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PARCERIA DE SUCESSO Escolas da rede municipal do Rio de Janeiro estão avançando na alfabetização e registram hoje maior percentual de alunos que terminam o 1º ano do fundamental plenamente alfabetizados.O salto na qualidade se deve a uma parceria de quatro anos com o Instituto Alfa e Beto, reforçada este ano pelo Galáxia Alfa, software que garante ensino de forma lúdica e interessante para as crianças. Aprender brincando. Brincar aprendendo EDIÇÃO 3 MAIO 2015 Foto: Divulgação

Parceria de Sucesso

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Educação municipal do Rio de Janeiro avança com parceria com o Instituto Alfa e Beto. Professores agora contam com nova aliada: a tecnologia. Confira no nosso especial.

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PARCERIA DE SUCESSO

Escolas da rede municipal do Rio de Janeiro estão avançando na alfabetização e registram hoje maior percentual de alunos que

terminam o 1º ano do fundamental plenamente alfabetizados.O salto na qualidade se deve a uma parceria de quatro anos com o Instituto

Alfa e Beto, reforçada este ano pelo Galáxia Alfa, software que garante ensino de forma lúdica e interessante para as crianças.

Aprender brincando. Brincar aprendendo

EDIÇÃO 3 • MAIO 2015

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IAL O BÊ-A-BÁ

DO MUNDO DIGITALUma coisa é fazer discursos eloquentes sobre a informática na sala de

aula. Outra coisa é colocar a coisa para funcionar. Os professores da

Rede Municipal do Rio de Janeiro estão se saindo muito bem nessa difícil

tarefa.

Nossos problemas pessoais com o celular e internet são multiplicados por

mil na hora em que a tecnologia entra na escola. As dificuldades são muito

maiores, pequenas coisas que resolvemos no âmbito pessoal se tornam um

grande problema. Isso é parte do processo de aprendizagem para lidar com

o mundo digital – ninguém faz nada perfeito da primeira vez.

Pouco a pouco o Galáxia Alfa vai deixando de ser um desafio e se tornando

parte da paisagem. A colaboração das regionais, diretores, coordenadores

e professores foi inestimável. O que mais impressiona é o interesse e a

facilidade com que as crianças entram na brincadeira – mesmo aquelas

que não dispõem desses recursos em suas casas.

A implementação dos programas do Inst i tuto A l fa e Beto na Rede

Municipal do Rio de Janeiro é uma proposta vencedora. Os resultados

apresentados nesta publicação não deixam dúvida quanto ao desempenho

diferenciado dos alunos que participaram dos programas em anos anteriores.

E o entusiasmo dos professores e das equipes de apoio das escolas e da

Secretaria vem se mantendo ao longo dos anos, em função do impacto

positivo na aprendizagem e no desenvolvimento dos alunos.

O Instituto Alfa e Beto tem muito orgulho de estar presente nas escolas

da Rede Municipal do Rio de Janeiro. Os resultados positivos dos alunos e o

carinho demonstrado em depoimentos como os registrados nesta newsletter

nos animam a continuar inovando e trazendo para os professores, escolas e

crianças instrumentos de aprendizagem cada vez melhores e consistentes

com nosso lema “aprender brincando/brincar aprendendo”.

Produção: R2 Editorial Reportagem: Simone Mateos /IW ComunicaçõesDIagramação: Nelson Pinho 2015 / edição 3 - Publicação do Instituto Alfa e Beto (IAB)

> João Batista Araujo e Oliveira

Psicólogo, PhD em Educação, João Batista fun-dou, em 2006, o Instituto Alfa e Beto. Trabalhou como professor no Brasil e no exterior. Foi do Banco Mundial e da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e deu consultoria a projetos em mais de 60 países. Criou programas inovadores relacionados à correção de fluxo, gestão da edu-cação e alfabetização. Autor de mais de 30 livros e artigos científicos, foi secretário-executivo do MEC na gestão Paulo Renato. É coautor do capítulo sobre alfabetização da Academia Brasi-leira de Ciências sobre Educação Infantil (2011) e relator do grupo internacional de trabalho de alfabetização infantil da Comissão de Educação da Câmara dos Deputados (2013).

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PROGRAMA ALFA E BETO

EDUCAÇÃO AVANÇA NA REDE MUNICIPAL DO RIO DE JANEIRO

Desde que passaram a utilizar o Pro-grama Alfa e Beto para a alfabetização de crianças, os professores da Rede Muni-cipal do Rio de Janeiro notaram avanços muito significativos em suas turmas: rapidez para adquirir fluência de leitura, maior capacidade de expressão oral, de raciocínio lógico e de interpretação crítica de textos. Melhorias que se refletem no alto percentual de crianças que concluem o 1º ano lendo com autonomia. Neste ano, os docentes ganharam um novo e impor-tante aliado, que ajuda as crianças a com-preender a língua enquanto se divertem: os tablets com o software lúdico Galáxia Alfa, programa digital do Instituto Alfa e Beto. No software, as crianças aprendem

os aspectos relacionados à alfabetização enquanto superam desafi os no jogo do tablet, com os heróis Babu e Buba.

O Instituto Alfa e Beto chegou à Rede Municipal do Rio de Janeiro em 2010, com o Programa Alfa e Beto de Alfabetização, implantado nas turmas de 1º ano do Ensino Fundamental. Em 2013, chegou aos 2º anos. Desde 2011, a adesão aos programas do Instituto Alfa e Beto vem ganhando corpo em função dos bons re-sultados obtidos pelas turmas que usam o programa. A comparação é permitida porque a Secretaria de Educação orienta as escolas a manter uma turma fora do Programa Alfa e Beto, o que facilita a com-paração entre crianças de mesmo bairro e

escolas. Nos dois pri-meiros anos, as notas dos alunos que utili-zam o programa são, em média, entre 15% e 20% superiores às das crianças da mes-ma escola que não o usam. A longo prazo, as diferenças positi-vas se acentuam. No ano passado, três de cada quatro alunos dos terceiros anos que haviam passado pelo programa nas séries anteriores ti-veram desempenho bom ou muito bom

na avaliação externa unifi cada, aplicada pela Secretaria Municipal de Educação no último bimestre de 2014; outros 18% tiveram desempenho regular, e apenas 8% fi caram abaixo do mínimo adequado.

Nas turmas que não usam o programa, apenas 40% dos alunos tiveram bom de-sempenho; 27% fi caram na faixa regular; e 33% obteve desempenho insufi ciente. “Os docentes que usaram o Alfa e Beto em sala garantem que não há método melhor para alfabetizar. As crianças não só aprendem mais rapidamente a ler com fluência e autonomia, como aprendem a se concentrar e se expressar melhor. Por isso, quando vão para a série seguinte, essas turmas são disputadas pelos outros professores da escola”, diz Lúcia Brizzio, que é coordenadora responsável pela implantação do Alfa e Beto na 6ª CRE.Maria Cristina Carvalho, que coordena a 10ª CRE, constituída em sua maior parte por bairros carentes e violentos, concor-da: “Em todas as avaliações externas, os alunos do programa se sobressaem. Mesmo os de pior desempenho acabam por ter fluência de leitura maior do que os das outras turmas. Isso estimula os professores. Nas reuniões mensais perce-bemos que é cada vez maior o interesse deles em aprender, trocar experiências e se aprimorar”. A professora Cynthia Bor-ges, da Escola Alípio Miranda, compara os resultados com base na autoridade de quem lecionou, no mesmo ano, para duas classes de 1º ano, usando o Alfa e Beto em

Número de alunos alfabetizados aumentou graças ao Programa Alfa e Beto de Alfabetização

TURMAS DO ALFA E BETO X OUTRAS TURMAS(Desempenho dos alunos do 3º nas escolas com turmas do Alfa e Beto)

2014

Fizeram 1º e 2º com o Alfa e Beto Fizeram 1º e 2º sem o Alfa e Beto

80%

70%

60%

50%

40%

30%

20%

10%

0%

Insufi ciente Regular Bom/Muito Bom

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uma e as apostilas da Secretaria na outra. Ela aplicou várias metodologias que

aprendeu com o Alfa e Beto em ambas as turmas, mas os que não estavam no programa não tiveram acesso aos mes-mos materiais didáticos. “A diferença de desempenho foi muito grande. Enquanto os alunos do programa acabaram o ano lendo em média 60 palavras por minuto, a outra turma fi cou em torno de 15, que é uma fluência que ainda não permite compreender o que se lê”, diz Cynthia, que conclui: “Os professores brigam para pegar as turmas do programa. Os alunos chegam preparados para aprender con-teúdos mais avançados”. Segundo ela, mesmo os alunos mais defasados da turma do Alfa e Beto têm nível superior aos da sala que não usa o programa: “A professora do reforço diz que está

obtendo melhores resultados com eles”. Os docentes e coordenadores atri-

buem esses resultados ao fato de haver orientações detalhadas, com o passo a passo do que o professor deve fazer em classe. Por isso, no primeiro instante, o programa foi visto como um “enges-samento” do ensino e assustou os pro-fessores. Joelma de Souza, diretora da escola Mestre André, disse que essa foi sua primeira impressão: “Pareceu uma camisa de força, pois a metodologia defi nia até a ordem em que deviam ser dadas as letras e os fonemas e o tempo a ser dedicado a cada um. Depois, percebi que as crianças aprendem muito mais rápido desse jeito porque vai do simples para o complexo, dando mais tempo para questões mais difíceis. E vi que existe flexibilidade para adaptação”, diz Joelma.

A diretora lamenta o fato de ter de-sistido do programa ao fi nal do primeiro ano de uso: “Foi um erro. Logo no início do 2º ano as crianças deslancharam e começaram a ler com muito mais fluência do que os que já estavam no 3º ano. Então, no ano seguinte, voltamos a adotar o material e estamos conse-guindo resultados cada vez melhores”. A professora Valquíria do Nascimento, da Escola Cardeal Arcoverde, também é uma defensora do programa. “O Alfa e Beto é estruturado, sistemático, o que é ótimo. Ele não me impede de trabalhar os textos que eu quero e incrementar com outras atividades. Consigo fazer com a turma outras atividades além do programa e não deixo de passear e brincar, não deixamos de fazer nada do que é importante”.

Inúmeros professores destacam o reforço à capacidade crítica dos alunos como o diferencial mais importante do Programa Alfa e Beto. Eles observam que as crianças submetidas ao material têm mais opinião e facilidade de expressão, e atribuem isso ao fato de que todas as atividades estimulam a participação e a reflexão dos alunos sobre os temas tratados e sobre a própria organização do trabalho em sala. Para os docentes, sobretudo os exercícios de interpretação de texto estimulam a reflexão e o posicionamento crítico, exigindo que a criança organize o pensamento e exercite vocabulário para se expressar.

A diretora da escola Mestre André, Joelma de Souza, diz que os textos prendem a atenção da criança, com vocabulário adequado, frases completas e criativas: “Percebemos que isso desenvolve muito a capacidade de expressão e de opinião”.

A professora Josane Machado Monteiro, também da Mestre André, concorda: “Os alunos fi cam muito mais críticos e questionadores. Eu vejo que isso se deve à forma como somos orientados a trabalhar os exercícios de interpretação de textos: as perguntas nunca são óbvias. Elas focam menos as informações do texto e mais aquilo que a criança pensou sobre o que está no texto”.

Isso, segundo as educadoras, desenvolve o raciocínio lógico, a capacidade de expressão, o vocabulário e até a autoestima, porque as crianças são ouvidas e suas opiniões têm valor no espaço escolar. O resultado são alunos com perfi l diferenciado.

Visão semelhante tem a professora Kelly Alencar, da Escola Alfredo de Paula Freitas, que já lecionou com o programa no 1º e no 2º ano: Os alunos do Alfa e Beto têm postura diferenciada. São mais interessados e participativos. Também mostram mais interesse pela leitura e fazem produções textuais mais estruturadas”.

A coordenadora responsável pela implantação do Alfa e Beto da 4ª CRE, Shirley Machado, diz que encerrou 2014 com 85% a 95% dos alunos com nível de leitura bom ou muito bom, performance muito superior ao das outras turmas. Os resultados aparecem nos testes aplicados pelo Instituto Alfa e Beto e também pela avaliação externa aplicada pelo município. Ela acredita que o maior diferencial não é a leitura, mas a capacidade de expressão e de interpretação crítica que desenvolvem. Por isso os professores das séries seguintes disputam as turmas que vêm do Alfa e Beto”, diz ela, cujos alunos são moradores de áreas carentes e extremamente violentas. “Não estranho que todos queiram essas turmas. É uma pena o sistema não ser adotado em todas as classes”, avalia Valquíria do Nascimento.

Alunos mais críticos

> Atividades desenvolvem raciocínio lógico e capacidade de expressão

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INGREDIENTES DO ÊXITO Os educadores da Rede Municipal

do Rio de Janeiro atribuem o suces-so do Programa Alfa e Beto a um conjunto de bons atributos. O uso do método fônico é um deles, bem como a sistematização e ordenamento dos conteúdos em sequência lógica, o cronograma com metas, uso de ma-teriais didáticos com bons exercícios e atividades diversificadas que prendem a atenção dos alunos, assim como o apoio permanente que os docentes recebem para desenvolver as atividades em sala. Quanto ao método, Daniele Sabóia, pro-fessora do Ciep Poe-ta Cruz e Souza, afir-ma que seus alunos apresentam mais facilidade com o uso do método fônico do que do silábico. “É mais fácil, os alunos não têm de decorar centenas de sílabas. Com o fônico, quase todos os meus alunos terminam o 1º ano lendo e ganham logo fluência, o que favorece que peguem gosto pela leitura”. O cronograma de reuniões de planejamento é outro ponto que os educadores ressaltam, pois serve de apoio para preparar as aulas e sanar dúvidas: “Ficou mais fácil para mim e para as crianças. Tive maior êxito no fim do ano”, reconhece Marcela Sobreira, professora do 1º ano da Escola Sarmiento. Na mesma linha,

raciocina Valquíria do Nascimento, que passou boa parte dos seus 17 anos de magistério como alfabetizadora: “O pro-grama traz um planejamento completo com o passo a passo que o professor deve seguir. Há direcionamento. Com tudo solto como era antes, a gente muitas vezes se perdia e quem pagava eram os alunos, porque o número dos que fracassavam era bem maior”.

Acompanhamento e reuniões de professores e gestores garantem a eficácia do método fônico.

A coordenadora responsável pela implantação do Alfa e Beto na 10ª CRE, Maria Cristina Carvalho, concorda: “Sem planejamento, muitas vezes o professor mistura tudo e perde muito tempo em sala, deixando as crianças brincando enquanto está corrigindo materiais. Raramente, os docentes chegam ao fim do livro didático. Não há perda de tempo com o programa”.

MÉTODO

Ela destaca também a importância do acompanhamento da evolução de cada aluno. “Depois de cada avaliação, paramos de apresentar novos fone-mas para fazer uma revisão de tudo o que já foi visto e recuperar os alunos defasados. Assim é mais difícil que al-guma criança fique para trás”. Além de receber um manual com explicações detalhadas sobre como apresentar

cada conteúdo e dividir o tempo para dar conta de todas as atividades, os professores se re-únem mensalmente para trocar experiên-cias e sanar dúvidas junto ao coordenador e ainda recebem visitas semanais de um pro-fessor itinerante que acompanha o desen-volvimento do trabalho e até assiste algumas aulas para dar supor-te. Essa presença, que inicialmente causou desconforto, acabou conquistando os que adotaram o programa. “Quando estamos no processo, muitas vezes

não vemos o que está errado. Cresci, profissionalmente, com as críticas e orientações do professor itinerante”, diz Andréa Batista, da Escola Alípio Miranda. Também Valquíria do Nas-cimento reconhece que o apoio desse profissional foi essencial para que conseguisse superar o pânico que sentiu pelo péssimo desempenho de seus alunos na primeira avaliação. “De

> Programa Alfa e Beto de Alfabetização garante recuperação de alunos defasados

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O caráter essencialmente lúdico do programa Alfa e Beto é outro aspecto que os professores destacam como essen-cial para os bons resultados alcançados. “Quando se trabalha conteúdo por meio de jogos, brincadeiras e desafios, o pro-cesso fica mais prazeroso”, diz Josane Monteiro, do 1º ano da Mestre André. Ela usa fantoches para apresentar as letras, transformando a turma em um alfabeto

vivo: pendura uma letra no pescoço de cada criança, para depois propor que escrevam coletivamente uma palavra, chamando letra por letra para a frente da classe. Josane afirma que o próprio mé-todo fônico é divertido, porque as crianças adoram reproduzir as caras e bocas que ela faz, ao enfatizar como se produz o som de cada fonema. Ela reconhece que brincar é fundamental para o desenvol-

vimento da criança e ressalta que muitas escolas esquecem isso, esperando que os alunos passem o tempo todo fazendo lição no caderno. Lembrando sua atuação anterior na rede privada, Josane diz que na rede pública seus alunos que estu-dam com o Alfa e Beto, embora comecem o ano muito menos preparados, concluem o curso com desempenho igual e até melhor. “Avançam mais, por-que aprendem brincando.”

A professora Marcela Sobreira, que leciona no 1º ano da Escola Municipal Sar-miento, concorda: “Ficou muito mais fácil prender a atenção das crianças porque elas adoram as atividades, os materiais são atraentes e a aula nunca é maçan-te”. Além do caráter lúdico, a professora Bárbara Salles, da Escola Joana Angélica, destaca também a importância da quanti-dade e diversidade das atividades, que são sempre desafiadoras: “Eles ficam o tempo todo ocupados, isso melhorou a disciplina, porque não têm tempo de ficar ociosos e atrapalhar o colega. Até a frequência melhorou, porque sabem que faltar um dia significa perder muita coisa”. Bárbara acha que seu desempenho como profes-sora melhorou e diz não entender porque o programa não é implantado em todas as turmas: “Fizemos Conselho de Classe na minha escola e ficamos assustados com o percentual de alunos do 3º ano que não sabem ler. Nenhum deles passou pelo Alfa e Beto.”

Brincar é fundamental para o desenvolvimento da criança e auxilia a aprendizagem

APRENDER BRINCANDO

> Materiais atraentes prendem a atenção da turma

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30 alunos, apenas quatro tiraram nota azul. Mas a professora itinerante me tranquilizou, disse que o primeiro mo-mento era assim mesmo, me orientou e ajudou a melhorar. Não me julgou e nem cobrou”.

Já as coordenadoras se entusias-mam com as reuniões mensais dos professores que usam o programa. Shirley Machado, responsável pela implantação do programa na 4ª CRE, afirma que a troca de experiências é muito rica: “Fazemos o planejamento geral e, às vezes, até o plano deta-lhado das próximas aulas, quando algum professor solicita”. Ela come-çou com três escolas no programa

e hoje já tem 11. Reconhece que o aumento das adesões é a regra geral nas diversas CREs: “Tem professora que faz campanha para que o Alfa e Beto seja adotado em outras escolas. E são profissionais experientes, que estão na rede há anos”. Uma dessas fãs incondicionais do programa é a professora Andréa Batista, da Es-cola Alípio Miranda. Ela diz que seu desempenho profissional deu um salto de qualidade com o Alfa e Beto: “Nos meus 14 anos de experiência antes do programa, nunca tinha visto uma sala em que 100% das crianças terminavam o 1º ano alfabetizadas. Mesmo as crianças que não atingem

as metas de fluência, saem lendo e escrevendo, quando o normal na rede não é isso”. Com experiência como alfabetizadora na bagagem, a professora itinerante Laura Mendes de Souza, a Laurinha, é outra radical defensora do uso do Alfa e Beto na rede, embora no início tenha resisti-do muito a aceitar trabalhar com o programa. Bastaram poucos meses na nova função para que mudasse radicalmente de ideia: “Fui me apai-xonando pelo Alfa e Beto por ver a felicidade das crianças aprendendo a ler sem ser uma coisa tão sofrida e por ver o entusiasmo e a motivação renovada das professoras.”

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Software completo de alfabetização reproduz jogo de videogame e ajuda a ler e a escrever

ALFA E BETO DIGITAL

ALFABETIZAÇÃO COM TABLETOs professores do Rio de Janeiro

que usam o Programa Alfa e Beto ganharam em 2015 importante ferra-menta tecnológica auxiliar: o Galáxia Alfa, um software com um programa completo de alfabetização no formato de um divertido jogo de videogame. Ajudando os heróis a superar desa-fios, as crianças praticam tudo o que é necessário para aprender a ler e escrever, passando de fase quando já dominam o conteúdo anterior.

Os jogos são formatados para fun-cionar em tablets, nos quais os alunos se revezam para jogar 30 minutos por dia. A evolução de cada um no jogo fica arquivada separadamente e, quando os tablets são sincroniza-dos semanalmente com a central, é possível obter relatórios da evolução e os acertos e erros de cada crian-ça, de cada turma, de cada escola e de toda a rede. Isso permite que o professor possa orientar exercícios complementares de acordo com as necessidades de cada aluno, o que também é feito pelo próprio jogo. Afinal, para avançar para a fase se-guinte, a criança tem de ter feito cor-retamente a fase anterior. “O Galáxia Alfa é o primeiro software do mundo que engloba todos os aspectos envol-vidos na alfabetização. Pesquisamos muitos materiais internacionais antes de desenvolvê-lo”, diz Williana Silva Melo, profissional que integra a equipe do Instituto Alfa e Beto dedicada ao

desenvolvimento do jogo e coorde-nadora de sua implantação no Brasil.

Ela afirma que muitos videogames relacionados à alfabetização dis-poníveis no mercado não levam em conta as evidências científicas sobre como esse processo se dá ou apenas envolvem alguns de seus aspectos, dando mais ênfase à brincadeira do que à aprendizagem. Williana diz que o produto foi desenvolvido para auxiliar o professor e promover a inclusão digital, além de aumentar a autonomia da criança no processo de aprendizagem. Ela lembra, entretanto, que embora os alunos possam jogar off line, é necessário que a escola sincronize todos os tablets uma vez por semana com o servidor do Ins-

tituto Alfa e Beto para que os dados da evolução de cada um dos alunos possam ser analisados. Isso dá ori-gem aos relatórios detalhados que orientam o planejamento do trabalho em classe, segundo o diagnóstico que aponta onde estão as lacunas. No Ga-láxia Alfa, para ajudar os heróis Babu e Buba a libertar os povos Panuis e Nupais, as crianças têm de acumu-lar pontos superando desafios que incluem todos os aspectos relacio-nados à alfabetização: o domínio do princípio alfabético, com o reconheci-mento das letras; o desenvolvimento da consciência fonêmica e fonológica, que é a capacidade de relacionar as letras aos seus sons; exercícios que ensinam a combinar letras para for-

> Desenvolvido para auxiliar o professor, software promove inclusão digital

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mar palavras e até desafios voltados a desenvolver o automatismo da decodificação e a fluência de leitura, essencial para que o aluno compre-enda o que está lendo. O jogo inclui exercícios de coor-denação motora nos quais a crian-ça desenha as le-tras na tela touch screen. As fases do jogo acompa-nham as etapas do Programa Alfa e Beto, permitin-do uma perfeita art iculação com as aulas, mas fun-ciona também de forma autônoma, podendo ser usado independente do programa de ensino. Na rede mu-nicipal do Rio de Janeiro, os tablets começaram a ser usados há cerca de um mês e professores e alunos estão entusiasmados. “O primeiro momento foi difícil, pois muitos nunca tinham visto um tablet e ficaram an-siosos. Mas tudo se resolveu depois que tirei um dia para explicar como funcionava, deixando que todos ex-perimentassem. Hoje as aulas fluem; os jogos são realmente educativos”, conta a professora Josane Machado Monteiro, do Ciep Mestre André.

Maria Cristina Carvalho, coordena-dora da implantação do programa na 10ª CRE, acredita que o software será

uma importante ajuda na alfabetiza-ção: “Os jogos exercitam as palavras que o professor já apresentou em classe e tem exercícios de coordena-ção motora muito bons. Outra vanta-gem é que os relatórios vão apontar onde estão as lacunas de cada aluno”. A professora itinerante, Laura Maria Mendes de Souza, diz que as crianças estão “amando os tablets” e destaca seu caráter intuitivo: as crianças colo-cam o fone no ouvido e vão em frente. “Está sendo um estímulo até para as mais retraídas, que vivem problemas sérios em casa. É o momento lúdico em que elas se divertem com um recurso ao qual jamais tiveram aces-so”. A maioria dos docentes aplaude a iniciativa, sobretudo por ela trazer

para a rede pública as tecnologias di-gitais: “Achei os jogos nota dez. Muito boa a iniciativa de inserir os tablets em sala. Eles brincam e estudam ao mesmo tempo. A educação pública não podia continuar à margem des-sas novas tecnologias. É a linguagem dessa nova geração. É preciso que as crianças de menor poder aquisitivo tenham acesso a esses recursos”, diz a professora da Escola Sarmiento da 3ª CRE, Marcela Sobreira. Mas quem mais está gostando do Galáxia Alfa, sem dúvida, são os alunos, que rapi-damente aprendem a jogar e avan-çam fases para ajudar os heróis Babu e Buba a libertar os povos Panuis e Nupais. Muitos já estão ensinando seus professores a jogar.

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> Professores que passaram a usar materiais do Alfa e Beto relatam grandes avanços