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Cascavel, 8 de maio de 2020 - Ano XXIV - Nº 2.246 - R$ 3,00
Paranhos sozinho na pista
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www.hyundaivetor.com.br
Oposição “desaparece” diante do protagonismo do Executivo cascavelense na pandemia de Covid-19 e do calendário eleitoral “calça curta”
O calendário eleitoral foi atropelado pelo coronavírus. A afirmação provavelmente ob-tém um raro consenso dos seis pré-candida-tos a prefeito de Cascavel.
A epidemia gerou superexposição nos porta vozes governamentais: de Angela Merkel na Alemanha, passando por Trump nos EUA, Mandetta em Brasília, Doria em São Paulo e chegando a Paranhos em Cascavel.
Não há outro assunto possível, por mais que leitores e eleitores da linha “Poliana Moça” tencionem as mídias a trocar de as-sunto e trazer “notícias boas”.
Além de contaminar a pauta, o vírus também gerou impedimentos físicos: como o vovô Edgar Bueno - cuja carreira políti-ca é marcada pela ênfase no corpo a corpo - irá visitar outros vovôs resguardados em isolamento?
Para usar um termo da caserna, o “co-mandante Corona” pôs a tropa a marcar pas-so, quando os comandados movimentam as pernas sem sair do lugar.
Inteligente na estratégia - e diligente com a epidemia – Paranhos seguiu preceitos de Maquiavel (mesmo que, eventualmen-te, sem perceber): fez todas as maldades de uma vez só (fechou a cidade inteira, com exceção de raros serviços essenciais), e dis-tribuiu as bondades aos poucos, permitindo
o retorno da atividade econômica em doses terapêuticas.
Ninguém pode afirmar ainda se isso dará certo, ou se seremos outra Blumenau, como alertado na edição anterior. Mas de momen-to as coisas estão funcionando bem para o Paço: epidemia controlada e economia es-cancarada.
Associado à estabilização do paciente, Paranhos anunciou com estardalhaço a re-tomada de obras públicas. E são muitas, em intervenções cirúrgicas, centradas princi-palmente nas principais artérias dos bairros mais populosos (R$ 80 milhões em obras).
DONO DA RUA. Recentemente o Pitoco mandou uma pergunta única e redigida nos mesmos termos para cinco pré-candidatos oposicionistas: “O que você faria diferente
do Paranhos no combate ao coronavirus?”.
Um dos candidatos disse que responder essa questão somente ajudava o atual inqui-lino do Paço. Outro recusou-se a responder. Márcio Pacheco, posicionado para polari-zar com Paranhos, disse que o melhor a ser feito agora é somar-se aos esforços do go-verno municipal para combater a epidemia.
Resposta sensata e madura, mas que de-monstra também a dificuldade da oposição em atacar o comandante em pleno combate à epidemia, em momento de insegurança e medo.
Em resumo: Paranhos está sozinho na pista, é o dono da rua. O que não o impede de tropeçar em suas próprias pernas. Mas tudo, até as dúvidas mais elementares, como o dia da votação e o calendário eleitoral, con-vergem para beneficiar o projeto reeleitoral.
n Imagem de vídeo em que Paranhos caminha na rua Papagaios, no populoso bairro Flores-ta, enquanto anunciava obras na prin-cipal artéria da região Norte: vírus tornou adversários invisíveis
02 l [email protected]
EXEMPLO
8 de maio de 2020
Solidariedade em dose dupla
Clipping News Agência de Notícias CNPJ 73.205.239/0001-71
F. 45 3037-5020 - 45 99113-1313Rua Souza Naves 3896 - 2° andar - centro
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Editor: Jairo Eduardo e-mail: [email protected] Comercial: Reginald Armstrong
R M Armstrong e Cia. Ltda.CNPJ 09.644.192/0001-43
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Fundadores: Laidir Dalberto, Jairo Eduardo e Antonio Santos da Luz
Para os assinantes Meire Cristiane Ferreira da Cunha, Mar-cos Fontana, Fernanda Zachet, Rafael Candido da Silva, Edson Zorek, Marilei Martins, Valdinei Rodrigues, Manoel Pereira Góes
e Elton Rogério Lunardelli.
Aquele abraço45 3038-2255
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Com a pandemia de Covid-19, toda a população passou a ser afetada de alguma forma, po-rém alguns estão passando por dificuldades maiores. Dentre estes, os produtores da agricul-tura familiar de Cascavel, que diminuíram suas vendas e pas-saram a ter produtos perecíveis em abundância no estoque. Por outro lado, a falta de alimentos é a realidade vivida por muitas pessoas, inclusive trabalhadores que estão parados por conta do isolamento.
Foi este cenário que moveu o Fórum Sindical de Cascavel para
Sindicatos compram alimentos da agricultura familiar e doam para instituições, ligando as pontas entre setores afetados pela epidemia
Lucas Monteiro - estagiário
uma ação de solidariedade, que ligasse as duas pontas. “Identi-ficamos a dificuldade de algumas pessoas que perderam o emprego por conta da pandemia e resol-vemos ajudar”, conta Laerson Vidal Mathias, coordenador do Fórum Sindical de Cascavel.
Mais de quatro toneladas de
alimentos foram custeadas pelo Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita Federal e pelo Sindi-cato dos Professores Municipais de Cascavel e entregues na últi-ma semana para a Cooperativa de Trabalhadores Catadores de Material Reciclável e Pastoral da Criança das Paróquias do Santa Cruz e Santo Antônio.
n Pastoral da Criança recebe alimentos orgâ-nicos produzi-dos pela agri-cultura familiar: ação liga pontas e une o útil ao necessário.
“Essas entidades têm os cadastros e sabem exatamen-te quais são as fa-mílias que neces-sitam receber este auxílio”, enfatiza Laerson.
Entre os produtos doados es-tão milho verde, mandioca, bata-ta doce e abóbora, todos alimen-tos produzidos sem agrotóxicos pelos produtores.
“Fazer este tipo de ação, pelo menos nos dá um alento que estamos conseguindo ajudar as pessoas com mais necessidade a passar por este momento de pan-demia”, concluiu o coordenador.
Ele falou “Liberdade é o direito de fazer
tudo o que as leis permitem.”
[email protected] l 03
UMAS & OUTRAS
(Mauricio Bunazar, mestre e doutor em Direito Civil pela USP)
8 de maio de 2020
‘’Washington- Mestre de Carnes
VENHA CONHECERe se surpreenda!!
Rua Jorge Lacerda, 885
Heroína de brancol Entre bonecos de
Batman e do Homem--Aranha, menino es-colhe uma enfermeira com super-heroína para brincar em uma nova obra de Banksy. l A pintura do mis-
terioso artista de rua apareceu em um hospi-tal no Sul da Inglaterra, na última quarta-feira. “É um pano de fundo inspirador para parar e refletir nesta época sem igual”, disse a diretora do hospital.
Pensata em tempos de pandemia
Difícil apontar o que é mais horrendo:a) Torcer que morra mais gente para des-
gastar político; b) Ignorar a dor das mortes para defender
político.Ambos são sintomas de uma sociedade ado-
ecida pelo vírus do ódio e da idolatria política.
(Montesquieu, político, filósofo e escritor francês)
[email protected] l 05
FAKE NEWS
8 de maio de 2020
Caminhava eu entre as gôndolas do Mercado Remonatto, no bairro Aclimação, quando sou aborda-do pelo amigo Ademir, gente boa que empresta o sobrenome ao estabelecimento.
- Pitoco, você que está por dentro da confusão, diz aí: é ver-dade que estão enterrando cai-xão vazio para ganhar dinheiro com o coronavirus?
- Muito calma nesta hora, respondi ao Ademir. – Vou che-car e depois lhe confirmo ou não.
Pois é. A história começou com dona Valdete. Ela é minei-ra de Belo Horizonte. E gravou um vídeo dizendo que em BH os cemitérios estavam recebendo caixões recheados de pedras e paus. E que não havia cadáveres neles. Até por tétrica, a história se espalhou. Logo depois de aler-tado do episódio grotesco pelo Ademir Remonatto, vi “gente boa” da alta sociedade de Cas-cavel compartilhando aquilo em grupos de zap.
Era a prova definitiva de que o coronavirus é uma fraude. Logo na sequência surgiu uma outra lista, supostamente pro-duzida a partir de consultas em cartório, também a sustentar que a epidemia não existe. Por essa versão, a pandemia foi inventada para prejudicar o ídolo político.
Pois bem, intimada pela po-lícia, dona Valdete declarou: “Reconheço humildemente o
O caixão da ValdeteTransitou em seu zap o “sepultamento” de caixões vazios em Belo Horizonte?
erro e peço perdão ao município de Belo Ho-
rizonte, ao ilustre pre-feito e a to-dos quan-
tos foram atingidos pelo equí-voco que cometi”. O pedido de desculpas da tia do Zap não irá livrá-la de responder por denun-ciação caluniosa, difamação e contravenção penal por gerar tu-multo e pânico. As penas soma-das chegam a nove anos de cana. Lógico que ela não será presa por isso, mas vai se incomodar.
Dona Valdete, por ingenui-dade ou contágio político, é mais uma a desafiar o corona. É mais um fake news, como tan-tos outros, compartilhados nos grupos por gente supostamente esclarecida.
O corona não precisa de cai-xão recheado para se afirmar. O corona não precisa provar mais nada para ninguém. Ele já ma-tou mais de 260 mil no planeta, quase 10 mil brasileiros. Defini-tivamente, o problema do corona não é sobrenotificação (quando se notifica mais do que é). E sim o oposto, subnotificação, quando se registra a menos. Dona Valde-te vai pensar duas vezes antes de postar um novo vídeo. E vai levar essa para o caixão...
l Em tempo: a história dos cartórios também é inventada. E seu Remonatto, ao pôr em dúvi-da a mensagem do zap, mostra que o eleitor está mais atento a mentiragem da internet.
Jairo Eduardo - editor do Pitoco
8 de maio de 2020 06 l [email protected]
ENSAIOANÁLISE
Cotovelos de aço
Jairo Eduardo - editor do Pitoco
n Bolsonaro e Pujol em Porto Ale-gre: com os cotovelos
Cotovelo não é uma área exa-tamente admirada no corpo hu-mano. Se apoiá-los em uma su-perfície plana, como uma mesa, podemos segurar o rosto entre as mãos e produzir uma careta, ou a cara fofinha daquele emoji novo com almofada de coração embaixo do braço.
Cotovelo – até o nome é feio – também serve para aquele cen-troavante malicioso vingar-se discretamente do zagueirão que bate no tornozelo sem o juiz ver. (isso antes do advento do árbitro de vídeo).
Cotovelos voltaram à cena ao substituir as mãos nos cumpri-
mentos entre nós. Em recente solenidade em Porto Alegre, o presi-dente Bolsonaro rece-beu cotovelos em troca quando ofertou a mão em cumprimento ao co-mandante do Exército, general Pujol.
Podemos ficar restritos aos fatos visualmente observados, e dizer que se trata de apenas um cuidado dos militares, pos-sivelmente implementado como norma nos quartéis, onde a sau-dação mais comum não inclui o toque de mãos. Não é preciso tocar em mãos para prestar con-tinência.
Mas também tem um “quê” simbólico. O militar negou tocar com a mão, a mão do presidente. Colocou o protocolo na frente da gentileza, da retribuição ou mes-mo da hierarquia. O gesto envia sinais para quem desenvolveu a capacidade de ler nas entrelinhas
com o cuidado de não incorrer em teorias conspiratórias.
No “Café com Pitoco” de agosto do ano passado - evento temporariamente suspenso em razão da pandemia - o general Roberth Eickhoff, então co-mandante da 15º Brigada de In-fantaria, disse que há militares no governo, mas o Exército não está no governo, e o governo não está no Exército.
As Forças Armadas são uma instituição de Estado, e sua bús-sola é o “livrinho”, a Constitu-ção. Reflexo de doutrina militar adotada no novo milênio em
substituição àquela que vigorou na guerra fria, entre EUA e União So-viética, peleia enterra-da no aterro sanitário da história.
O ministro da Defesa, Fernando Azevedo e
Silva, referendou as palavras de Eickhoff logo após a recente ma-nifestação em Brasília que pedia ditadura militar com Bolsonaro no poder.
Em outras palavras, a nova geração das Forças Armadas não vai aderir a aventuras golpistas. E o único golpe, aqui, é o coto-velaço dos generais na queixa-da das velhas e novas viúvas da ditadura.
“A mais barulhenta das de-mocracias é melhor que a mais serena das ditaduras”, disse o professor Leandro Karnal. O povo venezuelano que o diga...
“A mais barulhenta das democracias é melhor que a mais serena das ditaduras” (Leandro Karnal)