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A Comunidade do Porto do Capim está localizada no Bairro do Varadouro, na cidade de João Pessoa, às margens do Rio Sanhauá, território que compõe o estuário do Rio Paraíba, o mais importante do Estado. A comunidade se localiza em área de valor histórico e paisagístico, onde se concentrava atividade comercial e portuária e era o centro de escoamento da produção local, predominantemente de açúcar, por onde se deva transporte internacional, nacional e local de pessoas e bens, e permaneceu estratégico até a década de 40. Em 1935 foram desativadas as operações portuárias, passando estas a serem realizadas pelo então novo Porto de Cabedelo (nesta época, distrito de João Pessoa). Desde então, pescadores, marinheiros e trabalhadores locais perderam seus ofícios, bem como pontos de comércio e pequenas fábricas foram desativados. A comunidade tradicional ribeirinha Porto do Capim, convive há mais de 15 anos com a constante ameaça deremoção. Em 2011, foi proposto pela Prefeitura Municipal de João Pessoa um projeto que previa a total relocação da comunidade, a total substituição do solo da orla do mangue (decorrendo disso a destruição do mesmo) e a execução de um aterro na cora 3m (30 cm acima da cota alcançada pela maré de sigizia), projetoesse que realizava uma verdadeira tabula rasa, sem deixar vestígios do mangue e da comunidade. Desde então a comunidade, movida pelo profundo sentimento de insatisfação, criou uma comissão de moradores intitulada “Porto do Capim em Ação”, que passou a reivindicar o diálogo com o poder público e aexigir uma participação ativa na concepção do projeto. A partir de uma solicitação do Ministério Público Federal (MPF), formulada em reunião no dia 30 de junhode 2015, para que os moradores do Porto do Capim elaborassem, com a assessoria da UFPB, uma proposta alternativa para a Requalificação Urbana, Ambiental e Patrimonial do Porto do Capim, foi dado início ao processo participativo² que mobilizou a comunidade ao longo do mês de julho de 2015 e que resultou num documento intitulado Mapa dos Desejos. Para pôr em prática o processo de construção deuma proposta alternativa, foi utilizada uma metodologia participativa que se consistiu em duas oficinas, duas assembleias deliberativas e uma apresentação pública. Com o objetivo de não perder os recursos do PAC, em dezembro de 2015, a Secretária Municipal da Habitação, Socorro Gadelha, propôs a criação de um Grupo de Trabalho, formado por representantes de todos as partes interessadas (UFPB, IPHAN, AMPC, PMJP MPF.), que, desde janeiro de 2016, vem se reunindo para produzir um novo, projeto. Diante desse contexto, elaborou-se formas de se conciliar os condicionantes projetuais apresentados pelo Grupo de Trabalho (GT) com a permanência da comunidade em seu local de origem. TUTOR: Arq. Drª. Angela Gordilho Arq. Drº. Eduardo Carvalho Arq. Me. Heliana Mettig Arq. Me. João Maurício Ramos CO-TUTOR: Arq. Drª. Elisabetta Romano COMUNIDADE DO PORTO DO CAPIM: DIREITO A PERMANÊNCIA E RESPEITO A CULTURA E TRADICIONALIDADE RIBEIRINHA AUTORES: Arq. Camila Furtado de Figueiredo Arq. Ezio Luiz Martins Simões Arq. Flávio Brandão Boaventura Arq. Marina Queiroz Fontenele DATA: NOV/2016 01/06 ESPECIALIZAÇÃO EM ASSISTÊNCIA TÉCNICA PARA HABITAÇÃO E DIREITO À CIDADE TRABALHO FINAL ORIENTADO RESIDÊNCIA EM ARQUITETURA, URBANISMO E ENGENHARIA UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE ARQUITETURA ESCOLA POLITÉCNICA

Painel 01 - Ufba · paisagístico, onde se concentrava atividade comercial e portuária e era o centro de escoamento da produção local, predominantemente de açúcar, por onde se

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Page 1: Painel 01 - Ufba · paisagístico, onde se concentrava atividade comercial e portuária e era o centro de escoamento da produção local, predominantemente de açúcar, por onde se

A Comunidade do Porto do Capim está localizada no Bairro do Varadouro, na cidade de João Pessoa, às margens do Rio Sanhauá, território que compõe o estuário do Rio Paraíba,o mais importante do Estado. A comunidade se localiza em área de valor histórico e paisagístico, onde se concentrava atividade comercial e portuária e era o centro de escoamento da produção local, predominantemente de açúcar, por onde se deva transporte internacional, nacional e local de pessoas e bens, e permaneceu estratégico até a décadade 40. Em 1935 foram desativadas as operações portuárias, passando estas a serem realizadas pelo então novo Porto de Cabedelo (nesta época, distrito de João Pessoa).Desde então, pescadores, marinheiros e trabalhadores locais perderam seus ofícios, bemcomo pontos de comércio e pequenas fábricas foram desativados.

A comunidade tradicional ribeirinha Porto do Capim, convive há mais de 15 anos com a constante ameaça deremoção. Em 2011, foi proposto pela Prefeitura Municipal de João Pessoa um projeto que previa a total relocação da comunidade, a total substituição do soloda orla do mangue (decorrendo disso a destruição do mesmo) e a execução de um aterro na cora 3m (30 cm acima da cota alcançadapela maré de sigizia), projetoesse que realizava uma verdadeira tabula rasa, sem deixar vestígios do mangue e da comunidade. Desde então a comunidade, movida pelo profundo sentimento de insatisfação, criou uma comissão de moradores intitulada “Porto doCapim em Ação”, que passou a reivindicar o diálogo com o poder público e aexigir uma participação ativa na concepção do projeto.

A partir de uma solicitação do Ministério Público Federal (MPF), formulada em reunião no dia 30 de junhode 2015, para que os moradores do Porto do Capim elaborassem, coma assessoria da UFPB, uma proposta alternativa para a Requalificação Urbana, Ambientale Patrimonial do Porto do Capim, foi dado início ao processo participativo² que mobilizou a comunidade ao longo do mês de julho de 2015 e que resultou num documento intitulado Mapa dos Desejos. Para pôr em prática o processo de construção deuma proposta alternativa, foi utilizada uma metodologia participativa que se consistiu em duas oficinas, duas assembleias deliberativas e uma apresentação pública. Com o objetivo de não perder os recursos do PAC, em dezembro de 2015, a Secretária Municipal da Habitação, Socorro Gadelha, propôs a criação de um Grupo de Trabalho, formado por representantesde todos as partes interessadas (UFPB, IPHAN, AMPC, PMJP MPF.), que, desde janeiro de 2016, vem se reunindo para produzir um novo, projeto. Diante desse contexto, elaborou-se formas de se conciliar os condicionantes projetuais apresentados pelo Grupo de Trabalho (GT) com a permanência da comunidade em seu local de origem.

TUTOR:Arq. Drª. Angela GordilhoArq. Drº. Eduardo CarvalhoArq. Me. Heliana MettigArq. Me. João Maurício RamosCO-TUTOR:Arq. Drª. Elisabetta Romano

COMUNIDADE DO PORTO DO CAPIM:DIREITO A PERMANÊNCIA E RESPEITO A CULTURA E TRADICIONALIDADE RIBEIRINHA

AUTORES:Arq. Camila Furtado de FigueiredoArq. Ezio Luiz Martins SimõesArq. Flávio Brandão BoaventuraArq. Marina Queiroz Fontenele

DATA: NOV/2016

01/06ESPECIALIZAÇÃO EM ASSISTÊNCIA TÉCNICA PARA HABITAÇÃO E DIREITO À CIDADE

TRABALHO FINAL ORIENTADO

RESIDÊNCIA EM ARQUITETURA, URBANISMO E ENGENHARIA

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

FACULDADE DE ARQUITETURA

ESCOLA

POLITÉCNICA