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Avenida da Saudade, 335, Centro, Diamantina/MG. CEP: 39.100-000 Tel.: (38) 3531-2650
PARECER ÚNICO Nº 0092804/2018
INDEXADO AO PROCESSO: PA COPAM: SITUAÇÃO:
Licenciamento Ambiental 26922/2014/001/2017 Sugestão pelo Deferimento
FASE DO LICENCIAMENTO: Licença de Operação Corretiva–LOC VALIDADE DA LICENÇA:10 anos
EMPREENDEDOR: Madeireira Aliança Ltda. CNPJ: 20.862.046/0001-27
EMPREENDIMENTO: Madeireira Aliança Ltda. CNPJ: 20.862.046/0001-27
MUNICÍPIO: Capelinha ZONA: Urbana
COORDENADAS GEOGRÁFICA (DATUM): SIRGAS 2000
LAT/Y 17 40’ 38’’ S LONG/X 42 30’ 29’’ W
LOCALIZADO EM UNIDADE DE CONSERVAÇÃO:
INTEGRAL ZONA DE AMORTECIMENTO USO SUSTENTÁVEL X NÃO
BACIA FEDERAL: Rio Jequitinhonha BACIA ESTADUAL: Rio Araçuaí
UPGRH JQ2 SUB-BACIA:***
CÓDIGO: ATIVIDADE OBJETO DO LICENCIAMENTO (DN COPAM 74/04): CLASSE
G-03-07-7 Tratamento químico para preservação de Madeira 9.000 m³/ano 3
CONSULTORIA/RESPONSÁVEL TÉCNICO: REGISTRO:
Ouro Verde Florestal Ltda./ Hiuly Freitas Matos
CREA/MG204809/D
RELATÓRIO DE VISTORIA:01/2018 DATA: 22/01/2018
EQUIPE INTERDISCIPLINAR MATRÍCULA ASSINATURA
Gilmar dos Reis Martins – Diretor Regional de Regularização Ambiental
1353484-7
De acordo: Wesley Alexandre de Paula – Diretor de Controle Processual
1107056-2
1. Introdução
O empreendimento Madeireira AliançaLTDA protocolizou o Formulário Integrado de
Caracterização do Empreendimento (FCEI) em 17/10/2017, por meio do qual gerou o
Formulário de Orientação Básica (FOBI) nº 1186672/2017, que instrui o processo
administrativo de Licença de Operação Corretiva. Em 16/11/2017, através da entrega de
documentos, foi formalizado o processo de nº 26922/2014/001/2017a qual se refere este
Parecer Único.
Em 13/10/2017, foi lavrado o auto de infração 85557/2017,por operar sem a devida a
licença ambiental.
Os estudos ambientais, RCA – Relatório de Controle Ambiental e PCA – Plano de
Controle Ambiental, foram elaborados sob a responsabilidade da consultoria Ouro Verde
Florestal Ltda..
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No dia 22 de janeirode 2017 foi realizada vistoria no empreendimento para subsidiar
a análise do requerimento da Licença de Operação Corretiva, tendo sido gerado Relatório de
Vistoria nº 01/2018.
Assim, este parecer tem o objetivo de avaliar tecnicamente as informações
referentes à solicitação de Licença de Operação Corretiva para a atividade de “Tratamento
químico para preservação de Madeira”, código G-03-07-7, classe 3 (Porte pequeno e
Potencial Poluidor grande), conforme DN 74/04.
2. Caracterização do Empreendimento
O empreendimento está localizado no município de Capelinha, área urbana, na
Fazenda Mundo Novo. O empreendedor firmou um contrato de arrendamento para
funcionamento da atividade na propriedade. O empreendimento compreende uma área
total de 7.212,00 m² (Usina de tratamento químico e dependências de apoio). A produção
anual de madeira tratada no empreendimento será de 9.000 m³/ano.
A infraestrutura do empreendimento é composta por: autoclave (área coberta), área
de cura (piso em concreto), escritório, depósito de produto químico, pátio de madeira
tratada, pátio de madeira in natura, estacionamento, área verde, estrada e carreadores. O
galpão onde se encontra instalada a Autoclave possui cobertura, piso impermeabilizado com
canaletas de drenagem de efluente industrial no entorno da área de
carregamento/descarregamento e respingo da madeira as quais direcionam o efluente ao
fosso, trilhos para carga e descarga da madeira, almoxarifado, banheiro e vestiário.
A atividade em exercício no empreendimento trata-se do tratamento químico para
preservação de madeira plantada, através do sistema vácuo-pressão em autoclave, com a
utilização de produto preservativo(Madepil AC 40 CCA). O produto preservativo está
devidamente registrado no IBAMA sob n° 007315 e é fornecido em tambores de 100 kg
pelaIndústria Química DIPIL Ltda.. A madeira utilizada no tratamento pertence às espécies
do gênero Eucaliptus. Conforme estudos apresentados, a madeira éproveniente
deprodutores da região. Portanto, deverão ser mantidas no empreendimento as notas
fiscais de compra dessa madeira, os documentos de controle ambiental previsto no art.73 da
Lei Estadual nº. 20.922/2013, e das taxas florestais quitadas do comerciante da madeira.
A empresa funciona com quadro de funcionários próprios, que totalizam de modo
direto 14 postos de trabalho,para as diversas funções no empreendimento (2 encarregados
e 12 nas diversas operações necessárias no processo). O empreendimento possui um
refeitório, porém, os funcionários trazem a sua própria alimentação.
A usina funciona em dois turnos de 8 horas cada de segunda a sexta e em dois turnos
de 4 horas cadaaos sábados.
O empreendimento deverá, ao vender qualquer lote de madeira tratada, alertar ao
consumidor por meio de folheto ou outra forma expressa, sobre os cuidados a serem
adotados com a disposição final desse produto que pode causar danos à saúde humana.
2.1. Processo Produtivo
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Máquinas e equipamentos
Especificações Técnicas da Auto Clave: Fabricante – Empresa Rossin Equipamentos
Industriais Ltda.; Dimensões de 1.450 mm e Comprimento de 12.000 mm; Capacidade da
autoclave de 20m³: Bombas – pressão de teste hidrostático de 18 kgf/cm².O
empreendimento possui dois tanques de 10 mil litros para armazenamento do produto
preservante.
Processo de Tratamento da Madeira
O empreendimento realiza o tratamento na autoclave com capacidade de
processamento de 12 m³ de madeira por carga, no período de 6 horas.
Com o auxílio de uma carregadeira a madeira in natura é encaminhada até o carrinho
da autoclave.Atravésdo carrinho asmadeirassãolevadasparaointeriordaautoclave, onde
ocorre o tratamento, que compreende as seguintesoperações:
Introduçãod amadeira,depoisdesecanocilindrodealtapressão (autoclave) (a pressão
interna é igual a externa); Inicia-se o vácuo inicial, com a finalidade de extrair o arda
autoclave e das cavidades (celulares) da madeira, a 720mmHg; Mantendo o vácuo, se inicia
o enchimento da autoclave coma solução preservante; Aplica-se a pressão para que a
solução preservante infiltre na madeira até a saturação;Inicia-se o vácuo final para a
retirada do excesso desolução preservativa da superfície da madeira e a solução excedente
étransferida para o tanque reservatório.
Apósotratamentoo carrinho com amadeira tratadaé encaminhado para o setor de
curanumperíodo de pelo menos 3 horas. Nesteperíodonãoérecomendável manusear a
madeira e nem colocá-la em contato com a água. Após esse períodoa madeira é
encaminhada para o estoque de produto tratado e está pronta para acomercialização.
3. Caracterização Ambiental
Meio Biótico
De acordo com o Zoneamento Ecológico Econômico - ZEE - de Minas Gerais a
prioridade de conservação da flora e fauna para o local onde o empreendimento está
instalado é considerada como “muito baixa”. O grau de vulnerabilidade natural para área do
empreendimento é “baixa”, ressalta-se que a área em questão é um ambiente modificado
por ações antrópicas.
Em consulta ao mapa do IBGE que trata da Área de aplicação da Lei Federal 11.428
de 2006 verifica-se que a propriedade onde o empreendimento está instalado localiza-se nos
domínios do bioma Mata Atlântica, entretanto não há vegetação nativa existente na área do
empreendimento.
Meio Físico
O empreendimento está localizado na Bacia hidrográficado Rio Araçuaí (JQ2). Na
propriedade onde está localizado o empreendimento não há cursos d’água. O clima
predominante na área de influência indireta é o do tipo mesotérmico úmido, com invernos
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secos, correspondendo à variedade Aw segundo Koppen. A região apresenta 4 a 5 meses
relativamente secos, correspondendo aos meses de maio a agosto com temperatura média
de 15ºC. A temperatura média anual é de 20,1ºC. O Regime pluviométrico é tipicamente
tropical, com concentração de chuvas no verão e seca no inverno. O trimestre mais chuvoso
corresponde aos meses de novembro a janeiro com precipitação total da ordem de 500 a
700mm. O período seco se estende de maio a setembro. A precipitação média da região gira
em torno de 1087mm. O relevo varia de plano a ondulado.
Em consulta ao Zoneamento Ecológico Econômico do Estado de Minas Gerais (ZEE-
MG) para a área do empreendimento, o grau de vulnerabilidade do solo é classificado como
baixo e o risco de erosão como média.
Meio Socioeconômico
A Usina de tratamento de madeira localiza-se na zona urbana do município de
capelina, e possui outras atividades econômicas próximas, como áreas de reflorestamento e
agricultura. Quanto à vizinhança existente nas proximidades da Madeireira Aliança Ltda., a
casa mais próxima encontra-se a 200 metros. O empreendedor deverá apresentar um laudo
de medição de ruídos, em pontos estratégicos do empreendimento, de acordo com os
critérios técnicos da ABNT/NBR 10.151 e Legislação Estadual 10.100 de 17/01/90,
contemplando a operação dos equipamentos, para verificar se a operação do
empreendimento pode causar alguma incomodo a população do entorno.
4. Utilização de Recursos Hídricos
A água utilizada no empreendimento para consumo agroindustrial e
consumohumano é fornecida pela COPASA. O consumo mensal de água no empreendimento
é de aproximadamente 52.500 litros, sendo 47.000 litros de água utilizada no processo
industrial e 5.500 litros para uso domestico. A água utilizada no empreendimento é
armazenada num reservatório de 50.000 litros.
5. Impactos Ambientais e Medidas Mitigadoras
A implantação deste empreendimento contribui para o desenvolvimento da indústria
de beneficiamento da madeira que vem se destacando expressivamente na região do Alto
Jequitinhonha, mais precisamente nos municípios de Itamarandiba e Capelinha. Segundo
informações e estudos esta região se apresenta de maneira singular em termos de
características propícias para a produção da matéria-prima (espécie de eucalipto) ideal para
o beneficiamento químico. Portanto este empreendimento contribui para o município com a
geração de impostos e de emprego, dentre outros benefícios.
Os demais impactos aos trabalhadores do empreendimento se restringem ao nível
específico da área alvo deste licenciamento para os quais está prevista prevenção e a
mitigação (uso de EPI’s, treinamento) no âmbito dos estudos apresentados. O treinamento
dos funcionários para trabalhar na usina de tratamento já é oferecido pela empresa
fornecedora dos equipamentos e das matérias primas, de acordo com os estudos.
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Ao longo da operação do empreendimento, tanto o solo quanto as águas superficiais
ou subterrâneas podem ser impactados pelo carreamento de solos, pela disposição
inadequada de resíduos sólidos e pelo lançamento indevido de efluentes líquidos. A
utilização incorreta de produtos químicos, como o preservativo da madeira, também pode
trazer impactos negativos ao meio ambiente e à saúde das pessoas, assim como as emissões
sonoras e atmosféricas resultantes da operação/movimentação de máquinas e veículos na
área do empreendimento. Seguem abaixo os impactos identificados bem como as medidas
mitigadoras propostas.
O empreendimento já está instalado, consequentemente não ocorrerá à supressão
de vegetação nativa ou de indivíduos arbóreos isolados. Portanto, não haverá impactos
sobre o meio biótico como redução de biodiversidade e redução de habitats.
Da geração e disposição final de resíduos sólidos
a) Resíduos sólidos não-perigosos
Durante a operação do empreendimento, os resíduos sólidos não-perigosos são
gerados principalmente nas áreas administrativa e social da usina de tratamento de
madeira. São aqueles de características “domésticas”, como papel, plástico, vidro, metal,
restos de alimentos, etc. Esses resíduos serão destinadosao aterro sanitário do município de
Capelinha.
b) Resíduos sólidos perigosos
As embalagens dos produtos utilizados para o tratamento de madeira são
consideradas como resíduos sólidos perigosos devido à toxicidade e reatividade dos
produtos com o meio ambiente. As embalagens vazias são armazenadas no deposito de
resíduos perigosos até serem recolhidas pela empresa responsável.
Os Resíduos provenientes da limpeza da autoclave, das canaletas de drenagem e do
tanque de contenção ou fosso (do galpão da unidade de produção), deverão ser recolhidos e
neutralizados com o produto adequado e a armazenados no galpão da autoclave, em
tambores identificados com a palavra “tóxicos” e destinados à empresa contratada pelo
empreendedor. A empresa responsável pelo recolhimento de resíduos contaminados é a
mesma que fornece os produtos químicos.
Da geração e tratamento de efluentes líquidos
a) Efluentes líquidos sanitários
Os efluentes líquidos sanitários são provenientes dos dejetos das atividades
domésticas e sanitárias, durante operação da usina. Para evitar contaminação por parte dos
efluentes o empreendedor instalou de tratamentos constituídos por fossa séptica, filtro e
sumidouro. O sistema foi dimensionando para 20 pessoas. É condicionante deste parecer o
monitoramento do sistema para verificação e sua eficiência.
b) Efluentes líquidos industriais
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Os efluentes líquidos industriais são originados no tratamento químico e são
constituídos basicamente pela mistura de água e preservativo, também denominada solução
preservativa. Esta solução é altamente nociva para o meio ambiente, caso não sejam
adotadas medidas mitigadoras para se evitar o contato da mesma com o solo e corpos
hídricos. Tais efluentes poderão ser originados através do abastecimento do reservatório de
solução, abertura da autoclave para colocação e retirada das vagonetes com a madeira para
tratamento, área de respingo das peças após o tratamento químico ou ainda
derramamentos acidentais do produto. De acordo com os estudos, o empreendedor adota
em seu projeto de instalação da usina medidas de controle elencadas a seguir:O processo de
tratamento para preservação da madeira é realizado em sistema de circuito fechado, não
ocorrendo lançamento de efluentes líquidos para fora desse sistema, segundo o PCA. A
solução preservativa circula do tanque reservatório à autoclave e o excedente da solução,
não impregnado na madeira, retornará ao tanque para ser reutilizado nos próximos
tratamentos.Considerando a possibilidade de ocorrer algum vazamento durante o processo
de abastecimento, a estrutura foi dimensionada para suportar todo o resíduo, não havendo
possibilidade de contaminar o solo (caixa de contenção de 20.000 litros).Deverão ser
realizadas manutenções preventivas em todos os equipamentos, a fim de se evitar
deterioração prematura dos mesmos e consequentemente ocasionar vazamentos
acidentais, por eventual falha das estruturas de contenção e das canalizações de condução
da solução preservativa.
Da geração de emissão atmosférica
Não há emissão de efluentes atmosféricos significativos em nenhuma etapa do
processo industrial.O impacto de emissão de particulados referente à movimentação de
máquinas no pátio de armazenamento de madeira será atenuado pela compactação do solo
de forma mecânica e aspersão de água.
Da geração de emissão sonora
A emissão sonora mais significativa é aquela inerente ao processo de autoclavagem.
A autoclave emite ruídos do tipo contínuo ou intermitente com intensidade sonora entre 54
a 80 dB, comum dessas máquinas devido á pressão que são submetidas.
A geração de ruído na operação do empreendimento limita-se ao ambiente interno
do mesmo, não sendo de grande impacto, com os funcionários utilizando os EPI’s
recomendados para este tipo de atividade e manutenção preventiva nas máquinas e
equipamentos. O empreendedor deverá apresentar um laudo de medição de ruídos, em
pontos estratégicos do empreendimento, de acordo com os critérios técnicos da ABNT/NBR
10.151 e Legislação Estadual 10.100 de 17/01/90, contemplando a operação dos
equipamentos, para verificar se a operação do empreendimento pode causar alguma
incomodo a população do entorno.
6. Compensações
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O empreendimento é classificado como classe 3 conforme Deliberação Normativa
Copam nº 74/2014 e foi instruído com Relatório de Controle Ambiental – RCA e Plano de
Controle Ambiental – PCA. Para implantação e operação do empreendimento não haverá
supressão de vegetação, intervenção em APP e intervenção no patrimônio espeleológico.
Portanto não há incidência de compensação ambiental prevista para o empreendimento.
7. Controle Processual
O processo encontra-se formalizado e instruído.
Trata-se o presente processo de análise de Licença de Operação Corretiva, com
fundamento no art. 14 do Decreto Estadual nº 44.844/2008, conforme se vê a seguir:
“Art. 14. O empreendimento ou atividade instalado, em instalação ou em operação,
sem a licença ambiental pertinente deverá regulariza-se obtendo LI ou LO, em caráter
corretivo, mediante a comprovação de viabilidade ambiental do empreendimento”.
O empreendimento se enquadra nos termos da Deliberação Normativa COPAM nº
74/2004, na classe 03, passível, portanto, de licenciamento ambiental, conforme FOBI
nº.1186672/2017 (fl.08). Documentos que instruem o processo, como notas fiscais,
demonstram que o empreendimento opera pelo menos desde o ano de 2016. Em
decorrência do fato do empreendimento ter instalado e operado sem a devida licença do
órgão ambiental competente, foi corretamente aplicada sanção administrativa (AI nº
85557/17 – fl.174), nos termos do que dispõe o Anexo I do Decreto Estadual nº 44.844, de
2008 e suas alterações.
Nota-se que o requerimento do pedido de Licença de Operação Corretiva foi
devidamente publicado em periódico de circulação regional (fls.11/12), bem como, no Diário
Oficial do Estado (fl.172) em atendimento às disposições contidas na Deliberação Normativa
COPAM nº 13/1995. Observa-se ainda, que foi acostada aos autos a declaração de
conformidade do município de Capelinha/MG, local onde se encontra instalado o
empreendimento (fl.14), conforme exigência do art.10, § 1º da Resolução CONAMA nº
237/97.
Percebe-se ainda, que o empreendimento está localizado em zona urbana, o que
dispensa a exigibilidade da Reserva Florestal Legal e do Cadastro Ambiental Rural – CAR.
Nota-se ainda, que não haverá intervenção em Área de Preservação Permanente – APP.
A água utilizada no empreendimento é fornecida por concessionária local, conforme
documento de fl.54.
Percebe-se ainda que a usina de tratamento é registrada junto ao IEF/MG, conforme
documento de fl.56, o que atende ao disposto na Resolução Conjunta SEMAD/IEF nº 1.661,
de 2012. O referido registro está com validade até 31/01/2018, porém, a Resolução
Conjunta SEMAD/IEF nº 2.572, de 21 de dezembro de 2017, prorrogou o prazo para
renovação dos registros referentes ao exercício de 2018, até o dia 30 de março de 2018.
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Foi também acostado aos autos do processo, o Certificado de Regularidade junto ao
Cadastro Técnico Federal – CTF (fl.170), em atendimento ao disposto na Lei Federal nº
6.938/1981 e na Instrução Normativa IBAMA nº 6, de 15 de março de 2013.
Consta junto aos autos a Certidão Negativa de Débitos nº. 1186699/2017, em
atendimento ao disposto na Resolução SEMAD nº 412, de 2005.
O empreendedor deverá quitar integralmente os custos de análise do processo,
conforme estabelecido pela Resolução Conjunta SEMAD/IEF/FEAM nº 2.125/2014, ficando o
julgamento da licença condicionado à quitação integral dos custos, nos termos do art.7º da
Deliberação Normativa COPAM nº 74/2004.
Dessa forma, encerra-se o presente controle processual, sem óbice legal para a
análise e deliberação pelo Superintendente Regional de Meio Ambiente Jequitinhonha, nos
termos das competências estabelecidas pela Lei Estadual nº 21.972, de 2016,
regulamentadas pelo Decreto Estadual nº 46.967, de 2016 e Decreto Estadual nº 47.042, de
2016.
8. Conclusão
A equipe interdisciplinar da Supram Jequitinhonha sugere o deferimento desta
Licença Ambiental na fase de Licença de Operação Corretiva, para o empreendimento
Madeireira Aliança Ltda., para a atividade de “tratamento químico para preservação de
madeira”, no município de Capelinha, MG, pelo prazo de 10 anos, vinculada ao cumprimento
das condicionantes e programas propostos.
As orientações descritas em estudos, e as recomendações técnicas e jurídicas
descritas neste parecer, através das condicionantes listadas em Anexo, devem ser
apreciadas pelo Superintende Regional de Meio Ambiente.
Oportuno advertir ao empreendedor que o descumprimento de todas ou quaisquer
condicionantes previstas ao final deste parecer único (Anexo I) e qualquer alteração,
modificação e ampliação sem a devida e prévia comunicação a Supram Jequitinhonha,
tornam o empreendimento em questão passível de autuação.
Cabe esclarecer que a Superintendência Regional de Meio Ambiente do
Jequitinhonha, não possui responsabilidade técnica e jurídica sobre os estudos ambientais
apresentados nesta licença, sendo a elaboração, instalação e operação, assim como a
comprovação quanto a eficiência destes de inteira responsabilidade da (s) empresa (s)
responsável (is) e/ou seu (s) responsável (is) técnico (s).
Ressalta-se que a Licença Ambiental em apreço não dispensa nem substitui a
obtenção, pelo requerente, de outras licenças legalmente exigíveis. Opina-se que a
observação acima conste do certificado de licenciamento a ser emitido.
9. Anexos
Anexo I. Condicionantes para Licença de Operação Corretiva (LOC)
Anexo II. Programa de Automonitoramento da Licença de Operação Corretiva (LOC)
Anexo III. Relatório Fotográfico da Licença de Operação Corretiva (LOC)
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ANEXO I
Condicionantes para Licença de Operação Corretiva (LOC)
Empreendedor: Madeireira Aliança Ltda.
Empreendimento: Madeireira Aliança Ltda.
CNPJ: 20.862.046/0001-27
Município: Capelinha
Atividade: Tratamento químico para preservação de madeira
Código DN 74/04: G-03-07-7
Processo:26922/2014/001/2017
Validade: 10 (dez)anos
Item Descrição da Condicionante Prazo*
1. Executar Programa de Automonitoramento, descrito no Anexo II deste Parecer.
Durante a vigência da LOC
2.
Manter no empreendimento as notas fiscais de compra
da madeira, os documentos de controle ambiental,
previstos no art.73 da Lei Estadual nº 20.922/2013, e das
taxas florestais quitadas do comerciante da madeira.
Durante a vigência da
LOC
3.
Apresentar um laudo de medição de ruídos, em pontos
estratégicos do empreendimento, de acordo com os
critérios técnicos da ABNT/NBR 10.151 e Legislação
Estadual 10.100 de 17/01/90, contemplando a operação
dos equipamentos.
90 dias após a
concessão da LOC.
4.
Apresentar quadro atualizado dos funcionários,
treinamento, e, em caso de novas contratações,
comprovar a realização de treinamentos para as devidas
funções (operar a autoclave, prevenção de riscos
ambientais, primeiros socorros e uso adequado dos
recipientes de coleta seletiva de resíduos sólidos e
perigosos).
Anualmente
5.
Apresentar medidas de manutenção preventiva nas
edificações utilizadas para controle dos efluentes
originados no processo de tratamento químico de
madeiras, tendo em vista o potencial corrosivo da
substância utilizada na autoclave.
60 dias após a
concessão da LOC
6.
Adequar o piso e as canaletas da área de respingo. As
canaletas de deverão ser reparadas e direcionadas para o
fosso da autoclave e o piso deverá ser devidamente
impermeabilizado. O empreendedor deverá apresentar
Antes de iniciar as
atividades de
operação.
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relatório técnico fotográfico comprovando as
adequações.
7. Cobrir toda a área de respingo e apresentar relatório
técnico fotográfico comprovando a adequação.
30 dias após a
concessão da LOC
* Salvo especificações, os prazos para o cumprimento são contados a partir da data
de publicação da Licença na Imprensa Oficial do Estado.
Obs. Eventuais pedidos de alteração das condicionantes estabelecidas nos anexos
deste parecer poderão ser resolvidos junto à própria supram, mediante análise técnica e
jurídica, desde que não altere o seu mérito/conteúdo. Os documentos comprobatórios do
cumprimento das condicionantes deverão ser anexados ao PA COPAM Nº
26922/2014/001/2017.
ANEXO II
Programa de Automonitoramento
Empreendedor: Madeireira Aliança Ltda.
Empreendimento: Madeireira Aliança Ltda.
CNPJ: 20.862.046/0001-27
Município: Capelinha
Atividade: Tratamento químico para preservação de madeira
Código DN 74/04: G-03-07-7
Processo: 26922/2014/001/2017
Validade: 10 (dez) anos
1 – Efluentes Líquidos
Local de amostragem Parâmetro Frequência de Análise
Entrada e Saída dos sistema
de tratamento de efluentes
líquidos sanitários (Fossas
Sépticas)
pH, sólidos sedimentáveis, sólidos em
suspensão, vazão média (somente
entrada), DBO, DQO e óleos e graxa
Semestral
2 - Solos
Local de amostragem Parâmetros Frequência de Análise
Quatro pontos, sendo um ponto na área de armazenamento da madeira em processo de cura e três pontos no pátio de estocagem da madeira tratada.
Arsênio, cobre e cromo.
1ª amostragem 120 dias após a concessão da Licença Ambiental e as demais anualmente
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Relatórios: Os resultados deverão ser encaminhados a SUPRAM Jequitinhonha
(Avenida da Saudade, 335, bairro Centro, Diamantina / MG - CEP: 39.100-000 - Telefone:
38.3532-6650). O mesmo deverá ser proveniente de laboratórios em conformidade com a
DN COPAM nº215/2017 e conter identificação, registro profissional e a assinatura do
responsável técnico pelas análises. Salienta-se que os padrões para comparação se referem
aos da DN COPAM-CERH/MG 01/2008 ou legislação que venha alterá-la futuramente.
Na ocorrência de qualquer anormalidade nos resultados nas análises realizadas
durante o ano, o órgão ambiental deverá ser imediatamente informado.
Método de análise: Normas aprovadas pelo INMETRO ou, na ausência delas no
Standard Methods for ExaminationofWaterandWastewater, APHA-AWWA, última edição.
3 - Resíduos Sólidos e Oleosos
Enviar anualmente a Supram Jequitinhonha, os relatórios de controle e disposição
dos resíduos sólidos gerados contendo, no mínimo os dados do modelo abaixo, bem como a
identificação, registro profissional e a assinatura do responsável técnico pelas informações.
Resíduo Transportador Disposição final Obs.(**)
Denominação Origem Classe
NBR
10.004
(*)
Taxa de
geração
kg/mês
Razão
social
Endereço
completo
Norm(*) Empresa
responsável
Razão
social
Endereço
completo
(*) conforme NBR 10.004 ou a que sucedê-la.
(**) Tabela de códigos para formas de disposição final de resíduos de origem
industrial
1- Reutilização
2 - Reciclagem
3 - Aterro sanitário
4 - Aterro industrial
5 - Incineração
6 - Coprocessamento
7 - Aplicação no solo
8 - Estocagem temporária (informar quantidade estocada)
9 - Outras (especificar)
Em caso de alterações na forma de disposição final de resíduos, a empresa deverá
comunicar previamente à Supram Jequitinhonha, para verificação da necessidade de
licenciamento específico.
As doações de resíduos deverão ser devidamente identificadas e documentadas pelo
empreendedor. Fica proibida a destinação dos resíduos Classe I, considerados como
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Resíduos Perigosos segundo a NBR 10.004/04, em lixões, bota-fora e/ou aterros sanitários,
devendo o empreendedor cumprir as diretrizes fixadas pela legislação vigente.
Comprovar a destinação adequada dos resíduos sólidos de construção civil que
deverão ser gerenciados em conformidade com as Resoluções CONAMA Nº 307/2002 e
348/2004.
As notas fiscais de vendas e/ou movimentação e os documentos identificando as
doações de resíduos, que poderão ser solicitadas a qualquer momento para fins de
fiscalização, deverão ser mantidos disponíveis pelo empreendedor.
Notas/Observações:
IMPORTANTE
Deverão ser apresentados laudos técnicos conclusivos de profissionais habilitados,
com respectivas Anotações de Responsabilidades Técnicas (ART‘s). As análises deverão ser
realizadas por laboratórios credenciados pela FEAM (ver endereço eletrônico:
http://www.feam.br – MONITORAMENTO). O relatório deverá conter a identificação,
registro profissional e a assinatura do responsável técnico pelas análises. Os resultados
deverão ser encaminhados a SUPRAM Jequitinhonha (Avenida da Saudade n° 335, bairro
Centro, Diamantina / MG - CEP: 39.100-000 - Telefone: 38.3531-2650).
Os parâmetros e frequências especificadas para o Programa de Automonitoramento
poderão sofrer alterações a critério da área técnica da SUPRAM Jequitinhonha, face ao
desempenho apresentado pelos sistemas de tratamento de efluentes e/ou proteção contra
vazamentos, derramamentos ou transbordamento de combustíveis;
A comprovação do atendimento aos itens deste programa deverá estar
acompanhada da Anotação de Responsabilidade Técnica - ART, emitida pelo(s)
responsável(eis) técnico(s) devidamente habilitado(s);
Qualquer mudança promovida no empreendimento, que venha a alterar a condição
original do projeto das instalações e causar interferência neste programa deverá ser
previamente informada e
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ANEXO III
Relatório Fotográfico
Foto 01: Galpão/Autoclave Foto 02: Escritório
Foto 03: Autoclave Foto 04: Área de Respingo
Foto 05: Pátio para estocagem de madeira Foto 06: Fossa Séptica.