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O PaperLoop é um produto de análise elaborado pelo Knowledge Center da Loop, consultora de estratégia especialista em modelos de negócio, desenvolvimento de produto/ serviço, aceleração corporativa, crescimento em vendas digitais e análise estratégica de dados. paper 06 10 TENDÊNCIAS DE IMPACTO NO SECTOR DO GRANDE CONSUMO APLICADAS AO MODELO DE NEGÓCIO EM 2019

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O PaperLoop é um produto de análise elaborado pelo Knowledge Center da Loop, consultora de estratégia especialista em modelos de negócio, desenvolvimento de produto/ serviço, aceleração corporativa, crescimento em vendas digitais e análise estratégica de dados.

paper 0610 TENDÊNCIAS DE IMPACTO NO SECTOR DO GRANDE CONSUMO APLICADAS AO MODELO DE NEGÓCIO EM 2019

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3PaperLoop2 Grande Consumo

10 TENDÊNCIAS DE IMPACTO NO SECTOR DO GRANDE CONSUMO APLICADAS AO MODELO DE NEGÓCIO EM 2019

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54 PaperLoopGrande Consumo

Quando falamos de tendências do sector do Grande Consumo, ocorrem-nos centenas delas e inclusivamente podemos associá-las directamente a empresas líderes que se estão a esforçar para oferecer o melhor produto ou serviço no mercado, mas é necessário realizar uma análise exaustiva de todas elas para não somente adptarem-se como anteciparem-se.

Por um lado, parece positivo o facto de que o mercado viva em contínua mudança com o lançamento de novos produtos e serviços, uma vez que se converteu numa estratégia de activação de vendas de muitos fabricantes, mas a outra faceta menos positiva deste fenómeno é que convertemos a janela de oportunidades em algo tão estreito que não há tempo para amortizar os esforços necessários.

Perante esta procura de disrupção, é necessário que as empresas dêem o grande salto e alterem a sua maneira de entender os consumidores. Em definitivo, é necessário entender as tendências, a evolução do mercado e os hábitos de consumo,

para que, através de uma atitude proactiva de procura de novos territórios de oportunidade, identificar qual é o momento adequado de satisfazer essas necessidades com a aspiração de liderar o mercado.

INTRO-DUCÃO

NA LOOP ANALISÁMOS AS

10 TENDÊNCIASDO SECTOR GRANDE CONSUMO QUE MARCARÃO O EXERCÍCIO 2019:

Devido ao constante lançamento de produtos, convertemos a janela de oportunidades em algo tão estreito que não há tempo para amortizar os esforços necessários.

01

02

03

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07

0809

10

Realidade Aumentada e Realidade Virtual, empoderamento da loja física

Servitização: próximo passo das marcas

A monetização da informação perante a onda do Big Data

Food Waste, à produção sustentável

No-packaging como valor estratégico

Economia circular: sustentabilidade ambiental e económica

Traçabilidade, a credibilidade do produto

Bio/Eco, margem de crescimento

Customer engagement para a Geração Z e Millenials

Superioridade em produto: estratégia para ganhar o pulso ao mercado

MERCADO

S O C I E DAD

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76 PaperLoopGrande Consumo

1.Realidade Aumentada e Realidade Virtual , empoderamento da loja física

Ambas as realidades chegaram para ficarem e para evoluir a forma como os clientes compram e descobrem produtos.

O Google afirma que 61% dos consumidores prefeririam os comércios que oferecessem este tipo de experiências de Realidade Aumentada, e 34% utilizariam apps de AR durante as suas compras; por isso, as empresas estão a adaptar os seus pontos de venda à nova era digital.

A aplicação de ambas as realidades no sector do Grande Consumo e no Food Retail está vinculada com a evolução da experiência do utilizador no supermercado. Já não será ficção científica que os clientes possam scanear produtos

enquanto se deslocam pelo supermercado com o objetivo de avaliar produtos (conhecer o seu preço, qualidade, qualificações e opiniões de outros utilizadores); comparar com outros produtos similares; ver receitas com as quais pode cozinhar o produto; e para obter a sua traçabilidade (ou seja, que os clientes possam conhecer a origem, alergénicos, autenticidade do produto, etc.)

Além disso, a Realidade Virtual permitirá também encontrar mais facilmente os produtos que queremos através de um mapa do supermercado que funcione como guia pelos corredores e lineares, por exemplo.

Este ano deixa-nos o primeiro exemplo real desta tendência que chegou ao mercado através da empresa Walmart, que já lançou uma nova ferramenta de scanning de Realidade Aumentada na sua aplicação para iPhone que ajuda os seus clientes a comparar produtos.

Este scanner pode deslocar-se através dos lineares das lojas oferecendo detalhes sobre os preços e qualificações dos clientes debaixo dos produtos que vai vendo.

Inteligência Artificial (IA), o “e que mais” da compra programada

Vinculado com esta tendência tecnológica, outro ponto de revolução tecnológica chega pela mão dos assistentes virtuais. Por um lado, segundo o Statista espera-se que a venda de assistentes virtuais chegue quase aos 16 milhões de dólares no ano de 2021; enquanto o ComsCore prevê que para 2020 50% de todas a procuras na internet sejam por voz.

Estes dados demonstram que a Inteligência Artificial está destinada a ser a base de transformação digital no sector do Grande Consumo já que cada vez mais, os modelos de negócio se baseiam em dados e nos algoritmos extraídos das interacções com os utilizadores; e estes vão ganhando peso na tomada de decisões das empresas.

No caso do food retail, a IA está focada em permitir uma maior diferenciação, personalização e, definitivamente, uma melhoria nos serviços que oferecem aos seus clientes: desde plataformas automáticas capazes de gerar ofertas rápidas e personalizadas, a chatbots que proporcionem atenção ao cliente instantaneamente.

TENDÊNCIAS DESDE O PONTO DE VISTA TECNOLÓGICO

20150

2000 1.64

0

1.93

9,4

3.0

01,

1 5.21

6,5

8.55

9,7

12.1

20,9

15.7

92,6

4000

6000

Mer

cad

o em

milh

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de

dól

ares

8000

10000

12000

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16000

18000

2016 2017 2018* 2019* 2020* 2021*

TAMANHO DO MERCADO DE ASSISTENTES VIRTUAIS A NÍVEL MUNDIAL DE 2015 A 2021(EM MILHÕES DE DÓLARES)

Fonte: Statista

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98 PaperLoopGrande Consumo

Como consequência, ainda que possa parecer que esta tecnologia só terá incidência no comércio electrónico, a realidade é que a incorporação da Inteligência Artificial na loja física irá reconfigurar a forma como realizamos a compra.

Já existem projectos de Inteligência Artificial focados em que o consumidor possa receber recomendações de produtos em função das suas preferências nutricionais ou da política de responsabilidade social das marcas, à medida que realiza compra num estabelecimento.

Neste contexto, e perante tanta novidade tecnológica no ponto de venda, é evidente que não se pode negar a importância e o poder da loja física. Os consumidores têm centenas de opções para satisfazer uma mesma necessidade, e se falharmos perante o êxito do e-commerce não conquistaremos o canal de compra por impulso. A compra online é mais racional e guiada por necessidades básicas, sendo difícil a entrada de novas marcas ou produtos na sua lista de compras. Por isso, os fabricantes devem apoiar-se nos retalhistas para, através de diversas experiências de consumo, conquistar o consumidor na loja física e conseguir que aumentem a sua cesta de compra.

2.Servitização: o próximo passo das marcas

Outra grande revolução para gerar valor no produto, recorrência e diferenciação num mercado saturado e competitivo de produtos como o do Grande Consumo, é a aposta pela servitização: o que significa, a aplicação de serviços a um produto para criar valor acrescentado e benefícios a ambas as partes: melhores margens para uns e mais facilidades de compra para outros.

Proporcionar serviços pode ser para as marcas não só um elemento diferenciador como também de fidelização, uma vez que, especialmente os commodities, permite diferenciar o produto e empoderá-lo de valor. Além disso, as ofertas de serviços intensificam e estreitam a relação com os clientes, fazendo com que o preço já não seja o ponto de diferenciação.

Por outro lado, vinculado com o crescimento das compras programadas através das novas tecnologias, a servitização apresenta-se também como um veículo para agregar valor, alargar a experiência e possibilidades de compra.

Nesta linha, a grande oportunidade do sector passa por aproveitar a capacidade de converter os dados e a enorme quantidade de informação que possuem as marcas (tanto do mercado como do consumidor) e convertê-la em serviços que ampliem a oferta de valor acrescentado para os seus clientes, contribuindo para gerar novas fontes de receitas.

PROPORCIONAR SERVIÇOS PODE SER PARA AS MARCAS NÃO SÓ UM ELEMENTO DIFERENCIADOR COMO TAMBÉM DE FIDELIZAÇÃO.

OS CONSUMIDORES TÊM CENTENAS DE OPÇÕES PARA SATISFAZER UMA MESMA NECESSIDADE, E SE FALHARMOS PERANTE O ÊXITO DO E-COMMERCE NÃO CONQUISTAREMOS O CANAL DE COMPRA POR IMPULSO.

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1110 PaperLoopGrande Consumo

3.A monetização da informação perante a frenética do Big Data

Sem dúvida que a tendência que irá afectar mais o canal de distribuição nestes próximos anos será a integração da analítica e da Inteligência Artificial no canal de compra.

Saber por onde se movem os clientes dentro de uma loja, quais são os tempos de permanência nas diferentes secções ou lineares do supermercado, e conhecer a sua eleição de compra (juntamente com o seu perfil) ajudará aos retalhistas a conhecer o comportamento do cliente dentro das suas lojas, encontrando o melhor lugar para colocar promoções e proporcionar a informação adequada aos seus clientes, entre outras possibilidades de diferenciação.

Por outro lado, a utilização do Big Data poderá favorecer a redução de stock (tanto para a venda online como para a venda física): conhecendo os dados de consumo (através de um algoritmo que ajude a prognosticar a procura de alimentos) será possível reduzir o desperdício de alimentos, evitar o esgotamento de stocks e,

deste modo, garantir uma maior frescura nos alimentos.

Além disso, no caso da venda no e-commerce, os avanços permitiriam a centralização do inventário num único centro de distribuição que admitirá uma maior rapidez no envio, ao encontrarem-se todos os produtos num único lugar.

Como está visto, as possibilidades actualmente são infinitas e em todos os casos o resultado representa um volume de dados enorme. Perante isto, o grande desafio das marcas é a monetização da informação; o que é o mesmo que dizer, a planificação interna de como converter uma matéria-prima tão valiosa como os dados em valor económico.

A realidade é que este rendimento económico é totalmente multifacetado, pode ter tantas caras como oportunidades de maximização económica que imaginemos. Por isso, devemos questionar-nos para saber se estamos a retirar o máximo rendimento dos dados no nosso processo habitual; por exemplo: se estamos a gerir bem os processos de fabrico, armazenamento e gestão de pedidos; se podemos melhorar a quantidade de devoluções do nosso produto, etc.

Se o conseguimos, os benefícios intangíveis derivados desta monetização são evidentes: o alinhamento de prioridades internas e trabalho em benefício comum, a obtenção de vantagens competitivas face aos nossos concorrentes, a correcta leitura do momento, etc. Tudo, além do impacto directo na conta de resultados.

O GRANDE DESAFIO DAS MARCAS É COMO CONVERTER UMA MATÉRIA-PRIMA TÃO VALIOSA COMO OS DADOS EM VALOR ECONÓMICO.

SABER POR ONDE SE MOVEM OS CLIENTES DENTRO DE UMA LOJA E CONHECER A SUA ELEIÇÃO DE COMPRA, AJUDARÁ AOS RETALHISTAS A CONHECER O COMPORTAMENTO DO CLIENTE, ENCONTRANDO O MELHOR LUGAR PARA COLOCAR PROMOÇÕES E PROPORCIONAR A INFORMAÇÃO ADEQUADA.

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1312 PaperLoopGrande Consumo

4.Food Waste, à produção sustentável

A FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura) realizou o seu primeiro estudo centrado no impacto do meio ambiente do desperdício de alimentos e avisa que 1.300 milhões de toneladas de alimentos, 3.300 milhões de toneladas equivalentes de CO2 de gases de efeito de estufa, 250 km3 de água e 1.400 milhões de hectares, são utilizados anualmente para alimentos que se perdem ou que se desperdiçam.

Algumas das principais causas do desperdício encontram-se no inadequado armazenamento ou transporte nos eixos da cadeia, assim com na sobreprodução ou sazonalidade da procura e a confusão na rotulagem, já que não é o mesmo o termo “consumir preferencialmente” que o de “caducidade” e provoca desperdício alimentar.

A consciencialização dos consumidores é cada vez mais clara e está em linha com as empresas de distribuição e fabrico alimentar: reduzir o desperdício de alimentos com o objectivo de alcançar uma produção sustentável.

O objectivo da União Europeia é o de reduzir pela metade (per cápita) o desperdício tanto a nível de distribuição como de consumo em 2030, além de reduzir as perdas na produção e distribuição de alimentos.

TENDÊNCIAS DESDE O PONTO DE VISTA DO MERCADO

Reduzir o desperdício de alimentos com o objectivo de alcançar uma produção sustentável.

5.No-packaging como valor estratégico

Os novos hábitos de consumo, juntamente com o avanço do e-commerce e a evolução das novas tecnologias com a Indústria 4.0, aceleraram a mudança no packaging.

Os consumidores são cada vez mais exigentes e conscientes com o meio ambiente, notando a diferença entre os materiais de embalagem tradicionais e os inovadores de base biodegradável com uma composição de material totalmente diferente. Além disso, também querem sabe o que fazer com a embalagem depois da sua utilização, reclamando que as recomendações para a sua correcta eliminação estejam incluídas no próprio packaging.

Segundo o Estudo do Comprador Europeu da IRI, três em cada quatro compradores de alimentos procuram uma embalagem amiga do ambiente, pelo que é evidente que o consumidor forçou os fabricantes a que a sua embalagem seja mais sustentável, inteligente, segura, eficiente e produtiva.

Uma das tendências neste tema é o surgimento de lojas e secções de supermercados na Europa com venda a

granel. Tudo com vista à sustentabilidade, à recuperação e à reutilização do packaging.

Mas como conservo a minha filosofia e imagem de marca, os meus atributos, as características do meu produto, a sua conservação, perante esta tendência? É a pergunta e o grande desafio que têm as marcas sobre este tema.

Cumprir com as preferências do consumidor para respeitar o meio ambiente requer que os fabricantes considerem a estratégia de packaging/ no-packaging como parte do seu contributo de valor.

O CONSUMIDOR FORÇOU OS FABRICANTES A QUE A SUA EMBALAGEM SEJA MAIS SUSTENTÁVEL, INTELIGENTE, SEGURA, EFICIENTE E PRODUTIVA.

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1514 PaperLoopGrande Consumo

6.Economia circular: sustentabilidade ambiental e económica!

Em relação à tendência anterior do no-packaging, o mercado dirige-se para a redução de materiais não recicláveis e para a optimização máxima dos que são, dando os primeiros passos ao que é a economia circular: a produção de bens e serviços ao mesmo tempo que se reduz o consumo e desperdício de matérias-primas, água e fontes de energia.

Por um lado, as administrações públicas estão a ver que neste conceito uma oportunidade para reduzir os riscos associados ao abastecimento de matérias-primas, minimizar resíduos, contribuir para mitigar as alterações climáticas, minimizar a sua gestão, assim como promover o desenvolvimento económico e o emprego. Por outro lado, muitas empresas que vinham a operar com princípios de sustentabilidade vêem neste marco uma forma de dar mais sentido ou amplitude à sua proposta.

A economia circular propõe um novo modelo de sociedade que utilize e optimize os materiais e resíduos, dandol-hes

uma segunda vida. Por isso, a oportunidade de muitas empresas passa por juntar-se à onda de inovação que introduzirá designs e modelos de negócio inovadores que proporcionam novas oportunidades de negócio ao mesmo tempo que contribuem para melhorar a sustentabilidade.

Muitas empresas que vinham a operar com princípios de sustentabilidade vêem na economia circular uma forma de dar mais sentido ou amplitude à sua proposta.

EQUIDADE, AMBIENTE, CURTA VIAGEM À LOJA:7 EM CADA 10 COMPRADORES ESPANHÓIS ENTREVISTADOS IDENTIFICAM-SE COM ESTES TEMAS E ESTÃO DISPOSTOS A PAGAR MAIS EM COMPARAÇÃO COM OS COMPRADORES TOTAIS DA EUROPA. % DE EUROPEUS QUE ESTÃO DE ACORDO COM AS DECLARAÇÕES

ESPANHA EUROPA

Fonte: Estudo do Comprador Europeu (Espanha) IRI 2018

77% 71%

78% 72%

75% 72%

63% 68%

77% 55%

Dos compradores espanhóis preferem comprar produtos de empresas que demonstram equidade, transparência e integridade.

Dos compradores espanhóis preferem comprar produtos das empresas que respeitam o ambiente.

Dos compradores espanhóis preferem produtos cujo packaging seja eco-friendly.

Dos compradores espanhóis preferem produtos que façam uma viagem mais curta até à loja.

Dos compradores espanhóis estão dispostos a pagar mais por produtos orgânicos de km 0.

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1716 PaperLoopGrande Consumo

7.Traçabilidade, a credibilidade do produto

Um dos aspectos que mais preocupa os consumidores é conhecer a informação do produto que vai comprar, e por isso as novas tecnologias de traçabilidade de produto serão relevantes para poder oferecer um produto de qualidade que avalie a sua procedência, o seu processo de conservação, a sua informação de embalamento e canalização como elementos diferenciadores da oferta.

Desde 2014 que existe uma lei na Europa que obriga a que a informação adicional dos produtos que se irão comercializar esteja armazenada em bases de dados, e isto transforma-se em realidade graças aos smartphones com os quais o consumidor poderá interagir digitalmente com o produto; convertendo-se

TENDÊNCIAS DESDE O PONTO DE VISTA DA SOCIEDADE

numa plataforma educativa que, por sua vez, é pedagógica e lúdica (por exemplo, através da criação de apps com conselhos nutricionais baseados no perfil de cada cliente).

A tecnologia blockchain permite uma transparência, traçabilidade e credibilidade total de produtos individuais

em tempo real para os consumidores. A utilização de plataformas de traçabilidade digital permite partilhar com clientes a origem, os ingredientes, as alergias, a sustentabilidade, as certificações, etc., dos produtos que consomem.

Compradores Ecológicos

1 Que tenha informação exaustiva da sua procedência e cultivo/ elaboração 66%

64%

62%

59%

61%

57%

53%

56%

52%

47%

45%

33%

67%

64%

64%

61%

59%

57%

55%

55%

53%

48%

43%

34%

Que tenha o selo oficial de produto ecológic

Que inclua uma informação nutricional completa

Com embalagem amiga do ambiente

Que proceda de um lugar próximo onde vivo

Que seja um produto de origem espanhola

Que seja uma marca de qualidade

Que está em oferta

Que conheça a marca

A composição do produto

Que tenha um preço acessível

A origem do produto

4

7

10

2

5

8

11

3

6

9

12

base 436 305

Compradores CANAL Especializado

RANKING ASPECTOS IMPORTANTES NA COMPRA DE PRODUTOS DE ALIMENTAÇÃO ECOLÓGICA

Fonte: MAPAMA/Gfk

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1918 PaperLoopGrande Consumo

8.Bio/ Eco, margem de crescimento

Ainda que seja óbvio, a tendência dos produtos Bio e Eco seguirá no auge devido à crescente preocupação dos consumidores pela saúde e ambiente, o melhor sabor e a qualidade do que consumimos.

É importante destacar que o crescimento do consumo de produtos ecológicos foi muito superior ao crescimento do consumo geral de alimentos e bebidas em Espanha, sendo quase 18 vezes maior que o consumo convencional.

No entanto, o nível de penetração dos alimentos ecológicos em Espanha continua a ser muito baixo comparativamente com outros países europeus. Enquanto que em Espanha só 42% dos lares compra produtos ecológicos, a média europeia situa-se em 80%.

Além disso, nos últimos anos observa-se na distribuição especializada uma evolução dos formatos. O formato comercial originário de há uns anos de pequenas lojas especializadas (lojas naturais e eco) está a evoluir para estruturas de supermercados ecológicos de maiores dimensões, maior oferta e categorias.

Segundo o Ministério de Agricultura e Pesca, Alimentação e Meio Ambiente, 70% das vendas de alimentos ecológicos em Espanha realiza-se no canal especialista, no qual as lojas e supermercados ecológicos contam com 40% do mercado.

Os vegetais e a fruta são os alimentos ecológicos mais consumidos e com os que se inicia o consumo ecológico na maioria dos casos (37% e 32 % respectivamente), mas há muitos outros produtos de outras categorias que querem crescer neste mercado e querem diferenciar-se pelos seus ingredientes “de proximidade”, aqueles que se produzem numa distância que não superem os 100 kilómetros entre o produtor e o consumidor. São alimentos mais sustentáveis a nível económico e ambiental, além de serem produtos sazonais e que favorecem o desenvolvimento da economia local.

Assim, num contexto de excesso de oferta, o consumidor começa a ter em conta outros factores com a adaptação personalizada das suas compras, ou seja, que sejam “à medida” segundo os seus interesses e preferências. Neste contexto, o canal AM (Alimentação Moderna) incluiu a oferta livre de serviço e a venda assistida no mesmo espaço para frescos, o acabado de fazer e o

granel oferece esta possibilidade de personalizar a experiência de compra.

O formato a granel é a tendência mais disruptiva das grandes cadeias de supermercados do sector. Na Alemanha ou França, começa a ser normal a existência de lojas de alimentação, e inclusivamente cadeias de supermercados, onde tudo se oferece a granel. Em Espanha, começaram as lojas de produtos ecológicos dedicando uma pequena secção à venda de frutas e verduras a peso. Logo chegaram os restaurantes vegetarianos que incluem um pequeno posto de venda directa de produtos da horta. E chegaram também os supermercados que não utilizam plástico sob o slogan Zero Waste (Zero Resíduos) e vendem tudo a granel (incluindo azeites, vinhos, conservas, detergentes, artigos de limpeza para o lar, etc.).

O CRESCIMENTO DO CONSUMO DE PRODUTOS ECOLÓGICOS FOI MUITO SUPERIOR AO CRESCIMENTO DO CONSUMO GERAL DE ALIMENTOS E BEBIDAS EM ESPANHA.

A tendência dos produtos bio e eco seguirá no auge devido à crescente preocupação dos consumidores pela saúde e ambiente.

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2120 PaperLoopGrande Consumo

9.Customer engagement para a Geração Z e para os Millenials

Estes novos consumidores serão essenciais na hora de desenvolver e investir em novas inovações. São os clientes do futuro e a sua consciencialização ecológica é muito maior do que as gerações anteriores, pelo que é necessário levar a cabo estratégias sustentáveis (desde o meio ambiente e económico) que garantem a sobrevivência dos produtos no mercado.

A Geração Z cresce com acesso ilimitado à informação e, por isso, querem saber tudo sobre o que estão a consumir: de onde provém, como se cultiva, quem o fabricou, etc. Preocupa-lhes o futuro sustentável e a alimentação sustentável, valorizando a qualidade do produto mais do que o preço e realizando mais compras físicas que os da sua geração anterior.

Por outro lado, temos os Millenials, os quais procuram um menor impacto ambiental, ainda que para o seu consumo seja importante o destaque do packaging personalizado e atractivo. Esta geração é a impulsionadora do “ready to eat” e “ready to go”, procurando

um consumo imediato mas cada vez mais saudável e de qualidade. Estão dispostos a pagar mais por pratos preparados, e os supermercados estão a aproveitar a onda de duas maneiras: aumentando as secções deste tipo de produtos e incorporando espaços onde poder consumir estes produtos no próprio supermercado.

Por tudo isto, o mais importante é ter em conta que encontramo-nos perante um consumidor social-racional, cuja responsabilidade social é inquestionável e crescente e que procura cada vez mais comodidade.

É essencial que as empresas desenvolvam estratégias de experiência que lhe facilitem o seu processo de compra, facilitando-lhe toda a informação que necessite sobre o produto e que se adaptem à necessidade cada vez mais crescente de produtos saudáveis e conscientes com o meio ambiente.

Concluindo, podemos afirmar que todas as tendências anteriormente descritas se agrupam na décima e última tendência, onde também reside a grande oportunidade das empresas do sector do Grande Consumo: a estratégia de Superioridade em Produto.

TENDÊNCIAS POR SECTORES GERACIONAIS:

MILLENIALS GERAÇÃO Z

Fonte: Gfk e Ipsos

3 valores básicos: honestidade (86%), disfrutar a vida (85%) e autenticidade (86%).

100% omnicanal.

Compram on y off.

Utilizam mais apps de marcas específicas.

A loja física continua a ser fundamental por gostam de experimentar, ver, sentir e tocar produtos (56%).

Esperam dos produtos que simplifiquem a sua vida que ofereçam soluções.

66% não é fiel a nenhuma marca de distribuição.

Consumo imediato, “on the go” e micro-ondas.

Profunda investigação antes de tomar a decisão de compra.

Realizar mais compras em lojas físicas que os seus predecessores.

Preferem a qualidade do produto ao preço.

O packaging converte-se em elemento de comunicação muito importante.

Transparência como valor principal para eleger as suas marcas.

60% prefere um produto cool face aos 40% que prefere experiência.

A Geração Z procura saber tudo sobre o que consome, os Millenials procuram um consumo imediato cada vez mais saudável e de qualidade.

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2322 PaperLoopGrande Consumo

10.Superioridade em produto: estratégia definitiva para ganhar o pulso ao mercado

Nos pontos anteriores analisámos como o mercado vive um turbilhão de mudanças tanto a nível tecnológico, como económico e social. Concretamente no sector do Grande Consumo este contexto provocou que o lançamento de novos produtos e serviços tornou-se numa estratégia de activação de vendas. No entanto, como dizíamos desde o início, a outra faceta menos positiva deste fenómeno é que convertemos a janela de oportunidades em algo tão estreito que não há tempo para amortizar os esforços necessários (com as suas consequentes perdas).

Perante esta situação, e para o desenho das próximas estratégias do sector, surge a necessidade urgente de rever os processos de lançamento com o objectivo de encontrar novas fórmulas de amortização. Nesta linha, a análise estratégica de dados apresenta-se como o melhor fio condutor para estabelecer uma estratégia de superioridade em produto que possa ser rentável e

sustentável no tempo, assim como mensurável.

Da nossa experiência e observação do mercado, na Loop definimos como superioridade em produto quando uma marca consegue a percepção constante no tempo dos seus produtos ou serviços são muito superiores à média, vencem em prestações e na relação valor-preço. Esta estratégia está composta por quatro ingredientes nos quais as empresas devem centrar os seus esforços:

O primeiro ingrediente é o seguimento e identificação do target, o que permite conseguir uma conexão real entre marcas e consumidores. Nesta linha, tão importante é conhecer a quem vendemos como ter identificado a quem não (no-target) para criar uma estratégia focada e efectiva. Além da captação, neste ponto também se faz referência à fidelização, que não se consegue através do produto per si mas sim da minha filosofia e valores como fabricante (o que nos diferencia).

O segundo elemento seria a correcta leitura do momento, também conhecido como tempo da oportunidade. Definitivamente, entender as

tendências, a evolução do mercado e os hábitos de consumo para, através de uma atitude proactiva de novos territórios de oportunidade, identificar qual é o momento adequado de satisfazer essas necessidades.

Como complemento aos anteriores, o terceiro ingrediente nesta estratégia é a filosofia de consumo, os atributos e valores da marca que a tornam única e a diferenciam do resto. Neste ponto habitualmente são os retalhistas os que têm o pulso do consumidor e podem transmitir esta filosofia mais facilmente. Perante esta ameaça, o desafio da marca fabricante é contra-atacar convertendo o seu produto/ serviço em: eficiente,

distribuído, transversal, recorrente, contínuo, submetido, adaptado e contrastado; características todas elas que permitem gerir em tempo real o lançamento e a vida dos novos serviços através da estratégia de superioridade em produto e a análise estratégica de dados.

Por último, como quarto ingrediente e para que o anterior possa levar-se a cabo, é fundamental conseguir uma governança corporativa efectiva e eficaz, cujo objectivo seja desenhar estratégias organizativas que produzam entornos colaborativos e de liderança abertos à implementação de novidades, à geração de inovação aberta e à transferência de conhecimento.

Com estes quatro ingredientes ligados através da análise estratégica de dados, as marcas poderão criar a percepção clara e tangível de que os seus produtos/ serviços estão acima do mercado mediante estratégias que poderão ser rentáveis, amortizadas e sustentáveis no tempo; o que seria o pulso definitivo ao mercado e uma diferenciação real num contexto saturado.

A ANÁLISE ESTRATÉGICA DE DADOS COMO O MELHOR FIO CONDUTOR PARA ESTABELECER UMA ESTRATÉGIA DE SUPERIORIDADE EM PRODUTO RENTÁVEL E SUSTENTÁVEL NO TEMPO.

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2524 PaperLoop

O QUE É A LOOP?PREPARADOS PARA A COMPLEXIDADECriamos novos modelos de negócio e novas categorias de produtos e serviços.

A Loop é a consultora de estratégia que gera referentes de mercado através da sua experiência em: Modelos de Negócio, Desenvolvimento de Produto/ Serviço, Gestão do Capital Intelectual & Aceleração Corporativa, Crescimento em Vendas Digitais e Análise Estratégica de Dados.

Focamo-nos na saída ao mercado dos nossos produtos/ serviços com a qualidade e retorno definido junto dos nossos clientes.

25PaperLoop

Alg

uns

dos

proj

etos

Loo

p

Definição, desenvolvimento e implantação da estratégia de packaging, para o principal produtor de frutas e verduras bio.

Maximização do modelo de negócio da tecnologia de espremedores para a sua

implantação e exploração nos retalhistas food.

Definição e desenvolvimento de uma nova experiência

de consumo de “cerveja de torneira” para o canal HORECA.

Definição e desenvolvimento de uma novo sistema de café em cápsulas “portátil”, para

grandes eventos públicos.

Criação da nova categoria de

sobremesas caseiras para o canal HORECA.

DE

GR

AN

DE

CO

NS

UM

OGRANDE

CONSUMO RETAIL INDÚSTRIASERVIÇOS

OS NOSSOS ÂMBITOS DE ATUAÇÃO5 SERVIÇOS PARA 4 MERCADOS NOS ÂMBITOS B2B E B2C

Modelos de NegócioDeteção, criação e estruturação de novos modelos de negócio e

definição de novas categorias de produtos/serviços.

Desenvolvimento de produto/ServiçoGerimos portfolios de produtos. Conceptualizamo-los e desenvolvêmo-los. Colocamos em valor soluções tecnológicas específicas. Gerimos projetos desde a oportunidade ao mercado.

Capital Intelectual & Aceleração Corporativa

Gerimos o conhecimento dos nossos clientes complementando-o

com conhecimento externo e/ou exportando-o para potenciar

oportunidades no mercado.

Entorno Digital Ajudamos os nossos clientes a potenciar as suas vendas no entorno digital.

Análise Estratégica de DadosUtilizamos a mineração de dados para potenciar as oportunidades de negócio.

360º

Page 14: paper 06...8 Grande Consumo PaperLoop 9 Como consequência, ainda que possa parecer que esta tecnologia só terá incidência no comércio electrónico, a realidade é que a incorporação