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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE FÍSICA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO MESTRADO EM ENSINO DE CIÊNCIAS NATURAIS PARTÍCULAS ELEMENTARES NO 4º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL: UMA PRIMEIRA ABORDAGEM VIA UNIDADES DE ENSINO POTENCIALMENTE SIGNIFICATIVAS. CÉLIA MÔNICA PINHEIRO ORMOND Drª IRAMAIA JORGE CABRAL DE PAULO ORIENTADORA Cuiabá, MT 2016

PARTÍCULAS ELEMENTARES NO 4º ANO DO ENSINO …

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Page 1: PARTÍCULAS ELEMENTARES NO 4º ANO DO ENSINO …

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

INSTITUTO DE FÍSICA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

MESTRADO EM ENSINO DE CIÊNCIAS NATURAIS

PARTÍCULAS ELEMENTARES NO 4º ANO DO ENSINO

FUNDAMENTAL: UMA PRIMEIRA ABORDAGEM VIA

UNIDADES DE ENSINO POTENCIALMENTE

SIGNIFICATIVAS.

CÉLIA MÔNICA PINHEIRO ORMOND

Drª IRAMAIA JORGE CABRAL DE PAULO

ORIENTADORA

Cuiabá, MT

2016

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

INSTITUTO DE FÍSICA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

MESTRADO EM ENSINO DE CIÊNCIAS NATURAIS

PARTÍCULAS ELEMENTARES NO 4º ANO DO ENSINO

FUNDAMENTAL: UMA PRIMEIRA ABORDAGEM VIA

UNIDADES DE ENSINO POTENCIALMENTE

SIGNIFICATIVAS.

CÉLIA MÔNICA PINHEIRO ORMOND

Dissertação apresentada ao Programa de

Pós-Graduação em Ensino de Ciências

Naturais da Universidade Federal de Mato

Grosso, como parte dos requisitos para

obtenção do Título de Mestre em Ensino

de Ciências Naturais.

Drª IRAMAIA JORGE CABRAL DE PAULO

ORIENTADORA

Cuiabá, MT

2016

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DEDICATÓRIA

Aos meus pais e irmãos filhos, professores,

colegas e amigos, obrigada!

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente à Deus, pela graça alcançada; aos meus filhos Alberto e Júlia pelo

incentivo e compreensão.

À professora Drª. Iramaia Jorge Cabral de Paulo, pela orientação, carinho, dedicação e

comprometimento, dedicados durante a construção deste trabalho.

Aos professores do Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Naturais da

UFMT, pela competência e engajamento ao programa.

Ao Abadio Pinheiro pela atenção e estímulo nas horas de dificuldade.

Aos colegas e amigos do curso, pelo carinho, amizade e companheirismo e aos

parceiros do Colégio Portal por abrirem suas portas à pesquisa.

À Todos muito obrigada!

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7

São as crianças que veem as coisas –

porque elas as veem sempre pela primeira

vez com espanto, com assombro de que elas

sejam do jeito como são. Os adultos, de

tanto vê-las, já não as veem mais. As

coisas, as mais maravilhosas, ficam banais.

Ser adulto é ser cego. (Rubem Alves)

Page 8: PARTÍCULAS ELEMENTARES NO 4º ANO DO ENSINO …

8

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 6

2 REFERENCIAL TEÓRICO ....................................................................................... 9

2.1 A Teoria da Aprendizagem Significativa de David Ausubel: .................................... 9

2.2 UNIDADES DE ENSINO POTENCIALMENTE SIGNIFICATIVAS (UEPS) ..... 11

2.3 A TEORIA DE ENSINO DE BRUNER .................................................................. 12

3 REVISÃO DA LITERATURA ................................................................................ 32

3.1 A INSERÇÃO DA FÍSICA MODERNA E CONTEMPORÂNEA NO

CURRÍCULO ESCOLAR, O ENSINO DE FÍSICA NO ENSINO FUNDAMENTAL E O

PAPEL DOS CLÁSSICOS DA LITERATURA NO ENSINO FUNDAMENTAL. .......... 34

4 MATERIAIS E MÉTODOS ..................................................................................... 37

4.1 DELINEAMENTOS METODOLÓGICOS DA PESQUISA. ................................. 37

4.2 PLANOS DE AÇÃO/ CONTEXTO DA PESQUISA ............................................. 39

4.3 SITE EDUCACIONAL - PARTÍCULAS DO SABER ........................................... 48

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 66

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 75

7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 76

8 ANEXOS .................................................................................................................. 80

Page 9: PARTÍCULAS ELEMENTARES NO 4º ANO DO ENSINO …

1

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1; Modelo Atômico .................................................................................................. 15

Figura; 2 Experimento de Thomson com tubo de raios catódicos ...................................... 19

Figura 3; Efeito fotoelétrico ................................................................................................ 20

Figura 4; Descoberta do próton ........................................................................................... 21

Figura 5; Nêutron /partícula subatômica formada por três partículas (udd) denominada

quarks .................................................................................................................................. 23

Figura 6; Neutrino ............................................................................................................... 24

Figura 7; Múon .................................................................................................................... 25

Figura 8; Do átomo ao quark ............................................................................................. 27

Figura 9; Classificação das partículas ................................................................................. 29

Figura 10; Modelo Padrão ................................................................................................... 31

Figura 11; Fachada Colégio Portal ...................................................................................... 40

Figura 12; Localização do Colégio Portal ........................................................................... 40

Figura 13; Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carroll ................................................ 43

Figura 14; Imagem do Site .................................................................................................. 47

Figura 15: Imagem do Site .................................................................................................. 50

Figura 16: Imagem do Site .................................................................................................. 50

Figura 17: Imagem do Site .................................................................................................. 51

Figura 18: Imagem do Site .................................................................................................. 51

Figura 19: Imagem do Site .................................................................................................. 52

Figura 20: Imagem do Site .................................................................................................. 53

Figura 21: Imagem do Site .................................................................................................. 53

Figura 22: Imagem do Site .................................................................................................. 54

Figura 23: Imagem do Site .................................................................................................. 54

Figura 24: Imagem do Site .................................................................................................. 55

Figura 25: Imagem do Site .................................................................................................. 55

Figura 26: Imagem do Site .................................................................................................. 56

Figura 27: Imagem do Site .................................................................................................. 56

Figura 28: Imagem do Site .................................................................................................. 57

Figura 29: Imagem do Site .................................................................................................. 57

Figura 30: Imagem do Site .................................................................................................. 58

Figura 31: Imagem do Site .................................................................................................. 58

Page 10: PARTÍCULAS ELEMENTARES NO 4º ANO DO ENSINO …

2

Figura 32: Imagem do Site .................................................................................................. 59

Figura 33: Imagem do Site .................................................................................................. 59

Figura 34: Imagem do Site .................................................................................................. 60

Figura 35; Foto dos alunos do Colégio Portal durante a aplicação da UEPS ..................... 660

Figura 36; Foto dos alunos do Colégio Portal durante a aplicação da UEPS ..................... 661

Gráfico 1- Gênero ............................................................................................................... 63

Gráfico 2- Faixa Etária ........................................................................................................ 63

Gráfico 3- Grau de Escolaridade ......................................................................................... 64

Gráfico 4- Facilidade de acesso ao SITE ............................................................................ 64

Gráfico 5- Rapidez no acesso ao SITE ............................................................................... 65

Gráfico 6- Aceitação do SITE ............................................................................................. 65

Gráfico 7- Retorno ao SITE ................................................................................................ 65

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

BEVATRON – Acelerador de Prótons

CERN – Organização Europeia para Pesquisa Nuclear (European Organization for

Nuclear Research)

DESY – Laboratório constituído por dois aceleradores que colidem elétrons e prótons,

localizado em Hamburgo.

FERMILAB – Fermi National Accelerator Laboratory (laboratório localizado em

Batavia, EUA).

LEP – Large Elétron Positron

LHC – Grande Colisor de Hádrons

PCN - Parâmetros Curriculares Nacionais

SPS – Super Próton Sincrotron

TAS – Teorias da Aprendizagem Significativa

TASC - Teorias da Aprendizagem Significativa Crítica

UEPS – Unidade de Ensino Potencialmente Significativa

USP – Universidade de São Paulo

Page 11: PARTÍCULAS ELEMENTARES NO 4º ANO DO ENSINO …

3

LISTA DE ANEXOS

ANEXO A- ENCAMINHAMENTO DO MESTRANDO À ESCOLA

ANEXO B- MODELO DE TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO

ANEXO C- PROPOSTA DE UEPS PARA ENSINAR O CONCEITO DE

PARTÍCULAS ELEMENTARES PARA AS PRIMEIRAS SÉRIES DO ENSINO

FUNDAMENTAL

ANEXO D- QUESTIONÁRIO APLICADO AOS ALUNOS ANTES DA

UTILIZAÇÃO DA UEPS

ANEXO E- QUESTIONÁRIO APLICADO AOS ALUNOS DEPOIS DA

UTILIZAÇÃO DAS UEPS

ANEXO F- TEXTO: A NATUREZA ATÔMICA DA MATÉRIA (FÍSICA

CONCEITUAL, PAUL G. HEWITT-2002)

ANEXO G - ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS – HISTÓRIA INFANTIL

ANEXO H- DESENHO ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS

ANEXO I – QUESTIONÁRIO APLICADO

Page 12: PARTÍCULAS ELEMENTARES NO 4º ANO DO ENSINO …

4

RESUMO

ORMOND, Célia Mônica Pinheiro. Partículas Elementares no 4º ano do

Ensino Fundamental: Uma primeira abordagem via unidades de ensino

potencialmente significativas. Dissertação (Mestrado em Educação em

Ciências Naturais). Instituto de Física. Diploma de Pós-Graduação em Ensino de

Ciências Naturais. Universidade Federal de Mato Grosso, junho de 2016.

O presente trabalho aborda uma pesquisa feita com alunos do quarto ano do ensino

fundamental em uma escola da rede privada de ensino do município de Cuiabá-MT.

Esta pesquisa tem o intuito de analisar se os alunos do quarto ano do ensino

fundamental têm condições de entender um conteúdo abstrato nesta etapa do ensino. O

desenvolvimento se dá através de uma proposta de ensino de física com o tema:

partículas elementares, utilizando uma UEPS (Unidade De Ensino Potencialmente

Significativa) desenvolvida para esta etapa de ensino, adequada e acessível ao nível

cognitivo do aluno. Os instrumentos de coleta de dados utilizados foram questionários,

caderno de campo, fotografias das atividades realizadas. A pesquisa foi realizada

utilizando uma metodologia de pesquisa qualitativa. Os dados da pesquisa foram

coletados através de questionários aplicados aos alunos, registros das atividades e seu

desenvolvimento. Posteriormente os dados foram sistematizados e analisados.

Percebemos que apesar de abstrato, o conceito de partículas elementares pode ser

inserido no ensino fundamental como forma do aluno se apropriar de conhecimentos

científicos e transformadores da sociedade.

Palavras-chave: Aprendizagem Significativa, Ensino de Física, Física Moderna e

Contemporânea.

Page 13: PARTÍCULAS ELEMENTARES NO 4º ANO DO ENSINO …

5

ABSTRACT

ORMOND, Célia Mônica Pinheiro. Elementary Particles in the fourth year of

elementary school: a first approach via potentially significant teaching units.

Cuiabá, 2016. Dissertation (Master of Natural Science Education). Institute of

Physics. Program Graduate Diploma in Natural Science Teaching. Federal

University of Mato Grosso, June 2016.

The present study addresses a research done with students of the fourth year of

primary education in a private school in the municipality of Cuiabá-MT. This research

intends to analyze if the students of the fourth year of elementary school are able to

understand an abstract content at this stage of teaching. The development takes place

through a proposal of teaching of physics with the theme: elementary particles, using a

LIFO (Potentially Significant Teaching Unit) developed for this stage of education,

adequate and accessible at the cognitive level of the student. The instruments of data

collection used were questionnaires, field notes, photographs of the activities carried

out. The research was carried out using a qualitative research methodology. The

research data were collected through questionnaires applied to students, records of

activities and their development. Subsequently the data were systematized and

analyzed. We realized that although abstract, the concept of elementary particles can

be inserted in elementary education as a way for the student to appropriate scientific

knowledge and transforming society.

Keywords: Significant Learning, Physics Teaching, Modern and Contemporary

Physics.

Page 14: PARTÍCULAS ELEMENTARES NO 4º ANO DO ENSINO …

6

1 INTRODUÇÃO

A criança de hoje é por excelência um nativo digital acostumado a

receber um grande fluxo de informações. Como professores, percebemos a

necessidade de ajudá-las a sistematizar algumas informações já nos primeiros anos do

ensino fundamental, embora muitos conceitos necessários para a compreensão e

seleção de informações estejam em início de formação, ou seja, ainda inexistentes.

A Física Contemporânea representa um dos mais avançados conhecimentos

em termos de complexidade da abordagem do mundo real.

Temos a proposta de colaborar com o trabalho dos professores que tem o

papel fundamental no processo de mudança da sociedade e da inserção do

conhecimento científico na vida do aluno, objetivando preparar as novas gerações para

enfrentar o mundo de hoje.

Para isso foi elaborada uma Unidade de Ensino Potencialmente Significativa

(UEPS), proposta por Moreira (2011), com o tema: Partículas Elementares, aplicada à

uma turma do 4º ano do ensino fundamental de uma escola da rede privada de ensino,

para verificar se os alunos do 4º ano do ensino fundamental tem condições de entender

um conteúdo abstrato nesta etapa de ensino.

A inserção de tópicos de Física Contemporânea no ensino básico tem sido

objeto de investigação nas últimas três décadas justificada por importantes argumentos

tais como: necessidade de atualização curricular para promover a compreensão de

questões acerca da tecnologia, sociedade, ambiente e também sobre o

desenvolvimento das ciências.

Mesmo assim ainda pairam inúmeras dificuldades atreladas a causas diversas

tais como a frágil formação dos professores em nível de graduação, o pequeno número

de aulas de Física e ou Ciências, além do fato de que esses temas frequentemente

aparecem nos últimos capítulos dos livros didáticos. Há que se lembrar de que existe

um acordo tácito entre professores, alunos, pais, e equipe técnica de que o livro

didático precise ser seguido.

Assim, embora as pesquisas corroborem a importância dessa temática a

realidade da sala de aula mostra-se bastante adversa. Essa reflexão parece pertinente

para situação do ensino médio, mas quando se trata das series iniciais o quadro se

agrava por que os professores não têm formação especifica sobre os temas de Física

Contemporânea. Considera-se que nos anos iniciais as crianças são curiosas, ousadas,

Page 15: PARTÍCULAS ELEMENTARES NO 4º ANO DO ENSINO …

7

imaginativas e destemidas frente ao novo, logo nos parece que nas séries iniciais

temos um terreno fértil para introduzir os primeiros conceitos acerca de partículas

elementares.

Incorporar à prática docente conhecimentos contemporâneos em ciência e

tecnologia é um grande desafio. Recursos paradidáticos como: livros, jornais, filmes,

rede web, devem ser usados pelos professores como facilitadores do processo ensino-

aprendizagem.

Com este trabalho, espero contribuir para a melhoria do processo ensino-

aprendizagem de Física Moderna e Contemporânea para os anos iniciais; através de

um material que possa fornecer subsídio para o enriquecimento da prática pedagógica.

O objetivo deste trabalho é o de analisar se os alunos do quarto ano do ensino

fundamental têm condições de entender um conteúdo abstrato.

Os objetivos específicos são:

Elaborar uma unidade de ensino-aprendizagem de Física com o tema:

Partículas Elementares no quarto ano do ensino fundamental, baseado na

utilização das Unidades de Ensino Potencialmente Significativas proposta por

Marco Antônio Moreira;

Implementar a Unidade de Ensino Potencialmente Significativa com o tema:

Partículas Elementares no quarto ano do ensino fundamental em uma escola da

rede privada de ensino, verificar sua potencialidade e seu poder de facilitação

da aprendizagem significativa;

Disponibilizar à comunidade o produto educacional impresso e online, através

das páginas do Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Naturais da

UFMT;

Disponibilizar um site educacional para professores e alunos.

Page 16: PARTÍCULAS ELEMENTARES NO 4º ANO DO ENSINO …

8

A dissertação tem a seguinte estrutura:

1. Introdução - apresentação da pesquisa, seus objetivos e a descrição dos

sujeitos da pesquisa;

2. Referencial Teórico - apresentação do referencial teórico a Teoria da

Aprendizagem Significativa de David Ausubel, Unidades de Ensino Potencialmente

Significativas – UEPS e a Teoria de Ensino de Bruner;

3. Revisão da Literatura - abordagem sobre o ensino de ciências e artigos

sobre os temas: física moderna e contemporânea e clássicos da literatura;

4. Fundamentos da física - abordagem sobre as partículas elementares,

destacando as principais descobertas da Física de Partículas no séc.XX;

5. Materiais e métodos - apresentação do produto, mostrando sua construção

e desenvolvimento junto à escola;

6. Resultados – descrição da aplicação do produto e a análise dos seus

resultados;

7. Considerações finais - apresenta as considerações finais da pesquisa, de

acordo com os resultados obtidos no decorrer do processo.

Page 17: PARTÍCULAS ELEMENTARES NO 4º ANO DO ENSINO …

9

2 REFERENCIAL TEÓRICO

Teorias da aprendizagem são os estudos que buscam investigar, sistematizar e

propor soluções que tem relação com o campo do aprendizado humano.

Moreira (2011) afirma que de um modo geral, uma teoria é uma tentativa

humana de sistematizar uma área de conhecimento, uma maneira particular de ver as

coisas, de explicar e prever observações, de resolver problemas. Uma teoria de

aprendizagem é, então, uma construção humana para interpretar sistematicamente a

área de conhecimento que chamamos aprendizagem.

As teorias são constituídas de conceitos e princípios que são utilizados para

sistematizar o conhecimento construído pelos homens, auxiliando na explicação e

previsão de determinados eventos.

Conhecer as principais teorias da aprendizagem pode auxiliar na compreensão

das causas das dificuldades reveladas pelos alunos, na dinâmica do ato de ensinar e

aprender, na explicação da relação entre o conhecimento pré-existente e o novo

conhecimento.

Para AUSUBEL (1980) a partir de uma teoria da aprendizagem é que

podemos desenvolver noções defensáveis de como os fatores decisivos no processo

aprendizagem–ensino podem ser manipulados com mais eficácia. (AUSUBEL et al

1980, p.12)

2.1 A Teoria da Aprendizagem Significativa de David Ausubel:

A Teoria da Aprendizagem Significativa (TAS) traz como ideia central que o

fator isolado mais importante influenciando a aprendizagem é aquilo que o aprendiz já

sabe (Novak, 1977ª).

Para Ausubel, aprendizagem significativa é um processo pelo qual uma nova

informação se relaciona com um aspecto relevante da estrutura de conhecimento do

indivíduo. Neste processo a nova informação interage com uma estrutura de

conhecimento específica, definida por Ausubel como subsunçor, existentes na

estrutura cognitiva do aluno. Ocorrendo aprendizagem significativa quando a nova

informação ancora-se em subsunções relevantes, preexistentes na estrutura cognitiva

de quem aprende.

Page 18: PARTÍCULAS ELEMENTARES NO 4º ANO DO ENSINO …

10

A Teoria da Aprendizagem Significativa Crítica (TASC) é aquela perspectiva

que permite ao sujeito fazer parte de sua cultura e, ao mesmo tempo, estar fora dela.

Trata-se de uma visão antropológica em relação as atividades de seu grupo social que

permite ao indivíduo participar de tais atividades, mas, ao mesmo tempo, reconhecer

quando a realidade está se afastando tanto que não está mais sendo captada pelo grupo.

A Teoria da Aprendizagem Significativa de Ausubel tem como foco principal

a aprendizagem cognitiva. O cognitivismo procura descrever o que sucede quando o

ser humano se situa, organizando o seu mundo, de forma a distinguir sistematicamente

o igual do diferente.

O conceito de aprendizagem significativa, central na perspectiva

construtivista, implica, necessariamente, o trabalho simbólico de

“significar” a parcela da realidade que se conhece. As aprendizagens que os

alunos realizam na escola serão significativas à medida que conseguirem

estabelecer relações substantivas e não-arbitrárias entre os conteúdos

escolares e os conhecimentos previamente construídos por eles, num

processo de articulação de novos significados. (PCN Brasil 1996).

Cognição é o processo pelo qual o mundo de significados tem origem. À

medida que o ser se situa no mundo, estabelece relações de significação, isto é, atribui

significados à realidade em que se encontra.

NOVAK (1948) acredita que a teoria da aprendizagem cognitiva de Ausubel

oferece um sólido fundamento intelectual para a criação de situações novas no ensino

e aprendizagens escolares que nos poderão conduzir, nas próximas décadas, a

melhores práticas educacionais.

Quando se fala em aprendizagem, segundo o construto cognitivista, está se

encarando a aprendizagem como um processo de armazenamento de informação,

condensação em classes mais genéricas de conhecimentos, que são incorporados a

uma estrutura na mente do indivíduo, de modo que esta possa ser manipulada e

utilizada no futuro. É a habilidade de organização das informações que deve ser

desenvolvida. Ele parte da premissa de que existe uma estrutura na qual a organização

e a integração se processam. É a estrutura cognitiva, entendida como “conteúdo total

de ideias de certo indivíduo e sua organização; ou conteúdo e organização de suas

ideias em uma área particular de conhecimentos” (AUSUBEL apud MOREIRA,

2000).

Ideias novas e informações podem ser aprendidas e retidas na medida em que

conceitos relevantes e inclusivos estejam adequadamente claros e disponíveis na

Page 19: PARTÍCULAS ELEMENTARES NO 4º ANO DO ENSINO …

11

estrutura cognitiva do indivíduo e funcionem como ponto de ancoragem para novas

ideias e conceitos. A experiência cognitiva não se restringe à influência direta de

conceitos já aprendidos sobre componentes da nova aprendizagem, mas abrange

também modificações significativas nos atributos relevantes da estrutura cognitiva

pela influência do novo material. Há, pois, um processo de interação pelo qual

conceitos mais relevantes e inclusivos interagem como novo material, funcionando

como ancoradouro, isto é, abrangendo e integrando o material novo e, ao mesmo

tempo, modificando-se em função dessa ancoragem (Moreira, 2000).

A aprendizagem significativa implica sempre alguma ousadia: diante do

problema posto, o aluno precisa elaborar hipóteses e experimentá-las.

Fatores e processos afetivos, motivacionais e relacionais são importantes

nesse momento. Os conhecimentos gerados na história pessoal e educativa

têm um papel determinante na expectativa que o aluno tem da escola, do

professor e de si mesmo, nas suas motivações e interesses, em seu

autoconceito e em sua autoestima. Assim como os significados construídos

pelo aluno estão destinados a ser substituídos por outros no transcurso das

atividades, as representações que o aluno tem de si e de seu processo de

aprendizagem também. É fundamental, portanto, que a intervenção

educativa escolar propicie um desenvolvimento em direção à

disponibilidade exigida pela aprendizagem significativa. (PCN Brasil

1996).

Segundo Moreira aprendizagem significativa se processa quando o material

novo, ideias e informações que apresentam uma estrutura lógica, interagem com

conceitos relevantes e inclusivos, claros e disponíveis na estrutura cognitiva, sendo por

eles assimilados, contribuindo para sua diferenciação, elaboração e estabilidade. Os

cognitivistas sustentam que aprendizagem de material potencialmente significativo é,

por excelência, um mecanismo humano para adquirir e reter a vasta quantidade de

ideias e informações de um corpo de conhecimentos. A posse de habilidades que

tornem possível a aquisição, retenção e aparecimento de conceitos na estrutura

cognitiva, é que capacitará o indivíduo a adquirir significados (AUSUBEL apud

MOREIRA 2000).

2.2 UNIDADES DE ENSINO POTENCIALMENTE SIGNIFICATIVAS

(UEPS)

A Unidade de Ensino Potencialmente Significativa é uma sequência didática

que tem como fundamentação teorias de aprendizagem, particularmente a TAS.

Tem como premissas que não há ensino sem aprendizagem e que o ensino é o

meio e a aprendizagem é o fim.

Page 20: PARTÍCULAS ELEMENTARES NO 4º ANO DO ENSINO …

12

Sugere passos para sua construção, voltada para uma aprendizagem

significativa, não mecânica, que pode estimular a pesquisa aplicada em ensino voltada

diretamente para à sala de aula.

Para Moreira (2000), a Unidade de Ensino Potencialmente Significativa tem

como princípios norteadores: o aluno é quem decide se quer aprender

significativamente determinado conhecimento; o conhecimento prévio é considerado

como a variável que mais influencia a aprendizagem significativa; os organizadores

prévios que tem a função principal servir de ponte entre o que o aprendiz já sabe e o

que ele deveria saber, a fim de que o novo material pudesse ser aprendido de forma

significativa; mostra a relacionabilidade entre novos conhecimentos e os e os

conhecimentos prévios.

Os novos conhecimentos ganharão sentido através das situações-problema

que devem, segundo Vergnaud (apud Moreira 2011), ser propostas em níveis

crescentes de complexidade, podendo funcionar como organizadores prévios. O

professor terá o papel de prover a situação-problema cuidadosamente selecionada, de

organizar o ensino e mediar a captação de significados por parte do aluno. A

organização do ensino deve levar em conta, a diferenciação progressiva, a

reconciliação integradora e a consolidação. A aprendizagem significativa é

progressiva, sua avaliação deve ser feita buscando suas evidências.

2.3 A TEORIA DE ENSINO DE BRUNER

Bruner foi Professor de Psicologia e Diretor do Centro de Estudos Cognitivos

da Universidade de Harvard. Ficou conhecido por ter dito a seguinte frase: “é possível

ensinar qualquer assunto, de uma maneira honesta, a qualquer criança em qualquer

estágio de desenvolvimento” (Moreira apud Bruner 1969, 1973,1976).

O autor dizia também que essa possibilidade era decorrente das etapas do

desenvolvimento intelectual, caracterizadas por um modo particular de representação,

que é a forma pela qual o indivíduo visualiza o mundo e explica-o a si mesmo. Dessa

maneira, a tarefa de ensinar determinado conteúdo a uma criança, em qualquer idade, é

a de representar a estrutura deste conteúdo em termos da visualização que a criança

tem das coisas. Essa hipótese tem como premissa o amadurecido juízo de que toda

ideia pode ser representada de maneira honesta e útil nas formas de pensamento da

criança em idade escolar, e essas primeiras representações podem, posteriormente,

Page 21: PARTÍCULAS ELEMENTARES NO 4º ANO DO ENSINO …

13

tornar-se mais poderosas e precisas, com maior facilidade, graça a essa aprendizagem

anterior.

Ao ensinar, desde o jardim de infância até a pós-graduação, fiquei

surpreendido com a semelhança intelectual dos seres humanos em todas as

idades, embora as crianças talvez sejam mais espontâneas, criativas e

energéticas que os adultos. No que se refere a mim, crianças pequenas

podem aprender quase tudo mais rápido do que os adultos, se o

conhecimento lhes for oferecido em termos que podem compreender

(BRUNER 1960, p 39-40).

Para o autor as crianças podem aprender qualquer coisa que os adultos

aprendem – desde que lhes seja apresentada de forma adequada. Então, o mais

importante no ensino de conceitos básicos é ajudar a criança a passar

progressivamente do pensamento concreto para a utilização de modos de pensamento

mais adequados.

A primeira ideia geral diz que o desenvolvimento intelectual da criança não

se dá através de uma sequência cronométrica de acontecimentos, influências

ambientais também o afetam, bem como o ambiente escolar.

Assim, o ensino de ideias científicas, até mesmo no nível primário, não

precisa seguir servilmente o curso natural do desenvolvimento cognitivo da criança.

Pode o mestre dirigir o desenvolvimento intelectual, proporcionando oportunidades

desafiantes, mas praticáveis, para a criança ir adiante em seu desenvolvimento.

A experiência demonstra ser compensador o esforço para oferecer à criança

em crescimento, problemas que a estimulem a passar a estágios seguintes de

desenvolvimento.

Em sua teoria BRUNER traz através do desenvolvimento intelectual a

seguinte colocação: “Através de „perguntas intermediárias‟ bem elaboradas, pode-se

levar a criança a atravessar mais rapidamente os estágios de desenvolvimento

intelectual, em direção a uma compreensão mais profunda dos princípios matemáticos,

físicos e históricos. Precisamos conhecer muito mais a respeito dos caminhos pelos

quais isso pode ser feito” (1978, p.38).

Quando se refere ao ensino de física especificamente, Bruner diz que muita

coisa pode ser ensinada com proveito, tanto no nível indutivo como intuitivo muito

mais cedo. As noções básicas da física são perfeitamente acessíveis a crianças com

idade entre sete e dez anos, alertando que sejam separadas de sua expressão

matemática e estudadas através de materiais que a criança possa manipular

pessoalmente. A segunda ideia geral que é o ato de aprender envolve três processos

Page 22: PARTÍCULAS ELEMENTARES NO 4º ANO DO ENSINO …

14

simultâneos. A aquisição de nova informação – informação que contraria ou substitui

o que a pessoa anteriormente sabia.

O processo de transformação – processo de manipulação do conhecimento de

modo a adaptá-lo a novas tarefas. O terceiro processo é a avaliação crítica – através da

avaliação é possível verificar se o modo pela qual manipulamos à informação é

adequado à tarefa. Desafiar um aluno através de uma unidade ou matéria difícil é uma

oportunidade de exercitar todas as suas forças, de modo que possa descobrir o prazer

que há em funcionar plena e eficientemente.

Os alunos devem sentir-se inteiramente absorvidos por um problema. A

terceira ideia geral é a do currículo em espiral. Se respeitarmos a forma de pensar de

uma criança, se formos gentis para traduzir o material para as suas formas lógicas, e

capazes de desafiá-la a tentar progredir, será possível então introduzi-la precocemente

às ideias e estilos que, posteriormente fazem um homem educado.

A fundamentação teórica pode ser assim sintetizada:

Para Ausubel são duas as condições para que ocorra a aprendizagem

significativa: o material de aprendizagem deve ser potencialmente significativo e o

aprendiz deve apresentar uma predisposição para aprender.

Moreira diz a aprendizagem significativa é progressiva, os significados vão sendo

captados e internalizados progressivamente e nesse processo a linguagem e a interação

pessoal são muito importantes. Para Delizoicov et al, uma das funções do ensino de

ciências nas escolas de ensino fundamental e médio é que permita ao aluno se

apropriar da estrutura do conhecimento científico e de seu potencial explicativo e

transformador. Essa estrutura convenientemente apropriada pelo aluno durante os anos

de escolaridade, mediante a abordagem de conceituação pertinente é que poderá

possibilitar a abordagem científica dos fenômenos e situações, tanto no interior da

escola como em seu exterior.

Bruner atribui um papel de destaque às formas como as crianças representam

o mundo com o qual interagem, partindo da ação até a utilização sofisticada de

símbolos. Ao propor situações desafiadoras aos alunos, o professor fará surgir dúvidas,

somente sanadas com a interação das crianças, com o tema de ensino e o modo com o

qual esse tema lhes é apresentado. O currículo escolar deve contemplar a estruturação

das matérias de ensino, a sequência de apresentação de temas, o despertar da

predisposição para aprender (curiosidade) e ter o papel de reforço pelo professor que

deve ter conhecimento sobre os temas ensinados. Na Teoria da Instrução, Bruner diz

Page 23: PARTÍCULAS ELEMENTARES NO 4º ANO DO ENSINO …

15

que qualquer habilidade ou conhecimento pode ser transmitido em qualquer idade em

que se queira iniciar o aprendizado – apesar de haver uma preparação.

2.4 FUNDAMENTAÇÕA TEORICA - FISICA DE PARTICULAS

Ao longo da história podemos observar a busca constante do homem em

descobrir de que as coisas são feitas ou de que é feita a matéria.

Durante o séc. XIX, por meio de experiências simples, físicos e químicos

obtiveram êxito na determinação da razão das massas de diferentes elementos

químicos. O diâmetro de um átomo não poderia ser maior que um angstrom, era esse o

limite experimental utilizado pelo modelo atomista vigente. O átomo era então,

elementar.

Segundo Abdalla, até o início da década de 1950, a grande maioria das

partículas foi erroneamente considerada elementar, pois o método de observação

utilizado não permitia ver sua natureza mais íntima.

Figura 1; Modelo Atômico

Fonte: http://1.bp.blogspot.com/-

OykHQdY46nA/TbjOa5OBjJI/AAAAAAAAABA/6MWoQpPAqcc/s1600/6.gif

Page 24: PARTÍCULAS ELEMENTARES NO 4º ANO DO ENSINO …

16

A Física das Partículas Elementares segundo Caruso contribuiu grandemente

na busca de respostas para esses questionamentos, principalmente nos últimos 50 anos

onde o método o científico superou a mitologia e nos trouxe caminhos racionais.

Uma contribuição importante para o conhecimento da estrutura da matéria foi

a da radioatividade em 1896 por Henri Becquerel, que estudava fluorescência,

fenômeno pelo qual algumas substâncias absorvem luz de certo comprimento de onda.

Becquerel estudava fluorescência, fenômeno pelo qual algumas substâncias

absorvem luz de certo comprimento de onda, seus átomos são excitados

com a energia que recebem e depois emitem luz de comprimento de onda

diferente (CARUSO et al 2012).

No seu estudo Becquerel mostrou que algumas substâncias absorvem luz de

determinado comprimento de onda, onde ocorre a excitação dos átomos com a energia

recebida e depois a emissão de luz de comprimento de onda diferente.

Em 1898, Pierre Curie e Marie Curie descobriram um novo elemento:

o rádio. O termo radioatividade foi concebido por estes cientistas.

Em 1903, a partícula alfa foi descoberta por Ernest Rutherford. Na sua

concepção Rutherford imaginou o átomo constituído por um núcleo de carga elétrica

positiva, tendo a sua volta uma atmosfera de elétrons. Rutherford descobriu a partícula

alfa e criou as expressões: partícula α- que é o núcleo do átomo de He; partícula β- que

é o elétron; partícula γ- que é o fóton, onda eletromagnética.

Dez anos depois, em 1913, Niels Bohr nos trouxe a ideia de órbitas de

elétrons, onde os elétrons circulam em torno do núcleo, cada órbita correspondendo a

um nível de energia. Representa-se por A o número de prótons + o número de elétrons.

A é chamado número de massa do átomo. Representa-se por Z o número de prótons. Z

é chamado número atômico do átomo.

No ano de 1917, Rutherford através de experimentos, bombardeou átomos de

nitrogênio com partículas α (que é o núcleo do átomo de He) e obteve átomos de

oxigênio e prótons, realizou assim a primeira reação nuclear. Através deste

experimento onde um feixe de partículas incide sobre um núcleo ou partícula, foi

possível detectar os núcleos ou as partículas que foram produzidas durante a colisão.

Esse experimento realizado por Rutherford é utilizado até hoje em Física

Nuclear e Física de Partículas Elementares, onde um feixe de partículas incide sobre

um núcleo ou sobre uma partícula e detecta os núcleos ou as partículas produzidas na

colisão. As partículas utilizadas como projéteis são: prótons, elétrons ou íons.

Page 25: PARTÍCULAS ELEMENTARES NO 4º ANO DO ENSINO …

17

Em 1932, Carl Anderson realizou uma experiência sobre raios cósmicos e

descobriu a antipartícula do elétron, chamada pósitron. No mesmo ano, James

Chadwick descobriu o nêutron através do bombardeamento de núcleos de berílio 9

com partículas α, obtendo carbono 12 e uma partícula neutra com massa próxima da

massa do próton.

Em 1934, o casal Frédéric Joliot e Irène Joliot-Curie descobriram a

radioatividade artificial, considerada também uma das descobertas mais importantes

da história da humanidade, no que se refere a contribuição ao avanço de ideias

fundamentais da Física Nuclear e às inúmeras aplicações da radioatividade.

Poucos anos depois, em 1936, C. Anderson e S. H. Neddermeyer num

experimento sobre ráios cósmicos descobriram o méson, uma partícula com massa

aproximadamente igual a 200 vezes a massa do elétron. Um méson é uma partícula

que não faz desintegração em próton ou nêutron. Atualmente existem muitas partículas

chamadas mésons.

A unidade de energia utilizada em Física Nuclear e Física de Partículas é o

elétron volt (eV) – que é a energia ganha pela carga elétrica de um elétron ou de um

próton quando passa entre dois pontos cuja diferença de potencial é de 1volt.

Massa é m = E/c2.

De acordo com a Teoria da Relatividade existe

equivalência entre massa e energia na equação E = mc2. C é a velocidade da luz no

vácuo e E é a energia. Utiliza-se como unidade de massa a unidade de energia dividida

por c2: eV/c

2, MeV/c

2, GeV/c

2.

Na Teoria da Relatividade uma quantidade de movimento p corresponde a

uma energia E = pc (no limite das altas energias). A unidade de quantidade de

movimento é a unidade de energia dividida por c: eV/c, ou MeV/c.

A invenção dos aceleradores de partículas ocorreu em 1930 por J. D. Cackroft

e E. T. S. Walton, na Universidade de Cambridge, na Inglaterra. Nesse experimento

conseguiram acelerar prótons a energias de 0,15 a 0,8 MeV.

No ano de 1936, Ernest Lawrence inventou o cinclotron, acelerando prótons a

energia de 300 a 400 MeV. Em 1945 – 1946, V. Veksler, na União Soviética e Edwin

Macmillan, nos Estados Unidos, inventaram o sincrociclotron que considera o efeito

relativista de aumento da massa do próton quando sua velocidade aumenta. Os

aceleradores de altas energias aceleram as partículas a energias de centenas ou

milhares de GeV.

Page 26: PARTÍCULAS ELEMENTARES NO 4º ANO DO ENSINO …

18

O CERN (European Organization for Nuclear Research) Organização

Européia para a Pesquisa Nuclear está instalado em Genebra, na fronteira entre a Suiça

e a França. Possui vários aceleradores: o Super Próton Sincroton (SPS) com 6 km de

circunferência, acelera prótons a 450 GeV. O Large Electron Positron (LEP) com 27

km de circunferência acelera elétrons e pósitrons a 100 GeV cada feixe, com colisão

de energia de 200 GeV no centro de massa da colisão. O Large Hadron Collider

(LHC) instalado no mesmo túnel do LEP.

DESY é o laboratório alemão localizado em Hamburgo, acelera elétrons a 30

GeV e prótons a 800 GeV em sentido oposto.

FERMILAB é o laboratório americano localizado perto de Chicago, tem um

anel de colisão de prótons com antiprótons, acelera cada feixe a 1000 GeV,

produzindo no centro de massa colisões de 2000 GeV, ou 2 TeV.

O avanço das pesquisas em Física Nuclear trouxeram grande

desenvolvimento tecnológico em construção de aceleradores de prótons, aceleradores

de elétrons, aceleradores de íons, detectores mais sofisticados e eletrônica associada a

detectores.

Os trabalhos em Física Nuclear produziram espetaculares desenvolvimentos

tecnológicos em construção de aceleradores de prótons, de elétrons e de

íons, detectores cada vez mais sofisticados, eletrônica associada a

detectores cada vez mais rápida, lógica de utilização da eletrônica associada

a detectores, esses progressos contribuindo para desenvolvimentos

tecnológicos em muitos campos fora da Física Nuclear (CARUSO et al

2012).

Atividades desenvolvidas pela Física Nuclear:

- Espectroscopia nuclear;

- Estrutura dos núcleos;

- Propriedades dos núcleos;

- Reações nucleares;

- Produção de isótopos radiativos;

- Propriedades do próton e do nêutron com estudo de interações.

Em 1954, tivemos a descoberta do antipróton por Chamberlain, Segré,

Weigand and Ypsilantis, utilizando o acelerador BEVATRON de Berkeley na

Califórnia, que acelerava prótons à energia de 6 GeV. Com essa descoberta tivemos a

confirmação da existência da antimatéria. A matéria é constituída de partículas, a

antimatéria é constituída de antipartícula. A antipartícula tem mesma massa que a

partícula com carga elétrica de sinal oposto. As partículas são indicadas com letras do

Page 27: PARTÍCULAS ELEMENTARES NO 4º ANO DO ENSINO …

19

alfabeto romano ou grego. As antipartícula são indicadas pela mesma letra que a

partícula com uma barra acima.

GRANDES DESCOBERTAS

O ELÉTRON (1897)

Figura; 2 Experimento de Thomson com tubo de raios catódicos

Fonte: http://alunosonline.uol.com.br/upload/conteudo/images/experimento-de-

thomson.jpg

O elétron é a mais antiga de todas as partículas elementares, No modelo

padrão atual a matéria é composta por dois tipos de partículas: os quarks, que

constituem os hádrons e os léptons, dos quais o exemplo mais familiar são os elétrons

que orbitam em torno do núcleo atômico.

É uma das partículas, sendo considerada a mais leve das partículas

carregadas. Vários estudos já haviam sido feitos sobre o comportamento dos raios

catódicos na presença de forças elétricas e magnéticas, que eram desviadas pelo

campo magnético como se fossem partículas eletrizadas negativamente.

Em 1897 o físico inglês Josefh John Thomson (1856-1940) realizou uma

série de experiências com raios catódicos e o resultado das suas experiências mostrou

que os raios catódicos seriam uma corrente de partículas eletrizadas que se

movimentam de um eletrodo a outro. A verdadeira natureza dos raios catódicos só foi

esclarecida pela experiência de Thomson medindo a relação carga-massa (e/m) das

partículas transportadas pelos ráios catódicos.

As partículas elementares interagem entre si e algumas vezes se transformam

em outros tipos de partículas. As interações entre os constituintes básicos da matéria

são mediadas pela troca de outras partículas, denominadas partículas mediadoras:

fótons para o eletromagnetismo, bósons W e Z para a força fraca e glúons para a força

forte. A ideia de força como uma interação via troca de partículas é um conceito da

Page 28: PARTÍCULAS ELEMENTARES NO 4º ANO DO ENSINO …

20

Mecânica Quântica. Essas interações se dão através de quatro tipos diferentes de

forças: eletromagnética, fraca, forte e gravitacional. Dentre as propriedades atribuídas

às partículas, as três quantidades mais básicas são: carga (q), massa (m) e spin (s).

No caso do elétron q= -1, m=0,511 MeV/c2, s=1/2. O spin, ou momento

angular intrínseco, funciona como um pequeno magneto.

Em 1891, o físico irlandês George Johnestone Stoney publicou um trabalho

em que usou pela vez o termo elétron para nomear a menor quantidade de

carga elétrica. Na época, obteve um valor cerca de vinte vezes menor do que

o aceito hoje em dia. Stoney sabia que deveria haver uma carga fundamental

positiva com mesmo valor da carga negativa (ABDALLA, 2006).

A gravitação afeta o elétron porque ele tem massa, a força eletromagnética

afeta o elétron porque ele tem carga. O elétron também sente a força nuclear fraca, que

é de curto alcance. A única força fundamental que não atua sobre o elétron é a força

nuclear forte, responsável por manter o núcleo atômico coeso. O elétron é uma das

poucas partículas estáveis; sendo a mais leve das partículas carregadas, a conservação

da carga impede seu decaimento. Certo de seus resultados Thomson propôs a

existência de partículas elementares que carregam cargas negativas chamadas de

elétrons. Os elétrons são partículas elementares porque não podem ser divididos.

O FÓTON (1905)

Figura 3; Efeito fotoelétrico.

Fonte: http://4.bp.blogspot.com/-

ZIWT8RYFBYQ/UK5zloRUrbI/AAAAAAAAAAY/QrVSaT3CHcU/s320/efeitofotel

etrico.jpg

O fóton foi a segunda partícula elementar descoberta.

É a mais visível das partículas elementares. Permeia nosso cotidiano em

forma de luz. O fóton mostra de forma explícita as contradições que permeiam as

Page 29: PARTÍCULAS ELEMENTARES NO 4º ANO DO ENSINO …

21

descrições que fazemos da natureza, colocando em contraste a descrição clássica e a

descrição quântica. As ondas eletromagnéticas como versão clássica dos fótons são a

nossa porta de percepção do universo. Já o olho humano é um sensor de fótons.

O fóton é uma partícula com características como: carga elétrica, massa,

momento, energia, momento angular.

O fóton é certamente a mais conspícua das partículas elementares

conhecidas pelos cientistas. Sua presença, na forma de luz, permeia nosso

cotidiano e é a principal forma pela qual estabelecemos contato com o

nosso ambiente (CARUSO et al 2012).

O PROTON (1919)

Figura 4; Descoberta do próton

Fonte: https://www.sprace.org.br/sites/sprace.org.br/files/proton_0.png

Em 1886, Eugen Goldstein observou em seus experimentos uma mancha

luminosa no eletrodo negativo, estabelecendo sentido contrário ao dos ráios catódicos

um fluxo de cargas positivas, posteriormente denominadas por raios canais. Os raios

canais são constituídos por partículas positivas denominadas prótons. A massa das

partículas constituintes dos raios canais é aproximadamente igual a massa das

moléculas do gás residual contido no interior da ampola de Goldstein.

O próton foi descoberto no ano de 1919 por Rutherford em um experimento

onde se observava a transmutação de átomos de nitrogênio em átomos de oxigênio. A

transmutação de nitrogênio implica que o núcleo não é indivisível, mas possui uma

estrutura. Por várias décadas o próton foi considerado partícula elementar. No início

Page 30: PARTÍCULAS ELEMENTARES NO 4º ANO DO ENSINO …

22

dos anos sessenta Robert Hofstadter bombardeou núcleos atômicos com elétrons de

alta energia, o espalhamento observado por ele sugeria que os prótons e nêutrons

também tinham uma estrutura. Em 1964, Murray Gell-Mann e George Zweig

postularam a existência de partículas fundamentais: os quarks. Os quarks são os

constituintes dos núcleons.

O próton foi descoberto em 1919 por Rutherford em um experimento

clássico em se observou a transmutação de átomos de nitrogênio em átomos

de oxigênio. Este experimento fez colidir um feixe de partículas α com

núcleos de nitrogênio. A técnica empregada por Rutherford vem sendo

desde então empregada no estudo da estrutura das partículas e levou,

décadas mais tarde, a constatação de que o próton tem também uma

estrutura composta de quarks (CARUSO et al 2012).

Um próton tem dois quarks top e um quark down. Sabe-se hoje que o próton

(p) não é uma partícula fundamental. A palavra próton vem do grego protos e quer

dizer o primeiro. O próton se encontra em todos os outros núcleos atômicos em

número igual ao número de elétrons que giram em torno do núcleo.

O NÊUTRON (1932)

Além dos prótons, existe também outro tipo de partícula que é neutra, não

tem carga e foi denominada nêutron. Sua massa é quase igual à do próton, na verdade,

ligeiramente maior. O nêutron foi descoberto em 1932 pelo físico inglês James

Chadwick (1891-1974). Assim como o próton (p), sabe-se hoje que o nêutron não é

uma partícula elementar.

Em 1931, o físico inglês James Chadwick refez uma experiência do casal

Joliot-Curie sob grande expectativa de Rutherford, que acalentava o sonho de

descobrir o nêutron desde 1920. Quando Chadwick contou a Rutherford os resultados

do já famoso casal, ele replicou: “Não acredito”. Chadwick sabia que os Joliot-Curie

tinham observado a versão neutra do próton e preparou-se para refazer a experiência.

Três anos mais tarde, recebeu o prêmio Nobel de Física.

Page 31: PARTÍCULAS ELEMENTARES NO 4º ANO DO ENSINO …

23

Figura 5; Nêutron /partícula subatômica formada por três partículas (udd) denominada

quarks

Fonte:

http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/upload/conteudo_legenda/b3510526d9c09bc2f7

d65b81292ba257.jpg

O nêutron foi descoberto por Sir James Chadwick, em 1932, como resultado

de um grande trabalho de investigação científica. Esse trabalho de investigação

aconteceu em diversos laboratórios de vários países. Sabe-se hoje que ele não é uma

partícula elementar.

A descoberta do nêutron foi o resultado de um grande trabalho de

investigação cientifica. Esse trabalho aconteceu e diversos laboratórios de

vários países, permitindo um intenso intercambio de pessoas e ideias, sem o

qual, teria ocasionado, sem duvidas, um grande atraso no desenvolvimento

da ciência no limiar do século vinte (CARUSO et al 2012).

Com a descoberta do nêutron, pensou-se durante anos, que os elementos

fundamentais da constituição da matéria seriam os prótons, nêutrons e elétrons.

Devido à grande similaridade entre prótons e nêutrons, foram denominados de

núcleons, ou partículas do núcleo. Entretanto, novos resultados foram obtidos,

mostrando ser o núcleon uma partícula composta, formada por outras partículas

fundamentais, chamadas de quarks. Assim a hipótese do nêutron ser partícula

elementar foi abandonada.

Page 32: PARTÍCULAS ELEMENTARES NO 4º ANO DO ENSINO …

24

O NEUTRINO (1933)

Figura 6; Neutrino

Fonte: http://www.not1.com.br/wp-content/uploads/2011/11/ciclo-reacoes-

formam-neutrinos.jpg

O neutrino do elétron (Ve) foi a terceira partícula elementar a ser estudada

(1930). O alemão Wolfgang Pauli postulou a existência de uma partícula leve, neutra,

fracamente interagente com a matéria.

Neutrinos são encontrados em toda parte. Num intervalo de uma hora, cada

um de nós emiti cerca de 20 milhões de neutrinos como consequência da

existência de aproximadamente 20 mg de Potássio 40 em nosso organismo,

que é um elemento radioativo. Na direção oposta, somo atravessados, a

cada segundo por cerca de 50 bilhões dessas partículas produzidas em

fontes naturalmente radioativas da Terra, e por mais de 100 bilhões vindas

dos reatores nucleares espalhados pelo mundo (CARUSO et al 2012).

O neutrino é uma partícula subatômica sem carga elétrica e que interage com

outras partículas apenas por meio da gravidade e da força nuclear fraca (duas das

quatro forças fundamentais da natureza, ao lado da eletromagnética e da força nuclear

forte).

Page 33: PARTÍCULAS ELEMENTARES NO 4º ANO DO ENSINO …

25

O MÚON (1937)

Figura 7; Múon

Fonte:

https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/6/6f/Moon%27s_shadow_in

_muons.gif/248p Moon%27s_shadow_in_muons.gif

O múon foi a quinta partícula elementar a ser descoberta.

Em 1933 o físico Hideki Yukawa propôs uma teoria para força nuclear.

Segundo Yukawa, essa força atua num raio de ação muito pequeno. Yukawa achava

que deveria haver uma força capaz de manter o núcleo estável. Da mesma forma que o

campo eletromagnético produz fótons, achava que essa força mais forte deveria ser

capaz de produzir algum tipo novo de partícula.

Quando ele foi descoberto em 1937, pensou-se que era o píon, que já estava

sendo esperado. O múon não sentia a força forte. . Hoje sabemos que o múon é um

irmão do elétron.

Atualmente o múon ocupa um papel de destaque entre as partículas

elementares. Por sua fácil detecção e identificação em colisões a Altas Energias, o

múon se tornou uma ferramenta nas grandes descobertas científicas do último século.

Page 34: PARTÍCULAS ELEMENTARES NO 4º ANO DO ENSINO …

26

PÍON (1947)

Figura 8Píon

Fonte:

https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/6/62/Quark_structure_pion.s

vg/220px- Quark_structure_pion.svg.png

O píon foi descoberto em 1947 pelos físicos Giuseppe Occhialini, Cecil Frank

Powell e Cesar Lattes. Não é uma partícula elementar, mas é uma partícula subnuclear

de grande importância pois é um dos componentes da radiação cósmica. Os prótons

da radiação cósmica colidem e interagem com os núcleons da matéria que forma a

atmosfera. Essas interações dão origem a diversos tipos de fragmentos e a uma grande

quantidade de píons, os quais decaem em múons.

Page 35: PARTÍCULAS ELEMENTARES NO 4º ANO DO ENSINO …

27

OS QUARKS

Figura 8; Do átomo ao quark

Fonte: http://cafpe.ugr.es/img/fisica_particulas/estructura_es.jpg

Os quarks e antiquarks são os componentes fundamentais da matéria. Léptons

e quarks são as partículas fundamentais constituintes da matéria. Léptons são

partículas de spin ½, sem cor, que podem ter carga elétrica ou não, aparentemente não

tem estrutura interna. As partículas que têm estrutura interna são chamadas hádrons.

Existem dois tipos de hádrons: os formados por três quarks ou três antiquarcks que são

os bárions e os formados por um quark e um antiquark que são os mésons.

Quarks tem carga elétrica fracionária, (+2/3) para alguns tipos e (-1/3) para

outros tipos.

Os quarks seriam partículas de carga elétrica fracionaria que, teoricamente,

seriam confinados no interior das partículas, ou seja, seria impossível

observa-los na natureza, como se pode observar por exemplo, com os

elétrons (CARUSO, 2016).

Gell-Mann (1964) e Zweig (1964) sugeriram através de seus estudos que

todos os hádrons deveriam ser feitos de subestruturas de férmions de spin ½, os quais

Gell-Mann batizou de quarks.

As maiores evidências da existência dos quarks provêm de experiências

chamadas de espalhamento inelástico profundo. No final da década de 60, começaram

a ser realizadas várias experiências no Stanford Linear Accelerator Laboratory

Page 36: PARTÍCULAS ELEMENTARES NO 4º ANO DO ENSINO …

28

(SLAC). Através de colisões extremamente energéticas, o elétron cede sua energia e

momento para o fóton virtual, cujo espalhamento ocorre igualmente em uma grande

variação angular. Experimentos mostraram que o espalhamento está ocorrendo dentro

de pequenos objetos pontuais que se encontram dentro de bárions, férmions de spin ½.

Essas substruturas foram identificadas como sendo os quarks.

O UP

O up é o primeiro dos quarks, É um dos constituintes básicos da matéria

ordinária. O próton é formado por 2 quarks up e 1 down, e o nêutron, por 2 quarks

down e 1 up.

O DOWN

O down é o segundo dos quarks. É um dos constituintes básicos da matéria

ordinária. O próton é formado por 2 quarks up e 1 down, e o nêutron, por 2 quarks

down e 1 up.

O STRANGE

O strange é o terceiro dos quarks. No final da década de 1940, o estudo de

raios cósmicos revelou a existência da partícula lambda. O fato de a partícula lambda

viver tanto tempo era estranho, muito diferente das demais partículas conhecidas. A

partícula lambda é constituída por três quarks: 1 up, 1 down e um terceiro quark

nomeado estranho.

O CHARME

O charme é o quarto quark a ser proposto. No ano de 1964, os norte-

americanos James Daniel Bjorken e Sheldon Lee Glashow propuseram a existência de

outro férmion fundamental: o quark charmoso.

O BOTTOM

O bottom (b) foi o quinto quark a ser descoberto em 1977 pelo físico Leon

Lederman.

O TOP

O quarck top foi descoberto através de dois experimentos de grande porte, o

DO e o CDF no acelerador Tevatron, de colisão de prótons e antiprótons a uma

energia no sistema do centro de massa de 2TeV. O Tevatron fica situado no

laboratório americano Fermilab ou Fermi National Accelerator Laboratory.

Page 37: PARTÍCULAS ELEMENTARES NO 4º ANO DO ENSINO …

29

Possui massa cujo valor é quase 200 vezes a massa do próton. Apresenta um

único modo de decaimento em bottom.

CLASSIFICAÇÃO DAS PARTÍCULAS

Figura 9; Classificação das partículas.

Fonte:

http://1.bp.blogspot.com/_zeJnC0Hof84/TnhuBOcxpYI/AAAAAAAAADs/ggiXTPEt

ius/s1600/sm_particles.jpgte:

Distinguimos duas grandes classes de partículas pela sua capacidade de ter

interações forte e fraca. Chamamos léptons as partículas que não podem ter interação

forte, podem ter somente interações fracas e eletromagnéticas. Hádrons podem ter

interações forte e fraca, além de eletromagnéticas e uma terceira classe de partículas

chamadas bósons intermediárias ou bósons de calibre.

Os quarks up, down e strange foram os primeiros propostos, mas depois

foram descobertos três outros, o charme, o bottom e o top.

Page 38: PARTÍCULAS ELEMENTARES NO 4º ANO DO ENSINO …

30

Uma partícula é identificada através de várias propriedades: massa, carga

elétrica, spin, paridade, meia-vida, os números estranheza, charme, bottom e top, e

modelos de desintegração.

OS BÓSONS INTERMEDIÁRIOS W E Z

A descoberta dos bósons intermediários das interações fracas W+, W

- e Z

0

marcaram o início dos experimentos realizados por grandes colaborações

internacionais.

São partículas elementares de spin 1, de massa mw =80,4 GeV e mz =91,2

GeV.

Sua descoberta estabeleceu uma imagem racional e coerente dos fenômenos

naturais, que culminou no chamado Modelo Padrão da Física de Partículas.

MODELO PADRÃO

O significado da palavra átomo em sua origem grega é indivisível. Porém

durante o séc.XX, a compreensão do átomo avançou enormemente resultando em

grandes avanços tecnológicos que desfrutamos no séc.XXI.

Em 1808, o inglês John Dalton propôs que a matéria seria composta por

partículas indivisíveis. Anos mais tarde essa concepção foi substituída por um átomo

composto por um núcleo minúsculo envolto por elétrons que giram em órbitas ao seu

redor. O núcleo seria formado por partículas chamadas nêutrons e prótons.

Com o desenvolvimento da Mecânica Quântica e o estudo das radiações

nucleares e das colisões entre partículas, foi descoberto que o núcleo atômico possui

mas do que prótons e nêutrons.

Partindo de descobertas de novas partículas, se desenvolveu uma teoria que

pudesse relacionar as forças conhecidas e as diversas partículas que haviam sido

encontradas.

Durante o século XIX, por meio de experiências simples e bastante

engenhosas, físicos e químicos obtiveram êxito na determinação da razão

das massas de diferentes elementos químicos [...]. No final do século XIX,

o átomo foi quebrado, e o elétron foi a primeira partícula observada. Já no

final do final do séc. XX descobriram-se centenas de novas partículas. Hoje

as partículas são tantas, que os físicos precisaram inventar um novo modo

de classificá-las. O esforço comum de físicos teóricos, fenomenólogos e

experimentais configurou modelos que foram testados ao longo das últimas

décadas e resultaram no Modelo Padrão. Descobriu-se que as partículas,

além de massa e carga, têm outras propriedades: spin, charme, cor,

estranheza (ABDALLA, 2006).

Page 39: PARTÍCULAS ELEMENTARES NO 4º ANO DO ENSINO …

31

Surge então o Modelo Padrão, uma teoria que descreve as partículas

fundamentais que constituem a matéria e as forças eletromagnética, forte e fraca.

INTERAÇÃO ENTRE PARTÍCULAS

Há quatro tipos de interação entre partículas: forte, fraca, eletromagnética e

gravitacional.

A força forte é a nuclear, mais intensa, que se exerce entre prótons e nêutrons

em todas as circunstâncias. A força fraca é a que produz a desintegração das

partículas. A força eletromagnética devida à carga elétrica. Tem função extremamente

importante na constituição da matéria, porque é a força que permite a formação das

moléculas. A interação gravitacional que é a atração universal que existe entre todos

os corpos.

Figura 10; Modelo Padrão

Fonte: http://image.slidesharecdn.com/fisiii02cargaeltrica-141004172936-conversion-

gate01/95/fisica-iii02-carga-eltrica-4-638.jpg?cb=1412443796

Page 40: PARTÍCULAS ELEMENTARES NO 4º ANO DO ENSINO …

32

3 REVISÃO DA LITERATURA

As Ciências Naturais são um conteúdo cultural de grande relevância para a

vida, a compreensão do mundo contemporâneo e sua atuação nele.

Necessitamos hoje de um ensino de ciências disponível à todos e de um

conhecimento científico mais próximo da produção contemporânea, privilegiando

conteúdos, métodos e atividades que nos favoreça a trabalhar coletivamente numa

interface do conhecimento com outras áreas, considerando sua relevância social e

histórica. Precisamos incentivar os professores a usar e divulgar novos conhecimentos

e práticas que poderão ser apropriadas pelos alunos.

Os PCN‟s (Brasil 1996) sugerem que no ensino de Ciências Naturais o

conhecimento científico seja fundamental, mas não suficiente. É essencial considerar o

desenvolvimento cognitivo dos estudantes, relacionado a suas experiências, sua idade,

sua identidade cultural e social, e os diferentes significados e valores que as Ciências

Naturais podem ter para eles, para que a aprendizagem seja significativa.

Por meio de temas de trabalho, o processo de ensino e aprendizagem na área

de Ciências Naturais pode ser desenvolvido dentro de contextos social e culturalmente

relevantes, que potencializam a aprendizagem significativa. Os temas devem ser

flexíveis o suficiente para abrigar a curiosidade e as dúvidas dos estudantes,

proporcionando a sistematização dos diferentes conteúdos e seu desenvolvimento

histórico, conforme as características e necessidades das classes de alunos, nos

diferentes ciclos.

Uma das funções do ensino de ciências no ensino fundamental é a que

permita ao aluno se apropriar da estrutura do conhecimento científico e de seu

potencial explicativo e transformador. A conceituação envolvida nos modelos e teorias

se mostram relevantes e pertinentes para a inclusão curricular, possibilitando a

abordagem científica dos fenômenos e situações no interior da escola e em seu exterior

quando o aluno dela estiver afastado, para além dos muros da escola.

A educação escolar necessita passar por desafios do mundo contemporâneo,

estes incidem diretamente sobre a formação dos professores, cujas práticas

tradicionalmente estabelecidas e disseminadas mostram sinais inequívocos de

esgotamento. É necessária a superação do senso comum pedagógico.

O professor de ciências naturais precisa ter o domínio de teorias científicas e

de suas vinculações com a tecnologia.

Page 41: PARTÍCULAS ELEMENTARES NO 4º ANO DO ENSINO …

33

Os desafios do mundo contemporâneo, particularmente os relativos à

transformações pelas quais a educação escolar necessita passar, incidem

diretamente sobre os cursos de formação inicial e continuada de

professores, cujos saberes e práticas tradicionalmente estabelecidas e

disseminadas dão sinais inequívocos de esgotamento (DELIZOICOV et al

2003).

Para Delizoicov (2003, p.31) temos seis desafios prementes no ensino de

Ciências:

1. Superação do senso comum pedagógico;

2. Ciência para todos:

3. Ciência e tecnologia como cultura:

4. Incorporar conhecimentos contemporâneos em ciência e tecnologia:

5. Superação das insuficiências do livro didático:

6. Aproximação entre pesquisa em ensino de Ciências.

A instrumentação para o ensino poderá ser feita através de aprofundamentos

em estudos da história do ensino de Ciências no Brasil, através da produção de

dissertações e teses sobre o ensino de ciências, defendidos pelos programas de pós-

graduação brasileiros e da avaliação dos livros didáticos. Através de exemplares de

temas e problemas investigados pela área de pesquisa em ensino de ciências, bem

como de desafios e leituras complementares, afirma (DELIZOICOV et al 2003).

É preciso que sejam incorporados na prática do cotidiano escolar, em favor da

melhoria do ensino e da aprendizagem, os espaços de divulgação científica e cultural

como: museus, planetários, parques, exposições, feiras, fixos ou itinerantes. Esses

espaços não podem permanecer ausentes ou desvinculados do processo de ensino

aprendizagem, devem fazer parte dele de forma planejada, sistemática e articulada

(DELIZOICOV et al 2003).

A meta pretendida no momento é muito mais a de capacitar os alunos ao

emprego dos conhecimentos, com o objetivo de formá-los para que articulem a

conceituação científica com situações da realidade, do que simplesmente encontrar

uma solução. Independentemente do aparato matemático disponível para enfrentar

problemas, a identificação e emprego da conceituação envolvida é que estão em pauta

neste momento. O uso articulado da estrutura do conhecimento científico com as

situações significativas envolvidas nos temas, para melhor compreendê-las, é uma das

metas a ser atingida com o processo de ensino aprendizagem. O que precisa ser

explorado é o potencial explicativo e conscientizador das teorias científicas.

Page 42: PARTÍCULAS ELEMENTARES NO 4º ANO DO ENSINO …

34

3.1 A INSERÇÃO DA FÍSICA MODERNA E CONTEMPORÂNEA NO

CURRÍCULO ESCOLAR, O ENSINO DE FÍSICA NO ENSINO

FUNDAMENTAL E O PAPEL DOS CLÁSSICOS DA LITERATURA NO

ENSINO FUNDAMENTAL.

Apresento aqui uma breve analise de algumas contribuições publicadas no

Brasil e que subsidiam o presente trabalho.

1- Em seu artigo Partículas Elementares e Interações Fundamentais,

segundo Ministério da Educação, Marco Antônio Moreira, Física na Escola,

v.5,n.2,p.10-14(2004), procura dar através da técnica dos mapas conceituais, uma

visão introdutória ao assunto partículas elementares e interações fundamentais.

Moreira afirma que é possível mostrar que esse tema pode ser abordado de

maneira acessível, sem muitas ilustrações que acabam tolhendo a imaginação dos

alunos e até mesmo dificultando a aprendizagem de certos conceitos. Com habilidade

didática, talvez se possa transmitir aos alunos a ideia de um assunto excitante,

colorido, estranho e charmoso ao invés de difícil e enfadonho.

2- No caderno Catarinense de Ensino de Física, Florianópolis, v.9, p.209-

214, 1992.

Encontramos um artigo muito interessante com o título: A Inserção da Física

Moderna e Contemporânea no Ensino de Física na Escola de 2º grau.

Neste texto Eduardo Adolfo Terrazzan do Centro de Educação – UFSM,

sugere parâmetros para desenvolver atividades dirigidas à inserção de conteúdos de

física moderna e contemporânea no ensino de 2º grau. Terrazzan argumenta que os

nossos currículos de física, em termos de 2º grau são pobres e todos muito

semelhantes. Continuamos a seguir a mesma sequencia ditada pelos manuais

estrangeiros de ensino de física utilizados no século passado. Dessa forma, as

variações em torno da divisão de

Temas adotados no ensino de Física em nossa de 2º grau, mantém excluída,

na prática, toda a física desenvolvida neste século. Há grande concentração de tópicos

de física desenvolvida aproximadamente entre 1600 e 1850.

Assim, os conteúdos que comumente abrigamos sob a denominação de Física

Moderna, não atingem os nossos estudantes. Menos ainda os desenvolvimentos mais

recentes da Física Contemporânea.

Page 43: PARTÍCULAS ELEMENTARES NO 4º ANO DO ENSINO …

35

O que se pode esperar de uma Física escolar que esteja tão

descompassada/defasada no tempo?

3- Em seu artigo A Importância da Física nas Quatro Primeiras Séries do

Ensino Fundamental, Revista Brasileira de Ensino de Física, v. 29, n. 1, p. 89-94,

2007. Carlos Schroeder sugere que a importância das aulas de Física desde as

primeiras séries do ensino fundamental está muito mais no auxílio ao desenvolvimento

da autoestima e da capacidade de aprender a aprender das crianças do que em aspectos

utilitários, tais como preparar os estudantes para os conteúdos do ensino médio.

Schroeder adota uma perspectiva mais ampla a respeito dos propósitos do

ensino da física. As atividades desenvolvidas com as crianças descritas no artigo, mais

visam desafiá-las a resolver problemas de maneira colaborativa e refletir suas ações do

que simplesmente prepará-las para a física do ensino médio ou vestibular. Os

resultados mostram que esse tipo de atividade pode ser produtiva, mas indicam que

talvez seja necessário haver uma revisão das expectativas que todos os envolvidos no

ensino (professores, direção, pais e alunos) têm da escola e daquilo que efetivamente é

praticado em sala de aula.

4- Em seu artigo A Física dos Quarks e a Epistemologia, Ver. Bras. Ensino

Fís. Vol.29 n. 2 São Paulo 2007, Marco Antônio Moreira apresenta conceitualmente a

física dos quarks como um assunto acessível e motivador. Através da história dos

quarks, o autor exemplifica questões epistemológicas.

5- No artigo Porque ensinar física moderna e contemporânea no ensino

médio? Uma revisão das justificativas dos trabalhos acadêmicos, R. B. E. C. T., vol

6, núm. 1, jan-abr.2013 ISSN - 1982-873X, João Ricardo Neves et al, promove uma

revisão bibliográfica das pesquisas acadêmicas que se propõe a investigar a inserção

de tópicos de Física Moderna e Contemporânea no Ensino Médio, em busca de suas

justificativas. Com essa revisão bibliográfica o autor pretende discutir o que os

pesquisadores em Ensino de Física têm defendido quando se trata de justificar a

importância do trabalho com os conteúdos pertencentes à Física Moderna e

Contemporânea no Ensino Médio.

6- Em seu artigo A Inserção da Física Moderna no Nível Médio: Um

Projeto Que Visa à Introdução do Tema da Supercondutividade em Escolas

Brasileiras, de

Page 44: PARTÍCULAS ELEMENTARES NO 4º ANO DO ENSINO …

36

Fernanda Ostermann - Caderno De Física da UEFS 04 (01 e 02): 81-88, 2006 diz que

os currículos de Física nas escolas brasileiras exclui toda a desenvolvida no século

XX.

Em vários países desenvolvidos, os sistemas escolares contemplam nos

currículos, quase sem exceção, o tratamento de tópicos modernos. No Brasil ainda é

reduzido o número de trabalhos publicados e que buscam colocar em sala de aula

propostas de atualização. É preciso investir na possibilidade de introduzir tópicos de

FMC no nível Médio, verificando resultados de aprendizagem em condições reais de

sala de aula, a partir da utilização de materiais didáticos especialmente preparados.

7- O artigo Sobre o ensino de Física Moderna e Contemporânea: uma

revisão da produção acadêmica recente, de Fernanda Ostermann - Investigação em

Ensino de Ciências – v.14(3), pp.393-420, 2009, apresenta uma revisão da literatura

sobre o ensino de física moderna e contemporânea realizada através da consulta a

artigos publicados nas principais revistas de todo Brasil e do exterior no período de

2001 a 2006. Constatando que embora haja um número considerável de estudos

envolvendo propostas didáticas inovadoras, há poucos trabalhos que investigam os

mecanismos envolvidos no processo de construção do conhecimento relativo a temas

de física moderna e contemporânea em sala de aula.

8- O artigo Elaboração de Material Didático de Física para as Séries

Iniciais do Ensino Fundamental, de Tatiana Comiotto Menestrina et al, é decorrente

de um projeto de extensão que, após análises de resultados de projetos anteriores, viu-

se a importância e a necessidade da presença da Física nas Séries Iniciais do Ensino

Fundamental, já que os estudantes demonstraram grande potencial em compreender os

conceitos dessa disciplina, o que foi comprovado pela pesquisa: “As concepções

espontâneas dos estudantes do Ensino Fundamental (4º a 8º séries) e do Ensino Médio

(3º ano) quanto a conceitos físicos.

9- O artigo A Importância dos Contos de Fadas na Educação Infantil, VV

FIPED Fórum Internacional de Pedagogia Paraíba- PI/Brasil. Campina Grande,

REALIZE Editora, 2012, de Maria Auricélia Lima da Silva relata que a presença da

literatura infantil na escola e no lar representa um estímulo frente à aprendizagem da

literatura. A criatividade também é estimulada, fazendo com que a criança desenvolva

a imaginação e a fantasia. Os contos infantis oferecem a criança uma forma lúdica de

aprender e contribuir na formação do ser humano.

Page 45: PARTÍCULAS ELEMENTARES NO 4º ANO DO ENSINO …

37

11- O artigo A Importância da Literatura Infantil nos anos iniciais do

ensino fundamental, Artigo apresentado como requisito para avaliação final da

Disciplina de Conclusão de Curso 2, orientado pela professora Elizabete Velter Borges

Curso de Pedagogia UNIGRAN – MS, de Juliane da Silva Medeiros Soares descreve

que atualmente sabe-se que os anos iniciais não são apenas um espaço para ensinar,

mas também para educar a outras áreas do conhecimento. Isto significa abrir novos

horizontes onde a criança possa descobrir, criar e construir seu aprendizado. Através

das histórias infantis, pode-se entrar num mundo magnífico, onde tudo é possível, ao

mesmo tempo em que ensinam lições maravilhosas, aproximando os alunos das

atividades lúdicas.

Os clássicos da literatura infantil demonstram a genialidade e a criatividade

da mente do homem no decorrer da história da humanidade. Livros que trazem em seu

interior a essência da verdade, não a simples verdade de uma época ou de uma

sociedade, mas sim, algo que é universal e atemporal: valores éticos, morais e

filosóficos, medos e preocupações, questionamentos que povoam a mente do ser

humano, em qualquer período histórico, como no universo dos sonhos; mágico e

fabuloso, de Lewis Carrol (1832- 1898).

4 MATERIAIS E MÉTODOS

4.1 DELINEAMENTOS METODOLÓGICOS DA PESQUISA.

Em virtude de nossa proposta de trabalho escolhemos a pesquisa qualitativa

com nuances de pesquisa-ação, como melhor instrumento de investigação e análise de

dados.

Define-se a pesquisa como um procedimento racional e sistemático, que tem

como principal objetivo encontrar respostas aos problemas que são propostos.

Desenvolve-se a pesquisa mediante a predisposição dos conhecimentos e a cuidadosa

utilização de métodos e técnicas de investigação científica.

Segundo Gil (2010), o êxito de uma pesquisa depende fundamentalmente de

certas qualidades intelectuais e sociais do pesquisador:

a) conhecimento do assunto a ser pesquisado;

b) curiosidade;

c) criatividade;

d) integridade intelectual;

Page 46: PARTÍCULAS ELEMENTARES NO 4º ANO DO ENSINO …

38

e) atitude autocorretiva;

f) sensibilidade social;

g) imaginação disciplinada;

h) perseverança e paciência;

i) confiança na experiência” (pag. 4).

A pesquisa qualitativa tem como foco principal a realidade enraizada nas

percepções dos sujeitos; objetivando a compreensão e os significados retirados de

narrativas verbais e observações.

Segundo Bogdan e Biklen (1994), a investigação qualitativa possui

características múltiplas:

a) Ocorre em ambientes naturais; com frequência o investigador se

dirige ao local dos participantes com o objetivo de recolher os dados com o maior

número possível de detalhes;

b) Utiliza múltiplos métodos de coleta de dados interativos e

humanistas; atuando de forma ativa e sensível para com os participantes no estudo;

c) Surge do processo de investigação; podendo mudar e redefinir as

questões durante o processo;

d) É interpretativa e descritiva; a interpretação dos dados é feita pelo

investigador, que descreve detalhadamente os participantes, os locais, a análise de

dados e a conclusão;

e) Tem caráter indutivo;

f) É de natureza significativa; o investigador deve ter a preocupação

essencial em saber como as pessoas dão significado às suas vidas e quais são suas

perspectivas pessoais;

g) O investigador de uma pesquisa qualitativa deve ver os fenômenos

sociais de forma holística;

h) O investigador qualitativo deve refletir sobre o seu papel na

investigação; deve reconhecer possíveis valores e interesses pessoais;

i) A recolha de dados, a análise e o processo de escrita devem ser

usados simultaneamente pelo investigador qualitativo;

j) Como o investigador qualitativo passa grande parte de seu tempo no

local de estudo, é considerado o principal instrumento de recolha de dados;

Page 47: PARTÍCULAS ELEMENTARES NO 4º ANO DO ENSINO …

39

k) Para o investigador qualitativo, a preocupação com o processo é

maior que a preocupação com os resultados.

Elliott (1991, p.69) diz: “pesquisa ação é o estudo de uma situação social com

vistas a melhorar a qualidade de ação dentro dela”.

Dez características da pesquisa-ação:

1-inovadora;

2-contínua;

3-pró-ativa estrategicamente;

4-participante;

5-intervencionista;

6-problematizada;

7-deliberada;

8-documentada;

9-compreendida;

10-disseminada, (Educação e Pesquisa, 2005).

Acreditamos que a pesquisa qualitativa é o melhor enfoque de investigação a

ser seguido. A pesquisa-ação proporciona aos participantes envolvidos na pesquisa

condições de investigar e refletir criticamente sobre a sua prática, possibilitando a

busca de estratégias para a resolução dos problemas encontrados.

4.2 PLANOS DE AÇÃO/ CONTEXTO DA PESQUISA

Para verificar a possibilidade da inserção e aprendizagem do conceito de

partículas elementares no quarto ano do Ensino Fundamental foi elaborada uma UEPS

(Unidade de Ensino Potencialmente Significativa) Moreira (2011), aplicada a 19

alunos, sendo 9 meninas e 10 meninos, com faixa etária entre 9 e 10 anos.

Trata-se de uma sequência didática, com grande potencial de êxito na

facilitação da aprendizagem significativa. Essa pesquisa foi desenvolvida no Colégio

Portal, uma escola da rede privada de ensino com oferta do ensino fundamental,

porque encontramos prontidão por parte da gestão da instituição em participar e

colaborar com a pesquisa.

Partindo deste critério, o Colégio Portal mostrou-se mais indicado

principalmente por valorizar a curiosidade, estimular a observação, a criatividade e o

espírito descobridor de cada aluno. A instituição entende que quanto mais cedo se

Page 48: PARTÍCULAS ELEMENTARES NO 4º ANO DO ENSINO …

40

adquire interesse pelo conhecimento, mais simples e agradável será o processo de

aprendizagem. Atuando desde 1997, o Colégio Portal atende a Educação Infantil e o

Ensino Fundamental.

Figura 11; Fachada Colégio Portal.

Rua Alexandria, 05 – Jardim Itália, Cuiabá – MT, 78060-820.

Fonte:https://lh6.googleusercontent.com/proxy/glodMSO9PI9hUZChOFE5Cg8VVxBcvRTdBQDf9xQtgp33z0plGnZBKLQi8OeotzA8A0AvUyd9J

i9Nb3a8yzygJ0UaapgqNsE6TG4zONwRfh_LjMPcaXxDJP2tEWCUZbrIOcd1LpyMcp7t_L8_okyDKtKP2zQ_pbusUew=w213-h160

Figura 12; Localização do Colégio Portal.

Fonte: Google Maps

Page 49: PARTÍCULAS ELEMENTARES NO 4º ANO DO ENSINO …

41

O quadro de profissionais estabelece um professor habilitado para cada

disciplina, possibilitando assim a ampliação e aprofundamento de conceitos e

procedimentos diante da diversidade de profissionais envolvidos.

Sob este critério, a escola escolhida despertou interesse, não somente por

contemplar todas as etapas do ensino fundamental, mas principalmente pelo trabalho

com projetos trimestrais, onde se observa um engajamento muito grande do seu corpo

docente e equipe técnica.

A instituição possui 800 alunos, instalações adequadas, recursos multimídia,

laboratórios, biblioteca e uma equipe de professores com larga experiência em ensino.

A seguir descreverei os passos de realização do trabalho de aplicação da

UEPS construída, abordando o tema Partículas Elementares, seus objetivos e as

atividades desenvolvidas referenciadas por Moreira (2012).

Foi definido junto a Direção da escola e com a Coordenação Pedagógica, a

sequência de encontros para o desenvolvimento das UEPS (Unidades de Ensino

Potencialmente Significativas).

Durante o primeiro encontro o grupo participante contou com 19 alunos do 4º

ano do ensino fundamental, 10 meninos e 9 meninas, com idade de 09 e 10 anos

Estiveram presentes na aplicação de todo o material didático a Coordenadora

Pedagógica da escola e a professora da disciplina de ciências, que por iniciativa

própria se dispuseram a participar como observadoras das atividades da pesquisa. A

coordenadora acompanhou o processo de envolvimento dos alunos com a aplicação da

Unidade de Ensino Potencialmente Significativa e a professora de ciências observou a

abordagem do conteúdo envolvendo as partículas elementares.

Observamos a organização da escola, a prontidão dos alunos e profissionais

envolvidos no trabalho pedagógico. Observamos também a participação dos alunos

nas atividades, demonstrando interesse e dedicação. Ficou evidente a grande facilidade

de interação entre os colegas.

Para a implementação do material foi elaborada uma sequência didática com

o tema: “Partículas Elementares no Ensino Fundamental: uma primeira abordagem

(anexo C)”.

Esse material integrou a utilização de filmes, textos, discussões em grupo,

construção de esquemas.

Page 50: PARTÍCULAS ELEMENTARES NO 4º ANO DO ENSINO …

42

Cada organizador precede uma unidade correspondente de material detalhado

e diferenciado. Os organizadores iniciais fornecem um ancoradouro, antes que o

aprendiz se confronte com o novo material. Os organizadores podem também ser

utilizados de acordo com a reconciliação integrativa, quando indicam explicitamente,

de que forma as ideias relacionadas são essencialmente similares ou diferentes das

novas ideias e informações a aprender.

1º Encontro:

O primeiro encontro de 60 min aconteceu no dia 05 de novembro do ano de

2015, para esta etapa propomos aos alunos assistirem ao filme Alice no País das

Maravilhas – História Infantil (anexo H e I). É a história da menina que decidiu seguir

o coelho que estava muito atrasado. Durante a sua corrida atrás do coelho, caiu em um

grande buraco, o caminho para o País das Maravilhas, um lugar habitado por criaturas

mágicas.

Por ser considerado um clássico da literatura infantil, de grande importância

para o desenvolvimento da criança, pois auxilia a criança na sua formação em relação

a si mesma e ao mundo a sua volta, os significados simbólicos da literatura infantil

tornam a compreensão de certos valores básicos da conduta humana. A literatura

infantil contribui para que a criança desenvolva a imaginação, suas emoções, seus

sentimentos, de maneira prazerosa e significativa.

Podemos utilizar o fascínio que as crianças têm pelos contos de fada para abrir

um caminho de descoberta e compreensão do mundo; ajudando-as a entenderem o

mundo que as cercam, contribuindo de forma significativa na formação da sua

personalidade. Utilizando a fantasia podemos facilitar a compreensão das crianças em

relação a determinados conceitos, pois traz mais proximidade da maneira que elas

percebem o mundo, pois ainda não são capazes de compreender a realidade.

O conto de fadas traz aos poucos a magia, a fantasia e o imaginário, que aos

poucos deixam de ser fantasia para se tornar realidade.

Bettelheim (2015, p.47) diz: ”O conto de fadas procede de uma maneira

consoante ao caminho pelo qual uma criança pensa e experimenta o mundo; por esta

razão os contos de fadas são tão convincentes para elas”.

Todas as situações colocadas pelos alunos foram discutidas em grande grupo,

com mediação da docente investigadora, no caso eu, sem necessariamente chegar a

respostas.

Page 51: PARTÍCULAS ELEMENTARES NO 4º ANO DO ENSINO …

43

A Unidade de Ensino Potencialmente Significativa tem como princípio

norteador que pensamentos, sentimentos e ações estão integrados no ser que aprende;

sendo esta integração positiva e construtiva, quando a aprendizagem é significativa

(Novak).

Figura 13; Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carroll Fonte:http://cdn.doutissima.com.br/wp-content/uploads/2015/04/literatura-infantil-01-tt-width-640-height-420-

bgcolor-FFFFFF.jpg

Sugerimos também que seja apresentado posteriormente a esses alunos, o

filme Alice no País de Quantum, de Robert Gilmore, professor de Física na

Universidade de Bristol, Inglaterra.

O filme retrata a Física Quântica, trazendo-a ao alcance de todos. Abordando

o assunto através da história, introduzindo os conceitos de Mecânica Quântica e Física

de Partículas.

Para Ausubel, a principal função do organizador prévio é a de servir de ponte

entre o que o aprendiz já sabe e o que ele deveria saber a fim de que o novo material

pudesse ser aprendido de forma significativa. Os organizadores devem:

- Identificar o conteúdo relevante na estrutura cognitiva e explicitar a

relevância desse conteúdo para aprendizagem do novo material;

- Dar uma visão geral do material em nível mais alto de abstração,

salientando as relações importantes;

- Prover elementos organizadores inclusivos ideacionais, que possam ser

usados para assimilar significativamente novos conhecimentos.

Page 52: PARTÍCULAS ELEMENTARES NO 4º ANO DO ENSINO …

44

Após o término do filme foi perguntado a eles o que compreenderam. Todas

as situações colocadas pelos alunos foram discutidas em grande grupo, com mediação

da docente investigadora, sem necessariamente chegar a respostas.

A atividade durou uma aula.

2º Encontro:

O segundo encontro com duração de 60 min aconteceu no dia 05 de

novembro do ano de 2015, onde propomos uma situação- problema, que segundo a

orientação da UEPS dará sentido a novos conhecimentos, por ser uma atividade criada

para despertar a intencionalidade do aluno para a aprendizagem significativa.

Propomos um problema que propiciou uma situação ou conflito para o qual

não se tem uma resposta imediata, que se apresenta de maneira estranha as situações

as quais estamos acostumados cotidianamente. As questões situações-problema

iniciais foram discutidas em grupo, com a minha mediação, tendo como intenção ouvir

a opinião dos alunos sobre o filme Alice no País das Maravilhas e estimular a

curiosidade sobre o mundo das coisas muito pequenas. No caso a existência de uma

porta de 40 centímetros que possibilitava a passagem para um lugar onde as coisas

fossem diminuindo de tamanho, um novo universo. Universo onde existem coisas que

não podemos ver.

A situação problema apresentada para os alunos foi a elaboração de cinco

questões relacionadas ao filme Alice no país das maravilhas, descritas abaixo:

a) Responda as questões (situações-problema): (anexo D) “Alice

encontrou uma cortina que não havia percebido antes, e atrás dela existia uma pequena

porta de aproximadamente 40 centímetros: a menina colocou a pequena chave dourada

na fechadura e, para seu grande prazer, ela encaixou!”.

Desenhe a chave que Alice usou.

b) “Alice abriu a porta e viu que dava para uma pequena passagem, não

muito maior que um buraco de rato.”

É possível existir um mundo onde as coisas são menores que um buraco de

rato?

Page 53: PARTÍCULAS ELEMENTARES NO 4º ANO DO ENSINO …

45

c) Será que existem coisas que não podemos ver?

d) Qual a menor coisa que você já viu?

e) Você conhece um ou mais aparelhos que nos ajudam a ver essas

coisas?

3º Encontro:

O terceiro encontro com duração 60 min aconteceu no dia 06 de novembro do

ano de 2015, sendo ministrada uma aula teórica onde foram trabalhados os conceitos

de partículas, matéria, átomo, moléculas utilizando um quadro branco para aula

expositiva. A atividade proposta teve a participação ativa dos alunos que

demonstraram muito interesse pelos conceitos abordados no texto e durante a aula

expositiva e dialogada. Isso foi comprovado através da atuação dos alunos que saíram

de seus lugares e se dirigiram ao quadro negro para expor suas novas concepções.

Estes conceitos foram apresentados novamente aos alunos através da leitura do texto:

A Natureza Atômica da Matéria (Física Conceitual, Paul G. Hewitt-2002 – adaptado),

disponibilizado neste trabalho (anexo G).

A seleção do livro foi realizada buscando um material com conceitos básicos

da Física, explicados de forma simples e clara. O texto foi adaptado ao nível cognitivo

dos alunos, mostrando conceitos fundamentais como o conceito de matéria, partículas,

átomos, moléculas, etc.

Para esta etapa foram escolhidos e apresentados aos alunos os vídeos:

Vídeo - (quer que desenhe? Um sábado qualquer), do Canal “Quer

que eu desenhe? “O Átomo”, criado por Carlos Ruas, designer da cidade de Niterói –

RJ, com o intuito de praticar o diálogo e o debate filosófico através de animações

didáticas. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=JvA4tKRDgzE,

Vídeo - Licenciatura em Ciências: Partículas Elementares. Duração:

9 min 40 seg, do projeto e-Aulas: Portal de Vídeo aulas da USP, produzido para o

curso de Licenciatura em Ciências USP/Univesp, com o objetivo de dar uma visão

mais ampla possível a partir de conceitos fundamentais e da estrutura da matéria. Visa

através

Page 54: PARTÍCULAS ELEMENTARES NO 4º ANO DO ENSINO …

46

da disseminação do conhecimento, permitir aos professores e ao

público em geral o acesso aos seus vídeos aulas, para melhoria do processo ensino

aprendizagem. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=bpK4bDAm58s

Percebemos que no decorrer das atividades os alunos ficaram muito

motivados a participar.

Os conceitos de matéria, partículas, átomo, foram novamente apresentados

aos alunos, com o objetivo de criar a oportunidade de uma diferenciação progressiva,

de forma que as ideias mais gerais e inclusivas fossem apresentadas antes e,

progressivamente diferenciadas. E de uma reconciliação integradora explorando

relações entre ideias, apontando similaridades e diferenças significativas. Ao final da

introdução dos novos conceitos, retomou-se a situação posta pelo filme e questionou-

se aos alunos sobre a validade da situação apresentada por Alice e sua visão sobre até

que ponto são legitimadas pela ciência, reconciliando discrepâncias reais ou aparentes.

Na sequência foram apresentadas novas situações-problema, que estão

relacionadas abaixo, referentes aos conceitos de matéria, partículas, átomo, dando aos

alunos a oportunidade de expressar suas ideias acerca destes conceitos, bem como sua

representação através de desenho que foi sugerido no item b do questionário.

As questões (situações-problema): (anexo E)

a) Então, o que é um átomo?

b) Quero que você desenhe, pode ser? Se um colega menor pedir para

você explicar como é um átomo, não seria melhor desenhar? Faça um desenho.

c) Muito bem! Você desenhou o átomo. Pode me dizer se existem

partículas ainda menores que os átomos?

d) Você sabe me dizer de que é feita a matéria?

e) Quem são essas partículas elementares, os blocos fundamentais de

que tudo é feito?

As atividades foram desenvolvidas em uma aula.

Segundo Moreira (2011), a diferenciação progressiva pode utilizar uma série

de conceitos hierarquizados em ordem decrescente de inclusividade.

Page 55: PARTÍCULAS ELEMENTARES NO 4º ANO DO ENSINO …

47

Figura 14: Imagens das atividades realizadas pelos alunos do 4º ano do ensino

fundamental.

Fonte: próprio autor, 2016.

Page 56: PARTÍCULAS ELEMENTARES NO 4º ANO DO ENSINO …

48

4.3 SITE EDUCACIONAL PARTÍCULAS DO SABER

APRESENTAÇÃO

Um Website ou site é um conjunto de páginas web compostas por textos,

imagens e animações que são utilizadas para apresentar produtos, informações,

notícias, que podem ser acessadas através de softwares conhecidos como navegadores

ou Browsers.

O World Wide Web foi desenvolvido no CERN por Tim Berners-Lee e sua

criação foi comparada a uma teia (Web em inglês). Cada nó da teia é um local virtual

onde existem os hipertextos. Um conjunto de hipertextos é um website.

O nosso produto – Site Educacional Partículas do Saber, foi criado durante o

ano de 2015 com os estudos e aprofundamentos da Física de Partículas no Programa

de Pós – Graduação em Ensino de Ciências Naturais, no Instituto de Física da

Universidade Federal de Mato Grosso.

Por ser um dos instrumentos de publicidade mais eficientes que existem, por

apresentar um ambiente lúdico e interativo, por se adaptar automaticamente a

aparelhos celulares e tabletes, escolhemos a construção do site como opção para

manter alunos e professores conectados a uma rede educacional a qualquer hora e em

qualquer lugar.

O conteúdo do site é composto de textos, fotos, imagens com integração ao

Google Maps You tube e Links.

Possibilita postagens de novidades na área científica, comentários e sugestões.

Conhecimento e informação podem ser transferidos para outrem, sem que eu

fique sem eles. Se formos espertos, conseguiremos produzir mais conhecimento e mais

informação, ao compartilhá-los.

(Alvin Tofler, 03/05/2000)

Page 57: PARTÍCULAS ELEMENTARES NO 4º ANO DO ENSINO …

49

1 – Introdução ao Produto - Site Educacional Partículas do

Saber

O Site Educacional Partículas do Saber apresenta a Física Moderna e

Contemporânea aos alunos e professores através de temas interessantes e atuais e do

conhecimento de novas tecnologias. Aproximando-os assim de uma visão atualizada

da ciência e de seu método, como algo não fechado e unilateral, trazendo o entendendo

de como se formou o conhecimento nessa área de pesquisa e como os cientistas

pretende responder a questionamentos como: O que aconteceu na origem do universo?

A Física de Partículas é uma área da física que se desenvolveu no último século

e suas pesquisas têm contribuído grandemente para o desenvolvimento da sociedade.

Fazer a relação entre ciências, tecnologia e sociedade é de fundamental importância

para a construção de uma educação de qualidade, formando pessoas com visão crítica,

capazes de entender situações que atualmente norteiam nosso mundo.

Através da página Baú da História, os temas são tratados num contexto

histórico, facilitando aos alunos e professores o entendimento de que a ciência é uma

construção coletiva e que interessa a toda sociedade.

As páginas Introdução e Computação Científica mostram que a Física Moderna

e Contemporânea deve estar presente no currículo de física, contribuindo no processo

de melhoria do ensino, como também na discussão de outras áreas do ensino de

ciências.

Na página Saiba Mais a relação entre física, filosofia e matemática é mostrada

através do estudo das partículas, onde o aluno pode notar que não existe observação,

mas a matemática que nos levam a determinadas hipóteses e posterior comprovação.

Pensamos assim, através do Site Partículas do Saber, contribuir para que os

alunos entendam que a física é feita de pessoas extremamente dedicadas, que buscam

sua evolução através do trabalho e que faz deste, parte de suas vidas.

O que observamos não é a natureza propriamente dita, mas sim a natureza

exposta ao nosso método de questionamento.

Werner Heisenberg

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50

2 – Desenvolvimento

Início- Mensagem de boas vindas a professores e alunos e a ideia geral sobre o site.

Figura 15: Imagem do Site

Fonte: próprio autor, 2016.

Figura 16: Imagem do Site

Fonte: próprio autor, 2016.

Page 59: PARTÍCULAS ELEMENTARES NO 4º ANO DO ENSINO …

51

Introdução – Mostra a consolidação da Física de Partículas Elementares como um

novo campo da Física.

Figura 17: Imagem do Site

Fonte: próprio autor, 2016.

Figura 18: Imagem do Site

Fonte: próprio autor, 2016.

Page 60: PARTÍCULAS ELEMENTARES NO 4º ANO DO ENSINO …

52

Mais:

Aulas- PROPOSTA DE UEPS PARA ENSINAR O CONCEITO DE

PARTÍCULAS ELEMENTARES PARA AS PRIMEIRAS SÉRIES DO ENSINO

FUNDAMENTAL

Unidade Didática (sequência de aulas sobre determinado tema)

Objetivo: ensinar o conceito de partículas elementares e apresenta-las nas primeiras

séries do ensino fundamental partindo de algum conhecimento prévio dos alunos e

considerando também as capacidades de aprendizagem características do pensamento

dessa faixa etária.

Figura 19: Imagem do Site

Fonte: próprio autor, 2016.

Page 61: PARTÍCULAS ELEMENTARES NO 4º ANO DO ENSINO …

53

Figura 20: Imagem do Site

Fonte: próprio autor, 2016.

Textos Complementares – Textos de apoio ao professor para serem utilizados

durante as aulas.

Figura 21: Imagem do Site

Fonte: próprio autor, 2016.

Page 62: PARTÍCULAS ELEMENTARES NO 4º ANO DO ENSINO …

54

Figura 22: Imagem do Site

Fonte: próprio autor, 2016.

No baú da história – Informações do passado arquivadas que podem ser

requeridas por intermédio de registros.

Figura 23: Imagem do Site

Fonte: próprio autor, 2016.

Page 63: PARTÍCULAS ELEMENTARES NO 4º ANO DO ENSINO …

55

Figura 24: Imagem do Site

Fonte: próprio autor, 2016.

Saiba Mais – Conhecimento através de pesquisa e aprofundamento.

Figura 25: Imagem do Site

Fonte: próprio autor, 2016.

Page 64: PARTÍCULAS ELEMENTARES NO 4º ANO DO ENSINO …

56

Figura 26: Imagem do Site

Fonte: próprio autor, 2016.

Aprofundamento

Figura 27: Imagem do Site

Fonte: próprio autor, 2016.

Page 65: PARTÍCULAS ELEMENTARES NO 4º ANO DO ENSINO …

57

Figura 28: Imagem do Site

Fonte: próprio autor, 2016.

Computação científica – (ou ciência computacional) é o campo de

estudo interessado na construção de modelos matemáticos e técnicas de

soluções numéricas utilizando computadores para analisar e resolver

problemas científicos e de engenharia.

Figura 29: Imagem do Site

Fonte: próprio autor, 2016.

Page 66: PARTÍCULAS ELEMENTARES NO 4º ANO DO ENSINO …

58

Figura 30: Imagem do Site

Fonte: próprio autor, 2016.

Galeria – Galeria de fotos

Figura 31: Imagem do Site

Fonte: próprio autor, 2016.

Page 67: PARTÍCULAS ELEMENTARES NO 4º ANO DO ENSINO …

59

Figura 32: Imagem do Site

Fonte: próprio autor, 2016.

Glossário – Lista de termos citados no site com suas respectivas definições

para esclarecimentos.

Figura 33: Imagem do Site

Fonte: próprio autor, 2016.

Page 68: PARTÍCULAS ELEMENTARES NO 4º ANO DO ENSINO …

60

Figura 34: Imagem do Site

Fonte: próprio autor, 2016.

Contato – Estabelecer comunicação entre professores e alunos.

Figura 35: Imagem do Site

Fonte: próprio autor, 2016.

Page 69: PARTÍCULAS ELEMENTARES NO 4º ANO DO ENSINO …

61

Figura 36: Imagem do Site

Fonte: próprio autor, 2016.

Os passos para colocar o site Partículas do Saber Online foram os

seguintes:

Foi criada uma conta no gmail, posteriormente entrando na página google sites

para criar um site gratuito e online. Clicando em criar – opção modelo em branco,

atribuir um nome, no nosso caso: partículas do saber.

Escolher um tema ligado a educação e ciências, selecionar. Descrever o site e

preencher o código para validar, adicionar efeitos e depois inserimos imagens além de

imagens foram colocadas caixa box para dar o efeito de álbum de fotografia onde

possibilita visualizar a imagens clicando para aumentar zoom 1 e zoom 2 para reduzir

a imagem. Depois disso a estrutura do site esta pronta e é só pagar a hospedagem do

site e colocar no ar para ser visitado, por todos os usuários.

Page 70: PARTÍCULAS ELEMENTARES NO 4º ANO DO ENSINO …

62

Este produto foi disponibilizado na web via conta wix – provedor de criação

do site educacional, onde o mesmo foi configurado e montado. Está no endereço

eletrônico https://celiamonica.wixsite.com/particulasdosaber sob o título de

particulasdosaber.

O Site pode ser acessado pelos professores e alunos em computadores e

dispositivos móveis a qualquer momento. Permitirá a eles interação dentro do seu

próprio ritmo, interação à distância, interação intercultural e interação com o mundo.

Este Site foi estruturado como parte das exigências do PPGECN, para obtenção do

título de mestre e como ferramenta didática para o Ensino de Ciências referente à

Física de Partículas.

Page 71: PARTÍCULAS ELEMENTARES NO 4º ANO DO ENSINO …

63

PESQUISA DE ACEITAÇÃO DO SITE

1) Indique seu sexo:

Gráfico 1- Gênero

2) Indique sua idade:

Gráfico 2- Faixa Etária

12

6

Sexo Feminino

Sexo Masculino

Gênero

Série1

14

2

2

0

0

Menos de 20 anos :

entre 20 a 30 anos :

entre 31 a 40 anos :

entre 41 a 50 anos :

Acima de 51 anos :

Faixa Etária

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64

3) Indique seu grau de escolaridade:

Gráfico 3- Grau de Escolaridade

4) O Acesso ao site foi fácil?

Gráfico 4- Facilidade de Acesso ao SITE

14

0

2

2

Fundamental:

Médio:

Superior :

Pós - graduação :

Grau de Escolaridade

18

0

SIM :

NÃO:

Facilidade de acesso ao SITE

Page 73: PARTÍCULAS ELEMENTARES NO 4º ANO DO ENSINO …

65

5) Você conseguiu acessar todas as paginas com rapidez?

Gráfico 5 – Rapidez no acesso ao SITE

6) Você gostou do site?

Gráfico 6 – Aceitação do SITE

7) Acessaria novamente?

Gráfico 7 – Retorno ao SITE

18

0

SIM :

NÃO:

Rapidez no acesso ao SITE

18

0

SIM :

NÃO:

Aceitação do SITE

18

0

SIM :

NÃO:

Retorno ao SITE

Page 74: PARTÍCULAS ELEMENTARES NO 4º ANO DO ENSINO …

66

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados desta pesquisa são decorrentes de uma análise do material

coletado correspondente as atividades aplicadas a 19 alunos do 4º ano do ensino

fundamental (vespertino), nos dias 05 e 06 de novembro de 2014, que participaram

efetivamente das aulas onde a Unidade de Ensino Potencialmente Significativa

(UEPS) para introdução de tópicos sobre partículas elementares foi desenvolvida.

Participaram da pesquisa 19 alunos, sendo 9 meninas e 10 meninos, com

faixa etária entre 9 e 10 anos.

Figura 37; Foto dos alunos do Colégio Portal durante a aplicação da UEPS.

Fonte: próprio autor, 2016.

Figura 38; Foto dos alunos do Colégio Portal durante a aplicação da UEPS.

Fonte: próprio autor, 2016.

Page 75: PARTÍCULAS ELEMENTARES NO 4º ANO DO ENSINO …

67

Com o questionário a mão, os alunos foram orientados a realizar as

atividades.

Nesse primeiro encontro, foi aplicado um questionário aos alunos, contendo

cinco questões dissertativas, objetivando coletar dados que possibilitasse analisar

conhecimentos prévios dos alunos.

Ausubel recomenda o uso dos organizadores prévios como estratégia para

manipular a estrutura cognitiva a fim de facilitar a aprendizagem significativa. Para

serem úteis, os organizadores devem ser formulados em termos familiares ao aluno,

para que possam ser aprendidos e para terem valor de ordem pedagógica.

Devemos observar que para que ocorra a aprendizagem significativa dos

conteúdos, devemos estar atentos ao que a criança tem a dizer, ao que a criança pensa

ou vê em relação a determinado fato ou fenômeno. Conhecendo o pensamento da

criança podemos propiciar a ela uma maneira adequada de desenvolver suas ideias e

seus conceitos, estabelecendo relações entre os fatos, comparando, julgando e

atribuindo significados.

Durante a aplicação do questionário 1, foi sugerido a eles que desenhassem a

chave que Alice usou, através da questão 1(a):

“Alice encontrou uma cortina que não havia percebido antes, e atrás dela

existia uma pequena porta de aproximadamente 40 centímetros: a menina colocou a

pequena chave dourada na fechadura e, para seu grande prazer, ela encaixou!”

Desenhe a chave que Alice usou cujo objetivo era averiguar a percepção dos alunos

acerca das dimensões dos objetos, para poder estudar a matéria em uma escala menor

possível. Quais são os blocos fundamentais da matéria?

Solicitamos o ponto de vista dos alunos buscando obter mais detalhes,

escrevendo-o para futuras considerações ou perguntando a outros alunos se concordam

ou não.

Essa questão foi bastante importante para que pudéssemos observar as

concepções dos alunos e suas representações.

Foi concedido um tempo aos alunos para que pudessem elaborar seus

desenhos. A maior parte dos alunos conseguiu realizar as atividades propostas, ficando

evidenciado por meio de registros de suas concepções. Em seguida propomos

discussões preliminares com situações mais concretas e próximas da realidade dos

alunos e com base em algumas questões que surgiram com a realização das atividades.

Page 76: PARTÍCULAS ELEMENTARES NO 4º ANO DO ENSINO …

68

Devemos saber que é necessário oferecer as crianças situações nas quais

sejam solicitadas a pensar para potencializar uma aprendizagem significativa e que

alunos motivados tem muita curiosidade, vontade de aprender, consequentemente tem

mais chances de se envolver profundamente com a situação de aprendizagem.

É preciso estar atento àquilo que eles dizem não aquilo que esperamos ouvir

deles.

DESENHOS PRODUZIDOS PELOS ALUNOS NA QUESTÃO 1 (a).

Page 77: PARTÍCULAS ELEMENTARES NO 4º ANO DO ENSINO …

69

Observa-se que em relação a pergunta 1(b):

É possível existir um mundo onde as coisas são menores que um buraco de

rato?

No levantamento 17 alunos do grupo responderam que sim, que é possível

existir um mundo onde as coisas são menores que um buraco de rato, enquanto 2

alunos do grupo responderam que não, que não seria possível existir um mundo onde

as coisas fossem menores que um buraco de rato. Esses valores evidenciam que a

grande maioria dos alunos do grupo acreditam que possa existir um mundo onde as

coisas sejam ainda menores.

Estes dados foram obtidos a partir da pergunta 1 (c) – Será que existem coisas

que não podemos ver?

Observou-se através das respostas que: 18 alunos do grupo responderam que

sim, 1 aluno do grupo respondeu que não. É importante ressaltar que os 18 alunos do

grupo que responderam sim deram exemplos como: átomos, microorganismos, fungos,

bactérias, ar, vento e Deus. Isso foi surpreendente, ficou claro através desses exemplos

que alguns alunos citam fungos, bactérias e microorganismos sem atentar para o fato

Page 78: PARTÍCULAS ELEMENTARES NO 4º ANO DO ENSINO …

70

do termo microorganismo significar uma classe de seres microscópicos onde fungos e

bactérias estão inseridos.

Crianças acima de 8 anos já devem ter feito algum trabalho conceitual sobre

as propriedades da matéria.

A idade das crianças e algo muito importante a considerar na seleção,

elaboração das atividades, bem como na escolha de conteúdos conceituais a serem

trabalhados em uma unidade didática.

Na verdade, um problema verdadeiro é aquele que propícia “uma situação ou

um conflito, para o qual não temos uma resposta imediata, nem uma técnica de

solução”. Isto é, “uma situação com a qual nos enfrentamos e que se situa fora daquilo

que entendemos no momento em que nos deparamos com dita situação, mas próximo

do limite de nossas estruturas cognitivas” (GARRET, R, M, 1995 apud NIGRO,

2009).

A proposição de perguntas induz o aluno a dar explicações pessoais àquilo

que estão observando. Expressando seus próprios modelos sobre um fato ou

fenômeno.

É importante ressaltar também a citação do ar e do vento. O vento é a

consequência do movimento do ar, o ar é uma mistura de gases que compõem a

atmosfera da terra. O ar não pode ser tocado e geralmente não apresenta cor, cheiro ou

gosto, é formado por diversos gases (nitrogênio, oxigênio e gás carbônico) e apresenta

propriedades físicas que o caracterizam: volume, massa, densidade, pressão

atmosférica, temperatura. Essas propriedades físicas devem ser trabalhadas com os

alunos para ajudá-los a perceber a existência do ar como matéria e para que esta

adquira visibilidade. Foi citado também o termo Deus, como coisas que não podemos

ver.

Quanto a pergunta 1 (d) – Qual a menor coisa que você já viu?

Percebeu-se que 7 alunos do grupo responderam que viram

microorganismos, 11 alunos do grupo responderam que viram larva de tomate, ovos de

mariposa, pulga, formiga, grão de pó, folha, átomo, representando uma parcela

considerável do total de alunos do grupo,1 aluno do grupo não respondeu.

Durante a aplicação do questionário foi perguntado aos alunos através da

pergunta 1(e) – Você conhece um ou mais aparelhos que nos ajudam a ver essas

coisas?

Page 79: PARTÍCULAS ELEMENTARES NO 4º ANO DO ENSINO …

71

Observou-se que 13 alunos do grupo responderam que conhecem o

microscópio, 3 alunos do grupo responderam que conhecem o microscópio e a lupa, 1

aluno do grupo respondeu que conhece o microscópio e o telescópio, e 2 alunos do

grupo responderam que conhecem vários, mas não citaram nomes.

O segundo instrumento de coleta foi o questionário 2 – contendo cinco

questões dissertativas, aplicado aos alunos com o objetivo de colher dados sobre a

aprendizagem significativa do conceito de partículas elementares.

No que se refere aos resultados obtidos por meio do estudo qualitativo

observou-se que na questão 2(a) – Então, o que será que é um átomo?

Observou que dos 19 alunos do grupo, 13 alunos responderam que é uma

partícula, 5 alunos responderam que era a menor partícula de matéria, 1 aluno

respondeu que o átomo é tudo que é formado por quarks. Ainda percebe-se que há

necessidade de uma maior explanação do conteúdo para que a compreensão do tema

seja absorvida por todos do grupo. Aulas de ciências naturais, o professor deve

selecionar temas em conjunto com as demais áreas do conhecimento que deverão ir

ganhando mais profundidade. Ao planejar cada tema, deve então selecionar problemas

que correspondam a situações interessantes e inusitadas. Uma notícia, um filme por

exemplo, poderá se converter em um problema com interesse didático, como no caso,

Alice no País das Maravilhas.

Durante a aplicação do questionário 2 foi sugerido a eles que desenhassem o

átomo através da questão 2b – ”Quero que você desenhe, pode ser? Se um colega

menor pedir para você explicar como é um átomo, não seria melhor desenhar? Faça

um desenho”.

DESENHOS PRODUZIDOS PELOS ALUNOS NA QUESTÃO 2 (B).

Page 80: PARTÍCULAS ELEMENTARES NO 4º ANO DO ENSINO …

72

Page 81: PARTÍCULAS ELEMENTARES NO 4º ANO DO ENSINO …

73

A questão 2 (b) evidencia percepções variadas dos alunos. Observa-se que

um dos alunos fez um primeiro desenho e depois o rasurou substituindo por um

segundo desenho. O primeiro tinha características do modelo de Rutherford e o

segundo era um esquema representativo de um corpo sendo quebrado em partículas

cada vez menores. Isso foi surpreendente por dois fatores: a não preocupação por parte

do aluno em deixar a primeira ideia registrada apesar de rasurada, e a outra tentativa

de registro de sua nova concepção pouco elaborada, mas bastante original.

Percebe- se através de desenhos e escrita que um dos alunos evidenciou

bastante segurança em responder à pergunta com os termos: “sim, sim” e através do

desenho de uma pizza que poderia ser partida em porções cada vez menores. Ficou

clara a assimilação dos conceitos pertinentes aos conteúdos trabalhados com o

material para este aluno citado,

Observa-se também que alguns alunos apresentam dificuldades em relação ao

conceito trabalhado com o grupo. Ainda há pontos que necessitam ser esclarecidos,

observou-se pelo desenho que os alunos ainda acreditam que o átomo é a menor

partícula existente na matéria. Outros, quando questionados, apresentaram um modelo

de átomo semelhante ao modelo planetário de Rutherford desenvolvido em 1911, onde

o núcleo era uma pequena região com a maior parte da massa, e os elétrons giravam à

Page 82: PARTÍCULAS ELEMENTARES NO 4º ANO DO ENSINO …

74

volta do núcleo em órbitas circulares. Ainda se percebe a necessidade de maior

explanação para a compreensão do tema proposto mesmo após aplicação da

ferramenta.

Nota-se também que alguns alunos desenharam círculos gradativamente

menores, percebe-se aí uma ideia de considerar as escalas cad a vez menores para a

observação da matéria.

Para obtenção dos dados apresentados na pergunta 2c – Pode me dizer se

existem partículas ainda menores que os átomos?

Observou-se que 19 alunos do grupo acreditam na existência de partículas

ainda menores que os átomos.

As respostas obtidas através da pergunta 2 (d) indicam ou parecem revelar

que as crianças do grupo acreditam que a matéria é feita de átomos. Estes dados foram

obtidos a partir da pergunta: Você sabe me dizer de que é feita a matéria?

Os resultados apresentados causaram surpresa, as incertezas estavam

presentes, pois se observou que os alunos voltaram a citar o átomo como menor

partícula existente na natureza. Houve uma preocupação em relação a formulação da

pergunta e a significação.

Quanto a pergunta 2(e) – Quem são essas partículas elementares, os blocos

fundamentais de que tudo é feito? – Percebeu-se uma visão bem interessante das

diferentes concepções construídas pelos alunos, mostrando que mais de 9 dos alunos

do grupo acreditam que as partículas elementares são os blocos fundamentais de tudo

o que é feito. Menos de 4 alunos do grupo ainda acredita que tudo é feito de átomos e

mais de 6 alunos do grupo não responderam, o que nos leva a pensar num momento de

dúvida, de inquietação, de desequilíbrio.

A ferramenta utilizada (UEPS) precisa ser avaliada para que possamos

encontrar novos caminhos a serem apresentados para o aluno.

Para Moreira (2001) as condições para que ocorra a aprendizagem

significativa são a existência de subsunçor, o que foi observado durante as atividades

realizadas com os alunos; o material didático deve ser potencialmente significativo, o

material proposto apresentou um sentido lógico, verificado através das atividades

propostas pela sequência didática; e a disposição do aprendiz, que foi evidenciada

através de registros de atividades, conversas e fotos.

Se a hipótese de que qualquer matéria pode ser ensinada a qualquer criança de

forma honesta, um currículo deverá ser constituído em torno de grandes temas,

Page 83: PARTÍCULAS ELEMENTARES NO 4º ANO DO ENSINO …

75

princípios e valores que uma sociedade considera merecedores da preocupação

contínua de seus membros. Um modo possível do ensino de literatura e ciência seria

pelo relato de grandes mitos, pelo uso de clássicos infantis, pela apresentação e

comentário de filmes previamente selecionados (BRUNER, 1969, 1973, 1976).

De acordo com Coelho (1991, 25), a importância e necessidade do livro

literário em sala de aula é algo incontestável. Fonte inesgotável do saber, a literatura,

sendo uma atividade cognitiva amplia o processo perceptivo do leitor. O profissional

da educação nunca deve perder de vista o princípio artístico, pois a literatura é, antes

de mais nada é arte, uma criatividade que representa o ser humano, o universo, a vida

por meio da palavra, numa relação entre o sonhar e viver, prática, entre a utopia e a

realidade. O professor hábil, pode também experimentar, tentando intuitivamente

ensinar o que lhe parece correto para crianças de diferentes idades, corrigindo-se no

decorrer do tempo.

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Apresentamos aqui nossas considerações finais sobre o trabalho realizado

durante o Mestrado em Ensino de Ciências Naturais, suas potencialidades e suas

limitações.

Por meio deste trabalho, e em contato com os alunos, verificamos que as

Unidades de Ensino Potencialmente Significativas são de fundamental importância

para uma aprendizagem significativa, pois é uma sequência didática com grande

potencial de êxito na facilitação da aprendizagem significativa crítica.

Durante o trabalho em sala de aula os alunos puderam compartilhar diferentes

valores expressos pelos colegas, valorizando suas próprias ideias, exercitando o

respeito em relação à opinião dos outros colegas, estimulando a curiosidade em lidar

com os fatos naturais.

Percebemos que apesar de abstrato, o conceito de partículas elementares pode

ser inserido no ensino fundamental, como forma do aluno se apropriar de

conhecimentos científicos e transformadores da sociedade.

Page 84: PARTÍCULAS ELEMENTARES NO 4º ANO DO ENSINO …

76

Os alunos na maior parte possuíam o entendimento de que a matéria era

formada por átomos que com um núcleo rodeado por uma ou mais partículas.

As diferentes explicações dos alunos e sua divergência nos permitiu fazer

debates que puderam levar a busca de informações e a formulação de novas questões.

Os alunos começaram a perceber que existem coisas além daquilo que elas

podem ver e que existe um mundo muito maior do que aqueles que elas conhecem.

Que os prótons e nêutrons não são partículas indivisíveis, que não eram fundamentais.

Existem partículas menores que são os constituintes fundamentais da matéria que são

os Quarks.

O avanço no conhecimento desses alunos ficou evidente nessa pesquisa,

tornando a abordagem aqui sugerida uma importante ferramenta metodológica para

professores que buscam facilitar a aprendizagem.

Quanto a implementação da UEPS observamos indícios de aprendizagem

significativa do conceito de partículas elementares, uma vez que comparando os

instrumentos (questionários) , observamos que o conceito tornou-se evidenciado

através dos desenhos apresentados pelos alunos.

Em razão de todas essas considerações e evidências apontadas, acreditamos

que a UEPS é uma ferramenta viável, facilitadora da aprendizagem significativa.

Salientamos que, nosso produto tem o papel de auxiliar o processo de

aprendizagem, fornecendo uma grande quantidade de informações. Tendo o produto

disponível para ser explorado, podendo ser acessado em qualquer lugar em que tenha

conexão com a internet.

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Educação Infantil.Acadêmica do 3º semestre pela Universidade Estadual do

Ceará- UECE/FECLESC. VV FIPED Fórum Internacional de Pedagogia Paraíba-

PI/Brasil. Campina Grande, REALIZE Editora, 2012.

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79

SOARES, Juliane da Silva Medeiros. A Importância da Literatura Infantil nos

anos Iniciais do Ensino Fundamental. Artigo apresentado como requisito para

avaliação final da disciplina de trabalho de conclusão de curso 2 – orientado pela

professora Elizabete Velter Borges, Curso de Pedagogia da Unigran.

TERRAZZAN, Eduardo Adolfo, A inserção da Física Moderna e Contemporânea

no Ensino de Física na escola de 2º grau. Cad. Cat. Ens. Fís, Florianópolis, v.9,n3,

p.209-214, 1992.

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80

8 ANEXOS

ANEXO A – ENCAMINHAMENTO DO MESTRANDO À ESCOLA

Ofício___/___/___

Cuiabá/MT,___de outubro de 2015.

Senhora Diretora

Apresentamos a aluna CÉLIA MÔNICA PINHEIRO ORMOND, regularmente

matriculada no Programa de Pós-Graduação – Mestrado Profissional em Ensino de

Ciências Naturais (PPGEN), reconhecido pelo Parecer 78/2010 e Portaria MEC 1045

CNE 19 agosto 2010 ambas publicadas no D.O.U em 19/08/2010, Seção 1, pág. 10 e

promovido pela Pró-Reitoria de Pesquisa, Extensão e Pós-Graduação da UFMT, que

requer permissão para, nesta instituição, realizar observações e coleta de dados a

serem utilizados para elaboração de sua dissertação.

Esperando contar com seu apoio e de seus colaboradores, agradecemos a acolhida

dispensada a aluna.

Atenciosamente,

Dr. Marcelo Paes de Barros.

Coordenador de Mestrado Profissional em Ensino de Ciências Naturais

Senhora Diretora

Regina Gumiero

Colégio Portal

Cuiabá, MT

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81

ANEXO B – MODELO DE TERMO DE CONSENTIMENTO

INFORMADO

Termo de consentimento informado

Esta pesquisa sobre a aprendizagem de Física Moderna e Contemporânea no Ensino

Fundamental tem por objetivo investigar a participação e interação dos alunos do 4º

ano nas aulas de ciências após a utilização das UEPS (Unidades de Ensino

Potencialmente Significativas) proposta por Marco Antônio Moreira. Para a aplicação

das UEPS, é necessário que o professor da disciplina de ciências aceite participar das

atividades ao longo da pesquisa. As atividades serão desenvolvidas em sala de aula,

utilizando filmes, imagens, textos e quadro de giz.

Os dados e resultados individuais desta pesquisa estarão sempre sob sigilo ético, não

sendo mencionados os nomes dos participantes em nenhuma apresentação oral ou

trabalho escrito, que venha a ser publicado.

A participação nesta pesquisa não oferece risco ou prejuízo às pessoas. Se no decorrer

da pesquisa o (a) participante resolver não mais continuar terá toda a liberdade de o

fazer, sem que isso venha lhe trazer qualquer prejuízo.

A pesquisadora responsável por esta pesquisa é a professora Célia Mônica Pinheiro

Ormond, vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Naturais da

Universidade Federal de Mato Grosso. A pesquisadora compromete-se a esclarecer

qualquer dúvida ou necessidade de esclarecimento que eventualmente o participante

venha a ter no momento da pesquisa ou posteriormente através do telefone

(065)84538890 (telefone da pesquisadora).

Após ter sido devidamente informado de todos os aspectos desta pesquisa e ter

esclarecido todas as minhas dúvidas, eu

(nome por extenso)

Concordo em participar desta pesquisa

Assinatura do Participante

Assinatura do Pesquisador

Cuiabá ,_________de_______.

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82

ANEXO C - PROPOSTA DE UEPS PARA ENSINAR O CONCEITO

DE PARTÍCULAS ELEMENTARES PARA AS PRIMEIRAS

SÉRIES DO ENSINO FUNDAMENTAL

Unidade Didática (sequência de aulas sobre determinado tema)

Objetivo: ensinar o conceito de partículas elementares e apresenta-las nas primeiras

séries do ensino fundamental partindo de algum conhecimento prévio dos alunos e

considerando também as capacidades de aprendizagem características do pensamento

dessa faixa etária.

Obs: a idade das crianças é algo muito importante a considerar na seleção, elaboração

e realização das atividades, bem como na escolha de conteúdos conceituais a serem

trabalhados em uma unidade didática.

As atividades propostas tem o papel de contribuir para a construção do conceito de

partículas elementares.

Sequência:

1. Situação inicial: assistir com os alunos ao filme Alice no País das Maravilhas

– História Infantil. Perguntar a eles o que compreenderam em relação ao filme. Todas

as situações colocadas pelos alunos devem ser discutidas em grande grupo, com

mediação do docente, sem necessariamente chegar a respostas.

Propomos aos alunos assistiram ao filme Alice no País das Maravilhas – História

Infantil, por ser considerado um clássico da literatura. A Unidade de Ensino

Potencialmente Significativa tem como princípio norteador que pensamentos,

sentimentos e ações estão integrados no ser que aprende; sendo esta integração

positiva e construtiva, quando a aprendizagem é significativa (Novak).

Para Ausubel, a principal função do organizador prévio é a de servir de ponte entre o

que o aprendiz já sabe e o que ele deveria saber a fim de que o novo material pudesse

ser aprendido de forma significativa. Os organizadores devem:

- identificar o conteúdo relevante na estrutura cognitiva e explicitar a relevância desse

conteúdo para aprendizagem do novo material;

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83

- dar uma visão geral do material em nível mais alto de abstração, salientando as

relações importantes;

- prover elementos organizadores inclusivos ideacionais, que possam ser usados para

assimilar significativamente novos conhecimentos.

Após o término do filme foi perguntado a eles o que compreenderam. Todas as

situações colocadas pelos alunos foram discutidas em grande grupo, com mediação da

docente investigadora, no caso eu, sem necessariamente chegar a respostas.

https://www.youtube.com/watch?v=aA9zxTCBxZE

A atividade durará uma aula.

.

2. Situações – problemas iniciais:

Devemos propor um problema, que propicie uma situação ou conflito para o qual não

temos uma resposta imediata, que se apresenta de maneira estranha as situações as

quais estamos acostumados cotidianamente. Para esta etapa propomos uma situação-

problema que segundo Vergnaud, dará sentido a novos conhecimentos, por ser criada

para despertar a intencionalidade do aluno para a aprendizagem significativa.

A situação problema apresentada para os alunos foi a elaboração de cinco questões

relacionadas ao filme Alice no país das maravilhas, descritas abaixo:

Responda as questões:

f) “Alice encontrou uma cortina que não havia percebido antes, e atrás dela

existia uma pequena porta de aproximadamente 40 centímetros: a menina colocou a

pequena chave dourada na fechadura e, para seu grande prazer, ela encaixou!”

Desenhe a chave que Alice usou.

g) “Alice abriu a porta e viu que dava para uma pequena passagem, não muito

maior que um buraco de rato.”

É possível existir um mundo onde as coisas são menores que um buraco de rato?

c) Será que existem coisas que não podemos ver?

d) Qual a menor coisa que você já viu?

e) Você conhece um ou mais aparelhos que nos ajudam a ver essas coisas?

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84

3. Aprofundando conhecimentos: Aula teórica onde serão trabalhados os

conceitos de partículas, matéria, átomo, moléculas. Estes conceitos serão

apresentados através da leitura do texto: A Natureza Atômica da Matéria (Física

Conceitual, Paul G. Hewitt-2002 - adaptado), sendo estimulada a discussão em

grupo. Ao final da introdução dos novos conceitos, retoma-se a situação posta pelo

filme e questiona-se aos alunos sobre a validade da situação apresentada por Alice e

sua visão sobre até que ponto são legitimadas pela ciência.

Foi ministrada uma aula teórica onde foram trabalhados os conceitos de partículas,

matéria, átomo, moléculas utilizando um quadro branco para aula expositiva. A

atividade proposta teve a participação ativa dos alunos que demonstraram muito

interesse pelos conceitos abordados. Estes conceitos foram apresentados novamente

aos alunos através da leitura do texto: A Natureza Atômica da Matéria (Física

Conceitual, Paul G. Hewitt-2002 - adaptado), anexo G.

A seleção do livro foi realizada buscando um material com conceitos básicos da física,

explicados de forma simples e clara. O autor procura mostrar como um livro e um

vasto material de apoio, podem se tornar ferramentas para o professor trazer a física

para o cotidiano dos alunos. O texto foi adaptado ao nível cognitivo dos alunos,

mostrando conceitos fundamentais como o conceito de matéria, partículas, átomos,

moléculas, etc.

Se até aqui formos bem sucedidos, os alunos terão curiosidade e incertezas geradas

pelo desequilíbrio causado pela proposição de um problema. Então, o que o professor

pode fazer para permitir uma nova organização de ideias? Considerando que a

proposição de problemas de natureza da matéria suscita a perplexidade e o interesse

dos alunos.

É importante observar que se o professor está preocupado em fazer perguntas e

propõe problemas intrigantes aos alunos, precisa também estar preparado para ouvir o

que eles têm a dizer. Deve estar mais atento àquilo que eles dizem do que àquilo que

espera ouvir deles.

4. Nova situação: Os conceitos serão novamente apresentados utilizando

vídeos. Para esta etapa foram escolhidos os vídeos:

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https://www.youtube.com/watch?v=JvA4tKRDgzE (quer que desenhe? Um sábado

qualquer).

Licenciatura em Ciências: Partículas Elementares. Duração: 9:40.,produzido para o

curso de licenciatura em Ciências USP/Univesp, que visa a formação de profissionais

capacitados a atuar na educação básica, com foco na educação científica.

https://www.youtube.com/watch?v=bpK4bDAm58s

Toda matéria que existe no universo ou é partícula elementar ou resulta da

combinação de partículas elementares.

De acordo com o conhecimento científico de hoje uma característica é comum às

partículas elementares: elas são indivisíveis.

Para saber o que é elementar você começa quebrando as coisas até certo ponto onde

você não consegue quebrar mais.

Começa então a utilizar um microscópio cada vez mais potente para olhar dentro da

matéria.

Cada vez que você diminui o tamanho de um corpo no mundo microscópico você

precisa de mais energia para olhar aquela distância. Você precisa de energia para

descer a escala macroscópica para microscópica.

Quanto mais fundo eu for, mais energia eu preciso para estudar essa região.

Na escala macroscópica o aspecto das coisas resulta da aglomeração de átomos dos

diferentes elementos químicos que se organizam de maneiras diferentes.

Os conceitos foram novamente apresentados aos alunos, criando a oportunidade de

uma diferenciação progressiva dos conceitos apresentados de forma que as ideias

mais gerais e inclusivas fossem apresentadas antes e, progressivamente diferenciadas e

de uma reconciliação integradora explorando relações entre ideias, apontando

similaridades e diferenças significativas.. Ao final da introdução dos novos conceitos,

retomou-se a situação posta pelo filme e questionou-se aos alunos sobre a validade da

situação apresentada por Alice e sua visão sobre até que ponto são legitimadas pela

ciência, reconciliando discrepâncias reais ou aparentes.

Na sequência foram apresentadas novas situações-problema, que estão

relacionadas abaixo, referentes aos conceitos de matéria, partículas, átomo, dando aos

alunos a oportunidade de expressar suas ideias acerca destes conceitos, bem como sua

representação através de desenho que foi sugerido no item b do questionário.

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5. Diferenciando progressivamente: serão apresentadas novas situações-

problema, referentes aos conceitos de partículas, átomo, e também será iniciada a

confecção de um esquema representativo contendo figuras sobre os conceitos

abordados. A elaboração desse material será mediada pela professora e o mesmo será

exposto no colégio para a leitura de toda a comunidade escolar.

No ensino fundamental é importante que as crianças iniciem um processo de

superação de suas dificuldades cognitivas e, no futuro, sejam capazes de construir

significados para conceitos mais próximos dos cientificamente estabelecidos.

Responda as questões:

f) Então, o que é um átomo?

g) Quero que você desenhe, pode ser? Se um colega menor pedir para você

explicar como é um átomo, não seria melhor desenhar? Faça um desenho.

h) Muito bem! Você desenhou o átomo. Pode me dizer se existem partículas

ainda menores que os átomos?

i) Você sabe me dizer de que é feita a matéria?

j) Quem são essas partículas elementares, os blocos fundamentais de que tudo é

feito?

Atividades a serem desenvolvidas em uma aula.

Moreira diz que a diferenciação progressiva pode utilizar uma série de organizadores

hierarquizados em ordem decrescente de inclusividade. Cada organizador precede uma

unidade correspondente de material detalhado e diferenciado. Os organizadores

iniciais fornecem um ancoradouro, antes que o aprendiz se confronte com o novo

material. Os organizadores podem também ser utilizados de acordo com a

reconciliação integrativa, quando indicam explicitamente, de que forma as ideias

relacionadas são essencialmente similares ou diferentes das novas ideias e informações

a aprender.

6. Avaliação individual: a avaliação da aprendizagem será feita através da

análise dos trabalhos feitos pelos alunos, nas observações realizadas pelos professores.

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87

7. Aula final e avaliação da UEPS em sala de aula: análise das respostas às

questões propostas na avaliação individual. Comentários finais integradores sobre o

assunto abordado. Avaliação oral por parte dos alunos sobre as estratégias de ensino

utilizadas e sobre seu aprendizado.

Avaliando o trabalho realizado:

A atividade permite saber quais são os conhecimentos prévios dos alunos?

Apresenta conteúdos que sejam significativos e funcionais para os alunos?

É adequada ao nível de desenvolvimento dos alunos?

Provoca um conflito cognitivo (e também metodológico e atitudinal),

promovendo a atividade mental do aluno necessária ao estabelecimento de novas

relações entre os conhecimentos prévios e os conteúdos novos.

É motivadora em relação à aprendizagem de novos conteúdos, promovendo

assim um atitude favorável dos alunos para com a atividade?

Estimula a autoestima e a autoconfiança em relação à aprendizagem que se

propõe?

Ajuda o aluno a adquirir habilidades relacionadas com o “aprender a

aprender”, o que lhe permitirá ser mais autônomo em sua aprendizagem?

8. Avaliação da UEPS: análise qualitativa realizada pela professora sobre as

evidências percebidas ou não da aprendizagem significativa dos conceitos da unidade,

na avaliação realizada individualmente e na observação participante. Reformular

algumas atividades se houver necessidade.

9. Total de horas-aula: 3 h

Page 96: PARTÍCULAS ELEMENTARES NO 4º ANO DO ENSINO …

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ANEXO D – QUESTIONÁRIO APLICADO AOS ALUNOS ANTES

DA UTILIZAÇÃO DA UEPS

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

MESTRADO PROFISSIONAL EM ENSINO DE CIÊNCIAS NATURAIS

COLÉGIO PORTAL

Este instrumento tem como objetivo coletar dados que possibilitem analisar

conhecimentos prévios dos alunos. A coleta dos dados constitui uma das fases da

pesquisa que estou realizando para a elaboração da Dissertação do Curso de Mestrado

Profissional em Ensino de Ciências Naturais. Sua colaboração favorecerá a

compreensão da problemática norteadora do trabalho.

Obrigada.

Identificação

Idade:__________ Sexo: M( ) F( ) 4ºAno___ E.F.

Responda as questões:

a) “Alice encontrou uma cortina que não havia percebido antes, e atrás dela

existia uma pequena porta de aproximadamente 40 centímetros: a menina colocou a

pequena chave dourada na fechadura e, para seu grande prazer, ela encaixou!”

Desenhe a chave de 40 centímetros.

Page 97: PARTÍCULAS ELEMENTARES NO 4º ANO DO ENSINO …

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b) “Alice abriu a porta e viu que dava para uma pequena passagem, não muito

maior que um buraco de rato.”

É possível existir um mundo onde as coisas são menores que um buraco de rato?

c)Existem coisas que não podemos ver?

d)Qual a menor coisa que você já viu?

e)Quais os aparelhos que nos ajudam a ver essas coisa?

e)Quais os aparelhos que nos ajudam a ver essas coisa

Page 98: PARTÍCULAS ELEMENTARES NO 4º ANO DO ENSINO …

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ANEXO E – QUESTIONÁRIO APLICADO AOS ALUNOS DEPOIS

DA UTILIZAÇÃO DAS UEPS

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

MESTRADO PROFISSIONAL EM ENSINO DE CIÊNCIAS NATURAIS

COLÉGIO PORTAL

Identificação

Idade:__________ Sexo: M( ) F( ) 4ºAno E.F.

Responda as questões:

a) Então, o que será que é um átomo?

b) Quero que você desenhe, pode ser? Se um colega menor pedir para você

explicar como é um átomo, não seria melhor desenhar? Faça um desenho.

c) Muito bem! Você desenhou o átomo. Pode me dizer se existem partículas

ainda menores que os átomos?

d) Você sabe me dizer de que é feita a matéria?

e) Quem são essas partículas elementares, os blocos fundamentais de que tudo é

feito.

Page 99: PARTÍCULAS ELEMENTARES NO 4º ANO DO ENSINO …

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ANEXO F - TEXTO: A NATUREZA ATÔMICA DA MATÉRIA

(FÍSICA CONCEITUAL, PAUL G. HEWITT-2002)

Imagine que você passe por uma experiência semelhante à de Alice no País das

Maravilhas, quando ela diminui de tamanho. Imagine que se encontra de pé sobre uma

cadeira, salta dela e vai caindo lentamente para o chão – e que enquanto cai, vai

gradualmente diminuindo de tamanho. Enquanto está caindo em direção ao piso de

madeira, você começa a se preparar para o impacto. Mas quando vai chegando bem

perto do piso, tornando-se cada vez menor, você começa a observar que a superfície

do piso não é tão lisa quanto lhe pareceu à primeira vista. As pequenas irregularidades

encontradas em todas as madeiras mostram-se como grandes fendas. Ao cair em uma

dessas fendas, que parecem cânions enquanto você continua encolhendo, você

novamente se prepara para o impacto iminente apenas para descobrir que o fundo do

cânion também é formado por outras fendas e frestas. Caindo em uma dessas frestas,

tornando-se ainda menor, você nota que as paredes sólidas pulsam e são cheias de

ondulações. As superfícies pulsantes consistem de bolhas nebulosas, a maioria com

forma esférica, algumas com a forma oval, algumas maiores do que outras, e todas

“escoando” lentamente umas pelas outras, formando longas cadeias de estruturas

complexas. Caindo ainda mais, você de novo se prepara para o impacto enquanto se

aproxima de uma dessas esferas enevoadas, mais e mais perto, cada vez encolhendo

mais, até que – uau! Você entrou em um novo universo. Você acabou de cair num

“mar de vazio”, onde existem “manchas” que eventualmente passam girando por você

a velocidades incrivelmente altas. Você se encontra no interior de um átomo, um vazio

de matéria semelhante ao sistema solar. Exceto por partículas de matéria aqui e ali, o

piso sólido no qual você penetrou é um espaço vazio. Se continuasse caindo, poderia

chegar a cair vários metros através da matéria “sólida”, antes de colidir diretamente

com uma dessas partículas subatômicas.Toda matéria, não importa quão sólida ela

pareça, é formada por minúsculos “tijolos”, eles mesmos sendo quase que totalmente

espaços vazios. Esses minúsculos tijolos são os átomos – que podem ser combinados

para formarem moléculas, as quais por sua vez agrupam-se para formar a matéria que

vemos ao nosso redor.

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ANEXO G - ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS – HISTÓRIA INFANTIL

Alice no País das Maravilhas é um dos clássicos mais importantes da literatura

infanto-juvenil. Foi escrito por Lewis Carrol na metade do século XIX. Lewis Carrol

era matemático e criou na obra Alice no País das Maravilhas , uma brincadeira com a

linguagem tornando-a passível de múltiplas interpretações.

ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS – HISTÓRIA INFANTIL

Alice's Adventures in Wonderland, frequentemente abreviado para Alice in

Wonderland (Alice no País das Maravilhas) é a obra mais conhecida de Charles

Lutwidge Dodgson, publicada a 4 de julho de 1865 sob o pseudônimo de Lewis

Carroll. É uma das obras mais célebres do gênero literário nonsense.

O livro conta a história de uma menina chamada Alice que cai numa toca de coelho

que a transporta para um lugar fantástico povoado por criaturas peculiares e

antropomórficas, revelando uma lógica da absurda característica dos sonhos. Este está

repleto de alusões satíricas dirigidas tanto aos amigos como aos inimigos de Carrol, de

paródias a poemas populares infantis ingleses ensinados no século XIX e também de

referências linguísticas e matemáticas frequentemente através de enigmas que

contribuíram para a sua popularidade.

Personagens listadas consoante a ordem de aparição nas páginas da obra.

Alice: é a protagonista da história; Tem cabelo loiro amarrado por uma faixa preta; É

racional e corajosa, e vai fazendo considerações à medida que a aventura prossegue.

Coelho Branco (no original em inglês: White Rabbit): é quem inicia a aventura,

quando Alice o segue até a toca. Ele carrega um relógio e parece estar muito atrasado

para alguma coisa. Em contraste com a Alice, o Coelho Branco tem medo de tudo - da

sua rainha, da Alice e das próprias situações onde se encontra. Esta oposição foi

pretendida pelo autor para enfatizar os atributos positivos da personalidade principal.

Rato: Revela um grande pavor de gatos e um carácter muito seco quando cita a

História com a intenção de secar os animais molhados, deixando-os antes aborrecidos

e molhados (terceiro capítulo). Provavelmente foi baseado numa governanta da casa

das irmãs Liddell.Dodô (no original em inglês: Dodo): É uma caricatura do autor, e

este terá usado o nome numa paródia ao modo como ele pronunciava o próprio nome,

uma vez que era gago (Do... do... Dodgson); Usa palavras excessivamente

Page 101: PARTÍCULAS ELEMENTARES NO 4º ANO DO ENSINO …

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complicadaPato (no original em inglês: Duck): É uma caricatura do reverendo

Robinson Duckworth, amigo do autor que esteve presente na viagem pelo rio Tâmisa

que deu origem à obra presente. Aguieta (no original em inglês: Eaglet): Reflexão da

irmã Edith Liddell e não entende as palavras muito difíceis.Lagarto: é o humilde servo

do coelho branco.

Esta personagem (Bill), pode ser uma brincadeira com o nome do estadista

britânico Benjamin Disraeli, pois uma das ilustrações de Tenniel em Alice no Outro

Lado do Espelho retrata a personagem referida como o Man in White Paper (quem

Alice conhece como um passageiro com quem partilha um trem no comboio), como

uma caricatura de Disraeli, usando um chapéu de papel.Lagarta (no original em inglês:

Caterpillar): Está sentada num cogumelo a fumar calmamente um cachimbo de água.

Não presta muita atenção a Alice, respondendo às suas perguntas com

monossílabos.Duquesa: Muito feia, com um queixo pontiagudo. Concordava com tudo

que Alice dizia e procurava insistentemente uma moral para tudo, embora raramente

tivesse relação ou sentido (oitavo capítulo).Gato de Cheshire ou Gato Risonho: É

extremamente independente e consegue desaparecer e aparecer. Carroll obteve o nome

na expressão idiomática da língua inglesa sorrir como um gato de Cheshire.

Chapeleiro maluco e a Lebre de Março (no original em inglês: Mad Hatter and the

March Hare): São figuras retiradas de expressões correntes no período vitoriano da

língua inglesa louco como uma Lebre de Março ou louco como um Chapeleiro, devido

ao vapor de mercúrio usado na fabricação de feltro que causa transtornos psicóticos10

; São ambos totalmente loucos (como todos os moradores do País das Maravilhas,

segundo o Gato Risonho). Estão perpetuamente na hora do chá, porque, segundo eles,

o Chapeleiro discutiu no mês de Março com o Tempo e, em vingança, este não muda a

hora para os dois habitantes. O Chapeleiro aparentemente teve problemas com a

Rainha ao cantar uma música na sua presença, pelo que esta sentenciou a sua

decapitação sob o pretexto de estará matar o tempo.Arganaz (no original em inglês:

Dormouse): Está constantemente a dormir e ocasionalmente acorda durante alguns

segundos. Conta uma história sobre três irmãs, nomeando-as de Elsie, Lacie e Tillie.

Estas são as irmãs Liddell: Elsie é LC (Lorina Charlotte), Tillie é Edith (seu apelido de

família é Matilda), e Lacie é um anagrama de Alice.Rainha de Copas: é talvez a

caricatura da mãe das irmãs Liddell. É extremamente autoritária e impulsiva, estando

constantemente a ordenar aos seus soldados (cartas de baralho) decapitar todos.

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ANEXO H – DESENHO ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS

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ANEXO I – QUESTIONÁRIO APLICADO.

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

MESTRADO PROFISSIONAL EM ENSINO DE CIÊNCIAS NATURAIS

COLÉGIO PORTAL

1. Indique seu sexo

1 - Masculino

2 - Feminino

2. Indique sua idade

1 - Menos de 20 anos

2 - De 20 a 30 anos

3 - De 31 a 40 anos

4 - De 41 a 50 anos

5 - Mais de 51 anos

3. Indique seu grau de escolaridade

1 - Ensino Fundamental

2 - Ensino Médio

3 - Superior

4 - Pós-Graduação

4. O acesso ao Site foi fácil?

1 - Sim

2 - Não

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5. Você conseguiu acessar todas as páginas com rapidez?

1 - Sim

2 - Não

6. Você gostou do site?

1 - Sim

2 - Não

7. Acessaria novamente?

1 - Sim

2 - Não