12
Maio/ Junho de 2006 Em seus diferen- tes métodos, os profissionais de Radioterapia buscam meios para que o trata- mento de câncer atenda a três re- quisitos indispen- sáveis: precisão na área afetada, preservação de tecidos e órgãos sadios e a libera- ção exata da do- se a ser recebida por cada pacien- te. Para alcançar tais objetivos, contam com e- quipamentos de ponta que entra- ram no mercado de modo incisivo e... Continua na pág. 10 >> Multifacetado Cheio de graça Trazido ao país pela Medikol, o Ortho-one pro- mete reformular os conceitos da ressonância mag- nética de extre- midades. Tudo por conta do de- sign do aparelho, que confere mais conforto e liber- dade ao paciente, eliminando a in- comoda sensa- ção de claus- trofobia. A novi- dade pode ser utilizada para a realização de e- xames nas regi- ões das mãos, punhos, tornoze- los, joelhos e co- tovelos... Continua na pág. 05 >> A mastectomia deixa algumas seqüelas difíceis de curar. Sa- bendo disso, a em- presária e consulto- ra de beleza Ala Szerman e a propri- etária do primeiro spa holístico do país, Ma Dhyan Bhavya, abriram as portas para a implantação do programa “câncer, vida e sen- sualidade”. A idéia é exercitar as mu- lheres que já passa- ram pela cirurgia, suscitando a auto- estima através de discussões como a sensualidade e a se- xualidade depois da intervenção para a retirada das mamas. Localizado a 140 quilômetros de São Paulo, na cidade de Joanópolis... Continua na pág. 12 >> Ponto de apoio HORA DE RELAXAR Mulher mastectomizada faz sessão de watsu, oferecida pelo Hotel Ponto de Luz, no interior de São Paulo. O tempo se encarrega de apagar as tragédias – eis um ditado bastante popular. No caso de Chernobyl, mesmo depois de duas décadas, há... Continua na pág. 06 >> Reprodução Internet Divulgação Cartazes da campanha do Tucca para o diagnóstico precoce do retinoblastoma, conhecido como “olho de gato”. Pág. 08 >> núcleo da matéria Divulgação

Pág. 08 >> núcleo matéria · co Ludwig Boltzmann lançava em 1905 a ... chegando à fórmula que ... da entropia em termos mecânicos foi dada apenas por Boltzmann, a partir da

  • Upload
    donhi

  • View
    213

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Pág. 08 >> núcleo matéria · co Ludwig Boltzmann lançava em 1905 a ... chegando à fórmula que ... da entropia em termos mecânicos foi dada apenas por Boltzmann, a partir da

Maio/ Junho de 2006

Em seus diferen-

tes métodos, os

profissionais de

R a d i o t e r a p i a

buscam meios

para que o trata-

mento de câncer

atenda a três re-

quisitos indispen-

sáveis: precisão

na área afetada,

preservação de

tecidos e órgãos

sadios e a libera-

ção exata da do-

se a ser recebida

por cada pacien-

te. Para alcançar

tais objetivos,

contam com e-

quipamentos de

ponta que entra-

ram no mercado

de modo incisivo

e... Continua na

pág. 10 >>

Multifacetado Cheio de graça

Trazido ao país

pela Medikol, o

Ortho-one pro-

mete reformular

os conceitos da

ressonância mag-

nética de extre-

midades. Tudo

por conta do de-

sign do aparelho,

que confere mais

conforto e liber-

dade ao paciente,

eliminando a in-

comoda sensa-

ção de claus-

trofobia. A novi-

dade pode ser

utilizada para a

realização de e-

xames nas regi-

ões das mãos,

punhos, tornoze-

los, joelhos e co-

tovelos... Continua

na pág. 05 >>

A mastectomia deixa

algumas seqüelas

difíceis de curar. Sa-

bendo disso, a em-

presária e consulto-

ra de beleza Ala

Szerman e a propri-

etária do primeiro

spa holístico do país,

Ma Dhyan Bhavya,

abriram as portas

para a implantação

d o p r o g r a m a

“câncer, vida e sen-

sualidade”. A idéia

é exercitar as mu-

lheres que já passa-

ram pela cirurgia,

suscitando a auto-

estima através de

discussões como a

sensualidade e a se-

xualidade depois da

intervenção para a

retirada das mamas.

Localizado a 140

quilômetros de São

Paulo, na cidade de

Joanópolis... Continua

na pág. 12 >>

Ponto de apoio

HORA DE RELAXAR Mulher mastectomizada faz sessão de watsu, oferecida pelo Hotel Ponto de Luz, no interior de São Paulo.

O tempo se encarrega de apagar as tragédias – eis um

ditado bastante popular. No caso de Chernobyl, mesmo

depois de duas décadas, há... Continua na pág. 06 >>

Reprodução Internet

Divulgação

Cartazes da campanha do Tucca para o diagnóstico precoce do retinoblastoma, conhecido como “olho de gato”. Pág. 08 >>

núcleodamatéria Divulgação

Page 2: Pág. 08 >> núcleo matéria · co Ludwig Boltzmann lançava em 1905 a ... chegando à fórmula que ... da entropia em termos mecânicos foi dada apenas por Boltzmann, a partir da

2

Por Laura Natal Rodrigues*

No mês de abril aconteceu a

36ª Jornada Paulista de Ra-

diologia (JPR), que reuniu

profissionais da área no ITM

Expo Center, em São Paulo.

Foram três dias – de 20 a 23

de abril – que movimentaram

o meio científico.

Durante o encontro, os temas

correlatos a medicina nuclear,

radiodiagnóstico e radiotera-

pia foram esmiuçados através

de apresentações e seminá-

rios. Nossos associados com-

pareceram em número ex-

pressivo, sendo determinante

para comprovar o cresci-

mento e o fortalecimento

dos setores em questão.

Um balanço geral do evento

ficou a cargo dos sócios da

ABFM, Leonardo Paschino e

Paulo Roberto Costa, que des-

tacaram a importância dos

radiofármacos, da dosime-

tria interna, da proteção

radiológica e do PET/CT pa-

ra a medicina nuclear. Por si-

nal, estes foram alguns dos

temas abordados nos seminá-

rios do dia 21, que também

teve palestras sobre mamo-

grafia digital, PACS e RIS.

Já no dia 22 foi a vez da ra-

dioterapia entrar na pauta,

com a discussões sobre a apli-

cabilidade prática de Monte

Carlo, as variáveis do controle

de qualidade de sistemas

computadorizados de planeja-

mento para teleterapia, méto-

dos de radiocirurgia extracra-

niana, planejamentos tridi-

mensionais de braquiterapia

de alta dose, análise de erros

sistemáticos e randônicos na

radioterapia do câncer de

próstata, regulamento técnico

para funcionamento dos servi-

ços de radioterapia e a situa-

ção atual da profissão do Físi-

co na medicina.

Sobrou espaço ainda para as

novidades tecnológicas, caso

do LightSpeed VCT, da GE,

que você confere nas próxi-

mas páginas do Jornal Núcleo

da Matéria. E como não pode-

ria deixar de ser, há entrevis-

tas, matérias sobre bem-

estar, além de um artigo que

lembra os 20 anos da tragédia

em Chernobyl. Além disso,

também dá para se informar

sobre os próximos eventos

da ABFM. Boa leitura!

* Presidente eleita para o biênio

2006-2007.

Editorial

Núcleo da Matéria - Número 07, Ano III - Maio/ Junho de 2006. Publicação Bimensal

Presidente: Laura Natal Rodrigues [email protected]; Vice-presidente: Carlos Malamut

[email protected]; Secretária Geral: Márcia de Carvalho Silva [email protected];

Tesouraria: Vilma Aparecida Ferrari [email protected]; Diretoria de Radioterapia: Ma-

ria Esmeralda Ramos Poli [email protected]; Diretoria de Medicina Nuclear: Maria

Inês Calil Guimarães [email protected]; Diretoria de Radiodiagnóstico: Leonardo

Paschino [email protected]; Secretária regional norte-nordeste: Mar ia El iane de

Moraes [email protected]; Secretária regional centro-sudeste: Maria Lúcia

Ferreira [email protected]; Secretário regional sul: Maurício Leick [email protected].

AB

FM 2

006

Foto Laura Furnari Foto Studio Luz/ Sociedade Paulista de R

adiologia

Foto Studio Luz/ Sociedade Paulista de Radiologia

EM TRÊS TEMPOS Acima, credenciamento para a 36ª JPR.

À esquerda, vista parcial do evento, realizado no ITM Expo, em São Paulo. Abaixo, uma das apresentações da jornada.

Page 3: Pág. 08 >> núcleo matéria · co Ludwig Boltzmann lançava em 1905 a ... chegando à fórmula que ... da entropia em termos mecânicos foi dada apenas por Boltzmann, a partir da

3

Sinal Amarelo O que vêm por aí...

√ Desde o dia 21 de março, a Editora Unesp e a Livraria

Cultura iniciaram um ciclo de encontros com cientistas e pes-

quisadores para debater temas complexos, essenciais a estu-

dantes e ao público leigo. Informações: (11) 3170-4033

√ Dos dias 14 a 17 de junho, no Centro de Convenções em

Ribeirão Preto, SP, tem início o XI Congresso Brasileiro de Físi-

ca Médica. Para saber mais, acesse o portal:

www.abfm.org.br/rp2006.

√ No Expo Center Norte, em São Paulo, de 20 a 23 de junho

ocorre a Feira Hospitalar, considerada a maior do setor. O even-

to conta com 1.000 expositores de 30 países. Informações no

site www.hospitalar.com.

√ Para encerrar o semestre, de 16 a 21 de julho acontece a

58ª Reunião da SBPC, na UFSC, em Florianópolis. Mais infor-

mações: www.sbpcnet.org.br/eventos/58ra.

√ O Simpósio Internacional de Câncer de Mama, realizado

pelo Núcleo de Mastologia e Centro de Oncologia do Hospital

Sírio Libanês, acontece dias 28 e 29 de julho. Informações pelo

telefone (11) 3284-6680 ou pelo site www.hybrida.com.br.

√ No dia 07 de agosto, às 20h, no Plenário Juscelino Kubits-

chek, na Assembléia Legislativa de São Paulo, será realizado Sessão

Solene em homenagem ao Cinqüentenário do IPEN. A iniciativa é do

deputado Arnaldo Jardim (PPS-SP).

Resenha As teorias científicas são representações, construídas livremente pelos cientistas, com o propósito de des-

crever e explicar o comportamento da natureza.

Naquele final do século XIX, quando a velocidade das coisas impôs uma nova tônica à vida das pessoas,

as pesquisas sobre a física tornaram-se constantes. Proeminentes estudiosos, caso do inglês James Clerk

Maxwell e dos alemães Max Planck e Albert Einstein foram reconhecidos como os novos pensadores da

ciência, e suas teorias, fundamentais às questões inerentes da humanidade. Um destes nomes, o austría-

co Ludwig Boltzmann lançava em 1905 a primeira edição do livro “Escritos Populares” (Populäre Schrif-

ten). Com cerca de quatrocentas páginas, a obra continha artigos e textos elaborados para suas confe-

rências. Boltzmann era um entusiasta da pesquisa sobre os fenômenos microscópicos. Observava como a

pressão e a temperatura influenciavam a interação entre átomos e moléculas em movimento constante. Em 1884 estudou teoricamente a radiação em uma cavidade, chegando à fórmula que foi denominada

“Equação de Stefan-Boltzmann”. Organizado em dez capítulos pelo professor de filosofia da Universidade

Estadual do Rio de Janeiro, Antônio Videira, “Escritos Populares” é uma compilação que se apresenta “o

núcleo do pensamento filosófico do autor” e trata de temas como métodos da física teórica e os princípios

da mecânica. Videira é um especialista em Boltzmann, tendo publicado muitos artigos a seu respeito.

Também não seria para menos. Ludwig é considerado por muitos como o criador da Mecânica Estatística, importante segmento da Física Mo-

derna. Na época foi extensivamente combatido por Ernest Mach e Wilhelm Ostwald, que não aceitavam os princípios de suas reflexões a res-

peito da matéria. Sua reação diante das críticas sempre soou melancólica, resultando em constantes mudanças de universidades. Ele passou

um curto período de tempo por Viena, Graz, Leipzig, Heidelberg e Berlim. Em sua defesa, Max Planck chegou a afirmar que a definição direta

da entropia em termos mecânicos foi dada apenas por Boltzmann, a partir da teoria cinética dos gases. Muitos condicionaram sua personalida-

de cada vez mais depressiva, à perseguição de outros cientistas. Em 1906, durante suas férias na Baia de Duino, Boltzmann cometeu suicídio.

Consta em seu túmulo, localizado em Viena, a inscrição da fórmula S=k.logW, feita pelo amigo Planck, que denominou “k” como a constante

de Boltzmann, literalmente, um gênio incompreendido.

Escritos Populares, de Ludwig Boltzmann, Editora Unisinos (www.unisinos.br). Organização e Tradução de Antônio Videira. 186 páginas. Pre-

ço de capa: R$ 33. À venda também na Livraria da Física.

Div

ulga

ção

Por Ariana Brink

A palavra recidiva geralmente causa

calafrios no paciente. Isso porque, na

maioria das vezes, ela é tratada de for-

ma paliativa. O médico oncologista do

hospital Santa Paula, Francisco Marzio-

na, diz que, “Quando o paciente volta a

apresentar células cancerosas, seu or-

ganismo já desenvolveu resistência

contra o tratamento seguido anterior-

mente”. Trocando em miúdos, o câncer

se torna mais agressivo. A recidiva po-

de ocorrer de três maneiras, local, re-

gional ou metástase. “Enquanto na lo-

cal as células cancerosas crescem no

mesmo lugar, o regional envolve a pro-

ximidade dos linfonodos, que são gân-

glios linfáticos. Já a metástase implica

a migração do câncer para órgãos dis-

tantes. Por exemplo, quando a mulher tra-

tou um câncer de mama e houve uma reci-

diva nos ossos ou no pulmão”, explica

Marziona. Além da prevenção da doença

através de exames periódicos e da adoção

de uma dieta saudável, quem já foi exposto

ao tratamento do câncer tem ainda mais

chances de desenvolver células cancerosas

do que aquele que nunca sofreu com a

doença. O prognostico depende do ta-

manho do tumor e da quantidade de

gânglios comprometidos pelo câncer.

Portanto, a prevenção e detecção pre-

coce ainda são as melhores armas para

a menor recidiva da doença.

Page 4: Pág. 08 >> núcleo matéria · co Ludwig Boltzmann lançava em 1905 a ... chegando à fórmula que ... da entropia em termos mecânicos foi dada apenas por Boltzmann, a partir da

4

Por Sérgio Martins

Um dos elos que enfraqueciam a

medicina nuclear, finalmente, caiu

por terra. Da pesquisa por novos

procedimentos até chegar ao con-

sumidor final, neste caso, o paciente, a

distribuição de radiofármacos des-

tinados à medicina, configura-

vam num gasto surreal, incom-

patível com a realidade do trata-

mento do câncer.

Depois de passar por um caso par-

ticular, o senador Jorge Bornhausen,

do PFL de Santa Catarina, decidiu

comprar a briga para tornar mais

acessível o uso deste material ra-

dioativo. Foi dele a Proposta de

Emenda Constitucional, nº. 199,

de 2003, para “excluir do monopó-

lio da União à produção, comercia-

lização e utilização de radioisóto-

pos de meia-vida curta, para usos

médicos, agrícolas e industriais”.

Embora fundamental, a emenda

que alterou o inciso XXIII do arti-

go 21 da Constituição Federal le-

vou quase três anos para ser refe-

rendada pela Câmara dos Deputa-

dos, com 431 votos a favor, 12

contra e uma abstenção. Foi pro-

mulgada pelo Presidente da Re-

pública em 1º de fevereiro

deste ano.

A partir desta realidade abrem-se

duas questões: como a Comissão

Nacional de Energia Nuclear, a

CNEN, fará o controle das empre-

sas que desejarem abrir mercado

no país, mantendo o nível atual

de qualidade e segurança e,

de que forma esta nova regra

afetará o mercado.

Em entrevista exclusiva cedida

para o jornal Núcleo da Matéria,

o presidente da CNEN, Odair Dias

Gonçalves, afirmou que já houve

consultas de empresas interessa-

das na concessão, para a produ-

ção deste material. “Estamos de-

senvolvendo agora o processo de

licenciamento, que passará por

modificações, respeitando os pa-

drões técnicos e de segurança in-

ternacionais”, completou.

Entretanto, será fundamental nes-

ta ação, que o Sistema Único de

Saúde (SUS) tome uma posição

mais definida no que tange a reali-

zação deste exame. “Isto significa

que não adianta aumentar a pro-

dução dos radiofármacos, esten-

der a rede de hospitais atendidos

e importar novos equipamentos,

se o procedimento não for liberado

pelo SUS”, avisa.

Odair Gonçalves aponta ainda que

a CNEN tem investido na amplia-

ção da estrutura de cíclotrons,

com instalação de dois deles nos

centros de Belo Horizonte e Recife,

respectivamente, além de um no-

vo acelerador construído com a-

poio da Fundação de Amparo a

Pesquisa do Estado de São Paulo

(FAPESP).

Para a população, isso significa

que doze unidades de saúde esta-

rão equipadas de forma mais efe-

tiva para o diagnóstico de neopla-

sias malignas, bem como de dis-

túrbios cardiovasculares. Citando

o senador Bornhausen ‘este foi um

projeto criado para salvar vidas’.

Medicina Nuclear

Núcleo da Matéria - Número 07, Ano III - Maio/ Junho de 2006. Publicação Bimensal

O especialista... Por Jorge Bornhausen*

Às vésperas de completar 39 anos de vida pública, liderar um pro-

cesso que, agora, se completa com a promulgação solene da E-

menda Constitucional n.º 49 que flexibiliza o monopólio da União

para a produção de radioisótopos de meia-vida curta, é uma satis-

fação. Completamos um longo caminho que contou com a colaboração

imprescindível da classe médica, dos relatores e sub-relatores, dos líde-

res no Senado e na Câmara e todos os votos dos Senadores e, tam-

bém, da maioria dos Deputados (...). Foi num momento de angústia,

quando minha mulher, Dulcinha, já operada de um câncer na tireóide

voltou a apresentar sinais de recidiva, apontados no exame de sangue,

sem que, no entanto, se conseguisse, pelos aparelhos disponíveis, a

localização das células cancerígenas para extirpá-las que me veio a

questão. Por orientação da Dra. Valéria Guimarães, do Dr. Marcelo

Bronstein, do Dr. Jairo Wagner e do Dr. Paulo Pontes, fui novamente a

Nova York (a primeira vez aconteceu em 1982, quando meu filho teve

leucemia) para utilizar um novo aparelho denominado “PET Scan” que,

com contraste de radioisótopos de meia-vida curta, tinham extraordiná-

rio alcance para localizar as células cancerígenas. O resultado do exame

permitiu a bem sucedida operação e a respectiva cura. Mas aqui vale o

detalhe. No dia que íamos embarcar para Nova York, encontrei no aero-

porto de Brasília o Dr. Jairo Wagner e lhe fiz a pergunta, “Porque não

tínhamos aparelhos semelhantes no Brasil?” e ele explicou que era em

razão da nossa Constituição que, no seu artigo 21, estabelecia o mono-

pólio da União na produção e comercialização de radioisótopos. Na mi-

nha volta pedi os elementos ao Dr. Jairo para apresentar a Emenda

Constitucional que ora está sendo promulgada. Ele enviou-me não só

com as razões de ordem médica, mas acrescentou na documentação

um relatório da própria CNEN aconselhando a flexibilização do monopó-

lio. Na correspondência explicava-me o Dr. Jairo Wagner, “a tecnologia

PET (tomografia por emissão de pósitrons) é uma técnica de medicina

nuclear com excepcional sensibilidade e precocidade para detecção de

minúsculas lesões tumorais, assim como de disfunções metabólicas,

neurológicas e cardíacas. Os radioisótopos utilizados como ‘contrastes’

radioativos em PET são produzidos em cíclotrons e caracterizam-se por

meia-vida curta, isto é, de 2 a 120 minutos. Faz-se necessário, portan-

to, que haja um cíclotron instalado próximo a cada serviço de medicina

nuclear que deseje dispor de equipamentos para a realização de exa-

mes PET”. Juntava, ainda, para completar a necessidade da emenda,

parecer da CNEN que concluía, “Por não dispor a CNEN, braço executor

da União, de recursos suficientes para atender à demanda sempre cres-

cente de tais substâncias, entendo deva ser elaborada Emenda Consti-

tucional para permitir a produção, comercialização e utilização de radio-

isótopos, mantidos os meios de controle das atividades que os envol-

vem”. Estudei o assunto e verifiquei que o constituinte, ao fixar a regra

monopolista, atendeu à situação da época, em que todos estavam im-

pressionados com os acidentes de Chernobyl e do césio em Goiás, além

da falta de avanço tecnológico, que só recentemente nos trouxe os a-

parelhos de “PET Scan”. Ajudado pelos técnicos do Senado apresenta-

mos o projeto de Emenda que, promulgada, nos permitirá este grande

passo para salvação de milhares de vidas humanas. Finalmente, pos-

so dizer que a promulgação da Emenda Constitucional 49, pelas vidas

que há de salvar, justifica, em muito, todo o trabalho dependido.

* Trechos do discurso proferido pelo senador Jorge Bornhausen (PFL-SC) na

sessão solene do Congresso Nacional, realizada no dia 08 de fevereiro de

2006, para promulgar a emenda constitucional nº. 49 de sua autoria.

Page 5: Pág. 08 >> núcleo matéria · co Ludwig Boltzmann lançava em 1905 a ... chegando à fórmula que ... da entropia em termos mecânicos foi dada apenas por Boltzmann, a partir da

5

Informe-se

NA REDE Depois das comemorações

pelos dias mundiais da Saúde e de

combate ao Câncer, respectivamente

em 07 e 08 de abril, o Instituto Brasi-

leiro de Controle do Câncer (IBCC)

ganhou o reconhecimento de referên-

cia no atendimento e tratamento de

pacientes com câncer também na in-

ternet. O portal do IBCC foi considera-

do um dos mais completos na catego-

ria Saúde, com dicas de auto-exames,

novidades em pesquisas, além de per-

guntas e respostas. Informações:

www.ibcc.org.br.

LIVRO A Associação Brasileira do

Câncer lança o livro - em formato digi-

tal - “Tenho Câncer. E Agora?”. A idéia

da publicação é desmistificar a doen-

ça, através de casos bem sucedidos.

Dias Contados

Trazido ao país pela Medikol,

o Ortho-one promete refor-

mular os conceitos da resso-

nância magnética de extre-

midades. Tudo por conta do

design do aparelho, que con-

fere mais conforto e liberda-

de ao paciente, eliminando a

incomoda sensação de

claustrofobia.

A novidade pode ser utiliza-

da para a realização de exa-

mes nas regiões das mãos,

punhos, tornozelos, joelhos

e cotovelos, que hoje repre-

sentam de 50% a 70% do

total de análises feitas. Se-

gundo o diretor da Medikol,

Israel Schleif, estes dados se

devem ao

a u m e n t o

significativo

de práticas

esportivas.

O equipa-

mento per-

mite que o

paciente fi-

que senta-

do, com

maior mobi-

lidade nas

áreas não tra-

tadas. Além

disso, a e-

missão de

ruídos é considerada baixa,

ou seja, é possível que du-

rante a ressonância, o

paciente consiga até ouvir

música - improvável nos mé-

todos convencionais.

O Ortho-one tem um campo

de 1T (um tesla) – fato que

produz imagens de melhor

qualidade e, conseqüente-

mente, maior precisão

nos resultados.

Fabricado pela empresa nor-

te-americana ONI Medical

Systems, o equipamento

também inova também ao

oferecer menor custo em

relação aos aparelhos de

ressonância de corpo inteiro,

minimizando os valores de

instalação, infra-estrutura e

manutenção.

“Estas características aca-

bam tendo um impacto eco-

nômico importante, pois o

número de exames por

dia para se pagar o equi-

pamento e a manutenção

pode ser de 4 a 5 vezes

menor”, garante Schleif.

Depois de conquistar espaço

em clinicas européias, desta-

cando-se especialmente nas

Olimpíadas de Inverno de

2006, em Turim, o equipa-

mento foi oficialmente apre-

sentado durante a 36ª

Jornada Paulista de Ra-

diologia (JPR), que acon-

teceu entre os dias 20 e

23 de abril, no ITM Expo,

em São Paulo.

Vale ressaltar, que por aqui,

o aparelho aporta em seis

unidades do Centro de Diag-

nósticos Delboni Auriemo,

em São Paulo e Curitiba,

e na Clinica Imagem, de

Florianópolis, todos com

previsão de funcionamen-

to para o segundo semes-

tre deste ano.

AGORA É LEI Publicada pelo Diário Oficial, em 06 de fevereiro de 2006, a norma que regulamenta o funcionamento dos serviços

de radioterapia, RDC nº. 20, estabelece a defesa da saúde dos pacientes, dos profissionais envolvidos e do público geral. Entre as

considerações, ficou proibido instalar ou manter em funcionamento aparelhos e equipamentos geradores de radiações ionizantes

sem licença do órgão sanitário competente, além da necessidade de regulamentar a participação da ANVISA no controle de materi-

ais radioativos no país. Configura crime produzir, processar, embalar, importar, exportar, comercializar, fornecer,

transportar e armazenar substância radioativa em desacordo com as exigências previstas nas leis nacionais. Todos

os serviços de radioterapia das instituições públicas e privadas devem seguir a padronização das normas e parâmetros sa-

nitários estabelecidos no país, através da ANVISA.

Divulgação

SEM MEDO Exame de extremidades com o novo aparelho da Medikol é

o fim da sensação de claustrofobia.

Page 6: Pág. 08 >> núcleo matéria · co Ludwig Boltzmann lançava em 1905 a ... chegando à fórmula que ... da entropia em termos mecânicos foi dada apenas por Boltzmann, a partir da

6

Por Patrícia Favalle

O tempo se encarrega de apagar as tragé-

dias – eis um ditado bastante popular. No

caso de Chernobyl, mesmo depois de duas

décadas, há ainda muito que cicatrizar.

Traduzido para o ucraniano, a palavra

russa Chornobyl quer dizer absinto,

bebida amarga, mas, ainda assim, instigante.

Era 27 de abril de 1986, quando os moni-

tores de radiação localizados na Central

Nuclear de Forsmark, na Suécia, registra-

ram níveis alarmantes de iodo e cobalto. O

pânico se instalou com a suspeita de um

provável vazamento radioativo. O mesmo

temor seguiu-se por Oslo, capital norue-

guesa, e Dinamarca, onde os índices ob-

servados foram cinco vezes maiores do

que os aceitáveis.

As suspeitas logo apontaram para a então

União Soviética, mas Moscou tratou de ne-

gar qualquer problema. Porém, em 28 de

abril, o governo soviético anunciou o aci-

dente nuclear, através de uma nota que

dizia, “uma explosão, incêndio e fusão do

reator ocorreu na Central Nuclear Vladimir

IIitch Lênin, em Pripyat”.

Uma retrospectiva leva ao dia 25 de abril,

data que teve início a pesquisa na unidade

4 de Chernobyl – em funcionamento desde

1984 -, cujo objetivo era avaliar se a turbi-

na do gerador, girando ainda por inércia

com o reator desligado, proveria energia

suficiente para manter as bombas de água

de circulação em funcionamento. O pro-

jeto russo, chamado de RBMK (Reaktor

Bolshoy Moschnosty Kanalny) era equi-

pado com reatores de urânio enrique-

cido, refrigerados à água fervente e

moderados à grafite.

Os operadores reduziram a potência pela

metade, e o sistema de resfriamento de

emergência foi desligado para evitar que o

reator entrasse em modo automático du-

rante a realização dos testes. As dificulda-

des começaram depois da troca de turno,

por volta das 00h30, quando a energia caiu

bruscamente para 30 MW e o procedimen-

to teve que ser feito manualmente. Duran-

te este desequilíbrio, houve envenenamen-

to pela formação de xenônio, produto de

fissão, com forte poder de absorção de

nêutrons. O ideal seria que o teste fosse

imediatamente suspenso, mas a conduta

adotada foi equivocada.

Em menos de uma hora, apenas 8 das 211

barras de controle estavam no reator. O

súbito aumento de temperatura culmi-

nou numa reação em cadeia, com a

fusão do núcleo, ocorrendo duas explo-

sões. Durante dez dias, Chernobyl perma-

neceu em chamas. No momento do aciden-

te, 31 pessoas morreram – deste total, du-

as foram atingidas diretamente e uma

foi vítima de infarto.

Hoje, calcula-se que 32 mil mortes aconte-

ceram por conta da contaminação, já que

as pessoas foram expostas à radiação nu-

ma intensidade 400 vezes maior que o da

bomba de Hiroshima. A lentidão do gover-

no russo, que só começou a distribuir iodo

à população afetada em 21 de maio e eva-

cuou os 45 mil habitantes apenas 36 horas

depois do incidente, também contribuiu

para que a catástrofe se perpetuasse na

história. Após o desastre, a construção do

‘sarcófago’ da usina levou sete meses

para ser concluída. Ao todo, 326 mil

pessoas tiveram que abandonar suas ca-

sas, num raio de 30 quilômetros.

Em 13 de setembro de 1987, o Brasil expe-

rimentou do mesmo veneno amargo. Um

aparelho de radioterapia que pertencia ao

Instituto Goiano foi roubado para ser ven-

dido em partes, por causa do alto valor co-

mercial do chumbo.

Envolto por uma cápsula, estava o Césio-

137. O revestimento que protegia o mate-

rial radioativo foi violado e as pessoas ma-

nusearam livremente o pó fluorescente. A

partir dali, a contaminação se alastrou e

em apenas 16 dias, as primeiras vítimas –

num total de 249 – foram diagnosticadas

com a síndrome da radiação, sendo duas

fatais.

Enquanto Chernobyl impera como um sím-

bolo da era comunista, devidamente soter-

rada por toneladas de concreto, que vez ou

outra cismam em rachar, para provar ao

homem que ali ainda dorme um perigo, o

solo da região afetada – chamada de zona

de exclusão – deve permanecer inabitável

por pelo menos 900 anos. Na contramão

de eventos isolados, a energia nuclear não

deve ser enterrada com os destroços de

Chernobyl, afinal, trata-se de uma alterna-

tiva de energia altamente concentrada,

sem emissão de poluentes na atmosfera e

tão segura como qualquer outra fonte.

É preciso, porém, de cuidados na armaze-

nagem dos resíduos e de um plano deta-

lhado a longo prazo. Depois do acidente,

mais 48 usinas foram construídas em todo

o mundo. Um sinal de que Chernobyl ficou

para trás. Como dizem, “(...) e assim, ca-

minha a humanidade”.

Amargo veneno

Núcleo da Matéria - Número 07, Ano III - Maio/ Junho de 2006. Publicação Bimensal

PELOS ARES Vista aérea dos destroços de Chernobyl.

Projeto de sarcófago definitivo para enterrar os restos da usina.

Divulgação

Rep

rodu

ção

Inte

rnet

Page 7: Pág. 08 >> núcleo matéria · co Ludwig Boltzmann lançava em 1905 a ... chegando à fórmula que ... da entropia em termos mecânicos foi dada apenas por Boltzmann, a partir da

7

Tecnologia Tome nota

DE AGENDA CHEIA

A Sociedade Brasi-

leira de Física (SBF)

participa de dois

eventos destinados

a educadores, alu-

nos e o público em

geral. Desde o dia

08 de maio acontece

a mostra “Einstein e

a América Latina”,

no Museu de Astro-

nomia e Ciências

Afins (MAST), que

apresenta impressões do físico a respeito dos países

visitados por ele, durante suas viagens realizadas entre

1925 e 1930. A exposição está em sua segunda mon-

tagem, tendo estreado no ano passado, em comemora-

ção ao Ano Internacional da Física. A SBF ainda convi-

da professores e estudantes do ensino médio de todo

país a inscreverem-se na oitava edição da Olimpíada

Brasileira de Física até o dia 15 de julho. Segundo a

entidade, o objetivo é despertar o interesse para a ma-

téria, funcionando como estímulo a futuros profissio-

nais dedicados a carreira de ciência e tecnologia. A ex-

pectativa é de que cerca de 60 mil pessoas entrem na

competição. Destes serão escolhidos os jovens que re-

presentarão o país nos torneios internacionais, realiza-

dos em Cingapura, Irã, Portugal e Argentina. Para que

o aluno possa participar, basta que um professor de

física da escola esteja credenciado. O cadastro é gra-

tuito e o endereço na internet é

www.sbf1.sbfisica.org.br/olimpiadas ou através

da coordenação das olimpíadas de cada es-

tado (o endereço consta nos cartazes afi-

xados nas unidades de ensino, previamente

distribuídos).

Einstein e a América Latina. De 8 de maio a 1º de

setembro de 2006, de segunda a sexta-feira, das 8h

às 17h. Saguão do 1º andar do Prédio de Ensino e

Informática, Ipen. Avenida Lineu Prestes, 2242 - Ci-

dade Universitária.

8ª Olimpíada Brasileira de Física. Inscrições até o

dia 15 de julho. Mais informações pelo site

www.sbf1.sbfisica.org.br/olimpiadas ou na secretaria

geral da Olimpíada, no telefone (11) 3814-5152.

Por Alex Barbosa

Um dos destaques da 36ª Jornada

Paulista de Radiologia (JPR), reali-

zada entre os dias 20 e 23 de abril

deste ano, a GE apresentou uma

série de produtos de linhas excep-

cionais. Caso do LightSpeed VCT,

um tomógrafo computadorizado

volumétrico, cujas vantagens estão

na velocidade de varredura feita

em uma única rotação (graças ao

tubo de 8 MHU e o gerador de 100

kW), na altíssima resolução das

imagens e na tecnologia criada para

‘formar uma visão tridimensional

da anatomia do paciente, para a

análise clínica’.

Tanta tecnologia é resultado do pro-

grama Hilight®Matrix III Scintillator,

que garante 40mm de cobertura com

espessura de corte de até 0,35mm,

evidenciando imagens antes não-

detectáveis. Estas fatias, ultrafinas,

serão fundamentais, por exemplo,

para exames cardíacos em que se

demanda a exposição do volume e a

definição de tecidos, cada vez mais

detalhados.

O tomógrafo conta ainda com o siste-

ma Microvoxel que coleta uma série

de dados em volumes cúbicos míni-

mos e os reagrupa posteriormente,

em figuras em 3D.

Esta descoberta permite a investiga-

ção de possíveis neoplasias sem mé-

todos tão invasivos, garantindo ainda

procedimentos posteriores mais efi-

cazes. Outro detalhe importante é

visto no sistema de aquisição de da-

dos, Digital DAS 24-bit, que reduz o

ruído do aparelho em até 33%. Se-

gundo a assessoria de comunicação

da empresa, o Hospital Beneficência

Portuguesa já adquiriu o equipamen-

to, sendo a primeira unidade de saú-

de a fazê-lo na América Latina.

Em meio às novidades na área médi-

ca, a caneta Gama Probe também

merece destaque. Utilizada em cirur-

gias radioguiadas, o aparelhinho –

que apresenta 97% de eficácia – é

capaz de identificar o percurso que o

câncer de mama, pênis, vagina, ca-

beça, pescoço e de pele fez ou fará

no processo de metástase.

“A identificação precoce permite ex-

trair apenas o gânglio que poderá

desenvolver o câncer, preservando

os demais. Isso garante melhor qua-

lidade de vida

aos pacientes,

já que os mé-

todos tradicio-

nais implicam

a extração de

todos os gân-

glios para aná-

lise”, diz médi-

co radiologis-

ta Aron Bel-

fer, da URP

Diagnósticos

Médicos.

Divulgação

Tomógrafo LightSpeed VCT, da GE Div

ulga

ção

Page 8: Pág. 08 >> núcleo matéria · co Ludwig Boltzmann lançava em 1905 a ... chegando à fórmula que ... da entropia em termos mecânicos foi dada apenas por Boltzmann, a partir da

8

Por Helen Pessoa

Criado em 1998, o Tucca, Associação Para

Crianças e Adolescentes com Tumor Cere-

bral, contabiliza um total de 700 pacientes

atendidos. Através de parcerias com insti-

tuições privadas, a entidade disponibiliza

tratamento gratuito no Hospital Santa Mar-

celina, em Itaquera, São Paulo. Elabora

ainda, ações preventivas com resultados

animadores.

Foi assim em 2003, quando o retinoblasto-

ma – câncer ocular oriundo das células da

retina – tornou-se tema amplamente dis-

cutido, com direito ao apoio do Grupo Tele-

fônica, que estampou a campanha em uma

série de cartões de ligação.

Em entrevista ao Jornal Núcleo da Matéria,

o presidente da entidade, Sidnei Spelman,

falou um pouco sobre o trabalho dedicado

à saúde da criança.

Como e porque o Tucca foi criado?

Sou oncologista pediátrico há 25 anos, e

recebia em meu consultório familiares de

pacientes sem nenhum tipo de recurso, da

capital (São Paulo) e de cidades distantes.

Eram também pessoas cujo convênio mé-

dico não dava cobertura para neoplasia ce-

rebral, que não tinham acesso imediato a

hospitais públicos e que não podiam arcar

com as despesas de certos tipos de

exames, caso da ressonância magnética.

Reunimos no início aqueles que eram mais

próximos, médicos, acompanhantes de ou-

tros pacientes que demonstraram a vonta-

de de ajudar, empresários, profissionais

liberais e, então, fundamos o Tucca. De-

mos prioridade a este tipo de câncer, pois

constatamos que a rede SUS não dispunha

de estrutura adequada para o tratamento.

E porque, depois da leucemia este é o epi-

sódio mais comum entre as crianças.

Como elas chegam até vocês?

Por diversos caminhos. Às vezes nos depa-

ramos com o diagnóstico feito no pronto-

socorro. Em outras situações os médicos

que conhecem nosso trabalho encaminham

as famílias até o ambulatório. Já vimos

pessoas que, por acaso, dependendo do

lugar onde moram buscam pelo assunto

através da internet e acabam acessando a

nossa página (www.tucca.org.br).

Qual é o critério para contar com a

ajuda do Tucca?

Atendemos tanto os que não possuem ne-

nhum tipo de plano de assistência como os

que possuem. E quando o convênio se ne-

ga a oferecer o atendimento apropriado,

nós também prestamos assessoria jurídica.

Quem são os maiores colaboradores e

parceiros do Tucca?

A lista é grande, mas não é suficiente. Ain-

da mais agora que precisamos finalizar o

ambulatório dentro do hospital, porque o

espaço onde estamos se tornou pequeno.

Temos aqueles que colaboram com a gente

para realizarmos estes eventos culturais

(referindo-se a Série de Concertos Tucca),

através da Lei Rouanet. Há também doa-

ções de pessoas físicas e de empresas,

além de contarmos com um projeto dentro

do Fundo de Assistência ao Menor, da Pre-

feitura Municipal de São Paulo, com isen-

ção fiscal para quem quiser colaborar conosco.

Vocês têm apoio de mídia?

Infelizmente não. Também não somos reci-

pientes do McDia Feliz (promoção realizada

pelo Mc Donald´s, que reverte ao GRAAC,

toda a renda captada com a venda de um

de seus lanches, durante um dia inteiro).

Veja, não estou criticando ninguém, ape-

nas observando o que é dito ao consumi-

dor. Que ao participar da ação, seu dinhei-

ro será direcionado a iniciativas que tratam

do câncer infantil, o que é, em parte, uma

inverdade.

Sabe-se que para determinados casos,

surgem técnicas e equipamentos de

ponta. Vocês têm acesso a eles?

Sim, aparelhos novos vieram do SUS, mas

buscamos outras parcerias para situações

específicas. Quando, por exemplo, ultra-

passamos o número de Ressonâncias Mag-

néticas estabelecidas para o hospital, con-

tamos com o apoio da URP (Unidade Radio-

lógica Paulista), uma clínica privada, que

nos doa um exame por semana. Na conta

final, em um ano, isto representa uma aju-

da significativa. Dependendo da cidade on-

de a criança mora, pagamos esse e outros

procedimentos sistematicamente.

Quais são os maiores objetivos do Tucca?

Oferecer diagnóstico - que é simples e po-

de ser detectado, por exemplo, através de

uma fotografia tirada com flash -, e trata-

mento do câncer com qualidade a todos

que nos procurarem, com enfoque multi-

disciplinar, aproximando também a família,

e investir em campanhas educativas. Isso

faz toda a diferença.

Hoje o senhor concentra seu trabalho

apenas na administração do Tucca?

Não, nem posso. Coordeno o departamento

de oncologia pediátrica do Hospital Santa

Marcelina e a clínica particular que divido

com outro médico. A rotina do Tucca de-

manda de certo tempo (durante a entrevis-

ta Sidnei dava as últimas coordenadas para

mais um dos eventos culturais promovidos

pela entidade, para a arrecadação de ver-

bas). Mas essa atividade é fundamental

para minha vida.

Confira as datas da temporada 2006, da “Série

de Concertos Tucca”: Orquestra Giovanile

Italiana, 13 de junho, no Teatro Cultura Artís-

tica. Jean-Yves Thibaudet, 27 de setembro,

na Sala São Paulo e Orquestra Sinfônica da

USP em ‘Nona Sinfonia de Beethoven’, 14

de novembro. Sempre às 21h. Informações

pelos telefones: (11) 3057-0131 e 3887-

0593.

Como tudo começou

Núcleo da Matéria - Número 07, Ano III - Maio/ Junho de 2006. Publicação Bimensal

DO BEM O médico oncologista, Sidnei Spelman, durante entrevista.

Foto AEP

Page 9: Pág. 08 >> núcleo matéria · co Ludwig Boltzmann lançava em 1905 a ... chegando à fórmula que ... da entropia em termos mecânicos foi dada apenas por Boltzmann, a partir da

9

Radiologia Diagnóstica

PESQUISA DIVULGADA Na 36ª Jornada Paulista de Radiologia, que aconteceu en-

tre os dias 20 e 23 de abril, foi apresentado um estudo desenvolvido por médicos

norte-americanos e canadenses em 33 serviços de saúde, envolvendo 49.528 mulhe-

res. Segundo a pesquisa, a mamografia digital revelou-se mais precisa que o

método convencional, além de apresentar outras vantagens, como o acesso

mais fácil às imagens por rede de computadores, melhores meios de transmis-

são, recuperação e armazenamento de imagens e o uso de doses mais baixas de ra-

diação. O trabalho foi feito pelo American College of Radiology Imaging Network e

financiado pelo National Cancer Institute.

Por Alex Barbosa

Realizada entre 20 e 23 de

abril de 2006, a 36ª Jor-

nada Paulista de Radiolo-

gia (JPR) atraiu um públi-

co de mais de 10 mil pes-

soas, segundo a Socieda-

de Paulista de Radiologia e

Diagnóstico por Imagem

(SPR), organizadora do

evento. O local escolhido

para esta edição foi o ITM

Expo, que disponibilizou

uma estrutura de quase

20 mil metros quadrados,

possibilitando aos expositores

novas formas de apresenta-

ção de seus lançamentos.

Além disso, foi registrado

um aumento de 15% no

contingente de convida-

dos, entre os quais, 30

professores do Canadá,

Chile, Dinamarca, Espa-

nha, Estados Unidos, Itá-

lia, bem como congressis-

tas, conferencistas e

membros da comissão

científica. Destaque para a

Sessão de Interpretação

de Imagens ministrada

pelo doutor Adelson A.

Martins, que contou com

um público de mais de mil

profissionais.

Para as empresas, houve

a oportunidade de mostrar

suas novas linhas de equi-

pamentos. A GE Healthca-

re trouxe o LightSpeed

VCT (Tomografia Compu-

tadorizada Volumétrica) e

o Signa Excite HD 3.0T

(Ressonância Magnética

de 3 Tesla). Um dia antes

da abertura da JPR, a cor-

poração promoveu o ‘GE

Experience’, no Hotel Uni-

que, com a presença de

médicos brasileiros, fran-

ceses, mexicanos, norte-

americanos e noruegue-

ses, que utilizaram o en-

contro para a troca de in-

formações a respeito das

novas tecnologias em TC,

PET/CT e RM.

Já para a Siemens, a JPR

representa um dos cinco

maiores acontecimentos

do segmento de diagnósti-

co por imagem do mundo

e o mais importante do

país. Em seu catálogo pa-

ra este ano houve espaço

para o Cíclotron, que pro-

duz o FDG-18, destinado a

atender a recente abertu-

ra de mercado nacional.

Ganhou evidência também

a série Acuson, com os

modelos Sequóia (que

prima pela qualidade

das imagens obtidas,

coloridas e de alta espe-

cificidade) e Antares (com

linguagem Foursight 4D, ou

seja, em quarta dimensão).

Grandes corporações divi-

diram a cena com mais de

60 nomes reconhecidos no

mercado, como as presta-

doras de serviço e os for-

necedores de materiais

diversos às unidades de

saúde, entre os quais, os

resfriadores de líquido pa-

ra hospitais (Hitachi) e

extensores para ressonân-

cia magnética (Alko).

Agências reguladoras e

organismos de representa-

ção de classe também

ocuparam o espaço, caso

da ANVISA, do Conselho

Regional de Medicina do

Estado de São Paulo

(CREMESP) e da ATRESP,

Associação Tecnológica

Radiológica do Estado de

São Paulo.

<< Worksta-tion utilizada pelo PACS, acessada pelo radiologista, Dr. Carvalhal, sócio da Plani Diagnósticos Médicos de São José dos Campos.

Mais informações: www.spr.org.br

Ao lado, o PACS recém-adquirido pelo H o s p i t a l Nossa Senho-ra de Lourdes, em São Paulo.

O que é Notícia

MADE IN BRASILIS Durante o encontro de

radiologia, foi lançado o ORB.IT, uma solu-

ção desenvolvida pela empresa Mandic, Me-

dical Systems, Pixeon e Sadig, que integra o

processo da realização do exame radiológico

até a entrega e diagnóstico por e-mail. O

mandic:mail é a única ferramenta no Brasil

capaz de entregar mensalmente 15 mil

mensagens iniciais, que vão de 14 a 18 MB,

com qualidade e segurança. Serão distribuí-

das no evento 8 mil contas de e-mail, com

validade de um mês, para que os médicos

possam testar a ferramenta.

SAÚDE EM DIA O Hospital Nossa Senhora

de Lourdes, inaugurado em 1958 no Jaba-

quara, zona sul paulistana, ocupa mais de

23 mil metros quadrados, sendo considera-

do um dos maiores complexos médico-

hospitalar do país, além de deter – ao lado

de outras 15 instituições de saúde – a certi-

ficação Nível 2. Com um centro de diagnós-

tico moderno, que inclui medicina nuclear,

tomografia computadorizada, ressonância

magnética e PACS – sistema eletrônico de

digitalização de imagens radiológicas que

garante o envio de exames por rede.

Divulgação

Divulgação

Page 10: Pág. 08 >> núcleo matéria · co Ludwig Boltzmann lançava em 1905 a ... chegando à fórmula que ... da entropia em termos mecânicos foi dada apenas por Boltzmann, a partir da

10

O Jornal Núcleo da Matéria é uma publicação da Associação Brasileira de Física Médica [ABFM], distribuída gratuitamente entre os associados, com periodici-dade bimensal. Tiragem: 1.500 exemplares. www.abfm.org.br. Caixa Postal: 72002. Cep: 05508-970, São Paulo, SP.

Expediente - Jornalistas Responsáveis: Adriana Sanches, MTB: 34.872 e Patrícia Favalle, MTB: 33.548. Reportagens: Alex Barbosa, Ariana Brink, Helen Pessoa, Sandi Dias e Sérgio Martins. Fotos: Agência Em Pauta [AEP]. Projeto gráfico: 7ervas. Impressão: Laborgraf (11) 3829-4711. Comercial: OPS!!! Propaganda e Marketing (11) 3961-5777. ** Grupo Em Pauta Assessoria de Comunicação Ltda. ** Rua Teodoro Sampaio, 1788, cj. 111, Pinheiros - São Paulo - SP. Tel./Fax: (11) 3031-6033. CNPJ: 05.529.556/0001-93. Fale conosco: [email protected] www.e-pauta.com.br.

Radioterapia

Núcleo da Matéria - Número 07, Ano III - Maio/ Junho de 2006. Publicação Bimensal

Por Adriana Sanches

Em seus diferentes métodos, os profissio-

nais de Radioterapia buscam meios para

que o tratamento de câncer atenda a três

requisitos indispensáveis: precisão na área

afetada, preservação de tecidos e órgãos

sadios e a liberação exata da dose a ser

recebida por cada paciente. Para alcançar

tais objetivos, contam com equipamentos

de ponta que entraram no mercado de mo-

do incisivo e, softwares que passam por

constantes atualizações.

Com a descentralização das novas técni-

cas, a exemplo da radioterapia intra-

operatória, disseminada pelos grandes cen-

tros médicos do país e do número crescen-

te de físicos médicos em formação, foi pre-

ciso investir na importação e criação destes

programas. Atualmente o setor conta com

alguns sistemas de planejamento, caso das

linhas Eclipse, da Varian Medical Systems,

PLATO, da Nucletron, Prowess Panther, da

Prowess, Theraplan, da Theratronics, além do

CAT3D e o MNPS, criado pela Mevis, entre outros.

Um dos diferenciais que destacam os pro-

dutos da Varian de seus similares é que

além dos programas, a empresa também

fornece a ferramenta, neste caso, os acele-

radores lineares. Segundo sua assessoria

de comunicação, os softwares incorporam

planos de tratamento, bem como gráficos e

simuladores.

O PLATO, utilizado para teleterapia e bra-

quiterapia, é produzido pela companhia ho-

landesa Nucletron, desde o começo dos

anos 80. Contém recursos aprimorados -

que funcionam através da plataforma Win-

dows -, dentre os quais o planejamento

inverso e o simulador virtual.

Com mais de oito anos de atuação no seg-

mento, a Mevis Informática Médica é uma

empresa brasileira, com sede em São Pau-

lo, criada para garantir da infra-estrutura

empresarial à comercialização e desenvol-

vimento dos programas CAT3D e MNPS.

Ainda assim, atua em instituições médicas

localizadas em outros países, como o Peru,

Itália, Espanha, Taiwan, México e Cuba.

O CAT3D começou como um sistema de

planejamento de radioterapia 2D, em

1986. Atualmente tem recursos de simula-

ção visual, ampla conectividade com CT,

RM e PET, bem como, planejamento de te-

leterapia com fótons e elétrons, terapia

conformacional, radioterapia de intensida-

de modulada (IMRT), braquiterapia e fusão

multimodal de imagens.

Para Armando Alaminos, presidente da

companhia uma das preocupações da Me-

vis é permitir o acesso desta ferramenta

para o maior número de pacientes. Para

tanto, os programas são desenhados em

compatibilidade com processadores de uso

popular, caso da Intel, na América Latina.

“Não achamos que a solução seja exigir a

compra de uma estação de trabalho mais

dispendiosa. Além disso, investimos na

contínua renovação dos sistemas a preços

cada vez mais acessíveis”. A qualidade,

completa Alaminos, é comprovada por la-

boratórios e pesquisadores independentes,

por autores de teses de mestrado e douto-

rado que criam objetos simuladores e ex-

perimentos para aferir sua precisão.

Desde 2003, a Siemens Medical Solutions

adquiriu a MRC System, que detém uma

tecnologia avançada em radiocirurgia, indi-

cada para pequenos tumores. A MRC vem

de uma fusão da Universidade de Heidel-

berg e o Centro de Pesquisa sobre Câncer

DKFZ, cujo portfólio apresenta dois hard-

wares, o ModuLeaf Multileaf Collimator

(MLC) e o sistema micro MLC. Para atender

este equipamento, foi criado o Konrad Ra-

diation Treatment Planning (RTP), que per-

mite uma técnica mais precisa para o pla-

nejamento inverso.

Neste mercado que movimenta bilhões de dóla-

res por ano e que tem assumido papel impor-

tante em empresas de diferentes portes,

os softwares são vistos como as ‘meninas dos

olhos’ de fabricantes de utilitários. Pudera.

Chegam a representar até 4% no aumento

da receita anual destas organizações.

PRÁTICO Programa CAT3D, da Mevis, em uso.

Divulgação

Page 11: Pág. 08 >> núcleo matéria · co Ludwig Boltzmann lançava em 1905 a ... chegando à fórmula que ... da entropia em termos mecânicos foi dada apenas por Boltzmann, a partir da

11

Page 12: Pág. 08 >> núcleo matéria · co Ludwig Boltzmann lançava em 1905 a ... chegando à fórmula que ... da entropia em termos mecânicos foi dada apenas por Boltzmann, a partir da

12

Por Sandi Dias

A mastectomia deixa algumas se-

qüelas difíceis de curar. Sabendo

disso, a empresária e consultora de

beleza Ala Szerman e a proprietária

do primeiro spa holístico do país,

Ma Dhyan Bhavya, abriram as por-

tas para a implantação do progra-

ma “câncer, vida e sensualidade”.

A idéia é exercitar as mulheres que

já passaram pela cirurgia, suscitan-

do a auto-estima através de dis-

cussões como a sensualidade e a

sexualidade depois da intervenção

para a retirada das mamas.

Localizado a 140 quilômetros de

São Paulo, na cidade de Joanópolis,

em meio a Serra da Mantiqueira, o

Hotel Ponto de Luz desenvolve pro-

gramas especiais para estas mu-

lheres. Já colocado em prática, o

projeto acontece em datas pré-

determinadas, sempre com a finali-

dade de oferecer às participantes

momentos de reflexão e de troca

de experiências. “Tudo isso serve

para que elas reencontrem em si

mesmas a força feminina e o amor

pela vida”, diz Ala Szerman.

A iniciativa conta com o apoio da

Instituição Estrela da Mama -

especializada no atendimento de

mulheres com câncer de mama -,

da loja Mama Amiga e do Instituto

Paulista de Cancerologia (IPC). As-

sim como as atividades já propos-

tas, o Hotel elabora concomitante-

mente palestras sobre o assunto,

programação interativa, terapias e

muito entretenimento.

Por sinal, o lazer é um dos maiores

atrativos do local. O cardápio

inclui caminhadas guiadas, medi-

tações e 15 tipos diferentes de ati-

vidades corporais personalizadas,

tais como, dança circular sagrada e

oriental, ambas ministradas pelo

biólogo Glauco Bueno, massagens,

reflexologia, hidroterapia, banhos

terapêuticos e aromaterapia. E, há

ainda, espaço para apresentações

culturais.

Além de Ala Szerman – que venceu

a doença há mais de uma década -,

a ação é chancelada pela experiên-

cia da nutricionista Conceição Tru-

com, que realiza a conferência

“Como fortalecer seu corpo na sua

capacidade de se defender atra-

vés de uma alimentação ade-

quada”, cuja temática é ideal

para falar sobre alimentos saudá-

veis, desintoxicantes e preventivos,

e Lourdinha Borges, escritora e ar-

tista plástica, mastectomizada des-

de 1996 e autora do livro que dá

nome ao programa. Todas elas,

presenças confirmadas.

Elas merecem mais

Núcleo da Matéria - Número 07, Ano III - Maio/ Junho de 2006. Publicação Bimensal

A estimativa de preço por pessoa varia

de R$ 640,00 (duplo) a R$ 832,00

(single), e inclui transporte de ida e vol-

ta (São Paulo – Joanópolis/ Joanópolis –

São Paulo), pensão completa e ativida-

des extras.

Os programas são esporádicos e por

isso devem ser confirmados. Para

saber mais, entre em contato com o

Hotel Ponto de Luz.

Tel. (11) 4539-9382/ 4539-4075.

www.hotelpontodeluz.com.br.

BELEZA RARA O Instituto Avon investiu R$ 124 mil em

projeto de combate ao câncer de mama do Hospital das

Clínicas de São Paulo. O dinheiro foi destinado à compra

de dois novos equipamentos e treinamento de seu corpo

clínico. O objetivo é aperfeiçoar a detecção precoce do

câncer de mama com alternativas que possibilitem asso-

ciar diagnóstico e tratamento, diminuindo custos e o tem-

po de espera das mulheres atendidas pelo SUS. O HC fi-

gura entre os 18 institutos de saúde selecionados pela

empresa na campanha Um Beijo pela Vida, que arrecadou

R$ 3,5 milhões, valor integralmente repassado a organi-

zações de combate ao câncer de mama em 11 estados

brasileiros. Segundo a direção do hospital, a meta é au-

mentar as taxas de diagnóstico precoce, atendendo

864 mil pessoas, entre 35 e 60 anos, em 18 meses.

De acordo com o INCa (Instituto Nacional do Câncer), o

número de novos casos da doença no Brasil para este ano

é de 48.930, com risco estimado de 52 casos a cada 100

mil mulheres.

TRAUMA MINIMIZADO O câncer de mama está entre

os tipos de doença que mais afetam as mulheres psicolo-

gicamente. A mutilação traz traumas quase irrecuperá-

veis. Por isso, a cirurgia reconstrutora imediata é tão im-

portante, já que influi diretamente na qualidade de vida

da paciente. A reconstrução mamária pode ser feita com

o tecido do próprio corpo, como por exemplo, a pele do

abdome ou das costas, ou ainda com próteses de silicone.

Divulgação

BEM ESTAR Fachada do Hotel Ponto de Luz, pioneiro no atendimento de mulheres mastec-

tomizadas e referência entre os spas holísticos do país.