26
ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS - ENSINO MEDIO POR BLOCOS DISCIPLINA – EDUCAÇÃO FÍSICA JUSTIFICATIVA A disciplina de Educação Física como disciplina curricular, passou por inúmeras transformações ao longo da história e atendeu a inúmeros interesses, muitas vezes antagônicos aos propósitos pedagógicos de uma disciplina que visa a formação de sujeitos críticos. Muitas discussões se estabeleceram ao longo desse processo, algumas no sentido de legalização da mesma no interior da escola. O que se pretende destacar aqui, são os avanços que esta disciplina alcançou, especialmente no estado do Paraná, nos últimos anos e a possibilidade que se tem atualmente para que ela atinja a legitimidade. Acreditamos que isso seja possível primeiramente pelo envolvimento e comprometimento dos professores que atuam diretamente no cotidiano da escola, pela efetivação de propostas consistentes, de um trabalho pedagógico organizado de acordo com os referenciais teóricos apontados nas diretrizes curriculares, materializados nas práticas docentes. Pensar em uma proposta de organização curricular para o ensino em blocos, não é diferente de se pensar esta mesma proposta no ensino regular, o que difere é a forma, o modo como o conhecimento será tratado tendo em vista da organização da carga horária e o formato semestral da proposta. Acreditamos que esta nova abordagem de organização do ensino médio proporcionará um novo repensar sobre a maneira como a Educação Física tem se constituído no interior da escola e oportunizará a implementação de uma nova proposta que atenda aos propósitos das diretrizes curriculares, na perspectiva de uma teoria crítica pautada na cultura corporal. METODOLOGIA A metodologia adotada pressupõe acima de tudo uma nova postura frente aos conhecimentos que serão trabalhados, pois não será possível uma prática pedagógica pautada exclusivamente numa lógica de desportivização, comumente organizada em bimestres divididos por diferentes modalidades esportivas. É fundamental na relevância dos conhecimentos que compõem a Educação Física na escola, que se configuram como conhecimentos de grande abrangência provenientes dos diferentes campos da ciência e que se constituíram historicamente. GOVERNO DO PARANÁ SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO BÁSICA

Paraná · Web viewNesse sentido, todos os conteúdos trabalhados em aula devem partir de uma prática social inicial, passando pelos momentos de problematização, instrumentalização

  • Upload
    others

  • View
    0

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Paraná · Web viewNesse sentido, todos os conteúdos trabalhados em aula devem partir de uma prática social inicial, passando pelos momentos de problematização, instrumentalização

ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS - ENSINO MEDIO POR BLOCOS

DISCIPLINA – EDUCAÇÃO FÍSICA

JUSTIFICATIVA

A disciplina de Educação Física como disciplina curricular, passou por inúmeras transformações ao longo da história e atendeu a inúmeros interesses, muitas vezes antagônicos aos propósitos pedagógicos de uma disciplina que visa a formação de sujeitos críticos. Muitas discussões se estabeleceram ao longo desse processo, algumas no sentido de legalização da mesma no interior da escola. O que se pretende destacar aqui, são os avanços que esta disciplina alcançou, especialmente no estado do Paraná, nos últimos anos e a possibilidade que se tem atualmente para que ela atinja a legitimidade. Acreditamos que isso seja possível primeiramente pelo envolvimento e comprometimento dos professores que atuam diretamente no cotidiano da escola, pela efetivação de propostas consistentes, de um trabalho pedagógico organizado de acordo com os referenciais teóricos apontados nas diretrizes curriculares, materializados nas práticas docentes.

Pensar em uma proposta de organização curricular para o ensino em blocos, não é diferente de se pensar esta mesma proposta no ensino regular, o que difere é a forma, o modo como o conhecimento será tratado tendo em vista da organização da carga horária e o formato semestral da proposta.

Acreditamos que esta nova abordagem de organização do ensino médio proporcionará um novo repensar sobre a maneira como a Educação Física tem se constituído no interior da escola e oportunizará a implementação de uma nova proposta que atenda aos propósitos das diretrizes curriculares, na perspectiva de uma teoria crítica pautada na cultura corporal.

METODOLOGIA

A metodologia adotada pressupõe acima de tudo uma nova postura frente aos conhecimentos que serão trabalhados, pois não será possível uma prática pedagógica pautada exclusivamente numa lógica de desportivização, comumente organizada em bimestres divididos por diferentes modalidades esportivas. É fundamental na relevância dos conhecimentos que compõem a Educação Física na escola, que se configuram como conhecimentos de grande abrangência provenientes dos diferentes campos da ciência e que se constituíram historicamente.

O encaminhamento metodológico deve ser desenvolvido com base nas diretrizes curriculares. Nesse sentido, todos os conteúdos trabalhados em aula devem partir de uma prática social inicial, passando pelos momentos de problematização, instrumentalização e catarse para no final de um conjunto de aulas ou do bloco observar o retorno à prática social.

Ao propor o trabalho com os diferentes conteúdos básicos é imprescindível que o professor leve em consideração a Abordagem Teórico Metodológica para o Ensino Médio presente nas Diretrizes Curriculares, conforme segue:

Primeira leitura da realidade(Prática social inicial, Problematização)

Traçar objetivamente o que se pretende alcançar com o conteúdo trabalhado. Identificar aquilo que os alunos já conhecem sobre o tema. Estabelecer relação entre o Conteúdo Estruturante e as problemáticas da vida social,

cultural, econômica. Lançar questões ou desafios que suscitem a reflexão por parte dos alunos.

GOVERNO DO PARANÁSECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃODEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO BÁSICA

Page 2: Paraná · Web viewNesse sentido, todos os conteúdos trabalhados em aula devem partir de uma prática social inicial, passando pelos momentos de problematização, instrumentalização

Apreensão do conhecimento (Instrumentalização, Catarse)

Possibilitar ao aluno o contato com o conhecimento sistematizado, historicamente construído.

Oportunizar condições de assimilação e recriação do conhecimento. Realizar intervenções pedagógicas necessárias para apreensão do conhecimento.

Avaliação do processo ensino-aprendizagem(Retorno a Prática Social)

Solicitar a criação de outras variações da temática trabalhada. Oportunizar o diálogo que permita ao aluno avaliar o processo de ensino-aprendizagem.

ABORDAGEM TEÓRICO METODOLÓGICA DOS CONTEUDOS ESTRUTURANTES

CONTEUDO ESTRUTURANTE ESPORTE

Recorte histórico delimitando tempos e espaços. Analisar a possível relação entre o Esporte de rendimento X qualidade de vida. Análise dos diferentes esportes no contexto social e econômico. Estudar as regras oficiais e sistemas táticos. Organização de campeonatos, torneios, elaboração de Súmulas e montagem de tabelas,

de acordo com os sistemas diferenciados de disputa (eliminatória simples, dupla, entre outros).

Análise de jogos esportivos e confecção de Scalt. Provocar uma reflexão acerca do conhecimento popular X conhecimento científico sobre o

fenômeno Esporte. Discutir e analisar o Esporte nos seus diferenciados aspectos:

- enquanto meio de Lazer.- sua função social.- sua relação com a mídia.- relação com a ciência.- doping e recursos ergogênicos e esporte alto rendimento.- nutrição, saúde e prática esportiva.

Analisar a apropriação do Esporte pela Indústria Cultural.

CONTEUDO ESTRUTURANTE JOGOS E BRINCADEIRAS

Analisar a apropriação dos Jogos pela Indústria Cultural. Organização de eventos. Analisar os jogos e brincadeiras e suas possibilidades de fruição nos espaços e tempos de

lazer. Recorte histórico delimitando tempo e espaço.

CONTEUDO ESTRUTURANTE DANÇA

Possibilitar o estudo sobre a Dança relacionada a expressão corporal, seu contexto histórico, suas representações e diversidade de culturas.

Analisar e vivenciar atividades que representem a diversidade da dança e seus diferenciados ritmos.

Compreender a dança como mais uma possibilidade de dramatização e expressão corporal.

Estimular a interpretação e criação coreográfica. Provocar a reflexão acerca da apropriação da Dança pela Indústria Cultural. Entender os benefícios gerais possibilitados pela dança. Organização de Festival de Dança.

Page 3: Paraná · Web viewNesse sentido, todos os conteúdos trabalhados em aula devem partir de uma prática social inicial, passando pelos momentos de problematização, instrumentalização

CONTEUDO ESTRUTURANTE GINÁSTICA

Analisar a função social da ginástica. Apresentar e vivenciar os fundamentos da ginástica. Pesquisar a interferência da Ginástica no mundo do trabalho (ex. laboral). Estudar a relação entre a Ginástica X sedentarismo e qualidade de vida. Por meio de pesquisas, debates e vivências práticas, estudar a relação da ginástica com:

tecido muscular, resistência muscular, diferença entre resistência e força; tipos de força; fontes energéticas, freqüência cardíaca, fonte metabólica, gasto energético, composição corporal, desvios posturais, LER, DORT, compreensão cultural acerca do corpo, apropriação da Ginástica pela Indústria Cultural entre outros.

Analisar os diferentes métodos de avaliação e estilos de testes físicos, assim como a sistematização e planejamento de treinos.

Organização de festival de ginástica

CONTEUDO ESTRUTURANTE LUTAS

Pesquisar, estudar e vivenciar o histórico, filosofia, características das diferentes artes marciais, técnicas, táticas/ estratégias, apropriação da Luta pela Indústria Cultural, entre outros.

Compreender os benefícios possibilitados pelas lutas e artes marciais. Analisar e discutir a diferença entre Lutas x Artes Marciais X esporte. Estudar o histórico da capoeira, a diferença de classificação e estilos da capoeira enquanto

jogo/luta/dança, musicalização e ritmo, ginga, confecção de instrumentos, movimentação, roda etc.

PROPOSTA DE ORGANIZAÇÃO SEMESTRAL (80 AULAS)

PRIMEIRO ANO

Conteúdo Estruturante

Conteúdo Básico

Conteúdos específicos

Avaliação/Espera-se que o aluno:

NºAulas

Esporte Coletivos Futebol, Voleibol,

Basquete, Handebol

-Identifique os diferentes tipos de esportes coletivos.- Relacione os esportes coletivos com os elementos articuladores vivenciados).- Questione criticamente os conceitos e práticas trabalhadas.- Reconheça os gestos e técnicas dos esportes para que possa experimentar e reconhecer os gestos motores característicos do esporte.- Reconheça as diferentes regras dos esportes trabalhados.- Organize e vivencie atividades esportivas, trabalhando a elaboração, confecção de tabelas, arbitragens, súmulas e as diferentes noções de preenchimento das mesmas.

16

Page 4: Paraná · Web viewNesse sentido, todos os conteúdos trabalhados em aula devem partir de uma prática social inicial, passando pelos momentos de problematização, instrumentalização

Jogos e brincadeiras

Jogos de tabuleiro

Xadrez, dama, trilha

- Reconheça e se aproprie dos jogos de xadrez , dama e trilha.- Organize atividades lúdicas com diferentes tipos de jogos. - Relacione os jogos de tabuleiro com os elementos articuladores.

16

Dança Danças Folclóricas

Fandango, cirandas,

quadrilhas,

- Reconheça os diferentes passos, posturas, conduções, formas de deslocamento, entre outros- Reconheça as diferentes formas de ritmos e expressões culturais, do fandango, das cirandas e das quadrilhas.- Conheça a origem histórica das danças e seu contexto.- Argumente criticamente sobre apropriação das danças pela indústria cultural.- Crie e apresente coreografias das danças trabalhadas.

16

Ginástica Ginástica artística

Ginástica de solo

(rolamentos, saltos, giros,

deslocamentos)

-Organize um evento de ginástica artística, - Apresente diferentes criações coreográficas ou seqüência de movimentos ginásticos de solo.-Compreenda questões biológicas, ergonômicas e fisiológicas que envolvem a ginástica de solo.

16

Lutas Lutas com aproximaçã

o

judojiu-jitsu; sumo.

Conheça os aspectos históricos, filosóficos e as características das diferentes manifestações das lutas.

Reconheça os movimentos característicos de cada luta;

Identifique os benefícios possibilitados pela prática das lutas.

16

SEGUNDO ANO

Conteúdo Estruturante

Conteúdo Básico

Conteúdos específicos

Avaliação/ Espera-se que o aluno:

NºAula

Page 5: Paraná · Web viewNesse sentido, todos os conteúdos trabalhados em aula devem partir de uma prática social inicial, passando pelos momentos de problematização, instrumentalização

Esporte Individual Atletismo, tênis de campo,

badminton

Se aproprie criticamente acerca das diferenças entre o esporte da escola e o esporte de rendimento.

Reconheça a relação entre esporte e lazer.

- Compreenda a função social do esporte.- Se aproprie de conhecimentos específicos sobre os esportes estudados e vivenciados, como sua história, seus fundamentos, regras, entre outros.

16

Jogos e brincadeiras

Jogos dramáticos

Dramatização,

mímica, improvisação

.

- Reconheça as diferentes possibilidades de um trabalho com a mímica e a dratização.- Seja capaz de utilizar os recursos da improvisação na releitura de poemas e textos literários, expressando-se corporalmente.- Crie pequenas peças de teatro utilizando os conhecimentos trabalhados na aula.

16

DançaDança de rua

break; funk

-Crie interprete coreografias.- Refllita acerca da apropriação da Dança pela Indústria Cultural.- Organize uma apresentação de break.

16

Ginástica Ginástica de academia

Ginástica aeróbica,

anaeróbica, alongamento flexibilidade.

- Compreenda a função social da ginástica.- Discuta sobre a influência da mídia, da ciência e da indústria cultural na ginástica de academia. - Conhecimento acerca do sistema energético, produção de energia, diferenças entre atividades aeróbias e anaeróbias.

16

Page 6: Paraná · Web viewNesse sentido, todos os conteúdos trabalhados em aula devem partir de uma prática social inicial, passando pelos momentos de problematização, instrumentalização

Lutas Lutas que mantêm a distancia

karatê,boxe,

taekewondo- Compreenda a diferença entre lutas e artes marciais, assim como a apropriação das lutas pela indústria cultural.- Conheça os diferentes ritmos, golpes, posturas, conduções, formas de deslocamento do karatê, boxe, taekewondo.- Organize um festival de demonstração, no qual os alunos apresentem os diferentes tipos de golpes.

16

TERCEIRO ANO

Conteúdo Estruturante

Conteúdo Básico

Conteúdos específicos

Avaliação/Espera-se que o aluno:

NºAula

Esporte Radicaise

coletivos

skate; rappel; rafting; treking

Punhobolbeisebol/softbolrugby

Esporte Adaptados

- Reconheça a influência da mídia, da ciência e da indústria cultural no esporte.- Compreenda questões relacionadas ao doping nos esportes. - Reconheça os recursos ergogênicos utilizados nos esportes radicais. Identifique questões relacionadas a

nutrição e os esportes radicais. Reconheça a dinâmica de organização

dos esportes adaptados. Identifique os esportes veiculados em

diferentes países.

16

Jogos e brincadeiras

Jogos cooperativos futpar;

voleinçol; eco-nome;

tato contato; olhos de águia;

cadeira livre; dança das cadeiras

cooperativas; salve-se com um abraço,

etc.

- Identifique os apelos da indústria cultural na veiculação de brinquedos e brincadeiras tradicionais como produtos de consumo.

Perceba a diferença entre competir e cooperar.

Recrie atividades de jogos e brincadeiras.

16

Dança Dança de salão

Forró, xote, bolero.

Interprete e crie coreografia das danças trabalhadas.

Reflita acerca da apropriação da dança pela indústria cultural.

Organize uma apresentação de danças de salão.

16

Page 7: Paraná · Web viewNesse sentido, todos os conteúdos trabalhados em aula devem partir de uma prática social inicial, passando pelos momentos de problematização, instrumentalização

Lutas Lutas com instrumento mediador Capoeira

Esgrima, Capoeira regional e

Capoeira de angola.

- Se aproprie dos conhecimentos acerca da capoeira como: diferenciação da mesma enquanto jogo/dança/luta, seus instrumentos musicais e movimentos básicos.- Organize uma roda de capoeira onde os alunos vivenciem os diferentes movimentos da capoeira. Organize jogos recreativos envolvendo

a esgrima. Reconheça a esgrima em seu aspecto

histórico, contexto político social, sua esportivização, significados e simbologias,

16

Ginástica Ginástica Geral

Jogos gímnicos,

Movimentos gímnicos.

Organize eventos de ginástica, na qual sejam apresentadas as diferentes criações coreográficas ou seqüências de movimentos ginásticos elaborados pelos alunos.

Aprofunde e compreenda as questões biológicas, ergonômicas e fisiológicas que envolvem a ginástica.

Compreenda a função social da ginástica.

Discuta sobre a influência da mídia, da ciência e da indústria cultural na ginástica.

Compreenda e aprofunde a relação entre a ginástica e trabalho.

16

Referências Bibliográfica

ARRUDA, Solange. Arte do movimento: as descobertas de Rudolf Laban na Dança e ação humana. São Paulo: PW Gráficos e Editores Associados, 1988.

ASSIS DE OLIVEIRA, Sávio. Reinventando o esporte: possibilidades da prática pedagógica.

Campinas: Autores Associados/CBCE, 2001.

BARRETO, Débora. Dança..., ensino, sentidos e possibilidades na escola. Campinas: Autores

Associados, 2004.

BENJAMIM, Walter. Reflexões sobre a criança o brinquedo e a educação. São Paulo: Duas

Cidades / Editora 34, 2002.

CAPARROZ, Francisco Eduardo . Entre a Educação Física na escola e a Educação Física da escola. Vitória: CEFD/UFES, 1997.

COLETIVO DE AUTORES. Metodologia do Ensino de Educação Física. São Paulo. Cortez.

1992

GASPARIN, J.L. Uma Didática para a Pedagogia Histórico-Crítica. 3. ed. Campinas: Autores

Associados, 2002.

GOELLNER, Silvana Vilodre (org). Educação Física / Ciências do Esporte: intervenção e

Page 8: Paraná · Web viewNesse sentido, todos os conteúdos trabalhados em aula devem partir de uma prática social inicial, passando pelos momentos de problematização, instrumentalização

conhecimento. Florianópolis: CBCE, 1999.

MARCELINO, Nelson Carvalho. Lúdico, educação e educação física. Ijuí: Unijuí, 1999.

PARANÁ. SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO. Diretriz Curricular de Educação Física

2009.

SOARES, Carmem Lúcia. Corpo e história. Campinas: Autores Associados, 2001.

_____. Imagens da educação no corpo. Campinas: Autores Associados, 1998.

STIGGER, M. P. Educação Física, Esporte e Diversidade. Campinas. SP. Autores Associados,

2005

Page 9: Paraná · Web viewNesse sentido, todos os conteúdos trabalhados em aula devem partir de uma prática social inicial, passando pelos momentos de problematização, instrumentalização

SUGESTÃO DE UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA

EDUCAÇÃO FÍSICA- ENSINO MÉDIO POR BLOCOS DE DISCIPLINAS

1 – CONTEÚDO ESTRUTURANTE: Esporte

2 – CONTEÚDO BÁSICO: Esportes Coletivos

3 – CONTEÚDO ESPECÍFICO

- Esporte Adaptado

- Inclusão

Estimativa de aulas: 08 a 10 aulas

4 - EXPECTATIVAS DE APRENDIZAGEM

Pretende-se, com esta seqüencia de aulas, que os estudantes sejam capazes de:

- Romper com o discurso do senso comum de que o Esporte é acessível a todos;

- Discutir o papel social que o Esporte Adaptado desempenha na atualidade;

- Conhecer o Esporte Adaptado, seu contexto histórico, o que motivou seu surgimento, quem pode

praticá-lo, quais as modalidades existentes, os grandes eventos esportivos organizados para

essas modalidades, para-atletas destaques brasileiros, entre outros;

- Debater as possibilidades de inclusão das pessoas com necessidades especiais no espaço

escolar, especialmente nas aulas de Educação Física.

5 – JUSTIFICATIVA

O esporte tem se caracterizado como manifestação corporal predominante em nossa

sociedade. Sua expressão vai muito além da prática de uma atividade física por mero lazer ou

diversão.

Em torno de sua prática estruturou-se uma complexa rede de relações e interesses,

configurando o que alguns autores chamam de instituição esportiva (BRACHT, ASSIS, MELLO).

Por meio de seus códigos, normas, valores, se funde com a cultura contemporânea,

afetando de alguma maneira a vida de praticamente todas as pessoas.

Contrariamente, esse mesmo esporte não oferece oportunidades iguais a todos, e

configura-se como um prática excludente. Talvez essa exclusão seja ainda mais evidente por

Page 10: Paraná · Web viewNesse sentido, todos os conteúdos trabalhados em aula devem partir de uma prática social inicial, passando pelos momentos de problematização, instrumentalização

parte daquelas pessoas que já sofrem outros tipos de exclusão na sociedade.

De acordo com as Diretrizes Curriculares da Educação Básica, do Estado do Paraná

(DCE's) , ao nos apropriarmos do esporte enquanto um conteúdo escolar, este deve “garantir aos

alunos o acesso a reflexão sobre as práticas esportivas, além de adaptá-las à realidade escolar”

(DCE's, 2009). Sendo assim, discutir questões ligadas a inclusão social, inclusão escolar,

importância do esporte nessa inclusão, ou exclusão, seu papel na sociedade e interferência na

cultura contemporânea, a necessidade de adaptá-lo para se torne acessível a todas as pessoas, é

de suma importância.

Dentro desta perspectiva percebemos que o esporte adaptado, voltado para pessoas com

necessidades especiais, presente também em grandes eventos como Para-olimpíadas e Parapan-

americanos, possuem ainda pouca repercussão, ou nenhuma, se comparados aos correlatos,

considerados “não adaptados”.

A que se deve essa menor valorização? Seria reflexo de uma uma sociedade que ainda

sub julga as pessoas com necessidades especiais? Seria isso reflexo de uma sociedade que até

bem pouco tempo escondia e por vezes maltratava essa pessoas, por serem consideradas

“anormais” ou inválidas pelo fato de serem diferentes do que se julga socialmente ser o “normal”?

Quanto ao esporte e o discurso de que o mesmo possibilita a inclusão, ou seja, que sua prática é

acessível a todos, isso é real? O esporte adaptado, embora tenha surgido com o intuito de incluir

novamente na sociedade pessoas que haviam sofrido mutilações em guerras, ao se apropriar de

características do esporte moderno, como rendimento, realmente inclui todos com necessidades

especiais?

Por fim, torna-se necessário compreender as possibilidades de acesso a essa prática

corporal, esporte adaptado, bem como de que maneira o mesmo é praticado e a quem interessa

sua prática, afim de compreendermos mais o fenômeno esporte e o impacto deste na vida das

pessoas. E a partir disso, possibilitar ao educando um posicionamento crítico frente ao esporte e a

inclusão de pessoas com necessidades especiais em nossa sociedade, sobre tudo, em nossas

escolas.

6 – METODOLOGIA

A metodologia empregada segue os pressupostos das DCE's, ou seja, pauta-se em uma

concepção crítica de ensino. Utiliza-se como apoio para o encaminhamento metodológico as

indicações de Gasparin (2002), no qual o mesmo indica cinco etapas para o processo ensino-

aprendizagem: prática social inicial, problematização, instrumentalização, catarse e prática social

final.

Pratica social inicial:

Diálogo inicial com alunos com o objetivo de investigar o conhecimento que os mesmos já

possuem sobre o conteúdo que será ensinado.

Page 11: Paraná · Web viewNesse sentido, todos os conteúdos trabalhados em aula devem partir de uma prática social inicial, passando pelos momentos de problematização, instrumentalização

Esse diálogo pode ser mediado a partir de algumas questões, como: vocês já ouviram

falar em Esporte Adaptado? Sabem quem os pratica? Saberiam dizer o nome de um desses

esportes? Paraolimpíadas e Parapan-americanos, quem sabe o que é, onde surgiu? Por meio

dessas e de outras questões o professor perceberá o conhecimento que os alunos já possuem e o

que poderão acrescentar a esse conhecimento.

Problematização:

O momento seguinte, é o da problematização, tem o intuito de provocar no aluno o

interesse em aprender o conteúdo apresentado, ou ampliar o conhecimento que este já possui.

Para isso poderiam ser levantadas algumas questões, como: a prática esportiva é possível

à todas as pessoas? Todas as pessoas têm condições de serem bons atletas? Os meios de

comunicação e a industria cultural costumam tratar o Esporte como algo acessível à todos, isso é

verdade? Para ser um bom atleta esportivo, o que é preciso? Além disso, o professor poderá

utilizar outros recursos para problematizar, como exemplo a análise e reflexão por meio das

imagens abaixo, ou de outras imagens sobre o assunto:

Instrumentalização:

As estratégias de ensino sugeridas na sequência têm como objetivo ampliar o

conhecimento dos alunos sobre os esportes adaptados e também sobre o papel que o esporte

desempenha em nossa sociedade contemporânea.

Contextualização, um pouco de história:

Page 12: Paraná · Web viewNesse sentido, todos os conteúdos trabalhados em aula devem partir de uma prática social inicial, passando pelos momentos de problematização, instrumentalização

O professor poderá se utilizar de textos sobre o esporte e esporte adaptado, facilmente

encontrados na internet, os capítulos do Livro Didático Público do Paraná, Ensino Médio no qual

dispõe três capítulos, sobre o conteúdo básico esporte, que discutem desde a história do esporte

à interferência social do mesmo, além disso, o professor poderá consultar o folhas intitulado

“Esporte à todos, isso é possível?”, disponível no portal dia a dia educação, no endereço:

www.diaadiaeducacao.gov.pr.

Contextualizando: Os Esportes Adaptados são modalidades esportivas que tiveram suas

regras alteradas e materiais adaptados para que pudessem ser praticadas por pessoas com

necessidades especiais. Surgiram no início do século XX e com atividades competitivas para

jovens com deficiência auditiva, de modo especial em modalidades coletivas.

Já para as pessoas com deficiência motora o esporte adaptado surgiu somente após a

Segunda Guerra Mundial, entre 1944 e 1952. Isso porque os soldados que voltavam da Guerra

retornavam para seus países com vários tipos de mutilações e outras deficiências físicas. O

responsável pela iniciativa foi o médico Ludwing Guttmann.

Guttmann na época era o médico responsável pelo tratamento de pacientes vítimas de

lesão medular ou de amputações de membros inferiores cria o Centro Nacional de Lesionados

Medulares do Hospital Stoke Mandeville, Inglaterra. Foi ele quem tomou a primeira iniciativa de

incentivar estes pacientes lesionados ou feridos durante guerra praticarem esportes dentro do

hospital.

Guttmann incentivou a prática esportiva para essas pessoas com necessidades especiais,

pois acreditava que o esporte poderia ajudá-las a lidar melhor com problemas como a depressão,

causada pela deficiência. Além disso, a prática esportiva poderia auxiliar na reintegração social e

auxiliar na escolha de um novo objetivo de vida, tendo em vista que muitas dessas pessoas teriam

que se readaptar ao estilo de vida que tinham, porém agora com algumas limitações provocadas

pela nova situação que se encontravam, ou seja, teriam que lidar com a deficiência adquirida

durante as batalhas na Guerra.

No Brasil o Esporte Adaptado demorou um pouco a surgir. Apenas no ano de 1958

começamos a ter as primeiras manifestações, quando foram fundados dois clubes esportivos, um

em São Paulo e outro no Rio de Janeiro, que ofereciam essa possibilidade.

Foram os brasileiros Robson Sampaio de Almeida, paraplégico, e Sérgio Serafim Del

Grande, tetraplégico, que ao retornarem de tratamentos realizados em hospitais norte americanos

aproveitaram suas experiências e fundaram os dois clubes.

A primeira modalidade esportiva adaptada a ser praticada e que teve repercussão no Brasil

foi o basquetebol em cadeiras de rodas, graças à Sérgio Serafim Del Grande, que ao voltar para o

Brasil de posse de uma cadeira de rodas especial para prática do Basquetebol, fundou o Clube

dos Parapléticos de São Paulo.

Após esse recorte histórico, o professor poderá novamente problematizar, provocando

Page 13: Paraná · Web viewNesse sentido, todos os conteúdos trabalhados em aula devem partir de uma prática social inicial, passando pelos momentos de problematização, instrumentalização

assim novas reflexões. Sugestões de questionamentos:

- O que pensam sobre as idéias do Dr. Guttmann? Concordam que o Esporte possa ajudar as

pessoas com necessidades especiais?

- Além do Esporte, o que mais seria importante que se fizesse para que a inclusão social de

pessoas com necessidades especiais fosse possível em todos os ambientes?

Com relação a indústria cultural e aos meios de comunicação:

- Alguém já assistiu alguma vez na televisão alguma partida de um esporte adaptado?

- O esporte adaptado recebe a mesma atenção que o esporte tradicional? Porque?

- Vocês acompanham o desempenho do Brasil nas Para-olimpíadas ou Parapan-americanos?

As Para-olimpíadas:

As Paraolimpíadas são competições internacionais que englobam os Esportes Adaptados.

A sua primeira versão aconteceu no ano de 1960, em Roma, logo após a oitava versão das

Olimpíadas.

Os Parapan-americanos:

Os Parapan-americanos tiveram início em 1967, no Canadá. Também é um evento para

pessoas com necessidades especiais. No entanto, estes jogos são direcionados apenas aos

países americanos, como o Brasil, EUA, Canadá, entre outros. Acontecem na sequência do Pan-

Americano e nas mesmas instalações, assim como as Paraolimpíadas acontecem logo após as

Olimpíadas, também utilizando as mesmas instalações.

Acompanhe um pouco a trajetória do Brasil nos Jogos Para-olímpicos, observem que nossos para-atletas já conquistaram um número de medalhas superior aos que nossos atletas já obtiveram em Olimpíadas e Pan-americanos:

Ano País Medalhas de Ouro Medalhas de Prata

Medalhas de Bronze

Total de Medalhas

1976 Canadá _________________

2 _____________

02

1980 Países Baixos

_________________ ____________ _____________

00

1984 Reino Unido e EUA

6 12 3 21

1988 Coréia do Sul 4 10 13 27

Page 14: Paraná · Web viewNesse sentido, todos os conteúdos trabalhados em aula devem partir de uma prática social inicial, passando pelos momentos de problematização, instrumentalização

1992 Espanha 3 _____________

4 07

1996 Estados Unidos (EUA)

2 6 13 21

2000 Austrália 6 10 6 22

2004 Grécia 14 12 7 33

2008 China 16 14 17 47

Tabela 1: Adaptado do site: http://pt.wikipedia.org. Acesso em: 21 out. 08.

Já viram algum resultado do Brasil semelhante a esse nas Olimpíadas?!

Algumas vez o Brasil conseguiu conquistar 47 medalhas nas Olimpíadas?

Mesmo assim, vocês acham que esse resultado das Para-olimpíadas foi valorizado?

Recursos midiáticos: Os vídeos, ou recortes de vídeos obtidos na rede da internet podem auxiliar no processo

de instrumentalização. Sugestões de vídeos:

Para-atletas brasileiros:

Os vídeos que irão assistir contam um pouco da história desses atletas:

1. O vídeo indicado conta a história de dificuldades enfrentadas pelo para-atletas

brasileiros. Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=NT92qbyLex4 (Aceso em: 03 de

março de 2010).

2. Esse vídeo conta a história do para-atletas Daniel Dias, um dos destaques brasileiros da

natação. Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=BaLKrxl9n5g (Aceso em: 03 de março

de 2010).

3. O vídeo apresenta imagens de nossos para-atletas.

Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=91at2MevLNo&feature=related

http://www.youtube.com/watch?v=Jafu_LKert4&feature=related (Aceso em: 03 de março de 2010).

4. Vídeo que apresenta a premiação dos melhores para-atletas brasileiros. Disponível em:

http://www.youtube.com/watch?v=fVc32MFxrvQ&feature=related (Aceso em: 03 de março de

2010).

Vivências Práticas:

Page 15: Paraná · Web viewNesse sentido, todos os conteúdos trabalhados em aula devem partir de uma prática social inicial, passando pelos momentos de problematização, instrumentalização

Por meio de atividades corporais, o professor poderá propiciar ao aluno a vivência de

práticas dos esportes adaptados e avaliar o que os mesmos pensam a respeito das mesmas.

Sugestão de atividades:

Atividade 1 – Futebol com olhos vendados.

Para realizar esse jogo é preciso uma bola adaptada e tiras, vendas, para cobrir os olhos.

A bola pode ser qualquer uma, porém é necessário fazer com que essa bola emita ruídos. Uma

maneira de adaptar a bola é envolvê-la com sacolas plásticas, ou papel celofane, sininhos, guizos,

entre outros. O importante é deixá-la barulhenta! Depois, organizem-se em dois times e na

sequência, em duplas. Um(a) da dupla deverá vendar seus olhos com uma tira. Apenas os que

estão com os olhos vendados poderão tocar na bola. O que está sem vendas nos olhos deve

auxiliar o que está de olhos vendados, devendo se movimentar o tempo todo de mãos dadas com

ele(a). Os alunos que não estiverem participando do jogo em quadra poderão auxiliar do lado de

fora, se for necessário.

O restante das regras podem ser semelhantes às regras do futsal tradicional, ou, podem adaptar

as regras, como acharem melhor. Um dos objetivos do jogo é permitir que vocês experimentem a

sensação de realizar uma atividade física sem um de nossos principais sentidos, a visão; com isso

poderão se colocar no lugar dos para-atletas, que disputam grandes competições mesmo sem

possuírem o sentido da visão. Além disso, a atividade propiciará outras sensações, nos quais

devem tentar perceber e discutir entre vocês ao final da mesma.

Atividade 2: Volei Adaptado

Como jogar? Simples: primeiramente vocês devem abaixar a altura da rede de volei, de

modo que a parte inferior dela fique próxima ao solo da quadra. Agora devem diminuir o tamanho

da quadra, fazendo novas marcações, para que ela fique mais curta em seu comprimento. Feito

isso, posicionem-se na quadra de maneira a ocupar de modo uniforme os espaços. Agora é só

jogar! Lembrando que os movimentos devem ser o mesmo do volei, com uma única diferença:

devem fazer tudo na posição sentada! Não é permitido que se levantem, sob hipótese alguma!

Quanto às regras de condução de bola, não é necessário tanto rigor, ou seja, o que se deve levar

em conta é que a bola passe por cima da rede e caia dentro da quadra adversária. O grupo pode

definir como serão as regras de pontuação, além disso, poderão combinar entre vocês variações

nas regras desse jogo. Apenas não esqueçam que o objetivo da atividade é experimentar a

vivência de um jogo em que não haja tanta locomoção, ou seja, não podem se levantar do chão

para executar os movimentos.

Atividade 3: Experimentando um jogo diferente.

Page 16: Paraná · Web viewNesse sentido, todos os conteúdos trabalhados em aula devem partir de uma prática social inicial, passando pelos momentos de problematização, instrumentalização

Organizem-se em dois grupos, e preparem os materiais: Uma bola revestida por um

plástico ou adaptada com guizos, giz, cadeiras e coletes.

O jogo chama-se “bola à torre”, pode ser jogado em uma quadra de volei ou outra quadra

qualquer. Para o inicio do jogo, devem se posicionar em quadras distintas. No fundo de cada

quadra deverão se posicionar as torres, que será um aluno de cada equipe dentro de uma área

desenhada do chão. Após organizarem o espaço e material, é hora de organizar as equipes:

escolham entre vocês um aluno para ficar com os olhos vendados, um aluno que só poderá se

deslocar sob uma cadeira e um aluno que deverá simular a amputação de um dos braços. O

objetivo do jogo é fazer com que a bola chegue a torre referente à sua equipe sem que o time

adversário pegue a bola, caso o adversário pegue a bola, ele é quem deverá tentar lançá-la à sua

torre. Vence o time que mais bolas acertar na torre. Lembre-se porém: as equipes deverão armar

estratégias para que todos os alunos tenham condições iguais de jogo, ou seja, mesmo os

colegas que estão nas condições diferenciadas, terão que ter as mesmas possibilidades.

Organizem suas equipes e bom jogo! Outra dica: ao longo do jogo vocês podem mudar as

pessoas com características de inclusão, além disso podem também fazer alterações às regras,

sempre pensando em possibilidades de inclusão.

Atividade 4: Queimada Maluca.

Essa atividade envolve dois jogos bem conhecidos pela maioria das pessoas: bola-

queimada, também conhecido como caçador ou queimada, e tênis de campo. A idéia é: após

terem se organizado em duas equipes, escolham dois colegas, ou mais, de cada equipe para

serem os “defensores”. Os defensores deverão utilizar apenas um dos braços para jogar, o outro

deverá ser amarrado ao seu corpo, de maneira que não possa ser movimentado. Estes terão uma

raquete, de tênis ou de frescobol, que os auxiliarão. As regras seguem as tradicionais da bola-

queimada, com um diferencial: os defensores poderão defender a sua equipe, evitando que sejam

queimados. Para isso, poderão utilizar a raquete para desviar a bola quando essa for atingir algum

de seus colegas. Os jogadores de defesa não podem ser queimados. O jogo termina quando

permanecer em quadra apenas os jogadores de defesa.

Após terem jogado, que tal um bate-papo sobre a atividade? Ouçam o que o defensor achou

do jogo, se houve dificuldade em se movimentar com apenas um dos braços, se conseguiu se

sentir bem no jogo...vejam também como foi para os demais jogadores a presença de um

“defensor”, o que significou esse jogador no jogo. Após discutir um pouco sobre o jogo, avaliem

outras possibilidades para as regras, criando outras regras para ele, que tal?

Catarse: A catarse é o momento para que o professor identifique se os alunos conseguem

Page 17: Paraná · Web viewNesse sentido, todos os conteúdos trabalhados em aula devem partir de uma prática social inicial, passando pelos momentos de problematização, instrumentalização

reelaborar o conhecimento que já possuíam e qual a interferência das estratégias de ensino

utilizadas nessa reelaboração, buscando averiguar se estas foram significativas e propiciaram

uma melhor compreensão sobre o assunto. Para isso o professor poderá utilizar diversos

instrumentos, que vão desde relatórios descritivos, elaboração de cartazes, elaboração de

portfólios, avaliações escritas, reelaboração de jogos , entre outros.

Sugestões de instrumentos avaliativos:

Jogo adaptado: Em grupos, elaborar um jogo em que as regras sejam adaptadas para algum tipo de necessidade especial. Esse jogo pode ser um Esporte, adaptado com regras elaboradas pelo grupo, ou um que já esteja com as regras adaptadas. Após essa elaboração, organizar a turma para a vivência prática dessas atividades.

Pesquisa e Painel:

Pesquisa sobre o Parapan-Americanos e Paraolimpíadas, Esportes Adaptados, desempenho do Brasil, para-atletas brasileiros...e confecção de painel, expondo as informações pesquisadas. Relato sobre Filme

Relato sobre o filme:

Assistir ao filme “Meu nome Rádio”. Após assistirem esse filme, reflitam um pouco sobre como o filme aborda a visão das pessoas sobre o personagem que apresenta necessidades especiais e o que pensa sobre isso. Escrevam um relatório sobre essas e outras questões, na sequência, converse com seus colegas sobre o que viram no filme.

Relatório Final Preparar um relatório final com seguindo os itens:a) O que aprendeu sobre o Esporte Adaptado;b) Após as aulas, os debate, as vivências, o que pensa sobre a inclusão social e inclusão escolar?c) Como pensa que deveria ser a inclusão escolar? E especificamente nas aulas de Educação Física, como seria possível a inclusão?d) Qual sua impressão pessoal sobre a inclusão e qual foi sua sensação durante a vivências dos jogos adaptados ?

Retorno à Pratica Social:

Ao final do processo intenciona-se que o aluno possa se apropriar criticamente do conhecimento

adquirido e relacioná-lo com seu cotidiano.

7 – RECURSOS DIDÁTICOS

Livro Didático Público Educação Física

TV Multimídia

Vídeos

Textos

Bolas, arcos, cordas, entre outros.

Page 18: Paraná · Web viewNesse sentido, todos os conteúdos trabalhados em aula devem partir de uma prática social inicial, passando pelos momentos de problematização, instrumentalização

8- REFERÊNCIAS:

ADAMS, R. C. et al. Jogos, esportes e exercícios para o deficiente físico. São Paulo: Manole,

1985.

ALVES, M. R. L. Educação Física Adaptada: onde está você?. Trabalho de Conclusão de Curso – Departamento de Educação Física – Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Ciência e Tecnologia – FCT, Presidente Prudente, 2005.

AMARAL, L. A. Sobre crocodilos e avestruzes: falando de diferenças físicas, preconceitos e sua superação. In: Diferenças e preconceito na escola: alternativas teóricas e práticas/Coordenação de Júlio Groppa Aquino, São Paulo: Summus, 1998.

ARAÚJO, P. F. de. Desporto adaptado no Brasil: origem, institucionalização e atualidade. 140f. Tese (Doutorado em Educação Física) – Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 1997.

BRACHT. V.; ALMEIDA F. Q. A Política de Esporte Escolar no Brasil: A pseudovalorização da Educação Física. Rev. Bras. Ciênc. Esporte, Campinas, v. 24, n.3, p.87-101. maio de 2003.

COSTA, A. M.; SOUSA, S.B. Educação Física e Esporte Adaptado: história, avanços e retrocessos em relação aos princípios da integração/inclusão e perspectivas para o século XXI. Rev. Bras. Ciênc. Esporte, Campinas, v.25, n.3, p.27-42, maio, 2004.

DIEHL, R. M. Jogando com as diferenças: jogos para crianças e jovens com deficiência: em situação de inclusão e em grupos específicos. 2ª ed., São Paulo: Phorte, 2008.

GALVÃO, Z.; RODRIGUES, L. H.; MOTA e SILVA, E. V. Esporte. In: Educação Física na Escola,

implicações para a prática pedagógica, coordenação Suraya C. Darido, Irene C. Andrade Rangel.

Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005.

GASPARIN, J.L. Uma Didática para a Pedagogia Histórico-Crítica. 3. ed. Campinas: Autores

Associados, 2002.

GOMES, W. O. Inclusão Escolar: Um olhar na especificidade da aprendizagem do aluno com

deficiência mental incluso no Ensino Fundamental. Dissertação de Mestrado, UFPR, Curitiba,

2005.

LIMA, J.R.P. Caracterização Acadêmica e Profissional da Educação Física, Revista Paulista de Educação Física, São Paulo, n.08,p.54-67, jul./dez. 1994.

MARQUES, R. F. R.; ALMEIDA, M. A. B.; GUTIERREZ, G. L. Esporte: um fenômeno heterogêneo: estudo sobre o esporte e suas manifestações na sociedade contemporânea. Movimento, vol.13, nº3, 2007.

Organização Mundial de Saúde-OMS/Secretariado Nacional de Reabilitação-SNR (1989). Classificação Internacional das Deficiências, Incapacidades e Desvantagens (handicaps): Um Manual de Classificação das Consequências das Doenças. Lisboa:SRN.

STIGGER, M. P. Esporte, lazer e estilos de vida: um estudo etnográfico. Campinas, SP: Autores Associados, 2002.

Page 19: Paraná · Web viewNesse sentido, todos os conteúdos trabalhados em aula devem partir de uma prática social inicial, passando pelos momentos de problematização, instrumentalização

STIGGER, M. P. Educação Física, Esporte e Diversidade. Campinas, SP: Autores Associados,

2005.