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PADRÃO DE SUPERVISÃO DA ENFERMEIRA EM HOSPITAIS DE FEIRA DE SANTANA - BA 1 NURÇE ÇUPERIÇION PATIERN AT HOÇP ITALÇ IN FEIRA DE ÇANTANA - BA. 1 Maria Lúcia Seo Leite 2 RESUMO: Estudo exploratório descritivo sobre Padrão de Supervisão da Enfermeira (P.S .E .), realizado em Feira de Santa na-Bahia-Brasil, em 1 994, tendo como obj etivos descrever o padrão de supervisão e identificar os fatores que in terferem na mesma. Utilizou-se questionário e estatística descri tiva. O padrão de su pervisão realizado pela enfermeira não é sistematizado, evidencia ndo a falta de percepção da supervisão enquanto processo. Estatisticamente comprovou-se que o tipo de hospital é um fator que interfere no P .S.E. espaldada na literatura, no exame percentual dos resultados e na experiência profissional da autora, afirma-se que sexo, formação acadêmica, remunação, política de saú de, planejamento e estru tura técnico administrativa são fatores condicionant es do P.S.E ., assim como, mencionados pelos suj eitos, a falta d e autonomia profissi onal. as interferências políticas partidárias, deficiência de recursos humanos, baixa remuneração, deficiência de recursos ' materiais, ambiente físico inadequado e relações interpessoais insatisfatórias. UNITERMOS: Supervisão sistema tizada da enfermeira. Supervisão em enfermagem. Qualidade da intervenção da enfermeira. ABSTRACT: This is an exploratory descriptive study about Nurs e Supervision Pattern (NSP) perfomed in Feira de Santana-Bahia-Brazil, in 1 994, which aims at describing supervision patte and identifying in terference fac t ors. A questionnaire and descriptive statistics have been used. Supervision pattern proved that t he kind of hospital is a factor tha t in terferes on NSP. Based on literatu re, percentual exam of results and au thor's professional experience, it ass erted that sex, academic graduat i on, earnings, health politics, planning and technical administrative structure are conditional factors for NSP, as well as lack of professional aut onomy, interference of political parties, deficiency of material and human resources, low salaries, unsuitable environme nt and unsatisfacto in terpersonal relationships mentioned by the subjects. KEYWORDS: Nurse systematic supervision - Nursi ng supervision - Nursing intervention q u ality. Trabalho apresentado no 48º Congresso Brasileiro de Enfermagem, ocorrido no período de 6 a 1 1 de outubro de 1996, em são Paulo - SP· Enfermeira. Doutoranda em Enfermagem da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo. ProP. Assistente do Depaamento de Saúde d a Universidade Estadual de Feira de Santana - Ba. R. Bras. Enfe., Brasília, v. 50, n. 2, p. 169-182, abr.�un 1997 169

PADRÃO DE SUPERVISÃO DA ENFERMEIRA EM HOSPITAIS DE … · O questionário foi elaborado e estruturado com questões abertas e fechadas, com alternativas dicotômicas, tricotômicas,

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PADRÃO DE SUPERVISÃO DA ENFERME IRA EM HOSPITAIS DE FE IRA DE SANTANA - BA 1

NURÇE ÇUPER\JIÇION PATIERN AT HOÇPITALÇ I N FEI RA DE ÇANTANA - BA.

1

Maria Lúcia Servo Leite 2

RESUMO: Estudo exploratório descritivo sobre Padrão de Supervisão da Enfermeira (P .S .E . ) , real izado em Feira de Santana-Bahia-Brasi l , em 1 994, tendo como objetivos descrever o padrão de supervisão e identificar os fatores que interferem na mesma . Uti l izou-se q uestionário e estatística descritiva. O padrão de supervisão real izado pela enfermeira não é sistematizado, evidenciando a falta de percepção da supervisão enquanto processo. Estatisticamente comprovou-se que o tipo de hospital é u m fator que interfere no P .S .E . �espaldada na l iteratura, no exame percentual dos resu ltados e na experiência profissional da autora, afirma-se que sexo, formação acadêmica, rem uneração, política de saúde, planejamento e estrutura técnico administrativa são fatores condicionantes do P.S.E. , assim como, mencionados pelos sujeitos, a fal ta de autonomia profissional . as interferências políticas partidárias, deficiência de recursos h u manos, baixa remuneração, deficiência de recursos

'materiais, ambiente físico inadequado e relações

interpessoais insatisfatórias.

U NITERMOS: Supervisão sistematizada da enfermeira . Supervisão em enfermagem .

Qual idade da intervenção da enfermeira .

ABSTRACT: This is a n exploratory descriptive study a bout Nurse Supervision Pattern ( NSP) perfor'med in Feira de Santana-Bahia-Brazi l , in 1 994, which aims at describing supervision pattern and identifying interference factors. A questionnaire and descriptive statistics have been used . Supervision pattern proved that the kind of hospita l is a factor that interferes on NSP. Based on l iterature, percentual exam of results and a uthor' s professional experience, it asserted that sex, academic graduation, earnings, health polit ics, p lanning and technical administrative structure are conditional factors for NSP, as wel l as lack of professional a utonomy, interference of pol itical parties, deficiency of materia l and human resources, low salaries, unsuitable environment and u nsatisfactory interpersonal relationships mentioned by the subjects.

KEYWORDS: Nurse systematic supervision - Nursing supervision - Nursing intervention qual ity.

Trabalho apresentado no 48º Congresso Brasileiro de Enfermagem, ocorrido no período de 6 a 1 1 de outubro de 1 996, em são Paulo - SP· Enfermeira . Doutoranda em Enfermagem da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo. ProP. Assistente do Departamento de Saúde da Universidade Estadual de Feira de Santana - Ba.

R. Bras. Enferm., Brasília, v. 50, n. 2, p. 169-182, abr.�un 1997 169

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LEITE, Maria Lúcia Servo

INTRODUÇÃO O Setor Saúde, no Brasi l , passa por um momento h istórico caracterizado

pelo modelo assistencial precon izado pelo Sistema Ú n ico de Saúde (SUS) criado pela Constitu ição Federal3 e regu lamentado pela Lei Orgân ica de Saúde nº 8080/909 , Lei 8 . 1 42/90 e Decreto 99.438/908 . Na implantação deste modelo assistencia l , os recu rsos humanos são o eixo fundamental para a eficácia do Sistema.

A intervenção da enfermeira3 contribu i para a integra l idade da atenção à saúde, que é um d i re ito do cidadão , e a sua prática , portanto , deve ser ,anal isada e contextual izada, de, maneira que seja capaz de acompanhar e inserir-se no processo de mudanças econômico-sócio-cu ltura is e pol íticas.

O presente estudo foi gerado das reflexões que surg i ram em dfcorrência da nossa experiência tanto na área assistencial como na coordenação do Serviço de Enfermagem , em um Hospita l Gera l do Estado, no mun icípio de Feira de Santana-Bah ia , du rante o período de 1 983-1 988, e também da experiência acumu lada ao longo de 7 anos como docente da d iscip l ina Admin istração Apl icada à Enfermagem4, quando se questionava como a supervisão havia sido feita? como deveria ser? qual o seu real s ign ificado? qual a percepção das enfermeiras sobre a supervisão? em que base a supervisão está inserida no processo de trabalho da enfermeira? a supervisão, enquanto função inerente da enfermeira , é real izada de forma sistematizada ou não sistematizada? e qual o padrão de supervisão existente?

Neste estudo o padrão de supervlsao constitu i-se em supervlsao sistematizada e não sistematizada . O padrão de supervisão sistematizada deve ser compreendido como um processo que envolve planejamento , execução e aval iação das atividades real izadas, através da uti l ização de técn icas e instrumentos de supervisão que visam aferir eficiência , eficácia e efetividade, proporcionando o desenvolvimento da capacidade ind ividua l , g rupal e de relacionamento i nterpessoal da equ ipe de enfermagem e qual idade da intervenção prestada aos usuários do s istema de saúde. É importante destacar que dentro da concepção de padrão de supervisão sistematizada proposta neste estudo, a eficiência refere-se à forma de real izar a tarefa em conformidade com o que foi planejado mediante padrões preestabelecidos, estando associada à quantidade, à produtividade e aos custos ; a eficácia traduz o resu ltado da tarefa , isto é , a adequação do produto para os fins a que se propõe , estando associada

4

Uti lizar-se-á o gênero feminino quando nos referimos às enfermeiras e às supervisoras, buscando destacar a alta freqüência de mulheres nesta categoria profissional (94, 1 % no Brasi l , em 1 983, COFEN/ABEn p.57 vol . I ) .

.

Esta d iscipl ina faz parte do ciclo de discipl inas profissionalizantes do Curso de Enfermagem do Departamento de Saúde da Universidade Estadual de Feira de Santana, oferecida no 8° semestre.

1 70 R. Bras. Enfenn., Brasí l ia , v. 50, n . 2 , p. 1 69-1 82 , abr.ljun . 1 997

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P a d r ii o de S ll p er l' i 5 tl O da E nfe rm ei ra e m . . .

aos objetivos , à qua lidade e à satisfação dos usuários ; e a efetividade é a interação da conformidade (eficiência) com a adequação (eficácia), ou seja , é fazer a coisa certa da forma certa - é otimizar a supervisão em forma de processo.

A supervisão rea lizada pela enfermeira é entendida como função inerente à sua prática , independente do cargo/funçã05 que esteja exercendo, pois, lega lmente e no exercício profissiona l , esta é u m a supervisora em potencia l .

O Decreto-Lei n Q 94 .406, d e 08 d e jun h o d e 1 9877 que regu lamenta a Lei 7.498 de 25 de jun h o de 1 9866 , que dispõe sobre o exercício de enfermagem no

Brasi l , em seu a rtigo 8Q diz que ao enfermeiro incum be privativamente, na a línea c, "o planejamento , organização, execução e avaliação dos serviços de assistência de enfermagem" e nas atividades como integ rante da equipe de saúde, ressa lta-se a "participação na elaboração de medidas de prevenção e controle sistemático de danos que possam ser causados aos pacientes d u rante a assistência de enfermagem" (a línea f); "participação em programas e atividades de educação sanitária , visando à melhoria de saúde do indivíduo , da família e da população em gera l" (a línea m); e "participação nos programas de treinamento e aprimoramento de pessoa l de saúde, particu larmente nos programas de educação contin uada" (a línea n) (p. 25-26).

Com b�se nestas reflexões, formu lou-se o seg uinte questionamento :

- Qual o padrão de supervisão rea l izada pela enfermeira em hospitais de Fei ra de Santana-Ba, no período de março a junho de 1 994?

Objetivos

1 - Descrever o padrão de supervisão executada pela enfermeira da área hospita lar .

2 - I dentificar os fatores que interferem no padrão de supervisão rea lizada pela enfermeira da á rea hospita lar .

H ipóteses

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H 1 - O pad rão de supervisão executada pela enfermeira que atua n a á rea

hospita lar não é sistematizada .

H2 - O padrão de supervisão executada pela enfermeira sofre

interferênci a de fatores associados ao perfil da enfermeira e às características das instituições hospita la res .

Para MEZOMO, Função é u m conj u nto de tarefas executadas de maneira s istemática por u m a o u várias pessoas e Cargo é o posicion a mento h ierárq u ico n a estrutura o rg â n ica da empresa . (M EZOMO , João C. - Adm i n istração de Recursos H u manos. São Pau lo : C E DAS, 1 984, p. 66) .

R. Bras. Enferm. , Brasí l ia, v. 50, n . 2 , p. 169-182, abr .lj u n 1997 171

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LEITE, Maria Lúcia Semo

PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Modelo do estudo

Para alcançar os objetivos propostos, o modelo da investigação é classificado como um estudo transversal exploratório-descritivo (n ível 1 ) , segundo Wi/son2 1 , Richardson 1 9 e Ci/ 1 5, 1 6 .

Universo e população

Identificou-se quatorze ( 1 4) hospitais em Feira de Santana-Ba . , cadastrados pela Associação dos Hospitais do Estado da Bahia . Destes, cinco (05) não dispunham de enfermeiras em seu quadro de pessoal .

Pela natureza do trabalho, estabeleceu-se que o estudo seria real izado em institu ições hospitalares que d ispusessem de enfermeiras em seu quadro de pessoal e que estivessem em pleno exercício profissional no local de pesqu isa .

Desta forma , o u n iverso deste estudo, que foi real izado no período de março a j unho de 1 994 , constitu iu-se de nove (09) hospitais de Feira de Santana-Ba , ficando, portanto , a popu lação de estudo constitu ída de o itenta e três (83) enfermeiras, o que corresponde a 8 1 , 37% da popu lação de enfermeiras existentes nos hospitais estudados . Contudo, a homogeneidade do g rupo estudado - enfermeiras da área hospita lar - nos garante a representatividade dos dados anal isados .

Escolha da técnica para coleta de dados

A técn ica escolh ida para a real ização do levantamento dos dados foi o questionário, respondido pelas enfermeiras.

o instrumento

O questionário foi elaborado e estrutu rado com questões abertas e fechadas, com alternativas d icotômicas , tricotômicas, respostas mú lt iplas e abertas , de modo que fosse possível ating i r os objetivos traçados para o estudo.

1 72

O instrumento compõe-se de duas (02) partes assim constitu ídas:

1 ª parte : A enfermeira e as institu ições hospitalares A - Perfi l da cl ientela estudada B - Características da institu ição.

2ª parte : A enfermeira e a apl icação do padrão de supervisão C - Planejamento O - Execução E - Aval iação.

R. Bras. Enferm., Brasí l ia , v. 50, n . 2 , p. 1 69-1 82 , abr.ljun . 1 997

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P a d r ã o d e S u p e r v i s ã o da E llfe rm e i r a em . . .

A 1 ª parte do instrumento total iza 1 6 questões , cujos dados permiti ram a anál ise das variáveis independentes estabelecidas neste estudo, e a 2ª parte do instrumento tota l iza 1 7 questões . Esses dados permitiram a aná l ise da variável dependente estabelecida para este estudo - padrão de supervisão .

Aplicação e procedimentos utilizados na coleta de dados

Real izou-se um estudo p i loto apl icando o instrumento a qu inze ( 1 5) enfermeiras de hospitais da cidade de Salvador-Ba . , com o objetivo de verificar sua adequação ao estudo, bem como ajustar as falhas e e l iminar respostas pre­e laboradas.

Visitou-se as institu ições hospita lares e contatou-se com os d i retores , chefias de enfermagem e enfermeiras para fins de agendamento do período de entrega do questionário pessoalmente a cada enfermeira e recebimento dos questionários em cada institu ição.

Processamento, tratamento estatístico e análise dos resultados

Uti l izou-se proced imentos de estatística descritiva . Quanto á decod ificação e categorização das questões abertas , procu rou-se ut i l izar o critério semântico , observando as características de exaustividade, exclus ividade, homogeneidade, objetividade e fidel idade . .

.

A variável dependente Padrão de Supervisão foi ana l isada mediante valores e pesos atribu ídos ao planejamento , execução e aval iação. Estabeleceu-se a segu inte classificação: Planejamento (08 pontos e peso 05) tota l izando 40 pontos; Execução (22 pontos e peso 02) total izando 44 pontos ; Aval iação ( 1 8 pontos e peso 02) e ainda o item Satisfação (02 pontos e peso 0 1 ) total izando 38 pontos. Esta variável somou 1 22 pontos .

A classificação ora apresentada foi ut i l izada visando o estabelecimento do padrão de qua l idade deste estudo para designar supervisão sistematizada e não sistematizada .

O padrão de supervisão sistematizada foi obtida mediante as i ncidências de respostas "s im" extra ídas do instrumento de coleta de dados, representando a apl icação plena da supervisão entend ida como processo , ind icando a operacional idade da s istematização da supervisão . Estabeleceu-se a média igual ou acima de 60% para o padrão de supervisão sistematizada.

Quanto ás incidências de respostas "às vezes" e "não" , evidenciou-se as apl icações eventuais da supervisão como processo ou ausência de otimização deste processo ; ambas s intetizam as osci lações da supervisão em estudo. Neste n ível , caracterizou-se o padrão de supervisão como não sistematizada, cuja média obtida permaneceu abaixo de 60% .

Desta forma , computou-se a soma dos pontos de cada questionário referente ao somatório das respostas da variável padrão de supervisão - planejamento, execução e aval iação e d ivid iu-se pelo total máximo de pontos que cada

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L E I TE, A111rill Lúcia Servo

respondente deveria atingir , obtendo-se a média . Diante da média obtida e da estabelecida para o estudo enquadrou-se em padrão de supervisão sistematizada ou não s istematizada .

Assim , os · resu ltados obtidos mediante aplicação do instrumento foram computados e confrontados , seg undo o padrão de supervisão sistematizada e padrão de supervisão não sistematizada , eng lobando diversos tipos de informações através da associação entre as variáveis independentes com a

aplicação do teste de X2 (Qui-quadrado) de Pearson e X2 de Fischer e desvio pad rão.

Os dados obtidos foram registrados em tabelas simples e compostas .

A partir d a s informações constantes no questionário, procedeu-se á análise quantitativa com o aporte da a bordagem qualitativa , obedecendo as u nidades temáticas estabelecidas quando da delim itação das variáveis de estudo.

Richardson 1 9, referindo-se ao aporte do método qualitativo ao quantitativo, afirma que na análise da informação, as técnicas qualitativas permitem verificar

os resultados dos questionários e ampliar as relações descobertas (p. 48), ou seja , permitem apreender o conhecimento e a intimidade, com o objeto de estudo. Este autor, assina la ainda que o método qualitativo difere, em princípio,

do quantitativo à medida que não emprega um instrumental estatístico como

base do processo de análise de um problema e comenta que Há autores que

não fazem distinção clara entre métodos quantitativos e qualitativos, por

entender que a pesquisa quantitativa é também de certo modo, qualitativa (p.

38) .

Neste estudo procedeu-se com a aná lise quantitativa utilizando como aporte a a bordagem qualitativa para a rea lização do mesmo e assim reportou-se às citações dos atores sociais que participaram deste estudo, visando apreender e va lorizar os dados objetivos e s ubjetivos interiorizados e manifestados. Tais citações são procedidas de u m n úmero que corresponde ao n úmero do questionár io .

Prossegue-se com a apresentação, aná lise e discussão dos resu ltados .

APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Apresentação e anál ise dos dados

Far-se-á a leitu ra das tabelas, levando em con sideração apenas os dados que forem mais relevantes para este estudo.

A Tabela 01 , mostra a distribuição do padrão de supervisão encontrado e que é desenvolvido pela enfermeira nas instituições hospitalares estudadas.

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P a ú r il o de S ll p e n' i s ii o da E nfl! r l11 l' i r a e m . . .

TABELA 1 - PADRÃO DE SUPERVISÃO DA ENFERMEIRA EM HOSPITAIS .

FEIRA DE SANT ANA-BA, 1 994. PADRÃO DE SUPERVISÃO FREQÜÊNCIA

F i % Sistematizada 03 3,61 Não Sistematizada 80 96,39 TOTAL 83 1 00,00

Conforme nos mostra a Tabela acima , o padrão de supervlsao não sistematizada a lcançou freqüência superior correspondendo a 96,39% do tota l da popu lação, segu ido do padrão de supervisão sistematizada com índice percentua l de 3 ,61 %.

Assim , o primeiro g ra u (sistematizada) eng lobou as atividades de supervisão rea lizadas sob forma de processo (planejamento , execução e avaliação) e o seg u ndo g rau (não sistematizada) é relativo às atividades que são rea lizadas em forma de processo eventua lmente ou não .

As tabelas a seguir demonstram a relação entre o padrão de supervisão e o perfil da clientela estudada.

TABELA 02 - PADRÃO DE SUPERVISÃO DA ENFERMEIRA SEGUN DO O TIPO DE HOSPITAL. FEIRA DE SANTANA-BA, 1 994

PADRÃO DE SISTEMATIZADA NÃO TOTAL SUPERVISÃO SISTEMATIZADA

TIPO DE HOSPITAL Fi % Fi % Fi %

Geral - - 57 68,68 57 68,68 Especial izado 03 3,61 2 3 27,7 1 26 3 1,32 TOTAL 03 3,61 80 96,39 83 1 00,00

x2 = 6 ,82 ; P = 0,00899632 ; x2 Fischer = ± 0,0282975

Verificou-se que 68 ,68% das respondentes traba lham em hospita l gera l e rea lizam supervisão não sistematizada . Constatou-se que 3 ,61 % atuam em hospitais especia lizados e s istematizam a supervisão. Observou-se que estatisticamente existe associação entre padrão de supervisão e tipo de hospita l (X2 Fischer ± 0,0282975) em nível de 5% de probabilidade.

Discussão dos Resu ltados

A enfermeira e a aplicação do padrão de supervisão

A Enfermagem compõe o g rupo que faz parte da .atenção à saúde da população e a supervisão em enfermagem é apontada por diversos autores como um instrumento que viabiliza a qua lidade da intervenção de enfermagem,

R. Bras. Enferm. , Brasí l ia , v. 50, n. 2, p. 169-182 , abr ./jun 1 997 1 75

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LEITE, Maria Lúcia Servo

pois procura desenvolver as potencial idades dos membros da equ ipe no sentido de proporcionar uma assistência adequada e l ivre de riscos aos usuários do sistema de saúde. Observadas as especificidades, os documentos Padrões M ín imos de Assistência de Enfermagem à Comun idade4 , Padrões M ín imos da Assistência de Enfermagem em Recuperação da Saúde5 , a Lei do Exercício Profissional da Enfermagem6 , o Cód igo de Defesa do Consumidor1 o e o Código de Ética dos Profiss ionais de Enfermagem 12 vislumbram estes aspectos.

Para se ter uma supervisão eficiente , é necessário a adoção de uma metodologia de trabalho que a contemple como processo d inâmico que envolve o planejamento , a execução e a aval iação das atividades real izadas, visando detectar os pontos de estrangu lamento e buscar os métodos e técn icas mais eficazes na contin u idade da assistência aos cl ientes e na satisfação pessoal daqueles que trabalham nesta assistência . Portanto , é imprescindível , para se otim izar o trabalho , a uti l ização sistemática dos métodos, técn icas e instrumentos de supervisão pela enfermeira .

O caminho percorrido para se chegar ao padrão de supervisão nos permit iu a anál ise do planejamento , execução e aval iação.

Verificou-se a operaciona l ização do planejamento e obteve-se os dados a seguir : 69,9% da enfermeiras referiram existir p lano de trabalho no serviço de enfermagem , porém, 68 ,7% não sistematizam o planejamento da assistência aos cl ientes ; 55,4% não planejam as atividades d iárias e 54 ,2% não fazem plano ind ividual de trabalho.

Diante do exposto , afirma-se que a existência de Plano de Trabalho no Serviço de Enfermagem nos hospita is estudados , segundo 69,9% dos sujeitos , é um indicativo de que as decisões tomadas terão menos margem de erro e de perdas, faci l itando a sistematização e anál ise da situação . No entanto, 68,68% não s istematizam o planejamento da assistência e 3 1 , 32% das enfermei ras fazem á, sistematização do planejamento da assistência aos cl ientes, mostrando uma incoerência da prática na operacional ização do processo de planejamento .

Con.90rda-se com Castilho e Gaidzinskil l quando afirmam que "o requisito

fundamental para que seja mudada a forma de assistir a clientela é a conscientização do enfermeiro em relação à importância e a necessidade do uso de um método de sistematização da assistência (p. 2 1 0). " Portanto , constatou-se que 68,68% das enfermeiras não util izam um método de trabalho para atender as necessidades da cl ientela , e assim não determinam as ações de enfermagem e conseqüentemente não uti l izam a metodolog ia geral do planejamento . Conclu iu-se que estes sujeitos atuam na ampl itude operacional do planejamento , constitu i ndo-se num percent�a l baixo da popu lação.

.

A prioridade mais observada ao planejamento d iário da atividade de supervisão é o número de pacientes e grau de dependência , referida por 37 ,3% dos sujeitos.

1 76 R. Bras. Enferm. , Brasí l ia , v. 50, n . 2 , p . 1 69-1 82 , abr.ljun . 1 997

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P a d r â o d e S u pe rv i s ã o da E nfe r m e i r a e m . . .

A atividade de supervisão mais real izada pela enfermeira é a orientação e aval iação dos funcionários du rante a execução das atividades para identificar necessidades de tre inamento, foi referida por 67 , 5% dos suje itos .

Para o Min istério da Saúde1 .2 e Cunha / 4 , as técn icas de supervisão são: observação d i reta , revisão de documentos, aval iação de dados, entrevista , i nformação , demonstração de proced imentos , orientação, d iscussão de g rupo, reu n ião e estudos especia is .

Cunha' 4 assinala que são i númeras as técn iças que visam otim izar as ações dos g rupos em seu ambiente de traba lho , constitu indo-se em estratégias que desenvolvem os ind iv íduos, propiciam o a lcance de matu ridade profissional e faci l itam a participação destes ind iv íduos no processo decisório , promovendo interação harmon iosa , produtiva e satisfatória .

Este estudo revelou que as enfermeiras ut i l izam várias técn icas de supervisão, sendo a reu n ião com os membros da equ ipe de enfermagem a mais rea l izada (97 ,6%) .

Os instrumentos de supervisão variam de acordo com os tipos de comu n icação segundo TakahashFo. Cunha' 4 e documentos do Min istério da Saúde1 .2 , assinalam que estes se constituem em: rotei ros, dados estatísticos, relatórios de serviços , fichas e notas de pacientes, manuais de técn icas, normas , rotinas e proced imentos , mapas , comentários , fichas de aval iação e acompanhamento , inc lus ive objetivos e ind icadores.

Este estudo revelou que o relatório é o instrumento de supervisão mais ut i l izado (77 , 1 %) e os rotei ros em segu ida (57 ,8%) .

Dada a importância da aval iação no processo de supervisão, visando a ( re)­elaboração de um planejamento efetivo e a execução das atividades planejadas, i nqu i riu-se os sujeitos desta pesqu isa sobre os segu intes itens : aspectos observados na -aval iação da assistência do cl iente ; ava l iação ao trabalho da enfermeira ; aval iação da institu ição frente às d ificu ldades existentes que l im itam o trabalho de· supervisão da enfermeira e fina lmente a satisfação da enfermeira com o traba lho que rea l iza na institu ição.

I nqu i ridos sobre qua is aspectos são observados na aval iação da assistência aos cl ientes, verificou-se que 5 1 ,8% dos sujeitos mencionaram a observação do prontuário, relatório e l ivro de ocorrência . Estes dados nos levaram ao segu inte q uestionamento : Como aval iar a assistência aos cl ientes se 68 ,68% das enfermeiras não fazem a sistematização do p lanejamento da assistência aos cl ientes? Sabe-se que a ava l iação é uma fase imprescind ível para a elaboração do planejamento , seja qual for a sua natureza : Será que as enfermeiras realmente p lanejam e ava l iam? Ou será que �xecutam sem aval iar e planejar?

O trabalho da enfermeira é ava l iado através de relatórios , reg istros de ocorrências e prontuários (37 ,3%) .

R. Bras. Enferm., Brasí l ia , v. 50 , n . 2 , p . 1 69-1 82 , abr.ljun 1 997 1 77

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L E I TE, Maria Lúcia Servo

Com relação à aval iação da institu ição frente às d ificu ldades existentes que l im itam o trabalho de supervisão da enfermeira , observou-se os segu intes dados : Fa lta de autonomia profissiona l(80 ,7%); I nterferência pol ítica partidária e ingerência admin istrativa (7 1 , 1 %) ; Deficiência de recu rsos h umanos q uanti­qua l itativa (67 , 5%) ; Deficiência de recursos materiais e ambiente fís ico inadequado (63 ,9%) ; Baixa remuneração(55 ,4%) e Relações interpessoais insatisfatórias(54 ,2%) .

Cunhd4 assinala que existem situações que d ificu ltam a supervisão , ta is como: fi losofia de enfermagem que não enfatiza a importância do desenvolvimento de pessoal e da manutenção de relações interpessoais ; existência de uma pol ítica de trabalho centra l izadora , autoritária e tarefista ; inadequação de recu rsos h umanos, materia is , fís icos e financeiros; área fís ica inadequada; o despreparo das enfermeiras para desenvolver a supervisão e fa lha no planejamento do serviço ou d ivisão de enfermagem.

Por outro lado, o M IN ISTÉRIO DA SAÚDE2 menciona que os problemas e d ificu ldades observadas no processo de supervisão referem-se à estrutu ra técn ico-admin istrativa e de execução ; transgressão dos procedir:nentos de trabalho ; atitudes impróprias e infraestrutu ra .

Observou-se que os dados obtidos neste estudo, relacionados às d ificu ldades que as enfermeiras encontram para desenvolver o seu trabalho na institu ição , cond izem com o que prescreve a l iteratu ra . No entanto , não se encontrou referências à interferência pol ít ica partidária mencionadas por 7 1 , 1 % dos suje itos deste estudo.

Mediante os resu ltados apresentados e apl icando o proced imento estatístico estabelecido para a caracterização do padrão de supervisão executado pelas enfermeiras da área hospita lar , identificou-se que 3 ,6 1 % das enfermeiras ating i ram a média maior ou igua l a 0 ,60%, ou seja , 6 ,0 pontos.

Desta forma , evidenciou-se a comprovação da primeira h ipótese deste trabalho de que o padrão de supervisão executada pela enfermeira que atua na área hospitalar não é s istematizada(96 , 39%) , conforme Tabela 0 1 .

A enfermeira e as i nstitu ições hospitalares

o perfi l da c l ientela estudada e a i nstitu ição em que trabalha

Do total de enfermeiras que constituem a popu lação deste estudo, 68 ,68% atuam em hospitais gerais e rea l izam supervisão não sistematizada ; e 3 1 , 32% atuam em hospita is especia l izados , e , 27 , 7 1 % não sistematizam a supervisão enquanto que 3 ,6 1 % fazem a sistematização. Estatisticamente existe associação s ign ificativa entre padrão de supervisão e tipo de hospital .

178 R. Bras. Enferm. , Brasí l ia , v. 50, n . 2, p. 169-182, abr.lj u n . 1997

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I' " ' ; I (/(l de S L I /, e 1' 1' i � Ii (1 ti tl E /I fe r 111 <' i r tl I' 1 1 1 . . .

Não há associação estatística s ign ificativa entre pad rão de supervisão e as variáveis sexo , formação acadêmica , cargo , n ível salaria l , pol ítica de saúde, ent idade mantenedora , capacidade operacion a l , cl ientela e n úmero de enfermeiras . Estes resu ltados contra riam a l iteratu ra consu ltada que prescreve o planejamento como fator cond ic ionante para o exercício de uma supervisão efetiva, e estas variáveis são aspectos que devem ser observados para a rea l ização de u m planejam�nto compatível com as necessidades dos usuários e dos serviços (M I N I STÉRIO DA SAÚDE 1 2 ) .

CONSIDERAÇÕES F INAIS E SUGESTÕES

A enfermeira e a apl icação do pad rão de supervisão

As enfermeiras estão apl icando de modo a leatório os con hecimentos cíentíficos quando na ut i l ização de forma frag mentada e desarticu lada dos métodos, técn icas e i nstrumentos de supervisão, ou então , operacional izando o serviço sem associar a teoria com a prática ; s ina l izando u m despreparo para o exercício da função e fa lha no planejamento do serviço de enfermagem em todos os níveis, evidenciando a fa lta de percepção da supervisão enquanto processo ,

Apesa r de encontrar-se predominância do padrão de supervisão não s istematizado (96 , 39%) , não se pode afi rmar haver o exercício só desse padrão , estando as bases da supervisão e seu exercício na dependência de situações específicas da prática .

A fa lta de autonomia profiss ional (80 ,7%) , i nterferência política partidária e ingerêncía adm in istrativa (7 1 , 1 % ) , deficiência de recu rsos humanos quanti­qua l itativa (67 , 5%) , deficiência . de recu rsos mater ia is e ambiente fís ico inadequado (63 ,9%) , baixa remuneração (55 ,4%) , relações interpessoais i nsatisfatórias (54 ,2%) e insatisfação das enfermeiras com o traba lho que real izam (57 ,8%) são fatores l im itantes do exercício da supervisão .

A enfermeira e as institu ições hospita lares

Comprovou-se estatisticamente haver d iscordância s ign ificativa a n ível de 5% de probabi l idade entre as variáveis categorizadas no perfi l da enfermei ra e características da institu ição com o padrão de supervisão , exceto a variável tipo de hospita l . Entretanto , com exceção da variável idade, tempo de formada e outro vínculo empregatíc io , observa-se a relevância que as demais variáveis assumem quando do exame percentual e da vivêncía p rofissional da autora e verifica-se a importância que cada uma representa para o padrão de supervisão da enfermeira , pois refletem a qua l ificação do ind ivíduo , pol ítica de traba lho , recu rsos humanos, remuneração, p lanejamento e estrutura técn ico­admin istrativa , aspectos referenciados como fatores cond icionantes para o êxito da supervisão pela l iteratura .

R. Bras. Enferm. , Brasí l ia, v . 50, n . 2 , p . 169- 182, abr./j u n 1997 1,79

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LEITE, Maria Lli citl Serl'o

Contudo, 0 resultado exige postura de investigac;ao com base na metodologia cientifica. Considerando os resultados alcanc;ados, ressalta-se que a realidade da pratica representa a tendencia do grupo a um estagio de sensibilizac;ao para atender ou nao as necessidades da profissao.

Corrobora-se 0 pensamento de Minayo 18 :

Sugestoes

As Enfermeiras

Participem do levantamento das areas prioritarias para a pesquisa em enfermagem e que os resultados desta sejam divulgados e os pesquisadores informem aos sujeitos e as Instituic;oes os resultados obtidos nas investigac;oes.

As Escolas de Enfermagem

Realizem estudos sobre 0 nivel de eonscientizac;ao das enfermeiras a eerea das contradic;oes que permeiam a sua pratica e seus fatores determinantes;

As Entidades de Classe

Mobilizem os profissionais de enfermagem para discussao ampla visando uma tomada de posic;ao (em nivel local, estadual e federal) para a eonstruc;ao de um e6digo de conduta ou um guia para a administrac;ao, on de se visualize a dimensao etica dos gerentes, profissionais de saude e usuarios.

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

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180 R. Bras. Enferrn., Brasilia, v. 50, n. 2, p. 169-182, abr.ljun. 1997

O conhecimento é um processo infinito e não há condição de fechá-lo numa fase final, assim como não se pode fechar o final do processo histórico; embora o projetemos como politicamente democrático e socialmente igualitário para ser ecologicamente saudável, (p. 18)

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P a r/ nl O de S lI p c f l' i s ii o da E nfer l/l e i r a C 111 . . .

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R Bras. Enferm. , Brasí l ia , v . 5 0 , n . 2 , p. 1 69-1 82 , abr ./j u n 1 997 1 8 1

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LEITE, Maria Lúcia Sapo

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