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111 PARQUES TEMÁTICOS COMO ESPAÇOS DE LAZER E TURISMO: O CASO DO ALPEN PARK EM CANELA-RS STAUDT, Vanessa Fortini 1 CUNHA, Aline Moraes 2 RESUMO: O presente artigo aborda a pesquisa que teve como tema abordado os parques temá- ticos como espaços de lazer e turismo, tendo como objetivos compreender os fatores que constituem um parque temático de lazer como um destino de sucesso; investigar a oferta de atividades em um parque temático de lazer, identificar o perfil de usuários e suas principais motivações e apresentar a atratividade de um destino temático. O referencial teórico apresentado aborda o estudo de lazer e turismo; espaços de lazer e parques temáticos; atrativos e atratividade turística. A metodologia adotada compreen- deu uma pesquisa qualitativa e quantitativa, em que foi realizado um estudo de caso no Alpen Park, situado em Canela – RS, ouvindo seu gestor e através de definição de amostra estratificada simples, ouviu 50 (cinquenta) visitantes. Após análise dos dados foi possível alcançar todos os objetivos propostos, assim traçando o perfil dos visitantes pesquisados, identificando as motivações e atratividades e que parques temáticos são efetivamente constituídos enquanto espaços de lazer e turismo da Serra Gaúcha. PALAVRA-CHAVE: Turismo, Parques Temáticos, Lazer, Alpen Park, Canela – RS. RESUMEN En este artículo se analiza la investigación que tuvo como tema los parques temáticos como el ocio y el turismo, con el objetivo de comprender los factores que componen un parque temático de ocio como un destino de éxito; investigar la gama de actividades de ocio en un parque temático, identificar el perfil de los usuarios y sus principales motiva- ciones y presentar el atractivo de un tema de destino. Los enfoques teóricos presentó el estudio del ocio y el turismo; atracciones y atractivos turísticos. La metodología consis- tió en una investigación cualitativa y cuantitativa, que se llevó a cabo un estudio de caso en Alpen Park, situado en Canela - RS, la escucha de su gerente y a través de la defini- ción simple muestra estratificada, oyó cincuenta (50) visitantes. Después de analizar los datos que era posible lograr todos los objetivos, elaborando así el perfil de los visitantes encuestados, la identificación de las motivaciones y los parques temáticos y el atractivo son establecidas de manera efectiva como el ocio y el turismo en la Serra Gaucha. PALABRA CLAVE: Turismo, Parques Tematicos, Recreación, Alpen Park, Canela - RS. 1 Discente do curso de Bacharelado em Turismo do Centro Universitário Metodista do IPA. E-mail: [email protected] 2 Docente do Centro Universitário Metodista do IPA; Mestre em Desenvolvimento Rural (PGDR/UFRGS); Bacharel em Turismo (PU- CRS); Sócia Diretora da PLANTUR Consultoria. E-mail: [email protected]

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PARQUES TEMÁTICOS COMO ESPAÇOS DE LAZER E TURISMO: O CASO

DO ALPEN PARK EM CANELA-RS

STAUDT, Vanessa Fortini1

CUNHA, Aline Moraes2

RESUMO:O presente artigo aborda a pesquisa que teve como tema abordado os parques temá-ticos como espaços de lazer e turismo, tendo como objetivos compreender os fatores que constituem um parque temático de lazer como um destino de sucesso; investigar a oferta de atividades em um parque temático de lazer, identificar o perfil de usuários e suas principais motivações e apresentar a atratividade de um destino temático. O referencial teórico apresentado aborda o estudo de lazer e turismo; espaços de lazer e parques temáticos; atrativos e atratividade turística. A metodologia adotada compreen-deu uma pesquisa qualitativa e quantitativa, em que foi realizado um estudo de caso no Alpen Park, situado em Canela – RS, ouvindo seu gestor e através de definição de amostra estratificada simples, ouviu 50 (cinquenta) visitantes. Após análise dos dados foi possível alcançar todos os objetivos propostos, assim traçando o perfil dos visitantes pesquisados, identificando as motivações e atratividades e que parques temáticos são efetivamente constituídos enquanto espaços de lazer e turismo da Serra Gaúcha.PALAVRA-CHAVE: Turismo, Parques Temáticos, Lazer, Alpen Park, Canela – RS.

RESUMEN En este artículo se analiza la investigación que tuvo como tema los parques temáticos como el ocio y el turismo, con el objetivo de comprender los factores que componen un parque temático de ocio como un destino de éxito; investigar la gama de actividades de ocio en un parque temático, identificar el perfil de los usuarios y sus principales motiva-ciones y presentar el atractivo de un tema de destino. Los enfoques teóricos presentó el estudio del ocio y el turismo; atracciones y atractivos turísticos. La metodología consis-tió en una investigación cualitativa y cuantitativa, que se llevó a cabo un estudio de caso en Alpen Park, situado en Canela - RS, la escucha de su gerente y a través de la defini-ción simple muestra estratificada, oyó cincuenta (50) visitantes. Después de analizar los datos que era posible lograr todos los objetivos, elaborando así el perfil de los visitantes encuestados, la identificación de las motivaciones y los parques temáticos y el atractivo son establecidas de manera efectiva como el ocio y el turismo en la Serra Gaucha.PALABRA CLAVE: Turismo, Parques Tematicos, Recreación, Alpen Park, Canela - RS.

1 Discente do curso de Bacharelado em Turismo do Centro Universitário Metodista do IPA. E-mail: [email protected] 2 Docente do Centro Universitário Metodista do IPA; Mestre em Desenvolvimento Rural (PGDR/UFRGS); Bacharel em Turismo (PU-CRS); Sócia Diretora da PLANTUR Consultoria. E-mail: [email protected]

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1. INTRODUÇÃOO tema deste trabalho envolve parques temáticos como espaços de lazer e turismo,

e se originou da realização do Trabalho de Conclusão de Curso da primeira autora, sob orientação da segunda. Para a realização deste, optou-se por área de estudo o Parque Alpen Park, localizado no município de Canela, no estado do Rio Grande do Sul, a 130 km de sua capital, Porto Alegre. A escolha por esta área se fortalece por ser um dos parques temáticos de diversões situados na Serra Gaúcha, que se enquadrava na conceituação adotada, e que manifestou concordância e interesse, na realização da presente pesquisa.

Segundo Vannucci (1999) os Parques Temáticos são um grupo de atrações de entretenimento, que se caracterizam por possuir temas específicos sobre um ou mais assuntos para a concepção de um ambiente imaginário, oferecendo ao visitante uma experiência diferenciada. Partindo desse entendimento quanto a parques temáticos, essa pesquisa busca responder a seguinte pergunta: Quais os fatores determinantes para o sucesso de um Parque Temático na Serra Gaúcha?

Como objetivo geral esperou-se compreender os fatores que constituem um parque temático de lazer como um destino de sucesso. Já os objetivos específicos constituem-se em: a) investigar a oferta de atividades em um parque temático de lazer; b) identificar o perfil de usuários; c) levantar suas principais motivações; e d) apresentar a atratividade de um destino temático.

Conforme apontamentos do Ministério do Turismo (2014), os parques temáticos no Brasil vêm crescendo devido a um grande potencial do segmento de lazer no país. Segundo Vinícius Lages, ministro do Turismo:

Precisamos fortalecer as ações interministeriais com uma agenda conjunta sobre o tema, desenvolver estudos sobre a cadeia produtiva em relação aos aspectos legais e construir um modelo para atrair investimentos e potenciali-zar os negócios turísticos dos parques (BRASIL, 2014).

O setor de parques no mundo cresceu em média 5,4% conforme a Associação de Entretenimentos Temáticos, sendo o crescimento das Américas entre 4% e 5%. O recordista de visitações, onde houve 18,5 milhões de pessoas só em 2013, é o parque Magic Kingdom, de Walt Disney World, na Flórida (BRASIL, 2014).

Assim, o compartilhamento dos resultados desta pesquisa pode servir como instrumento de apontamentos e reflexões quanto às práticas ofertadas e a atratividade motivadora para o público que busca parques temáticos, colaborando para a compreensão da importância e com o desenvolvimento do setor.

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2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 LAZER E TURISMOHá uma grande discussão entre os autores a respeito do surgimento histórico do

lazer. Para alguns ele sempre existiu, visto que os homens sempre trabalharam, portanto tinham momentos de não trabalho, e este seria ocupado pelo lazer. Já para outros autores, o lazer é fruto da sociedade moderna-urbana-industrial (MARCELLINO, 1996).

As duas correntes não são antagônicas, o que difere é o enfoque dado por cada uma delas: a primeira aborda a “necessidade de lazer”, sempre presente, e a segunda se detém nas características que essa necessidade assume na so-ciedade moderna. No caso da sociedade brasileira, é a partir da transição do estágio tradicional para o moderno, que se verifica uma ruptura entre a vida como um todo e o lazer, fazendo com que este adquira significação própria (SILVA, et al, 2011, p.19).

Uma importante definição de lazer é dada pelo sociólogo francês Dumazedier, que o apresenta como:

Um conjunto de ocupações às quais o indivíduo pode entregar-se de livre vontade, seja para repousar, seja para divertir-se, recrear-se e entreter-se, ou ainda, para desenvolver sua informação ou formação desinteressada, sua participação social voluntária ou sua livre capacidade criadora após livrar-se ou desembaraçar-se das obrigações profissionais, familiares e sociais (DU-MAZEDIER, 2004, p. 34).

Portanto, para Dumazedier (2004), o lazer é composto por atividades que fazemos na ausência de obrigações e no nosso tempo livre. Ele também destaca que o lazer possui três funções, que são:

Descanso, reparador das deteriorações físicas e nervosas provocadas pelas tensões resultantes das obrigações cotidianas e do trabalho; divertimento, recreação e entretenimento, que compreende as atividades que dão prazer atividades reais, como viagens, jogos e esportes ou fictícias, como cinema e teatro; e desenvolvimento, comportamentos escolhidos que visem ao comple-to desenvolvimento da personalidade (DUMAZEDIER, 2004, p. 32-33).

Conforme Trigo et al (2007, p. 34) a sociedade passou por mudanças no seu regime de trabalho, pois com a redução da jornada de trabalho, houve uma evolução nos meios

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de transporte e estradas, aumentando assim o tempo livre da população, o que contribuiu para o crescimento do turismo em todo mundo “tendências indicam que esse fenômeno na sociedade contemporânea será cada vez mais aliado à busca de lazer por meio de entretenimento e diversão”.

Ainda segundo Trigo et al (2007), o lazer hoje é visto como um direito de todos, e não apenas da alta sociedade, assim como pode-se verificar esse direito social também na Constituição Federal de 1988, em seu Artigo 6º, que garante: “são direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição” (BRASIL, 1988, p.12).

Quanto ao lazer no Brasil, dados do Ministério do Turismo apontam que no ano de 2012 o país foi mais procurado por estrangeiros em busca de lazer, sendo o Rio de Janeiro o estado a receber o mais elevado número de turistas com esta motivação, tendo a cidade do Rio de Janeiro recebido neste ano, 29,6% dos turistas estrangeiros que visitaram o país. O estado de Santa Catarina, principalmente pelo grande fluxo de argentinos, foi o segundo mais procurado, com 18,1% dos turistas estrangeiros, (BRASIL, 2013).

Dessa forma, para Taveira e Gonçalves (2012), pode-se entender que o lazer e o turismo se interconectam, visto que o turismo é uma forma de o lazer, possui muitas possibilidades de vivências, sendo uma delas o turismo. Assim, se faz necessário compreender os espaços em que esta junção, que também podem ser chamados de espaços de lazer, ocorrem, tema que abordaremos na próxima seção.

2.2 ESPAÇOS DE LAZER E PARQUES TEMÁTICOSConsiderando a relevância dos espaços de lazer, enquanto espaços de convívio, de

promoção do bem-estar físico e potencializadores de melhoria de qualidade de vida para a sociedade como um todo, passamos a considerar os parques temáticos como espaços de lazer, sendo esta a modalidade objeto da presente pesquisa, o que permite iniciarmos considerando Pellegrin (2004, p. 73), para quem espaço de lazer é “um termo genérico que diz respeito aos lugares em que desenvolvem ações, atividades, programas e projetos de lazer de modo geral”.

Para Carmello (2002), os parques temáticos surgiram na Europa Medieval. Eram chamados de “jardins de prazer”, onde havia shows, danças, jogos e fogos de artifício. Porém, ressalta que no ano de 1700 muitos encerraram suas atividades por questões políticas. Como herança deste período, podemos apontar o Bakken, visto ser o parque mais antigo em operação no mundo, que foi inaugurado no ano de 1583, na Dinamarca e permanece aberto até a atualidade.

Ainda conforme Carmello (2002), os parques são criados para que todos se divirtam, tendo opções para crianças, jovens e adultos. Eles se utilizam de um ou de

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diversos temas, criando um ambiente imaginário, permitindo ao visitante ter emoções em cenários de fantasias e sonhos.

Segundo Vannucci (1999, p. 56), desde a Segunda Guerra Mundial, ocorreram grandes alterações em diversos países, no âmbito da cultura, lazer e turismo. Os parques temáticos são um exemplo de como “através das teias da sociedade industrial moderna, o capital, a ciência e a tecnologia, a educação, a cultura, as estratégias de marketing e as novas possibilidades de lazer se unem, dando uma nova face à indústria do turismo”. Esses parques agregam o que há de mais contemporâneo em opções de lazer e entretenimento, tendo a finalidade de conduzir o visitante para um mundo encantado, para novas experiências.

Walt Disney foi o idealizador do primeiro parque de temático do mundo, a Disneylândia, implantada no estado da Califórnia, nos Estados Unidos, no ano de 1955. Se tornando o responsável pelo fenômeno do entretenimento infanto-juvenil. O pioneirismo de Disney, trouxe uma nova concepção de parques de diversão, que visam atrair um grande público diário com aumento no tempo de permanência no Parque e/ou de dias no local, abrangendo todas as idades e que ofereçam também aprendizado (ASHTON, 2009).

Ashton (2009) ressalta que no contexto dos parques temáticos existe uma teia de territórios, definindo estes como espaços para vivências de pessoas de procedências, faixas etárias, gostos e costumes diversos, que se mesclam e aglutinam, movidos por um objetivo comum.

Para a autora, no somatório destes territórios diversos, cria-se o espaço para o convívio social e para a interação, que contribuem para identificar o parque e construir a vivência que ele possibilita. É nessa teia social desenhada, que autora afirma que a proposta de lazer e entretenimento, dos parques encontra terra firme, pois o próprio convívio torna-se uma atração, e se “realiza por meio da paixão, da magia, da transgressão, do registro fotográfico, do entretenimento”, elementos de formação do imaginário. É neste contexto que a autora cogita os parques temáticos, como um dos produtos turísticos, melhor caracterizados como próprios da Pós – Modernidade (ASHTON, 2009, p.259).

Para Ashton (2009, p.261), se baseando em Maffesoli (2002) e Barthes (1987, 1996, 1997), a linguagem nos parques temáticos é simbólica, pois nela estão ancorados os imaginários socioculturais. Este mundo do consumo e da satisfação, apresenta-se através de “pacotes produzidos, que podem ser vivenciados onde o visitante pode ser seduzido pela necessidade do aqui e agora, do instante.” Neste “mundo” o cotidiano parece se transformar, deixando pouco espaço para os pensamentos do dia-a-dia, levando a pessoa a buscar apenas o que lhe traz prazer e alegria. Dessa forma, Ashton (2009), apresenta os parques temáticos como um espaço social simbólico, que se comunica de forma verbal e não-verbal, que redefinem práticas do consumo de bens e ideias, caracterizando-se em um espaço Pós-Moderno.

Segundo Vannucci (1999), tem havido no Brasil, uma confusão conceitual em torno do termo “Parque Temático”, sendo que a forma mais clara e objetiva de trabalhar

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esta conceituação é destacar que no setor de parques, se trabalha com o termo Parque de Diversões ou de Entretenimento e este se divide em três categorias, conforme apresentado no Quadro 1.

Quadro 1 - Categorias dos Parques de Diversão

PAR

QU

ES D

E D

IVER

SÕES

CATEGORIAS DEFINIÇÃO

Parque aquáticoTem suas atrações voltadas para as atividades à base de água. Como, por exemplo, os toboáguas, que são tobogãs fechados onde as pessoas escorregam e caem em piscinas naturais, ou artificiais.

Parques temáticos

Criam locais com cenários distintos, baseados em um ou mais temas para levar os seus visitantes, de todas as idades, a vivenciarem uma nova sensação através de uma fantasia. Normalmente são empreendimentos que ocupam grandes áreas, com muitos espaços para a livre circulação do visitante, com jardins, áreas arborizadas e as áreas temáticas construídas.

Parques de diversão tradicionais ou específicos

Tem como atração mais importante os equipamentos de diversão. Estes foram os primeiros parques que existiram, dando o começo à indústria de parques.

Fonte: Elaboração da autora, conceitos de Vannucci (VANNUCCI, 1999, p.58).

Conforme a autora, o parque temático é uma das categorias dos Parques de Diversões e corroborando, Ashton (2009, p.257) ressalta que uma característica essencial dos parques temáticos diz respeito à diversão, pois esta em primeiro plano, “é premissa básica para a formatação de um parque temático”.

Conforme Ashton (2009, p. 259), existe algumas condições que os parques devem possuir, que são:

• estar composto por atrações exteriores e cada uma deve ser peça independente;• ter um custo de entrada e não por atração;• ser construído com base nas necessidades dos visitantes;• proporcionar mais sensação física do que simulação;• e por último, ser um destino em si mesmo.

Essas condições mínimas, apontadas pela autora, demonstram o que é necessário para a estruturação de um parque temático, ou seja, o que os parques minimamente deveriam se preocupar em proporcionar aos visitantes. No Brasil, conforme Lei Geral do Turismo, em seu Artigo 31, Subseção IV:

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Consideram-se parques temáticos os empreendimentos ou estabelecimentos que tenham por objeto social a prestação de serviços e atividades, implanta-dos em local fixo e de forma permanente, ambientados tematicamente, consi-derados de interesse turístico pelo Ministério do Turismo (BRASIL, 2008).

Com base nesta conceituação oficial no Brasil, em recente estudo do Ministério do Turismo, os parques temáticos evidenciaram um potencial de crescimento elevado, com uma média de faturamento de R$ 1,5 bilhão. Este estudo “visa propor estratégias para torná-los mais competitivos no cenário global” (BRASIL, 2014 s.p.). Desta forma, conforme declaração do então Ministro do Turismo, Vinicius Lages:

Precisamos fortalecer as ações interministeriais com uma agenda conjunta sobre o tema, desenvolver estudos sobre a cadeia produtiva em relação aos aspectos legais e construir um modelo para atrair investimentos e potenciali-zar os negócios turísticos dos parques (BRASIL, 2014, s/p.).

Sendo assim, deve-se aproveitar o sucesso dos parques temáticos e o grande faturamento que estes vêm proporcionando para aumentar os investimentos na área. Porém, conforme o presidente do Sistema Integrado de Parques e Atrações Turísticas do Brasil – SINDEPAT, Alain Baldacc, o custo operacional é muito elevado, o que em sua avaliação, pode deixar o país em situação de desvantagem, no processo de desenvolvimento do setor de parques temáticos, em relação a outros países do mundo (BRASIL, 2014).

Citando a Associação de Entretenimentos Temáticos, o Ministério do Turismo destaca que os países asiáticos foram os que conseguiram o maior crescimento de até 7,5%, enquanto o crescimento geral global foi de 5,4%. Sendo o parque temático mais visitado do mundo em 2013, o Magic Kingdom, da Walt Disney World, na Flórida, com 18,5 milhões de visitas (BRASIL, 2014).

Para Ashton (2009), ao final do Século XX ocorreu um novo cenário na atividade turística mundial, priorizando tanto o lazer individual, como o em grupos, e socializando as viagens. E considera que há diversas atividades nesta diversidade criada a partir de um tema pré-estabelecido e capaz de atrair multidões, oferecendo lazer, entretenimento, e deixando um legado histórico, onde a diversão é a principal atração. Diante deste entendimento inicial quanto ao lazer e parques temáticos, se faz presente a necessidade de reflexão quanto a atrativos e atratividade turística, temática a ser abordada na próxima seção.

2.3 ATRATIVOS E ATRATIVIDADE TURÍSTICA Segundo Trigo (2007), o espaço é um importante fator para estimular uma viagem,

sendo assim chamado de atrativo turístico, já que o seu diferencial é decisivo na escolha de

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um determinado local ao invés de outro. Dessa forma, considera que cada destino possui qualidades que o tornam um atrativo e motivam os viajantes a conhecê-lo. Os atrativos turísticos são classificados em: naturais e culturais, em que os atrativos naturais são constituídos basicamente por elementos da natureza; e os atrativos culturais por elementos em que ocorreram, elaboração e intervenção humana.

Conforme Ruschmann (2005, p. 25), atrativos turísticos são “elementos de utilização turística efetiva, com potencial de atração já aproveitado, total ou parcialmente. Caracterizam-se por fluxo turístico significativo e pela presença de estruturas receptivas tais como acesso, serviços de alimentação ou outros”. A autora ainda destaca os recursos turísticos, sendo os elementos com potencial de atração turística, porém ainda não aproveitados, ou em fase de desenvolvimento.

No Brasil, o Ministério do turismo, em concordância com a Organização Mundial do Turismo, adotou uma classificação dos atrativos turísticos, sendo considerados os atrativos naturais; os culturais; as atividades econômicas produtivas; as realizações técnicas, científicas e artísticas; e os eventos programados. ( BRASIL, 2007)

Essa classificação permite explicar os tipos de atrativos e suas características, sendo possível identificar os elementos que podem condicionar o aproveitamento turístico de cada um deles, de forma a definir a escolha de uma viagem. Conforme o Ministério do Turismo (BRASIL, 2007, p. 27) a atratividade de um local é o que motivará o turista a escolhê-lo como seu destino de viagem, levando em conta seu valor cultura, histórico, beleza natural, particularidades, além de outros motivos particulares de cada turista, como vemos no conceito, trabalhado pelo MTUR, que considera que “atrativos turísticos são locais, objetos, equipamentos, pessoas, fenômenos, eventos ou manifestações capazes de motivar o deslocamento de pessoas para conhecê-los”. Partindo destas breves considerações sobre atrativos e atratividade turística, passamos a tratar da atratividade de parques temáticos, visto sua total relevância a realização do presente estudo.

3. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDOA Serra Gaúcha é composta por uma paisagem de belezas naturais que atrai muitos

visitantes em busca de conhecer os canyons, as cascatas, as matas, a gastronomia e a cultura da região. A Serra Gaúcha se constitui em um polo turístico, e das regiões mais desenvolvidas do Brasil (BRASIL, 2008).

Entre as regiões turísticas que integram a Serra Gaúcha, destaca-se a região das Hortênsias, composta pelas cidades de Gramado e Canela, Nova Petrópolis e Picada Café importantes destinos turísticos do país. Além da diversidade étnica e dos atrativos a Serra Gaúcha se destaca nacionalmente por apresentar facilidades de acesso, serviços e infraestrutura para bem atender ao turista (BRASIL, 2008).

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A cidade de Canela, localizada a 120 km de Porto Alegre, possui população estimada de 42.057 habitantes (IBGE, 2014), e tem este nome devido a uma árvore que ficava na área central da cidade, onde hoje é a Praça João Corrêa, e que servia de ponto de encontro e pousada de tropeiros. Na atualidade, a cidade sede do nosso objeto de estudo, oferta diversas opções de parques e atrativos turísticos para lazer e diversão a serem desfrutados, e uma bela paisagem natural da região, com mata nativa, quedas d’água, trilhas, morros e vales (BRASIL, 2015). Partindo destas breves considerações e caracterização inicial da nossa área de estudo, na próxima seção, apresentamos o Alpen Park, parque temático de Canela e objeto de estudo deste TCC.

3.1 O ALPEN PARKO Alpen Park, inaugurado em 2003, é um parque temático, situado no município

de Canela, possuindo 60.000 m² de área total. Tendo iniciando pelo Alpine Coaster, um equipamento importado da Alemanha. Sendo o chamado brinquedo âncora do parque, o denominado Trenó, por ser similar aos trenós de neve empregados nos parques da Europa (IMAGEM 1). Na atualidade, possuem 13 atividades ofertadas diariamente a seus visitantes, sendo estas divididas entre recreativas e de aventura (ALPEN PARK, 2015).

Imagem 1 - Alpine Coaster ou Trenó do Alpen Park

Fonte: registros da autora (2015).

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Para Kishimoto (1996), atividades recreativas têm em sua essência a organização de jogos e brincadeiras, com duas funções básicas, sendo a função lúdica que proporciona diversão e lazer e a função educativa, que estimula o indivíduo em seus saberes e apreensões do mundo. Podendo também através da promoção da participação coletiva e individual, melhorar a qualidade de vida das pessoas. Assim, conforme Quadro 3, podemos visualizar as atividades recreativas, ofertadas pelo Alpen Park:

Quadro 3 - Atividades Recreativas Ofertadas

ATIVIDADES DESCRITIVO/RESTRIÇÕES

Trenó

Com 900 metros de extensão, sessenta toneladas de estrutura e 37 trenós, é o brinquedo âncora do parque. Sendo classificado como uma montanha russa, mas denominado trenó, foi importado da Alemanha. O passeio dura aproximadamente cinco minutos. Crianças acima de 90 cm podem participar desta atividade, acompanhadas de um adulto.

Alpen Blizzard

Com um percurso de 438 metros e chegando a uma altura de 15 metros, a maior em aço do Rio Grande do Sul alcança uma velocidade média de 55 km/h. O passeio, dura aproximadamente três minutos, sendo um dos brinquedos mais radicais do complexo. Basta ter 1,30m para participar desta atração.

Cinema 4D/ Alpen Motion

Primeira sala de cinema em quatro dimensões da América Latina. São seis projetores juntamente a seis computadores que causam os efeitos proporcionados pelo filme. Atualmente são 50 lugares, sendo 40 deles com movimento e 10 sem.

Alpen Interactive

É um equipamento Belga, inédito no Brasil, em formato de um videogame em grandes proporções. Podem participar dezesseis pessoas em poltronas com um controle individual, display com sua pontuação, utilizando óculos de lente polarizada. A duração do jogo é de aproximadamente 5 minutos. Permitido para adultos e crianças com mais de 1,20m.

Retrato e Caricatura

Sozinho ou acompanhado seu retrato ou caricatura podem ser uma recordação do Alpen Park.

Simulador Mini Rider 2

Simulador, com a capacidade para duas pessoas. Cada simulação de aproximados 5 minutos, leva você a cenários muito divertidos e com movimentos inesquecíveis. Mina Assombrada, Corrida no Espaço, Aventura no Gelo e Montanha Russa são os vídeos que fazem você se sentir dentro de cada um deles. O peso máximo por pessoa é de até 120 Kg.

Alpen Kids

Com uma ambientação semelhante a um playground, o Alpen Kids conta com obstáculos para os pequenos superarem seus limites, escorregadores, túneis e diferentes passagens, tudo pensado para atender crianças que ainda não tem idade ou altura para curtir os outros brinquedos do parque. A duração aproximada é de 30 minutos para crianças de 0,90m a 1,30m de altura acompanhadas de responsável maior de idade.

Fonte: elaboração da autora, com dados do Alpen Park (2015).

Conforme evidenciado, cada uma destas atividades recreativas possui infraestrutura específica, normas de uso e ingressos individuais, bem como temáticas de entretenimento distintas como cinema, artes, brincadeiras, e jogos virtuais, o que permite o direcionamento a diferentes públicos, como se verifica nos exemplos destacados do Alpen Blizzard e Alpen Kids (IMAGENS 2 e 3).

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Imagem 2 - Alpen Blizzard

Imagem 3 - Alpen Kids

Fonte: registros da autora (2015).

Fonte: registros da autora (2015).

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Tendo uma grande área verde, que possibilita inúmeras vivências ao ar livre, o Alpen Park adotou também a temática da aventura. Em conformidade com o conceito oficial no país adotado pelo Ministério do Turismo (BRASIL, 2010), que define como atividade de aventura, aquelas oferecidas comercialmente, adaptadas do meio natural, que possuam caráter recreativo e envolvam riscos controlados e assumidos, são ofertadas as atividades de aventura, apresentadas no Quadro 4.

Quadro 4 - Atividades de Aventura

ATIVIDADE DESCRITIVO

Tirolesa

Desfrute a sensação de voar em duas tirolesas. A primeira possui 190 metros de extensão e 50 de altura e a segunda, 110 metros de extensão e 40 de altura, além de cabos aéreos suspensos sobre o vale. Com total segurança, vislumbre uma incrível paisagem e faça parte de um cenário maravilhoso em meio à natureza. As tirolesas são certificadas pela ABNT Certificadora, segundo a norma ABNT NBR 15331 Sistema de Gestão da Segurança.

Super Salto

Através de um equipamento extremamente seguro, é possível saltar a mais de 20m e visualizar um cenário esplendoroso, através de um vale de natureza exuberante. Esta atividade deve ser praticada com roupas confortáveis. Para sua própria segurança, fique atento as condições de uso do equipamento. Um monitor acompanha o visitante nesta aventura. Basta gostar de adrenalina e ter entre 50 e 90kg.

Torre de Rapel

Em uma torre de 15m de altura, aventure-se de forma segura em uma descida de Rapel. A partir de seis anos de idade esta atividade pode ser praticada. Os equipamentos de proteção são de uso obrigatório e neste atrativo, técnicas utilizadas por montanhistas fazem parte desta emocionante situação. As descidas são individuais com o lançamento e a segurança executados pelos monitores.

Quadriciclo

Em quadriciclos com 350 cilindradas, câmbio automático e tração nas quatro rodas, experimente uma aventura em uma trilha de aproximadamente 2 km de extensão. Em média, são 40 minutos, com equipamentos de segurança. É possível filmar todo o trajeto e, a câmera, acoplada ao capacete gera imagens e sons de alta qualidade.

Muro de Escalada

Em um paredão de 8 metros de altura, prepare-se para escalar e chegar ao topo. Esta atividade atende pessoas a partir de quatro anos de idade. Os equipamentos de segurança são de uso obrigatório e a segurança para sua prática é realizada com o auxilio de monitores. A escalada é de subida individual.

Arvorismo

Com cem metros de comprimento, oito passarelas e duas tirolesas a aventura proporcionada pela atividade de arvorismo é indescritível. Para praticar e realizar um contato com a natureza em meio às copas das árvores basta que o visitante tenha altura mínima de 1,5 metros e goste de se aventurar. Esta é uma atividade certificada pela ABNT Certificadora segundo a norma ABNT NBR 15331 Sistema de Gestão da Segurança.

Fonte: elaboração da autora, com dados do Alpen Park (2015).

Conforme exposto, as atividades de aventura ofertadas no parque, também possuem direcionamento a públicos diversos, normas e restrições, sempre buscando garantir a segurança necessária para a vivência almejada e satisfação dos visitantes, como nos exemplos destacados do Arvorismo e Tirolesa (IMAGENS 4 e 5).

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Imagem 4 - Arvorismo

Fonte: registros da autora (2015).

Imagem 5 - Tirolesa

Fonte: registros da autora (2015).

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É importante ressaltar que tanto as atividades de cunho recreativo, como as de cunho de aventura, possuem restrições, sendo todas elas vedadas a gestantes; cardíacos/hipertensos; pessoas com problemas de coluna, labirintite e vertigem; epiléticos/convulsivos; portadores de necessidades especiais físicas ou mentais que prejudiquem a boa execução das atividades; e pessoas que tenham ingerido bebida alcoólica, drogas ou qualquer tipo de entorpecente. Há também restrições de peso, em alguns equipamentos. Todos eles são apresentados no site e esclarecidos no espaço do Serviço de Atendimento ao Visitante - SAVI, de forma presencial por um atendente do parque (ALPEN PARK, 2015).

Também consideramos que diferentemente do apontado por Ashton (2009), que defende entre os elementos que um parque deve ter, a cobrança de ingresso para o parque e não por atração, o Alpen Park, assim como vários outros parques, trabalha com a venda de ingressos por atividade, justamente pelas especificidades e custo de implantação e manutenção de cada uma, o que gera preços diferenciados, da mesma forma é uma estratégia que possibilita o aumento de captação de público, pois um valor único poderia ser mais caro e restritivo e desta forma se possibilita até mesmo que pessoas entrem somente para acompanhar e assim passam a ser também clientes potenciais. Desta forma, com base no referencial apontado e com a caracterização da área e empreendimento objeto deste estudo, serão apresentados os procedimentos metodológicos que empreendidos para a realização da presente pesquisa.

4. PROCEDIMENTOS METODOLOGICOS O procedimento metodológico aplicado foi uma pesquisa de caráter misto, com a

junção de dados quantitativos à questão qualitativa, que conforme Dencker (1998, p. 97), é “a metodologia indicada para a compreensão de problemas, estruturas e sistemas sociais.” Assim, a autora defende que esta é caracterizada pela observância de fenômenos sociais, mediante a participação do pesquisador no local desses casos.

Dentro da pesquisa qualitativa, este trabalho trata de um Estudo de Caso, conceituado por Dencker (1998), como, estudo de determinados objetos ou situações, que permite o conhecimento de processos e relações sociais. De acordo com Gil (1989), o estudo de caso tem por fundamento uma análise individual para a compreensão da totalidade, mesmo havendo o risco de o caso ser uma exceção, gerando conclusões errôneas.

Como técnica de coleta de dados foi realizada uma entrevista, (GIL, 1989) e para a condução desta entrevista se estruturou um roteiro em forma de questionário, composto por uma lista de questões relevantes (DENCKER, 1998): Assim nesta pesquisa foram aplicados dois questionários, sendo um direcionado ao gestor do parque, e um segundo direcionado aos visitantes do parque, ambas devidamente registradas por escrito, de forma manual pela pesquisadora.

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A análise dos dados foi realizada ao término da tabulação dos dados coletados, que conforme Gil (1989, p. 174), é composta por dois níveis, sendo a “descrição dos dados e a avaliação das generalizações obtidas a partir desses dados”, etapas essenciais para o alcance dos objetivos propostos.

Como amostra para este estudo, optou-se pela tipologia estratificada probabilística. A amostragem estratificada, “tem como característica central a diferenciação entre os elementos que compõem a população.” O que faz com que seja considerada heterogênea, e demanda a divisão em subpopulações, ou estratos, passando ao processo de Amostragem Aleatória Simples – AAS, em que se procura uma população finita, que não possua um número elevado de representantes, objetivando agrupar estes de acordo com as características comuns, para cada estrato (NIQUE; LADEIRA, 2014, p. 149).

Com este princípio passamos à seleção de objeto de estudo, em que foram identificados quinze parques temáticos na Serra Gaúcha, caracterizados conforme conceituação pesquisada e apresentada no referencial teórico. Destes, selecionamos seis por abordarem temática relacionada à diversão e aventura e, entre estes, o Alpen Park foi o que aceitou receber esta pesquisa.

Como o empreendimento pesquisado não trabalha com a venda de ingressos para o parque e sim por atividades, declaram não ter um número preciso de visitantes por ano, mas que tomam por base a venda de ingressos para o Trenó, que é considerado por seus gestores o seu maior atrativo, e que no ano de 2014, teve cerca de 200 mil ingressos vendidos.

Destaca-se que para uma correta inferência da pesquisa, que garantisse um intervalo de confiança de 95% e margem de erro de 5%, seriam necessários 228 entrevistados. Porém, é importante ressaltar que esta pequena amostra, foi o que se tornou possível e não pretende representar a população total, atendendo ao que se chama de princípio da probabilística, que pressupõe que o número de testes corretos é o que se deve considerar como grau de confiança. E com esta abordagem consideramos e validamos os dados coletados, como um indicativo parcial quanto à amostra pesquisada, demandando maiores e mais ampliados estudos (NIQUE; LADEIRA, p. 154).

Com essas considerações, metodologia e instrumentos apontados e área de estudo apresentada é que se cobiçou responder o problema de pesquisa levantado, bem como os objetivos geral e específico propostos. Assim, passamos na próxima seção à compilação e interpretação dos resultados.

5 ANÁLISE DOS RESULTADOS

5.1 VISÃO DO ALPEN PARKConforme explanado anteriormente, o Alpen Park foi escolhido como objeto

de estudo desta investigação, por se destacar como Parque temático na Serra gaúcha, em funcionamento há 12 (doze) anos, ofertando diversificadas atividades esportivas e

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recreativas. Tendo aceito a participação e colaboração neste estudo, a entrevista foi realizada no dia 02 de maio de 2015, com a responsável pelas relações públicas do parque. Ressalta-se que a entrevista foi realizada de forma presencial e será descrita a seguir.

Quando questionada sobre os motivos para a escolha da temática abordada pelo parque a entrevistada ressaltou que o Alpen Park está situado em uma cidade turística, em que a natureza está em evidência. Desta forma, buscaram ser pioneiros na mescla entre atividades que proporcionassem a vivência ao ar livre, com o uso de alta tecnologia. Também destacou que as características turísticas e as possibilidades de integração da natureza com a tecnologia foram as razões para a escolha da cidade de Canela para sediar este empreendimento.

Sobre o acompanhamento da satisfação dos visitantes, relatou que realizam acompanhamento pelas redes, como o Facebook e avaliações no Trip Advisor, e também mediante o Serviço de Atendimento ao Visitante - SAVI.

Quanto à procedência dos funcionários do parque, a entrevistada informou que são cerca de 80 (oitenta) funcionários, todos moradores locais de Canela. Quanto ao principal motivo que leva um visitante a escolher um parque temático, ela relatou que em sua opinião, a grande maioria dos visitantes vêm motivados por momentos de lazer.

5.2 VISÃO DOS VISITANTES DO ALPEN PARKPara a coleta da visão e motivações dos visitantes, foram aplicados questionários

em abordagens no dia 02 de maio, com um total de 50 (cinquenta) visitantes, que nos permitiram fazer as seguintes considerações.

Quanto ao tipo de atividade que mais praticaram no Alpen Park, verificou-se que 70% (35) dos respondentes praticaram atividades de aventura; e 30% (15) praticam atividades recreativas. (Gráfico 1).

Gráfico 1 - Tipo de Atividades

Fonte: elaboração da autora (2015).

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Quando questionados, quanto às atividades de aventura que praticaram, 57% (29) dos respondentes declararam ter praticado a tirolesa; 27% (14) não praticaram atividades de aventura; e 16% (8) praticaram outras atividades diversas (Gráfico 2). Quanto às atividades recreativas, que praticaram, verificou-se entre os respondentes que 66% (33) praticou trenó; 28% (14) praticaram outras atividades; e 6% (3) não praticaram nenhuma atividade recreativa (Gráfico 3).

Gráfico 2 - Atividades de Aventura Gráfico 3 - Atividades Recreativas

Fonte: elaboração da autora (2015). Fonte: elaboração da autora (2015).

Quanto às expectativas, verificou-se que entre os respondentes, 80% (40) tiveram suas expectativas respondidas; 14% (7) tiveram suas expectativas superadas; e 6% (3) não tiveram suas expectativas alcançadas. Quando questionadas se retornariam ao Alpen Park, 92% (46) dos respondentes declararam que voltariam ao Parque; 4% (2) declararam que não voltariam; e outros 4% (2) declararam não saber.

Conforme apresentado na compilação dos dados coletados junto aos respondentes, verifica-se o perfil, atividades motivações e grau de satisfação, quanto ao vivenciado no Alpen Park. Com estes dados, se atingiu o primeiro objetivo deste estudo, que buscava investigar a oferta de atividades em um parque temático de lazer, e no Alpen Park, nosso local de estudo identificamos a oferta de 13 atividades, sendo 7 caracterizadas enquanto recreativas e 6 como de aventura, sendo estas em especial a tirolesa, as mais procuradas pelos visitantes pesquisados.

Da mesma forma, responde ao segundo objetivo que buscava identificar o perfil de usuários e suas principais motivações, e os representantes da amostra pesquisada nos apresentou um público majoritariamente feminino(58%), principalmente na faixa etária entre 19 e 30 anos, sendo que 52% declarados casados, com escolaridade alta composta de 38% dos respondentes com ensino superior completo, e faixa de renda composta de 52% declarados com renda superior de 6 salários mínimos. Quanto aos estados e municípios de origem, verificou-se que entre os respondentes, 68% (34) eram do Rio Grande do Sul; 24%

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(12) eram visitantes de outros estados brasileiros; 4% (2) eram moradores de municípios da Serra Gaúcha; e outros 4% (2), visitantes de países vizinhos, sendo o Uruguai e Argentina, o que indica visitantes com demandas e possibilidades ampliadas.

Resultados que vão ao encontro dos conceitos de Carmello (2002), para quem os parques são criados para que todos se divirtam, tendo opções para crianças, jovens e adultos; de Ashton (2009), que ressalta que no contexto dos parques temáticos existe uma teia de territórios, definindo estes como espaços para vivências de pessoas de procedências, faixas etárias, gostos e costumes diversos, que se mesclam e aglutinam, movidos por um objetivo comum. Bem como, ao próprio conceito de atividades de aventura do Ministério do Turismo (BRASIL, 2010), que as define como aquelas oferecidas comercialmente, adaptadas do meio natural, que possuam caráter recreativo e envolvam riscos controlados e assumidos, como ocorre na Tirolesa e em todas as atividades de aventura ofertadas no Parque.

O terceiro e quarto objetivos pretendiam apresentar a atratividade de um destino temático, e de acordo com o apreciado nos resultados obtidos, as motivações de atratividade do parque temático investigado, que apontaram que a maioria dos visitantes (92%) é motivada pelo lazer. Resultado que remete às considerações de Dumazedier (2004), que ressalta que as pessoas buscam por atividades no nosso tempo livre, que cumpram função de descanso, reparador das deteriorações físicas e nervosas; divertimento, recreação e entretenimento que compreende as atividades que dão prazer.

Da mesma forma, corrobora com Kishimoto (1996) que destaca a atratividade exercida pelas atividades de recreação, por proporcionarem diversão e lazer. E também com o Ministério do Turismo (BRAIL, 2010), que explica a atratividade das atividades de aventura, também por promover momentos de lazer, com riscos controlados. Partindo destes com base no referencial teórico, passamos no próxima seção a tecer considerações finais, quanto aos resultados e objetivos alcançados na presente pesquisa.

6. CONSIDERAÇÕES FINAISConforme apresentado na análise dos resultados, os dados levantados pela pesquisa,

evidenciaram as atividades, perfil e motivações para atratividade de um parque temático, conforme proposto em seus objetivos. Da mesma forma, quanto ao problema de pesquisa, que buscava responder quais os fatores determinantes, para o sucesso de um parque temático, e os resultados alcançados, nos permitem apontar que o sucesso de um parque, ou ao menos do aqui pesquisado, reside em ofertar atividades diversas, dentre as motivações tematizadas em seu ambiente, que permitam atrair um público também diversificado.

Através da realização desta pesquisa e do conhecimento adquirido através dos autores estudados e citados no referencial teórico, compreende-se a importância dos parques temáticos enquanto locais de diversão para crianças, jovens e adultos, indo ao encontro

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do defendido por Ashton (2009) que ressalta serem os parques temáticos locais para ver, comer e comprar, espaços de convívio social e interação, em que pessoas de procedências diversas, faixas etárias, gostos, costumes, misturam-se com um objetivo comum e o próprio convívio torna-se uma atração. Em especial para atuação nos destinos enquanto espaços de lazer e de promoção de desenvolvimento da oferta e atratividade turística local, visto que conforme Trigo (2007), o espaço é um importante fator para estimular uma viagem, sendo assim chamado de atrativo turístico, já que o seu diferencial é decisivo na escolha de um determinado local ao invés de outro. Assim, considera que cada destino possui qualidades que o tornam um atrativo e motivam os viajantes a conhecê-lo.

Ressalta-se que apesar de identificar 15 (quinze) parques temáticos na Serra Gaúcha, o que evidencia a força deste tipo de equipamento na região, a autora teve dificuldades em conseguir um espaço que colaborasse e autorizasse a realização deste estudo junto a seus visitantes, o que gerou atrasos no cumprimento do cronograma inicial. Recusas estas que podem dificultar por fim, o conhecimento sobre o setor como um todo, que busca tão somente atuar na sua visualização e aprimoramento.

Desta forma, sugere-se a ampliação deste estudo, de forma que se pudesse atingir uma amostragem mais representativa, com dados coletados em mais dias, ampliando também a diversidade de públicos. Também se sugere que essa temática seja estudada por outros estudantes da área do Turismo, bem como de outras áreas do conhecimento, pois com novos pontos de vista, demandas e oportunidades poderão ser evidenciados, contribuindo de diversas formas para a ampliação de saberes quanto aos parques temáticos, funcionamento e ampliação deste setor enquanto potencializador de desenvolvimento e qualificação do turismo.

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