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PARCEIRA PÚBLICO-PRIVADA: O CASO DO PORTO “MARAVILHA” NO RIO DE JANEIRO. Wellington Nascimento Silva Rômulo Dante Orrico Filho Walter Porto Junior Universidade Federal do Rio de Janeiro Programa de Engenharia de Transportes COPPE/UFRJ RESUMO A pesquisa visa analisar o grau de maturidade e o modelo de planejamento da parceria público-privada (PPP) para revitalização da região portuária do município do Rio de Janeiro. As características de maturidade e planejamento participativo foram obtidas por meio de revisão bibliográfica e documental, em portais da internet e na literatura nacional e internacional. Para análise foram efetuadas comparações entre o referencial teórico e os dados sobre a participação da população no planejamento. A maturidade foi verificada pelo modo de obtenção de recursos. O planejamento quanto à participação popular. Constatou-se que o projeto representou uma evolução no país quanto à maturidade das PPPs para infraestrutura, da fase I para a fase II. Inova na obtenção de receita à partir da criação de solo novo por meio dos Certificado de Potencial Adicional de Construção (CEPAC), entretanto, a participação da população no planejamento das transformações urbanísticas, sociais e ambientais foi baixa. Palavras-Chaves: Parceria Público-Privada; Operação Consorciada; Financiamento de Infraestrutura. ABSTRACT The research aims to analyze the degree of maturity and the planning model of public-private partnership (PPP) for regeneration of the port of the city of Rio de Janeiro. The characteristics of maturity and participatory planning were obtained through literature review and document, in the internet portals and national and international literature. Analysis for comparisons between the theoretical framework and the data on public participation in planning have been made. Maturity was verified by the method of securing resources. The planning and public participation. It was found that the project represented an evolution in the country as the maturity of PPPs for infrastructure, from phase I to phase II. Innovates about obtaining takings by the creation of new soil by means of Aditional Construction Potencial Certificate (CEPAC), however, public participation in urban planning, social and environmental transformations was low. Keys-Words: Public-Private Partnership; Operation Consortium; Financing Infrastructure. 1. INTRODUÇÃO Na esteira dos desafios para adequação da infraestrutura para as Olimpíadas de 2016, a cidade do Rio de Janeiro tem uma oportunidade de resolver problemas estruturais que a afligem, como exemplo o transporte público deficiente que apresenta saturação dos modos tradicionais, mobilidade urbana precária e baixo desenvolvimento de transporte sustentável (Souza, 2010). A administração pública municipal elaborou o projeto olímpico do Rio de Janeiro, que inclui a revitalização da área portuária por meio de parceria público-privada (PPP), denominada Projeto Porto Maravilha e inspirada na revitalização dos portos em cidades como Barcelona, Londres e Nova York (Schissel, 2012). O projeto implica em investimentos em infraestrutura que demandam recursos financeiros superiores aos gastos possíveis para o orçamento público, o qual tem limitações impostas pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). O desenvolvimento de infraestrutura é uma tarefa difícil para o governo isoladamente. Historicamente seu fornecimento tem sido monopólio da Administração Pública, mas com o aumento da distância entre as necessidades de infraestrutura e recursos disponíveis para financiá-la, as Parcerias Público-Privada (PPP) surgiram como um modo preferido de financiamento, inclusive no Brasil (Kateja, 2012). Em função de suas necessidades, os países

PARCEIRA PÚBLICO-PRIVADA: O CASO DO PORTO …...Na esteira dos desafios para adequação da infraestrutura para as Olimpíadas de 2016, a cidade do Rio de Janeiro tem uma oportunidade

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PARCEIRA PÚBLICO-PRIVADA: O CASO DO PORTO “MARAVILHA” NO RIO

DE JANEIRO.

Wellington Nascimento Silva

Rômulo Dante Orrico Filho

Walter Porto Junior Universidade Federal do Rio de Janeiro – Programa de Engenharia de Transportes

COPPE/UFRJ

RESUMO

A pesquisa visa analisar o grau de maturidade e o modelo de planejamento da parceria público-privada (PPP) para

revitalização da região portuária do município do Rio de Janeiro. As características de maturidade e planejamento

participativo foram obtidas por meio de revisão bibliográfica e documental, em portais da internet e na literatura

nacional e internacional. Para análise foram efetuadas comparações entre o referencial teórico e os dados sobre a

participação da população no planejamento. A maturidade foi verificada pelo modo de obtenção de recursos. O

planejamento quanto à participação popular. Constatou-se que o projeto representou uma evolução no país quanto

à maturidade das PPPs para infraestrutura, da fase I para a fase II. Inova na obtenção de receita à partir da criação

de solo novo por meio dos Certificado de Potencial Adicional de Construção (CEPAC), entretanto, a participação

da população no planejamento das transformações urbanísticas, sociais e ambientais foi baixa.

Palavras-Chaves: Parceria Público-Privada; Operação Consorciada; Financiamento de Infraestrutura.

ABSTRACT

The research aims to analyze the degree of maturity and the planning model of public-private partnership (PPP)

for regeneration of the port of the city of Rio de Janeiro. The characteristics of maturity and participatory planning

were obtained through literature review and document, in the internet portals and national and international

literature. Analysis for comparisons between the theoretical framework and the data on public participation in

planning have been made. Maturity was verified by the method of securing resources. The planning and public

participation. It was found that the project represented an evolution in the country as the maturity of PPPs for

infrastructure, from phase I to phase II. Innovates about obtaining takings by the creation of new soil by means of

Aditional Construction Potencial Certificate (CEPAC), however, public participation in urban planning, social and

environmental transformations was low.

Keys-Words: Public-Private Partnership; Operation Consortium; Financing Infrastructure.

1. INTRODUÇÃO

Na esteira dos desafios para adequação da infraestrutura para as Olimpíadas de 2016, a cidade

do Rio de Janeiro tem uma oportunidade de resolver problemas estruturais que a afligem, como

exemplo o transporte público deficiente que apresenta saturação dos modos tradicionais,

mobilidade urbana precária e baixo desenvolvimento de transporte sustentável (Souza, 2010).

A administração pública municipal elaborou o projeto olímpico do Rio de Janeiro, que inclui a

revitalização da área portuária por meio de parceria público-privada (PPP), denominada Projeto

Porto Maravilha e inspirada na revitalização dos portos em cidades como Barcelona, Londres

e Nova York (Schissel, 2012). O projeto implica em investimentos em infraestrutura que

demandam recursos financeiros superiores aos gastos possíveis para o orçamento público, o

qual tem limitações impostas pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).

O desenvolvimento de infraestrutura é uma tarefa difícil para o governo isoladamente.

Historicamente seu fornecimento tem sido monopólio da Administração Pública, mas com o

aumento da distância entre as necessidades de infraestrutura e recursos disponíveis para

financiá-la, as Parcerias Público-Privada (PPP) surgiram como um modo preferido de

financiamento, inclusive no Brasil (Kateja, 2012). Em função de suas necessidades, os países

em desenvolvimento se adaptam facilmente ao uso de PPP para ligação entre o governo, setores

da economia e organizações internacionais (Ahmed e Ali, 2004). No caso brasileiro, em um

contexto em que os estados e municípios sofrem uma profunda crise fiscal, a qual é suportada

por trabalhadores e desempregados (Lima, 2008).

A PPP do “Porto Maravilha” é recente e suas características ainda não são totalmente

conhecidas. O problema é que por não estar totalmente compreendida quanto às suas

características de planejamento e grau de maturidade, há uma lacuna sobre este conhecimento.

De acordo com Bel, Brown e Marques (2013) pesquisas devem envidar esforços para conhecer

mais profundamente a diversidade das PPP.

O objetivo deste artigo é analisar o grau de maturidade e o modelo de planejamento da parceria

público-privada (PPP) para revitalização da região portuária do município do Rio de Janeiro,

denominada “Porto Maravilha” quanto à participação da população na tomada de decisões na

fase de planejamento do projeto.

Para identificação das características das PPP quanto ao planejamento e grau de maturidade foi

efetuada pesquisa bibliográfica por meio de periódicos disponíveis no portal CAPES. Para

conhecer as características da PPP do Porto Maravilha foram identificadas as normas, valores

do empreendimento e registro da participação da população nas decisões, por meio de debate

público e na estrutura organizacional da empresa criada pela prefeitura do município para gerir

o projeto. Isto foi efetivado com o emprego de pesquisa documental nos portais oficiais da

Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e da

Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto do Rio de Janeiro S.A (CDRUP).

Para identificação dos canais de participação da população foi pesquisado o portal da CDRUP

e os registros de audiências públicas promovidas pela Câmara de Vereadores do Município e

pelo Ministério Público. A pesquisa teve caráter exploratório e comparativo.

As análises foram feitas comparando as informações obtidas no referencial teórico com as

informações levantados nos canais de participação e na forma de obtenção de recursos para

financiamento do projeto. Os principais dados obtidos no levantamento do referencial teórico

foram organizados em tabelas para posterior comparação com os dados relacionados à

Operação Consorciada do Porto Maravilha (OCPM).

O grau de maturidade foi analisado quanto à participação do Capital Privado e o modelo de

obtenção de recursos. A participação da população quanto às decisões do projeto foi analisada

quanto à participação: a) diretamente na estrutura organizacional pela empresa gestora da PPP,

b) em canais disponibilizados pela gestora e c) em debates públicos.

2. REFERENCIAL TEÓRICO

A PPP é uma prática bem estabelecida no Reino Unido, Austrália, Holanda, África do Sul,

Canadá e Japão (Lewis e Grimsey, 2005). Aumentam a produtividade, trazem eficiência de

gestão e habilidades práticas do mundo dos negócios, ao passo que reduzem o envolvimento

dos governos pela participação do setor privado nos serviços públicos (Shen, Platten , Deng,

2006).

O mecanismo financeiro da Parceria Público-Privado possibilita a participação formal do setor

privado em setores sociais a partir do objetivo básico de mobilizar o financiamento privado

para a prestação de serviços públicos e apoiar outras funções governamentais (Zaman e Akbar,

2013). Com base nesta política para reduzir os déficits de infraestrutura, o setor público está

cada vez mais voltado para PPP (Kateja, 2012). Por intermédio desta parceria os governos

poderiam proporcionar aos seus cidadãos bens ou serviços para os quais não tenha capacidade

financeira, técnica ou operacional para produzir por conta própria, mas que são de interesse do

setor privado por serem projetos potencialmente lucrativos em um risco mais baixo do que se

tivessem sido o investidor exclusivo (Bel; Brown e Marques, 2013; Tang, Shen e Cheng,

2010). São consideradas como alternativas à completa privatização, em um modelo no qual o

governo e as empresas privadas assumem co-responsabilidade e co-propriedade para a

prestação de serviços da cidade. Combina-se o dinamismo privado, o acesso ao financiamento,

o conhecimento de tecnologias, eficiência gerencial e espírito empreendedor com a

responsabilidade social, consciência ambiental, conhecimento local, geração de emprego e as

preocupações próprias do setor público (Ahmed e Ali, 2004; Shen, Platten, Deng, 2006.; Athias,

2013).

As economias emergentes, inclusive a brasileira, precisam de financiamento para infraestrutura.

O Brasil foi movido por um longo processo de liberalização nos anos 1990 e foi o que mais

atraiu investimento entre os países em desenvolvimento (período 1990-2010), seguido por

China, Argentina, México e Índia. A maior parte do investimento privado em PPP brasileiras

foi para o setor de telecomunicações (48,9%), seguido pelos setores energético (29,3%), de

transporte (16,9%) e de água e saneamento (4,9 %) (Kateja, 2012).

No caso brasileiro, a criação de PPPs se sujeita às formalidades legais (Lei 11.079/2004),

motivo que leva a contratação a ser precedida de licitação na modalidade de concorrência (Casa

Civil, 2013). O estatuto da cidade (Lei 10.257/01) prevê como instrumento de criação de PPP

a Operação Urbana Consorciada (OUC) definida como ”o conjunto de intervenções e medidas

coordenadas pelo Poder Público municipal, com a participação dos proprietários, moradores,

usuários permanentes e investidores privados, com o objetivo de alcançar em uma área

transformações urbanísticas estruturais, melhorias sociais e a valorização ambiental” (Casa

Civil, 2013). Souza (2010) afirma que a operação urbana consorciada e urbanização

consorciada, consórcio imobiliário, reurbanização consorciada, e operação interligada, formam

um conjunto de instrumentos de planejamento, com conceitos distintos (tabela 1).

Tabela 1: Conjunto de Instrumentos de Planejamento Previsto no Estatuto da Cidade. Operação Urbana Consorciada ,

Urbanização Consorciada e

Reurbanização Consorciada

Permite a parceria entre a iniciativa privada e o poder público para a

realização de obras de infraestrutura que permitam a renovação urbana

em áreas degradadas ou a transformação de uso e a reurbanização.

Consórcio Imobiliário

É a forma de viabilização financeira de planos de urbanização, na qual

o proprietário entrega ao Executivo municipal o seu imóvel e, após a

realização de obras, recebe como pagamento imóvel devidamente

urbanizado.

Operação Interligada Possibilidade de compra de potencial construtivo para um imóvel

acima do regularmente previsto na lei de zoneamento

Souza (2010)

A variedade de PPPs é bastante ampla e depende do grau de transferência de risco e de

envolvimento do setor privado (Bel; Brown e Marques, 2013). Muitas são suas formas e não

há uma definição única. No entanto, é possível afirmar que são relações de trabalho conjunto

em que as partes são independentes, concordam entre si para alcançar um objetivo comum,

criam estruturas organizacionais e processos para alcançar este objetivo, planejam e

implementam um programa conjunto, compartilhando informações relevantes, riscos e

recompensas (Lamie e Ball, 2010, apud SAGER, 2011). O setor público e privado podem

trabalhar em conjunto (Katusiimeh ; Mol e Burger, 2012).

O planejamento de políticas públicas para PPP pode ser físico-territorial ou clássico, que tem

por concepção o planejamento como atividade de elaboração de planos de ordenamento

espacial; pode ser rawlsiano, que concebe como primeira prioridade dos planejadores a

necessidade dos grupos sociais desprivilegiados; e, também pode ser comunicativo ou

colaborativo, que propõe que o futuro das localidades deve ser deliberado e debatido em

público, e as decisões devem ser tomadas em processos democráticos e inclusivos. (Sager,

2011; Souza, 2010).

Carvalho e Fidélis (2013), ao abordarem em sua pesquisa sobre os novos requisitos legais para

áreas estuarinas em Portugal, onde foi criado um instrumento que incorpora um novo conceito

de planejamento para confluência entre o sistema de planejamento de recursos hídricos e o

sistema de planejamento do uso da terra, identificaram que o envolvimento das partes

interessadas no processo de planejamento requer: identificação das principais partes

interessadas que podem afetar ou ser afetados pelo plano; identificação dos interesses das partes

envolvidas e do potencial impacto do plano sobre esses; avaliação da influência das partes

interessadas na elaboração e implementação do plano; e, Definição de uma estratégia de

participação que promova o envolvimento nas diferentes fases de elaboração e implementação

do plano.

Sager (2011) pesquisou a corrente neo-liberal (tabela 2), cujas políticas são baseadas na atração

de pessoas e empresas para a cidade a partir dos pilares: competição, tratamento preferencial

por causa do crescimento econômico e dependência de incentivos econômicos. Afirma que a

mudança da regulação burocrática para o empreendedorismo público teve efeito sobre o

planejamento urbano, gerando maior envolvimento privado na construção e operação de

infraestrutura urbana, base para os instrumentos financeiros das PPPs.

Tabela 2: Políticas Neo-Liberais para Planejamento Urbano.

Marketing da Cidade Visa atrair o tipo de pessoas que se acredita trazer desenvolvimento

urbano.

Desenvolvimento Urbano Exige uma administração da cidade empreendedora apoiando os

candidatos a empresários .

Incentivos ao

Desenvolvimento

Econômico

Incentivos econômicos são dados quando menos empresas estão

interessados do que o número que o governo considera ideal

Licitação

Relevante quando mais empresas se interessem em um projeto de

investimento ou uma operação de negócio que são necessários para a

tarefa..

Sager (2011)

No Brasil, a Lei 11.079/2004 conceitua PPP como o “contrato administrativo de concessão, na

modalidade patrocinada ou administrativa”. A concessão patrocinada é aquela em que os

serviços públicos ou de obras públicas envolvem tarifa cobrada dos usuários por

contraprestação pecuniária do parceiro público ao parceiro privado, enquanto a concessão

administrativa é aquela em que a Administração Pública é a usuária direta ou indireta, ainda

que envolva execução de obra ou fornecimento e instalação de bens (Casa Civil, 2013). Para

alcançar os resultados pretendidos e satisfazer a ambas as partes da relação contratual, devem

ser criadas condições para tornar as PPPs bem sucedidas. Tais condições foram pesquisadas por

Ahmed e Ali (2004) e estão apresentadas na tabela 3.

Tabela 3: Condições Necessárias para Formar PPPs Bem Sucedidas.

Cultura Incentivo, liderança e a participação do cidadão. Está relacionada com as preocupações

da comunidade em desenvolvimento de longo prazo.

Visão

Realista entre o setor público, o setor privado e os membros da comunidade. Se baseia

nos pontos fortes e fracos da região, bem como sobre um entendimento comum sobre o

potencial da área.

Participação Organizações interessadas que podem misturar o interesse próprio dos membros com o

interesse mais amplo da comunidade.

Continuidade da

política

Inclui a capacidade de se adaptar a novas circunstâncias e reduzir incertezas para as

empresas e indivíduos que querem assumir riscos econômicos.

Ahmed e Ali (2004)

Kateja (2012) constatou que os governos em estágios iniciais da curva de maturidade de PPP,

como é o caso brasileiro, poderiam se beneficiar da oportunidade de aprender com os pioneiros

que evoluíram para estágios mais avançados. Estes estágios (tabela 4) foram segregados por

fases de evolução das PPP quanto a aspectos políticos, de execução e de obtenção de recursos

no mercado de capitais.

Tabela 4: Fases de Maturidade de PPPs

Fase I Quadro político e legislativo estabelecidos juntamente com um quadro

institucional para orientar a execução de projetos

Brasil, China, África do

Sul, Índia e Rússia.

Fase II

PPPs concentradas em agências, com desenvolvimento de novos de

parcerias. Sua profundidade é expandida para vários projetos e setores. Os

países também alavancam novas fontes de recursos nos mercados de

capitais.

Reino Unido, para

escolas e hospitais;

Austrália e Irlanda para

estradas

Fase

III

Modelos de risco mais sofisticados, com maior foco no ciclo de vida total

dos projetos e desenvolvimento do mercado com infraestrutura avançada e

participação dos fundos de pensão e fundos de private equity.

Austrália e Reino Unido

Kateja (2012)

Observa-se que o Brasil (tabela 4) foi classificado por Kateja (2014) na fase I de maturidade.

2.1. O Caso do Porto do Rio de Janeiro.

A cidade do Rio de Janeiro tem população de 6,3 milhões de habitantes (IBGEa, 2013), seu PIB

a preço de mercado é R$ 190 bilhões (US$ 77,69 bilhões) e o per capita é de R$ 30 mil (US$

12,26 mil) (FEPERJ, 2013). Mesmo considerando a grandeza destes valores, não há como

ignorar a pobreza, ou seja, a desigualdade social refletida pelas favelas (Medeiros e Steinbrink,

2013). A região portuária da cidade apresenta um quadro de isolamento e deterioração e sua

população é composta principalmente pelas camadas mais pobres (Pimentel, 2013). Entre elas

está a população da Providência, estimada em 4.889 habitantes, distribuída em 133.644 m² e

considerada oficialmente a primeira favela do país (GERJ, 2013).

A tendência de urbanização das favelas é gradual, mas lenta: o programa Favela Bairro

melhorou significativamente as condições de vida de seus moradores (Handzik, 2013); a

pacificação de comunidades controladas pelo tráfico de drogas foi positiva para a população,

embora o Estado ainda está em débito com esta e parece estar sucumbindo às demandas

provocadas pelas dimensões econômicas do território e esquecendo sua função pública

(Lacerda e Brulon, 2013); e no setor de transporte, a implementação do sistema Bus Rapid

Transit (BRT) promovida pelos operadores de transporte, com os corredores TransBrasil,

TransCarioca, TransOlímpica e TransOeste poderá beneficiar a população da metrópole (NTU,

2011).

Com o propósito de revitalizar a região portuária, o governo local criou a Operação Urbana

Porto Maravilha (OCPM) por intermédio da Lei Complementar Municipal (LCM 101/2009).

Para coordenar o processo de implantação criou a Companhia de Desenvolvimento Urbano da

Região do Porto do Rio de Janeiro (CDURP) – uma empresa de economia mista, controlada

pela Prefeitura e que tem por finalidade administrar o projeto por meio de parceiras com o setor

privado (EOM, 2013).

A CDRUP é estruturada de modo organizacional em: Presidência, Consultoria Jurídica,

Superintendência de Desenvolvimento Econômico e Social, Diretoria de Operações, Diretoria

de Administração e Finanças, Conselho de Administração, Conselho Consultivo e Conselho

Fiscal (CDRUP, 2014). De acordo com o disponibilizado no portal da CDRUP (2014), não há

representantes da comunidade no Conselho de Administração e há um representante do

Conselho de Segurança Bairros da Gamboa e da Associação de Moradores e Amigos da

Gamboa no Conselho Consultivo, que é composto por três representantes da prefeitura, um

representante do Instituto dos Arquitetos do Brasil e um representante do setor imobiliário, além

do representante da comunidade.

A área da OCPM é de 5 (cinco) milhões de m2 e inclui a construção de 5 (cinco) km de túneis,

70 km de ruas, 700 km rede de esgoto, água, iluminação pública, drenagem de água pluviais e

gás (EOM, 2013), 17 km de ciclovias, museus, implementação de Veículos Leves sobre Trilhos

(VLT), demolição de parte do elevado da perimetral, construção de teleférico e arranha-céus

para moradia e uso comercial (CDURP, 2013). As obras incluem também: Alças de Ligação do

Viaduto do Gasômetro, Infraestrutura, Museu do Amanhã, Túnel Morro da Saúde, Túnel da

Via Binária , Túnel Avenida Rodrigues Alves (via expressa), Túnel RFFSA (Morro da

Providência) e Urbanização (PRJ, 2013).

A fim de obter recursos para financiamento do Projeto, o município pode emitir Certificados

de Potencial Adicional de Construção (CEPAC) para serem alienados em leilão ou utilizados

diretamente no pagamento das obras necessárias à própria operação (Casa Civil, 2013 e CVM,

2013ª). Este certificado permite o aumento do potencial construtivo na região (com exceção das

áreas de preservação, de patrimônio cultural e arquitetônico, e dos prédios destinados ao serviço

público), sendo que todo o valor arrecadado com a sua venda deve ser obrigatoriamente

investido na melhoria da infraestrutura urbana e em serviços na região (EOM, 2013).

Os CEPAC são títulos livremente negociáveis e conversíveis em direito de construir na área da

OCPM, cujo efeito é similar à criação de solo novo e poderão ser utilizados no pagamento da

área de construção que supere os padrões legais para uso e ocupação do solo (Silva, 2012).

Permite a construção acima do Coeficiente de Aproveitamento Básico, o qual equivale a 1 (uma

vez a área do terreno).

Com o surgimento da OCPM foi criado o Coeficiente de Aproveitamento Médio, equivalente

a 4,06 vezes a área do terreno. O adquirente do CEPAC passa a ter direito a construir acima dos

patamares antes permitidos (AAEA, 2010). A área da OCPM foi dividida em setores e sub-

setores, de A a N, para os quais são aplicados fatores de conversão para os CEPAC (tabela 5).

Nove setores estão sujeitos à aquisição de adicional de construção por CEPACs (CRJ, 2013).

A Administração Pública da cidade obteve em dezembro/2010 o registro da OCPM (nº.

2010/01) junto à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) – órgão normatizador do mercado

mobiliário brasileiro, cujo paralelo americano é a Security Exchange Commission (SEC)

(CVM, 2013) e emitiu 6.436.725 (seis milhões, quatrocentos e trinta e seis mil, setecentos e

vinte e cinco) CEPAC (tabela 5), pelo valor de R$ 545,00 (quinhentos e quarenta e cinco reais)

cada, com vistas a financiar a OCPM e as Intervenções nela previstas (Bocater, 2013).

Tabela 5: Fator de Conversão para CEPAC por Área da OUCPRJ de acordo com Lei

Complementar 125/2013. SETOR FAIXA

DE

EQUIVA-

LÊNCIA

ÁREA NÃO

RESIDENCIAL

CONST./CEPAC

(m²)

ÁREA

RESIDENCIAL

CONST./CEPAC

(m²)

ÁREA

ADICIONAL

/ SETOR

(m²)

QUANTIDADE

DE CEPAC

A A1 0,4 0,8 288.020 648.046

B

B1 0,5 0,8 174.411 257.257

B2 0,7 1 63.371 71.519

B3 0,8 1,2 54.900 48.038

C

C1 0,4 0,8 333.039 666.078

C2 0,6 1 423.775 565.034

C3 0,8 1,4 52.644 40.423

D

D1 0,5 0,8 296.672 526.594

D2 0,6 1 319.543 426.057

D3 0,7 1,2 150.537 134.408

D4 1 1,4 50.957 36.398

E E1 0,4 1,2 648.308 1.080.514

F F1 1 1,4 4.022 2.873

I I1 1 1,2 33.041 28.085

J J1 0,9 1 16.156 17.233

M M1 0,4 1 1.180.105 1.888.168

Total 6.436.725

CRJ (2013).

O número de CEPAC necessário para a construção é obtido através da relação entre a diferença

do CAM e CAB multiplicados pela área do terreno e posteriormente dividido pelo fator de

coeficiente do setor onde está localizado o terreno (AAEA, 2010), conforme fórmula a seguir:

A CVM (2013a) estabelece que a cidade do Rio de Janeiro deve apresentar: a) Relatório

informando o andamento da operação e das respectivas intervenções; b) Relatório da instituição

fiscalizadora o emprego dos recursos obtidos com a distribuição pública de CEPAC; c)

Discriminação da quantidade de CEPAC utilizados, a área disponível para a utilização dos

CEPAC, e o estoque remanescente desses certificados; d) Comunicação imediatamente à CVM

Nº CEPAC = AAC

FC

Onde:

AAC= Adicional de Área Construída = (CAM – CAF)*Área do Terreno

CAM= Coeficiente de Aproveitamento Médio

CAF= Coeficiente de Aproveitamento Básico

FC = Fator de conversão (ver tabela 8)

e ao mercado a existência de estudos, projetos de lei ou quaisquer iniciativas que possam

modificar o plano diretor ou aspectos da OPERAÇÃO; e) Divulgação ampla e imediatamente

de qualquer ato ou fato relevante relativo às operações dos CEPAC de modo a garantir aos

investidores acesso a informações; e que o prefeito deverá atribuir a algum órgão da Prefeitura,

a responsabilidade pela análise e acompanhamento de todos os aspectos da Operação e pelo

atendimento e prestação de esclarecimentos técnicos às instituições contratadas.

Embora haja um grande número de participantes a OCPM não foi capaz de formar uma esfera

pública em um espaço gerencial deliberativo; há uma única instância de participação

institucionalizada que é o Conselho Consultivo da OCPM. A população se mobiliza por meio

dos atores locais e os futuros proprietários, adquirentes dos CEPACs não estão envolvidos nas

instâncias participativas e nem em parcerias com o Poder Público (TOLEDO, 2012).

Há quatro possibilidades de consulta para obtenção de informação sobre o projeto no portal da

CDRUP (2014): a) sobre a Operação Urbana, com a apresentação do projeto, projeto básico e

mobilidade urbana; b) Canal do Investidor, com informações sobre legislações, instruções e

incentivos, prospecto, mapa potencial construtivo, calculadora de consumo de Cepac, estudo

de viabilidade econômica da operação consorciada, despesas reembolsáveis da operação –

contratos, suplemento definitivo e edital do leilão; c) Serviços e Obras, com informações sobre

o cronograma de obras e a substituição da perimetral; e, d) Canal Social, com informações sobre

mapa das instalações e equipamentos comunitários, mapa do patrimônio histórico, programa

cultural, programa cidadão, cursos gratuitos, prémio cultural. Foi observado que não há um

canal para o cidadão, de modo a permitir-lhe participar direta e deliberativamente. O canal

social é basicamente informativo.

3. ANÁLISE

Quanto ao grau de maturidade a participação do Capital Privado e o modelo de obtenção de

recursos pode ser um indício do estágio de evolução da PPP. No caso da OCPM, os recursos

podem ser obtidos por operações financeiras no mercado de capital, por meio da livre

negociação de títulos. Está operação é fiscalizada pela Comissão de Valores Mobiliários

(CVM), que por objetivo dar confiabilidade e transparência para o investidor, de modo a tornar

o mercado confiável. Ao confrontar-se o modelo de operação da PPP – OCPM com a

negociação de título do mercado mobiliário (CEPAC) com as características das fases da

pesquisa de Kateja (2014), observa-se que a PPP pode ser classificada na fase II. Isto poderia

representar uma evolução para as PPP no cenário internacional, da fase I para a fase II quanto

ao grau de maturidade desta política.

Ao levantar a participação da população na estrutura organizacional da gestora do projeto,

observa-se haver apenas um representante da comunidade no conselho consultivo e nenhum no

restante da estrutura. Isto é um indício do pouco espaço conferido à participação popular no

planejamento. Outro indício no mesmo sentido é o fato de não haver no portal da empresa

gestora um canal disponível para o cidadão debater e propor sugestões. Há um canal do

investidor e um canal social, de caráter informativo.

Na ótica do debate público há registros da ata da audiência pública realizada em setembro de

2009 pela Câmara de Vereadores do Município do Rio de Janeiro, que apontam para o nível de

participação da comunidade no processo de planejamento para implantação da OCPM. O

representante da Comunidade da Pedra do Sal-Saúde verbalizou: “Eu queria saber que reuniões

são essas, quais os locais em que ocorreram e quais foram os participantes. Acho interessante

se a Prefeitura disponibilizasse a lista de presença dessas reuniões, porque nós, da comunidade

remanescente do Quilombo Pedra do Sal, não tivemos nenhuma informações quanto à

realização dessas reuniões sobre o Porto Maravilha” (CRJ, 2014). Após, o representante da

Associação do Moradores da região da Gamboa afirmou: “.... esse modelo que está sendo

colocado, dessa forma que está sendo colocado, não é uma forma adequada. A forma adequada

seria que as populações que vão ser afetadas pudessem participar, que fossem consultadas...

sinceramente as pessoas não sabem exatamente o que vai acontecer com a gente ali... E a gente

não sabe o que vai acontecer conosco, nem conosco e nem nas outras ocupações, que dizer, na

área do Cais do Porto, que é o Quilombo das Guerreiras. Na Venezuela, 53, que é o Zumbi dos

Palmares. Não sabemos o que vai acontecer com estas ocupações. A gente quer saber se isto

vai nos afetar.”

Outra audiência pública que discutiu os impactos da OCPM sob a ótica da mobilidade foi

promovida pelo Grupo de Atuação Especializada em Meio Ambiente (GAEMA) e pela

Promotoria de Justiça de Urbanismo da Capital, do Ministério Público do Rio de Janeiro

(PET/COPPE, 2013).

O primeiro caso aponta para falta de participação popular e no outro caso para a necessidade de

promoção do debate por pessoas não ligadas diretamente à condução do planejamento, mas por

um órgão público de fiscalização de direitos, como é o caso da Ministério Público.

A reurbanização do Porto Maravilha se caracteriza como físico-territorial e se afasta dos

conceitos Rawlsiano e Comunicativo, na medida em que não estabelece como prioridade os

desprivilegiados nem adota um planejamento colaborativo ou participativo. Isto pode ser

observado pela superposição dos indícios de baixa participação da população e pelo modelo de

reurbanização espacial aos conceitos trazidos ao referencial teórico de Sager (2011) e Souza

(2010). A OCPM não apresenta as características de planejamento identificadas por Carvalho

e Fidélis (2013) para o planejamento de áreas estuarinas em Portugal, pois não envolveu a

comunidade em suas diferentes fases. Apesar do número de pessoas envolvidas estas não

representam a possibilidade de deliberação dos interessados, conforme pesquisa de Toledo

(2012).

A partir da pesquisa de Ahmed e Ali (2004) (tabela 3) é possível analisar a OCPM quanto à

perspectiva de sucesso na satisfação dos atores sociais. No caso específico, não é identificado

envolvimento da comunidade local, não desenvolvendo-se as condições Cultura, Visão e

Participação para este ator. O modelo de política para planejamento urbano tende ao neo-liberal

(tabela 2) se confrontado o modelo de captação de recursos e participação da população no

projeto com os aspectos do Marketing da Cidade, do Desenvolvimento Urbano e da Licitação

apresentado por Sager (2011). Contudo há ênfase para a condição de Continuidade Política. E,

por outro lado, as condições Visão e Participação são bastante desenvolvidas para os

investidores, que tem na legislação imposta pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), uma

perspectiva de transparência e confiabilidade do investimento. Comparando

4. CONCLUSÃO

O projeto do Porto Maravilha (OCPM) representa uma evolução quanto à maturidade para as

PPP no país (da fase I para fase II), no entanto, seus resultados poderão não atender

concomitantemente as necessidades próprias do evento de 2016, da geração de

desenvolvimento e da população local, pois há indícios de que a participação da população foi

baixa.

O Estatuto da Cidade impõe à OCPM a participação dos proprietários, moradores, usuários

permanentes no conjunto de intervenções e medidas para transformação urbanísticas, sociais e

ambientais, entretanto, na pesquisa foi verificado a baixa participação da população no projeto.

Isto é um indício de que a empresa gestora do projeto poderia empreender esforços para

promover a criação de mecanismos que possibilitem está participação no processo de

planejamento e decisório, com maior fluidez. O modelo da OCPM quanto aos aspectos

colaborativos e comunicativos poderia evoluir quanto à participação das populações de suas

áreas.

A reurbanização da OCPM permitirá a recuperação da área Portuário do Rio de Janeiro e de

seu entorno, entretanto pode ter gerado incertezas para as populações das áreas mais carentes.

Poderá prestar poucos serviços para esta população diante da tendência de valorização do

espaço imobiliário, que terá maiores exigências de poder aquisitivo e, consequentemente,

causar exclusão social para os mais pobres, inclusive com seu deslocamento para outras

periferias.

A criação de solo novo possibilitará a construção de maior número de unidades habitacionais e

comerciais, que poderá aumentar a densidade populacional. Isto poderá acarretar consequências

para o espaço urbano, principalmente trânsito e meio ambiente. Os problemas de trânsito

poderão continuar a existir devido à expansão urbana no local da OCPM e o maior número de

veículos particulares a disposição das pessoas de maior nível de renda que poderão migrar para

a área reurbanizada.

Pela multiplicação entre a quantidade e o valor de cada CEPAC (tabela 5) pelo valor unitário

de R$ 545,00, obtém-se o valor de R$ 3.508.015.125,00. Os valores envolvidos na operação

são expressivos, bem como de interesse público. Isto aponta para a necessidade de

procedimentos de controle e transparência sobre a captação e emprego destes recursos, com

ampla divulgação para a população. Por exemplo, além dos órgãos públicos de fiscalização e

de prestação de contas, poderiam ser aplicados os mecanismos de auditorias externas de âmbito

privado. A lei poderia prever que entidades integrantes de operações consorciada publicassem

demonstrações financeiras em veículos de informação de grande circulação. Isto poderia

permitir a participação contínua da população na gestão das transformações urbanísticas,

sociais e ambientais.

Como sugestão para outras pesquisas é importante: a) conhecer o efeito da ausência da

população no processo de planejamento, b) quais medidas compensatórias poderiam ser criadas

para evitar exclusão social e c) quais os impactos da implantação da OCPM sobre as populações

carentes.

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