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1 Rio Branco - Acre, 19 de abril de 2010 Parque Chico Mendes ANO 4 - NÚMERO 46 RIO BRANCO - AC, 19 DE ABRIL DE 2010 Marcos Vicentti reabre em maio

Parque Chico Mendes - riobranco.ac.gov.br€¦ · que recebem no Parque. O gavião real é Mustafá, a onça pintada macho é Ni-colau, a capivara é Popó... E por aí vai. O gavião

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1Rio Branco - Acre, 19 de abril de 2010

ParqueChico Mendes

ANO 4 - NÚMERO 46 RIO BRANCO - AC, 19 DE ABRIL DE 2010

Marcos Vicentti

reabre em maio

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2 Rio Branco - Acre, 19 de abril de 2010

Vai e Vem

Esta publicação é de responsabilidade da Prefeitura de Rio Branco

Rua Coronel Alexandrino, 301, BosqueTelefone: (68) 3211-2200

e-mail: [email protected]

PrefeitoRaimundo Angelim

Assessor de imprensaOly Duarte

Equipe de ProduçãoElson Martins, Fernanda Birolo, Gean Cabral,

Marcos Vicentti, Adonay Melo. Impressão: Gráfica e Editora Aline

Para mais informações acesse o site:www.riobranco.ac.gov.br

Fala doPreFeito

��Com� algum� atraso,� a� reforma� do�Parque�Chico�Mendes� chega� ao� fim�prevendo-se� para�maio� a� reabertura�do�espaço�à�visitação�pública.��Criado�há�13�anos,�tem�67�hectares�de�área�e�abriga�184�animais�diversos.�Até�2012,�poderá�chegar�a�300.��No� local� trabalham�35�pessoas�

entre� vigias,� seguranças,� trata-dores,� veterinários,� estagiários�e� serviços� gerais.� �De� um�modo�geral,�gostam�do�que�fazem�e�esta-belecem�uma�relação�de�afeto�com�os�animais.��A�gerente�Joseline�Guimarães�é�o�

maior�exemplo�disso:�há�12�anos�no�cargo,�conhece�os�bichos�pelo�nome�que�recebem�no�Parque.�O�gavião�real�é�Mustafá,�a�onça�pintada�macho�é�Ni-colau,�a�capivara�é�Popó...�E�por�aí�vai.���O�gavião� real� é� fêmea,�mas� ao�

chegar�todos�pensavam�que�fosse�macho,�por�isso�ficou�com�o�nome�masculino.�A�espécie�é�mais�bonita�que�a�águia�americana.�E�tão�gran-de�ou�maior.��Uma�atração�certa�é�a�paca�de�rabo,�

roedor� dócil� e� raro� que,� no�Acre,� é�

visto� com� cismas� pelos� seringueiros�e�ribeirinhos.�Dizem�que�sua�carne�é�“reimosa”,�e�tem�outras�histórias�cabe-ludas.�No�Parque�existem�quatro�delas.��Outra� atração� certa,� após� a�

reforma,� é�o�mirante,�que�alguns�visitantes�chamam�de�“almirante”.��Graças�a� ele�pode-se�observar�de�uma�altura�de�15�metros�a�copa�das�árvores,�no�meio�destas.���No� espaçoso� bosque� localizado�

próximo� à� entrada� do� Parque� fun-cionarão� três� boxes� de� alimentação,�bancos,�brinquedos�para�crianças,�loja�de�artesanato�e,�novidade:�um�centro�de�informática�com�11�computadores.���Futuramente,�poderá�construído�

no�Parque�um�Centro�de�Conven-ção� que� funcionará� como� uma�escola�ambiental.��Quem�gosta�e�tem�experiência�com-

provada�com�o�trato�de�animais�pode�adotar�algumas�espécies�do�Centro�de�Triagem� de�Animais� Silvestres,� que�funciona�no�Parque�CM.�Atualmente,�existem�19�papagaios�disponíveis.�Os�interessados�devem�procurar�primeiro�o�Ibama.

Marcos Vicentti

Caros�Amigos:Sei� que�muitos� de� vocês� aguardam�

com�ansiedade�a� reabertura�do�Parque�Chico�Mendes,�ainda�em�reforma,�cujas�obras�se�estenderam�além�do�que�haví-amos�planejado.�Felizmente,�no�fim�de�abril�os� trabalhos�estarão�concluídos�e�a�partir�de�maio�vamos�poder�desfrutar�desse�belo�espaço�de�lazer.Fundado� há� 13� anos,� o� Parque� se�

transformou�em�uma�das�mais�atraentes�opções�de�visitação�para�as�famílias�acre-anas.�É�algo�que�nos�orgulha�mostrar�aos�visitantes,�porque�é�uma�parte�genuína�de�nossa�própria�história.�Ali�estão�árvores�imensas,�os�igapós,�os�animais�de�várias�espécies�que�muitos�de�nós�ou�nossos�pais�e�avós�conhecem�e� lembram�com�saudade.De�fato,�temos�no�Parque�um�pedaço�

da�floresta� com�que�nos� identificamos�realimentando�o�espírito.�Encontramos�ali� a� quietude,� o�mistério,� a�magia,� o�encantamento�da�natureza,�aprendendo�a�construir�uma�sociedade�harmoniosa�e�solidária.Com� a� reforma,� o� Parque� ganhou�

mais�atrações�e�um�hospital�veterinário�para� atender� cada� vez�melhor� nossos�bichos.�A� identificação� das� plantas,� as�trilhas�de�circulação,�o� serpentário�e�o�lugar�das�onças,�das�antas�e�capivaras,�e�do�jacaré-açú,�tudo�foi�reforçado�e�me-lhorado,�bem�como�o�bosque�e�a�praça�de�alimentação.�� Logo� teremos� de� volta,� portanto,�

nosso� espaço� de� florestania,� do� qual�devemos�cuidar�como�um�bem�coletivo�precioso.

Raimundo�Angelim

Parque Chico Mendes�–�A�área�possui�67�hectares�de�natureza�pre-servada,�dos�quais�apenas�20�são�ocupados�pela�estrutura�de�visitação.�O�restante�permanece�virgem,�dando�abrigo�a�pequenos�animais�que�vivem�soltos�e�não�se�espantam�com�a�presença�humana.�As�35�pessoas�que�tra-balham�no�local�aprendem�a�conviver�com�esses�habitantes.�Na�verdade,�ficam�felizes�com�sua�presença,�por�ser�uma�atração�a�mais,�e�se�somarem�aos�184�que�se�encontram�sob�os�cuidados�da�administração�do�Parque.

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3Rio Branco - Acre, 19 de abril de 2010

Estrutura do mirante está completamente recuperada

Fotos: Marcos Vicentti

Um�dos� mais� belos� e�importantes�espaços�de�visitação� da� cidade,� o�Parque�Ambiental�Chi-

co�Mendes�vai�reabrir�as�portas�para�o�público�a�partir�do�mês�de�maio.�O� local� passa� pela� segunda� fase� de�reforma,�com�o�objetivo�de�atender�a�legislação�ambinetal�em�vigor�para�os�animais�mantidos�em�cativeiro�e�também�as�sugestões�dos�visitantes.Entre�as�mais�atraentes�inovações�

está� o� serpentário,� onde� serão� ex-postas�quatro�diferentes�espécies�de�cobras�(ver�página�6).�Além�disso,�fo-ram�construídos�novos�recintos�para�alguns� animais,� como� os�macacos�cebuelas�e�as�pacas�de�rabo.�Os�visi-tantes�vão�se�beneficiar�ainda�com�o�mirante�totalmente�recuperado,�praça�de�alimentação�reformada�e�área�de�brinquedos�mais�ampla.

Outro� grande� presente� para� o�público� é� a� implantação�de� um� es-paço�de�inclusão�digital.�Trata-se�do�Telecentro�Chico�Mendes,�uma�sala�federal�montada� com� recursos� do�Ministério� das�Comunicações.�Nela�estarão�disponibilizados�11�compu-tadores�para�acesso�da�comunidade�e�um�professor�para� acompanhar� e�orientar�os�usuários.Além� das� novidades,� seguem� à�

disposição� do� público� os� diversos�atrativos�do�Parque,�como�o�zoológi-co,�a�casa�do�seringueiro,�as�lendas�da�floresta,�as�duas�trilhas�para�passeio�–�trilha�da�seringueira,�com�950�metros,�e�trilha�da�castanheira,�de�350�metros.�O�local�conta�também�com�uma�Ecoloja�e�o�Memorial�Chico�Mendes,�onde�é�relatada,� com� textos� e� fotografias,� a�história�da�vida�do�grande�líder�serin-gueiro�que�dá�nome�ao�Parque.Parque

Chico Mendesreabre para o público

Espécie rara da Amazônia, as pacas de rabo ganham novo recinto no Parque

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é na florestaLugar de bicho Passear�pelo�

parque�Chico�Mendes�é�uma�verdadeira�aula�de�

florestania.�A�proximidade�com�os�animais�e�as�matas�é�capaz�de�despertar�um�sentimento�especial.�É�um�incentivo�ao�pacífico�e�afetuoso�relacionamento�entre�o�homem�da�floresta�e�a�natureza�que�o�cerca.�Mas,�ao�admirar�as�belezas�dos�animais�que�ali�vivem,�é�preciso�ter�consciência�de�que�eles�não�estão�no�seu�lar�natural.“Lugar�de�bicho�é�na�

floresta”,�afirma�a�gerente�do�Parque�Chico�Mendes,�a�bióloga�Joseline�Guimarães.�Para�ela,�esta�é�a�grande�mensagem�deste�espaço�ambiental,�para�que�os�bichos�não�sejam�tirados�da�natureza.�Ela�explica�que�os�animais�que�permanecem�em�cativeiro�no�Parque�são�aqueles�que�não�tem�mais�condições�de�retorno,�pois�os�que�têm�são�inseridos�de�volta�na�floresta.Os�bichos�que�fazem�

parte�do�zoológico�do�Parque�Chico�Mendes�vêm�de�apreensões�ou�de�outros�criadouros�ou�zoológicos�do�país.�São�lindos�para�quem�os�observa�nos�seus�recintos,�mas�muitos�deles�já�foram�vítimas�de�histórias�trágicas,�ou�de�eventos�que�mudam�o�curso�de�suas�vidas.

Grande� predador� da�Amazônia,� o� gavião� real�chama�atenção�pela�sua�imponência.�Mustafá�–�como�foi�chamada�quando�ainda�não�se�sabia�que�era�uma�fêmea� –� teve� uma� triste� história� de� separação� da�natureza.�Quando�ainda�era�um�pequeno�filhote,�a�árvore�onde�estava�seu�ninho�foi�derrubada,�como�parte�de�um�plano�de�manejo�florestal,�em�Senador�Guiomard.��Ela�conseguiu�sobreviver,�e�o�dono�da�madeireira�pegou�para�criar.�Sem�saber�sobre�o�devi-do�tratamento,�deu�a�ela�carne�de�boi,�o�que�provocou�uma�forte�diarréia�seguida�de�desidratação.�Foi�nestas�condições�que�Mustafá�foi�levada�ao�Parque�Chico�Mendes,�no�início�de�2007.�Lá,�com�os�cuidados�que�recebeu,�conseguiu�se�recuperar�e�crescer�–�hoje,�de�asas�abertas,�já�chega�a�mais�de�dois�metros�de�enver-gadura.�Aos�três�anos,�ela�é�quase�um�gavião�adulto.�Mas�como�não�aprendeu�a�se�virar�na�natureza,�ela�vive�sozinha,�sem�contato�com�os�outros�membros�da�sua�espécie.

O raríssimo gavião real

A imponente Mustafá sobreviveu a uma triste separação da natureza

A onça vermelha (sussuarana) é assustadora, mas atraente

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Rio Branco - Acre, 19 de abril de 2010

Lugar de bicho Popó� é� uma� capivara� que� pensa�que�é�gente.�Ele� foi�criado�em�casa,�em�contato�direto�com�os�humanos.�Quando�foi�apreendido�pelo�Ibama,�ela�sequer�deu�trabalho:�entrou�sozi-nho�na�gaiola�e�foi�embora�tranquilo.�Por�não�ter�convívio�com�outras�capi-varas,�chegando�ao�Parque,�ele�não�se�

Ela� foi� alvo� de� uma� paixão� tão�arrebatadora�que�separou�pai�e�filho.�Após�anos�vivendo�sozinhos,�os�dois�veados� conviviam� pacificamente,�cada�um�em�seu�território�no�gran-de� recinto� que� ocupavam.� Com� a�recente� chegada� da� companheira,�começaram�as�brigas�na�família.�Para�que�não�disputassem�a�fêmea�até�a�

O raríssimo gavião real

A imponente Mustafá sobreviveu a uma triste separação da natureza

A capivara que pensa que é gente

A musa dos veados

reconheceu�nos�seus�iguais.�Ele�seria�o�macho�para�reprodução,�colocado�junto�a�duas�fêmeas�–�mas�não�se�adaptou.�Por�isso,�teve�que�ir�para�outro�recinto,�e�por�enquanto�está�vivendo�com�o� jacaré�–�enquanto�o�jacaré�é�pequeno�e�ainda�não�re-presenta�uma�ameaça�para�sua�vida.

morte,�foi�preciso�separar�os�dois.�A� recém-chegada�mostrou� sua�preferência�pelo�pai,�então�o�filho�teve�que�ir�para�outro�recinto.�Mas�apesar�de�tanto�amor,�o�veado�não�está�nada�simpático:�é�tanto�cuida-do�com�sua�companheira�que�até�os� tratadores� ele� está� colocando�pra�correr.

Criado em casa, Popó não se adapta ao convívio com outras capivaras

A chegada desta fêmea provocou

desentendimento entre pai e filho

Fotos: Marcos Vicentti

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6 Rio Branco - Acre, 19 de abril de 2010

O tratador Francisco acaricia uma jibóia no serpentário

Fotos: Marcos Vicentti

À�primeira�vista�elas�parecem�as-sutadoras.� Pouca� gente� encara� uma�cobra� sem� ter�medo.�Mas�estas� são�muito� tranquilas� de� lidar,� segunto�garante�a�bióloga�Joseline�Guimarães.�Para� ela,� é�mais� difícil� de� trabalhar�com�um�mamífero�que�com�um�rép-til,�que�é�o�que�as�pessoas�têm�mais�medo.Quem� sempre� está� em� contato�

com� todos� os� bichos� é� o�tratador� Francisco� da�Silva,�que�trabalha�no�parque� há� menos�

de�um�ano.�Ele�

admite�que�tem�um�pouco�de�medo�dos� animais,�mas� reconhece� que�eles�são�bem�melhores�de�lidar�que�os�homens:�“Uma�coisa�você�tem�certeza,�ele�só�vai�atacar�se�sentir�a�vida�dele�ameaçada”.O�serpentário�é�uma�das�grandes�

novidades�do�Parque�Chico�Men-des.�Lá�vivem�atualmente�duas�su-curis,�duas�caninanas,�duas�jibóias�e�uma�salamanta�da�Amazônia,�todas�vindas�de�apreensões.�É�um�valioso�espaço�de�educação�ambiental,�onde�os�visitantes�aprendem�a�respeitar�a� natureza� até�mesmo� nos� seus�animais�mais�perigosos.�

Importante�resultado�da�refor-ma�do�Parque�Chico�Mendes,�o�Centro�de�Triagem�de�Animais�Silvestres�(CETAS)�oferece�um�

bom� atendimento� aos� bichos� apre-endidos.� Funcionando� como� uma�espécie�de�hospital�veterinário,�o�local�atende�animais�vindos�de�apreensões,�vítimas�de�atropelamentos�ou�doados�por�pessoas�que�tinham�em�casa�e�não�querem�mais.O�CETAS,� inaugurado� oficial-

mente�em�2008,�é�uma�obra�federal,�do� Instituto� Brasileiro� do�Meio�

Sem medo dasserpentes

Ambiente�(Ibama),�que�funciona�em�cooperação�técnica�com�a�Prefeitura�de�Rio�Branco.�Além�de�tratamento�dos�animais�silvestres,�é�feita�também�uma� avaliação�para� ver� se� eles� têm�condição�ou�não�de�soltura.�Os�que�não�têm�vão�para�cativeiro,�e�os�que�têm�são�reinseridos�na�natureza.�Alguns� dos� animais� também�

podem� ir� para� adoção,� desde� que�autorizados�pelo�Ibama.�Atualmente�existem�diversos� pássaros� à� dispo-sição,� sendo�os� papagaios� a� grande�maioria.

Hospital cuida

apreendidosdos animais

Animais ficam em quarentena no CETAS

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7Rio Branco - Acre, 19 de abril de 2010

GiroPELA�CIDADE

(Participação dos jornalistas Marcelo Xavier e Aquinei Timóteo. Leia mais no site da Prefeitura de Rio Branco: www.riobranco.ac.gov.br)

Lixo em troca de energia

Políticas para Ayahuasca

��Comunidades�Tradicio-

nais�da�Ayahuasca�participa-ram�no�Horto�Florestal,�no�período�de�12�a�15,�de�um�Seminário�que�discutiu�a�de-finição�de�políticas�públicas�que�incluam�esse�segmento�da� cultura� acreana.� Como�eixos� temáticos� foram�dis-cutidos�a�cultura,�educação�e�turismo,�saúde�e�segurança�pública,�meio� ambiente� e�urbanismo.Para� a� realização� do�

evento,�a�Câmara�Temática�de�Culturas�Ayahuasqueiras�do�Conselho�Municipal� de�Políticas� Culturais� contou�com�o� apoio� da�Prefeitura�de�Rio�Branco,�por�meio�da�Fundação�Garibaldi� Brasil�(FGB),�do�Governo�do�Es-tado�por�meio�da�Fundação�Elias�Mansour�e�da�Assem-bléia�Legislativa�do�Acre.O� presidente� da� FGB,�

Marcos�Vinícius�das�Neves,�esclareceu�que�“o�seminário�surge� de� um�diálogo� entre�Câmara�Temática�da�Ayahuas-ca� e�o�Conselho�Municipal�de� Políticas� Culturais� que�discute� a� importância�de� se�identificar�e�buscar�soluções�para�problemas�de�diversos�setores�sociais,�a�partir�da�dire-triz�cultural�das�comunidades�Ayahuasqueiras”.

Artesanato no bairro Vitória O�Centro�de�Referência�

de�Assistência�Social�(Cras)�do� bairro�Vitória� realizou�

oficina� de� capacitação� em�artesanato�para�15�mulheres.�Para�Missiana�Pires�Gomes,�moradora� do� bairro� Jardim�Eldorado,� a� oficina� é� uma�“oportunidade� para� a� gente�crescer� e� ganhar� mais� um�dinheirinho”.� Ela� possui�quatro�filhos�e�com�o�artesa-nato� consegue� trabalhar� em�casa,�permanecendo�próximo�deles.Missiana� confecciona� ta-

petes�de�sacolas�plásticas,�faz�crochê,� fuxico,� colares,� cha-veiros�e�presilhas�para�cabelo.�Seus�produtos� custam�entre�R$�1,5�e�R$�15.�Ela�conta�que�fatura�por�mês�R$�200�com�a�venda�dos�produtos.Para� a� coordenadora� do�

Cras�Vitória,�Sonaira�Gomes�de� Lima� Souza,� esse� é� um�momento� de� grande� satis-fação.�Ao� término�do�curso�todas� receberam� certificado�e� um� kit� básico� composto�com� utensílios� necessários�para� iniciar� suas� atividades�profissionais.

Para as gestantes

No� mesmo� bairro� co-meçou� dia� 15� o� curso� para�o�Grupo� de�Gestantes� dos�bairros� Jardim� Eldorado,�Chico�Mendes� e�Vitória.�O�curso�tem�a�duração�de�três�meses� e� é� feito� em�parceria�com� o�Centro� de� Saúde� da�Família.�O�objetivo�é�garan-tir� o� acompanhamento� das�gestantes� com� informações�sobre� o� pré-natal,� pós-natal�e�os�cuidados�com�a�alimen-tação�da�grávida�e�do�bebê.�

A�secretaria�Municipal�do�Meio�Ambiente�(semeia)�discute�com�a�Eletroacre�a�execução�de�um�pro-grama� desenvolvido� no�Ceará� desde� 2006,� que�permite� trocar� ações� ambientais� por� descontos�

na�conta�de�energia�elétrica.�“Trata-se�de�um�novo�conceito�de�relacionamento�com�os�consumidores,�principalmente�os�de�baixa� renda,� além�de� facilitar� ações� sociais� e� ambientais�”�–�explicou�Odailton�Silva,�do�Ceará,�que�veio�a�Rio�Branco�semana�passada�para�explicar�o�programa.�“É�basicamente�a�troca�de�lixo�reciclável�por�créditos�na�conta�de�energia�elétrica�dos� consumidores,� com�destinação�do�material� recolhido� à�indústria�de�reciclagem”�–�disse.

O�principal�objetivo�do�programa�é�organizar�um�sistema�de�coleta�seletiva�de�resíduos�sólidos�com�valor�de�mercado,�propiciando�a�liquidez�das�contas�de�energia�da�população.�O�programa�estrutura-se�por�meio�da�implantação�de�postos�de�coleta�de�resíduos�recicláveis�nas�comunidades�alvo�e�também�de�pontos�itinerantes.�Nestes�pontos�ficam�instalados�uma�ba-lança�e�uma�máquina�POS�(equivalente�às�máquinas�de�cartão�de�crédito)�e�uma�pessoa�que�faz�a�operação�dos�equipamentos.�

Cada� cliente� que� se� cadastra� no� programa� recebe� um�cartão�magnético�e�orientações�para�a�separação�dos�resíduos�recicláveis.�O�cliente�participante�passa�a�levar�esse�material�até�um�dos�pontos�de�coleta,�onde�os�resíduos�são�pesados�separadamente,�sendo�que�cada�material�possui�um�valor�de�mercado;� no� final� tudo� é� registrado� automaticamente� por�meio�do�cartão�e�da�máquina�POS,�e�o�cliente�recebe�então�o�bônus�na�conta�de�energia�proporcionalmente�à�quantidade�de�resíduos�recicláveis�ofertados.

Em�Rio�Branco,�a�prefeitura�busca�como�parceiros�a�Ele-troacre,�para�a�aquisição�das�máquinas,�dos�cartões�e�para�a�manutenção�dos�postos�de�coleta,�e�a�Cooperativa�de�Catadores�de�Materiais�Recicláveis�e�Reutilizáveis�do�Acre�(Coopercatar)�que�ficaria� responsável� pelo� gerenciamento� dos� postos.�O�presidente�da�Catar,�Francisco�Correa�Martins,�se�diz�muito�contente�com�a�implantação�do�programa�em�Rio�Branco�e�que�“o�sistema�fará�com�que�a�adesão�à�coleta�seletiva�aumente�significativamente.”

Segundo�Odailton�Silva�de�Arruda,�“no�Ceará�a�adesão�ao�programa�é�tanta�que�em�muitos�domicílios�as�contas�de�energia�são�zeradas,�chegando�até�ao�fato�de�alguns�créditos�ficarem�para�o�mês�seguinte”.

Lixo reciclável ajudará consumidor a pagar menos pela energia

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Rio Branco, 19 de abril de 2010

Há 12 anos a bióloga Joseline dedica carinho e cuidado aos

animais do Parque. Os macacos cebuelas são seus prediletos.

A rainhabichos

Marcos Vicentti

Ela�chama� cada� animal�pelo� nome,� sabe� suas�histórias�e�conhece�bem�as�personalidades.�Dos�

13�anos�de�funcionamento�do�Par-que�Chico�Mendes,�há�12�os�bichos�contam�com�os�cuidados�da�bióloga�Joseline�Guimarães.� � Com� tanto�tempo�de�experiência,�ela�se�diz�ser�o� “crocodilo”� do� local.�E� brinca:�“O�bicho�mais�velho�que�tem�aqui�sou�eu”.A� função� de� Joseline� não� se�

resume�somente�ao�parque.�Muitas�vezes�ela,�literalmente,�leva�trabalho�para�casa.�É�o�que�acontece�quando�chegam�animais�muito�pequenos�e�que�precisam�de�atenção�especial:�os�biólogos�e�veterinários�fazem�hora�extra�e�passam�noites�cuidando�dos�

bebês.� “Agora� eu� não� levo� porque�estou�grávida”,�conta�a�futura�mamãe,�que�vai�dividir�as�atenções�dos�bichos�com�seu�novo�“filhote”.Os�moradores� do� parque� têm� a�

sorte� de� contar� com�o� carinho� de�Joseline.�Em�um�breve�passeio�pelos�recintos,� ela� deixa� transparecer� o�afeto�que�tem�por�eles.�“Cadê�o�be-bezão?”,�pergunta�à�imponente�onça�Nicolau,�chamando�pelo�apelido�de�“Nic”.�“Cadê�a�minha�menininha?”,�brinca�mexendo�com�a�macaquinha�de�quem�cuidou�em�casa�por�alguns�dias.�Mas�admite�que�as�meninas�dos�seus� olhos� são�mesmo�os�macacos�cebuelas�(sonhim):�“Eles�são�lindos!”,�afirma� com�orgulho� estampado�no�rosto.Mas� apesar�de�prazeiroso,�o� tra-

balho�por�vezes�também�é�sofrido.�Como� os� humanos,� os� animais�também�vêm�e�vão,� e� a�partida� é�sempre� difícil.� Joseline� fala� com�tristeza�da�morte�do�jacaré-açú,�em�2008,�do�qual�acompanhou�toda�a�história.�“Esse�foi�o�último�bicho�que�eu�chorei�mesmo”,�confessa.A� “rainha� dos� bichos”� é� um�

pouco�mãe�de�todos.�E�por�isso,�ela�deixa�para�as�crianças�uma�valiosa�mensagem,�para�que�seja�protegida�a�vida�deles�na�natureza:�“Quando�você�tira�um�animal�da�mãe�ou�do�pai,�ele�não�aprende,�porque�a�mãe�e�o�pai�é�que�ensinam�pra�gente”.�

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