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Trabalho gociação e vamos responder com gre- ve”, afirmou Miguel Torres. A categoria reúne cerca de 260 mil tra- balhadores com data-base em 1º de novembro, e cerca de 100 mil já partici- param das assembleias feitas pelo Sin- dicato e manifestaram disposição de ir à greve. Os metalúrgicos de São Paulo, Mogi e Região continuam a mobilização para pressionar os patrões a atender a Pauta de Reivindicações entregue pelos Sindicatos da categoria, no dia 9 de se- tembro, à Fiesp (Federação das Indús- trias do Estado de SP) e demais grupos patronais. Visando a data-base em 1º de novembro, diretores e assessores do Sindicato já realizaram mais de 520 assembleias na Capital e em Mogi. “Es- tamos em campanha desde setembro, quando realizamos seis grandes mani- festações nas regiões Norte, Oeste, Sul, Leste 1, Leste 2 e Mogi com mais de 18 mil trabalhadores, e continuamos com as assembleias diárias nas portas de fá- brica”, disse Miguel Torres, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de S.Paulo e da Força Sindical. Diante da intransigência patronal quanto ao aumento real, o Sindicato tomou vá- rias decisões. Uma foi a entrega da carta de greve para as empresas solicitando a abertura de negociação direta com o Sindicato, já que os grupos patronais re- sistem a apresentar uma contrapropos- ta. “A empresa que não negociar será parada”, disse Torres. A proposta de greve foi aprovada por unanimidade pelos trabalhadores pre- sentes na assembleia, realizada na sede do Sindicato, na Liberdade. Antes da votação, o departamento econômico do Sindicato apresentou dados da eco- nomia: baixo crescimento do PIB, infla- ção e juros em alta, crédito mais caro e a expectativa de aumento de preços dos produtos e das tarifas públicas. “Sabemos que a situação econômica está difícil, mas sabemos também que sem aumento de salário vai ficar pior. Os patrões jogaram a crise na mesa de ne- Publieditorial youtube.com/user/centralsindical facebook.com/CentralSindical flickr.com/photos/forca_sindical [email protected] twitter.com/centralsindical fsindical.org.br Os patrões jogaram a crise na mesa de negociação e vamos responder com greve Como prevíamos, a política de desoneração da folha de paga- mentos, da forma que foi adotada, mostrou-se, segundo dados do Ministério do Trabalho e da Receita Federal, insuficiente para barrar o fechamento de postos de trabalho. A Força Sindical lançou este aler- ta assim que o governo anunciou a medida como forma de ajudar aqueles setores que enfrentavam dificuldades econômicas. À épo- ca, já dizíamos que a desoneração tributária seria, sim, uma forma de ajudar aqueles setores que en- frentavam dificuldades, mas que sem contrapartidas para os traba- lhadores, como a impossibilidade de demitir, a medida seria ineficaz. E a constatação de que estáva- mos certos está aí. Em 2012 foram 12 setores que, apesar de serem beneficiados pela desoneração, fecharam pos- tos de trabalho. No ano seguinte o número de setores desonerados que demitiram subiu para 13 e, em 2014, contando-se o desempe- nho do mercado até setembro e as desonerações até maio, 21 se- tores demitiram. No total, falando- se em valores, mais de 5 bilhões e meio de reais deixaram de ser recolhidos. Outros países, como por exemplo a Coreia e o Japão, que praticam a desoneração tributária, atrelam a medida a uma política industrial muito bem elaborada e definida, que acaba por beneficiar o setor como um todo. A desoneração pura e simples não é condição su- ficiente. Miguel Torres Presidente da Força Sindical Desonerações não brecam demissões OPINIÃO Os trabalhadores já manifestaram disposição de ir à greve Miguel: “Sabemos que a situação econômica está difícil, mas sem aumento de salário vai ficar ainda pior” Fotos: Jaélcio Santana METALÚRGICOS Trabalhadores não recebem salários, mas empreiteira não aparece para se explicar Foto: Vespasiano Rocha Os empregados da AN Engenharia, que executam obras de um conjunto habi- tacional, enfrentam vários problemas, entre eles atraso dos salários. O vice -presidente do Sindicato da Constru- ção Civil de Santos e Região, Luiz Car- los de Andrade, explica que os cerca de 240 trabalhadores não têm um técnico de segurança para orientá-los. A obra é da construtora Araguaia Engenharia. “Se o trabalhador não paga pensão alimentícia, é preso. Mas o empre- gador deixa trabalhadores, esposas CONSTRUÇÃO CIVIL e filhos sem salários e nada acon- tece”, compara Andrade. No dia 6 o Sindicato, a prefeitura, a CEF e a construtora foram ao escritório do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) em Santos, mas a empreiteira não mandou representantes. “Falta de registro em carteira (60 tra- balhadores são tarefeiros e estão sem registro), atrasos de salários e bene- fícios, péssimas condições de segu- rança, medicina e higiene, persegui- ções e demissões injustas são fatos corriqueiros”, reclama Macaé Braz de Oliveira, presidente do Sindicato. Categoria intensifica mobilização por aumento real Protesto em obra no Guarujá

Página Sindical do Diário de São Paulo - 11 de novembro de 2014 - Força Sindical

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Destaques: Metalúrgicos: 'Categoria intensifica mobilização por aumento real'; Miguel Torres: 'Desonerações não brecam demissões'; Construção Civil: 'Protesto em obra no Guarujá'

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Trabalho

gociação e vamos responder com gre-ve”, afi rmou Miguel Torres.A categoria reúne cerca de 260 mil tra-balhadores com data-base em 1º de novembro, e cerca de 100 mil já partici-param das assembleias feitas pelo Sin-dicato e manifestaram disposição de ir à greve.

Os metalúrgicos de São Paulo, Mogi e Região continuam a mobilização

para pressionar os patrões a atender a Pauta de Reivindicações entregue pelos Sindicatos da categoria, no dia 9 de se-tembro, à Fiesp (Federação das Indús-trias do Estado de SP) e demais grupos patronais. Visando a data-base em 1º de novembro, diretores e assessores do Sindicato já realizaram mais de 520 assembleias na Capital e em Mogi. “Es-tamos em campanha desde setembro, quando realizamos seis grandes mani-festações nas regiões Norte, Oeste, Sul, Leste 1, Leste 2 e Mogi com mais de 18 mil trabalhadores, e continuamos com as assembleias diárias nas portas de fá-brica”, disse Miguel Torres, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de S.Paulo e da Força Sindical.Diante da intransigência patronal quanto ao aumento real, o Sindicato tomou vá-rias decisões. Uma foi a entrega da carta de greve para as empresas solicitando a abertura de negociação direta com o Sindicato, já que os grupos patronais re-sistem a apresentar uma contrapropos-ta. “A empresa que não negociar será parada”, disse Torres.A proposta de greve foi aprovada por unanimidade pelos trabalhadores pre-sentes na assembleia, realizada na sede do Sindicato, na Liberdade. Antes da votação, o departamento econômico do Sindicato apresentou dados da eco-

nomia: baixo crescimento do PIB, infl a-ção e juros em alta, crédito mais caro e a expectativa de aumento de preços dos produtos e das tarifas públicas.“Sabemos que a situação econômica está difícil, mas sabemos também que sem aumento de salário vai fi car pior. Os patrões jogaram a crise na mesa de ne-

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Os patrões jogaram a crise na mesa de negociação e vamos responder com greve

Como prevíamos, a política de desoneração da folha de paga-mentos, da forma que foi adotada, mostrou-se, segundo dados do Ministério do Trabalho e da Receita Federal, insufi ciente para barrar o fechamento de postos de trabalho.A Força Sindical lançou este aler-ta assim que o governo anunciou a medida como forma de ajudar aqueles setores que enfrentavam difi culdades econômicas. À épo-ca, já dizíamos que a desoneração tributária seria, sim, uma forma de ajudar aqueles setores que en-frentavam difi culdades, mas que sem contrapartidas para os traba-lhadores, como a impossibilidade de demitir, a medida seria inefi caz. E a constatação de que estáva-mos certos está aí.Em 2012 foram 12 setores que, apesar de serem benefi ciados pela desoneração, fecharam pos-tos de trabalho. No ano seguinte o número de setores desonerados que demitiram subiu para 13 e, em 2014, contando-se o desempe-nho do mercado até setembro e as desonerações até maio, 21 se-tores demitiram. No total, falando-se em valores, mais de 5 bilhões e meio de reais deixaram de ser recolhidos.Outros países, como por exemplo a Coreia e o Japão, que praticam a desoneração tributária, atrelam a medida a uma política industrial muito bem elaborada e defi nida, que acaba por benefi ciar o setor como um todo. A desoneração pura e simples não é condição su-fi ciente.

Miguel TorresPresidente

da Força Sindical

Desonerações não brecam demissões

OPINIÃO

Miguel Torres

da Força Sindical

Os trabalhadores já manifestaram disposição de ir à greve

Miguel: “Sabemos que a situação econômica está difícil, mas sem aumento de salário vai fi car ainda pior”

Fotos: Jaélcio Santana

METALÚRGICOS

Trabalhadores não recebem salários, mas empreiteira não aparece para se explicar

Foto: Vespasiano RochaOs empregados da AN Engenharia, que executam obras de um conjunto habi-tacional, enfrentam vários problemas, entre eles atraso dos salários. O vice-presidente do Sindicato da Constru-ção Civil de Santos e Região, Luiz Car-los de Andrade, explica que os cerca de 240 trabalhadores não têm um técnico de segurança para orientá-los. A obra é da construtora Araguaia Engenharia.“Se o trabalhador não paga pensão alimentícia, é preso. Mas o empre-gador deixa trabalhadores, esposas

CONSTRUÇÃO CIVIL

e filhos sem salários e nada acon-tece”, compara Andrade. No dia 6 o Sindicato, a prefeitura, a CEF e a construtora foram ao escritório do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) em Santos, mas a empreiteira não mandou representantes.“Falta de registro em carteira (60 tra-balhadores são tarefeiros e estão sem registro), atrasos de salários e bene-fícios, péssimas condições de segu-rança, medicina e higiene, persegui-ções e demissões injustas são fatos corriqueiros”, reclama Macaé Braz de Oliveira, presidente do Sindicato.

Categoria intensifica mobilização por aumento real

Protesto em obra no Guarujá