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Pancreatite
Distúrbio grave, pode ser dividido em agudo e crônico.
Na maioria das vezes, inflamatória autolimitada e que resolve com medidas clínicas.
Necrose pancreática ou Peri, associada a infecção é potencialmente grave.
A incidência varia de 5,4 a 79,8 casos por 100.000. (prejudicada pela falta confirmação)
Mortalidade global na PA, varia de 10 a 15%. 50% ocorrem na frase precoce (14
primeiros dias da admissão, especialmente por SIRS secundária a necrose.
Associada por problemas congênitos, hereditários, adquiridos, agentes de natureza
química, traumática e infecto-parasitária, mas o resultado é sempre o mesmo,
ativação de enzimas pancreáticas no interior das células acinares.
Em 85 a 90% dos casos, apresenta apenas inflamação, com mínima disfunção, e taxa
de mortalidade inferior a 2%.
Em 10%, cursa com necrose, evoluindo com infecção, e mais raramente complicaçÕes
isquêmicas, obstrutivas, perfurativas e hemorrágicas das vísceras vizinhas.
Quinto diagnóstico de Abdomen agudo mais registrado nas salas de urgência.
Classificação Branda – Mínima repercussão sistêmica, melhora com reposição de líquidos e
eletrólitos. Tratamento pode ser feito na enfermaria, resolve com aprox. 1 semana.
Grave – Complicação local, falência de órgãos e sistemas distantes. UTI e Enfermaria,
duração de semanas a meses.
Etiopatogenia Entre as principais causas de PA, estão passagem de cálculo pelo ducto biliar comum e excesso
de ingestão alcoólica, que juntos, correspondem a 80% dos casos.
A obstrução biliopancreática, refluxos biliar e duodenal para o ducto pancreático, o álcool,
drogas, produtos lipídios e a isquemia podem causar distúrbios na função das células acinares,
induzindo a ativação da tripsina intracelular, pela fusão dos lisossomos com zimogênio.
Apresentação Clínica Geralmente, paciente na faixa dos 30 a 60 anos. Diagnóstico é baseando em presença de dor
abdominal e indicadores bioquímicos de lesão pancreática.
Sintoma inicial: Dor (embora possa estar ausente). De início repentino. Dor epigástrica, com
direção para flancos e dorso. Constante, pode ser intensa e precipitada por ingestão excessiva
de álcool ou alimentos. Melhora com Decúbito Lateral e flexão das coxas sobre abdômen.
Além da aspiração gástrica e Jejum.
Náusea e vômitos são frequentes e precoces, podem ser por reflexo ou por compressão
duodenal pelo pâncreas edemaciado. Pode ocorrer parada da eliminação de gases/fezes e até
dispneia.
Ao Exame físico, nos casos mais graves o paciente está em sofrimento, com sudorese, e pode
haver icterícia ou cianose. A temperatura geralmente é normal, mas pode ocorrer febre. Curva
febril séptica sugere o desenvolvimento de infecção bacteriana. Na apresentação inicial, há
hipersensibilidade e dor localizada à palpação profunda. Sinais de irritação peritonial, como
rigidez de parede abdominal e dor à descompressão, estão ausentes, especialmente na forma
branda, em função da localização retroperitoneal do pâncreas. Aparecem com a evolução.
Ruídos intestinais diminuídos nos primeiros
dias, distensão abdominal discreta. Hipóxia
arterial se desenvolve na maioria dos
pacientes com PA grave, e tende a evoluir para
SIRS.
Alterações, neurológicas são frequentes na
pancreatite grave, podem estar em estado de
coma, choque circulatório ou psicose tóxica, o
delirium tremens é frequente nos alcoólatras.
Quadro Laboratorial Na avaliação hematológica, pode ocorrer
elevação do hematócrito em função da perda
e sequestro de líquidos, que se regulariza com a reposição de fluidos. A queda persistente de
hematócrito sugere foco hemorrágico. Leucocitose é frequente, e pode ocorrer reação
leucemóide mesmo na ausência de infecção.
A Hiperglicemia leve e transitória é frequente, especialmente durante ataques iniciais, onde a
liberação de glucagon, catecolaminas e glicocorticoides é maior. Na persistência de jejum,
superior a 200mg/dl pode refletir a instalação de necrose pancreática.
Hipocalcemia pode ser notada no dia 2~3, raramente grave. Nível de cálcio inferior a 7mg/dl
indica prognóstico ruim.
Em geral, as grandes elevações de enzimas do pâncreas não tem relação direta com a
gravidade da PA. Após o início da inflamação, já nas primeiras horas amilase e lípase se
elavam. A amilase se reduz mais rapidamente após o ataque, ao contrario da lípase. A elevação
persistente da amilase é indício de complicação, como abscesso e pseudocisto. Em pacientes
em que a pancreatite é letal, a amilase pode estar normal, provavelmente pela grande
destruição glandular. A lipase é melhor indicador em pacientes vários dias após crise.
Exames de Imagem RX de abdômen e tórax são importante para excluir causas perfurativas de abdômen agudo.
Radiografias de abd^men e estudos de contrates
do tubo digestivo são, ocasionalmente, úteis para
ajudar no diagnóstico de PA e demonstrar
complicações relacionadas, como abscessos e
estreitamento da alça intestinal ou fístulas. Mas
não tem indicação na estratificação da Gravidade.
A US tem pouca utilidade na avaliação do pâncreas.
É útil para exame das vias biliares, diagnósticos de
cálculos. Pode ser útil para avaliação da extensão
da inflamação.
A TC é o melhor exame de imagem para
diagnosticar lesões para e estratificar a doença que
junto com a história clínica do paciente, permite
diagnostica complicações. Além de motrar detalhes
anatômicos, orientar punções, aspirações e intervenção cirúrgica, quando necessária.
Estratificação da Doença Há vários. Critérios de Ranson, Dosagem de proteínca C reativa, APACHE II, critérios
tomográficos de Balthazar e colaboradores, e mais recentemente, de Atlanta.
Critérios de Ranson:
Até 2 sinais: mortalidade baixa.
Acima de 3 sinais: mortalidade, de até
15%.
5/6 sinais: 40% de mortalidade
7/8 sinais: aproxima-se de 100%
Proteína C Reativa: É o marcador
mais utilizado isoladamente, barato e fácil
de ser dosado e o nível normal é de até
10mg/L. Níveis acima de 150mg/L são
muito sugestivos de necrose pancreática.
Tratamento Clínico Não há tratamento específico para processo inflamatório que impeça a progressão da doença,
então, o tratamento na fase inicial é clínico e sintomático. A cirurgia é indicada para resolver
algumas condições associadas, com objetivo de prevenir novos episódios e tratar complicações
locais (necrose, abscessos, fístulas e pseudocistos).
A abordagem inicial sempre é centrada na obtenção da estabilidade clínica.
Em função do sequestro de líquido para o terceiro espaço, cerca de 20% dos casos cursa com
insuficiência renal, e altas taxas de mortalidade. Deve-se reidratar o paciente.
Os monitoramentos respiratório, cardiovascular e
renal são fundamentais, porque, é a fase em que a
descompensação cardiovascular é a principal causa
de morte. Pacientes com PA grave necessitam de no
mínimo, cateter venoso periférico, central e sonda
vesical.
Associado a reposição de fluidos, o jejum deve ser instituído até que náuseas, vômitos e dor
abdominal desapareçam. Aspiração nasogástrica só é indicada em caso de vômito e náuseas. O
emprego de drogas antisecretoras (bloq. H2, anticolinérgicos, glucagon, somatostatina) é
conflitante e não deve ser utilizado rotineiramente. A dor pode ser tratada com Meperidina
(menos interferência no esfíncter de Oddi, quando comparada a morfina). Antibioticoterapia
não é necessária na forma branda de PA. Entretanto, nas formas graves que evoluem com
pancreatite necrosante, idosos e imunosuprimidos, o uso é recomendado.
Tratamento Cirúrgico Intervenção cirúrgica para necrose pancreática infectada e complicações peripancreáticas
(abscesso, perfuração ou obstrução de vísceras, hemorragia, pseudocistos entre outras), e
para tratar doença biliar, como condição associada.
Necrose Infectada: Dor forte
contínua e progressiva, associada
à febre e leucocitose e/ou falência
de órgãos. TC revela padrão de
bolhas de ar em apenas 20 a 25%
dos pacientes com abscesso
pancreático. A diferenciação de
necrose estéril ou infectada é feita
apenas por meio de punção.
Conclusões:
1. O TTO de PA branda é clínico.
2. Antibioticoterapia recomendada apenas da PA grave.
3. Punção é importante pra diferenciar necrose estéril/infectada, em pacientes sepse.
4. Sepse ou necrose pancreática infectada, indicação cirúrgica.
5. Pacientes necrose estéril, necessita confirmar por PAAF, pode tratar clinicamente.
6. A operação precoce (até 14 dias) não é recomendada, mesmo com necrose.
7. Operação devem incluir necrosectomia total,com remoção de todos debris.
8. Na PA biliar, a colescitectomia deve ser realizada, para evitar recorrência.
9. Na PA biliar branda, a colecististectomia com paciente recuperado, mesma internação.
10. Na PA biliar grave, a colescistectomia deve ser retardada até que haja resolução da
inflamação e recuperação clínica.