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PUB Director José Rocha Dinis • Director Editorial Executivo Sérgio Terra • Nº 4484 • Segunda-feira, 31 de Março de 2014 10 PATACAS 50 estátuas de leões no “French May” O festival que celebra a cultura francesa vai trazer a Macau 12 obras de grandes pintores e 50 es- culturas de leões personalizadas por artistas chineses e gauleses. Pág. 11 Concorrência à vista na net A CTM poderá começar a en- frentar concorrência nos ser- viços de internet a partir de Novembro, com a entrada no mercado da MTEL. Pág. 5 UNG CHOI KUN, LÍDER DE ASSOCIAÇÃO DO IMOBILIÁRIO, EM ENTREVISTA AO JTM Págs 2 e 3 “Vamos propor revisão da legislação sobre arrendamento” FOTO JTM Pág. 9 Ambiente IACM quer converter restos alimentares em adubos Pág. 13 Arquitectura Estilo neo-manuelino com elementos chineses na “Praça Maior da Amizade” Pág. 22 Cinema “The Grandmaster” dominou prémios dos “Óscares da Ásia” Milhares protestam em Taipé contra pacto com a China Milhares de pessoas saíram on- tem à rua em Taipé, capital de Taiwan, para protestar contra o acordo de comércio e serviços que o Governo da Formosa pre- tende assinar com a China Con- tinental. As autoridades policiais estimaram em cerca de 100 mil o número de manifestantes, mas os organizadores do protesto avançaram com cerca de 700 mil participantes. Os manifestantes transportavam cartazes contra a assinatura do pacto comercial e em defesa da democracia. Depois de negociações levadas a cabo entre as duas partes, o Presiden- te de Taiwan, Ma Ying-jeou, tem cedido em relação a várias exi- gências dos manifestantes, no en- tanto, tal não foi suficiente para evitar mais uma acção de protes- to de larga escala. A aprovação de uma lei que regule todos os acordos entre Taiwan e Pequim foi uma das exigências feitas pe- los manifestantes que acabou por ser acatada pelo Presidente Ma Ying-jeou.

Pág. 9 Pág. 13 Pág. 22 - jtm.com.mo · em defesa da democracia. Depois de negociações levadas a cabo entre as duas partes, o Presiden-te de Taiwan, Ma Ying-jeou, tem ... Pedro

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Director José Rocha Dinis • Director Editorial Executivo Sérgio Terra • Nº 4484 • Segunda-feira, 31 de Março de 2014 10 PATACAS

50 estátuas de leõesno “French May”O festival que celebra a cultura francesa vai trazer a Macau 12 obras de grandes pintores e 50 es-culturas de leões personalizadas por artistas chineses e gauleses.

Pág. 11

Concorrênciaà vista na netA CTM poderá começar a en-frentar concorrência nos ser-viços de internet a partir de Novembro, com a entrada no mercado da MTEL.

Pág. 5

UNG CHOI KUN, LÍDER DE ASSOCIAÇÃO DO IMOBILIÁRIO, EM ENTREVISTA AO JTM

Págs 2 e 3

“Vamos propor revisão da legislaçãosobre arrendamento”

FOTO

JTM

Pág. 9

AmbienteIACM quer converterrestos alimentares em adubos

Pág. 13

ArquitecturaEstilo neo-manuelinocom elementos chineses na “Praça Maior da Amizade”

Pág. 22

Cinema“The Grandmaster”dominou prémiosdos “Óscares da Ásia”

Milhares protestamem Taipé contra pacto com a ChinaMilhares de pessoas saíram on-tem à rua em Taipé, capital de Taiwan, para protestar contra o acordo de comércio e serviços que o Governo da Formosa pre-tende assinar com a China Con-tinental. As autoridades policiais estimaram em cerca de 100 mil o número de manifestantes, mas os organizadores do protesto avançaram com cerca de 700 mil participantes. Os manifestantes transportavam cartazes contra a assinatura do pacto comercial e em defesa da democracia. Depois de negociações levadas a cabo entre as duas partes, o Presiden-te de Taiwan, Ma Ying-jeou, tem cedido em relação a várias exi-gências dos manifestantes, no en-tanto, tal não foi suficiente para evitar mais uma acção de protes-to de larga escala. A aprovação de uma lei que regule todos os acordos entre Taiwan e Pequim foi uma das exigências feitas pe-los manifestantes que acabou por ser acatada pelo Presidente Ma Ying-jeou.

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02 JTM | LOCAL Segunda-feira, 31 de Março de 2014

JORNAL TRIBUNA DE MACAUPropriedade: Tribuna de Macau, Empresa Jor na lística e Editorial, S.A.R.L. • Administração: José Rocha Dinis • Director: José Rocha Dinis • Director Editorial Executivo: Sérgio Terra • Grandes Repórteres: Fátima Almeida e Raquel Carvalho • Redacção: Sandra Lobo Pimentel (editora), André Jegundo, Liane Ferreira, Pedro André Santos, Susana Diniz e Viviana Chan • Correspondentes: Helder Almeida (Portugal) e Rogério P. D. Luz (Brasil) Colaboradores: Helder Fernando e Vitor Rebelo • Colunistas: Albano Martins, António Ribeiro Martins, Carlos Frota, Daniel Carlier, Francisco José Leandro, João Botas, João Figueira, Jorge Rangel e Luíz de Oliveira Dias • Grafismo: Rita Cameselle e Suzana Tôrres • Serviços Administrativos e Publicidade: Joana Chói ([email protected]) • Agências: Serviços Noticiosos da Lusa, Xinhua e Rádio ONU • Impressão: Tipografia Welfare, Ltd • Administração, Direcção e Redacção: Calçada do Tronco Velho, Edifício Dr. Caetano Soares, Nos4, 4A, 4B - Macau • Caixa Postal (P.O. Box): 3003 • Telefone: (853) 28378057 • Fax: (853) 28337305 • Email: [email protected] (serviço geral)

A actual situação é muito atractiva para jovens que podem candida-tar-se a uma casa económica, porque não têm imóveis em seu nome. E daqui a 16 anos, podem ganhar dinheiro com isso. Julgo que isto é

incorrecto e resulta num desperdício de terrenos

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UNG CHOI KUN EM ENTREVISTA AO JTM

“Arrendamento deve ser melhor regulado”A Associação dos Empresários do Sector Imobiliário de Macau está a trabalhar no sentido de apresentar uma proposta de revisão das regras relacionadas com o arrendamento, revela o seu presidente, sustentando que a RAEM está muito atrasada nesse capítulo. Ung Choi Kun discorda da definição de um coeficiente para actualização das rendas, mas garante que a associação pretende assegurar o reforço dos direitos e interesses de proprietários e inquilinos. Em entrevista ao JTM, o antigo deputado critica ainda o modelo da actual política para habitação pública, manifesta apoio à reeleição de Chui Sai On, defende mudanças na equipa de Secretários e exorta o Governo a ter “ideias novas”

Viviana Chan

O problema da habitação é um dos tópicos que mais preo-cupa a população da RAEM.

Enquanto presidente da Associação dos Empresários do Sector Imobiliá-rio de Macau, de que forma analisa o desenvolvimento do mercado local da habitação?

-Para abordarmos essa questão, temos que perceber as circunstâncias sociais de Macau, porque o mercado imobiliário desenvolve-se nesse am-biente. Macau é uma sociedade com um regime capitalista, pelo que é uma economia livre. As casas não servem apenas para abrigar as pessoas, sen-do também produtos de investimen-to. Isso não acontece só em Macau, mas também em muitos outros países do mundo. Além disso, esta indústria envolve mais de uma centena de pro-fissões ou sectores. O sector imobiliá-rio é uma das principais indústrias na RAEM e tem contribuído muito para a economia local. Se calhar, o contributo fiscal desta área não é comparável com o do sector do jogo, mas o seu retorno económico é considerável. Ao mesmo tempo, a prosperidade do imobiliário pode ajudar à diversificação económi-ca de Macau.

-Tendo em conta que nos últimos anos os preços das casas têm regista-do aumentos radicais, acha que ha-verá algumas mudanças no mercado num futuro mais ou menos próximo?

-Os imóveis em Macau valorizaram--se muito e os preços das casas cresce-ram para níveis muito altos. Isso não é saudável, porém, acredito que há uma grande parte da população que possui casa própria. Do ponto de vista do Go-verno, é preciso ver que uma grande oscilação nos preços das casas poderá ter impacto negativo na estabilidade social. Neste momento, se o preço das casas descer muito, a estabilidade da sociedade poderá ser afectada e ne-nhum Governo quererá assistir a uma situação dessas. Quando falamos dos preços das casas, temos que analisar os factores que os estimulam. Actual-mente, a economia de Macau continua a crescer e o Governo está politicamen-te muito estável. Ao mesmo tempo, há muita procura de casas, sendo mesmo superior à oferta e, nesse contexto, os preços dos imóveis tendem a aumen-tar muito. A minha previsão é de que não haverá muitas possibilidades dos preços das casas descerem no territó-rio.

-Referiu que os preços das casas atingiram um nível que não é saudá-vel. Considera que o mercado imobi-liário está a enfrentar uma bolha?

- A bolha imobiliária significa que

o dinheiro gasto pelas pessoas é supe-rior à sua capacidade de pagamento. Nos casos em que elas não conseguem pagar as dívidas, a bolha pode explo-dir, mas essa não é a actual situação em Macau. Lembro-me que no início da criação da RAEM, o valor das pou-panças dos residentes de Macau era de apenas 80 mil milhões de patacas, en-quanto que hoje em dia ultrapassa os 400 mil milhões. Isso quer dizer que, mesmo que especulem com imóveis, as pessoas continuam a ter capacidade para pagar. Ou seja, aqueles que com-pram uma casa, têm condições para suportar o seu pagamento. Na minha observação, mesmo que os preços de-cresçam, essas pessoas não perdem a capacidade financeira para pagar as casas. Nesse contexto, a minha conclu-são é de que o caso de Macau não cons-titui uma bolha imobiliária.

-Mas, há muitas queixas, por um lado, pelo facto dos jovens não con-seguirem comprar casa e, por outro, porque a geração mais velha também

sente muita dificuldade em trocar uma fracção antiga por uma nova por causa dos preços elevados dos imó-veis. Na sua opinião, o que deve o Governo fazer para ajudar essas pes-soas?

-Temos que perceber uma coisa: o desejo das pessoas deve-se ao facto de não terem uma casa para viver ou não conseguirem investir numa casa em Macau? Sabemos que um imóvel tem uma função de alojamento, mas também é um meio de investimento. Nos casos em que os residentes não têm uma casa para viver, sem dúvida, o Governo tem obrigação de ajudar a classe carenciada. Mas, se forem pes-soas que querem ter uma casa para aproveitar a sua valorização, trata-se de uma oportunidade de investimen-to. Nessas situações, não acho bem que o Governo apoie.

-Como avalia as medidas lançadas pelo Governo na área da habitação pública? São úteis?

-O Governo da RAEM tem imple-

mentado uma política de habitação pública que está inclinada para as ca-sas sociais, enquanto que as fracções económicas assumem um papel com-plementar. Considero correcta essa ideia, porque o Governo deve alojar as pessoas que não conseguem pagar a renda de uma casa, mas não deve aju-dar as que pretendem investir. Na mi-nha perspectiva, há muitas queixas na sociedade porque o Governo tem reve-lado falhas na gestão das casas públi-cas. Penso que para os jovens que não conseguem pagar rendas elevadas, e até para a classe média, o Governo deve definir critério menos exigente por forma a que mais pessoas possam arrendar habitações sociais. Isso, na minha opinião, é que iria resolver real-mente os problemas da habitação. O Governo não deve interferir muito no mercado privado da habitação, porque Macau é uma economia livre.

-Porém, alguns académicos contra-põem com o caso de Singapura, que também é uma economia livre. Con-

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Segunda-feira, 31 de Março de 2014 JTM | LOCAL 03

sidera que Macau não tem condições para adoptar um modelo semelhante ao de Singapura, onde a maioria dos residentes vivem em casas públicas?

-Temos que comparar as condições das duas regiões. O modelo de Sin-gapura tem evoluído durante muito tempo e é, sem dúvida, muito bom e com valor para ser estudado. Em Ma-cau, porém, já temos o nosso próprio modelo de mercado e há uma elevada taxa da população que possui imóveis próprios. É muito difícil copiar a expe-riência dos outros.

-E no que diz respeito ao arrenda-mento, não acha que o Governo deve-ria intervir para fazer face ao contí-nuo aumento dos valores das rendas? Como encara a proposta de alguns de-putados, como Ho Ion Sang, no senti-do de fixar um coeficiente para actua-lização das rendas?

-Para definir uma regra para con-trolar o aumento dos preços, temos que perceber primeiro o que é a renda. A renda é um lucro do investimento. É como uma pessoa que trabalha em troca de um salário. A existência de um coeficiente no passado em Macau está relacionada com a história desse perío-do, no tempo da administração portu-guesa. Antigamente, a classe carencia-da era maioritária em Portugal e essa lei do arrendamento foi criada para assegurar os interesses das pessoas da classe baixa. A lei nasceu antes da Re-volução dos Cravos, mas actualmente, essa situação já não se verifica. A socie-dade de Macau é hoje muito diferente. Por outro lado, temos que diferenciar os tipos de rendas, como por exemplo, dos escritórios e lojas, que são espaços comerciais, enquanto que os aparta-mentos têm fins habitacionais. Num ambiente de economia livre, não deve haver interferência na relação entre a procura e a oferta através de medi-das administrativas. Mas, penso que o mercado de arrendamento deve ser melhor regulado, com medidas jurídi-cas. Ou seja, devemos rever a lei para assegurar os direitos dos interessa-dos nessa actividade. Os direitos dos inquilinos e proprietários devem ser defendidos através de lei. Isso é uma garantia mútua. Actualmente, estou a estudar as regras de arrendamento e a nossa associação vai propor uma revi-são da legislação sobre essa matéria.

-A associação entende que deve ser controlado o aumento das rendas, so-bretudo das habitações?

-A nossa iniciativa vai no sentido de regular a actividade de arrendamento e obrigar ambas as partes a cumprir o espírito dos contratos. Não queremos especificamente um limite sobre a alte-

ração do valor das rendas. Além disso, também achamos que é importante o poder de fiscalização. Até poderemos sugerir que a lei preveja um prazo mí-nimo para contratos de arrendamento de casas, sendo que esse prazo não deve ser muito pequeno. Entendemos também que o sistema da arbitragem pode ser introduzido na actividade de arrendamento de imóveis.

-No domínio das políticas da habi-tação económica, há quem considere injustos os resultados de concursos, porque muitos jovens terão consegui-do comprar casas económicas apesar dos seus pais possuírem vários imó-veis em Macau. Como vê essa situa-ção?

-Este problema faz-me voltar àqui-lo que já referi. As casas são para abri-gar pessoas e não para as tornar ricas. Ao longo dos anos, o Governo não conseguiu ter sucesso com as medidas para habitação pública. Os candidatos podem ter uma casa mesmo que a sua situação económica tenha melhorado muito e isso reflecte um atraso nas leis. Sugiro que observem as casas em Seac Pai Van à noite para perceber quan-tas pessoas vivem realmente naquele bairro. Segundo constatei, não mora ninguém em grande parte das casas, o que quer dizer que as pessoas têm outro sítio para viver. Isso, para mim, é uma falha. A maior falha na políti-ca da habitação pública é permitir a venda de casas económicas no prazo de 16 anos após a compra. A actual situação é muito atractiva para jovens que podem candidatar-se a uma casa económica, porque não têm imóveis em seu nome. E daqui a 16 anos, po-dem ganhar dinheiro com isso. Julgo que isto é incorrecto e resulta num des-perdício de terrenos. Num território onde os recursos de terrenos em Ma-cau são actualmente muito limitados, se o Governo não parar de construir casas públicas, também irá limitar o desenvolvimento de outras indústrias. Além disso, como a próxima geração também poderá precisar de casas pú-blicas, o Governo terá que construir ainda mais.

-Depois de ter sido deputado du-rante dois mandatos, que análise faz da actual composição da Assembleia Legislativa (AL)?

-A nova Assembleia Legislativa foi constituída há pouco tempo mas, mes-mo assim, penso que já regista pro-gressos. Está a rever o Regimento e, ao mesmo tempo, tem adoptado alguns modelos de trabalho, para que algu-mas propostas sejam acompanhadas de uma forma mais eficaz.

-Tem alguma sugestão especial no

sentido de aperfeiçoar o funciona-mento da AL?

-Há espaço para melhorias na coor-denação e comunicação entre o Gover-no e a AL. Por outro lado, continua a haver falta de técnicos auxiliares bi-lingues – especialmente destes - ou da área do Direito. A AL deve ter uma ati-tude aberta e formar mais profissionais nessas áreas.

-Este ano vai realizar-se a eleição do Chefe do Executivo. Como avalia o trabalho de Chui Sai On?

-Quando falamos do desempenho do Governo, temos que ter uma pers-pectiva mais positiva, porque também há margem para melhorias. Espero que, no próximo mandato, o Governo possa ter ideias novas e mudar os Secretá-rios. Alguns Secretários já trabalham naquela posição há quase 15 anos, o que por vezes limita o seu pensamen-to. Quando um Governo não tem uma equipa com bons funcionários, é difícil elevar a sua eficiência. Quanto a Chui Sai On, já trabalhava com ele quando era Secretário, e penso que é uma pes-soa que tem muita prática e esforça-se para melhorar a RAEM.

-Quais os Secretários que acha que devem sair?

- Não quero indicar ninguém em

particular. Só posso sugerir que de-vem ser mudados. Não é conveniente comentar publicamente as mudanças em si.

-Alguns académicos e analistas já previram que Chui Sai On será o úni-co candidato à eleição do Chefe do Executivo. Qual é o seu comentário?

-Não tenho tantos conhecimentos como os académicos, por isso, não sei se haverá mais candidatos. Mas, de qualquer forma, apoio a recandidatura de Chui Sai On.

-Ao longo do seu percurso políti-co, foi durante muitos anos parceiro de Chan Meng Kam, que agora está acompanhado na AL por Si Ka Lon e Song Pek Kei, deputada que já causou polémica com um discurso considera-do discriminatório em relação aos tra-balhadores não residentes, aos quais chegou mesmo a atribuir culpas pela inflação e rendas altas. Como avalia essa situação?

-Parece-me que a equipa [dos três deputados] não tem uma concepção de xenofobia. Como não ouvi essas declarações pessoalmente, não posso comentar, nem dizer se é mesmo assim ou não. Mas, a nossa ideia é a de que temos de respeitar todas as pessoas, se-jam residentes ou não residentes.

Espero que, no próximo mandato,o Governo possa ter ideias novas

e mudar os Secretários

Começou a trabalharantes de acabar a primária

Ung Choi Kun nasceu em Macau, criado no seio de uma família de imigrantes oriunda da província de Fujian. O pai veio para Macau quan-do tinha pouco mais de 10 anos e não teve vida fácil, com consequên-cias para o próprio Ung, que foi obrigado a desistir precocemente dos estudos, começando mesmo a trabalhar antes de concluir o ensino primário. Ung recorda que teve o primeiro contacto com o sector de

construção em 1969 e, após alguns anos de esforço, em 1983 acabaria por criar uma companhia ligada a esse ramo de actividade. Hoje, aos 67 anos, é presidente da Associação dos Empresários do Sector Imobiliá-rio de Macau, sendo conhecido por toda a população sobretudo pelos oito anos em que exerceu funções de deputado da Assembleia Legis-lativa, após ter sido eleito pela via directa em 2005 e 2009.

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Segunda-feira, 31 de Março de 201404 JTM | LOCAL

Direcção dos Serviços de Turismo

Mandado de Notificação Nº 105/AI/2014

--Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se o infractor 歐陽榮 (portador do passaporte da RPC n.° G48311xxx), que na sequência do Auto de Notícia n.° 36/DI-AI/2012 de 25.04.2012, levantado pela DST, por controlar a fracção autónoma situada na Rua de Pequim n.° 36, Edf. I Chan Kok, 14.° andar D e utilizada para a prestação ilegal de alojamento, bem como por despacho da signatária de 20.03.2014, exarado no Relatório n.° 133/DI/2014, de 17.02.2014, lhe foi determinada a aplicação de uma multa de $200.000,00 (duzentas mil patacas), e ordenada a cessação imediata da prestação ilegal de alojamento no prédio ou da fracção autónoma em causa, nos termos do n.° 1 do artigo 10.° e n.° 1 do artigo 15.°, todos da Lei n.° 3/2010. --O pagamento voluntário da multa deve ser efectuado no Departamento de Licenciamento e Inspecção destes Serviços, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, de acordo com o n.° 1 do artigo 16.° da Lei n.° 3/2010, findo o qual será cobrada coercivamente através da Repartição de Execuções Fiscais, nos termos do n.° 2 do artigo 16.° do mesmo diploma. --Da presente decisão cabe recurso contencioso para o Tribunal Administrativo, a interpor no prazo de 60 dias, conforme estipulado na alínea b) do n.° 2 do artigo 25.° do Código do Processo Administrativo Contencioso, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 110/99/M, de 13 de Dezembro e no artigo 20.° da Lei n.° 3/2010. --Há lugar à execução imediata da decisão caso esta não seja impugnada. --O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.ºs 335-341, Edifício “Centro Hotline”, 18.° andar, Macau. --Direcção dos Serviços de Turismo, aos 20 de Março de 2014.

A Directora dos Serviços,Maria Helena de Senna Fernandes

Direcção dos Serviços de Turismo

Mandado de Notificação Nº 106/AI/2014

--Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se a infractora 任貴平 (portadora do salvo-conduto para deslocação a Hong Kong e Macau da RPC n.° W48419xxx), que na sequência do Auto de Notícia n.° 36/DI-AI/2012 de 25.04.2012, levantado pela DST, por prestação ilegal de alojamento da fracção autónoma situada na Rua de Pequim n.° 36, Edf. I Chan Kok, 14.° andar D, bem como por despacho da signatária de 20.03.2014, exarado no Relatório n.° 134/DI/2014, de 17.02.2014, lhe foi determinada a aplicação de uma multa de $200.000,00 (duzentas mil patacas), e ordenada a cessação imediata da prestação ilegal de alojamento no prédio ou da fracção autónoma em causa, nos termos do n.° 1 do artigo 10.° e n.° 1 do artigo 15.°, todos da Lei n.° 3/2010. --O pagamento voluntário da multa deve ser efectuado no Departamento de Licenciamento e Inspecção destes Serviços, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, de acordo com o n.° 1 do artigo 16.° da Lei n.° 3/2010, findo o qual será cobrada coercivamente através da Repartição de Execuções Fiscais, nos termos do n.° 2 do artigo 16.° do mesmo diploma. --Da presente decisão cabe recurso contencioso para o Tribunal Administrativo, a interpor no prazo de 60 dias, conforme estipulado na alínea b) do n.° 2 do artigo 25.° do Código do Processo Administrativo Contencioso, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 110/99/M, de 13 de Dezembro e no artigo 20.° da Lei n.° 3/2010. --Há lugar à execução imediata da decisão caso esta não seja impugnada. --O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.ºs 335-341, Edifício “Centro Hotline”, 18.° andar, Macau. --Direcção dos Serviços de Turismo, aos 20 de Março de 2014.

A Directora dos Serviços,Maria Helena de Senna Fernandes

Direcção dos Serviços de Turismo

Mandado de Notificação Nº 139/AI/2014

--Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se a infractora CHEN MINGHUA (portadora do passaporte da R.P.C. n.° G35449XXX), que na sequência do Auto de Notícia n.° 50/DI-AI/2012 de 31.05.2012, levantado pela DST, por controlar a fracção autónoma situada na Avenida da Amizade n.° 898, Edf. Amizade, 7.° andar A e utilizada para a prestação ilegal de alojamento, bem como por despacho da signatária de 20.03.2014, exarado no Relatório n.° 191/DI/2014, de 03.03.2014, lhe foi determinada a aplicação de uma multa de $200.000,00 (duzentas mil patacas), e ordenada a cessação imediata da prestação ilegal de alojamento no prédio ou da fracção autónoma em causa, nos termos do n.° 1 do artigo 10.° e n.° 1 do artigo 15.°, todos da Lei n.° 3/2010. --O pagamento voluntário da multa deve ser efectuado no Departamento de Licenciamento e Inspecção destes Serviços, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, de acordo com o n.° 1 do artigo 16.° da Lei n.° 3/2010, findo o qual será cobrada coercivamente através da Repartição de Execuções Fiscais, nos termos do n.° 2 do artigo 16.° do mesmo diploma. --Da presente decisão cabe recurso contencioso para o Tribunal Administrativo, a interpor no prazo de 60 dias, conforme estipulado na alínea b) do n.° 2 do artigo 25.° do Código do Processo Administrativo Contencioso, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 110/99/M, de 13 de Dezembro e no artigo 20.° da Lei n.° 3/2010. --Há lugar à execução imediata da decisão caso esta não seja impugnada.--O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.ºs 335-341, Edifício “Centro Hotline”, 18.° andar, Macau. --Direcção dos Serviços de Turismo, aos 20 de Março de 2014.

A Directora dos Serviços,Maria Helena de Senna Fernandes

INDEFERIDO PEDIDO FEITO A LAU SI IO

Troca de terrenos é com o ChefeNum processo para troca de terrenos os requerentes pediram que o acto fosse praticado pelo Secretário para os Transportes e Obras Públicas. Apesar dos argumentos invocados por Lau Si Io não colherem junto do Tribunal Administrativo, o pedido foi indeferido porque a competência é de Chui Sai On

Numa acção admi-nistrativa contra o Secretário para

os Transportes e Obras Pú-blicas, era pedido que este determinasse o prossegui-mento do processo de troca de terrenos entre uma par-cela de terra situada na Tra-vessa da Porta e a outra na Travessa de Pedro Couti-nho, ou determinar a aber-tura de um outro processo de troca de terrenos para as referidas pedaços de terra e um lote sito na Rua do Lam Mau.

Na contestação, o Secre-tário Lau Si Io invocou que os requerentes apresenta-ram o último requerimento de troca de terreno em 20 de Agosto de 2008 e, como não foi tomada nenhuma decisão no prazo legal de 90 dias, a acção interposta fi-cou caducada pelo decurso do prazo processual, acres-centando que não tinha legitimidade passiva pelo que devia ser indeferida.

Também apontou que o requerimento de troca de terreno “não estava em conformidade com as dis-posições legais, foi indeferi-

do tacitamente, e não havia ligação entre o processo de troca de terrenos e o proces-so de emissão de licença aos projectos de construção”.

No entanto, o Tribunal Administrativo não concor-dou com os fundamentos do decurso do prazo pro-cessual e do indeferimen-to tácito do requerimento de troca de terreno, já que os dados de que dispunha “manifestaram que o pro-cesso de troca de terreno está andando ainda e que o requerimento de troca se encontra em fase de análi-se”.

Ainda assim, o Tribunal ressalva que a acção para determinação da prática de actos administrativos legalmente devidos só faz sentido se for interposta contra o órgão competente para tomada de decisão. E, segundo o respectivo diplo-ma legal e de acordo com os documentos apresenta-dos, compete ao Chefe do Executivo proferir decisão final nos procedimentos ad-ministrativos de concessão ou troca de terrenos, logo, o pedido foi indeferido.

REVISÃO DO CÓDIGO CIVIL É UMA DAS PRIORIDADES

Três diplomas na agenda da Reforma JurídicaO Conselho Consultivo da Reforma Jurídica apresentou os trabalhos desenvolvidos no ano passado e projecta para 2014 a revisão de vários diplomas, entre os quais o Código Civil

O Regime do Contrato de Trabalho nos Serviços Públicos, o Regime Jurídico da Administração das Partes Comuns do

Condomínio e o Código Civil são os três gran-des diplomas legais que vão ser alvo de revisão em 2014 e estão na lista prioritária do Conselho Consultivo da Reforma Jurídica.

No relatório de actividades do órgão, refe-re-se que no que toca à revisão do Regime do Contrato de Trabalho nos Serviços Públicos, o Conselho Consultivo pretende apoiar o Go-verno na finalização dos trabalhos legislativos, disponibilizando “opiniões técnico-jurídicas e práticas” em relação às opiniões recolhidas no processo de consulta pública e aos articulados que constam do projecto de lei.

A revisão do Código de Processo Civil está numa fase mais inicial e a tarefa do Conselho Consultivo será “recolher as opiniões de diver-sos sectores da sociedade” de forma a “funda-mentar os trabalhos de revisão que venham a ter lugar”.

Quanto ao Regime Jurídico da Administra-ção das Partes Comuns do Condomínio, o Con-selho Consultivo pretende também proceder à análise das opiniões recolhidas durante a con-sulta pública e à resolução de alguns problemas que constam da lei, como os procedimentos de convocação da Assembleia Geral, o regulamen-to para o seu funcionamento e a criação e gestão do fundo comum de reserva.

Em relação aos trabalhos desenvolvidos em 2013, destaca-se a revisão do Código de Pro-cesso Penal, com a introdução de alterações nas regras de funcionamento do tribunal e de ajustamento de prazos. Sobre o Regime de Ar-bitragem e Mediação, o grupo especializado do Conselho Consultivo finalizou o relatório sobre o desenvolvimento deste mecanismo de resolu-ção de litígios e aprofundou os estudos sobre

a viabilidade da implementar, de forma experi-mental, o regime em Macau.

Como em 2014 se celebra o 21º aniversário da promulgação da Lei Básica e o 15º da criação da RAEM, o Conselho Consultivo pretende tam-bém participar “activamente nas actividades de divulgação da Lei Básica”, que se vão realizar em Macau e no Interior da China, refere o rela-tório.

A.J.

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Segunda-feira, 31 de Março de 2014 JTM | LOCAL 05

NOVA COMPANHIA VAI CONCORRER COM A CTM

MTEL lança serviço de internet em NovembroA nova operadora prevê que os primeiros clientes da Internet possam começar a usufruir do serviço a partir de Novembro deste ano. O responsável da empresa MTEL, sedeada em Hong Kong, garante que a banda larga que vai disponibilizar tem condições para responder ao crescimento do sector previsto para os próximos 50 anos em Macau

Chama-se MTEL, tem sede em Hong Kong, e é a empresa que pretende entrar no mercado de

Macau na área da rede fixa de telecomu-nicações para competir com a CTM. A companhia está actualmente a instalar no território as infra-estruturas de rede próprias e de acordo com o CEO, Choi Tak Meng, os primeiros serviços de In-ternet poderão começar a ser disponibi-lizados em Novembro.

A instalações de equipamentos de rede na zona da Praia Grande e do edi-fício FIT estão quase concluídas, sendo que estas deverão ser as áreas a poder beneficiar em primeiro lugar da nova oferta de Internet.

Na cerimónia de abertura de Centro

de Estudos de Internet em Macau, o res-ponsável da MTEL revelou que 16% da área do território já está coberta com re-des da empresa e que até ao final do ano essa percentagem pode chegar aos 30%.

As inscrições para os interessados deverão abrir muito em breve, mas ape-nas para as casas que se localizem nas zonas com rede da companhia.

A MTEL ganhou no ano passado um concurso público para a instalação de re-des fixas no território mas ainda aguar-da ainda por uma licença de fornecedor de Serviço de Internet (ISP). Choi Tak

CRIADO GRUPO PARA COMUNICAR COM GOVERNO

Moradores do Sin Fong admitem acções mais radicais

Viviana Chan

Meng disse esperar que a licença possa ser atribuída nos próximos meses.

De acordo com o jornal “Ou Mun”, desde 1996 que é possível pedir licença de fornecedor de Serviço de Internet (ISP) mas actualmente a Companhia de Telecomunicações de Macau (CTM) é o único operador de Internet activo. A MTEL tem feito acordos com a China Te-lecom e China Unicom, tendo instalado ligações de redes fixas na Ilha da Monta-nha e no Parque Industrial entre a China e Macau. Para além disso, a companhia planeia fazer uma ligação com as redes

fixas de Hong Kong na Ponte de Delta que ligará Macau, Hong Kong e Zhuhai.

Choi Tak Meng voltou ainda que a frisar que a MTEL terá preços sensivel-mente 30% mais baratos que os pratica-dos pela CTM. Quanto às característi-cas da Internet, o CEO salientou que a companhia reservou uma banda larga com velocidades entre os 100Mbps e os 200Mbps para os clientes, valores que considera suficientes para responder às necessidades do mercado “nos próxi-mos 50 anos”.

Redes da CTM mais baratas A CTM vai voltar a diminuir as ta-

rifas mensais cobradas no aluguer das redes fixas a outras companhias. De acordo com a Direcção dos Serviços de Regulação de Telecomunicações, a redu-ção deve situar-se entre os 3% e os 21%, conforme as diferentes velocidades de linha, sendo que este é o segundo ajus-tamento efectuado pela CTM no espaço de um ano. A redução acumulada das tarifas é de 26%, de acordo com a DSRT.

“Tem-se verificado um aumento gra-dual da demanda de utilizadores em rela-ção à transmissão por circuitos alugados de velocidade mais alta. Para responder ao desenvolvimento e à necessidade do mercado, a DSRT não apenas tem pres-tado atenção ao desenvolvimento acima mencionado, como também procedeu ac-tivamente à comunicação com as opera-doras de telecomunicações relacionadas, com vista a promover constantemente a redução das tarifas”, referiu o organismo em comunicado.

Os inquilinos criaram um grupo de trabalho para manter a comunicação com o Governo e preparar outras acções de protesto, caso seja necessário

Os moradores de Sin Fong cria-ram um grupo de trabalho que tem por objectivo manter a co-

municação com o Governo e encontrar uma solução para a situação que vivem. Caso o segundo relatório técnico, cujos resultados devem ser conhecidos em breve, não seja conclusivo em relação aos problemas que têm afectado o edifí-cio, os moradores admitem iniciar pro-testos mais radicais.

O grupo de trabalho criado ontem é composto por mais de 20 moradores do prédio, e inclui os dez representan-tes dos inquilinos que integravam o anterior grupo de acompanhamento do caso e que, entretanto, foi dissolvido.

O novo grupo de trabalho tem uma equipa dedicada à área das comunica-ções e outra para apoiar as acções orga-nizadas pelo grupo.

Um dos representantes dos morado-res, Wong Luok Fai, defende que um eventual corte de comunicação com o Governo “vai ser sempre desfavorável ao desenvolvimento do caso”. Wong Luok Fai apelou também à Administra-ção para publicar todos documentos e

registos das reuniões do grupo de tra-balho do Sin Fong, do qual fazem parte vários organismos governamentais.

Durante o programa da TDM “Fó-rum Macau”, um morador sugeriu on-tem ao Governo para avançar com a reconstrução do prédio, assumindo, em contrapartida, a propriedade do mes-mo. Porém, o deputado Chui Sai Peng considerou que essa ideia é parecida com a do projecto de remodelação dos bairros antigos e manifestou-se mais es-perançado numa solução de “negocia-ção” em detrimento do conflito judicial.

COMPANHIA INICIA NOVO CONTRATO EM ABRIL

CSR promete melhoriasO novo contrato da Companhia de Sistemas de Resíduos (CSR) começa já em Abril e a empresa pretende comprar mais equipamentos para melhorar a capacidade de resposta. Contentores automatizados vão ser utilizados em todo o território

A partir de Abril vai entrar em vigor o novo contrato de Lim-peza Urbana, Recolha e Trans-

porte de Resíduos a partir de Abril que continuará a ser assegurado pela Com-panhia de Sistemas de Resíduos (CSR). A empresa diz que pretende assegurar o serviço com qualidade na próxima década e planeia comprar mais equipa-mentos para melhorar a capacidade de resposta.

Segundo anunciaram ontem os res-ponsáveis da empresa, a CSR vai passar a utilizar “contentores automatizados em todo o território”. Até agora este equipamento apenas tem sido usado nos maiores centros de habitação pú-blica.

A empresa manifestou também a intenção de comprar mais dois camiões de transporte de lixo e de aplicar tam-pas em todos os camiões que fazem parte da frota para evitar que os lixos possam cair no chão durante o trans-porte.

De acordo com o “Ou Mun Tin Toi”, a mesma companhia disse que a quanti-dade de lixo em Macau aumentou 10% no ano passado, o que permite à com-

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panhia contratar mais trabalhadores, caso entenda necessário.

Actualmente, a CSR conta com cer-ca de 500 funcionários.

Na semana passada, a Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA) sublinhou que o novo contrato dedica especial atenção ao “regime de garantias dos trabalhadores” e o Go-verno exige que a empresa “assuma a responsabilidade social” e “cumpra as promessas feitas na sua proposta de concurso”. A CSR terá ainda de “garan-tir a execução do programa de transi-ção dos trabalhadores efectivos”, bem como “os níveis de remunerações e re-galias dos mesmos”.

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Segunda-feira, 31 de Março de 201406 JTM | LOCAL

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UIVOSandra Lobo Pimentel

PROCESSO DISCIPLINAR NÃO TEM AINDA DESFECHO CONHECIDO

Bill Chou ouvido pela Universidade de MacauO académico que está a ser alvo de um processo disciplinar movido em Dezembro pela Universidade de Macau, só agora foi convocado para uma audição. Após ter sido ouvido na sexta-feira na presença da sua advogada, Bill Chou escusou-se a comentar o que lhe foi perguntado. O JTM sabe que o vice-reitor Alex Lai Iat Long está à frente do processo que é, ainda, interno, mas a universidade também conta com o apoio de um advogado no caso

O professor Bill Chou, também conhecido como activista e re-centemente filiado na Associa-

ção Novo Macau, foi ouvido na sexta--feira pela Universidade de Macau no âmbito do processo disciplinar de que foi alvo em Dezembro passado.

O JTM confirmou junto do próprio, que se escusou a comentar. “Sou fun-cionário da universidade e tenho a obri-gação moral e profissional de não reve-lar o que se passou na audição”, disse.

O académico fez-se acompanhar pela advogada que constituiu depois de ter sido informado que estaria a ser alvo de um processo disciplinar.

A Universidade de Macau também conta com o apoio de um advogado no processo, apesar de, nesta fase, ainda se tratar de um procedimento interno da instituição. O advogado do escri-tório C&C foi contactado pelo JTM, mas escusou-se a comentar o caso, não desmentindo que aquele escritório dá apoio à Universidade de Macau há vá-rios anos.

O JTM também sabe que é o vice-rei-tor para a Administração, Alex Lai Iat Long, que está ao comando do proce-dimento disciplinar movido contra Bill

Chou. Contactado para o seu gabinete, foi transmitido a este jornal que não há comentários a fazer relacionados com o processo interno da instituição.

Pedida a confirmação da audição de sexta-feira ao gabinete de comunicação da Universidade de Macau, a responsá-vel enviou o mesmo comunicado que foi divulgado a 16 de Janeiro deste ano, quando a instituição tomou uma posi-ção pública sobre o assunto, dizendo que “nunca foi - nem será - iniciado um

processo disciplinar contra qualquer funcionário da UM por causa das suas declarações políticas junto da comuni-dade”.

De acordo com a legislação aplicável à Universidade de Macau, os funcioná-rios podem estar sujeitos às regras do direito laboral privado, apesar de se tratar de uma pessoa colectiva de direi-to público. De acordo com as mesmas normas publicadas em Boletim Oficial, a instituição dispõe também de um re-

gulamento interno aplicável a todos os funcionários.

De acordo com o que o JTM apurou, esse regulamento dispõe um prazo de 30 dias após o início do procedimento disciplinar para o visado ser ouvido. No entanto, Bill Chou foi convocado para uma audição mais de 90 dias de-pois de ter tomado conhecimento, e em Dezembro já terá contestado a nota de culpa recebida.

Não foi assim possível saber que prazos se aplicam a este procedimento disciplinar e, por isso, para quando a Universidade de Macau terá uma con-clusão acerca da matéria, ou que san-ções poderão estar em cima da mesa para o docente de Ciência Política.

Professor do Departamento de Ad-ministração Pública e Governamental da Faculdade de Ciências Sociais da Universidade de Macau, Bill Chou há muito que participa activamente em protestos públicos e é uma figura pró-xima de Jason Chao, presidente da As-sociação Novo Macau.

Mesmo antes das eleições para a Assembleia Legislativa, Bill Chou abor-dou a questão da pressão causada pela sua participação pública e activismo político, mas afastou a possibilidade de ser candidato em alguma das três listas daquela associação, apenas se filiando na mesma após o acto eleitoral.

Hospitalizada subchefe da PSP após saltar do 3º andar

A PSP garantiu que está a acompanhar com muita atenção o caso de uma subchefe da PSP, que na sexta-feira saltou do 3º andar do edifício da corporação onde funciona o departamento de logística aparentemente devido a problemas emocionais. A subchefe, que integra os quadros da PSP desde 1990, caiu no toldo de protecção do estacionamento do edifício e foi prontamente transportada para o hospital, onde continua internada, embora o seu estado seja considerado “estável”, segundo indicou a corporação.

Agiota sem paciência fugiu com dinheiro que emprestou

A PJ deteve um indivíduo de 36 anos, oriundo da China Continental por suspeitas de agiotagem, após uma discussão com uma mulher. O detido tinha-lhe emprestado 50.000 dólares de Hong Kong, mas a meio do jogo pegou nos 41.000 dólares que a mulher ainda tinha e fugiu. Horas mais tarde, ela encontrou-o noutro hotel e tiveram uma discussão, que conduziu à detenção.

Um estudante do ensino secundário actuava depois dos treinos dos Barcos-Dragão para furtar bens nos balneários do Centro Náuti-

co da Praia Grande.Depois de diferentes relatos de furtos naquelas

instalações, a Polícia de Segurança Pública (PSP) analisou as gravações de videovigilância, que apa-nharam o suspeito em “acção”.

O jovem, de 17 anos, foi detido na Rua Nova do Patane na posse de um telemóvel e algum dinhei-ro, que admitiu ter furtado do balneário do Centro Náutico na quarta-feira. Segundo terá confessado, depois do treino de atletas de Barcos-Dragão, ar-rombou um cacifo e furtou um saco de desporto, de onde tirou o dinheiro e o telemóvel, livrando-se dos restantes bens.

Este não foi o primeiro furto, pois de acordo com as suas declarações, utilizou o mesmo método em

FURTOS NOS BALNEÁRIOS MASCULINOS

Jovem arrombava cacifos no Centro NáuticoGraças ao sistema de videovigilância, um estudante de 17 anos foi apanhado a furtar nos balneários masculinos do Centro Náutico. O esquema começou em Dezembro de 2012

Liane Ferreria

seis períodos diferentes, entre Dezembro de 2012 e Março do corrente ano, sempre quando havia trei-nos.

O jovem, que declarou não saber ao certo o va-lor dos bens furtados, vai ser entregue ao Ministério Público podendo vir a ser acusado de furto agrava-do.

Ladrão fotografado em aviãoNoutro caso, a PSP deteve dois homens da China

Continental com 42 anos por suspeitas de furto du-

rante um voo entre Banguecoque e Macau. Segundo as autoridades, as duas vítimas esta-

vam a dormir quando os suspeitos tiraram o di-nheiro que se encontrava nas malas colocadas nos compartimentos superiores da cabine.

Um dos ladrões não teve muita sorte, pois foi apanhado em flagrante por uma testemunha que tirou uma fotografia ao assalto e avisou a vítima.

Quando a situação foi exposta, já tinha sido fur-tado um total de 48.000 dólares de Hong Kong.

Numa revista aos suspeitos, que negaram conhe-cer-se apesar dos registos telefónicos indicarem o contrário, foram encontradas moedas do Vietname, Indonésia, Tailândia, Estados Unidos e Hong Kong.

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Segunda-feira, 31 de Março de 2014 JTM | LOCAL 07

Mais farpas entre defesa e assistenteA defesa do presidente do IACM disse que arguidos, MP e Tribunal estão a ser “vítimas” deste julgamento. O advogado de Raymond Tam referiu ainda que a assistente está a usar o processo para “outros fins”, mas Paulina Alves do Santos vincou não tolerar o que considera “injúrias” e ameaçou queixar-se à Associação dos Advogados

A defesa do presidente suspenso do Instituto para os Assuntos Cívicos

e Municipais (IACM) abdicou de duas testemunhas – José Luís Sa-les Marques e uma requerente às sepulturas perpétuas - por con-siderar que não iam “contribuir para a descoberta da verdade, porque não têm conhecimento dos factos que estão a ser discu-tidos na audiência”.

“A defesa também entende que deve contribuir para uma certa dinâmica e rapidez, por-que os arguidos, o Tribunal e o Ministério Público são vítimas e estamos aqui a gastar recursos do território para julgar um pro-

cesso que não vai dar em nada, pelo que prescinde das duas tes-temunhas sem prejuízo do Mi-nistério Público e da assistente as inquirirem”, referiu Álvaro Rodrigues.

O advogado de Raymond Tam informou ainda o Tribunal de uma situação que a defesa considera “muito grave”. “A assistente dá entrada de reque-rimentos de processos que a de-fesa tem acesso mas depois pede [ao Tribunal] para não dar co-nhecimento aos mandatários”, explicou o advogado, notando que foram ultrapassadas “todas as regras da comum convivência em termos processuais”.

O presidente do Colectivo de Juízes esclareceu que já deu des-pacho aos requerimentos e que o processo é público e “ninguém esconde nada”. “Se não quiser que alguém saiba não pode en-tão colocar o requerimento ao Tribunal”, disse o juiz, notando que se “a assistente diz que há índice de crime pode participar por si só ao Ministério Público”. “Para já, não há indício de cri-me”, disse o juiz, ao referir-se aos requerimentos apresentados.

Depois do advogado do pri-meiro arguido querer “registar a atitude da assistente”, salientan-do que está “a usar este processo para atingir outros fins”, Paulina

Alves dos Santos respondeu às declarações de Álvaro Rodri-gues no final da sessão dizendo que quer apresentar uma queixa. “Vou queixar-me à Associação dos Advogados pelas injúrias. Todas as coisas no processo têm despacho”, afirmou Paulina Alves dos Santos. A advogada disse que não tolera “mais as injúrias” da defesa, nem aceita a sua técnica de aproveitar o julga-mento para a chamar à atenção e “insultar”.

Posteriormente, num escla-recimento enviado à TDM, Pau-lina Alves dos Santos salientou ainda que a acusação dos quatro arguidos foi deduzida pelo MP e

não por si, “o Juízo de Instrução Criminal proferiu o despacho de pronúncia e o referido processo está a ser julgado no Tribunal Judicial de Base”, é além de que “o julgamento é público e ainda não terminou”.

“A assistente está a exercer as funções que a Lei lhe confere sendo as insinuações e afirma-ções da defesa da total respon-sabilidade desta”, referiu ainda, acrescentando que “tomará, oportunamente, as medidas que a lei lhe faculta, cabendo tam-bém ao Ministério Público tomar as providências adequadas, se assim o entender”.

F.A.

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A secretária do ex-administrador e antigo chefe dos Serviços de Ambiente e Licenciamento con-

firmou que em 2010 foi à procura dos do-cumentos das 10 campas, mesmo sem sa-ber ao certo que tipo de documentação se tratava. Yun In Leng afirmou que esteve nos arquivos da Barra, bem como noutro armazém do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) “antes de Agosto” com o objectivo de encontrar os originais das 10 campas requeridos pelo Ministério Público, a pedido do seu supe-rior, Ng Peng In.

Apesar de ter trabalhado num de-partamento que ficou responsável pelos documentos das 10 campas, a assistente de Ng Peng In não deu certezas sobre ter visto tais originais ou do número dos que poderá ter analisado. “Não me recordo se vi todos os documentos”, disse a teste-munha durante a audiência de sexta-feira do julgamento que visa apurar se o presi-dente do IACM e mais três funcionários do organismo cometeram o crime de pre-varicação.

Os documentos chegaram a ser pro-curados na Barra por outras testemu-

Apesar de outra testemunha afirmar que os documentos estariam no departamento que Ng Peng In geriu até 2003, a secretária do ex-chefe dos Serviços de Licenciamento e Ambiente disse não saber quanta documentação relativa à atribuição das 10 sepulturas viu. Porém, confirmou que esteve na Barra antes de Agosto de 2010 à procura dessa documentação

nhas, como José das Neves, mas nunca foram encontrados naquele espaço pelo menos até 13 de Agosto de 2010, o que alimentou as suspeitas de poderem ter sido retirados dos arquivos e posterior-mente colocados naquele espaço.

Porém, a ex-secretária de Ng Peng In disse que apenas tentou encontrar os documentos na Barra - onde ambos tra-balharam até 2003 quando Ng foi no-meado administrador do IACM. Yun In Leng justificou que se dirigiu a esses dois arquivos por tal lhe ter sido pedido pelo seu superior, o que levou a defesa dos três primeiros arguidos a questionar o porquê de alguém tentar encontrar documentos que diz não conhecer.

“Fui procurar os documentos porque era secretária de Ng Peng In e ele pediu--me ajuda”, disse Yun In Leng, ao advo-gado do primeiro arguido. Já quando inquirida pelo MP a testemunha afirmou que além da Barra foi ainda a outro ar-mazém do IACM onde procurou os do-cumentos com mais afinco. “Na Barra procurei em geral. Era difícil [procurar os documentos] porque não tinham caracte-rísticas distintas dos outros documentos. Parece que havia umas caixas, mas não sei, estou um pouco confusa”, explicou a testemunha, que continuará a ser ouvida pela defesa na próxima audiência.

EX-SECRETÁRIA DE NG PENG IN NÃO SE RECORDA SE VIU MUITA INFORMAÇÃO DAS CAMPAS

À procura de documentos pouco familiares

Fátima Almeida

O regresso do “fax mistério”Em 2003 alguns documentos terão

perdido o rumo do IACM, uma vez que nesse ano regressaram ao organismo atra-vés de um “fax mistério” – cuja origem o Tribunal já decretou que fosse apurada junto da CTM.

Um engenheiro, que desde a criação do IACM exerceu o cargo de administra-dor do organismo até 2005, disse nunca ter ouvido falar no extravio de docu-mentos, bem como não se recordar que tenham sido anexados aos outros, depois de terem chegado por fax.

Marcelo dos Remédios afirmou, con-tudo, “ser estranho que venha um fax do exterior” com tal conteúdo. Olhando para os documentos que lhe mostravam enquanto testemunhava, o ex-funcioná-rio do IACM referiu que a “informação é verdadeira”, mas não sabe porque foi enviada do exterior.

A testemunha afiançou que os docu-mentos relativos às 10 campas estavam nos serviços a cargo de Ng Peng In e re-feriu que o primeiro e o terceiro arguidos não tinham competência para tratar dessa documentação, enquanto que o segundo ainda não trabalhava no IACM naquela altura. “Os documentos estavam a cargo do departamento que ele [Ng Peng In] geria?”, questionou o advogado do pri-meiro arguido obtendo a confirmação da testemunha. “Segundo me recordo, o 1º e

3º arguidos não lidaram com as campas”, acrescentou.

Álvaro Rodrigues prosseguiu com a inquirição para saber se era normal que um funcionário, após a promoção, levasse consigo os documentos do departamento onde trabalhava. Marcelo dos Remédios respondeu, dando como exemplo o seu caso pessoal. “Quando saí [do IACM] deixei tudo”, referiu.

Neste sentido, a defesa recordou que quando houve a mudança de chefe nos Serviços de Licenciamento e Ambiente os documentos não foram logo entregues por Ng Peng In à pessoa que o vinha substituir no cargo.

Na última sessão testemunharam ain-da Sales Marques, antigo presidente da Câmara Municipal de Macau Provisória e uma das requerentes às sepulturas per-pétuas. As duas testemunhas foram ape-nas inquiridas pelo MP e pela assistente, Paulina Alves dos Santos, uma vez que a defesa abdicou da sua instância por con-siderar que não sabiam do teor da acusa-ção para poder ajudar na descoberta da verdade.

Sales Marques respondeu a questões sobre a informatização do IACM, que foi iniciada na altura que trabalhava no or-ganismo, notando que em princípio os documentos eram registados no sistema informático, mas não se pode garantir que estivessem lá todos.

Raymond Tam esclareceu que só soube do extravio mais tarde

O presidente suspenso do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais pediu para falar na última sessão do julgamento, para esclarecer que só tomou conhecimento que tinha havido um extravio de documentação relativa à concessão das 10 sepulturas quando foi envolvido no processo de procura de documentos a pedido do Ministério Público. Raymond Tam disse desconhecer que em 2003 faltassem documentos relativos às 10 campas que posteriormente foram enviados por fax, uma vez que não era da sua competência tratar destes assuntos, tal como confirmou uma das testemunhas ouvidas na sexta-feira.

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Chefe do Executivovolta à AL em Abrilpara responder aos deputados Chui Sai On vai marcar presença, no dia 22 de Abril, pelas 15:00, na reu-nião plenária da Assembleia Legisla-tiva (AL) para responder às perguntas dos deputados sobre assuntos relacio-nados com a administração e a vida da população, “aos quais tem sido dada mais atenção” pelos cidadãos, anunciou o Gabinete do Porta-voz do Governo. A reunião plenária terá transmissão em directo e integral pela TDM (Televisão e Rádio), e poderá ser visionada através dos sites da AL, Go-verno, Gabinete do Chefe do Executi-vo e Gabinete de Comunicação Social. O comunicado oficial sublinha ain-da que, para além de participar nas reuniões plenárias agendadas para responder às perguntas relacionadas com as linhas de acção governativa, o Chefe do Executivo desloca-se anual-mente, nos meses de Abril e Agosto, à Assembleia Legislativa “por forma a melhorar a comunicação e interacção com os deputados, promover a trans-parência da actuação governativa, as-sim como melhorar o conhecimento da população sobre a evolução dos trabalhos do Governo”. Entretanto, a AL também já agendou o primeiro dos três debates aprovados na sema-na passada sobre assuntos de interes-se público. No dia 8 de Abril, os de-putados irão abordar uma eventual revisão da legislação sobre a proibi-ção no fumo nos casinos, na sequên-cia de uma proposta apresentada pela deputada Lei Cheng I. “Com vista a conseguir a plena proibição do taba-gismo nos casinos, nomeadamente, em prol da salvaguarda da segurança no trabalho dos trabalhadores do sec-tor do jogo, deve-se ou não proceder, de imediato, à revisão da legislação?”, é a questão central levantada pela de-putada dos Operários.

HO IAT SENG EM ENTREVISTA À RÁDIO MACAU

“Deve haver mudanças” de SecretáriosEm entrevista à Rádio Macau, o presidente da AL defendeu que o novo Chefe do Executivo deverá avaliar o trabalho dos Secretários de modo a substituir alguns. Ho Iat Seng admitiu ainda que será dificil para o Governo acabar com os cheques atribuidos à população

O presidente da Assembleia Legislativa (AL) defende que a próxima eleição do Chefe do Executivo é uma oportunidade para introduzir algumas alterações na

composição do Governo, sobretudo no que respeita aos Se-cretários que estão nos cargos há mais tempo. “Cada Gover-no, se já está há 15 anos [em funções], deve fazer uma revisão da sua experiência. Se deve manter os secretários actuais ou mudar alguns, isso é uma questão que o novo Chefe do Exe-cutivo deve fazer uma avaliação. Na minha opinião, acho que deve haver algumas mudanças”, sugeriu Ho Iat Seng, em en-trevista à Rádio Macau.

Sobre as despesas da Administração, referiu que devem ser alvo de maior controlo, sobretudo por parte do Comis-sariado de Auditoria e do Comissariado contra a Corrupção uma vez que a AL não tem mecanismos para o fazer.

Ho Iat Seng considerou ainda que o Executivo não tem grande possibilidade de acabar com o plano de compartici-pação pecuniária. “Se o Governo quiser alterá-lo, terá de ter uma determinação muito forte porque já se tornou numa me-dida habitual. É como os ‘lai si’ no Ano Novo Lunar. Se, de repente, não dermos ‘lai sis’ às crianças, elas vão ficar tristes”, sustentou.

Na entrevista, reiterou ainda que os deputados devem melhorar a qualidade das intervenções e há condições para que as reuniões das comissões de acompanhamento sejam transmitidas em directo, ideias que já tinha defendido em entrevista recente ao JTM. Voltou a apelar também aos depu-

“Boas perspectivas” para portugueses bilingues

Ho Iat Seng enalteceu o papel que a comunidade lusa sempre desempenhou em Macau e disse antever “boas perspectivas de futuro”, sobretudo para os portugueses bilingues. “Há uma base firme e espero que possamos fazer bem este trabalho para desempenhar bem o papel de ponte de intercâmbio entre a China e os países de língua portuguesa, porque o sistema jurídico destes países é semelhante ao de Macau”, defendeu.

tados para respeitarem as opiniões de colegas do Hemiciclo, sobretudo sobre diplomas que já foram votados mais do que uma vez. “O deputado [proponente] pode aceitar as opiniões e alterar a proposta ou pode não aceitar as opiniões e explicar as razões, quando apresentar a segunda versão do texto. Não deve é apresentar a mesma proposta sem qualquer alteração outra vez”.

Convicto de que a actual composição da AL reflecte a rea-lidade da sociedade local, Ho Iat Seng acredita também que não há deputados a mais ligados ao sector empresarial. “O número de deputados do sector empresarial nesta legislatura desceu mais de um por cento face à anterior. Macau é uma sociedade capitalista, não é uma região de socialismo”, ex-plicou.

Sobre o debate em torno do sufrágio universal, Ho Iat Seng, que é também membro do Comité Permanente da As-sembleia Nacional Popular, voltou a afirmar que a Lei Básica de Macau não contempla uma solução do género. “Se anu-larmos as nomeações e o sufrágio indirecto, e passarmos ao sufrágio directo de todos deputados, temos de estudar pro-fundamente a Lei Básica”, reiterou.

No que toca ao à lei da violência doméstica, sugeriu uma ampla consulta na sociedade, não dizendo se defende ou não a sua classificação como crime público.

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CAMPANHA DE FUNDOS PARA ANIMAIS DE RUA

A Anima irá iniciar no próximos meses de Abril e Maio a sua primeira campanha de fundos de 2014,

destinada a apoiar os animais de rua. Esta campanha coincidirá com o início de

actividade da sua clínica móvel, cuja função essencial é, de forma regular e sistemática,

inventariar e cuidar dos animais que vivem nas ruas, incluindo esterilização,

alimentação e tratamento veterinário.

A campanha, que conterá obrigatoriamente o logo da Anima em todos os documentos para recolha de fundos,

será liderada pela Gina Rangel, membro fundador da Anima e todos os voluntários que

nela participam deverão estar devidamente credenciados.

Macau, 7 de Março de 2014

Albano MartinsPresidente

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Segunda-feira, 31 de Março de 2014 JTM | LOCAL 09

PROCESSO DE TRANSFORMAÇÃO DE PLANTAS JÁ ESTÁ EM USO

Lixo alimentar pode ser convertido em adubosO IACM e a Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental estão a estudar a hipótese de recolher e transformar os restos alimentares da população

A última sessão do Conselho de Administração do Instituto para os Assuntos Cívicos e Munici-

pais (IACM) foi focada no programa de recolha de plantas e tangerineiras do Ano Novo Lunar, que dão lugar a adu-bos fertilizantes, mas também no estudo da possibilidade de transformação dos resíduos alimentares das famílias. Hou-ve ainda espaço para apelar à população para fazer a manutenção adequada dos aparelhos de ar condicionado.

Na sequência do actual plano para transformar as plantas ornamentais re-colhidas em adubo orgânico, o IACM tem em vista para o futuro a recolha de restos alimentares da população para que sofram o mesmo tipo de processo de transformação. Apesar de ser considera-da difícil, a ideia está a ser estudada em conjunto com a Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA).

O plano de recolha de plantas orna-mentais e tangerineiras permitiu reco-lher cerca de 12.000 tangerineiras e 1.000 exemplares de plantas ornamentais, em

cerca de 100 pontos de recolha espalha-dos pelo território, durante o período pós-Ano Novo.

Estas plantas, que anteriormente eram despejadas no aterro sanitário, passaram a ser levadas para um espa-ço administrado pela DSPA no COTAI, onde são transformadas em adubos or-gânicos, após serem limpas todas as pe-ças de metal e papel. O adubo é depois utilizado pelo IACM na manutenção dos jardins do território.

As tangerineiras que ainda estão em boas condições são replantadas, ajudan-

Liane Ferreira

do na criação de zonas verdes. No en-tanto, na reunião de sexta-feira, o IACM apontou a falta de espaço como uma grande limitação no desenvolvimento deste trabalho.

A questão dos pingos e fugas de água dos equipamentos de ar condi-cionado também foi analisada, pois em 2013 a divisão de fiscalização do IACM recebeu 1.484 queixas, das quais 1.251 eram referentes a espaços públicos e 233 a privados.

A representante daquela divisão refe-riu que, apesar das notificações que são

emitidas e da possibilidade de autuação em 600 patacas, ainda se registaram cer-ca de 110 casos em que os proprietários não corrigiram as anomalias detectadas.

Foi também referido que a sensibili-zação da população para esta questão, que põe em causa a salubridade do meio ambiente e o bem estar dos transeuntes, é um dos principais objectivos do IACM. O organismo continuará a apostar em panfletos e vídeos informativos, para que as multas sejam a última opção.

Remodelação no Museu da Lei BásicaNoutro ponto da ordem de traba-

lhos, foi apresentado o plano de reor-denamento do Museu da Lei Básica da RAEM, um projecto dividido em duas partes.

Uma delas conta com sete zonas de exposição, ao invés das cinco anteriores. Esta área contempla uma retrospectiva da história de Macau, uma apresentação sobre o princípio “Um País, Dois Siste-mas” e também da implementação da Lei Básica.

A outra parte inclui uma galeria de informação com 1.700 livros de áreas te-máticas, como a administração pública e política, sendo totalmente gratuita e aberta ao público. Serão oferecidas visi-tas guiadas, no quarto domingo de cada mês.

O museu inclui 210 fotografias, algu-mas delas raras e 125 artigos de exposi-ção, sendo que os recursos multimédia são uma constante, para optimizar a aprendizagem.

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IACM está a avaliar a possibilidade de transformar os restos alimentares em adubos fertilizantes

Depois de três dias de mostras de produtos, pa-lestras e bolsas de contacto, a edição deste ano do Fórum Ambiental chegou ao fim tendo re-

gistado um número total de 9.245 participantes. No “Dia Verde”, que aconteceu no sábado, o último dia do evento, o recinto do MIECF (na sigla inglesa) abriu-se ao público em geral proporcionando actividades para mais de 2.900 visitantes.

Segundo a organização, a quinta edição da MIECF foi um “grande sucesso” e desde a primeira edição, em 2008, que o evento tem registado “um melhoramento constante, proporcionando oportunidades para contac-tos comerciais e promoção da cooperação empresarial”.

Este ano, ao longo de três dias, realizaram-se, apro-ximadamente, 800 bolsas de contacto entre empresas, incluindo a área da indústria hoteleira e envolvendo serviços públicos. Nestas bolsas participaram empre-sários e representantes de organizações do Interior da China, Coreia do Sul, Portugal, Singapura, Malásia, Taiwan, Hong Kong e Macau.

A cooperação em projectos de reciclagem de re-síduos sólidos, soluções para a purificação do ar em recintos fechados ou na área de tratamento de águas residuais foram algumas das áreas privilegiadas. No âmbito do MIECF foram ainda assinados 26 protocolos nas áreas da engenharia ambiental, da construção, da educação, da cooperação técnica e do agenciamento de produtos.

Nas nove conferências realizadas, que incluíram sete sessões e dois seminários, participaram 58 especia-

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“DIA VERDE” ABRIU MIECF AO PÚBLICO EM GERAL

10 mil participantes no Fórum ambientalOrganização do MIECF fez um balanço positivo do evento no qual se realizaram mais de 800 bolsas de contacto entre empresas e entidades governamentais. Foram ainda assinados 26 protocolos nas áreas da engenharia ambiental, da construção, da educação, da cooperação técnica e do agenciamento de produtos

listas e académicos provenientes de 12 países e regiões, entre os quais Joseph Stiglitz, vencedor do Prémio No-bel de Economia em 2001 e James Jao, presidente do Grupo Long On e especialista sénior de Planeamento da Administração Estatal dos Assuntos de Especialistas Estrangeiros da República Popular da China e membro da Direcção do Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (UN-Habitat).

600 alunos entre os visitantesNo Dia Verde do Público, diversas actividades foram

programadas tendo como tema “Não aos sacos de plásti-co, Sim a uma cidade mais verde!”. Nas oficinas ambien-tais, os participantes eram incentivados a usar a imagi-nação e a criatividade, transformando resíduos sólidos

em artigos ecológicos. Além disso, no recinto, foram co-locadas placas informativas com dicas sobre formas de reduzir o uso de sacos de plástico no quotidiano.

Com vista a promover a consciência ambiental e a compreensão do conceito do MIECF, a Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental organizou visitas ao recinto para 600 alunos de 12 instituições de ensino.

O recinto da exposição contou com 16 mil metros quadrados, cobrindo seis grandes áreas: eficiência ener-gética, energias renováveis, construções verdes, mobili-dade verde, soluções para tratamento de resíduos sóli-dos e gestão de recursos hídricos e serviços ambientais.

Este ano, a organização providenciou o serviço “Ex-presso MIECF”, que permitiu a deslocação de muitas organizações da Província de Guangdong até à MIECF.

Organização contabilizou 800 bolsas de contacto Feira acolheu 600 alunos de 12 escolas

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Segunda-feira, 31 de Março de 201410 JTM | LOCAL

• • • BREVESDSSOPT regista 24 pedidos de terrenos em ColoaneO Governo recebeu, até finais de Março, 24 pe-didos de concessão de terrenos na Vila de Co-loane, cinco dos quais já foram aprovados. Se-gundo a DSSOPT, dez encontram-se ainda em acompanhamento, seis dos quais foram preli-minarmente avaliados e seleccionados para a próxima fase de selecção. O procedimento pre-tende resolver os problemas dos moradores da vila que, apesar de já morarem no local antes do estabelecimento da RAEM, não possuíam direitos legais de aproveitamento do terreno.

Morreu Tong Seng Chiu, ex-presidente dos OperáriosO Chefe do Executivo endereçou uma carta de condolências aos familiares de Tong Seng Chiu, ex-presidente da Associação Geral dos Operários de Macau, que morreu recentemen-te. Tong Seng Chiu participou na organização e criação da Associação Geral dos Operários de Macau e da Associação dos Empregados da CEM e SAAM. Foi também deputado de Ma-cau à Assembleia Nacional Popular e vice-pre-sidente do Conselho Consultiva da Lei Básica e vice-presidente da Associação Promotora da Lei Básica.

Suspeita de emprego ilegal sujeita a medidas de coacçãoUma mulher de 48 anos ficou sujeita a medi-das de coacção, após ter sido detida por sus-peitas da prática do crime de emprego ilegal, anunciou o Ministério Público. Numa obra do qual era responsável, foram descobertos 15 trabalhadores ilegais da China e do Vietname, sem qualquer documento que lhes permitisse trabalhar no território. Os trabalhadores con-fessaram que recebiam remunerações diárias de 300 a 600 patacas, mediante nove horas de trabalho. Durante as investigações, a arguida negou ter contratado directamente os trabalha-dores ilegais.

BNU lança cartão para o condomínio “Fa Seng”O BNU acaba de lançar o cartão de afinidade “Fa Seng” destinado aos membros do condo-mínio da Taipa “Fa Seng” Hong Tou Wai Yip mas também ao público em geral. O cartão oferece pontos de bónus creditados trimestral-mente e descontos em vários estabelecimentos comerciais. Parte do volume de vendas reverte para o Fundo Social do condomínio destinado a apoiar idosos, bem como incentivos para a educação a atribuir pela ”Fa Seng” Hong Tou Wai Yip.

Rodolfo Ávila não terminou prova no circuito de SepangRodolfo Ávila não conseguiu terminar a cor-rida da Taça Porsche Carrera Ásia disputada este fim-de-semana no Circuito Internacional de Sepang. O piloto estava esperançado em conseguir um lugar no pódio na Malásia mas o seu Porsche 911 GT3 foi abalroado na pri-meira curva. A segunda corrida da temporada está agendada para Xangai nos dias 19 e 20 de Abril.

Carnevale no Venetian até 13 de AbrilO Carnaval vai ser celebrado no Venetian até 13 de Abril, com uma série de concertos, activi-dades e cores típicas. Uma das atracções deste ano do “The Venetian Carnevale” é o espectá-culo de dança e luz que acontece todos os dias na lagoa exterior do resort. “Lords of Light-ning” é o nome do espectáculo que conta com dois bailarinos e que tem uma potência de elec-tricidade superior a quatro milhões de volts.

FESTIVAL TERMINOU ONTEM

Rota das Letras em “consolidação” Terminou ontem mais uma edição do Festival Literário de Macau – Rota das Letras, a terceira desde que foi criado, e que culminou com um balanço “muito positivo”. A maior adesão do público foi um dos destaques, mostrando que a Rota das Letras está a tornar-se num festival “de consolidação

O interesse revelado pelos jovens na literatura foi um dos pontos altos da tercei-

ra edição do Festival Literário de Macau – Rota das Letras, que vol-tou a ter um contacto muito próxi-mo com escolas e alunos. “É uma das coisas mais importantes para mim, sentir o quão felizes, satisfei-tos e recompensados, tanto auto-res como alunos, ficam depois das sessões. Acho que essa é a grande marca do festival, a força junto das novas gerações que serão também as novas gerações de leitores e, quem sabe, de autores”, disse Hé-lder Beja ao JTM, satisfeito por ter visto alunos a mostrarem interesse sobre como escrever livros.

Comparativamente com as edi-ções anteriores, o subdirector do festival referiu tratar-se de uma “edição de consolidação” que con-seguiu “muito público” em quase todas as edições. Para tal muito contribuiu um “programação bas-tante cuidada”, que procurou equi-librar autores lusófonos, China Continental, Hong Kong e Taiwan, “com uma componente que quería-mos aprofundar, que era a presen-ça de autores locais”.

Segundo Hélder Beja, outro dos pontos altos passou por conseguir mais seguidores, isto é, pessoas que continuavam a acompanhar os diversos eventos à medida que se iam desenrolando. “Acho que con-seguimos chegar mais à comunida-de chinesa, que é o intuito maior deste festival, porque é um festival para a cidade, e a cidade é maiori-

Pedro André Santos

Manuela António moderniza serviçosÀ passagem do 28º aniversário de actividade do escritório de advogados liderado por Manuela António, foram inauguradas novas instalações no edifício Dynasty Plaza, no NAPE. Assinalada também no dia 28, a nova etapa é uma aposta na modernização dos nossos serviços, disse Manuela António num breve discurso para as dezenas de convidados que encheram a entrada do edifício. “Esta é a resposta mais adequada à vitalidade da RAEM e ao empreendedorismo das suas gentes”, frisou a advogada. Para além de muitos colegas de outros escritórios do território, a cerimónia contou com a presença do cônsul-geral de Portugal, Vítor Sereno, os deputados Chui Sai Peng e Angela Leong, bem como Manuel das Neves, director dos Serviços de Inspecção e Coordenação de Jogos, e Félix Pontes, administrador da Autoridade Monetária de Macau.

tariamente falante do chinês. Acho que, passo a passo, o festival está a chegar mais à cidade e envolver mais pessoas”, acrescentou.

Uma das novidades deste ano foi a utilização do Teatro D. Pe-dro V como “base”, “um grande privilégio”, segundo Hélder Beja, que espera voltar a utilizar as ins-talações no futuro, embora com algumas alterações. “O auditório é muito bonito, mas demasiado gran-de para sessões que não sejam com uma ‘super-estrela’ em termos de popularidade. Nesse aspecto, pen-samos poder usar uma das outras salas do teatro no futuro, para lan-çamento de livros, por exemplo, onde a proximidade é o mais im-portante”, referiu.

Em relação à presença de es-critores no território, Hélder Beja

referiu que o feedback tem sido bastante positivo, fruto também da estrutura da organização que este ano conseguiu dar mais atenção aos convidados.

José Pacheco Pereira era tido com uma das “estrelas” para abri-lhantar o festival, mas a sua ausên-cia não afectou os resultados positi-vos desta edição. “Obviamente que nos deixou triste, são coisas que acontecem. Os reajustamentos que foram feitos foram inteligentes, se Pacheco Pereira tivesse vindo seria melhor, mas acho que conseguimos reajustar o alinhamento do festival e reagir”, considerou.

Hélder Beja adiantou ainda que os autores presentes foram já con-vidados para escrever sobre Macau, estando “na calha” mais um volu-me de literatura sobre o território.

Concerto de Cat Power no sábado foi um dos pontos altos da animação do festival

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Segunda-feira, 31 de Março de 2014 JTM | LOCAL 11

O festival que celebra a cultura francesa vai trazer ao território 12 obras de arte de grandes pintores mundiais e meia centena de esculturas de leões personalizadas por artistas chineses e gauleses

FESTIVAL DA CULTURA FRANCESA PROLONGA-SE POR DOIS MESES

50 estátuas de leões no “Le French May”Liane Ferreira

Depois do sucesso da ex-posição “Napoleão e as Artes Decorativas: Te-

souros de Palácios Imperiais”, que esteve patente no Museu de Arte de Macau em 2013, este ano o festival “Le French May” organizado pelo Consulado-Ge-ral de França traz ao território 12 obras de arte exclusivas de museus franceses, cinema e 50 estátuas de leões.

Arnaud Barthélémy, cônsul--geral de França em Hong Kong e Macau, foi o responsável pela apresentação do festival, subli-nhando que um dos pontos mais altos do programa vai acontecer em Macau, com a exposição de 12 quadros de grandes mestres da pintura, como Picasso, Monet e Renoir. A mostra, que já tinha sido antecipada pelo Museu de Arte de Macau, engloba obras do espólio de museus franceses de renome, como o Museu do Louvre, Museu D’Orsay e Cen-tro Pompidou.

As obras escolhidas perten-cem ao período compreendido entre os séculos XVI e XX e es-

tarão patentes ao público 27 de Junho e 7 Setembro, no Museu de Arte de Macau.

Esta iniciativa foi considera-da pelo cônsul-geral como um acontecimento com potencial para atrair muito público ao ter-ritório, pois como frisou, é uma exposição pautada pela “exce-lência”.

A Bienal dos Leões é outra actividade em destaque no pro-grama do evento. Entre Junho e 12 de Outubro, serão exibidas, primeiro no “MGM Art Space”

e posteriormente em vários pon-tos da cidade, 50 esculturas de leões personalizadas por artistas chineses e franceses. O leão é o emblema da cidade de Lyon, re-gião em destaque na edição des-te ano do “Le French May”.

A acompanhar a Bienal dos Leões, irá estar patente no “MGM Art Space”, parceiro do festival, uma exposição sobre a cidade francesa de Lyon, que tal como Macau também integra a lista do Património da Huma-nidade. “Journey from Lyon to

Macau: Heritage & Culture” é o título desta exposição que tam-bém decorrerá entre Junho e 12 de Outubro.

O festival “Le French May” irá ainda cruzar-se com o Festi-val de Artes de Macau, com Ju-lien Cottereau, antigo membro do “Cirque du Soleil”, a apresen-tar a peça “Imagine Toi” dedica-da ao público mais pequeno, no Teatro D. Pedro V, nos dias 23 e 24 de Maio, pelas 20:00 e 15:00, respectivamente.

Para além destas actividades,

irão ainda estar em exibição nos cinemas do Galaxy Macau sete filmes centrados nos pontos de vista de directores franceses e chineses sobre o país que não o seu.

Como este ano se comemora o 50º aniversário do estabeleci-mento das relações diplomáti-cas entre a França e a República Popular da China, pela mão do General Charles de Gaulle, o festival tem um significado adi-cional e dedica especial ênfase à reciprocidade de influências en-tre ambos os países.

Esta linha orientadora é per-ceptível na escolha dos artistas e dos espectáculos, como é o caso da pintora Fabienne Verdier, que viveu na província chine-sa de Sichuan, onde aprendeu caligrafia chinesa, tornando-a numa marca das suas obras. O mesmo acontece com a exposi-ção de pintores chineses que vi-veram ou estudaram em França.

Durante dois meses, o fes-tival irá oferecer cerca de 120 eventos com alcance diversifi-cado, incluindo pintura, artes performativas, workshops e culinária, e em locais tão dife-rentes, como centros comerciais, museus e vias públicas.

Festival celebra 50 anos de relações diplomáticas sino-francesas

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OSSusana Diniz

LANÇADA PRIMEIRA PEDRA DE PROJECTO DE DAVID CHOW NA ILHA DA MONTANHA

Estilo “manuelino” com detalhes chinesesFoi oficialmente lançada a construção do complexo “Legend”, que inclui uma praça com estilo neo-manuelino, na Ilha da Montanha. Carlos Marreiros, o autor do projecto, explicou ao JTM alguns pormenores acrescentados por si para aproximar o projecto à cultura oriental

A cerimónia de lança-mento da primeira pe-dra do empreendimen-

to comercial “Legend”, que irá nascer na Ilha da Monta-nha, teve lugar na sexta-feira e contou com a presença do Chefe do Executivo, Chui Sai On, o Secretário para a Eco-nomia e Finanças, Francis Tam, bem como do “mayor” de Zhuhai, He Ningka, entre outras personalidades.

A “Praça Maior da Amiza-de” será construída perto do posto fronteiriço de Hengqin e vai ocupar uma área com cerca de 31 mil metros qua-drados. David Chow, CEO da “Macau Legend Develo-pment”, não escondeu o seu contentamento durante a ce-rimónia, frisando novamente o seu apreço pela cultura por-tuguesa. “Cultura em primei-ro lugar. Estou a ser sincero. É o estilo português manue-lino, do séc. XVII. Penso que é o primeiro projecto fora de Portugal e a primeira locali-zação é na China. Acho que é uma mensagem importante”, afirmou.

Para além de uma locali-zação privilegiada, o empre-sário acredita que o projecto pode “ser bom para as rela-ções entre a China e Portugal, se conseguirmos ir um pouco mais longe”, destacando no-meadamente Pequim e Xan-gai. David Chow garantiu ainda que o empreendimento não será uma aposta perdi-da, até porque contratou uma equipa técnica especializada para ter a certeza que tudo está “na escala certa, com o aspecto verdadeiro e com o sentimento português”.

Com um estilo neo-ma-nuelino, o desenho da praça é da autoria de Carlos Mar-reiros, que explicou ao JTM o sentido do projecto. “Praça Maior da Amizade pressu-põe que seja a amizade luso--chinesa ou sino-portuguesa. É importante para a cultura portuguesa e também para Macau que haja uma praça ti-picamente lusa à entrada do território”, referiu o arquitec-to, denominando o projecto como um “átrio gigantesco”. “Há um passado histórico e rico em Macau que é impor-tante que os turistas conhe-çam”, acrescentou.

O “Legend” engloba um conjunto de grande dimensão constituído por uma praça que liga o edifício principal, preenchido por áreas comer-ciais, spa, cinema 3D, entre

outras instalações e duas alas secundárias, fundamental-mente para restauração. A grande praça terá calçada à portuguesa e todo o conjun-to foi inspirado no estilo ma-nuelino.

“O manuelino como estilo é um gótico tardio, enriqueci-do com o vocabulário trazido pelas descobertas quinhen-tistas”, explicou o arquitecto, acrescentando que a diferen-ça neste projecto reside nas alterações e adaptações esco-lhidas por si.

“Em pormenor, nas jane-las manuelinas, para além de terem toda aquela linguagem dos Descobrimentos, as cor-das, as algas e os monstros marinhos, eu acrescento coi-sas chinesas, como a moeda

chinesa, o pêssego, a flor de lótus, entre outros, integra-do num discurso que se uma pessoa não se deter no por-menor não se apercebe”, afir-mou Carlos Marreiros.

De resto, o arquitecto real-çou o “gozo” que sentiu em acrescentar ao neo-manueli-no uma dimensão mais “ex-tremo-oriental” que o estilo não engloba.

Nas grandes janelas da praça, todas diferentes, Car-los Marreiros salientou al-guns elementos acrescenta-dos, como a flor de Lótus, símbolo de Macau, os pêsse-gos, símbolo da longevidade, além de que os sinais religio-sos foram substituídos por moedas chinesas. Em baixo, a concha (elemento manuelino

puro) está ladeada por dois morcegos, como símbolo da fortuna.

Para além da simbologia, o arquitecto acrescentou tam-bém algumas interpretações pessoais. “A coroa tem três elipses com esferas achata-das, é a minha interpretação de um país, dois sistemas. A bola grande em cima é a China e as duas bolas acha-tadas representam os dois sistemas”, referiu. Por bai-xo, Carlos Marreiros colocou três bolas que representam “à esquerda os portugueses que vieram para Macau, ao centro os chineses e à direita a comunidade macaense”. A coroa é também uma flor de Lótus aberta.

A cobertura do edifício

principal do “Legend” terá jardins e um lago, “acessí-veis aos visitantes através de um elevador que passará por dentro de água”, frisou Car-los Marreiros.

No lado direito do projec-to surge ainda uma estrutura de vidro e ferro que serve de saída a um túnel subterrâ-neo, com centenas de lojas, que ligará a fronteira à “Pra-ça Maior da Amizade”. “O objectivo é criar o efeito de fascinação, assim que sobem as escadas abre-se uma praça gigante”, salientou o arqui-tecto.

A obra está orçada em mais de dois mil milhões de patacas e deverá estar con-cluída num prazo de dois anos.

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“Praça Maior da Amizade” conta com a assinatura de Carlos Marreiros

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Segunda-feira, 31 de Março de 201414 JTM | PUBLICIDADE

Aqui há Rato!

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Segunda-feira, 31 de Março de 2014 JTM | LOCAL 15

Liga Elite

Resultados da 7ª JornadaLai Chi – Benfica 0-9Sub-23 – Kei Lun 4-3Chau Pek Kei – Polícia 1-1Ka I – Sporting 1-1Folgou o Monte Carlo

Classificação1º Sporting 14 (12-2)2º Monte Carlo 13 (21-5)3º Benfica 13 (25-2)4º Ka I 11 (18-4)5º Chau Pak Kei 11 (16-5)6º Polícia 8 (6-6)7º Sub-23 6 (5-32)8º Lai Chi 3 (8-24)9º Kei Lun 0 (5-37)

Próxima JornadaSporting-PolíciaChau Pak Kei-BenficaMonte Carlo-Lai ChiKa I-Kei Lun

Taça Presidente

Equipas da II e III divisão, qualificação para a Taça de Macau

ResultadosLó Leong – Hac Sá 7-0Chong Wa – Chuac Lun 0-2AMCM – Hong Lok 1-5Ieong Heng – Pau Peng 1-3

SÉTIMA JORNADA DA LIGA DE ELITE

Sporting impõe empate ao Ka Ie não larga comando do campeonatoA equipa “verde-branca” voltou a não se deixar surpreender por um candidato ao título e mantém-se na liderança. Os “leões” têm agora na sombra Monte Carlo e Benfica. As “águias” marcaram mais nove golos na era Bruno Álvares

Vítor Rebelo

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JTM

O confronto entre o Sporting de Macau e o Ka I dominava as atenções da sétima ronda da I Divisão do futebol de Macau e os que esti-

veram nas bancadas do Estádio da Universidade de Ciência e Tecnologia puderam apreciar uma partida intensa.

O Sporting e os seus responsáveis continuam a manifestar a sua única intenção de lutar para os primeiros quatro ou cinco lugares, sem discursos de título, mas quem tem visto os “leões” não terá certa-mente a mesma opinião.

A equipa tem mostrado qualidade para lutar pela primeira posição, nesta época de estreia e é a única que ainda não conheceu a derrota.

Depois do empate face ao Chau Pak Kei, os co-mandados de João Pegado e Mandinho exibiram--se de forma positiva diante do Ka I, num jogo com períodos distintos, de supremacia de um lado e de outro.

Os “encarnados” de Chan Man Kin entraram bem no jogo e até criaram as primeiras oportunidades, reclamando uma grande penalidade, por braço de Wamba, numa jogada em que o sul-africano Ramo-soeu ficaria isolado na cara de Juninho.

E o Ka I chegou ao golo aos 17 minutos, através do estreante sul-coreano Kim Youngbin, que cabe-ceou para as malhas na sequência de um canto.

A partir daí o Sporting passou a ser mais agressi-vo em termos atacantes, com o Ka I agora com mais preocupações defensivas.

Jardel teve nos pés o golo por duas vezes, uma das quais na sequência de um livre apontado por Bruno Brito, que colocou a bola na área de forma rasteira. Adilson Silva salvou quando o esférico se encaminhava para a baliza.

Depois foi Gaspard Laplaine a proporcionar uma boa defesa a Tam Heng Wa.

Antes do descanso deu-se a resposta do Ka I, com

uma perdida de Ramosoeu. Juninho negou o golo.

Empate de livreNa segunda parte, o desafio não teve tantas oportu-

nidades flagrantes, mas mesmo assim o Sporting chegou ao empate, aos 72 minutos, num remate rasteiro de livre directo de Bruno Brito, levando a bola a entrar junto ao poste.

Os “leões”, agora com Rodrigo Veloso e Pascoal Jú-nior no reforço do meio-campo para a frente, foram car-regando no acelerador, tendo mais posse de bola, mas sem grandes resultados.

“O empate é saboroso porque foi obtido diante de um candidato, mas julgo que poderíamos ter alcança-do algo mais. É bom estarmos à frente de todos, apesar desse não ser o grande objectivo. Depois dos primeiros minutos em que estivemos a ver como jogava o Ka I, que se apresentou com novos jogadores, acertámos as marcações e mostrámos o que vale o Sporting neste cam-peonato”, disse o treinador João Pegado, que considerou o relvado do campo da MUST em péssimas condições, “um autêntico batatal”.

Do outro lado, o brasileiro Gustavo Xavier considera justo o empate. “Não dá para considerar um ponto per-dido, porque o Sporting tem feito um bom campeona-to. Houve oportunidades para as duas equipas. Houve aquela fatalidade do livre e eles empataram, mas acho que é justo o resultado. Temos melhorado e vamos con-tinuar a lutar.”

Apesar dos dois pontos desperdiçados, o Sporting não larga a liderança isolada da tabela, ainda que agora tenha na sombra Monte Carlo e Benfica.

Goleada das “águias”

Sem problemas e com goleada esperada foi o triunfo do Benfica sobre Lai Chi.

A superioridade das “águias” da RAEM foi eviden-te, mas esperava-se uma maior oposição dos segundos classificados da II Divisão de 2013, que até tinham come-çado o campeonato a ganhar folgadamente ao Kei Lun.

A partir daí os velozes, como são conhecidos, têm perdido todas as partidas, sofrendo no máximo cinco golos (Ka I), mas agora permitiram “chapa 9” ao Benfica.

Correspondendo aos desejos do seu técnico, que pe-diu o regresso de uma equipa ganhadora, os jogadores apontaram vinte golos em duas partidas, prometendo continuar a lutar pelo título.

A história do encontro é naturalmente a história dos golos, tal a supremacia dos “encarnados”, que até pode-riam ter ampliado o resultado.

Os tentos foram da autoria de Fabricio Lima (2), Fili-pe Duarte (2), William Carlos Gomes (2), Nicholas Tor-rão e Chan Pak Chun.

Bruno Álvares apostou neste jogo em Vinício de Morais Alves (fez os noventa minutos), colocando a seu lado Bruno Martinho, num “onze” onde também coube o brasileiro Fabrício Lima e três chineses, Lei Kam Hong, Chan Pak Chun e Lei Ka Hou.

Na segunda metade entraram Nicholas Torrão, Wi-lliam Gomes e José Lopes.

O Benfica está assim a subir de produção e terá ain-da, na segunda volta, de defrontar a única equipa com quem perdeu, o Monte Carlo, isto para além de ter em-patado sem golos face ao Ka I.

Kei Lun mais último

Nos restantes desafios desta sétima jornada, Chau Pak Kei e Grupo Desportivo da Polícia defrontaram-se e deverão lutar pelo quinto lugar da classificação. Empa-taram a uma bola, com golos de Leong Cho Kit (Polícia) e Mayckol Savino (Chau Pak Kei).

Outro embate de “forças semelhantes” ocorreu no confronto entre os dois últimos da tabela, Sub-23 e Kei Lun.

Os jovens patrocinados pela Associação de Futebol de Macau, ganharam o jogo por 4-3 e somam seis pon-tos.

Com a derrota, o Kei Lun ficou ainda mais sozinho na cauda da tabela e muito dificilmente fugirá a nova despromoção.

Os golos dos Sub-23 foram apontados por Ho Ka Seng, Mok Koi Hei, Lo Ka Hou e Lo Kuan Io.

Do lado do Kei Lun, que ficou reduzido a dez uni-dades a partir dos 59 minutos, por expulsão do guarda--redes Eusébio Rodrigues Mendes, quando o resultado acusava uma igualdade a duas bolas, marcaram Wong Ka Wai (2) e Chan Kin Seng.

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Segunda-feira, 31 de Março de 201416 JTM | DESPORTO

António Ribeiro Martins*

FÓRMULA UM

Hamilton triunfa na MalásiaDepois de uma atribulada e molhada sessão de qualificações, Lewis Hamilton colocou o seu Mercedes Benz na “Pole”, igualando assim o recorde de Poles Positions de Jimmy Clark, registado em 1964. O pentacampeão do mundo Sebastian Vettel, num Infinity Red Bull Renault, ficou ao lado do piloto inglês na primeira fila, seguindo-se o Mercedes de Rosberg

Classificação geral oficiosa:

1. Nico Rosberg (ALE) 43 pts2. Lewis Hamilton (GBR) 25

3. Fernando Alonso (ESP) 244. Jenson Button (GBR) 23

5. Kevin Magnussen (DIN) 206. Nico Hulkenberg (ALE) 187. Sebastian Vettel (GER) 15

8. Valtteri Bottas (FIN) 149. Kimi Raikkonen (FIN) 610. Felipe Massa (BRA) 6

A Ferrari cometeu a proeza de des-montar toda a suspensão traseira do carro de Fernando Alonso,

avariada num “chega para lá” de Danyi Kvyat, e substituí-la por outra em pouco mais de sete minutos... ficaram todos a aplaudir!

A chuva foi, uma vez mais o grande senão da festa. A pergunta que muitos fazem é, porque é que o Grande Prémio

da Malásia é efectuado ao final da tarde e não mais cedo? É sabido que em Kuala Lumpur, chove, invariavelmente, ao fim da tarde. Não será um pouco de maso-quismo a mais, ou haverá alguma razão lógica para se pedir tal sacrifício a pilotos, mecânicos, comissários de pista, especta-dores e toda a restante moldura humana do evento? A chuva voltou a ser ameaça constante durante toda a corrida, chegan-do a fazer-se sentir, muito fraca na segun-da metade da prova, mas desta vez sem consequências.

Lewis Hamilton regressou ao pódio depois de algum tempo sem saborear a vitória, desta vez levando com ele Ros-berg, seu companheiro de equipa, ambos numa corrida absolutamente controlada, sem dar muitas hipóteses à concorrência. E colocaram dois Mercedes Benz no pó-dio, numa dobradinha muito merecida, algo que não acontecia desde 1955!

O génio de Adrian Newey e o valor da equipa por ele chefiada, ressuscitaram os Red Bull RB10. Vettel foi um distante terceiro, e os problemas de Daniel Ric-ciardo, desta vez, foram produzidos na sua própria boxe. Ricciardo desistiu com vários problemas resultantes de danos sofridos numa desastrada paragem para trocar pneus.

A corrida teve duas ou três fases inte-

ressantes, um ou dois duelo mais acesos, mas, no fim, a Mercedes Benz voltou a mostrar um domínio absoluto, com sete carros equipados com motores da fábrica alemã.

De notar que Felipe Massa fez ao seu companheiro de equipa, Waltery Bottas, o nunca pôde fazer na Ferrari. Desrespei-tou as ordens da equipa, algo descabidas, e não cedeu a sua posição, ficando sem sétimo lugar.

No fundo, a corrida foi muito inferior à da Austrália, com pouca acção e o res-

to ficou tudo na mesma. Conforme disse Sebastian Vettel, “isto não devia ser per-mitido, falta a vibração dos motores a alta rotação que mexe som as entranhas dos espectadores”.

No próximo fim-de -semana, o “Cir-co” estará no Bahrain, no Circuito de Ma-nama. As qualificações serão sábado, às 23h, e a corrida à mesma hora de Domin-go (horário de Macau).

*Especialista JTM em Desportos Motorizados

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Segunda-feira, 31 de Março de 2014 JTM | DESPORTO 17

LIGA PORTUGUESA

Rojo garante mais três pontos ao Sporting

PREMIER LEAGUE

City empata e falha liderançaO Manchester City perdeu a oportunidade de assumir o comando da liga inglesa de futebol, ao empatar no terreno do Arsenal a um golo, em jogo da 32ª jornada que ficou marcada pela derrota do Chelsea

O Manchester City passou a somar 67 pontos, menos dois que o lí-der Chelsea, que horas antes ti-

nha sido derrotado no terreno do Crystal Palace, por 1-0. Os “citizens” têm menos duas partidas realizadas que a equipa dirigida por José Mourinho, factor que levou o técnico português a afirmar que, para o Chelsea, “terminou a corrida pelo título”.

Quanto à partida com o Arsenal, co-meçaram melhor os visitantes, com um golo de David Silva, aos 18 minutos, a coroar o maior ascendente da equipa de Manchester. Porém, na segunda parte, Mathieu Flamini empatou o encontro, depois de ter visto ser-lhe anulado um golo por se encontrar fora-de-jogo, man-

tendo os “gunners” no quarto lugar, com 64 pontos.

O Manchester United venceu o As-ton Villa por 4-1, numa partida que ficou marcada pelos protestos contra David Moyes. Antes do início do jogo, um pe-queno aeroplano sobrevoou Old Trafford com uma faixa exigindo a saída do técni-co. O United acabou por vencer com dois golos de Rooney, aos 20 minutos, após assistência de Kagawa, e aos 45, na con-versão de uma grande penalidade.

O primeiro golo da partida foi apon-tado, no entanto, pelo avançado do Aston Villa, Ashley Westwood, aos 13 minutos. Juan Mata e Javier Hernández marcaram os dois últimos golos do encontro, aos 57 e 91 minutos, respectivamente.

LIGA ESPANHOLA

Real regressa aos triunfosCristiano Ronaldo marcou um golo e ofereceu outro no regresso do Real Madrid aos triunfos, uma goleada por 5-0 ao vizinho Rayo Vallecano, na 31ª jornada da Liga espanhola

Ronaldo inaugurou o marcador aos cinco minutos, somando o 28º tento na prova, após um

passe de Gareth Bale, que marcou o terceiro, aos 68, e o quarto, aos 70, já depois do português ter assistido Carvajal para o segundo, aos 55. Aos 78 minutos, Morata marcou o melhor golo da noite, com um grande rema-te de pé direito, selando a “manita”, que não serve, no entanto, para mais do que o terceiro posto, para o qual o Real Madrid caiu com dois desaires nas duas últimas rondas.

A prova é liderada pelo Atlético de Madrid, que ganhou por 2-1 no reduto do Athletic Bilbau e passou a somar 76 pontos, contra 75 do Bar-celona, vencedor por 1-0 na casa do Espanyol, e 73 dos “merengues”.

Em San Mamés, Bilbau, Iker Mu-niani adiantou os locais logo aos seis minutos, mas o “intratável” Diego Costa restabeleceu a igualdade, aos 22, e, aos 55, Koke resolveu, de ca-beça, após tabela com Filipe Luis, depois de ter estado na origem do primeiro tento.

No jogo inaugural da ronda, o “Barça” sofreu para bater o vizinho, o que só conseguiu com um tento marcado aos 77 minutos, pelo “ine-vitável” Lionel Messi, de penálti,

O Sporting venceu o Vitória de Guimarães (1-0), na 25ª jornada da I Liga de futebol, no qual a chave do triunfo foi um remate feliz de Rojo, que pôs o jogo de feição para os “leões”

O Sporting sentiu algumas difi-culdades até ao intervalo face ao esquema montado por Rui

Vitória, que bloqueou os corredores laterais aos “leões” e as duas fontes da primeira fase de construção do jogo leonino, Adrien e William Carvalho, graças a uma marcação impecável de André André e de André Santos.

O minuto 48 definiu o destino do jogo, Rojo, acudindo a um cruzamento de Jefferson, rematou à meia volta à en-trada da área com o seu pior pé, o direi-to, fazendo a bola desviar em Moreno e trair o guarda-redes Douglas.

Este golo mudou a face de um jogo que até aí se caracterizara pelas dificul-dades do Sporting em desequilibrar a organização defensiva e colectiva do Vitória de Guimarães, cujo mérito no “nulo” que se verificava ao intervalo era indiscutível.

Com o golo de Rojo, a equipa mi-nhota foi obrigada a desfazer o esque-ma que trouxera, a assumir o jogo e su-bir as linhas, logo a abrir mais espaços entre aquelas e nas costas da sua defe-sa, que o Sporting aproveitou para criar algumas oportunidades para aumentar o marcador.

O jogo ganhou vivacidade, profun-didade e espectáculo com o ritmo de parada e resposta, com os “leões” mais perto do 2-0 do que o Vitória do empa-te, mas faltou sempre o último passe ou o cruzamento com a conta, medida

e peso certos para que Slimani aos 65 e 69 minutos finalizasse dois centros de Jefferson e Capel.

No lance em que Jefferson cruzou com a medida certa, aos 59 minutos, para Montero colocar a bola no fundo

da baliza, o árbitro Nuno Almeida não sancionou, por indicação do seu assis-tente, aquele que seria um golo limpo, o segundo dos “leões”, uma vez que o avançado colombiano partiu de posi-ção regular, e que “mataria” o jogo.

No entanto, com a manutenção da vantagem mínima e com as alterações introduzidas por Rui Vitória, com as entradas de Tiago Rodrigues (61) e Maazou (77), a equipa minhota come-çou a acreditar que podia chegar ao empate. No espaço de dois minutos, o primeiro rematou à rede lateral da ba-liza de Rui Patrício e ofereceu o golo a Tomané, cujo remate de cabeça saiu ao lado da baliza leonina.

O Vitória não atirou a toalha ao chão e Leonardo Jardim preferiu segurar o golo precioso e não correr tantos riscos, trocando Mané e Slimani por André Martins e Carrillo, respectivamente, aos 74 e 80 minutos, para conservar mais a bola e cortar o ímpeto vimara-nense, mantendo-se o resultado até ao final.

Na partida que abriu a jornada, Be-lenenses e Paços de Ferreira empataram a uma bola, num encontro de “aflitos”.

JTM com Lusa

a castigar uma mão na bola, de Javi Lopez.

O argentino apontou o seu nono golo nos derradeiros cinco jogos ofi-ciais e passou a somar 23 na prova, contra 25 de Diego Costa e 28 de Ro-naldo.

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Segunda-feira, 31 de Março de 201418 JTM | ACTUAL

A realidade política africana vai lentamen-te ganhando espaço e visibilidade nos media internacionais, embora ainda de

forma errática e esparsa, pelo menos para quem se sente identificado, pela afectividade, com o continente onde nasceu. Como é o meu caso.

Na ausência de um grande canal pan-afri-cano de televisão, no formato 24/24, como a CCTV, a RT, a CNN, a France 24, etc, é nas es-tações internacionais situadas noutros continen-tes que vamos sabendo o que se vai passando em África, embora hoje as emissões online das televisões nacionais vão estando acessíveis ao maior número, pela internet.

Não foi pois sem surpresa para mim que a estação televisiva Aljazeera difundiu na ín-tegra, há dias, o longo discurso proferido no parlamento em Nairobi pelo presidente Uhuru Kenyatta.

Ouvi-o na quase totalidade, pois quando sintonizei a emissora já a cerimónia havia co-meçado.

Muito bem estruturada, a mensagem do pre-sidente faz um balanço da sua administração, descreve medidas políticas sectoriais, a serem implementadas no futuro próximo, e anuncia um novo quadro constitucional.

Na lei fundamental em preparação, disse Kenyatta, a filosofia dominante será a de devo-lução do poder do Estado às regiões e às comu-nidades locais para que, ao nível mais próximo possível da pessoa comum, esta possa exercer as suas responsabilidades de cidadania, a favor do todo nacional.

Kenyatta falou detidamente dos grandes de-safios que o seu governo enfrenta, no campo do reforço das instituições, no crescimento econó-mico, na educação, na maior ligação do país à região em que se insere.

E ao contexto específico do terrorismo islâ-mico, mencionando o ataque de que a sua ca-pital foi vítima, sendo alvejado um dos maiores centros comerciais de Nairobi, seguramente um teste importante à sua liderança.

O ataque ao Westgate Mall pelo grupo al Shabab, associado à Al Qaida, ficará na memó-ria pela ousadia e a infeliz sorte das suas víti-mas.

******Tão bem estava gizado o discurso que nele

julguei ver um exercício de reabilitação interna-cional do chefe de Estado queniano. É claro que a cobertura televisiva a nível mundial reforçou a minha convicção.

O texto lido pelo presidente é um compên-dio de ética política, de consciência social e de empenho generoso a favor da comunidade que seu pai conduziu à independência política, há 50 anos.

E na compostura do chefe de Estado, nada faz adivinhar o mesmo político que pretendeu mobilizar a União Africana contra o “racista” Tribunal Penal Internacional que o está a julgar por incitamento à violência étnica, de que terá resultado a morte de 1.200 pessoas, na campa-nha eleitoral de 2007.

******O uso dos media como arma de sensibiliza-

ção da opinião pública é expediente tão antigo como a própria comunicação social. Disso sa-bem também o Tribunal de Haia, seus juízes e procuradores.

À parte isso, a (nova?) exemplaridade de-monstrada pelo líder queniano é bem precioso que importa ver generalizado, e não apenas em relação a África, naturalmente.

*Ex-embaixador de Portugal nas Coreias, ASEAN e Indonésia. Docente da Universidade de S. José.

Discurso de Estado...ou de reabilitação?

OBSERVATÓRIOCarlos Frota*

CHINA

Regras anti-corrupção para imóveis

Os planos anti-corrupção são parte de um programa de urbanização destinado a apoiar a reestruturação da economia da China, a segunda maior do mun-

do.A corrupção é generalizada na China, principalmente

na administração do Estado, onde muitos funcionários e seus dependentes têm se tornado ricos por abuso de auto-ridade, frequentemente em áreas de imóveis e proprieda-des do país.

As regras estabelecidas definem condições para apli-cação, alocação, uso e locação de habitação pública, bem como subsídios e supervisão administrativa, informou a agência oficial de notícias Xinhua na sexta-feira.

As regras irão fortalecer as penas por fraude e uso ilegal de habitação pública e especificar os governos e departa-mentos responsáveis bem como as condições que carac-terizam abuso de poder, negligência do dever, suborno e fraude, disse a agência.

Nos últimos anos, em muitos locais da China surgi-ram cidades-fantasmas onde foram construídos milhares de imóveis através de fundos públicos, que nunca foram ocupados e que, de acordo com a opinião geral, não sur-giram por defeitos de planificação, mas por interesses dos responsáveis locais e provinciais com o beneplácito da po-pulação que vendeu as suas terras de cultivo.

Afastado mais um vice-governador Um vice-governador da província de Jiangxi, Yao Mu-

A China anunciou planos para combater a corrupção e abuso de poder no sector de imóveis a fim de tentar facilitar o caminho para a migração em massa de milhões de chineses em cidades do interior, informou a agência Xinhua

gen, foi demitido por “suspeita de graves violações da dis-ciplina”, anunciaram as autoridades locais, usando a ter-minologia habitual para designar as investigações acerca dos casos de corrupção. Foi o segundo do caso do género anunciado em menos de um mês, depois do afastamento de Shen Peiping, vice-governador da província de Yunnan, no dia 10 de março. A província de Jiangxi, situada na costa leste da China, tem cerca de 43 milhões de habitantes. Em Dezembro passado, um outro vice-governador provincial - Guo Youming, da província de Hubei - foi também afasta-do por suspeita de corrupção.

A cidade de Ordos na Mongólia Interior tem habitações totalmente desocupadas

O documento disponibilizado aos jornalistas indica que no ano passado registaram-se

mais 640 participações de violência doméstica contra cônjuges, idosos e crianças, mais 2,4 por cento do que em 2012

No que toca apenas à violência doméstica contra cônjuges, as auto-ridades receberam 22.247 participa-ções em 2013, mais 681 do que no ano anterior. Os distritos onde se registou o maior número de casos de violência doméstica foram Lisboa (5.885), Porto (5.142), Setúbal (2.380). Com mais de mil casos registados constam ainda os distritos de Braga (1.877), Aveiro (1.668), Faro (1.271) e Coimbra (1.130).

Na conferência de imprensa para apresentar os principais resultados do RASI, o secretário-geral do Sis-tema de Segurança Interna, Antero Luís, manifestou-se preocupado com o aumento do crime de violência do-méstica.

“A única preocupação resulta da violência doméstica”, disse, subli-nhando que “é muito difícil fazer prevenção no contexto policial”. “ Ou os casos estão sinalizados e há prevenção a montante da atividade policial, ou então é muito difícil fa-zer prevenção em crimes desta natu-reza”, sustentou.

Desceu criminalidadeViolenta e grave

O mesmo relatório, salienta, po-rém que a criminalidade violenta e grave desceu 9,5 por cento, regis-tando-se menos 2.123 casos em re-lação ao ano anterior.

O secretário-geral do Sistema de Segurança Interna, Antero Luís afirmou que os crimes que mais subiram foram os assaltos a postos de combustíveis, estações dos cor-reios, transportes públicos e farmá-cias, assim como situações de rapto e sequestro. De acordo com Antero Luís, as medidas desenvolvidas no ano passado ajudaram na descida de alguma criminalidade que esta-va em grande subida, como o furto de metais não preciosos e ouro

Relativamente à criminalidade geral, o relatório adiantou que des-ceu 6,9 por cento, tendo a PSP, GNR e Polícia Judiciária recebido menos 27.375 participações no ano passa-do em relação a 2012.

O secretário-geral do Sistema de Segurança Interna, comentou que os “dados são francamente bons”, tendo-se obtido, em 2013, “os me-lhores resultados dos últimos 11 anos” e reiterando que “a única preocupação resulta da violência doméstica”.

O mesmo responsável subli-

nhou que o aumento da população reclusa, que subiu de 9.000 para 14.000 entre 2009 e 2013, tem con-tribuído para a descida da crimina-lidade. “O aumento do número de reclusos é bom para a criminalida-de”, disse, realçando que, nos últi-mos quatro anos, foram “desman-telados grupos perigosos”, que se encontram detidos.

Questionado sobre a possibili-dade de a instabilidade nas forças e serviços de segurança, que têm realizado várias manifestações de protesto contra os cortes salariais, poder afetar a atividade operacio-nal, Antero Luís afirmou que “essa perturbação já houve no ano an-terior e até agora não se notou”. Na sua opinião, os profissionais das forças e serviços de segurança “conseguem distinguir” a sua acti-vidade operacional das reivindica-ções laborais.

O secretário-geral do Sistema de Segurança Interna disse ainda que os dados do RASI permitem concluir que a crise não leva ne-cessariamente a um aumento da criminalidade, apesar de existirem alguns crimes, como burlas e cri-mes informáticos, que podem es-tar relacionados, mas esses, no ano passado, também diminuíram.

JTM com Lusa

PORTUGAL

Violência doméstica aumentouO crime de violência doméstica aumentou 2,4 por cento em 2013 e foi responsável por 40 homicídios conjugais/passionais, mais três do que em 2012, segundo os principais dados do Relatório Anual de Segurança Interna (RASI)

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Segunda-feira, 31 de Março de 2014 JTM | ROTEIRO 19

TDM 13:00 TDM News (Repetição) 13:30 Telejornal RTPi (Diferido) 14:30 RTPi Di-recto 17:50 Caminho das Índias (Repetição) 18:30 Contraponto (Repetição) 19:30 Baía das Mulheres 20:30 Telejornal 21:00 TDM Desporto 22:00 Caminho das Índias 23:00 TDM News 23:30 Magazine Liga dos Campeões 00:00 Com Ciência 00:30 Telejornal (Repetição) 01:00 RTPi Directo

30 FOX SPORTS13:00 Liga Bbva 2013/14 RCD Espanyol vs. FC Barcelona 14:30 Liga Bbva 2013/14 Athletic Club de Bilbao vs. Atletico de Madrid 16:00 Football Asia 2014/15 16:30 Issf Shooting World Cup 2013 17:00 Indonesia PGA Champi-onship - Day 4 Highlights 18:00 NASCAR Sprint Cup Series 2014 - Highlights 19:00 (LIVE) FOX SPORTS Central 19:30 La Liga Review 20:30 FOX SPORTS Central 21:00 La Liga 2013/14 RCD Espanyol vs. FC Barcelona 22:00 UFC Unleashed 23:00 (LIVE) FOX SPORTS Central

31 STAR SPORTS12:00 Liga Bbva 2013/14 Athletic Club de Bilbao vs. Atletico de Madrid 13:30 Rebel TV 21 14:00 FIA F1 World Championship 2014 - Raceday Malaysia Grand Prix 14:45 FIA F1 World Championship 2014 - Main Race Malaysia Grand Prix 16:45 FIA F1 World Championship 2014 - Chequered Flag Ma-laysia Grand Prix 17:30 Inside Sailing 2014 18:00 Liga Bbva 2013/14 Real Madrid CF vs. Rayo Vallecano 19:30 Deep Water 20:00 Rebel TV 21 20:30 NASCAR Sprint Cup Series 2014 - Highlights 21:30 (LIVE) Score Tonight 2014 22:00 FIA F1 World Championship 2014 - Highlights Malaysia Grand Prix 23:30 Planet Speed 2013/14 00:00 Score Tonight 2014 00:30 Deep Water 01:00 Planet Speed 2013/14 01:25 Score Tonight 2014 01:55 (LIVE) Liga Bbva 2013/14 Granada CF vs. Levante UD 03:55 (LIVE) Liga Bbva 2013/14

Real Betis vs. Malaga CF

40 FOX MOVIES12:15 The Walking Dead 13:00 A Haunted House 14:30 Safe 16:05 Pirates Of The Caribbean: Dead Man’S Chest 18:35 Lockout 20:10 The Walking Dead 21:00 Oz The Great And Powerful 23:10 Grown Ups

41 HBO12:05 Charlie And The Chocolate Factory 14:00 The Dark Knight Rises 16:45 Journey 2: The Mysterious Island 18:20 A Thousand Words 19:50 The Matrix 22:00 Ghost Rider: Spirit Of Vengeance 23:35 Muhammad Ali’S Greatest Fight

42 CINEMAX11:30 Mo’ Better Blues 13:45 Bugsy 16:00 The Brides Of Dracula 17:25 The Crew 18:50 Jury Duty 20:15 Masterminds 22:00 House At The End Of The Street 23:40 Banshee

50 DISCOVERY12:30 How It’s Made 13:30 Factory Made 14:00 Destroyed In Seconds 15:00 Body Bizarre 16:00 Chineseness 17:00 How Do They Do It? 17:30 How It’s Made 18:00 Man Vs. Wild 19:00 Deadliest Catch 20:00 A Day In The Life Of Bear Grylls 21:00 Gold Rush 22:00 Gold Fever 23:00 Fast N’ Loud 00:00 A Day In The Life Of Bear Grylls

51 NGC12:30 Dog Whisperer 13:25 Mudcats 14:20 Britain’S Greatest Machines With Chris Barrie 15:15 Born To Ride 16:10 Nazi Underworld 2 17:05 Hunting Hitler’S Stolen Treasures 18:00 Monster Fish 19:00 Dog Whisperer 20:00 Mega Factories: Supercars 21:00 Born To Ride 22:00 Nazi Underworld 2 23:00 Nazi Temple Of Doom

54 HISTORY13:00 The Pickers 14:00 What’s The Earth Worth? 16:00 Daredevils 17:00 Ancient Aliens 18:00 Kings Of Restoration 18:30 Pawn Stars 19:00 The Pick-

ers 20:00 Daredevils 21:00 Counting Cars 22:00 Pawn Stars 23:00 Kings Of Restoration 00:00 Counting Cars

55 BIOGRAPHY13:00 Confessions: Animal Hoarding 14:00 Billy The Exterminator 15:00 Bondi Vet 17:00 Child Of Our Time 18:00 Sell This House: Extreme 19:00 World Class: Bartender Of The Year 19:30 Destination Flavour 20:00 Flipping Vegas 21:00 Flip This House 22:00 Billy The Exterminator 23:00 Confessions: Animal Hoarding 00:00 Flipping Vegas

62 AXN13:00 Hannibal - Savoureux 13:55 Csi: Ny 14:50 The Amazing Race 15:45 Wipeout 16:40 Caught On Camera 17:30 Hawaii Five-0 18:20 Csi: Ny 19:15 Hawaii Five-0 20:10 American Ninja Warrior 21:05 The Amazing Race 22:00 Hawaii Five-0 22:55 Csi: Crime Scene Investigation 23:50 The Amazing Race 00:45 Hawaii Five-0

63 STAR WORLD12:50 Planet Cake 13:40 Model Employee 14:30 Asia’S Next Top Model 15:25 5 Girls & A Bucket List 16:15 Revenge 17:05 Model Employee 18:00 Nail Files 18:55 How I Met Your Mother 19:50 The Crazy Ones 20:45 Dads 21:40 Melissa & Joey 22:35 The Crazy Ones 23:30 Dads

82 RTPI13:30 Telejornal Madeira 14:00 Bom Dia Portugal-Directo 15:01 Os Nossos Dias 15:45 Especial Saúde 2013 16:28 Bairro Alto 17:17 Bem-vindos a Beirais 18:00 Telejornal Ásia-Directo 18:35 Especial Saúde 2013 19:12 Os Filhos do Rock 20:00 Jornal da Tarde-Directo 21:15 5 Para a Meia-Noite 22:27 Os Nossos Dias 23:10 O Preço Certo 00:02 Bairro Alto 00:50 Ler +, Ler Melhor 01:00 Portugal em Directo-Directo 01:57 Bem-vindos a Beirais 02:40 Tec@Net 03:00 Telejornal-Dirceto 04:11 Praça da Alegria

Número de Socorro 999Bombeiros 28 572 222PJ (Linha aberta) 993PJ (Piquete) 28 557 775PSP 28 573 333Serviços de Alfândega 28 559 944Hospital Conde S. Januário 28 313 731Hospital Kiang Wu 28 371 333CCAC 28 326 300IACM 28 387 333DST 28 882 184Aeroporto 88 982 873/74Táxi (Amarelo) 28 519 519Táxi (Preto) 28 939 939Água - Avarias 28 990 992Telecomunicações - Avarias 28 220 088Electricidade - Avarias 28 339 922Directel 28 517 520Rádio Macau 28 568 333Macau Cable 28 822 866

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190C/220C

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SOCIEDADE PROTECTORA

DOS ANIMAIS DE MACAU

TEL: 28715732/63018939ANIMA

TELEFONES ÚTEIS

CLUBE MILITAR DE MACAUAvenida da Praia Grande, 975, Macau

TEL: 28714000

• • • AMANHÃ 01/04

• • • HOJE 31/03190C/220C

WWW.SMG.GOV.MOA programação é da responsabilidade das estações emissoras

20:15CINEMAX

CINETEATROS1 Noah14:15 • 19:15

S2 Horseplay14:30 • 16:15 • 21:30

TORRE DE MACAUDivergent14:15 • 16:45 • 19:15• 21.45

GALAXYDIRECTOR’S CLUB 3Pompeii (3D)-12:30

THEATER 6Lone Survivor-18:30

THEATER VÁRIOSNeed for Speed-13:05 • 14:10 • 16:35 • 18:30 • 19:00• 20:30 • 23:00 • 00:45

THEATER VÁRIOSHer -12:15 • 14:30 • 17:25 • 21:00

THEATER VÁRIOS12Years a Slave -12:25 • 14:00 • 14:50 • 19:15

THEATER VÁRIOSNon-Stop - 15:00 • 19:00 • 20:45 • 22:40 • 23:20

THEATER VÁRIOS300: Rise of an Empire- 13:00 • 14:30 • 17:05 • 18:30 • 20:55 • 21:25 • 22:50

Masterminds

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Segunda-feira, 31 de Março de 201420 JTM | OPINIÃO

CONCURSO“CANTÁ BASTIANA”

Muitas tradições do folclore Macaense perderam-se no tempo e da memória colectiva, mas uma canção tradicional de Macau foi ressuscitada e incluída em recente CD gravado e interpretado por um agrupamento artístico de Portugal.

A canção “Bastiana”, cuja origem se perde na noite dos tempos, anos atrás também cantada pelo Coral Dinamene, surge agora na cena discográfica Portuguesa. As letras, em patuá, falam de amores não correspondidos que Deus castigaria ‘fazendo-te os olhos tortos’.

No intuito de promover o interesse pelas tradições e o dialecto macaenses, o IIM e o Jornal Tribuna de Macau associam-se para lançar um concurso de criatividade para, até ao dia 30 de Abril próximo, encontrar novas quadras para a canção ‘Bastiana’.

A LETRA ORIGINAL DA CANÇÃO É:

Quin quêrê amôr, Bastiana,Prêcisa considérá

Amôr nunca sam brinco, Bastiana,Pêgá torná largá.

Quin quêrê pâ iô, Bastiana,Tánto ancusa lôgo dá

Apa, múchi, côco, BastianaPipis, cátupá.

Iô quêrê pâ vôs, Bastiana,Vôs quêrê pâ ôtro;

Dêus lôgo cástigá, Bastiana,Fazê vos sa ôlo tôrto.

Arvrê di papaia, Bastiana,Pê já nàcê rabo,

Vêlo-velo olá rapariga, BastianaBoca ta còrê babo.

A música da canção pode ser ouvida em www.youtube.com/watch?v=fuAgMXP-Q1g

ou www.youtube.com/watch?v=zwIMOqvqA-M

Prémios de $500 são atribuídos numa fase inicial a dez concorrentes que entregarem duas quadras, em patuá, que possam ser cantadas com a melodia mencionada e forem consideradas as melhores por um júri. O prazo é até ao dia 30 de Abril de 2014, devendo a entrega ser feita no IIM ou por via electrónica ([email protected]). No acto da entrega, o autor deve identificar-se e indicar a morada e o contacto.Posteriormente, haverá uma votação pública, feita por via electrónica, para se apurar as três quadras mais populares que receberão respectivamente $5.000, $3.000 e $2.000 de prémio. O concurso está aberto tanto para residentes de Macau como internacionalmente para pessoas de qualquer nacionalidade ou etnia.

1A natureza muito particular com que a Lei Básica contemplou aqui-lo que deve ser, como realmente é,

a vocação da Assembleia Legislativa da RAEM, reflecte uma boa dose de circunstâncias dignas de estudo cien-tífico. Por um lado, são as especifici-dades historicamente muito próprias desta região, mas não apenas.

Existem as características vindas das diferentes maneiras e processos com que os portugueses foram viven-do por aqui durante mais de 4 séculos, alguns responsáveis, em diferentes ocasiões, julgando que em Macau eles é que decidiam tudo. Há também os porquês, são vários, de a grande Chi-na, geração após geração, ter permiti-do o estabelecimento de umas cliques portuguesas neste mini-território. E existe, finalmente, o estranho alcance da generalidade da administração por-tuguesa, esmagadoramente coman-dada por militares, em fazer evoluir, académica, social, e até civicamente, a população local.

Se em Portugal os mesmos séculos foram passando com os miserabilis-mos sociais e educativos que se conhe-cem, esperar-se-ia melhor na Macau de então?

Então, eis-nos chegados ao ano em que, lá para o final, se celebrarão, mui-to emocionada e patrioticamente - o que é bonito e faz bem à alma - os su-cessos totais de 15 anos da RAEM “go-vernada pelas suas gentes”.

Tendo a AL os poderes que tem, é natural que um deputado desta gera-ção de políticos locais, aparentemente muito bem relacionado com as coisas da cultura, avaliando o nome das as-sociações a que pertence, e a assumida leitura de um livro baseado nos tem-pos da Dinastia Ming, que, numa en-trevista publicada no passado dia 26, no Hoje Macau, confessa que “como cidadão, só conheço o que é publicado nos meios de comunicação social”. Pa-rece que não especificou se esses meios de comunicação social, através dos quais fica a conhecer o que se passa em Macau, são os jornais, a rádio ou a te-levisão; e se são apenas de língua chi-nesa, ou também de língua portuguesa ou chinesa. Nem tão pouco se sabe, com pontaria certa, se os evocados meios de comunicação social são os de Macau ou também os de Hong Kong, de Xangai, de Pequim, de Lisboa, de Luanda ou de Tsinghua, em cuja uni-versidade o deputado e cidadão obte-ve o doutoramento em planeamento urbanístico.

Estou confortado em supor que, na génese da interessante observação deste ilustre cidadão, sobre como toma conhecimento do que acontece em Macau - repita-se: “através da comu-nicação social”, outra coisa não é do que um belo cumprimento aos profis-sionais do sector. Da minha parte, fico rejubiladamente grato.

Outros confortos foram dados por outro ilustre deputado, na circunstân-cia presidente da mesma Assembleia Legislativa, em entrevista editada, sábado passado, pelo canal de língua portuguesa da Rádio Macau. Foram vários confortos. Menciono agora ape-

nas um deles, emocionado que ainda me sinto. O senhor presidente da AL garante que, actualmente, o número de senhores deputados que pertencem ao sector empresarial, está abaixo dos 50 por cento. E que mesmo que fosse de 50 por cento, seria muito normal, está-vel e positivo.

Lembro-me, não sei por quê, de uma história que uma tia avó do meu ex-vizinho, costumava contar sobre um jardineiro lá da terra. O homem cuidava devotadamente dos canteiros municipais e tinha um belo negócio de venda de flores no mercado da vila e à porta do cemitério.

A RAEM é, realmente, a diferença. Para muito melhor.

2No calendário, é a primavera. Pensamos em temperatura ame-na, cores à volta, vontade de en-

cher os pulmões.Abrimos a boca e é como se tivésse-

mos levado um murro nesse órgão de respiração. Como se uma parte dele, pelo menos, já não existisse.

Deve ser impressão minha. Conti-nua vivos e actuantes os que permitem que outros vivos e também actuantes, andem por todo o lado a dar cabo do ambiente. Com a agravante de consu-mirem gasolina de fancaria ou não lhes aplicarem fiscalização nos motores. E há outros.

3Diga lá, estimado leitor, se esta segunda-feira não começou bem. Não deve passar de um velho há-

bito interiorizarmos que as segundas--feiras são dias chatos. Já passámos por tantas segundas, não foi? Até há uns tempos tinha o hábito de tentar iniciar a leitura de novo livro, em cada segun-da-feira. Depois passei para quinta.

Iniciando esta semana que real-mente começou ontem, o melhor é continuarmos atentos ao que floresce e murcha nas ruas, as lojas que todos os dias fecham perante a exploração mais impiedosa do sector imobiliário.

É Macau que matam, não apenas o pequeno e médio comércio.

Vivam os morcegos de néon, as montras com mil relógios brilhantes, as mixórdias para bebericar em mui-tos bares, os movimentos suspeitos, de estranha gente, à volta de muitos casinos!

Felizmente há instituições de língua portuguesa, oficial e privadas - apete-ce-me falar delas - que remam contra o marasmo, a favor da inteligência, da reflexão. Felizmente há jornais a favor da liberdade.

Porque é também com esta gente que faz e dinamiza culturas, que diplo-maticamente e com honra representa Portugal, que a palavra livre circula.

* Radialista. Escreve neste espaço às segundas-feiras.

NESTE LUGARHelder Fernando*

Jardineiros com negócio de flores

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Segunda-feira, 31 de Março de 2014 JTM | OPINIÃO 21

Dito

(...) “É bom que a sociedade se mexa – em defesa do ambiente, da educa-ção, por uma melhor qualidade de vida, pelo direito a um tecto. Bater o pé faz-nos bem, torna-nos cidadãos mais plenos, menos conformados com o que nos dão” (...)

• • • HÁ 20 ANOSIn “Jornal de Macau”

e “Tribuna de Macau” 31/03/1994

ACCCIA: 179 PROCESSOS INSTAURADOS EM 1993O Alto Comissariado Contra a Cor-rupção e a Ilegalidade Administra-tiva de Macau (ACCCIA) instaurou 179 processos durante 1993, mais 12 do que no ano anterior, indica um relatório anual daquele organismo. O documento, a que a agência Lusa teve acesso, refere na introdução que o “ACCCIA obteve, durante o ano de 1993, informação substancial que lhe permitiu penetrar em camadas mais profundas” do fenómeno da corrup-ção. “As situações mais preocupantes depararam-se em matéria de aquisi-ção de bens e de serviços e no pros-seguimento de actividades privadas concorrentes ou conflituantes com o exercício de funções públicas”, refere o relatório. O documento acrescen-ta que algumas das situações “mais preocupantes (…) referem-se a “ra-mos de actividade de elevados facto-res criminogéneos que são susceptí-veis de permitir a infiltração do crime organizado no âmbito da função pú-blica”. Salientando-se que em 1993 “registou-se uma notória aproxima-ção entre o ACCCIA e a população”, o relatório sublinha que “continua a ser escassa, ou mesmo nula, a partici-pação de algumas entidades públicas numa tarefa que exige activo empe-nhamento de todos”. O relatório re-fere que decorridos menos de dois anos da entrada em funcionamento do Alto Comissariado. o “ACCCIA colocou nas preocupações do dia-a--dia o problema da corrupção”, mas considera “possível ir mais longe e mais rapidamente”. “Para tal, será necessária uma postura mais activa por parte dos diversos organismos da administração no sentido de pro-porcionar ao Alto Comissariado ele-mentos que lhe permitam averiguar situações que se afigurem anóma-las”, sublinha o relatório. O ACCCIA considera ainda que a sua estrutura “incipiente” e afirma ser “impres-cindível aumentar os meios de que dispõe e corrigir aspectos legais que travam a sua acção”. Além de sugerir o aumento dos seus funcionários e a revisão do regime penal da corrup-ção, nomeadamente através de um agravamento das penas, o ACCCIA considera que a sua acção será eficaz se for revista a legislação referente à dispensa de sigilo bancário. De acor-do com o relatório, além dos 179 pro-cessos instaurados ao longo de 1993, o ACCCIA também tratou de 94 pro-cessos vindos do ano anterior, num total de 273.

O Coronel Carlos Gomes Bessa e Macau

Isabel Castro, in “Hoje Macau”

“Partiu um homem honrado e um por-tuguês de rara fibra e qualidade.”

Ten. Cor. J. J. Brandão Ferreira, “In Memoriam”,

Novembro de 2013

Na presença de altas patentes militares e de presidentes e membros de organizações da

sociedade civil, familiares e amigos, a Sociedade Histórica da Indepen-dência de Portugal (SHIP) prestou, no mês passado, uma sentida home-nagem póstuma ao Coronel Carlos Gomes Bessa, falecido no dia 1 de Novembro com 91 anos de idade, de-pois de uma vida intensa de trabalho no campo da investigação histórica, além da carreira militar exemplar que desenvolveu e do exercício de elevados cargos oficiais e no âmbito de instituições culturais.

Usaram da palavra na sessão, presidida pelo General José Baptista Pereira e por mim moderada e coor-denada, os Generais Vasco Rocha Vieira e Alexandre de Sousa Pinto, o Ten. Cor. João José Brandão Ferreira, os Drs. José Augusto Alarcão Troni, Eugénio Ribeiro Rosa, José Manuel Marques Palmeirim, Eugénio dos Santos Ramos, João Manuel de Al-meida Loureiro, José Ângelo Lobo do Amaral e António Bernardino e Sil-va Gonçalves, todos ligados à SHIP, além dos filhos do homenageado, Drs. Susana e Miguel Gomes Bessa, dando testemunho da obra e evocan-do o percurso daquele “homem hon-rado e um português de rara fibra e qualidade”, “bom e corajoso em to-das as fases da sua vida”, “autor de vasta bibliografia histórica, de gran-de mérito” e “um oficial completo com uma personalidade e formação, sólidas”, como muito bem o caracte-rizou o Ten. Cor. Brandão Ferreira, no seu “In Memoriam”, escrito ime-diatamente após o falecimento da-quele saudoso e respeitado militar e académico.

Militar e académicoDo seu vasto “curriculum vitae”,

é de salientar o seguinte: Oficial de Artilharia, com os Cur-

sos Geral e Complementar do Esta-do-Maior do Exército, foi Chefe do Estado-Maior na Guiné (1956-60) e Chefe de Gabinete da Governador--Geral de Angola (1960-61), passan-do depois a desempenhar funções no Gabinete do Chefe do Estado-Maior do Exército (1961-69). Serviu no Co-mando-Chefe das Forças Armadas de Angola (1970-72), chefiou repar-tições do Estado-Maior do Exército, comandou o Regimento de Artilharia da Serra do Pilar e foi escolhido pelo Conselho Superior do Exército para a frequência do Curso de Altos Co-mandos.

Foi Comissário Nacional Adjunto para o Ultramar da Mocidade Portu-guesa (1961-66), onde introduziu pro-fundas reformas, incluindo a criação do Círculo de Estudos Ultramarinos

e da Procuradoria dos Estudantes Ul-tramarinos, organismo que realizou importante acção no apoio social aos estudantes oriundos dos territórios ultramarinos, tendo sido escolhido para Comissário Nacional (1966-69), após a reestruturação daquela orga-nização nacional da juventude. Nes-sa qualidade chefiou as missões do Ministério da Educação Nacional a Paris e à Alemanha em 1967 e 1968.

Foi membro e secretário-geral da Academia Portuguesa de História, membro da Academia das Ciências de Lisboa, do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, da Academia Luso-Brasileira de Letras, da Real Academia de História de Espanha, da Academia de História da Vene-zuela e da Academia de História Militar do Paraguai. Participou na criação da Comissão Portuguesa de História Militar, de que foi vice-pre-sidente e secretário-geral. Foi ainda sócio de várias outras organizações culturais, como a SHIP, a cujo Con-selho Supremo presidiu, a Sociedade de Geografia de Lisboa, o Círculo Eça de Queirós e o Instituto Internacional de Macau.

Participou em inúmeros congres-sos, colóquios e seminários nacio-nais e internacionais, apresentando comunicações na maioria deles, e publicou um elevado número de tra-balhos académicos, em Portugal e em vários países estrangeiros. Em 1994 foi secretário-geral do IV Congresso das Academias Iberoamericanas de História e em 1998 vice-presidente do XIV Congresso Internacional de História Militar. Também dirigiu a Revista Ultramar de 1961 a 1970 e a Revista Militar durante vinte anos.

Foi galardoado com dois Prémios de História Calouste Gulbenkian, distinções da Academia Portuguesa da História, o Prémio Angola e dois Prémios Almirante Augusto Osório, da Revista Militar. Recebeu altas con-decorações nacionais e estrangeiras entre as quais as Medalhas de Servi-ços Distintos, sendo uma de Ouro e duas de Prata, uma delas com Palma, o Grande Oficialato da Ordem da Instrução Pública e a Medalha do Pa-cificador do Brasil.

MacauCarlos Gomes Bessa nunca pres-

tou serviço em Macau, mas visitou o território várias vezes, tendo aqui proferido conferências e participado em comemorações de datas nacio-nais. E Macau mereceu a sua atenção na valiosa bibliografia de que foi au-tor. Para além do volume de quase 600 páginas, que coordenou, sobre a “Presença Portuguesa no Oriente” e

FALAR DE NÓSJorge A. H. Rangel*

que constituiu um número especial da Revista Militar (Janeiro de 1999), o qual contém relevantes estudos so-bre a história de Macau e das relações entre Portugal e a China, podemos salientar, entre outros, os seguintes trabalhos que publicou: “Restaura-ção em Macau – património e pers-pectivas do futuro de Portugal no Oriente”, “Macau do Santo Nome de Deus na China e a União das Coroas Peninsulares”, ambos da SHIP (1989 e 1999), “Aljubarrota – sua evocação em Macau” (Instituto Cultural de Macau, 1986) e “Macau e a Implanta-ção da República da China – uma car-ta de Sun Yat-Sen para o Governador José Carlos da Maia”, uma oportuna e bem apresentada edição da Funda-ção Macau (1999). Estudou profun-damente os reflexos da Guerra do Pacífico na vida das populações do Extremo Oriente e preparava-se para concluir uma obra, em elaboração há vários anos, sobre Macau nesse atri-bulado período, quando um lamentá-vel acidente o impediu de prosseguir a sua produção intelectual.

Quis ele que eu prefaciasse aquela edição da Fundação Macau, que teve também uma versão chinesa. Depois de tecer breves considerações sobre o tema, aproveitei para recordar, sucin-tamente, as longas relações de ami-zade e consideração que me ligaram, desde os anos de juventude, a este militar coerente e mestre em todas as “estações” da vida. A sua partida definitiva sugere-me que releia estas palavras que então lhe dediquei, es-tando certo de que muitos dos que o conheceram partilham os mesmos sentimentos:

“Creio que será comum aos homens da minha geração um reservado desejo, gerado e vigorado nos tempos primaveris da juventude: o de poder um dia teste-munhar a sua admiração aos mestres ver-dadeiros, que nos ajudaram a descobrir caminhos e, para sempre, concorreram à moldagem do nosso espírito e quiseram acompanhar os destinos de tantos de nós, que a vida dispersaria. Eram vultos de uma envergadura moral admirável, os-tracizados às vias da extinção pelas crises dos tempos de mudança e pela velocidade que passou a cronometrar os ritmos ob-sessivos das sociedades modernas, onde o maior exercício de lucidez será o que nos compele permanentemente à distin-ção entre o que é verdadeiramente emi-nente e prioritário e toda a produção de acessórios que nos antepõem e propõem ao lugar dos valores inadiáveis.

É o exemplo destes mestres verdadei-ros, como o Coronel Carlos Gomes Bessa, que nos permite, em saudável militância interior, preservar e afirmar os valores que persistem em nós, na plenitude do seu significado.”

O título do prefácio, que muito o comoveu, foi “Coronel Carlos Gomes Bessa, Mestre, Companheiro e Ami-go”. Assim será por nós lembrado.

* Presidente do Instituto Internacionalde Macau. Escreve

neste espaço às 2as feiras.

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Segunda-feira, 31 de Março de 201422 JTM | LAZER

“Óscares da Ásia” no “City of Dreams”consagraram filme de artes marciais“The Grandmaster” confirmou o seu favoritismo, ao conquistar sete estatuetas nos Prémios do Cinema Asiático, durante a gala realizada no “City of Dreams”

Sandra Bullock planeia programa sobre “Miss Congeniality”Sandra Bullock quer dar continuação ao filme “Miss Congeniality” e está a planear um programa de televisão sobre a comédia. A actriz foi a protagonista do filme realizado por Donald Petrie, que foi para o ar em 2000 e retratou a história de um agente do FBI que participou num concurso de beleza. “Sandra adorou a personagem Gracie Hart de ‘Miss Congeniality’, bem como o conceito do mesmo, tanto que continuou a manter contacto com os amigos agentes do FBI que conheceu quando fazia a pesquisa para o filme”, contou uma fonte próxima da celebridade.

Akon diz que Lady Gaga está em declínioAkon revelou que a sua editora cancelou o contrato com Lady Gaga, porque a carreira da cantora está em fase descendente. O cantor senegalês, dono da “Kon Live Distribution”, que tinha desde 2007 um contrato com Gaga, diz que “cortou laços” com a cantora de “Born This Way” porque ela já atingiu o pico da carreira. “Quando ela estava no topo, senti que não poderia ir a mais lugar nenhum, a não ser para baixo. Em poucas palavras, vendi a minha parte e saí antes que fosse tarde”, revelou ao DJ Sway, na “Sirius XM”.

O filme de artes marciais “The Grandmaster” triunfou em sete das 11 categorias a que concorria,

incluindo “Melhor Filme”, convertendo--se no grande vencedor dos “Asian Film Awards”, cuja 8ª edição encheu de “gla-mour” o complexo “City of Dreams” na noite de quinta-feira.

“The Grandmaster”, que era aponta-do como o grande favorito, também ven-ceu outros dois prémios muito cobiçados, com Wong Kar Wai, cineasta de Hong Kong, a ser distinguido pela “Melhor Realização” e Zhang Ziyi a superar a con-corrência ao título de “Melhor Actriz”. A noite de glória do filme seria ainda abri-lhantada com mais quatro estatuetas em categorias técnicas: “Direcção Fotográfi-ca”, “Figurinos”, “Banda Sonora” e “Di-recção Artística”.

O enredo do filme produzido “The Grandmaster” centra-se na história de Ip Man, um dos maiores mestres das artes marciais que, inclusive, treinou Bruce Lee.

Num emocionado discurso de agra-decimento, Wong Kar Wai dedicou o seu troféu a Ju Kun, membro da equipa de filmagens que era um dos passageiros do

avião da Malaysia Airlines, desaparecido a 8 de Março. “Infelizmente, um dos nos-sos directores de artes marciais é uma das vítimas do voo MH370. Por isso, espero que o Governo da Malásia possa fazer o seu melhor para resolver esse caso, assu-

mindo uma atitude mais transparente. Deixem-nos saber a verdade”, apelou o cineasta.

Na gala também brilhou o filme india-no “Lunchbox”, vitorioso nas categorias de “Melhor Actor” (Irrfan Khan) e “Me-

lhor Argumento” (Ritesh Batra). O chinês Huang Bo (“No Man’s Land”) triunfou na categoria de “Melhor Actor Secundá-rio” e Yeo Yann Yann, de Singapura, ga-nhou na variante feminina, graças ao seu desempenho em “Ilo Ilo”.

Zhang Ziyi e Wong Kar Wai Irrfan Khan Yeo Yann Yann

A modelo que nunca chegou à “passerelle”Paris Nichole tem centenas de trabalhos como modelo fotográfico e campanhas publicitárias na televisão. No entanto, a modelo norte-americana nunca pisou uma passerelle profissionalmente. “Não tenho altura necessária, já tentei várias vezes mas nunca passo nos castings”. Paris tem pouco mais de 1,70m, altura considerada insuficiente para singrar como modelo profissional.

Bruno Mars foi atracçãoem festa privada no “Bellini”Bruno Mars, uma das grandes estrelas da música internacional, esteve na noite de sexta-feira no “Bellini Lounge”, do Venetian Macau, abrilhantando uma festa reservada apenas a convidados, revelou a Sands China. O cantor, que conquistou um dos Grammy’s de 2014, veio a Macau antes de actuar durante duas noites em Hong Kong, no âmbito da “Moonshine Jungle Tour”.

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Segunda-feira, 31 de Março de 2014 JTM | LAZER 23

Gente Gira Envie as suas fotos para: [email protected]

O que falta em Macau? por José Gou

Há muitas coisas em Macau que não estão tão bem como tal-vez fosse desejável, para um

território tão pequeno. A primeira si-tuação é um problema geral que afecta praticamente

toda a gente. Penso que as rendas não deviam subir mais do que a inflação anual, acho que beneficiaria em grande escala a população de Macau. Em segundo lu-gar, a questão dos autocarros dos casinos. Existem de-masiados autocarros do Galaxy, Venetian, Wynn, MGM

e a gasóleo. Deviam ser todos eléctricos, ou então, o governo deveria dar um incentivo para a compra de um veículo eléctrico, ou entrega dos carros altamen-te poluentes, pois isso melhoraria em larga escala o ar que se respira e o trânsito.

Testar os dotes

com o pai

Sara Fonseca sempre teve um gosto especial

por penteados e resolveu apostar

nessa carreira. Depois de voltar de Portugal, onde tirou o curso profissional de penteado, arte e

beleza, Sara resolveu cortar o cabelo ao pai e registar o resultado

em fotografia.

Férias saudáveis

na TailândiaAnca Slavila acabou de

regressar de umas férias de sonho. Segundo

contou ao GENTE GIRA, esteve nove dias em

Koh Samui, na Tailândia, onde aproveitou para

descansar e fazer uma desintoxicação,

mantendo uma alimentação saudável

durante todo o período de férias!

Provar vinhos

com quem sabe

Carlos Canhita não quis deixar passar

a oportunidade de poder estar na presença de um

“master sommelier”, assinalando o

momento com uma fotografia.

Na foto surge com João Pires, que se deslocou ao

território para o “ciclo promocional de

vinhos portugueses”, que decorreu na

galeria da Fundação Rui Cunha.

Sonho realizado

ao lado da estrelaA equipa de râguebi de

Macau sub-16 deslocou-se a Hong Kong

para participar num campeonato na variante de “Sevens”. Pedro Pablo

aproveitou a ocasião para tirar uma fotografia com Radike Samo, uma das maiores estrelas da

equipa australiana.

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24 JTM | ÚLTIMA Segunda-feira, 31 de Março de 2014 • Fecho da Edição • 23:15 horas

O problema das pessoas ou territórios sem uma forte identidade, é esta constante necessidade de ir em busca de modelos.

Em Macau, sempre assim foi. Durante décadas, to-dos procuravam Hong Kong não apenas o Aeroporto, o “Mark Six” ou a “Bolsa” (como hoje ainda se faz, ainda que sem Kai Tak) mas a imitação mais comezinha, da moda, aos bons hotéis, restaurantes e modernos espec-táculos. Muitos em Macau interiorizaram que esta era apenas terra de passagem... “um bairro” de Hong Kong.

Ainda antes da criação da RAEM, tornou-se politica-mente pouco correcto assumir a defesa de uma identida-de própria para Macau, e mesmo depois de 1999 demo-rou tempo até que todas as comunidades reconhecessem o alcance do princípio “Um País, Dois Sistemas”, embo-ra substancialmente expresso na documentação oficial.

Por isso se foi em busca de novo “modelo”. Com o fácil acesso das “low cost”, Singapura passou a estar em primeiro lugar. Embevecidos pelo êxito das políticas de Lee Kwan Yew (que se tivesse copiado modelo alheio nunca teria chegado onde chegou) muitos foram e são os que ali vêem panaceia para todos os males próprios.

Pois, pois...É como “querer a chuva na eira, e o sol do nabal”.

Peneiram Singapura, isto é, agradam-lhes os aspectos que os possam favorecer, mas rejeitam onde lhes possa “doer”.

E Singapura tem tantos aspectos controversos...

ENPASSANTJosé Rocha Dinis

“Peneirar” Singapura

Tribunal dá mais três meses para Governo gerir ReolianO Tribunal Judicial de Base autorizou o Governo a continuar a gerir os bens da Reolian por mais três meses, período que será utilizado para “negociar com o investidor interessado” uma solução que assegure a manutenção do serviço de transportes, revelou o Executivo em comu-nicado. O Governo indicou ainda que pretende exigir à nova empresa adjudicatária que “assegure a manutenção das remunerações e regalias dos trabalhadores”, de modo a “salvaguardar a estabilidade do funciona-mento dos serviços de autocarros”. Embora as negociações não estejam concluídas, o desfecho parece estar próximo. “Apesar de ainda não estar concretizado o plano final do prosseguimento da exploração, o processo aponta que o caminho a seguir é favorável”, refere o comunicado da Direcção dos Serviço para os Assuntos de Tráfego (DSAT). Sublinhan-do que o processo da nova adjudicação dos serviços de autocarros “implica muitos aspectos complicados e apresenta muitas dificuldades”, a DSAT apelou ainda aos trabalhadores da Reolian para que se “mante-nham firmes nas suas funções, fazendo bem o seu trabalho, no sentido de não prejudicar as deslocações da população em geral”. A Reolian fez o pedido de falência em Outubro do ano passado e desde 1 de Janeiro de 2014 que a DSAT tem vindo a assegurar a prestação do serviço de transportes públicos.

Pais manipulam fotos de filhos na “luta” por creches em Hong KongCrianças de Hong Kong estão a ser alvo de modificações di-gitais, numa tentativa dos pais de garantirem a sua entrada nas melhores creches, jardins de infância e escolas da região vizinha. Segundo o “South China Morning Post”, muitos pais têm levado os filhos, ainda bebés, para sessões de fotos em estúdios profissionais, e nalguns casos as imagens são depois melhoradas através do programa de edição “Photoshop”, para que as pareçam “perfeitas”. O objectivo é transmitir diferentes traços de personalidade dos filhos, como a “maturidade”, para que os directores de creches e escolas de-cidam admiti-los. Muitas vezes, as crianças também são fotografadas ao lado de certificados e prémios. Em declarações ao matutino de língua inglesa, o fotógrafo profissional Yim Chi-lung revelou que já foi convidado a fotografar uma criança de cinco anos rodeada por 25 troféus e medalhas. Para Doris Cheng Pui-wah, directora do Centro de Pesquisas Juvenil e da Inovação do Instituto de Educação de Hong Kong, este fenómeno é um sinal da “crescente desigualdade educacional” na antiga colónia britânica.

Academia chinesa lançou doutoramento em marxismo A Academia de Ciências Sociais da China, considerada um dos principais centros de reflexão do país, lançou um doutoramen-to em marxismo, correspondendo a uma “instrução da liderança central” do Partido Comunista Chinês, noticiou ontem a agência Xinhua. Oficialmente, o marxismo-leninismo continua a ser um “princípio cardial” do Par-tido Comunista Chinês, mas a designação do curso não engloba as teorias defendidas por Valdimir Ilitch Lenine, o fundador do estado soviético. O novo doutoramento começou na sexta-feira, com cem alunos selecionados entre 1.075 candidatos através de testes escritos e entrevistas, indicou a Xinhua. “Filosofia Marxista”, “Economia Políti-ca Marxista”, “Ciências Jurídicas Marxistas”, “Etnologia Marxista” e “Jornalismo Marxista” são algumas das quinze disciplinas do curso.

Tigres sacrificados em festaspara empresários chineses Pelo menos dez tigres foram sacrificados numa cidade do sul da China durante festas particulares que contaram com a presença de dirigentes locais e ricos empresários, in-formou o jornal “Nanfang”, controlado pelo Partido Comunista da província de Guang-dong. Os animais foram depois esquartejados e a sua carne e os ossos vendidos por preços elevados. Estes espectáculos, que recordam os jogos do circo romano, foram revelados após uma operação policial que levou à apreensão do corpo de um tigre recentemente morto e di-versos produtos derivados do felino. “Aparentemente, os tigres eram anestesiados durante o seu transporte, mas os compradores asseguravam-se que estivessem conscientes antes da sua execução”, explicou uma fonte citada pelo jornal. Um dos envolvidos nas festas matou mais de 10 tigres, mas terá morrido quando tentava escapar da polícia.

Macau associou-se à “Hora do Planeta”Dezenas de serviços públicos e empresas de Macau, in-cluindo as operadoras de jogo, apagaram as luzes consi-deradas “desnecessárias” entre as 20:30 e as 21:30 horas de sábado, associando-se assim mais uma vez à “Hora do Planeta”, uma iniciativa do Fundo Mundial para a Vida Selvagem e Natureza (WWF) que este ano contou com a adesão de mais de 7.000 cidades em todo o mundo. O “apagão” voluntário percorreu o planeta desde as pirâmi-des do Egipto até à Torre Eiffel de Paris, passando pelas ruínas do Coliseu romano e as do Partenon em Atenas, o Palácio Real de Madrid, as Cataratas Victoria no Zimbabué, a Mesquita Azul de Istambul, o Portão de Brandemburgo em Berlim e a Cidade Proibida de Pequim, entre muitos outros monumentos históricos. O Governo da RAEM participou nesta campanha mundial pelo sexto ano consecutivo.

Portugal adiantou relógios e reduziu diferença para MacauO horário de Verão foi ontem implementado em Portugal, com os relógios a adiantarem 60 minutos e a reduzirem de novo para sete horas a diferença relativamente a Macau. Os portugueses do continente e da Madei-ra reajustaram a hora à passagem da uma da madrugada, enquanto que nos Açores a mudança ocorreu à meia-noite. Até à hora de inverno, quando, no último fim de semana de Outubro, os reló-gios atrasarem de novo uma hora, Portugal terá mais uma hora TMG, o que quer dizer que está no fuso horário mais um do que o do meridiano de Greenwich, que se convencionou usar como marcador para o tempo, como disse à Lusa a astrónoma Suzana Ferreira, do Observatório Astronómico de Lisboa.