Paiva Couceiro Visto Por Fernando Pessoa

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  • 7/25/2019 Paiva Couceiro Visto Por Fernando Pessoa

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    Paiva Couceiro visto por Fernando Pessoa:

    [...]Entre outras coisas o sr. deve ter ouvido chamar traidor a Paiva Couceiro. Devetambm ter ouvido denunciar e conspurcar uma frase, de que antes !fonso "### que

    !fonso Costa$. %uero fa&er ' n(o propriamente a defesa destas duas coisas ' daatitude de Couceiro e da frase atribu)da aos mon*rquicos. !s considera+es, queacabo de e-arar, devem dar/he a intui+(o de como essa defesa pode ser feita.

    Paiva Couceiro um esp)rito ferrenhamente tradiciona/ista. Podemos n(o concordar '0* disse que n(o concordo ' com esse conceito de naciona/idade. 1as e/e semd2vida um conceito de naciona/idade. 3 prefer)ve/ a conceito nenhum. Dentro do seutradiciona/ismo pode haver patriotismo4 fora de/e, e n(o havendo a cria+(o de novosideais abso/utamente nacionais, n(o ve0o que patriotismo possa haver. Paiva Couceiroviu er5uerse uma institui+(o, a que a/5uns maduros e um 5rande n2mero de 5atunoschamaram a nossa querida 6ep2b/ica$ ' e deve ter sentido, sen(o o pensou

    /ucidamente ' que essa institui+(o vinha arrancar tudo quanto restava ' e n(o eramuito ' das tradi+es nacionais, sem /he substituir abso/utamente nada que mostrasseque era uma rep2b/ica portu5uesa. Couceiro viu, ou deve ter sentido, que ta/6ep2b/ica, ou que quer que fosse, representava, nessas condi+es um atentado contraa P*tria. Era uma factor de disso/u+(o naciona/. 7(o a5ia sen(o destrutivamente sobrequanto se pudesse considerar como ener5i&ador das a/mas portu5uesas, comocon5re5ador das a/mas portu5uesas numa 2nica /usitana. Por isso o tradiciona/istaPaiva Couceiro sentiu a necessidade de conspirar. E/e foi sempre um 5rande so/dado eum 5rande patriota4 continuou sendo o mesmo so/dado e o mesmo patriota. ! suasuperioridade mora/ sobre os estran5eiros da nossa 6ep2b/ica incomensur*ve/. 7oseu tradiciona/ismo e-a/tado, e/e , apesar de tudo, um portu5u8s. E/es n(o s(o nada,nada, nada. Estran5eiros, e estran5eiros est2pidos4 que nem sequer vieram tra&er 9administra+(o p2b/ica aque/a honestidade cu0a aus8ncia na monarquia /hes serviu detrampo/im para as campanhas oposicionistas. ! monarquia, certo, era um re5ime de/adres e incompetentes. 1as era um re5ime que estava c* h* oito scu/os, que, pe/omenos e-teriormente estava identificado se n(o com a naciona/idade, pe/o menos coma e-ist8ncia ostensiva da naciona/idade. ubstitu)/a por um re5ime que, a/m de n(oser naciona/ de modo nenhum, continuava as mesmas tradi+es ;estas simi est2pido. Aisboa: Babe/, . #B7: GHGIGJK

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