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PANORAMA DA SAÚDE: ANIMAL E HUMANA
Profa. Dra. Masaio Mizuno Ishizuka
Professora Senior da Fac. Med. Vet. Zoot. USP
(Epidemiologia e Vigilância Ambiental)
E-mail: [email protected]. (11) 99984-9535
ASPECTOS QUE COMPÕEM ESTA APRESENTAÇÃO
I. INTRODUÇÃO
II. O SIGNIFICADO DO MANEJO DE ANIMAIS MORTOS E DE
RESÍDUOS NA GRANJA.
III. A SEGMENTAÇÃO DO SETOR PRODUTIVO.
IV. LEGISLAÇÃO EM OUTROS PAÍSES.
V. A RECICLAGEM DA CARCAÇAS DE ANIMAIS MORTOS E
RESÍDUOS: BIOSSEGURANÇA E ANÁLISE DE RISCO
I. Introdução
A missão da Universidade: 1. realizar pesquisas para atender a comunidade para a
solução de problemas contemporâneos;
2. realizar pesquisas inovadoras; e
3. colaborar na transferência de conhecimentos, tecnologias e procedimentos para acelerar o desenvolvimento do país.
O que dizem algumas Universidades
UNIVERSIDADE DA GEORGIA: destino de carcaças mais comumente utilizados nos EUA são enterramento, compostagem e reciclagem (SANDER et al, 2002)
UNIVERSIDADE DE NEBRASCA: animais mortos por doenças infecciosas incluem inumação (profundidade mínima de 1,2 metros), incineração e remoção para graxaria certificada, em até 36 horas da morte. A reciclagem em graxaria só é permitida se houver sistema de transporte para graxaria (HENRY et al, 2001).
UNIVERSIDADE DE NEBRASCA: Numerosos produtos reciclados podem ser utilizados na dieta de suínos. São boas fontes de aminoácidos, cálcio e outros minerais bem como de vitaminas do complexo B. Os mais utilizados são farinhas de carne, ossos, de carne e osso, de peixe e gordura (GROMWELL, G.L., 2006)
Cont.
O que dizem algumas Universidades
Universidade de Michigan e Universidade de Purdue: destino de carcaças nos EUA são enterramento, compostagem e reciclagem.
Razões do manejo de mortalidade: sanitárias, proteção ambiental e estético.
Quando da impossibilidade de envio imediato de carcaças não preservadas: podem ser armazenadas na própria propriedade devidamente congelada ou fermentada.
Cuidados sanitários: adoção de medidas de biosseguridade para minimizar disseminação de agentes de doenças da granja até a graxaria aplicadas ao homem e caminhões transportadores (GOULD et al,).
Conclusão do estudo conjunto destas 2 Universidades: a reciclagem permite reaproveitamento dos nutrientes contidos nas carcaças e na maioria das vezes como ingredientes de rações especialmente para pets (GOULD et al,).
O que dizem algumas Universidades
UNIVERSIDADE DA CAROLINA DO NORTE: a reciclagem tradicional para os produtores que tem acesso à graxarias tem sido e continuará sendo o meio mais adequado para conversão de carcaças em farinhas de proteínas de alto valor nutricional.
O transporte de carcaças das criações até as plantas de reciclagem requer rigorosos procedimentos de biosseguridade para assegurar a não disseminação de agentes de doenças(MORGAN-MORROW & FERKET, 2001).
Cont.
O que dizem algumas organizações
OIE/OMSA
Reciclagem: considerada como a melhor tecnologia pela OIE, trata-se de um sistema mecânico fechado para processamento térmico para estabilizar e esterilizar o produto final como por exemplo, gordura e proteína seca. Tecnologias estão disponíveis em plantas apropriadas para essa finalidade. Este processo inativa eficazmente todos os patógenos com exceção de príons (Cap. 4.12 do Código Zoosanitário (OIE, 2015).
Obs. No Brasil vem se consolidando a prática de coleta especial por industrias com interesse em transforma-las em farinhas. Caminhões merecem cuidados de biosseguridade (PAIVA, 2001)
Método Reciclagem Incineração Compostagem Cremação Enterramento
Fator PesoUtili-
dadeValor
Utili-
dadeValor
Utili-
dadeValor
Utili-
dadeValor
Utili-
dadeValor
Segurança Operador 20 7 140 4 80 3 60 8 160 7 140
Veloc. Resolução 20 8 160 8 160 5 100 2 40 5 100
Inativação patógenos 15 10 150 10 150 5 75 8 120 4 60
Impacto Ambiental 10 10 100 8 80 10 100 3 30 3 30
Reação do Público 10 10 100 7 70 9 90 1 10 3 30
Disponib. Transporte 5 1 5 1 5 5 25 8 40 3 15
Aceitação da
Indústria
5 7 35 7 35 7 35 7 35 6 30
Custo 5 4 20 1 5 9 45 6 30 8 40
Risco p/ fauna
silvestre
5 10 50 10 50 4 20 5 25 5 25
Cap. criar Legislação 5 5 25 3 15 9 45 9 45 9 45
Total de Peso 100 785 650 595 595 535 515
O que dizem algumas organizações
OMS/OMS
A reciclagem animal é um serviço público essencial, é uma atividade secular que resolve de forma eficiente e econômica um importante problema ambiental, dando destino seguro de grandes quantidades de subprodutos e resíduos de origem animal. Resíduos animais fornecem condições ideais para o crescimento de patógenos que atingem humanos e animais. Incineração poluiria o ar, enterrar poderia levar a transmissões de doenças. Já a reciclagem “sanitiza” os resíduos. A alta temperatura utilizada no processamento e suficiente para destruir quase todos os agentes potenciais, sendo o agente da BSE uma notória exceção à regra. (WHO, 2002).
II. O significado da permanência e manejo de animais mortos e de resíduos na granja.
1. Doenças que podem persistir na granja;
2. Labor;
3. Insalubridade;
4. Biossegurança;
5. Biosseguridade;6. Custo;
7. Ganho;
8. Área;
1. Doenças que podem persistir na granja
Carcaças de animais mortos nas propriedades, em geral,
apresentam, títulos altos dos agentes patogênicos, com
significativo risco de disseminação e possibilidade de
infecção humana durante o manuseio.
Para proteger a saúde dos animais vivos em produção e do
pessoal da granja; evitar a contaminação ambiental;
prevenir problemas com o mau cheiro, proliferação de
moscas, tornam-se necessários procedimentos adequados
para a destinação desses resíduos (BARCELLOS et al, 2008)Cont.
1. Doenças que podem persistir na granja
a. Doenças sistêmicas e endêmicas: linfadenite
granulomatosa (micobactérias do complexo avium),
tuberculose (M. tuberculosis, M. bovis), brucelose
(Brucella suis), doença de Aujeszky.
b. Doença imunossupressora: circovirose/PCVAD.
c. Doenças entéricas: enteropatia proliferativa dos suínos
(Lawsonia intraceullare), disenteria suína (Brachyspirahyodysenteriae e B. pilosicoli).
Cont.
1. Doenças que podem persistir na granja
d. Doenças respiratórias endêmicas: pneumonia enzoótica
(Mycoplasma hyopneumoniae), doença de Glässer
(Haemophilus parasuis), meningite (Streptococcus suis), pleuropneumonia (Actinobacillus pleuropneumoniae(App);
e. Doenças de importância na segurança alimentar:
salmonelose (Salmonella cholerasuis, S.Typhimurium, S.
Agona, S. Derbey, S. Bredney e S. Panamá), toxoplasmose (Toxoplasma gondii)
Cont.
1. Doenças que podem persistir na granja
Como persistem?
Infectado ou
doente
Suscetível
BIOSSEGURIDADE Cont.
1. Doenças que podem persistir na granja
E o manejo de mortalidade?
Infectado ou
doente
Suscetível
BIOSSEGURIDADE ????
2. Labor
Incompatíveis
Do ponto de vista do manejo
sanitário
Do ponto de vista do manejo da
produção
3. Insalubridade. Problema de Saúde Púbica
Universidade da Georgia: manejo adequado de mortalidade nas granjas implica no bom manejo de nutrientes, das saúde do plantel, da saúde das famílias de trabalhadores e de saúde pública. Independentemente das causas de mortalidade, as carcaças devem ser destinadas adequadamente em 24 horas da morte ou de sua identificação ou mantido sob congelamento na propriedade. Aprovados são enterramento ou fossas, aterro, incineração, reciclagem, compostagem e outros que venham a ser aprovados pelo Estado (BAAS & MYERS, 2007).
Reciclagem foi aprovada em 2001 na Georgia (SANDER et al, 2002)
5. Biosseguridade
DEFINIÇÃO GERAL: cuidados que devem ser adotados para mitigar o risco de entrada de agentes de doenças em na granja/área de produção, disseminação de doenças entre os animais bem como a saída para o exterior da granja.
DEFINIÇÃO PARA O CASO DE MANEJO DE CARCAÇAS E RESÍDUOS: cuidados que devem ser adotados para mitigar os riscos de circulação de agentes de doenças entre animais mortos manejados na própria granja e os animais de produção.
6. Custo
Tabela 1. Percentagem de operação utilizada no manejo de mortalidade
segundo métodos de disposição. Fonte: a(USDA, 2000a) b(USDA, 2002a) c(USDA, 2001a)d(USDA, 2002b) e(USDA, 2000b)
Disposição Suíno (%)
Enterramento na propriedade 37,8
Aterro --
Reciclagem 45,5*
Incineração 11,6
Compostagem 18,0
Outro 2,5 *Fora da granja.
6. Custo (GASTOS SÓ COM MARAVALHA)
a. Necessidade de quase 500 mil toneladas de maravalha para
compostar todas as carcaças de suínos geradas no Brasil
b. 14 ton/ano (37,4 kg de maravalha/dia) para uma granja de ciclo
completo com 1.000 reprodutoras (7% mortalidade)
c. 2,5 ton/ano (7 kg/dia) para uma granja UPL que aloje 10.000
leitões ao ano (13% mortalidade);
d. 22 ton/ano (60 kg/dia) de maravalha para granja que aloje 10.000
leitões em crescimento ao ano (3,5% mortalidade);
e. 52 ton/ano (142 kg/dia) de maravalha para granja que aloje
10.000 leitões de terminação ao ano (4,5% mortalidade).
Obs. Estimativa com base em dados de mortalidade EMBRAPA.
7. Ganho
1. Ganho na operação de manejo de mortalidade e
resíduos da ordem de 13%;
2. Ganho com a venda de animais mortos e resíduos para
farinheiras;
3. Ganho com a redução de morbidade e mortalidade
decorrente da mitigação de risco de circulação de
agentes patogênicos presentes nos animais mortos.
GASTO: armazenagem de carcaças e resíduos. No Brasil já existe solução para este tema!!!
Cont.
7. Ganho x custo
GASTO: armazenagem de carcaças e resíduos. No Brasil já existe solução para este tema
CONT.
III. A SEGMENTAÇÃO DO SETOR PRODUTIVO
Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior
A SEGMENTAÇÃO DO SETOR PRODUTIVOSegmentação da Cadeia Produtiva: na década de 60’ o Brasil começa a ver a cadeia produtiva por uma ótica moderna, como conjunto de atividades que se articulam progressivamente desde os insumos básicos até o produto final, incluindo distribuição e comercialização, formado por elos de uma corrente que, permite, entre outros:
1. Visualizar a cadeia produtiva de modo integral;
2. Identificar debilidades e potencialidades nos elos;
3. Motivar articulação solidária dos elos;
4. Identificar gargalos, elos faltantes e estrangulamentos;
5. Maximizar a eficácia político-administrativa por meio do consenso em torno dos agentes envolvidos;
6. Identificar fatores e condicionantes da competitividade em cada segmento.
Cont.
A SEGMENTAÇÃO DO SETOR PRODUTIVO
Esta evolução tem possibilitado dividir os processos de produção, dependendo das técnicas de produção do setor produtivo.
A segmentação da produção é exequível desde que os processos de produção podem ser discriminados em operações independente e tecnologicamente separadas, fornecendo insumos intermediários destinados a um produto final. Por exemplo, na produção de suínos é possível discriminar as operações de produção de suínos são independentes e tecnologicamente distintas das operações de manejo de mortalidades por causas usuais, placentas, fetos abortados, resíduos de procedimentos. Assim, cont.
A SEGMENTAÇÃO DO SETOR PRODUTIVO
1º elo: produção
Produto final: farinha (de carne e osso, de carne, de osso), gordura.
2º elo: farinheira/graxaria
Américas: EUA, Canadá e México
Europa: todo o continente Europeu
Ásia: Japão, Coréia do Sul, China
Oceania: Austrália e Nova Zelândia
QUAIS PAÍSES ADOTAM A RECICLAGEM
IV. LEGISLAÇÃO EM OUTROS PAÍSES
1. USA: todos os 50 estados possuem legislação referentes à disposição de animais mortos.
2. ALBERTA;3. CANADÁ;4. COMUNIDADE EUROPEIA: carcaças de animais devem ser
transformadas em farinha e em seguida, utilizada como fertilizante.Portugal e Inglaterra promulgaram lei que sobrepõe a legislação da CE autorizando exportação inclusive para utilização como ingrediente de ração destinada aos animais.
1. Câmara de congelamento: quanto à localização, cuidados com a área ao redor da câmara: e Sanitização.
2. Quando da falha no fornecimento de energia elétrica;
3. Painel de controle de temperatura;
4. Carrinho para transferência de carcaças e resíduos para a câmara de congelamento;: tipo de carrinho, sanitização e armazenagem;
5. Funcionário carregador: roupa, calçados e mãos;
6. Planilhas de controle: de mortalidade, da câmara de congelamento e local de guarda;
7. Manejo dos animais mortos, resíduos e restos de parto e de procedimentos de rotina (corte de cauda, castração, corte de dente etc): procedimentos específicos;
8. Transferência para o carrinho: observância de roupa, carga e higiene.
9. Percurso até a câmara de congelamento: percurso definido, cuidado com a condução da carga
10. Transferência para a câmara de congelamento: temperatura da câmara, transferência, sanitização das imediações, lacre;
11. Área ao redor da câmara: limpeza, lavagem e desinfecção;12. Encerramento do carregamento de demais atividades de
sanitização;13. Caminhão transportador e motorista: tipo, sanitização prévia,
passagem pelo sistema de desinfecção, cuidados no carregamento, motorista e passagem pelo sistema de desinfecção na saída;
14. Rota a ser percorrida pelo caminhão transportador: seguir a rota estabelecida e definir tempo de percurso;
15.Entrada da farinheira: passar por sistema de desinfecção e preencher ficha de controle;
16.Sanitização do caminhão. Sanitização completa na graxaria e responsável pelo procedimento;
17.Saída da graxaria: passar pelo sistema de desinfecção