29
LEI N° 9.868 PADEF POLÍTICA MUNICIPAL DE ATENÇÃO ÀS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

PADEF

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Política Municipal de Atenção às Pessoas com Deficiência

Citation preview

Page 1: PADEF

LEI N° 9.868

PADEFPOLÍTICA MUNICIPAL DE ATENÇÃO

ÀS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

Page 2: PADEF

3

LEI N° 9.868, DE 30/12/2011Dispõe sobre a Política Pública de Atenção às Pessoas com Defi-ciência – Padef/Fortaleza.

FAÇO SABER QUE A CÂMARA MUNICIPAL DE FORTALEZA APROVOU E EU SANCIONO A SEGUINTE LEI:

Art. 1º. Fica instituída a Política Pública de Atenção às Pessoas com Deficiência – Padef no âmbito do Município de Fortaleza, que servirá de referência e orientação a todas as instâncias da municipalidade na garantia do exercício pleno da cidadania às pessoas com deficiência, através de ações nas áreas de:

I - Educação;II - Saúde;III - Assistência social e previdenciária;IV - Geração de emprego, renda e inclusão no mercado de tra-balho;V - Transporte, acessibilidade;VI - Meio ambiente;VII - Arte, cultura, desporto e lazer;VIII - Democratização e acesso à informação;IX - Formação de lideranças e estímulo ao protagonismo;X - Fortalecimento de ações intersetoriais que tenham como es-copo maior a uniformização dos procedimentos da administra-ção municipal quanto aos direitos das pessoas com deficiência.

Art. 2º. A Padef-Fortaleza será operacionalizada pela Secretaria Municipal de Direitos Humanos de Fortaleza (SDH), através da sua Coordenadoria de Pessoas com Deficiência (Copedef), e co-operação técnica de todos os órgãos do Governo Municipal.

Art. 3º. A implementação das ações constantes da Padef-For-taleza terá financiamento dos recursos provenientes do Fundo

Page 3: PADEF

4 5

Municipal para Promoção dos Direitos das Pessoas com Defici-ência (Prodef), a partir de sua criação, assim como de recursos do orçamento do Município de Fortaleza e de fontes oriundas de recursos nacionais e internacionais.

Art. 4º. São objetivos básicos da Padef -Fortaleza:I. o crescente estímulo ao protagonismo social das pessoas com deficiência e seu empoderamento pela garantia de acesso à educação e à informação, levando-as a descobrir e acreditar em suas potencialidades e competências, que podem e devem torná-las cidadãs do mundo, usufruindo de todos os direitos que lhe são concernentes e cumprindo todos os deveres que lhes cabem;

II. sistematização de políticas públicas articuladas e integradas voltadas para as necessidades específicas das pessoas com de-ficiência e suas famílias, visando à inclusão econômica e social desse segmento da população;

III. integração dos serviços dos diversos órgãos e entidades da administração pública municipal direta, indireta e autárquica, instituindo a macro função do Governo na área de atenção à pessoa com deficiência;

IV. elaboração do plano de atenção à pessoa com deficiência, a ser gerido e acompanhado por uma coordenadoria que priorize as ações consoante o Conselho Municipal dos Direitos da Pes-soa com Deficiência, para que se efetivem e legitimem a partici-pação e o controle social desse segmento da população;

V. promoção de ações afirmativas que tenham por fim contribuir para a equiparação de oportunidades das pessoas com deficiên-cia com relação a sua inclusão econômica e social;

VI. promoção de uma mudança cultural junto aos gestores e à comunidade no trato das questões relacionadas às pessoas com

deficiência, visando o respeito à diversidade e ao desenvolvi-mento inclusivo proposto por entidades e instituições interna-cionais, atendendo às exigências da Agenda 21 e das Metas do Milênio, recomendadas pela ONU, à luz da Convenção sobre os Direitos das Pessoa com Deficiência e de seu Protocolo Facul-tativo, assinados em Nova Iorque, em 30 de dezembro de 2007, ratificada pela Câmara e pelo Senado Federal, que promulgou o Decreto Legislativo nº 186, publicado no Diário Oficial da União em 10 de julho de 2008;

VII. estabelecimento de parcerias com o movimento social e a iniciativa privada para promover campanhas e eventos, que vi-sem contribuir para a inclusão econômica e social das pessoas com deficiência;

VIII. garantia e busca constante de articulação entre entidades governamentais e não-governamentais que tenham responsa-bilidade no atendimento à pessoa com deficiência; IX. incentivo, no âmbito municipal, à pesquisa e desenvolvimen-to de projetos voltados à melhoria da qualidade de vida e ao reconhecimento dos direitos da pessoa com deficiência. Art. 5º. Para a consecução de seus objetivos, a Padef-Fortaleza norteia suas ações os princípios da igualdade e respeito à diver-sidade, na autonomia, na universalidade das políticas, na pro-moção da justiça social, na acessibilidade aos serviços públicos, na transparência dos atos administrativos e na participação e controle social.

Art. 6º. Todas as ações desenvolvidas a partir da Padef-Fortaleza devem ser fruto de uma articulação e mobilização decorren-te de ampla participação do público-alvo, devendo a Copedef elaborar eficientes mecanismos de divulgação, comunicação e estímulo desta participação, bem como ampla e irrestrita divul-gação dos resultados atingidos.

Page 4: PADEF

Art. 7º. Esta Lei é passível de regulamentação, no que couber, devendo o Município de Fortaleza prover tal regulamentação no prazo máximo de 90 (noventa) dias, a partir de sua publicação.

Art. 8º. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, revo-gadas as disposições em contrário.

PAÇO DA PREFEITURA MUNICIPAL DE FORTALEZA, em 30 de de-zembro de 2010.

Luizianne de Oliveira LinsPrefeita Municipal de Fortaleza.

Page 5: PADEF

PADEFPolítica Municipal de Atenção às Pessoas

com Deficiência

Prefeita de FortalezaLuizianne Lins

Secretário de direitos HumanosDemitri Nobrega Cruz

Coordenadora especial de pessoas com deficiênciaNadja de Pinho Pessôa

Assessoria Institucional da CoordenadoriaKarla Karan Guerra

P699 Política Municipal de Atenção às Pessoas com Deficiência/ Prefeitura

Municipal de Fortaleza; COMPEDEF. 51p.Elaborado pela Comissão de Políticas Públicas para Pessoas com Deficiência – COMPEDEF, do gabinete da Prefeitura de

Fortaleza,Gestão “Fortaleza Bela”, sob a coordenação de Nadja Soares de

Pinho Pessôa (2008).1. Políticas Públicas. 2. Pessoa com deficiência.

I. Prefeitura Municipal de Fortaleza. II. COMPEDEF

Projeto gráfico e diagramaçãoDaniel Gadelha

Page 6: PADEF

A Comissão Técnica Municipal de Políticas Públicas Municipais para atenção às Pessoas com Deficiência –

COMPEDEF

Nadja Soares de Pinho Pessôa – CoordenadoraMarcius Montenegro – Sub-coordenador

Clemilda dos Santos Sousa – Secretária executiva

Antônio Irineu MaiaBenedito Viana FurtadoDaniel Melo de Cordeiro

Francisco TheóphiloFrancisco Josué Felício de Oliveira

José Airton Bezerra FalcãoKátia Lucy Pinheiro

Mariana Cavalcante FerreiraVanessa Lima Vidal

Rua: Conde d” Eu – Nº 560 - Centro - Fortaleza-CE CEP: 60170 – 002

Fone: (85) 3433.19.86 - Fax: (85) 3488.7687E-mail: [email protected]

“Nada sobre nós sem nós”

LISTA DE SIGLAS

ABNT – Associação Brasileira de Normas TécnicasAEE – Atendimento Educacional EspecializadoAMC – Autarquia Municipal de Trânsito, Serviços Públicos e Cidadania de For-talezaBPC - Programa de Acompanhamento e Monitoramento do Acesso e Perma-nência na Escola das Pessoas com Deficiência beneficiárias do Benefício de Prestação Continuada da Assistência Social/BPC na EscolaCOMDEFOR – Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com DeficiênciaCOMPEDEF – Comissão Técnica Municipal de Políticas Públicas Municipais para atenção às Pessoas com DeficiênciaCOORDEF - Coordenadoria de Políticas Públicas para Pessoas com Deficiên-ciaCORDE-F0R - Coordenadoria de Pessoas com DeficiênciaCRAS - Centro de Referência em Assistência SocialCRP – Centro de Referência do ProfessorDB - decibéis HABITAFOR - Fundação de Desenvolvimento Habitacional de Fortaleza HZ- HertzIJF – Instituto Dr. José FrotaIMPARH – Instituto Municipal de Pesquisa, Administração e Recursos Huma-nosLIBRAS – Língua Brasileira de SinaisLOAS - Lei Orgânica da Assistência SocialNTI - Núcleo de Tecnologias Inclusivas OMS – Organização Mundial de SaúdePADEF – Política Municipal de Atenção às Pessoas com DeficiênciaPAIF - Programa de Atenção Integral a FamíliaPCD – Pessoa com DeficiênciaPMF – Prefeitura Municipal de FortalezaPRODEF - Fundo Municipal para Promoção dos Direitos da Pessoa com De-ficiênciaPSF – Programa de Saúde da FamíliaRBC - Reabilitação Baseada na Comunidade SAMU – Serviço de Atendimento Móvel de UrgênciaSDE – Secretaria de Desenvolvimento Econômico SECULTFOR - Secretaria de Cultura de FortalezaSEINF - Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano e Infra-Estrutura SEMAM – Secretaria do Meio Ambiente e Controle Urbano SME - Secretaria Municipal de EducaçãoSMS - Secretaria Municipal de Saúde

Page 7: PADEF

SUMÁRIO

1. APRESENTAÇÂO ................................................................ 62. OBJETIVOS .......................................................................... 83. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS ...................................... 114. A LEGISLAÇÃO ................................................................... 125. A PADEF NA VIDA DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA..... 136. AS AÇÕES ............................................................................. 136.1 Intersetorialidade ............................................................ 146.1.1. Secretaria Municipal de Saúde / Secretaria Municipal de Educa-ção .............................................................. 146.1.2. Secretaria Municipal de Assistência Social / Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico - SDE / Secretaria Municipal de Saúde – SMS ........................146.1.3. Procuradoria Geral do Município / Ouvidoria ........... 156.1.4. Secretaria Municipal de Saúde / Secretaria Municipal de Esporte / Turismo .......................................... 156.1.5. Secretaria Municipal de Infra-estrutura SEINF/ HABITAFOR ...................................................... 166.2. Educação ..................................................... 166.3. Saúde ......................................................... 206.4. Assistência e Previdência Social ........................ 236.5. Trabalho ...................................................... 266.6. Transporte, Acessibilidade e Meio Ambiente ......... 28

6.7. Arte, Cultura, Desporto e Lazer ......................... 316.8. Recursos humanos e materiais ........................... 357. MONITORAMENTO DAS AÇÕES DA PADEF ........................... 378. CONCLUSÃO ............................................................... 38REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................... 40GLOSSÁRIO ................................................................... 43

POLÍTICA MUNICIPAL DE ATENÇÃO ÀS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA – PADEF

Page 8: PADEF

14 15

1. APRESENTAÇÃO

A Comissão Técnica Municipal de Políticas Públicas Municipais para atenção às Pessoas com Deficiência – COMPEDEF - criada em 14 de fevereiro de 2007, pelo Decreto N° 12.166 e composta, inicialmente, por 13 (treze) pessoas com deficiência, estabele-ceu um marco histórico na administração de Fortaleza no que se refere à formulação, coordenação, articulação e fiscalização de políticas públicas que promovam os direitos básicos, a equi-paração de oportunidades e a inclusão social das pessoas com deficiência. Com a criação da COMPEDEF para elaboração da Política Muni-cipal de Atenção às Pessoas com Deficiência (PADEF), a Prefeita Luizianne Lins honra o compromisso assumido em sua eleição em 2004, reconhecendo a importância e a responsabilidade dos governos na promoção da inclusão social, através de políticas públicas efetivas que combatam as desigualdades sociais.

A Comissão composta por pessoas com deficiência – auditiva/surdez, física/motora, intelectual/mental e visual - representan-tes legítimos dos segmentos, confirma a posição da gestora municipal consoante com o movimento nacional das pessoas com deficiência e ratifica o princípio “nada sobre nós sem nós”, acordado pelo movimento internacional das pessoas com defi-ciência, na Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Defi-ciência, pela Assembléia Geral das Nações Unidas, no dia 6 de dezembro de 2006.

Essa decisão considera ainda o resultado do Censo, realizado pelo IBGE em 2000, que revelou que 14,5% (catorze e meio por cento) da população brasileira era portadora de, pelo menos, uma das deficiências investigadas pela pesquisa, encontrando--se no Nordeste a maior proporção – 16,8% (dezesseis vírgula oito por cento). Consequentemente, cerca de trezentas e vinte mil pessoas têm algum tipo de deficiência em Fortaleza e neces-

sitam de uma política que considere suas especificidades e seus direitos básicos de cidadão.

A justificativa do decreto que cria a COMPEDEF apresenta a se-guinte consideração: “assegurar à pessoa com deficiência o ple-no exercício de seus direitos básicos, inclusive os relativos à edu-cação, à saúde, ao trabalho, ao desporto, ao turismo, ao lazer, à previdência social, à assistência social, ao transporte, à mobilida-de, à habitação, à cultura, ao amparo à infância e à maternidade e outros que, decorrentes da Constituição Federal de 1988, pro-piciem seu bem-estar pessoal, social e econômico” .

A COMPEDEF, desde março de 2007, tem desenvolvido diversas ações, no âmbito municipal, com vistas a atingir sua principal meta: propor ações de políticas públicas efetivas para a constru-ção da Fortaleza Bela, possibilitando o exercício da cidadania e vida digna para todas as pessoas.

Com a PADEF, a Prefeitura Municipal de Fortaleza – PMF - vem afirmar para a sociedade que as pessoas com deficiência neces-sitam de políticas de atenção especiais para terem equiparadas suas oportunidades. Se as iniciativas da PMF não derem oportu-nidade às pessoas com deficiência para chegarem à escola e, se-guindo o curso normal da vida, concorrerem com igualdade no mercado de trabalho, tendo acesso a todos os bens e serviços que garantem uma vida digna, não se conseguirá atingir a inclu-são econômica e social com a qualidade que se deseja. Por isso, é importante a participação de toda a sociedade no processo.

Dentro dessa linha, Vered Dror enfatiza política pública como sendo: ...”um processo dinâmico, muito complexo, envolvendo vários componentes que aportam contribuições distintas, decidindo sobre a adoção de diretrizes gerais, visando à ação e direciona-das para o futuro, cuja responsabilidade é predominantemente de órgãos governamentais, os quais agem almejando formal-

Page 9: PADEF

16 17

mente o alcance do interesse público pelos melhores meios possíveis”...

Desse modo, a criação da COMPEDEF justifica-se pelo efetivo cumprimento de uma política pública voltada para ações, no presente e no futuro, em atenção às pessoas com deficiência.

2. OBJETIVOS

Um dos objetivos, dentre os principais da PADEF, é tirar do lim-bo as pessoas com deficiência e empoderá-las pela garantia de acesso à educação e à informação, levando-as a descobrir e acreditar em suas potencialidades e competências, que podem e devem torná-las cidadãs do mundo, usufruindo de todos os direitos e cumprindo todos os deveres que lhes cabem.

Além do supracitado, podemos ainda destacar:2.1. Assegurar políticas públicas articuladas e integradas voltadas para as necessidades específicas das pessoas com deficiência e suas famílias, visando à inclusão econômica e social desse seg-mento da população.

2.2. Integrar os serviços dos diversos órgãos e entidades da ad-ministração pública municipal direta, indireta e autárquica, insti-tuindo a macro função do Governo na área de atenção à pessoa com deficiência.

2.3. Subsidiar a elaboração do plano de atenção à pessoa com deficiência, que será gerido e acompanhado por uma coorde-nadoria que priorize as ações consoante o Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência, para que se efetivem e legitimem a participação e o controle social desse segmento da população.

2.4. Promover ações afirmativas que tenham por fim contribuir

para a equiparação de oportunidades das pessoas com deficiên-cia com relação a sua inclusão econômica e social.2.5. Promover uma mudança cultural junto aos gestores e à co-munidade no trato das questões relacionadas às pessoas com deficiência, visando o respeito à diversidade e ao desenvolvi-mento inclusivo proposto pelo Banco Mundial, atendendo às exigências da Agenda 21 e das Metas do Milênio.

2.6. Estabelecer parcerias com o movimento social e a iniciativa privada para promover campanhas e eventos, que visem contri-buir para a inclusão econômica e social das pessoas com defi-ciência.

2.7. Garantir articulação entre entidades governamentais e não--governamentais que tenham responsabilidade no atendimento à pessoa com deficiência.

2.8. Incentivar, no âmbito municipal, a pesquisa e desenvolvi-mento de projetos voltados à melhoria da qualidade de vida da pessoa com deficiência. Para o cumprimento desses objetivos da Política Municipal de Atenção à Pessoa com Deficiência são fundamentais as seguintes medidas:

2.8.1. Criar o Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência – Comdef -, nomear seus Conselheiros; fortalecer seu espaço institucional, garantindo as condições necessárias de autonomia administrativa e financeira para o cumprimento de suas atribuições fiscais, de controle social e de definição de diretrizes e prioridades da Política Municipal de Atenção às Pes-soas com Deficiência.

2.8.2. Elaborar o Plano de Atenção à Pessoa com Deficiência do Município de Fortaleza.

2.8.3. Criar o Fundo Municipal para Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência – Prodef - para subsidiar e financiar as

Page 10: PADEF

18 19

políticas públicas dirigidas às pessoas com deficiência, vinculado à realização de projetos especiais nas áreas de educação, saúde, ajudas técnicas, transporte e direitos, a serem geridos pela Coor-denadoria de Pessoas com Deficiência – Copedef.

2.8.4. Formar um grupo de articulação e apoio intersetorial para a implementação da política municipal, com o objetivo de sub-sidiar as ações da Coordenadoria Municipal de Atenção à Pessoa com Deficiência, garantindo uma assessoria específica para esse segmento através de um modelo de gestão calcado na macro função do Executivo sob fiscalização do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência.

2.8.5. Implementar a Política Municipal de Atenção à Pessoa com Deficiência no âmbito das secretarias regionais, por meio da instituição de fóruns regionais para os encaminhamentos das propostas apresentadas por cada região junto ao orçamento participativo.

2.8.6. Garantir recursos específicos para a área da pessoa com deficiência através de fontes já existentes (Fundos Especiais e Tesouro Municipal), além de recursos provenientes de fontes na-cionais, internacionais e do setor privado.

3. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS

As Políticas Públicas Municipais de Atenção às Pessoas com Defi-ciência - PADEF – norteiam suas ações nos seguintes princípios:

3.1. Igualdade e respeito à diversidade – para as pessoas com deficiência, a equiparação de oportunidades se faz necessária e políticas públicas afirmativas por tempo determinado devem possibilitar a garantia desse princípio.

3.2. Autonomia – pessoas com deficiência são possuidoras de capacidade e discernimento, estando, na maioria dos casos, ap-tas a se governarem por si próprias e conduzirem suas próprias vidas assumindo as responsabilidades sobre seus atos.

3.3. Universalidade das políticas – o acesso aos direitos sociais, políticos, econômicos, culturais e ambientais deve ser assegura-do nas políticas públicas dirigidas para pessoas com deficiência.3.4. Justiça social – garantir políticas públicas e ações adminis-trativas capazes de promover uma melhor distribuição dos re-cursos municipais de forma a equiparar as oportunidades e via-bilizar a inclusão econômica e sócio–familiar das pessoas com deficiência.3.5. Acessibilidade aos serviços públicos – é direito de todo(a) cidadão(a) o acesso a todos os serviços que a sociedade oferece.

3.6. Transparência dos atos administrativos – a legalidade, a im-pessoalidade, a moralidade e a eficiência nos atos da adminis-tração pública asseguram a transparência de suas ações, cuja garantia é necessária para que se promova também a inclusão econômica e social das pessoas com deficiência.

3.7. Participação e controle social – as pessoas com deficiên-cia têm assegurada a sua participação nos debates, assembléias, conselhos, fóruns, conferências, casas parlamentares e todo e qualquer atividade política visando à elaboração, a implementa-ção e o controle social das políticas públicas, que precisam estar atinentes com as especificidades e peculiaridades das pessoas com deficiência.

4. A LEGISLAÇÃO

As Políticas Públicas Municipais de Atenção às Pessoas com De-ficiência estão fundamentadas no Decreto nº. 5.296, de 2 de de-zembro de 2004, que regulamenta a Lei nº. 10.048, de 8 de no-

Page 11: PADEF

20 21

vembro de 2000, que dá prioridade de atendimento às pessoas que especifica, e a Lei nº. 10.098, de 19 de dezembro de 2000, que estabelece normas gerais e critérios básicos para a promo-ção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, e dá outras providências.

O Decreto nº. 5.296/04 foi tomado como base, a despeito de todas as outras leis que tratem da defesa, promoção e garantia dos direitos da pessoa com deficiência, por ser a legislação mais abrangente até o presente momento, tendo as suas determi-nações reforçadas na Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e de seu Protocolo Facultativo, assinados em Nova Iorque, em 30 de março de 2007, ratificada pela Câma-ra e pelo Senado Federal, que promulgou o Decreto Legislativo nº 186, publicado no Diário Oficial da União em 10 de julho de 2008.

5. A PADEF NA VIDA DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA

O empoderamento das pessoas com deficiência se dá à propor-ção que, informadas e conscientes de seus direitos e deveres, as pessoas aceitam e constroem sua identidade, tornando-se capazes de estabelecerem novas relações sociais, inserindo-se, consequentemente, na vida da comunidade.

A divulgação da PADEF e a execução de suas ações pelos ór-gãos públicos municipais proporcionarão aos fortalezenses com deficiência a elevação da auto-estima, uma vez que passarão a se reconhecer como alvo da preocupação e do respeito do po-der público, comprovados pelo desenvolvimento de programas e projetos para atender as especificidades de cada deficiência.

Políticas integradas e ações efetivas, que considerem a existên-cia das pessoas com deficiência enquanto indivíduos produti-vos, com direitos e deveres assegurados a todo cidadão brasilei-

ro, estimularão e promoverão a inserção social de todos.

6. AS AÇÕES

As ações, descritas a seguir, necessitam ser reforçadas pela in-tersetorialidade entre as áreas de atuação destacadas e visam à criação de células de políticas inclusivas nas secretarias regio-nais, geridas por profissionais com conhecimento das questões referentes à realidade das pessoas com deficiência.

6.1. IntersetorialidadeA intersetorialidade, além de viabilizar a integração das ações, visa também garantir o registro da memória e a produção his-tórica do patrimônio material e imaterial relativo às pessoas e grupos sociais e culturais minoritários, inclusive dos que apre-sentam diferenças sensoriais, físicas, intelectuais ou mentais.

6. 1.1. Secretaria Municipal de Saúde / Secretaria Municipal de Educaçãoa) Divulgação de informações referentes às deficiências, à pre-venção, inclusão social, ajudas técnicas, cuidados e incapacida-des, junto à comunidade escolar.b) Atualização e adequação de currículos, metodologias e maté-rias didáticas para formação continuada de professores e agen-tes de saúde nos assuntos relacionados à pessoa com deficiên-cia (PCD).c) A garantia de suporte de assistência clínica às pessoas com deficiência inscritas na rede de ensino básico.d) A colaboração à Secretaria Municipal de Educação no treina-mento e capacitação dos docentes para o trabalho com a pes-soa com deficiência, tendo em vista a sua inclusão no ensino regular.6.1.2 Secretaria Municipal de Assistência Social / Secretaria Mu-nicipal de Desenvolvimento Econômico - SDE / Secretaria Muni-cipal de Saúde – SMS

Page 12: PADEF

22 23

a) Parcerias nas pesquisas epidemiológicas e campanhas contra doenças endêmicas.b) Encaminhamento da pessoa com deficiência após reabilita-ção do sistema de saúde para cursos de capacitação, programas de colocação no mercado de trabalho ou geração de renda atra-vés do trabalho domiciliar visando sua inclusão econômica e social.c) Promoção de cursos de formação profissional para acompa-nhantes cuidadores para a promoção de cuidados básicos à pes-soa com deficiência tendo em vista a melhoria da sua qualidade de vida.6.1.3 Procuradoria Geral do Município / Ouvidoriaa) Promoção de mecanismos de fiscalização das normas e legis-lação referentes à defesa dos direitos da pessoa com deficiência no município de Fortaleza.b) Divulgação e disponibilização de informações referentes aos direitos, das pessoas com deficiência.c) Priorização no atendimento à pessoa com deficiência.

6.1.4 Secretaria Municipal de Saúde / Secretaria Municipal de Es-porte / Turismoa) Criação de programas esportivos, atividades físicas (ecotera-pia) para pessoa com deficiência, objetivando a reabilitação, in-clusão social e o desenvolvimento de habilidades possibilitando uma melhor qualidade de vida.b) Desenvolvimento de projetos e/ou programas que contem-plem a pessoa com deficiência, como turista e profissional na vida turística da cidade.

6.1.5 Secretaria Municipal de Infra-estrutura - SEINF/ HABITAFOR a) Promoção de planos de habitação e moradia que permitem o acesso e a locação das pessoas com deficiência e a eliminação de barreiras arquitetônicas.

6.1.6 Secretaria Municipal da Saúde (SMS) e Autarquia Municipal de Trânsito (AMC)

a) Promoção de atividades e campanhas educativas voltadas à redução de acidentes e à conseqüente diminuição de seqüelas que resultam em alguns tipos de deficiência.

6.2. Educação O elenco de ações na área da Educação foi construído em con-sonância com o que determina a Constituição da República Fe-derativa do Brasil, em seu artigo 208, o qual determina: “O dever do Estado com a Educação será efetivado mediante a garantia de: (...) III - atendimento educacional especializado aos portado-res de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino”. Busca-se seguir ainda as diretrizes da Política Nacional de Edu-cação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva.

Uma política de Educação Inclusiva deve garantir uma práxis te-órica, condizente com a realidade em que se encontram inse-ridas as pessoas com deficiência. Considerando e respeitando as especificidades, os ritmos e as necessidades de cada um, as escolas de ensino regular conseguirão possibilitar a inclusão es-colar e social de estudantes com deficiência, investindo na sen-sibilização da gestão e da comunidade escolar da rede pública. A capacitação dos(as) professores(as) deve acontecer, gradativa-mente, à medida em que estes forem convivendo com seus es-tudantes e descobrindo as habilidades e competências de cada um(a). Nessa perspectiva, é importante que a gestão pública municipal, além de suas políticas próprias, possa contar e esteja aberta para formar parcerias com as entidades especializadas, conforme orientação do Plano Nacional de Educação.

Cabe destacar as seguintes ações:6.2.1. Garantia da inclusão da pessoa com deficiência na rede regular de ensino do município de Fortaleza através do atendimento especializado.

6.2.2. Garantia de matrícula, permanência e segurança da pes-soa com deficiência na escola através da promoção da acessibi-

Page 13: PADEF

24 25

lidade arquitetônica, pedagógica, atitudinal, comunicativa e in-formativa, visando à inclusão da pessoa com deficiência na rede regular de ensino do município, seguindo as diretrizes nacionais que reorganizam os serviços de AEE – Atendimento Educacio-nal Especializado.

6.2.3. Garantia do Atendimento Educacional Especializado atra-vés da capacitação continuada do corpo docente.

6.2.4. Promoção da implantação de Salas de Recursos Multi-funcionais nas escolas públicas municipais, possibilitando aos aluno(a)(s) com deficiência um atendimento centrado nas suas potencialidades e peculiaridades, considerando-se as dificulda-des e os ritmos próprios de cada educando(a).

6.2.5. Implementação do Programa Saúde na Escola/MEC para detectar as necessidades específicas e garantir o fornecimento de equipamentos, mobiliário e tecnologias assistivas necessários para o desenvolvimento e a educação das pessoas com defici-ência.

6.2.6. Adequação do atendimento do Núcleo de Tecnologias In-clusivas – NTI - do Centro de Referência do Professor – CRP - com vistas a atender às demandas no processo de inclusão escolar e digital das pessoas com deficiência.

6.2.7. Reforço às campanhas de inclusão da pessoa com defici-ência nos período de matrícula.

6.2.8. Garantia da acessibilidade da pessoa com deficiência aos ambientes das unidades educacionais e ao seu entorno, remo-vendo as barreiras arquitetônicas de acordo com a legislação vigente e as normas técnicas da ABNT.

6.2.9. Garantia da acessibilidade na frota municipal de veículos que realizam o transporte escolar para possibilitar o livre acesso

de alunos com deficiência ou mobilidade reduzida.

6.2.10. Promoção da inclusão escolar do surdo consoante com o Decreto nº 5.626, de 22 de dezembro de 2005.

6.2.11. Garantia de profissionais, na rede municipal de ensino, para utilização de línguas, linguagem ou códigos, visando ao atendimento da pessoa com deficiência, oportunizando seu de-senvolvimento educacional satisfatório.

6.2.12. Garantia de capacitação, para orientação e mobilidade de alunos cegos e/ou com deficiência visual, para profissionais de nível superior na rede municipal.

6.2.13. Garantia da presença de intérpretes da LIBRAS e instru-tores surdos nas escolas-pólos de inclusão, com salas especiais apenas para surdos e em salas regulares.

6.2.14. Garantia da formação de formadores para leitura e escrita da técnica Braile, planejada e dirigida para professores para aten-dimento específico aos alunos(as) cegos(as).

6.2.15. Desenvolvimento de mecanismos com vistas a estimular o acesso da pessoa com deficiência à leitura e à pesquisa, com-preendendo a criação de bibliotecas braile, virtuais ou digitais.

6.2.16. Garantia do atendimento às necessidades básicas de lo-comoção, higiene pessoal, alimentação e outras da pessoa com deficiência, que dependa desses serviços, através de profissio-nais de apoio.

6.2.17. Promoção de parcerias com universidades para reforçar a introdução de temas relacionados à pessoa com deficiência nos currículos.

6.2.18. Desenvolvimento de ações educativas para comunidade

Page 14: PADEF

26 27

escolar, sobretudo os grupos familiares, visando à inclusão das pessoas com deficiência.

6.2.19. Estabelecimento de fórum de debate anual sobre o redi-recionamento do papel das instituições especializadas, na pers-pectiva da educação inclusiva, em apoio à inclusão escolar.

6.2.20. Construção e adequação de creches e pré-escolas para atendimento da demanda por educação infantil, garantindo a inclusão de crianças com deficiência.

6.2.21. Promoção de uma pesquisa sobre o perfil da inclusão da pessoa com deficiência na rede municipal de ensino.

6.2.22. Garantia do direito à educação artística, em suas múltiplas manifestações (musical, desenho, pintura, teatro e outras) como também às práticas esportivas como indissociáveis do processo educacional inclusivo.

6.3. Saúde O histórico social de invisibilidade da deficiência e o exílio domi-ciliar a que ainda estão submetidas a maioria das pessoas com deficiência levam a sociedade a atrelar à deficiência aspectos como doença, pobreza, feiúra, velhice, abstinência/desinteresse por sexo e dependência, pressupondo a necessidade de uma tutela.

As ações propostas na PADEF devem contribuir para esclarecer esses conceitos equivocados, uma vez que consideram a pessoa com deficiência de forma holística, possuidora de necessidades e desejos comuns ao ser humano. Assim sendo,

6.3.1. Promoção de ações que visem à prevenção e a detecção precoce de doenças causadoras de deficiências e outras que gerem incapacidades, bem como campanhas de prevenção de

acidentes, redução da morbi-mortalidade por violência e uso de drogas, vitimização no ambiente de trabalho, ampliando tam-bém as ações preventivas relacionadas ao atendimento pré-na-tal e neonatal adequado.

6.3.2. Promoção de uma pesquisa de prevalência de deficiências, incapacidades e desvantagens, segundo método da OMS e Mi-nistério da Saúde.

6.3.3. Ampliação das ações voltadas para a área da estimulação precoce das funções visual, auditiva, motora e cognitiva, visando acompanhar o desenvolvimento da criança recém-nascida.

6.3.4. Valorização dos métodos de acompanhamento do desen-volvimento infantil nos aspectos motor, cognitivo e emocional, nos programas de saúde da criança como estratégia de preven-ção às deficiências.

6.3.5. Descentralização, no âmbito assistencial, do atendimen-to à pessoa com deficiência, uma vez que os programas atuais atendem um reduzido número de pessoas e não contemplam experiências comunitárias.

6.3.6. Fomento de programas de reabilitação ao nível de atenção básica, envolvendo a família e o serviço de assistência social, com o objetivo de promover a inclusão econômica e social da pessoa com deficiência, nos moldes propostos pelo Programa de Reabilitação Baseada na Comunidade - RBC.

6.3.7. Implantação de um programa de assistência no Hospital da Mulher, voltado para orientação sexual e planejamento familiar da mulher com deficiência. 6.3.8. Ampliação e atualização do Programa de Dispensação de Órteses e Próteses, estabelecendo critérios de qualidade e prio-rização da demanda.

Page 15: PADEF

28 29

6.3.9. Regularização e adequação do programa de dispensação de medicamentos e insumos para lesionados medulares e osto-mizados.

6.3.10. Implantar um serviço de atendimento ao trauma raqui--medular agudo no Instituto Dr. José Frota, garantindo um aten-dimento hospitalar emergencial adequado e orientação devida a estes pacientes e aos seus familiares, através de equipe multi-disciplinar.

6.3.11. Garantia da saúde bucal das pessoas com deficiência, so-bretudo às pessoas com deficiência intelectual e autismo, com especialistas capacitados em postos de saúde.

6.3.12. Garantia da presença de intérprete da LIBRAS nos hospi-tais de referência e emergências, como SAMU e IJF, para atendi-mento aos surdos.

6.3.13. Promoção da assistência à saúde da pessoa com defici-ência nos diversos níveis de complexidade e especialidades mé-dicas, não se restringindo à assistência às instituições específica de reabilitação. A assistência deverá ser prestada levando-se em conta os princípios de descentralização, regionalização e hierar-quização dos serviços.

6.3.14. Garantia da obrigatoriedade da realização dos testes da orelhinha, do olhinho e do pezinho nos hospitais da rede muni-cipal.

6.3.15. Realização de parcerias com instituições públicas promo-vem a formação de profissionais, como a Escola de Saúde Públi-ca e Universidades, para desenvolverem atendimento comple-mentar junto às equipes do programa de Saúde da Família - PSF.

6.3.16. Implantação de um sistema de informação que notifique os casos de deficiência ou de suspeitas de deficiência, quando

do atendimento dessas pessoas pelos profissionais do SUS - nas redes básica, de média e alta complexidade – de forma a permi-tir a atenção precoce na investigação/confirmação diagnóstica, assistência e acesso aos serviços necessários e cuidados espe-ciais que o paciente deva merecer.

6.4. Assistência Social e Previdência A Constituição Federal, em seu artigo 203, inciso IV, prevê que a Assistência Social tem por objetivos, entre outros, “a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a promo-ção de sua integração à vida comunitária.”

6.4.1. Promoção e implementação do Programa de Reabilitação Baseada na Comunidade – RBC - visando à reabilitação e à ca-pacitação da pessoa com deficiência, estimulando o princípio de vida independente, fortalecendo sua autonomia, capacidade de escolha, iniciativa e participação, na busca de melhores condi-ções sociais e construção da auto-estima, utilizando os Centros de Referência em Assistência Social – CRAS - como indutores do processo de parcerias com as universidades, secretarias afins, iniciativa privada e organizações não governamentais nacionais e internacionais.

6.4.2. Promoção de ações e serviços básicos continuados para as famílias das pessoas com deficiência em situação de vulnerabi-lidade social, dentro do Programa de Atenção Integral a Família (PAIF), através dos CRAS, associados ao Programa de RBC.

6.4.3. Desenvolvimento de serviços assistenciais, na própria comunidade, que possam detectar as necessidades e apontar soluções apropriadas para atender à pessoa com deficiência, utilizando-se estratégias que estimulem a capacidade de partici-pação e de compromisso das pessoas, tanto social como políti-co, através do Programa de Reabilitação Baseada na Comunida-de, priorizando o trabalho com os grupos familiares, de modo a dar um novo significado à dinâmica familiar.

Page 16: PADEF

30 31

6.4.4. Implementação do Centro de Referência de Atenção à Pes-soa com Deficiência, trabalhando o conceito da macro função do Executivo, em que equipes multidisciplinares das Secretarias de Saúde , Assistência Social, Desenvolvimento Econômico, Edu-cação e Cultura, para que desenvolvam um trabalho intersetorial integrado com as comunidades, otimizando recursos e evitando superposição de serviços.

6.4.5. Implementação do Programa de Acompanhamento e Mo-nitoramento do Acesso e Permanência na Escola das Pessoas com Deficiência beneficiárias do Benefício de Prestação Conti-nuada da Assistência Social - BPC/LOAS - com prioridades para aquelas na faixa etária de 0 (zero) a 18 (dezoito) anos.

6.4.6. Desenvolvimento e publicação de cadastro unificado e atualizado de organizações não-governamentais que realizem trabalhos voltados às pessoas com deficiência.

6.4.7. Monitoramento e ampliação do apoio às organizações não-governamentais que lidem com o desenvolvimento social e que, direta ou indiretamente, realizem trabalhos voltados às pessoas com deficiência, incentivando a criação de novas enti-dades, principalmente nas áreas periféricas da cidade.

6.4.8. Promoção da formação continuada dos assistentes sociais e outros prestadores de serviços da área social para garantir a manutenção e a qualidade do atendimento à pessoa com defi-ciência e sua família.

6.4.9. Garantia do apoio e manutenção dos serviços, programas e projetos de proteção especial como residências, casas-abrigo, atendimento domiciliar, junto à HABITAFOR, SEINF e Secretaria de Saúde, voltados à pessoa com deficiência que não tenha con-dições de ser cuidada por si própria ou por seus familiares.

6.4.10. Desenvolvimento de ações dirigidas à capacitação de acompanhantes/cuidadores domiciliares para pessoas com de-ficiência, em parceria com a SMS, objetivando a melhoria de sua qualidade de vida.

6.4.11. Reforço de parcerias com organizações não-governa-mentais, visando à otimização das ações da Secretaria Municipal de Educação – SME - no processo de inclusão escolar.

6.4.12. Garantia da implantação de programas de atenção psico-lógica familiar, na política de saúde mental, destinado a assistir a pessoa com deficiência e seus familiares, na comunidade em que residem.

6.5. TrabalhoPolíticas públicas afirmativas, como cotas, qualificação para o trabalho, o incentivo ao trabalho autônomo, à formação de coo-perativas e ao empreendedorismo social, são necessárias à pro-moção da equiparação de oportunidades no mercado de traba-lho para as pessoas com deficiência, visto que a falta de acesso à saúde, à escola, à capacitação/formação profissional, ao trans-porte, à comunicação e aos vários serviços públicos à disposi-ção para o desenvolvimento do(a) cidadão(ã) têm dificultado e impedido a inclusão econômica e social dessas pessoas.As ações, aqui propostas, estão fundamentadas no Capítulo II, Dos Direitos Sociais, artigo 7º, inciso XXXI, da Constituição Fe-deral, que estabelece a “proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de admissão do trabalhador portador de deficiência”, na Lei nº 8.213/91 e no Decreto nº 3.298/99.Nessa perspectiva, considera-se necessário o desenvolvimento das seguintes ações:

6.5.1. Fomento à criação de microempresas e pequenos negó-cios por pessoas com deficiência, através desenvolvimento de programas que visem o treinamento de pessoas com deficiência na área de gerenciamento de empresas, visando estimular a prá-

Page 17: PADEF

32 33

tica do empreendedorismo e do cooperativismo.

6.5.2. Desenvolvimento de programas de capacitação de indi-víduos para a criação, administração, auto-sustentação de or-ganizações não-governamentais e atividades de protagonismo social voltadas para as pessoas com deficiência.

6.5.3. Promoção adaptação de métodos de trabalho, instalações físicas, equipamentos, transportes e outros, visando iniciativas para a contratação de pessoas com deficiência nos órgãos pú-blicos municipais da administração direta, indireta e autárquica, conforme legislação em vigor.

6.5.4. Criação de programas de crédito para instituições não--governamentais e bancos populares, destinados a financiar atividades de profissionalização de pessoas com deficiência e o desenvolvimento de iniciativas de geração de trabalho e renda para esse segmento.

6.5.5. Garantia da reserva de percentual dos recursos para que pessoas com deficiência possam concorrer e participar de todos os programas de crédito e qualificação profissional existentes nos órgãos do município.

6.5.6. Garantia de reserva de vagas para pessoas com deficiência, no mínimo de 10% (dez por cento), nos programas de geração e/ou complementação de renda, criados, gerenciados ou financia-dos pela Prefeitura Municipal de Fortaleza.

6.5.7. Garantia da participação de pessoas com deficiência, no mínimo de 10% (dez por cento), em cursos de capacitação pro-fissional, visando ao aprendizado das novas técnicas de produ-ção em parceria com escolas profissionalizantes e especializa-das.

6.5.8. Garantia do cumprimento das leis de cotas em concursos

públicos da administração pública municipal direta, indireta e autárquica, de acordo com a natureza da ocupação, bem como dos meios necessários para a realização das provas (intérprete oficial de LIBRAS, provas escritas em Braile, ledores e ajudas téc-nicas assistivas, guia-intérprete, acessibilidade universal, comu-nicação alternativa, etc).

6.5.9. Garantia de condições e ambientes de trabalho adequa-dos, que considerem as peculiaridades e as particularidades das pessoas com deficiência, visando à prevenção ao agravamento da deficiência bem como acidentes de trabalho.

6.6. Transporte, Acessibilidade e Meio AmbienteAs dificuldades de locomoção não estão restritas às pessoas com deficiência, engrossando essa fileira encontram-se as pes-soas idosas, as gestantes, os obesos, as crianças, as pessoas com mobilidade reduzida temporária ou permanente. O livre acesso às edificações públicas e de uso público, aos logradouros públi-cos, ao transporte coletivo (público e privado), à informação e à comunicação é condição fundamental para a consolidação da construção de uma Fortaleza Bela e inclusiva.

A Constituição Federal em seu artigo 227, § 1º, II, determina: “(...) a facilitação do acesso aos bens e serviços coletivos, como a eliminação de preconceitos e obstáculos arquitetônicos”. E no § 2º, “A lei disporá sobre normas de construção dos logradouros e dos edifícios de uso público e de fabricação de veículos de transporte coletivo, a fim de garantir acesso adequado às pesso-as portadoras de deficiência”.

Em face do exposto, são as seguintes as ações planejadas:6.6.1. Garantia da efetiva aplicação da Lei de Acessibilidade (De-creto Federal n° 5.296/2004), nos órgãos e serviços públicos, como prioridade indispensável à inclusão econômica e social da pessoa com deficiência.

Page 18: PADEF

34 35

6.6.2. Implantação da gratuidade para as pessoas com deficiência em condição de vulnerabilidade social, no sistema de transporte público urbano da cidade de Fortaleza, garantindo a acessibili-dade para as pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida como política afirmativa em médio prazo.

6.6.3. Garantia do acesso das pessoas com deficiência aos termi-nais e aos pontos de embarque do transporte coletivo, eliminan-do barreiras físicas ambientais e atitudinais.

6.6.4. Garantia da acessibilidade em um programa municipal de acessibilidade veicular da frota de transporte público urbano, co-brindo um percentual de pelo menos 10% (dez por cento) da fro-ta, em curto prazo, estabelecendo-se um cronograma de aces-sibilidade, em médio e longo prazos, para toda a frota, conforme determinação do Decreto Federal nº. 5296/2004 (Lei Nacional de Acessibilidade).

6.6.5. Garantia de capacitação continuada em serviço, em par-ceria com instituições especializadas, para os profissionais do transporte coletivo, visando ao atendimento com qualidade para as pessoas com deficiência e demais usuários.

6.6.6. Garantia do direito de ir e vir para as pessoas com defici-ência severa, através do Programa de Atendimento Porta a Porta, quando o transporte coletivo acessível não for adequado às ca-racterísticas de algumas deficiências com grandes restrições de mobilidade.

6.6.7. Garantia do cadastramento e identificação, pelo órgão competente, dos veículos das pessoas com deficiência e da fis-calização sistemática e constante da utilização indevida das va-gas de estacionamento reservadas para pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida.

6.6.8. Instalação e adaptação de equipamentos e sinalização que

possibilitem às pessoas com deficiência a travessia segura nos cruzamentos de ruas e avenidas de grande movimentação de veículos.

6.6.9. Promoção e fiscalização de rebaixamento de guias e calça-das conforme legislação federal e municipal vigentes.

6.6.10. Inclusão, na Lei Orgânica e no Código de Obras e Pos-turas do Município, das Normas Brasileiras de Acessibilidade nº 9.050 e nº 13.994, da ABNT. 6.6.11. Fiscalização e manutenção do bom uso de calçadas, pas-seios e outros espaços para pedestres, garantindo a eliminação de barreiras e outros elementos que provoquem impedimento, risco ou dificuldades, para a locomoção de pessoas com defici-ência ou mobilidade reduzida.

6.6.12. Promoção da capacitação de profissionais de arquitetura e engenharia, servidores municipais das secretarias e departamen-tos responsáveis pela elaboração, execução, acompanhamento e fiscalização dos projetos e obras da PMF, para que tenham co-nhecimento e atuem em conformidade com as determinações da Lei de Acessibilidade/Decreto Federal nº 5.296/04, Lei Estadu-al nº 12.916/99 e Lei Municipal nº 8.147/97.

6.6.13. Eliminação de barreiras arquitetônicas e atitudinais atra-vés da adequação dos serviços, espaços, prédios, transportes e equipamentos públicos e privados, promovendo ações preventi-vas, informativas e fiscalizadoras que assegurem o cumprimento das normas e dispositivos legais, que determinam a eliminação dessas barreiras, principalmente em locais públicos e culturais.

6.6.14. Garantia do respeito aos parâmetros estabelecidos na NBR nº 9.050, da ABNT, e ao Decreto Federal nº 5.296/2004, na análise para aprovação de projetos, bem como na concessão ou renovação de alvará de funcionamento, devendo esta condição constar como cláusula contratual nos processos licitatórios.

Page 19: PADEF

36 37

6.6.15. Garantia da acessibilidade universal nos programas de ha-bitação populares, reservando um percentual de 5% (cinco por cento) de moradias acessíveis para o atendimento preferencial de famílias com pessoas com deficiência física ou mobilidade reduzida, em situação de desvantagem econômica, de acordo com a Lei Municipal n° 8.147, de 28 de abril de 1998, garantindo a acessibilidade à via pública, equipamentos e mobiliários per-tencentes a essas edificações.

6.6.16. Criação de mecanismos que permitam que os grupos fa-miliares já contemplados com habitação e que, posteriormente, venham a ter pessoas com deficiência possam fazer nova ins-crição, ou permuta, para ter o direito a uma habitação acessível e/ou promover reformas nas habitações, adequando-as às ne-cessidades surgidas pela condição de deficiência de um de seus membros.

6.7. Arte, Cultura, Desporto e LazerAs manifestações artísticas, culturais, desportivas e de lazer são muito importantes para promover a inclusão social das pessoas com deficiência. Descobrir talentos e abrir espaços para divulgá--los é uma forma de equiparar oportunidades para um segmen-to da população que, dotado muitas vezes de uma sensibilidade extrema, produz arte que emociona e embeleza. Não se pode desconsiderar o fato de que são consumidoras também e, como tal, desejam estar presentes e participar dos eventos, sejam estes culturais, desportivos ou de lazer.

Também para as pessoas com deficiência o esporte promove o congraçamento, o desejo de exceder os próprios limites e a disputa sadia entre os atletas. Para elas, competir não significa apenas a busca pelo primeiro lugar no pódio, mas, sobretudo, o reconhecimento de sua capacidade de superação e do direito que têm à participação social, seja através do esporte amador ou profissional.

Para as pessoas com deficiência o esporte é sinônimo de coo-peração, pois a valorização de cada indivíduo acontece dentro de um programa esportivo, onde o trabalho é desenvolvido em equipe mesmo nos chamados esportes individuais.Isso posto, são propostas as ações seguintes:

6.7.1. Garantia do direito à comunicação e à cultura às pessoas com deficiência, possibilitando a produção em braile e LIBRAS de textos falados, programação legendada e com janela, áudio--descrição e outros recursos, de forma a assegurar a universali-zação da comunicação, formação e informação.

6.7.2. Incentivo às práticas desportivas (profissional e amadora), lúdicas, recreativas e culturais como meio de reabilitação e in-clusão social e de valorização da auto-estima da pessoa com deficiência, instituindo fundos públicos para subsidiar o funcio-namento dessas práticas.

6.7.3. Estimulação e desenvolvimento físico, cognitivo e emocio-nal da criança com deficiência através de jogos lúdicos e ativi-dades, e da construção de parques com brinquedos interativos específicos nas escolas e logradouros públicos.

6.7.4. Desenvolvimento de programas que assegurem a forma-ção e a presença de guia-intérprete de LIBRAS para surdos nos locais de propagação da cultura como museus, centros cultu-rais, bibliotecas, teatros, etc.

6.7.5. Criação de um programa de estímulo ao desporto, lazer e cultura inclusivos, por meio de atendimento especializado, con-siderando as peculiaridades das deficiências dos indivíduos. 6.7.6. Capacitação dos profissionais de Educação Física para atendimento às pessoas com deficiência nas atividades de es-porte, lazer e recreação.

6.7.7. Garantia da inclusão da pessoa com deficiência e/ou de

Page 20: PADEF

38 39

seus familiares nos programas de capacitação na área de arte e cultura e em eventos culturais e musicais, promovidos pelo governo municipal ou contando com o apoio financeiro ou lo-gístico da Prefeitura de Fortaleza.

6.7.8. Promoção de um programa de geração de ocupação e ren-da na área artístico-cultural para as pessoas com deficiência e seus familiares.

6.7.9. Garantia de adaptação comunicativa e pedagógica das oficinas culturais e artísticas regulares, bem como o desenvol-vimento de programas e atividades culturais que atendam às línguas, códigos e outras necessidades especiais respeitando a diversidade humana.

6.7.10. Desenvolvimento de produção de materiais culturais e informativos adaptados às necessidades especiais de comuni-cação e entretenimento, inclusive nos meios de comunicação de massa – cinemas, teatros, auditórios e outros locais - onde se realizem eventos culturais.6.7.11. Garantia do apoio e parceria para a produção de materiais culturais em formatos acessíveis atendendo às especificidades comunicativas das pessoas com deficiência que apresentam di-ferenças sensoriais, físicas, intelectuais ou mentais.

6.7.12. Promoção da participação da pessoa com deficiência em concursos de prêmios no campo das artes e das letras.

6.7.13. Garantia de espaços e oportunidades para a promoção de exposições, publicações e manifestações artísticas de pessoas com deficiência.

6.7.14. Incentivo à prática desportiva, formal e não-formal, e ao lazer como forma de inclusão social da pessoa com deficiência.

6.8. Informação e Comunicação

O acesso e uso da informação e do conhecimento por todos(as) cidadãos(ãs) de uma sociedade é uma forma legítima de empo-deramento das pessoas com deficiência também.Neste caso, faz-se necessário colocar à disposição recursos que possibilitem a comunicação em suas mais diversas formas, des-critas nas ações que seguem.

6.8.1. Implantação de um programa de acessibilidade à informa-ção e comunicação para profissionais e pessoas com deficiên-cia, através da formação de acervo especializado e acessível.

6.8.2. Implantação de uma imprensa braile, onde seja feita a transcrição de documentos e publicações para o sistema braile e do português para o braile, solicitados pelos órgãos da PMF.

6.8.3. Colocação de campainha luminosa, placas de comunica-ção visual e em braile e outros recursos tecnológicos, dentro das escolas como forma de atender às especificidades das pessoas com deficiência auditiva e visual, surdas e cegas.

6.8.4. Realização de campanhas publicitárias permanentes sobre os direitos das pessoas com deficiência sobre a prevenção às deficiências e para estimular a doação de órgãos, informando à população sobre os serviços existentes no âmbito municipal, visando à sensibilização da sociedade.

6.8.5. Realização de eventos visando à sensibilização e informa-ção de gestores, professores e servidores das escolas, para a pro-moção de uma educação inclusiva que respeite a diversidade com igualdade nas diferenças.

6.9 Recursos humanos e materiaisA articulação e o desenvolvimento das políticas públicas mu-nicipais, de forma intersetorial, objetivam a criação de redes de serviços que contemplem uma nova atitude em relação à aten-ção às pessoas com deficiência, no município de Fortaleza, e a

Page 21: PADEF

40 41

promoção de uma cidadania autônoma para esse segmento da população apontam para as seguintes ações:

6.9.1. Capacitação de recursos humanos envolvidos com o de-senvolvimento e a gestão de políticas públicas municipais, na perspectiva de uma nova atitude em relação à pessoa com de-ficiência.

6.9.2. Realização de concursos públicos, nas diversas áreas, para profissionais especializados no atendimento de pessoas com deficiência, com vistas a sua reabilitação, com destaque especial àquelas que se encontram em situação de risco pessoal e ou social.

6.9.3. Realização de pesquisas e outros estudos sobre a pessoa com deficiência no município de Fortaleza, a fim de obter um perfil socioeconômico e cultural dessas pessoas, para tornar pú-blica a sua realidade e buscar a prevenção e a inclusão social das pessoas com deficiência.

6.9.4. Criação de células de políticas inclusivas nas secretarias re-gionais, geridas por profissionais com conhecimento das ques-tões referentes à realidade das pessoas com deficiências, visan-do a intersetorialidade das ações.

6.9.5. Capacitação de agentes de trânsito e cidadania, agentes de saúde e guardas municipais para o conhecimento e uso da Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS.

6.9.6. Implantação de programa de capacitação e educação pro-fissional para técnicos municipais ou de outras instituições e orga-nizações, quando em atividades em parceria - contratos, acordos, termos de cooperação - especialmente arquitetos, engenheiros, profissionais de saúde, pessoal responsável pelas áreas de infor-mação e orientação aos usuários do serviço público, objetivando um melhor atendimento às pessoas com deficiência.

6.9.7. Criação e publicação de cartilhas educativas sobre aces-sibilidade para pessoas com deficiência e técnicos nas diversas áreas: arquitetura, saúde, cultura, educação e serviços de atendi-mento e orientação aos usuários do serviço público.

6.9.8. Promoção a capacitação de recursos humanos especiali-zados e a inserção profissional de pessoas que apresentam di-ferenças sensoriais, físicas, intelectuais ou mentais nos equipa-mentos culturais públicos garantindo-lhes condições adequadas para o trabalho.

7. MONITORAMENTO DAS AÇÕES DA PADEF

As ações propostas na PADEF pressupõem a criação de uma Co-ordenadoria de Políticas Públicas para Pessoas com Deficiência – Copedef - e do Fundo Municipal para Promoção dos Direitos das Pessoas com Deficiência – Prodef. A Copedef deve compõe a estrutura da Secretaria de Direitos Humanos de Fortaleza e é coordenada e composta por pessoas com conhecimento aprofundado sobre as questões referentes às deficiências.

O Prodef, mantido pela destinação de recursos oriundos dos co-fres públicos, deve subsidiar e financiar as políticas públicas diri-gidas às pessoas com deficiência.

A proposição, a elaboração, a gestão, o acompanhamento e a fiscalização das políticas públicas de atenção às pessoas com deficiência, no âmbito do município de Fortaleza, constituem o elenco de prioridades do trabalho a ser desenvolvido pela Co-ordenadoria, que visa, sobretudo, à implantação de políticas in-clusivas que resultem numa transformação cultural gerada pela promoção de ações inclusivas intersetoriais.

Para tanto, são imprescindíveis a capacitação e a qualificação

Page 22: PADEF

42 43

dos agentes públicos em direitos humanos para pessoas com deficiência, bem como a produção, organização e disseminação de dados, estudos e pesquisas que tratem das temáticas relevan-tes para a inclusão social das pessoas com deficiência, através da criação de mecanismos de direitos e de políticas para esse segmento, com apoio e orientação de Fóruns Regionais.

8. CONCLUSÃO

Como foi visto, ao longo de todo o detalhamento da política, a COMPEDEF procurou apresentar uma linha de planejamento, visando ao atendimento adequado e de qualidade, respeitando a dignidade das pessoas com deficiência na cidade de Fortale-za, criando e garantindo oportunidades para que essas pessoas possam seguir o curso de suas vidas através do acesso à educa-ção, ao mercado de trabalho, aos bens e serviços públicos mu-nicipais e ao lazer.

A PADEF, constituída através de seus objetivos, princípios fun-damentais, linhas de atuação, recursos humanos e materiais e monitoramento, demonstra a importância que a Prefeitura Mu-nicipal de Fortaleza, através de sua Comissão Técnica Municipal de Políticas Públicas Municipais, vem dando à causa das pessoas com deficiência.

Como todo plano, tem-se, daqui por diante, os entraves já co-nhecidos que impedem no primeiro momento o desenvolvi-mento da PADEF. Entretanto, como foi o mesmo elaborado ob-servando-se todas as nuances, não haverá grandes obstáculos para a sua implantação.

Por outro lado, a vontade da PMF em inserir na sua estrutura a Comissão Técnica das Políticas Públicas Municipais de Atenção às Pessoas com Deficiência, por si só, já indica que nada faltará para a implantação efetiva desta Política Municipal de Atenção

às Pessoas com Deficiência - PADEF.

Com a PADEF na cidade de Fortaleza, a inclusão social e econô-mica de pessoas com deficiência torna-se uma realidade, visto que nenhuma dessas pessoas ficará fora da amplitude da pre-sente política.

Isso posto, a COMPEDEF, dentro das atribuições que lhe confere o Decreto nº 12.166, apresenta à sociedade fortalezense a Polí-tica Municipal de Atenção às Pessoas com Deficiência – PADEF, instrumento de grande relevância voltado para a inclusão social e econômica das pessoas com deficiência.

Page 23: PADEF

44 45

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ARAÚJO, Luiz Albert David (Coord.). Defesa dos Direitos das pes-soas portadoras de deficiência. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2006.

ASSOCIAÇÂO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9050: acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamento urbanos. Rio de Janeiro, 2004._________.NBR 13994: elevadores de passageiros: elevadores para transporte de pessoas portadoras de deficiência. Rio de Ja-neiro, 2000.

ASSOCIAÇÂO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9050: acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamento urbanos. Rio de Janeiro, 2004._________.NBR 13994: elevadores de passageiros: elevadores para transporte de pessoas portadoras de deficiência. Rio de Ja-neiro, 2000.

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federati-va do Brasil. Brasília, DF: Senado, 1988.

BRASIL. Decreto n.º 3.298, de 20 de dezembro de 1999. Regula-menta a Lei n.º 7.853, de 24 de outubro de 1989, dispõe sobre a Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de De-ficiência, consolida as normas de proteção, e dá outras provi-dências. Disponível em: <www.faders.rg.gov.br/legislacao_novo.php>. Acesso em: 15 de fevereiro 2008.

BRASIL. Decreto n°5296, de 2 de dezembro de 2004. Regula-menta as Leis n° 10.048 de novembro de 2000, que dá priori-dade de atendimento às pessoas que especifica, e 10.098, de 19 de dezembro de 2000, que estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas porta-doras de deficiência ou com mobilidade reduzida, e dá outras

providências. Brasil. Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência. Acessibilidade. _____Brasília: Secretaria especial dos Direitos Humanos.

Brasil. Decreto n.º 5.626, de 22 de dezembro de 2005. Regula-menta a Lei n.º 10.436, de 24 de abril de 2002, que dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais - Libras, e o art. 18 da Lei n.º 10.098, de 19 de dezembro de 2000. Disponível em: <www.faders.rg.gov.br/legislacao_no. php>. Acesso em: 30 de janeiro 2008

BRASIL. Lei n° 8.213, de 24 de julho de 1991. Dispõe sobre os pla-nos de benefícios da Previdência Social e dá outras providências. Disponível em: <www.daders.rg.gov.br/legislacao_novo.php>. Acesso em: 15 de janeiro de 2008.

BRASIL. Ministério de Educação. Secretária de Educação Espe-cial. Política nacional de educação especial na perspectiva da educação inclusiva. Brasília, DF, 2007.

BRASIL. Ministérios da Saúde. Política nacional de saúde da pes-soa portadora de deficiência. Brasília, DF. Disponível em: <www.portal.saude.gov.br/portal/aequivos/pdf/manual.pdf>. Acesso em: 15 de fevereiro de 2008.COORDENADORIA NACIONAL PARA INTEGRAÇÃO DA PESSOA PORTADORA DE DEFICIÊNCIA – CORDE. Disponível em: <www.cedipod.org.br/w6corde.htm>. Acesso em: 15 de janeiro de2008.CONVENÇÃO sobre os direitos das pessoas com deficiência. In: Assembléia GERAL DAS NAÇÔES UNIDAS, 2006.

CEARÁ. Lei n° 12.916, de 28 de junho de 1999. Dispõe sobre as normas de adaptação de prédios de uso público a fim de asse-gurar o acesso adequado aos portadores de deficiência. In: MO-REIRA, Maria Célia Lima (org.). Coletânea das leis para as pessoas com deficiências. Fortaleza: UFC, 2005.

FORTALEZA. Lei n° 8.147, de 28 de abril de 1998. Dispõe sobre as

Page 24: PADEF

46 47

normas de adaptação e destinação de unidades habitacionais, em conjuntos populares construído no Município de Fortaleza, para famílias com pessoas portadoras de deficiência. In: MOREI-RA, Maria Célia Lima (Org.). Coletânea das leis para as pessoas com deficiências. Fortaleza: UFC, 2005.

FORTALEZA. Decreto n.°12.166, de 14 de fevereiro de 2007. Cria a Comissão Técnica Municipal para Elaboração de Políticas Públi-cas Municipais para Atenção às Pessoas com Deficiência. Diário Oficial do Município, Poder Executivo, Fortaleza, 16 fev. 2007.PRESIDÊNCIA DA REPUBLICA. Secretária Especial de Políticas para Mulheres. Plano nacional de políticas para mulheres. Brasí-lia, DF, 2006. Disponível em: <www.presidencia.gov.br/spmulhe-res>. Acesso em: 30 de janeiro de 2008.

GLOSSÁRIO

ACESSIBILIDADE - condição para utilização, com segurança e autonomia, total ou assistida, dos espaços, mobiliários e equi-pamentos urbanos, das edificações, dos serviços de transporte e dos dispositivos, sistemas e meios de comunicação e infor-mação, por pessoa portadora de deficiência ou com mobilidade reduzida.ACESSIBILIDADE ARQUITETÔNICA - refere-se ao acesso às vias públicas e espaços de uso público.ACESSIBILIDADE ATITUDINAL – refere-se a atitudes, posturas, comportamentos que promovam o acesso às pessoas com de-ficiência ou mobilidade reduzida aos locais públicos ou de uso comum, como também a atividades ou serviços que necessitem.ACESSIBILIDADE COMUNICATIVA E INFORMATIVA - refere-se ao acesso aos meios de comunicação e informação, como tam-bém a possibilidade de expressão e ao recebimento ou envio de mensagem sem obstáculos.ACESSIBILIDADE PEDAGÓGICA – refere-se ao acesso aos con-teúdos informativos e literários, necessários para o desenvolvi-mento educacional, contemplando diferentes tipos de suportes e possibilidades de comunicação e informação, segundo as es-pecificidades de cada deficiência. AGENDA 21 - plano de ação global, realizado pelas organizações do sistema das Nações Unidas, governos e pela sociedade civil, com abrangência em todos os aspectos em que a intervenção humana poderá prejudicar ou favorecer o meio ambiente. AJUDAS TÉCNICAS - produtos, instrumentos, equipamentos ou tecnologia adaptados, ou especialmente projetados, para me-lhorar a funcionalidade da pessoa com deficiência ou com mo-bilidade reduzida, favorecendo a autonomia pessoal, total ou assistida.ARTICULAÇÃO INTERSETORIAL – processo que consiste em criar parcerias com diversos setores objetivando viabilizar a exe-cução de políticas públicas.

Page 25: PADEF

48 49

ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO – refere-se ao atendimento às especificidades dos alunos com deficiência, sendo uma complementação da educação escolar.AUTARQUIA – entidade governamental com administração au-tônoma.AUTISMO – transtorno do desenvolvimento psiconeurológico que tem implicações diretas na capacidade da pessoa se comu-nicar e estabelecer relacionamentos em seu convívio social. BARREIRAS - qualquer entrave ou obstáculo que limite ou impe-ça o acesso, à liberdade de movimento, à circulação com segu-rança e à possibilidade de as pessoas se comunicarem ou terem acesso à informação.BARREIRAS ARQUITETÔNICAS - refere-se aos entraves ou obs-táculos nas vias públicas e espaços de uso público.BARREIRAS NAS COMUNICAÇÕES E INFORMAÇÕES - qualquer entrave ou obstáculo que dificulte, ou impossibilite, a expressão ou o recebimento de mensagens por intermédio de dispositivos, meios ou sistemas de comunicação, sejam ou não de massa, bem como aqueles que dificultem ou impossibilitem o acesso à informação.BARREIRAS NAS EDIFICAÇÕES - as existentes no entorno e in-terior das edificações de uso público e coletivo, bem como no entorno e nas áreas internas de uso comum nas edificações de uso privado multifamiliar.BARREIRAS NOS TRANSPORTES – as que dificultam ou impe-dem a acessibilidade nos serviços de transportes.BARREIRAS URBANÍSTICAS - as existentes nas vias públicas e nos espaços de uso público.BIBLIOTECA VIRTUAL/DIGITAL – sistema de informação em es-paço virtual de suporte à pesquisa, com rotinas de serviços se-melhantes aos das bibliotecas tradicionais, possibilitando entre muitas ações, a recuperação de documentos digitais e sua dis-seminação. BIBLIOTECA BRAILE – biblioteca com acervo escrito em Braile.BRAILE/BRAILLE – diz-se de, ou sistema de escrita em relevo criado por Louis Braille (1809-1852), que permite a leitura, pelo

tato, aos cegos.BRINQUEDOS INTERATIVOS – brinquedos que possuem a capa-cidade de responder a estímulos exteriores.COMPETÊNCIAS - capacidade de apreciar e resolver assuntos específicos, realizar determinada coisa; capacidade, habilidade, aptidão, idoneidade.CONSELHO - organização à qual compete opinar, aconselhar ou denunciar sobre ações de interesse público direcionadas para um segmento social ou área específica.CONTROLE SOCIAL – ação de caráter civil com a qual a socieda-de pode participar, acompanhar, fiscalizar ou propor ações go-vernamentais de interesse público.COOPERATIVISMO – sistema econômico que propõe a disse-minação das cooperativas como uma solução de problemas econômicos e sociais, com base nas atividades de produção e distribuição de riquezas.COORDENADORIA – estrutura pública responsável pela execu-ção de atividades específica.CUIDADORES – profissionais encarregados de cuidar; dispensa atenção às necessidades de pessoas com deficiência, pessoas idosas ou com mobilidade reduzida no desempenho de suas ati-vidades cotidianas.DECRETO - determinação escrita, emanada do chefe do Estado, ou de outra autoridade superior, determinando o cumprimento de uma resolução.DEFICIÊNCIA - alguma restrição ou perda, resultante do impedi-mento, para desenvolver habilidades consideradas normais para o ser humano.DEFICIÊNCIA AUDITIVA/SUDEZ - redução na capacidade para ouvir sons, a qual varia em intensidade, de acordo com a classi-ficação abaixo: a) de 25 a 40 decibéis (db) - surdez leve; b) de 41 a 55 db – surdez moderada; c) de 56 a 70 db – surdez acentuada; d) de 71 a 90 db – surdez severa; e) acima de 91 db - surdez profunda; e

Page 26: PADEF

50 51

f) anacusia (ausência total de sensação sonora).DEFICIÊNCIA FÍSICA/MOTORA – alteração, completa ou parcial, de um ou mais segmentos do corpo humano, acarretando o comprometimento da função física, apresentando-se sob a for-ma de paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetra-plegia, tetraparesia, triplegia, triparesia, hemiplegia, hemiparesia, ostomia, amputação ou ausência de membro, paralisia cerebral, nanismo, membros com deformidade congênita ou adquirida, exceto as deformidades estéticas e as que não produzam dificul-dades para o desempenho de funções.DEFICIÊNCIA MENTAL/INTELECTUAL - funcionamento intelec-tual significativamente inferior à média, com manifestação antes dos dezoito anos e limitações associadas a duas ou mais áreas de habilidades adaptativas, tais como: a) comunicação; b) cuidado pessoal; c) habilidades sociais; d) utilização da comunidade; e) saúde e segurança; f) habilidades acadêmicas; g) lazer; e h) trabalho.DEFICIÊNCIA MÚLTIPLA - associação de duas ou mais deficiên-cias.DEFICIÊNCIA VISUAL - cegueira, na qual a acuidade visual é igual ou menor que 0,05 no melhor olho, com a melhor corre-ção óptica; a baixa visão, que significa acuidade visual entre 0,3 e 0,05 no melhor olho, com a melhor correção óptica; os casos nos quais a somatória da medida do campo visual em ambos os olhos for igual ou menor que 60o; ou a ocorrência simultânea de quaisquer das condições anteriores.DESENHO UNIVERSAL - concepção de espaços, artefatos e pro-dutos que visam atender simultaneamente todas as pessoas, com diferentes características antropométricas e sensoriais, de forma autônoma, segura e confortável, constituindo-se nos ele-mentos ou soluções que compõem a acessibilidade.

Di - prefixo usado quando há um comprometimento maior dos membros inferiores do que dos superiores.DISTONIA - flutuação do tônus.DIVERSIDADE - diz respeito à multiplicidade de características que distinguem as pessoas.EDIFICAÇÕES DE USO COLETIVO - aquelas destinadas às ativi-dades de natureza comercial, hoteleira, cultural, esportiva, finan-ceira, turística, recreativa, social, religiosa, educacional, industrial e de saúde, inclusive as edificações de prestação de serviços de atividades da mesma natureza.EDIFICAÇÕES DE USO PRIVADO - aquelas destinadas à habita-ção, que podem ser classificadas como unifamiliar ou multifa-miliar.EDIFICAÇÕES DE USO PÚBLICO - aquelas administradas por en-tidades da administração pública, direta e indireta, ou por em-presas prestadoras de serviços públicos e destinadas ao público em geral.EMI - prefixo usado quando há comprometimento de um hemi-corpo (um dos lados, o direito ou o esquerdo do corpo).EQUOTERAPIA – equitação terapêutica; é um método terapêu-tico e educacional, que utiliza o cavalo dentro de uma aborda-gem interdisciplinar, nas áreas de saúde, educação e equitação, buscando o desenvolvimento biopsicossocial de pessoas com deficiência. ELEMENTO DA URBANIZAÇÃO - qualquer componente das obras de urbanização, tais como os referentes à pavimentação, saneamento, distribuição de energia elétrica, iluminação públi-ca, abastecimento e distribuição de água, paisagismo e os que materializam as indicações do planejamento urbanístico.EMPODERAR – refere-se ao processo de crescimento do poder, da autonomia e da consciência crítica de indivíduos ou grupos sociais.EQUIPARAÇÃO DE OPORTUNIDADES – processo no qual a so-ciedade constrói espaços e políticas públicas inclusivas, possi-bilitando o livre acesso de todos aos serviços, bens materiais e imateriais com igualdade de oportunidades.

Page 27: PADEF

52 53

EQUIPE MULTIDISCIPLINAR – grupo de profissionais especialis-tas em diversas áreas do conhecimento humano.GRATUIDADE – todo e qualquer benefício que possibilite o usu-ário beneficiado não pagar por algum serviço.GRUPOS SOCIAIS E CULTURAIS MINORITÁRIOS – comunidades sociais que, em decorrência de preconceito ou pouco reconhe-cimento social de suas características específicas ou de cultura, têm dificuldades em obter oportunidades para participação so-cial. GUIA-INTÉRPRETE – profissional que trabalha com surdo-cegos fazendo a transmissão de mensagens, conforme as necessida-des, possibilidades e preferências da pessoa com deficiência.HIPERTONIA - aumento do tônus. HIPOTONIA - diminuição do tônus.IMPEDIMENTO - alguma perda ou anormalidade das funções ou da estrutura anatômica, fisiológica ou psicológica do corpo hu-mano.INCAPACIDADE - uma desvantagem individual, resultante do impedimento ou da deficiência, que limita ou impede o cum-primento ou desempenho de um papel social, dependendo da idade, sexo e fatores socioculturais.INCLUSÃO ECONÔMICA E SOCIAL – abordagem na qual é efe-tivada a participação do individuo no usufruto dos bens econô-micos e no convívio e participação social.INCLUSÃO ESCOLAR DIGITAL - abordagem na qual é efetivada a participação do individuo no usufruto das inovações tecno-logias que permitem maiores possibilidades de comunicação e informação, como também o conhecimento e a condição de operar os equipamentos necessários para concretizar a inclusão digital.INCLUSÃO PROFISSIONAL - processo de inserção no mercado de trabalho de cidadãos que dele foram excluídos; no caso das pessoas com deficiência, a inclusão diz respeito, além de sua contratação, ao oferecimento de oportunidades de desenvolvi-mento e progresso na empresa.INCLUSÃO SOCIAL - processo de inserção na sociedade – nos

mercados consumidor e profissional, e na vida sociopolítica – de cidadãos que dela foram excluídos, no sentido de terem sido privados do acesso a seus direitos fundamentais.INTERSETORIALIDADE - ação que consiste em desenvolver par-ceria com setores distintos, mas que possuem um espaço de interesse comum nas áreas em que atuam, objetivando somar esforços para a resolução de problemáticas, consolidando políti-cas e aperfeiçoando resultados.LOGRADOUROS PÚBLICOS - espaço livre destinado à circulação de pessoas, parada ou estacionamento de veículos, como ruas, calçadas, avenidas, áreas de lazer e outros.MOBILIÁRIO URBANO - conjunto de objetos existentes nas vias e espaços públicos, superpostos ou adicionados aos elementos da urbanização ou da edificação, de forma que sua modificação ou traslado não provoque alterações substanciais nestes ele-mentos, tais como semáforos, postes de sinalização e similares, telefones e cabines telefônicas, fontes públicas, lixeiras, toldos, marquises, quiosques e quaisquer outros de natureza análoga.MOBILIDADE REDUZIDA - dificuldade que a pessoa tem de se movimentar, permanente ou temporariamente, gerando redu-ção efetiva da mobilidade, flexibilidade, coordenação motora e percepção.MOBILIDADE URBANA - atributo das cidades que se refere à fa-cilidade de deslocamento das pessoas e bens no espaço urbano. MONO - prefixo usado quando há comprometimento de um só membro.MORBI-MORTALIDADE – a morte que tem como causa fatores externos como acidentes e violência.MOVIMENTO SOCIAL – organização social com interesses e ca-racterísticas comuns, objetivando a defesa ou promoção de di-reitos perante a sociedade. MUDANÇA CULTURAL - invenção ou introdução de novos con-ceitos ou valores numa comunidade ou sociedade.ORGANIZAÇÕES NÃO-GOVERNAMENTAIS – grupo de indivídu-os da sociedade civil associados, com interesses comuns, sem fins lucrativos, com finalidades públicas.

Page 28: PADEF

54 55

ÓRTESES – aparelhagem destinada a suprir ou corrigir a altera-ção morfológica de um órgão, de um membro ou de um seg-mento de um membro, ou a deficiência de uma função. OSTOMIA – construção cirúrgica de um outro canal para a saída de fezes ou da urina para o exterior do corpo.PARA - prefixo usado quando há um comprometimento dos membros inferiores.PARESIA - alteração de movimento, sem perda da sensibilidade. PLEGIA - ausência de movimento, com alteração da sensibilida-de.PATRIMÔNIO IMATERIAL - conjunto de bens culturais como va-lores e crenças, de valor reconhecido por uma comunidade, que devem ser valorizados e conservados para o usufruto das futuras gerações.PATRIMÔNIO MATERIAL – conjuntos de bens materiais ou na-turais com valor reconhecido por uma comunidade, que devem ser protegidos para o usufruto das futuras gerações. PESSOA COM DEFICIÊNCIA/PESSOA PORTADORA DE DEFICI-ÊNCIA - aquela que possui limitação ou incapacidade para o desempenho de atividade; a terminologia atual é “pessoa com deficiência”.PESQUISA DE PREVALÊNCIA – investigação científica que per-mite compreender o quanto é comum, ou rara, uma determina-da doença, deficiência ou situação numa população.POLÍTICAS PÚBLICAS – o conjunto de ações coletivas voltadas para a garantia dos direitos sociais, configurando um compro-misso público que visa dar conta de determinada demanda, em diversas áreas. POLÍTICAS PÚBLICAS AFIRMATIVAS - são ações, medidas gover-namentais que objetivam a equiparação de oportunidades e o combate a discriminação de grupos sociais minoritários.POTENCIALIDADE – habilidades; capacidade de desenvolver al-guma atividade.PROGRAMAÇÃO LEGENDADA – transcrição do conteúdo infor-mativo de áudio para escrita, exposto por texto em tela de exi-bição.

PROTAGONISMO SOCIAL - ação pela qual o indivíduo toma consciência de seu potencial e das possibilidades de interven-ção na vida social e política, tornando-se sujeito de sua histó-ria, participando da dinâmica social, buscando superar limites e conquistar espaços.

Page 29: PADEF

Conselho Municipaldos Direitos da Pessoacom Deficiência.

CONDEFOR