8
DISSECANDO A MEDICINA UFSCar DESVENDANDO AS UNIDADES EDUCACIONAIS DA MEDICINA UFSCar PÁGINA 3 ADP, FORMATO DE AVALIAÇÃO, PÁGINA 5 A.A.A.M.U. dá as boas vindas aos calouros, tabela de treinos e notícias! PÁGINA 2 Perfil do estudante da Medicina UFSCar PÁGINA 5 Metodologias ativas de aprendizado? PBL? Diretrizes Curriculares? PÁGINA 6 REUNI - O caminho certo? PÁGINA 7 Situação Problema Um ambiente protegido no qual o estudante terá contato com prática médica, mas, diferentemente da ES, esse contato ocorrerá através do relato escrito em terceira pessoa de um caso vivido por um paciente virtual, sua família, seu médico e sua equipe de saúde. O relato é elaborado com antecedência pelos docentes do curso e não ap- enas descreve a história clínica(...) PÁGINA 3 Estação de Simulação Atores se passando por pacientes, um colega observando, um professor avaliando e um estudante em ação, tentando conciliar a medicina e a situação social e psicológica do paciente. É assim o contexto das Estações de Simula- ção desde o primeiro ano na Faculdade de Medicina da UFSCar. PÁGINA 3 Prática Profissional Refletir sobre o trabalho que de- senvolvemos na Unidade de Prática Profissional não é uma tarefa fácil já que carregamos com ela alegrias, descobertas, angústias, frustrações, ansiedade, ex- pectativas e todos os outros sentimentos inerentes a seres humanos que lutam para encontrar um equilí- brio entre razão e emoção. PÁGINA 4 E spero que tenham aproveitado as férias estudantis. Ou para não fazer nada, no caso dos acadêmicos, ou para se ver sem essas queridas criatu- ras perambulando pelos corredores apertados de nossas unidades de saúde. De qualquer forma, espero que todos os acadêmicos tenham aproveitado as féri- as para fazer tudo de mais improdu- tivo(...) PÁGINA 7 DEPARTAMENTO DE MEDICINA TERÇA EM DOBRO NO TREM BÃO AVENIDA!!!! ABRIL 2009 - ANO I - Edição 01 CAMSA - CENTRO ACADÊMICO MEDICINA SÉRGIO AROUCA A ESPIRAL MEDICINA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS Foto por: Maia Nogueira

PÁGINA 3 CAMSA - Universidade Federal de São Carlos · de São Carlos. Essa é a nossa missão para as próximas edições.P ... sentante do cidadão. Desig-na, nos países escandinavos,

  • Upload
    vudan

  • View
    213

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

DISSECANDO A MEDICINA UFSCar

DESVENDANDO AS UNIDADES EDUCACIONAIS DA MEDICINA

UFSCar PÁGINA 3ADP, FORMATO DE AVALIAÇÃO,

PÁGINA 5

A.A.A.M.U. dá as boas vindas aos calouros, tabela de treinos e notícias! PÁGINA 2

Perfil do estudante da Medicina UFSCarPÁGINA 5

Metodologias ativas de aprendizado? PBL? Diretrizes Curriculares?PÁGINA 6

REUNI - O caminho certo?PÁGINA 7

Situação Problema Um ambiente protegido no qual o estudante terá contato com prática médica, mas, diferentemente da ES, esse contato ocorrerá através do relato escrito em terceira pessoa de um caso vivido por um paciente virtual, sua família, seu médico e sua equipe de saúde. O relato é elaborado com antecedência pelos docentes do curso e não ap-enas descreve a história clínica(...) PÁGINA 3

Estação de Simulação Atores se passando por pacientes, um colega observando, um professor avaliando e um estudante em ação, tentando conciliar a medicina e a situação social e psicológica do paciente. É assim o contexto das Estações de Simula-ção desde o primeiro ano na Faculdade de Medicina da UFSCar. PÁGINA 3

Prática Profissional Refletir sobre o trabalho que de-senvolvemos na Unidade de Prática Profissional não é uma tarefa fácil já que carregamos com ela alegrias, descobertas, angústias, frustrações, ansiedade, ex-pectativas e todos os outros sentimentos inerentes a seres humanos que lutam para encontrar um equilí-brio entre razão e emoção. PÁGINA 4

Espero que tenham aproveitado

as férias estudantis. Ou para não fazer nada, no caso dos acadêmicos, ou para se ver sem essas queridas criatu-ras perambulando pelos corredores apertados de nossas unidades de saúde. De qualquer forma, espero que todos os acadêmicos tenham aproveitado as féri-as para fazer tudo de mais improdu-tivo(...) PÁGINA 7

DEPARTAMENTO DE MEDICINA

TERÇA EM DOBRO NO TREM BÃO AVENIDA!!!!

ABRIL 2009 - ANO I - Edição 01

CAMSA - CENTRO ACADÊMICO MEDICINA SÉRGIO AROUCAAESPIRALMEDICINA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS

Foto por: Maia Nogueira

A ESPIRAL São Carlos, ABRIL 09 01

EDITORAL,

É com grande satisfação que o Centro Aca-dêmico de Medicina Sérgio Arouca – CA-MSA – entrega aos leitores a primeira edição do A Espiral. Nós estudantes de medicina produzimos esse jornal, pois

consideramos necessário existir um meio de comuni-cação forte e democrático entre nossos pares, profes-sores, colegas da comunidade acadêmica e a popula-ção de São Carlos.

Com A Espiral buscamos o debate, deseja-mos expor de uma forma crítica o nosso cotidiano para toda a sociedade, temos também o anseio de ampliar nossos vín-culos com os colegas de outros cursos

na Universidade e pretendemos ainda promover as atividades que desenvolvemos durante a nossa vida acadêmica para toda a comunidade. Possuímos

ainda a idéia de que esse jornal se torne também uma ferramenta para a comuni-cação entre alu-nos e os profis-sionais da saúde da consolidada Rede-Escola n a qual somos in-seridos desde o primeiro ano do curso. Dessa forma o nome do jornal acaba sendo simbólico: uma linha que passe amar-rando e envolvendo os atores que, de certa forma, possa entrar em contato com o proces-

so de aprendizagem dos estudantes de medicina da UFSCar: alunos, professores, pacientes e profissio-nais da rede.

Os nosso objetivos são ambiciosos e com isso o processo para a produção desse jornal não foi fácil e nem esperamos que vá ser diferente no futuro. A logísti-ca da distribuição, as pautas do jornal,

o processo de coordenação das editorias e a impres-são foram exaustivamente pensados e trabalhados. O projeto do jornal desenrolou-se por três gestões nos últimos três anos de existência do CAMSA e foram inúmeras as pessoas que colaboraram para A Es-piral tornar-se real que seria injusto citar qualquer nome em agradecimento. Todos os envolvidos no trabalho foram muito bem sucedidos nas tarefas de-

finidas até agora e temos certeza que vamos buscar melhorar sempre a construção das próximas edições. Esperamos, dessa forma, publicar matérias interessantes para a leitura dos alunos da universidade e também para quem receba o jornal na Unida-de de Saúde nos diferentes bairros de São Carlos. Essa é a nossa missão para as próximas edições.

Para pauta dessa edição consideramos adequado dissecar para todos os leitores como estudamos na medicina UFSCar; como fazemos as nossas atividades, quais são nossos diferenciais e dificuldades, etc.

Pretendemos com isso sanar as dúvidas existentes sobre a Medicina UFSCar e proporcionar o início e do diálogo com todos os nossos leitores.

Estamos produzindo a nossa segunda edi-ção e esperamos contar com novas idéias que surjam como conseqüência da pu-blicação dessa primeira edição. Gosta-ríamos de divulgar as nossas Diretrizes

Editoriais para todos os interessados através de nosso e-mail: [email protected]. Caso tenha interesse em ver algum texto publicado ou expressar alguma idéia que se relacione com medicina e saúde entre em contato com os editores do A Espiral. Sua opinião será sem-pre importante para nós.

Uma boa leitura para todos e obri-gado.

José Roberto Cordebello Júnior, estudante do terceiro ano (turmaII)[email protected]

OMBUSDMAN,Sei que é estranho um dos edito-

res estar escrevendo na coluna Ombudsman, mas não se pre-ocupem, isto não será comum,

estou aqui apenas como um anexo do editorial, para explicar a função desta coluna e contar um pouco da trajetória do jornal.

Ombudsman é uma palavra sueca que significa repre-sentante do cidadão. Desig-na, nos países escandinavos,

o ouvidor-geral -função pública criada para canalizar problemas e reclama-ções da população. Na imprensa, o termo é utilizado para de-signar o representante dos leitores dentro de um jornal.

A função de ombudsman de imprensa foi criada nos Estados Unidos nos anos 60. Chegou ao Brasil num domingo, dia 24 de setembro de 1989, pela pri-meira vez na Folha de São Paulo.

Nosso representante dos lei-tores no A ESPIRAL será o estudante José Luís Teixei-ra Filho da Turma I, atual

presidente da A.A.A.M.U. e um dos muitos estudantes das Med-UFSCar que desde o início demonstraram inte-resse no desenvolvimento de um jornal acadêmico.

A jornada até aqui foi longa, as discussões para sua formação se iniciaram com a entrada da segunda turma, porém al-

gumas limitações técnicas impediam a finalização deste projeto.

Em outubro de 2008, durante as atividades do COBEM em Salvador ao ler diversas pu-blicações de outras faculda-

des de medicina do Brasil voltei com a certeza que também necessitávamos de um veículo de informações que fosse capaz de não somente integrar os alu-nos do nosso curso, mas como também propiciar que outros estudantes e pro-fissionais de saúde das outras IES co-nhecessem a Medicina UFSCar e suas atividades.

Em São Carlos ao buscar par-ceiros neste projeto descobri que muito já havia discutido em relação ao jornal, entrei

em contato com os interessados e lhes apresentei o que até então estava fal-tando, o meu conhecimento em diagra-

mação, layout, etc.

Desta maneira publicamos hoje nossa primeira edição, um espaço de discussão em saúde, aberto, multidisci-

plinar, independente, autônomo e ino-vador. Para nos fortalecer como estu-dantes de medicina, mas acima disso, cidadãos agentes modificadores da re-alidade presente.

Rafael Pivovar de Camargo Rosa, Turma III, 08.([email protected])

Edição Finalizada em: 14/04/09Edição: José Roberto Cordebello Júnior e Rafael Pivovar de Camargo Rosa Tiragem: 1.000 exemplaresColaboradores: Edson Fagá (TII), Fernanda Paixão (TI), Hugo Tadeu Amareal (TII), José Eduardo Vitorino Galon (TIII), José Luís Teixeira Filho (TI), Raíssa Pavone Go-mes, Raphaela Moreira (TII), Thiago Taffo (TII),

Participe da próxima edição, mande sua coluna para: [email protected]

Centro Acadêmico Medicina Sérgio Arouca - Gestão Florestan

Fernandes 2008/2009

A ESPIRAL São Carlos, ABRIL 09 02

ANUNCIE AQUI: [email protected]

A Medicina na UFSCar é fruto de anos de batalhas de São Carlos e da Universidade por um curso que formassem pro-

fissionais capacitados nessa área que, ainda hoje, apresenta grande defici-ência no Brasil. Porém, como já afir-mei, foi bastante difícil ter esse sonho concretizado. E justamente quando isso se tornou possível, para nossa sor-te, não apenas o MEC como a própria instituição UFSCar, em parceria com a prefeitura de S. Carlos, exigiu que o profissional formado na universidade fosse um médico diferenciado. Alguém que poderia atuar imediatamente após sua formação básica, pois, atualmente, há uma grande evidência que os pro-fissionais recém-formados médicos, em maioria, são incapazes de atuarem com excelência antes de suas especiali-zações. É justamente a formação com-petente que está sendo resgatada pela Academia Medicina UFSCar, ou seja, você não será apenas mais um com um diploma de Medicina na mão, você será acima de tudo Médico capacitado.

Ao ingressar na nossa faculda-de, você, futuro médico, terá a chance de participar dessa mudança na graduação médi-

ca dentro do seu país. Tem a chance de se tornar esse profissional diferenciado capaz de não somente curar a doença do paciente, mas sim o próprio pacien-te, pois é esse o centro de sua atenção. Pensando nisso, aprenda a sua primei-ra lição que aprendi através do Dr. Pa-tch Adams e na própria Federal: seu paciente não é apenas um paciente qualquer (como se pudéssemos rotular um ser humano como um qualquer), ele é o seu paciente e além disso, é o Sr. Augusto, a Sra. Maria Célia, o pequeno Matheus, a Srta. Lindalva.

Nossa Faculdade utiliza aqui-lo que há de mais moderno, dentro das possibilidades financeiras do Brasil, na for-

mação de seus estudantes, seja no mé-todo de estudo e aprendizado, seja nas estruturas oferecidas pela universida-de e futuras instalações.

Falando em método de estudo, aquilo que você pode ler acima a respeito do que deve aprender como sua primeira lição é um

bom exemplo contraditório a forma de estudo da Medicina UFSCar. Pois, para especialistas no assunto, o bom apren-dizado, ou seja, o aprendizado que fi-cará concretizado em sua “mente” com

maior facilidade, é aquele que é adqui-rido através de um interesse prévio, de uma necessidade de adquiri-lo, ou seja, aquele que não precisa de alguém lhe dizendo que é importante saber ou que essa é uma lição a ser aprendida, mas sim, aquele que você mesmo chega a essa conclusão por si só, porque agora você precisa desse conhecimento para algum fim e vinculando-o a esse fim memorizará mais facilmente esse co-nhecimento. Em outras palavras, você, nos próximos meses, terá que “apren-der a apreender”.

Infelizmente, esse método de tra-balho utilizado é de difícil adap-tação para muitos alunos por ser bastante diferente de tudo

aquilo que já estavam habituados em toda sua formação. Por exemplo, terá dificuldade em discernir até que pon-to deve aprofundar em determinada área do conhecimento, aprenderá que na Medicina nada é definitivo, fixo; que o conhecimento está avançando diariamente e que aquilo que apren-deu ontem talvez esteja ultrapassado. Portanto, haverá dificuldades enormes de adaptação, dificuldades de com-preensão. Contudo, futuramente, ha-verá facilidade no processamento das diversas ferramentas intelectuais que adquirirá durante sua vida acadêmica no momento da atuação profissional, aprenderá inclusive a ser seu próprio professor, capaz de enfrentar qualquer problema que venha a surgir mesmo após sua formação. Enfim, colherá os frutos desse árduo trabalho que está por vir.

Ser universitário da UFSCar tem uma diferenciação. Com al-gumas exceções, a maioria de vocês viverá longe dos pais, ou

seja, será dono de seus compromissos, horários, trabalhos, organizações, ta-refas. Isso, a princípio, é péssimo, mas logo entenderá que há suas vantagens.

Suas responsabilidades serão outras. Você terá que acordar sozinho ou aos berros por um colega de pensão ou república,

não terá alguém para preparar suas refeições, estudará até tarde da noi-te – se tiver responsabilidade – para a “aula” do dia seguinte. Aprenderá que 24h é um longo dia para os outros, mas não o suficiente para um estudante de Medicina, principalmente pra aquele que quer aproveitar também a idade que tem – que dizem ser a melhor das idades. Aprenderá também que nunca

deve faltar a reunião de grupo e muito menos poderá dormir na reunião após uma noite com menos de quatro horas de sono. Terá “inveja” dos estudantes “normais” dos outros cursos, que po-derão dormir em aula ou matar a aula daquele professor menos interessante. Dará valor às quatro horas de sono que teve. Cuidará mais da saúde dos outros e menos da própria saúde. Comerá pior (R.U., por exemplo), fará menos exer-cícios – na maioria das vezes, apesar de estar sempre com pressa –, beberá mais álcool e menos refrigerante, bei-jará e se apaixonará mais se arrumar tempo pra isso (pra isso a gente sempre arruma... ), porém, infelizmente, terá menos tempo pra seu namorado(a) se é que você conseguirá sustentar o rela-cionamento (boa sorte!).

Calouro! Além de tudo isso há diversas palavras, conceitos, siglas que estarão no seu dia-a-dia e isso tudo você terá que

enfrentar, por exemplo: SP (Situação-problema); ESPP (Estação de Simula-ção da Prática Profissional); PP (Práti-ca Profissional); Construtivismo; PBL; DUM; DM; ITU; DIP... Entre outros. Se não bastasse isso, terá que aceitar seus veteranos, enfrentar seus colegas de Universidade, seus pais, seus ami-gos; você será um “patinho feio” (ou será o mais lindo dos patinhos?) den-tro da Universidade por diversos mo-tivos. Entre esses motivos temos: em primeiro lugar, você faz Medicina; os invejosos dos outros cursos farão ques-tão de lembrar que rafting só a Med tem e fantasiarão que a universidade financiou a atividade; mesmo com cer-ca de 160 alunos em todo curso, a Med é um dos poucos cursos com Atlética e Bateria próprios; nosso curso é um dos poucos que seguem esse método na Universidade; você tem a maior freqüência em determinados lugares

como a BCO (biblioteca comunitária), Laboratório de Simulação e Labora-tório Morfo-funcional e a menor fre-qüência em lugares que seriam comuns como a Sala de Aula; você tem prática profissional, participa de uma equipe de saúde, estuda gestão em saúde e em equipe, a situação da região que está inserido, inclusive entrando em con-tato com pacientes no primeiro ano do curso; você tem responsabilidades vin-culadas à saúde de seu paciente já no primeiro ano de curso; você não estu-da com todos da sua turma, aliás, sua turma é pequena, apenas 40 alunos e o mais próximo que chegará de Aula será uma reunião com um de seus tutores e mais sete colegas. Achou estranho? Mais estranho ainda é ter um orienta-dor, assim como aqueles orientadores da pós-graduação, mestrado e douto-rado. Mas esse é você nos próximos seis anos! E se achou pouco, é porque eu falei pouco.

Como seu bom veterano e por já ter passado a experiência des-se primeiro ano bastante críti-co, digo a você: lute, seja, aja,

critique e não tema. Respeite seu cur-so, orgulhe-se de sua conquista, pois um futuro brilhante nos espera.

Bem-vindo a Medicina UFSCar!

Por, José Luís Teixeira Filho, Turma I - 06

P.S.: Como não poderia faltar, há coi-sas que NUNCA mudam. A cor da FE-DERAL sempre será VERMELHA, a cor do CAASO sempre será AMARELA. As bixetes e veteranas terão orgulho de cantar o hino da MED FEDERAL, mes-mo que fiquem com a cor mais FEDE-RAL de vergonha durante o hino.

A.A.A.M.U., Atividades regulares disponíveis para associados da AAAMU:

Segunda:Vôlei femino e masculino 19:50 às 22h

Terça:Atletismo das 18:30 às 19:30hFutsal feminino e masculino

das 19:50 às 22h

Quarta:Natação das 15h às 16hTênis Quadra das 17:30 às

18:30 Basquete feminino e masculino das 19:50 às 22h

Quinta:Ensaio da Sancabum das 18h às 19h

Hand masculino e feminino das 19:50 às 22h

Carta aos Associados:

Foi veiculado pela Associação Atlética Acadêmica Medi-cina UFSCar, um e-mail di-

vulgando a participação de nossa instituição na Intermed Triângulo, competição que ocorrerá no dia 11 de junho próximo.

Vimos por meio desta anun-ciar que não mais partici-paremos desta competição

e queremos desde o presente mo-mento nos desculpar pelo ocor-rido. A AAAMU sabe o quanto os associados estavam animados com a idéia da competição e o quanto queremos mostrar a força que te-mos como MEDICINA! Contudo, após apurarmos melhor as condi-ções de realização da Intermed Tri-ângulo e a quantidade de eventos promovidos pela AAAMU, preferi-mos postergar para o segundo se-mestre a participação em jogos pela AAAMU.

Recebemos informações, re-lativas a pouca tradição da competição em que entra-

ríamos entre outras e acumulamos para o final deste semestre três eventos consideráveis, realizados pela AAAMU: BIXOMED, INTE-GRAMED e PRODUMED. Todos esses eventos têm custos aos asso-ciados, a participação no INTER-MED Triângulo acumularia mais um gasto em um curto período de tempo, menor que dois meses, des-sa forma forçando muitos de nós a escolherem do que iam querer par-ticipar.

É compromisso da atual ges-tão da AAAMU a participa-ção e realização de eventos

esportivos com outras Associações Atléticas Acadêmicas, principal-mente as de cursos de Medicina! Mantemos esse compromisso e es-tamos viabilizando para o segundo semestre a realização de competi-ções com outras escolas Médicas.

Muito Obrigado! Atenciosamente,

Renan R. Marangoni

Diretor Vice-Presidente Ex-terno AAAMU

CARTA aos calouros,

A ESPIRAL São Carlos, ABRIL 09 03

SP, A S i t u a ç ã o - P r o b l e m a

(SP), que faz parte da Unidade Educacional

de Simulação da Prática Pro-fissional, é, assim como as Es-tações de Simulação (ES), um ambiente protegido no qual o estudante terá contato com prática médica, mas, diferen-temente da ES, esse contato ocorrerá através do relato es-crito em terceira pessoa de um caso vivido por um paciente virtual, sua família, seu médico e sua equipe de saúde. O re-lato é elaborado com antecedência pelos docentes do curso e não apenas descreve a história clínica, sinais e sintomas deste paciente, mas também integra as dimensões psicológica e social que es-tão influenciando no proces-so saúde-doença, bem como expõe as nuances da relação médico-paciente, entre vários outros aspectos. Além desse relato, o curso também ofere-ce um caderno de contextu-alização sócio-econômica de cada família virtual. Assim, é propiciado ao estudante um

considerável volume de informações que po-derão ser problema-tizadas durante um, dois, três ou quatro encontros em peque-no grupo – o qual é forma-do por oito estudantes e um facilitador docente do curso. Apesar da discussão do caso ser livre, permitindo a proble-matização de quaisquer dos aspectos apresentados, existe uma ementa que prevê quais competências e conhecimen-tos o estudante deverá obter ao final do último encontro.

O primeiro encontro em pequeno grupo para a discussão de um caso

é chamado de SÍNTESE PRO-VISÓRIA. É nela que os es-tudantes deverão resgatar os conhecimentos prévios sobre as informações apresentadas, elaborar hipóteses que expli-quem os fenômenos descritos, identificar lacunas e limites dos seus conhecimentos, e desenvolver questões que ser-virão de disparadores para o posterior estudo individual. Para isso, é fundamental que cada estudante se utilize da curiosidade, a qual é estimu-lada a todo o momento pelo

facilitador, motivando-se a desvendar os vários aspectos que envolvem o processo saú-de-doença. Além disso, este trabalho em grupo desenvolve outras várias características essenciais para a boa prática da Medicina, como a paciência em escutar o outro, o respeito pela opinião dos colegas, a re-siliência diante de problemas aparentemente sem solução e a criatividade em elaborar pla-nos para superá-los. Após este primeiro encontro, cada estu-dante deverá recorrer à litera-tura para construir ou recons-truir um novo olhar sobre as questões abordadas durante a discussão.

Os encontros seguintes são chamados, cada um, de NOVA SÍN-

TESE e diferem da SINTESE PROVISORIA por permitirem apenas a discussão embasada no que há de mais atual em termos de evidência, ou seja, o estudante deverá apresen-tar os novos conhecimentos adquiridos pelo estudo da me-lhor referencia literária e, as-sim, comprovar ou desmentir as hipóteses criadas no encon-tro anterior, e, junto com os demais colegas, elaborar uma síntese do que é considerado conhecimento de ponta sobre

as várias questões que haviam ficado em aberto.

Apesar de cada SP abordar um caso em especial e tem uma

ementa especifica para o mo-mento vivido pelos estudantes no curso, a Situação-Proble-ma, juntamente com as ou-tras atividades previstas no Projeto Político-Pedagógico, tem como meta cons-truir um profissional diferenciado através do desenvolvimento das competências em saúde (individual e coleti-va), gestão (do trabalho e do cuidado em saúde) e educação, que estão contempladas no perfil do médico a ser formado pela UFSCar (ver adiante).

`v Dessa maneira, a SP ganha destaque no trajeto do estu-dante pelo curso de Medicina e, assim, gera muitas ansieda-des e inseguranças, que são fa-cilmente compreendidas dian-te do volume de informações que cada caso evoca, o pouco tempo disponível para o estu-do de todos os seus aspectos, e a responsabilização direta do estudante pelo seu próprio cres-

cimento acadêmico e profissional. No entan-to, apesar do sofrimento e da exaustão, que muitas vezes devasta o estudante e o leva a adquirir hábitos pouco saudá-veis, como passar madrugadas a fio e dedicar tempo insufi-ciente para seu entretenimen-to, esses sentimentos de ansie-dade e insegurança também contribuem para construção do conhecimento, uma vez que o estudante dificilmente se satisfaz com o que foi estu-dado, tendendo sempre a se aprofundar – muitas vezes em demasia – em cada assunto abordado nas SPs. Além disso, o trabalho em pequeno grupo também pressiona o aluno a estudar, já que é visível pelo facilitador e pelos colegas o baixo desempenho daquele que não se dedicou. Assim, a Situação-Problema pode ser vista com olhares ambivalen-tes pelos estudantes, que, por causa dela, sofrem e crescem.

Por, Edson Fagá, Turma II 07

ES,Atores se passando por

pacientes, um colega observando, um profes-

sor avaliando e um estudante em ação, tentando conciliar a medicina e a situação social e psicológica do paciente. É as-sim o contexto das Estações de Simulação desde o primeiro ano na Faculdade de Medicina da UFSCar. No começo a sensação de enca-rar o novo e desco-nhecido, associada a certa insegurança e nervosismo, faz com que muitos estudan-tes fiquem ansiosos e com medo de errar nas simulações. Com a aquisição de mais conhe-cimento esse temor se reduz e passa a ser mais um receio quanto a relação da teoria com a prática e uma apreensão com o relacionamento que deve ser estabelecido entre médico e paciente.

O ambiente é protegido e o erro não só é possível como

desejável já que o es-tudante é estimulado a superá-lo e assim, além de fixar o con-teúdo, aprende a re-ceber críticas e ver diferentes pontos de vista. A vivência aumenta a segurança no contato e comu-nicação com diferentes tipos de pessoas e o aprimoramento da capacidade de observação melhora a análise dos casos e a elaboração de diagnósticos. Logo, a associação de tudo otimiza a ação e o cuidado dos estudantes.

Após esse primeiro mo-mento, nas reuniões em grupo o conhecimento

continua a ser construído e sis-tematizado com a ajuda de um professor, que auxilia o grupo a achar a melhor maneira de fazer uma anamnese ou um exame clínico, por exemplo.

Nas faculdades de me-dicina que utilizam o método tradicional

de ensino o enfoque dado à parte prática é bem diferente. Na Faculdade de Medicina da USP, por exemplo, os alunos tem uma formação quase ex-clusivamente teórica antes do quinto ano, a não ser por ati-vidades extra-curriculares e alguns poucos períodos de au-las práticas. A prática é enfa-tizada no quinto e sexto anos, durante o internato. Neste período os alunos trabalham supervisionados em período integral dentro dos hospitais universitários e realizam pro-cedimentos como passar cate-ter venoso central, realizar in-tubação orotraqueal ou coleta de líquor. São ainda realizadas algumas simulações de pro-cedimentos ou atendimentos médicos para complementar o que foi aprendido no atendi-mento direto dos pacientes.

A ausência de atividade prática desde os pri-meiros anos de facul-

dade pode não suprir a neces-sidade do desenvolvimento do raciocínio médico em alguns alunos. O incentivo a este raciocínio mais precoce facilitaria o aprendizado e a se-dimentação do que foi desenvolvido. Além disso, o ensino prático contí-nuo durante a graduação pode melhorar o desempenho dos alunos nas provas práticas de residência médica, que estão sendo cada vez mais estimula-das em todas as grandes insti-tuições.

A primeira fase do exa-me de residência mé-dica geralmente possui

questões teóricas, podendo ser do tipo teste, dissertativas ou de respostas rápidas, depende da instituição. Já a segunda fase em geral é prática e é desta que muitos alunos tem medo. Na USP, por exemplo, os can-

didatos enfrentam 5 estações com pacientes simulados e em 10 minutos devem identi-ficar o problema e tomar uma atitude condizente. Quanto mais treinamento, esta ativi-dade se torna mais habitual e as dificuldades ficam menores. O advento das provas práticas em exames de residência pode estimular o aprimoramento do ensino médico e torná-lo cada vez mais voltado para a reali-dade.

com pacientes simulados e em 10 minutos devem identificar o problema e

tomar uma atitude condizen-te. Quanto mais treinamento, esta atividade se torna mais habitual e as dificuldades fi-cam menores. O advento das provas práticas em exames de residência pode estimular o aprimoramento do ensino mé-dico e torná-lo cada vez mais voltado para a realidade.

Por, Raíssa Pavone Gomes, Turma III 08

UNIDADES EDUCACIO

Cópias e Encardenações

Rua 9 De Julho, 1059(16) 3371-5071 / Fax: 3413-4147

Av. São Carlos, 3420(16) 3413-6999 / Fax: 3306-9106 UFSCar(16) 3361-7773 / 3116-9189

ANUNCIE AQUI: [email protected]

PP,

Refletir sobre o traba-lho que desenvolve-mos na Unidade de

Prática Profissional não é uma tarefa fácil já que carregamos com ela alegrias, descobertas, angústias, frustrações, ansie-dade, expectativas e todos os outros sentimentos inerentes a seres humanos que lutam para encontrar um equilí-brio entre razão e emoção. E pensar em nossa maneira de aprender,que ainda não faz parte de muitas escolas de medicina as quais poderiam nos servir de modelo e no cenário dessas atividades que está em constante cons-trução, torna essa avaliação ainda mais complexa...

Em uma reunião entre médicos de um deter-minado setor do Servi-

ço de Saúde Escola da Unifesp acabei acompanhando uma discussão sobre a aprendiza-gem do médico dentro de um curso tradicional. Nessa oca-sião, o chefe do serviço pediu ao assistente para escolher ,entre os seis anos de gradu-ação, o período onde ele mais adquiriu conhecimentos ne-cessários para sua formação. Sem nenhuma hesitação o mé-dico considerou o quinto ano, o começo do internato médico, como o mais importante e sig-nificativo. Para ele, o contato com o paciente corresponde ao momento do curso em que as matérias antes aprendidas fazem mais sentido e que é ob-servando a realidade do pro-cesso saúde-doença e do servi-ço de saúde, que conseguimos ilustrar e fixar toda a teoria apresentada em livros, artigos, apostilas .

Nessa universidade, o contato com o pacien-te pode sim ocorrer

através da inserção dos estu-dantes em Ligas Acadêmicas, Iniciação Científica e em ati-vidades curriculares como as aulas de semiologia, mas são poucas aproximações e o es-tudante normalmente não se responsabiliza integralmente

por um paciente, com a mes-ma freqüência do internato.

Já está inclusive acon-tecendo uma mudança curricular em faculda-

des tradicionais como a USP de São Paulo, a qual vem an-tecipando o início do conta-to dos alunos com a atenção primária, através de visitas à Unidades Básicas de Saúde para confrontar estudante e paciente nos primeiro ano de faculdade e essa modificação planeja ainda mais mudan-ças para aumentar o período de prática profissional dentro dessa escola médica.

Essa reformulação cur-ricular juntamente com as palavras desse

asssistente, que já está forma-do e carrega grande experiên-cia envolvendo a prática médi-ca, nutrem ainda mais minha sensação de que estou tendo a oportunidade de vivenciar uma experiência única no cur-so de medicina da Universida-de Federal de São Carlos.

Nessa faculdade, a prá-tica profissional tem um grande espaço

desde o primeiro ano já que 3 períodos da semana são des-tinados a essa atividade. Em dois deles, nós, estudantes, somos inseridos na Rede de Saúde Escola do município para conhecer,explorar e rea-lizar intervenções e no outro período existe uma reflexão, em ambiente protegido, onde o estudante, o profissional vin-culado ao serviço e o professor discutem e procuram funda-mentar as condutas do estu-dante dentro da prática . Até o sexto ano seremos inseridos em todos os níveis de atenção à saude, começando pelo de menor complexidade, a aten-ção primária ou atenção básica e chegando, no internato, a es-tagiar em um grande hospital. Dentro desse contexto, espera-se que o estudante adquira ca-pacidades referentes às 3 áreas de competência profissional : saúde, gestão e educação.

Em relação à saúde, além do atendimento am-bulatorial e hospitalar,

presentes em qualquer uni-versidade, temos nas Unida-des Saúde da Família (USF)

a oportunidade de se cor-responsabilizar pelo cuidado e observar a evolução de um paciente e sua família durante os 6 anos da graduação. Com isso, podemos acompanhar pacientes em todos as fases da vida, desde recém-nascidos e lactentes até idosos com ou sem problemas de saúde. Além disso, existe uma preo-cupação por parte do curso e dos alunos em acompanhar tam-bém indivíduos por-tadores de doenças crônicas para poder-mos observar como estas se comportam ao longo do tempo. Os aspectos socio-econômicos também enriquecem esse ce-nário já que a realidade do pa-ciente é fundamental na hora de realizarmos diagnósticos e planos de cuidado para cada caso discutido. Assim, visua-lizamos diariamente a prática médica descrita em livros e ao mesmo tempo somos incenti-vados e procurar na literatura descrições de tudo o que en-contramos na prática .

Nas USFs também aprendemos a lidar com gestão em saúde

já que nos tornamos membros da equipe multidisciplinar e logo nos deparamos com to-das as dificuldades existentes em nosso sistema de saúde. E como alunos que vivem uma metodologia ativa e reflexiva, acabamos impelidos a pro-curar ferramentas para diag-nosticar problemas e propor

soluções criativas em áreas diversas do SUS na tentati-va de ampliar sua capacidade de resposta, para que o nosso paciente consiga o cuidado in-tegral tão defendido por esse sistema.

O convívio com o Pro-grama Saúde da Fa-mília também nos

proporciona uma maior va-lorização dos aspectos da medicina preventiva e a edu-cação da população pode ser considerada nossa arma mais poderosa dentro desse cená-rio. Assim, temos uma preo-cupação constante em ajudar a equipe multidisciplinar na difícil tarefa de conscientizar e corresponsabilizar os pacien-tes diante da importância do cuidado à saúde e nossa parti-cipação em grupos,campanhas educativas e no conselho ges-tor dos moradores contribui para esse processo.

Existem muitos aspectos positivos e únicos em nossa prática profissio-

nal, que serão indispensáveis para a formação do médico “padrão UFSCar ”, mas não podemos nos esquecer de to-das as dificuldades que enfren-tamos ao longo desses anos. Nossa inserção dentro desse sistema de saúde foi muito complexa e dolorosa já que ele não estava preparado para re-ceber estudantes de medicina. Assim, tivemos que conquistar ,com sa-crifício e grande em-penho, nosso espaço dentro das equipes de

sáude já existentes no município . Além dis-so, só em 2006 esse sistema de saúde passou a ser uma Rede – Escola vinculada à faculda-de de medicina, e tivemos que conquistar a confiança de seus usuários, os quais não estavam acostumados a serem atendi-dos por estudantes. Um outro aspecto ainda mais compli-cado nesse contexto é a nossa participação em um programa de saúde relativamente novo, que ainda não conquistou a população revoltada e cheia de angústias a qual muitas vezes não entende o papel da equipe multidisciplinar e do médi-co de família, criticando com grande freqüência esse nosso modelo de atenção.

Como estudante da pri-meira turma de medici-na da UFSCar procuro

enfrentar todos esses proble-mas e desafios e considero satisfatória e gratificante essa formação diferenciada, que pretende tornar o médico ge-neralista, centrado não só em sua profissão mas no modelo de atenção em que está inse-rido, com uma visão ampliada das necessidades de saúde do paciente, seus sentimentos e sua corresponsabilização na relação saúde-doença.

Por, Fernanda Paixão, Turma I - 06.

A ESPIRAL São Carlos, ABRIL 09 04

AIS MEDICINA UFSCar

Foto por: Maia Nogueira

ANUNCIE AQUI: [email protected]

RUA SÃO JOAQUIM, 1680 CENTRO

SÃO CARLOS – SPCEP: 13560-300

TEL/FAX: (16) 3362-4100www.imobiliariavalor.com.br

A ESPIRAL São Carlos, ABRIL 09 05

Avaliação/ADPs/Formatos,A avaliação é uma parte

das atividades curri-culares que sempre fez

parte da vida acadêmica do es-tudante e que a ele foi coloca-da como o modo mais eficaz de assegurar a qualidade de seu desempenho. Durante o en-sino básico, as avaliações são realizadas fundamentalmente no formato de provas teóricas, de forma que os dois conceitos são com frequencia tratados como sinônimos. A avaliação correta do estudante de Me-dicina deve abranger todos os caracteres envolvidos na for-mação profissional: aspectos cognitivos, as habilidades e as competências práticas, e os aspectos afetivos, como as ati-tudes pessoais do aluno frente a inúmeros aspectos da prática profissionaliente. Assim, além da prova teórica, a prova práti-ca também passa a fazer parte da rotina de avaliações do es-tudante.

No ensino tradicional de Medicina, há uma grande enfasê e priori-

dade às avaliações somativas ( aquelas que quantificam atra-vés de notas geralmente com função de aprovar ou repro-var) do desempenho e conhe-cimento do estudante. A ava-liação somativa é aplicada com grande frequencia e, no Proje-to Pedagógico das faculdades é apresentada com o objetivo de ser um método de reforço do aprendizado adquirido por aulas e pelo estudo individu-al pós-aula, e de identificação de lacunas de conhecimento e preenchimento das mesmas. Mas é sbido que os alunos de Medicina desse método de

ensino não utilizam as provas de acordo com o proposto no projeto: acabam vendo as ava-liações não como revisão, mas como forma de aprender para “passar na prova” . Assim, costumam se focar no conhe-cimento que acham que fará parte do exame somativo.

O bom desempenho nas provas somativas tra-dicionais traz ao es-

tudante um sentimento de segurança e comprovação do aprendizado e, algumas vezes, pode criar expectativas infun-dadas de sucesso profissional Os resultados positivos são geralmente somente poucos pontos acima do mínimo espe-rado pelo professor, uma vez que as questões não são feitas para avaliar o conhecimento global do aluno, aquilo que vai -e deve- fazer parte do médico que ele será, mas sim de conte-údos de rodapé. Ainda, quan-do o aluno recebe resultado positivo, se dá por contente, e não busca reaver os conceitos que errou, formando lacunas de conhecimento. Apesar da possível distorção do apren-dizado, muitos estudantes di-zem que acabam consolidando conhecimento por causa das provas e da forma que as en-frentam.

No currículo Constru-tivista da UFSCar, as avaliações são em

dois aspectos: somativo e, predominantemente, forma-tivo (aquele que não quan-tifica, mas sim qualifica pe-riodicamente o progresso do aluno, com função de sempre o aperfeiçoar, e nunca o apro-var ou reprovar). A somativa

é realizada nos anos de final dos ciclos pedagógicos (anos pares da formação) por duas provas teóricas, analisando os conhecimentos adquiridos na Situação- Problema, e cerca de oito Avaliações do Desem-penho Profissional (ADP), que examinam as habilidades e atitudes práticas do aluno de-senvolvidas na Prática Profis-sional e Simulação da Prática Profissional. As avaliações for-mativas são feitas também por provas teóricas e ADPs (nos anos de início do ciclo), mas principal e extensivamente por avaliações críticas indivi-duais após as reuniões de gru-pos. Ainda, após a realização das provas teóricas, é elabo-rado formativamente um pla-no de melhorias, apontando as falhas de conhecimento do aluno, que devem ser sanadas por meio do estudo e apresen-tação desse.

O aspecto formativo apli-cado de forma repe-tida tem uma grande

importância na indicação dos problemas dificuldades especí-ficas do aprendizado. Há ainda um interesse em se avaliar não só o que o estudante aprendeu, mas se ele “aprendeu a apren-der”. A sua predominância, combinada à estruturação do método de Ensino Baseado em Problemas, determina que as avaliações somativas, apesar de causarem ansiedade nos alunos, não sejam as princi-pais responsáveis pelo estu-do dos alunos, perpetuando o aprendizado contínuo e dura-douro do conhecimento para a vida profissional.

Os estudantes do méto-do Construtivista, com seus longos anos de

formação acadêmica tradicio-nal no ensino básico, muitas vezes relatam insegurança em relação às formas de avliação do curso. O motivo maior para a desaprovação é a frequencia das provas teóricas, que antes eram responsáveis pelo princi-pal feedback ao aluno: os exa-mes passam a ser semestrais, e não mais mensais, como eram antes da faculdade.

Ao mesmo tempo, a sub-jetividade da avaliação nas ADPs, especialmen-

te devido a falta de consenso e união entre os avaliadores, aumentam a insegurança do estudante. Elas consistem em avaliações do desempe-nho profissional do estudante através da observação siste-mática de uma situação da prática profissional simulada. São empregados critérios pre-viamente estabelecidos pelos avaliadores em relação às ha-bilidades e competências que se espera do aluno. A avaliação consiste geralmente em juízos de valor sobre o desempenho do estudnte, julgado como sa-tisfatório ou precisa melhorar/insatisfatório. A literatura diz que essa forma de atividade pode ser usada como qualquer tipo de teste, mas que o ideal é aplicá-la como formativa, uma vez que sua subjetivi-dade é importante, inclusive variando entre um estudante e outro, sendo difícil uma pa-dronização 1 . Dessa forma, a ADP enquanto avaliação so-mativa, é pouco fidedigna. É fácil então entender o porquê

de gerar tanta discussõ entre os estudantes.

Dada à importância dada pelo Projeto de Curso às avaliações

formativas, após a consolida-ção (que tem carater urgente) dos critérios para torná-los mais objetivos e justos a todas as partes envolvidas no pro-vesso de avaliar, a reflexão sobre essas avaliações permite entender que há uma recons-trução do conceito de ava-liação no projeto pedagógico da Medicina UFSCar, em que não mais adquire sinônimo de prova somativa, como no ensino básico e superior tradi-cional, mas sim o caracteriza como uma forma de auto-co-nhecimento e crítica constru-tiva. Dessa forma, a avaliação tem significado individual, desenvolvendo a habilidade de reflaxão sobre o nosso traba-lho, do trabalho do próximo e do grupo como um todo, apon-tando em conjunto as falhas e pontos positivos de cada um, em uma constante busca pelo aperfeiçoamento

1. DAWSON-SAUNDERS B & PAIVA RA. The vali-dity of a clerk ship perfor-

mance evaluation. Med Educ 20: 240-245, 1986 ; GRON-LUND NE. Measurement and evaluation in teaching. 5th ed, McMillan Publishing, New York, 1985.

Por, Raphaela Morei-ra, Turma II - 07

Perfil dos estudantes Medicina UFSCar,O perfil do médico a ser formado

pela UFSCar serve para orien-tar o trajeto dos estudantes no

curso, visando, ao final, a satisfação de todos seus quesitos por cada estudan-te. O perfil aborda três áreas de compe-tência: saúde, gestão e educação.

A área de competência em saúde possui duas subáreas: cuidado às necessidades individuais de

saúde e cuidado às necessidades co-letivas de saúde. Na primeira, o mé-dico terá que estar apto a identificar necessidades de saúde, utilizando-se da história clínica, exame clínico, for-mulação e priorização dos problemas e investigação diagnóstica, e a construir e avaliar planos terapêuticos. Na se-gunda subárea, ele estará capacitado a investigar problemas coletivos de

saúde, formular perfis saúde-doença, construir projetos de intervenção em saúde coletiva e avaliar estes projetos. Todos esses quesitos deverão ser reali-zados com uma postura humana, res-ponsável, ética, ativa e respeitosa, lan-çando mão da empatia, do diálogo em uma linguagem compreensível para o paciente, da pactuação com o paciente dos procedimentos e planos terapêuti-cos a serem realizados, da utilização de medidas de biossegurança, do raciocí-nio clínico-epidemiológico na formu-lação dos problemas, da aplicação de medidas semiológicas com destreza e precisão, da utilização correta dos equipamentos de saúde disponíveis, da responsabilização com o cuidado inte-gral do paciente, enfim, de vários as-pectos que farão do médico formado na

UFSCar um profissional diferenciado.

A área de competência da gestão tem duas subáreas: organização do trabalho em saúde e gestão

do cuidado. Nesta área de competên-cia, o médico deverá identificar proble-mas no processo de trabalho individual e/ou coletivo, construir e avaliar pla-nos de ação orientados aos problemas do processo de trabalho e gerenciar o cuidado à saúde. Dessa maneira, ele es-tará apto a aprimorar o seu trabalho e o trabalho de sua equipe, considerando princípios éticos e legais, respeitando as diversidades de opinião, articulando outros equipamentos sociais e de saú-de no cuidado dos pacientes, utilizan-do indicadores de qualidade do serviço prestado, estimulando a co-responsa-bilização do cuidado, entre muitos ou-

tros aspectos.

A última área de competência é a da educação. Nela, o médico terá que identificar necessida-

des individuais e coletivas de aprendi-zagem e promover a construção e so-cialização do conhecimento. Esta área é importante, entre outros motivos, por trabalhar com o conceito de aprender a aprender, ou seja, o médico deverá ser autônomo no seu crescimento profis-sional, que, dessa forma, será ilimita-do. Além disso, há a responsabilidade da aquisição de informações por fontes confiáveis e do compartilhamento des-sa informação, seja com os colegas de equipe ou até com projetos de desen-volvimento e produção de pesquisa.

Por, Edson Fagá, Turma II - 07

ANUNCIE AQUI: [email protected]

A ESPIRAL São Carlos, ABRIL 09 06

Nas últimas décadas, descobertas e trans-formações de diver-

sas áreas do conhecimento humano abriram caminho para uma reflexão profunda sobre os processos de criação e de transmissão dos saberes e, também, das estratégias de ensino-aprendizagem. Apren-demos que os conhecimen-tos são melhores adquiridos, recordados e usados quando ensinados, praticados e avalia-dos no ambiente em que serão utilizados. Atravessamos um processo de acumulação expo-nencial e de constante renova-ção dos conhecimentos exigi-dos no ambiente profissional. O acesso aos serviços de saúde foi ampliado e, agora, é consi-derado um direito social. Isso, aliado a outros mecanismos de propagação de conhecimentos, ocasionou um maior acesso às informações sobre saúde. As pessoas estão mais conscien-tes acerca dos seus direitos e dos cuidados para com si mes-mas. Dessa forma, a expectati-va dos usuários destes serviços foi alterada e, principalmente, as relações deles com os pro-fissionais que os atendem se constitui através de novos sig-nificados. No âmbito da saúde coletiva, ocorreu uma mudan-ça no perfil epidemiológico da população de nosso país, com predomínio crescente das do-enças crônico-degenerativas, que envolve transformações das estratégias e ações em saú-de. As experiências têm nos mostrado que as necessidades de saúde são complexas e que o cuidar integralmente da saú-de das pessoas requer conhe-cimentos interdisciplinares e uma abordagem multiprofis-sional.

Inseridas nestes processos de descobertas e transfor-mações, principalmente

desde as décadas de 1960 e 70,

no mundo, e 90, no Brasil, ini-ciaram-se discussões sobre a necessidade de transformação do ensino médico. O modelo tradicional pelo qual se ensina medicina é baseado no Rela-tório Flexner de 1910 que ava-liou as condições de escolas médicas dos Estados Unidos e do Canadá e propôs algumas recomendações para, na épo-ca, reorganizar e reorientar o funcionamento das escolas médicas. Sugeria, entre outros pontos, a divisão do currículo em ciclo básico e clínico reali-zado em hospital e programas curriculares pautados em base científica estrita, de cunho po-sitivista. No relatório enfatiza o modelo biomédico, centrado na doença, hospitalocêntrico e não considera as dimensões sociais, psicológicas e coletivas implicadas no processo saúde-doença. Tomado como modelo correto, guiou a educação mé-dica durante todo o século XX até o atual momento que si-naliza com a possibilidade e a necessidade de construção de um novo modelo de educação médica, compromissado com os novos saberes adquiridos ao longo do século, pautado na realidade social e nas necessi-dades da população.

Nesse sentido, na dé-cada de 1990, no Brasil, foram reali-

zadas algumas aproximações de reestruturação curricular em certas instituições de en-sino médico e, concomitan-temente, ocorreu um debate mais intenso sobre o assunto. Esse processo foi sintetizado, em 2001, nas Diretrizes Cur-riculares Nacionais do Curso de Medicina (DCN), definidas pelo Conselho Nacional de Educação. As DCN definem que os cursos de medicina de-vem formar médicos “com for-mação generalista, humanista, crítica e reflexiva, capacitado a

atuar, pautado em princípios éticos, no processo de saúde-doença em seus diferentes ní-veis de atenção, com ações de promoção, prevenção, recupe-ração e reabilitação à saúde, na perspectiva da integralida-de da assistência, com senso de responsabilidade social e compromisso com a cidada-nia, como promotor da saúde integral do ser humano”. Além disso, as DCN estabelecem que o desenvolvimento curricular deve basear-se nas necessi-dades de saúde da população, promovendo a interação entre o serviço, o ensino e a comu-nidade, preferencialmente nos serviços do SUS. Elas indicam, também, o estabelecimento de novas estratégias de ensino-aprendizagem e de avaliação do aprendizado.

É neste contexto que surge o Curso de Me-dicina da UFSCar ao

propor uma mudança na for-ma de ensino, baseado neste longo processo de repensar o ensino médico. Sugere, como estratégia, à aproximação da Universidade com o SUS e objetiva uma formação huma-nizada, de excelência e orien-tada às necessidades de saúde da sociedade. Concentra em seu projeto político pedagógi-co, os conceitos do currículo orientado por competências, da integração da teoria com a prática e da abordagem edu-cacional construtivista. Esta abordagem busca alterar os processos tradicionais de aquisição de saberes a partir “da memorização e da trans-ferência unidirecional e frag-mentada de informações e de habilidades por um processo de construção e significação de saberes a partir do confronto com situações reais ou simu-ladas da prática profissional” e possibilitar, assim, que os estudantes adquiram compe-

tências consideradas necessá-rias à sua futura prática pro-fissional. O desenvolvimento destas competências baseia-se na integração da teoria com a prática, na aprendizagem sig-nificativa e de adultos e na uti-lização de metodologia ativa de aprendizagem. O processo de ensino-aprendizagem nes-sa metodologia direciona-se para o desenvolvimento da capacidade do estudante de construir ativamente seus saberes, articulando seus co-nhecimentos prévios com o estímulo proporcionado pelos problemas selecionados para o estudo. O estudante tanto de-senvolve e utiliza o raciocínio crítico e suas habilidades de comunicação para a resolução de problemas, como também passa a entender a necessi-dade de aprender ao longo da vida. Além disso, a metodolo-gia ativa de aprendizagem de-senvolve no estudante a habi-lidade de trabalhar em grupo e estimula o estudo individual, de acordo com os interesses e o ritmo de cada um. O apren-dizado passa a ser centrado no estudante, que deixa de ser um mero receptor passivo de informações, para ser agente e principal responsável pela construção de seu conheci-mento. Sendo assim, a respon-sabilidade sobre a aquisição desse conhecimento que era exclusivamente do professor passa a ser compartilhada com o estudante. O professor, aqui, revê o seu papel e não mais ensina da maneira tradicio-nal, mas sim facilita o trabalho com o grupo de estudantes, conduzindo-o.

Toda essa mudança de paradigma na edu-cação médica acaba

por originar questões sobre a eficiência das alterações pro-postas para formar profissio-nais médicos. Estudos reali-

zados nos últimos dez anos apontam maior quantidade de resultados positivos para as competências e habilida-des adquiridas por estudantes desta metodologia do que ne-gativos, quando comparados estudantes que cursaram cur-rículos baseado em metodo-logias ativas com aqueles que utilizaram o método tradicio-nal. Os resultados negativos concentram-se em uma menor aquisição de conhecimentos fisiopatológicos e entendimen-to do processo das doenças. Já entre os resultados posi-tivos destacam-se a melhora nas relações interpessoais, na aquisição de competências re-lacionadas à dimensão social, no lidar com questões éticas, na relação com a atenção pri-mária e o ambiente hospitalar, na promoção e prevenção de doenças, além dos estudantes desenvolverem maiores ca-pacidades pessoais de busca por conhecimento e iniciati-va. Outros aspectos de desen-volvimento, em sua maioria, mostram-se iguais nos dois métodos. As comparações rea-lizadas permitem afirmar que a educação médica através de metodologias ativas talvez não seja superior à tradicional e que, em nenhum momento, é menos eficiente. Porém, essas novas estratégias configuram-se um formato animador para que se efetivem as mudanças debatidas e as propostas suge-ridas nas DCN.

O formato da educação médica precisa pau-tar-se nas descober-

tas e transformações ocorridas ao longo das décadas e na rea-lidade dos tempos atuais.

Por, Hugo Tadeu Amaral, Turma II - 07

METODOLOGIAS ATIVAS DE APRENDIZADO (PBL),

ANUNCIE AQUI: [email protected]

A ESPIRAL São Carlos, ABRIL 09 07

Mascarenhas,

SUDOKU,

ReuniEscrever alguma coisa sobre o Reu-

ni logo assim, num início de ano é trilhar uma caminho tortuoso.

Para quem não sabe, o Reuni é um pro-grama do governo federal para amplia-ção do acesso dos estudantes às univer-sidades públicas. Mas isso não é ótimo? Ampliar o acesso ao conhecimento, aumentar o número de vagas dentro de uma universidade pública não é uma coisa boa? Afinal, a Universidade não é um espaço burguês que privilegia quem tem maiores condições econômicas e marginaliza aqueles que tem menos oportunidades?

Como eu disse, e é por aqui que começa a tortura. Quem está en-trando na universidade hoje por

causa das vagas criadas pelo Reuni, pro-vavelmente está agradecendo a oportu-nidade que lhe foi dada. Estas pessoas estão realizando um sonho e esse senti-mento é, acima de tudo, legítimo! Mas ampliar o acesso ao conhecimento e democratizar a educação é muito mais que simplesmente criar vagas e investir deliberadamente em infra - estrutura.

O Reuni peca por creditar toda uma “re-forma universitária” ao cumprimento de metas de investimentos e ampliação de vagas.

A lógica nos diz que, ao investir em educação e criar mais vagas para estudantes, deve-se contratar

mais professores na mesma proporção. Pois é, mas parece que os idealizadores do Reuni se esqueceram dessa lição. Uma das metas do Reuni é aumentar a quantidade de alunos por professor a um patamar de 18 para um. Com esse aumento, o que acontece é que os pro-fessores ficam sobrecarregados. Soma- se isto ao baixo incentivo salarial desses profissionais e o que se pode prever não é nada animador.

A lógica do Reuni também vincula os investimentos em infra – es-trutura a um orçamento fixo du-

rante o programa, que tem um prazo de cinco anos a partir de 2008 e, de uma forma perigosa, ao cumprimen-to de metas. Isso significa que se uma Universidade deixar de cumprir uma meta sequer, ela não recebe a verba. O que acontece com a instituição que cria novos cursos e no meio da implantação deixa de receber as verbas? Como ficam os estudantes e os seus sonhos?

E como a questão que mais chama a atenção é o dinheiro, não po-demos nos esquecer que estamos

vivendo um período de crise econômica mundial. Já há algum tempo que os res-pingos do colapso financeiro dos Esta-dos Unidos caem por essas terras. Num cenário mais pessimista, alguém vê ga-rantias de cumprimento de orçamentos e investimentos fixos em educação?

Apesar de tudo, o Reuni pode ter um ponto positivo, porque não deixa de colocar em pauta a de-

mocratização do ensino no nosso país. Além disso, traz para essa discussão questões como inovações curriculares e papel social da Universidade. Entre-tanto esses temas foram colocados de cima para baixo, sem passar por uma discussão com os maiores interessados: a própria sociedade e os estudantes.

O ideal de um sonho realizado pode ser muito bonito no papel, mas essa realização só pode ser

efetiva se tivermos espaço e autonomia para concretizá-lo.

Por, José Eduardo Vitorino Galon, Turma III - 08

Caros profissionais da saúde, e pretendentes a tal posição.

Espero que tenham aproveitado as férias es-tudantis. Ou para não fazer nada, no caso dos acadêmicos, ou para se ver sem essas

queridas criaturas perambulando pelos corredores apertados de nossas unidades de saúde. De qual-quer forma, espero que todos os acadêmicos te-nham aproveitado as férias para fazer tudo de mais improdutivo e desnecessário para suas vidas estu-dantis. Caso não tenham feito, a Prefeitura de São Carlos tomou providências para esse caso e mante-ve o segundo módulo do Hospital-Escola no piso. Aquela linda cena de terraplanagem é imensamen-te aterradora, não?

Ah, mas vamos ao que interessa. Os novos calou-ros da Medicina estão aí! Que tempo mais feliz, de comemorações, de juntar moedas para dis-

tribuir nos inúmeros pedágios e os mais incríveis motivos que os calouros usam para juntar dinheiro para as festas que seguem o primeiro dia de facul-dade (sim, eu já fui calouro). Nós sabemos que seus veteranos não vão espancar vocês até a morte se não aparecerem com o dinheiro, a não ser que você esteja cursando a FMABC ou a USP (pensem bem antes de chegar perto da piscina deles). No máxi-mo, se vocês não juntarem o dinheiro, serão conde-nados ao ostracismo universitário.

E, se bem entendi, como a principal lição do curso, vocês aprenderão a ser humanizados (alguém ai foi atendido pelo ET no PS? Bem,

pelo menos ele tem aquele dedinho que cura tudo, mas seria um péssimo proctologista). Enfim, a hu-manização do SUS. Basicamente, é alguém fazendo você usar a educação que seus pais lhe deram (ou não), mas esqueceu alguns conceitos no cursinho, ou no emprego ou por causa do excesso de violên-cia dos seus joguinhos de computador. Contudo, para os mais exaltados, alguém, em alguma hora, vai lembrar você de que o paciente não é seu mano. Mas, principalmente, a humanização do SUS vai tentar impedi-lo de, ao ver um cidadão chegar ao PS com uma faca enterrada na região supraesca-pular, com sangue escorrendo em profusão e dizer: ”Nem foi tão fundo, essa faquinha é vagabunda.” O enunciador era um médico da equipe de cirurgia ortopédica e de trauma de um hospital público e foi relatado por um dos estudantes, após uma eletiva. Mas, pensando bem, não era mesmo? Poderíamos propor um teste e enterrar a tal vagabunda no meio do peito dele e perguntar sobre a dorzinha insigni-ficantemente estúpida que ele estava sentindo.

Agora, aos médicos: foi proibida a distribui-ção de receituários com propaganda de re-médios. Nessa hora, você deveria se pergun-

tar: “E quando é que foi permitida tal prática?” Os médicos e indústria farmacêutica defenderam-se dizendo que não havia nenhuma indicação expres-sa para que o paciente comprasse aquele determi-nado remédio. É claro, quem é que segue o que está escrito na receita? Principalmente quando falamos de pacientes que tomam remédio tarja preta, que são os remédios com mais receituários com propa-ganda. Esse pessoal nem é vulnerável ou facilmente influenciado. Ele procurou auxílio médico só para certificar-se de que tinha alguma coisa errada.

E após o resultado, no mínimo, preocupante da prova do Cremesp, o grupo responsável pela avaliação resolveu pensar em outra

perspectiva: os docentes. Mas, como o instinto hu-mano preza por tirar o seu da reta, é óbvio que eles não aceitaram. Segundo o conselheiro do Cremesp Bráulio (sem risadas) Luna Filho, “os professores não querem ser avaliados porque depois pesará so-bre eles a culpa pelos resultados”. É claro que vai! Alguém aqui já ouviu falar de um absurdo como estudantes de medicina que dormem em aula ou faltam e pedem para seus colegas assinarem a lista de presença, passando semestres sem freqüentar certas disciplinas?

Mas que seria muito interessante haver uma avaliação dos docentes, ah, seria...

Por fim, eu vou sempre dedicar essa coluna a alguma personalidade que marcou os últi-mos tempos, podendo ser esse tempo de 200

anos a 2 dias antes da publicação. Dessa vez, a de-dicatória vai para o Prof. Humberto Hirakawa, da Medicina, por ter proposto a um dos nossos queri-dos editores que este usasse a eletiva para aprender a montar um jornal. Então, um brinde à superação de obstáculos através da artimanha e astúcia!

PS.: Se você quiser ver alguma notícia co-mentada ou um comentário sobre algo que aconteceu em São Carlos (ou no mundo, nem

precisa ser este aqui, não), é só me enviar um e-mail. Pode pedir dedicatória, mas terá de fazer por merecer. Pode ser até sobre algo que algum amigo/colega/conhecido/vizinho desnecessário fez, isso aqui é um espaço público em que eu mando.

Malaquias Figueiredo Pontes é

colunista do Jornal Acadêmico por ne-cessidade e caçador de pipas nas horas vagas. [email protected]

Wizard IdiomasSão Carlos - SP

R. 15 de novembro, n° 1940Fone: 3372 3879Av. Dr. Teixeira de Barros, n° 1273Fone: 3375 7575

Acolhimento realizado por estudante do 3o. ano na USF.Foto: por Cesar Setoue

6

7

9

3 5 9

8

3 8476

8 65

9 42

17

2

43

5 3

7

6

4

536