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AFAACADEMIA DA FORA AREA

CADETE DE INFANTARIA DIEGO SILVA PAIVA

O USO DE TECNOLOGIIA NA SEGURANA E O USO DE TECNOLOG A NA SEGURANA E DEFESA DE IINSTALAES E BASES AREAS DEFESA DE NSTALAES E BASES AREAS

PIRASSUNUNGA SO PAULO

2010

CADETE DE INFANTARIA DIEGO SILVA PAIVA

O USO DE TECNOLOGIIA NA SEGURANA E O USO DE TECNOLOG A NA SEGURANA E DEFESA DE IINSTALAES E BASES AREAS DEFESA DE NSTALAES E BASES AREAS

Trabalho de Concluso de Curso (TCC), apresentado ao final do Curso de Formao de Oficiais da Academia da Fora Area.

Orientador: Prof. Dr. Carlos Alberto F. Bispo

PIRASSUNUNGA SO PAULO

2010

CADETE DE INFANTARIA DIEGO SILVA PAIVA

O USO DE TECNOLOGIIA NA SEGURANA E O USO DE TECNOLOG A NA SEGURANA E DEFESA DE IINSTALAES E BASES AREAS DEFESA DE NSTALAES E BASES AREAS

Trabalho de Concluso de Curso (TCC), apresentado ao final do Curso de Formao de Oficiais da Academia da Fora Area.

Data de aprovao: ___/___/____

MEMBROS COMPONENTES DA BANCA EXAMINADORA

Orientador:

Prof. Dr. Carlos Alberto Ferreira Bispo

Membro Titular:

Membro Titular:

Local: Diviso de Ensino Academia da Fora Area Pirassununga

minha famlia.

AGRADECIMENTOS

Agradeo a todos que contriburam para a minha formao acadmica: minha famlia, a meus amigos e companheiros de turma. Agradeo especialmente a minha me e a minha noiva, pois elas, especialmente, estavam sempre dispostas a me aconselhar e me ajudar nos momentos mais difceis. No poderia deixar de agradecer ao meu orientador Carlos Bispo, que sempre me deu boas dicas e idias para melhorar meu trabalho.

muito mais fcil destruir o potencial areo inimigo, destruindo seus ninhos e ovos, do que caar seus pssaros voando no cu Giulio Douhet

RESUMOEste trabalho ter como foco o uso de tecnologias de segurana e defesa para melhorar a segurana das instalaes da Fora Area Brasileira (FAB). Para isso, sero citados os conceitos de segurana de instalaes e superfcies, as prioridades e as tecnologias a serem implantadas.

Palavras-chave: Tecnologia Militar, Segurana, Defesa, Aeronutica.

ABSTRACT

This monograph will focus the use of security and defense technology to improve the security of the Brazilian Air Forces installations. To reach that goal, will be mentioned the concepts of surface and installations security, the priorities and the technologies to be implanted.

Key-word: Military Technology, Security, Defense, Aeronautics.

LISTA DE ILUSTRAES

Figura 1 Cmera Flir Sentinel........................................................................... 21 Figura 2 Componentes do radar Na-PPS-5...................................................... 25

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Caractersitcas e benefcios da Cmera Flir Sentinel............................... 22

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AFA: Academia da Fora Area. CINDACTA: Centro Integrado de Defesa Area e Controle de Trfego Areo C4ISR: Command, Control, Communications, Computers, Intelligence, Surveillance and Reconnaissance (Comando, Controle, Comunicaes, Computadores, Inteligncia, Vigilncia e Reconhecimento) CME: ContraMedidas Eletrnicas DCA: Doutrina do Comando da Aeronutica DTCEA: Destacamento de Telecomunicao e Controle do Espao Areo EDA: Esquadro de Demonstrao Area EUA: Estados Unidos da Amrica FAA: Fuerza Area Argentina FAB: Fora Area Brasileira. FAYS: Fazenda da Aeronutica IAI: Israel Aircraft Industries MCMR: Man-portable counter mortar radar system MPE: Medidas de Proteo Eletrnica OM: Organizao Militar. PL: Ponto de Lanamento RVT: Radares de Vigilncia Terrestre

SAS: Special Air Service URSS: Unio das Repblicas Socialistas Soviticas VANT: Veculo Areo No Tripulado

SUMRIO

1 INTRODUO.............................................................................................

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2 Conceituaes................................................

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3 ATAQUES BASES AREAS.........................................3.1 Ataque a Pearl Harbor 3.2 Norte da frica durante a 2 Guerra Mundial 3.3 Guerra das Malvinas

1818 19 19

4 TECNOLOGIAS DE DEFESA E SEGURANA4.1Cmeras Infravermelhas 4.2 Veculos Areos No Tripulados 4.3 Radares de Vigilncia Terrestres 4.4 Sistema de Defesa Contra Morteiro 4.5 Artilharia Antiarea

2121 22 23 25 26

5 Consideraes Finais

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REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

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1 INTRODUO

O elemento principal da segurana e defesa de uma organizao militar o homem. A sentinela, os militares divididos nos diversos postos de servio, as patrulhas, tudo isso insubstituvel. Somente o soldado de servio na guarda, no porto de entrada de uma organizao tem discernimento suficiente para interpretar se uma pessoa deve ou no entrar na unidade, reconhecer uma possvel ameaa ou as reais intenes de um indivduo e, caso seja necessrio, acionar a equipe de pronto-emprego ou o oficial-de-dia para tomar cincia da situao. Porm, com o avanar da indstria blica e com o desenvolvimento de novas tecnologias, torna-se cada vez mais difcil garantir a segurana do pessoal das organizaes militares, de seus equipamentos e de suas instalaes, mantendo assim a operacionalidade e as atividades administrativas da unidade. Um exemplo de tecnologia de difcil rastreamento e defesa so as armas stand off, como o morteiro. O morteiro de 81 mm capaz de atingir um alvo a at 5 km de distncia. Caso uma tropa inimiga tivesse como misso a destruio de um aerdromo, de hangares ou aeronaves, seria muito difcil para os militares dessa organizao localizar com rapidez e preciso de onde os fogos esto sendo lanados e executarem aes de pronta-resposta, evitando assim que o inimigo tivesse xito na sua misso. Outro fator que dificulta o monitoramento da unidade a grande rea territorial que algumas possuem. A Academia da Fora Area (AFA), por exemplo, possui mais de 30 km de permetro. A AFA ainda sedia vrias organizaes como a Fazenda de Aeronutica (FAYS), o Esquadro de Demonstrao Area (EDA), sem contar os diversos militares que residem naquela rea, tanto na Vila dos Oficiais, como na Vila dos Sargentos, Sub-oficiais e Cabos. Caso um inimigo resolvesse sabotar o abastecimento de gua das vilas militares com veneno ou algum agente qumico ou biolgico conseguiria causar grande transtorno na unidade ou at mesmo a total a inoperacionalidade da mesma. Se um ataque como esse ocorre em uma localidade

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visando atingir pessoal especializado e sensvel para a segurana nacional, um exemplo so os pilotos de aeronaves de caa da FAB, toda nao ficaria vulnervel. Ento, percebe-se que necessria a utilizao de meios suplementares de vigilncia e de defesa nas organizaes militares, assim como meios de comunicaes eficazes e que garantam o fluxo rpido das informaes entre os diversos setores. Cmeras infravermelhas, sensores eletromagnticos, radares de tropa, radares antibateria, VANTs, esses so apenas alguns exemplos de tecnologias que auxiliariam a segurana no solo. Existe um conceito de trabalho que seria de muito auxilio na garantia da segurana e defesa das instalaes da FAB. C4ISR a sigla para: Command, Control, Communications, (Comando, Computers, Intelligence, Surveillance and Reconnaissance Vigilncia e

Controle,

Comunicaes,

Computadores,

Inteligncia,

Reconhecimento). A fuso dessas plataformas (trabalhando a vigilncia com elementos tecnolgicos, computadores, sistemas de comunicao) permite uma rpida tomada de decises por parte do Comando e uma rpida deteco de ameaas. importante a FAB trabalhar com esse conceito, pois se no comear a se modernizar, em uma situao de guerra, no haver tempo hbil para a instalao desses elementos e muito menos para desenvolv-los. Pensando-se em um inimigo mais desenvolvido e com mais capacidades combativas, a FAB no poderia tornar os msseis balsticos e de cruzeiro inimigos ineficazes antes do lanamento ou logo aps, e com dificuldade poderia proteger seus meios aeronuticos e ainda denegar capacidade espacial ao adversrio. Portanto, o presente trabalho apresenta como problema a falta de segurana que, no mundo atual, uma base area que no possui suficientes modernos meios de vigilncia e de defesa enfrenta. A hiptese do trabalho ser que com suficientes radares, eficientes sistemas de comunicao e precisos sistemas de defesas, os meios areos da FAB estariam seguros contra ameaas externas.

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Ento, o objetivo do presente trabalho ser demonstrar a necessidade das tecnologias de segurana e defesa nas bases areas da Fora Area Brasileira. Para isso alcanar tal objetivo, ir primeiramente ser feita algumas conceituaes necessrias para compreender o assunto. Aps isso, ser demonstrado alguns fatos histricos que demonstram como uma fora armada direciona seus ataques aos vetores areos da fora inimiga e de que maneira ocorreram esses ataques. Ento, iro ser exemplificados alguns exemplos de tecnologias de defesa, vigilncia e comunicao. Por ltimo ser feita uma concluso dos termos que foram expostos nesta monografia.

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2 CONCEITUAES

Para podermos compreender a importncia do uso das tecnologias como meio para garantir a segurana e defesa de superfcies e instalaes de bases areas, antes precisamos definir alguns conceitos sobre o tema. Qual a misso da defesa de instalaes, quem realizar as aes de defesa e o que consiste a defesa de superfcie.

De acordo com a Doutrina Bsica da Fora Area Brasileira (DCA 1-1): A Defesa de Instalaes a misso de Superfcie, da Tarefa de Apoio Fora, com o propsito de proteger instalaes de interesse da Aeronutica e os equipamentos, suprimentos e pessoas nelas includos contra qualquer tipo de ataque.

Segundo o Glossrio da Aeronutica (MCA 10-4): A Autodefesa de Superfcie a reao de uma Fora Singular ou frao, em legtima defesa e com seus prprios meios, contra quaisquer formas de ataque ou agresso fsica procedente de foras ou elementos de superfcie (terra ou gua).

Como menciona a Diretriz da Estrutura Organizacional Bsica da Infantaria da Aeronutica (DCA 19-2): A misso da Infantaria da Aeronutica executar aes defensivas, ofensivas, especiais e de proteo, a fim de contribuir para o cumprimento da misso militar atribuda ao Comando da Aeronutica, preservando seus equipamentos, instalaes e pessoal.

Fazendo uma interseco dos conceitos, percebemos que a Infantaria da Aeronutica um dos elementos de defesa das unidades militares da aeronutica e seus pontos sensveis, devendo especializar-se cada vez mais, aumentando sua

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eficcia no cumprimento de sua misso e obtendo mais recursos para evitar ataques de superfcie e areos.

Para uma melhor compreenso dos raciocnios utilizados nesta monografia, a apresentao de alguns termos utilizados em defesa terrestre so necessrios:

1 - Armas stand off: so armas capazes de serem disparadas de longa distncia, de fora do alcance do armamento das foras de defesa, por exemplo: morteiros, foguetes, fuzis de grosso calibre, armas anti-carro, etc;

2 Sensoriamento remoto: atividade que envolve o uso da radiao eletromagntica, do campo magntico e da propagao acstica para obter dados acerca de um objeto, rea ou fenmeno, atravs da anlise de sinais e imagens adquiridos por objetivos que no esto em contato com o alvo investigado;

3 Phase Array um conjunto de antenas cujo padro de funcionamento determinado pelo controle da fase dos elementos individuais.

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3 ATAQUES A INSTALAES MILITARES

O tema abordado nesse tpico ter como intuito demonstrar a utilidade dessas tecnologias de segurana e defesa nas bases areas e, tambm, nas diversas instalaes militares. Usando elementos histricos como justificativa para obter os meios necessrios para garantir o futuro.

3.1 Ataque a Pearl Harbor Segundo a revista Veja (2010) e Fuchida (2010), o ataque a Pearl Harbor um exemplo de necessidade de um eficiente sistema de artilharia antiarea. O dia escolhido pelos japoneses para o ataque foi domingo, dia 08 de dezembro de 1941. Havia a informao de que a Esquadra Americana havia retornado a Pearl Harbor no fim de semana, aps um perodo de instruo no mar, e tambm que no havia bales ou redes antitorpedos, nem vos de patrulha na regio do Hava. O sistema de inteligncia e patrulhamento dos EUA estavam falhos. Sob esse panorama ocorreu o ataque. O aerdromo de Hickam, que possua vrios bombardeiros pesados, foi o local onde as primeiras bombas caram. As ilhas Ford e o aerdromo de Wheeler foram os prximos a serem bombardeados. A artilharia antiarea americana, tanto de bordo do navio como as terrestres, demorou menos de 5 minutos para comear a fazer fogo aos avies japoneses, mas foi tempo suficiente para ter grande parte de seu poder destrudo. Percebe-se facilmente que o foco do bombardeio japons foi destruir os vetores areos e navais dos EUA, e mesmo as baterias antiareas sendo acionadas rapidamente, as perdas da base de Pearl Harbor foram significativas.

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3.2 Norte da frica durante a 2 Guerra mundial Segundo a Wikipdia (2010), o Special Air Service (SAS) britnico foi criado durante a Segunda Guerra Mundial especialmente para realizar ataques a aerdromos inimigos no norte da frica. Era utilizada a infiltrao via pra-quedas ou veculos de longo alcance para chegarem prximos do alvo e plantarem cargas de explosivos nas aeronaves ou dirigir os veculos em alta velocidade e usar metralhadoras para destruir ou danificar aeronaves. Foram destrudos um total de 367 aeronaves do Eixo pelo SAS no norte da frica e Mediterrneo entre outubro de 1940 a julho de 1943.

3.3 Guerra das Malvinas Baseado na revista Military Power Review (2010) e no blog Poder Naval (2010), durante a Guerra entre a Argentina e a Inglaterra, o SAS britnico demonstrou mais uma vez o motivo de sua criao. Tendo os argentinos instalado uma estao de radar que poderia vir a prejudicar o planejado desembarque britnico em So Carlos, aquela tropa de elite foi acionada para neutralizar os meios argentinos. O motivo secundrio do ataque foi as Foras Areas Argentinas (FAA) terem colocado um grupo de Pucars de ataque, quem tambm significava uma ameaa ao desembarque. A razo principal do ataque era a destruio da estao de radar, porm se s este fosse atacado, seria dado indicaes de que planejavam um desembarque na regio. Por isso o ataque s aeronaves era to importante. Na noite de 11 de maio de 1982, oito membros do SAS desembarcaram na West Falklands e posicionaram-se em torno da posio argentina. Na noite de 14/15 de maio, eles demarcaram uma rea para desembarque de helicptero de outros 45 SAS e um controlador avanado de apoio de fogo naval. O desembarque atrasou, o que fez com que desistissem de fazer contato com a populao local para obter informaes. O ataque se inicia. O fogo naval e os fogos do grupo de apoio fizeram com que os argentinos permanecessem entrincheirados enquanto a fora de ataque iniciasse

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seu trabalho. Foram colocados cargas de demolio nas cabinas dos Pucars para destruir cabines e instrumentos. No final da ao, foram destrudos seis Pucars, um Short Skyvan e cinco outras aeronaves leves, a estao de radar argentina e ainda um depsito de munies. Os atacantes no s no sofreram nenhuma baixa, mas ainda neutralizaram um oficial argentino que comandava a reao. Mais uma vez, a histria demonstra que a falta de um eficiente sistema de alerta e de defesa fez com que uma fora area considerada, na poca, uma das melhores da Amrica do Sul viesse a sofrer grande perda de equipamentos e aeronaves.

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4 Tecnologias de segurana e defesa

4.1

Cmeras InfravermelhasAs cmeras de vigilncia com sensores termais constituem grandes

auxiliadores na garantia da segurana de instalaes militares e aeronuticas. A Flir Government Systems (2010) possui uma cmera termal de vigilncia com modernos recursos no auxlio vigilncia.

Figura 1 - Cmera Flir Sentinel Fonte: www.flir.com

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Caractersticas Alta sensibilidade, sensor

Benefcios de Deteco de alvos AA distncia, na total escurido, e atravs de fumaa Obter rpida situao de perigo e detectar alvos do tamanho de homem a 2,6 km

imageamento a ondas termais compridas Novas lentes ticas de 5/20

Ajuste do foco automtico

Produzir

imagens

claras

durante

a

ferramenta de aproximao de imagens, facilitando a deteco de ameaas pelo operador Processamento de imagem STACE Entrega uma performance de imagens seqenciais separadas e com qualidade de imagem construda pela tecnologia STACE que digitalmente agua e

melhora o contraste para garantir os detalhes da imagem Cmera para luz do dia e baixa Prov vantagem ttica e observao de longo alcance durante o dia Inteligente autoteste que indica se o sistema est otimizado. Compatvel com detector de movimento Suporta software de vdeo de detector de movimento Tabela 1 Caractersticas e benefcios da Cmera Flir Sentinel Fonte: www.flir.com

luminosidade Sistema de autoteste Built in Test (BIT)

4.2

Veculos Areos No TripuladosA ISRAEL AIRCRAFT INDUSTRIES (2010) possui um produto chamado

Hunter, que se trata de um VANT que tem como misso a vigilncia, o reconhecimento, a aquisio de alvos, corrigir os fogos de artilharia e avaliao de danos. Possui autonomia de 12 horas, alcance de 100-300 km e chega a uma altitude de at 15.000 ps. Suas principais caractersticas so:

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eletro ptico (TV e IR combinados ou Sensor Triplo TV/ir/ld); radar de abertura sinttica (SAR); capacidades de integrao de COMINT e ESM; conjuntos de sensores; conjunto de transmisso de comunicao.

Quanto ao enlace de Dados, as principais caractersticas do Hunter so: enlace de dados de Linha Visual direta; transmisso de dados aerotransportados por VANTs para misses alm da Linha de Viso; transmisso de dados de operaes terrestre para misses alm da Linha de Viso; duplo enlace de dados de comando em tempo real; enlace de dados e vdeo descendentes em tempo real.

4.3

Radares de Vigilncia Terrestres Segundo Franco (2003), os radares de vigilncia terrestre (RVT) so

equipamentos portteis que so dispostos no terreno a ser observado com o objetivo de detectarem, localizarem e reconhecerem tropas a p, veculos leves e pesados e, ainda, aeronaves voando a baixa altitude, alm de fazer correo de fogo de morteiro ou artilharia amiga. Os RVT atuam em um cenrio onde sofrem grande influncia de Clutter. Clutter todo eco proveniente de alvos que no so de interesse para o radar em questo e cuja presena atrapalha a deteco de alvos teis e, no caso do RVT, originrios principalmente do solo e com variedade de alvos prximos uns aos outros. Algumas caractersticas bsicas fazem parte dos RVT com o intuito de superar esse tipo de interferncia: - freqncias nas Bandas I (8-10 GHz) e J (10-20 GHz), para curtos alcances, que provem um sinal forte e uma maior probabilidade de deteco de alvos menores (seo reta radar, em m2 de um homem na freqncia de 9.375 MHz de 0,495 a

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1,22m) e de pequena velocidade, alm de minimizar os efeitos de condies de tempo adversos; - radar pulso Doppler para deteco de alvos em movimento; - resoluo angular mdia (1 a 3 na horizontal e 2 2 5 na vertical0, aliada pequena largura do pulso (LP) do radar, tem-se uma pequena clula de resoluo radar para melhor resoluo de alvos em distncia e altura; e - polarizao vertical, para melhor deteco de um homem que tem a maior dimenso em altura (para no haver mudana de fase na reflexo em ngulos rasantes) e horizontal, para deteco de aeronaves a baixa altura e para evitar o retorno de chuva ou nevoeiro; e antena do tipo refletor parablico, para dar maior diretividade e preciso, ou a PHASE ARRAY que dificulta a entrada de falsos alvos pelos lbulos secundrios. Existem ainda outras caractersticas que so de grande importncia, mas dependem do fabricante e do modelo do radar: - display que visualiza um mapa da rea a ser coberta, inclusive formatado em escala que simplifica a correo dos dados do display com os do mapa; - agilidade de freqncia ou capacidade de mudana manual de freqncia; - modem para enlace de comunicao; - varredura de 360 ou por setor; - capacidade de varar a velocidade de varredura; - portteis ou montados em shelter ou em viaturas; - capacidade de MTI (Moving Target Indicator) para rejeitar alvos com efeito Doppler nulo ou pequeno; - curto alcance (at 5km), mdio alcance (at 15km) ou longo alcance (at 60km), levando em considerao a deteco de uma viatura e em valores aproximados; sistema de traqueamento manual ou automtico de um alvo que entra na rea de vigilncia; - capacidade de criar zonas amigas na rea de vigilncia; - capacidade de associar IFF e/ou uma cmara IR; - alarme visual ou auditivo na entrada de um alvo na rea de vigilncia; e - monitor colorido.

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Para o emprego da tropa de defesa dos aerdromos, os radares de curto e mdio alcance j seriam o suficiente para monitorar a utilizao de armas de fogo indireto e possibilitar uma pronta resposta. Ainda, conforme Franco (2003), valido ressaltar que esse dispositivo estar suscetvel a contramedidas eletrnicas (CME) na tentativa de prejudicar o

funcionamento dos mesmo. Para evitar isso, devem possuir medidas de proteo eletrnica (MPE) visando evitar essa ineficcia.

Figura 2 Componentes do radar Na-PPS-5 Fonte: Franco (2003, pg. 29)

4.4

Sistema de defesa contra morteiro O morteiro constitui uma ameaa poderosa aos aerdromos e s aeronaves no

solo. Um sistema que localize e permita rapidamente lanar fogos indiretos para neutralizar a ameaa se faz necessrio. O Man-portable counter mortar radar system MCMR (Patent Storms, 2010) um exemplo desse tipo de sistema. Foi desenvolvido nos EUA e possui timos recursos

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de segurana.

O MCMR detecta, localiza o ponto de lanamento (PL) atravs do

projtil em vo e lana um morteiro em resposta contra o Ponto de Lanamento (PL) e seu pessoal. Tambm prov vigilncia e defesa area detectando aeronaves de pequeno porte, helicpteros e veculos de solo. Equipamentos como esse so desinstalados para transporte e instalados no campo com rapidez. Prov cobertura de 360 contra morteiros inimigos.

4.5 Artilharia antiarea Segundo Tpan (2003), os sistemas de artilharia antiarea tm como objetivo a defesa de pontos sensveis, como por exemplo as Bases Areas, os Destacamentos de Telecomunicao e Controle do Espao Areo (DTCEA), os Centros Integrados de Defesa Area e Controle de Trfego Areo (CINDACTA) e as demais unidades da Aeronutica e pontos de interesse nacional. Um exemplar SA-11 GADFLY, desenvolvido pela URSS, que entrou em operao em 1983 para proteger a curtas e mdias distncias os Sistemas Antiareos Estratgicos. composto por uma viatura de comando e controle, uma viatura radar, seis viaturas lanadoras e quatro viaturas remuniciadoras. O Sistema tem a capacidade de acompanhar at 75 alvos simultaneamente que podem ser engajados pelas lanadoras com o Radar de Busca e Aquisio do sistema (100 Km) ou de forma independente pelo Radar de Controle de Fogo da Lanadora (85 Km). O SA-11 GADFLY pode disparar contra doze alvos simultaneamente, lanando dois msseis contra cada um deles. Suas caractersticas operacionais so: velocidade mxima: Mach 04; alcance mximo: 32 km;

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altura mxima: 22 km; teto de operao: baixa e mdia alturas; sistema de direo: atrao semi-ativa com auxlio de radar na fase inicial e atrao ativa na fase final; sistema de guiamento: autoguiado; espoleta: de proximidade.

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5 CONSIDERAES FINAIS

No atual contexto mundial, o Poder Aeroespacial apresenta-se como um fator decisivo nas aes de guerra e de influncia internacional. A preciso e a letalidade das armas areas despertam a necessidade de se destruir a aviao adversria antes de ser iniciado qualquer combate. No entanto, instalaes aeronuticas so alvos de difcil defesa. As enormes reas necessrias para a construo da pista de pouso e decolagem implicam na utilizao de considervel contingente para proteger o terreno. Alm de ter efetivo suficiente para permitir a vigilncia, viaturas para permitir sua reao contra agressores e armamento de apoio com capacidade para trazer a situao a seu favor caso atacados por foras hostis que utilizem o Fator Surpresa. Portanto, o fator tempo entre a identificao da ameaa e sua pronta-resposta pode significar o sucesso ou o fracasso da atividade de defesa. As modernas tecnologias disponveis atualmente devem ser usadas corretamente para analisar o espectro eletromagntico do campo de batalha e localizar ameaas. Alm do fato de quo onerosa a aquisio das aeronaves e dos sistemas aeronuticos, esse fator justifica qualquer investimento na segurana das aeronaves, instalaes, equipamentos de vigilncia e comunicaes. No adianta possuir sofisticados vetores areos se no podemos garantir-lhes uma proteo adequada. Desastrosas sero as conseqncias provenientes de tal situao. Logo, ao vislumbrar-se o emprego do Poder Aeroespacial, o Princpio de Guerra da Segurana dever nortear as Diretrizes e Ordens. Nesse contexto, as foras de segurana devem estar prontas desde o primeiro minuto de batalha.

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REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

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30

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Servio

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Especial.

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