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PALESTRA CASAMENTO Boa noite a todos, sejam bem vindos. O tema da noite de hoje é uma reflexão sobre o capítulo 22 do Evangelho Segundo O Espiritismo, NÃO SEPARE O QUE DEUS UNIU. Dentro desse capítulo que é bem curto, ele trata sobre a Indissolubilidade do Casamento e sobre o Divórcio. Dentro de nossa trajetória espiritual nós podemos perceber que o nosso progresso tanto moral quanto intelectual depende do auxílio do próximo. Ninguém sem estender a mão e ter a mão amparada. E dentro desse contexto de auxílio encontramos no casamento uma das formas da qual todos nós progredimos. “NÃO SEPARE O HOMEM O QUE DEUS UNIU”. Qual o significado por traz dessas palavras de Jesus? Antes de responder a essa questão precisamos entender que existem dois tipos de leis: as Leis humanas e as leis naturais. As leis humanas são as leis que se modificam ao longo do tempo, que são elaboradas de acordo com nossos costumes e hábitos da época. As leis civis que regem o casamento não são iguais em nenhum país. Antigamente o adultério não era considerado errado. Depois passou a ser considerado até crime. Hoje deixou de ser crime, mas é considerado errado perante a sociedade, principalmente ocidental (falar do oriente médio). Já as leis naturais não estão sujeitas a mudanças, são iguais em todos os tempo e em todos os países. Elas não se alteram ao longo do tempo, ou seja, são imutáveis como Deus que as criou. Voltando a pergunta então, Qual o significado por traz dessas palavras de Jesus “NÃO SEPARE O HOMEM O QUE DEUS UNIU”? Será que se eu casei com um homem que vive me agredindo nunca mais vou poder me separar dele? Vou ter que aguentar para o resto dos meus dias esse sofrimento?

Palestra Casamento

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Palestra sobre casamento do Evangelho Segundo o espiristismo

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PALESTRA CASAMENTO

Boa noite a todos, sejam bem vindos.

O tema da noite de hoje é uma reflexão sobre o capítulo 22 do Evangelho Segundo O Espiritismo, NÃO SEPARE O QUE DEUS UNIU. Dentro desse capítulo que é bem curto, ele trata sobre a Indissolubilidade do Casamento e sobre o Divórcio.

Dentro de nossa trajetória espiritual nós podemos perceber que o nosso progresso tanto moral quanto intelectual depende do auxílio do próximo. Ninguém sem estender a mão e ter a mão amparada. E dentro desse contexto de auxílio encontramos no casamento uma das formas da qual todos nós progredimos.

“NÃO SEPARE O HOMEM O QUE DEUS UNIU”. Qual o significado por traz dessas palavras de Jesus?

Antes de responder a essa questão precisamos entender que existem dois tipos de leis: as Leis humanas e as leis naturais. As leis humanas são as leis que se modificam ao longo do tempo, que são elaboradas de acordo com nossos costumes e hábitos da época. As leis civis que regem o casamento não são iguais em nenhum país. Antigamente o adultério não era considerado errado. Depois passou a ser considerado até crime. Hoje deixou de ser crime, mas é considerado errado perante a sociedade, principalmente ocidental (falar do oriente médio).

Já as leis naturais não estão sujeitas a mudanças, são iguais em todos os tempo e em todos os países. Elas não se alteram ao longo do tempo, ou seja, são imutáveis como Deus que as criou.

Voltando a pergunta então, Qual o significado por traz dessas palavras de Jesus “NÃO SEPARE O HOMEM O QUE DEUS UNIU”? Será que se eu casei com um homem que vive me agredindo nunca mais vou poder me separar dele? Vou ter que aguentar para o resto dos meus dias esse sofrimento?

Aqui nós temos mais três perguntas. A resposta da primeira é que Não é esse o entendimento que devemos ter dessa frase. Mais adiante eu respondo as outras.

Nós devemos entender essa frase como referência a união espiritual dessas almas, que se juntaram por sua afinidade que tem uma com a outra e que não estão ligadas por laços meramente materiais (desejos sexual, beleza, dinheiro). Quando essa união segue a lei de Amor (uma lei imutável) e o casal tem compreensão e respeito um pelo outro, como diz Joana de Angelis, mais facilmente se aprofundam os sentimentos, mantendo-se admirável comunhão de interesses e afinidades, que mais se intensificam, à medida que as circunstâncias permitem o entrosamento da convivência.

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Qualquer tipo de relacionamento deve ter como estimuladores a amizade, o desejo honesto de satisfações recíprocas, sem que haja predominância de uma vontade sobre a individualidade de outrem.

Kardec também diz que o casamento é um dos primeiros atos de progresso das sociedades humanas, por que ele estabelece a solidariedade fraternal. Os espíritos na pergunta 695 dizem que o casamento é um progresso na marcha da sociedade. Se extinguíssemos o casamento, estaríamos voltando a infância da humanidade, sendo piores até mesmo que alguns animais que dão exemplos de uniões constantes.

Joana de Angelis também nos diz isso no livro despertar do espírito:

A vida é feita de conquistas, e a monogamia representa um momento culminante da evolução sócio-moral, quando os homens e mulheres compreenderam a necessidade do respeito mútuo, sem privilégios para um ou para outro sexo em predomínio aviltante sobre o parceiro.

Mas o casamento tem alguma outra finalidade além de unir aqueles que tem afinidade entre si?

Claro que tem. Juntar aqueles que NÃO tem afinidades entre si. A união conjugal serve muitas vezes para consertarmos erros em vidas pretéritas. Emmanuel no livro Vida e Sexo diz:

Os débitos contraídos por legiões de companheiros da Humanidade, portadores de entendimento verde para os temas do amor, determinam a existência de milhões de uniões supostamente infelizes, nas quais a reparação de faltas passadas confere a numerosos ajustes sexuais, sejam eles ou não acobertados pelo beneplácito das leis humanas, o aspecto de ligações francamente expiatórias, com base no sofrimento purificador.

Esse trecho dito por Emmanuel pode nos responder aquelas perguntas feitas um pouco antes. Será que se eu casei com um homem que vive me agredindo nunca mais vou poder me separar dele? Vou ter que aguentar para o resto dos meus dias esse sofrimento?

Aqui eu diria que depende. Depende do que? Depende do que eu cometi de errado na minha vida anterior. Não cansamos de ver mulheres serem agredidas por anos e anos até serem mortas pelos seus maridos. Não vimos maridos serem assassinados por suas esposas por conta de ciúmes doentios. O véu do esquecimento nos dá a oportunidade de nos unirmos aquele espírito com o qual estamos endividados, mas infelizmente muitas vezes por conta de nossas imperfeições desperdiçamos nossa existência mais uma vez, piorando nossos débitos algumas vezes.

Muitas vezes buscamos um parceiro simplesmente para satisfazer nossas paixões terrenas (orgulho, vaidade, ambição) deixando de lado a

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afinidade e o amor acabando assim por ter um relacionamento conflituoso e que na grande maioria das vezes dura pouco.

Joana de Angelis diz que

Quando se trata de um relacionamento que envolve a comunhão sexual e os interesses se mesclam com os desejos de posse e de prazer hedonista, a convivência tende a desmistificar o encantamento inicial, dando lugar a futuros desinteresses, ressentimentos e, não raro, ódios e desejos de vingança, o que é sempre muito lamentável.

Sob o influxo da libido, a busca do relacionamento com parceiros, conjugais ou não, é normalmente feita sob paixão e irreflexão. A conquista do outro se torna fator essencial para a harmonia momentânea do indivíduo. Todos os sentimentos são acionados e a criatividade se desenvolve, de modo a propiciar apenas a meta anelada.

Kardec também pergunta sobre isso aos espíritos na questão 939 do Livro dos Espíritos.

939. Uma vez que os Espíritos simpáticos são induzidos a unir-se, como é que, entre os encarnados, frequentemente só de um lado há afeição e que o mais sincero amor se vê acolhido com indiferença e, até, com repulsão? Como é, além disso, que a mais viva afeição de dois seres pode mudar-se em antipatia e mesmo em ódio?

“Não compreendes então que isso constitui uma punição, se bem que passageira? Depois, quantos não são os que acreditam amar perdidamente, porque apenas julgam pelas aparências, e que, obrigados a viver com as pessoas amadas, não tardam a reconhecer que só experimentaram um encantamento material! Não basta uma pessoa estar enamorada de outra que lhe agrada e em quem supõe belas qualidades. Vivendo realmente com ela é que poderá apreciá-la. Tanto assim que, em muitas uniões, que a princípio parecem destinadas a nunca ser simpáticas, acabam os que as constituíram, depois de se haverem estudado bem e de bem se conhecerem, por votar-se, reciprocamente, duradouro e terno amor, porque assente na estima! Cumpre não se esqueça de que é o Espírito quem ama e não o corpo, de sorte que, dissipada a ilusão material, o Espírito vê a realidade.”

O casamento também traz outra importante finalidade que é a oportunidade de outros espíritos reencarnarem na Terra. Ao termos filhos nós temos a chance de ensinar aquele espírito o caminho do bem, amando-os e transmitindo nossos valores, dando a oportunidade deles progredirem e nós também.

Precisamos entender também que muitas vezes em nosso planejamento reencarnatório temos como condição de expiação sofrer determinado gênero de prova que não especifica nos unirmos com determinado espírito. Ou seja, se precisamos aprender a ser pacientes, aparece em nossa vida companheiros

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que nos põe a prova essa virtude. E não adianta trocar de marido que poderemos acabar pegando um igual por conta dessa prova que devemos passar.

E quando não tem mais jeito? Quando dois espíritos unidos pelo casamento não suportam mais viver juntos? Não tem problema se divorciar?

Claro que não. O divórcio, que foi criado pela Lei humana, tem o objetivo de separar legalmente aquilo que já está de fato separado. Ou seja, quando existem uniões forjadas em cima de pensamentos materialistas, o divórcio é um dos instrumentos criados para tentar corrigir esse erro criado por nossas imperfeições. Jesus mesmo disse: “foi devido a dureza do coração de vocês que Moisés permitiu que abandonassem suas mulheres”.

A lei civil também ajuda nesse processo, pois ela garante a manutenção dos filhos, evitando muitas vezes graves consequências no desenvolvimento da personalidade das crianças.

Então:

Todo relacionamento conjugal ou compromisso emocional com parceiro afetivo é um investimento emocional, correndo o risco de não se coroar da satisfação que se espera auferir. Isto porém ocorre em todos os fenômenos da vida humana e social. Quando os resultados não são opimos, fica a valiosa lição da aprendizagem para futuros e melhores tentames de felicidade.

Gostaria de encerrar então com um texto do André Luiz chamado Pontos Essenciais para os cônjuges

Reconhecer que o outro é um espírito por si, com ideais e tendências diversas.

Em tempo algum abandonar o outro aos próprios deveres e lutas, sob o pretexto de que possui tarefas diferentes.

Socorrer o outro em suas esperanças, empenhando esforço e carinho para que as realize.

Afastar do outro quaisquer assuntos tendentes a turvar-lhes a confiança recíproca.

Abolir o ciúme.

Aceitar a importância do problema sexual de um para o outro.

Entender que o amor inclui o respeito, a cortesia, a afabilidade e a discrição.

Fugir do relaxamento e do desperdício.

Adaptar-se ao nível econômico e social em que se encontram, embora cientes de que melhoria, através da existência correta, é obrigação.

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Evitar rixas e discussões.

Nunca selar compromissos fora de casa sem ouvir a opinião do outro.

Tratar os filhos com equilíbrio, sem reduzi-los à condição de bonecas.

Não obrigar os filhos a estudos, linhas determinadas de trabalho, distrações ou hábitos, para os quais não sintam vocação.

Observar que os filhos precisam de educação, disciplina e bons exemplos e não de castigo ou caprichos satisfeitos.

Não enganar os filhos dando respostas ociosas às indagações que façam.

Manter entendimento e cooperação na solução das dificuldades que surjam nas famílias um do outro.

Jamais sacrificar a harmonia e a segurança do lar sob a desculpa de exigências religiosas ou sociais.

Amparar e respeitar as amizades do outro.

Não perder tempo com futilidades.

Compreender que o matrimônio é uma escola e que os cônjuges tudo precisam fazer nos domínios do possível para que não seja modificado o programa trazido à Terra por eles mesmos, na lei da reencarnação, alterando o plano de serviço com separações reconhecidamente desnecessárias.