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“Ronaldo Caiado está sabendo falar alguma coisa que as pessoas estão entendendo e ouvindo.” “Aqueles que vão atrás de outras companhias, em busca de si mesmo, se perdem no caminho” ANO 31 - Nº 1.625 - R$ 2 GOIÂNIA, 27 DE MAIO A 2 DE JUNHO DE 2018 PROJETO OFERECE IOGA E MEDITAÇÃO COMO ATIVIDADE COMPLEMENTAR EM ESCOLAS. OBJETIVO: DEIXAR ALUNOS MENOS ANSIOSOS, MAIS CALMOS, CHEIOS DE PAZ E AMOR. Fábio Sousa, deputado federal (PSDB) Monja Coen Páginas 4 e 5 Página 3 Página 12 MDB: Daniel Vilela ganha com guerra PSDB x DEM ENTREVISTA COPA 2018 Grupo da espionagem Páginas 10 e 11 na sala de aula IOGA Páginas 8 e 9 Mães de sangue e afeto, com amor ESPECIAL MAIO ESCOLA ESCOLA Fotos: Mônica Salvador Divulgação

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“Ronaldo Caiado está sabendo falar alguma

coisa que as pessoas estão entendendo e ouvindo.”

“Aqueles que vão atrás de outras companhias, em busca de si mesmo, se perdem no caminho”

ANO 31 - Nº 1.625 - R$ 2GOIÂNIA, 27 DE MAIO A 2 DE JUNHO DE 2018

PROJETO OFERECE IOGA E MEDITAÇÃO COMO ATIVIDADE COMPLEMENTAR EM ESCOLAS. OBJETIVO: DEIXAR ALUNOS MENOS ANSIOSOS, MAIS CALMOS, CHEIOS DE PAZ E AMOR.

Fábio Sousa, deputado federal (PSDB)

Monja Coen

Páginas 4 e 5

Página 3

Página 12

MDB: Daniel Vilela ganha com guerra PSDB x DEM

ENTREVISTACOPA 2018

Grupo da espionagemPáginas 10 e 11

na sala de aulaIOGA

Páginas 8 e 9

Mães de sangue

e afeto,com amor

ESPECIAL MAIO

E S C O L AE S C O L A

Fotos: Mônica Salvador

Divulgação

Rakell Aguiar

Esse pode parecer mais um título sensacio-nalista, desses que querem prender a sua aten-ção até o fi nal (na verdade, é mesmo), mas o que você precisa saber é que você vai enlouquecer. Isso é um fato! Na era do excesso de informação e da necessidade de satisfação imediata de pra-zer, nunca tivemos tantas pessoas deprimidas, ansiosas, dependentes químicas, dependentes de remédios controlados e o pior, dependentes de comidas e bebidas para sentir prazer. Isso mesmo, estamos enlouquecendo, estamos per-dendo a capacidade de controlar a nossa mente.

Estudiosos do funcionamento da mente hu-mana, como Augusto Cury, ou da inteligência emocional, como Daniel Goleman, são taxativos ao dizer que a falta de gestão dos nossos pensa-mentos e das nossas emoções está produzindo pessoas totalmente descontroladas em todos os aspectos da sua vida – fi nanceiro, emocio-nal, conjugal, profi ssional. Ficamos à deriva na nossa mente, pensando descontroladamente, a mercê de todo tipo de emoção, angustiados, de-primidos, ansiosos e não buscamos o porquê dessas sensações. Não tratamos a raiz do proble-ma, somente os sintomas. E assim, produzimos a sociedade da ritalina, da fl uoxetina, do lexotan, do lorax, do topiramato. Tiramos as sensações, os sentimentos, mas não tratamos a causa deles. Gerenciamos nossa alimentação, nossas fi nan-ças, nossos relacionamentos, nosso tempo, mas não gerenciamos nossos pensamentos, não do-minamos nosso diálogo interno, o grande res-ponsável pela gestão das nossas emoções.

Aprendemos como escrever redações para passar no vestibular, mas não aprendemos a li-dar com nossas frustrações e acabamos por nos tornar vitimistas e comodistas. As escolas ensi-nam português, matemática, história e geogra-fi a, mas pouco investem no ensino da empatia, da simpatia e do carisma. Diante do excesso de

informação que produz um alto grau de estres-se no nosso cérebro, este órgão comandante de todo o corpo humano acaba por tentar se pro-teger de todas as formas. Na busca por prazer imediato, a maior ansiedade do nosso cérebro é fazer de tudo para se proteger da dor e se man-ter em repouso sempre e o máximo de tempo necessário (por isso, aquela irritação que dá ao tentarmos aprender algo novo, sabe? O cérebro detesta trabalhar...). Dessa forma, estamos dian-te de indivíduos que pouco buscam se superar, aprender e desenvolver novas habilidades, que se dopam de séries televisivas, telenovelas, bi-gbrothers, fi lmes pornôs.

O cérebro precisa ser exercitado de forma coerente, respeitando seus períodos de repouso, alimentado com conteúdo de qualidade, assim como qualquer músculo do nosso corpo. Imagi-ne um músculo do corpo – um bíceps, um trí-ceps, um quadríceps – que seja excessivamente exercitado, que não tenha um acompanhamen-to da execução dos movimentos, que receba ana-bolizantes. O que irá acontecer com ele? Será le-sionado, certo? Assim é a nossa mente, o nosso cérebro. Sem uma gestão efi caz das nossas emo-ções, ele fi cará lesionado, terá depressão, trans-torno de ansiedade, síndrome do pânico, entre outros. E por fi m, pode vir a sofrer uma grande fratura, se “quebrar” e, com isso, enlouquecer. E isso é fato! Está acontecendo e irá acontecer com você se não desenvolver habilidades necessárias para saber gerenciar suas emoções, em um mun-do, uma sociedade totalmente desequilibrada.

Rakell Aguiar é jornalista, especialista em Marketing e Comunicação e Personal & Professional Coach Emocional e Analista Comportamental pelo Método Augusto Cury.

CARTA AO LEITOR

O País está parado. Os caminhoneiros estão parados. O governo não está parado, mas não sabe o que fazer, e o que faz, faz de forma desastrada. Como anunciar uma trégua que não foi negociada. Como chamar o quartel para limpar a área nas estradas. Como sustentar-se no pressuposto de que a má avaliação popular é a senha para levar adiante o desmonte de políticas públicas consolidadas (a exemplo de programas sociais de alcance reconhecido) e a implantação de outras, de interesse muito particular, a exemplo do desmonte da Petrobras e dos Correios.

Temos um Brasil desconexo da realidade porque na liderança está um presidente que, em marketing e discurso, vive em outro mundo. Que governa sem governar. Refl exo disso é esta paralisação – maior, porque inesperada, pior (para o governo), porque espontânea: emergida dos rincões descontentes do interior; sustentada no respaldo daqueles que antes batiam panela, e que agora batem boca contra tudo e contra todos – mais ainda, contra os governantes – para expressar sua raiva, sua decepção, sua indignação.

Que povo é esse? Um povo cheio de razão na sua zanga, ao mesmo tempo carregado de dinamite por dentro, do sentimento de que já não basta mudar, é preciso quebrar a ordem das coisas. Revoltado com os políticos, frustrado com as instituições, esse povo não pede menos corrupção e mais democracia. Não quer conversa. Exige intervenção militar, a volta da ditadura como solução. Eis a soma dos medos que produz ódio à esquerda, rancor à direita, farta ebulição, em vez de mínimo equilíbrio nacional.

O Brasil de Temer destrói consensos e constrói caos. Os brasileiros da era Temer vivem tensos, mais dispostos a (se) matar do que a morrer pela Pátria. O resultado da luta dos que tanto fi zeram para derrubar e prender os antigos governantes é uma nação cheia de gás, agitada mas presa no desatino dos fi ns que justifi cam os meios. Não elegemos uma nova vida. Fundamos um novo modo de nos eliminar aos poucos, na recusa do diálogo, do bom senso e da conciliação. No ato de falar mais do que ouvir; no fato de paralisar, em lugar de abrir caminho.

Caminhoneiros, unidos, jamais serão vencidos. Mas quem é mesmo que sai ganhando?

Vassil Oliveira, editor

Tensão máxima

Teremos boas novidades logo, logo.”

depois de participar de jantar na casado presidente do PP, Ciro Nogueira

Daniel Vilela, pré-candidato a governador pelo MDB

sFrase daemana

ARTIGO

Você vai enlouquecer

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Workshop de Desenvolvimento Emocional para Mulheres10/6 Domingo - 14h às 17hEdifício New Word - Av. T-63, Nova Suíça

Rakell Aguiar @rakell.aguiar Mulher de Verdade

PARALISAÇÃO DE CAMINHONEIROS CHEGOU AO QUINTO DIA NA ÚLTIMA SEXTA-FEIRA (25/5) MESMO APÓS O GOVERNO DIVULGAR QUE HAVIA NEGOCIADO UMA TRÉGUA NA GREVE. PRESIDENTE MICHEL TEMER DECRETOU INTERVENÇÃO DE FORÇAS FEDERAIS

Rodolfo Buhrer/Reuters

ucenarbana

GOIÂNIA, 27 DE MAIO A 2 DE JUNHO DE 2018 / www.tribunadoplanalto.com.br2

CriticouO vereador Felisberto Tavares (PR) criticou duramente o relatório da CEI da Saúde, fi nalizada há duas semanas na Câmara Municipal. Alega que apresentou documento que tratava de desvio de vagas no Cais Amendoeiras, que sequer foi analisado.

EnquadrouFelisberto não perdoou representantes da CEI, principalmente Elias Vaz (PRB), Jorge Kajuru (PRP) e Clécio Alves (MDB). “Tem um vereador aí se passa por corajoso, que diz que denuncia tudo, mas hoje vejo que é só balela”, provocou.

ExplicaçõesO único que se dispôs a explicar a não análise dos documentos foi o vereador Elias Vaz, que afi rmou que a CEI recebeu inúmeras denúncias mas, que infelizmente, não houve como apurar todas. Clécio também se defendeu. O resto não.

Energia Ainda na Câmara, foi aprovado em segunda votação na última semana projeto que obriga a prefeitura de Goiânia a instalar cabeamento subterrâneo de linhas de transmissão de energia. Empresas terão 20 anos para realizar mudanças.

Frio A primeira-dama Fabrina Muller foi, pessoalmente, participar da entrega de cobertores a moradores de rua durante a massa de ar polar que derrubou os termômetros da Capital na última semana. Ela é presidente de honra da OVG.

Apareceu Sumido desde que deixou a presidência do PSDB, Afrêni Gonçalves esteve no Governo Junto de Você em Valparaíso de Goiás, na última semana.

Coordena Depois de deixar o comando do ninho tucano em Goiás, bem como o comando da Saneago, Afrêni Gonçalves hoje é coordenador-geral da Organização das Voluntárias de Goiás (OVG).

Setenta...... por cento. É a quantidade de emedebistas que estão apoiando a pré-candidatura de Daniel Vilela, segundo cálculos do deputado Paulo Cezar Martins.

Enquanto issoEntre cálculos do MDB, Ronaldo Caiado continua angariando apoio de membros do partido de Daniel. Na última semana, outro evento de apoio foi realizado.

De novoApós iniciar a tentativa, mas ter sua candidatura indeferida a deputado federal em 2014, o empresário Walter Paulo (PRTB) vai tentar se eleger novamente.

ChapinhaPSD e PDT vêm conversando acerca da possibilidade de união para a disputa por vagas na Assembleia. PDT tem dois deputados. PSD, tem três parlamentares.

AvaliandoO ex-deputado federal

e presidente regional do Solidariedade em Goiás, Armando Vergílio, está avaliando se lançar candidato à Assembleia Legislativa neste ano. Faria, assim, dobra com seu fi lho, Lucas, candidato a deputado federal.

GarantiaA intenção de Armando

seria garantir uma cadeira na Assembleia, mas sua expectativa não seria permanecer no cargo. Pedindo licença, Armando abriria espaço para um suplente. Nomes mais fortes? Ex-vereadores Denício Trindade e Thiago Albernaz.

Nome Na última semana o

Solidariedade fechou questão com o governo estadual e indicou o nome do corretor de Seguros Henderson de Paula, ex-presidente do Sincor-GO para a nova Secretaria do Trabalho, que foi desmembrada da Secretaria Cidadã.

Uma possível – e provável – polarização do embate entre o governador José Eliton (PSDB) e o senador Ronaldo Caiado (DEM) a partir da campanha para o governo, em agosto, benefi ciaria Daniel Vilela (MDB), apontam correligionários da sigla ouvidos pela Linha Direta. Segundo vereadores, deputados estaduais e federais, além de lideranças emedebistas, há a previsão, praticamente concreta, acreditam, que Eliton e Caiado irão trocar farpas por meio de acusações e críticas ferrenhas entre ambos, uma vez que há rusgas na relação dos dois desde 2013 quando Eliton deixou o DEM para se fi liar ao PP, se afastando de Ronaldo Caiado, que o havia indicado a vice de Marconi Perillo (PSDB) em 2010. Aliados do emedebista acreditam que Daniel poderá surfar – e ganhar votos – se souber se posicionar no confronto entre os dois, atraindo para si eleitores que rechaçam o baixo nível das eleições.

Embate entre Caiado e Eliton benefi ciaria Daniel, aponta MDB

sOposição em Goiás não confi a nem um pouco na postulação do vereador Jorge Kajuru (PRP) em dis-putar o governo estadual. Continuam acreditando que seja fogo de palha e que intenção real é forçar candidatura na chapa de Caiado.

Os presidentes da Federação Goiana dos Municí-pios e prefeito de Campos Verdes, Haroldo Naves (MDB), e da Associação Goiana dos Municípios e prefeito de Hidrolândia, Paulinho Sérgio (PSDB) demonstraram que podem trabalhar juntos, quando convém.

Parceria

Balão de ensaio

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mídiasociais

Após confi rmar, via exames, que o nódulo encontrado em seu fígado dele é benigno e dispensa intervenção cirúrgica, José Vitti (PSDB) voltou aos trabalhos no comando da Assembleia Legislativa, mas manteve decisão de não disputar a reeleição. Ele é cotado para a suplência de algum dos nomes da base na disputa ao Senado. Entre Lúcia Vânia (PRB) e Demóstenes Torres (PTB), aliados do deputado preferem o nome da senadora.

Preferência

Que crise, hein?!Em conversa com Celso de Mello

captada por microfone aberto no STF

GILMAR MENDES, MINISTRO DO STF

Currículo

Selfi eNa última semana, durante a cerimônia ofi cial de abertura da XXI Marcha a Brasília, realizada pela CNM, ambos se espremeram para que coubes-sem em uma foto ao lado do presidente Michel Temer (MDB), no Centro Convenções de Brasília.

Olavo foi secretário-executivo da Secretaria de Co-municação da Presidência da República durante o governo de Dilma Rousseff, e ministro interino Secretaria de Relações Institucionais da Presidên-cia da República durante o governo de Lula.

O petista Olavo Noleto assumiu há duas semanas a Secretaria de Projetos e Captação de Recursos de Aparecida de Goiânia. Ele, que participou da criação do PAC, usará sua experiência na captação de recursos junto ao governo federal.

Reforço

dLinhaFagner Pinho - [email protected]

ireta

3 GOIÂNIA, 27 DE MAIO A 2 DE JUNHO DE 2018 / www.tribunadoplanalto.com.br

“A base aliadaprecisa mostrar como será

Goiás daqui pra frente”

Tribuna do PlanaltoO sr. tem criticado o funcionamento da Câmara. O que precisa mudar?

Tudo. Temos uma Câmara com 513 deputados, que custa, segundo dados do Contas Abertas, R$ 28 milhões ao dia para o cidadão. É uma Câmara cara, onde deputados são muito bem pagos. E que produzem pouco. O Tiririca fez essa defi nição numa entrevista, e ele tem razão. A Câmara é um lugar onde se trabalha muito, varamos madrugada trabalhando, e não se produz nada. Por-que você tem vários processos de obs-trução. Você tem um regimento interno que permite várias obstruções. Para se ter uma ideia, lá pede-se requerimento de adiamento de votações para quatro sessões: rejeitado. Aí pede-se para três sessões: rejeitado. Um absurdo. Vota-ção em bloco: rejeitado. Votação de des-taque por destaque: rejeitado. Vamos indo assim e não se produz nada. São coisas que de fato precisam ser muda-das. E a Câmara, repito, é caríssima. Eu apresentei um projeto diminuindo de 513 deputados para 350, e para que, ao invés de termos três senadores, tenha-mos dois por Estado. Podemos barate-ar (os custos da Casa) agora, com 513 deputados, é só diminuir o número de cargos que nós temos. A Mesa Direto-ra tem inúmeros cargos. Cada partido, cada liderança tem inúmeros cargos. Todas as sessões começam muito tarde. As votações começam às 5, 6 horas da tarde, por isso vão até a madrugada. Se você passa das 7h da noite, tem que pa-gar hora extra para os funcionários e já é um custo elevadíssimo. Se começasse a votar mais cedo, não precisava passar das 7h, a não ser que houvesse uma ur-gência, uma exigência nesse sentido. É muita gente, precisamos qualifi car o processo, qualifi car o debate político no Brasil. A minha ideia é essa. Precisa-va de 171 assinaturas para ela tramitar, não consegui ter 40 até agora. Não sei por que.

Em Goiás, com a oposição liderando as pesquisas de intenção de voto e o governo com 20 anos de poder, temos o prenúncio de mudança?

Todos temos que respeitar qualquer pesquisa que seja correta, séria. Temos

Vassil Oliveira

Para que consiga reeleger José Eliton governador de Goiás, o PSDB precisa mudar o foco. É o que defende o deputado federal Fábio Sousa (PSDB), também pré-candidato à reeleição, nesta

entrevista à Tribuna do Planalto. O parlamentar acredita que o seu partido e a base aliada precisam saber o que está sendo falado para as pessoas e o que elas estão absorvendo. “Com isso, conseguiremos apresentar uma proposta exequível, que atenda o coração delas”, observa. Hoje, Fábio avalia que o senador Ronaldo Caiado (DEM) lidera as pesquisas justamente por estar sabendo falar alguma coisa que as pessoas estão entendendo e ouvindo. “Cabe a quem está atrás, que é o caso, por exemplo, da base na qual estou inserido, faço parte, entender o que está sendo falado e apresentar alternativa”, diz.

Eu espero, acredito

muito na inteligência e na capacidade do Zé Eliton. Ele tem condições para isso (ter alternativas, novas propostas para conquistar os eleitores). Agora, vamos precisar unir forças. Não será fácil”que respeitar, analisar e entender que a pesquisa está refl etindo o que as pesso-as estão pensando no momento. Quan-do a gente tenta desqualifi car isso, não é bom nem para quem está atrás, nem para quem está na frente. De fato, o se-nador [Ronaldo] Caiado [DEM] está na frente, e está sabendo falar alguma coi-sa que as pessoas estão entendendo e estão ouvindo. Cabe a quem está atrás, que é o caso, por exemplo, da base na qual estou inserido, faço parte, enten-der o que está sendo falado e apresen-

tar alternativa para as pessoas. Mostrar o que foi feito, como você falou, nos 20 anos, sim, é importante. O Estado mu-dou. O Estado de Goiás era outro, hoje é industrializado, competitivo, deixou de ser apenas um Estado agrícola. Hoje tem um agronegócio muito bem esta-belecido, além de outras vantagens. Mas você precisa ter alternativas, ter novas ações, novos projetos, novas propostas para conquistar os eleitores de hoje. Eu espero, acredito muito na inteligência e na capacidade do Zé Eliton. Ele tem condições para isso. Para criar isso. Agora, vamos precisar unir forças. O processo não será fácil, o processo elei-toral será extremamente difícil. Como você observou, são 20 anos de conquis-tas, mas acaba havendo também, como em todo caso de muito tempo de poder, degaste natural. É importante, repito, mostrar o que foi bom, o que foi posi-tivo, o que foi feito. Mas a gente precisa ter novas propostas. Mostrar como será Goiás daqui pra frente. Qual o projeto nosso para o Estado daqui em diante. Acredito muito nisso. Tenho falado isso para o candidato do PSDB à Presidência, Dr. Geraldo [Alckmin], nas nossas reu-niões. É preciso ler o momento. É isso que a população quer? Por que? Tem um motivo. Por que está querendo isso? Qual será a nossa proposta para ir ao encontro desse anseio social? É sobre isso que o PSDB precisa refl etir, não só em nível nacional, mas também aqui no Estado de Goiás.

E isso está sendo feito? José Eliton já chamou o sr. pra

conversar, por exemplo?A gente tem conversado. Ele montou

uma equipe para isso, para planejar. Ele escuta muito. Uma característica posi-tiva dele é que ele tem uma facilidade muito grande de aprender. Se você con-versa com o Dr. José Eliton hoje, perce-be que ele conhece o Estado de Goiás inteiro. Conhece cidades, problemas, lideranças. É uma pessoa que tem essa capacidade de aprendizagem. Ele es-cuta, observa e vai absorvendo. Espero isso, e não só eu, porque sou pequeni-ninho. Tem muita gente preparada no Estado que pode dar informações, ofe-recer ajuda, mas, naquilo que eu puder ajudar, com certeza, vou falar. Até por-que, se tem uma coisa da qual não abro mão, é de dar a minha opinião. Isso é fato consumado, e gosto muito disso em mim. Não pretendo mudar. Se (ele) tiver disponibilidade de ouvir, vou dar opinião. Se não tiver, vou dar opinião também. Se não quiser, descarta. Estou fazendo isso em nível nacional. Se tem um candidato que disparou na pesqui-sa, e com a saída do Lula ele dispara mais ainda, que é um fato a ser estu-dado, é o Jair Bolsonaro. Você tem que saber por que. Saber o que ele está fa-lando para a sociedade. Hoje a socieda-de está vivendo um momento de uma crise de segurança pública muito gran-de, no Brasil inteiro. Então, nosso can-didato tem que ter uma proposta para isso. Tem que chegar e atender a socie-dade nesse sentido. Precisamos saber o que está sendo falado, o que as pesso-as estão absorvendo, para que a gente apresente uma proposta exequível, que atenda o coração dessas pessoas.

O PSDB nacional está distante da população, do sentimento do povo?

Poderia estar mais próximo. Você tem pessoas extremamente prepara-das, qualifi cadas... Gente que eu não tenho a mínima dúvida de que seria o melhor presidente, pelo preparo, pela estrutura, pela capacidade. Agora, me-lhor candidato é outra história. Para ser presidente, é preciso ganhar uma eleição.

Está falando de Geraldo Alckmin?

Encaixaria nisso aí. É a pessoa mais

4 GOIÂNIA, 27 DE MAIO A 2 DE JUNHO DE 2018 / www.tribunadoplanalto.com.br

Deputado federalSFábio

ousa

Fotos: Mônica Salvador

Entrevista

qualifi cada, de todas que se apresentam hoje, para ser presidente. Para São Pau-lo, talvez seria um excelente candidato, porque a eleição em São Paulo é dife-rente da do resto do Brasil. Isso é uma verdade. Tanto é que o candidato de São Paulo anda de pulôver, de blazer, para pedir voto. Agora, não adianta andar de pulôver no meio do nordeste brasilei-ro. Não adianta falar de problemas da Avenida Paulista, de PIB, aqui no sertão goiano, onde o pessoal está mais preo-cupado com a arroba do boi. Não adian-ta ir para o sul e não tomar chimarrão. Precisa andar, conhecer o Brasil como um todo. Em São Paulo, a forma de fazer política... Tanto é que está lá há 24 anos. Tanto é que o PSDB, desde Mário Covas, não perde uma eleição lá.

Alckmin emplaca como candidato a presidente?

Espero que sim. Nós vamos fazer de tudo para que sim. Porque, repito, se a gente for pensar no Brasil, pensar no país, no futuro, na segurança econômi-ca, no país como um todo, enfi m, é bom que ele ganhe a eleição. É bom que ele seja o próximo presidente do Brasil.

José Eliton é um candidato (a governador) melhor do que Alckmin (a presidente)?

Sim. Os dois são ótimos administra-dores, mas vou dizer por que, proporcio-nalmente, acho ele melhor. José Eliton tem uma história. Alckmin também tem. O problema é que comunicação não é o que você fala, é o que as pessoas entendem. O José Eliton tem uma histó-ria de rapaz simples que venceu na vida. Nós precisamos contar isso. Nasceu em Rio Verde, foi viver em Posse com a fa-mília, lá estudou só em escola pública, chegou na capital, formou-se em Di-reito, virou um baita de um advogado. Com pouco mais de 30 anos, era um ad-vogado conceituado no Estado inteiro. É uma pessoa que venceu na vida, que lutou, saiu do nada e chegou lá. Temos o Geraldo Alckmin na mesma condição, que saiu de uma família muito simples, estudou, virou médico, conseguiu fazer Medicina e ser prefeito de Pindamo-nhangaba, no interior paulista, com 21 anos de idade. Depois construiu a car-reira dele, foi deputado federal consti-tuinte, deputado federal reeleito, virou vice do Mário Covas. Na morte de Má-rio Covas, tornou-se governador de São Paulo, vencendo outras eleições segui-das. Disputou uma eleição para prefei-to de São Paulo, que perdeu. Disputou uma eleição para presente da Repúbli-ca, que perdeu. Mas é uma pessoa que... A gente vai ver a história dos fi lhos dele, por exemplo, e está todo mundo traba-lhando. Não tem ninguém bilionário, não tem ninguém com dinheiro em jogos de videogames, recebendo re-cursos para lá e para cá. Pelo contrário. O fi lho dele que morreu era piloto da empresa, não tinha helicóptero. É preciso mostrar isso para as pessoas. A história de vida e as propostas dele. O Zé já tem feito isso aqui. Tenho cobrado muito, principalmente, do Geraldo, uma posição mais

Olha, está se refl etindo nas pesqui-sas, pelo menos. Se vai chegar à eleição, é outra história. O debate ideológico é positivo. O debate político é positivo. Ter posições claras em certas coisas, e de-fender essas posições por meio do bom debate, da boa luta, é positivo. O que não pode é extrapolar e passar para algo que é anticivilizatório. Desculpa o neologis-mo. Mas que é fora do que a gente acre-dita como democrático, como controle próprio, pessoal, domínio próprio. Você não pode partir para a violência, para o quebra pau, para o xingamento. O deba-te ideológico-político é importantíssi-mo. Veja os Estados Unidos. Lá, tem dois lados. Você tem 500 partidos, mas a po-pulação elegeu dois para votar.

Lá polariza de verdade...Polariza, e esse debate existe, ele

acontece. Apesar de que, no partido Re-publicado, parece que há dois partidos ali dentro. Tem o partido do (presiden-te Donald) Trump e tem o partido dos antigos dentro do próprio Partido Re-publicano. Mas são pensamentos ide-ológicos que se assemelham, pelo me-nos. Isso é bom, importante. É positivo. O que não pode ter é esse acirramento que ultrapasse o controle civilizatório e que passe para a violência. Mas aí existe uma coisa que se chama lei, existe polí-cia, e precisa agir.

O que ainda o anima a se dedicar à política?

Olha, vou ser muito sincero. Às vezes você até sente um certo desânimo, prin-cipalmente porque quer fazer as coisas e há uma certa difi culdade para isso. A burocracia existe não é só nas estatais, é no governo em si - aliás, no Brasil não é burocracia, é ‘burrocracia’ - e também no processo legislativo. Quando você vai para o Executivo, até tem mais con-dições de mostrar seu trabalho. Pelo menos, um pouco mais. Não pode tudo, mas pode mais do que uma pessoa no Legislativo. Mas, se quem tem boas in-tenções, tem certo preparo, pensar em abandonar a luta que está sendo trava-da no dia a dia, o que será do país? Se as pessoas que estão lendo agora essa entrevista, que gostam, que entendem, que têm boas intenções e sejam corre-tas, não entrarem no processo políti-co, o que será do nosso país no futuro? Eu me considero muito da resistência. Continuo porque não me conformo com o que está acontecendo. Quero dar a minha contribuição de mudança. En-quanto a sociedade e Deus entenderem

que posso contribuir, estou à disposi-ção. Continuarei sendo, enquanto for deputado federal, servidor pú-blico. Se deixar de ser deputado fe-deral, deixo de ser do público, mas vou continuar servindo.

fi rme sobre o que ele acredita, falar com mais força. Ele foi governador do maior Estado do Brasil. Foi governador da se-gunda maior economia do Brasil, e os paulistas quiseram reelegê-lo três ve-zes. Então, ele tem uma história. Precisa chegar isso à população.

Qual é o maior adversário do PSDB em Goiás? Caiado? Ou o MDB ainda pode ocupar esse espaço?

Hoje o maior adversário do PSDB em Goiás é o Caiado. Politicamente, eleito-ralmente falando, o adversário político (da base aliada) é o Caiado. Ele está à frente das pesquisa. É o candidato do qual é preciso se aproximar, que precisa ser ultrapassado. Agora, não desprezo o MDB, que tem os 246 municípios de representatividade. O Daniel tem gar-ra, tem um certo preparo, é fi lho de um ex-governador. Não podemos desconsi-derar essas coisas. Ele está trabalhando, correndo atrás. Mas hoje a disputa é com Caiado.

A polarização entre José Eliton e Ronaldo Caiado é boa para a candidatura de José Eliton?

Olha, é uma pergunta que eu nem saberia responder, com toda a sinceri-dade. É bom para a democracia ter-mos três, quatro candidatos compe-titivos. Não gosto de polarização no Brasil, apesar de que a história de Goiás sempre foi de polarização. Sempre existiu. Talvez o Caiado esteja assumindo uma posição que outrora era do MDB. Mas essa

polarização nunca foi salutar. O bom é ter três, quatro candidatos. Também não quero 20 candidatos, como foi em 1989, e como está se avizinhando ago-ra na eleição presidencial. Mas ter três, quatro candidatos competitivos que possam fazer um bom debate, é muito salutar para a democracia, e para o de-bate eleitoral em si. Agora, se vai dar cer-to ou não, se é bom ou não, isso tem gen-te muito melhor do que eu para avaliar.

Essa é uma eleição plebiscitaria, em relação aos 20 anos do chamado Tempo Novo no poder em Goiás?

Vão tentar fazer (com que seja), vão tentar transformá-la numa eleição ple-biscitária. Como eu disse, cabe a nós mostrar o que é bom, o que é importan-te. Mas temos que mostrar também que agora tem outra ideia, outra alternativa para o Estado. É essa junção que vai nos proporcionar a vitória.

O acirramento de ânimos na discussão nacional, esquerda-direita, os extremos, o sr. acredita que isso vai se refl etir nas eleições?

EntrevistaContinuarei sendo,

enquanto for deputado federal, servidor público. Se deixar de ser deputado, deixo de ser do público, mas vou continuar servindo”

5 GOIÂNIA, 27 DE MAIO A 2 DE JUNHO DE 2018 / www.tribunadoplanalto.com.br

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GOIÂNIA

O prefeito Iris Rezende vai à Câmara Municipal de Goi-ânia na próxima segunda-feira, (28/5), para a primeira prestação de contas de 2018. Os números, relativos ao pri-meiro quadrimestre do ano, serão apresentados aos vere-adores no plenário da Casa a partir das 8h.

Esta é a segunda visita do prefeito à Câmara neste ano. Em fevereiro, também cum-prindo determinação da Lei de Responsabilidade Fiscal, Iris Rezende esteve com os vereadores e apresentou o ba-lanço fi scal de 2017.

Na oportunidade, o chefe do executivo goianiense mos-trou signifi cativos resultados alcançados no primeiro ano da gestão, como o superávit primário cerca de R$ 229 mi-lhões acima da meta estabele-cida na LDO para aquele ano.

Dessa vez, Iris Rezende vai levar aos vereadores os re-sultados alcançados nos pri-meiros quatro meses de 2018 e discorrer sobre o cumpri-mento das metas fi scais esta-belecidas para este exercício, como aplicação de recursos nas áreas da saúde e educa-

ção, por exemplo.O equilíbrio das contas pú-

blicas municipais tem sido o principal objetivo da equipe de fi nanças da Prefeitura de Goiânia e uma série de medi-das foram adotadas visando melhorar o resultado fi scal do município.

O programa Fisco em Ação, implantado pelo atual che-fe das fi nanças municipal, Alessandro Melo, que adotou medidas para conter a sone-gação no âmbito do muni-cípio de Goiânia através do mapeamento de setores da economia que apresentam al-tos índices de sonegação, tem melhorado gradativamente a arrecadação municipal.

Noutro ponto, a equipe econômica do Paço tem ado-tado medidas para conter despesas de custeio e outras dívidas contratuais, cujos instrumentos passam por processos de otimização, vi-sando a diminuição do custos de serviços contratados pela Prefeitura. O objetivo da ad-ministração é conter o défi cit mensal herdado da gestão an-terior, que, na época, chegava a R$ 31 milhões mensais.

Iris Rezende comparecerá à Câmara na manhã desta segunda

Prefeito apresenta números de quadrimestre

A greve dos caminho-neiros e a Aliança Mu-nicipal pela Competi-

tividade (AMC) dominaram os debates do 20º Fórum de Governadores Brasil Central, na manhã desta sexta-feira, 25/5, no Palácio Paiaguás, em Cuiabá, que contou com a presença do governador de Goiás, José Eliton, o governa-dor anfitrião, Pedro Taques, e representantes de Mato Grosso do Sul, Rondônia, Maranhão e Distrito Federal. Por causa da crise do desa-bastecimento de combus-tíveis, alguns governadores não tiveram como se deslo-car de seus estados para o encontro de Cuiabá.

Na plenária técnica, o pri-meiro a falar foi o governador de Goiás, José Eliton, que sau-dou o governador anfitrião - Pedro Taques (MS) - e os re-presentantes dos demais go-vernadores, ressaltando a im-portância da participação dos municípios no âmbito do Con-sórcio Brasil Central. José Eliton destacou a experiência de Goi-ás, que conseguiu avançar em todos os indicadores de gover-nança a partir a estruturação da Aliança Municipal, que tem como foco melhor o desem-penho das ações públicas no combate à mortalidade infan-til, evasão escolar e redução dos índices de criminalidade.

“Goiás conseguiu avanços

GOVERNO

significativos nos 12 indicado-res que integram as metas da Aliança Municipal”, destacou, enfatizando que em os muni-cípios goianos que cumprem as metas pactuadas recebem uma fatia maior de recursos, na rubrica do ICMS de Gestão. Reforçando as palavras do go-vernador, o secretário estadual de Planejamento de Goiás, Joa-quim Mesquita, afirmou no en-contro que a pauta da aliança municipal é a mais importante do fórum até aqui.

cal (LRF) estabelece que o gestor público não pode abrir mão de receitas legalmente previstas. Explicou também que a mé-dia da alíquota ICMS incidente sobre o óleo diesel, no âmbito dos estados do Consórcio Brasil Central, é de 16,2%.

O presidente do Consórcio, governador Pedro Taques, in-formou que irá marcar uma reunião emergencial do fórum de governadores com o presi-dente Michel Temer e com os presidentes da Câmara e do Senado para discutir a posição dos estados-membros da enti-dade a respeito do uso da Cide para conter a crise no sistema de transporte do País.

SudecoAinda durante o encontro,

por solicitação do governador do Mato Grosso do Sul, Reinal-do Azambuja, os governadores aprovaram o envio de ofício ao presidente da República, Mi-chel Temer, e para o presidente da Câmara dos Deputados, Ro-drigo Maia, para inclusão da Superintendência de Desenvol-vimento do Centro-Oeste (Sude-co) nos rol de benefícios fiscais nos mesmos moldes dos conce-didos à Sudam e Sudene.

Aprovado pelo Senado, o projeto encontra-se em trami-tação na Câmara dos Deputa-dos. Os governadores também discutiram compensações tri-butárias no âmbito da Lei Kan-dir e antecipação dos recursos do Auxílio Financeiro para Fo-mento das Exportações (Fex), ainda para 2018.

Na pauta administrativa, eles discutiram o projeto da unificação de alíquotas de seis produtos destinados ex-clusivamente à exportação, monitoramento da agenda internacional, e finalização do planejamento estratégico entre os estados-membros do Consórcio, com base em consul-toria da Fundação Dom Cabral. Por fim, debateram modifica-ções no estatuto do Consórcio, cujo modelo de governança de-verá ser atualizado.

Acompanham Eliton, o se-cretário da Fazenda, Manoel Xavier; o secretário de gestão e planejamento, Joaquim Mes-quita; o secretário Executivo do Consórcio Brasil Central, Le-onardo Jayme; e o superinten-dente geral de planejamento, Gustavo de Pina.

Governadores discutiram problemas gerados com a paralisação do transporte

Foco naGREVEEM CUIABÁ, PARALISAÇÃO DE CAMINHONEIROS É DESTAQUE NO 20º FÓRUM DE GOVERNADORES BRASIL CENTRAL

E média da alíquota ICMS incidente sobre o óleo diesel, no âmbito

dos estados do Consórcio Brasil Central

16,2POR CENTO

Sobre o debate em torno da redução da Contribuição de In-tervenção no Domínio Econô-mico (Cide) pelo governo fede-ral, como forma de dar resposta à greve dos caminhoneiros, o governador de Goiás disse, em entrevista coletiva, que não se pode “cobrir um santo e des-cobrir outro”, uma vez que os estados usam a receita da Cide para dar resposta às demandas sociais nas área de educação, saúde e segurança pública.

Ele também enfatizou que a Lei de Responsabilidade Fis-

6 GOIÂNIA, 27 DE MAIO A 2 DE JUNHO DE 2018 / www.tribunadoplanalto.com.br

7 PALMAS, 27 DE MAIO A 2 DE JUNHO DE 2018 / www.tribunadoplanalto.com.br/escola

ELEIÇÕES

SABATINA

RECURSOS

ELEITORES VÃO ESCOLHER NOVO GOVERNADOR E NOVO VICE APÓS CASSAÇÃO DE MIRANDA

Com a cassacão do gover-nador Marcelo Miranda do MDB, o Presidente da

Assembleia Legislativa do To-cantins Mauro Carlesse do PHS, assumiu o governo interino.

Marcelo Miranda teve man-dato cassado pelo Tribunal Su-perior Eleitoral em processo, que analisa caixa dois durante a campanha de 2014 no Tocan-tins

Tribunal Regional Eleitoral do Tocantins prepara servido-res da sede do Tribunal Regio-nal Eleitoral do Tocantins (TRE-TO), que vão apoiar os colegas das zonas eleitorais durante as Eleições Suplementares no dia 03 de junho. Na oportunidade, foram repassadas orientações sobre os procedimentos relati-vos às eleições, à infraestrutura tecnológica para recepção, pro-

cessamento e transmissão de dados, sistemas eleitorais, ma-nuseio de urnas eletrônicas e treinamento de mesários.

De acordo com o chefe da

seção de Desenvolvimento Or-ganizacional e Capacitação, Dourival Reis, o objetivo é ni-velar todos os conhecimentos. “Temos um momento para que

todas as boas práticas sejam socializadas, assim, todos saem daqui com o mesmo nível de co-nhecimento”, ressaltou.

Reis explicou ainda que

para as zonas eleitorais em que os chefes de cartório ainda não conduziram nenhuma eleição, serão enviados os servidores com mais experiência para apoiar e ajudar.

Juliana Marques, servidora da Escola Judiciaria Eleitoral (EJE/TO), prestará apoio à zona eleitoral pela segunda vez e destaca a importância do trei-namento. “É de grande impor-tância recebermos este treina-mento porque em cada eleição temos novidades e nós também acabamos nos esquecendo de alguns detalhes e aqui pode-mos relembrar e darmos um apoio melhor na zona eleitoral”, disse.

O pleito acontece no dia 3 de junho, quando os eleitores do Tocantins irão escolher gover-nador e vice tampões.

No encontro promovido pela Associação Comercial e Industrial de Palmas (Acipa) o candidato a governador Mau-ro Carlesse apresentou ideias e estratégias para seis meses de governo, assegurando que o Estado não pode parar e precisa de segurança jurídica para seguir em frente. “Os em-presários sabem da situação difícil que nos encontramos. Nesse momento estamos prio-rizando o que é mais urgente com equilíbrio e agindo de forma rápida’, afi rmou.

“Projetos futuros para o setor serão discutidos e pla-nejados em conjunto com os senhores, inclusive a revisão

de impostos e a concessão de novos incentivos, após o Es-tado estar totalmente equili-brado em suas contas”, disse o governador.

Respondendo a questio-namento de como pretende resgatar a credibilidade do Es-tado, Carlesse disse aos empre-sários que já está tomando as medidas necessárias para isso. “É simples. Com responsabi-lidade e respeito ao dinheiro público estamos conversando com fornecedores, empresas e servidores públicos. Estamos honrando o que é de nossa responsabilidade e negocian-do dívidas passadas. O que assumirmos de compromisso

podem ter certeza que iremos honrar”, disse o governador.

O governador defendeu sua eleição no dia 3 de junho como a única alternativa de estabilidade ao Tocantins nesse momento de crise. Disse que montou o governo com nomes técnicos com conheci-mento nas áreas que atuam. Defendeu que o Estado tem que ser administrado como uma empresa com seriedade e rigor nos gastos. “A empresa precisa ter lucro em suas ati-vidades para crescer e o esta-do deve reverter seu “lucro” que é o dinheiro dos impostos em benefícios ao povo”.

O presidente da ACIPA, Fa-

biano do Vale, destacou o per-fil técnico do secretário de Desenvolvimento Econômi-co, Ciência, Tecnologia, Turis-mo e Cultura Dearley Kühn, que é presidente licenciado da Associação Comercial e In-dustrial de Araguaína, e tam-bém a escolha Wilson Charles de Seixas, membro da Asso-

ciação Comercial de Palmas, para a subsecretaria. “Sempre tivemos interesse em indicar os gestores dessa pasta, mas somente agora com o Carles-se isso aconteceu. E o melhor é que foi espontâneo. Isso mostra o respeito que o go-vernador tem conosco”, disse Fabiano.

A deputada federal Josi Nu-nes (PROS/TO) usou a tribuna durante a sessão deliberativa extraordinária de quarta-feira, 23, para comemorar a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que determinou por una-nimidade, que partidos políti-cos deverão repassar no míni-mo 30% dos recursos do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC) para candi-daturas de mulheres. “Não po-deria deixar de registrar uma grande conquista para nós mu-lheres brasileiras. Vale ressaltar, que os 30 % vale também, para o

tempo de TV e para a propagan-da eleitoral no rádio e na televi-são”, acrescentou.

A tocantinense chamou a atenção para as diferenças na ocupação dos espaços por ho-mens e mulheres na socieda-de, alegando que essas não se restringem apenas ao âmbito social ou econômico, uma vez que no meio Político essa de-sigualdade de gênero é muito grande. “Não é preciso de muito esforço para observarmos isso. Basta olharmos ao nosso lado. ”, questionou.

Para Josi, apenas as cotas de

candidatura não equiparam a participação das mulheres com a dos homens nos legislati-vos brasileiros. “Infelizmente, a maioria das candidaturas femi-ninas é apenas para preencher a cota de 30% na chapa de can-didatura. Muitas vezes, as mu-lheres sofrem discriminação em alguns detalhes apenas por sermos mulher”, ponderou.

A parlamentar acredita que a decisão do TSE vai motivar a participação de mais mulheres na politica. “Por isso não poderí-amos deixar de comemorar esta conquista”, fi nalizou.

Tocantinenses vão às urnas no dia 3

Acipa recebe mais um candidato

TSE assegura verba para candidaturas

EDITAL

Servidores do TRE são preparados para eleição suplementar que ocorrerá no estado

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Mauro Carlesse é sabatinado na sede da ACIPA

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8 GOIÂNIA, 27 DE MAIO A 2 DE JUNHO DE 2018 / www.tribunadoplanalto.com.br

ESPECIAL DE MAIO

SUZANA E LÍVIA SÃO EXEMPLO DE COMO O AMOR PODE SER FRUTO DA DECISÃO E DA CONVIVÊNCIA.

AMOR MATERNO TAMBÉM NASCE COMFILHOS JÁ GRANDES

O amor como escolhaNesse ponto da história está a decisão

de amar. A escolha de Mônica de fi car. “Era o começo da relação? Era. Eu poderia sair? Poderia.” O namoro era novo, e Suza-na passou a não ter tempo para as duas. Estava completamente envolvida com a saúde da fi lha e ainda sem saber o quan-to a experiência se tornaria pesada.

A companheira até podia escolher ‘cair fora’. Mas sair era covardia, defi ne Mônica. O momento de decidir amar.

“O amor é uma sucessão de decisões!”, resume a psicóloga Gabriella Assump-ção Alvarenga Schimchak. A terapeuta familiar explica que a gente decide amar a todo momento. Acontece quando você acolhe o outro e ouve sua história. Quan-do decide conhecer sua família. E no sim-ples, nas atitudes do dia a dia. Quando entra no supermercado e leva o que a outra pessoa gosta. “O amor é uma cons-trução relacional e para que prospere é necessário escolher por e para ele.”

Ainda nas primeiras consultas, Suza-na e Mônica descobriram que Lívia es-tava com apenas 5% de funcionamento dos rins. Logo o sistema renal paralisou e a caçula iniciou a hemodiálise. “Foram duas horas no consultório com o médico explicando a situação dela, já estava gra-víssima”, recordam.

Mal começou o tratamento, e o qua-dro clínico piorou. Lívia fi cou 103 dias internada na Unidade de Terapia Inten-siva (UTI). Com altas e baixas na pressão, infecções por todo o corpo causadas pelos acessos da hemodiálise, ela ia e vi-nha da UTI. Foi quando Lívia começou a olhar diferente para Mônica. “Eu tinha perdido a fala, desaprendido a andar, a movimentar o meu corpo e não escre-via. E ela todo dia estava lá. Eu sabia que a Mônica já tinha um sentimento por mim, que tinha construído. Mas eu não tinha a possiblidade, ainda, de cons-truir um sentimento.”

Mãe de sangue,

mãe por afeto

Família – Luana, Lívia e Lucas com as mães Mônica e Suzana: um amor construído

Daniela Martins

Tecido pela vida, o laço que une Suzana, Mônica, Luccas, Luanna e Lívia se fortaleceu na convi-

vência, na decisão de amar. É o ponto fora da curva no crescente número de casais homoafetivos que resolvem ter fi lhos. Casais que planejam a gravidez, a inseminação e lutam para registrar a criança com nome de duas mães ou dois pais.

Suzana Borges de Castro, pedagoga, e Mônica Salvador de Paula, fotógrafa, não planejaram nada. A vida desenhou o destino das duas, que têm pouco mais de três anos de casadas, quatro de rela-cionamento e dividem a maternidade dos fi lhos de 18, 20 e 22 anos.

Suzana, a mãe biológica, havia saído de seu segundo casamento, de 12 anos, com três filhos adolescentes. Mônica, a mãe afetiva, tinha deixado uma relação de 6 anos, e nutria o sonho do casamen-to, da maternidade. Queria um ‘time de futebol de salão’: cinco filhos. O acaso tratou de juntá-las. A filha mais nova, Lívia, estava com 14 anos, e Suzana pre-cisava de uma fotógrafa para registrar os 15. Uma amiga em comum indicou Mônica.

A aproximação fl uiu e a sintonia passou do profi ssional ao pessoal ra-pidamente. Início tranquilo, boa con-vivência entre os cinco, mas sem muito envolvimento. “Ela era a namorada da minha mãe e eu era a fi lha da mulher que ela namorava.” A fala da caçula re-trata bem a situação.

Não demorou para a história se transformar. Em uma consulta de roti-na, Suzana descobriu que a mais nova da turma, a jovem dançarina apaixona-da por ballet, sofria de insuficiência re-nal. A doença de Lívia foi um susto que sacudiu a estrutura de toda a família. O quadro evoluiu e se agravou em uma ve-locidade ímpar.

9 GOIÂNIA, 27 DE MAIO A 2 DE JUNHO DE 2018 / www.tribunadoplanalto.com.br

Amor, entrega e

companheirismo

Rede de apoio – Lívia ao lado das mães, dos irmãos e das avós,Oneida Luzia de Castro (materna) e Joana D´Arc Fernandes (paterna)

Compromisso – Família reunida no casamento de Mônica e Suzana

15 anos – No dia de seu aniversário, Lívia estava internada

Construção e convivênciaPara a psicóloga Gabriella Assump-

ção, o amor se dá na convivência, na dis-posição para a aventura de conhecer o outro: “É no contato diário ou frequente que se reconhece o amor”.

Amor nasce no companheirismo. “Costumo dizer que a gente começou a relação meio de ré. Coisas que acontecem em um relacionamento mais antigo, no nosso aconteceram logo. Tudo de muito difícil, aconteceu no começo”, relata Su-zana. Em situações assim, continua, tem de ser uma relação forte, de muito com-prometimento, senão não vinga. “Ela não tinha a mulher em casa, as poucas vezes em que estávamos juntas eram ligadas no telefone, no hospital, porque a gente não se desligava da Lívia.”

O relacionamento foi se fortalecendo à distância, com muita oração, confi an-ça, entrega e colaboração. “Em termos de relação, nós vivemos tudo isso.” Mônica fazia o possível para ajudar. Levava e bus-cava os fi lhos no hospital, dava suporte para Suzana, inclusive fi nanceiramente. Os cuidados em tempo integral de Lívia obrigaram a mãe a deixar o trabalho na escola. “Por muito tempo, a Mônica fez as despesas da casa sozinha”, destaca.

E as complicações continuavam. Os muitos focos de infecção causaram uma endocardite, infecção no coração. Era preciso uma cirurgia de peito aberto. O médico chamou a família e deu a notícia de que possívelmente Lívia não voltaria.

Realizada no início de 2014, em 21 de janeiro, data do aniversário de Mônica, a cirurgia deixou todos afl itos, mas foi um sucesso. Depois de mais esse susto, Lívia chegou a passar um tempo em casa antes de viajar para Porto Alegre (RS), onde fez o transplante, em 2016.

Em casa, no período pré-transplante, ela passou a fazer diálise peritoneal. O catéter é inserido no abdômen e ligado a uma máquina com a substância que entra e sai do corpo, fazendo as vezes dos rins. Uma alternativa à hemodiálise. O procedimento dura a noite toda. Se dava qualquer problema, a máquina apitava. Suzana e Mônica fi cavam alertas.

“A Mônica foi cuidando de mim e eu fui pegando aproximação dela, um cari-nho muito grande”, conta Lívia.

Nas situações de dor, ressalta a psicó-loga Gabriella Assumpção, você reconhe-ce e vivencia sua própria fragilidade. Essa experiência ilumina a importância do outro, a necessidade do compartilhar da sobrecarga inerente às situações de extre-mo sofrimento. “Isso evidencia o quanto necessitamos do outro na nossa própria trajetória. Dependendo de como o com-panheiro ou a companheira se posiciona nesta hora, o amor pode sim ser amplia-do e se fortalecer.”

Suzana tem certeza disso. “Criamos uma relação forte, solidária e de compa-nheirismo entre todos nós”, afi rma. Os la-ços foram fortalecidos. Surgiu uma rede em prol da saúde, dos cuidados de Lívia, que envolveu as avós materna e paterna, e os familiares de Mônica.

ReconhecimentoQuando o namorado decidiu pedir

a mão da fi lha do meio, Luanna Castro, em casamento, o pedido foi feito às duas mães, Suzana e Mônica. O lugar especial foi conquistado pela fotógrafa a partir da admiração que suas ações geraram no coração de Luanna. “Ela ter se desdobra-do por conta da minha irmã fez a gente ver que a Mônica merecia minha mãe, e que a gente a aceitaria na nossa família.”

Luanna diz que, depois das avós pa-terna e materna, considera também Mô-nica como uma mãe. “Tenho um carinho, um respeito muito grande pela Mônica. Tanto ela quanto a família dela nos aco-lheram muito bem.”

Outra atitude, do fi lho mais velho, de-monstra o amor que os três têm pela mãe que os adotou. No Dia das Mães, Luccas deu um anel de presente para Suzana e um para Mônica. “Ela é a mãe nossa sim”, diz. Para ele, a namorada de Suzana os acolheu como família. “Ela sabia que virí-amos nós três e a Xena”. Xena é a maltês, a paixão da casa.

Há uma gratidão por Mônica ter sido e ainda ser a pessoa certa. “Ela não era mãe antes de nos ter. Mas assumiu mi-nha mãe, cuidou da Lívia e eu não espera-va isso de mais ninguém.”

Depois que transplantei, fui olhar e percebi que a gente havia construído um sentimento

sim. Ela [Mônica] já tinha, e eu estava descobrindo isso. Olhei o que estava sentindo. Gosto muito da Mônica. Ela me ensina muita coisa, sei que ensino muita coisa pra ela. A gente tem um lado de mãe e fi lha muito grande. Chamo ela de mãe, de Mônica, falo para as pessoas que ela é minha mãe... Por mais que a minha mãe seja a Suzana, pelo carinho, afeto e a forma que tento olhar tudo, a Mônica também é, porque ela tem o mesmo carinho.”

Lívia Castro

O amor se dá na convivência,

na disposição para a aventura de conhecer o outro. É no contato diário ou frequente que se reconhece o amor”.Gabriella Assumpção

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ESPECIAL DE MAIO

SUZANA E LÍVIA SÃO EXEMPLO DE COMO O AMOR PODE SER FRUTO DA DECISÃO E DA CONVIVÊNCIA.

AMOR MATERNO TAMBÉM NASCE COMFILHOS JÁ GRANDES

O amor como escolhaNesse ponto da história está a decisão

de amar. A escolha de Mônica de fi car. “Era o começo da relação? Era. Eu poderia sair? Poderia.” O namoro era novo, e Suza-na passou a não ter tempo para as duas. Estava completamente envolvida com a saúde da fi lha e ainda sem saber o quan-to a experiência se tornaria pesada.

A companheira até podia escolher ‘cair fora’. Mas sair era covardia, defi ne Mônica. O momento de decidir amar.

“O amor é uma sucessão de decisões!”, resume a psicóloga Gabriella Assump-ção Alvarenga Schimchak. A terapeuta familiar explica que a gente decide amar a todo momento. Acontece quando você acolhe o outro e ouve sua história. Quan-do decide conhecer sua família. E no sim-ples, nas atitudes do dia a dia. Quando entra no supermercado e leva o que a outra pessoa gosta. “O amor é uma cons-trução relacional e para que prospere é necessário escolher por e para ele.”

Ainda nas primeiras consultas, Suza-na e Mônica descobriram que Lívia es-tava com apenas 5% de funcionamento dos rins. Logo o sistema renal paralisou e a caçula iniciou a hemodiálise. “Foram duas horas no consultório com o médico explicando a situação dela, já estava gra-víssima”, recordam.

Mal começou o tratamento, e o qua-dro clínico piorou. Lívia fi cou 103 dias internada na Unidade de Terapia Inten-siva (UTI). Com altas e baixas na pressão, infecções por todo o corpo causadas pelos acessos da hemodiálise, ela ia e vi-nha da UTI. Foi quando Lívia começou a olhar diferente para Mônica. “Eu tinha perdido a fala, desaprendido a andar, a movimentar o meu corpo e não escre-via. E ela todo dia estava lá. Eu sabia que a Mônica já tinha um sentimento por mim, que tinha construído. Mas eu não tinha a possiblidade, ainda, de cons-truir um sentimento.”

Mãe de sangue,

mãe por afeto

Família – Luana, Lívia e Lucas com as mães Mônica e Suzana: um amor construído

Daniela Martins

Tecido pela vida, o laço que une Suzana, Mônica, Luccas, Luanna e Lívia se fortaleceu na convi-

vência, na decisão de amar. É o ponto fora da curva no crescente número de casais homoafetivos que resolvem ter fi lhos. Casais que planejam a gravidez, a inseminação e lutam para registrar a criança com nome de duas mães ou dois pais.

Suzana Borges de Castro, pedagoga, e Mônica Salvador de Paula, fotógrafa, não planejaram nada. A vida desenhou o destino das duas, que têm pouco mais de três anos de casadas, quatro de rela-cionamento e dividem a maternidade dos fi lhos de 18, 20 e 22 anos.

Suzana, a mãe biológica, havia saído de seu segundo casamento, de 12 anos, com três filhos adolescentes. Mônica, a mãe afetiva, tinha deixado uma relação de 6 anos, e nutria o sonho do casamen-to, da maternidade. Queria um ‘time de futebol de salão’: cinco filhos. O acaso tratou de juntá-las. A filha mais nova, Lívia, estava com 14 anos, e Suzana pre-cisava de uma fotógrafa para registrar os 15. Uma amiga em comum indicou Mônica.

A aproximação fl uiu e a sintonia passou do profi ssional ao pessoal ra-pidamente. Início tranquilo, boa con-vivência entre os cinco, mas sem muito envolvimento. “Ela era a namorada da minha mãe e eu era a fi lha da mulher que ela namorava.” A fala da caçula re-trata bem a situação.

Não demorou para a história se transformar. Em uma consulta de roti-na, Suzana descobriu que a mais nova da turma, a jovem dançarina apaixona-da por ballet, sofria de insuficiência re-nal. A doença de Lívia foi um susto que sacudiu a estrutura de toda a família. O quadro evoluiu e se agravou em uma ve-locidade ímpar.

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Amor, entrega e

companheirismo

Rede de apoio – Lívia ao lado das mães, dos irmãos e das avós,Oneida Luzia de Castro (materna) e Joana D´Arc Fernandes (paterna)

Compromisso – Família reunida no casamento de Mônica e Suzana

15 anos – No dia de seu aniversário, Lívia estava internada

Construção e convivênciaPara a psicóloga Gabriella Assump-

ção, o amor se dá na convivência, na dis-posição para a aventura de conhecer o outro: “É no contato diário ou frequente que se reconhece o amor”.

Amor nasce no companheirismo. “Costumo dizer que a gente começou a relação meio de ré. Coisas que acontecem em um relacionamento mais antigo, no nosso aconteceram logo. Tudo de muito difícil, aconteceu no começo”, relata Su-zana. Em situações assim, continua, tem de ser uma relação forte, de muito com-prometimento, senão não vinga. “Ela não tinha a mulher em casa, as poucas vezes em que estávamos juntas eram ligadas no telefone, no hospital, porque a gente não se desligava da Lívia.”

O relacionamento foi se fortalecendo à distância, com muita oração, confi an-ça, entrega e colaboração. “Em termos de relação, nós vivemos tudo isso.” Mônica fazia o possível para ajudar. Levava e bus-cava os fi lhos no hospital, dava suporte para Suzana, inclusive fi nanceiramente. Os cuidados em tempo integral de Lívia obrigaram a mãe a deixar o trabalho na escola. “Por muito tempo, a Mônica fez as despesas da casa sozinha”, destaca.

E as complicações continuavam. Os muitos focos de infecção causaram uma endocardite, infecção no coração. Era preciso uma cirurgia de peito aberto. O médico chamou a família e deu a notícia de que possívelmente Lívia não voltaria.

Realizada no início de 2014, em 21 de janeiro, data do aniversário de Mônica, a cirurgia deixou todos afl itos, mas foi um sucesso. Depois de mais esse susto, Lívia chegou a passar um tempo em casa antes de viajar para Porto Alegre (RS), onde fez o transplante, em 2016.

Em casa, no período pré-transplante, ela passou a fazer diálise peritoneal. O catéter é inserido no abdômen e ligado a uma máquina com a substância que entra e sai do corpo, fazendo as vezes dos rins. Uma alternativa à hemodiálise. O procedimento dura a noite toda. Se dava qualquer problema, a máquina apitava. Suzana e Mônica fi cavam alertas.

“A Mônica foi cuidando de mim e eu fui pegando aproximação dela, um cari-nho muito grande”, conta Lívia.

Nas situações de dor, ressalta a psicó-loga Gabriella Assumpção, você reconhe-ce e vivencia sua própria fragilidade. Essa experiência ilumina a importância do outro, a necessidade do compartilhar da sobrecarga inerente às situações de extre-mo sofrimento. “Isso evidencia o quanto necessitamos do outro na nossa própria trajetória. Dependendo de como o com-panheiro ou a companheira se posiciona nesta hora, o amor pode sim ser amplia-do e se fortalecer.”

Suzana tem certeza disso. “Criamos uma relação forte, solidária e de compa-nheirismo entre todos nós”, afi rma. Os la-ços foram fortalecidos. Surgiu uma rede em prol da saúde, dos cuidados de Lívia, que envolveu as avós materna e paterna, e os familiares de Mônica.

ReconhecimentoQuando o namorado decidiu pedir

a mão da fi lha do meio, Luanna Castro, em casamento, o pedido foi feito às duas mães, Suzana e Mônica. O lugar especial foi conquistado pela fotógrafa a partir da admiração que suas ações geraram no coração de Luanna. “Ela ter se desdobra-do por conta da minha irmã fez a gente ver que a Mônica merecia minha mãe, e que a gente a aceitaria na nossa família.”

Luanna diz que, depois das avós pa-terna e materna, considera também Mô-nica como uma mãe. “Tenho um carinho, um respeito muito grande pela Mônica. Tanto ela quanto a família dela nos aco-lheram muito bem.”

Outra atitude, do fi lho mais velho, de-monstra o amor que os três têm pela mãe que os adotou. No Dia das Mães, Luccas deu um anel de presente para Suzana e um para Mônica. “Ela é a mãe nossa sim”, diz. Para ele, a namorada de Suzana os acolheu como família. “Ela sabia que virí-amos nós três e a Xena”. Xena é a maltês, a paixão da casa.

Há uma gratidão por Mônica ter sido e ainda ser a pessoa certa. “Ela não era mãe antes de nos ter. Mas assumiu mi-nha mãe, cuidou da Lívia e eu não espera-va isso de mais ninguém.”

Depois que transplantei, fui olhar e percebi que a gente havia construído um sentimento

sim. Ela [Mônica] já tinha, e eu estava descobrindo isso. Olhei o que estava sentindo. Gosto muito da Mônica. Ela me ensina muita coisa, sei que ensino muita coisa pra ela. A gente tem um lado de mãe e fi lha muito grande. Chamo ela de mãe, de Mônica, falo para as pessoas que ela é minha mãe... Por mais que a minha mãe seja a Suzana, pelo carinho, afeto e a forma que tento olhar tudo, a Mônica também é, porque ela tem o mesmo carinho.”

Lívia Castro

O amor se dá na convivência,

na disposição para a aventura de conhecer o outro. É no contato diário ou frequente que se reconhece o amor”.Gabriella Assumpção

10 GOIÂNIA, 27 DE MAIO A 2 DE JUNHO DE 2018 / www.tribunadoplanalto.com.br

Seleções do Grupo GBélgica

RÚSSIA 2018

TIME BASE

Fagner Pinho

No último dia 14 de março a primeira-ministra do Reino Unido,

Theresa May, decidiu con-gelar relações com Moscou e expulsou 23 diplomatas russos do território britâni-co. O fato ocorreu como reta-liação por parte do governo após o ex-espião russo Ser-guei Skripal e sua fi lha Iulia Skripal terem sido envenena-dos após um almoço em um restaurante em Londres.

O agente du-plo acabara de ser con-denado pela

Cabeça de chave do Grupo G, a Bél-gica chega a esta edição da Copa do Mundo com a impressão de que será a última chance de sua gera-ção de ouro conseguir, fi nalmente, conquistar uma taça na compe-tição. O mais perto que conseguir chegar disso foi em 1986, quando alcançou a semifi nal no México.

Se aquela, até o momento, era con-siderada a geração de ouro da Bélgica, por contar com jogadores do quilate de Enzo Scifo, Franky van der Elst, Nico Clae-sen e Jan Celeumans, a geração atual conta com excelentes jogadores, tais como Kevin de Bruyne, Vermalen, Vertonghen, Kompany, Fellaini, Witsel, Dembelé, Eden Hazard, Mertens e Lukaku.

Trata-se de um time forte, principalmente do meio para o ataque, e, caso consiga formar ver-dadeiramente uma equipe e não somente uma junção de vários grandes jogadores, pode surpre-ender nesta Copa. Do contrário, amargará seu fi m antes, ao menos, das semifi nais que a geração an-terior alcançou.

Courtois; Meunier, Alderweireld ,Vermaelen e Vertonghen; Fellaini, Mousa Dembelé, Éden Hazard e De Bruyne; Lukaku e MertensTécnico: Roberto Martínez (Espanha)Mundiais disputados: dozeMelhor partida: Eliminar a Espanha nos pênaltis, nas quartas de fi nal da Copa de 1986Melhor campanha: 4º em 1986Como se classifi cou: 9v e 1eDestaque: De Bruyne, meia (Manchester City)Termômetro: morno/quenteAté onde? Quartas-de-fi nal

Futebol eespionagem

O GRUPO G DEVE SER O QUE MAIS ATRAIRÁ A ATENÇÃO DOS TORCEDORES. MAS NÃO SÓ PELO FUTEBOL

Justiça russa por espionagem a favor dos interesses britânicos, e, segundo o governo britânico, ele e sua

fi lha foram envenenados com a substância tóxica A-234, em uma operação comandada pelo go-verno russo, que negou qualquer relação com o caso.

Com isso, a situação da chave G na Copa, deve ter um cunho político muito grande, uma vez que a In-glaterra – único País a fazer parte do Reino Unido que se classifi cou para a Copa – caiu. As atenções estarão voltadas para ingleses e, claro, dentro de campo, para a atuação da Bélgica, uma das favoritas deste torneio. Ah, o grupo ainda conta com Tunísia e Panamá, que correm sério risco de sequer serem notados.

11 GOIÂNIA, 27 DE MAIO A 2 DE JUNHO DE 2018 / www.tribunadoplanalto.com.br

Confi ra os jogos do Grupo G1ª rodada 2ª rodada 3ª rodada

Panamá Tunísia Inglaterra

TIME BASE

TIME BASE

TIME BASE

Houve um tempo na qual a seleção panamenha de fute-bol era lembrada por ter, em seus quadros, um dos melho-res atacantes do mundo na década de 1990. Aquela seleção do Panamá contava, em seu ataque, com o artilheiro Júlio César Dely Valdez, que jogou, dentre outros no Cagliari, no Paris Saint Germain, no Málaga e no Real Oviedo, sempre marcando muitos gols.

Hoje a realidade é diferente. Seu jogador mais co-nhecido no Brasil e no mundo é o zagueiro Baloy, o mesmo que participou do segundo rebaixamento da história do Grêmio. No mais, conta no ataque com dois velhos atacantes: Luis Tejada, com 36 anos, que atual-mente joga no futebol peruano; e Blás Perez, de 37 anos, que atua no Municipal, da Guatemala.

A verdade é que o Panamá já conquistou sua taça ao se classifi car para a primeira Copa do Mundo de sua história, ao vencer a Costa Rica com um gol marcado aos 53 minutos do segundo tem-po, gol este que, de que-bra, eliminou os Estados Unidos da Copa. Na-quele dia, foi decreta-do feriado nacional. A Rússia é lucro!

Já se vão 12 anos desde a úl-tima vez que a Tunísia disputou uma Copa do Mundo. E a exem-plo das participações anteriores, em 2002 e 1998, o os tunisianos não conseguiram sequer pas-sar da primeira fase. Em todas estas participações, uma curiosa coincidência: em todas a Tunísia foi eliminada com um empate e duas derrotas.

Em 1998 a seleção caiu em um grupo no qual tam-bém enfrentaram a Inglaterra, além da Colômbia e da Romênia. A Tunísia jogou bem nos dois primeiros jogos, mesmo perdendo ambos – para Inglater-ra e Colômbia. Naquele que jogou mal, por pouco não venceu a Romênia, líder do gru-po. Final, empate em 1 a 1.

A expectativa é que os tunisianos voltem a vencer em uma Copa do Mun- d o , algo que não ocorre desde 1978, quando, na Argentina, eles surpreenderam o mun-do empatando com os então campeões mundiais – a Alemanha Ocidental –

perderam para a Po-lônia e venceram o

México, por 3 a 1.

Tradicionalíssima em Co-pas, a seleção da Inglaterra, tal qual a França, volta a disputar uma competição mundial em busca daquilo que a atormenta e a seus torcedores: provar que pode ser campeã mundial atu-ando fora de seus domínios – a última e única vez que venceu a Copa do Mundo foi em 1966, em casa.

Para isso o técnico Gareth Southgate chega à Rús-sia com um time com bons nomes, como os do goleiro Pickford e dos meias Henderson e Dier. Mas é no ata-que onde a Inglaterra apresenta sua maior força. O time conta com nomes do quilate de Vardy, Sturridge, Rashford, Sterling e, principalmente, de Harry Kane.

É nos pés do atacante do Tottenham que vivem as maiores esperanças dos ingle-ses, que, chegam a esta edição da Copa do Mundo com uma das últimas gerações que não passaram por uma nova políti-ca de formação de jogadores implantado pela Football Association, que fez com que a Inglaterra se tornasse uma das maiores po-tências de base do

futebol mundial nos úl-timos anos.

Penedo; Torres, Baloy, Machado e Gómez; Cooper, Ovale, Godoy e Tejada; Gabriel Torres e QuinteroTécnico: Hérnan Dario Gómez (Colômbia)Mundiais disputados: nenhumMelhor partida: estreanteComo se classifi cou: 3v, 4e e 3dDestaque: Baloy, zagueiro (Municipal-PAN)Termômetro: frio/frioAté onde? Primeira fase

Balbouli; Nagguez, Ben Youssef, Maaloul e Meriah; Ben Amor, Chaalali, Khazri e Msakni;

Khenissi e BadriTécnico: Henryk Kasperczack (Polônia)

Mundiais disputados: quatroMelhor partida: 3 x 1 sobre o México na Copa de

1978, a primeira vitória africana em MundiaisMelhor campanha: Nunca passou da primeira

fase / Como se classifi cou: 6v e 2eDestaque: Khazri, meia (Sunderland)

Termômetro: frio/frioAté onde? Primeira fase

Pickford; Walker, Stones, Cahill e Bertrand; Henderson, Dier e Dele Alli; Rashford, Harry

Kane e SterlingTécnico: Gareth Southgate

Mundiais disputados: 14Melhor partida: Inglaterra 4 x 2 Alemanha

Ocidental – Final da Copa do Mundo de 1966Melhor Campanha: Campeã em 1966

Como se classifi cou: 8v e 2eDestaque: Harry Kane, atacante (Tottenham)

Termômetro: Quente/quenteAté onde? Semifi nal

18/06 - 12h - Bélgica x Panamá Estádio Olímpico de Fisht (Sochi)

23/06 - 9h - Bélgica x Tunísia Arena Otkrytie (Moscou)

28/06 - 15h - Inglaterra x Bélgica Estádio de Kaliningrado (Kaliningrado)

18/06 - 15h - Tunísia x Inglaterra Arena Volgogrado (Volgogrado)

24/06 - 9h - Inglaterra x Panamá Estádio de Níjni Novgorod (Níjni Novgorod)

18/06 - 15h - Panamá x Tunísia Arena Mordovia (Saransk)

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No último dia 14 de março a primeira-ministra do Reino Unido,

Theresa May, decidiu con-gelar relações com Moscou e expulsou 23 diplomatas russos do território britâni-co. O fato ocorreu como reta-liação por parte do governo após o ex-espião russo Ser-guei Skripal e sua fi lha Iulia Skripal terem sido envenena-dos após um almoço em um restaurante em Londres.

O agente du-plo acabara de ser con-denado pela

Cabeça de chave do Grupo G, a Bél-gica chega a esta edição da Copa do Mundo com a impressão de que será a última chance de sua gera-ção de ouro conseguir, fi nalmente, conquistar uma taça na compe-tição. O mais perto que conseguir chegar disso foi em 1986, quando alcançou a semifi nal no México.

Se aquela, até o momento, era con-siderada a geração de ouro da Bélgica, por contar com jogadores do quilate de Enzo Scifo, Franky van der Elst, Nico Clae-sen e Jan Celeumans, a geração atual conta com excelentes jogadores, tais como Kevin de Bruyne, Vermalen, Vertonghen, Kompany, Fellaini, Witsel, Dembelé, Eden Hazard, Mertens e Lukaku.

Trata-se de um time forte, principalmente do meio para o ataque, e, caso consiga formar ver-dadeiramente uma equipe e não somente uma junção de vários grandes jogadores, pode surpre-ender nesta Copa. Do contrário, amargará seu fi m antes, ao menos, das semifi nais que a geração an-terior alcançou.

Courtois; Meunier, Alderweireld ,Vermaelen e Vertonghen; Fellaini, Mousa Dembelé, Éden Hazard e De Bruyne; Lukaku e MertensTécnico: Roberto Martínez (Espanha)Mundiais disputados: dozeMelhor partida: Eliminar a Espanha nos pênaltis, nas quartas de fi nal da Copa de 1986Melhor campanha: 4º em 1986Como se classifi cou: 9v e 1eDestaque: De Bruyne, meia (Manchester City)Termômetro: morno/quenteAté onde? Quartas-de-fi nal

Futebol eespionagem

O GRUPO G DEVE SER O QUE MAIS ATRAIRÁ A ATENÇÃO DOS TORCEDORES. MAS NÃO SÓ PELO FUTEBOL

Justiça russa por espionagem a favor dos interesses britânicos, e, segundo o governo britânico, ele e sua

fi lha foram envenenados com a substância tóxica A-234, em uma operação comandada pelo go-verno russo, que negou qualquer relação com o caso.

Com isso, a situação da chave G na Copa, deve ter um cunho político muito grande, uma vez que a In-glaterra – único País a fazer parte do Reino Unido que se classifi cou para a Copa – caiu. As atenções estarão voltadas para ingleses e, claro, dentro de campo, para a atuação da Bélgica, uma das favoritas deste torneio. Ah, o grupo ainda conta com Tunísia e Panamá, que correm sério risco de sequer serem notados.

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Panamá Tunísia Inglaterra

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Houve um tempo na qual a seleção panamenha de fute-bol era lembrada por ter, em seus quadros, um dos melho-res atacantes do mundo na década de 1990. Aquela seleção do Panamá contava, em seu ataque, com o artilheiro Júlio César Dely Valdez, que jogou, dentre outros no Cagliari, no Paris Saint Germain, no Málaga e no Real Oviedo, sempre marcando muitos gols.

Hoje a realidade é diferente. Seu jogador mais co-nhecido no Brasil e no mundo é o zagueiro Baloy, o mesmo que participou do segundo rebaixamento da história do Grêmio. No mais, conta no ataque com dois velhos atacantes: Luis Tejada, com 36 anos, que atual-mente joga no futebol peruano; e Blás Perez, de 37 anos, que atua no Municipal, da Guatemala.

A verdade é que o Panamá já conquistou sua taça ao se classifi car para a primeira Copa do Mundo de sua história, ao vencer a Costa Rica com um gol marcado aos 53 minutos do segundo tem-po, gol este que, de que-bra, eliminou os Estados Unidos da Copa. Na-quele dia, foi decreta-do feriado nacional. A Rússia é lucro!

Já se vão 12 anos desde a úl-tima vez que a Tunísia disputou uma Copa do Mundo. E a exem-plo das participações anteriores, em 2002 e 1998, o os tunisianos não conseguiram sequer pas-sar da primeira fase. Em todas estas participações, uma curiosa coincidência: em todas a Tunísia foi eliminada com um empate e duas derrotas.

Em 1998 a seleção caiu em um grupo no qual tam-bém enfrentaram a Inglaterra, além da Colômbia e da Romênia. A Tunísia jogou bem nos dois primeiros jogos, mesmo perdendo ambos – para Inglater-ra e Colômbia. Naquele que jogou mal, por pouco não venceu a Romênia, líder do gru-po. Final, empate em 1 a 1.

A expectativa é que os tunisianos voltem a vencer em uma Copa do Mun- d o , algo que não ocorre desde 1978, quando, na Argentina, eles surpreenderam o mun-do empatando com os então campeões mundiais – a Alemanha Ocidental –

perderam para a Po-lônia e venceram o

México, por 3 a 1.

Tradicionalíssima em Co-pas, a seleção da Inglaterra, tal qual a França, volta a disputar uma competição mundial em busca daquilo que a atormenta e a seus torcedores: provar que pode ser campeã mundial atu-ando fora de seus domínios – a última e única vez que venceu a Copa do Mundo foi em 1966, em casa.

Para isso o técnico Gareth Southgate chega à Rús-sia com um time com bons nomes, como os do goleiro Pickford e dos meias Henderson e Dier. Mas é no ata-que onde a Inglaterra apresenta sua maior força. O time conta com nomes do quilate de Vardy, Sturridge, Rashford, Sterling e, principalmente, de Harry Kane.

É nos pés do atacante do Tottenham que vivem as maiores esperanças dos ingle-ses, que, chegam a esta edição da Copa do Mundo com uma das últimas gerações que não passaram por uma nova políti-ca de formação de jogadores implantado pela Football Association, que fez com que a Inglaterra se tornasse uma das maiores po-tências de base do

futebol mundial nos úl-timos anos.

Penedo; Torres, Baloy, Machado e Gómez; Cooper, Ovale, Godoy e Tejada; Gabriel Torres e QuinteroTécnico: Hérnan Dario Gómez (Colômbia)Mundiais disputados: nenhumMelhor partida: estreanteComo se classifi cou: 3v, 4e e 3dDestaque: Baloy, zagueiro (Municipal-PAN)Termômetro: frio/frioAté onde? Primeira fase

Balbouli; Nagguez, Ben Youssef, Maaloul e Meriah; Ben Amor, Chaalali, Khazri e Msakni;

Khenissi e BadriTécnico: Henryk Kasperczack (Polônia)

Mundiais disputados: quatroMelhor partida: 3 x 1 sobre o México na Copa de

1978, a primeira vitória africana em MundiaisMelhor campanha: Nunca passou da primeira

fase / Como se classifi cou: 6v e 2eDestaque: Khazri, meia (Sunderland)

Termômetro: frio/frioAté onde? Primeira fase

Pickford; Walker, Stones, Cahill e Bertrand; Henderson, Dier e Dele Alli; Rashford, Harry

Kane e SterlingTécnico: Gareth Southgate

Mundiais disputados: 14Melhor partida: Inglaterra 4 x 2 Alemanha

Ocidental – Final da Copa do Mundo de 1966Melhor Campanha: Campeã em 1966

Como se classifi cou: 8v e 2eDestaque: Harry Kane, atacante (Tottenham)

Termômetro: Quente/quenteAté onde? Semifi nal

18/06 - 12h - Bélgica x Panamá Estádio Olímpico de Fisht (Sochi)

23/06 - 9h - Bélgica x Tunísia Arena Otkrytie (Moscou)

28/06 - 15h - Inglaterra x Bélgica Estádio de Kaliningrado (Kaliningrado)

18/06 - 15h - Tunísia x Inglaterra Arena Volgogrado (Volgogrado)

24/06 - 9h - Inglaterra x Panamá Estádio de Níjni Novgorod (Níjni Novgorod)

18/06 - 15h - Panamá x Tunísia Arena Mordovia (Saransk)

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felicidadeMaria José Rodrigues

Tribuna do Planalto A senhora escreveu um livro com o título O Sofrimento é Opcional. A senhora acredita que realmente é possível fugir do sofrimento?

É possível sim. Claro que as dores, decepções e insatisfações, nós não es-colhemos, pois elas chegam para nós. Agora o que nós fazemos com elas é que determina se queremos sofrer ou não.

Esse livro relata uma experiência que a senhora viveu, que foi a luta contra a depressão...

Lutei não, convivi. Acho importan-te frisar isso porque as palavras fazem toda a diferença. A forma como você lida com uma situação muda comple-tamente o seu olhar sobre essa situação. Se eu digo que vou lutar contra algo e tenho que vencer algo, estou colocan-do ali uma situação de confronto. Você apenas tem que conviver com o que você está passando em determinado momento de sua vida, e isso não é fi xo, tudo é transitório.

Para muitas pessoas, a felicidade parece ser algo inalcançável. Como se faz esse caminho então?

A felicidade está em nós, como tam-bém pode estar a infelicidade. Isso vai depender unicamente de como você lida com as situações do seu dia a dia. Não quero dizer que a felicidade deva ser um estado permanente de bem-es-tar, de fi ngir que tudo está bem quando não está. Pelo contrário. A felicidade que buscamos está muito mais relacionada a como você lida com as situações. O que acontece com você não é bom nem ruim. Apenas é! O que vai fazer a dife-rença é como você vai lidar com essa situação. Você pode se desesperar, se an-gustiar, chorar, lamentar, deitar numa cama e se entregar ou você pode apro-veitar o momento e buscar alternativas para encontrar o lado bom de tudo isso.

Como entender, na prática, que é possível não sofrer?

Dores existem, insatisfações existem, a vida nos dá muitas fl echadas, mas você não precisa fi car com a mão em cima da fl echa apertando aquilo que já te ma-chucou. Sofrimento é isso. Tivemos al-guma coisa que nos causou sofrimento, quer seja uma separação, uma decepção, uma doença ou morte de pessoas queri-das ou de sonhos, ideias e planos -, e isso, por si só, já é sufi cientemente doloroso. Então para que fi car ali insistindo em não deixar a ferida se curar? A vida é perfeição. Deixa que a ferida se cicatrize e segue o fl uxo de sua vida. Nós temos a capacidade de passar por toda a difi -culdade e renascer, recomeçar e não faz sentido algum fi car parado ruminando o que é negativo. Existem tantas memó-rias boas para recordar antes de qual-quer situação desagradável. É um pouco isso. Precisamos compreender que na vida não há nada fi xo ou permanente. Estamos atravessando por difi culdades e elas atravessando por nós, mas tudo isso muda!

No próximo dia 30 de junho, a jornalista Cláudia Dias

Baptista de Souza completará 71 anos de idade. Cláudia

Dias Baptista de Souza é o nome de batismo da principal representante do movimento zen budista no Brasil. A cada

novo vídeo postado no Youtube (Canal Mova), em poucos minutos são registrados

milhares de acessos, likes e comentários. Com sete livros

já lançados, Monja Coen bateu todos os recordes de público

quando veio a Goiânia, no fi nal do mês passado, para participar do projeto Café

de Ideias, no Centro Cultural Oscar Niemeyer (CCON).

Nesta entrevista à Tribuna do Planalto, a jornalista e

missionária budista ensina o ‘caminho das pedras’ para

encontrar a tão sonhada felicidade que, para ela,

passa inevitavelmente pela mudança de pensamentos e

pela consciência no momento presente. “Devemos estar

sempre no agora, mas muitas pessoas preferem estar no

passado ou no futuro”.

Monja oen

E qual o caminho mais fácil para a felicidade?

Existem vários, mas um muito im-portante é a presença absoluta, quando estamos absolutamente presentes em tudo que está acontecendo conosco não há nem alegria nem tristeza; o que existe é apenas a experiência daquele instante.

E quanto a juventude atual, que se mostra tão perdida e insegura em relação ao futuro?

Existe uma pressão social muito grande sobre os jovens para que esco-lham logo o seu destino, mas ninguém se questiona se vai chegar lá no futuro. Nós não sabemos. Na verdade, a função prin-cipal da vida é viver a vida, experimentar a vida... Claro que temos que fazer esco-lhas, mas isso não signifi ca que uma escolha deva ser para a eternidade. Você pode escolher um concurso, uma profi s-são e, passado algum tempo, pode mudar de ideia. E está tudo bem, não tem o me-nor problema. O que nós, jovens ou não, precisamos fazer é descobrirmos o que nos dá prazer de verdade. No caso dos jo-vens, não é necessário defi nir um gran-de objetivo na vida, aquele propósito da vida inteira. Isso é muito pesado. Porque não ir resolvendo as coisas conforme elas vão surgindo? Qual o problema nis-so? Todo mundo tem capacidade de dis-cernimento, de escolha e de observação profunda. Meus amigos estão fazendo isso e estão felizes. Que bom para eles! Eu ainda não sei. Aliás, dentro do zen bu-dismo, nós falamos que o ‘não saber’ é o caminho superior.

Em seus vídeos, a senhora fala muito no ‘despertar’ e na necessidade das pessoas ‘serem mais leves’. O que signifi ca esse ‘despertar?

Não fazer a vida ser muito pesada, não levar a vida tão a sério porque as coi-sas mudam de um instante para o outro. Não temos domínio sobre isso. De que adianta valorizar os problemas? Muitas pessoas vivem se lamuriando: “Eu não consigo sair do meu problema, como eu sofro, como sou infeliz...”. Problema exis-tem e sempre vão existir. Em todo o mun-do temos coisas graves para resolver, questões muito severas que precisamos nos envolver, mas sem tanto peso, sem tanta dramaticidade. Não precisamos transformar tudo em uma tragédia, e fi ca muito mais fácil de resolver quando encaramos os problemas com otimismo.

Seria o império do vitimismo?

Exatamente. A cultura do ‘eu sou uma vítima, um coitadinho, o mundo não presta e por isso estou sofrendo muito’. Tem so-frimento sim, mas tem alegria também. Tem sombra, mas também tem luz. Um não existe sem o outro. Preci-samos ter um olhar mais abrangente para a vida

e o despertar é isso. Quando estamos dentro de um problema, fi camos muito limitados; então é preciso tirar um pou-co as viseiras e lançar um olhar mais expandido para além de nós mesmos. Essa é a provocação que eu faço às pes-soas. Não precisa ver o mundo como eu vejo, mas pelo menos permita que seu ponto de vista seja mais amplo.

A humanidade tem se enganado ao acreditar que o dinheiro traz felicidade então? Mas ele, pelo menos, ajuda?

Felicidade não é ter coisas e obter coi-sas, claro que isso ajuda, mas felicidade também é ver o sol nascer, é parar para se encantar com as estrelas no céu, com a beleza de uma lua cheia. O caminho para a plenitude da existência, em si, é simples. Basta apreciar a beleza da vida. Também é preciso sair desse foco de que ganhar muito dinheiro leva à feli-cidade, ter status social leva à felicidade. Isso tudo é uma bobeira que a socieda-de cultiva há séculos. Tudo que a gente corre atrás foge mais rápido. Mas se você aquieta o coração e a mente e deixa che-gar, é muito mais prazeroso e verdadeiro.

O autoconhecimento se tornou um grande modismo. Entretanto, essa jornada interior não é nada fácil. Em contraposição a isso, somos uma sociedade cada vez mais carente e solitária...

O autoconhecimento é importante porque conhecendo a si mesmo, você lida melhor com suas difi culdades. Quando você não se conhece, você se perde. Você se perde no desespero e na angústia e isso pode levar a pessoa a re-correr a meios impróprios de resolver suas frustrações, como as drogas, suicí-dio, álcool, violência. Cada pessoa preci-sa aprender a apreciar sua solidão para poder ouvir a sua mente, conversar com ela mesma e não esperar que o outro faça essa ponte. Ter a sua própria compa-nhia é muito agradável. Aqueles que vão atrás de outras companhias em busca de si mesmo se perdem no caminho.

A meditação é um bom caminho?

Sim, muito. A prática meditativa é uma grande mudança, mas isso é muito associado à Índia, China e Japão. Mas a meditação faz parte da condição huma-na e isso foi se perdendo, sendo esqueci-da. A meditação é a grande libertação do ser, é uma viagem profunda para o nosso

interior. Ela nos ensina como co-nhecer e lidar com nossas

emoções e pensamentos. Como eu vou conhecer a minha historinha

de vida se não me vol-to para mim mes-

ma e não abro espaço para

que eu mes-ma possa me

ouvir?