para construção do Plano Municipal de Saneamento Básico de Ilhabela

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ESTUDO DE DEMANDAS, DIAGNÓSTICO COMPLETO, FORMULAÇÃO E

SELEÇÃO DE ALTERNATIVA – MUNICÍPIO DE ILHABELA

PRODUTO 3

Março/2011

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SECRETARIA DESANEAMENTO E RECURSOS HÍDRICOS

Cliente:

CSAN – SECRETARIA DE SANEAMENTO E RECURSOS HÍDRICOS

DE SÃO PAULO

Codificação: Revisão: Data de Emissão:

0872.RT.13.S.3903 00 Março/2011

PLANOS INTEGRADOS REGIONAIS DE SANEAMENTO BÁSICO PARA AS UNIDADES DE GERENCIAMENTO DE RECURSOS HÍDRICOS DA SERRA DA MANTIQUEIRA, PARAÍBA DO SUL e LITORAL NORTE –

UGRHI’s 1, 2 e 3.

ESTUDO DE DEMANDAS, DIAGNÓSTICO COMPLETO, FORMULAÇÃO E SELEÇÃO DE ALTERNATIVA –

MUNICÍPIO DE ILHABELA - PRODUTO 3

Emitido por:

Consórcio PLANSAN 123

Local:

São Paulo - SP

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1

SUMÁRIO 1

2

1. APRESENTAÇÃO ............................................................................................................. 4 3

2. DADOS GERAIS DO MUNICÍPIO ...................................................................................... 5 4

2.1. HISTÓRICO MUNICIPAL ......................................................................................... 5 5

2.2. LOCALIZAÇÃO E ACESSOS ................................................................................... 6 6

2.2.1. Localização ...................................................................................................................6 7

2.2.2. Acessos .........................................................................................................................7 8

2.3. DADOS FÍSICOS ..................................................................................................... 7 9

2.3.1. Caracterização Física do Município ............................................................................7 10

2.3.2. Clima ..............................................................................................................................9 11

2.3.3. Unidades de Conservação ........................................................................................ 10 12

2.4. DADOS SOCIOECONÔMICOS ............................................................................. 15 13

2.4.1. IDH – Índice de Desenvolvimento Humano............................................................. 19 14

2.4.2. IPRS – Índice Paulista de Responsabilidade Social .............................................. 19 15

2.4.3. Saúde .......................................................................................................................... 20 16

2.5. LEGISLAÇÃO MUNICIPAL .................................................................................... 24 17

2.5.1. Lei Orgânica Municipal ............................................................................................. 24 18

2.5.2. Plano Diretor .............................................................................................................. 24 19

2.5.3. Decreto Estadual 49.215, 7 de dezembro de 2004 – Zoneamento Ecológico-20 Econômico ................................................................................................................. 28 21

3. INDICADORES PARA AVALIAÇÃO DOS SERVIÇOS .................................................... 32 22

3.1. PROPOSIÇÃO DE INDICADORES DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA .................. 33 23

3.1.1. Indicador de Cobertura do Serviço de Água .......................................................... 33 24

3.1.2. Indicador de Qualidade de Água Distribuída .......................................................... 33 25

3.1.3. Indicador de Controle de Perdas ............................................................................. 33 26

3.1.4. Indicador de Utilização da Infraestrutura de Produção de Água ......................... 34 27

3.2. INDICADORES DE ESGOTOS SANITÁRIOS PROPOSTOS ................................ 34 28

3.2.1. Indicador de Cobertura do Serviço de Esgotos Sanitários................................... 34 29

3.2.2. Indicador de Tratamento de Esgotos ...................................................................... 35 30

3.2.3. Indicador da Utilização da Infraestrutura de Tratamento ...................................... 35 31

3.3. INDICADORES DE RESÍDUOS SÓLIDOS PROPOSTOS ..................................... 35 32

3.4. INDICADORES DE DRENAGEM PROPOSTOS .................................................... 44 33

3.4.1. Conceitos ................................................................................................................... 44 34

3.4.2. Cálculo do Indicador ................................................................................................. 47 35

4. PROJEÇÕES DEMOGRÁFICA E DE DEMANDAS ......................................................... 49 36

4.1. PROJEÇÃO DEMOGRÁFICA ................................................................................ 49 37

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4.2. ESTUDO DE DEMANDAS DE ÁGUA E VAZÕES DE ESGOTO ............................ 50 38

4.2.1. Estudo de Demandas de Água ................................................................................. 50 39

4.2.2. Estudo de Vazões de Esgoto ................................................................................... 51 40

4.3. PROJEÇÃO DA GERAÇÃO DE RESÍDUOS ......................................................... 51 41

4.3.1. Parâmetros de Cálculo .............................................................................................. 51 42

4.3.2. Projeção de Resíduos Sólidos Brutos .................................................................... 52 43

4.3.3. Reaproveitamento de Resíduos ............................................................................... 57 44

4.3.4. Projeção da Geração de Resíduos Não Reaproveitáveis ...................................... 61 45

5. PLANEJAMENTO DOS SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA ......................... 64 46

5.1. INTERVENÇÕES PROPOSTAS E CUSTOS ESTIMADOS ................................... 64 47

6. PLANEJAMENTO DOS SISTEMAS DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO ......................... 65 48

6.1. INTERVENÇÕES PROPOSTAS E CUSTOS ESTIMADOS ................................... 65 49

7. PLANEJAMENTO DO SISTEMA DE LIMPEZA URBANA E MANEJO DE 50 RESÍDUOS SÓLIDOS ...................................................................................................... 66 51

7.1. ALTERNATIVAS CONVENCIONAIS ...................................................................... 66 52

7.1.1. Serviços de Limpeza Pública ................................................................................... 67 53

7.1.2. Resíduos Sólidos Domiciliares ................................................................................ 69 54

7.1.3. Resíduos Sólidos Inertes .......................................................................................... 91 55

7.1.4. Resíduos de Serviços de Saúde ............................................................................ 105 56

7.2. ALTERNATIVAS NÃO CONVENCIONAIS ........................................................... 111 57

7.2.1. Estudos Existentes .................................................................................................. 113 58

7.2.2. Considerações ......................................................................................................... 117 59

8. PLANEJAMENTO DO SISTEMA DE DRENAGEM URBANA ....................................... 118 60

8.1. INTRODUÇÃO E CONCEITUAÇÃO .................................................................... 118 61

8.2. SITUAÇÃO DA DRENAGEM EM ILHABELA ...................................................... 127 62

8.4. A DRENAGEM URBANA NO MUNICÍPIO DE ILHABELA ................................... 129 63

8.4.1. Principais Obras de Drenagem Existentes ........................................................... 129 64

8.4.2. Síntese dos Principais Problemas de Inundações .............................................. 130 65

8.4.3. Estudos e Projetos Existentes ............................................................................... 130 66

8.4.4. Medidas em andamento .......................................................................................... 130 67

8.5. ESTUDOS PARA PREVISÃO DAS VAZÕES COM PERÍODO DE RETORNO 68 DE CEM ANOS NAS BACIAS URBANAS DO MUNICÍPIO DE ILHABELA ......... 130 69

8.5.1. Premissas ................................................................................................................. 130 70

8.5.2. Dados Básicos ......................................................................................................... 131 71

8.5.3. Resultados ............................................................................................................... 132 72

8.6. SUGESTÕES DE AÇÕES A SEREM IMPLEMENTADAS ................................... 148 73

9. OBRAS, INTERVENÇÕES PROPOSTAS E ESTIMATIVA DE CUSTOS ...................... 151 74

9.1. SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA ....................................................... 151 75

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3

9.2. SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO ....................................................... 151 76

9.3. SISTEMA DE LIMPEZA URBANA E MANEJO DE RESÍDUOS SÓLIDOS ........... 151 77

9.4. PROPOSIÇÕES – PROGRAMAS E AÇÕES NECESSÁRIAS ............................. 152 78

10. ANEXOS ........................................................................................................................ 172 79

10.1. ANEXO I – ESTUDO POPULACIONAL ............................................................... 172 80

10.2. ANEXO Ii – MODELAGEM HIDROLÓGICA ......................................................... 172 81

82

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4

11.. AAPPRREESSEENNTTAAÇÇÃÃOO 83

Este relatório compõe o ““PPrroodduuttoo 33 –– EEssttuuddoo ddee DDeemmaannddaass,, DDiiaaggnnóóssttiiccoo CCoommpplleettoo,, 84

FFoorrmmuullaaççããoo ee SSeelleeççããoo ddee AAlltteerrnnaattiivvaass ddoo MMuunniiccííppiioo ddee IIllhhaabbeellaa”” no âmbito do Contrato 85 CSAN No 001/SSE/2009, firmado entre a SECRETARIA DE SANEAMENTO E 86 ENERGIA - SSE e o CONSÓRCIO PLANSAN 123, constituído pelas empresas ETEP, 87 JNS e HAGAPLAN, tendo por objeto final a elaboração de Planos Integrados Regionais 88 de Saneamento Básico e Atividades de Apoio Técnico à Elaboração de Planos 89 Integrados Municipais de Saneamento Básico para as Unidades de Gerenciamento de 90 Recursos Hídricos da Serra da Mantiqueira, Paraíba do Sul e Litoral Norte – UGRHIs 1, 91 2 e 3. 92

93

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5

22.. DDAADDOOSS GGEERRAAIISS DDOO MMUUNNIICCÍÍPPIIOO 94

22..11.. HHIISSTTÓÓRRIICCOO MMUUNNIICCIIPPAALL 95

O Município de Ilhabela localiza-se no Litoral Norte do Estado de São Paulo. Conforme 96 dados históricos da Prefeitura Municipal, “parte das ilhas que integram o arquipélago de 97 Ilhabela já era habitada muito antes da chegada dos primeiros europeus ao Brasil. 98 Pesquisas arqueológicas realizadas pelo Projeto Arqueológico de Ilhabela já 99 identificaram no território do município 14 sítios arqueológicos pré-coloniais, ou seja, 100 locais que foram ocupados por seres humanos antes de 1500. 101

Treze desses sítios – descobertos nas ilhas de São Sebastião, dos Búzios e da Vitória 102 – são o que os especialistas denominam „acampamentos concheiros‟; que foram 103 habitados – acredita-se que desde o ano 2000 antes de Cristo – por „homens 104 pescadores coletores do litoral‟, indígenas assim denominados porque não dominavam 105 a agricultura e nem a produção de cerâmica, vivendo apenas do que encontravam na 106 natureza, especialmente animais marinhos”. 107

De acordo com o Registro 2334 da Documentação Territorial do Brasil da Biblioteca 108 IBGE: “a ilha de São Sebastião, a maior da costa Brasileira foi descoberta e identificada 109 por Américo Vespúcio, a 20 de Janeiro de 1502, dando-lhe o nome do Santo do dia, 110 São Sebastião. 111

O povoamento, desta faixa litorânea, pelo elemento branco, iniciou-se em 1608, 112 contando como primeiros habitantes das terras que margeiam o canal de São 113 Sebastião, dos lados da ilha e do continente, com Diogo Unhote e João de Abreu que 114 vieram de Santos trazendo suas famílias para desenvolverem atividades agrícolas nas 115 terras que haviam recebido por concessão do Capitão-Mor da Capitania de São 116 Vicente. 117

O Padre Manoel Gomes Pereira Marzagão construiu na ilha de São Sebastião, em fins 118 do século XVIII, uma capela sob a invocação de Nossa Senhora da Ajuda e Bom 119 Sucesso, formando-se, em pouco tempo, um povoado que ganhou o foro de Cidade e 120 Município, graças a um cidadão que se projetou na história da Província e da região: o 121 Capitão-Mor Julião de Moura Negrão. 122

A unidade político-administrativa compreendendo as ilhas de São Sebastião, Búzios, 123 Vitória e outras ilhotas, foi decretada por ordem do Governador da Província de São 124 Paulo, o Capitão-General Antônio José de França e Horta, em 1805, que a chamou de 125 Villa Bella da Princesa, em homenagem à Princesa da Beira. 126

Reduzido à condição de Distrito de Paz, em maio de 1934, foi incorporado ao Município 127 de São Sebastião e novamente elevado a Município em setembro do mesmo ano, 128 passando a denominar-se Formosa, em 1940, e quatro anos depois, Ilhabela.” 129

130

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Formação Administrativa 131

Sob a condição de Freguesia, foi criada por alvará de 20 de setembro de 1809, 132 subordinado à vila de São Sebastião. No ano seguinte, foi elevada à Vila com a 133 denominação de Vila Bela da Princesa, desmembrado da antiga Vila São Sebastião. 134 Foi elevada à condição de Cidade, em 1901. Voltou a ser Distrito de São Sebastião em 135 maio de 1934, e no mesmo ano, em dezembro, novamente passou para a categoria de 136 Município com a denominação de Vila Bela. Ainda passou por mudança de nome em 137 1938, para Formosa, e em 1944 assumiu o nome atual: Ilhabela, composta por três 138 distritos: Sede (porção central), Cambaquara (situada ao Sul do arquipélago) e 139 Paranabi (trecho voltado ao Oceano Atlântico), assim permanecendo até o presente. 140

22..22.. LLOOCCAALLIIZZAAÇÇÃÃOO EE AACCEESSSSOOSS 141

22..22..11.. LLooccaalliizzaaççããoo 142

143 Fonte: Base Cartográfica Digital 1:50.000 – Secretaria de Saneamento e Recursos Hídricos 144

No Litoral Norte, o Município de Ilhabela está localizado na Região Administrativa de 145 São José dos Campos. Limita-se a oeste com o Canal de São Sebastião e a leste com 146 o Oceano Atlântico. Encontra-se nas coordenadas 23º 48‟ 45” S e 45º 18‟ 45” W. 147

148

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22..22..22.. AAcceessssooss 149

O acesso a Ilhabela é realizado via balsa, a partir da cidade de São Sebastião. De São 150 Paulo até a balsa são aproximadamente 200 km pelas Rodovias Imigrantes (SP-160) e 151 Dr. Manoel Hyppolito Rego (SP-055) ou pelas Rodovias Mogi-Bertioga (SP-098) e Dr. 152 Manoel Hyppolito Rego (SP-055). 153

22..33.. DDAADDOOSS FFÍÍSSIICCOOSS 154

22..33..11.. CCaarraacctteerriizzaaççããoo FFííssiiccaa ddoo MMuunniiccííppiioo 155

Ilhabela é um arquipélago cuja principal faixa contínua de terra é denominada Ilha de 156 São Sebastião. A distância entre a porção continental e a insular é, em média, de 3 km. 157 As ilhas que compõem o arquipélago de Ilhabela são: Ilha de São Sebastião, de 158 Búzios, da Vitória - as três maiores - e os Ilhotes da Serraria, da Sumítica, das Cabras, 159 dos Castelhanos, da Lagoa, das Galhetas, do Codó, da Figueira e da Prainha. Ao todo 160 são 348,3 km², 128 km de costa e 42 praias1. 161

Relevo, Solos e Geologia 162

Ilhabela tem relevo caracterizado por de planícies marinhas e por montanhas. 163

Nas planícies marinhas, as altitudes variam entre 0 e 20 metros, com declividades 164 menores que 2%. 165

Nas áreas montanhosas é característico o relevo de denudação, de topos aguçados, 166 que alcançam altitudes superiores a 900 metros com declividades superiores a 20%. 167

O solo, composto por sedimentos arenosos e areno-argilosos não consolidados, é 168 caracterizado por estruturas de cordões de regressão em superfície, sujeitas a 169 inundações periódicas, com lençol freático pouco profundo2. 170

Em relação à geologia, Ilhabela está situada sobre rochas plutônicas, principalmente 171 diques de composição cálcio-alcalinas e corpos circulares de composição alcalina e 172 kimberlítica. 173

Hidrografia / Sub-bacias 174

A UGRHI 3 foi dividida em 34 sub-bacias, e representam os principais corpos d‟água da 175 região. O mapa a seguir apresenta a distribuição das oito sub-bacias em Ilhabela. 176

1 Plano Gestor de Turismo – Estância Balneária de Ilhabela / 2005. Secretaria de Turismo e Fomento

2 Mapeamento de áreas de risco a escorregamento e inundação dos municípios de Ilhabela, Paraibuna, Poá, Cotia,

Jaboticabal e Dumont - Termo de Cooperação Técnica IG-CEDEC de 28/04/2006

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177 Fonte: Banco de Dados do CBH Litoral Norte 178

179

Nº Sub-bacia Área (km²)

27 Córrego do Jabaquara 18,9

28 Córrego Bicuíba 13,1

29 Córrego Ilhabela/ Cachoeira 12,3

30 Córrego Paquera/ Cego 49,8

31 Córrego São Pedro/ São Sebastião/ Frade 38,3

32 Córrego Sepituba/ Ipiranga/ Boneti/ Enchovas/ Tocas 91,3

33 Córrego Manso, Engenheiro, Castelhano/ Cabeçuda 85,6

34 Córrego do Poço 29,2

Fonte: CBH litoral norte – IPT / Plano Bacia Hidrográfica do Litoral Norte, 2009, IPT

180

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Vegetação 181

O arquipélago possui uma das mais preciosas reservas biológicas do planeta, já que 182 grande parte de sua superfície é coberta por Mata Atlântica. Aproximadamente 85% de 183 sua área são protegidos pelo Parque Estadual de Ilhabela, criado por meio do Decreto 184 Estadual 9.414, de 1977. Trata-se de um ecossistema constituído por mangues, 185 restingas, praias e Floresta Ombrófila Densa. 186

Além disso, dos 15% do território não pertencentes ao Parque, somente 2% são 187 passíveis de ocupação. 188

22..33..22.. CClliimmaa 189

Segundo o Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura – 190 CEPAGRI (www.cpa.unicamp.br), o clima de Ilhabela é caracterizado por temperatura 191 média anual de 24,8°C, oscilando entre mínima média de 18,1°C e máxima média de 192 31,5°C. A precipitação média anual é de 1.507,4 mm. 193

A análise das precipitações foi elaborada com os dados do posto pluviométrico E2-012, 194 que apresenta um histórico maior de dados, e cuja localização está mais próxima à 195 área urbana de Ilhabela. 196

Segundo consulta ao banco de dados do Daee – Departamento de Águas e Energia 197 Elétrica, o posto pluviométrico de Ilhabela é o de prefixo E2-012, conforme quadro a 198 seguir: 199

Município Prefixo do Posto Nome Altitude Latitude Longitude Bacia

Ilhabela E2-012 Ilhabela 10 m 23°47‟ 45°21‟ Vertente Atlântico

(LN)

Fonte: Daee – Departamento de Águas e Energia Elétrica 200

A figura a seguir possibilita uma análise temporal das características das chuvas, 201 apresentando a distribuição das mesmas ao longo do ano, bem como os períodos de 202 maior e menor ocorrência. 203

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204

Precipitação média mensal no período de 1943 a2004 – posto E2-012 205

(Fonte: Departamento de Águas e Energia Elétrica – Daee, acesso em 21 de setembro de 2010) 206

Por meio do gráfico acima é possível verificar uma variação sazonal da precipitação 207 média mensal com duas estações representativas: uma predominantemente seca e 208 outra predominantemente chuvosa. 209

O período mais chuvoso ocorre de outubro a abril, quando os índices de precipitação 210 média mensal são superiores a 107,8 mm, enquanto que o mais seco corresponde aos 211 meses de maio a setembro com destaque para junho, julho e agosto, que apresentam 212 médias menores que 76,2 mm. 213

Deve-se ressaltar que os meses de janeiro, fevereiro e março apresentam os maiores 214 índices de precipitação, atingindo uma média de 215,8 mm e 194,4 mm e 204,8 mm, 215 respectivamente. 216

22..33..33.. UUnniiddaaddeess ddee CCoonnsseerrvvaaççããoo 217

Os espaços territoriais especialmente protegidos consistem em porções do território – 218 nacional, estadual ou municipal – destacadas das demais áreas pelo Poder Público 219 mediante lei ou decreto, com vistas à proteção de valores relacionados com o meio 220 ambiente. Em face do interesse público envolvido, relativo ao direito de todos ao meio 221 ambiente ecologicamente equilibrado, esses espaços submetem-se a um regime 222 jurídico especial, de direito público, que impõe restrições ao uso do solo e dos outros 223 recursos naturais ali existentes.3 224

3 Conforme o art. 2º da Convenção sobre Diversidade Biológica, “área protegida significa uma área definida

geograficamente que é destinada, ou regulamentada, e administrada para alcançar objetivos específicos de

conservação”.

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As Unidades de Conservação do Município de Ilhabela estão identificadas no quadro a 225 seguir: 226

UC Proteção Legal Área (ha.) Administração Municípios

Parque Estadual de Ilhabela

Decr. Est. 9.414/77 27.025 IF Ilhabela

Tombamento da Serra do Mar e

de Paranapiacaba

Res. Est. 40/85 1.300.000 Condephaat Ubatuba, Caraguatatuba, São Sebastião e Ilhabela

Reserva da Biosfera da Mata Atlântica RBMA

- Cerca de

35.000.000

Conselho Nacional da

RBMA

Ubatuba, Caraguatatuba, São Sebastião e Ilhabela

APA Marinha do Litoral Norte

Decreto Estadual 53.525/08

- SMA Ubatuba, Caraguatatuba, Ilhabela e São Sebastião

Fonte: CBH litoral norte – IPT / Plano Bacia Hidrográfica do Litoral Norte, 2009, IPT.

Unidades de Conservação de Proteção Integral 227

Nas Unidades de Conservação de Proteção Integral, em níveis maiores ou menores, 228 de acordo com a caracterização de cada uma, é restrita a atividade humana, não se 229 admitindo a presença nem das populações tradicionais. Trata-se da forma mais 230 restritiva de proteção de áreas, o que indica maior fragilidade dos bens ambientais a 231 serem protegidos. Em Ilhabela este grupo de Unidades de Conservação é 232 representado pelo Parque Estadual de Ilhabela. 233

Parque Estadual de Ilhabela 234

Criado pelo Decreto Estadual 9.414, de 1977, tem cerca de 30.000 ha. 235

Tem como flora representativa Mata Atlântica (Floresta Ombrófila Densa), Restinga, 236 Manguezal e Campos de Altitude. 237

A fauna representativa do Parque é composta por: jaguatirica (Leopardus pardalis), 238 cuíca-lanosa (Caluromys lanatus), tatu-galinha (Dasypus novencinctus), rato-do-brejo 239 (Oxymycterus hispidus), papagaio-moleiro (Amazona farinosa), apuim-de-cauda-240 amarela (Touit surdus) e jacutinga (Aburria jacutinga)4. 241

Unidades de Conservação de Uso Sustentável 242

As Unidades de Uso Sustentável têm por objetivo básico a compatibilização da 243 conservação da natureza com o uso sustentável de parcela dos seus recursos 244

4 Unidades de conservação da natureza / Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo, Fundação Florestal

; organizador Luiz Roberto Numa de Oliveira ; textos Adriana Neves da Silva ... [et al.]. - - São Paulo : SMA, 2009

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naturais.5 Conceitualmente, “uso sustentável é a exploração do ambiente de maneira a 245 garantir a perenidade dos recursos ambientais renováveis e dos processos ecológicos, 246 mantendo a biodiversidade e os demais atributos ecológicos, de forma socialmente 247 justa e economicamente viável”.6 248

ANT Serra do Mar e de Paranapiacaba 249

Criada pela Resolução SC 40, de 1985, a ANT Serra do Mar e Paranapiacaba passa 250 por 47 municípios do Estado de São Paulo e possui 1.300.000 ha, cerca de 30.000 ha. 251 estão em Ilhabela. 252

A flora representativa é composta por Mata Atlântica (Floresta Ombrófila Densa e 253 Campos de Altitude). 254

A fauna representativa do Parque Estadual da Serra do Mar é integrada por: onça-255 pintada (Panthera onca), onça-parda (Puma concolor), jaguatirica (Leopardus pardalis), 256 capivara (Hydrochaeris hydrochaeris), preá (Cavia aperea), paca (Cuniculus paca), 257 lontra (Lontra longicaudis), tucano-de-bico-verde (Ramphastos dicolorus) e maria-leque 258 (Onychorhynchus coronatus). 259

Reserva da Biosfera da Mata Atlântica RBMA 260

Com aproximadamente 35.000 ha, a RBMA abrange áreas de 15 estados brasileiros, 261 incluindo São Paulo, e busca harmonizar a relação entre a sociedade e o ambiente. 262

APA Marinha do Litoral Norte 263

De acordo com Decreto 53.525/08, em seu Artigo 1: 264

“Fica criada a Área de Proteção Ambiental Marinha do Litoral 265 Norte (APA Marinha do Litoral Norte), com a finalidade de proteger, 266 ordenar, garantir e disciplinar o uso racional dos recursos ambientais 267 da região, inclusive suas águas, bem como ordenar o turismo 268 recreativo, as atividades de pesquisa e pesca e promover o 269 desenvolvimento sustentável da região.” 270

De acordo com Artigo 2 “A APA Marinha do Litoral Norte será composta pelos 271 seguintes setores” 272

(...) II – Setor 2: Maembipe, situado no litoral do Município de 273 Ilhabela; 274

E em seu Artigo 5, “ficam assegurados na APA Marinha do Litoral Norte o uso e a 275 prática das seguintes atividades: 276

I - pesquisa científica; 277

5 Lei nº 9.985/2000, art. 7º, § 2º.

6 Lei nº 9.985/2000, art. 2º, XI.

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II - manejo sustentado de recursos marinhos; 278

III - pesca necessária à garantia da qualidade de vida das 279 comunidades tradicionais, bem como aquela de natureza amadora e 280 esportiva; 281

IV - moradia e extrativismo necessário à subsistência familiar; 282

V - ecoturismo, mergulho e demais formas de turismo 283 marítimo; 284

VI - educação ambiental relacionada à conservação da 285 biodiversidade; 286

VII - esportes náuticos”. 287

288

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289

Fonte: Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo – Fundação Florestal e BD do CBH Litoral Norte. 290

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22..44.. DDAADDOOSS SSOOCCIIOOEECCOONNÔÔMMIICCOOSS 291

Ilhabela tem 28.176 habitantes, distribuídos em uma área de 348,30 km², com 292 densidade de 80,90 hab./km². A maior parte da população vive em área urbana, com 293 taxa de urbanização de 99,31%. Nos feriados prolongados e temporada de férias, o 294 município recebe inúmeros turistas. 295

O índice de mortalidade infantil (18,06 / 1.000) e a mortalidade entre 15 e 34 anos 296 (159,52 / 100.000) encontram-se acima dos índices estaduais (12,56 / 1.000 e 120,75 / 297 100.000). 298

CARACTERIZAÇÃO ANO UNIDADE ILHABELA ESTADO DE SÃO PAULO

Demografia

População 2010 Hab. 28.176 41.252.160

Grau de Urbanização 2009 % 99,31 95,88

Taxa de Crescimento Anual 2010 % a a 3,11 1,10

Área 2010 km² 348,30 248.209,43

Densidade demográfica 2010 hab./km² 80,90 166,20

Mortalidade Infantil 2009 1/1000 18,06 12,48

Mortalidade entre 15 e 34 anos 2009 1/100.000

hab. 159,52 124,37

Educação

Taxa de analfabetismo (Pop de ≥15anos)

2000 % 9,31 6,64

Fonte: SEADE/2010299

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Distribuição da População por Setor Censitário 300

301 Fonte: IBGE, 2000 302

Distribuição de Domicílios por Setor Censitário 303

304 Fonte: IBGE, 2000 305

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A tabela a seguir apresenta a evolução da população por faixa etária, de 1980 a 2000, 306 quando a população total praticamente triplicou neste período de 20 anos. Nota-se que 307 houve pequena redução da população idosa (acima de 60 anos), que contribui com 308 aproximadamente 6,37% da população total, diferente do ano de 1980 quando 309 representava 6,99% do total. A população com menos de 15 anos apresentou um 310 decréscimo significativo em relação ao total da população, no citado período, passando 311 de 40,84% (1980) para 28,92% do total em 2000. 312

Evolução da população por faixa etária – Ilhabela

Faixas Etárias 1980 1991 2000

0 a 4 1.209 1.559 2.068

5 a 9 1.038 1.552 1.944

10 a 14 915 1.473 1.989

15 a 19 797 1.393 2.222

20 a 24 686 1.417 2.188

25 a 29 550 1.276 1.970

30 a 34 506 1.059 1.792

35 a 39 413 876 1.620

40 a 44 353 665 1.261

45 a 49 292 516 1.011

50 a 54 242 442 785

55 a 59 201 363 580

60 a 64 169 291 455

65 a 69 142 217 332

70 a 74 111 157 256

75 a mais 119 181 279

População Total 7.743 13.437 20.752

Menos de 15 anos 40,84 34,11 28,92

Mais de 60 anos 6,99 6,3 6,37

Fonte: SEADE/2010

A evolução da população urbana e rural em Ilhabela e na Região Administrativa de 313 São José dos Campos é apresentada no quadro a seguir. Enquanto a população 314 urbana no município cresceu gradativamente, a população rural obteve seu pico em 315 1990 e 1995, com posterior redução nos anos seguintes, chegando em 2010, com 194 316 habitantes. A Região Administrativa de São José dos Campos tinha 151.407 pessoas 317 vivendo na área rural, em 1980, com redução na década seguinte, passando para 318 139.625 habitantes e, posteriormente, um pequeno crescimento, atingindo o montante 319 de 140.020 hab. em 2000, e nova redução em 2010, com 131.804 hab. Já a população 320 urbana na RA dobrou seu total de 1980 a 2010. 321

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Local 1980 1985 1990 1995 2000 2010

Evolução da População urbana

Ilhabela 7.515 9.746 12.550 16.349 20.506 27.982

RA de São José dos Campos 1.064.142 1.248.484 1.458.989 1.655.315 1.848.478 2.130.919

Evolução da população rural

Ilhabela 228 237 247 247 246 194

RA de São José dos Campos 151.407 146.503 139.625 139.736 140.020 131.804

Fonte: SEADE/2010

Em relação ao quantitativo de domicílios particulares, o estudo do IBGE apontava, em 322 2007, para a presença de 7.249 domicílios permanentes no município, sendo a grande 323 maioria (99%) localizada na área urbana. Em 65,08% das unidades familiares, os seus 324 responsáveis eram homens. 325

Domicílios particulares permanentes, População recenseada em domicílios particulares permanentes e Média de moradores em domicílios particulares permanentes por situação do

domicílio - 2007

Município Situação do domicílio Domicílios particulares

permanentes (Unidades)

Ilhabela - SP Urbana 7.182

Rural 67

Fonte: IBGE/2010

Domicílios particulares permanentes, População recenseada em domicílios particulares permanentes e Média de moradores em domicílios particulares permanentes por sexo da pessoa

responsável pelos domicílios - 2007

Município Sexo do responsável pelo

domicílio Domicílios (Unidades)

Ilhabela - SP Homens 4.718

Mulheres 2.509

Fonte: IBGE/2010

Uma importante característica do município é a grande presença de domicílios 326 particulares não ocupados, fato justificado pelo caráter turístico de Ilhabela.327

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328

Domicílios recenseados por espécie de domicílio - 2007

Município Espécie do domicílio Domicílios recenseados

(Unidades)

Ilhabela - SP

Particulares 11.710

Particulares - ocupados 7.250

Particulares - não ocupados 4.460

Particulares - não ocupados - fechados 22

Particulares - não ocupados - de uso ocasional 3.515

Particulares - não ocupados - vagos 923

Coletivos 154

Coletivos - com moradores 54

Coletivos - sem moradores 100

Fonte: IBGE/2010

22..44..11.. IIDDHH –– ÍÍnnddiiccee ddee DDeesseennvvoollvviimmeennttoo HHuummaannoo 329

O IDH foi desenvolvido pela ONU - Organização das Nações Unidas - dentro do PNUD 330 – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento. Trata-se de uma medida de 331 comparação entre Municípios, Estados, Regiões e Países, com objetivo de medir o 332 grau de desenvolvimento econômico e a qualidade de vida oferecida à população. Este 333 índice é calculado com base em dados econômicos e sociais (expectativa de vida ao 334 nascer, educação e PIB per capita) e varia de 0 (nenhum desenvolvimento) a 1 335 (desenvolvimento total). 336

Sendo assim, o IDHM se elevou de 0,691 (1980) para 0,781 (2000), mas apesar desta 337 elevação, passou da colocação de 291ª para a 307ª, dentre os municípios do Estado 338 de São Paulo. Ilhabela se encontra abaixo do IDH estadual, da ordem de 0,814. 339

Evolução do índice de Desenvolvimento Humano Municipal – IDHM

Local 1980 1991 2000

IDHM Posição IDHM Posição IDHM Posição

Ilhabela 0,691 291 0,718 315 0,781 307

Estado de São Paulo 0,728 - 0,973 - 0,814 -

Fonte: SEADE.

22..44..22.. IIPPRRSS –– ÍÍnnddiiccee PPaauulliissttaa ddee RReessppoonnssaabbiilliiddaaddee SSoocciiaall 340

O Índice Paulista de Responsabilidade Social – IPRS - “sintetiza a situação de cada 341 município do Estado no que diz respeito à riqueza, escolaridade e longevidade, 342 gerando uma tipologia que os classifica em 5 grupos” (SEADE). 343

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20

O Grupo 1 representa os “municípios com alto nível de riqueza e bons índices sociais”. 344 O Grupo 5 representa os “municípios mais desfavorecidos do estado, tanto em riqueza 345 como em indicadores sociais”. 346

O IPRS classifica Ilhabela como integrante do Grupo 1 “municípios com nível elevado 347 de riqueza e bons níveis nos indicadores sociais”, Seade/2006. No período de 2000 a 348 2006, houve avanços nos indicadores de longevidade, escolaridade e riqueza, 349 colocando o município em patamar superior às médias estaduais nos três critérios. 350

Evolução do Índice Paulista de Responsabilidade Social - IPRS

Local

Escolaridade Longevidade Riqueza IPRS

2000

2002

2004

2006

2000

2002

2004

2006

2000

2002

2004

2006

Grupo

2000

2002

2004

2006

Ilhabela 35 49 55 71 62 70 77 76 67 61 64 67 2 2 1 1

Estado / SP

44 52 54 65 65 67 70 72 61 50 52 55 - - - -

Fonte: SEADE.

22..44..33.. SSaaúúddee 351

Em relação à saúde da população, foi efetuada, em julho de 2010, busca de dados no 352 banco DATASUS on-line, desenvolvido pelo Ministério da Saúde, que disponibiliza 353 dados estatísticos de saúde e permite a confecção de tabulações sobre as bases de 354 dados dos sistemas de Mortalidade e Internações Hospitalares do Sistema Único de 355 Saúde - SUS. De acordo com a publicação “Padrões de Potabilidade da Água”, editada 356 pelo Centro de Vigilância Sanitária de São Paulo, as doenças relacionadas com a água 357 foram divididas em quatro grupos, considerando-se as vias de transmissão e o ciclo do 358 agente, conforme quadro a seguir: 359

Grupos de Infecções Relacionados com a Água

Tipos

I - Transmissão hídrica

Cólera, Febres tifóide e paratifóide, Shiguelose, Amebíase, Diarreia e gastrenterite de origem infecciosa presumível, Outras doenças infecciosas intestinais, Outras doenças bacterianas, Leptospirose não especificada, Outras hepatites virais

II - Transmissão relacionada com a higiene

Tracoma, Tifo exantemático

III - Transmissão baseada na água Esquistossomose

IV - Transmissão por inseto vetor que se procria na água

Dengue (dengue clássico)

A tabela a seguir apresenta a Morbidade Hospitalar do SUS em Ilhabela, no período de 360 1995 a 2007 e a partir de 2008, conforme o grupo de infecções relacionadas com a 361 água. 362

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Morbidade Hospitalar do SUS - por local de residência

Grupos 1995-2007 A partir de 2008

I nd 6

II nd nd

III nd nd

IV nd nd

Fonte: DATASUS, 2010 363

Economia 364

A economia de Ilhabela baseia-se no Turismo, na prestação de Serviços e no 365 Comércio. 366

Conforme dados de SEADE para 2008, nas contratações com vínculo empregatício, 367 destacou-se a prestação de Serviços, com 71,98% do total, enquanto que a 368 Agropecuária apontou índice de 0,30%, baixa representatividade no município. 369

CARACTERIZAÇÃO ANO UNIDADE ILHABELA ESTADO DE SÃO PAULO

Finanças Públicas

Participação no PIB do Estado 2008 % 0,026275 100

Rend. Médio nos vínculos Empregatícios

2009 R$ 1.108,85 1.762,71

Participação dos Vínculos Empregatícios na Agropecuária

no Total de Vínculos

2009 % 0,25 3,08

Participação dos Vínculos Empregatícios na Indústria no

Total de Vínculos

2009 % 2,26 22,47

Participação dos Vínculos Empregatícios na Construção

Civil no Total de Vínculos

2009 % 0,88 4,69

Participação dos Vínculos Empregatícios no Comércio no

Total de Vínculos

2009 % 22,53 19,23

Participação dos Vínculos Empregatícios nos Serviços no

Total de Vínculos 2009 % 74,09 50,53

Fonte: SEADE/2010 370

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22

371

Fonte: SEADE/2010 372

Tanto o Produto Interno Bruto quanto a renda per capita obtiveram aumento no período 373 de 2003 a 2008, passando de R$ 98,42 milhões para R$ 263,55 milhões e R$ 4.619,04 374 para R$ 10.314,90, respectivamente. 375

Produto Interno Bruto – 2003/2008 - Município de Ilhabela

2003 2005 2006 2007 2008

A preços correntes (milhões

R$)

Per capita (R$)

A preços correntes (milhões

R$)

Per capita (R$)

A preços correntes (milhões

R$)

Per capita (R$)

A preços correntes (milhões

R$)

Per capita (R$)

A preços correntes (milhões

R$)

Per capita (R$)

98,42 4.619,04 198,39 7.808,02 222,17 8.470,15 237,27 10.002,35 263,55 10.314,90

Fonte: Produto Interno Bruto dos Municípios 2003-2008 / SEADE

O Valor Adicionado alcançou os maiores números no setor de Serviços, representando 376 86,23% do total, seguido pela Indústria, com 11,57% e, por último, a Agropecuária, com 377 2,2%.378

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23

379

Valor Adicionado Total, por Setores de Atividade Econômica, Produto Interno Bruto Total e per capita a Preços Correntes / 2008

Município

Valor Adicionado

PIB (2) (em

milhões de reais)

PIB per Capita

(3) (em

reais)

Agropecuária (em milhões

de reais)

Indústria (em

milhões de reais)

Serviços

(em milhões de reais) Total (em

milhões de reais)

Administração Pública

Total (1)

Ilhabela 5,37 28,34 58,97 211,27 244,98 263,55 10.314,90

Estado de São Paulo

11.972,97 244.023,21 77.175,27 570.583,91 826.580,08 1.003.015,76 24.457,00

Fonte: Fundação SEADE; (1) Inclui o VA da Administração Pública; (2) O PIB do Município é estimado somando os impostos ao VA total; (3) O PIB per capita foi calculado utilizando a população estimada pelo Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatística - IBGE

Em 2009, os estabelecimentos de Serviços eram 397, seguidos dos estabelecimentos 380 Comerciais, 270 e as Indústrias, 20 estabelecimentos. 381

Número de Estabelecimentos – Comércio, Serviços e Indústria.

Estabelecimentos 1991 2000 2005 2006 2007 2008 2009

Comércio 67 158 252 240 255 257 270

Serviços 77 172 290 315 327 358 397

Indústria 13 9 13 11 13 17 20

Fonte: SEADE

O Município de Ilhabela não apontou produção significativa na Agricultura nem na 382 Silvicultura nos últimos anos, de acordo com dados de SEADE7. Já na Pecuária, 383 obteve maior representatividade o rebanho bovino, com 62 cabeças, seguido por 384 equinos (47), caprinos (16) e bubalinos (8). Consta, ainda, a produção de leite, com 37 385 mil litros e cerca de 45 cabeças de vacas ordenhadas. 386

Turismo 387

Além das muitas praias e ilhas, Ilhabela possui diversos pontos turísticos, sendo eles: 388 A Vila (centro com construções antigas), Igreja Matriz, Igreja Nossa Senhora D‟Ajuda, 389 Igreja do Bom Sucesso, a Câmara Municipal, Parque Jardim Tropical, Parque Estadual 390 de Ilhabela, Fazenda Engenho D'Água, Santuário Ecológico da Ilha das Cabras, Pico 391

7 Fundação SEADE/2007 (consulta 2010)

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24

de São Sebastião, Pedra do Sino, cachoeiras como a da Água Branca, das Tocas, do 392 Gato, da Laje, do Ribeirão, dos Três Tombos e Zabumba, além de inúmeras trilhas. 393

Os ventos fortes que sopram do canal de São Sebastião fizeram da Ilha a "capital da 394 vela e dos esportes náuticos". Em julho acontece a Semana da Vela. Além dos 395 velejadores, os mergulhadores também têm diversos atrativos em Ilhabela, devido às 396 águas calmas e cristalinas e 21 navios naufragados. 397

22..55.. LLEEGGIISSLLAAÇÇÃÃOO MMUUNNIICCIIPPAALL 398

No que diz respeito ao saneamento ambiental, o Município de Ilhabela tem a Lei 399 Orgânica, o Plano Diretor Municipal e o Zoneamento Ecológico-Econômico do Litoral 400 Norte (Decreto 49.215/04). 401

22..55..11.. LLeeii OOrrggâânniiccaa MMuunniicciippaall 402

No que tange ao saneamento ambiental, a Lei Orgânica do Município de Ilhabela 403 prevê: 404

- serviços de abastecimento de água e esgotos sanitários; 405

- limpeza pública, coleta, seleção e destinação do lixo; 406

- execução e conservação de pavimentação, drenagem de águas das vias e 407 logradouros públicos; 408

- condições dignas de saneamento para a população; 409

- “implantar a coleta seletiva de lixo e desestimular a comercialização de produtos 410 descartáveis ou sem retorno”; 411

- “racionalizar a utilização dos recursos naturais”. 412

Os Capítulos 5 e 6 deste relatório tratam especificamente dos sistemas de água e 413 esgoto, o Capítulo 7 irá tratar das questões referentes aos resíduos e o Capítulo 8 da 414 drenagem urbana. As análises ali presentes servirão de base para futura discussão 415 destas questões. 416

22..55..22.. PPllaannoo DDiirreettoorr 417

A Lei nº 421, de 2006, dispõe sobre a instituição do Plano Diretor de desenvolvimento 418 Socioambiental do Município de Ilhabela. No que tange ao saneamento ambiental, o 419 PD prevê: 420

- “apresentar projeto de saneamento que inclua sistema de tratamento de esgoto, 421 devidamente autorizado pelos órgãos competentes”; 422

- “no projeto construtivo contemplar as instalações de captação das águas pluviais em 423 instalação dos microrreservatórios temporários das águas de escoamento superficial, 424 com tratamento adequado”; 425

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25

- “contemplar no projeto construtivo a instalação de lixeiras diferenciadas para resíduos 426 recicláveis e não recicláveis”; 427

- “onde não houver, o Poder Público deverá promover a coleta e tratamento de 428 esgotos, em sistemas de sub-bacias hidrográficas”; 429

- “implantar infraestrutura sanitária adequada, saneamento ambiental e gerenciamento 430 de resíduos sólidos”; 431

- “atender 100% da demanda da população residente nas comunidades quanto aos 432 serviços de água e esgoto”; 433

- “implantação da coleta diferenciada de resíduos sólidos, acompanhada de educação 434 ambiental, voltada para a utilização da compostagem caseira dos resíduos orgânicos e 435 diminuição da produção de lixo reciclável e limpeza das praias”; 436

- “ficam proibidos os lançamentos de qualquer tipo de esgoto ou efluente in natura ou 437 sem tratamento secundário, nos moldes exigidos pela Cetesb ou outra agência de 438 controle ambiental, e qualquer tipo de esgoto que provoque danos à flora e fauna 439 aquática, bem como a vegetação marginal dos corpos de água que comprometam a 440 balneabilidade dos mares e praias de todo o território do arquipélago de Ilhabela”; 441

- “o poder público municipal ainda poderá propor parceria com o órgão ambiental 442 estadual para monitoramento da qualidade das águas continentais e marinhas no 443 município. Os índices de qualidade da água deverão ser divulgados na mídia local 444 dando visibilidade ao controle da qualidade ambiental”; 445

- “o atendimento às necessidades de abastecimento de água da população deverá ser 446 realizado por soluções localizadas em captações nas sub-bacias, bem como as 447 soluções para o sistema de esgotamento sanitário, através de parcerias entre Poder 448 Público Municipal, sociedade civil e instituições públicas ou privadas”; 449

- “o poder público local poderá instituir cobrança de taxa municipal para análise regular 450 dos efluentes”; 451

- “o Poder Público deverá promover a regularização das captações de água garantindo 452 abastecimento de água de boa qualidade a toda população”; 453

- “as captações de água para abastecimento da população, deverão estar de acordo 454 com as normas técnicas de conduta do governo federal e com a legislação municipal”; 455

- “todo projeto de uso e ocupação da terra deverá apresentar plano de tratamento de 456 esgoto, água servida, efluentes etc., previamente aprovado pelo órgão público 457 competente, atendendo as exigências do item anterior”; 458

- “os projetos de sistemas isolados de esgotamento sanitário, considerados de baixo 459 impacto poderão ser analisados pelo Sistema Municipal de Gestão do Planejamento e 460 Secretaria Municipal de Meio Ambiente. Projetos de médio e alto impacto serão 461 analisados pelos órgãos estaduais competentes”; 462

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- “programa de recuperação das matas ciliares”; 463

- “programa de monitoramento das águas continentais e marinhas”; 464

- “programa de recuperação e descontaminação dos cursos d‟água”; 465

- “promover um equilíbrio entre as capacidades dos recursos naturais e o atendimento 466 as necessidades humanas de moradia digna, água tratada, esgotamento sanitário e 467 limpeza pública”; 468

- “garantir o acesso de toda a população ao abastecimento domiciliar de água tratada”; 469

- “promover a eficiência e eficácia dos serviços públicos de saneamento básico”; 470

- “garantir a toda população do município o acesso a um sistema de coleta e tratamento 471 tecnologicamente correto e ambientalmente seguro dos esgotos, de acordo com as 472 características das zonas que habitam”; 473

- “promover uma gestão integrada dos resíduos sólidos urbanos com vistas a minimizar 474 o impacto causado ao meio ambiente e proporcionar melhor qualidade no serviço”; 475

- “garantir a gestão integrada dos resíduos sólidos da construção civil dividindo as 476 responsabilidades da destinação final com os gerados”; 477

- “o Poder Executivo realizará a coleta e remoção do lixo domiciliar na frequência 478 compatível com as características peculiares do município e promoverá o 479 reaproveitamento integral da parcela reciclável, valorizando o aspecto ambiental, 480 econômico e social”; 481

- “a coleta, remoção e destinação final do lixo infectado e resíduos sólidos da 482 construção civil são de responsabilidade dos meios geradores, estando sujeitos a 483 orientação, regulamentação e fiscalização do Poder Executivo”; 484

- “O Sistema de Limpeza Urbana compreende: remoção e coleta do lixo domiciliar de 485 origem residencial e comercial, coleta e remoção do lixo público, oriundo das podas, 486 varredura, capina, roçada, limpeza de vias hídricas, limpeza de locais de feiras livres e 487 eventos municipais, em logradouros públicos, coleta e remoção de resíduos sólidos 488 patogênicos gerados pelos serviços de saúde, tratamento e destinação final dos 489 resíduos sólidos coletados, implemento à formação de cooperativas de reciclagem para 490 o gerenciamento e comercialização dos resíduos recicláveis e fiscalização do 491 cumprimento da legislação de limpeza urbana, da execução e do funcionamento das 492 instalações e sistemas internos públicos e particulares de limpeza”; 493

- “o poder público buscará contratações, convênios e parcerias para adotar tecnologias 494 apropriadas para o equacionamento da destinação final do lixo, considerando a 495 eliminação dos agravos da saúde individual e coletiva da população bem como ao 496 bem-estar público e ao meio ambiente”; 497

- “atenção especial aos riscos de contaminação a que está submetido o lençol freático 498 na área do vazadouro municipal de lixo da Água Branca, na forma de monitoramento 499

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de acordo com as normas estabelecidas pela legislação nacional, mesmo que cessada 500 a disposição final de lixo naquele local”; 501

- “fica vedada a disposição final de resíduo sólido domiciliar em área do município de 502 Ilhabela”; 503

- “a taxa de limpeza pública e remoção de resíduo sólido será cobrada em função do 504 amplo funcionamento do Sistema de Limpeza Urbana, considerando-se o uso e as 505 características físicas dos imóveis, o tipo de lixo produzido, sendo o valor arrecadado 506 destinado exclusivamente ao custeio do sistema”; 507

- “o poder público promoverá a Educação Ambiental voltada especificamente para a 508 questão da produção dos resíduos sólidos; para o potencial de contaminação dos 509 corpos d‟água por efluentes domésticos e para a importância da filtração e tratamento 510 da água para melhoria da qualidade de vida e saúde da população e do meio 511 ambiente”; 512

- “a prestação dos serviços de coleta e tratamento de esgoto é de competência do 513 Município que poderá exercê-la diretamente ou mediante concessão”; 514

- “estudo de viabilidades para encerramento, recuperação e readequação, da área de 515 disposição final dos resíduos sólidos no bairro da Água Branca”; 516

- “monitoramento do passivo ambiental, com tratamento de gases e líquidos percolados 517 na referida área”; 518

- “programa de educação ambiental baseado no principio da mudança de hábitos de 519 consumo para reduzir, reutilizar e reciclar o lixo produzido”; 520

- “plano integrado de gestão dos resíduos da construção civil com participação de 521 geradores e transportadores de acordo com a legislação ambiental vigente”; 522

- “beneficiamento e reaproveitamento dos resíduos da poda”; 523

- “transbordo e destinação final dos resíduos domiciliares e infectados fora do município 524 de Ilhabela”; 525

- “instituição de legislação especifica para a regulamentação do gerenciamento dos 526 resíduos sólidos urbanos de Ilhabela”. 527

Conforme citado no item anterior, os Capítulos 5 e 6 deste relatório tratam 528 especificamente dos sistemas de água e esgoto, o Capítulo 7 irá tratar das questões 529 referentes aos resíduos e o Capítulo 8 da drenagem urbana. 530

A Lei Federal 12.305, de 2 de agosto de 2010, trata da disposição e tratamento correto 531 dos resíduos sólidos. Além disso, está para ser regulamentada a Lei Estadual de 532 resíduos sólidos. 533

534

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22..55..33.. DDeeccrreettoo EEssttaadduuaall 4499..221155,, 77 ddee ddeezzeemmbbrroo ddee 22000044 –– ZZoonneeaammeennttoo 535

EEccoollóóggiiccoo--EEccoonnôômmiiccoo 536

O Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria do Meio Ambiente, 537 estabeleceu o Zoneamento Ecológico-Econômico do Litoral Norte, abrangendo os 538 municípios de Caraguatatuba, Ilhabela, São Sebastião e Ubatuba. Este Decreto dispõe 539 sobre o Zoneamento do Litoral Norte, considerando a necessidade de promover o 540 ordenamento territorial e de disciplinar os usos e atividades de acordo com a 541 capacidade de suporte do ambiente, bem como de estabelecer as formas e os métodos 542 de manejo dos organismos aquáticos e os procedimentos relativos às atividades de 543 pesca e aqüicultura, de modo a resguardar a pesca artesanal. A importância desse 544 diploma legal está, ainda, no fato de fornecer os subsídios necessários à fiscalização e 545 ao licenciamento ambiental. 546

O zoneamento abrange uma área com 1.977 km² e “foi definido tendo em vista 547 constituir-se numa região caracterizada pela potencialidade turística e pela existência 548 de problemas ambientais relacionados com a especulação imobiliária, parcelamento 549 irregular do solo, pesca predatória, estruturas náuticas e atividades portuárias em 550 desconformidade com a conservação dos recursos marinhos”8. 551

O Zoneamento Ecológico-Econômico do Litoral Norte foi dividido em dois zoneamentos 552 que se complementam: terrestre e marinho. Os quadros a seguir apresentam as 553 características de cada uma das zonas terrestres: 554

8 São Paulo (Estado). Secretaria do Meio Ambiente. Coordenadoria de Planejamento Ambiental Estratégico e

Educação Ambiental. Zoneamento Ecológico-Econômico - Litoral Norte São Paulo / Secretaria de Estado do Meio Ambiente. Coordenadoria de Planejamento Ambiental Estratégico e Educação Ambiental. - São Paulo: SMA/CPLEA, 2005, p 23.

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555

556

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557

Tem-se ainda, de acordo com o Art. 26 que “serão permitidos na Z4 OD 558 empreendimentos de turismo e lazer, parcelamentos e condomínios desde que 559 compatíveis com o Plano Diretor Municipal, observadas as diretrizes fixadas nos 560 Planos e Programas de Z4 OD, garantindo a distribuição e tratamento de água, coleta, 561 tratamento e destinação final dos efluentes líquidos e dos resíduos sólidos coletados”. 562

As zonas que compõem o zoneamento marinho são: Zona Marinha 1 – Z1M, Zona 563 Marinha 2 – Z2M e Sub Zona Z2ME, Zona Marinha 3 – Z3M, Zona Marinha 4 – Z4M e 564 Zona Marinha 5 – Z5M. Dentre essas zonas destacam-se as Z3M, Z4M e Z5M que 565 permitem “III – despejos de efluentes previamente submetidos a tratamento 566 secundário”. 567

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568 Fonte: Banco de Dados do CBH Litoral Norte 569

570

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33.. IINNDDIICCAADDOORREESS PPAARRAA AAVVAALLIIAAÇÇÃÃOO DDOOSS SSEERRVVIIÇÇOOSS 571

A Lei Federal de Saneamento Nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007, estabelece em seu 572 Artigo 19 que os diagnósticos da situação dos serviços públicos de saneamento básico 573 deverão utilizar sistema de indicadores sanitários, epidemiológicos, ambientais e 574 socioeconômicos como forma de avaliar a evolução da eficiência das ações 575 programadas pelos planos municipais de saneamento básico. 576

Visando atender esse objetivo, a SSE – Secretaria de Saneamento e Energia sugeriu a 577 utilização, quando possível, do ISAm - Índice de Salubridade Ambiental modificado, 578 cujo cálculo é feito pela da média ponderada de indicadores específicos (vários deles 579 calculados a partir de outros indicadores): 580

ISAm = 0,25 lag + 0,25 les + 0,25 lrs + 0,05 lcv + 0,10 lrh + 0,05 ldr + 0,05 lse 581

Sendo que: 582

Iag: Indicador de Abastecimento de Água 583

Ies: Indicador de Esgotos Sanitários 584

Irs: Indicador de Resíduos Sólidos 585

Icv: Indicador de Controle de Vetores 586

Irh: Indicador de Recursos Hídricos 587

Idr: Indicador de Drenagem 588

Ise: Indicador Socioeconômico 589

Não obstante, no decorrer das atividades de obtenção de informações dos serviços de 590 saneamento básico, verificou-se a impossibilidade do cálculo completo do ISAm, tanto 591 pela indisponibilidade, como pela desatualização de alguns dados. 592

Os indicadores são ferramentas valiosas na formulação de uma base de referência 593 para avaliação da evolução da qualidade dos serviços de saneamento do município. No 594 entanto, não há ainda, na grande maioria dos municípios, uma rotina consolidada de 595 levantamento dos parâmetros necessários para determinação de indicadores. 596

Assim sendo, resolveu-se propor a adoção de determinados indicadores (sendo alguns 597 deles formadores dos componentes do ISAm) que apresentam facilidade de 598 procedimentos para rápida utilização. Com a implementação destes procedimentos, 599 poderão ser efetuadas adequações/revisões visando o atendimento dos objetivos 600 principais, qualquer que seja a avaliação dos serviços de saneamento básico. 601

602

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3.1. PROPOSIÇÃO DE INDICADORES DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA 603

Os indicadores propostos para os serviços de abastecimento de água e de esgotos 604 sanitários seguem, de forma geral, a mesma concepção dos que compõem o ISAm, 605 com algumas alterações e inclusões. As alterações, quando ocorrem, referem-se às 606 fórmulas de cálculo dos indicadores. 607

3.1.1. Indicador de Cobertura do Serviço de Água 608

Objetiva quantificar o percentual de economias com disponibilidade de acesso ao 609 sistema de abastecimento de água. O período desejável para sua apuração é o anual. 610

Ica=[(Era+Dda)*100/Dt*(100-Pdfa+Pdda)]*100 611

Sendo que: 612

Ica: Indicador de Cobertura do Serviço de Água (%) 613

Era: economias residenciais ativas (ligadas ao sistema) (un.) 614

Dda: domicílios com disponibilidade de rede de água, mas não ativos (un.) 615

Dt: domicílios totais na área de atendimento (un.) 616

Pdfa: percentual de domicílios urbanos fora da área de atendimento (%) 617

Pdda: percentual de domicílios rurais dentro da área de atendimento (%) 618

3.1.2. Indicador de Qualidade de Água Distribuída 619

Avalia o atendimento da qualidade da água distribuída conforme a Portaria 518. A 620 frequência de apuração sugerida é mensal. 621

Iqa=100*(%Aad-49)/51 622

Em que: 623

Iqa: Indicador de Qualidade de Água Distribuída 624

%Aad: porcentagem de amostras consideradas adequadas no mês crítico do período 625 de atualização 626

3.1.3. Indicador de Controle de Perdas 627

Avalia valores de perda de água por ramal de distribuição, expressa em L/Ramal*Dia. 628 O período sugerido para apuração é mensal. 629

Icp=[(Ve-Vs)-Vc)/Laa]*100, 630

Em que: 631

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Icp: Indicador de Controle de Perdas (L/ramal*dia) 632

Ve: volume de água entregue (L/dia) 633

Vs: volume de água de uso social e operacional (L/dia) 634

Vc: volume de água de consumo (L/dia) 635

Laa: ligações ativas de água (un.) 636

3.1.4. Indicador de Utilização da Infraestrutura de Produção de Água 637

Objetiva fornecer a capacidade ociosa da Estação de Tratamento de Água, a ser 638 avaliada anualmente. 639

Iua=Qp*100/CapETA 640

Iua: Indicador da Utilização da Infraestrutura de Produção de Água (%) 641

Qp: vazão produzida (L/s) 642

CapETA: capacidade da ETA (L/s) 643

3.2. INDICADORES DE ESGOTOS SANITÁRIOS PROPOSTOS 644

3.2.1. Indicador de Cobertura do Serviço de Esgotos Sanitários 645

Objetiva quantificar o percentual de economias com disponibilidade de acesso ao 646 sistema de esgotos sanitários. O período desejável para sua apuração é o anual. 647

Ice=[(Ere+Dde)*100/Dt*(100-Pdfe+Pdde)]*100 648

Sendo que: 649

Ice: Indicador da Cobertura do Serviço de Esgoto (%) 650

Ere: economias residenciais ativas (ligadas) no sistema de esgoto (un.) 651

Dde: domicílios com disponibilidade do sistema, mas não ligados (un.) 652

Dt: domicílios totais na área de atendimento (un.) 653

Pdfe: percentual de domicílios urbanos fora da área de atendimento (%) 654

Pdde: percentual de domicílios rurais dentro da área de atendimento (%) 655

656

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3.2.2. Indicador de Tratamento de Esgotos 657

Quantifica, percentualmente, as economias residenciais ligadas à coleta, cujos esgotos 658 recebem tratamento. Seu período de apuração sugerido é anual. 659

Ite=EaETE*100/Eae 660

Em que: 661

Ite: Indicador de Tratamento de Esgotos 662

EaETE: economias residenciais ativas à ETE, ou seja, cujos esgotos recebem 663 tratamento (un.) 664

Eae: economias residenciais ativas à rede de esgotos (un.) 665

3.2.3. Indicador da Utilização da Infraestrutura de Tratamento 666

Avalia, percentualmente, a capacidade ociosa da Estação de Tratamento de Esgotos. 667 O período de apuração sugerido é anual. 668

Iue=Qt*100/CapETE 669

Sendo que: 670

Iue: Indicador da Utilização da Infraestrutura de Tratamento de Esgotos (%) 671

Qt: vazão tratada (L/s) 672

CapETE: capacidade da ETE (L/s) 673

3.3. INDICADORES DE RESÍDUOS SÓLIDOS PROPOSTOS 674

A proposição dos indicadores de resíduos sólidos procurou levar em conta a 675

diversidade de aspectos e de tipos de resíduos que envolvem os serviços de limpeza 676

pública e de manejo de resíduos sólidos. 677

Além disso, propõe-se que, ao invés de se usar média aritmética para o cálculo do Irs – 678

Indicador de Resíduos Sólidos, seja promovida uma média ponderada dos indicadores, 679

por meio de pesos atribuídos de acordo com a sua importância para a comunidade, a 680

saúde pública e o meio ambiente. 681

Para a ponderação, sugere-se que sejam levados em conta os seguintes pesos 682

relativos a cada um dos indicadores que, através de sua somatória, totalizam 10. 683

Ivm - Indicador do Serviço de Varrição das Vias: p=1,0; 684

Icr - Indicador do Serviço de Coleta Regular: p=1,5; 685

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Ics - Indicador do Serviço de Coleta Seletiva: p=1,0; 686

Irr - Indicador do Reaproveitamento dos RSD: p=1,0; 687

Iqr - Indicador da Destinação Final dos RSD: p=2,0; 688

Isr - Indicador de Saturação do Tratamento e Disposição Final dos RSD: p=1,0; 689

Iri - Indicador do Reaproveitamento dos RSI: p=0,5; 690

Idi - Indicador da Destinação Final dos RSI: p=0,5; 691

Ids - Indicador do Manejo e Destinação dos RSS: p=1,5; 692

Irs=(1,0*Ivm+1,5*Icr+1,0*Ics+1,0*Irr+2,0*Iqr+1,0*Isr+0,5*Iri+0,5*Idi+1,5*Ids)/10 693

Caso, para este município, as informações necessárias para geração de quaisquer 694 indicadores não estejam disponíveis, seu peso deve ser deduzido do total para efeito 695 do cálculo do Irs. 696

A conceituação dos indicadores e a metodologia para a estimativa de seus valores 697

encontram-se apresentadas a seguir. 698

Ivm - Indicador do Serviço de Varrição das Vias 699

Este indicador quantifica as vias urbanas atendidas pelo serviço de varrição, tanto 700 manual quanto mecanizada, onde houver, sendo calculado com base no seguinte 701 critério: 702

703

Em que: 704

Ivm: Indicador do Serviço de Varrição das Vias 705

%Vm mín: % da km de varrição mínimo = 10% das vias urbanas 706 pavimentadas 707

%Vm max: % de km de varrição máximo = 100% das vias urbanas 708 pavimentadas 709

%Vm atual: % de km de varrição praticado em relação ao total das vias 710 urbanas pavimentadas 711

O Município de Ilha Bela, embora tenha o serviço de varrição de vias, não possui 712 registros da extensão total de vias pavimentadas, impossibilitando o cálculo deste 713 índice, o que levou a se deduzir o peso deste indicador do total para efeito do cálculo 714 do Irs. 715

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Icr – Indicador do Serviço de Coleta Regular 716

Este indicador quantifica os domicílios atendidos por coleta de resíduos sólidos 717

domiciliares, sendo calculado com base no seguinte critério: 718

719

sendo: 720

%Dcr = Porcentagem de domicílios atendidos 721

Duc = Total dos domicílios urbanos atendidos por coleta de lixo 722

Dut = Total dos domicílios urbanos 723

Para o município em questão, a municipalidade comunicou que a coleta regular de lixo 724

se estende a 98% dos domicílios, abrangendo tanto a área urbana quanto a rural, o 725

que resulta numa porcentagem de domicílios atendidos (%Dcr) igual a 98. 726

A freqüência do serviço de coleta, é realizado diariamente na zona urbana e 727 semanalmente nos bairros rurais, tendo em vista a pequena dimensão da malha 728 urbana. 729

730

731

sendo: 732

%Dcr min ≤ 0 733

%Dcr max ≥ 90 (Valor para faixa de população de 20.001 até 100.000 habitantes) 734

Icr = 100 x (98-0) = 108 735

(90-0) 736

Sendo assim, os serviços de coleta de resíduos sólidos domiciliares deste município já 737 atingiram a universalização e o índice a ser considerado será Icr igual a 100. 738

Ics- Indicador do Serviço de Coleta Seletiva 739

Este indicador quantifica os domicílios atendidos por coleta seletiva de resíduos sólidos 740 recicláveis, também denominada lixo seco, sendo calculado com base no seguinte 741 critério: 742

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743

Em que: 744

Ics: Indicador do Serviço de Coleta Seletiva 745

%CS mín: % dos domicílios coletados mínimo = 0% dos domicílios municipais 746

%CS Max: % dos domicílios coletados máximo = 100% dos domicílios 747 municipais 748

%CS atual: % dos domicílios municipais coletados em relação ao total dos 749 domicílios municipais 750

O Município de Ilha Bela conta com coleta seletiva domiciliar e abrange 100% do 751 município. Atualmente, a separação final e o reaproveitamento dos materiais recicláveis 752 oriundos da coleta seletiva porta a porta é realizado no Centro de Triagem. 753

Ics = 100 x (100 - 0) = 100 754

(100 – 0) 755

Irr - Indicador do Reaproveitamento dos RSD 756

Este indicador traduz o grau de reaproveitamento dos materiais reaproveitáveis 757

presentes nos resíduos sólidos domiciliares e deve sua importância à obrigatoriedade 758

ditada pela nova legislação federal referente à Política Nacional dos Resíduos Sólidos, 759

sendo calculado com base no seguinte critério: 760

761

Em que: 762

Irr: Indicador de Reaproveitamento de Resíduos Sólidos 763

%rr mín: % dos resíduos reaproveitados mínimo = 0% do total de resíduos 764

sólidos gerados no município 765

%rr máx: % dos resíduos reaproveitados máximo = 60% do total de resíduos 766

sólidos gerados no município 767

%rr atual: % dos resíduos reaproveitados em relação ao total dos resíduos 768

sólidos gerados no município 769

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O reaproveitamento de resíduos recicláveis em Ilha Bela é feito por meio de triagem e 770

é coletado 100t/mês, representando 18,5% do total de resíduos sólidos gerado no 771

município, conforme cálculo abaixo: 772

Total de resíduos = (670+100+100+30) = 900t/mês 773

*670 corresponde à coleta domiciliar 774

* 100 corresponde à coleta seletiva 775

* 100 corresponde à coleta em locais de difícil acesso 776

* 30 corresponde à coleta de grandes geradores 777

%=900*0,6 778

%=540t/mês (representa 60% do total de resíduos) 779

Assim, a porcentagem de material da coleta seletiva é: 780

%=(100/540)*100 781

%=18,5% 782

Aplicando os critérios para o município em questão, obteve-se um Irr igual a 30,8. 783

Irr = 100 x (18,5 - 0) = 30,8 784

(60 - 0) 785

Iqr – Indicador da Destinação Final dos RSD 786

Este indicador, denominado de IQR - Índice de Qualidade de Aterro de Resíduos é 787 normalmente utilizado pela CETESB para avaliar as condições dos sistemas de 788 disposição de resíduos sólidos domiciliares. 789

O índice IQR é apurado com base em informações coletadas nas inspeções de cada 790 unidade de disposição final e processadas a partir da aplicação de questionário 791 padronizado. 792

Em função de seus respectivos IQRs, as instalações são enquadradas como 793 inadequadas, controladas ou adequadas, conforme o quadro abaixo: 794

IQR Enquadramento

0,0 a 6,0 Condições Inadequadas (I)

6,1 a 8,0 Condições Controladas (C)

8,1 a 10,0 Condições Adequadas (A)

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40

O presente município até o ano de 2009 encaminhava seus resíduos sólidos 795 domiciliares para o Aterro Sanitário de Tremembé, localizado em Tremembé. Porém, 796 pelo fato de não ter sido citada nenhuma operação de transbordo que pudesse otimizar 797 esse transporte a longa distância e pela falta de informações mais precisas da 798 Prefeitura Municipal, deduz-se que a destinação dos resíduos sólidos domiciliares do 799 tipo “úmido” e dos demais detritos não reaproveitáveis atualmente esteja ocorrendo em 800 unidade localizada no próprio município, não tendo nenhuma nota no Inventário 801 Estadual de Resíduos Sólidos Domiciliares. 802

Como para o cálculo do Iqr - Indicador de Tratamento de Disposição Final de Resíduos 803 Sólidos - é calculado com base nos critérios apresentados no quadro a seguir e 804 baseado na nota do inventário, fica impossibilitado o cálculo deste índice, o que levou a 805 se deduzir o peso deste indicador do total para efeito do cálculo do Irs. 806

IQR Enquadramento Iqr

0,0 a 6,0 Condições Inadequadas (I) 0

6,1 a 8,0 Condições Controladas (C) Interpolar

8,1 a 10,0 Condições Adequadas (A) 100

Salientamos que este enquadramento da CETESB foi anterior à instituição da Política 807 Nacional dos Resíduos Sólidos através da Lei Federal nº 12.305, de 02 de agosto de 808 2010, que passou a exigir que os rejeitos não reaproveitáveis dos resíduos sólidos 809 urbanos sejam destinados unicamente a aterros sanitários. 810

Isr – Indicador de Saturação do Tratamento e Disposição Final dos RSD 811

Este indicador demonstra a capacidade restante dos locais de disposição e a 812 necessidade de implantação de novas unidades de disposição de resíduos, sendo 813 calculado com base nos seguintes critérios: 814

815

Em que: 816

n = tempo em que o sistema ficará saturado (anos) 817

O nmín e o nmáx são fixados conforme quadro a seguir: 818

Faixa da População nmín Isr nmáx Isr

Até 20.000 hab.

≤ 0 0

n ≥ 1

100 20.001 a 50.000 hab. n ≥ 2

De 50.001 a 200.000 hab n ≥ 3

Maior que 200.000 hab n ≥ 5

819

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41

Considerando que a vida útil do Aterro Controlado da Prefeitura Municipal está limitada 820 em 20 anos e a faixa de população é de 20.001 a 50.0000 habitantes seu Isr é igual a 821 100, conforme calculo abaixo: 822

Isr = 100 x (20 – 0) = 100 823

(2 - 0) 824

Iri - Indicador do Reaproveitamento dos RSI 825

Este indicador traduz o grau de reaproveitamento dos materiais reaproveitáveis 826 presentes na composição dos resíduos sólidos inertes e, embora também esteja 827 vinculado de certa forma à obrigatoriedade ditada pela nova legislação federal referente 828 à Política Nacional dos Resíduos Sólidos, não tem a mesma importância do 829 reaproveitamento dos RSD, sendo calculado com base no seguinte critério: 830

831

Sendo que: 832

Iri Indicador de Reaproveitamento de Resíduos Sólidos Inertes 833

%Ri mín: % dos resíduos reaproveitados mínimo = 0% do total de resíduos 834 sólidos inertes gerados no município 835

%Ri máx: % dos resíduos reaproveitados máximo = 60% do total de resíduos 836 sólidos inertes gerados no município 837

%Ri atual: % dos resíduos inertes reaproveitados em relação ao total dos 838 resíduos sólidos inertes gerados no município 839

Considerando que o município em questão promove o reaproveitamento de resíduos 840 sólidos inertes como cascalho, esse reaproveitamento chega a ser em torno de 841 40m³/mês, mas não ha registros to total de resíduos inertes gerados, o que 842 impossibilita o cálculo deste índice, o que levou a se deduzir o peso deste indicador do 843 total para efeito do cálculo do Irs. 844

Idi - Indicador da Destinação Final dos RSI 845

Este indicador possibilita avaliar as condições dos sistemas de disposição de resíduos 846 sólidos inertes que, embora ofereça menores riscos do que os relativos à destinação 847 dos RSD, se não forem bem operados podem gerar o assoreamento de drenagens e 848 acabarem sendo, em muitos casos, responsáveis por inundações localizadas, sendo 849 calculado com base no seguinte critério: 850

851

Em que: 852

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Idi: Indicador de Disposição Final de Resíduos Sólidos Inertes 853

IQI: Índice de qualidade de destinação de inertes, atribuído à forma/unidade 854 de destinação final utilizada pelo município para dispor seus resíduos sólidos 855 inertes e estimado de acordo com os seguintes critérios: 856

Operação da Unidade Condições IQI

Sem triagem prévia / sem configuração topográfica / sem drenagem superficial

inadequadas 0,00

Com triagem prévia / sem configuração topográfica / sem drenagem superficial

inadequadas 2,00

Com triagem prévia / com configuração topográfica / sem drenagem superficial

Controladas 4,00

Com triagem prévia / com configuração topográfica / com drenagem superficial

Controladas 6,00

Com triagem prévia / sem britagem / com reaproveitamento Adequadas 8,00

Com triagem prévia / com britagem / com reaproveitamento Adequadas 10,00

Caso o município troque de unidade e/ou procedimento ao longo do ano, seu IQI final 857 será a média dos IQIs das unidades e/ou procedimentos utilizados, ponderada pelo 858 número de meses em que ocorreu a efetiva destinação em cada um deles. 859

Operação da Unidade Condições IQI

Com triagem prévia / com britagem / com reaproveitamento Adequadas 10,00

Como a municipalidade em questão, para efeito da destinação final de seus rejeitos 860 não reaproveitáveis dos resíduos sólidos inertes, não está equipada com aterro de 861 inertes licenciado, aplicando-se os critérios obteve-se um Idi igual a 100. 862

. IQI = 10,00 863

. Idi = 10 x IQI = 100 864

Ids - Indicador do Manejo e Destinação dos RSS 865

Este indicador traduz as condições do manejo dos resíduos dos serviços de saúde, 866 desde sua forma de estocagem para conviver com baixas frequências de coleta até o 867 transporte, tratamento e disposição final dos rejeitos, sendo calculado com base no 868 seguinte critério: 869

870

Em que: 871

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Ids: Indicador de Manejo de Resíduos de Serviços de Saúde 872

IQS: Índice de Qualidade de Manejo de Resíduos de Serviços de Saúde, 873 estimado de acordo com os seguintes critérios: 874

Operação da Unidade Condições IQS

Com baixa frequência e sem estocagem refrigerada / sem transporte adequado / sem tratamento licenciado / sem disposição final adequada dos rejeitos tratados

Inadequadas 0,00

Com baixa frequência e com estocagem refrigerada / sem transporte adequado / sem tratamento licenciado / sem disposição final adequada dos rejeitos tratados

Inadequadas 2,00

Com frequência adequada / sem transporte adequado / sem tratamento licenciado / sem disposição final adequada dos rejeitos tratados

Controladas 4,00

Com frequência adequada / com transporte adequado / sem tratamento licenciado / sem disposição final adequada dos rejeitos tratados

Controladas 6,00

Com frequência adequada / com transporte adequado / com tratamento licenciado / sem disposição final adequada dos rejeitos tratados

Adequadas 8,00

Com frequência adequada / com transporte adequado / com tratamento licenciado / com disposição final adequada dos rejeitos tratados

Adequadas 10,00

Caso o município troque de procedimento/unidade ao longo do ano, o seu IQS final 875 será a média dos IQSs dos procedimentos/unidades utilizados, ponderada pelo número 876 de meses em que ocorreu o efetivo manejo em cada um deles. 877

Os resíduos de serviços de saúde gerados no município, devido às suas características 878 patogênicas, são coletados e transportados pela empresa terceirizada Transpolix. O 879 tratamento e disposição final destes resíduos é também de responsabilidade da 880 empresa Transpolix, que foi contratada pela Prefeitura Municipal para a execução de 881 tais serviços. 882

Assim, não necessitando de adequação na forma de estocagem por ter frequência de 883 coleta adequada e com atendimento por empresas especializadas, as condições 884 operacionais da municipalidade se enquadram na seguinte classificação: 885

Operação da Unidade Condições IQS

Com frequência adequada / com transporte adequado / com tratamento licenciado / com disposição final adequada dos rejeitos tratados

Adequadas 10,00

Aplicado os critérios para o município em questão, obteve-se um Ids igual a 100. 886

. IQS = 10 887

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. Ids = 10 x IQS = 100 888

Irs – Indicador de Resíduos Sólidos 889

O Irs – Indicador de Resíduos Sólidos calculado pela média ponderada dos indicadores 890 sugeridos, conduziu à seguinte pontuação para o município em questão: 891

Ivm - Indicador do Serviço de Varrição das Vias: - 892

Icr - Indicador do Serviço de Coleta Regular: 100 893

Ics - Indicador do Serviço de Coleta Seletiva: 100 894

Irr - Indicador do Reaproveitamento dos RSD: 30,8 895

Iqr - Indicador da Destinação Final dos RSD: - 896

Isr - Indicador de Saturação do Tratamento e Disposição Final de RSD : 100 897

Iri - Indicador do Reaproveitamento dos RSI: - 898

Idi - Indicador da Destinação Final dos RSI: 100 899

Ids - Indicador do Manejo e Destinação dos RSS: 100 900

Irs=(1,5*Icr+1,0*Ics+1,0*Irr+1,0*Isr+0,5*Idi+1,5*Ids)/6,5 901

Irs=(1,5*100+1,0*100+1,0*30,8+1,0*100+0,5*100+1,5*100)/6,5 = 89,35 902

Com variação de 0 a 100, o indicador Irs apresenta o nível atual da qualidade dos 903 serviços de limpeza pública e manejo dos resíduos sólidos urbanos no município. 904

Ao analisar seu valor, deve-se lembrar que ele não envolveu a totalidade dos sub- 905 indicadores que o compõem, pela indisponibilidade dos dados necessários. 906

Portanto, é recomendável que a municipalidade providencie tais dados para as futuras 907 atualizações, de modo a permitir o monitoramento da qualidade dos serviços 908 prestados. 909

3.4. INDICADORES DE DRENAGEM PROPOSTOS 910

3.4.1. Conceitos 911

Tomando-se como referência que o indicador deve englobar parâmetros mensuráveis, 912 de fácil e acessível aquisição e disponibilidade, e ser aderente aos conceitos de 913 drenagem, o primeiro aspecto será o da avaliação em separado dos subsistemas de 914 micro e macrodrenagem, lembrando que o primeiro refere-se à drenagem de 915 pavimentos que recebem as águas da chuva precipitada diretamente sobre ele e dos 916 lotes adjacentes, e o segundo considera os sistemas naturais e artificiais que 917 concentram os anteriores. 918

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Assim, pode-se dizer que a microdrenagem é uma estrutura direta e obrigatoriamente 919 agregada ao serviço de pavimentação e deve sempre ser implantada em conjunto com 920 o mesmo, de forma a garantir seu desempenho em termos de segurança e de 921 condições de tráfego (trafegabilidade da via) e ainda sua conservação e durabilidade 922 (erosões, infiltrações etc.). 923

Tal divisão é importante porque na microdrenagem utilizam-se elementos estruturais 924 (guias, sarjetas, bocas-de-lobo, tubos de ligação, galerias e dissipadores), cujos 925 critérios de projeto são distintamente diferentes dos elementos utilizados na 926 macrodrenagem (galerias, canais, reservatórios de detenção, elevatórias e barragens), 927 notadamente quanto ao desempenho. Enquanto na microdrenagem admite-se como 928 critério de projeto as vazões decorrentes de eventos com período de retorno dois, 929 cinco, dez e até 25 anos, na macrodrenagem projeta-se tendo como referência os 930 eventos de 50 ou cem anos e até mesmo valores superiores. 931

Da mesma forma, as necessidades de operação e manutenção dos sistemas são 932 distintas, no que se refere a frequência de inspeções, capacidade dos equipamentos e 933 especialidade do pessoal para execução das tarefas de limpeza, desobstrução, 934 desassoreamento etc. 935

Quanto aos critérios de avaliação dos serviços devem ser consideradas as facetas: 936 institucionalização, porte/cobertura do serviço, eficiência técnica e gestão. A seguir, 937 explica-se cada uma delas: 938

Institucionalização (I) 939

A gestão da drenagem urbana é uma atividade da competência municipal e que tende 940 a compor o rol de serviços obrigatórios que o Executivo é obrigado a prestar, tornando-941 se, nos dias atuais, de extrema importância nos grandes aglomerados urbanos. Desta 942 forma, sua institucionalização como serviço dentro da estrutura administrativa e 943 orçamentária indicará o grau de desenvolvimento da administração municipal com 944 relação ao setor. Assim, dentro deste critério, deve-se considerar os seguintes 945 aspectos que indicam o grau de envolvimento da estrutura do Município com a 946 implantação e gestão dos sistemas de micro e macrodrenagem: 947

MICRODRENAGEM MACRODRENAGEM

Existência de padronização para projeto viário e drenagem pluvial

Existência de plano diretor urbanístico com tópicos relativos à drenagem

Serviço de verificação e análise de projetos de pavimentação e/ou

loteamentos

Existência de plano diretor de drenagem urbana

Estrutura de inspeção e manutenção da drenagem

Legislação específica de uso e ocupação do solo que trata de impermeabilização, medidas mitigadoras e compensatórias

Monitoramento de chuva Monitoramento de cursos d‟água (nível e

vazão)

Registro de incidentes envolvendo microdrenagem

Registro de incidentes envolvendo a macrodrenagem

Este indicador pode, a princípio, ser admitido como „seco‟, isto é, a existência ou 948 prática do quesito analisado implica na valoração do mesmo. Posteriormente, na 949

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medida em que o índice for aperfeiçoado, o mesmo pode ser transformado em métrico 950 para considerar a qualidade do instrumento institucional adotado 951

Porte/Cobertura do Serviço (C) 952

Este critério considera o grau de abrangência relativo dos serviços de micro e 953 macrodrenagem no município, de forma a indicar se o mesmo é universalizado. Para o 954 caso da microdrenagem representa a extensão de ruas que têm o serviço de condução 955 de águas pluviais lançados sobre as mesmas de forma apropriada, através de guias, 956 sarjetas, estruturas de captação e galerias, em relação à extensão total de ruas na área 957 urbana. 958

No subsistema de macrodrenagem, o porte do serviço pode ser determinado por meio 959 da extensão dos elementos de macrodrenagem nos quais foram feitas intervenções em 960 relação à malha hídrica do município (até terceira ordem). Por intervenções entendem-961 se as galerias-tronco, que reúnem vários subsistemas de microdrenagem e também os 962 elementos de drenagem naturais, como os rios e córregos; nos quais foram feitos 963 trabalhos de canalização, desassoreamento ou dragagem, retificação, revestimento 964 das margens, regularização, delimitação das áreas de APP, remoção de ocupações 965 irregulares nas várzeas etc. 966

Eficiência do Sistema (S) 967

Este critério pretende captar o grau de atendimento técnico, isto é, se o serviço atende 968 às expectativas quanto ao seu desempenho hidráulico em cada subsistema. A forma 969 de avaliação deve considerar o número de incidentes ocorridos com os sistemas em 970 relação ao número de dias chuvosos e à extensão dos mesmos. 971

A consideração de um critério de área inundada também pode ser feita, em uma 972 segunda etapa, quando estiverem disponíveis de forma ampla os cadastros eletrônicos 973 municipais e os sistemas de informatização de dados. 974

Eficiência da Gestão (G) 975

A gestão do serviço de drenagem urbana, tanto para micro como para macro, deve ser 976 mensurada em função da relação entre as atividades de operação e manutenção dos 977 componentes e o porte do serviço. 978

MICRODRENAGEM MACRODRENAGEM

Número de bocas-de-lobo limpas em relação ao total de bocas-de-lobo

Extensão de córregos limpos/desassoreados em relação ao total

Extensão de galerias limpas em relação ao total de bocas-de-lobo

Total de recursos gastos com macrodrenagem em relação ao total

alocado.

Total de recursos gastos com microdrenagem em relação ao alocado

no orçamento anual para microdrenagem

979

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47

3.4.2. Cálculo do Indicador 980

O indicador deverá ser calculado anualmente, a partir de informações das atividades 981 realizadas no ano anterior. Os dados deverão ser tabulados em planilha apropriada, de 982 forma a permitir a auditoria externa, conforme o exemplo a seguir. O cálculo final do 983 indicador será a média aritmética dos indicadores de micro e macrodrenagem, com 984 resultado final entre [0-10]. 985

C MICRODRENAGEM Valor

Institu

cio

naliz

ação

I1 Existência de padronização para projeto viário e drenagem pluvial

0,5 0,5

I2 Serviço de verificação e análise de projetos de pavimentação e/ou loteamentos

0,5 0,5

I3 Estrutura de inspeção e manutenção da drenagem 0,5 0,5

I4 Existência de monitoramento de chuva 0,5 0,5

I5 Registro de incidentes envolvendo microdrenagem 0,5 0,5

Cobert

ura

C1 Extensão total de ruas com serviço de microdrenagem, em km (guias, sarjetas e bocas-de-lobo)

C2 Extensão total de ruas do Município (km)

Eficiê

ncia

S1 Numero de dias com incidentes na microdrenagem (alagamento de via até 30 cm, refluxo pelos PVs e Bls)

S2 Numero de dias com chuva no ano

Gestã

o

G1 Número de bocas-de-lobo limpas

G2 Total de bocas-de-lobo

G3 Total de recursos gastos com microdrenagem

G4

Total alocado no orçamento anual para microdrenagem

986

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987

C MACRODRENAGEM Valor

Institu

cio

naliz

ação

I1 Existência de plano diretor urbanístico com tópicos relativos à drenagem

0,5 0,5

I2 Existência de plano diretor de drenagem urbana 0,5 0,5

I3 Legislação específica de uso e ocupação do solo que trata de impermeabilização, medidas mitigadoras e compensatórias

0,5 0,5

I4 Monitoramento de cursos d‟água (nível e vazão)

0,5 0,5

I5 Registro de Incidentes envolvendo a macrodrenagem 0,5 0,5

Cobert

ura

C1 Extensão de intervenções na rede hídrica do município

C2 Extensão da rede hídrica do município

Eficiê

ncia

S1 Número de dias com incidentes na de macrodrenagem (transbordamento de córregos, derrubada de pontes, solapamento de margem etc .Bls)

S2 Número de dias com chuva no ano

Gestã

o

G1 Total aplicado na limpeza de córregos / estruturas de macrodrenagem em geral

G2 Total de recursos alocados para macrodrenagem

988

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49

44.. PPRROOJJEEÇÇÕÕEESS DDEEMMOOGGRRÁÁFFIICCAA EE DDEE DDEEMMAANNDDAASS 989

44..11.. PPRROOJJEEÇÇÃÃOO DDEEMMOOGGRRÁÁFFIICCAA 990

O estudo demográfico no qual foram embasadas as proposições do presente Relatório, 991 foi elaborado a partir da revisão e ajustes das projeções de população e domicílios feita 992 pela Fundação Seade para a SABESP até 2025, considerando-se ainda os dados do 993 Censo de 2010, publicados pelo IBGE em novembro de 2010, bem como o 994 prolongamento destas projeções até 2040, para os municípios e distritos das Unidades 995 de Gerenciamento e Recursos Hídricos da Serra da Mantiqueira, Paraíba do Sul e 996 Litoral Norte – UGRHIs 1, 2 e 3. 997

O estudo demográfico completo para as UGRHIs 1, 2 e 3, ano a ano, é apresentado no 998 ANEXO I – ESTUDO POPULACIONAL. 999

No entanto, o planejamento dos sistemas de abastecimento de água e esgotamento 1000 sanitário foram elaborados com base nos dados de população fixa, população 1001 flutuante, domicílios permanentes e domicílios de uso ocasional fornecidos pela 1002 Unidade de Negócios Litoral Norte – RN da SABESP, apresentados nos quadros a 1003 seguir : 1004

Município /Sistema Ano

2.009 2.010 2.015 2.020 2.025 2.030 2.035 2.040

População Fixa

Ilhabela 25.827 26.651 29.713 32.602 35.474 38.160 40.915 43.296

Água Branca 22.329 23.055 25.683 28.117 30.513 32.725 34.974 36.884

Pombo 3.499 3.596 4.030 4.485 4.961 5.435 5.941 6.412

População Flutuante

Ilhabela 17.694 17.991 19.471 20.863 22.152 23.329 24.393 24.944

Água Branca 14.016 14.236 15.325 16.325 17.229 18.034 18.746 18.966

Pombo 3.678 3.755 4.146 4.538 4.923 5.295 5.648 5.977

População Total (Fixa+Flutuante)

Ilhabela 43.521 44.642 49.184 53.465 57.626 61.490 65.308 68.239

Água Branca 36.344 37.292 41.008 44.443 47.742 50.760 53.719 55.850

Pombo 7.177 7.350 8.176 9.023 9.884 10.730 11.589 12.389

População de Pico (Reveilon e Carnaval)

Ilhabela 59.476 60.920 67.108 73.002 78.712 84.036 89.208 93.103

Água Branca 49.262 50.462 55.462 60.139 64.617 68.729 72.688 75.447

Pombo 10.215 10.458 11.646 12.862 14.095 15.307 16.520 17.655

Fonte: Unidade de Negocio do Litoral Norte - RN – Sabesp/Março/2011

1005

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50

1006

Município /Sistema Ano

2.009 2.010 2.015 2.020 2.025 2.030 2.035 2.040

Domicílios Permanentes

Ilhabela 8.283 8.532 9.848 11.214 12.592 13.941 15.227 16.419

Água Branca 7.119 7.331 8.445 9.594 10.743 11.857 12.906 13.868

Pombo 1.164 1.202 1.403 1.620 1.849 2.084 2.321 2.552

Domicílios de Uso Ocasional na Área de Projeto

Ilhabela 5.251 5.339 5.778 6.191 6.573 6.923 7.238 7.402

Água Branca 4.159 4.224 4.547 4.844 5.112 5.351 5.563 5.628

Pombo 1.092 1.114 1.230 1.347 1.461 1.571 1.676 1.774

Domicílios Totais na Área de Projeto

Ilhabela 13.533 13.871 15.626 17.405 19.165 20.864 22.465 23.821

Água Branca 11.278 11.555 12.993 14.438 15.855 17.208 18.469 19.496

Pombo 2.256 2.316 2.633 2.966 3.309 3.655 3.996 4.325

Fonte: Unidade de Negocio do Litoral Norte - RN – Sabesp/março/2011

1007

Município /Sistema Ano

2.009 2.010 2.015 2.020 2.025 2.030 2.035 2.040

Relação Pop. Fixa/Dom. Permanentes (hab./dom.)

Ilhabela 3,12 3,12 3,02 2,91 2,82 2,74 2,69 2,64

Água Branca 3,14 3,14 3,04 2,93 2,84 2,76 2,71 2,66

Pombo 3,01 2,99 2,87 2,77 2,68 2,61 2,56 2,51

Relação Pop. Flutuante/Dom. Ocasional e Vagos (hab./dom.)

Ilhabela 3,37 3,37 3,37 3,37 3,37 3,37 3,37 3,37

Água Branca 3,37 3,37 3,37 3,37 3,37 3,37 3,37 3,37

Pombo 3,37 3,37 3,37 3,37 3,37 3,37 3,37 3,37

Relação Pop. Total/Dom. Total (hab./dom.)

Ilhabela 3,22 3,22 3,15 3,07 3,01 2,95 2,91 2,86

Água Branca 3,22 3,23 3,16 3,08 3,01 2,95 2,91 2,86

Pombo 3,18 3,17 3,11 3,04 2,99 2,94 2,90 2,86

Relação População de Pico/Dom. Total (hab./dom.)

Ilhabela 4,39 4,39 4,29 4,19 4,11 4,03 3,97 3,91

Água Branca 4,37 4,37 4,27 4,17 4,08 3,99 3,94 3,87

Pombo 4,53 4,52 4,42 4,34 4,26 4,19 4,13 4,08

Fonte: Unidade de Negocio do Litoral Norte - RN – Sabesp/março/2011

44..22.. EESSTTUUDDOO DDEE DDEEMMAANNDDAASS DDEE ÁÁGGUUAA EE VVAAZZÕÕEESS DDEE EESSGGOOTTOO 1008

4.2.1. Estudo de Demandas de Água 1009

As demandas de água utilizadas no planejamento dos sistemas de abastecimento de 1010 água foram fornecidas pela Unidade de Negócios Litoral Norte – RN da SABESP. Os 1011 dados apresentados a seguir são referentes à evolução das vazões estimadas para o 1012 período de verão e para o restante do ano (cenários dirigidos): 1013

1014

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51

1015

Município /Sistema Ano

2.009 2.010 2.015 2.020 2.025 2.030 2.035 2.040

ETAS: EVOLUÇÃO DA VAZÃO DA DE VERÃO (CENÁRIO DIRIGIDO)

Vazões de Verão (janeiro) [l/s]

Ilhabela 176,90 172,90 185,90 196,40 213,90 230,40 246,40 259,40

Água Branca 146,00 142,70 152,60 159,30 172,90 185,60 197,80 207,10

Pombo 30,90 30,20 33,30 37,10 41,00 44,80 48,70 52,30

ETAS EVOLUÇÃO DE VAZÕES RESTANTE DO ANO (CENÁRIO DIRIGIDO)

Restante do Ano (julho/Agosto) [l/s]

Ilhabela 116,00 111,20 119,30 126,10 137,40 148,10 158,40 166,80

Água Branca 98,80 95,00 101,80 106,50 115,80 124,50 132,70 139,10

Pombo 17,20 16,20 17,50 19,50 21,60 23,70 25,70 27,70

Fonte: Unidade de Negocio do Litoral Norte - RN - Sabesp

4.2.2. Estudo de Vazões de Esgoto 1016

À semelhança das demandas de água, as vazões de esgoto dos sistemas de 1017 esgotamento sanitário do município foram fornecidas pela Unidade de Negócios Litoral 1018 Norte – RN da SABESP. A evolução das vazões até final de plano é apresentada no 1019 quadro a seguir: 1020

ETE’s: EVOLUÇÃO DAS VAZÕES DE VERÃO [l/s]

Município /Sistema Sistema de Esgotos Ano (Cenário Dirigido)

2.009 2.010 2.015 2.020 2.025 2.030 2.035 2.040

Ilhabela 7,50 17,30 117,30 156,50 175,30 195,50 209,80 221,50

Água Branca Itaquanduba 7,50 16,00 115,20 130,40 144,70 156,20 167,10 175,60

Praia do Pinto - 1,30 2,10 2,60 3,00 3,20 3,50 3,70

Siriuba - - - 2,10 2,40 2,60 2,70 2,90

Pombo Feiticeira/Portinho - - - 2,80 3,20 3,50 3,80 4,10

Ponta da Sela - - - - - 2,70 3,00 3,20

Praia Grande Curral - - - 18,60 22,10 24,50 26,70 28,80

Sistemas Isolados - - - - - 2,70 3,00 3,20

Fonte: Unidade de Negocio do Litoral Norte - RN – Sabesp/março/2011 1021

44..33.. PPRROOJJEEÇÇÃÃOO DDAA GGEERRAAÇÇÃÃOO DDEE RREESSÍÍDDUUOOSS 1022

44..33..11.. PPaarrââmmeettrrooss ddee CCáállccuulloo 1023

O planejamento dos serviços de limpeza pública visa atingir os padrões de qualidade 1024 recomendáveis de limpeza das vias e logradouros públicos e assegurar a adequada 1025 destinação dos resíduos sólidos gerados. 1026

Como critério fundamental para o planejamento, tem-se a universalização do 1027 atendimento às comunidades locais, independentemente das dificuldades impostas 1028 pelas condições em que se encontram. 1029

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Além deste critério, também foram adotados e até mesmo desenvolvidos - quando 1030 inexistiam - critérios para projeções de resíduos sólidos, conforme apresentado 1031 adiante. 1032

Assim, atualmente, tais critérios servem de orientadores do passo a passo para se 1033 atingirem as metas almejadas. 1034

Foram pesquisadas fontes existentes, as quais não respondiam satisfatoriamente às 1035 necessidades do plano, o que estimulou à elaboração de novas curvas de projeção, 1036 baseadas nos dados fornecidos pelos próprios municípios da região. 1037

A seguir, estão abordadas cada uma das fases de planejamento, que geraram as 1038 informações necessárias para a formulação das proposições. 1039

44..33..22.. PPrroojjeeççããoo ddee RReessíídduuooss SSóólliiddooss BBrruuttooss 1040

A projeção dos resíduos sólidos brutos foi feita separadamente para resíduos sólidos 1041 domiciliares, resíduos sólidos inertes e resíduos de serviços de saúde, uma vez que 1042 cada um destes segmentos apresenta aspectos específicos, que afetam diretamente a 1043 geração de resíduos. 1044

Resíduos Sólidos Domiciliares 1045

A geração dos resíduos sólidos domiciliares está diretamente relacionada à população 1046 residente, exceção aos municípios com vocação turística, que ficam submetidos aos 1047 efeitos da sazonalidade decorrente da população flutuante. 1048

Neste caso, a projeção da geração de resíduos sólidos domiciliares se baseou na 1049 população residente nesses municípios. 1050

Os índices de crescimento da geração dos resíduos sólidos domiciliares foram 1051 extraídos por meio de uma curva construída com os pontos resultantes dos 1052 cruzamentos entre População e Geração Atuais, apresentada a seguir. 1053

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53

1054

Geração RSD = (População / 2.990,32)(1,258) 1055

Partindo de dados básicos da população e da geração de resíduos, referentes a 2010, 1056 foi elaborada uma curva de produção que por sua vez serviu como base de cálculo 1057 para o fator de ajuste. 1058

1059

Em que: 1060

fa: Fator de Ajuste (para ajustar os pontos à curva resultante) 1061

Pr: Produção real de resíduos sólidos em 2010 1062

Pc: Produção calculada para a população de 2010 1063

A projeção de resíduos sólidos domiciliares foi calculada aplicando a equação da curva 1064 de geração e o fator de ajuste, conforme segue: 1065

1066

Em que: 1067

Pp: Produção projetada de resíduos sólidos 1068

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54

Pc: Produção calculada 1069

fa: Fator de Ajuste 1070

Aplicando as populações projetadas foram obtidas as estimativas anuais de resíduos 1071 sólidos domiciliares brutos, conforme apresentado no quadro a seguir. 1072

Produção de Resíduos Sólidos Domésticos 1073

Ano Produção (t/dia)

2010 49,94

2014 54,79

2018 59,57

2020 61,93

2025 67,93

2030 73,61

2035 79,38

2040 84,00

Resíduos Sólidos Inertes 1074

A geração dos resíduos sólidos inertes também pode ser associada diretamente à 1075 evolução da população residente, cujo crescimento estimular a construção civil e a 1076 verticalização. 1077

Neste caso, a vocação turística dos municípios não tem grande influência, já que os 1078 turistas de temporada ficam alojados no complexo hoteleiro já existente ou em suas 1079 próprias casas de veraneio. 1080

Os índices de crescimento da geração dos resíduos sólidos inertes foram extraídos por 1081 meio de curvas construídas com os pontos resultantes dos cruzamentos entre 1082 População e Geração Atuais. 1083

Por se tratarem de resíduos cuja coleta nem sempre está sob controle das 1084 municipalidades, há pouca disponibilidade deste tipo de dado, o que obrigou a se 1085 extrair a seguinte curva de crescimento baseada nas três UGRHIs estudadas: 1086

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1087

Geração RCC = (População / 8.864,31)1,775 1088

Com os dados básicos de população e geração de 2010 utilizados para a montagem da 1089 curva e a geração através dela projetada para este mesmo ano, foi calculado do fator 1090 de ajuste. 1091

Considerando as populações projetadas foram obtidas as estimativas anuais de 1092 resíduos sólidos inertes, conforme apresentado no quadro a seguir. 1093

Produção de Resíduos Sólidos Inertes 1094

Ano Produção RCC (t/dia)

2010 1,33

2014 1,50

2018 1,64

2020 1,71

2025 1,83

2030 1,92

2035 1,98

2040 2,01

1095

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Resíduos de Serviços de Saúde 1096

A geração dos resíduos de serviços de saúde não é proporcional à população residente 1097 porque os habitantes de municípios menos equipados recorrem a municípios vizinhos 1098 melhor dotados de unidades de saúde. 1099

Porém, com raras exceções, os equipamentos de saúde apresentam maiores 1100 concentrações quanto maior for a população dos municípios, o que permite que se 1101 considere que os efeitos da polarização podem ser compensados pela concentração 1102 demográfica. 1103

Assim, optou-se por montar uma única curva para responder pela relação entre 1104 população e geração de RSS, conforme segue: 1105

1106

Geração RSS = (População / 3.140,947)1,697 1107

Com os dados básicos de população e geração de 2010 utilizados para a montagem da 1108 curva e a geração por meio dela projetada para este mesmo ano, foi calculado do fator 1109 de ajuste. 1110

Aplicado às populações projetadas ano a ano, foram obtidas as projeções anuais dos 1111 resíduos de serviços de saúde decorrentes da população recenseada de cada 1112 município, conforme apresentado no Quadro a seguir. 1113

1114

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Produção de Resíduos Sólidos de Serviços de Saúde 1115

Ano Produção RSS (kg/dia)

2010 41,43

2014 46,31

2018 50,51

2020 52,50

2025 56,10

2030 58,62

2035 60,33

2040 61,46

44..33..33.. RReeaapprroovveeiittaammeennttoo ddee RReessíídduuooss 1116

O reaproveitamento dos resíduos sólidos passou a ser compromisso obrigatório das 1117 municipalidades após a Lei Federal 12.305 de 02/08/10, referente à Política Nacional 1118 dos Resíduos Sólidos. 1119

No entanto, este aspecto está focado apenas nos resíduos sólidos domiciliares e 1120 inertes já que, pelos riscos à saúde pública por sua patogenicidade, os resíduos de 1121 serviços de saúde não são recicláveis. 1122

Resíduos Sólidos Domiciliares 1123

A massa de resíduos sólidos domiciliares é formada por diversos componentes, como 1124 papéis, plásticos, metais, vidros, trapos, couros, borrachas, madeiras, terra, pedras e 1125 outros tipos de detritos, além da matéria orgânica presente nos restos de alimentos. 1126

Estes componentes têm apresentado participação variável ao passar dos anos, 1127 particularmente devido à evolução das embalagens, conforme pode ser observado no 1128 Quadro a seguir. 1129

1130

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58

Composição Gravimétrica dos Resíduos Sólidos Domésticos 1131

Tipo de RSD

Componentes 1927

(%)

1957

(%)

1969

(%)

1976

(%)

1991

(%)

2010

(%)

Lixo Seco Papel/Papelão 13,40% 16,70% 29,20% 21,40% 13,87% 10,60%

Plástico Duro/Filme - - 1,90% 5,00% 11,47% 13,60%

Metal Ferroso 1,70% 2,23% 7,80% 3,90% 2,83% 1,40%

Metal Não Ferroso - - 0,10% 0,69% 0,40%

Vidros 0,90% 1,40% 2,60% 1,70% 1,69% 1,70%

Trapos/Couro/Borracha 1,50% 2, 70% 3,80% 2,90% 4,39% 2,60%

Subtotal 17,50% 20,33% 45,30% 35,00% 34,94% 30,30%

Lixo Úmido Matéria Orgânica 82,50% 76,00% 52,20% 62,70% 60,60% 62,90%

Madeira - - 2,40% 1,60% 0,75% 1,20%

Terra/Pedras - - - 0,70% 0,77% 2,10%

Diversos - 0,10% - - 1,23% 2,00%

Perdas - 3,57% 0,10% - 1,71% 1,50%

Subtotal 82,50% 79,67% 54,70% 65,00% 65,06% 69,70%

Total 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% 100,00%

Fontes: Dados de 1927 a 1991: DOM São Paulo - 03/12/92 1132

Dados de 2010: PMSP/LIMPURB 1133

Por meio do quadro de composição gravimétrica dos RSD, nota-se que, nos idos de 1134 1927, havia uma predominância absoluta de embalagens de papel/papelão, metais 1135 ferrosos, vidros e uma ocorrência maior de matéria orgânica, talvez devido às piores 1136 condições de refrigeração da época. 1137

Ao longo dos anos, esses materiais usados nas embalagens foram substituídos 1138 principalmente por plásticos e, mais recentemente, por metais não ferrosos, 1139 sobressaindo-se o alumínio. 1140

Provavelmente, até para se adequar à nova legislação, os fabricantes de embalagens 1141 estão estudando materiais e formatos que possibilitem o máximo reaproveitamento, 1142 pois destiná-las adequadamente está ficando cada vez mais caro. 1143

Porém, é extremamente difícil se prever tais mudanças, isto porque estão relacionadas 1144 com o comportamento humano voltado para a compra e consumo dos produtos. 1145

Por essa razão, preferiu-se um posicionamento conservador e adotou-se que a atual 1146 composição gravimétrica da massa de resíduos sólidos domiciliares deverá persistir 1147 sem grandes alterações por todo o horizonte de projeto. 1148

Devido a essa diversidade, os índices de reaproveitamento variam de componente para 1149 componente, não só em relação às condições em que se encontram na massa de 1150 resíduos, mas também em função da sua aceitabilidade pelo mercado consumidor. 1151

Metas de reaproveitamento foram previamente definidas por tipo de material 1152 encontrado no lixo, conforme apresentado no Quadro de Reaproveitamento de 1153

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Resíduos Sólidos Domiciliares. Estas metas poderão ser alteradas a partir da 1154 regulamentação da nova legislação, posterior à conclusão deste plano. 1155

Reaproveitamento do Resíduos Sólidos Domiciliares 1156

Componentes

Composição Gravimétrica

(%)

Metas de Reaproveitamento

Formas Atuais de Reaproveitamento

Condição Mínima Condição Máxima

Índice

(%)

Reaprovei-

tamento (%)

Índice

(%)

Reaprovei-

tamento (%)

Papel/Papelão 9,60% 10,00% 0,96% 60,00% 5,76%

reciclagem, coprocessamento, combustível sólido

Embalagens Longa Vida

1,00% 30,00% 0,30% 90,00% 0,90%

Plástico Rígido 6,30% 30,00% 1,89% 90,00% 5,67%

Plástico Mole 6,70% 5,00% 0,34% 40,00% 2,68%

Embalagens PET

0,60% 30,00% 0,18% 90,00% 0,54%

Metal Ferroso 1,40% 30,00% 0,42% 90,00% 1,26%

reciclagem Metal Não Ferroso

0,40% 30,00% 0,12% 90,00% 0,36%

Vidros 1,70% 5,00% 0,09% 40,00% 0,68%

Isopor 0,20% 0,00% 0,00% 40,00% 0,08%

coprocessamento, combustível sólido

Trapos/Panos 2,20% 0,00% 0,00% 40,00% 0,88%

Borracha 0,20% 0,00% 0,00% 40,00% 0,08%

Subtotal 30,30% 4,29% 18,89%

Matéria Orgânica

62,90% 30,00% 18,87% 60,00% 37,74% compostagem, combustível sólido

Madeira 1,20% 30,00% 0,36% 90,00% 1,08%

Terra/Pedras 2,10% 0,00% 0,00% 40,00% 0,84% britagem

Pilhas/Baterias 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% -

Diversos 2,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% -

Perdas 1,50% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% -

Subtotal 69,70% 19,23% 39,66%

Total 100,00% 24% 59%

Observando-se este quadro, nota-se que foram analisadas duas condições de 1157 disponibilidade dos materiais: 1158

- Condição Mínima: O lixo bruto chega à central de triagem sem separação prévia no 1159 local de sua geração e, portanto, sem ter sido recolhido separadamente pela coleta 1160 seletiva; 1161

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- Condição Máxima: O lixo é separado na origem em duas partes: lixo seco e lixo 1162 úmido, sendo recolhidas separadamente pelas coletas seletiva e regular, chegando 1163 à central de triagem sem estarem misturadas. 1164

Na condição mínima, estima-se que se consiga reaproveitar até no máximo 25% dos 1165 materiais, nas proporções indicadas no quadro enquanto que, na condição máxima, 1166 esse percentual pode atingir teoricamente até cerca de 60% do peso total dos resíduos. 1167

Com relação à aceitabilidade pelo mercado consumidor, com a instituição da nova 1168 legislação, que obriga a retirada dos materiais reaproveitáveis e limita a disposição 1169 apenas daqueles para os quais o reaproveitamento não é viável, acredita-se que 1170 haverá um maior desenvolvimento no setor de reciclagem, principalmente se houver 1171 incentivos governamentais para que isto aconteça. 1172

A progressão adotada para a implementação do reaproveitamento e colocação dos 1173 materiais é a seguir transcrita: 1174

- Ano 2011: faixa de 0 a 10%, com média anual de 5% de reaproveitamento; 1175

- Ano 2012: faixa de 10 a 20%, com média anual de 15% de reaproveitamento; 1176

- Ano 2013: faixa de 20 a 35%, com média anual de 27,5% de reaproveitamento; 1177

- Ano 2014: faixa de 35 a 60%, com média anual de 47,5% de reaproveitamento; e 1178

- Ano 2015 em diante: 60% de reaproveitamento. 1179

Com estas metas, atende-se o prazo fixado na legislação federal para a reciclagem 1180 máxima até o final dos próximos quatro anos. Este tempo foi disponibilizado para que 1181 os municípios e o mercado se adaptem à nova realidade. 1182

Resíduos Sólidos Inertes 1183

Ao contrário dos resíduos sólidos domiciliares, a massa de resíduos sólidos inertes é 1184 formada principalmente por entulhos da construção civil, nos quais normalmente se 1185 encontram presentes restos de concreto, tijolos, ladrilhos, azulejos, pedras, terra e 1186 ferragem. 1187

Com exceção à ferragem, que deve ser separada na origem para ser reaproveitada 1188 como aço, os demais detritos podem ser submetidos ao processo de britagem e, após 1189 triturados, resultam em material passível de ser utilizado pela própria construção civil 1190 como material de enchimento ou em outros tipos de serviços, como operação tapa-1191 buracos em estradas de terra, dentre outros. 1192

Portanto, seu melhor reaproveitamento também está associado à estocagem nos locais 1193 de geração, não devendo ser agrupados em conjunto com outros tipos de resíduos, 1194 particularmente com matéria orgânica. 1195

Para efeito deste plano, antecipando a regulamentação da nova legislação, definiram-1196 se metas de reaproveitamento do entulho selecionado, conforme apresentado abaixo: 1197

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- Ano 2011: faixa de 0 a 10%, com média anual de 5% de reaproveitamento; 1198

- Ano 2012: faixa de 10 a 20%, com média anual de 15% de reaproveitamento; 1199

- Ano 2013: faixa de 20 a 35%, com média anual de 27,5% de reaproveitamento; 1200

- Ano 2014: faixa de 35 a 60%, com média anual de 47,5% de reaproveitamento; e 1201

- Ano 2015 em diante: 60% de reaproveitamento. 1202

Com estas metas, atende-se o prazo fixado na legislação para a reciclagem máxima 1203 até o final dos próximos quatro anos. Este tempo será para que os municípios se 1204 adaptem para processar os materiais brutos gerados em seus territórios. 1205

44..33..44.. PPrroojjeeççããoo ddaa GGeerraaççããoo ddee RReessíídduuooss NNããoo RReeaapprroovveeiittáávveeiiss 1206

Deduzindo-se dos totais de resíduos brutos as quantidades de resíduos reaproveitáveis 1207 estimadas em função das metas pré-fixadas, obteve-se a projeção da geração de 1208 resíduos não reaproveitáveis. 1209

Este procedimento não foi aplicado aos resíduos de serviços de saúde que, pela sua 1210 patogenicidade, não podem ser reaproveitáveis. 1211

Resíduos Sólidos Domiciliares 1212

Extraindo essas parcelas progressivas da massa dos resíduos sólidos domiciliares 1213 brutos, obteve-se a evolução dos totais de rejeitos, que continuarão a ser dispostos em 1214 aterros sanitários, como orientação dada na nova legislação, conforme apresentada no 1215 quadro e figura a seguir 1216

Produção de Rejeitos de RSD 1217

Ano Produção de Rejeitos (t/dia)

2010 49,94

2014 28,76

2018 23,83

2020 24,77

2025 27,17

2030 29,45

2035 31,75

2040 33,60

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62

Ilhabela

0,00

10,00

20,00

30,00

40,00

50,00

60,00

2005 2010 2015 2020 2025 2030 2035 2040 2045Ano

Pro

du

ção

de r

eje

ito

s

(to

n/d

ia)

1218

Observando-se este quadro, pode-se notar que há decréscimo apenas nos primeiros 1219 quatro anos até 2015, data em que deverá ter sido atingido o limite máximo de 1220 reaproveitamento dos materiais contidos nos resíduos domiciliares. 1221

Resíduos Sólidos Inertes 1222

A projeção dos resíduos sólidos inertes não reaproveitáveis encontra-se apresentada 1223 no quadro e figura a seguir. 1224

Produção de Rejeitos de RSI 1225

Ano RCC Não Reaproveitáveis (t/dia)

2010 1,33

2014 0,79

2018 0,66

2020 0,68

2025 0,73

2030 0,77

2035 0,79

2040 0,81

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63

Ilhabela

0,00

0,20

0,40

0,60

0,80

1,00

1,20

1,40

2005 2010 2015 2020 2025 2030 2035 2040 2045Ano

Pro

du

ção

de

reje

ito

s (

ton

/dia

)

1226

Da mesma forma que para os resíduos sólidos domiciliares, o decréscimo é 1227 apresentado nos primeiros quatro anos até 2015, data da estabilização do limite 1228 máximo de reaproveitamento dos materiais contidos nos entulhos. 1229

1230

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64

55.. PPLLAANNEEJJAAMMEENNTTOO DDOOSS SSIISSTTEEMMAASS DDEE AABBAASSTTEECCIIMMEENNTTOO DDEE ÁÁGGUUAA 1231

5.1. INTERVENÇÕES PROPOSTAS E CUSTOS ESTIMADOS 1232

A seguir são apresentadas as intervenções propostas para o município de Ilhabela com 1233 a respectiva estimativa dos custos financeiros envolvidos: 1234

Sistema de Abastecimento de Água

Município /Sistema Ano/Previsão Valor / Estimativos

Ilhabela

Ampliação do SAA Água Branca para 150l/s 2.016 R$ 15.400.000,00

Ampliação do SAA Água Branca para 200l/s 2.030 R$ 800.000,00

Ampliação do SAA Pombo 2.016 R$ 6.877.000,00

TOTAL R$ 23.077.000,00

1235

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65

66.. PPLLAANNEEJJAAMMEENNTTOO DDOOSS SSIISSTTEEMMAASS DDEE EESSGGOOTTAAMMEENNTTOO SSAANNIITTÁÁRRIIOO 1236

6.1. INTERVENÇÕES PROPOSTAS E CUSTOS ESTIMADOS 1237

O quadro seguinte apresenta as obras propostas para o município de Ilhabela, a 1238 previsão do ano de implantação e a respectiva estimativa de custos: 1239

Sistema de Esgotamento Sanitário

Município /Sistema Ano/Previsão Valor / Estimativos

Ilhabela

SES Itaquanduba - Etapa 3A - Reversão Saco da Capela 2.012 R$ 6.603.124,00

Implantação SES Feiticeira 2.018 R$ 3.500.000,00

Implantação SES Região Norte 2.018 R$ 7.000.000,00

Implantação SES Região Sul 2.018 R$ 7.000.000,00

SES Itaquanduba - 3ª Etapa 2.016 R$ 3.948.999,00

SES Itaquanduba -4ª Etapa 2.016 R$ 8.571.000,00

TOTAL R$ 36.623.123,00

1240

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66

7. PLANEJAMENTO DO SISTEMA DE LIMPEZA URBANA E MANEJO DE 1241 RESÍDUOS SÓLIDOS 1242

7.1. ALTERNATIVAS CONVENCIONAIS 1243

As propostas, a seguir apresentadas, foram direcionadas particularmente aos serviços 1244 públicos e ao gerenciamento dos resíduos sólidos sob responsabilidade da 1245 Administração Municipal de Ilhabela, embora também incluam algumas abordagens 1246 sobre resíduos cuja responsabilidade costuma ser atribuída ao gerador. 1247

Além disso, foram norteadas segundo princípios fundamentais voltados principalmente 1248 à preservação do meio ambiente e ao desenvolvimento sustentável, que têm ditado as 1249 ações no restante do mundo desenvolvido e que, recentemente passaram a se 1250 constituir exigência legal, quais sejam: 1251

- não geração de resíduos, sempre que possível; 1252

- minimização da geração de resíduos na fonte; 1253

- máximo reaproveitamento dos resíduos; 1254

- tratamento, quando procedente, para evitar a disposição "in bruto"; e 1255

- disposição final dos rejeitos em condições adequadas. 1256

Para seguir tais princípios, o plano está baseado principalmente nos seguintes 1257 fundamentos: 1258

- cooperação entre o poder público, o setor produtivo e a sociedade civil; 1259

- integração das ações nas áreas de saneamento, meio ambiente, saúde pública, 1260 ação social e administração; 1261

- participação sob forma de consórcios e/ou parcerias, para soluções regionais 1262 integradas; 1263

- participação efetiva da sociedade, em seus diversos níveis; 1264

- responsabilização dos geradores no gerenciamento dos seus resíduos sólidos; 1265

- regularidade e continuidade dos serviços de limpeza pública; 1266

- responsabilização pós-consumo dos fabricantes/distribuidores pelos produtos 1267 usados e/ou embalagens; 1268

- uso de matérias primas e insumos, bem como desenvolvimento de novos 1269 produtos, tecnologias e processos em consonância com este plano; 1270

- preferência por produtos decorrentes da reciclagem e/ou compostagem de 1271 resíduos. 1272

As proposições voltadas para o planejamento dos serviços de limpeza pública visam 1273 atingir os padrões mínimos recomendáveis de qualidade da limpeza de vias, 1274 logradouros e dispositivos públicos, além de assegurar a adequada destinação dos 1275 resíduos por eles gerados. 1276

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67

Com relação ao manejo dos resíduos sólidos, as proposições estão embasadas no 1277 cumprimento das regras e exigências preconizadas na nova Política Nacional dos 1278 Resíduos Sólidos, sob Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010. 1279

Todos os serviços de limpeza pública e de manejo de resíduos sólidos prevêem a 1280 universalização do atendimento às comunidades locais, independentemente das 1281 dificuldades impostas pelas condições em que se encontram. 1282

As propostas, a seguir formuladas, foram divididas em: 1283

- ações estruturais: quando envolvem a necessidade da execução de programas e/ou 1284 obras para implantação e/ou adequação de procedimentos e instalações 1285

- ações não estruturais: quando se referem a apenas adequações e/ou alterações nas 1286 atividades de gestão e planejamento. 1287

7.1.1. Serviços de Limpeza Pública 1288

Varrição Manual 1289

Minimização por meio da instalação de cestos em locais estratégicos 1290

Justificativa: O volume de resíduos recolhidos dos passeios e das sarjetas pela equipe 1291 de varrição costuma demonstrar a maior ou menor deficiência de disponibilidade de 1292 cestos de lixo nas vias e logradouros públicos. 1293

Objetivo: Melhorar as condições de limpeza das vias mais movimentadas por meio da 1294 implantação e/ou do reforço de cestos de lixo em pontos estratégicos e de divulgação 1295 junto à população, evitando que os resíduos sejam lançados nos passeios e sarjetas, 1296 acarretando uma maior dedicação da equipe de varrição manual e os custos adicionais 1297 decorrentes. 1298

A quantidade de cestos de lixo adicionais - e sua distribuição ao longo das vias e 1299 logradouros públicos - deverá ser objeto de estudo específico, que dará prioridade para 1300 as vias com maior intensidade de circulação de pedestres e veículos, para as rotas e 1301 pontos de parada do transporte coletivo, e para os pontos de concentração do tipo 1302 escolas e hospitais. 1303

Além desses trechos específicos, costuma-se recomendar para a área urbana de uma 1304 forma geral um cesto em cada esquina das interseções das vias, de modo que o 1305 munícipe se acostume a reter o detrito até atingir esses pontos. 1306

Além da disponibilização dos cestos, é de suma importância o seu devido 1307 esvaziamento pela própria equipe da varrição manual, de forma a deixá-los sempre 1308 aptos a receber os detritos. 1309

1310

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68

Manutenção de Áreas Verdes 1311

Mobilização de triturador móvel para facilitar o transporte e possibilitar o 1312 reaproveitamento 1313

Justificativa: Geralmente, os resíduos verdes decorrentes de serviços de poda e 1314 limpeza de parques e jardins são agrupados aos resíduos sólidos comuns ou 1315 conduzidos para um bota-fora, onde são descarregados e acumulados sem nenhum 1316 cuidado ambiental. Expostos às intempéries, estes resíduos transformados em matéria 1317 degradada, acabam se tornando habitat para vetores de doenças, como ratos, insetos 1318 e aves. 1319

Objetivo: Para este tipo de resíduo, formado em grande parte por galharia, o sistema 1320 de trituração confere uma granulometria que, além de ajudar na acomodação para 1321 transporte, também possibilita seu melhor reaproveitamento na compostagem ou em 1322 unidade de redução volumétrica e, em último caso, facilita sua disposição final em área 1323 de descarte. 1324

No caso da tecnologia de reaproveitamento por compostagem, os resíduos verdes 1325 costumam ser misturados ao lixo "úmido" também devidamente triturado. Na 1326 impossibilidade de seu reaproveitamento, os resíduos verdes devidamente triturados 1327 poderão ser direcionados diretamente para o aterro sanitário, pois não atrapalharão 1328 aos procedimentos de compactação devido à sua compatível granulometria, além de 1329 ajudar no processo de biodigestão por se tratarem de matéria orgânica. 1330

Limpeza pós feiras livres 1331

Disponibilização de contêineres para lixo seco e úmido em local estratégico 1332

Justificativa: Os resíduos sólidos originados da limpeza de feiras livres se compõem em 1333 grande parte de matéria orgânica, embora também sejam juntados detritos decorrentes 1334 da varrição, o que dificulta o reaproveitamento dos materiais. 1335

Objetivo: Evitar a mistura dos materiais na origem para que se consiga uma melhor 1336 eficiência no seu reaproveitamento, através da disponibilização de caixas estacionárias 1337 diferenciadas, para os lixos úmido e seco. 1338

Estas caixas, estanques e dotadas de tampa, deverão ser posicionadas antes da 1339 instalação das barracas e sempre em posição pré-definida, para auxiliar na sua 1340 identificação. 1341

Seu recolhimento e translado também deverá levar em conta o tipo de resíduo 1342 transportado e destinação especificada para o mesmo. 1343

1344

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7.1.2. Resíduos Sólidos Domiciliares 1345

Coleta e Translado 1346

Adequação dos veículos e equipamentos para coleta seletiva domiciliar 1347

Justificativa: Os resíduos sólidos domiciliares em sua forma bruta se apresentam com 1348 densidade média da ordem de 0,40 t/m3, ou seja, seu peso é quem dita o tipo de 1349 veículo coletor, delegando-se sua coleta ao caminhão coletor compactador que com 1350 seu dispositivo de compactação, atingir uma densidade superior a 0,60 t/m3. 1351

No caso dos resíduos recolhidos pela coleta seletiva, por tratarem-se principalmente de 1352 embalagens vazias e isentas de matéria orgânica, sua densidade natural é muito mais 1353 baixa, ou seja, seu volume é que elege o tipo de veículo coletor, sendo mais 1354 recomendável o caminhão tipo baú ou gaiola, onde os resíduos são acomodados sem 1355 nenhum tipo de compactação. 1356

No caso dos municípios que já promovem a coleta seletiva, sua progressiva ampliação 1357 deverá ser acompanhada da adequação dos recursos, substituindo gradativamente 1358 caminhões coletores do tipo compactador por caminhões do tipo gaiola. 1359

Implantação de coleta de materiais reaproveitáveis por meio de postos de 1360 entrega voluntária (PEVs) 1361

Justificativa: Como a implantação da coleta seletiva domiciliar costuma ser programada 1362 por etapas, deixando os bairros mais afastados por último, um sistema de entrega 1363 voluntária pode já ir disseminando o conceito da separação dos lixos seco e úmido e 1364 estimulando a mobilização da população local. 1365

Objetivo: Além de se disciplinar a estocagem dos materiais nos próprios domicílios, um 1366 sistema dotado de equipamentos do tipo "PEV" estrategicamente posicionados em 1367 locais de grande afluxo, como supermercados, pode facilitar a entrega voluntária dos 1368 materiais reaproveitáveis pelos munícipes. 1369

Reaproveitamento e/ou Tratamento 1370

Disponibilização de central de triagem para reaproveitamento de materiais 1371 recicláveis 1372

Justificativa: Por princípio, os resíduos sólidos dos tipos lixo seco e úmido não devem 1373 chegar misturados a uma central de triagem, pois esta situação dificulta ou até mesmo 1374 impede que se consiga a eficiência desejada no reaproveitamento dos materiais. 1375

Portanto, a central de triagem deve ser projetada para receber os resíduos 1376 devidamente separados, de forma a facilitar o trabalho de separação na esteira de 1377 catação, inclusive melhorando a qualidade e valorizando o produto final. 1378

Objetivo: Por meio de uma edificação com piso impermeabilizado e dotado de sistema 1379 de drenagem superficial para impedir o contato direto dos resíduos com o solo, 1380

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devidamente equipada para a triagem e estocagem dos diversos tipos de materiais, 1381 obter-se o máximo reaproveitamento sem provocar impactos ambientais. 1382

Para municípios com baixa geração de resíduos, é recomendável que se componham 1383 sob forma de convênios e/ou consórcios para obter economias de escala e melhor 1384 poder de negociação na comercialização dos produtos. 1385

No caso específico do município de Ilhabela, foram analisadas duas alternativas para a 1386 disponibilização de central de triagem: 1387

- Municipal: com a unidade sendo implantada no próprio município para seu uso 1388 individual; 1389

- Regional – Litoral Norte: com o município destinando seus materiais recicláveis 1390 para unidade a ser disponibilizada no município de Caraguatatuba. 1391

A metodologia e os valores utilizados nesta análise estão apresentados na sequência. 1392

Custos de Implantação 1393

A partir de dados de custos de implantação de centrais de triagem existentes de 1394 diferentes capacidades, foi elaborada curva de custo unitário, com a qual foram 1395 calculados os investimentos necessários para cada alternativa proposta. 1396

1397

Investimento Unitário = 3.558,9564x-0,4446 1398

onde; 1399

x é a capacidade em tonelada por ano 1400

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O investimento total para implantação da central de triagem foi calculado multiplicando 1401 o investimento unitário pela produção de anual de produtos recicláveis. O investimento 1402 total da Central de Triagem foi decomposto admitindo a seguinte composição: 1403

Itens % sem Terreno

Terreno 0,0%

Obras Civis 72,0%

Inicial 72,0%

Equipamentos 28,0%

Fixos 22,0%

Móveis 6,0%

Total 100,0%

Os equipamentos foram divididos em fixos, como balança e esteira de catação, e 1404 móveis, como carrinhos e empilhadeira, considerando a vida útil dos primeiros igual à 1405 do plano e destes últimos de 10 anos. 1406

Para o cálculo do Valor Presente Líquido, os custos de investimento foram distribuídos 1407 a partir dos seguintes critérios: 1408

1. A parcela inicial das obras civis foi considerada no ano de 2011; 1409 2. O investimento em equipamentos fixos foi considerado integralmente no ano 1410

de 2011; e 1411 3. Os custos de equipamentos móveis foram lançados integralmente a cada 10 1412

anos, considerando sua reposição ao término de sua vida útil. 1413

Custos do terreno 1414

Para o cálculo de área necessária para implantação de central de triagem foi elaborada 1415 curva com dados de área e capacidade de unidades existentes de diferentes 1416 dimensões. 1417

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72

1418

Área do Terreno = 9E-07x2 + 0,1013x + 793,95 1419

onde; 1420

x é igual à capacidade da Central de Triagem em tonelada por ano. 1421

Assim como para o Aterro Sanitário, o custo unitário da área de terreno foi estimado 1422 utilizando como referência o Plano da Bacia Hidrográfica do Paraíba do Sul – UGRHI 2, 1423 admitindo o custo médio de R$15.000,00/hectare. 1424

Custos de operação e manutenção 1425

Os custos operacionais de cada alternativa foram divididos nas seguintes 1426 componentes: 1427

Custo operacional da unidade; e 1428

Custo de Transporte 1429

Os custos operacionais unitários da Central de Triagem foram estimados, assim como 1430 os custos unitários de implantação, a partir de dados de unidades existentes. 1431

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73

1432

Custo Operacional Unitário = 4.529,5208 x-0,4446 1433

onde; 1434

x é a capacidade da Central de Triagem em tonelada por ano 1435

O custo operacional anual foi calculado multiplicando-se o custo operacional unitário 1436 obtido no ábaco pela produção de resíduos recicláveis de cada ano. 1437

Os custos de transporte utilizaram valores referenciais considerando o uso de 1438 caminhões coletores compactadores e/ou de carretas rodoviárias em R$/t.km e a 1439 distância de transporte a ser percorrida por cada uma dessas modalidades até a 1440 Central de Triagem da alternativa simulada. 1441

Análise das alternativas para Central de Triagem 1442

Conforme citado anteriormente, para o município de Ilhabela foram analisadas as 1443 alternativas de implantação de Central de Triagem Municipal e Central de Triagem 1444 Regional Litoral Norte. 1445

Para a alternativa de Central de Triagem Municipal, os cálculos dos custos de 1446 implantação e custos de operação foram feitos considerando a produção de recicláveis 1447 apenas do município de Ilhabela. 1448

Para a alternativa de Central de Triagem Regional Litoral Norte, os cálculos dos custos 1449 de implantação e custos de operação foram feitos considerando a produção de 1450 recicláveis dos municípios de Caraguatatuba, Ilhabela, São Sebastião e Ubatuba. 1451

A partir do custo total de implantação de central de triagem regional, foi calculado o 1452 custo efetivo para o município de Ilhabela, calculado a partir da relação entre a 1453 produção de recicláveis do município e a produção total de recicláveis dos municípios 1454 atendidos pela Central de Triagem. 1455

Os quadros abaixo apresentam os custos de implantação e operação para as 1456 alternativas propostas. 1457

1458

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74

Quadro: Custos de Implantação de Central de Triagem – Alternativas Municipal e Regional 1459

Alternativa

Produção de

Reciclados (t/ano)

Área do Terreno

(m²)

Custo Unitário

(R$/m2)

Custo do Terreno

(R$)

Parcela do Município

Custo Efetivo

do Terreno

(R$)

Custo Unitário (R$/ton)

Custo Total de

Implantação (R$)

Parcela do Município

Custo Efetivo da

CT (R$)

Usina de Triagem Municipal 5.518,77

1.353,01

15.000,00

2.029,51 100,00%

2.029,51

77,21 426.129,63 100,00%

426.129,63

Usina de Triagem Regional 69.265,93

7.810,65

15.000,00

11.715,98 7,97%

933,47

25,07 1.736.789,78 7,97%

138.378,84

1460

Quadro: Custos de Operação de Central de Triagem – Alternativas Municipal e Regional 1461

Alternativa Produção de

Rejeitos (t/ano)

Custo Unitário

Operacional (R$/t)

Produção de Recicláveis - 30 anos (t)

Custo de Operação - 30

anos (R$)

Parcela do Município

Custo Efetivo de Operação - 30 anos (R$)

Usina de Triagem Municipal 5.518,77 97,09

126.100,27

12.243.531,71 100,00% 12.243.531,71

Usina de Triagem Regional 69.265,93 31,42

1.627.564,09

51.135.039,28 7,97% 4.074.187,54

1462

Quadro: Custos de Transporte de Recicláveis para Central de Triagem – Alternativas Municipal e Regional 1463

Alternativa Produção de

Rejeitos em 30 anos (t)

Destino Custo O-D

(R$/t)

Custo Total de Transporte

(R$)

Usina de Triagem Municipal 126.100,27 Ilhabela 1,30 163.501,61

Usina de Triagem Regional 126.100,27 Caraguatatuba 15,56 1.962.120,20

1464

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75

Para estimativa do valor presente dos custos de operação e manutenção, utilizou-se a 1465 taxa de interesse de 12% ao ano, usualmente aplicada neste tipo de avaliação. 1466

Os quadros abaixo apresentam os Custos Equivalentes Totais, em valor presente 1467 líquido, para as Alternativas Municipal e Regional Litoral Norte para a central de 1468 triagem de materiais recicláveis. 1469

Quadro: Alternativa Municipal 1470

Descrição VPL

1.VPL do Custo Total 3.185.684,53

1.1. Custos de Investimento 439.041,80

. Terreno 2.029,51

. Obras Civis 306.813,33

Inicial 306.813,33

Por fase -

. Equipamentos 130.198,96

Fixos 93.748,52

Móveis 36.450,45

. Veículos -

1.2. Custos Operacionais 2.746.642,73

. Custo da unidade 2.710.447,09

. Custo de transporte(*) 36.195,64

1471

Quadro: Alternativa Regional Litoral Norte 1472

Descrição VPL

1.VPL do Custo Total 1.495.445,69

1.1. Custos de Investimento 142.949,57

. Terreno 933,47

. Obras Civis 99.632,76

Inicial 99.632,76

Por fase -

. Equipamentos 42.383,33

Fixos 30.443,34

Móveis 11.939,99

. Veículos -

1.2. Custos Operacionais 1.352.496,12

. Custo da unidade 918.126,12

. Custo de transporte(*) 434.370,01

1473

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76

Observando-se os resultados apresentados nesses quadros, nota-se que a Alternativa 1474 Regional é 53,0% menos onerosa que a Alternativa Municipal, fato este explicado em 1475 grande parte pela economia de escala proporcionada pela solução regionalizada que 1476 reúne um maior número de municípios. 1477

Portanto, a solução regionalizada para a central de triagem para reaproveitamento de 1478 materiais recicláveis deve ser considerada a melhor alternativa para o município de 1479 Ilhabela. 1480

A solução regionalizada proposta consiste na implantação de central de triagem no 1481 município de Caraguatatuba, atendendo aos municípios do Litoral Norte 1482 retromencionados. 1483

Disponibilização de usina de compostagem para reaproveitamento da matéria 1484 orgânica 1485

Justificativa: Da mesma forma como recomendado para a central de triagem, por 1486 princípio, os resíduos sólidos dos tipos lixo seco e úmido não devem chegar misturados 1487 a uma usina de compostagem, pois esta situação impede que se consiga a eficiência 1488 desejada no reaproveitamento da matéria orgânica, além de baixar a qualidade do 1489 composto resultante. 1490

Portanto, a usina de compostagem deve ser projetada para receber os resíduos que 1491 constituem o lixo úmido, devidamente separado daqueles que respondem pelo lixo 1492 seco, de forma a facilitar o processo, inclusive melhorando a qualidade e valorizando o 1493 produto final. 1494

Objetivo: Minimizar a quantidade de resíduos a serem aterrados por meio do 1495 reaproveitamento da fração orgânica presente no lixo doméstico por meio do processo 1496 clássico de compostagem. 1497

Embora, alguns municípios se situem em regiões com vocação agrícola, onde o 1498 composto resultante do processo pode ser aplicado como recondicionador de solos, 1499 experiências anteriores demonstraram que não é possível saber-se de antemão qual a 1500 receptividade junto aos potenciais consumidores locais. 1501

Portanto, é de máxima importância o incentivo do Poder Público às empresas 1502 processadoras e consumidoras de tal produto de modo a, reforçando o mercado 1503 regional, garantir sua colocação. 1504

Da mesma forma como se propôs para a central de triagem, para municípios com baixa 1505 geração de resíduos, é recomendável que se componham sob forma de convênios e/ou 1506 consórcios para obter economias de escala e melhor poder de negociação na 1507 comercialização dos produtos. 1508

No caso específico do município de Ilhabela, foram analisadas duas alternativas para a 1509 disponibilização de usina de compostagem: 1510

- Municipal: com a unidade sendo implantada no próprio município para seu uso 1511 individual; 1512

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77

- Regional – Litoral Norte: com o município destinando seus materiais orgânicos 1513 para unidade a ser instalada no município de Caraguatatuba. 1514

A metodologia e os valores utilizados nesta análise estão apresentados abaixo. 1515

Custos de Implantação 1516

Os custos de implantação de Usina de Compostagem foram calculados a partir de 1517 curva de custo unitário, elaborada a partir de dados de usinas de compostagem de 1518 diferentes portes. 1519

1520

Investimento Unitário = y = 648,72x-0,16 1521

onde; 1522

x é a capacidade da usina em tonelada por ano 1523

O investimento total para implantação da usina de compostagem foi calculado 1524 multiplicando o investimento unitário pela produção de anual de matéria orgânica 1525 reaproveitável. O investimento total da Usina de Compostagem foi decomposto 1526 admitindo a seguinte composição: 1527

Itens % sem Terreno

Terreno 0,0%

Obras Civis 89,0%

Inicial 89,0%

Equipamentos 11,0%

Fixos 4,0%

Móveis 7,0%

Total 100,0%

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78

Os equipamentos foram divididos em fixos, como balança e esteira de catação, e 1528 móveis, como carrinhos e empilhadeira, considerando a vida útil dos primeiros igual à 1529 do plano e destes últimos de 10 anos. 1530

Para o cálculo do Valor Presente Líquido, os custos de investimento foram distribuídos 1531 a partir dos seguintes critérios: 1532

1. A parcela inicial das obras civis foi considerada no ano de 2011; 1533 2. O investimento em equipamentos fixos foi considerado integralmente no ano 1534

de 2011; e 1535 3. Os custos de equipamentos móveis foram lançados integralmente a cada 10 1536

anos, considerando sua vida útil. 1537

Custos do terreno: 1538

Para o cálculo da área necessária para implantação de usina de compostagem foi 1539 elaborada curva com dados de área e capacidade de unidades de diferentes portes. 1540

1541

Área Necessária = 1,989√(Capacidade /0,0005) 1542

onde; 1543

x é igual à capacidade da Usina de Compostagem em tonelada por ano. 1544

Assim como para a Central de Triagem, custo unitário da área de terreno foi estimado 1545 utilizando como referência o Plano da Bacia Hidrográfica do Paraíba do Sul – UGRHI 2, 1546 admitindo o custo médio de R$15.000,00/hectare. 1547

1548

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79

Custos de operação e manutenção 1549

Os custos operacionais de cada alternativa foram divididos nas seguintes 1550 componentes: 1551

Custo operacional da unidade; e 1552

Custo de Transporte 1553

Os custos operacionais unitários da Usina de Compostagem foram estimados, assim 1554 como os custos unitários de implantação, a partir de dados de unidades de diferentes 1555 portes. 1556

1557

Custo Operacional Unitário = 8,569x-0,16 1558

onde; 1559

x é a capacidade da Usina de Compostagem em tonelada por ano 1560

O custo operacional foi calculado multiplicando o custo operacional unitário obtido no 1561 ábaco pela produção de matéria orgânica reaproveitável de cada ano, obtendo-se o 1562 custo operacional anual. 1563

Os custos de transporte utilizaram valores referenciais considerando o uso de 1564 caminhões coletores compactadores e/ou de carretas rodoviárias em R$/t.km e a 1565 distância de transporte a ser percorrida por cada uma dessas modalidades até a Usina 1566 de Compostagem da alternativa simulada. 1567

Análise das alternativas para Usina de Compostagem 1568

Para o município de Ilhabela foram analisadas as alternativas de implantação de Usina 1569 de Compostagem Municipal e Usina de Compostagem Regional Litoral Norte. 1570

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80

Para a alternativa de Usina de Compostagem Municipal, os cálculos dos custos de 1571 implantação e custos de operação foram feitos considerando a produção de matéria 1572 orgânica reaproveitável apenas do município de Ilhabela. 1573

Para a alternativa da utilização de Usina de Compostagem Regional Litoral Norte, os 1574 cálculos foram feitos considerando a produção de matéria orgânica dos municípios de 1575 Caraguatatuba, Ilhabela, São Sebastião e Ubatuba. 1576

A partir do custo total de implantação de usina de compostagem regional, foi calculado 1577 o custo efetivo para o município de Ilhabela, calculado a partir da relação entre a 1578 produção de matéria orgânica no município e a produção de matéria orgânica nas 1579 cidades atendidas pela Usina de Compostagem. 1580

Os quadros a seguir apresentam os custos de implantação e operação para as 1581 alternativas propostas. 1582

1583

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81

Quadro: Custos de Implantação de Usina de Compostagem – Alternativas Municipal e Regional 1584

Alternativa Peso da Matéria

Orgânica em 2040 (t/ano)

Área do Área para

Compostagem (m²)

Custo Unitário (R$/m²)

Custo Efetivo do Terreno

(R$)

Parcela do Município

Custo Unitário de

Implantação (R$/t)

Custo de Implantação

(R$)

Custo Efetivo de

Implantação (R$)

Usina de Compostagem Municipal 12.877,12 5.320,07 1,50 7.980,10 100,00% 159,64 2.055.699,95 2.055.699,95

Usina de Compostagem Regional - LN 161.620,51 18.979,90 1,50 2.268,34 7,97% 60,43 9.766.638,52 778.157,55

1585

Quadro: Custos de Operação de Usina de Compostagem – Alternativas Municipal e Regional 1586

Alternativa Produção de

Matéria Orgânica (t/ano)

Produção de Matéria

Orgânica em 30 anos (t)

Custo Unitário

Operacional (R$/t)

Custo de Operação

(R$)

Parcela do Município

Custo Efetivo de Operação

em 30 anos (R$)

Usina de Compostagem Municipal 12.877,12 294.514,48 1,89 555.220,86 100,00%

555.220,86

Usina de Compostagem Regional - LN 161.620,51 3.801.471,09 1,26 4.781.040,24 7,97%

380.929,69

1587

Quadro: Custos de Transporte de Recicláveis para Usina de Compostagem – Alternativas Municipal e Regional 1588

Alternativa Produção de Matéria Orgânica em 30 anos

(t) Destino

Custo O-D

(R$/t)

Custo Total de Transporte (R$)

Usina de Compostagem Municipal 294.514,48 Ilhabela 1,30 381.867,48

Usina de Compostagem Regional - LN 294.514,48 Caraguatatuba 15,56 4.582.645,37

1589

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82

Para estimativa do valor presente dos custos de operação e manutenção, utilizou-se a 1590 taxa de interesse de 12% ao ano, usualmente aplicada neste tipo de avaliação. 1591

Os quadros abaixo apresentam os valores presentes líquidos, para as alternativas 1592 municipal e regional, para a usina de compostagem. 1593

Quadro: Alternativa Municipal 1594

Descrição VPL

1.VPL do Custo Total 2.333.522,60

1.1. Custos de Investimento 2.124.929,22

. Terreno 7.980,10

. Obras Civis 1.829.572,96

Inicial 1.829.572,96

. Equipamentos 287.376,16

Fixos 82.228,00

Móveis 205.148,17

1.2. Custos Operacionais 208.593,38

. Custo da unidade 123.590,69

. Custo de transporte(*) 85.002,69

1595

Quadro: Alternativa Regional Litoral Norte 1596

Descrição VPL

1.VPL do Custo Total 1.910.024,25

1.1. Custos de Investimento 803.610,94

. Terreno 2.268,34

. Obras Civis 692.560,22

Inicial 692.560,22

. Equipamentos 108.782,38

Fixos 31.126,30

Móveis 77.656,08

1.2. Custos Operacionais 1.106.413,32

. Custo da unidade 86.328,60

. Custo de transporte 1.020.084,72

Ao analisar os quadros comparativos, é possível notar que a Alternativa Regional é por 1597 volta de 20% menos onerosa que Alternativa Municipal, sendo esta diferença 1598 principalmente devido à economia de escala proporcionada pelas soluções conjuntas. 1599

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83

Portanto, a solução regional para implantação da usina de compostagem pode ser 1600 considerada a melhor alternativa para o município de Ilhabela. 1601

A solução regional consiste na implantação de unidade no próprio município para uso 1602 conjunto com Caraguatatuba, São Sebastião e Ubatuba. 1603

Disposição Final 1604

Disponibilização de aterro sanitário para a disposição de resíduos e/ou rejeitos 1605 em cumprimento às metas de reaproveitamento 1606

Justificativa: Embora rejeitado pela comunidade, um aterro sanitário implantado com 1607 todos os dispositivos recomendados pelas normas técnicas e legislações pertinentes e 1608 operado com todos os cuidados necessários, ainda é a solução tecnicamente aceitável 1609 mais econômica no território nacional. 1610

Para comprovar esta afirmação, basta tomar conhecimento do teor da Lei Federal 1611 12.305 de ago/10, que estabelece a Política Nacional dos Resíduos Sólidos, em que o 1612 aterro sanitário é a forma recomendada para a disposição dos resíduos sólidos não-1613 reaproveitáveis. 1614

Objetivo: Ofertar destinação final adequada aos resíduos sólidos não-reaproveitáveis 1615 e/ou rejeitos resultantes de processos de tratamento e/ou reaproveitamento, por meio 1616 de unidade própria e/ou regionalizada, de forma a melhorar a qualidade ambiental 1617 regional. 1618

Constituído por uma obra de engenharia, projetada e implantada com todos os 1619 cuidados ambientais, um aterro sanitário é enquadrado pela CETESB como "com 1620 condições adequadas". 1621

Dentre esses cuidados, devem ser citados o selo impermeabilizante da base para 1622 evitar o contato dos resíduos com o terreno natural, a drenagem do chorume e dos 1623 gases para eliminar a formação de bolsões e pressões neutras, a elevação do maciço 1624 conforme configuração preestabelecida para assegurar a estabilidade, a drenagem 1625 superficial para minimizar a penetração da água das chuvas e outros. 1626

Somando esses cuidados, merece ser salientado o fato de, por meio da compostagem 1627 ou processo similar, a massa a ser disposta no aterro, já chegar praticamente inerte, 1628 tornando a unidade ainda mais segura. 1629

Como alternativa, recomenda-se agregar a possibilidade de se codispor resíduos 1630 industriais compatíveis, cujo ônus adicional será um simples laboratório de controle de 1631 entrada, que dotará a unidade de um forte atrativo para novas plantas industriais. 1632

No caso específico do município de Ilhabela, foram analisadas três alternativas para a 1633 disponibilização de aterro sanitário: 1634

1635

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84

Municipal: com a unidade sendo implantada no próprio município para seu uso 1636 individual; 1637

- Regional Litoral Norte: com o município levando seus rejeitos para serem 1638 dispostos no município de Caraguatatuba, e; 1639

- Regional Médio Paraíba: com o município levando seus rejeitos para serem 1640 dispostos no município de Tremembé. 1641

A metodologia e os valores utilizados nesta análise estão apresentados a seguir. 1642

Custos de investimento para aterros sanitários para resíduos sólidos urbanos: 1643

Para as alternativas propostas foram estimados os investimentos necessários para a 1644 sua implantação. Os custos apresentados foram estimados com base no custo médio 1645 de implantação de aterros sanitários de pequeno, médio e grande porte, obtidos em 1646 RIMA‟s existentes. 1647

A partir dos custos médios de implantação de ATS‟s de pequeno, médio e grande 1648 porte, foi elaborada curva de investimento unitário em função da capacidade, conforme 1649 apresentado a seguir. 1650

1651

Investimento Unitário = 3510,8 (capacidade)-0,386 1652

O investimento total foi calculado multiplicando o investimento unitário pela produção 1653 de rejeitos de RSD acumulados em 30 anos. O investimento total do ATS foi 1654 decomposto admitindo a seguinte composição: 1655

1656

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85

1657

Itens % sem Terreno

Terreno 0,0%

Obras Civis 81,0%

Inicial 10,6%

Por Etapas 70,4%

Equipamentos 8,0%

Fixos 0,4%

Móveis 7,6%

Veículos 11,0%

Total 100,0%

As obras civis foram divididas em “inicial” e “por etapas”, considerando que os custos 1658 de implantação serão divididos por etapas com duração de 5 anos durante a vida útil 1659 do aterro sanitário. 1660

Os equipamentos foram divididos em fixos, como balança rodoviária, e móveis, como 1661 trator, escavadeira, veículos etc., considerando a vida útil dos primeiros igual à do 1662 plano e destes últimos de 10 e de 5 anos. 1663

1. A parcela inicial das obras civis é considerada no ano de 2011; 1664 2. As fases das obras civis foram lançadas a cada 5 anos durante a vida útil do 1665

aterro; 1666 3. O investimento em equipamentos fixos foi considerado integralmente no ano 1667

de 2011; 1668 4. Os custos de equipamentos móveis foram lançados integralmente a cada 10 1669

anos, considerando sua vida útil; e 1670 5. Os custos de veículos foram lançados integralmente a cada 5 anos, 1671

considerando sua vida útil. 1672

Custos do terreno 1673

A área necessária para implantação do aterro sanitário foi calculada com base no 1674 critério apresentado no Plano da Bacia da UGRHI 02, conforme quadro abaixo: 1675

População (hab) Área ATS (ha)

Até 20.000 hab 4

De 20.000 a 150.000 4 a 10

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86

1676

1677

O custo unitário da área de terreno para implantação de Aterro Sanitário foi estimado 1678 utilizando como referencia o Plano da Bacia Hidrográfica do Paraíba do Sul – UGRHI 2, 1679 de Dezembro de 2009 para o período de 2009 a 2012. O estudo apresenta a seguinte 1680 referencia de custo: 1681

Preço da terra no interior de São Paulo: R$ 10.000,00 – 20.000,00/hectare 1682

Desta forma, foi assumido o custo médio de R$15.000,00/hectare. 1683

Custos de operação e manutenção 1684

Os custos operacionais de cada alternativa foram estimados para um período de 30 1685 anos, equivalente ao prazo total do plano. No custo total de operação, foram 1686 considerados os seguintes componentes: 1687

Custo operacional da unidade; 1688

Custo de Transporte 1689

Os custos operacionais unitários foram obtidos utilizando a mesma metodologia dos 1690 custos de implantação do aterro, ou seja, foram levantados referencias de custos 1691 operacionais para aterros de diferentes capacidades e elaborada curva de custo 1692 operacional unitário em função da capacidade. 1693

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1694

Custo Operacional = 5,13 x 10(-13)x2 - 7,10 x 10(-06)x + 3,87 1695

onde; 1696

x = Capacidade Total em toneladas 1697

O custo operacional foi calculado multiplicando o custo operacional unitário obtido no 1698 ábaco pela produção de rejeitos de cada ano, obtendo-se o custo operacional anual. 1699

Os custos de transporte utilizaram valores referenciais considerando o uso de 1700 caminhões coletores compactadores e/ou de carretas rodoviárias em R$/t.km e a 1701 distância de transporte a ser percorrida por cada uma dessas modalidades até o Aterro 1702 Sanitário da alternativa simulada. 1703

Análise das alternativas para aterro sanitário 1704

Conforme citado anteriormente, para o município de Ilhabela foram analisadas as 1705 alternativas de implantação de Aterro Sanitário Municipal, Aterro Sanitário Regional 1706 Litoral Norte e Aterro Sanitário Regional Tremembé. 1707

Para a alternativa de Aterro Sanitário Municipal, os cálculos dos custos de implantação 1708 e custos de operação foram feitos considerando a produção de rejeitos apenas do 1709 município de Ilhabela. 1710

Para a alternativa de Aterro Sanitário Regional Litoral Norte, os cálculos dos custos de 1711 implantação e custos de operação foram feitos considerando a produção de rejeitos 1712 dos municípios de Caraguatatuba, Ilhabela, São Sebastião e Ubatuba. 1713

Para a alternativa da disponibilização do Aterro Sanitário Regional em Tremembé, 1714 levou-se em conta a existência da unidade em operação da empresa Resincontrol, 1715 portanto, os cálculos foram feitos considerando a produção de todos os municípios das 1716 UGRHIs 1, 2 e 3 que já encaminham seus resíduos sólidos para este aterro e dos 1717

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88

municípios que deverão passar a encaminhar a partir do encerramento dos seus 1718 aterros controlados municipais, conforme previsto pela SMA ao término da vigência de 1719 suas Licenças de Operação. 1720

A partir do custo total de implantação de aterro regional, foi calculado o custo efetivo 1721 para o município de Ilhabela, calculado a partir da relação entre a população do 1722 município e a população atendida pelo aterro. 1723

Os quadros a seguir apresentam os custos de implantação e operação para as 1724 alternativas propostas. 1725

1726

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89

Custos de Implantação de Aterro Sanitário – Alternativas Municipal e Regionais 1727

Alternativa

População Atendida

pelo Aterro (hab)

Área do Aterro

(ha)

Custo Unitário (R$/ha)

Custo do Terreno

(R$)

Parcela do Município

Custo Efetivo do Terreno

(R$)

Produção de Rejeitos em 30 anos (t)

Custo Unitário de

Implantação (R$/t)

Custo de Implantação

(R$)

Custo Efetivo de

Implantação (R$)

Aterro Municipal 35.547,00 4,72 15.000,00 70.762,45 100,00% 70.762,45 326.713,70 26,12 8.533.060,86 8.533.060,86

Aterro Regional LN 335.496,00 18,56 15.000,00 278.416,26 7,70% 21.441,84 4.242.285,40 9,71 41.186.265,74 3.171.902,92

Aterro Regional Tremembé 1.103.638,00 54,01 15.000,00 810.198,69 4,73% 38.331,73 6.905.584,64 8,04 55.548.862,18 2.628.101,09

1728

Custos de Operação de Aterro Sanitário – Alternativas Municipal e Regionais 1729

Alternativa Produção de

Rejeitos em 30 anos (t)

Custo Unitário Operacional

(R$/t)

Custo de Operação (R$)

Parcela do Município

Custo Efetivo de Operação

(R$)

Aterro Municipal 326.713,70 36,44 11.903.843,61 100,00% 11.903.843,61

Aterro Regional LN 4.242.285,40 17,81 75.564.551,28 7,70% 5.819.498,72

Aterro Regional Tremembé 6.905.584,64 14,13 97.602.365,95 4,73% 4.617.716,26

1730

Custos de Transporte de RSU para Aterro Sanitário – Alternativas Municipal e Regionais 1731

Alternativa Produção de Rejeitos em

30 anos (t) Destino

Dist O-T

(km)

Dist O-D (km)

Custo O-D (R$/t)

Custo Total de Transporte (R$)

Aterro Municipal 326.713,70 Ilhabela - 3 1,30 423.616,99

Aterro Regional LN 326.713,70 Caraguá - 36 15,56 5.083.665,23

Aterro Regional Tremembé 326.713,70 Resicontrol 36 140 76,07 24.853.111,44

1732

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90

Para estimativa a valor presente dos custos de operação e manutenção, utilizou-se a 1733 taxa de desconto de 12% ao ano, comumente adotada para tal tipo de avaliação. 1734

Os quadros abaixo apresentam os Custos Equivalentes Totais, em valor presente 1735 líquido, para as alternativas municipal e regional de disposição final de resíduos sólidos 1736 urbanos em aterro sanitário. 1737

Quadro: Alternativa Municipal 1738

Descrição Un VPL

1.VPL do Custo Total 10.182.590,05

1.1. Custos de Investimento R$ 6.268.705,30

. Terreno R$ 70.762,45

. Obras Civis R$ 3.141.800,26

Inicial R$ 904.504,45

Por fase R$ 2.237.295,80

. Equipamentos R$ 3.056.142,60

Fixos R$ 34.132,24

Móveis R$ 924.545,54

. Veículos R$ 2.097.464,82

1.2. Custos Operacionais R$ 3.913.884,75

. Custo da unidade R$ 3.779.389,24

. Custo de transporte(*) R$ 134.495,51

1739

Quadro: Alternativa Regional Litoral Norte 1740

Descrição Un VPL

1.VPL do Custo Total 5.827.096,22

1.1. Custos de Investimento R$ 2.325.336,46

. Terreno R$ 21.441,84

. Obras Civis R$ 1.167.867,61

Inicial R$ 336.221,71

Por fase R$ 831.645,90

. Equipamentos R$ 1.136.027,01

Fixos R$ 12.687,61

Móveis R$ 343.671,37

. Veículos R$ 779.668,03

1.2. Custos Operacionais R$ 3.501.759,76

. Custo da unidade R$ 1.887.730,68

. Custo de transporte R$ 1.614.029,07

1741

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91

Quadro: Alternativa Regional Médio Paraíba 1742

Descrição Un VPL

1.VPL do Custo Total 11.371.853,44

1.1. Custos de Investimento R$ 1.947.238,82

. Terreno R$ 38.331,73

. Obras Civis R$ 967.644,41

Inicial R$ 278.578,72

Por fase R$ 689.065,70

. Equipamentos R$ 941.262,67

Fixos R$ 10.512,40

Móveis R$ 284.751,18

. Veículos R$ 645.999,09

1.2. Custos Operacionais R$ 9.424.614,62

. Custo da unidade R$ 1.533.921,07

. Custo de transporte R$ 7.890.693,55

Ao se analisarem os quadros comparativos, é possível notar que a Alternativa Regional 1743 do Litoral Norte é por volta de 40% menos onerosa que a Alternativa Municipal, sendo 1744 esta diferença principalmente devido à economia de escala proporcionada pelas 1745 soluções coletivas em relação às soluções individuais, e 50% menos onerosa que a 1746 alternativa regional de Tremembé, em função da economia de transporte. 1747

Portanto, além de se constituir recomendação da Política Nacional dos Resíduos 1748 Sólidos, instituída pela Lei Federal nº 12.305 de ago/10, a solução regionalizada para a 1749 disposição final dos rejeitos não-reaproveitáveis oriundos dos resíduos sólidos 1750 domiciliares deve ser considerada a melhor alternativa para o município de Ilhabela. 1751

A solução regionalizada pode ser entendida como a implantação de Aterro Sanitário no 1752 município de Caraguatatuba, que atenda aos municípios do Litoral Norte. 1753

7.1.3. Resíduos Sólidos Inertes 1754

Coleta e Translado 1755

Disponibilização de ecopontos e/ou caçambas para entrega de entulhos 1756

Justificativa: Para organizar a entrega de entulhos menos volumosos, que não 1757 justificam a contratação de empresas caçambeiras, propõe-se a implantação de 1758 ecopontos, que também deverão estar aptos a receber resíduos volumosos e 1759 especiais. 1760

Objetivo: Estimular a entrega voluntária destes tipos de resíduos de forma separada, 1761 facilitando o seu encaminhamento para destinações adequadas e evitando seu 1762 descarte irregular nos logradouros públicos. 1763

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92

A divulgação da disponibilidade dos ecopontos deverá acompanhar a implantação de 1764 cada unidade, informando seu endereço, horário de funcionamento e procedimentos de 1765 entrega dos materiais. 1766

Como exemplo, um dos procedimentos a ser divulgado deverá ser a emissão do 1767 tíquete de recebimento do material, que servirá como comprovante para o coletor 1768 demonstrar a destinação adequada proporcionada ao material coletado no gerador. 1769

Outro aspecto merecedor de divulgação pública, caso venha a ser implantado, é o 1770 sistema de cobrança pelo serviço de destinação, cuja taxa ou tarifa deverá ser paga no 1771 ato da entrega dos materiais. 1772

Concomitantemente com a divulgação da entrada em operação de novos ecopontos, a 1773 situação requer reforço da fiscalização, pelo menos temporariamente, e a 1774 disponibilização de um sistema mais eficiente para recebimento de denúncia anônima 1775 dos descartes irregulares. 1776

Nas áreas rurais, os ecopontos poderão ser substituídos por caçambas estacionárias, 1777 tendo o cuidado de informar os tipos de resíduos a serem nelas descartados, para 1778 evitar que se misturem com os resíduos comuns. 1779

Reaproveitamento 1780

Disponibilização de central de triagem e britagem para trituração dos materiais 1781 reaproveitáveis, visando seu reaproveitamento e/ou comercialização 1782

Justificativa: Embora nem sempre sejam reaproveitados, os resíduos inertes - 1783 compostos principalmente por entulhos da construção civil - apresentam condições de 1784 máximo reaproveitamento. 1785

Objetivo: Maximizar o reaproveitamento dos resíduos sólidos inertes por meio de sua 1786 submissão a central de triagem e britagem. 1787

Numa fase inicial, os materiais componentes dos entulhos deverão ser separados e, 1788 em seguida, o concreto, os tijolos e os cacos cerâmicos serão submetidos à trituração 1789 com controle granulométrico, de modo a valorizar sua colocação como matéria prima. 1790

As ferragens, devidamente separadas do concreto, deverão ser direcionadas para 1791 sucateiros, enquanto as madeiras poderão ser encaminhadas para compostagem ou 1792 para o reaproveitamento como combustível, dado seu adequado poder calorífero. 1793

No caso específico do município de Ilhabela, foram analisadas duas alternativas para a 1794 disponibilização de central de britagem: 1795

- Municipal: com a unidade sendo implantada no próprio município para seu uso 1796 individual; 1797

- Regional – Litoral Norte: com o município levando seus entulhos limpos para 1798 serem processados numa unidade regional, a ser disponibilizada no município de 1799 Caraguatatuba. 1800

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93

A metodologia e os valores utilizados nestas análises estão apresentados a seguir. 1801

Custos de Implantação 1802

Os custos de implantação de Central de Britagem foram estimados com base uma 1803 curva elaborada a partir de dados de unidades projetadas e existentes. 1804

1805

Investimento Unitário = 64866x-0,731 1806

onde; 1807

x = Capacidade em tonelada/ano 1808

O investimento total é calculado multiplicando o investimento unitário pela produção 1809 anual de resíduos sólidos inertes. O investimento total do CB é decomposto admitindo 1810 a seguinte composição: 1811

Itens % sem Terreno

Terreno 0,0%

Obras Civis 40,0%

Inicial 40,0%

Equipamentos 60,0%

Fixos 44,0%

Móveis 16,0%

Total 100,0%

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94

Os equipamentos foram divididos em fixos e móveis, considerando a vida útil dos 1812 equipamentos móveis de 10 anos. 1813

Para o cálculo do Valor Presente Líquido, os custos de investimento foram distribuídos 1814 a partir dos seguintes critérios: 1815

1. A parcela das obras civis é considerada no ano de 2011; 1816 2. O investimento em equipamentos fixos é considerado integralmente no ano 1817

de 2011; e 1818 3. Os custos de equipamentos móveis são lançados integralmente a cada 10 1819

anos, considerando sua vida útil. 1820

Custos do terreno 1821

A área necessária para implantação de Central de Britagem foi calculada pela curva 1822 elaborada a partir de dados de capacidade e área de implantação de centrais de 1823 britagem de diferentes portes. 1824

1825

Área Necessária = -1E-08x2 + 0,0121x + 557,14 1826

Assim como para as demais unidades simuladas, o custo unitário da área de terreno foi 1827 estimado utilizando como referência o Plano da Bacia Hidrográfica do Paraíba do Sul – 1828 UGRHI 2, admitindo o custo médio de R$15.000,00/hectare. 1829

Custos de operação e manutenção 1830

Os custos operacionais de cada alternativa foram estimados para o período um ano, 1831 considerando as seguintes componentes: 1832

Custo operacional da unidade; e 1833

Custo de Transporte 1834

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95

Assim como os custos de implantação, os custos operacionais unitários foram 1835 calculados a partir curva elaborada com base em custos simulados para unidades de 1836 diferentes portes. 1837

1838

Custo Operacional = 5668,6 x-0,73 1839

onde; 1840

x = Capacidade em toneladas/ano 1841

O custo operacional anual foi calculado multiplicando o custo operacional unitário pela 1842 produção de resíduos sólidos inertes reaproveitáveis em cada ano. 1843

Os custos de transporte utilizaram valores referencias para o uso de caminhões 1844 basculantes em R$/tonelada e a distância de transporte até a central de britagem 1845 municipal ou regional. 1846

Análise das alternativas para Central de Britagem 1847

Conforme anteriormente citado, para o município de Ilhabela foram analisadas as 1848 alternativas de implantação de Central de Britagem Municipal e Central de Britagem 1849 Regional Litoral Norte. 1850

Para a alternativa de Central de Britagem Municipal, os cálculos dos custos de 1851 implantação e custos de operação foram feitos considerando a produção de resíduos 1852 inertes reaproveitáveis apenas do município. 1853

A Central de Britagem Regional Litoral Norte foi analisada atendendo aos municípios 1854 de Caraguatatuba, Ilhabela, São Sebastião e Ubatuba. 1855

A partir do custo total de implantação da Central de Britagem Regional, foi calculado o 1856 custo efetivo para o município de Ilhabela, a partir da relação entre a produção de 1857 resíduos inertes reaproveitáveis do município e a produção de resíduos inertes 1858 reaproveitáveis dos municípios atendidos pela Central. 1859

Os quadros a seguir apresentam os custos de implantação e operação para as 1860 alternativas propostas. 1861

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96

Quadro: Custos de Implantação de Central de Britagem – Alternativas Municipal e Regionais 1862

Alternativa

Produção de Inertes

Reaproveitáveis (t/ano)

Área do Terreno

(m²)

Custo Unitário

(R$/m²)

Custo do

Terreno

(R$)

Parcela do Município

Custo Efetivo do

Terreno (R$)

Custo Unitário de

Implantação (R$/t)

Custo Total de

Implantação (R$)

Parcela do Município

Custo Efetivo do CT (R$)

Central de Britagem Municipal 441,08 562,47

15.000,00

843,71

100,00% 843,71 99,03

43.680,29 100% 43.680,29

Central de Britagem Regional - LN 53.165,36 1.164,91

15.000,00

1.747,37

0,83% 14,50 22,78

1.211.187,13 0,8% 10.048,54

1863

Quadro: Custos de Operação de Central de Britagem – Alternativas Municipal e Regionais 1864

Alternativa Produção de Inertes

(t/ano)

Custo Unitário

Operacional (R$/t)

Custo de Operacional

Anual (R$/ano)

Parcela do Município

Custo Efetivo de Operação

(R$/ano)

Central de Britagem Municipal 441,08

6,96

3.068,13

100,00% 3.068,13

Central de Britagem Regional - LN

53.165,36

2,01

107.002,91

0,83% 887,74

1865

Quadro: Custos de Transporte de Inertes para Central de Britagem – Alternativas Municipal e Regionais 1866

Alternativa

Produção de Inertes

Reaproveitáveis em 30 anos (t)

Destino Custo O-D

(R$/t)

Custo Total de Transporte

(R$/ano)

Central de Britagem Municipal 10.979,82 Ilhabela 1,30 14.236,44

Central de Britagem Regional - LN 10.979,82 Caraguatatuba 15,56

170.846,03

1867

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97

Para estimativa a valor presente dos custos de operação e manutenção, 1868 utilizou-se a taxa de desconto de 12% ao ano, comumente adotada para este 1869 tipo de avaliação. 1870

Os quadros abaixo apresentam os valores presentes líquidos, para as 1871 alternativas municipal e regionais, para Central de Britagem de Inertes. 1872

Quadro: Alternativa Municipal 1873

Descrição Un VPL

1.VPL do Custo Total 68.301,59

1.1. Custos de Investimento R$ 47.498,74

. Terreno R$ 843,71

. Obras Civis R$ 17.472,12

Inicial R$ 17.472,12

Por fase R$ -

. Equipamentos R$ 29.182,91

Fixos R$ 19.219,33

Móveis R$ 9.963,58

. Veículos R$ -

1.2. Custos Operacionais R$ 20.802,85

. Custo da unidade R$ 17.534,39

. Custo de transporte(*) R$ 3.268,46

1874

Quadro: Alternativa Regional – Litoral Norte 1875

Descrição Un VPL

1.VPL do Custo Total 55.307,47

1.1. Custos de Investimento R$ 10.747,37

. Terreno R$ 14,50

. Obras Civis R$ 4.019,42

Inicial R$ 4.019,42

Por fase R$ -

. Equipamentos R$ 6.713,45

Fixos R$ 4.421,36

Móveis R$ 2.292,10

. Veículos R$ -

1.2. Custos Operacionais R$ 44.560,11

. Custo da unidade R$ 5.336,51

. Custo de transporte R$ 39.223,60

1876

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98

Ao se analisarem os quadros comparativos, é possível notar que a Alternativa 1877 Regional é por volta de 20% menos onerosa que a Alternativa Municipal, sendo 1878 esta diferença devido à economia de escala proporcionada pelas soluções 1879 conjuntas. 1880

Portanto, considerando centrais fixas de britagem, a solução regional para o 1881 reaproveitamento dos resíduos sólidos inertes por meio de uma unidade 1882 localizada no próprio município pode ser considerada a melhor alternativa para 1883 o município de Ilhabela. 1884

Disposição Final 1885

Disponibilização de aterro de inertes para a disposição de rejeitos de RSI 1886 em cumprimento às metas de reaproveitamento 1887

Justificativa: Como a disposição de resíduos inertes é um processo simples de 1888 obra de terraplenagem, o investimento para sua implantação é 1889 significativamente inferior ao de um aterro sanitário, o que faz com que o custo 1890 de transporte acabe tendo maior representatividade no balanço final. 1891

Objetivo: Porém, mesmo se tratando de um processo mais simples, merece 1892 análise se a escolha da área obedece aos critérios técnico-ambientais e seu 1893 projeto de implantação está em consonância com os procedimentos técnicos 1894 pertinentes. 1895

Durante a sua operação, a configuração do aterro deve apresentar taludes e 1896 bermas para assegurar sua estabilidade e ser protegido de erosão por meio 1897 dos dispositivos de drenagem superficial. 1898

Além disso, é necessário monitorar a estabilidade do maciço, indicando 1899 qualquer indício de trinca ou de escorregamento, a tempo de ser devidamente 1900 solucionado antes de atingir as drenagens adjacentes e provocar seu 1901 assoreamento. 1902

No caso específico do município de Ilhabela, foram analisadas duas 1903 alternativas para a disponibilização de aterro de inertes: 1904

- Municipal: com a unidade sendo implantada no próprio município para seu 1905 uso individual; e 1906

- Regional – Litoral Norte: com o município levando seus resíduos sólidos 1907 inertes não-reaproveitáveis para serem processados numa unidade 1908 regional, a ser disponibilizada em Caraguatatuba. 1909

A metodologia e os valores utilizados nesta análise estão apresentados na 1910 sequência. 1911

Custos de Implantação 1912

Os custos de implantação de aterro de inertes foram estimados com base na 1913 dedução dos itens não pertinentes com relação aos custos referentes a aterros 1914 sanitários, levando-se em conta que: 1915

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99

a densidade do resíduos sólido inerte aterrado é de 1,5 t/m³, diferente da 1916 média de 0,8 t/m³ referente ao resíduo sólido domiciliar disposto no 1917 maciço; e 1918

o aterro de inertes não necessita de impermeabilização de base, 1919 sistemas de drenagem internos, estação de tratamento de efluentes, 1920 poços de monitoramento e outros tantos cuidados ambientais devido 1921 principalmente à presença do chorume e do biogás gerados nos aterros 1922 sanitários. 1923

Desta forma, admitiu-se que o custo unitário de implantação de um aterro de 1924 inertes é de 20% do custo unitário de implantação de um aterro sanitário de 1925 mesma dimensão. 1926

1927

O investimento total foi calculado multiplicando o investimento unitário pela 1928 produção de resíduos inertes não-reaproveitáveis em 30 anos. O investimento 1929 total do Aterro de Inertes foi decomposto admitindo a seguinte composição: 1930

Itens % sem Terreno

Terreno 0,0%

Obras Civis 84,5%

Inicial 16,0%

Por Etapas 68,5%

Equipamentos 4,5%

Fixos 0,5%

Móveis 4,0%

Veículos 11,0%

Total 100,0%

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100

As obras civis foram divididas em “inicial” e “por etapas”, considerando que os 1931 custos de implantação serão divididos por fases durante o prazo total do plano. 1932 Os equipamentos foram divididos em fixos e móveis, considerando a vida útil 1933 dos equipamentos móveis de 10 anos. 1934

Para o cálculo do Valor Presente Líquido, os custos de investimento foram 1935 distribuídos ao longo do prazo de avaliação a partir dos seguintes critérios: 1936

1. A parcela inicial das obras civis foi considerada no ano de 2011; 1937 2. As obras civis em etapas foram lançadas a cada 5 anos durante a 1938

vida útil do aterro; 1939 3. O investimento em equipamentos fixos foi considerado integralmente 1940

no ano de 2011; 1941 4. Os custos de equipamentos móveis foram lançados integralmente a 1942

cada 10 anos, considerando sua vida útil; e 1943 5. Os custos de veículos foram lançados integralmente a cada 5 anos, 1944

considerando sua vida útil. 1945

Custos do terreno 1946

As instalações de apoio e a configuração do maciço para o aterro de inertes 1947 são similares aos dos aterros sanitários, portanto admitiu-se uma área mínima 1948 para implantação do aterro de inertes de 4 ha, similar ao aterro sanitário. 1949

Porém, como os aterros de inertes não necessitam de área para tratamento de 1950 gases e chorume, admitiu-se que a área necessária para implantação de aterro 1951 de inertes para população de 150.000 habitantes, é de 88% da área necessário 1952 para implantação de aterro sanitário. 1953

1954

População (hab) Área ATI (ha)

Até 20.000 hab 4

De 20.000 a 150.000 4 a 8,8

1955

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101

1956

1957

O custo unitário da área de terreno para implantação de Aterro de Inertes foi o 1958 mesmo utilizado para Aterro Sanitário: R$15.000,00/hectare. 1959

Custos de operação e manutenção 1960

Os custos operacionais de cada alternativa foram estimados para um período 1961 de 30 anos, equivalente ao prazo do presente plano e portanto à vida útil do 1962 aterro de inertes. No custo total de operação, foram considerados os seguintes 1963 componentes: 1964

Custo operacional da unidade; e 1965

Custo de Transporte 1966

Os custos operacionais unitários do aterro de inertes foram estimados com 1967 base nos custos unitários operacionais de aterro sanitário. Por não 1968 necessitarem dos mesmos procedimentos exigidos na operação de aterro 1969 sanitário, considerou-se que os custos operacionais equivalem a 10% do custo 1970 operacional do aterro sanitário. 1971

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102

1972

O custo operacional foi calculado multiplicando o custo operacional unitário 1973 obtido no ábaco pela produção de resíduos sólidos inertes não-reaproveitáveis 1974 de cada ano. 1975

Para o cálculo dos custos de transporte foram utilizados valores referencias de 1976 uso de caminhões basculantes em R$/tonelada e a distância de transporte até 1977 o aterro de inertes municipal ou regional. 1978

Análise das alternativas para Aterro de Inertes 1979

Conforme citado anteriormente, para o município de Ilhabela, foram analisadas 1980 as alternativas de implantação de aterro de inertes municipal e aterro de inertes 1981 regional Litoral Norte. 1982

Para a alternativa de Aterro de Inertes Municipal, os cálculos dos custos de 1983 implantação e custos de operação foram feitos considerando a produção de 1984 resíduos inertes não-reaproveitáveis apenas do município. 1985

Na alternativa de implantação de aterro de inertes Regional Litoral Norte, foi 1986 admitido que os municípios Caraguatatuba, Ilhabela, São Sebastião e Ubatuba 1987 encaminharão seus resíduos inertes não-reaproveitáveis para um ATI em 1988 Caraguatatuba. 1989

A partir do custo total de implantação de aterro de inertes, foi calculado o custo 1990 efetivo para o município de Ilhabela, calculado a partir da relação entre a 1991 produção de inertes não-reaproveitáveis do município e a produção de 1992 resíduos inertes não-reaproveitáveis dos municípios atendidos pelo aterro. 1993

Os quadros abaixo apresentam os custos de implantação e operação para as 1994 alternativas propostas. 1995

1996

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103

Quadro: Custos de Implantação de Aterro de Inertes – Alternativas Municipal e Regional 1997

Alternativa

População Atendida

pelo Aterro (hab)

Área do Aterro

(ha)

Custo Unitário

(R$/ha)

Custo do Terreno

(R$)

Parcela do Município

Custo Efetivo do Terreno

(R$)

Produção de Inertes Não-

reaproveitáveis em 30 anos (t)

Custo Unitário de

Implantação

(R$/t)

Custo de Implantação

(R$)

Custo Efetivo de

Implantação (R$)

Aterro Municipal 35.547,00

4,88

15.000,00

73.137,79 100,00%

73.137,79 8.566,80 2,20

18.855,38 18.855,38

Aterro Regional - LN 335.496,00

15,16

15.000,00

227.395,52 0,80%

1.814,78 1.073.438,23 2,20

2.362.619,46 18.855,38

1998

Quadro: Custos de Operação de Aterro de Inertes – Alternativas Municipal e Regional 1999

Alternativa

Produção de Inertes Não-

reaproveitáveis em 30 anos (t)

Custo Unitário

Operacional

(R$/t)

Custo de Operação

(R$)

Parcela do Município

Custo Efetivo de Operação

(R$/ano)

Aterro Municipal 8.566,80 1,98 16.969,84 100,00% 16.969,84

Aterro Regional - LN 1.073.438,23 1,98 2.126.357,51 0,80% 16.969,84

2000

Quadro: Custos de Transporte de RSI para Aterro de Inertes – Alternativas Municipal e Regional 2001

Alternativa

Produção de Inertes Não-

reaproveitáveis em 30 anos (t)

Destino Custo O-D

(R$/t)

Custo Total de

Transporte

(R$/ano)

Aterro Municipal 8.566,80 Ilhabela 1,30 11.107,71

Aterro Regional - LN 8.566,80 Caraguatatuba 15,56 133.299,37

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104

Para estimativa a valor presente dos custos de operação e manutenção, utilizou-se a 2002 taxa de desconto de 12% ao ano, usualmente adotada neste tipo de avaliação. 2003

Os quadros abaixo apresentam os valores presentes líquidos, para as alternativas, 2004 municipal e regional, de disposição de resíduos inertes. 2005

Quadro: Alternativa Municipal 2006

Descrição VPL (R$)

1.VPL do Custo Total 95.929,26

1.1. Custos de Investimento 86.769,20

. Terreno 73.137,79

. Obras Civis 7.827,16

Inicial 3.016,86

Por fase 4.810,29

. Equipamentos 5.804,25

Fixos 94,28

Móveis 1.075,24

. Veículos 4.634,74

1.2. Custos Operacionais 9.160,06

. Custo da unidade 5.536,26

. Custo de transporte(*) 3.623,79

2007

Quadro: Alternativa Regional – Litoral Norte 2008

Descrição VPL(R$)

1.VPL do Custo Total 64.642,61

1.1. Custos de Investimento 15.446,19

. Terreno 1.814,78

. Obras Civis 7.827,16

Inicial 3.016,86

Por fase 4.810,29

. Equipamentos 5.804,25

Fixos 94,28

Móveis 1.075,24

. Veículos 4.634,74

1.2. Custos Operacionais 49.196,43

. Custo da unidade 5.708,66

. Custo de transporte 43.487,77

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105

Ao se analisarem os quadros comparativos, é possível notar que a Alternativa Regional 2009 é cerca de 30% menos onerosa que as Alternativa Municipal. 2010

Portanto, a solução regional com Aterro de Inertes no município de Caraguatatuba para 2011 a disposição de resíduos sólidos inertes não-reaproveitáveis deve ser considerada a 2012 melhor alternativa para o município de Ilhabela. 2013

7.1.4. Resíduos de Serviços de Saúde 2014

Tratamento 2015

Disponibilização de unidade de tratamento de resíduos de serviços de saúde em 2016 regiões desprovidas deste serviço 2017

Justificativa: Na impossibilidade de contar com unidade de tratamento própria, os 2018 municípios são obrigados a recorrer a unidades externas, muitas vezes a distâncias 2019 muito grandes, o que resulta na redução da frequência de coleta para não encarecer 2020 demasiadamente o serviço. 2021

Objetivo: Cotejar os custos de se manter a unidade atual e os de se recorrer a outra 2022 unidade, mais próxima, para atendimento de forma regional. 2023

No caso específico do município de Ilhabela, foram analisadas duas alternativas para a 2024 disponibilização de unidade de tratamento para seus resíduos de serviços de saúde: 2025

- Regional Suzano: com o município levando seus resíduos de serviços de saúde 2026 para serem tratados numa unidade regional existente localizada no município de 2027 Suzano; e 2028

- Regional Jacareí: com o município levando seus resíduos de serviços de saúde 2029 para serem tratados na unidade atual, localizada no município de Jacareí. 2030

A metodologia e os valores utilizados nesta análise estão apresentados abaixo. 2031

Custos de Implantação de Unidade de Tratamento de RSS 2032

Devido aos altos custos de tratamento deste tipo de resíduo, as distâncias de 2033 transporte passam a ser pouco significativas, resultando em áreas de influência 2034 bastante amplas, o que implica sempre em unidades voltadas ao atendimento regional. 2035

Por essa razão, os cálculos dos investimentos para implantação das alternativas 2036 propostas foram feitos utilizando como referencia duas unidades hipotéticas com 2037 capacidade de 1.095 t/ano e 2.190 t/ano. 2038

A unidade de tratamento de 1.095 t/ano, dotada de apenas um microondas, foi admitida 2039 como padrão mínimo, ou seja, mesmo se o conjunto de municípios apresentar geração 2040 total inferior a essa capacidade será atendido por uma unidade desse porte. 2041

Para a alternativa em que a produção de resíduos se apresentar entre 1.095 t/ano e 2042 2.190 t/ano, os custos de implantação foram interpolados, ou seja, ela terá seus 2043 equipamentos dobrados ou será dotada de equipamento de capacidade compatível. A 2044

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ilustração abaixo apresenta o custo unitário de implantação em função da capacidade 2045 da unidade de tratamento. 2046

2047

O investimento total foi calculado multiplicando o investimento unitário pela produção 2048 anual de resíduos de serviços de saúde, admitindo 1.095 t/ano como a quantidade 2049 mínima. Para a alternativa de solução regional Jacareí, foi admitido o padrão máximo 2050 de 2.190 t/ano, já que é sabido que ela tem uma ampla área de influência mas não 2051 existem dados quantitativos dos municípios que encaminham seus resíduos para esta 2052 unidade. 2053

O investimento total da Unidade de Tratamento foi decomposto admitindo a seguinte 2054 composição: 2055

Itens % sem Terreno

Terreno 0,0%

Obras Civis 23,7%

Inicial 23,7%

Equipamentos 76,3%

Fixos 65,9%

Móveis 10,4%

Total 100,0%

Os equipamentos foram divididos em fixos e móveis, considerando a vida útil dos 2056 equipamentos móveis de 10 anos. 2057

Para o cálculo do Valor Presente Líquido, os custos de investimento foram distribuídos 2058 a partir dos seguintes critérios: 2059

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1. A parcela inicial das obras civis é considerada no ano de 2011; 2060 2. O investimento em equipamentos fixos é considerado integralmente no ano 2061

de 2011; e 2062 3. Os custos de equipamentos móveis são lançados integralmente a cada 10 2063

anos, considerando sua vida útil. 2064

Custos do terreno 2065

Para cada alternativa, foi admitida área necessária para a implantação da unidade de 2066 tratamento, utilizando os padrões mínimo e máximo como referência. 2067

2068

2069

Assim como para as outras unidades de tratamento e disposição de resíduos sólidos, 2070 foi assumido o custo médio de terreno de R$15.000,00/hectare. 2071

Custos de operação e manutenção 2072

Os custos operacionais da unidade de tratamento foram divididos em duas 2073 componentes: 2074

Custo operacional da unidade; e 2075

Custo de Transporte 2076

Os custos operacionais unitários foram obtidos utilizando a mesma metodologia dos 2077 custos de implantação da unidade de tratamento de RSS, ou seja, foram utilizados 2078 como referência os custos operacionais de duas unidades, adotadas como padrão 2079 mínimo e máximo. 2080

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2081

O custo operacional foi calculado multiplicando o custo operacional unitário pela 2082 produção de resíduos de serviços de saúde em cada ano, obtendo-se o custo 2083 operacional anual. 2084

Os custos de transporte utilizaram valores referenciais para o uso de caminhões 2085 coletores compactadores em R$/t.km e a distância de transporte até a unidade de 2086 tratamento. 2087

Análise das alternativas para Unidade de Tratamento de RSS 2088

Conforme já mencionado anteriormente, para o município de Ilhabela, foram 2089 analisadas as alternativas de utilização da unidade de tratamento existente no 2090 município de Jacareí, de propriedade da empresa ATT, e de utilização de unidade de 2091 tratamento existente no município de Suzano, de propriedade do Grupo Pioneira. 2092

Tanto para a alternativa utilização da unidade existente no município de Jacareí quanto 2093 para a alternativa de utilização da unidade existente no município de Suzano, foram 2094 admitidos os custos de implantação e operação análogos ao padrão máximo, pois é 2095 sabido que tal unidade opera com uma ampla área de influência, mas trata resíduos de 2096 municípios que extrapolam as UGRHI‟s 1, 2 e 3, impossibilitando o levantamento de 2097 seus dados para projeção de resíduos. 2098

Para as duas alternativas, foram calculados os custos totais de implantação da unidade 2099 de tratamento e, na sequencia, calculado o custo efetivo para o município de Ilhabela, 2100 a partir da relação entre a produção de resíduos sólidos de saúde no município e a 2101 produção de resíduos sólidos de saúde dos municípios atendidos pela unidade de 2102 tratamento. 2103

Os quadros a seguir apresentam os custos de implantação e operação para as 2104 alternativas propostas. 2105

2106

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Quadro: Custos de Implantação de Unidade de Tratamento de RSS – Alternativas Regionais em Jacareí e Suzano 2107

Alternativa

Produção de RSS em 2040 (t/ano)

Área do

Aterro (ha)

Custo Unitário

(R$/ha)

Custo do

Terreno

(R$)

Parcela do

Município

Custo Efetivo

do Terreno

(R$)

Custo Unitário de

Implantação (R$/t)

Custo de Implantação

(R$)

Custo Efetivo de

Implantação (R$)

Un. de Tratamento de RSS Pioneira 705,81 0,24 15.000,00 3.600,00 3,18% 114,42 1.324,20 1.450.000,00 46.084,68

Un. de Tratamento de RSS ATT 1.349,58 0,19 15.000,00 2.909,15 1,66% 48,36 1.520,47 2.051.996,89 34.107,87

2108

Quadro: Custos de Operação de Unidade de Tratamento de RSS – Alternativas Regionais em Jacareí e Suzano 2109

Alternativa Produção de RSS em 2040

(t/ano)

Custo Unitário Operacional

(R$/t)

Custo de Operação

(R$)

Parcela do Município

Custo Efetivo de Operação

(R$)

Un. de Tratamento de RSS Pioneira 705,81 600,00 423.485,29 3,18% 13.459,44

Un. de Tratamento de RSS ATT 1.349,58 689,08 929.966,45 1,66% 15.457,71

2110

Quadro: Custos de Transporte de RSU para Unidade de Tratamento de RSS – Alternativas Regionais em Jacareí e Suzano 2111

Alternativa Produção de

Rejeitos em 30 anos (t)

Destino Dist O-D

(km)

Custo Unitário de Transporte (R$/ton.km)

Custo O-D (R$/t)

Custo Total de

Transporte

(R$)

Un. de Tratamento de RSS Pioneira 5.381,30 Pioneira Suzano 160 0,2161 34,576 186.063,78

Un. de Tratamento de RSS ATT 5.381,30 Jacareí 130 0,2161 28,093 151.176,82

2112

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Para estimativa a valor presente dos custos de operação e manutenção, utilizou-se a 2113 taxa de desconto de 12% ao ano, usualmente adotada para este tipo de avaliação. 2114

Os quadros abaixo apresentam os Custos Equivalentes Totais, em valor presente 2115 líquido, para as alternativas de tratamento de resíduos sólidos de saúde estudadas. 2116

Quadro: Alternativa Regional – Suzano 2117

Descrição Un VPL

1.VPL do Custo Total 160.274,11

1.1. Custos de Investimento R$ 54.299,19

. Terreno R$ 114,42

. Obras Civis R$ 10.922,07

Inicial R$ 10.922,07

. Equipamentos R$ 43.262,70

Fixos R$ 30.369,80

Móveis R$ 12.892,89

1.2. Custos Operacionais R$ 105.974,93

. Custo da unidade R$ 100.313,53

. Custo de transporte R$ 5.661,40

2118

Quadro: Alternativa Regional – Jacareí 2119

Descrição Un VPL

1.VPL do Custo Total 165.656,63

1.1. Custos de Investimento R$ 40.151,20

. Terreno R$ 48,36

. Obras Civis R$ 8.083,56

Inicial R$ 8.083,56

. Equipamentos R$ 32.019,28

Fixos R$ 22.477,09

Móveis R$ 9.542,20

1.2. Custos Operacionais R$ 125.505,43

. Custo da unidade R$ 120.905,54

. Custo de transporte R$ 4.599,88

Conforme apresentado nos quadros comparativos, a diferença dos custos de 2120 implantação e operação para um período de 30 anos é de 3%, entretanto, pela falta de 2121 informações dos municípios atendidos por estas unidades e, desta forma, impossibilitar 2122

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o cálculo da parcela do município, pode-se admitir que ambas as alternativas podem 2123 ser consideradas viáveis. 2124

Por outro lado, considerando que o município de Ilhabela já encaminha seus resíduos 2125 de serviços de saúde para a empresa ATT, em Jacareí, a proposição consiste na 2126 conservação desse procedimento nos cenários emergencial e de curto prazo. 2127

7.2. ALTERNATIVAS NÃO CONVENCIONAIS 2128

Neste item são abordadas alternativas não convencionais, como as de geração de 2129 energia elétrica e/ou vapor a partir da queima de resíduos sólidos urbanos (RSU) em 2130 instalações industriais especialmente previstas para tal. 2131

A implementação de UVE‟s (Unidades de Valorização Energética) deve considerar, 2132 desde a geração de resíduos, à ação integrada dos responsáveis pelo sistema de 2133 coleta e transporte de RSU com os responsáveis pela operação da UVE, de forma a 2134 realizar a segregação na fonte dos resíduos para fins de compostagem e de reciclagem 2135 de materiais, destinando-se os demais ao tratamento térmico com recuperação 2136 energética, de acordo com os planos de gerenciamento municipais. Assim serão 2137 alcançados níveis de gestão mais elevados, o reaproveitamento seguro e eficiente das 2138 frações recicláveis bem como a universalização dos serviços prestados. 2139

Dentro desta ótica, uma UVE também deverá receber resíduos orgânicos não 2140 contaminados (entrepostos hortifrutigranjeiros, feiras livres, centrais de preparação de 2141 refeições industriais, grandes restaurantes, supermercados e de serviços de poda) e 2142 também os reciclados na fonte (papéis, papelão, embalagens plásticas, vidros e 2143 metais) provenientes da coleta seletiva. 2144

A fração orgânica deverá ser encaminhada para a compostagem e os recicláveis serão 2145 adequadamente separados, enfardados e acondicionados para retorno ao mercado 2146 reciclador. 2147

Os resíduos remanescentes desses processos de reaproveitamento, juntamente com 2148 os resíduos não separados, serão encaminhados para a Unidade de Valorização 2149 Energética (UVE‟s), na qual será realizado o tratamento térmico, objetivando a redução 2150 de volume, massa e impactos ambientais, com a recuperação energética. 2151

A tecnologia presentemente selecionada para as UVE‟s previstas é a de incineração de 2152 resíduos, conhecida pelo termo “mass burning”. Esta tecnologia “mass burning” 2153 também permite a incineração de lodos de Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs) 2154 e dos Resíduos dos Serviços de Saúde, em conjunto com os resíduos sólidos 2155 remanescentes. 2156

As escórias e cinzas oriundas do processo de tratamento térmico dos materiais, não 2157 aproveitados nos processos antecessores, serão destinados a aterros sanitários. 2158

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A implementação de um sistema de valorização energética, atualmente é o que existe 2159 de mais moderno e amigável ambientalmente, apresentando inúmeras vantagens sobre 2160 os aterros como: 2161

Permite o tratamento de pilhas, baterias e outros materiais perigosos 2162 descartadas na massa de resíduos; 2163

Permite o tratamento de Lodos de ETE; 2164

Permite o tratamento de outros grupos de Resíduos de Serviços de Saúde, de 2165 uma forma realmente eficiente, e não somente dos patogênicos cuja separação 2166 é complexa e duvidosa, visando o tratamento em unidades individualizadas, de 2167 resultados muitas vezes questionáveis; 2168

Emissões, pela atual avanço tecnológico e exigências ambientais, extremamente 2169 baixas, ao contrário dos aterros que, segundo estudos desenvolvidos pela ONU, 2170 são os maiores contribuintes para o efeito estufa, além de não haver garantia 2171 quanto a impermeabilização das fundações, portanto de eficiência duvidosa; 2172

Operação de características industriais, garantida e perfeitamente controlada; 2173

Inexistência da geração de passivos ambientais, ao contrário dos aterros 2174 sanitários. 2175

Tecnologia dominada, não havendo imprevistos quanto a custos não previsíveis, 2176 portanto não avaliáveis. 2177

A UVE do Litoral Norte foi concebida para o atendimento dos seguintes municípios: 2178

Caraguatatuba 2179

Ilha Bela 2180

São Sebastião 2181

Ubatuba 2182

A seguir sintetiza-se em uma tabela a Projeção dos Rejeitos (RSD+RSS) estimados. E 2183 preciso ressaltar que além do considerado poderão ser agregados outros rejeitos como 2184 lodos de ETE. 2185

Projeção dos Rejeitos (RSD+RSS) 2186

Litoral Norte

ANO (t/dia)

2010 2015 2020 2025 2030 2035 2040

643,14 674,08 695,28 706,53 756,42 803,18 844,70

A UVE compreende as seguintes unidades: 2187

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Unidade de Valorização Energética, que em face da inexistência de um pólo 2188 industrial significativo, foi prevista para ser implantada entre Caraguatatuba e 2189 São Sebastião, preferencialmente próximo ao local em estudo para a 2190 implantação de um Aterro Sanitário, de forma a receber os rejeitos finais. Esta 2191 posição deveria permitir que o local seja alcançado pela coleta primária tanto de 2192 São Sebastião e como de Caraguatatuba, enquanto que os resíduos de Ubatuba 2193 seriam aportados por um transporte secundário. Embasado na tabela síntese da 2194 projeção de resíduos a serem gerados no Litoral Norte, conforme anteriormente 2195 apresentado e considerando eventuais outros aportes, esta unidade deveria ter 2196 capacidade de processar, a partir de 2.020 cerca de 1.000 t/dia; 2197

Unidade de Transbordo em Ubatuba, com eventualmente transbordos parciais 2198 pontos estratégicos localizados ao longo do litoral, tanto de Ubatuba como de 2199 Caraguatatuba e São Sebastião (município polinucleado, linear, com extensão 2200 total de cerca de160 km); 2201

Com este aporte, os rejeitos finais (escória), a serem destinados à aterro seriam 2202 da ordem de 150 t/dia para cada etapa. 2203

7.2.1. Estudos Existentes 2204

EMAE-EMPRESA METROPOLITANA DE ÁGUA E ENERGIA 2205

Generalidades 2206

Os Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) gerados nos quatro (4) municípios que compõe o 2207 Litoral Norte (LN) são dispostos atualmente, em sua totalidade, diretamente em aterro, 2208 como coletados e sem nenhum tratamento prévio. 2209

O Litoral Norte, em função das barreiras impostas pela fragilidade ambiental da região, 2210 das áreas de proteção existentes, da direção de ventos, do uso e ocupação do solo, 2211 das legislações e outros fatores intervenientes, tem carência de espaços adequados 2212 para a implantação de aterros sanitários. 2213

Assim sendo a disposição dos RSU é feita em aterros localizados no Vale do Paraíba, 2214 o que requer um transporte, serra acima, em distâncias que chegam até 200 km da 2215 fonte da sua geração, portanto representando um ônus considerável nos orçamentos 2216 municipais, além de se constituir em um sério problema ambiental logístico. 2217

Verifica-se portanto, que a problemática da gestão dos resíduos sólidos urbanos 2218 transcende as fronteiras dos municípios envolvidos, necessitando, portanto, de um 2219 enfoque regional, que busque alternativas otimizadas e integradas para o conjunto dos 2220 municípios envolvidos. 2221

Sobrepondo-se a estes fatores tem-se a Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei 2222 12.305 de 02.08.10, e Decreto 7.404 de 23.12.10) e a Política Estadual de Resíduos 2223 Sólidos (Lei 12.300 de 16.03.2006, com Decreto 54.645 de 05.08.09), as quais 2224

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incentivam a adoção de medidas e formas de tratamento que minimizem a quantidade 2225 de resíduos a serem disposto em aterros, devendo constituir-se de “rejeitos”. 2226

Em face do exposto, há tempo o Governo do Estado de São Paulo vem se 2227 sensibilizando pela problemática existente, determinando a inclusão da área em pauta 2228 nos estudos que visavam o equacionamento dos RSU da Região Metropolitana da 2229 Baixada Santista (RMBS) (área igualmente crítica). Estes estudos ficaram ao encargo 2230 da Secretaria de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo que teve a 2231 colaboração da Secretaria do Meio Ambiente do Estado. 2232

O escopo era o desenvolvimento de estudos visando a proposição de uma solução 2233 alternativa aos aterros. 2234

Concepção da Central de Tratamento de Resíduos (CTR) 2235

A solução recomendada foi a implementação de uma CTR que deverá abranger, desde 2236 a geração de resíduos, a ação integrada dos responsáveis pelo sistema de coleta e 2237 transporte de RSU com o responsáveis pela operação da CTR, de forma a realizar a 2238 segregação dos resíduos para fins de compostagem , reciclagem de materiais e 2239 tratamento térmico com recuperação energética, de acordo com os planos de 2240 gerenciamento municipais. Nesse prisma, busca-se integrar à proposta de 2241 aproveitamento energético a compostagem, e a reciclagem, com o objetivo maior de 2242 alcançar níveis de gestão de resíduos mais elevados. 2243

A CTR receberá também os resíduos orgânicos não contaminados (entrepostos 2244 hortifrutigranjeiros, feiras livres, restaurantes, hotéis, supermercados e de serviços de 2245 poda) e também passíveis de reciclagem (papéis, papelão, embalagens plásticas, 2246 vidros e metais provenientes da coleta seletiva). 2247

A fração orgânica acima enunciada será encaminhada para compostagem e os 2248 recicláveis serão adequadamente separados, enfardados e acondicionados para 2249 retorno ao mercado reciclador. 2250

Os resíduos remanescentes desses processos de reaproveitamento, juntamente com 2251 os resíduos não separados, serão encaminhados para a Unidade de Recuperação 2252 Energética (URE), na qual será realizado o tratamento térmico, objetivando a redução 2253 de volume, massa e impactos ambientais, e a recuperação energética. 2254

A tecnologia selecionada para a URE é a de incineração de resíduos, conhecida pelo 2255 termo “mass burning”. 2256

As escórias e cinzas oriundas do processo de tratamento térmico e os materiais não 2257 aproveitados nos processos antecessores serão destinados a aterros sanitários. 2258

No presente estágio dos estudos, o local de implantação da URE, não se encontra 2259 definido, devendo ser estabelecido pelos estudos em andamento que deverão analisar 2260 10 (dez) locais pré-selecionados, dos quais deverão apontar três, para escolha de uma 2261 como definitivo. Estima-se que o local da URE seja na baixada santista, próximo ao 2262

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parque fabril existente visando o suprimento de energia, na forma de vapor, água 2263 quente e/ou energia elétrica. 2264

A logística de transporte dos RSU do LN à baixada Santista, encontra-se igualmente 2265 em estudo, partindo-se da hipótese de se implantar, em algum ponto favorável do LN, 2266 uma unidade de transbordo para onde os resíduos seriam transportados e embarcados 2267 a seguir em barcaças de onde seguiriam ao local da URE. 2268

Modelagem do Negócio 2269

O modelo institucional proposto, estabelecido no Contrato de Programa da Empresa 2270 Metropolitana de Águas e Energia (EMAE) com os municípios, regulado pela ARSESP, 2271 é o contrato de concessão na modalidade PPP (Parceria Público Privada) da SPE 2272 (Sociedade de Propósito Específico) com a EMAE. A SPE receberá os RSU dos 2273 municípios e fará o seu tratamento, gerando energia e outros produtos, tais como 2274 sucata ferrosa e Certificados de Redução de Emissões (CER), conhecidos como 2275 créditos de carbono, obtendo, a partir da valorização desses produtos (RSU, energia, 2276 sucata e CER), as receitas necessárias para o equilíbrio econômico do negócio. 2277

Estudos em Andamento 2278

Os seguintes estudos encontram-se em andamento: 2279

1 Estudos de caracterização gravimétrica e físico-químico dos RSU da Região 2280 Metropolitana da Baixada Santista (RMBS) e Litoral Norte (LN) (em andamento 2281 com previsão de conclusão para JUN/11); 2282

2 Estudo de Viabilidade Técnico-Econômica (EVTE) para implantação de Usina de 2283 Recuperação de Energia à partir de RSU, da RMBS e RN, compreendendo, de 2284 forma integrada, as instalações apropriadas para a recepção, separação para 2285 reciclagem, compostagem, acondicionamento e embalagem dos produtos 2286 oriundos desses processos (em andamento, com previsão de conclusão para 2287 ABR/11); 2288

Deverão ser contratados, em breve, o Estudo de Impactos Ambientais e respectivo 2289 Relatório (EIA/RIMA) para implantação da URE, da RMBS e LN. 2290

PM DE SÃO SEBASTIÃO - UNIDADE MECÂNICO-BIOLÓGICO 2291

O Processo 2292

A Prefeitura Municipal de São Sebastião se encontra no processo de lançamento de 2293 uma PPP – Parceria Público Privada visando a implantação de uma “Usina de Lixo” 2294 para a destinação dos seus Resíduos Sólidos Urbanos (RSU). 2295

Essa PPP prevê que o empreendedor vencedor da licitação deverá: 2296

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a) Implantar e operar um sistema de tratamento e destinação final de RSU as suas 2297 expensas, participando o município apenas com a disponibilização do terreno 2298 para a implantação da Usina; 2299

b) Disponibilizar um prazo para o proposto de até 35 anos; 2300

c) Garantir ao município uma economia de pelo menos 26% nos gastos atuais para 2301 a atual destinação; 2302

d) Remover todo o lixo e recuperar a área do desativado lixão da Baleia (Costa Sul 2303 de São Sebastião), que se encontra ambientalmente degradada. A quantidade 2304 estocada é estimada em cerca de 350.000 t; 2305

A tecnologia escolhida, por licitação, foi o Processo Biológico - Mecânico, proposto pelo 2306 Consórcio Herrhof/GPI. 2307

Este processo compreende: 2308

a) Recepção dos resíduos; 2309

b) Moagem; 2310

c) Tratamento biológico pela decomposição aeróbia da Matéria Orgânica e a sua 2311 conseqüente secagem, em Fermentadores Aeróbios, cada com sete dias de 2312 detenção; 2313

d) Separação mecânica dos resíduos valorizáveis: sucata ferrosa, sucata não 2314 ferrosa, papel, plásticos, vidros, etc. 2315

e) Elaboração do CDR – Combustível Derivado de Resíduos; 2316

f) Comercialização do CDR. 2317

A Usina de Tratamento foi prevista para ter uma capacidade de processamento de 500 2318 t/dia (previsão da demanda para 2.015) visando atender as necessidades de 2319 Caraguatatuba, Ilha Bela, São Sebastião e Ubatuba, com a recepção das seguintes 2320 quantidades e resíduos; 2321

Geração Média de Resíduos (t/dia) 2322

Cidade Lixo Poda Lodo ETE Outros Total

São Sebastião 100 10 10 10 130

Caraguatatuba 120 15 15 10 160

Ilha Bela 25 0 1 0 26

Ubatuba 100 10 10 5 125

Total 345 35 36 25 441

Nota: Dados estimados até a finalização do empreendimento. 2323

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A instalação é prevista para ser efetuada em imóvel a ser cedido pela Prefeitura 2324 Municipal de São Sebastião, com cerca de 30.000 m2, desmembrado de uma área 2325 maior de cerca de 176.000 m2, localizado no Bairro do Jaraguá. O imóvel encontra-se 2326 em negociação com o poder público municipal, em processo amigável, por conta de 2327 impostos não quitados com o município. 2328

O investimento previsto é de R$ 150.000.000,00, mas acredita-se que as proposta 2329 devam a chegar à um máximo de R$ 120.000.000,00. 2330

Os estudos desenvolvidos indicaram que a taxa a ser cobrada da Prefeitura Municipal 2331 de São Sebastião é de cerca de R$ 114,00 / t, e para o material removido da Baleia de 2332 cerca de R$ 126,00 / t. 2333

Para o produto final (CDR) estima-se um preço de venda de cerca de R$ 70,00 / t. 2334

No momento se está em fase de audiências públicas, estando o Edital na Internet para 2335 Consulta Pública. 2336

7.2.2. Considerações 2337

Como principais considerações: 2338

a) De acordo com informações fornecidas, a capacidade fixada para a instalação 2339 foi de 500 t/dia, praticamente a atual geração do Litoral Norte. A questão que se 2340 põe é o crescimento da demanda em face do crescimento populacional e do 2341 aumento da geração da taxa “per capita”; 2342

b) Deve-se considerar que por ocasião da alta estação, a população flutuante dos 2343 municípios mais que dobra a população fixa. Desta forma este incremento 2344 sazonal deverá de alguma forma ser amortecido no processo; 2345

c) A garantia de participação dos municípios envolvidos no empreendimento, pois 2346 de acordo com informações prestadas só se dispõe no presente momento de 2347 uma carta de intenção, o que torna frágil as garantias de implantação do 2348 pretendido; 2349

d) O impacto no Plano de Negócios do empreendimento proposto pela implantação 2350 de um Aterro Sanitário em Caraguatatuba, cujo EIA - Rima encontra-se em 2351 análise na SMA - Secretaria de Meio Ambiente do Estado; 2352

e) Garantia de mercado para o CDR, á longo prazo, para que não se fique ao sabor 2353 do seu “humor”, garantindo assim o negócio, isto é, a destinação dos resíduos. 2354

2355

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8. PLANEJAMENTO DO SISTEMA DE DRENAGEM URBANA 2356

8.1. INTRODUÇÃO E CONCEITUAÇÃO 2357

A gestão da drenagem urbana figura entre as atribuições municipais e compõe, 2358 juntamente com o abastecimento de água, a coleta e a recuperação da qualidade das 2359 águas servidas e o manejo e destinação dos resíduos sólidos, o conjunto de setores 2360 denominado saneamento básico. 2361

O uso urbano do solo, em suas diferentes formas, interfere com as condições naturais 2362 de escoamento das águas originadas da precipitação atmosférica passando a 2363 demandar um manejo apropriado, tanto em termos de manutenção das construções, 2364 ruas e demais equipamentos públicos, como de segurança geral das pessoas. Deve 2365 ser observado ainda que, do ponto de vista ambiental, a interferência antrópica na 2366 bacia hidrográfica deve ser sustentável, a custa de mecanismos de compensação e 2367 mitigação. 2368

Em face disto, as áreas urbanas demandam a institucionalização do conceito de gestão 2369 da drenagem urbana, que consiste na formação de um conhecimento composto pelo 2370 planejamento contínuo e atualizado das ações; pela implantação e operação de 2371 estruturas apropriadas; formação de um conjunto de regras e critérios para garantia de 2372 sua sustentabilidade; seu monitoramento e pela oficialização dentro da administração 2373 pública. Estes quesitos, que são detalhados adiante, contribuirão para a formação de 2374 uma política de gestão ambiental urbana, capaz de reduzir o conflito entre o uso do 2375 solo e a bacia hidrográfica. 2376

O termo gerenciamento da drenagem urbana se estabeleceu em função da 2377 constatação, inicialmente acadêmica, e em seguida prática, de que a alteração no 2378 escoamento natural das águas provenientes da precipitação deve ser controlada e 2379 monitorada de forma a viabilizar as ações e iniciativas para a sustentabilidade dos 2380 investimentos feitos no ambiente urbano. 2381

Tais alterações, provocadas principalmente, mas não apenas, pela impermeabilização 2382 dos solos, chegam a ser dramáticas e, em casos extremos verifica-se que as vazões 2383 máximas chegam a ser até seis ou sete vezes maiores que aquelas possíveis na 2384 mesma bacia em condições naturais, podendo causar extensas inundações em áreas 2385 ribeirinhas e consequentes prejuízos materiais, perdas de vida, interrupções no 2386 trânsito, disseminação de doenças de veiculação hídrica etc. 2387

A constatação de que as obras civis usualmente destinadas à eliminação ou mitigação 2388 destes problemas não se sustentam por si, sem a existência de outras ações de caráter 2389 não estrutural, deu então origem ao conceito de gerenciamento integrado, a ser 2390 praticado pelos diferentes agentes públicos e pela sociedade. 2391

Apesar da relevância da questão, verifica-se que os projetos de drenagem urbana 2392 seguem, em geral, conceitos ultrapassados de condutividade, sem levar em conta a 2393

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bacia de drenagem a jusante, desprezando, portanto, o que se fala hoje como “impacto 2394 zero”. 2395

Assim, as intervenções pontuais correntes normalmente transferem o problema para 2396 jusante enquanto que, dentro dos novos conceitos, devem reduzir os impactos 2397 adversos da urbanização por meio de melhor planejamento da ocupação do solo, em 2398 harmonia com os processos naturais do ciclo hidrológico. 2399

Efeitos da Urbanização sobre a Bacia Hidrográfica 2400

Os fatores hidrológicos diretamente afetados pela urbanização são: o volume do 2401 escoamento superficial direto, os parâmetros de tempo do escoamento superficial e a 2402 vazão de pico das cheias. Esses efeitos são diretamente causados por alterações da 2403 cobertura do solo, modificações nos sistemas naturais de drenagem e as eliminações 2404 das várzeas. 2405

As alterações na cobertura do solo devido à urbanização caracterizam-se pela sua 2406 remoção num estágio inicial, quando se realizam os movimentos de terra, e 2407 posteriormente pela sua substituição por áreas construídas, pavimentadas ou com 2408 outro tipo de cobertura substancialmente diferente da original. 2409

A ruptura da cobertura do solo tende a deixá-lo exposto à ação das enxurradas, 2410 produzindo a erosão superficial e consequentemente o aumento do transporte sólido na 2411 bacia e sedimentação nos drenos principais, de menor declividade. As áreas 2412 construídas e pavimentadas aumentam gradativamente a impermeabilização dos solos 2413 da bacia, reduzindo sua capacidade natural de absorver as águas das chuvas, o que 2414 acelera o escoamento superficial direto. 2415

As principais modificações das características hidráulicas das calhas decorrem das 2416 obras de canalização. Estas, via de regra, envolvem retificações, ampliações de seções 2417 e revestimentos de leito ou, ainda, as substituições das depressões e dos pequenos 2418 leitos naturais por galerias. Os canais artificiais apresentam menor resistência ao 2419 escoamento e, consequentemente, maiores velocidades, o que resulta num efeito de 2420 redução dos tempos de concentração das bacias. 2421

Do exposto, verifica-se que a urbanização de uma bacia altera a sua resposta à 2422 ocorrência de chuvas. Os efeitos mais preponderantes são as reduções da infiltração e 2423 o tempo de trânsito das águas, que resultam em picos de vazão muito maiores em 2424 relação às condições anteriores à citada urbanização. São clássicos os exemplos que 2425 relacionam o crescimento das vazões máximas de cheias com a área urbanizada da 2426 bacia e a área servida por obras de drenagem. Há casos extremos em que os picos de 2427 cheia numa bacia urbanizada podem chegar a ser da ordem de seis vezes superiores 2428 ao pico da mesma bacia em condições naturais. 2429

Cabe frisar que o volume do escoamento superficial direto é primordialmente 2430 determinado pela quantidade de água precipitada, características de infiltração do solo, 2431 chuva antecedente, tipo de cobertura vegetal, superfície impermeável e retenção 2432 superficial. Já o tempo de trânsito das águas (que determina os parâmetros de tempo 2433

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do hidrograma do escoamento superficial direto) é função da declividade, rugosidade 2434 superficial do leito, comprimento de percurso e profundidade d‟água do canal. 2435

Portanto, os efeitos da urbanização na resposta hidrológica das bacias de drenagem 2436 devem ser analisados sob a ótica tanto do volume do escoamento superficial direto, 2437 quanto do tempo de trânsito das águas. 2438

O Conceito de Micro e Macrodrenagem 2439

O sistema de drenagem faz parte do conjunto de melhoramentos públicos existentes 2440 em uma área urbana, assim como as redes de água, de esgotos sanitários, de cabos 2441 elétricos e telefônicos, além da iluminação pública, pavimentação de ruas, guias e 2442 passeios, parques e áreas de lazer, entre outros. 2443

Em relação a outros melhoramentos urbanos, o sistema de drenagem tem uma 2444 particularidade: o escoamento das águas das tormentas sempre ocorrerá, 2445 independentemente de existir ou não sistema de drenagem adequado. A qualidade 2446 desse sistema é que determinará se os benefícios ou prejuízos à população serão 2447 maiores ou menores. 2448

Outra característica, de certo modo única, do sistema de drenagem é a sua solicitação 2449 não permanente, isto é, durante e após a ocorrência de tormentas, contrastando com 2450 outros melhoramentos públicos que são essencialmente de uso contínuo. 2451

O sistema tradicional de drenagem urbana deve ser considerado como composto por 2452 dois sistemas distintos que devem ser planejados e projetados sob critérios 2453 diferenciados: o Sistema Inicial de Drenagem (Microdrenagem) e o Sistema de Final 2454 (Macrodrenagem). 2455

O Sistema de microdrenagem ou de drenagem inicial é aquele composto pelos 2456 pavimentos das ruas, guias e sarjetas, bocas-de-lobo e rede de galerias de águas 2457 pluviais. Esse sistema é em geral dimensionado para o escoamento de vazões com 2458 alta frequência relativa, em geral de dois a dez anos de período de retorno. Quando 2459 bem projetado, e com manutenção adequada, praticamente elimina as inconveniências 2460 ou as interrupções das atividades urbanas que advém das inundações e das 2461 interferências de enxurradas. 2462

Já o sistema de macrodrenagem é constituído, por canais naturais ou artificiais 2463 (abertos ou de contorno fechado) de maiores dimensões, projetados considerando 2464 eventos de referência de baixa frequência, da ordem de 25 a cem anos de período de 2465 retorno. O sistema de macrodrenagem contempla, assim, o que se pode denominar de 2466 tronco do sistema de condução das águas pluviais no meio urbano. Do seu 2467 funcionamento adequado depende a prevenção ou minimização dos danos às 2468 propriedades, à saúde e eventualmente perdas de vida das populações atingidas, seja 2469 em consequência direta das águas ou por doenças de veiculação hídrica. 2470

Esses sistemas encaixam-se no contexto do controle do escoamento superficial direto, 2471 tendo tradicionalmente como base o enfoque orientado para o aumento da 2472

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condutividade hidráulica do sistema de drenagem, isto é, da capacidade de transportar 2473 as águas para jusante. 2474

As tendências mais atuais desse controle, que já vêm sendo amplamente aplicadas ou 2475 preconizadas internacionalmente, passam a dar ênfase ao enfoque orientado para o 2476 controle na fonte, isto é, no momento da geração do escoamento superficial. Desta 2477 forma, objetiva-se a redução dos volumes escoados ainda na microdrenagem, com a 2478 utilização de equipamentos de compensação da impermeabilização, e que permitam a 2479 detenção, retenção e retardamento dos volumes precipitados e não infiltrados, de 2480 forma a reduzir a quantidade escoada. Este conceito avança na macrodrenagem para 2481 contemplar o armazenamento das águas por estruturas de detenção ou retenção. Esse 2482 enfoque é mais indicado a áreas urbanas ainda em desenvolvimento, podendo ser 2483 utilizado também em áreas de urbanização mais consolidadas desde que existam 2484 locais (superficiais ou subterrâneos) adequados para a implantação dos citados 2485 armazenamentos. 2486

Medidas Estruturais e Não Estruturais 2487

Em se tratando de técnicas de gestão da drenagem urbana frequentemente é feita uma 2488 distinção entre duas medidas que, na realidade são absolutamente indissociáveis: as 2489 estruturais e as não estruturais. 2490

As medidas estruturais ou obras são destinadas a desviar, deter, reduzir ou escoar com 2491 maior rapidez e menores níveis, as águas do escoamento superficial direto, evitando 2492 assim os danos e interrupções das atividades causadas pelas inundações. Envolvem, 2493 em sua maioria, obras hidráulicas de porte com aplicação maciça de recursos. 2494

As não estruturais são representadas, basicamente, por ações destinadas ao controle 2495 do uso e ocupação do solo (nas várzeas e nas bacias) ou à diminuição da 2496 vulnerabilidade dos ocupantes das áreas de risco dos efeitos das inundações, por meio 2497 da busca de maneiras para que estas populações passem a conviver de forma 2498 harmoniosa com as cheias. As medidas não estruturais envolvem, muitas vezes em 2499 mudanças de aspectos de natureza cultural, que impõem, para o sucesso da 2500 implantação das medidas, a implementação de programas de educação ambiental. 2501

A inexistência do suporte de medidas não estruturais é apontada, atualmente, como 2502 uma das maiores causas de problemas de drenagem nos centros mais desenvolvidos. 2503 A utilização balanceada de investimentos, tanto em medidas estruturais quanto não 2504 estruturais, pode minimizar significativamente os prejuízos causados pelas inundações. 2505 O quadro a seguir ilustra algumas das típicas medidas estruturais e não estruturais. 2506

2507

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2508

Medidas Estruturais Medidas Não estruturais

Ampliação, modificação, retificação, revestimento, canalização dos cursos d‟água naturais ou

execução de galerias

Reserva de área para lazer e atividades compatíveis para os espaços abertos

Armazenamento ou desvio das águas a montante da região sujeita a inundações

Controle do uso do solo fora da área de inundação

Diques e muros Seguro inundação

Alterações em pontes e travessias Estruturas a prova de inundação

Bacias de retenção, detenção e amortecimento Sistema de Previsão, Antecipação e Alerta

Bacias de sedimentação Tratamento de taludes e áreas baixas

Wetlands e áreas de depuração natural Programa de manutenção e inspeção

Parques lineares Programa de ação emergencial

Repermeabilização e permeabilização artificial Manual de Drenagem

Relocação e demolição de estruturas Educação Ambiental

Objetivos Modernos do Sistema de Drenagem Urbana 2509

Dentro do contexto de desenvolvimento global de uma região, os programas de 2510 drenagem urbana devem ser orientados, de maneira geral, pelos seguintes objetivos 2511 principais: 2512

reduzir a exposição da população e das propriedades aos riscos associados à 2513 ocorrência de inundações, como as enxurradas e escorregamento de encostas; 2514

reduzir sistematicamente o nível de danos causados pelas inundações; 2515

preservar as várzeas não urbanizadas numa condição que minimize as 2516 interferências com o escoamento das vazões de cheias, com a sua capacidade 2517 de armazenamento, com os ecossistemas aquáticos e terrestres de especial 2518 importância e com a interface entre as águas superficiais e subterrâneas; 2519

assegurar que as medidas corretivas sejam compatíveis com as metas e 2520 objetivos globais da região; 2521

minimizar os problemas de erosão e sedimentação; 2522

proteger a qualidade ambiental e o bem-estar social; 2523

promover a utilização das várzeas para atividades de lazer e contemplação; 2524

melhorar a qualidade ambiental, proporcionando uma convivência harmoniosa 2525 da população com o ciclo hidrológico e o meio ambiente. 2526

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Princípios da Gestão da Drenagem Urbana 2527

Os princípios que devem nortear os planos de gestão de drenagem urbana devem 2528 considerar que o sistema de drenagem é parte do sistema ambiental urbano e não 2529 pode ser encarado simplesmente como parte da infraestrutura urbana ou como um 2530 meio para alcançar metas e objetivos em termos mais abrangentes; 2531

Como a urbanização tem potencial para aumentar tanto o volume quanto as vazões do 2532 escoamento superficial direto, o impacto da ocupação de novas áreas deve ser 2533 analisado no contexto da bacia hidrográfica na qual estão inseridas, de modo a se 2534 efetuarem os ajustes necessários para minimizar e anular a criação de futuros 2535 problemas com inundações, sem falar nas suas correlações com a estabilidade dos 2536 terrenos, que é objeto específico da drenagem urbana. 2537

O estabelecimento prévio de metas e objetivos, nos cenários local, regional e nacional, 2538 é de grande valia na concepção das obras de drenagem e tem como meta melhorar a 2539 eficiência dos investimentos. 2540

A drenagem urbana consiste na administração de um espaço, uma vez que o volume 2541 de água presente em um dado instante, não pode ser comprimido ou diminuído, sendo 2542 portanto, uma demanda de espaço que deve ser considerada no processo de 2543 planejamento. Se o armazenamento natural é reduzido pela urbanização ou outros 2544 usos do solo sem as adequadas medidas compensatórias, as águas das enchentes 2545 buscarão outros espaços para seu trânsito, podendo atingir inevitavelmente locais em 2546 que isso não seja desejável. 2547

As várzeas dos rios e córregos são áreas de armazenamento natural e embora estejam 2548 com menor frequência sob as águas, fazem parte dos cursos naturais, tanto quanto a 2549 sua calha principal. Por esta razão, na geomorfologia, a várzea também recebe a 2550 denominação de leito maior ou secundário. As funções primárias de um curso d'água e 2551 de sua várzea associada são a coleta, armazenamento e veiculação das vazões de 2552 cheias. Essas funções não podem ser relegadas a um plano secundário em favor de 2553 outros usos que se possa imaginar para as várzeas, sem a adoção de medidas 2554 compensatórias normalmente onerosas. Respeitada essa restrição, as várzeas têm a 2555 potencialidade de contribuir para a melhoria da qualidade da água e do ar, a 2556 manutenção de espaços abertos, a preservação de ecossistemas importantes e 2557 acomodação de redes de sistemas urbanos adequadamente planejados. 2558

Ao tratar as águas do escoamento superficial direto de uma área urbana como recurso, 2559 ou quando se cogitar a utilização de bacias de detenção, deve ser dada atenção aos 2560 aspectos da qualidade dessas águas. Estes, por sua vez, estão relacionados com as 2561 práticas de limpeza das ruas, coleta e remoção de lixos e detritos urbanos, ligação 2562 clandestina de esgotos na rede de galerias, coleta e tratamento de esgoto e 2563 regulamentação do movimento de terras em áreas de desenvolvimento, tendo em vista 2564 o controle de erosão e, consequente, carga de sedimentos. 2565

As medidas de controle de poluição são parte integrante e indissociável de um plano de 2566 drenagem, pois o controle da poluição das águas é essencial para que sejam 2567

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alcançados os benefícios potenciais que podem oferecer os cursos d‟água urbanos e 2568 suas várzeas. 2569

O Plano Municipal de Drenagem Urbana 2570

As cheias nos cursos d‟água são fenômenos naturais que usualmente resultam no 2571 extravasamento dos seus leitos menores, invadindo a várzea (leitos maiores). Em 2572 áreas rurais, este extravasamento não ocasiona maiores danos. Em áreas urbanas, 2573 este fenômeno natural, de aumento sazonal das vazões e extravasamento dos 2574 córregos, causa as inundações que resultam em danos materiais, à saúde pública, e 2575 uma série de prejuízos à sociedade em casos mais sérios. Elas podem transformar as 2576 áreas afetadas em regiões degradadas, a ponto de não atrair novos investimentos, 2577 limitando o potencial de crescimento econômico-social. 2578

Ou seja, as inundações constituem-se em um grave problema econômico, social e de 2579 saúde pública que precisa ser equacionado dentro de uma perspectiva ampla, a partir 2580 de sólida base técnica, econômica, social e política. Esta necessidade de se encarar os 2581 problemas a partir de uma perspectiva abrangente se justifica uma vez que: tem se 2582 comprovado que intervenções localizadas nos sistemas de drenagem não têm sido 2583 eficazes no combate às inundações, muitas vezes transferindo-as de lugar. Ou seja, 2584 intervenções localizadas nas cabeceiras de uma bacia hidrográfica podem transferir as 2585 inundações para a sua parte mais baixa, a jusante, caso sejam feitas sem o devido 2586 cuidado. 2587

Por outro lado, o planejamento integrado na drenagem urbana, por bacia hidrográfica, 2588 considerando um amplo leque de medidas estruturais e não estruturais, tem resultado 2589 em um conjunto de medidas eficazes no combate as inundações. Este planejamento 2590 integrado é consubstanciado em um Plano Diretor de Drenagem que engloba: um 2591 plano de obras, um conjunto de medidas complementares, a sequência e a forma de 2592 implantação destas medidas correspondendo às expectativas da sociedade, integrando 2593 em um todo coerente os aspectos econômico-financeiros, sociais, de meio ambiente e 2594 políticos envolvidos, otimizando a alocação de recursos e viabilizando a implantação de 2595 um sistema de drenagem eficaz. 2596

Outra questão importante, que indica a necessidade premente de elaboração de um 2597 Plano Diretor de Drenagem Municipal, são as leis, decretos e portarias resultantes das 2598 Políticas de Recursos Hídricos Federal (lei 9433/97) e Estadual (lei 7663/91, decreto nº 2599 41258/96 e portaria DAEE nº 717/96). Estes diplomas legais, em fase de 2600 regulamentação e implementação, estabelecem diretrizes para ações que interfiram na 2601 qualidade e quantidade d‟água, submetendo as intervenções na drenagem urbana a 2602 outorga. 2603

Assim, um Plano Diretor de Drenagem, que atenda às novas diretrizes impostas por 2604 estes diplomas Federal e Estadual, constitui-se em uma garantia de atendimento dos 2605 objetivos e critérios neles expostos, facilitando a outorga das obras previstas. O 2606 atendimento a estes objetivos e critérios deverá também facilitar o acesso a verbas que 2607 devem originar-se da cobrança do uso dos recursos hídricos, que encontram em fase 2608 de implementação, nos níveis Estadual e Federal. 2609

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Outras duas características fundamentais a serem incorporadas nos planos municipais 2610 de drenagem são: aferição de metas e atualização progressiva. Na primeira objetiva-se 2611 criar mecanismos de avaliação do progresso do plano, tanto sob a ótica de seu avanço 2612 em termos de implantação como na eficácia de suas medidas. Na segunda pretende-se 2613 a introdução de um mecanismo de atualização periódica de forma a permitir que as 2614 ações preconizadas possam ser atualizadas em função de novas tecnologias, cujo 2615 surgimento é cada vez mais rápido. 2616

Etapas de Desenvolvimento do Plano de Drenagem 2617

Um Plano Diretor de Drenagem pode ser visto como uma sequência de duas etapas 2618 básicas: diagnóstico e plano de ação. Cada uma delas demanda uma série de 2619 atividades paralelas e complementares e cuja falta implicará em limitação dos 2620 resultados. Entretanto, considerando que os planos modernos englobam mecanismos 2621 de atualização e de aferição de resultados, o processo ainda assim permitirá a 2622 correção destas faltas e o alcance de soluções de qualidade. 2623

A Etapa de Diagnóstico compreende uma série de ações para que sejam determinadas 2624 as cargas e deficiências do sistema existente, tanto no nível da microdrenagem como 2625 no da macrodrenagem. Em outras palavras, esta etapa tem como produto o mapa de 2626 deficiências do sistema. Fazem parte desta etapa as seguintes atividades: 2627

a) Levantamentos de campo: dados físicos e socioeconômicos que possibilitem 2628 alcançar a qualidade técnica que torna um plano de drenagem consistente, o que 2629 contribui para o sucesso de sua implementação. Estes dados são analisados, 2630 consistidos e incorporados a um Sistema de Informações Geográficas (SIG), que 2631 é o instrumento de gerenciamento das informações coletadas e que fornecerá 2632 uma interface coerente para o desenvolvimento do plano e para a sua 2633 implementação. Os principais dados a serem levantados são os seguintes: 2634

cartografia, para a delimitação das bacias hidrográficas; 2635

fotos aéreas recentes, para a determinação do uso e ocupação do solo; 2636

cadastro do sistema de drenagem existente, com detalhe suficiente para a 2637 elaboração do plano, e levantamento das áreas inundáveis; 2638

planos e projetos existentes, em âmbito Municipal e Estadual (inclui a interface 2639 com os principais corpos d‟água receptores); 2640

dados socioeconômicos população atual e projetada para o horizonte do plano, 2641 custos dos insumos, custos para a avaliação econômica das alternativas 2642 estudadas etc.. 2643

b) Levantamentos Institucionais: levantamento da legislação aplicável; ordenamento 2644 administrativo e financeiro no município; captação e observação das práticas 2645 municipais referentes à drenagem, tais como as rotinas de aprovação de 2646 construções e empreendimentos, pavimentação de vias, procedimentos de 2647

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inspeção e limpeza de ruas, bocas-de-lobo e galerias, desassoreamento e 2648 limpeza de córregos; registro de ocorrências envolvendo micro e macrodrenagem 2649 e demais componentes que revelem o grau de comprometimento da estrutura 2650 administrativa municipal com a questão da drenagem urbana. 2651

c) Estabelecimento do cenário: a partir dos dados cartográficos, de uso e ocupação 2652 do solo, socioeconômicos (regra atual), (população, custo dos insumos, prejuízos 2653 com as inundações etc.), são fixados o estágio atual de desenvolvimento da bacia 2654 hidrográfica e elaborados os cenários de desenvolvimento urbano para o 2655 horizonte de projeto do plano, estes horizontes nos planos de recursos hídricos 2656 costumam ser de dez a 40 anos. Com os cenários elaborados, utilizando os 2657 demais dados coletados, são efetuados os cálculos hidráulico/hidrológicos que, 2658 em conjunto com o levantamento de áreas inundáveis, permite identificar os 2659 principais problemas existentes e a antevisão de quais são as medidas que 2660 podem ser tomadas para a mitigação das inundações ocorrentes e que medidas 2661 preventivas podem ser tomadas nas áreas com desenvolvimento urbano 2662 acentuado. 2663

d) Estudo das alternativas: com base no diagnóstico, nos levantamentos de campo, 2664 considerando as diretrizes estabelecidas nas leis Estadual e Federal, além dos 2665 objetivos e critérios definidos especificamente para o plano, são desenvolvidos 2666 estudos de alternativas para a solução das inundações considerando medidas 2667 estruturais (canalização, reservatórios, substituição e melhoria de bueiros, 2668 pontilhões, entre outros, recanalização de áreas críticas etc.), e medidas não 2669 estruturais que tipicamente envolvem entre outras, o controle de uso do solo, a 2670 preservação da várzea, programas de inspeção e manutenção e educação 2671 ambiental. 2672

A segunda etapa compreende o Plano de Ação, cujo produto final contempla as 2673 diferentes formas de ataque a serem empregadas na gestão da drenagem urbana. Os 2674 passos a serem seguidos podem ser resumidos como: 2675

a) Comparação das alternativas e seleção do plano a implementar: as diferentes 2676 soluções possíveis para mitigação ou prevenção das inundações em cada bacia 2677 hidrográfica estudada são cotejadas, adotando-se como critérios de julgamento os 2678 custos de construção, os prejuízos evitados, o grau de prevenção dos danos, a 2679 intensidade de utilização das várzeas, a agressividade ao meio ambiente, o nível 2680 de atendimento à comunidade e o grau de atendimento geral dos objetivos. 2681

b) Documentação da alternativa: correspondente à alternativa selecionada, que 2682 indica as medidas estruturais e não estruturais propostas e a sua sequência de 2683 implantação. Também são sugeridos mecanismos econômico-financeiros e 2684 institucionais para a viabilização do Plano, como os projetos de lei e os planos de 2685 investimento. 2686

c) Indicadores e monitoramento do plano: considerando que a implantação do Plano 2687 é feita ao longo dos anos, o Sistema de Informações Geográficas constitui-se em 2688 um importante mecanismo de gerenciamento, pois permite a disposição de dados 2689

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e de suas atualizações, constituindo-se em uma base coerente para a contínua 2690 atualização e gerenciamento do desenvolvimento e da implantação do Plano. A 2691 proposição de indicadores apropriados para cada componente, micro e macro, 2692 também são fundamentais para o sucesso da proposição. 2693

8.2. SITUAÇÃO DA DRENAGEM EM ILHABELA 2694

No Litoral Norte, região onde está localizado o município de Ilhabela, os rios 2695 apresentam-se geralmente com pequena extensão do curso e pequeno volume de 2696 água, sucedendo-se curtos trechos de planície aos vales abruptos e quedas d‟água de 2697 regime torrencial na estação chuvosa. 2698

Durante as marés de enchente, o grande volume de água afluente, age no sentido de 2699 barrar cursos d'água. Já nas marés vazantes, ocorre o fenômeno inverso, havendo 2700 uma drenagem das águas dos córregos para o mar 2701

O município de Ilhabela está inserido nas Bacias Hidrográficas constituídas pelo 2702 Córrego do Jabaquara, Córrego Bicuíba, Córrego Ilhabela/Cachoeira, Córrego 2703 Paquera/Cego, Córrego São Pedro/ São Sebastião/ Frade, Córrego Sepituba / Ipiranga/ 2704 Boneti/ Enchovas/ Tocas, Córrego Manso/ Engenho/ Castelhano/ Cabeçuda e Córrego 2705 do Poço. 2706

Em que pese a pequena extensão dos cursos d‟água, que tem o oceano, bastante 2707 próximo, como receptor natural das águas provenientes dos escoamentos, há relatos 2708 de alagamentos nas ruas próximas a orla nos períodos de chuvas, especialmente por 2709 ocasião das marés altas; devido à concentração das águas pluviais que não encontram 2710 condições adequadas para seu escoamento. 2711

Diante desse quadro, o objetivo do presente trabalho é, inicialmente, definir e 2712 estabelecer uma priorização para realização de estudos técnicos e de levantamentos a 2713 serem realizados para que seja possível identificar e avaliar quantitativamente as 2714 causas e os efeitos dos alagamentos, inundações e deslizamentos. Na sequência, com 2715 base nos diagnósticos qualitativos já realizados e nas avaliações quantitativas dos 2716 prováveis resultados dos levantamentos, assim como, com embasamento nas 2717 determinações das vazões com tempo de recorrência de cem anos (probabilidade do 2718 evento natural igual a 1/100) dos principais cursos d‟água que atravessam as áreas 2719 urbanas dos municípios abrangidos pelo presente planejamento, o trabalho procurará 2720 definir qualitativamente e quantitativamente, de forma alternativa e com as 2721 aproximações possíveis, as medidas estruturais e não estruturais a serem 2722 desenvolvidas. O dimensionamento das medidas propostas somente poderá ser 2723 concretizado, após os competentes levantamentos de campo e com as respectivas 2724 quantificações das causas dos alagamentos, inundações e deslizamentos. A 2725 mencionada priorização deve ser elaborada com base nas necessidades identificadas 2726 pelos próprios municípios, que detêm as melhores condições de estabelecerem um 2727 escalonamento temporal para o atendimento às necessidades detectadas. 2728

2729

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8.3. CONSIDERAÇÕES GERAIS 2730

O Plano de Manejo de Águas Pluviais tem como objetivo fornecer, para o município, 2731 subsídios técnicos e institucionais que permitam reduzir os impactos das inundações e 2732 criar as condições para uma gestão sustentável da drenagem urbana. Para tanto deve: 2733

- Determinar as principais áreas urbanas sob risco de alagamentos, inundações e 2734 deslizamentos de encostas, que sejam decorrentes de precipitações pluviométricas 2735 intensas; 2736

- Determinar as causas que concorrem para a existência de tais riscos; 2737

- Determinar qualitativamente e quantitativamente as correlações de causas e efeitos, 2738 tais como: intensidade de chuvas x escoamento superficial; escoamento superficial x 2739 níveis de águas nas ruas, sarjetas e cursos de água; intensidade de chuvas nas 2740 porções de montante das bacias urbanas x alagamentos e inundações a jusante; 2741 intensidade de chuvas que provoquem elevação dos níveis dos cursos de água nas 2742 porções de jusante das bacias urbanas, dificultando o escoamento das águas 2743 superficiais e causando remansos. As correlações quantitativas devem ser 2744 estabelecidas com base em medições existentes, ou quando não as houver, por 2745 meio de medições a serem realizadas com a utilização de sistemas apropriados a 2746 serem implantados. Isto é, considera-se parte fundamental dos sistemas de manejo, 2747 a implantação de equipamentos de medições de chuvas, de escoamentos 2748 superficiais e dos níveis de água associados; 2749

- Definir ações estruturais e não estruturais integradas ao Plano Diretor Municipal e ao 2750 sistema de saneamento da cidade, para a redução dos riscos de inundação, redução 2751 da erosão e melhoria da qualidade das águas superficiais; 2752

- Apresentar um plano de ação global e um plano de ação específico para cada bacia 2753 hidrográfica do município; 2754

- Definir as metas de melhorias a serem alcançadas e um plano de investimentos para 2755 se chegar a essas metas incluindo: orçamentos das medidas de controle propostas, 2756 estudos de benefício-custo, identificação de fontes de recursos e da capacidade de 2757 investimentos. 2758

O comportamento do escoamento superficial direto sofre alterações substanciais em 2759 decorrência do processo de urbanização de uma bacia, principalmente como 2760 consequência da impermeabilização da superfície, o que produz maiores picos de 2761 vazões. Com a ocupação e impermeabilização do solo ocorre o aumento dos picos e 2762 volumes de escoamento e, consequentemente, a erosão do solo. Com o 2763 desenvolvimento urbano desordenado, os impactos serão maiores devido ao 2764 assoreamento em canais e galerias e, em muitas situações, com a implantação de 2765 pontes com vãos insuficientes, diminuindo as capacidades dos cursos de água de 2766 permitirem o escoamento do excesso de vazão. 2767

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Os problemas que dizem respeito ao controle de alagamentos e inundações são 2768 decorrentes da elevação dos picos das cheias, ocasionada tanto pela intensificação do 2769 volume do escoamento superficial direto (causado pelo aumento da densidade das 2770 construções e consequente impermeabilização da superfície), como pela diminuição 2771 dos tempos de concentração e de recessão. Esta diminuição é também oriunda do 2772 acréscimo na velocidade de escoamento devido à alteração do sistema de drenagem 2773 existente, exigida por este aumento da densidade de construções. Deve-se considerar 2774 ainda, o aparecimento de condições a jusante que impedem o escoamento das águas 2775 pluviais, ocasionando remansos e consequentes alagamentos a montante. Dentre 2776 estas condições pode-se citar: diminuição das seções de escoamento dos cursos 2777 d‟água devido a assoreamentos, muitas vezes provocados por lançamento de entulho e 2778 lixo no leito dos rios e córregos urbanos; estrangulamentos devido à implantação de 2779 pontes com vãos insuficientes; ocupação das margens dos cursos d‟água reduzindo 2780 drasticamente seu leito maior; curvas inadequadas nos cursos d‟água; geometria 2781 inadequada na foz; níveis d‟água elevados nos rios e córregos receptores provocando 2782 remansos. Um exemplo deste fato são as subidas do nível do próprio Rio Paraíba do 2783 Sul, que provocam remansos e inundações ao longo de vários de seus afluentes, 2784 muitos dos quais atravessam áreas urbanizadas, causando transtornos às populações 2785 que, por uma imperiosa questão econômica, habitam as várzeas marginais desses 2786 afluentes. 2787

Destacam-se também os problemas de controle de poluição diretamente relacionados 2788 à drenagem urbana que têm sua origem na deterioração da qualidade dos cursos 2789 receptores das águas pluviais. Além de elevar o volume do escoamento superficial 2790 direto, a impermeabilização da superfície também faz com que a recarga subterrânea, 2791 já reduzida pelo aumento do volume das águas servidas da densidade populacional, 2792 diminua ainda mais. Isso faz com que as vazões básicas sejam restringidas a níveis 2793 que podem chegar a comprometer a qualidade da água pluvial nestes cursos 2794 receptores, não bastasse o fato de que o aumento do volume das águas servidas, já é 2795 um fator de degradação da qualidade das águas pluviais. 2796

8.4. A DRENAGEM URBANA NO MUNICÍPIO DE ILHABELA 2797

8.4.1. Principais Obras de Drenagem Existentes 2798

A macrodrenagem da área urbana do município corresponde à malha de drenagem 2799 natural formada pelos cursos d‟água que se localizam nos talvegues e fundos de vales. 2800

Com a expansão populacional da área urbana, crescem na mesma medida o número 2801 de domicílios, estabelecimentos comerciais, escolas, postos de saúde etc., que de 2802 maneira geral, configuram áreas impermeáveis. Dessa forma, as águas anteriormente 2803 absorvidas pelo solo são conduzidas para a malha de macrodrenagem, por meio das 2804 estruturas de microdrenagem do município, tornando mais rápido e elevado o 2805 escoamento superficial, e incrementando a vazão dos corpos d‟água. 2806

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No caso de Ilhabela, a Prefeitura Municipal não possui cadastro técnico das estruturas 2807 e unidades que compõem o sistema de microdrenagem do município, impossibilitando 2808 uma descrição detalhada e uma análise crítica das instalações existentes. 2809

8.4.2. Síntese dos Principais Problemas de Inundações 2810

Os problemas de drenagem no município de Ilhabela restringem-se a alagamentos em 2811 áreas próximas a orla marítima. A causa dos mesmos é uma provável associação do 2812 efeito das subidas das marés com precipitações pluviométricas. As causas precisas e 2813 as áreas afetadas devem ser estudadas. 2814

8.4.3. Estudos e Projetos Existentes 2815

O trabalho Mapeamento de Áreas de Risco Associados a Escorregamentos e 2816 Inundações do Município de Ilhabela desenvolvido pelo Instituto Geológico – IG teve 2817 como propósito fornecer subsídios à Defesa Civil Estadual para a identificação e o 2818 gerenciamento das situações de risco relacionadas a escorregamentos e inundações 2819 em áreas residenciais do município. 2820

Neste, foi adotado uma abordagem que conjugasse a utilização de imagens de 2821 sensoriamento remoto de alta resolução e critérios simples para a setorização do risco, 2822 de forma a permitir um fácil entendimento por parte dos operadores de Planos 2823 Preventivos de Defesa Civil e uma rápida implementação de ações de prevenção e 2824 mitigação em áreas prioritárias. Os estudos foram realizados em 12 áreas-alvo 2825 definidas e indicadas previamente pela COMDEC de Ilhabela, onde foram identificadas 2826 situações de risco, com graus diferenciados quanto à probabilidade de ocorrência, à 2827 tipologia dos processos geodinâmicos envolvidos, e à severidade dos potenciais 2828 eventos, resultando na delimitação de 27 setores de risco, já mencionados no relatório 2829 anterior. 2830

8.4.4. Medidas em andamento 2831

Não foram relatados a existência de medidas estruturais ou não estruturais referentes 2832 aos sistemas de drenagem de Ilhabela, exceto os serviços rotineiros de manutenção 2833 executados pela Prefeitura Municipal e Defesa Civil. 2834

8.5. ESTUDOS PARA PREVISÃO DAS VAZÕES COM PERÍODO DE RETORNO 2835 DE CEM ANOS NAS BACIAS URBANAS DO MUNICÍPIO DE ILHABELA 2836

8.5.1. Premissas 2837

Como não existem medições de vazão nos cursos d‟água naturais que cortam as áreas 2838 urbanas do município, o que é regra praticamente geral no Brasil, a estimativa das 2839 vazões nestas bacias foram efetuadas com o auxilio do modelo hidrológico CABC 2840 (FCTH, 2001), conforme descrito no Anexo III. Por meio desta técnica, a partir das 2841 precipitações intensas registradas historicamente em postos de observação da região, 2842 podem ser estimadas as vazões resultantes em diferentes pontos. Nessa Modelagem 2843

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Hidrológica a área é dividida em sub-bacias para as quais se adotam parâmetros 2844 hidrológicos que permitem a separação do escoamento superficial direto. 2845

8.5.2. Dados Básicos 2846

a) Sub-bacias 2847

A partir da base cartográfica digital do Estado de São Paulo, escala 1:50.000, foram 2848 delimitadas as sub-bacias de interesse, por meio da seleção de pontos para os quais 2849 se tem interesse em determinar a vazão. 2850

b) Parâmetros Hidrológicos 2851

As chuvas intensas podem ser obtidas a partir do banco de equações que 2852 correlacionam Intensidade-Duração-Frequência desenvolvidos para o Estado de São 2853 Paulo por Martinez & Magni9, adotando-se o posto da cidade de Ubatuba cuja equação 2854 IDF é denominada SpUbatu7.idf. Para cada sub-bacia foram adotados: tempo de 2855 concentração e parâmetro de infiltração no solo (CN), referente ao terreno natural, e 2856 função da cobertura vegetal predominante. 2857

c) Áreas Impermeáveis 2858

Nas áreas urbanas, a área impermeável foi estimada a partir da relação entre a 2859 densidade de domicílios e o grau de impermeabilização obtido dos estudos referentes à 2860 ocupação do solo. Para tal, foi feita a projeção, para o horizonte de projeto, da 2861 densidade populacional e do número de domicílios, estimando-se o crescimento da 2862 mancha urbana por meio da correlação entre o número de domicílios atual e o 2863 projetado para o fim de plano. 2864

d) Período de Retorno 2865

Os projetos de drenagem são usualmente feitos considerando um determinado risco de 2866 falha, por meio da adoção, como critério de projeto, de um evento de chuva crítico, por 2867 exemplo, com probabilidade de ocorrência da ordem de 1:10, 1:50 ou 1:100. No jargão 2868 hidrológico, significa que são adotados períodos de retorno (Tr) de 15 a cem anos, o 2869 que implica no dimensionamento para eventos que, na série histórica de observações 2870 pluviométricas para o local, ocorreram em média uma vez a cada dez , 50 ou cem 2871 anos. Este risco, entretanto, não representa a proteção real da área em função de 2872 diversos fatores. 2873

A presença de canalizações, executadas em diversas etapas e diferentes épocas, 2874 cheias de singularidades que retardam o escoamento e permitem a retenção de 2875 detritos provenientes do aporte de lixo; a falta de previsão de acessos para 2876 manutenção e limpeza e, ainda, a interferência dos munícipes, por meio das alterações 2877 nos projetos de microdrenagem como a modificação das bocas-de-lobo e substituição 2878

9 Martins, F. & Magni, N.L.G. – Equações de Chuvas Intensas no Estado de São Paulo, DAEE, 1999.

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das mesmas por grelhas, são alguns dos fatores que tornam o projeto e a obra 2879 resultante mais vulnerável, reduzindo seu grau de proteção. 2880

Considerando estes aspectos, a prática da engenharia de drenagem recomenda que 2881 sejam considerados, para áreas urbanas densamente povoadas, períodos de retorno 2882 elevados, da ordem de 50, e frequentemente, cem anos. Esta prática foi referendada 2883 pela adoção, por meio do Daee – Departamento de Águas e Energia Elétrica do Estado 2884 de São Paulo, da vazão de cem anos de recorrência, como critério de outorga para 2885 intervenções em cursos d‟água naturais. 2886

É importante, entretanto, enfatizar-se a diferença entre os conceitos de período de 2887 retorno e risco. Entende-se por risco a probabilidade, a possibilidade de uma 2888 determinada obra vir a falhar pelo menos uma vez durante um determinado período. 2889 Esse conceito leva em conta que uma obra projetada para um período de retorno T 2890 expõe-se, todo o ano, a uma probabilidade 1/T de vir a falhar. É intuitivo que, ao longo 2891 de sua vida útil, essa obra terá um risco de falha maior do que 1/T, por ficar exposta, 2892 repetidamente, a essa probabilidade de insucesso. 2893

Por estas razões a prática internacional recomenda a análise dos sistemas de 2894 drenagem para períodos de retorno da ordem de cem anos, associado às medidas de 2895 sustentação, caracterizadas pela ação pontual de forma a compensar ou mitigar os 2896 impactos da impermeabilização e também de medidas não estruturais. 2897

8.5.3. Resultados 2898

Bacia B1.1 córrego São Sebastião/Frade 2899

a) Mapa das Sub-bacias 2900

A Figura abaixo traz a delimitação das Sub-bacias para a simulação hidrológica da 2901 bacia B1.1 do município de Ilhabela. 2902

2903

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b) Parâmetros das Sub-bacias 2906

Os parâmetros físicos e hidrológicos considerados na simulação são apresentados na 2907 Tabela a seguir. Cabe destacar que nessa simulação foi utilizada uma duração da 2908 chuva crítica de 2 horas, bem como um fator de redução da chuva de 100,0%. 2909

Nome da Bacia

Nó Inicial Nó Final Área (km²)

Área do Mapa (km²)

Aimp (%) Adir (%) CN TC

R3 N4 N5 1,492 1,492 0,00 0,00 65 0,611

R4 N5 N6 1,896 1,896 2,00 0,40 65 0,693

R5 N6 N7 0,167 0,167 14,00 2,80 65 0,285

R1 N1 N2 2,466 2,466 0,00 0,00 65 0,785

R2 N2 N3 0,401 0,401 8,00 1,60 65 0,371

R6 N8 N9 1,879 1,879 0,00 0,00 65 0,685

R7 N9 N10 0,204 0,204 6,00 1,20 65 0,255

c) Resultados 2910

Abaixo segue a Tabela com as vazões de recorrência de cem anos originadas da 2911 simulação hidrológica realizada. 2912

Nome da

Bacia

Nó Inicial

Nó Final

Qmax Inicial (m³/s)

Qmax Final (m³/s)

Aacum Inicial (km²)

Abacia (km²)

Aacum Final (km²)

CN médio

Qesp (m³/s/km²)

Aimp (%)

Adir (%)

R3 N4 N5 0,000 25,588 0,000 1,492 1,492 65,00 17,150 0,00 0,00

R4 N5 N6 25,588 56,653 1,492 1,896 3,388 65,49 16,722 2,00 0,40

R5 N6 N7 56,653 59,783 3,388 0,167 3,555 68,69 16,817 14,00 2,80

R1 N1 N2 0,000 38,232 0,000 2,466 2,466 68,69 15,503 0,00 0,00

R2 N2 N3 38,232 44,108 2,466 0,401 2,867 67,08 15,385 8,00 1,60

R6 N8 N9 0,000 30,434 0,000 1,879 1,879 67,08 16,197 0,00 0,00

R7 N9 N10 30,434 33,993 1,879 0,204 2,083 66,55 16,319 6,00 1,20

R3 N4 N5 0,000 25,588 0,000 1,492 1,492 65,00 17,150 0,00 0,00

Bacia B1.2 córrego São Sebastião/Frade 2913

a) Mapa das Sub-bacias 2914

A Figura abaixo traz a delimitação das Sub-bacias para a simulação hidrológica da 2915 bacia B1.2 do município de Ilhabela. 2916

2917

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SECRETARIA DESANEAMENTO E RECURSOS HÍDRICOS

136

b) Parâmetros das Sub-bacias 2920

Os parâmetros físicos e hidrológicos considerados na simulação são apresentados na 2921 Tabela a seguir. Cabe destacar que nessa simulação foi utilizada uma duração da 2922 chuva crítica de 2 horas, bem como um fator de redução da chuva de 100,0%. 2923

Nome da Bacia

Nó Inicial Nó Final Área (km²)

Área do Mapa (km²)

Aimp (%) Adir (%) CN TC

R10 N16 N17 7,212 7,212 0,00 0,00 65 1,343

R11 N17 N18 0,829 0,829 0,00 0,00 65 0,489

R12 N18 N19 0,379 0,379 4,00 0,80 65 0,326

R13 N19 N20 0,254 0,254 16,00 3,20 65 0,332

R2 N3 N4 1,512 1,512 2,00 0,20 65 0,615

R3 N4 N5 0,178 0,178 12,00 2,40 65 0,293

R5 N8 N9 0,159 0,159 0,00 0,00 65 0,225

R6 N9 N10 0,287 0,287 0,00 0,00 65 0,294

R8 N13 N14 0,488 0,488 1,00 0,20 65 0,349

R9 N14 N15 0,333 0,333 12,00 2,40 65 0,363

R1 N1 N2 2,818 2,818 0,00 0,00 65 0,839

R4 N6 N7 0,592 0,592 6,00 1,20 65 0,402

R7 N11 N12 1,092 1,092 2,00 0,40 65 0,522

R14 N21 N22 0,207 0,207 6,00 1,20 65 0,268

c) Resultados 2924

Abaixo segue a Tabela com as vazões de recorrência de cem anos originadas da 2925 simulação hidrológica realizada. 2926

Nome da

Bacia

Nó Inicial

Nó Final

Qmax Inicial (m³/s)

Qmax Final (m³/s)

Aacum Inicial (km²)

Abacia (km²)

Aacum Final (km²)

CN médio

Qesp (m³/s/km²)

Aimp (%)

Adir (%)

R10 N16 N17 0,000 88,357 0,000 7,212 7,212 65,00 12,251 0,00 0,00

R11 N17 N18 88,357 98,306 7,212 0,829 8,041 65,00 12,226 0,00 0,00

R12 N18 N19 98,306 102,284 8,041 0,379 8,420 66,02 12,148 4,00 0,80

R13 N19 N20 102,284 105,102 8,420 0,254 8,674 69,25 12,117 16,00 3,20

R2 N3 N4 0,000 26,298 0,000 1,512 1,512 65,46 17,393 2,00 0,20

R3 N4 N5 26,298 29,621 1,512 0,178 1,690 68,15 17,527 12,00 2,40

R5 N8 N9 0,000 3,372 0,000 0,159 0,159 68,15 21,210 0,00 0,00

R6 N9 N10 3,372 9,227 0,159 0,287 0,446 68,15 20,688 0,00 0,00

R8 N13 N14 0,000 9,578 0,000 0,488 0,488 65,24 19,627 1,00 0,20

R9 N14 N15 9,578 16,682 0,488 0,333 0,821 68,15 20,319 12,00 2,40

R1 N1 N2 0,000 42,971 0,000 2,818 2,818 68,15 15,249 0,00 0,00

R4 N6 N7 0,000 11,495 0,000 0,592 0,592 66,55 19,417 6,00 1,20

R7 N11 N12 0,000 19,924 0,000 1,092 1,092 65,49 18,245 2,00 0,40

R14 N21 N22 0,000 4,503 0,000 0,207 0,207 66,55 21,752 6,00 1,20

Bacia B1.3 córrego São Sebastião/Frade 2927

a) Mapa das Sub-bacias 2928

A Figura abaixo traz a delimitação das Sub-bacias para a simulação hidrológica da 2929 bacia B1.3 do município de Ilhabela. 2930

2931

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138

b) Parâmetros das Sub-bacias 2934

Os parâmetros físicos e hidrológicos considerados na simulação são apresentados na 2935 Tabela a seguir. Cabe destacar que nessa simulação foi utilizada uma duração da 2936 chuva crítica de 2 horas, bem como um fator de redução da chuva de 100,0%. 2937

Nome da Bacia

Nó Inicial Nó Final Área (km²)

Área do Mapa (km²)

Aimp (%) Adir (%) CN TC

R2 N3 N4 1,111 1,111 0,00 0,00 65 0,527

R3 N4 N5 0,552 0,552 0,00 0,00 65 0,376

R11 N20 N21 1,126 1,126 0,00 0,00 65 0,531

R12 N21 N22 0,283 0,283 0,00 0,00 65 0,273

R1 N1 N2 1,108 1,108 0,00 0,00 65 0,526

R4 N6 N7 0,959 0,959 0,00 0,00 65 0,490

R5 N8 N9 1,551 1,551 0,00 0,00 65 0,623

R6 N10 N11 1,117 1,117 0,00 0,00 65 0,528

R7 N12 N13 0,371 0,371 0,00 0,00 65 0,311

R8 N14 N15 0,443 0,443 0,00 0,00 65 0,333

R9 N16 N17 0,930 0,930 0,00 0,00 65 0,482

R10 N18 N19 0,324 0,324 0,00 0,00 65 0,297

c) Resultados 2938

Abaixo segue a Tabela com as vazões de recorrência de cem anos originadas da 2939 simulação hidrológica realizada. 2940

Nome da

Bacia

Nó Inicial

Nó Final

Qmax Inicial (m³/s)

Qmax Final (m³/s)

Aacum Inicial (km²)

Abacia (km²)

Aacum Final (km²)

CN médio

Qesp (m³/s/km²)

Aimp (%)

Adir (%)

R2 N3 N4 0,000 19,918 0,000 1,111 1,111 65,00 17,928 0,00 0,00

R3 N4 N5 19,918 29,943 1,111 0,552 1,663 65,00 18,005 0,00 0,00

R11 N20 N21 0,000 20,151 0,000 1,126 1,126 65,00 17,896 0,00 0,00

R12 N21 N22 20,151 24,995 1,126 0,283 1,409 65,00 17,740 0,00 0,00

R1 N1 N2 0,000 19,873 0,000 1,108 1,108 65,00 17,936 0,00 0,00

R4 N6 N7 0,000 17,421 0,000 0,959 0,959 65,00 18,166 0,00 0,00

R5 N8 N9 0,000 26,423 0,000 1,551 1,551 65,00 17,036 0,00 0,00

R6 N10 N11 0,000 20,016 0,000 1,117 1,117 65,00 17,920 0,00 0,00

R7 N12 N13 0,000 7,474 0,000 0,371 0,371 65,00 20,146 0,00 0,00

R8 N14 N15 0,000 8,752 0,000 0,443 0,443 65,00 19,755 0,00 0,00

R9 N16 N17 0,000 16,934 0,000 0,930 0,930 65,00 18,208 0,00 0,00

R10 N18 N19 0,000 6,594 0,000 0,324 0,324 65,00 20,353 0,00 0,00

Bacia B2 Córrego Paquera/Cego 2941

a) Mapa das Sub-bacias 2942

A Figura abaixo traz a delimitação das Sub-bacias para a simulação hidrológica da 2943 bacia B2 do município de Ilhabela. 2944

2945

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140

b) Parâmetros das Sub-bacias 2948

Os parâmetros físicos e hidrológicos considerados na simulação são apresentados na 2949 Tabela a seguir. Cabe destacar que nessa simulação foi utilizada uma duração da 2950 chuva crítica de 2 horas, bem como um fator de redução da chuva de 100,0%. 2951

Nome da Bacia

Nó Inicial Nó Final Área (km²)

Área do Mapa (km²)

Aimp (%) Adir (%) CN TC

R24 N28 N87 3,307 3,307 0,00 0,00 65 0,909

R16 N87 N16 1,611 1,611 0,00 0,00 65 0,635

R22 N27 N16 4,101 4,101 2,00 0,40 65 0,390

R23 N16 N29 0,134 0,134 36,00 7,20 65 0,326

R27 N31 N32 9,121 9,121 0,00 0,00 65 1,510

R26 N30 N32 1,991 1,991 0,00 0,00 65 0,706

R28 N32 N29 0,176 0,176 40,00 8,00 65 0,398

R25 N29 N26 0,045 0,045 18,00 3,20 65 0,236

R37 N41 N40 7,179 7,179 0,00 0,00 65 1,340

R38 N40 N42 0,576 0,576 0,00 0,00 65 0,474

R36 N42 N61 1,000 1,000 6,00 1,20 65 0,500

R29 N33 N61 11,141 11,141 0,00 0,00 65 1,669

R17 N61 N26 0,681 0,681 18,00 3,60 65 0,526

R3 N26 N4 0,038 0,038 18,00 3,60 65 0,190

R72 N77 N78 0,541 0,541 14,00 2,40 65 0,438

R73 N78 N4 0,108 0,108 18,00 3,60 65 0,338

R21 N4 N34 0,000 0,000 18,00 3,60 65 0,000

R41 N46 N45 3,600 3,600 8,00 1,60 65 0,949

R40 N45 N35 0,485 0,485 40,00 8,00 65 0,529

R5 N51 N7 1,235 1,235 4,00 0,80 65 0,576

R52 N24 N57 0,215 0,215 6,00 1,20 65 0,237

R39 N43 N44 0,518 0,518 16,00 3,20 65 0,404

2952

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141

c) Resultados 2953

Abaixo segue a Tabela com as vazões de recorrência de cem anos originadas da 2954 simulação hidrológica realizada. 2955

Nome da

Bacia

Nó Inicial

Nó Final

Qmax Inicial (m³/s)

Qmax Final (m³/s)

Aacum Inicial (km²)

Abacia (km²)

Aacum Final (km²)

CN médio

Qesp (m³/s/km²)

Aimp (%)

Adir (%)

R24 N28 N87 0,000 48,872 0,000 3,307 3,307 65,00 14,778 0,00 0,00

R16 N87 N16 48,872 74,360 3,307 1,611 4,918 65,00 15,120 0,00 0,00

R22 N27 N16 0,000 77,737 0,000 4,101 4,101 65,49 18,956 2,00 0,40

R23 N16 N29 145,319 148,265 9,019 0,134 9,153 74,99 16,198 36,00 7,20

R27 N31 N32 0,000 104,707 0,000 9,121 9,121 74,99 11,480 0,00 0,00

R26 N30 N32 0,000 31,697 0,000 1,991 1,991 74,99 15,920 0,00 0,00

R28 N32 N29 127,386 129,702 11,112 0,176 11,288 76,21 11,490 40,00 8,00

R25 N29 N26 251,551 252,147 20,441 0,045 20,486 69,75 12,308 18,00 3,20

R37 N41 N40 0,000 88,120 0,000 7,179 7,179 69,75 12,275 0,00 0,00

R38 N40 N42 88,120 94,950 7,179 0,576 7,755 69,75 12,244 0,00 0,00

R36 N42 N61 94,950 107,409 7,755 1,000 8,755 66,55 12,268 6,00 1,20

R29 N33 N61 0,000 120,747 0,000 11,141 11,141 66,55 10,838 0,00 0,00

R17 N61 N26 219,242 226,161 19,896 0,681 20,577 69,80 10,991 18,00 3,60

R3 N26 N4 470,736 471,107 41,063 0,038 41,101 69,80 11,462 18,00 3,60

R72 N77 N78 0,000 10,916 0,000 0,541 0,541 68,64 20,177 14,00 2,40

R73 N78 N4 10,916 13,327 0,541 0,108 0,649 69,80 20,535 18,00 3,60

R21 N4 N34 478,964 478,964 41,750 0,000 41,750 69,80 11,472 18,00 3,60

R41 N46 N45 0,000 55,696 0,000 3,600 3,600 67,08 15,471 8,00 1,60

R40 N45 N35 55,696 65,137 3,600 0,485 4,085 76,21 15,946 40,00 8,00

R5 N51 N7 0,000 22,331 0,000 1,235 1,235 66,02 18,082 4,00 0,80

R52 N24 N57 0,000 4,744 0,000 0,215 0,215 66,55 22,063 6,00 1,20

R39 N43 N44 0,000 11,000 0,000 0,518 0,518 69,25 21,236 16,00 3,20

Bacia B3 Córrego Ilhabela/Cachoeira 2956

a) Mapa das Sub-bacias 2957

A Figura abaixo traz a delimitação das Sub-bacias para a simulação hidrológica da 2958 bacia B3 do município de Ilhabela. 2959

2960

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SECRETARIA DESANEAMENTO E RECURSOS HÍDRICOS

143

b) Parâmetros das Sub-bacias 2963

Os parâmetros físicos e hidrológicos considerados na simulação são apresentados na 2964 Tabela a seguir. Cabe destacar que nessa simulação foi utilizada uma duração da 2965 chuva crítica de 2 horas, bem como um fator de redução da chuva de 100,0%. 2966

Nome da Bacia

Nó Inicial Nó Final Área (km²)

Área do Mapa (km²)

Aimp (%) Adir (%) CN TC

R5 N8 N9 1,810 1,810 0,00 0,00 65 0,673

R6 N9 N10 2,329 2,329 0,00 0,00 65 0,763

R7 N10 N11 0,403 0,403 8,00 1,60 65 0,387

R8 N11 N6 0,119 0,119 16,00 3,20 65 0,297

R3 N5 N6 0,314 0,314 6,00 1,20 65 0,318

R4 N6 N7 0,022 0,022 0,00 0,00 65 0,000

R11 N15 N16 1,804 1,804 0,00 0,00 65 0,672

R12 N16 N17 1,395 1,395 0,00 0,00 65 0,591

R13 N17 N18 0,624 0,624 4,00 0,80 65 0,441

R14 N18 N19 0,241 0,241 0,00 0,00 65 0,316

R9 N12 N13 0,574 0,574 0,00 0,00 65 0,379

R10 N13 N14 0,467 0,467 12,00 2,40 65 0,419

R1 N1 N2 0,268 0,268 0,00 0,00 65 0,301

R2 N3 N4 0,465 0,465 0,00 0,00 65 0,000

R15 N20 N21 0,444 0,444 0,00 0,00 65 0,333

c) Resultados 2967

Abaixo segue a Tabela com as vazões de recorrência de cem anos originadas da 2968 simulação hidrológica realizada. 2969

Nome da

Bacia

Nó Inicial

Nó Final

Qmax Inicial (m³/s)

Qmax Final (m³/s)

Aacum Inicial (km²)

Abacia (km²)

Aacum Final (km²)

CN médio

Qesp (m³/s/km²)

Aimp (%)

Adir (%)

R5 N8 N9 0,000 29,595 0,000 1,810 1,810 65,00 16,351 0,00 0,00

R6 N9 N10 29,595 64,988 1,810 2,329 4,139 65,00 15,701 0,00 0,00

R7 N10 N11 64,988 72,386 4,139 0,403 4,542 67,08 15,937 8,00 1,60

R8 N11 N6 72,386 74,666 4,542 0,119 4,661 69,25 16,019 16,00 3,20

R3 N5 N6 0,000 6,613 0,000 0,314 0,314 66,55 21,061 6,00 1,20

R4 N6 N7 80,426 80,678 4,975 0,022 4,997 66,55 16,145 0,00 0,00

R11 N15 N16 0,000 29,521 0,000 1,804 1,804 66,55 16,364 0,00 0,00

R12 N16 N17 29,521 53,724 1,804 1,395 3,199 66,55 16,794 0,00 0,00

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144

Nome da

Bacia

Nó Inicial

Nó Final

Qmax Inicial (m³/s)

Qmax Final (m³/s)

Aacum Inicial (km²)

Abacia (km²)

Aacum Final (km²)

CN médio

Qesp (m³/s/km²)

Aimp (%)

Adir (%)

R13 N17 N18 53,724 65,480 3,199 0,624 3,823 66,02 17,128 4,00 0,80

R14 N18 N19 65,480 69,737 3,823 0,241 4,064 66,02 17,160 0,00 0,00

R9 N12 N13 0,000 10,821 0,000 0,574 0,574 66,02 18,853 0,00 0,00

R10 N13 N14 10,821 20,237 0,574 0,467 1,041 68,15 19,440 12,00 2,40

R1 N1 N2 0,000 5,438 0,000 0,268 0,268 68,15 20,292 0,00 0,00

R2 N3 N4 0,000 6,506 0,000 0,465 0,465 68,15 13,998 0,00 0,00

R15 N20 N21 0,000 8,771 0,000 0,444 0,444 68,15 19,755 0,00 0,00

Bacia B4.1 Córrego Bicuíba 2970

a) Mapa das Sub-bacias 2971

A Figura abaixo traz a delimitação das Sub-bacias para a simulação hidrológica da 2972 bacia B4.1 do município de Ilhabela. 2973

2974

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146

b) Parâmetros das Sub-bacias 2977

Os parâmetros físicos e hidrológicos considerados na simulação são apresentados na 2978 Tabela a seguir. Cabe destacar que nessa simulação foi utilizada uma duração da 2979 chuva crítica de 2 horas, bem como um fator de redução da chuva de 100,0%. 2980

Nome da Bacia

Nó Inicial Nó Final Área (km²)

Área do Mapa (km²)

Aimp (%) Adir (%) CN TC

R1 N1 N2 2,263 2,263 0,00 0,00 65 0,752

R3 N4 N2 1,831 1,831 0,00 0,00 65 0,677

R2 N2 N3 0,628 0,628 4,00 0,80 65 0,424

R4 N5 N6 0,179 0,179 0,00 0,00 65 0,249

R5 N6 N7 0,254 0,254 10,00 2,00 65 0,291

R6 N8 N9 0,833 0,833 2,00 0,40 65 0,456

R7 N9 N10 0,245 0,245 2,00 0,40 65 0,261

R8 N11 N12 0,245 0,245 2,00 0,40 65 0,247

R9 N13 N14 0,324 0,324 1,00 0,20 65 0,289

R10 N15 N16 0,777 0,777 2,00 0,40 65 0,441

c) Resultados 2981

Abaixo segue a Tabela com as vazões de recorrência de cem anos originadas da 2982 simulação hidrológica realizada. 2983

Nome da

Bacia

Nó Inicial

Nó Final

Qmax Inicial (m³/s)

Qmax Final (m³/s)

Aacum Inicial (km²)

Abacia (km²)

Aacum Final (km²)

CN médio

Qesp (m³/s/km²)

Aimp (%)

Adir (%)

R1 N1 N2 0,000 35,420 0,000 2,263 2,263 65,00 15,652 0,00 0,00

R3 N4 N2 0,000 29,845 0,000 1,831 1,831 65,00 16,300 0,00 0,00

R2 N2 N3 64,404 76,096 4,094 0,628 4,722 66,02 16,115 4,00 0,80

R4 N5 N6 0,000 3,755 0,000 0,179 0,179 66,02 20,977 0,00 0,00

R5 N6 N7 3,755 9,383 0,179 0,254 0,433 67,62 21,671 10,00 2,00

R6 N8 N9 0,000 15,462 0,000 0,833 0,833 65,49 18,561 2,00 0,40

R7 N9 N10 15,462 19,735 0,833 0,245 1,078 65,49 18,307 2,00 0,40

R8 N11 N12 0,000 5,223 0,000 0,245 0,245 65,49 21,319 2,00 0,40

R9 N13 N14 0,000 6,689 0,000 0,324 0,324 65,24 20,646 1,00 0,20

R10 N15 N16 0,000 14,434 0,000 0,777 0,777 65,49 18,576 2,00 0,40

Bacia B4.2 Córrego Bicuíba 2984

a) Mapa das Sub-bacias 2985

A Figura abaixo traz a delimitação das Sub-bacias para a simulação hidrológica da 2986 bacia B4.2 do município de Ilhabela. 2987

2988

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148

b) Parâmetros das Sub-bacias 2991

Os parâmetros físicos e hidrológicos considerados na simulação são apresentados na 2992 Tabela a seguir. Cabe destacar que nessa simulação foi utilizada uma duração da 2993 chuva crítica de 2 horas, bem como um fator de redução da chuva de 100,0%. 2994

Nome da Bacia

Nó Inicial Nó Final Área (km²)

Área do Mapa (km²)

Aimp (%) Adir (%) CN TC

R12 N21 N22 1,542 1,542 0,00 0,00 0 0,000

R13 N22 N19 0,096 0,096 0,00 0,00 0 0,000

R10 N18 N19 0,422 0,422 0,00 0,00 65 0,000

R11 N19 N20 0,022 0,022 0,00 0,00 65 0,000

R4 N7 N8 0,859 0,859 0,00 0,00 65 0,463

R5 N8 N9 0,647 0,647 2,00 0,40 65 0,402

R1 N1 N2 0,530 0,530 0,00 0,00 65 0,364

R2 N3 N4 0,526 0,526 2,00 0,40 65 0,363

R3 N5 N6 0,206 0,206 0,00 0,00 65 0,140

R6 N10 N11 0,312 0,312 0,00 0,00 65 0,000

R7 N12 N13 0,151 0,151 0,00 0,00 65 0,000

R8 N14 N15 0,100 0,100 0,00 0,00 65 0,000

R9 N16 N17 0,178 0,178 0,00 0,00 65 0,000

c) Resultados 2995

Abaixo segue a Tabela com as vazões de recorrência de cem anos originadas da 2996 simulação hidrológica realizada. 2997

Nome da

Bacia

Nó Inicial

Nó Final

Qmax Inicial (m³/s)

Qmax Final (m³/s)

Aacum Inicial (km²)

Abacia (km²)

Aacum Final (km²)

CN médio

Qesp (m³/s/km²)

Aimp (%)

Adir (%)

R12 N21 N22 0,000 21,579 0,000 1,542 1,542 65,00 13,998 0,00 0,00

R13 N22 N19 21,579 22,923 1,542 0,096 1,638 65,00 13,998 0,00 0,00

R10 N18 N19 0,000 5,908 0,000 0,422 0,422 65,00 13,998 0,00 0,00

R11 N19 N20 28,831 29,139 2,060 0,022 2,082 65,00 13,998 0,00 0,00

R4 N7 N8 0,000 15,710 0,000 0,859 0,859 65,00 18,289 0,00 0,00

R5 N8 N9 15,710 27,695 0,859 0,647 1,506 65,49 18,390 2,00 0,40

R1 N1 N2 0,000 10,151 0,000 0,530 0,530 65,49 19,153 0,00 0,00

R2 N3 N4 0,000 10,270 0,000 0,526 0,526 65,49 19,524 2,00 0,40

R3 N5 N6 0,000 4,448 0,000 0,206 0,206 65,49 21,573 0,00 0,00

R6 N10 N11 0,000 4,363 0,000 0,312 0,312 65,49 13,998 0,00 0,00

R7 N12 N13 0,000 2,116 0,000 0,151 0,151 65,49 13,998 0,00 0,00

R8 N14 N15 0,000 1,398 0,000 0,100 0,100 65,49 13,998 0,00 0,00

R9 N16 N17 0,000 2,492 0,000 0,178 0,178 65,49 13,998 0,00 0,00

8.6. SUGESTÕES DE AÇÕES A SEREM IMPLEMENTADAS 2998

As sugestões a seguir, baseiam-se no diagnóstico realizado e sintetizado no item 8.4 2999 do presente relatório. Verificou-se, pelas informações obtidas, que o Município de 3000 Ilhabela vem, há várias décadas, implantando medidas de atenuação dos efeitos das 3001 enchentes e inundações. Entretanto, essas medidas não têm se revelado suficientes. 3002 Ou por subdimensionamento das estruturas implantadas, devido a critérios de 3003

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149

avaliação das vazões insatisfatórios (galerias de águas pluviais ou canais em terra ou 3004 em concreto ou ainda vãos de pontes com seções de escoamento inferiores às 3005 necessidades) ou por falta de manutenção e operação adequadas (falta de 3006 desassoreamento e remoção de entulho e lixo de forma rotineira). Deve ser 3007 acrescentado que muitas vezes as vazões provenientes de chuvas intensas não têm 3008 condições de escoar satisfatoriamente devido ao nível d‟água do Rio Paraíba, o qual 3009 atinge valores que impedem a descarga natural dos afluentes que cortam as áreas 3010 urbanas, causando remansos e consequentes alagamentos e inundações. 3011

No item 8.4.2 foi apresentado os principais problemas de inundações no Município de 3012 Ilhabela. Com base nos mesmos e no relatado nos demais itens, pode-se, de maneira 3013 genérica, propor o desenvolvimento das seguintes ações estruturais e não estruturais, 3014 sempre de forma alternativa onde couber, para cada uma das bacias dos cursos d‟água 3015 que cortam a área urbana de Ilhabela: 3016

a) Intervenções estruturais diretas nos cursos d‟água que cortam as áreas urbanas; 3017

- levantamentos de campo, estudos, projetos e posterior execução de 3018 desassoreamentos e remoção de lixo, entulho e vegetação do leito menor dos 3019 cursos de água; 3020

- levantamentos de campo, estudos, projetos e posterior implantação de obras de 3021 ampliação das travessias com seções insuficientes ou substituição das mesmas a 3022 fim de permitir o escoamento das vazões com tempo de recorrência de cem anos 3023 determinadas no item anterior; 3024

- levantamentos de campo, estudos, projetos e posterior implantação das obras de 3025 alargamento e/ou aprofundamento, com aumento das declividades, onde possível, e 3026 estabilização das margens nos estirões em que foram detectadas deficiências em 3027 relação a estes aspectos. Sempre que possível, o aumento da calha dos cursos 3028 d‟água deve ocorrer por alargamento da seção de escoamento; 3029

- levantamentos de campo, estudos, projetos e posterior implantação das obras 3030 referentes à contenção do escoamento superficial em excesso, tais como “piscinões” 3031 e barragens de regularização de vazões; 3032

- levantamentos de campo, estudos, projetos e posterior execução das obras 3033 referentes à implantação de diques e correspondentes obras de bombeamento para 3034 proteção das áreas urbanizadas às margens do córrego que se encontram em cotas 3035 inferiores aos níveis de água provocados pelas vazões com tempo de recorrência de 3036 cem anos. 3037

b) Intervenções estruturais diretas com implantação de sistemas de microdrenagem 3038 onde ocorrem alagamentos. 3039

c) Intervenções não estruturais de acordo com o relacionado no item 8.1. 3040

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Especificamente para as regiões litorâneas, como é o caso de Ilhabela, deve-se 3041 considerar, no diagnóstico dos problemas da drenagem urbana, a combinação dos 3042 eventos pluviométricos com as marés locais. Este efeito, que tem origem na maré 3043 astronômica combinada também influenciada pelos efeitos meteorológicos, resulta na 3044 elevação dos niveis d´água próximos à foz das canalizações de drenagem, e tem como 3045 resultado o agravamento dos problemas de inundação. 3046

Para proposição de alternativas bem como projeto de obras de drenagem em regiões 3047 costeiras, o DAEE-SP recomenda a elaboração de estudos considerando estes efeitos 3048 combinados da forma: 3049

Vazões Tr 50 anos e Maré com permanência 98% 3050

Vazões Tr 100 anos sem o efeito de maré. 3051

O desenvolvimento destes estudos, em nível de projeto básico ou executivo deve ser 3052 realizado considerando: 3053

Base topográfica detalhada, escala 1:2.000 ou melhor; 3054

Estudos de amplitude e freqüência de marés, com nível referenciado ao local 3055 das intervenções; 3056

Consideração dos efeitos meteorológicos sobre a maré (ruído meteorológico); 3057

Estudo de alternativas que envolvam bacias de detenção, diques para áreas 3058 baixas e o uso de comportas. 3059

Também devem ser consideradas nestas alternativas a possibilidade de desocupação 3060 e criação de áreas de risco de inundação, no caso de glebas com ocupação irregular. 3061

3062

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151

9. OBRAS, INTERVENÇÕES PROPOSTAS E ESTIMATIVA DE CUSTOS 3063

9.1. SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA 3064

A seguir é apresentado um quadro resumo com as intervenções propostas para os 3065 sistemas de abastecimento de água de Ilhabela e a estimativa de custos: 3066

Sistema de Abastecimento de Água

Município /Sistema Ano/Previsão Valor / Estimativos

Ilhabela

Ampliação do SAA Água Branca para 150l/s 2.016 R$ 15.400.000,00

Ampliação do SAA Água Branca para 200l/s 2.030 R$ 800.000,00

Ampliação do SAA Pombo 2.016 R$ 6.877.000,00

TOTAL R$ 23.077.000,00

9.2. SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO 3067

As obras e intervenções propostas para os sistemas de esgotamento sanitário e os 3068 custos estimados são apresentados a seguir: 3069

Sistema de Esgotamento Sanitário

Município /Sistema Ano/Previsão Valor / Estimativos

Ilhabela

SES Itaquanduba - Etapa 3A - Reversão Saco da Capela 2.012 R$ 6.603.124,00

Implantação SES Feiticeira 2.018 R$ 3.500.000,00

Implantação SES Região Norte 2.018 R$ 7.000.000,00

Implantação SES Região Sul 2.018 R$ 7.000.000,00

SES Itaquanduba - 3ª Etapa 2.016 R$ 3.948.999,00

SES Itaquanduba -4ª Etapa 2.016 R$ 8.571.000,00

TOTAL R$ 36.623.123,00

9.3. SISTEMA DE LIMPEZA URBANA E MANEJO DE RESÍDUOS SÓLIDOS 3070

Para estimativa de custos das proposições elaboradas, adotou-se critérios e custos 3071 referenciais obtidos em valores de mercado. 3072

3073

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Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos 3074

Proposição Emergencial Curto Prazo –

2011-2014 Médio Prazo –

2015-2019

Instalação de cestos em vias e logradouros públicos 70 unidades

R$ 14.000,00

Disponibilização de aterro sanitário regional em Caraguatatuba

1 unidade

R$ 2.325.337,00

Disponibilização de aterro de inertes regional em Caraguatatuba

1 unidade

R$ 15.447,00

Disponibilização de triturador móvel para resíduos verdes

1 unidade

R$ 70.000,00

Disponibilização de PEV‟s para materiais reaproveitáveis

5 unidades

R$ 2.000,00

Disponibilização de central de triagem regional em Caraguatatuba para materiais recicláveis

1 unidade

R$ 142.950,00

Disponibilização de usina de compostagem regional em Caraguatatuba para matéria orgânica

1 unidade

R$ 803.611,00

Disponibilização de veículos e equipamentos adequados para coleta seletiva domiciliar, inclusive reserva técnica

2 unidade

R$ 90.000,00

Disponibilização de ecopontos e/ou caçambas para entrega de entulhos

5 unidades

R$ 25.000,00

Disponibilização de central de triagem e britagem regional em Caraguatatuba para RSI

1 unidade

R$ 10.748,00

Disponibilização de contêineres para feiras livres 5 unidades

R$ 5.000,00

9.4. PROPOSIÇÕES – PROGRAMAS E AÇÕES NECESSÁRIAS 3075

Neste tópico são conceituados os planos, programas e ações considerados 3076 necessários para o cumprimento e manutenção das metas do Plano de Saneamento. 3077

Gestão de Resíduos Sólidos em Geral 3078

Formatar a gestão de forma integrada 3079

Justificativa: Atualmente, a gestão dos resíduos sólidos não engloba todos os tipos de 3080 resíduos, o que acaba por inviabilizar soluções técnicas e ambientais que poderiam 3081 resultar em redução de custos e/ou aumento de receitas públicas. 3082

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153

Objetivo: Permitir um equacionamento de forma integrada de todos os tipos de 3083 resíduos sólidos urbanos gerados no município em questão e, se for o caso, nos 3084 municípios consorciados, aproveitando todos os recursos disponibilizados para 3085 proporcionar a destinação ambientalmente mais adequada, pelo menor custo para 3086 todos os tipos de resíduos, independentemente se o gerador é público ou privado. 3087

O exemplo do benefício gerado pelo enfoque integrado para a gestão dos resíduos 3088 sólidos está ilustrado no quadro a seguir, no qual se pode notar que resíduos de 3089 natureza similar, mesmo que procedentes de fontes diversas podem ser submetidos a 3090 processos comuns para gerar produtos passíveis de reaproveitamento. 3091

Resíduo Processo Reaproveitamento

RSD úmidos Compostagem Recondicionador de solo Poda / galharia

Lodo de ETE

RCD selecionados Preparação

Material de construção

RS Varrição Pavimento ecológico

Lodo de ETA Recuperação de Áreas

Priorizar a natureza dos resíduos 3092

Justificativa: Atualmente, a gestão dos resíduos sólidos costuma estar mais focada 3093 para as economias resultantes de coleta conjunta, delegando para segundo plano a 3094 natureza dos mesmos, o que acaba por direcioná-los para destinações inconvenientes. 3095

Um exemplo desta situação é a utilização dos mesmos veículos da coleta domiciliar 3096 para o recolhimento dos resíduos resultantes do serviço de varrição manual, 3097 compostos principalmente por detritos inertes, direcionando-os para a mesma 3098 destinação final dos resíduos orgânicos. 3099

Objetivo: Direcionar os resíduos pela sua real vocação, evitando a inadequada 3100 aplicação dos recursos disponibilizados apenas para aperfeiçoar a forma de coleta. 3101

Limitar os serviços aos resíduos públicos dentro dos limites legais 3102

Justificativa: As municipalidades costumam prestar serviços à comunidade sem ter 3103 obrigação legal para fazê-lo, o que onera o sistema e consequentemente desviando 3104 verbas de outras áreas carentes. 3105

Essa forma de proceder está baseada na premissa de que é melhor prestar os serviços 3106 sem cobrar do que ver os resíduos sendo descartados irregularmente. 3107

Tal filosofia passa a ser questionada no momento em que a municipalidade decide 3108 partir para um sistema mais completo de gestão de resíduos sólidos, agregando formas 3109 de reaproveitamento e de tratamentos realmente adequados, que exigem diferentes 3110 níveis de investimentos e custos operacionais. 3111

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154

Objetivo: Direcionar as receitas públicas para a melhoria dos serviços municipais, 3112 exercendo apenas o controle das atividades dos prestadores de serviços dentro do 3113 município e cobrando pelos serviços de sua responsabilidade legal. 3114

Evidentemente que tal mudança de procedimento deverá ser devidamente respaldada 3115 por um programa de conscientização geral de que, assim procedendo, se estará 3116 efetuando a cobrança dos reais usuários, de forma a economizar recursos municipais 3117 para os serviços relacionados à coletividade. 3118

Implantar sistema de cobrança por taxa de limpeza pública 3119

Justificativa: Geralmente, os custos dos serviços de limpeza são cobertos pelos 3120 impostos que atendem ao orçamento municipal, o que não proporciona à população 3121 uma visão de sua aplicação direta em suas necessidades prioritárias. 3122

Esta forma de arrecadação não proporciona a devida visibilidade do valor arrecadado e 3123 nem da real aplicação das verbas arrecadadas, implicando em altos índices de 3124 inadimplência. 3125

Objetivo: Gerar arrecadação a partir dos efetivos consumidores dos serviços públicos, 3126 compatibilizando receitas e despesas, de forma a promover melhorias e inovações nos 3127 serviços de limpeza e destinação dos resíduos. 3128

Por essas razões, nos municípios onde foi implantado com critérios adequados e 3129 viáveis para as condições socioeconômicas da população, o sistema de cobrança por 3130 taxa de limpeza pública apresentou forte adesão, comprovada por baixos índices de 3131 inadimplência. 3132

Para a definição da taxa de limpeza, deve ser considerado o porte do município, já que 3133 sua complexidade aumenta proporcionalmente à quantidade de padrões urbanos 3134 existentes. 3135

Tais padrões costumam ser estabelecidos de acordo com a necessidade ou não dos 3136 serviços principais e, como exemplo, podem ser citados: 3137

- terreno sem habitação em via não pavimentada ou via pavimentada não varrida: 3138 não apresenta resíduos para a coleta domiciliar e nem tem sua via varrida; 3139

- terreno sem habitação em via pavimentada varrida: embora não apresente 3140 resíduos para a coleta domiciliar, conta com o serviços de varrição de vias com 3141 determinada frequência; 3142

- terreno com habitação em via não pavimentada ou via pavimentada não varrida: 3143 apesar de gerar resíduos para a coleta domiciliar, não tem sua via varrida; e 3144

- terreno com habitação em via pavimentada varrida: além de apresentar resíduos 3145 para a coleta domiciliar, também conta com o serviços de varrição de vias com 3146 determinada frequência. 3147

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Embora estes quatro padrões sejam apenas exemplos, que podem ainda ser 3148 subdivididos de acordo com as características socioeconômicas dos bairros onde estão 3149 localizados, eles demonstram o grau de complexidade a que está exposto o estudo 3150 para definição das taxas de limpeza. 3151

Fixar e cobrar tarifas por serviços prestados a terceiros 3152

Justificativa: Conforme citado anteriormente, as municipalidades costumam prestar 3153 serviços de destinação pelos quais não tem atribuição legal, sem a devida cobrança de 3154 tarifas específicas, o que onera o sistema e consome verbas necessárias para outros 3155 serviços essenciais. 3156

Como exemplos de tais serviços podem ser citados a limpeza e destinação de resíduos 3157 e/ou entulhos provenientes da limpeza de terrenos baldios particulares e a destinação 3158 final dos resíduos decorrentes da coleta de grandes geradores, executada por 3159 empresas ou caçambeiros. 3160

Objetivo: Gerar arrecadação a partir dos efetivos consumidores dos serviços públicos 3161 municipais, proporcionando recursos para melhorar as condições de limpeza e 3162 saneamento urbano e a qualidade ambiental da região atendida. 3163

Sob uma ótica de apoio ao desenvolvimento da iniciativa privada local, melhor será 3164 limitar os serviços públicos à destinação dos resíduos, deixando a prestação de 3165 serviços de limpeza de locais privados e de coleta dos resíduos ali gerados para 3166 empresas particulares, devidamente cadastradas e controladas pela municipalidade. 3167

Estimular a população a apoiar os programas ambientais 3168

Justificativa: Principalmente devido à influência da mídia, a população brasileira é 3169 considerada consumista, ou seja, consome sem necessidade, o que gera descarte de 3170 embalagens e materiais inservíveis acima do desejável. 3171

Por outro lado, essa mesma população não está suficientemente mobilizada para 3172 apoiar ações relacionadas ao reaproveitamento dos materiais descartados e nem a 3173 entender e aceitar novas formas de arrecadação relacionadas à gestão de resíduos. 3174

Objetivo: Provocar uma disseminação geral de conscientização ambiental, de forma a 3175 reforçar o apoio popular e a efetiva participação dos munícipes em ações 3176 modificadoras, que possam reduzir as necessidades públicas, e disciplinar os 3177 procedimentos relacionados à minimização de resíduos na origem, ao máximo 3178 reaproveitamento dos materiais descartados e à destinação adequada dos detritos a 3179 serem descartados. 3180

Acompanhando essa conscientização do ponto de vista ambiental, os programas 3181 também deverão levar esclarecimentos quanto às ações propostas, principalmente 3182 quando refletem mudanças nas responsabilidades e nas formas de arrecadação para 3183 fazer frente aos serviços prestados. 3184

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Efetuar e/ou ampliar convênios com outros municípios 3185

Justificativa: Em muitos casos, os municípios não apresentam geração de resíduos 3186 sólidos suficiente para equacionar sua separação e reaproveitamento e para destinar 3187 adequadamente os rejeitos resultantes, de forma ambientalmente correta e 3188 economicamente viável. 3189

Objetivo: Melhorar as condições de destinação final da região, conforme preconiza a 3190 Lei Nacional de Saneamento (11.445/07) por meio de soluções conjuntas, conforme 3191 recomenda a Lei Federal da Política Nacional dos Resíduos Sólidos (12.305/10), é a 3192 melhor forma de promover corretamente a gestão dos resíduos, dentro de padrões de 3193 custos razoáveis, principalmente para municípios com menor geração. 3194

Tais soluções conjuntas podem ser desde centrais de triagem e pré-beneficiamento até 3195 usinas de compostagem, aterros sanitários ou mesmo usinas de lixo, onde é promovida 3196 a redução volumétrica com ou sem o reaproveitamento dos subprodutos. 3197

Essa proposição pretende priorizar as localidades regionais, cuja destinação final atual 3198 se mostrar ambientalmente inadequada, como lixões e/ou aterros controlados, ou for 3199 ambientalmente adequada, mas estiver com sua vida útil em vistas de se esgotar. 3200

Além da melhoria da qualidade regional, esta ação visa proporcionar uma otimização 3201 na aplicação de recursos em função da economia de escala e, conseqüentemente, a 3202 redução dos custos unitários e aumento da arrecadação para os municípios. 3203

Alguns municípios apresentam legislação que proíbe o recebimento de resíduos sólidos 3204 de outros municípios que, a princípio, impediria a aplicação desta proposição, mas, 3205 certamente, em vista a grande dimensão dos benefícios gerados para a coletividade, é 3206 considerado que esse empecilho atual possa ser contornado politicamente. 3207

Serviços de Limpeza Pública 3208

Varrição Manual 3209

Melhoria do Serviço por Meio da Adequação da Frequência em Função do Local 3210

Justificativa: os serviços de limpeza, e em especial, a varrição são objeto de avaliação 3211 permanente por parte dos munícipes já que, quando mal executados, deixam expostas 3212 as sujidades pelas vias e logradouros públicos. 3213

Por essa razão, as municipalidades costumam concentrar neles boa parte de seus 3214 recursos, mas nem sempre da forma mais recomendada, efetuando a varrição sem 3215 critério e com frequências muitas vezes desnecessárias. 3216

Objetivo: assegurar as condições de limpeza das vias e logradouros públicos, 3217 despendendo o mínimo recurso necessário, de sua alocação nos pontos e trechos que 3218 mais geram detritos nos pisos, calçadas e sarjetas. 3219

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Para isso, recomenda-se que o planejamento se inicie pela identificação desses pontos 3220 e trechos, por meio da vistoria de campo, serviço este também exigido para a locação 3221 dos cestos de lixo. 3222

Uma vez identificados estes locais, deverão ser observados os dias e horários em que 3223 ocorrem as maiores concentrações de pedestres e veículos, principais responsáveis 3224 pelo descarte de resíduos nas vias. 3225

Com estas duas informações, é possível definir a frequência da varrição manual por 3226 faixa horária e dia da semana e efetuar a programação das equipes de campo. Como 3227 as cidades estão sempre em mutação, esse planejamento também deverá ser 3228 dinâmico, devendo ser revisado a partir das observações trazidas pelos fiscais de 3229 varrição. 3230

Atendimento de Baixa Frequência por Meio de Mutirão 3231

Justificativa: com exceção dos corredores viários utilizados pelo transporte coletivo, 3232 onde costumam se concentrar também os estabelecimentos comerciais e de prestação 3233 de serviços, as vias de periferia normalmente não apresentam movimento significativo 3234 que exija uma varrição mais intensa. 3235

Objetivo: o serviço de varrição manual deve se estender às vias pavimentadas 3236 existentes em toda a área urbana para atender ao princípio da universalização, 3237

Neste caso, a proposição é o atendimento programado sob forma de mutirão, que 3238 percorre os bairros periféricos recolhendo principalmente as folhas caídas das árvores 3239 e as poucas sujidades, lançadas pela população local. 3240

Esta forma de promover a limpeza pode ser combinada com outros serviços, tais como 3241 a manutenção de vias e logradouros e de bocas-de-lobo e galerias, de modo a otimizar 3242 a aplicação da mão de obra e aproveitar os recursos de apoio, comumente usados 3243 para transportar o ferramental e os resíduos resultantes. 3244

Seleção dos Resíduos para Reaproveitamento e/ou Redução de Custos de 3245 Destinação 3246

Justificativa: composição dos resíduos originários da varrição costuma ser bastante 3247 variável em função dos locais varridos; apresentando, em geral, restos de matéria 3248 orgânica, embalagens descartadas, produtos pós-consumo, folhas, terra, areia, poeira 3249 e outros detritos. 3250

Geralmente, as equipes de varrição manual acomodam esses resíduos num único saco 3251 que, após completado, é posicionado nas calçadas para posterior coleta pela equipe 3252 responsável pela coleta domiciliar, o que significa destiná-los para a mesma unidade 3253 utilizada para a disposição dos resíduos sólidos domiciliares. 3254

Objetivo: minimizar os custos de transporte e adequar a destinação final, por meio da 3255 seleção dos resíduos em central de triagem. 3256

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Mesmo chegando misturados, devido à menor ocorrência de matéria orgânica, sua 3257 triagem não apresenta a mesma dificuldade do lixo domiciliar bruto e pode resultar na 3258 possibilidade de reaproveitamento dos materiais passíveis de reciclagem ou mesmo de 3259 destinação menos nobre para os detritos inertes. 3260

Manutenção de Vias e Logradouros 3261

Vistoria da Fiscalização para Programação dos Serviços 3262

Justificativa: em alguns municípios, a programação dos serviços de manutenção de 3263 vias e logradouros é feita de forma preestabelecida, resultando na aplicação 3264 desnecessária dos recursos em alguns locais e na deficiência em outros mais 3265 necessitados. 3266

Objetivo: ajustar a prestação do serviço em função das reais necessidades, detectadas 3267 por meio da fiscalização de campo. 3268

Por englobarem capina, roçada e raspagem, os serviços de manutenção de vias estão 3269 sujeitos às sazonalidades ditadas principalmente pelas chuvas, uma vez que elas 3270 estimulam o crescimento dos matos, e pelo carreamento de particulados [que], 3271 intensificam o assoreamento das sarjetas. 3272

Portanto, a melhor maneira de se identificar as reais necessidades e alocar os recursos 3273 nos pontos mais necessitados é, sem dúvida nenhuma, a informação da fiscalização de 3274 campo. 3275

Manutenção de Áreas Verdes 3276

Vistoria da Fiscalização para Programação dos Serviços 3277

Justificativa: a programação dos serviços de manutenção de áreas verdes deve ser 3278 feita de forma preestabelecida, pois principalmente a poda das árvores deve obedecer 3279 às épocas recomendáveis, cujo não cumprimento pode resultar em danos aos 3280 espécimes podados. 3281

Porém, o mesmo não necessariamente precisa ser seguido para as gramíneas, que se 3282 não mantidas com certa frequência, acabam sendo dominadas por tiriricas e matos. 3283

Objetivo: ajustar a prestação do serviço de manutenção dos gramados em função das 3284 reais necessidades, detectadas por meio da fiscalização de campo. 3285

O crescimento de matos está associado à sazonalidade das chuvas, exigindo uma 3286 constante observação por parte da fiscalização de campo, de modo a extraí-los antes 3287 que acabem matando as espécies originais. 3288

Prestação dos Serviços por Mutirão: 3289

Justificativa: com exceção das áreas verdes localizadas nas regiões centrais, onde a 3290 população costuma descartar indevidamente detritos, as demais praças e canteiros 3291

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ficam mais sujeitas às sujidades de folhas caídas, não exigindo manutenção mais 3292 intensa. 3293

Objetivo: para atender ao princípio da universalização, o serviço de manutenção de 3294 áreas verdes deve se estender a todos esses logradouros existentes na área urbana. 3295

Para não encarecer demasiadamente tal serviço, propõe-se que esse atendimento seja 3296 programado sob forma de mutirão, cuja equipe percorre os bairros periféricos 3297 recolhendo principalmente as folhas caídas das árvores e as poucas sujidades 3298 lançadas pela população local. 3299

Esta forma de promover a limpeza pode ser combinado com outros serviços, tais como 3300 a varrição manual e a manutenção de bocas-de-lobo e galerias, de modo a otimizar a 3301 aplicação da mão de obra e aproveitar os recursos de apoio, comumente usados para 3302 transportar o ferramental e os resíduos resultantes. 3303

Limpeza pós feiras livres 3304

Aperfeiçoar o Sistema de Limpeza Pós Feiras Livres 3305

Justificativa: os resíduos varridos das vias, onde foram realizadas feiras livres, 3306 costumam ser agrupados em um único monte e ficar aguardando no próprio passeio 3307 sua retirada pelos caminhões da coleta domiciliar. 3308

Assim, ficam inadequadamente expostos em via pública, gerando odores indesejáveis, 3309 estimulando a presença de vetores de doenças e aumentando o risco de serem 3310 carreados para os dispositivos de drenagem pelas águas da primeira chuva. 3311

Além disso, apesar de conterem grandes volumes de materiais recicláveis e de matéria 3312 orgânica, também não sofrem nenhum tipo de separação na origem, visando seu 3313 reaproveitamento por meio da reciclagem. 3314

Objetivo: evitar que os resíduos recolhidos fiquem inadequadamente expostos, gerando 3315 os problemas anteriormente descritos, e que sejam encaminhados para destinações 3316 incompatíveis com a sua natureza. 3317

Portanto, ao se criar uma condição de estocagem e coleta, por exemplo, por meio de 3318 contêineres plásticos e veículos coletores diferenciados, é possível armazenar e coletar 3319 o "lixo seco" separadamente do "lixo úmido", permitindo seu reaproveitamento por via 3320 dos processos de reciclagem e/ou compostagem. 3321

Lavagem Pós Varrição e Aplicação de Desinfetante nos Locais de Venda de 3322 Pescados 3323

Justificativa: algumas feiras livres, além de frutas, legumes e verduras, também 3324 apresentam a comercialização de pescados e frutos do mar, produtos estes que 3325 atingem o estágio de decomposição em breve intervalo de tempo, exalando fétidos 3326 odores nas redondezas. 3327

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Objetivo: evitar a exalação de maus odores decorrentes da decomposição de restos de 3328 pescados e frutos do mar, lançados pelos feirantes no pavimento das vias e meios-fios, 3329 por meio da lavagem com espargidor dorsal e/ou caminhão-pipa, imediatamente após a 3330 varrição manual. 3331

Este procedimento proporcionará o acabamento final da limpeza, deixando as vias e 3332 passeios isentos de detritos e de mau cheiro. 3333

Manutenção de bocas-de-lobo e galerias 3334

Cadastramento das Bocas-de-lobo em Sistema Georeferenciado para 3335 Planejamento com Base na Intensidade de Ocorrência de Detritos 3336

Justificativa: geralmente, o planejamento dos serviços de limpeza pública não conta 3337 com nenhuma ferramenta destinada a controlá-los e programá-los, o que acaba por 3338 torná-los menos eficientes e, até mesmo, mais onerosos. 3339

Objetivo: melhorar as condições de planejamento, operação e fiscalização dos serviços 3340 de limpeza pública, particularmente de manutenção de vias, bocas-de-lobo e galerias, 3341 identificando as reais necessidades e extraindo índices de produtividade, de modo a 3342 alocar melhor os recursos. 3343

Com os dados cadastrais da infraestrutura municipal lançados num sistema 3344 georreferenciado, é possível analisar o conjunto sob uma ótica estatística, identificando 3345 os locais com maior incidência e a sazonalidade das necessidades, adaptando-se a 3346 composição das equipes e adequando-se as periodicidades para cada serviço. 3347

Como resultado direto da aplicação deste moderno instrumento, prevê-se a melhoria da 3348 eficiência dos serviços prestados sem aumento dos custos operacionais, por meio da 3349 otimização da aplicação dos recursos humanos e materiais. 3350

Vistoria da Fiscalização para Programação dos Serviços 3351

Justificativa: em alguns municípios, a programação dos serviços de manutenção de 3352 bocas-de-lobo e galerias é realizada de forma preestabelecida, o que nem sempre 3353 resulta na aplicação dos recursos nos locais mais necessitados. 3354

Objetivo: ajustar a prestação do serviço em função das reais necessidades, detectadas 3355 por meio da fiscalização de campo e, se possível, controladas pelo sistema 3356 georreferenciado. 3357

As necessidades de serviços de manutenção de bocas-de-lobo e galerias estão 3358 intimamente relacionadas à época das chuvas, ocasião em que ocorre o carreamento 3359 de materiais particulados e outros tipos de detritos pelas enxurradas provocadas pelas 3360 chuvas de maior intensidade. 3361

Portanto, a melhor maneira de se identificar as reais necessidades, e alocar os 3362 recursos nos dispositivos mais necessitados, é a vistoria sistemática e a transferência 3363 das informações obtidas pela fiscalização de campo. 3364

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Prestação dos Serviços por Mutirão 3365

Justificativa: os dispositivos de drenagem superficial mais sujeitos ao acúmulo de 3366 sujidades são aqueles localizados nas regiões de maior movimento de pedestres e 3367 veículos e ao entupimento devido a terras, areias e poeiras são os posicionados nas 3368 cotas mais baixas das vias. 3369

Assim, com exceção das bocas-de-lobo e galerias localizadas nas regiões centrais, 3370 onde a população costuma descartar indevidamente detritos, os demais dispositivos se 3371 espalham por toda a área urbana. 3372

Objetivo: para atender ao princípio da universalização, o serviço de manutenção de 3373 dispositivos de drenagem superficial deve se estender a todos os logradouros 3374 existentes na área urbana. 3375

Porém, para otimizar a alocação de recursos para tal serviço, propõe-se que o 3376 atendimento seja programado sob forma de mutirão, cuja equipe percorre os bairros 3377 periféricos, visitando as bocas-de-lobo e galerias ali existentes e retirando os detritos 3378 nelas acumulados, de forma a deixá-las em perfeitas condições de operação 3379 principalmente para enfrentar as temporadas de grandes chuvas. 3380

Esta forma de promover a limpeza pode ser combinada com outros serviços, tais como 3381 a varrição manual e a manutenção de vias e logradouros, de modo a otimizar a 3382 aplicação da mão de obra e aproveitar os recursos de apoio, comumente usados para 3383 transportar o ferramental e os resíduos resultantes. 3384

Resíduos Sólidos Domiciliares 3385

Minimização na Origem 3386

Programa de Educação Ambiental para Conscientização da População 3387

Justificativa: embora praticamente todos os serviços relacionados à limpeza pública e 3388 ao manejo dos resíduos sólidos possam ser sensivelmente melhorados por meio da 3389 colaboração da comunidade, a gestão dos resíduos sólidos domiciliares é, sem dúvida, 3390 a mais sensível a essa mudança de comportamento da população. 3391

Independentemente da classe social ou do nível de escolaridade, é comum serem 3392 observadas atitudes comportamentais inexplicáveis, totalmente incompatíveis com o 3393 grau de civilidade que se almeja. 3394

Objetivo: desenvolver um programa de educação ambiental que consiga reverter o 3395 cenário atual, conscientizando a população em geral de suas responsabilidades sociais 3396 com relação à gestão dos resíduos sólidos, incentivando desde a minimização na 3397 origem até a sua destinação de forma adequada. 3398

Recomenda-se que este programa se inicie pelas escolas, cujos alunos representam 3399 agentes multiplicadores junto às comunidades onde vivem e se propague por meio de 3400 lideranças identificadas nessas comunidades. 3401

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Tal programa deverá ser objeto de projeto específico, a ser detalhado em função do 3402 porte dos municípios e das condições de adesão de sua população. 3403

Implantar Instrumentos de Incentivo a Consumidores de Recicláveis e de 3404 Composto Orgânico 3405

Justificativa: quando ocorre a separação para reaproveitamento, frequentemente os 3406 materiais são conduzidos para processamento externo por ainda não existir mercado 3407 consumidor consolidado na região, gerando empregos e impostos fora do município de 3408 origem. 3409

Objetivo: fixar formas de incentivo para o consumo de produtos fabricados a partir de 3410 resíduos reaproveitados, como materiais resultantes da reciclagem e da compostagem; 3411 propiciando um mercado consumidor estável e suficiente no município e/ou na região, 3412 atraindo novas plantas da indústria de reciclagem. 3413

O potencial de consumidores e as formas de incentivo deverão ser identificados e 3414 avaliados por meio de um estudo de mercado e de viabilidade econômico-financeira, 3415 que contemplará todos os custos de investimento e de operação envolvidos no 3416 sistema. 3417

Com estas medidas, além de se proporcionar mercado firme para os materiais 3418 potencialmente reaproveitáveis, também deverão ser gerados novos empregos e novas 3419 arrecadações para o município e/ou região. 3420

Estímulo ao Uso de Sacolas de Compras Para Evitar Levar Excesso de 3421 Embalagens para o Domicílio 3422

Justificativa: ao se efetuar a compra de produtos industrializados em estabelecimentos 3423 do tipo supermercado, eles costumam ser embalados em sacos plásticos descartáveis 3424 ou mesmo em caixas de papelão. 3425

Estes materiais, levados para as residências com o objetivo de organizar o transporte, 3426 representam resíduos sólidos serem descartados após seu devido esvaziamento. 3427

Objetivo: minimizar a quantidade de resíduos sólidos domiciliares por meio do uso de 3428 sacolas de compras não descartáveis passíveis, portanto, de serem reutilizadas em 3429 muitas outras compras. 3430

Vale salientar que pela nova Política Nacional dos Resíduos Sólidos, instituída pela Lei 3431 Federal 12.305 de ago/10, os fabricantes, distribuidores e vendedores, dentre os quais 3432 os estabelecimentos onde foram adquiridos os produtos são responsáveis pela 3433 destinação correta de seus produtos e embalagens. 3434

Portanto, ao substituir os sacos plásticos por sacolas não descartáveis, a população 3435 estará estimulando o sistema da logística reversa, por meio do qual esses 3436 responsáveis receberão de volta seus resíduos e terão de custear sua correta 3437 destinação. 3438

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Coleta e Translado 3439

Promover Junto à População a Separação dos Resíduos na Origem 3440

Justificativa: a separação do lixo bruto efetuada em central de triagem resulta em baixa 3441 eficiência, uma vez que o nível de aproveitamento dos materiais passíveis de serem 3442 reciclados, por terem entrado em contato com a fração orgânica, se reduz 3443 demasiadamente. 3444

Objetivo: orientar os munícipes sobre como proceder para a separação dos resíduos 3445 quanto à sua natureza, de forma a facilitar seu posterior manejo no processo de 3446 separação e a agregar qualidade aos produtos, tornando-os mais competitivos no 3447 mercado consumidor. 3448

Para isso, os resíduos deverão ser devidamente classificados em: "lixo seco", 3449 englobando principalmente as embalagens pós-consumo, "lixo úmido", composto da 3450 fração orgânica, e "resíduos especiais", tais como pilhas, baterias, lâmpadas 3451 fluorescentes e outros, que não devem ser conduzidos para as mesmas destinações 3452 dos anteriores. 3453

Além das formas distintas de se apresentar cada tipo de resíduo, também deverão ser 3454 divulgadas a forma e a frequência de coleta e/ou entrega voluntária dos mesmos. 3455

Padronização da Forma de Apresentação dos Resíduos Sólidos Domiciliares 3456 pelos Munícipes e Estabelecimentos 3457

Justificativa: a forma de apresentação dos resíduos sólidos domiciliares pode variar 3458 bastante, desde as tradicionais latas de lixo não descartáveis até os contêineres para 3459 condomínios. 3460

Embora todas sejam válidas, essa multiplicação de formas pode atrapalhar o sistema 3461 de coleta domiciliar, a ponto de exigir a especialização de veículos dotados de 3462 equipamentos para içamento para atender bairros com alto grau de verticalização. 3463

Objetivo: padronizar as formas de apresentação dos resíduos, de modo a permitir a 3464 máxima flexibilização dos veículos no ato da coleta e fixar e divulgar os dias e horários 3465 específicos para as coletas domiciliar regular e seletiva porta a porta. 3466

Além de não ser conveniente que os resíduos orgânicos sejam antecipadamente 3467 apresentados, para não ficarem expostos à ação de catadores e animais, é muito 3468 importante que os munícipes tenham conhecimento da programação do recolhimento 3469 dos materiais recicláveis, cuja frequência costuma ser bem mais baixa. 3470

Planejamento e Implantação de Coleta Seletiva Domiciliar para Melhorar Índice de 3471 Reaproveitamento dos Materiais 3472

Justificativa: quando já praticada, a coleta seletiva costuma ser bastante incipiente e 3473 recolhe uma quantidade irrisória de materiais recicláveis, o que delega à coleta 3474

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domiciliar a responsabilidade pelo recolhimento da grande maioria dos resíduos 3475 gerados pelos domicílios. 3476

Porém, por exigência da nova Política Nacional dos Resíduos Sólidos, instituída pela 3477 Lei Federal 12.305 de ago/10, somente será permitida a disposição em aterro sanitário 3478 dos resíduos não reaproveitáveis, ou seja, os rejeitos. 3479

Assim, o que era uma iniciativa voluntária passou a ser uma obrigação das 3480 municipalidades, que deverão planejar e implantar sistemas de coleta seletiva 3481 realmente amplos e eficientes. 3482

Objetivo: minimizar o volume de resíduos sólidos domiciliares que, se submetidos à 3483 triagem em sua forma bruta, devido às condições de mistura com a fração orgânica, 3484 dificultam a separação e/ou reaproveitamento. 3485

Implantar Sistema de Captação de Materiais por Meio de Novos Procedimentos 3486

Justificativa: os descartes irregulares têm maior incidência em bairros de menor renda, 3487 onde os moradores, com pouco espaço e meios para armazená-los em seus próprios 3488 domicílios, raramente têm meios de locomoção adequados para conduzi-los até os 3489 PEVs disponibilizados pelo poder público. 3490

Objetivo: maximizar a quantidade de resíduos adequadamente recolhidos, de forma a 3491 minimizar o descarte irregular nas vias públicas, terrenos baldios, drenagens e corpos 3492 d'água, integrando a população de menor renda aos programas de preservação 3493 ambiental e de higiene pública. 3494

Como ação complementar à disponibilização dos bolsões, propõe-se estudar um novo 3495 sistema de captação de materiais passíveis de reciclagem mediante de procedimentos 3496 pouco convencionais, mas que já demonstraram bons resultados em outras localidades 3497 como, por exemplo, a troca dos materiais selecionados e limpos por vales de 3498 supermercados por meio de postos volantes com datas previamente divulgadas junto à 3499 população. 3500

Efetuar Cadastro dos Carroceiros Autônomos 3501

Justificativa: os carroceiros autônomos que realizam coleta de materiais recicláveis nos 3502 municípios não costumam ser cadastrados, o que dificulta o controle de suas atividades 3503 e a aplicação de penalidades no caso de infrações. 3504

É muito comum, o carroceiro retirar dos domicílios e/ou estabelecimentos junto dos 3505 materiais que lhe interessa outros tipos de resíduos inaproveitáveis, o que o leva a 3506 descartá-los no primeiro local público ou privado que encontrar, para aliviar o peso 3507 transportado. 3508

Objetivo: cadastrar o pessoal envolvido na coleta informal, de modo a exercer um maior 3509 controle sobre as suas atividades, os tipos de materiais recolhidos e a destinação dada 3510 a eles. 3511

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Além de facilitar a identificação de infratores, por exemplo, por meio de uma 3512 identificação visível para facilitar denúncias, também será possível orientar os 3513 munícipes do que entregar aos carroceiros, sem que parte dos materiais se transforme 3514 em descartes irregulares. 3515

Outro aspecto que, se houver interesse da municipalidade, pode ser mais bem 3516 conduzido é a circulação dos carroceiros pelas vias urbanas, como a proibição e/ou 3517 limitação de horários de maior trânsito, de modo a minimizar o nível de interferência 3518 com os veículos. 3519

Portanto, neste caso, não se trata de impor imposto sobre serviços ou qualquer outra 3520 taxa aos carroceiros, mas sim, impedir que tal atividade autônoma opere de forma 3521 totalmente clandestina e sem nenhum controle da municipalidade. 3522

Disciplinar a Atuação da Coleta de Grandes Geradores 3523

Justificativa: muitas vezes, as empresas que efetuam coleta em grandes geradores 3524 dos resíduos que excedem os limites, sob responsabilidade das municipalidades, não 3525 são cadastradas e não possuem licença para exercerem suas atividades, o que 3526 dificulta a atribuição de responsabilidades no caso de infrações. 3527

Competindo com preços de mercado, as empresas inidôneas apelam para a redução 3528 de seus custos operacionais por meio da minimização das distâncias de transporte, 3529 como forma de aumentar a rentabilidade. 3530

Objetivo: inibir o descarte irregular pelos caçambeiros, devido à facilidade de 3531 identificação por selo adesivo ou outro recurso, de forma a melhorar as condições de 3532 limpeza urbana e reduzir a necessidade de alocação de recursos para o recolhimento 3533 dos materiais das vias e logradouros públicos. 3534

Uma forma bastante utilizada, e recomendada para evitar o descarte dos resíduos em 3535 qualquer lugar, é a exigência da fiscalização municipal junto ao contratante da 3536 comprovação da adequada destinação por meio de um tíquete específico emitido pela 3537 unidade receptora, municipal e/ou privada, para a empresa coletora de grandes 3538 geradores. 3539

No caso da não apresentação do tíquete para a fiscalização municipal, a autuação 3540 recai sobre o gerador, como dita a legislação federal brasileira. 3541

Aprimorar Captação e Destinação de Resíduos Volumosos e Especiais 3542

Justificativa: quando a municipalidade não disponibiliza meios para a população 3543 descartar separadamente seus resíduos volumosos e/ou especiais, eles acabam sendo 3544 apresentados juntamente com o lixo comum e/ou com entulhos. 3545

Neste último caso, muitas vezes são recolhidos e descartados pelos próprios 3546 carroceiros em locais impróprios, obrigando a um novo recolhimento pela 3547

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municipalidade e impedindo seu direcionamento para destinações ambientalmente 3548 adequadas. 3549

Objetivo: evitar que resíduos volumosos e/ou especiais, particularmente aqueles 3550 compostos por materiais perigosos, sejam descartados de forma irregular e/ou 3551 cheguem a unidades de triagem e/ou aterramento misturados com os demais resíduos. 3552

Conseguindo recolhê-los por meio de um procedimento organizado, é possível 3553 encaminhar boa parte dos resíduos para reciclagem e/ou outro tipo de 3554 reaproveitamento. 3555

Reaproveitamento e/ou Tratamento 3556

Realização de Levantamento Periódico da Composição Gravimétrica do Lixo 3557

Justificativa: geralmente, não se tem o necessário conhecimento da composição dos 3558 resíduos sólidos gerados nos domicílios e estabelecimentos dos municípios, o que 3559 dificulta o acompanhamento da eficiência da separação na origem, da coleta seletiva e 3560 da avaliação da viabilidade do seu reaproveitamento. 3561

A composição gravimétrica costuma variar bastante de bairro para bairro, alterando o 3562 desempenho da coleta seletiva e de outros processos de recolhimento de materiais. 3563

Objetivo: desenvolver a caracterização dos resíduos sólidos domiciliares gerados no 3564 município, para que se possa potencializar os benefícios do reaproveitamento pela 3565 reciclagem e compostagem, além do prolongamento da vida útil da unidade de 3566 destinação final. 3567

O plano de amostragem deverá considerar padrões representativos dos diversos 3568 bairros, de forma a permitir a análise da correlação entre a composição gravimétrica e 3569 o nível de renda da população local. 3570

Os resultados deverão subsidiar o estudo de mercado para colocação dos produtos 3571 resultantes, o planejamento da ampliação da coleta seletiva e o dimensionamento dos 3572 recursos necessários para a coleta e processamento dos resíduos passíveis de 3573 reaproveitamento. 3574

A execução da caracterização gravimétrica dos resíduos deverá seguir as 3575 especificações dos órgãos ambientais, apresentadas na norma técnica pertinente. 3576

Atestar e Divulgar a Qualidade do Composto como Recondicionador de Solos 3577

Justificativa: alguns municípios promovem a compostagem da matéria orgânica 3578 proveniente do lixo, mas, por não efetuar segregação prévia dos materiais, o composto 3579 é sempre de péssima qualidade, desinteressando o mercado consumidor. 3580

Objetivo: subsidiar a decisão de investir em usina de compostagem, tendo em vista a 3581 possibilidade de arrecadação de receitas e a economia de vida útil do aterro sanitário e, 3582 se necessário, promover incentivos aos consumidores locais. 3583

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A partir da forma de apresentação dos resíduos e de sua coleta em separado como 3584 "lixo seco" e "lixo úmido", é possível obter uma fração orgânica isenta de detritos 3585 indesejáveis, que submetida a um processo de compostagem bem planejado, poderá 3586 ser transformada num material de boa qualidade. 3587

A qualidade desse composto deverá ser atestada por resultados de ensaios físico-3588 químicos e bacteriológicos, em laboratório especializado, de amostras extraídas em 3589 campo, demonstrando suas reais propriedades. 3590

Materiais similares já demonstraram que não podem ser comparados com adubos, por 3591 não apresentarem todas as propriedades destes, mas que podem ser utilizados 3592 perfeitamente como recondicionadores de solos agricultáveis. 3593

Realização de Controle Qualitativo e Quantitativo de Produtos e Rejeitos para 3594 Acompanhamento da Eficiência do Reaproveitamento 3595

Justificativa: atualmente, são poucos os municípios que realizam algum tipo de 3596 reaproveitamento de seus resíduos sólidos e quase sempre estas iniciativas têm 3597 caráter de plano piloto, o que impede que se tenham dados e estatísticas consistentes 3598 sobre a eficiência dos processos utilizados. 3599

Objetivo: implantar e operar sistema de controle qualitativo e quantitativo capaz de 3600 avaliar a eficiência das diversas fases do processo de reaproveitamento dos resíduos, 3601 indicando em quais estágios merecem ser aplicados esforços para sua melhoria. 3602

Além de proporcionar uma visão das deficiências do processo, esta proposição 3603 também visa gerar informações consistentes para demonstrar o nível de atendimento à 3604 nova Política Nacional de Resíduos Sólidos, consistindo numa preciosa ferramenta 3605 para o pleito de verbas disponibilizadas pelo programa do Governo Federal associado 3606 a essa nova legislação. 3607

Estímulo ao Crescimento do Mercado de Reciclados e Composto por Meio de 3608 Incentivos (Fiscais, Tributários e Outros) às Recicladoras e aos Consumidores 3609 Locais 3610

Justificativa: embora já esteja em vigor a Lei Federal 12.305 de ago/10, o 3611 reaproveitamento dos resíduos não depende apenas de sua separação na origem da 3612 coleta seletiva e do pré-beneficiamento, mas principalmente, de existir um mercado 3613 consumidor apto a absorver a totalidade dos materiais. 3614

Objetivo: criar mecanismos institucionais capazes de estimular o crescimento do 3615 mercado de recicláveis e de composto nos diversos níveis de Governo. 3616

Como exemplo em âmbito municipal, as empresas comprovadamente envolvidas neste 3617 ramo de negócios podem ser isentadas de tributos, tais como ISS, IPTU e outros por 3618 um determinado prazo, que permita sua consolidação econômico-financeira. 3619

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Estímulos semelhantes podem ser oferecidos pelos Governos Estadual e Federal, de 3620 modo a permitir que tais empresas não enfrentem dificuldades na fase inicial de 3621 implantação e início de operação, sendo que estas mesmas regras também devem 3622 valer para os consumidores comprovados desses tipos de produtos. 3623

Equacionar a Destinação dos Resíduos Especiais 3624

Justificativa: além dos chamados resíduos sólidos domiciliares, os resíduos gerados 3625 nos domicílios e grandes geradores contêm materiais, cujo reaproveitamento está 3626 vinculado a processos mais complexos e onerosos. 3627

Objetivo: equacionar a gestão desses tipos de resíduos, segundo preconiza a nova 3628 Política Nacional dos Resíduos Sólidos (Lei Federal 12.305 de ago/10), por meio da 3629 chamada logística reversa, que significa providenciar vias de retorno desses materiais 3630 para os próprios geradores, sejam fabricantes, distribuidores ou simplesmente 3631 vendedores. 3632

Este processo já é realizado para alguns materiais e, como exemplo, podem-se citar os 3633 pneus usados e as embalagens de óleo lubrificante, para os quais já existe o 3634 compromisso de reciclagem gradativa pelos próprios fabricantes, o que obriga os 3635 respectivos distribuidores a recebê-los de volta ao término de sua vida útil. 3636

Com relação às pilhas e baterias, a Resolução CONAMA 257/99 estabelece os limites 3637 do que pode ser descartado como lixo comum e o que deve ser recolhido 3638 separadamente e conduzido para aterros industriais de resíduos perigosos. 3639

As lâmpadas fluorescentes, por emitirem vapores de mercúrio que podem contaminar o 3640 solo e as águas subterrâneas, e serem facilmente absorvidos pelos organismos vivos 3641 por meio da cadeia alimentar, também necessitam de tratamento em unidades 3642 específicas, como por exemplo, a empresa Apliquim, localizada em Paulínia. 3643

Portanto, na regulamentação da citada legislação, deverá ficar estabelecida a forma e a 3644 responsabilidade pelo retorno desses materiais até suas origens e, enquanto isso não 3645 ocorrer, recomenda-se estocá-los de forma adequada, para que não provoquem 3646 impactos à saúde pública e ao meio ambiente. 3647

Resíduos Sólidos Inertes 3648

Minimização na Origem 3649

Promover Campanha Educativa Contra Descartes Irregulares 3650

Justificativa: normalmente, a persistência de locais com descartes irregulares 3651 demonstra que a população ainda não está devidamente conscientizada de seus 3652 malefícios. 3653

Objetivo: minimizar os impactos advindos dos descartes irregulares, solicitando a 3654 colaboração dos munícipes quanto ao descarte adequado e à identificação dos 3655 infratores. 3656

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Somente com a conscientização da necessidade de preservação do meio ambiente e 3657 da qualidade de vida, a população estará preparada para entender e agir contra os 3658 descartes irregulares. 3659

Uma boa campanha educativa, dirigida principalmente para os bairros onde ocorre a 3660 maioria das infrações, voltada para a mobilização dos munícipes quanto à rejeição dos 3661 descartes irregulares, a ponto de denunciá-los à municipalidade, poderá apresentar 3662 boas condições de sucesso. 3663

Orientação para Separação dos Materiais na Origem para Melhorar a Eficiência 3664 do Reaproveitamento 3665

Justificativa: os resíduos sólidos inertes, em sua grande maioria, é composto de: 3666 entulhos de obras e, como tal, contem diversos materiais, dentre os quais, concreto, 3667 tijolos, ladrilhos, azulejos, ferragens e madeiras. 3668

Embora todos sejam de alguma forma reaproveitáveis, por sempre se encontrarem 3669 misturados, dificultam muito o processo de separação para o reaproveitamento. 3670

Objetivo: estimular a separação dos entulhos na origem, de modo a propiciar o máximo 3671 reaproveitamento pelo mínimo custo. 3672

Para que isto seja possível, o esforço de orientação deverá ser dirigido para as 3673 empreiteiras que trabalham com demolições, construções de novas obras e reformas 3674 prediais. 3675

Um estímulo governamental para aquelas que comprovarem sua adesão a este 3676 programa de separação e reaproveitamento poderá coroar os esforços despendidos. 3677

Coleta e Translado 3678

Disciplinar a Atuação das Empresas Coletoras de Entulhos 3679

Justificativa: atualmente, as empresas coletoras de entulhos que atuam no município 3680 não são credenciadas, nem têm sua frota de caminhões cadastrada e licença para 3681 exercer suas atividades, o que dificulta a atribuição de responsabilidades no caso de 3682 infrações. 3683

Objetivo: melhorar o controle sobre o sistema privado de atendimento aos grandes 3684 geradores, facilitando a denúncia anônima por meio da identificação dos equipamentos 3685 e inibindo, com isso, os descartes irregulares. 3686

Este objetivo está condicionado ao credenciamento das empresas junto à 3687 municipalidade local, ao cadastramento dos veículos coletores e à emissão de licença 3688 para o exercício de suas atividades dentro dos limites municipais. 3689

Diferentemente dos carroceiros, os veículos destas empresas podem ser mobilizados 3690 para atuar também em outras localidades, não cabe a identificação por meio de 3691 adesivos e as denúncias anônimas deverão se referir ao número do registro da placa. 3692

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Padronização das Informações Impressas nas Caçambas Estacionárias para 3693 Identificação das Empresas Responsáveis 3694

Justificativa: muitas vezes, os infratores pelo descarte irregular são flagrados em ação, 3695 mas não podem ser denunciados por falta de identificação. 3696

Objetivo: permitir a identificação dos responsáveis pela coleta e transporte das 3697 caçambas, por meio de inscrições padronizadas nos veículos transportadores e nas 3698 próprias caçambas. 3699

Essas inscrições devem ser compatíveis com os dados fornecidos para o 3700 cadastramento da empresa e obtenção da licença de operação pela municipalidade 3701 local. 3702

Reforçar Fiscalização e Denúncia Anônima de Descartes Irregulares 3703

Justificativa: embora costumem ser conhecidos e, às vezes, até mapeados os locais de 3704 maior incidência de descartes irregulares, sua persistência demonstra que o atual 3705 sistema de fiscalização não é suficiente para evitar essa atividade clandestina. 3706

Objetivo: o reforço da fiscalização e a implantação de sistema de denúncia anônima 3707 visam inibir o descarte irregular, melhorando as condições de limpeza urbana e 3708 reduzindo a necessidade de alocação de recursos para o recolhimento dos materiais 3709 das vias e logradouros públicos. 3710

Reaproveitamento 3711

Estímulo ao Crescimento do Mercado de Inertes Reciclados por Meio de 3712 Incentivos (Fiscais, Tributários e Outros) às Recicladoras e aos Consumidores 3713 Locais 3714

Justificativa: o reaproveitamento dos resíduos inertes não depende apenas de sua 3715 adequada triagem e britagem, mas principalmente, de existir um mercado consumidor 3716 apto a absorver a totalidade desses materiais. 3717

Objetivo: criar mecanismos institucionais capazes de estimular o crescimento do 3718 mercado de inertes reciclados nos diversos níveis de Governo. 3719

Como exemplo na esfera municipal, as empresas comprovadamente envolvidas neste 3720 ramo de negócio podem ser isentadas de tributos, tais como ISS, IPTU e outros por um 3721 determinado prazo, que permita sua consolidação econômico-financeira. 3722

Estímulos semelhantes podem ser oferecidos pelos Governos Estadual e Federal, de 3723 modo a permitir que tais empresas não enfrentem dificuldades na fase inicial de 3724 implantação e início de operação, sendo que estas mesmas regras também devem 3725 valer para os comprovadamente consumidores desses tipos de produtos. 3726

3727

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Resíduos de Serviços de Saúde 3728

Minimização na Origem 3729

Avaliar Separação e Apresentação dos RSS na Origem 3730

Justificativa: apesar de alguns estabelecimentos de serviços de saúde já 3731 providenciarem a separação na origem e a adequada apresentação de seus resíduos 3732 sépticos, as unidades de tratamento ainda recebem muito lixo que não necessitaria 3733 desse tratamento mais radical e oneroso. 3734

Esse incremento de resíduos, originalmente não patogênicos, acaba contaminado 3735 pelos resíduos sépticos, aumentando desnecessariamente o volume a ser tratado e, 3736 consequentemente, maximizando os custos decorrentes. 3737

Objetivo: minimizar a quantidade gerada de resíduos sépticos, reduzindo os custos 3738 operacionais. 3739

Tratamento 3740

Acompanhamento pelo Município Gerador Sobre o Manejo de Seus Resíduos 3741 Desde a Coleta Até o Tratamento dos Resíduos 3742

Justificativa: muitos municípios consideram, que uma vez contratada uma empresa 3743 para tratar de seus resíduos de serviços de saúde, deixam de ser responsáveis pela 3744 gestão dos mesmos. 3745

Porém, na legislação brasileira, o gerador permanece como corresponsável pelos 3746 mesmos após sua inertização por micro-ondas ou autoclave e/ou sua destruição por 3747 incineração, até sua destinação final. 3748

Objetivo: orientar os municípios a acompanharem o processo de gestão de seus 3749 resíduos de serviços de saúde, desde a coleta até o seu tratamento, mediante 3750 solicitação de cópia do Certificado de Destinação de Resíduos Industriais – CADRI e 3751 da Licença de Operação – LO da unidade de tratamento dos resíduos. 3752

Disposição Final 3753

Acompanhamento pelo Município Gerador Sobre o Manejo de Seus Resíduos até 3754 a Disposição Final dos Rejeitos Pós-tratamento 3755

Justificativa: conforme já comentado em item anterior, muitos municípios consideram 3756 que deixam de ser responsáveis pela gestão de seus resíduos de serviços de saúde, 3757 após a contratação de uma empresa para assumi-la. 3758

Porém, conforme a legislação brasileira, o gerador permanece como corresponsável 3759 pelos mesmos até sua destinação final. 3760

Objetivo: orientar os municípios a acompanharem o processo de gestão de seus 3761 resíduos de serviços de saúde, até a disposição final em aterro sanitário, do produto 3762 pós-inertização ou das cinzas decorrentes de sua incineração, mediante solicitação de 3763 cópia do Certificado de Destinação de Resíduos Industriais – CADRI e da Licença de 3764 Operação – LO do aterro sanitário. 3765

3766

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1100.. AANNEEXXOOSS 3767

1100..11.. AANNEEXXOO II –– EESSTTUUDDOO PPOOPPUULLAACCIIOONNAALL 3768

1100..22.. AANNEEXXOO IIii –– MMOODDEELLAAGGEEMM HHIIDDRROOLLÓÓGGIICCAA 3769

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10.1. ANEXO I – ESTUDO POPULACIONAL

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10.2. ANEXO II – MODELAGEM HIDROLÓGICA

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