14
Sinopse -Atualização dos estudos realizados na Amazônia Brasileira, nos últimos 11 anos,sobre asparasitosesendêmi- cas na região, exceto a malária, em complementação à revisão feita por Djalma Batista em 1966. 1-INTRODUÇÃO Este trabalho não pretende ir além de uma bre- a ainda recente revisão que elaboramos, sobre o as- ve atualização dos dados oferecidos pelo insigne sunto, para figurar em outra publicação(25). Professor DJALMA BATISTA, em conferência Limitamo-nos neste estudo à área da Amazô- proferid~ aos cien~is~as reunidos. no Simpósio s.o- nia que corres~onde geografi~amente à Região bre a Blota Amazonlca, promovido pela Assocla- Norte também dita Amazônia Brasileira, compre- ção de Biologia Tropical e o então Conselho Nacio- endendo os Estados do Pará Amazonas e Acre, e nal ,de Pesquisas, em ju~ho de 1966, ~a cidade de os Territórios do Amapá, Roraima e Rondônia. Belem do Pará, posterlorm.ente, ~ubllcada, entre Por razões de ordem prática, não consideramos outros temas, nas Atas dos Slmposlos (7). aqui as porções de Mato Grosso, Goiás e Maranhã'o Com toda a erudição o zelo a,honestidade e a que se acrescem àquela para constituir a Amazônia correção que bem o distingue:n, registra, aquele Legal. autor, desde as primitivas referências a parasitoses humanas na Amazônia, com a mesma respeitabili- 2 -LEISHMANIOSES TEGUMENTARES dade do analista, de raro discernimento, dos já re- Os estudos sobre leishmanioses realizados na motos relatórios de Oswaldo Cruz, Carlos Chagase Amazônia Brasileira, pelo Instituto Evandro Cha- Afrânio Peixoto sobre o saneamento da região, à gas, nos últimos 12 anos, vieram modificar, consi- luz dos conhecimentos atuais. deravelmente, conceitos pré~existentes, e resulta- ram numa revisão geral da taxonomia das Leishmâ- Há, portanto, que apenas registrar e comentar ' asd NO VO M ndo b - d ., d ' 1 .111 ou. os fatos e o servaçoes e maior Interesse, os u ti. mos 11 anos, e teremos atualizado satisfatoriamen. Reconhece-se,hoje, o concurso de 3 parasitos, te, em visão panorâmica, o conhecimento das para- biológica e bioquimicamente distintos (34, 35,13, sitoses na Amazônia. 30), na gênese das formas tegumentares humanas na região: a Leishmania braziliensis braziliensis Deixamos, porém, de considerar precisamente Vianna, 1911; a Leishmania braziliensis guyanensis o tema de maior importância regional, o da malá- Floch, 1954; e a Leishmania mexicana amazonen- ria, que nos teria merecido tratamento mais pro- sis Lainson & Shaw, 1972. fundo que o dispensado aos demais. A primeira, agente da forma cutâneo-mucosa, é Esta lacuna será preenchida, com vantagem, pe- responsável pelo maior número de casos de leish- 10 artigo autorizado e atual, da lavra de AGOSTI- maniose, com uma vasta distribuição que abrange NHO CRUZ MARQUES, recentemente publica- praticamente todo o vale amazônico, predominan- do(40), cuja leitura recomendamos. Há, também, temente abaixo da calha do grande rio. L.b. guya- Panorama Atual das Parasitoses na Amazônia Habib Fraiha * * Chefe da Seção de Parasitologia do Instituto Evandro Chagas. da Fundação Serviços de Saúde Pública (FSESP), Belém, Pará. 7

Panorama Atual das Parasitoses na Amazôniaiah.iec.pa.gov.br/iah/fulltext/pc/artigos/1977/...motos relatórios de Oswaldo Cruz, Carlos Chagas e Amazônia Brasileira, pelo Instituto

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Panorama Atual das Parasitoses na Amazôniaiah.iec.pa.gov.br/iah/fulltext/pc/artigos/1977/...motos relatórios de Oswaldo Cruz, Carlos Chagas e Amazônia Brasileira, pelo Instituto

Sinopse -Atualização dos estudos realizados na Amazônia Brasileira, nos últimos 11 anos, sobre as parasitoses endêmi-cas na região, exceto a malária, em complementação à revisão feita por Djalma Batista em 1966.

1-INTRODUÇÃO

Este trabalho não pretende ir além de uma bre- a ainda recente revisão que elaboramos, sobre o as-ve atualização dos dados oferecidos pelo insigne sunto, para figurar em outra publicação(25).Professor DJALMA BATISTA, em conferência Limitamo-nos neste estudo à área da Amazô-proferid~ aos cien~is~as reunidos. no Simpósio s.o- nia que corres~onde geografi~amente à Regiãobre a Blota Amazonlca, promovido pela Assocla- Norte também dita Amazônia Brasileira, compre-ção de Biologia Tropical e o então Conselho Nacio- endendo os Estados do Pará Amazonas e Acre, enal ,de Pesquisas, em ju~ho de 1966, ~a cidade de os Territórios do Amapá, Roraima e Rondônia.Belem do Pará, posterlorm.ente, ~ubllcada, entre Por razões de ordem prática, não consideramosoutros temas, nas Atas dos Slmposlos (7). aqui as porções de Mato Grosso, Goiás e Maranhã'o

Com toda a erudição o zelo a, honestidade e a que se acrescem àquela para constituir a Amazôniacorreção que bem o distingue:n, registra, aquele Legal.autor, desde as primitivas referências a parasitoseshumanas na Amazônia, com a mesma respeitabili- 2 -LEISHMANIOSES TEGUMENTARESdade do analista, de raro discernimento, dos já re- Os estudos sobre leishmanioses realizados namotos relatórios de Oswaldo Cruz, Carlos Chagas e Amazônia Brasileira, pelo Instituto Evandro Cha-A frânio Peixoto sobre o saneamento da região, à gas, nos últimos 12 anos, vieram modificar, consi-luz dos conhecimentos atuais. deravelmente, conceitos pré~existentes, e resulta-

ram numa revisão geral da taxonomia das Leishmâ-Há, portanto, que apenas registrar e comentar '

asd NO VO M ndob - d ., d ' 1 .111 ou.os fatos e o servaçoes e maior Interesse, os u ti.mos 11 anos, e teremos atualizado satisfatoriamen. Reconhece-se, hoje, o concurso de 3 parasitos,te, em visão panorâmica, o conhecimento das para- biológica e bioquimicamente distintos (34, 35,13,sitoses na Amazônia. 30), na gênese das formas tegumentares humanas

na região: a Leishmania braziliensis braziliensisDeixamos, porém, de considerar precisamente Vianna, 1911; a Leishmania braziliensis guyanensis

o tema de maior importância regional, o da malá- Floch, 1954; e a Leishmania mexicana amazonen-ria, que nos teria merecido tratamento mais pro- sis Lainson & Shaw, 1972.fundo que o dispensado aos demais.

A primeira, agente da forma cutâneo-mucosa, éEsta lacuna será preenchida, com vantagem, pe- responsável pelo maior número de casos de leish-

10 artigo autorizado e atual, da lavra de AGOSTI- maniose, com uma vasta distribuição que abrangeNHO CRUZ MARQUES, recentemente publica- praticamente todo o vale amazônico, predominan-do(40), cuja leitura recomendamos. Há, também, temente abaixo da calha do grande rio. L.b. guya-

Panorama Atual das Parasitosesna Amazônia

Habib Fraiha *

* Chefe da Seção de Parasitologia do Instituto Evandro Chagas. da Fundação Serviços de Saúde Pública (FSESP), Belém,

Pará.

7

Page 2: Panorama Atual das Parasitoses na Amazôniaiah.iec.pa.gov.br/iah/fulltext/pc/artigos/1977/...motos relatórios de Oswaldo Cruz, Carlos Chagas e Amazônia Brasileira, pelo Instituto

Revista da FSESP -Vai. XXII/N~ 1/77

reserva, não se prestando, quase sempre, para umaanálise mais cuidadosa da importância do proble-ma em nosso meio.

3 -LEISHMANIOSE VISCERAL

A leishmaniose visceral é esporádica e exclusiva-mente rural ou silvestre na região amazônica, en-volvendo apenas homens e cães que vivem em con-tacto (ntimo com a mata(19).

Os 30 casos registrados na literatura são todosdo Estado do Pará e tiveram esta distribuição: 16em Abaetetuba, 3 em Moju, 3 em Santarém, 2 emSoure, 4 em Ponta de Pedras (Itaguari), 1 em Ca-choeira do Arari, e 1 em Marapanim (12, 16). O úl-timo caso relatado é anterior a 1965(16).

O achado de infecção natural por Leishmaniachagasi, designação hoje preferida por LAINSON &SHAW (35), em duas raposas Cerdocyon thousabatidas na área rural de Belém (36,33), constituiforte indício de que esse canídeo seja um reserva-tório primário do parasita na Amazônia, tudo le-vando a crer que se trate de um hospedeiro maisantigo que a Lycalopex vetulus no nordeste, cujainfecção costuma se traduzir por um quadro clíni-co grave.

Quanto ao transmissor, há vários registros deencontro de Lutzomyia longipalpis em áreas en-dêmicas do Pará (11, 12, 1), mas todas as nossastentativas de reencontro da espécie, na mesma re-gião, redundaram em insucesso. ~ possível, portan-to, que outros vetores estejam envolvidos.

nensis é o agente do "pian-bois", das Guianas,Amapá, e norte do Pará (34).

Embora ainda não incriminadas todas as espé-cies de flebotomíneos capazes de transmiti-Ias, es-tá provada a responsabilidade de Psychodopyguswellcomei Fraiha, Shaw & lainson, 1971, comovetor de L. b. braziliensis na Serra dos Carajás, Pa-rá(37); e de uma nova espécie de Lutzomyia, erro-neamente designada P. anduzei por vários autores(22, 23), como vetor de L. b. guyanensis em Mon-te Dourado, Almeirim, Pará(38).

Apesar da ampla distribuição dessas leishmâ-nias na Amazônia, sobressaem, em importância,determinados focos bem conhecidos, que parecemcoincidir com as áreas em que grandes contingen-tes humanos estão em contato íntimo com a ma-ta, seja a propósito de projetos de exploração derecursos naturais, ou de instalações de projetosagropecuários. São eles: Monte Dourado, no rioJari, Almeirim, Pará; Serra dos Carajás, Marabá,Pará; Paragominas, Pará; Serra do Navio, PortoPlaton e Paredão, no Território Federal do Ama-pá; e a estrada Manaus -Itacoatiara, a pouca dis-tância da capital amazonense, nos trechos de trei-namento do Centro de Operações de Selva e Açõesde Comando da 8~ Região Militar.

Outro fator determinante da importância maiorde certas áreas é a capacidade de alguns vetores depicar o homem mesmo durante o dia, em horas demaior atividade humana na mata, o que torna qua-se inevitável a exposição à infecção.

A Leishmania mexicana amazonensis é agentede formas cutâneas de leishmaniose que raramenteacometem o homem, visto que o vetor, Lutzomyiaflaviscutellata, não é espécie muito antropófila, ali-mentando-se quase que exclusivamente de sanguede roedores e marsupiais. A infecção assume, por-tanto, normalmente, caráter enzoótico, atingindoo homem apenas acidentalmente e em locais ondeabunda o transmissor, sobretudo nos igapós, nabeira de lagos e rios. Está provado, entretanto, seressa leishmânia o agente causal das formas difusas,ditas anérgicas hansenóides, no Estado do Pa-rá(34).

~ fato digno de nota a freqüência com que le-sões cutâneas de outra natureza são referidas, atémesmo por médicos, como leishmaniose, apenascom base na observação clínica. Denúncias de"surtos" de leishmaniose redundam muitas vezesna demonstração de outros problemas, em geraldecorrentes de infecção bacteriana secundária a pi-cadas de piuns, .carrapatos, ou outros artrópodes.Assim, dados de registro de número de casos, mes-mo emanados de fontes oficiais, quando desacom-panhados de dados de laboratório, merecem certa

4 -DOENÇA DE CHAGAS

A doença de Chagas é rara na Amazônia; a des-peito da freqüência da infecção natural de mamf-feros e triatomfneos silvestres na região.

Até hoje são reconhecidos apenas 8 casos au-tóctones, 7 do Pará. Os 4 primeiros (flelém, 1968)tiveram sua epidemiologia estudada pelo InstitutoEvandro Chagas(59) e revestiram-se de particularinteresse por sua deflagração simultânea, na mesmaresidência, na ausênc.ia de barbeiros antropófilosdomiciliares, o que leva a crer que a infecção tenhasido contrafda de modo diverso do habitual, prova-velmente por via oral, a partir, talvez, de um ali-mento contaminado com fezes de um barbeiro aci-dentalmente atrafdo pela luz para o interior do do-micflio, o que não raro acontece com espécies sil-vestres da região.

Três outros casos são: 2 de Belém ('1972 e1977) e 1 de Abaetetuba (1976) e sua epidemiolo-gia não foi esclarecida.

Um oitavo caso nos foi recentemente referidocomo autóctone do Território Federal do Amapá,

8

Page 3: Panorama Atual das Parasitoses na Amazôniaiah.iec.pa.gov.br/iah/fulltext/pc/artigos/1977/...motos relatórios de Oswaldo Cruz, Carlos Chagas e Amazônia Brasileira, pelo Instituto

Panorama Atual das Parasitoses na Amazônia

diagnosticado clfnica e sorologicamente no Hospi- espécie domiciliária que ocorre na região,tal Escola São Camilo e São Luis(50). vir a desenvolver hábitos antropófilos;

-possibilidade de importação de espécies an-Apesar do reduzi?o númer~ d.e ca.sos, a doen.ça tropófilas, de outras regiões do Brasil, pelo

de Chagas pode~á vir, a .constltulr, a~n~a, um dl.a, transporte rodoviário de cargas, ou qual-problem.a de Saude Publica na Amazonla. Esse rlS- quer outro meio, com adaptação às novasco está ligado a: condições climáticas.

-possibilidade, talvez remota, de domiciliari. Há, aqui, um fato novo a considerar, recente-zação de espécies silvestres nativas da re- mente enfatizado por SMITH(63): é que os pardaisgião; (Passer domesticus) estão chegando, e desta vez

-possibilidade de o T. rubrofasciata, única para ficar(F IG. 1).

70 60 50 4O O

10 10

2 ~ 20/

30 30

70 60 50 40 30 si..

Fig. 1: Distribuição de Passe, domesticus (pardais) no Brasil, segundo SM ITH, 1973. (63)

9

Page 4: Panorama Atual das Parasitoses na Amazôniaiah.iec.pa.gov.br/iah/fulltext/pc/artigos/1977/...motos relatórios de Oswaldo Cruz, Carlos Chagas e Amazônia Brasileira, pelo Instituto

Revista da FSESP -Vai. XXII/N~ 1/77

Importados uma primeira vez para Belém, em1928, esses pássaros sucumbiram à brusca mudan-ça

de condições climáticas. Agora, porém, são vis-tos em Marabá e Paragominas, perfeitamente adap-tados

à custa de progressão gradual pela Belém-Brasília. Em breve chegarão mais ao norte, atravésda

mesma rodovia, e ao oeste, pela Transamazôni-ca(63).

Ora, está suficientemente caracterizada a atua-ção dessas aves como instrumento de dispersão me-cânica

do Triatoma sordida(3). Essa espécie detriatomíneo, embora de importância secundáriaem transmissão de doença de Chagas, se compara-da

ao T. infestans ou ao P. megistus, figura entre as6 espécies consideradas vetoras da infecção huma-na no Brasil(15) e esboça uma tendência a crescen-te invasão do domicílio humano, à procura de umecótopo mais estável que os naturais(24).

Parece, pois, inevitável sua introdução na regiãoamazônica, onde poderá vir a estabelecer o elo,que aí falta, entre a enzootia e o homem.

Também neste caso, o gambá, ou mucura (Di-delphis marsupialis) , poderia servir, aí, como exce-lente reservatório da infecção, conforme pensa-mento já expresso anteriormente(60). Esse animaltem sido comumente encontrado infectado, na re-gião, e com freqüência invade os quintais das resi-dências, tal como em outras áreas do País. O Tria-toma sordida é pouco ~specífico quanto às prefe-rências alimentares(24) e tem bastante afinidadepelo sangue e ninhos de gambás '(6, 5, 3, 4). Aas-sociação reservatório-vetor entre gambás e 7: sordi-da tem se mostrado eficiente,tanto nos nichos na-turais, como no interior das habitações humanase anexos(4).

Vale, pois, ressaltar a ameaça que representa,para a Amazônia, a iminente introdução dessa es-pécie de triatomíneo.

5 -TOXOPLASMOSE

Pouco se sabe sobre o grau de importância datoxoplasmose-doença na Amazônia.

Quanto à infecção, reconhece-se que assume.aqui, os maiores índices já constatados no país.

Os inquéritos realizados (21, 20, 67, 52, 39, 44)constituem. ainda, os únicos elementos disponíveispara avaliação do vulto da afecção na região. Seusresultados podem ser resumidos, conforme Tabela

Nenhum inquérito de larga escala parece ter si-do realizado de modo a definir uma visão efetiva-mente regional do problema.

Admite-se a importância que lhe têm atribuídocientistas da Universidade Federal do Pará que, porIhes reconhecerem as implicações sócio-econômi-cas, esmiuçaram-lhes inúmeros aspectos, terminan-do por estabelecer o conceito da chamada Síndro-me anêmico-parasitária, quadro cl ínico que reúnesintomas e sinais ligados à anemia, à carência pro-téica, vitamínica e mineral, e ao poliparasitismointestinal(65), "fatores que interferem, com maiorou menor agres~ividade, sobre o amazônida con-temporâneo, não chegando, entretanto, a configu-rar um quadro patológico típico regional"(64).

Já quanto à incidência das parasitoses intesti-nais, na região, não há elementos que permitamavaliá-Ia.

Os informes de mais amplo alcance de que sedispõe são os de VINHA (66), baseados no levanta-mento nacional dos exames coprascópicos execu-tados pelo ex-DNERu, em 1969, em todas as Uni-dades da Federação, exceto São Paulo e Fernandode Noronha. Os dados amazônicos, salvo os refe-rentes à esquistossomose, que nos merece capítuloà parte, estão contidos na Tabela 11.

Da análise desses resultados, que reconhecida-mente não traduzem a freqüência real, dadas as ca-racterísticas da amostra estudada, ressaltam, em in-teresse, as seguintes informações:

a) a prevalência da ancilostomíase na Amazô-nia, exceto no Acre (47,2%) e em Rondônia(43,3%), foi bem inferior à na~ional (~6,5%);

b) a ascarid íase (88..3%) e a tricocefal íase(62,0%) mostraram-se bem mais freqüentes naAmazônia que nas demais regiões do País (cifrasnacionais: 59,5 e 35,9%, respectivamente), a pri-meira alcançando proporções elevadíssimas, sobre-tudo nos Estados do Amazonas (94,0%) e Pará(90,9%). Foi surpreendentemente baixa a freqüen-cia da tricocefal íase no Estado do Acre (2,3%);

c) a estrongiloid íase teve freqüência inferior a1 % no Amazonas e Roraima, alcançando, porém,7,7% em Rondônia, 7,5% no Pará, e 6,6% no Ama-pá, bem acima da cifra nacional (2,5%);

d) a baixa prevalência da enterobíase é falsa, edeve-se à impropriedade do método; a da teníasee da himenolepíase parecem traduzir algo próximoda verdade.

Alguns desses dados são conflitantes com obser-vações de outros autores. Em 1950, COSTA,AZE-VEDO E MAROJA(18) constataram, entre 3.296crianças, de 6 municípios da zona bragantina, umaprevalência de 91,6% de ancilostomíase, declarada-

6 -PARASITOSES INTESTINAIS

Não se conhece, ainda hoje, com precisão, amagnitude do problema das parasitoses intestinais,no vale amazônico como um todo.

10

Page 5: Panorama Atual das Parasitoses na Amazôniaiah.iec.pa.gov.br/iah/fulltext/pc/artigos/1977/...motos relatórios de Oswaldo Cruz, Carlos Chagas e Amazônia Brasileira, pelo Instituto

-Q)ro "CE ~ ~ ~ ~ ~ ~..D ~ ~ ~Oc: Q) ,- -.: G'- M

fj "C,~ 00' CO' M CO Il) r-. r-. o' ot 'võ CO .: 00 CO Il) .: M N M

Q. ~

o '8~ >~ O) ,- -o 00 N r-. M .: ME: "C,'.: .: ,... CO -M -r-. 00 I

,~'" N -N N --

Z ~W ;

cn-J0-~ ~ S'" "'" O"CV# CC ~ ro« O) c: .: ~ M -01 01 o 00-J ca E ~ '-E Il) N N .: M o o Ic.."~ M M M N N N .:

0« z ~X~ wOZf- 'OwNC«cn~ ~

-O « ,2 ~ o ~ ~ o o o o

~ !:: O 'i! ~ :~ ,§ -8 ,- -8 ,- ,§ ,§ ,§ ,§.c a: 1« ';: ,'.: ': o -= o -= .: -= -= .:(O'w- USE"" E lro E E E E E

f-::>'-' Q. o ~.!Y. o ~.!Y. o o oco o oO~ "'5co E~ "'5<0 t:~ "'5~ "'5~ "'51/)"'5~ "'5~Z .."- ~c. "- ~c. "N "N ..N..", ..'"'-,. o~ ,-.,0'10 '-.. '-., '-" '-',1 '-',1-« 1-- ~c. 1-- ~c. 1-- 1-- 1-- 1-- 1--

WzCcncn O O ca O ca ,~O I c: "" c: UC C ~'e ""e o o c o o

« O) c: ~'" c: ~'" lca- ~- 'ti ""- 'ro-""'N t: ~ t..!Y. ~ t;.!Y. ~~ 1ú~ X! ~~ ~~f-- O) t: OCO E OCO c:l: c::I: ~ C:l: c::I:-J -J I- O) :Q E o O) :Q E o '" -'P -o '" -'" -

« "C O) ~~ "CO) ~~ ~- ~- ~ ~- ~-::> o~ i o o~ 0)0 -ro -ro ...ca -ca -rocnW IIQC I- IIQC "CI- ~t ~t °t Clt ~tw cc 1Jo,- E 1Jo,- ca E E ~ E ~ c: ~ ~ ~ E ~-ca .o ~ ca .o ~ ,- ,- ~ .-t: ,- ,-~ Q)~ E g Q)~ Eo O)"C O)"C E"C~"C O) "C

a:(/)- a:(/)-u:l:,S:I:,:-,::I:,: :1:,:

oIIQ ~'" ~ O) ~ca""C ~ &N'" ~ '".-o IQ ~ catE E t: o o I c: 2Ü ~ '(3 '(3 "C "C ;1 CI '"'" '" IQ '" '" '" ,- o E'fQ"C ",'" ",'" roO IÇO I- "CIQ

U ~g caO 5,'.: 5,'.: '" "'Eo oC: ~u ~u o o~ IQ ti IQ u" u'" ,- ,- oaio o ~..,~.., "C "C c:

Q. -~ -a: ~ a: ~ "': ...: .!P.o

o -o,-m -o ca

Q) o ,- I; -"C ..o c:- ...~ ~ro '"IIQ~ o,~ ~~ o O t: WlJo ,- 'ro ..0)'" "C'ca ..."C O) "C 00' "C W ,-

N ~ O) E O) O .~ .,', '" .o '":=... IQ -"' ~ IQ OIQIQ CI IQO~"C... , ~ ~ ..c:u g Q.t;Jo~ IQIQ 0:6 o I- ~' o 00o t;J , ca ';: ~ ,~ ~ "C C -o ' "C E ~ Õ N..J ~,~:g E 8 ~ .g s.g -a 'B. ~ 'ã E ~ E

u"'~~.c: teca ca... ~ca U(/)~ ~IQ~'" uca .. e E o o

~O)~O 1Q.c: '" "'IQ..Ii -00 ,-o~ ~ I- "C U == W ~ W Q. ~ ~ Il) ';:"C a: "C

g N .: .: -Il) coco co co r-. r-. r-.

~ 01 01 01 01 01 01~ -~ ---

, ,

Panorama Atual das Parasitoses na Amazõnia

j;: --;: -ID N otN o -In ot

N ----r-. O)M -ID M M ID

ot O) r-. -r-.~ ID ID ~ O) ID O)..O) O) .~ -~o ~ ~ c: ,-

, '" -' O) -'~ ~ ~ g' Ia ~ IaC(... ...~ t '~. t

q, q, (Jq, ~ ~ 'e-.!Y. ~c c on ~ 15~ ~ = .c > ..~ ~ :; o o o

O O ~ Z -I ~

Page 6: Panorama Atual das Parasitoses na Amazôniaiah.iec.pa.gov.br/iah/fulltext/pc/artigos/1977/...motos relatórios de Oswaldo Cruz, Carlos Chagas e Amazônia Brasileira, pelo Instituto

Revista da FSESP -Vol. XXII/N? 1/77

~ ~r-.tO r-* 1~'lo'~~o ~

..o.-'"'- o ai alOLn M

"tO > r-. ~ ~ -S :E I Ln I O! M 01o '" tO r-...o --o c..~ci * I -, I I 0.';;;:- o.'" O O O o,~

O) ~ '"(0- -o0)(0 o >.-(O c: ';: I N I I ai N M-..,- -

, E '"-I W '- o-C :J: c..

(/)<t ,=> q o -oa: <t ci. * I I o I o" o" 'o'~ (/) '"

, <t ,~'"<t a I ~ o" >~ o ~:E I I ~ I Ln -~z -S'o a: c..

'w~I- r-.MaI~Lnr-. o~ (/) 'S * tO' N' ai' M' ~' cD roi~- ..tO Ln-r-.~ tO~ Z ,~O ~ "5 S

~ tONr-.LnM M

~ '- > r- ~ ~ -o tO

'<t' ~ ';: Ln N Ln r-. tO~ ~ ,,'ih N tO'; .;..., u .- c..° -N ~w-a:-'~ ~ -LnLnMr-.N-~c ,=> 1! * 00 ~o 00 o' o" _o _o

~ ~ -

(/)W ~ '"W C E oI- .--t,,~ M tO -ai ~ ~ -

-' ).,~ ~ Ln .-ai -MZA '" .--N- r-.A 'o(/) LIJ c..

-I-w.:J.ã)c ..r-.tOr-.~LntO MQ) A '- ~ "" o, ,~""'(/) ~ r-~oor-.tO ~taJ:A "1-"'" o

wJ: ~ ~ oal~oor-. 8 00a: Z ~,~ ai ~ ai .-Ln oI- ~ ",~ N aiZ~ ti) ~ N Nw ~ c..(/)<t ..Nr-.OMalOO M~ U ~ * M' ~o ~. r-° 00 r-.' aiZW o r-.r-.OI~alLn ~

O ,u--'"I-A ~ o ~OOOOM.- tO(/) ., > ~N.--tOr-. NW U §:E r-: ~ q q C'! 00 ~I- Z .., "'o N N tO .-tO aiZ,w ~ c.. N N Ln

~o o MNtOOOM ~O z aI.o .0'00' o

"C Mr-Lnr-N~ -I- w ~E ~ ~ -.-N.- N-I-

~~ ~ S ~LnONOtO r-""' o > NMNtO~.- aia: ...:: ';: tO Ln M M M N M

~ ~ g'~.; ';.t tO ~~=> « c..w(/)°<t<to~(/) e XI oo.-LnLnr--tO N

O ai E ~LntOMr--O 00:J EaI r--NtO-OOLn.-o a ,~ "C ~ M M r-: N 00'; r-:(/)<t z LU N N tOwa~

'" o~ ,~lU lU lU

"C"C~ ~ fi!'c "C ,- ~ ~ai c: c: E:) u. '-8 S ,- ~ -

c:~fGe"tO!i ~ouEo'-t: o

cr:««cr:~« I-

12

Page 7: Panorama Atual das Parasitoses na Amazôniaiah.iec.pa.gov.br/iah/fulltext/pc/artigos/1977/...motos relatórios de Oswaldo Cruz, Carlos Chagas e Amazônia Brasileira, pelo Instituto

Panorama Atual das Parasitoses na Amazônia

mente a helmintíase predominante. No mesmo tra-balho, citam cifras da ordem de 95,3% e 94,0%,encontradas anteriormente por SOUZA ARAÚJO,em 1922, nos municípios de Marapanim e Curuçá,da mesma região bragantina (18). A experiência deNOHMI (51), em Macapá, mostra maior importân-cia local da estrongiloidíase (13,0 a 18,0%), queaquela sugeri da pelos dados de VINHA para toda aAmazônia. Quase o mesmo poder-se-ia dizer, comrelação à ancilostomíase (35,0 a 55,0%) e à hime-nolepíase (até 6,0%).

Para NOHMI (51), a apreciação dos relatos daliteratura especializada regional permite concluir,entre outras coisas, que:

1. As espécies parasitárias incidem com freqüên-cia diferente nas localidades amazônicas onde têmsido realizados inquéritos.

2. O grau de endemicidade varia, não só quandoconsiderados os resultados totais dos inquéritosmas também quando comparadas as freqüênciaspor espécies parasitárias.

3. Na mesma localidade, varia a freqüência deA. lumbricoides, 7: trichiurus, ancilostomídeos,S.

stercoralis, E. histolytica e G. lamblia.

4. A incidência de geohelmintos tem sido maiselevada que a dos demais helmintos, e que a dasprotozooses.

7 -ESOUISTOSSOMOSE

A esquistossomose não constitui, ainda, proble-ma de vulto na Amazônia.

Reconhecem-se, hoje, apenas 2 focos na região:um nos arredores da vila de Ouatipuru, no municí-pio de Primavera, zona bragantina; o outro, em Be-lém. Ambos, no Estado do Pará. O antigo foco deFordlândia já é considerado extinto, em vista dosresultados dos vários inquéritos ultimamente le-vados a efeito naquela localidade(28, 53, 32).

Os focos de Ouatipuru e Belém continuam ematividade, embora inexpressivos no âmbito geral daendemia em nosso País. No primeiro, além daBiomphalaria straminea, espécie de larga distribui-ção na Amazônia, existe também B. glabrata, exce-lente hospedeiro para o S. mansoni. Em agosto de1971, em rápida visita àquela localidade, encontra-mos exemplares da espécie eliminando cercá riasdesse parasita. E há, além disso, novos casos au-tóctones, a confirmar a atividade do foco, que, to-davia, é de pequena extensão, e se situa em áreabastante isolada e de população escassa.

O foco. de Belém, descrito em 1968 (29), res-tringia-se, então, à embocadura do igarapé das Al-mas, no bairro do Umarizal (não no do Reduto,como descrito), área posteriormente submetida a

grandes obras de saneamento e urbanização que -

presume-se -eliminaram o problema. Mas a ende-mia se mantém, às custas de outros focos, de situa-ção, amplitude e importância ainda não bem defi-nidas. Existe Biomphalaria straminea nas valas, ala-gados e córregos da cidade (29), 38 casos conside-rados autóctones já foram registrados pelaSUCAM,

até dezembro de 1976(32), entre residen-tes de diversos bairros da capital (Umarizal, Crema-ção, Condor, Jurunas, Matinha, Guamá, Pedreira,Cidade Velha e Terra Firme), não sendo possível,entretanto, precisar os locais onde a infestação foicontraída. Nossas observações nos permitem, con-tudo, sugerir como foco eficiente a vala da "baixada 14", que se inicia à altura da Av. ConselheiroFurtado, estendendo-se pela Tv. 14 de março e tre-chos da Caripunas, Generalíssimo Deodoro e Guin-tino Bocaiúva, até desembocar no rio Guamá. Per-corre, assim, o bairro da Cremação, para em segui-da separar os de Batista Campos e Jurunas, do bair-ro da Condor. Embora não haja provas definiti-vas, temos forte evidência epidemiológica de queessa vala representa a origem de considerável nú-mero de casos autóctones da capital.

Apesar da baixa morbidade, impõe-se o sanea-mento da área, bem como a realização imediatade um programa de educação sanitária, tendo emconta que a população permanece, ainda, absolu-tamente alheia aos riscos dos banhos em valas ecórregos, grande atração para as crianças no pe-ríodo das chuvas. Aí, como em outras baixadas dacidade, essas águas, povoadas de B. straminea, sãocoletoras dos dejetos das habitações, constru ídassobre palafitas, sem fossas, nem esgotos.

Tão importante quanto a existência dos focosacima referidos, é a possibilidade de a esquistosso-mose vir a instalar-se em outras áreas, hoje escassa-mente habitadas, mas que poderão se transformarbrevemente em grandes centros populacionais,mercê das facilidades oferecidas pela abertura dasgrandes rodovias. Os terrenos por estas atravessa-dos, e que estão sendo destinados a intensa coloni-zação, são considerados dos mais propícios ao de-senvolvimento de hospedeiros intermediários doS.

mansoni na região(41).

Em nossa contribuição ao levantamento mala-cológico da Transamazônica (26,27), assinalamosa presença de B. straminea em dois igarapés no mu-nicípio de Altamira, e noutro criadouro próximoao cruzamento com o rio Curuá Una, no municí-pio de Santarém. A insuficiência da triagem de co-lonos e peões, nos lugares de origem, tem permiti-do a entrada de portadores da parasitose nessas á-reas. Vejam-se os dados de coproscopias realizadaspela SUCAM nos últimos 5 anos (1971-1975):336amostras positivas em Altamira, 84 em Marabá, e

13

Page 8: Panorama Atual das Parasitoses na Amazôniaiah.iec.pa.gov.br/iah/fulltext/pc/artigos/1977/...motos relatórios de Oswaldo Cruz, Carlos Chagas e Amazônia Brasileira, pelo Instituto

Revista da FSESP -Vai. XXllfN~ 1177

1 em Itaituba. Felizmente, nenhum caso autóctone Alcançados os sucessos dos primeiros 10 anoscomprovado, e todos sistematicamente tratados de campanha, iniciada em 1956, Belém livrara-sepela SUCAM(32). das cifras assombrosas de 1952, quando pratica-

Recentemente demonstrou-se que a Biompha- mente 1/5 da população era considerada portado-faria amazonica, espécie da região do baixo rio Ne- ra de microfilárias: cerca de ,50.000 filarióticos,gro, Estado do Amazonas, é altamente suscetível 2.500 deformados pela elefantlase(2).

à infestação pelo Schistosoma mansoni. Há, assim, Os índices, em declínio por mais alguns anos,grande possibilidade de vir a funcionar como bom justificavam o otimismo, cuja vigência, ainda hoje,hospedeiro intermediário da esquistossomose em parece-nos prejudicial.sua área de distribuição (14) que inclui a cidade deManaus um dos mais importantes polos de atração Em nosso entender, no período de 1966 a 1975migrató'ria para a Amazônia. a campanha de controle não terá experimentado

maior progresso; podendo o ligeiro decréscimo dos8 -BANCROFTOSE índices ser atribuído à sensível redução da densida-

-, de de Culex pipiens fatigans no decurso da campa-Nao e das mais animadoras a sltuaçao atual da nha anti-aegypti.

bancroftose no seu foco de maior expressão naAmazônia, o de Belém. Analisemos sua incidência Os ciclos da campanha contra a filariose em Be-aí, com base nos dados oficiais, constantes da Ta- lém, vinham, já, ultimamente, se completando abela 111. intervalos bem maiores que o desejável. Mesmo

Tabela III

RESULTADOS DOS INQUÉRITOS HEMOSCÓPICOS PARA PESQUISA DE MICROFILÁRIAS DEWUCHERERIA BANCROFTI, REALIZADOS NA CIDADE DE BELÉM, PARÁ, ATÉ 1976.

Anos lâminas Examinadas lâminas Positivas Indice de Positividade

1951 8.588 845 9,8%1952 31.625 6.306 19,9%1953 49.417 6.721 13,6%1954 43.824 4.148 9,5%1955 45.501 5.598 12,3%1956 67.021 5.953 8,9%1957 163.579 13.826 8,5%1958 215.579 14.231 6,6%1959 238.943 13.012 5,4%1960 274.763 10.713 3,9%1961 227.016 9.737 4,3%1962 242.183 8.110 3,3%1963 308.835 9.110 2,9%1964 278.678 6.828 2,5%1965 264.850 4.566 1,7%1966 243.597 4.379 1,8%1967 222.649 3.653 1,6%1968 195.675 2.471 1,3%1969 192.765 2.596 1,3%1970 339.882 3.862 1,1%1971 345.663 3,117 0,9%1972 316.835 2.753 0,9%1973 230.809 2,283 1,0%1974 216.412 2,027 0,9%1975 186.953 2.338 1.3%1976 345.853 2,668 O,8~ó

14

Page 9: Panorama Atual das Parasitoses na Amazôniaiah.iec.pa.gov.br/iah/fulltext/pc/artigos/1977/...motos relatórios de Oswaldo Cruz, Carlos Chagas e Amazônia Brasileira, pelo Instituto

Tabela IV

PREVALÊNCIA DE MANSONELLA OZZARDI EM SETE LOCALIDADESTICUNAS DO ALTO SOLIMÕES, ESTADO DO AMAZONAS, 1975 (46)

Localidades População Examinados Positivos Indice de Microfilaremia

Vila Betânia 600 121 40 33,0Nova Itália 450 68 39 57,3Campo Alegre 800 145 70 48,2Vendaval 450 94 37 39,3Belém 900 117 54 46,1Feijoal 490 120 65 54,1Umari-açu 1.000 135 61 45,1

TOTAL 4.690 800 366 45,7

15

Panorama Atual das Parasitoses na Amazônia

admitindo a hipótese -bastante improvável -da taram índices de 1,6%, 1,4% e 0,1%, nos últimosnão superposição da amostra examinada, a popula- inquéritos, que datam de 1969, 1967 e 1969, res-ção da capital, hoje superior a 800.000 habitantes, pectivamente (32).não terá sido coberta na sua totalidade nos 3 últi-mos anos (216.412 + 186.953 + 345.853 = 9 -MANSONELOSE

749.218). Única filariose humana seguramente autóctone

E índices em torno de 1 % não são de subesti- do continente americano, tem sua distribuição,mar. Vejam-se os números de 1975: 186.953Iâmi- em nosso país, limitada à região amazônica, predo-nas examinadas, 2.338 positivas, numa população minantemente a oeste de Manaus, ao longo do rioestimada, então, em 771.665 habitantes. Um índi- Solimões. Ocorre mais nas vilas e povoados da zo-ce de 1,25%, que sugere cerca de 9.646 casos em na rural e silvestre, sobretudo onde há predomi-evolucão nância de populações indígenas (ticunas)....

Que esperar desses quase 10.000 casos, dos Os índices atuais de microfilaremia, entre essasquais foram apenas tratados 2.338 em 1975, e populações são bastante superiores aos anterior-2.668 em 1976? Por quanto tempo estariam, os mente conhecidos, referentes ao grande inquéritorestantes, a salvo do estigma da elefantíase? hemoscópico de filarioses realizado pelo Ministério

..da Saúde, na região, no período de 1951 a 1955C~clos superiores a 3 anos, numa área em que a (54), índices, então, nunca superiores a 30%. Em

de~s.'dade. .do vetor ~olta a. ser ~ fl.agelo de .a~t.es, inquérito recentemente procedido por MORAESexigiam, Ia, uma açao mais energlca e definitiva et aI (46) em 7 localidades do alto Solimões, a mi-de combate. crofilaremia variou de 33,0 a 57,3% (Tabela IV).

Felizmente, a SUGAM, organisn:lo a que compe- Em localidades onde a transmissão é mais ativate e~se controle, atenta a esse risco, estabeleceu, 'constatou-se que a infestação é contraída precoce~em fins de 1975, novos rumos para a campanha(9), mente com cerca de 15% dos indivíduos acometi-e algumas medidas começam a se esboçar, ao me- dos antes de completar os 10 anos de idade (46).nos no que tange à freqüência dos ciclos, e à popu- .lação coberta a cada ano. Dos 601 indígenas submetidos a biopsia de

M b pele, 290 (48,2%) apresentaram positividade à pes-as, ca e aquI Insistir mais uma vez na propos-d d.--

f I d SCAFFqulsa de mlcrofllarlas de Mansonella ozzardl, o que

ta e erra Icacao, em vao ormu a a por e . d .. d f - d f.l 'GUElRaS de~de 1968(58). evl encla o risco e con usao esta I arlose com a

, oncocercose, quando se pretende estabelecer o

Quanto aos focos de Soure, Vigia e Cametá, que diagnóstico desta última apenas com base no en-se seguem, em importância, ao de Belém, apresen- contro de microfilárias na pele.

Page 10: Panorama Atual das Parasitoses na Amazôniaiah.iec.pa.gov.br/iah/fulltext/pc/artigos/1977/...motos relatórios de Oswaldo Cruz, Carlos Chagas e Amazônia Brasileira, pelo Instituto

Tabela VRESUL TADOS DE PESQUISAS DE ONCHOCERCA VOL VULUS NAS ÁREAS

ENDÊMICAS DO BRASil *

Número de N. d % d P ... AL I' d de umero e e OSltIVI- utoresoca I a Ano Pessoas P .. d dE . d OSltlVOS a e

xamlna as

Toototobi 1973 91 57 62,6 Moraeseta/,1973 (47)Mapulaú 1973 13 10 76,9 Moraes & Fraiha Neto, 1974 (48)Surucucus 1974 57 27 47,3 Moraes & Chaves, 1974 (45)Auaris 1974 102 25 24,5 Rassi et a/, 1976 (55)Surucucus 1974 54 13 24,0 Rassi eta/, 1976 (55)Toototobi 1974 61 37 60,6 Rassieta/,1976(55)Toototobi 1976 97" 92 94,8 Moraeseta/,1976(44)Auaris 1976 126 24 19,0 Moraeseta/,1977 (491

.Somente indivíduos de mais de 10 anos de idade...Somente indiv(duos de mais de 15 anos.

16

Revista da FSESP -Vai, XXII/N~ 1/77

Há autores que insistem, ainda, em considerar 10 -ONCOCERCOSEa mansonelose, apatogênica, a despeito dos traba- Recentemente admitida no rol das parasitoseslhos de COS!A (1?1 e BATIS!A, et aI, (81" q~'! amazônicas, a oncocercose teve seu primeiro focobe~ ,caracterl:a.m slntoma~ e, ~Inals de assoclaçao no pa{s assinalado pelo Instituto Evandro Chagas e~O,sltlva estatisticamente slgrnfl~ante com o para- a Universidade Federal do Pará em julho de 1973,sl~lsmo pela Mansonella ozzardl : que, embora,be- entre ind{genas do grupo lanomama habitantes darngnos e comuns a outras afecçoes, nem por ISSO .~ do rio Toototobi no extremo noroeste dod ~ b " d . d S ~ d reglao ,

evera? ser su ~stlma os ou Ignora os" "ao: o. Estado do Amazonas(471.

res articulares, frieza nas pernas, placas erltemato-pruriginosas, adenite {nguinocrural, e cefaléia. Estudos subseqüentes, publicados por diversos

autores, permitem-nos, hoje, reconhecer que:Todavia, o aspecto talvez mais fascinante e A ' d "" b . 1 . st "ng "lr., a. area en emlca rasl eira parece re ri -

atual do e~tu~o da .ma~sonelose no Brasil e o de se ao território aos lanomamas correspondente àsua transmlssao, atrlbulda, por CERQUEI R A.. em rt t h d "~ da fronte "

lra com a.," .pa e mon an osa a reglao1959, ao S,mul,um amazomcum (101, e posterior- V I (431mente posta em dúvida por GARNHAM & VALLI- enezue a .

KER (31 I, por várias razões científicas. b. Quatro focos já foram descritos do lado bra-sileiro: o rio Toototobi e o Mapulaú, afluentes do

Experiências recentes, realizadas por SHELLEY Demini, tributário do Negro, no Estado do Amazo-& SHELLEY (621 nas proximidades de Lábrea, no nas; a serra dos Surucucus, e o rio Auaris, no oestePurus, Estado do Amazonas, vieram confirmar as do Território Federal de Roraima.conclusões de CERQUEIRA, de que o Simulium O f ." é d T t t b "

d" , "c. oco mais Importante o o 00 o o I, e

amazomcum e o veto r da Mansonella ozzardl no I d d "" d d d t "t t dB "I e eva a en emlCI a e, on e pra Icamen e o os os

rasl. . d .' d d . d 15 d .d d ~ tIn IVI uos e mais e anos e I a e sao por a-

Constataram eles uma diferença significante en- dores da infestação, apresentando a média de 13tre o {ndice de infestacão natural de s. amazoni- microfilárias por miligrama de pele ao n{vel da ná-

cum por larvas da Man~onella (0,99%1, ~ o {ndice dega(441.de infestação experimental (7,1 %1 em simul {deos d" Os dados de prevalência, até hoje divulgados,da mesma espécie, alimentados em indiv{duo com podem ser assim resumidos conforme consta daalta microfilaremia" Nestes, foi poss{vel o encontro Tabela V.de larvas de M. ozzardi em desenvolvimento nos AI ~ " " ~ f '" T, I t '" e. teraçoes VisuaiS sao requentes no oototo-

muscu os oraclcos. bi (56 em 82 = 68,3%1, constando de pontos de

Os demais insetos hematófagos antropófilos co- opacificação da córnea(38,5%I, ou erosões epite-letados na área estavam livres de infestação natu- liais da córnea (56,8%1 ou mesmo cegueiraral(621. (3,7%1 (91"

Page 11: Panorama Atual das Parasitoses na Amazôniaiah.iec.pa.gov.br/iah/fulltext/pc/artigos/1977/...motos relatórios de Oswaldo Cruz, Carlos Chagas e Amazônia Brasileira, pelo Instituto

~

Panorama Atual das Parasltoses na Amazônia

f. O Simulium amazonicum Goeldi 1910 foi metral Norte, em construção (trecho Caracara(-incriminado por RASSI et al(57) como veto r no Padauiri), ofereça riscos de expansão da área en-Toototobi. SHELLEY(61) chega a resultados bas- dêmica (9,55).tante sugestivos dessa importância, mas põe emdúvida a identidade específica do simul ídeo, 11 -ABSTRACTpredominante. n_a área. Nada se sabe, ainda, so- This paper reviews studies made on endemic pa-bre a. t~ansmlss~o em outras áreas, onde concor- rasitic diseases, with the exception of malaria, inrem varias espécles(56). the Brazilian Amazon region during the past 11

g. Teme-se que a proximidade do território la- years, and complements Djalma Batista's 1:366nomama, a determinado trecho da Rodovia Peri- review.

AGRADECIMENTOS

Somos profundamente agradecido a quantos,de alguma forma, contribuíram para a execuçãodo presente trabalho, em particular aos Drs.RUBENS CAMPOS, GILBERTA BENSABATH,ZO~NIO DA MOTA GUEIROS, AGOSTINHOCRUZ MARQUES, RALPH LAINSON, JEFFREYSHAW, RICHARD WARD, MÁRIO MORAES,NI-VIA NOHMI e DONALD ROBERTS; à biblio-tecária NAZÁRIA HIGASHI; e à nossa auxiliarMARIA DAS GRAÇAS SOARES DA SILVA.

17

Page 12: Panorama Atual das Parasitoses na Amazôniaiah.iec.pa.gov.br/iah/fulltext/pc/artigos/1977/...motos relatórios de Oswaldo Cruz, Carlos Chagas e Amazônia Brasileira, pelo Instituto

18

12. CHAGAS, E.; CUNHA, A. M.; FERREIRA, L.C.;DEANE, L.; DEANE, G.; GUIMARÃES, F. N.;PAUMGARTTEN, M. J. & sA, B. -Leishrnanio-se visceral americana. Mem. Insto Oswaldo Cruz,33(1): 89-229, jun. 1936.40 est.

13. CHANCE, M. L.; PETERS,W. & SHCHORV, L. -Biochemical taxonomy of Leishmania. I: Obser-vations on DNA. Ann. trapo Med. Parasit.,68(3):307-316, sept. 1974.

14. CORReA, L. Ro & PARAENSE, Wo L. -Suscept-ibilíty of Biomphalaria amazonica to infectionwith two strains of Schistosoma mansoni. Rev.Insto Medo trapo S. Paulo, 13(6): 387.390, novo-dezo1971o.

15. CORR~A, R. R. -Informe sobre a doença de Cha-gas no Brasil e em especial no Estado de São Pau-lo. Rev. brasi/. Ma/ario/. e Doenç. trop., 20( 1/2):39-82, jan.-jun. 1968.

16. COSTA, O. R. -Calazar no município de Cachoeirado Arari, Pará. Rev. Servo espec. Saúde públ.. Riode Janeiro, 12(2): 91-98,1966.

17. COSTA, O. R. -Contribuição ao conhecimento dafilariose na Amazônia. Rev. Servo espec. Saúdepúbl., Rio de Janeiro, 8(2): 329-422, dez. 1956(Tese apresentada para concorrer à Cátedra deParasitologia da Faculdade de Medicina e Cirur-gia do Pará).

18. COSTA, O. R.; AZEVEDO, M. C. & MAROJA, R.C.-Inquérito parasitológico entre crianças, realiza-do em seis municípios da zona bragantina, Esta-do do Pará, em 1950. Rev. Servo espec. Saúdepúbl., Rio de Janeiro, 8(1): 231-256, dez. 1955.

19. DEANE, L.M. -Leishmaniose visceral no Brasil; Es-tudos sobre reservatórios e transmissores realiza-dos no Estado do Ceará. Rio de Janeiro, ServiçoNacional de Educação Sanitária, 1956. p. 22(Tese).

20.

DEANE, L. M. et aI. -Inquérito de toxoplasmosee de tripanossomíase realizado em Cachoeira doArari, Ilha do Marajó, Pará, pela V Bandeira Cien-tífica do Centro Acadêmico Oswaldo Cruz da Fa-culdade de Medicina da Universidade de São Pau-lo. Rev. Medo (S. Paulo), 48(3): 107-116, ago.19640

21. DEANE, L. M. et. aI. -Inquérito de toxoplasmosee de tripanossomíases realizado no Território doAmapá pela III Bandeira Científica do CentroAcadêmico "Oswaldo Cruz" da Faculdade de Me-dicina da Universidade de São Paulo. Rev. Med.(S. Paulo), 47 (1): 1-12, fev. 1963.

22. F LOCH, H. & ABONNENC, E. -Dipteres Phlébo-tomes de Ia Guyane et des Antilles Françaises. Pa-ris, Office de Ia Recherche Scientifique Outre-Mer, 1952. p. 121-125 (Faune de l'Union Fran-çaise, XIV).

23. FORATTINI, O. P. -Entorn%gia MMica. S.Paulo.Edgard Blücher (1973). vai. 4 p. 437-441.

Revista da FSESP -Vol. XXII/N~ 1/77

12 -BIBLIOGRAFIA1. ALENCAR, J. E.; PESSOA, E. P. & COSTA, O.R. -

Calazar em Santarém, Estado do Pará, 1961. Rev.brasi/. Mario/. e Doenç. trap., 14 (4): 371-377,out. dez. 1962.

2. ATHIAS, S. P. & GUEIROS, Z. M. -Situação atualda filariose no Pará. Rev. bras. Mario/. e Doenç.trop., 15 (4): 593-599, out. dez. 1963.

,3. BARRETTO,M. P. -Estuctos sobre reservatórios e

vectores silvestres do Trlfpanosoma cruzi. XIX -Inquérito preliminar sob~ triatom(neos silvestresno Sudeste do Estado de Goiás, Br~sil (H~mipte-ra, Reduviidae). Rev. Insto Med. trapo S. Rau/o, 9(5): 313-320,set.-out. 1967.

4. BARRETTO, M. P. -Estudos sobre reservatórios evectores silvestres do "Trypanosoma cruzi".X XX I: Observações sobre a associação entre re-servatórios e vectores, com especial referência àregião nordeste do Estado de São Paulo. Rev.brasi/. Bio/., 28(4) :481-494, dez. 1968.

5. BARRETTO, M. P. & CARVALHEIRO, J. R. -Es.tudos sobre reservatórios e vectores silvestres do"Trypanosoma cruzi". XII: Inquérito preliminarsobre triatom(neos siivestres no munic(pio deUberaba, Minas Gerais. Rev. brasi/. Bio/., 26(1):5-14, maio 1966.

6. BARRETTO, M. P.; SIQUEIRA, A. r:.; CORR~A,F.M.A.; FERRIOLl FILHO, F. & CARVALHEI-RO, J.R. -Estudos sobre reservatóriJs e vectoressilvestres do "Trypanosoma cruzi". VII: Investi-gações sobre a infecção natural de gambás porTripanossomos semelhantes ao "T. cruzi".Rev.brasi/. Bio/., 24(3): 289-300, out. 1964.

7. BATISTA, D. -Parasitoses amazônicas. /n: LENT,H., ed. Atas do Simpósio sobre a Biota Amazôni-ca, Rio de Janeiro, Conselho Nacional de Pesqui-sas, 1967. Vol. 6. Patologia, p. 1-37.

8. BATISTA, D.; OLIVEIRA, W. R. & RABELLO,D. -Estudo da patogenicidade da Mansone//aozzardi e da sintomatologia da mansonelose.Rev. Insto Med. trop. S. Pau/o,2(5) :281-289, set.-out. 1960.

9. CALHEIROS, L. B. -A situação das fi/ario~s noBrasi/; resumo de informação até junho de 1976(Brasllia), SUCAM, 1976,28 p.

10. CERQUEIRA, N. L. -Sobre a transmissão da Man-sane/Ia ozzardi (I e II Notas). (s.I.) Instituto Na-cional de Pesquisas da Amazônia (s.d.) 29p. (Re-impresso do Jornal Brasileiro de Medicina, Rio,set. 1959).

11. CHAGAS, E.; CUNHA, A. M.; CASTRO, G. O.;FERREIRA, L. C. & ROMANA, C. -Leishma-

.njose visceral americana; nova entidade mórbidado homem na América do Sul. Mem. Insto Os-wa/do Cruz, 32 (3t: 321-390, jul. 1937.45 est.(Relatório da comissão de estudo da leishmaniosevisceral americana, 1936).

Page 13: Panorama Atual das Parasitoses na Amazôniaiah.iec.pa.gov.br/iah/fulltext/pc/artigos/1977/...motos relatórios de Oswaldo Cruz, Carlos Chagas e Amazônia Brasileira, pelo Instituto

24. FORATTINI, O. P.; SilVA, E.O.R.; FERREIRA,O. A.; RABEllO, E.X. & PATTO LI , O.G.B. -Aspectos ecológicos da tripanossomlase ameri-cana. II1 -Dispersão local de triatomíneos, comespecial referência ao Triatoma sordida. Rev.Saúde Públ., S. Paulo 5 (2): 193-205, dez. 1971.

25.

FRAIHA, H. -Malária. In: PINHEIRO, F. P. -Pa-tologia tropiéal na Amazônia; recentes aquisiçõesIn: VE RONESI, R., ed. Doenças infecciosas e pa-rasitárias. 6 ed. Rio de Janeiro. GuanabaraKoogan, 1976. p.1.062-1.064.

26. FRAIHA, H. -Pesquisa de planorbídeos: Altamirae municípios limltrofes (Relatório interno, Insti-tuto Evandro Chagas, Belém-Pará, 1971).

27. FRAIHA, H. -Pesquisa de planorb(deos: Itaituba emunic(pios lim(trofes (Relatório interno, Insti-tuto Evandro Chagas, Belém-Pará, 1973).28.

FRAIHA, H. & MORAE5, M. A. P. -Esquistosso-mose. In: PINHEIRO, F. P. -Patologia Tropicalna Amazônia; recentes aquisições. In: VERONE-SI, R. ed. Doenças infecciosas e parasitdrias. 6ed.Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 1976. p.1058-1059.

29. GALVÃO, S.S. -Esquistossomose em Belém do Pa-rá. Rev. brasi/. Ma/ario/. e Doenç. trapo 20(3-4):215-223. jul-dez. 1968.

30. GARDENER, P. J.; CHANCE, M. L. & PETERS, W.-Biochemical taxonomy of Leishmania. 11:Electrophoretic variation of malate dehydrogena-se. Ann. trapo Med. Parasit., 68(3): 317-325, sept1974.

31. GARNHAM, J. C. &WALLlKER, D. -lsSimuliumamazonicum the vector of Mansonella ozzardi?Trans. ror. Soco trapo Med. Hyg., 59 (6): 672-674Nov. 1965.

32. GUEIROS, Z. M. -Diretor Regional da SUCAM noPará -Informação pessoal 1977.

33. LAINSON, R. & SHAW, J. J. -Epidemiological,considerations of leishmanias with particular re-ference to the New World. In: FALlIS, A. M. ed.The ecology and physiology of parasites. Toron-to, University of Toronto, 1970. p. 21-57 IASymposium held at the University of Toronto,19-20, Feb. 1970).

34. LAINSON, R. & SHAW, J. J. -Leishmanias andleishmaniasis of the New World, with particularreference to Brazil. BulI. Pan amer. Hlth Org., 7(4): 1-19,1973.

35.

lAINSON, R. & SHAW, J. J. -leishmaniasis ofthe New World: taxonomic problems. Br. medoBul/.,28(1):44.48,1972.

36. LAINSON, R.; SHAW, J. J. & UNS, Z. C. -Leish-maniasisln Brazil: IV. The fox, Cerdocyon thous(L) as a reservoir of Leishmania donovani in ParaState, Brazil. Trans. roy- Soco trapo Med. Hyg., 63(6): 741-745,1969.

Panorama Atual das Parasitoses na Amazônia

37. LAINSON, R.; SHAW, J. J.; WARO, R. O. &FRA1HAH. -Leishmaniasis in Brazil. IX. Considerationson the Leishmania braziliensis complex: -impor-tance of sandflies of the genus PsvchodoPVgus(Mangabeira) in the transmission of L. braziliensisbraziliensis in North Brazil. Trans. rov. Soco trapoMed. Hyg, 67(2):184-196,1973.

38. ~AINSON, R.; WARO, R.O. & SHAW, J. J. -Cuta-neous leishmaniasis in North Brazil: Lutzomvia an-duzei as a major vector. Trans. rov. Soco trapo MedHVg, 70 (2): 171-172,1976.'

39. LOVE LACE, J. -Toxoplasmosis among Ticuna in-dians. In: Research in Biological and MedicalSciences; ~nual Progress Report 1 July 1975 -

30 June 1976. Washington, O.C., Walter ReedArmy Institute of Research (1976) Vai. 2, p. 1290-1298.

40. MARQUES, A.C. -A malária na região amazônica.In: Campanha de erradicação da malária (Bras(lia),SUCAM, 1976. 13 p. (Trabalho apresentado aoXII Congresso da Sociedade Brasileira de MedicinaTropical e I Congresso da Sociedade Brasileira deParasitologia, Belém, Pará, 15-19 de fevereiro de1976).

41. MORAES, M. A. P. -A esquistossomose na Amazô-nia, Brasil. Rev. Univ. Fed. Pará, 2 (2): 197-219,1972.

42. MORAES, M, A. P. -Oermatoses por helmintos.Ars. Curandi, S. Paulo, 7(6): 108-122, ago. 1974.

43. MORAES, M. A. P. -Onchocerciasis in Brazil. In:International Svmposium on Research and ContraIof Onchocercia,çis in the Western Hemisphere.Washington, O.C., Pan American Health Organi-zation, 1974. p. 122-128 (Scientific PublicationNo. 298).

44. MORAES, M. A. P.; CALHEIROS, L.; PORTO, M.S.;NEVES, R.; LOVELACE, J. & SHELLEY, A. -Novas observações sobre o foCo de oncocercose norio Toototobi, Estado do Amazonas. BoI. epide-miol., FSESP, Rio de Janeiro, 8 (16): 153-160,1976.

45. MORAES, M. A. P. &CHAVES, G. M. -Onchocercia-sis in Brazil: new findings among the Yanomamai(1dians. BulI. Pan amer. Hlth Org., 8 (2): 95-99,1974.

46. MORAES, M. A. P.; CHAVES, G. M.; ALVES, M.M.R& LOVELACE, J. -Mansonella ozzardi entre os(ndios ticunas. BoI. epidemiol., FSESP, Rio deJaneiro, 8 (3): 25-29, 1976.

47. MORAES, M. A. P.; FRAIHA, H. &CHAVES, G.M. -

Onchocersiasis in Brazil. BulI. Pan amer. Hlth Org.,7(4): 50-56,1973.

48. MORAES, M. A. P. & FRAIHA NETO, H. -Onco-cercose. Belém, Secretaria de Estado de Saúde Pú-blica, IOESP, 1976. 53 p.

49, MORAES, M. A. P.; PORTO, M. S. & CALHEIROS,L. B. -Novas observações sobre o foco de onco-

19

Page 14: Panorama Atual das Parasitoses na Amazôniaiah.iec.pa.gov.br/iah/fulltext/pc/artigos/1977/...motos relatórios de Oswaldo Cruz, Carlos Chagas e Amazônia Brasileira, pelo Instituto

20

Revista da FSESP -Vol. XXII/N~ 1/77

cercose do rio Auaris, Território de Roraima. BoI. 59. SHAW, J. J.; LAINSON, R. & FRAIHA, H. -Consi-epidemiol., FSESP. Rio de Janeiro, 9 (2): 13-16, derações sobre a epidemiologia dos primeiros ca-1977. sos autóctones de doença de Chagas registradosem

Belém, Pará, Brasil. Rev. Saúde públ., São Paulo, 350. NOHMI, N. -Chefe do Centro de Pesquisas do Hos- (2):153-157, dez. 1969.

pital Escola São Camilo e São Luís, de Ma capá,Amapá -Informação pessoal,1977. 60. SHAW, J.J.; LAINSON, R. & FRAIHA, J. -Doença

" deChagas.ln:PrNHEIRO,F.P. Patologia Tropi-)1. NOHMI, N. -Paras/toses /nte~t/?~/s, contrlbulçao ao cal na Amazônia; recentes aquisições. In: VERO-

se.u estudo e~ Macapá, Terrltorlo Federal do Ama- NESI; R., ed. Doenças infecciosas e parasitárias. 6pa. Belo Horizonte (Everest) 1974, 90p. (Tese para ed. Rio de Janeiro Guanabara Koogan 1976. p.Concurso à Livre-Docência da Disciplina de Clínica 1056.' ,

de Doenças Parasitárias.e Infecciosas da Escola deMedicina e Cirurgia do Rio de Janeiro).

61. SHE LLEY, A. J. -Simulium amazonicum e seu pa-52. NOHMI, N.; YAKUTAKE, 5.; SILVA, E. L.; ALEN- pel na transmissão de filarioses no Bra.sil (Trabalh~

CAR, O: M. & CORREA, M. O. A. -Toxoplasmo- a,:,resentado ~~ XII- Co~gresso da Sociedade Bra.sl-se; Inquéritos efetuados em Ma capá , Território Fe- lelra de M.ed!Clna TroPIc.a' e I.Congresso da Socle-deral do Amapá, Brasil, 1971. BoI. Hosp. Esc. S. dade ~rasllelra de P~rasltologla, Belém, 15-19 de,. ., S L . 6. 29-30 1973 fevereIro de 1976 -nao publicado)."am/ o e .u/s,. , .

53. PARDAL, P.P.O.; VIANNA, C.M.; SANTOS, M.F. & 62. SHE LLEY, ~. J. ~ ~HE LLEY, A. -Further e~idenc~SOUZA, I. M. -Desativação de foco de esquistos- for ~he transml~slon .of Ma~sonella ozzard/ by S/-somose no vale do Tapajós, no Estado do Pará mu!/um ama~omcum In Brazll. Ann. trapo Med. Pa-(Trabalho apresentado ao XII Congresso da Socie- raStt., 70 (2) .213-217, June 1976.

dade Brasileira de Medicina Tropical e I Congressoda Sociedade Brasileira de Parasitologia, Belém, 63. SMITH, N. J. H. -House sparrows (Passer domes-15-19 fevereiro de 1976. Tema Livre n<? 107). ticus) in the Amazon. Condor, 75 (2): 242-243,

1973.54. RACHOU, R. G. -Distribuição geográfica das filario-

ses humanas no Brasil. Rev. Brasil. Malariol. e 64. VIANNA, C. M. -Síndrome anêmico-parasitária. In:Doenç. trop., 9(1): 79-100, jan. 1957. PINHEIRO, F. P. -Patologia tropical na Amazô-

nia; recentes aquisições. In: VERONESI, R., ed.55. RASSI, B. E.; LACERDA, N.& GUAIMARÃES,J.A Doenças infecciosas e parasitárias. 6ed. Rio de Ja-

-Estudio de una zona de oncocercosis en Brasil: neiro, Guanabara Koogan, 1976, p. 1067.encuesta realizada en residentes locales. BoI. Of.sanit. panamer., 80(4): 288-302, abro 1976. 65. VIANNA, C. M.; RODRIGUES FILHO, A. & BRIT-

TO, R. 5. -Da nosologia amazônica: síndrorne56. RASSI, B. E.; LACERDA, N.; GUAIMARÃES, J. A.; anêmico-parasitária. In: LENT, H., ed. Atas do

VULCANO, M. A.; PEREZ, J. R. & RAMIREZ A. Simpósio sobre a Biota AmazÔnica, Rio de Ja--Estudio deI area de oncocercosis de Brasil (Cara- neiro, Conselho Nacional de Pesquisas, 1967.cas, Oficina Sanitária Pan Americana) 1974, 61 p. Vol. 6. Patologia. p. 235-249.

57. RASSI, E.; LACERDA, N.; GUAIMARÃES, J. A.; 66. VINHA, C. -Incidência, no Brasil, de helmintosVULCANO, M. A.; PEREZ, J. R. & RAMíREZ, transmitidos pelo solo. Rotina coproscópica do ex-A. -Preliminary report on a new vector of oncho- Departamento Nacional de Endemias Rurais. Rev.cerciasis in the Americas: Simulium amazonicum brasil. Malariol. e Doenç. trop.,23 (1/4): 3-18, jan.(Goeldi, Lutz, 1910 and 1917). BulI. Pan amer. dez. 1971. .

Hlth Org., 9 (1): 10-12,1975.67. WALLS, K. W. & KAGAN, I. G. -Studies on the pre-

58. SCAFF, L. M. & GUEIROS, Z. M. -Erradicação da valence of antibodies to Toxoplasma gondii. 2.filariose. Rev. Brasil. Malariol. e Doenç. trop., 21 Brazil. Am. J. Epidem., 86 (2): 305-313, Sept.(3): 603-613, jul-set. 1969. 1967.