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PARLAMENTO REVERENCIA OS 50 ANOS DA UNIÃO DO VEGETAL Deputado Wolney Queiroz (PDT/PE)

Parlamento reverencia os 50 anos da UDV

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Livro 'Parlamento reverencia os 50 anos da UDV' do deputado federal Wolney Queiroz (PDT/PE) sobre Sessões Solenes realizadas em homenagem aos 50 anos do Centro Espírita Beneficente União do Vegetal (UDV).

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PARLAMENTO REVERENCIA OS 50 ANOS DA UNIÃO DO VEGETAL

Deputado Wolney Queiroz (PDT/PE)

MestrePequenina,senhorahoasqueiracom82anosdeidade,ofereceabandeiradaUniãoaoutramulher,queexercia,nomomen-to,aPresidênciadaCâmaradosDeputados.Duashistóriasdistintasenlaçadaspeloamarelo,peloazulepelobrancoque,naquelelinho,formavamumsímbolodamaisaltadistinção. Entremeadas nos fios de algodão daquela singela bandeiraestavam também esperanças, conquistas, dores e alegrias de umpovoquevemseformandofraternalmentedentrodagrandeNaçãobrasileira:anaçãohoasqueira.Emfiostrançadoseunidoscomsuoresentimento,umabandeiradePazeconcórdia.ADeputadaPerpétuaAlmeidarecebeu-aemnomedaCâmaradosDeputados.

SUMÁRIOUMA OBRA UNIVERSAL – RUY FABIANO ......................................................................... 7

A UDV DESPERTA PARA A SOCIEDADE BRASILEIRA – JAMES ALLEN .............................. 9

DISCURSOSDISCURSO ENCAMINHADO PELO PRESIDENTE DA CÂMARA DOS DEPUTADOS, MARCO MAIA – PT/RS ..................................................................................................... 13

DISCURSO DA DEPUTADA PERPÉTUA ALMEIDA – PCdoB/AC, UMA DAS PROPONENTES DO REQUERIMENTO ......................................................... 17

DISCURSO DO DEPUTADO WOLNEY QUEIROZ – PDT/PE, UM DOS PROPONENTES DO REQUERIMENTO ........................................................... 23

DISCURSO DO MESTRE FLÁVIO MESQUITA DA SILVA, PRESIDENTE DO CEBUDV, TRIÊNIO 2009-2011 ............................................................ 31

DISCURSO DO MESTRE JOSÉ LUIZ DE OLIVEIRA, MESTRE DO CONSELHO DA RECORDAÇÃO DOS ENSINOS DO MESTRE GABRIEL ... 39

DISCURSO DA MESTRE PEQUENINA, MESTRE DA ORIGEM E COMPANHEIRA DO MESTRE GABRIEL ................................. 43

MENSAGEMMENSAGEM DO MESTRE FRANCISCO HERCULANO DE OLIVEIRA, MESTRE GERAL REPRESENTANTE DO CEBUDV ........................................................... 47

APARTESDISCURSO DO DEPUTADO MAURO BENEVIDES – PMDB/CE .................................... 51

DISCURSO DO DEPUTADO SIBÁ MACHADO – PT/AC ............................................... 55

DISCURSO DO DEPUTADO GLADSON CAMELI – PP/AC .......................................... 59

DISCURSO DO DEPUTADO ANDRÉ VARGAS – PT/PR ................................................ 63

DISCURSO DO SENADOR SÉRGIO PETECÃO – PSD/AC ............................................ 67

UDV RECEBE 83 HOMENAGENS EM SEUS 50 ANOS .................................................. 73

MAPA DAS HOMENAGENS À UDV .............................................................................. 74

REPORTAGENSEXIBIDAS............................................................................................. 79

MATÉRIAS–CLIPPING................................................................................................. 87

APRESENTAÇÃO

Esta publicação tem um significado especial para mim: conjuga dois dos pon-tos vitais de minha vida: trabalho e religião. Sou sócio da União do Vegetal há 23 anos e cumpro meu quarto mandato como Deputado Federal pelo Estado

de Pernambuco. Tenho visto, desde que cheguei, o incansável trabalho dos que fa-zem a UDV pelo reconhecimento dos poderes constituídos.

Nas palavras do Mestre Gabriel, havia um alerta importante, que soa como man-tra: a União do Vegetal deve obter “apoio das autoridades” para que consiga alcançar seus objetivos. E esse apoio tem sido buscado desde os primórdios da UDV.

Os primeiros exemplos dados pela vida e pela doutrina do próprio Mestre indicam o caminho: obediência às leis do País.

De forma singela, Mestre Gabriel revelou a razão para construir esse relacio-namento: “Nós já sabemos que precisamos delas [as autoridades] e elas vão sa-ber que também precisam de nós”. De fato, não há outro modo de nos firmarmos institucionalmente.

No cinquentenário da UDV, a colheita dos frutos surge após o plantio longo e de-terminado, e o reconhecimento institucional acontece em todos os cantos do País.

Na Câmara Federal, o requerimento de sessão solene pelos 50 anos do Centro Espírita Beneficente União do Vegetal partiu de alguém que não conhece “o chá”, mas conhece profundamente seus efeitos na cultura e na vida dos povos do Norte: a Deputada Perpétua Almeida (PCdoB/AC). Coube-lhe apresentar a homenagem, prontamente subscrita por mim e apoiada pelas mais importantes lideranças partidá-rias daquela casa legislativa.

Um acontecimento histórico para a União do Vegetal e também para este Parla-mento. Trata-se de religião genuinamente brasileira, de destinação universal, que, com discrição, vem trabalhando pela evolução do ser humano e pelo aprimoramento de suas virtudes morais, intelectuais e espirituais.

Recolhemos os episódios mais marcantes das reverências e das homenagens jus-tamente prestadas aqui e Brasil afora, como coroamento das comemorações do cin-quentenário, e os apresentamos à sociedade brasileira, na forma sucinta deste livro, sob a inspiração do símbolo sagrado da UDV: Luz, Paz e Amor.

Deputado Wolney Queiroz, Autor

�PARLAMENTO REVERENCIA OS 50 ANOS DA UNIÃO DO VEGETAL

PARLAMENTO REVERENCIA OS 50 ANOS DA UNIÃO DO VEGETAL�

Reconhecimento oficial não deter-mina o valor in-

trínseco de uma religião. Ela subsiste por si, pelo que é. O cristianismo so-breviveu a três séculos de perseguição e hostilidade por parte das autoridades do Império Romano, até um dia ser reconhecido pelo imperador Constanti-no e alçado à condição de religião oficial.

Antes disso, no entanto, mesmo sem esse reconhe-cimento, espalhava os be-nefícios de sua doutrina, auxiliando milhares de pessoas em sua caminha-da espiritual.

O que nutre e sustenta uma religião é o conteú-do e a consistência de sua

UMA OBRA UNIVERSALRUY FABIANO*

mensagem, a chama pro-fética que a inspira, a co-erência de quem a difun-de. Basta-lhe o sopro do Sagrado para ser o que é. Sem ele, de nada vale, do ponto de vista espiritual, o reconhecimento formal de quem quer que seja.

No entanto, esse reco-nhecimento não é irrele-vante. Permite que um número muito maior de pessoas tenha conheci-mento e acesso, com se-gurança, aos benefícios de sua doutrina e Revelação.

Daí a importância que o Centro Espírita Bene-ficente União do Vegetal (CEBUDV) atribui às homenagens oficiais que recebeu, em 2011, na ce-lebração de seu primeiro

cinquentenário, por parte de diversas câmaras mu-nicipais e assembleias le-gislativas, com destaque especial à Câmara dos De-putados, em Brasília, que lhe concedeu a distinção de uma Sessão Solene de Homenagem.

Fundada a 22 de julho de 1961, a UDV viveu tam-bém dias de perseguição e incompreensão por parte das autoridades constitu-ídas e da própria socieda-de. Sofreu as vicissitudes e os preconceitos que cos-tumam cercar o novo.

Seu fundador e guia es-piritual, José Gabriel da Costa, o Mestre Gabriel, chegou a ser preso, em Porto Velho, em 1967, por uma noite, no meio de

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PARLAMENTO REVERENCIA OS 50 ANOS DA UNIÃO DO VEGETAL�

Em 16 de julho de 1971, no jornal O Guaporé, de

Porto Velho, foi publica-da uma carta, “Velando Enquanto Dorme”. Nela, Mestre Gabriel, líder de uma nova organização re-ligiosa, pouco conhecida até então, afirma que “en-quanto a União do Vege-tal dorme, os inocentes, sem conhecer sua doutri-na espiritual e religiosa, falam contra Ela”.

Naquele tempo, a car-ta serviu para defender a União do Vegetal de crí-ticas feitas por um líder de outra religião, em um de seus cultos, no dia 11

de julho daquele mesmo ano. E, por isso, Mestre Gabriel teve de vir a pú-blico, apesar de sua índo-le discreta e de realização pacífica da missão da ins-tituição – ensinar aos ho-mens a prática do amor a Deus e aos semelhantes.

Ao completar 50 anos de fundação, em 22 de julho de 2011, com esta mesma discrição, a obra do Mestre Gabriel se ex-pandiu e seus discípulos formaram novos quadros que se organizam hoje por todas as capitais bra-sileiras e pelas cidades do interior e no exterior. Fruto desse trabalho,

agora, está reconhecida oficialmente pelas mais altas autoridades execu-tivas, judiciárias e legis-lativas do Brasil e dos Estados Unidos.

Ao longo da comemora-ção de seu cinquentená-rio, este reconhecimento oficial se deu por mais de 15 estados, em que as as-sembleias legislativas re-alizaram sessões solenes. Reconheceram que aque-la, outrora desconhecida religião, integrou-se à co-munidade e vem prestan-do relevantes serviços onde se estabelece.

Os dirigentes da UDV participaram, no âmbito

A UDV DESPERTA PARA A SOCIEDADE BRASILEIRAJAMES ALLEN*

uma sessão religiosa. Foi libertado por falta de ele-mentos que justificassem a prisão.

Ainda em Porto Velho, um ano depois, o gover-no do então Território de Rondônia, mesmo sem qualquer embasamento le-gal, mandou fechar a UDV, reaberta dois anos depois por decisão judicial. Não pararam aí os problemas.

O chá Hoasca, também chamado de Vegetal, sa-cramento do culto religio-so da UDV, foi proibido em 1985, por quase dois anos, pelo governo federal, que, após pesquisas junto às entidades religiosas que dele fazem uso ritualístico, o liberou, por unanimida-de. Em 1986, houve nova investigação, que resultou em nova liberação, tam-bém por unanimidade.

Em 2004, mais uma vez o governo federal, por meio do Conselho Nacio-nal de Políticas Antidrogas (Conad), voltou ao tema, confirmando, dois anos depois, com a Resolução nº 5/2006, a legalidade e o caráter benéfico do uso ritualístico da Hoasca.

Nos Estados Unidos,

a proibição da Hoasca, a partir de 1999, durou sete anos, até ser revogada, em 2006, por unanimidade, pela Suprema Corte, para uso ritual, no âmbito estri-to da UDV – reconhecida pelo relator, juiz John Ro-berts, como “um exercício sincero de religião”.

No curso das cinco dé-cadas de sua existência, a UDV viu-se questionada com frequência pela mídia, por autoridades e outros cultos religiosos, disso re-sultando apreensões do Vegetal em seus núcleos e em aeroportos, além de constrangimentos a seus adeptos.

Tudo isso foi sendo gra-dualmente superado, por meio de esclarecimentos e, sobretudo, por pesqui-sas que atestavam os be-nefícios do uso ritualísti-co, nos moldes praticados pela UDV.

O reconhecimento pe-los Três Poderes da Repú-blica, que culmina com a sessão solene da Câmara dos Deputados – de que esta publicação dá deta-lhes –, representa o coro-amento de um trabalho espiritual que teve origem

em um seringal longín-quo, na fronteira do Brasil com a Bolívia, no ermo da Floresta Amazônica.

Por ali ficou durante quatro anos. Depois foi para Porto Velho, onde se organizou como institui-ção, e hoje se faz presen-te em todo o Brasil e em mais cinco países: Estados Unidos, Espanha, Portu-gal, Inglaterra e Suíça.

Sua expansão começa na sequência do desen-carnamento do Mestre Gabriel, em 1971, por in-termédio do trabalho vo-luntário de pessoas mo-destas e devotadas, sem meios materiais, porta-dores de uma doutrina cristã-reencarnacionista, de teor universal, que rapidamente chega aos centros urbanos e atrai adeptos de todas as clas-ses sociais.

Conhecendo essa his-tória, exemplar e sur-preendente sob muitos aspectos, não há como desconhecer que algo mais que o esforço hu-mano vem conduzindo e orientando a expansão dessa obra pelo mundo.

* Mestre do CEBUDV.

da Presidência da Repú-blica, da regulamentação do uso de seu sacramento religioso, o Vegetal, prepa-rado com as folhas da cha-crona e com o cipó mariri. Antes, tiveram o reconhe-cimento de utilidade pú-blica assinado pelo então Presidente da República no dia 22 de julho de 1999, em função de seus servi-ços beneficentes.

Em 2011, exatamente 40 anos depois daque-la crítica feita em Porto Velho, a Câmara Federal realizou, no dia 11 de ju-lho, uma sessão solene em homenagem ao Cen-tro Espírita Beneficente União do Vegetal.

Eis que a União do Ve-getal acorda aos olhos da sociedade brasileira.

E, agora, homens de bem sobem às tribunas do Poder Legislativo fe-deral, estadual e munici-pal para reverberar por toda a Nação as virtudes dessa sociedade que veio para ficar e continuar sua missão anunciada no lon-gínquo 1971, nas páginas hoje amareladas do jor-nal O Guaporé: formar “homens que buscam o

Caminho da Consciência, que é o Supremo Jesus”.

Assim é que 83 home-nagens foram realizadas em Brasília, nas capitais dos estados e em diversos municípios em que a UDV está presente. E, como se não bastasse, aprovaram, por iniciativa da UDV, a instituição do Dia da Paz e da Conciliação na mes-ma data da fundação des-ta Sagrada Ordem, 22 de julho. A nova efeméride foi apresentada por 17 projetos de lei de Deputa-dos e Vereadores.

A União do Vegetal vive novo momento em que levanta mais alto sua bandeira para que brilhe nos céus do Brasil, hoje, e de todas as nações, um dia, o bastião da Paz e da Fraternidade Huma-na. Isso, graças à obra de seus discípulos, sob a orientação de seu Mes-tre, e ao reconhecimento de homens que celebram a mão estendida pela paz no mundo, para que to-dos possamos viver sob o símbolo da União – a Luz, a Paz e o Amor.

* Mestre e ex-presidente do

CEBUDV.

Original do artigo publicado em 16 de julho de 1971, no jornal O Guaporé

DISCURSOS

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Sras. e Srs. Deputa-dos, um dos basi-lares fundamentos

de um verdadeiro regime democrático reside no grau de liberdade desfru-tado pela sociedade. Liber-dade essa que não se res-tringe a questões políticas, mas que envolve todas as áreas da vida do cidadão, em especial a liberdade de expressão, aqui incluída a liberdade religiosa.

No Brasil, felizmente, desfrutamos de liberdade no seu mais alto grau, pois que faz parte do passado desta Nação o cerceamento a posturas políticas, sociais e religiosas de qualquer

DISCURSO ENCAMINHADO PELO PRESIDENTE DA CÂMARA DOS DEPUTADOS, MARCO MAIA – PT/RS

natureza. A própria cons-tituição multifacetada da população de nosso País pressiona por um ambiente em que todos – em grupo e individualmente – precisam e devem ser respeitados.

Sob esse mote, nesta oportunidade, a Câmara dos Deputados se reúne para homenagear o Cen-tro Espírita Beneficente União do Vegetal, socie-dade religiosa fundada em 22 de julho de 1961, com o objetivo de promoção da paz entre as pessoas.

Com sede em Brasília, o Centro tem reunido 15 mil sócios, oriundos de todas as classes sociais,

em suas mais de 160 uni-dades, espalhadas pelo Brasil e por outros paí-ses, como Estados Uni-dos, Espanha, Inglaterra, Suíça e Portugal.

A União do Vegetal segue princípios que asseguram a utilização adequada do chá, principalmente seu exclusivo uso nos rituais religiosos, a não comer-cialização do Vegetal, a proibição do uso de substâncias proscritas associa-do ao chá, a não ministração a pesso-as que apresentem quadro emocional instável e a não realização de publici-dade em busca de adeptos.

MarcoMaia

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Nas reuniões, os sócios ingerem o chá Hoasca, ou ayahuasca, prática ini-ciada pelo fundador do Centro, José Gabriel da Costa, que, em 1959, to-mou contato com o chá nos seringais da Amazô-nia, mais precisamente na fronteira entre o Brasil e a Bolívia. A substância é usada sob a justificativa de produzir maior concentra-ção mental e passou a ser denominada Vegetal ainda naquele ano, marcando o início da sua distribuição por José Gabriel.

A União do Vegetal se-gue princípios que assegu-ram a utilização adequada do chá, principalmente seu exclusivo uso nos rituais religiosos, a não comercia-lização do Vegetal, a proi-bição do uso de substân-

cias proscritas associado ao chá, a não ministração a pessoas que apresentem quadro emocional instá-vel e a não realização de publicidade em busca de adeptos.

Como consta da deno-minação oficial, o Centro realiza também projetos de beneficência social, ra-zão pela qual o governo fe-deral lhe concedeu o título de entidade de utilidade pública por ocasião do ani-versário da instituição em 1999. E, além do título fe-deral, a União do Vegetal possui também diversos títulos com a mesma fina-lidade em nível estadual e municipal.

Alguns dos projetos são desenvolvidos em parce-ria com o poder público, mas há também organiza-ções da sociedade civil e entidades representativas da iniciativa privada que se unem ao Centro para a realização de importantes atividades, como o Dia do Bem – a cada 26 de março, em que é promovido um mutirão de ações sociais para a comunidade – e o Luz do Saber, projeto em

que a tecnologia digital é empregada na alfabetiza-ção de jovens e adultos.

Senhoras e senhores, a doutrina da União do Vegetal reconhece Jesus Cristo como o Filho de Deus e segue seus precio-sos ensinamentos de que o homem deve amar ao pró-ximo como a si mesmo. O mesmo Jesus que, ao di-rigir palavras de conforto e ânimo aos discípulos, revelou-se como o único caminho para chegar ao Deus Criador, como apon-tam os relatos biográficos de sua vida, constantes do Evangelho.

A Câmara dos Depu-tados, pois, parabeniza o Centro Espírita Beneficen-te União do Vegetal pelo transcurso de seu primei-ro cinquentenário.

O SR. PRESIDEN-TE (Mauro Benevides – PMDB/CE) Concedo a palavra neste momento à Deputada Perpétua Al-meida, que é uma das au-toras do requerimento de convocação desta sessão solene que se realiza em homenagem à União do Vegetal. (Palmas.)

(…) a doutrina da União do Vegetal reconhece Jesus Cristo como o Filho de Deus e segue seus preciosos ensinamentos de que o homem deve amar ao próximo como a si mesmo.

MarcoMaia

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DISCURSO DA DEPUTADA PERPÉTUA ALMEIDA – PCdoB/AC,UMA DAS PROPONENTES DO REQUERIMENTO

A SRA. PERPÉ-TUA ALMEIDA (PCdoB/AC) Bom

dia a todos e a todas. Que-ria cumprimentar o nosso Presidente, porque é um momento importante para a União do Vegetal. Con-fesso para vocês que perdi as contas das vezes que subi a esta tribuna, mas talvez nenhuma das vezes com a emoção com que eu subi agora.

Enquanto eu assistia ao vídeo institucional da UDV, vi várias pessoas

chorando no plenário. Isso é emoção. Quem con-segue medir o sentimen-to de cada pessoa num momento desse? Por isso essa riqueza do Brasil tão grande na sua cultura e na sua religiosidade. Por isso o nosso exercício interior do dia a dia se faz necessá-rio para que a gente tenha capacidade de fazer esse reconhecimento histórico aqui nos primeiros 50 anos da UDV.

Então, como eu não quero cometer nenhum

erro e nenhuma falha num momento tão solene como este, eu vou ler o discur-so que eu fiz, mas que também foi do coração. Cada palavra escrita é do coração da mesma forma como se eu estivesse aqui falando. Mas, pela soleni-dade do momento, eu faço questão da leitura, tam-bém para ficar registrado nos Anais da nossa Casa.

A Câmara dos Depu-tados, por representar o povo brasileiro e promo-ver o democrático debate

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que contempla a grandeza do nosso País, reconhe-cendo o importante papel de todas as manifestações culturais, ideológicas e re-ligiosas que enriquecem esta Nação, não poderia se ausentar em justas home-nagens que devem ser fei-tas no seu mais alto lugar, que é este plenário.

Por aqui transitam mu-lheres e homens eleitos que trazem nas suas ex-periências de vida a refe-rência do Brasil real, do Brasil das mais distantes regiões. É certo que pre-cisamos de melhoras, aqui inclusive no dia a dia des-te plenário, e é em busca desse aperfeiçoamento que paramos para fazer nossas reflexões na bus-ca de melhor representar esta grandiosa Nação.

Foi neste plenário, se-nhoras e senhores, que um companheiro nosso, também comunista, o sau-doso e inesquecível poeta e escritor Jorge Amado, fez constar na Constitui-ção de 1946, nossa Carta Maior, a liberdade de culto religioso na nossa pátria. Emoção maior do que esta talvez neste momento nin-guém esteja vivenciando na prática como os senho-res estão vivenciando.

Portanto, esta é uma Casa onde todos têm e devem ter assento, inde-pendentemente do credo, da cor e das suas prefe-rências.

Por isso, senhoras e se-nhores, não poderíamos deixar de homenagear, desta tribuna, os 50 anos do Centro Espírita Benefi-cente União do Vegetal, a

UDV, como é mais conhe-cida no Brasil e no mundo.

Sr. Presidente, a Ama-zônia, sendo a sua maior parte território brasileiro, é de uma riqueza incon-tável. A sua biodiversida-de consolida um tesouro que deve ser explorado de forma sustentável para que as futuras gerações te-nham progresso nas suas vidas numa convivência harmônica com sua mais simples e complexa casa: a natureza.

Nessa terra amazônica, de mulheres e homens corajosos, mas também sensíveis e responsáveis, inaugura-se há séculos uma religiosidade e espi-ritualidade que fortalece a harmonia do homem com a floresta. Eu devo falar para vocês que tenho orgulho de dizer que nas-

ci na região amazônica, o berço da única religião genuinamente brasileira. Isso precisa ser um orgu-lho para nós. Isso precisa estar registrado na histó-ria do Brasil, nos livros do nosso País.

O uso de duas plantas, um cipó, o mariri, e uma fo-lha, a chacrona, na formu-lação de um chá sagrado, a ayahuasca, ou Daime ou Vegetal, inicia neste mundo um novo jeito de caminhar, mas que anda no mesmo caminho de outras respei-táveis e dignas religiões, fazendo com que milhares de homens, mulheres, jo-vens e crianças busquem se aproximar do Sagrado.

Sr. Presidente, minha trajetória de vida pública é sempre em defesa das li-berdades. Onde vejo a ne-cessidade de estar presen-te e contribuir com ações que possam beneficiar um grupo social me manifesto com clareza.

Mesmo nunca tendo be-bido o chá e como católica

que sou, compreendo que o sagrado momento da comunhão está para mim como também está para os hoasqueiros do Brasil inteiro e do mundo aquele instante em que bebem o vinho das almas, o Vegetal ou vinho sagrado.

Por isso, senhoras e se-nhores, quem somos nós – homens e mulheres – para acharmos que temos o po-der de questionar a forma que cada pessoa escolhe para se aproximar mais do Divino? Quem somos nós para questionar a forma com que as pessoas es-colheram para estar mais perto do Sagrado?

Senhoras e senhores, nas margens dos rios da Amazônia é que chega para as populações urba-nas a religiosidade com a ayahuasca. É neste contex-to que, no Acre, Raimundo Irineu Serra1 e Daniel Pe-reira de Mattos2 iniciam o uso do chá no meio urba-no e passam a denominá-lo de Daime.

Também no Acre, nos se-ringais da então vila Plácido de Castro, José Gabriel da Costa bebe o chá – o Ve-getal – e também cria sua linha doutrinária.

Senhoras e senhores,

(…) a Amazônia, sendo a sua maior parte território brasileiro, é de uma riqueza incontável. A sua biodi-versidade consolida um tesouro que deve ser explorado de forma susten-tável (…).

PerpétuaAlmeida

Nessa terra amazônica, de mulhe-res e homens corajosos, mas também sensíveis e responsáveis, inaugura-se há séculos uma religiosidade e espi-ritualidade que fortalece a harmonia do homem com a floresta.

PerpétuaAlmeida

Mesmo nunca tendo bebido o chá e como católica que sou, compreen-do que o sagrado momento da comu-nhão está para mim como também está para os hoasqueiros do Brasil in-teiro e do mundo aquele instante em que bebem o vinho das almas, o Ve-getal ou vinho sagrado.

PerpétuaAlmeida

numa atividade solene em 2010, a Assembleia Legislativa do Acre de-clarou o Mestre Irineu, o Mestre Daniel e o Mestre Gabriel cidadãos honorá-rios acreanos.

Essa também é a for-ma de o poder público do meu Estado demonstrar seu reconhecimento com a história, com a cultura

1 Raimundo Irineu Serra, também conhecido como Mestre Irineu, fundou em 1930, na cidade de Rio Branco, Acre, o Centro de Iluminação Cristã Luz Universal (Ciclu) – Alto Santo.

2 Daniel Pereira foi discípulo de Mestre Irineu e anos depois, por volta de 1945, disse ter tido um sonho em que recebia a missão de criar sua própria seita. Teve consentimento de Mestre Irineu e criou o Centro Espírita e Culto de Oração Casa de Jesus – Fonte de Luz.

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e com a religiosidade do nosso povo.

tituto do Patrimônio His-tórico e Artístico Nacional (Iphan) o reconhecimento do uso da ayahuasca em rituais religiosos como pa-trimônio imaterial da cul-tura brasileira.

Aproveito, então, para registrar desta tribuna o benefício que a UDV traz para a sociedade. Pesso-as que se dedicam a fazer ações do bem e dispostas a auxiliar o próximo.

Aqui nesta Casa temos a presença da nossa que-rida Mestre Pequenina, companheira do Mestre Gabriel, mãe e avó. Uma pessoa que foi seringuei-ra, conhece os desafios da floresta e sabe ensinar como vencer as dificulda-des da vida.

Pelo exemplo de luta de homens e mulheres que trabalharam na Floresta

Amazônica é que ainda neste mês será sanciona-da uma lei de minha auto-ria, determinando o regis-tro no Panteão da Pátria dos soldados da borracha como heróis do povo bra-sileiro. E queria aqui em primeira mão reafirmar à nossa querida Mestre que teremos mais um motivo para chamá-la de heroí-na, heroína dos soldados da borracha, da saga dos soldados da borracha da Amazônia.

Mestre Pequenina, pela senhora faço aqui minha homenagem a todas as mulheres que na sua sen-sibilidade constroem fir-mezas e servem de exem-plo para várias gerações.

Sr. Presidente, vejo aqui homens e mulheres cale-jados pela vida, mas que trazem na face o sorriso

O governo brasileiro, de forma altiva, faz valer em resolução, através do Conselho Nacional de Po-líticas sobre Drogas (Co-nad), a garantia do uso ritualístico do chá.

Um competente grupo de trabalho – que teve a relatoria do acreano Dr. Cosmo de Souza, promotor público estadual, com a par-ticipação do juiz federal Jair Fagundes e ainda com a presença de Edson Lodi, da UDV, como Vice-Presiden-te – alinhou princípios para todos os interessados.

Sr. Presidente, consi-derando ser esta religião originária no Brasil, tive a honra de auxiliar a iniciati-va de solicitarmos ao Ins-

da esperança e a constru-ção de vitórias. E a vitó-ria de chegar até aqui, de durante anos e anos sair do nível de explicações sobre o uso do chá e che-gar aqui na Casa Maior do nosso povo e ser saudado. E queiramos que na nos-sa luta possamos garantir também o reconhecimen-to pela cultura imaterial, como patrimônio do povo brasileiro.

Em nome do Mestre Francisco Herculano de Oliveira Herculano, que hoje lidera a UDV, saúdo a todos os homens que

Como não respeitar, como não trazer até o Congresso uma religiosi-dade que só pode existir na sua es-sência se estiver com o cordão um-bilical ligado com a floresta, com a mãe terra?

Perpétua Almeida

compartilham suas res-ponsabilidades em prol do bem comum.

Por fim, vejo no olhar esperançoso destes jo-vens que um futuro bri-lhante se constrói res-ponsavelmente.

Aos discípulos do Mes-tre Gabriel desejo, em nome do Parlamento bra-sileiro, sucesso e boas vitórias, e reafirmo aqui: como não respeitar, como não trazer até o Congres-so uma religiosidade que só pode existir na sua es-sência se estiver com o cordão umbilical ligado

com a floresta, com a mãe terra? Portanto, a minha gratidão de estar aqui vi-venciando esse momento com a Fátima Nobre e o Paulo Tarso, que são dois companheiros do meu ga-binete, com todos os ami-gos da UDV.

Que a alegria deste cinquentenário seja uma constante vibração na alma e no coração de cada um de vocês.

E, como tenho per-cebido e aprendido, de-sejo Luz, Paz e Amor a todas as senhoras e os senhores.(Palmas.)

Aproveito, então, para registrar desta tribuna o benefício que a UDV traz para a sociedade. Pessoas que se dedicam a fazer ações do bem e dispostas a auxiliar o próximo.

PerpétuaAlmeida

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O SR. WOLNEY Q U E I R O Z (PDT/PE) Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, ilustres repre-sentantes do Centro Espí-rita Beneficente União do Vegetal e demais membros de entidades hoasqueiras, aos quais saúdo na pessoa do Mestre Geral Repre-sentante da UDV, Francis-co Herculano de Oliveira.

Ao promover esta ho-menagem ao cinquente-nário da União do Vegetal, a Câmara dos Deputados cumpre uma de suas fi-nalidades fundamentais:

DISCURSO DO DEPUTADO WOLNEY QUEIROZ – PDT/PE,UM DOS PROPONENTES DO REQUERIMENTO

a de ser a Casa do Povo e, nesta condição, pres-tigiar suas instituições mais relevantes.

Nem sempre a relevân-cia de uma instituição se mede por sua notorieda-de pública. A União do Vegetal é ainda pouco conhecida, mas expres-sa, na sua prática e nos seus objetivos, o que há de mais sublime na natu-reza humana: a busca de evolução, no sentido do aprimoramento das virtu-des morais, intelectuais e espirituais.

É uma religião de fun-

damentação cristã-reen-carnacionista, oriunda da Amazônia brasileira, mas de destinação universal,

Nem sempre a relevância de uma instituição se mede por sua notorie-dade pública. A União do Vegetal é ainda pouco conhecida, mas expres-sa, na sua prática e nos seus objetivos, o que há de mais sublime na nature-za humana: a busca de evolução, no sentido do aprimoramento das virtu-des morais, intelectuais e espirituais.

WolneyQueiroz

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o que explica estar hoje legalmente instituída em outros cinco países: In-glaterra, Espanha, Por-tugal, Estados Unidos e Suíça, transmitindo sua doutrina e seus ensinos na língua portuguesa e propiciando, com isso, a difusão desse nosso idio-ma e de nossa cultura.

É o reconhecimento a um trabalho sério, hones-to, inspirado, que se ori-ginou de um seringueiro baiano, José Gabriel da Costa, o Mestre Gabriel, que a criou em 22 de ju-lho de 1961, no coração da Floresta Amazônica, trazendo na sua doutrina uma mensagem de paz e simplicidade para toda a humanidade.

A UDV, como é tam-bém conhecida, utiliza, em seus rituais, como sacramento religioso, o chá Hoasca, comprovada-mente inofensivo à saúde, conforme o demonstram numerosas pesquisas científicas efetuadas por universidades brasileiras e estrangeiras de renome,

entre as quais esta Farma-cologia Humana da Ho-asca,3 que anexo ao meu discurso, para que conste dos Anais desta Casa.

Trata-se de pesquisa realizada por nove cen-tros universitários, entre os quais a Escola Paulista de Medicina, da Univer-sidade de São Paulo, e a Universidade da Califór-nia, Estados Unidos.

O chá, segundo conclu-sões preliminares dessa pesquisa, assinada por algumas das maiores au-toridades mundiais em toxicologia, etnobotânica, psiquiatria e psicofarma-cologia – entre outros, os cientistas norte-ame-ricanos Rick Strassmann e Charles Grobb –, é, do ponto de vista toxicoló-gico, quase tão inócuo quanto a água.

Utilizado em contex-to religioso, sem a adi-ção de outra substância, nos padrões adotados pela União do Vegetal, que serviu de base para a pesquisa, tem sido de grande valia na recupe-

ração e reintegração de alcóolatras e drogados e na recomposição e ree-quilíbrio das famílias.

Sr. Presidente, senho-ras e senhores, liberdade religiosa, além de direito constitucional inalienável (artigo 5º, inciso VI, da Constituição Federal), constitui marco civilizató-rio, estabelecido em milê-nios de história humana.

A crise de valores con-temporânea, no entanto, leva alguns, equivoca-damente, a atribuir às religiões responsabilida-de pelo desconcerto do mundo. É o que registra diariamente a mídia, dan-do conta da existência de movimentos na Europa e nos Estados Unidos, encabeçados por intelec-tuais, artistas e cientis-tas, buscando atribuir às religiões o contencioso geopolítico que infelicita hoje o planeta.

Ocidente e Oriente cul-tuam tensões recíprocas, tendo como pano de fun-do divergências ditas espi-rituais – islamismo versus

3 Pesquisa disponível em: <http://www.udv.org.br/arquivos/farmacologia_humana_da_hoasca.pdf>.

cristianismo e judaísmo sendo a maior delas.

Na espiritualidade, porém, não há divergên-cias. Nós, seres huma-nos, podemos divergir em relação ao que seja a verdade. Mas a verdade nada tem a ver com essas controvérsias – e não é afetada por elas. Conti-nua onde sempre esteve e estará.

O ser humano distan-ciou-se da simplicidade e emaranhou-se em com-plexidades. Perdeu de vista a dimensão divina da natureza e passou a maltratá-la. Perdeu o fio da meada, o Fio de Ariad-ne, e não encontra a saída do labirinto.

Mas é preciso reen-contrá-lo, sob pena de continuar prisioneiro de si mesmo, prisão a que o conduziu a visão materia-lista e utilitária que ado-tou. Sem a perspectiva espiritual, não há saída.

Em meio a esse con-

texto conturbado, que distorce valores morais, ameaça a sagrada insti-tuição da família e afasta o ser humano da realida-de, surge a União do Ve-getal, como uma luz no fim do túnel, uma nova possibilidade de religa-ção com o Sagrado.

A UDV nasceu cabocla, matuta, e chegou até nós pelas mãos dos primei-ros discípulos do Mestre Gabriel: seringueiros, soldados da borracha, que, com grande sacrifí-cio, protagonizaram, nos anos 40 do século passa-do, a maior contribuição brasileira à vitória aliada na Segunda Guerra Mun-dial, aumentando em sete vezes a produção de bor-racha, insumo fundamen-tal para o abastecimento das tropas aliadas e para o desfecho vitorioso da-quele conflito.

Dos seringais, a UDV foi para Porto Velho, Ron-dônia, onde se registrou

como religião e iniciou o seu processo de institu-cionalização e expansão.

Quando Mestre Ga-briel faleceu, em 1971, em Brasília, a União do Vegetal possuía apenas dois núcleos e cerca de duas centenas de segui-dores: a Sede Geral, em Porto Velho, e o núcleo de Manaus.

Hoje, tem mais de 150 núcleos em todo o País, distribuídos em dezenas de cidades, além dos pa-íses já mencionados, com 15 mil sócios. Sua Sede Geral, desde 1982, está em Brasília, de onde ad-ministra, sem fazer uso de qualquer recurso pu-blicitário, sua gradual ex-pansão pelo Brasil e pelo mundo.

A UDV não é sectária.

Sem a perspectiva espiritual, não há saída.

WolneyQueiroz

Quando Mestre Gabriel faleceu, em 1971, em Brasília, a União do Ve-getal possuía apenas dois núcleos e cerca de duas centenas de seguido-res: a Sede Geral, em Porto Velho, e o núcleo de Manaus. Hoje, tem mais de 150 núcleos em todo o País (…).

WolneyQueiroz

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PARLAMENTO REVERENCIA OS 50 ANOS DA UNIÃO DO VEGETAL2�

Não vê o ambiente reli-gioso como um mercado competitivo. Respeita os demais credos religiosos, vendo-os como aliados na luta pela regeneração moral e espiritual da hu-

jetivo de proporcionar à humanidade um caminho de construção da paz que mostre ao ser humano, pela constância nos deve-res e prática fiel do bem, como chegar um dia à perfeição.

É um caminho de sal-vação, que tem em Jesus o seu referencial maior e no Mestre Gabriel um guia seguro, uma luz ami-ga, a orientar os seus se-guidores.

A paz é construção cole-tiva. Depende do convívio com o próximo, de enten-dê-lo, de aceitá-lo como é. O Criador, ao conceber sua obra, optou pela mul-tidiversidade, e não pela uniformidade. É assim com a natureza. É assim com o ser humano. Assimi-lar essa biodiversidade em toda a sua extensão, com-

preendê-la, harmonizar-se com ela e dela extrair os conhecimentos e a sabe-doria que traz constituem desafios fundamentais para a evolução espiritual. A humanidade, apesar de toda a sua diversidade de raças, religiões, idiomas e culturas, é uma só. E tem o mesmo destino: evoluir e chegar um dia a Deus.

O verdadeiro sentimen-to religioso, de religação com a origem divina, traz dentro de si o respeito à diversidade. São muitas as moradas na casa do Pai, nos ensinou o Mestre Jesus. Guerras e conflitos religiosos são, pois, con-tradições que evidenciam distância e incompreen-são do que verdadeira-mente é e precisa ser a religião.

Vivemos hoje em um

mundo carente de con-córdia e do real sentido da espiritualidade, a que todos nos destinamos.

O diverso não é opos-to: é complementar. A ri-queza está na construção dessa harmonia, e é dela que se nutre a paz. E é essa a missão que a União do Vegetal vem cumprin-do há meio século.

Desde sua origem, procurou apresentar-se às autoridades e esclare-cer os benefícios de seu trabalho religioso e as propriedades de seu sa-cramento, o chá Hoasca.

Nos Estados Unidos, os sócios da União do Ve-getal conquistaram, por unanimidade, em novem-bro de 2005, na Suprema Corte,4 o pleno direito constitucional de exercer essa religião.

Seus dirigentes foram investigados por sete anos, nos mais variados aspectos de seu trabalho, o que envolveu, além do conteúdo de sua doutrina, exame rigoroso a respeito das propriedades fitoquí-

micas do chá Hoasca.No âmbito interno, o

uso religioso do chá, tam-bém conhecido por Vege-tal, foi igualmente subme-tido pelo Estado brasileiro a rigorosas investigações: a primeira em 1986 e a segunda em 1992, ambas pelo já extinto Conselho Federal de Entorpecentes (Confen), que, por unani-midade, em ambas as oca-siões, o aprovou.

Posteriormente, as atribuições do Confen foram transferidas para a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad) e para o Conse-lho Nacional de Políticas sobre Drogas (Conad), que tornaram a examinar e avaliar o uso religioso da Hoasca.

Foi constituído, em 2007, já nessa nova instân-cia do Estado, no âmbito do Gabinete de Seguran-ça Institucional da Presi-dência da República, um Grupo Multidisciplinar de Trabalho, composto por autoridades médicas e científicas e represen-

tantes de instituições religiosas usuárias da Hoasca. E, mais uma vez, o Estado brasileiro con-cluiu, por unanimidade, pela legitimidade do uso ritualístico da Hoasca.

Temos, então, um tra-balho religioso que, como poucos, submeteu-se à mais rigorosa avaliação, sempre obtendo eloquen-te aprovação. E a razão é simples: é um trabalho construtivo, regenerativo, em prol do ser humano e do que de mais nobre constituiu em sua jornada na Terra: a família.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, senhores convidados,

A UDV crê e sustenta o código ético e moral expresso nos Dez Mandamen-tos de Moisés, e vê em Jesus Cristo, Filho de Deus, o Salvador da humani-dade.

WolneyQueiroz

manidade. Sua doutrina professa

a reencarnação dos espí-ritos, com o objetivo de evolução. A cada vinda à Terra, o espírito tem a oportunidade de se apri-morar até um dia concluir sua missão.

A UDV crê e sustenta o código ético e moral expresso nos Dez Man-damentos de Moisés, e vê em Jesus Cristo, Filho de Deus, o Salvador da humanidade.

Mestre Gabriel, ao criar esta sociedade re-ligiosa, o fez com o ob-

Nos Estados Unidos, os sócios da União do Vegetal conquistaram, por unanimidade, em novembro de 2005, na Suprema Corte, o ple-no direito constitucional de exercer essa religião.

WolneyQueiroz

Temos, então, um trabalho religio-so que, como poucos, submeteu-se à mais rigorosa avaliação, sempre ob-tendo eloquente aprovação. E a razão é simples: é um trabalho construtivo, regenerativo, em prol do ser humano e do que de mais nobre constituiu em sua jornada na Terra: a família.

WolneyQueiroz

4 Disponível em: <http://www.udv.org.br/A+boa+causa+da+UDV+da+origembra+vitoria+na+Suprema+Corte+dos+EUA/Destaque/19/>.

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senhores componentes da Mesa, como coautor do pedido de realização desta sessão solene, ten-do em vista o indiscutível interesse público de que se reveste, ressalto que a parceria Estado – reli-gião, na medida em que ambos têm a missão de buscar o bem comum, pode ser benéfica.

Cada qual tem seu papel, e não podem se confundir ou se sobrepor. Mas isso não impede que estabele-çam ações conjuntas que beneficiem a comunidade.

Sobretudo ações de natu-reza social.

E aí me reporto a outro aspecto do trabalho da UDV: a beneficência, pre-sente já em sua razão so-cial, Centro Espírita Bene-ficente União do Vegetal.

São ações no campo educativo, com um pro-jeto de alfabetização de adultos, e no campo do assistencialismo, aten-dendo a comunidades de crianças e idosos. E não apenas.

Age também no campo do meio ambiente, em

sintonia com sua própria origem amazônica e sua doutrina espiritual, que vê na natureza uma das dimensões da divindade.

Para exercer essa mis-são ambiental, já que da natureza extrai o seu sacra-mento – os vegetais mariri e chacrona –, a UDV criou a Associação Novo Encan-to de Desenvolvimento Ecológico (Anede), que trabalha por uma cultura de manejo e preservação da biodiversidade.

São, pois, ações cons-trutivas, que extrapolam o âmbito religioso e se somam aos méritos de sua missão espiritual, justificando plenamente as homenagens que ora recebe desta Casa.

Sinto-me honrado com a oportunidade de diri-gir estas palavras, que espero ressoarem por todo o País, dando tes-temunho deste trabalho, que engrandece o Brasil, tornando-o porta-voz de uma mensagem sublime de Luz, Paz e Amor para toda a humanidade.

Muito obrigado. (Pal-mas.)

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DISCURSO DO MESTRE FLÁVIO MESQUISTA DA SILVA, PRESIDENTE DO CEBUDV, TRIÊNIO 2009-2011

O SR. FLÁVIO MESQUITA DA SILVA Bom dia

a todos. É uma grande emoção, uma grande feli-cidade estar aqui com to-dos vocês. Cumprimento, cumprindo o protocolo da Casa, a Sra. Presidente da Mesa, senhoras e senho-res, autoridades, Parla-mentares presentes, esti-mados amigos da União do Vegetal e das demais comunidades hoasqueiras presentes e a todos que nos assistem de alguma forma, porque, se tivésse-mos que estar todos aqui pelo querer da nossa co-munidade, provavelmente, teríamos que encher todas

as salas deste Congresso, não somente da Câmara, mas também do Senado.

Com certeza absoluta, temos muitos olhares, mui-tos corações “nos escutan-do”; é importante estar ao vivo pela TV Câmara. Nós divulgamos a sessão justa-mente porque nem todos poderiam estar presentes, inclusive os do exterior. Há pessoas, hoje, em fu-sos horários diferentes as-sistindo a esta solenidade que, para nós, é solene e sublime em função deste nosso momento de estar-mos aqui comemorando os 50 anos da União do Ve-getal nesta Casa cheia de pessoas amadas.

Quero, portanto, agra-decer a todos que fizeram possível este momento, mas, em primeiro lugar, quero agradecer a Deus, porque Deus é a vida; agradecer a minha famí-lia, em especial, aos meus pais, que me trouxeram e me conduziram nos meus primeiros passos da vida, aos meus amigos, irmãos e a todos que me recebe-ram na União do Vegetal, em 1986, quando aqui cheguei e pude receber a orientação espiritual da-queles que iniciaram com o Mestre Gabriel, alguns aqui presentes, meus ami-gos de muitos anos aos quais sou muito grato.

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Agradeço em especial à Deputada Perpétua Almeida, ao Deputado Wolney Queiroz pela re-comendação desta ho-menagem à União do Ve-getal. Agradeço a todos que fizeram com que eu estivesse presente neste momento, representando o Centro na sua adminis-tração material.

Esta sessão solene, neste plenário da Casa do Povo, na Câmara dos Deputados, tem para nós da União do Vegetal um significado simbólico dos mais expressivos, como disse, é mais que solene, é sublime. Representa o coroamento de uma longa e frequentemente árdua caminhada que começa há 50 anos na vastidão da

Floresta Amazônica, por meio de um homem sim-ples, sábio e inspirado, o seringueiro baiano José Gabriel da Costa, o nosso Mestre Gabriel.

Foi ali, na margem boli-viana do rio Abunã, no se-ringal Sunta, que, no dia 22 de julho de 1961, ele criou, tendo ao lado alguns pou-cos discípulos, sua família e sua fiel companheira, Pequenina, esta religião que representa um novo alento para a humanidade, uma nova oportunidade de religação com o Sagrado.

É uma comovente his-tória de amor ao próximo, tecida com sacrifício pes-soal, sem qualquer expec-tativa de ganhos materiais, sem qualquer patrocínio, transmitida boca – ouvido por sucessivas gerações até chegar ao dia de hoje, a esta solenidade comemora-tiva de seu cinquentenário.

A União do Vegetal nas-ceu simples e modesta, da floresta foi para Porto Velho, Rondônia, em 1965, tendo como primeira sede uma choupana de caboclo, a própria casa do Mestre, que a cedeu para as ses-sões religiosas da UDV.

Mestre Gabriel faleceu em Brasília, em setembro de 1971, aos 49 anos. Nos anos em que exerceu o seu ministério religioso, quatro na floresta e seis em Porto Velho, reuniu cerca de duas centenas de discípulos, gente modesta como ele que, mesmo sem dispor de meios materiais, cumpriu a missão de levar esta obra sagrada a todo o País e ao exterior.

Ao criar essa religião, Mestre Gabriel colocou a construção da paz como seu principal fundamen-to: unir é pacificar. E, para unir e pacificar, é preciso ter como referência a di-mensão espiritual da exis-tência; estamos aqui, mas não somos daqui, nos des-tinamos à esfera espiritual, à eternidade.

Nossa presença na Ter-ra tem como objetivo a busca do conhecimento e a União do Vegetal é uma escola, escola de espiritua-lidade, de sabedoria, e não pretendemos ser a única nem temos em relação às demais religiões qualquer ânimo competitivo; ao contrário, reconhecemos o mérito de todas as religi-

ões que pregam o bem e a existência de um só Deus. Cumprem todas uma mesma lição, de religar o homem a sua origem es-piritual, atendendo, assim, à diversidade de compres-sões da humanidade.

Temos, em relação às demais religiões que uti-lizam o chá Hoasca em seus rituais e que deno-minamos fraternalmente de irmandade hoasqueira, comportamento coopera-tivo. Buscamos unidade de ação em temas que nos são comuns, basicamente o esclarecimento junto às autoridades e à opinião pública a respeito das propriedades desse chá sagrado que comungamos em nossos rituais com o objetivo de concentração mental. Esse, aliás, tem sido um dos desafios mais constantes em nossa bus-ca de institucionalização, que começou ainda nos seus primórdios.

Em 1967, Mestre Gabriel foi preso pelas autoridades policiais de Porto Velho sob o argumento de que distri-buía um chá entorpecente. Não havia, porém, como não há até hoje, nenhum

protocolo científico que respalde aquela afirmação. Ele foi liberado e, em vez de processar os policiais que exorbitaram de suas atribuições, prendendo-o sem mandado judicial, op-tou por uma solução pací-fica: registrar a UDV e dar sequência ao seu trabalho regenerador.

As próprias autorida-des de Rondônia surpre-endiam-se ao ver pessoas que davam trabalho à so-ciedade demonstrarem profundas mudanças de comportamento depois de se associar à União do Ve-getal. Percebiam que algo de bom acontecia e deveria prosseguir, e prosseguiu.

Quase duas décadas depois, em 1985, aqui, em Brasília, o chá Hoasca, denominado por nós de Vegetal, foi incluído entre as substâncias proscritas pelo Ministério da Saúde. Novamente, a falta de co-nhecimento do que é esse chá sagrado, nosso sacra-mento religioso, levava as autoridades a um ato equi-vocado.

O então Conselho Fe-deral de Entorpecentes, o Confen, proibia o uso do

Vegetal em todo o terri-tório nacional. A UDV já contava, então, com núcle-os em quase todas as capi-tais e mais de 5 mil sócios registrados. Foi quando nos lembramos da atitude do Mestre de buscar uma solução pela via pacífica, dentro da lei e da ordem.

Fomos ao Ministério da Justiça e propusemos que o nosso trabalho fosse avaliado por especialistas. O Confen instituiu, então, uma comissão multidisci-plinar, composta por mé-dicos, psiquiatras, antro-pólogos, teólogos e outras autoridades científicas para o devido exame.

As investigações dura-ram dois anos e se esten-deram a outras religiões hoasqueiras no meio ur-bano e rural. E o resultado foi a liberação por unani-

A União do Vegetal nasceu sim-ples e modesta, da floresta foi para Porto Velho, Rondônia, em 1965, tendo como primeira sede uma choupana de caboclo, a própria casa do Mestre, que a cedeu para as sessões religiosas da UDV.

FlávioMesquitadaSilva

Temos, em relação às demais religiões que utilizam o chá Hoasca em seus ritu-ais e que denominamos fraternalmente de irmandade hoasqueira, comporta-mento cooperativo.

FlávioMesquitadaSilva

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midade do uso religioso do Vegetal e o reconheci-mento de que o trabalho religioso que fazemos é benéfico e regenerador e não causa danos à saúde. Disso já sabíamos pela pa-lavra do Mestre Gabriel e não tínhamos, como não temos, dúvida de que será sempre essa a conclusão da ciência.

clusão de 1985 e reiteran-do sua liberação também por unanimidade.

Em 2007, o órgão que substituiu o Confen, hoje Conselho Nacional de Políticas sobre Drogas, o Conad, sob pressão de segmentos religiosos e da própria mídia, instituiu grupo multidisciplinar de trabalho no âmbito do Ga-binete de Segurança Insti-tucional da Presidência da República para reavaliar o uso religioso do Vegetal. E, mais uma vez, reconhe-ceu o seu caráter benéfico, confirmando sua liberação também por unanimidade para uso ritualístico.

A União do Vegetal faz uso responsável da Hoas-ca e não aprova a sua utili-zação fora do contexto re-ligioso. Adverte também para o risco de adicioná-lo a outras substâncias, so-bretudo drogas, procedi-mento alheio ao sentido espiritual que o originou.

Em busca de oferecer segurança física, jurídica e espiritual, a UDV subs-creveu, em 1990, com as principais entidades ho-asqueiras, uma Carta de Princípios em que assu-

mia três compromissos básicos: não comercializar sob nenhuma hipótese o Vegetal; não adicioná-lo a drogas; não fazer propa-ganda de seu uso.

Já agíamos dentro da-queles compromissos dos quais não abrimos mão. O chá Hoasca, já nos ensinava o Mestre Gabriel, é uma dádiva de Deus com o sentido único e específico: favorecer a expressão mental nas ses-sões religiosas com vistas a proporcionar melhor en-tendimento da realidade espiritual. Não é um obje-to de curiosidade e quem assim o vê deve se res-ponsabilizar e responder pelo que faz, sabendo que a autorização em vigor o restringe para fins ritualís-ticos religiosos.

O Centro Espírita Bene-ficente União do Vegetal trabalha pelo desenvolvi-mento das virtudes morais, intelectuais e espirituais do ser humano. Sua doutrina nos ensina e nos orienta ao convívio fraternal, ao acata-mento das leis do País e nos oferece condições para que trabalhemos pelo nosso aperfeiçoamento pessoal.

O amor ao próximo é a base, sob o símbolo que o Mestre nos legou: Luz, Paz e Amor. Da eficácia desse trabalho dão testemunho milhares de pessoas que reequilibraram sua vida familiar, se reintegraram à sociedade, libertando-se de vícios e de desvios de comportamento.

Poucas instituições reli-giosas foram tão investiga-das em suas práticas, ritos e conteúdos doutrinários como a nossa, e não só no Brasil. Nos Estados Unidos, a União do Vege-tal necessitou suspender seus trabalhos em 1999, devido a uma ação do governo federal daquele País, que confiscou o Ve-

getal destinado àquela ir-mandade, considerando-o nocivo à saúde; portanto, acreditando que o seu uso deveria ser ilegal.

Os adeptos norte-ame-ricanos da UDV, em defe-sa de seus direitos cons-titucionais, ingressaram, então, com uma ação na Suprema Corte para re-verter aquela medida. Durante sete anos, fomos investigados, arguidos, questionados, inclusive sob aspecto teológico, em relação à consistência e à integridade em nossos trabalhos.

Ao final, o relator, juiz John Roberts, considerou, e o seu relatório foi apro-vado por unanimidade,

que, na UDV, se pratica um exercício sincero de religião.

As atividades da UDV não se restringem ao campo espiritual; agimos também na beneficência social, conforme está ex-presso no nosso próprio nome, Centro Espírita Be-neficente. E, mais uma vez, temos como modelo o pró-prio Mestre Gabriel, que deu inúmeros exemplos de solidariedade e fraternida-de, repartindo o pão, que era escasso, com os mais necessitados, fazendo o bem sem olhar a quem.

Contamos hoje com 28 unidades beneficentes em todo o País, em trabalho reconhecido pelo Estado brasileiro, que nos conce-deu, em 1999, renovando-o desde então, o título de utilidade pública federal, que igualmente recebe-mos de diversos estados e municípios da Federação.

O relatório das ações beneficentes de 2010, que anexo a este discurso para que conste nos registros desta sessão, indicam mais de 113 mil atendimentos em todo o País. Desde 2002, a alfabetização de

A União do Vegetal faz uso respon-sável da Hoasca e não aprova a sua utilização fora do contexto religioso. (...) a UDV subscreveu, em 1990, (...) uma Carta de Princípios em que as-sumia três compromissos básicos: não comercializar sob nenhuma hipótese o Vegetal; não adicioná-lo a drogas; não fazer propaganda de seu uso.

FlávioMesquitadaSilva

E assim tem sido. Desde então, o chá Hoasca foi por diversas vezes submetido a exames periciais da ciên-cia sem que reste qualquer evidência de que é nocivo à saúde física ou mental.

O próprio Confen vol-taria a examinar o uso religioso do chá em 1992, chegando à mesma con-

O Centro Espírita Beneficente União do Vegetal trabalha pelo desenvol-vimento das virtudes morais, intelec-tuais e espirituais do ser humano. Sua doutrina nos ensina e nos orienta ao convívio fraternal, ao acatamento das leis do País e nos oferece condi-ções para que trabalhemos pelo nos-so aperfeiçoamento pessoal.

FlávioMesquitadaSilva

3�PARLAMENTO REVERENCIA OS 50 ANOS DA UNIÃO DO VEGETAL

PARLAMENTO REVERENCIA OS 50 ANOS DA UNIÃO DO VEGETAL3�

jovens e adultos tornou-se nossa ação beneficente prioritária. Inicialmente, adotamos o software didá-tico-pedagógico Luz das Letras, cujos benefícios previam a inclusão digital.

Em 2010, uma parceria feita entre a Casa Brasil, da Presidência da Repúbli-ca, a Secretaria da Educa-ção do Estado do Ceará e a nossa Associação Benefi-cente Casa da União5 con-solidou o desenvolvimento de um novo software, o Luz do Saber,6 com caracterís-ticas mais avançadas que o seu antecessor.

Convém destacar que, de 2010 até hoje, foram alfa-betizadas, por meio de ser-viço voluntário de sócios da UDV, mais de 4 mil jovens e adultos. E esses números vão crescer, tendo em vis-ta a grande quantidade de multiplicadores preparados em nossas unidades benefi-centes em todo o País.

Temos ainda uma ação

voltada para a defesa do meio ambiente, a Associa-ção Novo Encanto do De-senvolvimento Ecológico, criada em 1990, que foi citada no vídeo também. Dedica-se à formação de uma cultura ecológica e de preservação da biodi-versidade.

A Novo Encanto tem por objetivo principal tra-balhar pela vida e pela paz, promovendo a cons-cientização de que o ser humano, mais do que

impor a sua dominação sobre a natureza, deve-se integrar a ela, trabalhan-do pela substituição da re-lação de consumo agres-sivo pela comunhão com esta natureza.

Executa as suas ações com base em uma Carta de Princípios e desenvol-ve programas com apoio de quase 100 monitorias centradas nos núcleos da UDV e coordenadas por membros da entidade fi-liados ao Centro.

Mais recentemente, avançamos para uma nova forma de relaciona-mento, uma cooperação técnica cujo acordo assi-naremos hoje, logo após esta sessão.

Temos, em suma, neste nosso primeiro cinquente-nário, uma densa jornada cumprida que sabemos ser ainda o início de uma caminhada que envolverá muitas e muitas gerações, enfrentando o desafio de levar a palavra do Mestre a um mundo carente de luz, de paz e de amor.

Estamos, no entanto,

confiantes de que trilha-mos o caminho certo, o caminho do bem, que nos trouxe até aqui, ao reco-nhecimento desta Câma-ra dos Deputados, que representa os anseios da cidadania brasileira. Mais que o reconhecimento ao nosso trabalho específico, a homenagem do Estado a uma instituição religiosa é sempre um gesto cons-trutivo em prol do bem comum. Nada impede que o espiritual e o material caminhem lado a lado, juntos, porém, não mistu-rados.

A história de cada dis-cípulo da União se une à história de todos que sonham e trabalham por um mundo melhor. Neste momento de tanta signifi-cação, de tantas recorda-ções e emoções para nós, hoasqueiros, quero elevar o pensamento ao grande Mestre Gabriel, pedindo que continue a nos guiar e iluminar nesta jornada espiritual.

Concluo, desejando a todos votos de Luz, Paz e Amor.

Muito obrigado. (Pal-mas.)

5 A beneficência é uma das vocações prioritárias da União do Vegetal. Em vários estados brasileiros, existem Associações Beneficentes Casa da União, entidades vinculadas à UDV que desenvolvem ações nessa área.

6 Luz do Saber é uma das principais ações da área de beneficência da UDV. O programa é um recur-so didático que contribui para a alfabetização de jovens e adultos por meio da inserção na cultura digital. A metodologia e o software são baseados primordialmente na teoria do educador Paulo Freire.

Em 2010, uma parceria feita entre a Casa Brasil, da Presidência da Re-pública, a Secretaria da Educação do Estado do Ceará e a nossa Asso-ciação Beneficente Casa da União consolidou o desenvolvimento de um novo software, o Luz do Saber, com características mais avançadas que o seu antecessor.

FlávioMesquitadaSilva

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PARLAMENTO REVERENCIA OS 50 ANOS DA UNIÃO DO VEGETAL3�

O SR. JOSÉ LUIZ DE OLIVEIRA Srs. Deputados,

Sr. Senador, Sra. amiga e comadre Pequenina, senho-res e senhoras, meus caros irmãos, eu não escrevi nada para falar, então, vou falar de improviso. Fui avisado quase de última hora.

Fico imaginando como se sentiria nosso saudoso e inesquecível Mestre Ga-briel nesse momento do cinquentenário da União do Vegetal. Uma pessoa que com muitas dificulda-des criou a União do Ve-

DISCURSO DO MESTREJOSÉ LUIZ DE OLIVEIRA, MESTRE DO CONSELHO DA RECORDAÇÃO DOS ENSINOS DO MESTRE GABRIEL

getal, reuniu seus primei-ros discípulos e iniciou um trabalho de transfor-mação na conduta desses discípulos, incentivando-os a procurar trabalhar de uma forma, com humil-dade e simplicidade, em benefício da humanidade. O propósito do Mestre Gabriel ao criar a União do Vegetal era proporcio-nar a paz a toda a huma-nidade. Vi algumas vezes ele dizer que a União do Vegetal ultrapassaria as fronteiras do nosso País e chegaria ao exterior.

A gente duvidou. Eu pelo menos duvidei, porque o grupo que estava naquele momento era de pessoas simples, de poucos recur-sos financeiros, sem con-dições quase que nenhu-ma. Eu imaginei que seria uma coisa muito difícil de acontecer. Aquele cabo-clo iniciou um trabalho por dentro dos seringais, com dificuldades chegou a Porto Velho, junto com sua família, dando início a um trabalho muitas vezes até com dificuldade para ter o que comer.

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PARLAMENTO REVERENCIA OS 50 ANOS DA UNIÃO DO VEGETAL41

Ele lutava confeccionan-do tijolos numa olaria ma-nual. Trabalhava cavan-do o barro com enxada, amassando o barro com os pés, feito com grade de madeira, preparando assim o tijolo, queimando com sacrifício, auxiliado muito de perto pelo seu filho mais velho, Getúlio. Eu presenciei muito esse trabalho, e todos nós da-quela época que iniciamos com ele presenciamos a luta e a dificuldade do Mestre Gabriel para se manter e dar continuidade ao seu serviço. Deu-nos prova de simplicidade e de grande conhecimento quando nós nos reunimos e quisemos proporcionar a ele uma mensalidade para sua remuneração, porque

ele era frágil fisicamente, e para que ele pudesse ter uma subsistência melhor e assim se dedicar mais à União do Vegetal, e ele não aceitou. Disse que os dirigentes da União do Ve-getal tinham que trabalhar por amor à causa, e não precisamos assim receber nenhuma remuneração para se dedicar à paz, à espiritualidade e às coisas boas da vida.

Precisávamos ter amor e abnegação, dando exemplo na sua conduta das coisas boas que ele nos ensinava, porque ele dizia e ensina-va para nós que queria ver a doutrina em cima dos pregadores, porque quem sabe explicar tem o dever de saber praticar. Essas coisas me fizeram traba-lhar por esta causa. Eu cheguei em 1965, tenho 46 anos de dedicação a essa obra, e foi a melhor coisa que existiu para mim, nes-sa encarnação em que es-tou. Sou feliz por estar na União do Vegetal.

Quero prestar nesse momento uma homena-gem aos meus colegas da época, que iniciaram com Mestre Gabriel, prin-

cipalmente aqueles que não estão mais entre nós, como os Mestres Modes-to, Ramos, Hilton Pereira Pinho, Santos, Cícero, Bar-tolomeu, Adamir, Manoel Nogueira, Pernambuco e Joanico, que já estão com Deus e quem sabe junto ao Mestre Gabriel, que nos fa-lou muitas coisas.

Então, quero nesse mo-mento dizer que as pala-vras do Mestre Gabriel se cumpriram, porque, quan-do ele falou que a União do Vegetal ultrapassaria as fronteiras do Brasil e chegaria ao exterior, eu duvidei, e eu já fui diver-sas vezes a muitos países levando a palavra do Mes-tre, procurando explicar as coisas dele, e sinto que para mim é uma grandio-sidade ver suas palavras confirmadas. Dizia ele que quem vivesse veria, e eu sinto muito é que ele não esteja aqui hoje para rece-ber pessoalmente essa ho-menagem encarnado em um corpo. Mas sei que ele está recebendo essa ho-menagem onde ele estiver, porque ele está aqui tam-bém entre nós irradiando a sua força, trazendo para

mim inspiração para falar dele e me dando condições de continuar nessa luta.

Desejo também falar dos meus irmãos daquela época que continuam ain-da vivos, todos de cabeça branca, os Mestres Rai-mundo Monteiro de Souza, Raimundo Carneiro Braga, Francisco Herculano de Oliveira, Raimundo Pereira da Paixão, Roberto Souto Maior, que colocaram nas

costas a responsabilidade, após o desencarnamen-to do Mestre Gabriel, de conduzir essa obra. E nos esforçamos e nos unimos para não deixar acabar ali quando o Mestre Gabriel desencarnou, em 1971. Foi sofrido para nós, mas nós, em memória desse Mes-tre, encontramos forças e arranjamos condições de dar continuidade, e hoje aqui estamos.

Precisávamos ter amor e abnega-ção, dando exemplo na sua conduta das coisas boas que ele nos ensinava, porque ele dizia e ensinava para nós que queria ver a doutrina em cima dos pregadores, porque quem sabe expli-car tem o dever de saber praticar.

JoséLuizdeOliveira

Por isso, eu peço, em nome de todos, uma sal-va de palmas ao Mestre Gabriel. (Palmas prolon-gadas.)

Quero agradecer à di-reção geral pela confiança em mim depositada para falar em nome dos meus ir-mãos; desejar a esta Mesa e aos senhores todos pre-sentes Luz, Paz e Amor, saúde e felicidade. Tenho dito. (Palmas.)

Foto histórica do Mestre Gabriel com seus discípulos

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A SRA. MESTRE P E Q U E N I N A Bom dia, senho-

res e senhoras. Hoje estou aqui nesta sessão silencio-sa (sic), e também me sa-tisfazendo com a chegada de minha filha, a conse-lheira Jandira, e de meu filho, Mestre Jair Gabriel.

Como os senhores to-dos já falaram muito sobre a União do Vegetal, tenho poucas palavras para falar, porque falaram muitas coi-sas importantes. Eu, a mi-

DISCURSO DAMESTRE PEQUENINA, MESTRE DA ORIGEM E COMPANHEIRA DO MESTRE GABRIEL

nha pessoa, fui um braço direito do Mestre Gabriel, com dois filhos meus, Mestre Jair e Jandira, para a criação dessa União. Nós não estávamos prometen-do chegar a Porto Velho. Nós estávamos com planos de ir para Salvador, mas ele achou mais importante Por-to Velho, porque em Porto Velho tinha reinado de ma-riri, reinado de chacrona. Foi um trabalho feito com grande amor. E muitas das palavras que ele disse para

mim e para outras pessoas eu estou vendo ser realiza-das. Ele falou que a União do Vegetal ia entrar nos países para dar a paz para a humanidade. Eu mes-ma não pensaria que seria uma coisa tão importante como eu estou vendo hoje; sei que é um grande tesou-ro que ele deixou na Terra. Foi um homem que deixou sua palavra na história. Por onde está a União do Vegetal tem o seu nome, porque foi um homem que

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trabalhou para tirar a hu-manidade dos erros, das drogas. Por isso que, nes-se momento, essa União é de grande valor para todos nós que somos seguidores dentro dela.

Para mim, a maior fe-licidade do mundo foi quando ele viajou e disse que ele não voltava, mas que ele tinha deixado uma grande coisa para mim e para os outros. En-tão, eu me lembrei desse tesouro na hora e disse: “Você deixou a União do Vegetal, que será minha mãe, meu pai, tudo para mim”. E nisso tudo eu es-tou vendo o valor que a União do Vegetal tem de eu ter criado meus filhos, órfãos, pequenos, sem ví-

cio, ensinando o caminho do bem para eles, porque a União do Vegetal só ensina o que é bom para nós, só ensina o que nós podemos fazer. Não é coi-sa impossível para nós.

Como os senhores to-dos já falaram, para não ter tanta repetição, essa religião tem seus símbo-los de Luz, de Paz e de Amor. Quando nós es-tamos dentro de nossa religião, temos nossas doutrinas para ensinar a humanidade, porque tudo isso foi deixado pelo nosso saudoso Mestre Gabriel, e digo que nós estamos fazendo hoje uma homenagem para o Mestre Gabriel para

ver o que é seu valor. Não podemos desconhe-cer aquele homem que esteve ensinando como nós poderíamos seguir a Deus.

Eu por aqui vou fi-cando, porque todos já disseram suas palavras. Eu falo pelos meus dois filhos que estão aqui, a conselheira Jandira e o Mestre Jair, porque são seguidores, meus filhos, e ela viajou somente para assistir a essa ses-são. Peço ao Mestre que nos dê sempre firmeza e equilíbrio na nossa vida. E que essa sessão silen-ciosa (sic) seja de Luz, de Paz e de Amor para os se-nhores todos. (Palmas.)

Foi um homem que deixou sua pala-vra na história. (...) foi um homem que trabalhou para tirar a humanidade dos erros, das drogas. Por isso que, nes-se momento, essa União é de grande valor para todos nós que somos segui-dores dentro dela.

Pequenina

Para mim, a maior felicidade do mundo foi quando ele viajou e disse que ele não voltava, mas que ele ti-nha deixado uma grande coisa para mim e para os outros. Então, eu me lembrei desse tesouro na hora e dis-se: ‘Você deixou a União do Vegetal, que será minha mãe, meu pai, tudo para mim’.

Pequenina

MENSAGEM

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Ao assistir a esta homenagem da Câmara dos De-

putados pelos 50 anos da União do Vegetal, chamo todos a elevar o pensa-mento em busca de nos unir e erguer, de mãos dadas, a bandeira da Paz, que deve ser a bandeira de todas as pessoas de bem deste mundo. Quan-do Mestre Gabriel criou a União do Vegetal, ele fez isso com o pensamento de fazer uma paz no mun-do. Esse mundo somos nós, porque a paz começa é no dia a dia de cada um de nós.

Mestre Gabriel recriou essa União com grande

sacrifício, plantou essa se-mente que hoje está fruti-ficando graças ao esforço dele e também de todos os seus discípulos. Com sua palavra, ele formou os seus primeiros discípulos e mostrou esse caminho de aperfeiçoamento espi-ritual pela prática fiel, com a constância nos deveres e o compromisso com a ver-dade. Ele previu as con-quistas e o reconhecimen-to que a União do Vegetal vinha a encontrar e, agora e sempre, temos a felicida-de de ver a sua palavra se realizar. Sou grato a todos, inclusive aos discípulos que chegaram depois de mim neste caminho e es-

tão dando sua contribui-ção para que esta Obra continue se desenvolven-do cada vez mais.

A União do Vegetal é hoje uma religião respei-tada pelo governo e pela sociedade brasileira. E esse mesmo reconheci-mento nós também já es-tamos conquistando em outros países, enquanto cresce nosso trabalho de nos tornarmos mais um instrumento da paz no mundo, de sermos todos mensageiros dessa paz e de auxiliar a construir um pedaço do paraíso aqui na Terra.

Luz, Paz e Amor a to-dos!

MENSAGEM DO MESTRE FRANCISCO HERCULANO DE OLIVEIRA, MESTRE GERAL REPRESENTANTE DO CEBUDV

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APARTES

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O SR. MAURO B E N E V I D E S (PMDB/CE. Sem

revisão do orador.) Pre-zada Presidente Perpétua Almeida, uma das autoras do requerimento de que se originou a realização desta sessão solene, juntamente com o Deputado Wolney Queiroz. Eu principio a saudação aos membros da Mesa, levando minha mensagem de admiração e de respeito ao Senador Sérgio Petecão, que repre-senta nesse momento a ele próprio, como represen-tante do Norte no Senado da República, mas também àquela Casa, nobre Sena-dor, que tive o privilégio de dirigir em década passada. Nesta sessão, percebe-se a

DISCURSO DO DEPUTADO MAURO BENEVIDES – PMDB/CE

força e, sobretudo, o poder de coordenação da União do Vegetal, que, espraian-do-se por quase todos os Estados brasileiros e alcan-çando a Europa, especial-mente a Espanha, é real-mente um movimento que se amplia e que tem uma abrangência bem significa-tiva graças à lucidez de um homem que se proclamava soldado da borracha, e eu o menciono no início desse discurso para reverenciar o seu trabalho e o seu poder de aglomeração, que foi o Mestre Gabriel, que mere-ce, portanto, essa referên-cia enfática no plenário da Casa. (Palmas.)

Desejo saudar os de-mais membros da Mesa na pessoa de Mestre Pe-

quenina, que é esposa do fundador Mestre Gabriel; o Mestre Geral Hercula-no; o Coordenador de Re-lações Institucionais Ed-son Lodi; Sr. Jair Gabriel, dirigente da UDV. Quero saudar meus colegas De-putados que aqui se en-contram, todos eles.

Posso dizer aqui que tantas vezes tenho presidi-do o Congresso Nacional, como Presidente do Sena-do Federal que fui durante dois anos, e dificilmente se vê, numa manhã de se-gunda-feira, o plenário e as galerias lotadas para teste-munhar a importância da União do Vegetal em favor da liberdade de crença e do desenvolvimento do País, criando um movi-

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mento que hoje comprova à sociedade a ponderabili-dade da sua força na pre-gação de algo que passou a infundir confiança em todos os brasileiros. É a homenagem que presto, portanto, a este movimen-to. (Palmas.)

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, o Partido do Movimento Democráti-co Brasileiro, em nome do qual compareço à presente sessão, considero de reco-nhecida importância a ini-ciativa dos Deputados Per-pétua Almeida e Wolney Queiroz, na proposição do realce ao aniversário de fundação, ocorrida ainda

a 22 de julho de 1961, do Centro Espírita Beneficen-te União do Vegetal.

Como entidade de cunho religioso, é missão da UDV contribuir para o desenvol-vimento humano, tendo por base a perspectiva de elevação dos padrões in-telectuais, bem assim das virtudes morais e espiritu-ais de cada pessoa.

Ela, aliás, rege-se por uma doutrina cristã, de cunho caracterizada-mente integrador, já que objetiva escolher todos quantos a procuram sem discriminar cor ou reli-gião, raça ou nacionalida-de, nem pela pecúnia ou condição social.

Insere-se, portanto, no rumo precioso de ado-tar um perfil claramente universalista, surgida no seio da Floresta Ama-zônica, cujas aspirações são basicamente os an-seios do mundo, assimi-láveis pelas comunidades próximas, assim como os conglomerados urbanos, para onde tende a expan-dir-se, agora, meio século após a sua fundação.

Trata-se, desta forma, de movimento que há levado

a UDV a inúmeras cidades do Brasil, já com a presença em mais de 100 delas, em quase todas as Unidades Federadas, além dos Esta-dos Unidos e da Espanha.

É aqui no Distrito Fede-ral que se encontra a Sede Geral da União do Vegetal.

Origem, passado e pre-sente da União do Vegetal remetem ao uso ritualísti-co da Hoasca, o Vegetal, em forma de chá, bebida utilizada pelos povos ama-zônicos desde a América pré-colombiana.

Em julho de 1961, com a criação da União do Ve-getal, o chá seria intro-duzido num contexto ri-tualístico muito peculiar, como veículo de concen-tração mental, a exemplo do que vimos no vídeo agora projetado.

Mestre Gabriel, em-penhadamente, buscou incutir a união e o amor ao próximo, pela crença reencarnacionista e suas implicações na evolução da espécie. Dedicou-se ao bem tanto como prática pessoal como objeto cen-tral de sua pregação.

Não por acaso que as pa-lavras Luz, Paz e Amor pas-

saram a ser adotadas como símbolo da União do Vege-tal. Portanto, todos esses fatos já foram aqui repassa-dos pela autora do requeri-mento, a nobre Deputada Perpétua Almeida, pelo Wolney Queiroz, também autor desse requerimento, e por um dos líderes do PT, Sibá Machado, e apenas agora eu me limito a desta-car que foi inspirado nesse movimento que eu gostaria

de deixar, em meu nome e em nome do PMDB, uma mensagem a todos, uma de-claração de fé no sentido de que não nos faltem as for-ças espirituais para mudar o mundo. Realmente, mu-dar o mundo para melhor para que haja sempre entre todos nós aquele sentimen-to de fraternidade, respei-tando-se as crenças.

A nossa Deputada Per-pétua Almeida se procla-

(…) foi inspirado nesse movimento que eu gostaria de deixar, em meu nome e em nome do PMDB, uma men-sagem a todos, uma declaração de fé no sentido de que não nos faltem as forças espirituais para mudar o mundo. Realmente, mudar o mundo para me-lhor para que haja sempre entre todos nós aquele sentimento de fraternida-de, respeitando-se as crenças.

MauroBenevides

mou católica e eu também o faço, mas eu exalto aqui nesse momento, diante de todos os participantes da União do Vegetal, o senti-do de liberdade de crença. Saúdo, pois, a União do Vegetal, os seus propósi-tos que acabam de ser pre-gados nesta tribuna por to-dos que me antecederam falando a essa assembleia.

Muito obrigado. (Pal-mas.)

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O SR. SIBÁ MA-CHADO (PT/AC. Sem revisão

do orador) Sra. Presidente Deputada Perpétua Almei-da, brilhantemente uma das principais parlamenta-res do nosso Estado, que já exerce seu mandato pela terceira vez consecutiva e que é um orgulho para to-dos nós; nobre Deputado Wolney Queiroz, também autor do requerimento para esta sessão solene; Senador Sérgio Petecão, do nosso Estado do Acre; Deputado Gladson; Depu-tado Mauro Benevides, que presidiu o início des-ta sessão. Quero externar nossos cumprimentos a Mestre Pequenina, esposa do Mestre Gabriel, Mes-

DISCURSO DO DEPUTADO SIBÁ MACHADO – PT/AC

tre Herculano, Edson Lodi e, em nome da comitiva do Acre, Dr. Raiz. Quero sau-dar, ainda, a cantora Mar-gareth Menezes.

Eu tinha escrito algu-mas coisas, mas queria iniciar colocando em primeiro lugar a minha impressão. Quando eu cheguei ao Acre, em abril de 1986, eu não tinha a menor informação sobre aquele Estado, e fui me deparar com essa realida-de seringueira. Então, es-ses nordestinos saíram de suas terras, ainda no final do século XIX, fugindo da cerca e da seca do Nordes-te brasileiro – terras onde o semiárido manda na cultura daquela gente –, e chegaram à Amazônia,

numa realidade comple-tamente distinta – muita chuva, muita água, flores-ta com altitude de até 50 metros –, e aprenderam a conviver com essa nova realidade. E a marca era a da dispersão no meio da mata, a marca era a da dispersão. As pessoas não podiam se reunir. Havia uma cultura de que eles não podiam sequer produ-zir o seu próprio alimento, tinham que comprar tudo do seu fornecedor, cha-mado lá ainda de “patrão”, “dono do barracão” e as-sim por diante.

Mas a gente tem ma-nia de achar que manda no nosso destino, e eu acredito que essas lide-ranças que encontraram

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na ayahuasca esse modo de pensar e de viver deve-riam também ter recebido um chamado de Deus. E se descobre isso, com os indígenas locais, e daí se começa uma propagação e hoje nós estamos aqui, de-pois de todas as barreiras enfrentadas, porque, em primeiro lugar, se diz que, quanto mais os pobres dão um passo à sua frente, mais eles são desprezados; em segundo lugar, são tra-tados com preconceito e, se avançarem ainda mais, até como caso de polícia, sendo agredidos física e psicologicamente. E não foi diferente da história

de Mestre Gabriel, que passou por tudo isso. Teve que enfrentar a polícia, foi preso e assim por diante. E agora podemos brindar esse momento em que a ciência consegue provar para todos que estamos diante de uma novidade que vai muito além de um contato físico. Estamos tra-balhando por um modo de pensar para o Brasil e para o mundo. Saiu do Acre, foi para Rondônia, de Rondô-nia para Brasília e de Bra-sília até para os Estados Unidos e a Espanha.

Luz, Paz e Amor. Três virtudes adotadas pela União do Vegetal como símbolos do entendi-mento, da convivência harmoniosa e fraterna entre as pessoas. A dou-trina do Vegetal, basea-da nos ensinamentos do Mestre Jesus Cristo, se revela uma contribuição expressiva na formação da sociedade brasileira, nos dias de hoje, tão ca-rente de espiritualidade, valores morais, tolerân-cia, respeito das diferen-ças de cor, credo ou na-cionalidade.

Desde o dia 22 de julho

de 1961, quando o baiano de nascimento José Ga-briel da Costa, o Mestre Gabriel, fundou a União do Vegetal no Acre, para onde tinha ido com a fa-mília como soldado da borracha, passou a reunir seus primeiros seguido-res, unindo o consumo do chá Hoasca com os ensinamentos da doutrina espiritual, voltada para o amor ao próximo e a prá-tica do bem.

De lá para cá, a socieda-de religiosa se expandiu para mais de 100 cidades brasileiras, contando com 15 mil filiados, chegando também aos Estados Uni-dos e à Espanha.

Mas as comemorações desses 50 anos não devem esconder os sacrifícios feitos por Mestre Gabriel e seus seguidores neste meio século. Discrimina-ções, perseguições, acu-sações infundadas, sus-pensão das atividades do Vegetal nos anos 70 e até a prisão de Mestre Gabriel são exemplos das dificul-dades enfrentadas pelos pioneiros para chegarmos à liberdade e ao cresci-mento dos dias de hoje.

O cipó mariri e as folhas da chacrona ampliaram a percepção dos seguidores de Mestre Gabriel para além de sua condição hu-mana, atingindo a sabe-doria do mundo espiritual para superar todos os pre-conceitos contra sua dou-trina. A atitude tolerante com os outros grupos existentes na sociedade, a união de seus membros,

sedimentada pelos encon-tros de fé, de trabalho, de ajuda mútua, da prática do bem, fizeram a fortaleza dos fracos e elevaram os ensinamentos da União do Vegetal, transmitida para milhares de pessoas.

Em nome do Partido dos Trabalhadores e da população acreana, cujos interesses represento nes-ta Casa, cumprimento os

Luz, Paz e Amor. Três virtudes ado-tadas pela União do Vegetal como símbolos do entendimento, da convi-vência harmoniosa e fraterna entre as pessoas. A doutrina do Vegetal, base-ada nos ensinamentos do Mestre Je-sus Cristo, se revela uma contribuição expressiva na formação da sociedade brasileira, nos dias de hoje, tão caren-te de espiritualidade, valores morais, tolerância, respeito das diferenças de cor, credo ou nacionalidade.

SibáMachado

dirigentes do Centro Es-pírita Beneficente União do Vegetal, seus mestres e seguidores espalhados por todo o Brasil pelo cin-quentenário de sua funda-ção, desejando vida longa a esta sociedade religiosa que tanto bem vem fazen-do para as famílias brasi-leiras.

Muito obrigado. (Pal-mas.)

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O SR. GLADSON CAMELI (PP/AC. Sem revisão

do orador) Sra. Presiden-te, quero cumprimentar o Deputado Federal do meu Estado, Sibá Machado, o Deputado Federal Wolney Queiroz, o Senador Sérgio Petecão, o Deputado Mau-ro Benevides e a S. Exa., que está presidindo esta sessão, Deputada Perpé-tua Almeida.

Antes de iniciar meu discurso, quero cumpri-mentar todos os cidadãos acreanos que estão nos assistindo neste momen-to, em especial os meus primos, de Cruzeiro do Sul, James Cameli e Se-bastião Cameli, e o meu amigo Chico, conhecido

DISCURSO DO DEPUTADO GLADSON CAMELI – PP/AC

como Chico Gatão.Sinto-me a um só tem-

po honrado e responsável ao participar desta sessão solene em homenagem aos 50 anos do Centro Es-pírita Beneficente União do Vegetal.

Faço-o na condição de Presidente da Comissão Amazônia, Integração Na-cional e Desenvolvimento Regional e, como tal, sin-to-me honrado, porque esta é uma oportunidade de disseminar informa-ções sobre o uso da Hoas-ca, ou Vegetal, que é como se denomina o chá feito com dois vegetais nativos da Amazônia: o cipó mariri e a folha chacrona.

O Vegetal é, sem dúvi-da, um significativo patri-

mônio imaterial da cultu-ra brasileira, cujo berço é a floresta; por outro lado, sinto-me responsá-vel, porque, ao fazer esta homenagem, posso con-tribuir no sentido de que, oxalá, em futuro próxi-mo, esse patrimônio pos-sa ser reconhecido pelo Estado brasileiro.

Esse reconhecimento do Vegetal como patrimô-nio imaterial pelo Estado já existe, por exemplo, no Peru, onde, pela lei, bus-ca-se proteger o uso tradi-cional e o caráter sagrado do ritual da ayahuasca, diferenciando-o de usos ocidentais descontextuali-zados, consumistas e com propósitos comerciais.

No Brasil, o pleito não

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é novo, e acreditamos que a informação e o debate são elementos fulcrais para seu atendimento. Ao homenagear o cinquente-nário do Centro Espírita Beneficente União do Ve-getal, que usa a Hoasca em seus rituais, esta Casa dissemina a informação e fomenta o debate, Sra. Presidente.

Cumprimento, pois, a nobre Deputada Perpétua Almeida pela iniciativa de subscrever o requerimento que possibilitou a realiza-ção desta sessão solene, tão oportuna e esclarecedora.

Há de se considerar que o uso do chá Hoasca pelos povos amazônicos remonta aos períodos anteriores ao descobri-mento da América e que, durante séculos, esse uso não se ligou a nenhum ri-tual específico ou mesmo

a uma doutrina espiritual comum. Orientavam esse uso os chamados mestres da curiosidade.

Em 1961, José Gabriel da Costa, o Mestre Ga-briel, depois de fazer uso do chá pelas mãos do Mestre Chico Lourenço e de reconhecer sua missão espiritual, iniciou a distri-buição da Hoasca em ritu-ais, como forma de afirmar que a verdade é uma só e que pela evolução espiritu-al a humanidade pode ter acesso a ela.

Assim, em 22 de julho daquele ano, foi fundada a União do Vegetal, hoje denominada Centro Espí-rita Beneficente União do Vegetal, sociedade religio-sa que homenageamos. Utilizando a Hoasca como veículo de concentração mental, a entidade instau-

rou a tradição da transmis-são oral de sua doutrina espiritual, voltada para o amor ao próximo e a prá-tica fiel do bem, de acordo com os princípios da evo-lução reencarnacionista e em comunhão com os en-sinamentos cristãos.

A entidade surgiu no Acre e disseminou-se ini-cialmente na floresta, mas sua doutrina alcança atual-mente 15 mil filiados, em todos os estados do Brasil, e também além das frontei-ras nacionais, nos Estados Unidos e na Espanha.

Com sede central em Brasília, o Centro Espíri-ta Beneficente União do Vegetal tem como objeti-vo maior contribuir para o desenvolvimento humano, com o aprimoramento de suas qualidades intelectu-ais e suas virtudes morais

e espirituais, sem distin-ção de qualquer natureza. Em tempos de intolerân-cia, esta é uma qualidade louvável, Sras. e Srs. De-putados.

Reconhecida como en-tidade de utilidade pública federal desde 1999, a insti-tuição destaca-se por suas ações de beneficência, especialmente no âmbito educacional, e também

Ao homenagear o cinquentenário do Centro Espírita Beneficente União do Vegetal, que usa a Hoasca em seus rituais, esta Casa dissemina a in-formação e fomenta o debate(...).

GladsonCameli

Reconhecida como entidade de uti-lidade pública federal desde 1999, a instituição destaca-se por suas ações de beneficência, especialmente no âmbito educacional, e também por suas ações ambientais (…).

GladsonCameli

por suas ações ambientais, como compostagem e reci-clagem de lixo, aplicação de sistemas agroflorestais e permaculturais, plantio de espécies arbóreas, pre-servação de nascentes e de áreas protegidas por lei.

Como se vê, não pode-ria ser mais oportuna esta homenagem, sobretudo porque temos aqui a opor-tunidade de reivindicar,

ao encontro do anseio dos integrantes da nossa ho-menageada, o reconheci-mento do Estado brasilei-ro de que a Hoasca é um patrimônio imaterial da nossa cultura que, como tal, deve ser preservado e conhecido.

Parabéns a todos. Dese-jo Luz, Paz e Amor.

Muito obrigado. (Pal-mas.)

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O SR. ANDRÉ VAR-GAS (PT/PR. Sem revisão do

orador.) Quero saudar a nossa Presidente e pro-ponente desta importante audiência, Deputada Per-pétua; Deputado Wolney; até há pouco tempo Depu-tado Sérgio Petecão, ago-ra Senador; meus amigos, minhas amigas, peço des-culpas por ter chegado em cima da hora, tive proble-mas de voo. Não sei se foi citado aí, Perpétua, mas o Paraná está presente, que é o meu Estado. O Brasil todo, é isso mesmo, e fora do Brasil.

Queria, inicialmente, dizer que não sou profun-do conhecedor do Centro

DISCURSO DO DEPUTADO ANDRÉ VARGAS – PT/PR

Espírita União do Vegetal. Sou kardecista, meu nome é André Vargas, mas An-dré Luiz vem das obras de Chico Xavier, e nesta Casa sempre temos identifica-do inúmeros parlamen-tares sintonizados com a causa da fraternidade, com a causa da concilia-ção, da paz e também com a discussão aberta sobre os temas mais essenciais da humanidade: de onde viemos, para onde vamos e fundamentalmente o que estamos fazendo aqui. Esse é o verdadeiro senti-do da vida. Essas respos-tas são fundamentais para a nossa vida. E, se são fundamentais para a nossa vida, também são funda-

mentais para o exercício do mandato.

Aqui somos 513 Depu-tados e 81 Senadores, nem sempre os meios de comu-nicação destacam as vota-ções, os inúmeros proje-tos que mudam, e mudam para melhor, e procuram acima de tudo o sentido do progresso da vida dos nossos cidadãos e cidadãs brasileiras. Mas, como eu disse, a orientação espiri-tualista é fundamental, é essencial, ela dá o sentido verdadeiro da política, dá o sentido mais amplo da política.

Eu venho aqui não como conhecedor – meu pai, sim, já conhece um pouco mais –, mas como amigo

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também, e procurado pelo Vladi, que é Mestre, des-culpe-me não me referen-ciar com todos os títulos merecidos, para dizer que estamos aqui e devemos protocolar nos próximos dias o Dia da Conciliação e da Paz, o dia do cinquente-nário da União do Vegetal. (Palmas.)

Já em Londrina, quan-do Vereador, apresentei a Semana Municipal da Paz, não na data coincidente do dia 22 de julho; quando Deputado Estadual, no Pa-raná, nós fizemos uma lei que funciona até hoje, que é a Semana Estadual da Paz. E agora, aqui no Con-gresso Nacional, temos uma proposta nesse senti-do e estamos adaptando-a

para fazer uma conciliação numa proposta só. Porque é claro que, quando olha-mos para trás, na história da humanidade, nós ve-mos que a história é escri-ta nem sempre por aqueles que fizeram o bem. Gandhi não é tão lembrado quanto Duque de Caxias, quanto os generais. A história da guerra marca mais; todos os nossos filhos, quan-do entram na escola, têm que responder que dia foi a Guerra do Paraguai, a Guerra de Secessão, nos Estados Unidos, a Primei-ra Guerra Mundial, a Se-gunda Guerra Mundial, enfim, e nós precisamos de um movimento no País e no mundo para nós iden-tificarmos e projetarmos e falarmos mais dos nossos heróis pacifistas, daqueles que foram os verdadeiros heróis. (Palmas.) E entre eles há aqueles conheci-dos, aqueles que se pro-jetaram efetivamente, que conseguiram superar a barreira da grande mídia, podemos dizer assim, e se projetaram, como es-ses que eu citei aqui – é claro que Jesus é o maior deles –, mas aqueles anô-

nimos, aqueles que todo dia fazem da conciliação, da paz, da prática da fra-ternidade, de demonstrar o verdadeiro sentido da vida. Nós, como disse o Vladi, estamos aqui, mas não somos daqui, viemos do plano espiritual e para lá voltaremos, numa passa-gem muito rápida, aliás em muitas passagens, mas mui-tos anonimamente promo-vem a paz, praticam a paz, a caridade, a fraternidade.

Eu, particularmente, te-nho um testemunho a dar. Meu pai é um espiritualista, o nome dele é José Ilário, conhece o Pila lá em Lon-drina, que organiza esse trabalho, mas eu tenho um testemunho partidário até, Petecão. Um companhei-ro nosso, de partido, de Telêmaco Borba, um bom companheiro, um militante daquele não será Vereador, não será Prefeito, está lá todo dia, gosta de política, mas ele era uma pessoa que dificilmente conseguia dialogar. E você sabe que a política é feita de diálogo. E eu, há uns dois anos, mais ou menos, comecei a ver esse amigo, Cláudio Luna – deve estar assistindo,

quero fazer uma homena-gem a ele – e perguntei: “O que está acontecendo com você? Está mais cal-mo, mais sereno”. Parecia que ele tinha um vulcão dentro de si. Muitas vezes nós éramos obrigados a administrar conflitos co-tidianamente, e a cidade é uma cidade importante também do Paraná. E ele me disse: “Eu estou indo em Maringá, estou indo num centro espírita.” “Que bom, eu conheço os centros espíritas em Maringá.” Eu conheço todos os centros, eu fui Vice-Presidente da União Regional Espírita daquela região, eu sou de Londrina, participei da Fe-deração Espírita, depois ti-vemos um distanciamento. A própria política nos leva a dificuldades de conciliar duas situações de estrutu-ras. Procurei saber qual. Ele não me falava bem, e outro amigo, que deve estar aqui, não sei se o Rogério está aqui, do Paraná, que sempre está conosco, que é uma pessoa muito próxima, disse: “Eu estou fazendo um trabalho em Maringá”. E eu perguntei: “O Cláudio está indo lá? Tá”. Aí eu tive a

saída. Foi a União do Vege-tal que conseguiu pacificar aquele bom coração, que tem muito a prestar para o Paraná, para Telêmaco Borba, como vocês têm fei-to, muito mesmo, para que todos nós que temos nos-sas dificuldades espirituais possamos administrar as dificuldades e potencializar o infindável potencial que todos temos para o bem, para a paz, para a fraterni-dade, para o progresso e para a felicidade.

(...) nesta Casa sempre temos iden-tificado inúmeros parlamentares sinto-nizados com a causa da fraternidade, com a causa da conciliação, da paz e também com a discussão aber-ta sobre os temas mais essenciais da humanidade: de onde viemos, para onde vamos e fundamentalmente o que estamos fazendo aqui. Esse é o verdadeiro sentido da vida.

AndréVargas

Por isso, nos 50 anos da União do Vegetal, venho aqui dar um abraço frater-no. Falei com o líder Cân-dido Vaccarezza que falaria em nome do governo, por-que, sem dúvida nenhuma, são instituições de todos os matizes religiosos, que de boa fé praticam o bem, divulgam o cristianismo. É nesse caminho que vamos construir um Brasil e um mundo realmente feliz.

Viva a União do Vege-tal. (Palmas.)

��PARLAMENTO REVERENCIA OS 50 ANOS DA UNIÃO DO VEGETAL

PARLAMENTO REVERENCIA OS 50 ANOS DA UNIÃO DO VEGETAL��

O SR. SENADOR SÉRGIO PETE-CÃO (PSD/AC)

Presidenta Perpétua, que-ro saudar o Mestre Jair, o Deputado Wolney Quei-roz, o Mestre Edson Lodi, nossa querida Mestre Pe-quenina, meu amigo Mes-tre Herculano.

Meus amigos, queria dizer da minha alegria de participar desta sessão solene. Eu queria parabe-nizar a iniciativa da Depu-tada Perpétua e do Wol-ney, do Gladson, do Sibá, Deputados que marcaram esse momento histórico dos 50 anos da União do Vegetal. A Perpétua e o Wolney foram muito feli-zes em seus discursos, e

DISCURSO DO SENADOR SÉRGIO PETECÃO – PSD/AC

eu não vou fazer discur-so, eu vou falar da minha vida e do que conheço da União do Vegetal.

Eu conversava com o Mestre Edson Lodi e dizia a ele que não ia fazer dis-curso, porque já disseram tudo. Ele disse: “Conte uma passagem sua lá pela União”, e eu vou contar aqui. Eu, um belo dia, esta-va em campanha eleitoral pelo interior do Acre e fui à cidade de Jordão. Lá não tem muitos hotéis, e o ho-tel estava lotado, devia ter uns cinco apartamentos, então eu dormi no quar-tel da Polícia Militar. O Comandante, o Sargento Roberto, meu amigo, me acomodou. Eu perguntava

para ele como é que esta-va a situação da segurança no Jordão, como estava a vida no Jordão. Ele dizia para mim que o Jordão era tranquilo, que o acesso era muito difícil, e estava tran-quilo: “O problema daqui era o alcoolismo. Apareceu uma tal de União do Vege-tal aqui...”, começou ele a me explicar. É que lá (em Jordão) o pessoal tomava muito álcool. Eles mistu-ram o álcool com água, e chamam de estampa azul. E continuou me contando: “O pessoal tomava muito álcool, mas, com a chegada dessa tal da União do Vege-tal aqui, o pessoal estava abandonando o álcool e indo para a União do Vege-

��PARLAMENTO REVERENCIA OS 50 ANOS DA UNIÃO DO VEGETAL

PARLAMENTO REVERENCIA OS 50 ANOS DA UNIÃO DO VEGETAL��

tal”. E eu perguntei: “Que União é essa?” E ele disse: “Eu não sei, mas eu sei que eles ganham o mato, tra-zem um cipó e umas folhas, misturam num chá, e o pes-soal está tudo abandonan-do a cachaça aqui. Quem está com raiva deles são os donos dos bares, que estão todos quebrando”.

Eu estou contando essa passagem apenas para fazer um agradecimento, em meu nome, em nome do meu Estado. Eu co-nheço um pouco do tra-balho da União, conheço alguns núcleos, o Projeto Santa Luzia, onde se está começando um trabalho da União do Vegetal, e eu vejo as dificuldades das pessoas que ali trabalham, mas, ao mesmo tempo, com muito amor, com muita alegria, dedicando um pouco de si para aju-dar aquelas pessoas, prin-cipalmente as mais humil-des... Isso é muito legal, isso me anima muito. Isso me deixa feliz.

Eu já vi aqui neste ple-nário se prestarem mui-tas homenagens, mas eu confesso, eu falava para o Paulo Tarso, que nunca vi

uma sessão tão prestigia-da, uma sessão com uma participação tão grande como estou vendo aqui. Acho que isso é o mínimo que podemos oferecer à União do Vegetal nesses 50 anos de serviços pres-tados ao povo brasileiro.

Lá no meu Estado, essa história começou com uma pessoa por quem eu tenho um carinho muito grande, o Mestre Luiz Máximo, que todos vocês conhe-cem, a conselheira Aldaísa, um casal maravilhoso. E ele conta aquela história da doença que ele curou e ficou sadio, que levou aquela garrafa de chá para Rio Branco e hoje a União está lá, com vários núcleos, cada um mais belo que o

outro. Um trabalho social maravilhoso. Quantas pes-soas nós conhecemos que foram puxadas, resgatadas pelo trabalho feito hoje no meu Estado? E tenho certeza de que não é dife-rente em outros Estados. Vejo aqui todos os Estados brasileiros representados, mas eu fico muito feliz quando posso dar o meu depoimento. Onde posso, tenho dito que a União do Vegetal presta um grande trabalho ao meu Estado e ao meu País.

Então, eu queria aqui, em meu nome, em nome do Senado Federal, para-benizar o Mestre Hercula-no, que hoje está à frente, essa pessoa humilde. Eu fico preocupado em citar

algumas pessoas, e tem tanta gente boa para ser ci-tada, mas não poderia dei-xar de citar o Mestre Bra-ga, que é uma pessoa por quem tenho um carinho e um respeito muito grande, pela forma dele, por aquele jeito delicado dele (risos), e

Eu já vi aqui neste plenário se pres-tarem muitas homenagens, mas eu confesso (...) que nunca vi uma ses-são tão prestigiada, uma sessão com uma participação tão grande como estou vendo aqui. Acho que isso é o mínimo que podemos oferecer à União do Vegetal nesses 50 anos de serviços prestados ao povo brasileiro.

SérgioPetecão

dizer ao Mestre Braga que tenho um carinho muito especial por ele. Já parti-cipei de várias sessões di-rigidas pelo Mestre Braga e fico muito feliz em vê-lo participando desta sessão aqui na Câmara.

Meus amigos, meus ir-

mãos, conselheiros, con-selheiras, mestres, Mes-tre Pequenina, que está aqui presente, estou muito honrado de também parti-cipar dessa família bonita, essa família bela que é a União do Vegetal.

Parabéns! (Palmas.)

�0PARLAMENTO REVERENCIA OS 50 ANOS DA UNIÃO DO VEGETAL

PARLAMENTO REVERENCIA OS 50 ANOS DA UNIÃO DO VEGETAL�1

Plenário de pé ouve o Hino Nacional e homenageia a União do Vegetal

�2PARLAMENTO REVERENCIA OS 50 ANOS DA UNIÃO DO VEGETAL

PARLAMENTO REVERENCIA OS 50 ANOS DA UNIÃO DO VEGETAL�3

Ao longo de 2011, ano em que in-teirou 50 anos de

fundação, a União do Ve-getal recebeu 83 ações de reconhecimento do Poder Público brasileiro ao seu trabalho em benefício do ser humano. Diferente-mente do que acontecia até então, quando repre-sentantes do Centro se dirigiam às autoridades constituídas do País para prestar esclarecimentos sobre o trabalho da UDV, desta vez foram as autori-dades brasileiras, de for-ma quase unânime, que

UDV RECEBE 83 HOMENAGENS EM SEUS 50 ANOS

convidaram a União do Vegetal para reconhecer o trabalho benéfico que ela vem realizando.

Além da Câmara Fede-ral, também se congratu-laram com a UDV 15 As-sembleias Legislativas, 31 Câmaras Municipais, uma Prefeitura e um Tribunal Regional do Trabalho, to-talizando 49 instituições públicas a reconhecer os benefícios da União do Vegetal à sociedade. Fo-ram realizadas 38 sessões solenes em homenagem aos 50 anos da religião, nas quais Deputados e

Vereadores apresentaram 17 projetos de lei reconhe-cendo 22 de julho como o Dia da Paz e da Concilia-ção.

Além disso, foi feita a entrega de placas e diplo-mas ao Centro e a diversos sócios que contribuíram para o engrandecimen-to da UDV ao longo dos anos. Tudo isso fortale-ce ainda mais o trabalho pela institucionalização da União do Vegetal e sua luta pelo reconhecimento do uso responsável do chá Hoasca, de maneira séria, em contexto religioso.

�4PARLAMENTO REVERENCIA OS 50 ANOS DA UNIÃO DO VEGETAL

PARLAMENTO REVERENCIA OS 50 ANOS DA UNIÃO DO VEGETAL�5

MAPA DAS HOMENAGENS À UDV

HOMENAGEMFEDERALLocal Reconhecimento

Brasília(Câmara Federal)

• Realizada sessão solene em homenagem aos 50 anos da UDV• Apresentado projeto tornando 22 de julho o Dia da Paz e da

Conciliação em nível nacional

HOMENAGENSESTADUAISLocal Reconhecimento

Acre(Assembleia Legislativa)

• Sessão solene em homenagem aos 50 anos da UDV

Alagoas(Assembleia Legislativa)

• A Assembleia Legislativa realizou sessão em conjunto com a Câmara Municipal de Maceió em homenagem aos 50 anos da UDV

Amazonas(Assembleia Legislativa)

• Sessão solene em homenagem aos 50 anos da UDV• Homenagens a quatro sócios da UDV no Estado• 22/7 é o Dia da Paz e da Conciliação no Estado desde

2010Bahia(Assembleia Legislativa)

• Sessão solene em homenagem aos 50 anos da UDV

Ceará(Assembleia Legislativa)

• Sessão solene em homenagem aos 50 anos da UDV

EspíritoSanto(Assembleia Legislativa)

• Sessão solene em homenagem aos 50 anos da UDV• Entrega de placa em homenagem aos 50 anos da UDV• Entrega de diplomas a cinco pessoas que contribuíram

para o desenvolvimento da religião no EstadoMatoGrosso(Assembleia Legislativa)

• Sessão solene em homenagem aos 50 anos da UDV

MatoGrossodoSul(Assembleia Legislativa)

• Sessão solene em homenagem aos 50 anos da UDV• Homenageadas 13 pessoas que contribuíram para o

desenvolvimento da UDV no EstadoMatoGrossodoSul(Tribunal Regional do Trabalho)

• A UDV recebeu a Ordem Guaicurus do Mérito Judiciário do Trabalho – homenagem do TRT a cidadãos e entidades que se destacaram na prestação de serviços à sociedade

Pará(Assembleia Legislativa)

• Sessão solene em homenagem aos 50 anos da UDV• Proposto 22/7 como o Dia da Paz e da Conciliação no

Pará• Apresentado projeto propondo título de Utilidade Pública

EstadualParaná(Assembleia Legislativa)

• Criada lei que institui 22/7 como o Dia da Paz e da Conciliação no Estado do Paraná

• Sessão solene em homenagem aos 50 anos da UDVPiauí(Assembleia Legislativa)

• Sessão solene em homenagem aos 50 anos da UDV

RiodeJaneiro(Assembleia Legislativa e Câmara de Vereadores)

• Assembleia Legislativa: entrega de Moção de Louvor e Reconhecimento pelo trabalho beneficente e assistencial da UDV

• Câmara Municipal: entrega de Moção de Louvor e Reconhecimento pelos 50 anos de criação

• Entrega de Moção de Louvor e Congratulações da Assembleia Legislativa e de Moção de Louvor e Reconhecimento da Câmara Municipal a um dos fundadores da UDV

Rondônia(Assembleia Legislativa)

• Sessão solene em homenagem aos 50 anos da UDV

Roraima(Assembleia Legislativa)

• Sessão solene em homenagem aos 50 anos da UDV• Criada a lei que considera 22/7 como o Dia da Paz e da

Conciliação em todo o Estado• Declarados de Utilidade Pública os núcleos Estrela do

Oriente e Boa VistaSãoPaulo(Assembleia Legislativa)

• Sessão solene em homenagem aos 50 anos da UDV

��PARLAMENTO REVERENCIA OS 50 ANOS DA UNIÃO DO VEGETAL

PARLAMENTO REVERENCIA OS 50 ANOS DA UNIÃO DO VEGETAL��

HOMENAGENSMUNICIPAISLocal Reconhecimento

AlmiranteTamandaré(PR)(Câmara de Vereadores)

• Inserido 22/7 como o Dia da Paz e da Conciliação no calendário municipal

AltaFlorestaD’Oeste(RO)(Câmara de Vereadores)

• Sessão solene em homenagem aos 50 anos da UDV

Araçariguama(SP)(Câmara de Vereadores e Prefeitura Municipal)

• Encaminhado projeto que torna 22/7 o Dia da Paz e da Conciliação

• Aprovada Moção de Cumprimentos à UDV• O Prefeito, a Primeira-Dama, a Secretária de Assistência

Social, o Presidente da Câmara e uma Vereadora visitaram o núcleo Samaúma no dia 22/7/2011

Caldas(MG)(Câmara de Vereadores)

• Sessão solene em homenagem aos 50 anos da UDV• Entrega do título de Utilidade Pública ao núcleo Rainha

das ÁguasCaruaru(PE)(Câmara de Vereadores)

• Sessão solene em homenagem aos 50 anos da UDV

ChapadãodoCéu(GO) (Câmara de Vereadores)

• Vereadores assistiram à palestra sobre “A visão bioquímica do Vegetal”, ministrada por médicos do Departamento Médico-Científico (Demec) da UDV

CoronelFabriciano(MG)(Câmara de Vereadores)

• Aprovado 22/7 como o Dia da Paz e da Conciliação

CruzeirodoSul(AC)(Câmara de Vereadores)

• Sessão solene em homenagem aos 50 anos da UDV• Moção de Aplausos à UDV• Apresentado projeto instituindo 22/7 como o Dia da Paz e

da Conciliação• Palestra médica sobre a inofensividade do chá Hoasca

Divinópolis(MG)(Câmara de Vereadores)

• Menção Congratulatória pelos 50 anos de fundação do CEBUDV

Feijó(AC)(Câmara de Vereadores)

• Sessão solene em homenagem aos 50 anos da UDV

Guajará-Mirim(RO)(Câmara de Vereadores)

• Sessão solene em homenagem aos 50 anos da UDV• Moção de Aplausos à UDV

Ilhéus(BA)(Câmara de Vereadores)

• Sessão solene em homenagem aos 50 anos da UDV

Ipatinga(MG)(Câmara de Vereadores)

• Aprovada Moção de Aplausos à UDV pelos 50 anos• Projeto de inserir 22/7 como o Dia da Paz e da

Conciliação em fase de elaboraçãoJoaçaba(PR)(Câmara de Vereadores)

• Sessão solene em homenagem aos 50 anos da UDV• Aprovado o dia 22/7 como o Dia da Paz e da Conciliação

JoãoPessoa(PB)(Câmara de Vereadores)

• Sessão solene em homenagem aos 50 anos da UDV

Jordão(AC)(Câmara de Vereadores)

• Sessão solene em homenagem aos 50 anos da UDV

LagoadaPrata(MG)(Câmara de Vereadores)

• Sessão solene em homenagem aos 50 anos da UDV• Aprovado 22/7 como o Dia da Paz e da Conciliação no

município• Realizada Moção de Aplausos à UDV• Entrega de diploma ao Presidente da Diretoria Geral

Maceió(AL)(Câmara de Vereadores e Assembleia Legislativa do Estado)

• Homenagem feita em conjunto com a Assembleia Legislativa do Estado pelos 50 anos da UDV

MachadinhoD’Oeste(RO)(Câmara de Vereadores)

• Sessão solene em homenagem aos 50 anos da UDV

Mairiporã(SP)(Câmara de Vereadores)

• Sessão solene em homenagem aos 50 anos da UDV• Homenagem à UDV pelo trabalho dos núcleos São João

Batista (Utilidade Pública Municipal), Rei Divino e Menino Galante

MarechalDeodoro(AL) (Câmara de Vereadores)

• Sessão solene em homenagem aos 50 anos da UDV

Natal(RN)(Câmara de Vereadores)

• Sessão solene em homenagem aos 50 anos da UDV

QuatroBarras(PR)(Câmara de Vereadores)

• Sessão solene em homenagem aos 50 anos da UDV• Entrega de placa comemorativa à UDV• Aprovado 22/7 como o Dia da Paz e da Conciliação

RiodeJaneiro(RJ)(Câmara de Vereadores e Assembleia Legislativa)

• Câmara Municipal: entrega de Moção de Louvor e Reconhecimento pelos 50 anos de criação

• Assembleia Legislativa: entrega de Moção de Louvor e Reconhecimento pelo trabalho beneficente e assistencial da UDV

• Entrega de Moção de Louvor e Congratulações da Assembleia Legislativa e de Moção de Louvor e Reconhecimento da Câmara Municipal a um dos fundadores da UDV

SantanadoParaíso(MG)(Câmara de Vereadores)

• Concessão do título de Utilidade Pública Municipal ao núcleo Santana do Paraíso

SãoPaulo(SP)(Câmara de Vereadores)

• Sessão solene em homenagem aos 50 anos da UDV

Sobral(CE)(Câmara de Vereadores)

• Sessão solene em homenagem aos 50 anos da UDV• Instituído 22/7 como o Dia da Paz e da Conciliação

Tarauacá(AC)(Câmara de Vereadores)

• Sessão solene em homenagem aos 50 anos da UDV• Instituído 22/7 como o Dia da Paz e da Conciliação

Tefé(AM)(Câmara de Vereadores)

• Sessão solene em homenagem aos 50 anos da UDV• CEBUDV reconhecido como de Utilidade Pública

Municipal• Criado o Dia da Paz e da Conciliação no município em

22/7

Timóteo(MG)(Câmara de Vereadores)

• Aprovado 22/7 como o Dia da Paz e da Conciliação

Ubá(MG)(Câmara de Vereadores)

• Moção de Congratulações e Aplausos à UDV

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PARLAMENTO REVERENCIA OS 50 ANOS DA UNIÃO DO VEGETAL��

REPORTAGENS EXIBIDAS

�0PARLAMENTO REVERENCIA OS 50 ANOS DA UNIÃO DO VEGETAL

PARLAMENTO REVERENCIA OS 50 ANOS DA UNIÃO DO VEGETAL�1

Jornalimpresso–JornaldaCâmara12/7/2011 – Homenagem

Internet–SitedaCâmara12/7/2011 – Homenagem

�2PARLAMENTO REVERENCIA OS 50 ANOS DA UNIÃO DO VEGETAL

PARLAMENTO REVERENCIA OS 50 ANOS DA UNIÃO DO VEGETAL�3

Jornalimpresso–FolhadeRondônia10/11/2011 – Homenagem

Jornalimpresso–FolhadeRondônia10/11/2011 – Homenagem

�4PARLAMENTO REVERENCIA OS 50 ANOS DA UNIÃO DO VEGETAL

PARLAMENTO REVERENCIA OS 50 ANOS DA UNIÃO DO VEGETAL�5

Matéria exibida na TVCriativa – Caruaru/PE – Sessão solene realizada na Câmara de Vereadores de Caruaru em homenagem aos 50 anos da União do VegetalDisponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=fIK4kWzPQPY>

Matéria exibida na TVJuruá, filiada do SBT – Sessão solene realizada na Câmara Fede-ral em homenagem aos 50 anos da União do VegetalDisponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=0KKGS49N5dI&feature=relate>

Matéria exibida no jornal da TVCandelária – Porto Velho/RO – Sessão solene realizada na Assembleia Legislativa de Rondônia em homenagem aos 50 anos da União do VegetalDisponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=UY2CbwBcS7I>

Matéria exibida no canal AssembleiaLegislativaBahia – Sessão solene realizada na Assembleia Legislativa da Bahia em homenagem aos 50 anos da União do Vegetal Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=vlEIe4ijC8I&feature=relmfu>

��PARLAMENTO REVERENCIA OS 50 ANOS DA UNIÃO DO VEGETAL

PARLAMENTO REVERENCIA OS 50 ANOS DA UNIÃO DO VEGETAL��

MATÉRIAS – CLIPPING

Matéria exibida naTVRondônia, filiada da Rede Globo – Sessão solene realizada na Assembleia Legislativa de Rondônia em homenagem aos 50 anos da União do VegetalDisponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=G3sXAM-mukI&feature=relmfu>

Jornalimpresso–ACrítica–CampoGrande/MS9/10/2011 – UDV recebe comenda da Ordem Guaicurus do Mérito Judiciário do Trabalho

��PARLAMENTO REVERENCIA OS 50 ANOS DA UNIÃO DO VEGETAL

PARLAMENTO REVERENCIA OS 50 ANOS DA UNIÃO DO VEGETAL��

PortaldaCâmaraMunicipaldeSãoPaulo28/11/2011 – Centro Espírita Beneficente União do Vegetal é homenageadoDisponível em: <http://www.camara.sp.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=7323:centro-espirita-beneficente-uniao-vegetal-e-homenageado&catid=37:eventos&Itemid=94>

JornaldeCaruaru5/7/2011 – Câmara realiza Sessão Solene em homenagem aos 50 anos da União do VegetalDisponível em: <https://jornaldecaruaru.wordpress.com/2011/07/05/camara-realiza-sessao-solene-em-homenagem-aos-50-anos-da-uniao-do-vegetal/>

JornaldaParaíbaOnline16/8/2011 – Sessão solene comemora 50 anos da União do VegetalDisponível em: <http://jornaldaparaiba.com.br/noticia/64372_sessao-solene-comemora-50-anos-da-uniao-do-vegetal>

TeféNews1º/7/2011 – União do Vegetal é homenageada na Câmara de VereadoresDisponível em: <http://www.tefenews.com.br/aconteceu/uniao-do-vegetal-homenageada.html>

�0PARLAMENTO REVERENCIA OS 50 ANOS DA UNIÃO DO VEGETAL

PARLAMENTO REVERENCIA OS 50 ANOS DA UNIÃO DO VEGETAL�1

CorreiodeNotícia14/4/2011 – Câmara Federal reconhece benefícios da UDV aos brasileiros Disponível em: <http://www.correiodenoticia.com/?secao=11&id=7327>

AssembleiaLegislativadaBahia5/8/2011 – AL homenageia União do VegetalDisponível em: <http://www.al.ba.gov.br/v2/noticias.cfm?varCodigo=10876>

CâmaraMunicipaldeJoãoPessoa16/8/2011 – Câmara da Capital realiza sessão em homenagem aos 50 anos da União do VegetalDisponível em: <http://www.cmjp.pb.gov.br/Noticia/3862_camara-da-capital-realiza-sessao-em-homenagem-aos-50-anos-da-uniao-do-vegetal>

AssembleiaLegislativadoEstadodoEspíritoSanto15/9/2011 – Sessão comemora 50 anos de fundação da União do VegetalDisponível em: <http://www.al.es.gov.br/portal/frmShowContent.aspx?i=28852>

�2PARLAMENTO REVERENCIA OS 50 ANOS DA UNIÃO DO VEGETAL

PARLAMENTO REVERENCIA OS 50 ANOS DA UNIÃO DO VEGETAL�3

AssembleiaLegislativadoEstadodoAcreParlamento homenageia cinquentenário da União do VegetalDisponível em: <http://www.aleac.net/noticia/2011/07/parlamento-homenageia-cinqueentenario-da-uniao-do-vegetal>

AssembleiaLegislativadoEstadodoAcreEdson Lodi: “O resultado de tanto esforço são vitórias memoráveis que compõem a história da grande nação hoasqueira”Disponível em: <http://www.aleac.net/noticia/2011/07/edson-lodi-o-resultado-de-tanto-esforco-sao-vitorias-memoraveis-que-compoem-historia>

AssembleiaLegislativadoParaná7/12/2011 – União do Vegetal é homenageada na AssembleiaDisponível em: <http://www.alep.pr.gov.br/imprensa/noticias/noticia/20800/uniao-do-vegetal-e-homenageada-na-assembleia/>

AltoMadeira10/10/2011 – Sessão solene homenageia a União do VegetalDisponível em: <http://www.altomadeira.com.br/?secao=30&id=9195>

�4PARLAMENTO REVERENCIA OS 50 ANOS DA UNIÃO DO VEGETAL

PARLAMENTO REVERENCIA OS 50 ANOS DA UNIÃO DO VEGETAL�5

PrefeituraMunicipaldeMarechalDeodoro14/10/2011 – UDV é homenageada na Câmara de MarechalDisponível em: <http://www.marechaldeodoro.al.gov.br/noticias/udv-e-homenageada-na-camara-de-marechal/>

AssembleiaLegislativadoEstadodoPará17/10/2011 – União do Vegetal é homenageada na Assembleia Legislativa do ParáDisponível em: <http://www.alepa.pa.gov.br/alepa/lernoticia.php?idnoticia=4524>

AssembleiaLegislativadeMatoGrossodoSul18/10/2011 – AL homenageia 50 anos da União do Vegetal em sessão soleneDisponível em: <http://www.al.ms.gov.br/Default.aspx?Tabid=56&ItemID=34455>

EXPEDIENTE

Autor:Deputado Wolney Queiroz (PDT/PE)Editor: Edson Lodi Subeditor: José Roberto AzambujaCoordenadoras: Flávia Ilíada e Máira SokolowskiApoio: Paulo de Tarso Akel Lima e Fátima NobreRevisão: Cida TabozaProjetográficoediagramação: Renato PaletFotos: Beto Oliveira, Isaac Amorim, Júlio Trazzi, Lara Campedelli e Luiz TrazziFotohistórica:Cícero Lopes da CostaInformação: Coordenação de Comunicação/CEBUDVColaboração:Coordenação de Relações Institucionais/CEBUDVPesquisa: Arquivos do Centro de Documentação e Informação/Departamento de Taquigrafia da Câmara dos Deputados

Endereçodoautor:Praça dos Três Poderes – Câmara dos DeputadosGabinete 936 – Anexo IV – CEP: 70160-900 – Brasília-DFTelefone:(61) 3215 5936 – Fax: (61) 3215 2936E-mail: [email protected]

ObracusteadacomrecursosprópriosdoDeputadoWolneyQueiroz