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Orientações práticas 2 PARTE a

Parte 02 Orientações Práticas

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    Estgio Supervisionado II para Licenciaturas | Orientaes prticas

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    Nesta parte, voc encontra orientaes e sugestes sobre

    como realizar as atividades e como utilizar o material de registro e

    acompanhamento. Leia tudo antes de iniciar o estgio, de modo a obter

    uma viso geral de seu plano de trabalho. Durante a leitura, procure se

    familiarizar com o material que se encontra na terceira parte do livro.

    ESTRUTURA DO ESTGIO II

    A carga horria total do Estgio II de 90 horas, distribudas entre

    atividades na escola (50 horas) e atividades fora da escola (40 horas).

    Para efeito da totalizao da carga horria da disciplina, considere cada

    hora-aula de 50 minutos como uma hora de atividade. As atividades na

    escola sero, em geral, realizadas em sala de aula, na disciplina especfica

    de seu curso de Licenciatura. As atividades fora da escola, como voc

    notar, apresentam estreita correlao com as observaes e vivncias em

    sala de aula. A seguir, voc encontra um quadro que sintetiza a estrutura

    do Estgio II, na forma de um plano de atividades. importante lembrar

    que as atividades propostas no precisam ser realizadas na ordem em que

    aparecem descritas aqui.

    Atividades na escola

    As atividades na escola so de trs tipos: observao de aulas,

    co-participao e reunies com o regente-tutor.

    A observao de aulas totaliza 30h, distribudas em diferentes

    turmas, sempre na disciplina especfica de seu curso. O ideal que voc

    varie ao mximo essas observaes, pocurando, se possvel, faz-las nos

    dois nveis de ensino Fundamental e Mdio. Procure conhecer, por

    meio desta atividade, o trabalho de diferentes professores-regentes e o

    perfil de diferentes turmas. Cada vez que voc concluir a observao de

    uma aula, anote essa atividade na agenda e pea ao professor-regente

    da turma que rubrique no espao apropriado.

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    Estgio IIPlano de atividadesCarga horria total: 90hI. Carga horria em atividades na escola/sala de aula: 50hII. Carga horria em atividades fora da escola: 40h

    I. Atividades na escola/sala de aula

    Atividade CH (horas)

    1. Observao de aulas 1.a. diferentes turmas/sries (15 a 20h) 1.b. turma-base (10 a 15h)

    30

    2. Co-participao (correo de exerccios em aula, aplicao e acompanhamento de atividades pedaggicas, orientao e atendimento a alunos, narrao de histrias, planejamento e montagem de mural)

    12

    3. Reunies com o regente-tutor (orientao/planejamento/avaliao) 8

    CARGA HORRIA TOTAL 50

    II. Atividades fora da escola

    Atividade CH (horas)

    4. Leitura do material didtico da disciplina 3

    5. Pesquisa bibliogrfica 7

    6. Correo/avaliao de trabalhos de alunos 4

    7. Confeco de material didtico 5

    8. Elaborao de planos de aula (dois planos) 4

    9. Avaliao de livros didticos (dois livros) 8

    10. Seleo de textos e materiais audiovisuais 5

    11. Elaborao de relatrio final 4

    CARGA HORRIA TOTAL 40

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    Em uma das turmas da escola, voc fixar uma parte das

    observaes e todas as co-participaes. Essa ser sua turma-base para

    o Estgio II. Ela poder ser de Ensino Fundamental ou mdio, conforme

    as possibilidades da escola e conforme seu interesse. Voc cumprir as

    30h de observao de aulas destinando entre 10 e 15h a observaes na

    turma-base, e entre 15 e 20h a observaes em turmas variadas.

    O professor-regente da turma-base ter um papel fundamental em

    seu estgio ele quem vai orientar voc ao longo de todo o perodo

    de trabalho, alm de avaliar sua atuao. Ele ser o regente-tutor de seu

    Estgio II. Voc ter a oportunidade de aprender com esse professor,

    compartilhando com ele o dia-a-dia do trabalho na turma. Ao mesmo

    tempo, poder atuar como um colaborador no processo de ensino-

    aprendizagem, medida que dividir tarefas com o professor. Esperamos

    que essa experincia de trabalho conjunto possa ser rica, interessante e

    proveitosa para vocs dois. Ao se apresentar ao regente-tutor, entregue-

    lhe a carta que se encontra na terceira parte deste livro, antes da agenda

    de atividades.

    As co-participaes atividades de ensino em que voc dividir

    a responsabilidade com o professor da turma sero todas realizadas

    na turma-base, sob orientao do regente-tutor. Das 12h destinadas

    co-participao, at 4h podem ser computadas como preparao (que

    voc realizar em casa) para as atividades. Assim, por exemplo, se sua

    co-participao, em determinado dia, for a correo oral de um exerccio

    em sala de aula, possvel que voc precise se preparar antes, estudando

    o exerccio. O tempo gasto nessa preparao pode ser considerado para

    efeito do cumprimento da carga horria, desde que, ao trmino do

    estgio, voc tenha cumprido pelo menos 8h em atividades efetivas em

    sala de aula.

    Para que uma co-participao seja computada como uma hora,

    no necessrio que ela tenha, de fato, a durao de 60min, ou mesmo

    de uma hora-aula. Se, por exemplo, voc permaneceu em sala, com a

    turma, durante um tempo inteiro de aula e, nesse perodo, corrigiu um

    exerccio durante, no mnimo, 15min, a atividade pode ser registrada

    como uma hora de co-participao. No restante do tempo de aula, voc

    observar, mas no registrar esse tempo na agenda como observao, j

    que a carga horria da disciplina que foi cumprida nesse dia , de fato,

    de apenas uma hora.

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    Ao preencher a agenda de atividades, em qualquer de seus quadros, nunca lance fraes de hora! Anote sempre um nmero inteiro de horas. Esse cuidado necessrio para um adequado controle da carga horria total da disciplina.

    !

    Em sntese: cada hora-aula que voc passar em sala ser

    computada como uma hora para efeito da totalizao da carga horria da

    disciplina. Essa hora ser anotada em sua agenda ou como observao ou

    como co-participao, dependendo da atividade realizada. Voc encontra

    adiante diferentes sugestes de atividades que podem ser realizadas como

    co-participao.

    Alm de observaes e co-participaes, as atividades na escola

    incluem 8h de reunies com o regente-tutor. O objetivo dessas reunies

    possibilitar a orientao, o planejamento e a avaliao de sua atuao

    junto turma. Esse tempo total poder ser dividido em vrias reunies,

    de acordo com a necessidade do trabalho e a disponibilidade do regente-

    tutor. Voc pode lanar na agenda uma hora de atividade para cada

    reunio com durao igual ou superior a trinta minutos. Caso as reunies

    sejam mais breves, lance uma hora na agenda para cada duas ou trs

    que realizar. Se no for necessrio utilizar todo o tempo previsto para

    reunies, complete o restante com observao de aula ou co-participao,

    para integralizar a carga horria da disciplina.

    Atividades fora da escola

    As 40h a serem cumpridas fora da escola distribuem-se em

    oito tipos de atividades, conforme mostra a segunda parte do quadro.

    As Atividades 4 e 5 voc j conhece desde o Estgio I. Esto previstas trs

    horas para voc completar a leitura deste livro e sete horas para realizar

    a pesquisa bibliogrfica e as leituras necessrias ao desenvolvimento das

    demais tarefas, ao aprofundamento e complementao de suas reflexes.

    Essas leituras podem incluir os dois livros que sugerimos na primeira parte,

    aulas dos livros das disciplinas que voc j cursou ou outros textos que

    voc encontre em suas pesquisas ou lhe sejam sugeridos pelo regente-tutor.

    O importante voc selecionar leituras relevantes para suas atividades no

    Estgio II, e que atendam a seus interesses especficos. A leitura do material

    didtico da disciplina e a pesquisa bibliogrfica no sero anotadas na

    agenda, pois o controle delas cabe exclusivamente a voc mesmo.

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    Tambm a Atividade 11 elaborao de relatrio final j lhe

    familiar. Para realiz-la, voc pode utilizar novamente as orientaes e

    o roteiro que se encontram no livro do Estgio I. Desta vez, tenha ainda

    mais cuidado em anotar, em um caderno reservado para isso, todas as

    informaes importantes para o relatrio, medida que for realizando

    suas atividades.

    Lembre-se de que, no Estgio II, no h fichas especficas para cada atividade, de modo que seu caderno de anotaes ser a base para a confeco do relatrio.

    !

    Para as demais atividades fora da escola apresentadas no quadro,

    voc encontra adiante orientaes e sugestes especficas. Ao concluir

    uma atividade, apresente-a ao regente-tutor, que ir, ento, rubricar

    sua agenda, no quadro correspondente a cada tipo de atividade.

    Conserve a agenda com voc at o trmino do Estgio II. Ao final,

    antes de encaminh-la coordenao da disciplina, faa uma cpia desse

    documento e guarde-a com voc.

    ORIENTAES ESPECFICAS

    Atividade 1: Observao de aulas

    A atividade de observao de aulas proporcionar a voc uma oportunidade de verificar a correlao especfica que h entre os princpios terico-metodolgicos e o que se passa efetivamente em sala de aula.Para que esta atividade se revele proveitosa, indispensvel que voc reflita previamente sobre a postura que assumir como observador. Observar uma aula no apenas estar presente a ela, vendo e ouvindo, um tanto passivamente, o que o professor e os alunos fazem e dizem. preciso mais. O estagirio deve observar as aulas com atitude de investigador. Isso significa que buscar ver alm do bvio.

    Analisar o que v, estabelecer correlaes, questionar-se sobre as razes de determinada ocorrncia, confrontar os fatos com alternativas hipotticas possveis so exemplos de procedimentos que um observador eficiente desenvolve.

    ATIVIDADES NA ESCOLA

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    Quer dizer, a observao aqui proposta est longe de ser uma tarefa passiva. Para torn-la mais produtiva, til que voc disponha de algumas questes prvias para orientar sua ateno em outras palavras, para que voc possa definir o que vai procurar na aula que est observando.

    a. Quanto aos objetivos

    possvel identificar claramente os objetivos da aula? Quais so eles? Ao final da aula, foram atingidos?

    Os objetivos de uma aula podem revelar muito sobre as concepes de aprendizagem subjacentes a ela. Pode-se programar, como objetivo de uma aula, que o aluno retenha certas informaes de memria e seja capaz de repeti-las, ou que ele seja capaz de aplicar certas informaes realizao de tarefas desafiadoras, soluo de problemas novos, compreenso da realidade.Assim, por exemplo, se o contedo estudado na aula de Matemtica a multiplicao, o professor poderia esperar, como resultado de seu trabalho......que os alunos soubessem enunciar o conceito de multiplicao;...que os alunos fossem capazes de efetuar corretamente operaes de multiplicao, ou...que os alunos conseguissem identificar, na realidade cotidiana, situaes em que a operao de multiplicar se aplica.Voc percebe que, nesse exemplo, os objetivos tm graus diferentes de complexidade e de aplicabilidade prtica?Um professor poderia pretender que seus alunos atingissem somente um desses objetivos, ou dois, ou todos. Em uma determinada aula, o professor poderia priorizar um deles.Decises desse tipo so tomadas o tempo todo no trabalho de ensino, e o ideal que o professor esteja consciente delas. Em sua observao de aulas, procure reconhecer como o professor define e prioriza os objetivos. Avalie criticamente o que observar: teriam sido essas as suas prprias decises? Por qu?

    b. Quanto aos contedos

    Os contedos apresentados despertam o interesse dos alunos? clara a relao dos contedos com a realidade?So estabelecidos vnculos entre os contedos novos e o saber prvio dos alunos?

    Muitos professores acreditam que o grande desafio que se coloca em seu trabalho est na questo de como ensinar, e no na questo de o que ensinar. claro que o modo de desenvolver o ensino importante; no entanto, a definio do contedo a ser ensinado uma deciso mais bsica, que precisa ter prioridade em relao seleo das estratgias. Ainda que os contedos de ensino estejam previstos no currculo da escola, sempre h, nessa previso, espao para decises do professor, que define os aspectos que sero enfatizados em funo das necessidades e dos interesses de seus alunos.

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    Ao observar as aulas, procure verificar que contedos foram selecionados e como eles foram organizados.

    c. Quanto aos procedimentos

    H uma variedade de atividades ao longo da aula?As atividades propostas favorecem o envolvimento, e a participao dos alunos? H oportunidade para o aluno elaborar criticamente o que est aprendendo (isto , estabelecer correlaes, transferir o conhecimento para resolver problemas em situaes novas, questionar, criar, propor...)?Os alunos so incentivados a cooperar uns com os outros?Como o professor lida com as dificuldades, perguntas e dvidas dos alunos?

    O professor se esfora para compreender e valorizar o raciocnio que pode estar por trs das concluses do aluno, mesmo que as concluses em si estejam erradas?Muitas pessoas (professores ou no) entendem aula somente como aula expositiva. Para elas, aula uma atividade em que um professor fala, comunicando informaes, enquanto uma turma ouve e anota o que o professor vai dizendo. s vezes, quando o professor termina de falar, prope um exerccio para que os alunos mostrem que entenderam o que foi apresentado.Voc, porm, que j terminou seu curso de Didtica, sabe que esse no o nico formato possvel para uma aula nem , em muitos casos, o melhor.Em sua observao de aulas, portanto, preste ateno s estratgias pedaggicas desenvolvidas. Elas podem incluir, alm da aula expositiva, diferentes atividades individuais ou em grupos, como debates, jogos, estudos dirigidos, dramatizaes, confeco de cartazes, brinquedos ou outros materiais, realizao de experimentos, leitura de textos... Cada tipo de estratgia oferece certas contribuies ao processo de aprendizagem, e a escolha deve levar em conta as especificidades do contedo a ser trabalhado, as caractersticas da turma, a disponibilidade dos recursos materiais necessrios e o tempo a ser empregado na atividade.

    d. Quanto aos recursos materiais

    Que recursos materiais so utilizados na aula? Como so utilizados?

    O xito das estratgias desenvolvidas na aula depende, em parte, da adequao dos recursos materiais utilizados. Devemos ter o cuidado, porm, de no confundir sofisticao de recursos materiais com qualidade de trabalho pedaggico. O simples emprego de um recurso tecnologicamente avanado no garante a eficcia de uma aula. O recurso, seja ele qual for, ser sempre mera ferramenta nas mos do professor.

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    O quadro-de-giz um recurso simples que, quando bem utilizado, revela-se muito til. O livro didtico recurso bsico, em geral, nas escolas pode oferecer uma contribuio significativa se for selecionado criteriosamente e usado com atitude crtica.O ideal que o professor possa contar com uma tal diversidade de recursos que lhe permita variar as estratgias pedaggicas, favorecendo aulas mais interessantes e produtivas. Verifique se isso ocorre nas aulas que voc observar.

    e. Quanto avaliao

    H, na aula, aplicao de algum instrumento formal de avaliao? Qual? Caso no haja, como realizada a avaliao?

    Numa aula, pode haver ou no aplicao de um instrumento formal de avaliao. Muitas vezes, a avaliao acontece simplesmente no decorrer do processo de interao entre o professor e os alunos, ao longo do desenvolvimento da aula. O importante, em qualquer caso, que o professor esteja aberto e atento aos sinais que podem ajud-lo a replanejar seu trabalho.

    Alm das questes aqui propostas, procure formular outras que poderiam orientar sua observao de aulas. Pense no que voc gostaria de aprender com esta atividade. Pense, ainda, nas caractersticas que, em sua opinio, uma boa aula deve ter. Com isso em mente, elabore suas prprias indagaes...

    Atividade 2: Co-participao

    A co-participao engloba atividades em que voc vai atuar em sala de aula, interagindo com os alunos e compartilhando responsabilidades com o regente-tutor. Ao co-participar, voc estar se preparando para assumir mais integralmente as tarefas docentes em breve (a partir do Estgio III), quando passar a se responsabilizar, por exemplo, por uma aula completa, ou ainda por toda uma unidade de ensino.Todas as atividades de co-participao sero realizadas na turma-base, e devem ser planejadas conjuntamente com o regente-tutor. Ele estipular as datas em que voc vai co-participar, definir o tipo de atividade a ser realizado e orientar a execuo do trabalho. Lembre-se de que voc est diante de uma turma de verdade quer dizer, sua co-participao no mera simulao, e sim trabalho docente autntico. Por isso, o planejamento pedaggico da turma em questo precisa ser respeitado. Para seu trabalho ser proveitoso para os alunos, ele tem de se articular equilibradamente com as demais atividades previstas para a turma pelo regente-tutor.A seguir, voc encontra sugestes de atividades que podem ser realizadas como co-participao. Ser bom se voc puder realizar todos os tipos de atividades propostos: quanto maior a variedade deles, mais rico, interessante e produtivo ser seu estgio. No entanto, no obrigatrio que voc realize todos os tipos para o cumprimento da disciplina. Voc pode preencher a

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    Ecarga horria total repetindo vrias vezes um nmero limitado de tipos de atividades. Por exemplo: voc pode cumprir vrias horas de co-participao apenas com a correo de exerccios em sala. Apesar de o tipo de atividade ser o mesmo, o trabalho no ser sempre idntico, j que os exerccios em questo sero diferentes a cada vez. Ou seja, o plano de trabalho flexvel, a fim de se adaptar s condies especficas da turma em que seu estgio acontecer.Ao iniciar seu estgio na turma-base, discuta com o regente-tutor as possibilidades de co-participao e programe seu trabalho. Realize os tipos de co-participao que forem possveis, tendo o cuidado de garantir a totalizao da carga de 12h.

    Tipos de co-participao

    a. Correo de exerccios em aula

    Voc pode assumir por alguns momentos a regncia da turma a fim de corrigir oralmente exerccios feitos pelos alunos. O ideal que isso seja combinado com o regente-tutor com alguns dias de antecedncia, para que voc possa se preparar.Comece a preparao fazendo voc mesmo os exerccios, colocando-se no lugar dos alunos. Isso lhe permitir identificar possveis dificuldades para eles. Tente imaginar que erros os alunos provavelmente cometeriam nos exerccios, e planeje as explicaes que voc poderia dar para ajud-los. natural se, durante a preparao, voc perceber que tem dvidas no contedo do exerccio. Esse o momento de estudar! Consulte seus livros, busque as informaes necessrias de todas as formas que puder, e no se considere preparado enquanto no tiver segurana no contedo afinal, para atuar adequadamente numa correo, no basta voc ter conhecimento do gabarito...

    Lembre-se: um professor no tem de saber tudo acerca de sua disciplina, mas tem de saber muito bem aquela poro que est trabalhando com seus alunos no momento! Por isso, o estudo parte de nossa rotina de trabalho. Aproveite o estgio para aprofundar seus conhecimentos especficos.

    Preparao caprichada, hora de voc assumir a turma... Nesse momento, tenha em mente que no serve de nada, para o aluno, uma postura dogmtica, que se limite a identificar respostas erradas e fornecer as respostas certas. A correo de exerccios em sala de aula uma oportunidade de atender aos alunos, orient-los e esclarec-los em suas dvidas e dificuldades. Numa boa correo, o mais importante so as explicaes os porqus do certo e do errado. Sendo assim, corrigir um exerccio no o mesmo que fornecer um gabarito...Para o sucesso desta atividade, o fundamental voc interagir com os alunos. Oua as respostas que eles deram s questes propostas. Se estiverem certas, valorize, elogie. Quando apropriado, pea que justifiquem a resposta, que expliquem como chegaram a ela. Assim, voc os ajuda a aprofundar as reflexes, e aproveita para certificar-se de que eles realmente entenderam o assunto.

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    Pode acontecer que, durante a correo do exerccio, surjam respostas perfeitamente adequadas, embora no previstas pelo professor. preciso ter ateno e cuidado para no rejeitar uma boa resposta apenas porque ela no foi previamente includa no gabarito.Tambm freqente que uma resposta errada tenha, atrs de si, um raciocnio muito rico e interessante. Esteja atento a essas situaes. Tente compreender o trajeto percorrido pelo aluno para chegar resposta apresentada. Se for preciso, pea-lhe que explique melhor o que est pensando. Procure valorizar, sempre que possvel, o pensamento elaborado pelo aluno. Note bem: isso no significa validar indistintamente qualquer resposta! Trata-se, ao contrrio, de reconhecer os pontos fortes do raciocnio do aluno, e fornecer a resposta certa (ou as respostas certas, quando mais de uma for possvel...) com as devidas justificativas e explicaes.Esses cuidados so necessrios para reforar a autoconfiana do aluno e encoraj-lo a aventurar-se na explorao dos contedos da disciplina. Quando no entende por que sua resposta no vlida, o aluno se sente incapaz e inseguro, e tende a perder o interesse, pois a disciplina lhe parece inacessvel. Respostas imprevistas ou erradas costumam oferecer excelentes ocasies para o aprofundamento dos contedos. Aproveite-as!Caso algum aluno manifeste uma dificuldade maior, evite individualizar o atendimento neste momento reservado correo do exerccio. A correo uma atividade coletiva, destinada a toda a turma. Aproveite a dvida de um para ampliar e aprofundar a discusso com todos. Podem ser boas estratgias: pedir que algum tente responder dvida do colega, perguntar quem tem uma resposta diferente para o mesmo exerccio, solicitar que a prpria turma comente as respostas que forem sendo apresentadas oralmente. A dvida de um nico aluno precisa, certamente, ser esclarecida, mas isso deve ser feito com o envolvimento de toda a turma. O atendimento individualizado, se for necessrio, deve ser dado em outro momento, quando os demais alunos estiverem ocupados em alguma tarefa, de modo que no percam tempo nem se dispersem enquanto simplesmente esperam que um colega seja atendido.

    b. Aplicao e acompanhamento de atividades pedaggicas

    Tambm como co-participao, voc pode conduzir a aplicao de determinada atividade pedaggica. Alguns exemplos:

    aplicar um exerccio;

    organizar e conduzir um jogo;

    organizar e acompanhar a realizao de um trabalho em grupo;

    coordenar um debate;

    realizar um experimento...

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    Os procedimentos especficos a serem seguidos, nesse caso, variam de acordo com a natureza da atividade. Observe as seguintes orientaes gerais:

    Certifique-se previamente de ter compreendido bem o que o regente-tutor espera que voc faa.

    Dirija-se turma de modo simptico e amistoso, porm firme: fale com calma e clareza, olhando para os rostos dos alunos; movimente-se na sala, sem exageros; gesticule com naturalidade e evite posicionar as mos diante de seu prprio rosto enquanto fala.

    Garanta, na sala, uma arrumao adequada natureza da atividade. Se for necessrio, empregue algum tempo para arrumar as carteiras em crculo ou em grupos. Pea a ajuda dos alunos e oriente-os para que arrumem tudo o mais rpido possvel e com o mnimo de barulho. Certifique-se de que h espao para circulao na sala.

    D instrues claras sobre o que ser feito. Ao dar tarefas aos alunos, estipule o tempo em que elas devem ser cumpridas, e controle esse tempo durante a execuo das tarefas.

    Exija dos alunos uma atitude compatvel com o trabalho proposto. No abra mo de regras de conduta elementares, como a obrigao de ouvir enquanto o outro fala.

    Se a atividade for individual, em duplas ou em grupos, circule pela sala, acompanhando o desenvolvimento da tarefa pelos alunos: tire dvidas, oriente-os e cobre o empenho, se for preciso.

    c. Orientao e atendimento a alunos

    Enquanto os alunos realizam alguma tarefa proposta pelo regente-tutor, voc pode atuar junto a eles orientando, tirando dvidas ou simplesmente ajudando a que se organizem e evitem se dispersar. Esse tipo de atividade se diferencia do descrito anteriormente porque, aqui, o responsvel pela aplicao e conduo da tarefa o regente-tutor, cabendo ao estagirio uma funo de auxlio.Sua atuao pode ocorrer basicamente de duas maneiras, a critrio do regente-tutor: voc pode circular pela sala de aula, observando o trabalho dos alunos e intervindo quando necessrio, ou pode permanecer todo o tempo junto a um determinado aluno, ou a um pequeno grupo. Neste ltimo caso, ser til se sua co-participao funcionar como apoio e incentivo aos alunos que apresentam maior dificuldade.Lembre-se de que no sua atribuio fornecer as respostas prontas, fazer o trabalho pelos alunos afinal, isso seria de pouco proveito para eles. Assuma a posio de um orientador. Como tal, voc deve...

    Instruir os alunos sobre as condies de organizao fsica necessrias para o trabalho.

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    Sentar-se em postura inadequada, encher a mesa com materiais estranhos tarefa a ser realizada, no ter mo os materiais essenciais, dispor as carteiras de modo inadequado (no caso de trabalhos em grupo) tudo isso pode vir a representar entrave para a execuo da tarefa.

    Impedir que os alunos percam tempo e se dispersem.

    Voc deve interferir sempre que perceber conversas e brincadeiras alheias atividade a ser realizada. Essa interferncia deve ser firme, mas no deve ser feita em tom de ameaa ou hostilidade.

    Estimular os alunos com questionamentos.

    Quando os alunos demonstram dificuldade em realizar as tarefas, ou apresentam respostas erradas, o mais fcil e rpido para o professor fornecer as respostas certas. Isso, porm, no contribui para que eles se desenvolvam, amaduream e caminhem em direo autonomia intelectual.

    Voc pode ajudar mais se, ao invs de responder, perguntar.!

    Tente identificar o ponto especfico de dificuldade. Divida em pequenos passos os procedimentos ou raciocnios necessrios para chegar s respostas desejadas e percorra esses passos junto com o aluno, estimulando-o com perguntas, exemplos, questionamentos. No tenha pressa nem ansiedade, garanta ao aluno o tempo de que ele precisar. prefervel concluir apenas uma parte da tarefa, com bom aproveitamento, a conclu-la toda de modo irrefletido. Se, no decorrer desse processo, voc perceber que falta ao aluno alguma informao essencial para prosseguir, incentive-o a consultar o livro didtico, as anotaes no caderno ou outros materiais de estudo que estejam disponveis. Em ltimo caso, fornea voc mesmo essa informao necessria ao prosseguimento do raciocnio mas evite, ao mximo, fornecer pronta a soluo da tarefa.

    d. Narrao de histrias

    Em vista de determinado contedo programtico, pode ser interessante narrar turma histrias curiosas ou divertidas a ele relacionadas. Veja alguns exemplos:

    Mitos ou lendas a respeito de certo fenmeno da natureza que est sendo estudado.

    Passagens interessantes e relevantes da biografia de cientistas, invento-res, filsofos.

    Circunstncias histricas ou biogrficas que envolvem certas descobertas cientficas ou certas invenes.

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    Muitos supem que contar histrias seja uma estratgia apropriada somente para alunos pequenos. A verdade, porm, que a maioria das pessoas, em qualquer idade, encontra prazer em ouvir histrias. Por isso, esta atividade adequada a qualquer srie do Ensino Fundamental ou Mdio, desde que sejam feitas escolhas criteriosas quanto ao contedo da narrativa a ser apresentada e ao tipo de linguagem a ser empregado.Use sua imaginao e sua curiosidade para combinar com o regente-tutor que narrativas poderiam enriquecer ou ilustrar os contedos estudados pela turma no momento. Prepare-se com uma boa pesquisa bibliogrfica e, se possvel, ensaie antes, com a ajuda de familiares e amigos, a histria que vai contar aos alunos.Se voc desejar e se houver condies, pode utilizar o apoio de recursos audiovisuais. Porm isso no o mais importante. Uma histria vale por quanto capaz de nos envolver, emocionar e impressionar, por quanto consegue mexer com nossa imaginao. Lembre-se disso e capriche em sua atuao diante da turma!Ao terminar de contar uma histria, indique as fontes que utilizou e mencione o nome do autor. Se possvel, mostre o livro onde a histria se encontra. Esse procedimento, por um lado, valoriza o respeito que devemos cultivar pela autoria. Por outro lado, serve como estmulo para que os alunos se interessem por ler por procurar, por si mesmos, outras histrias to boas quanto a que ouviram...

    e. Planejamento e montagem de mural

    Outra atividade que voc pode realizar como co-participao planejar e montar um mural sobre algum assunto que a turma esteja estudando no momento. O ideal que isso seja feito com a participao dos alunos, mas voc pode fazer sozinho, a critrio do regente-tutor. possvel, ainda, a critrio do regente-tutor, fazer essa atividade em grupo de trs ou quatro estagirios, caso haja outros fazendo estgio na mesma escola que voc. O mural pode ser montado na sala de aula da turma ou em algum outro espao da escola, conforme as condies disponveis.Comece o planejamento selecionando o assunto e, em seguida, definindo os tipos de materiais que sero expostos:

    trabalhos de alunos;

    textos de jornais, revistas ou internet;

    fotos, grficos, mapas;

    amostras de materiais da natureza (como folhas ou flores);

    embalagens de produtos...

    Esses so s alguns exemplos de um conjunto bem grande de possibilidades que voc vai precisar delimitar.

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    O mural uma forma de comunicao visual. Ele no , por exemplo, um veculo adequado divulgao de textos longos impressos em letra mida. Leve isso em conta ao selecionar e preparar o material a ser exposto.Rena o material e faa, numa folha de papel, um esboo de como pretende disp-lo no mural, que deve ser medido antes. No se esquea de que o mural precisa ter um ttulo.Capriche no aspecto visual, trabalhando cuidadosamente as cores, as formas e o aproveitamento do espao. Evite sobrecarregar o mural com excesso de elementos o espao vazio entre os materiais expostos necessrio para que o conjunto seja atraente e fcil de ler e apreciar. Em geral se consegue melhor resultado forrando-se toda a superfcie do quadro com papel antes de afixar os materiais. Voc tambm pode utilizar tiras de papel ou pedaos de fita, fios de l, linha grossa ou barbante para dividir o mural em espaos reservados para assuntos ou tipos de material diferentes. Dependendo de como voc equilibrar os espaos, formas e cores, seu mural pode ganhar uma impresso de movimento e ficar muito bonito.

    Atividade 3. Reunies com o regente-tutor

    Para o bom andamento e aproveitamento do Estgio II, certamente ser necessrio voc conversar com o regente-tutor em alguns momentos fora da aula, a fim de planejar e avaliar as atividades. Por isso, 8h foram destinadas, no plano de atividades, a reunies com o regente-tutor. Essa carga horria total pode ser dividida em vrias reunies, conforme as necessidades do trabalho e a disponibilidade do professor.De modo geral, o regente-tutor que vai determinar que atividades voc poder realizar com a turma, alm de quando e como vai realiz-las. Existe, porm, a possibilidade de voc propor atividades que gostaria de desenvolver.Aproveite as reunies como oportunidades de reflexo e aprendizagem. Pea ao regente-tutor orientaes sobre o trabalho com a turma e discuta suas dvidas com ele. medida que voc for avanando no cumprimento de seu plano de atividades, importante tambm que o regente-tutor avalie sua atuao. Considere atentamente o que ele tem a dizer sobre seu desempenho, a fim de identificar os pontos fortes e as falhas e poder, assim, aperfeioar-se.

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    Atividade 6: Correo/avaliao de trabalhos de alunos

    Nesta atividade, voc se responsabilizar por corrigir, em casa, trabalhos feitos pelos alunos da turma-base. O regente-tutor determinar como essa correo deve ser feita, e o prazo que voc ter para faz-la, alm de estimar o tempo aproximado que voc vai gastar. A carga horria total da atividade (4h) pode ser empregada em um s trabalho, ou dividida entre vrios, dependendo do nmero de alunos da turma e da complexidade da tarefa. Ao terminar a tarefa, apresente-a ao regente-tutor. Uma das etapas mais controvertidas do processo formal de ensino-aprendiza-gem a avaliao. Ao longo da histria da Educao, vrios significados e intenes foram atribudos ao ato de avaliar, didaticamente falando.Se tomarmos como base o sentido original da palavra avaliar veremos que ela significa: colocar-se no lugar do outro, valer por (da ter-se um avalista quando, por exemplo, pedimos emprstimo).Resgatando este sentido para avaliao no processo didtico, conferimos um carter mais verdadeiro e completo para este ato. No exerccio de se colocar do ponto de vista do aluno, o professor poder ter uma apreciao mais ampla da situao. preciso ter em mente, tambm, que avaliar, na verdade, um processo de mo dupla no qual ambos os envolvidos professor e aluno bem como as demais variveis em questo, esto sendo igualmente analisados, julgados e valorados de algum modo.Se a avaliao assim completa, ela capaz de diagnosticar no s erros e acertos em todas as etapas do processo, mas tambm a qualidade do desempenho de todos os envolvidos.Deste modo, ao avaliar a produo do aluno, lembre-se de que seu objetivo no deve se restringir a medir o aproveitamento dele, devendo antes abarcar os diversos aspectos que culminaram na realizao daquela tarefa.Outro ponto extremamente relevante quanto avaliao a perspectiva de que ela apenas uma das etapas de uma longa trajetria, cuja funo sinalizar ou que o processo est sendo bem-sucedido e podemos seguir em frente, ou que h ajustes a serem feitos para que melhores resultados sejam obtidos.Nenhum instrumento de avaliao passa disso, no devendo, portanto ser superestimado, muito menos confundido com o objetivo do processo ensino-aprendizagem, visto ser apenas um meio de checar o sistema.

    Quais seriam, nesta perspectiva, os principais critrios para serem levados em conta na avaliao de trabalhos de alunos?

    Uma vez que voc est realizando um estgio, e os trabalhos a serem avaliados provavelmente foram elaborados e propostos pelo regente-tutor,

    ATIVIDADES FORA DA ESCOLA

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    voc ter de obter com ele as informaes necessrias para realizar esta tarefa. O primeiro aspecto relevante conhecer a etapa do processo que o instrumento de avaliao est trabalhando, ou seja: qual a proposta de trabalho e qual seu objetivo.Usemos, como exemplo de trabalho a ser avaliado, um relatrio de um experimento de germinao de sementes realizado durante aulas de cincias.No caso, a proposta que os alunos faam o relato do experimento e os objetivos so: verificar se eles compreenderam o processo observado; verificar se so capazes de elaborar um relatrio (possivelmente conforme um modelo proposto). Os alunos que redigirem um relato de experimento de germinao de sementes tero realizado a proposta.O segundo aspecto a ser considerado diz respeito ao(s) contedo(s) e a sua abrangncia, que no nosso exemplo seriam: o processo de germinao de sementes, suas etapas e condies ambientais necessrias; estrutura de relatrio de experincia observada.Se o aluno soube descrever organizadamente todas as etapas do processo, bem como as condies ambientais necessrias para isto, ele apreendeu o(s) contedo(s) propostos. Caso tenha falhado, cabe ento analisar qual o tipo de problema ocorrido: Faltaram etapas? Estas se encontram desordenadas? Houve omisso de condies ambientais? Estas falhas permitem concluir que o aluno no comprendeu como se d a germinao, ou que no soube organizar seu texto de modo a demonstrar seus conhecimentos? Na medida em que temos para este instrumento de avaliao dois objetivos distintos, importante verificar se ambos ou apenas um deles foi ou no atingido.Caso voc precise atribuir uma nota ou conceito ao trabalho, importante estabelecer um valor especfico para cada item analisado, conforme sua relevncia para a etapa do processo.Ainda usando o nosso exemplo de relatrio, poderamos dividir pontos de 0 a 10 da seguinte forma:

    atendimento proposta / relatrio de experimento: 4 pontos; descrio das etapas da germinao de sementes: 3 pontos; descrio das condies ambientais necessrias: 3 pontos.

    A valorao assim estabelecida demonstra que, nesta etapa do processo, considerado mais relevante que o aluno tenha aprendido a relatar experimentos realizados. O domnio total do processo de germinao de sementes, bem como das condies ambientais necessrias, esto em segundo plano.A avaliao comparativa deste com outros trabalhos realizados pelo aluno tambm deve ser feita, pois permite verificar se houve ou no progresso em seu desempenho.Outra prtica, igualmente importante, porque rica em indicativos, a avaliao do rendimento global da turma, verificando como a maioria dos alunos se posicionou em relao valorao estabelecida, usando

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    isso como parmetro, ou para retomar a unidade ou atividade, se houve insucesso de muitos alunos, ou para seguir em frente com o planejamento, realizando atividades de recuperao paralela apenas com os que no obtiveram sucesso.Nesse sentido, cabe analisar, tambm, as condies em que a tarefa foi realizada: se o tempo foi suficiente, se houve o necessrio esclarecimento sobre a proposta, se alguma interferncia contribuiu para o insucesso.Quando da devoluo dos trabalhos avaliados aos alunos, importante deix-los plenamente esclarecidos sobre o seu desempenho, tanto o individual quanto o da turma. Tem de ficar ntido para cada aluno o que acertou e o que errou e, principalmente, como poderia melhorar seu desempenho.Afinal, o prpsito maior de todo este trabalho a aprendizagem do aluno. Os instrumentos de avaliao s so teis se usamos suas indicaes visando melhoria do aproveitamento. Assim, se o aluno no toma conscincia do que errou, para poder superar o problema, de nada adiantou avali-lo, essa prtica perde seu sentido.Do mesmo modo, do ponto de vista do docente, a avaliao dos trabalhos dos alunos encontrar o seu significado apenas quando ele utilizar os resultados para aprimorar sua prtica e, conseqentemente, o desempenho e rendimento de seus alunos.

    Atividade 7: Confeco de material didtico

    Nesta atividade, voc confeccionar diferentes tipos de material didtico. Voc pode confeccionar exerccios, jogos, propostas de pesquisa, roteiros de experimentos, roteiros de estudo. Para a elaborao de tais recursos didticos, voc pode optar por formas tradicionais, ou pode explorar as possibilidades de alguns materiais sugeridos a seguir. Tome sempre como ponto de partida os contedos trabalhados na turma-base, e siga a orientao do regente-tutor para elaborar os exerccios e outros materiais de forma adequada aos objetivos pretendidos. A carga horria correspondente ao trabalho de confeco ser anotada em sua agenda de atividades quando voc apresentar o resultado ao regente-tutor, independentemente de os materiais didticos elaborados virem ou no a ser efetivamente utilizados em aula. Trs ou quatro diferentes materiais so suficientes para completar a carga horria da atividade.Modernamente, quando falamos em material didtico, devemos ter em vista que estamos abarcando um sem-nmero de possibilidades, indo desde o material tradicional (livros, textos, equipamento de laboratrio, por exemplo), a todo e qualquer material passvel de ser utilizado em situaes de ensino-aprendizagem, incluindo-se a a informtica e suas diferentes possibilidades, at sucata e reciclveis.Abordamos aqui possibilidades de utilizao de materiais simples. Tal opo se justifica pelo fato de vivermos em um pas em que as condies

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    do sistema de ensino, principalmente da rede pblica, so precrias, no dispondo os docentes de muito material que envolva altos custos e tecnologia de ponta.Na maioria das escolas, as experincias educacionais bem-sucedidas se devem mais capacidade dos professores de criao, improvisao e adaptao do que propriamente disponibilidade de material especfico, pronto para ser usado, com manual de instrues e em quantidade suficiente para todos os alunos, conforme ocorreria em situao ideal.Nesse exerccio, o professor aprende muito, adquirindo uma experincia enriquecedora ao produzir um tipo de material bastante apropriado realidade de seus alunos, com o qual ambos se identificam, e que torna o trabalho em sala de aula mais vivo e contextualizado.Assim, para esta prtica, o primeiro passo , na verdade, treinar o olhar e, ao examinar a realidade a sua volta, perguntar, diante dos objetos, produes culturais etc.: de que modo poderia usar isto como material em minhas aulas? Analisamos, a seguir, diferentes possibilidades de utilizao de material no-convencional e, posteriormente, de material mais comum.

    Embalagens e rtulos

    Todos os tipos de embalagens sacos, caixas, latas e garrafas podem servir tanto por sua forma, quanto pelo volume que podem conter, pelo material de que so feitos, por suas cores e texturas. Podem ser usados em sua forma original, cortados, colados e recompostos. Rtulos, cartazes e encartes publicitrios, folhetos de instrues e bulas valem no s pelo texto e pelas informaes que contm e podem ser exploradas de mil maneiras, mas tambm pelo material de que so feitos.Para exercitar seu olhar, procure fazer o seguinte: selecione em sua casa dois diferentes tipos de embalagens, um rtulo e uma bula; leia-os e examine atentamente todos os detalhes; pense em como poderia utiliz-los em uma atividade com a turma em que est estagiando.

    Sucata

    Por sucata entendemos todo e qualquer material reutilizvel ou reciclvel: de palitos de fsforo queimados a roupas velhas. Vale o mesmo princpio do item anterior (forma, material etc.). Por exemplo, com contas de bijuterias antigas ou botes de roupas velhas enfiados em fio de nylon preso em varetas de bambu (aquelas dos churrasquinhos) podemos construir um baco.Reunindo objetos domsticos de diferentes tipos (pilha, tesoura, envelope usado, caixa de pasta de dentes, pedao de fita de embrulho de presente, frasco vazio de remdio etc.) posso criar um jogo desafiando meus alunos a redigirem uma histria em que todos esses elementos estejam presentes.

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    As possibilidades de utilizao de sucata so infinitas, variando conforme a especificidade de cada disciplina.

    Revistas e jornais

    Revistas e jornais tm mltiplos usos. Quando atuais, valem obviamente pela novidade das informaes em si. Mas h um tipo de matria jornalstica que mais perene e vale a pena coletar para um banco de dados. o caso das notcias cientficas sobre descobertas e invenes, ou fatos polticos, econmicos e culturais muito marcantes, como queda de um regime poltico, morte de um artista renomado, entre outros.Esse banco de dados pode ser criado por voc e pelos alunos em parceria.Esses so alguns poucos exemplos de possibilidades de elaborao de material didtico. A qualidade do seu trabalho jamais deve ficar presa necessidade de um determinado tipo de material preestabelecido, convencionado como ideal. Condies ideais, como o nome j diz, s existem na idia. Na realidade que temos de buscar meios de valorizar e enriquecer nosso trabalho. E a realidade prdiga em oportunidades, basta que saibamos olhar o que nos cerca.

    Atividade 8: Elaborao de planos de aula

    Nesta atividade, voc vai elaborar dois planos de aula. Um ser baseado em uma das aulas observadas durante o Estgio II. Escolha uma das aulas que observar na turma-base ao fazer a Atividade 1 e, aps o trmino da aula, elabore um plano que represente o que voc observou. Ou seja: voc vai fazer um trabalho de trs para a frente, tentando reconstituir o plano a partir da aula j concluda. Para isso, voc vai precisar anotar cuidadosamente todos os aspectos relevantes enquanto observa a aula.O segundo plano de aula voc vai criar para um dos tpicos do curso da turma-base, porm antes de a aula ser dada. Explore sua criatividade, experimente as possibilidades de utilizao de materiais que apresentamos anteriormente.Para sua orientao, sugerimos que releia a Aula 27 do curso de Didtica. Ao terminar, entregue seus trabalhos ao regente-tutor.

    Atividade 9: Avaliao de livros didticos

    O livro didtico de boa qualidade, quando bem escolhido e utilizado adequadamente, pode ser um grande auxlio ao trabalho do professor. Todavia, se for mal escolhido, seja pela qualidade de seu contedo, seja pela sua inadequao aos alunos ou s diretrizes da escola, pode acabar se tornando um srio entrave ao processo ensino-aprendizagem.Saber, pois, avaliar o livro didtico, para uma boa escolha e uma utilizao eficiente, item fundamental na formao docente. Em funo disso, apresentamos um roteiro bsico para avaliao desse tipo de material.

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    Selecione dois diferentes livros da disciplina especfica de seu curso de Licenciatura, sendo um deles, preferencialmente, o que usado em sua turma-base. Escolha livros de autores e editoras diferentes e, se possvel, inclua um do Ensino Fundamental e um do Ensino Mdio. Para conseguir esses livros, voc pode pedi-los emprestados a colegas ou a professores da escola onde est fazendo o estgio, pode recorrer a bibliotecas ou, ainda, s prprias editoras. No escolha livros antigos. Para que seu trabalho seja significativo e relevante para sua formao, voc precisa examinar livros que estejam no mercado no momento, que estejam sendo utilizados hoje em dia nas escolas. Aps concluir a anlise dos livros, apresente suas observaes e concluses ao regente-tutor, em um trabalho escrito.

    Nos livros escolhidos, procure analisar os seguintes aspectos:

    a. Objetivos

    1. H, na introduo do(s) autor(es), o delineamento de objetivos para a obra?2. Caso haja, tais objetivos correspondem aos planejados para a srie em questo?3. Caso no haja esse delineamento, procure depreender voc mesmo quais seriam eles, assim como a compatibilidade dos mesmos com a proposta do curso.4. Os objetivos declarados tm coerncia com o que efetivamente realizado no livro?

    b. Contedos

    1. Quais os contedos que esto sendo trabalhados neste livro?2. H uma correspondncia total ou parcial com os contedos previstos para a srie no plano de curso?3. O grau de profundidade com que esses contedos esto sendo abordados compatvel com o previsto para o curso e com o perfil da clientela, considerando-se faixa etria, grau de escolaridade, perfil socioeconmico?4. A linguagem em que estes contedos so transmitidos clara, correta e adequada aos educandos?5. As informaes presentes no livro encontram-se atualizadas?

    c. Exerccios

    1. Verifique a qualidade e a quantidade dos exerccios propostos no livro.2. So eles variados em tipo e abrangentes em contedo?3. Instigam o aluno a raciocinar e no apenas a copiar conceitos e reproduzir informaes?4. Verifique se h exerccios que proponham atividades enriquecedoras, como realizao de experimentos, atividades culturais (assistir a filmes, ler jornais ou revistas, consultar a internet), visitas, entrevistas e pesquisas.

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    5. Verifique se o grau de dificuldade dos exerccios variado e adequado aos alunos a que se destinam.6. Verifique se tais exerccios permitem ao professor avaliar o progresso e o rendimento dos alunos.7. Caso o livro apresente gabarito para os exerccios, verifique a preciso e a qualidade das respostas.

    d. Qualidade editorial e grfica

    1. Analise a qualidade da editorao da obra, verificando se h clareza e boa organizao grfica dos textos e exerccios.2. Analise a qualidade dos recursos visuais, verificando se, de fato, ilustram e auxiliam a transmisso de contedos, de modo a facilitar o entendimento do aluno.3. Verifique tambm a qualidade da encadernao, lembrando que o livro dever ser manuseado pelos alunos, quase todos os dias, durante pelo menos um ano letivo.4. Verifique se a obra contm referncias bibliogrficas que atestem a abrangncia das informaes dos autores sobre a matria tratada.

    Alm desses, que so os principais aspectos que devem ser levados em conta na anlise de livros didticos, voc pode incluir outros que julgar relevantes. Uma forma de se manter informado sobre as publicaes dessa natureza consultando o guia do MEC, que pode ser encontrado nas escolas. Nesse guia, voc encontra tambm um roteiro de avaliao dos livros, que pode enriquecer seu trabalho de anlise.

    Atividade 10: Seleo de textos e materiais audiovisuais

    Seja qual for a disciplina que lecionamos, nosso papel, como professores, oferecer aos alunos vivncias culturais o mais ricas e diversificadas possvel. A melhor forma de nos prepararmos para desempenhar bem esse papel alimentar a contnua ampliao de nosso prprio universo cultural. Felizmente, hoje em dia, as oportunidades para fazer isso esto por toda parte.Graas ao desenvolvimento tecnolgico, no difcil ter acesso a filmes, msicas, textos escritos os mais variados (literrios ou no), obras de artes plsticas (ainda que apenas por meio de imagens delas...). relativamente fcil viajar por diferentes lugares do planeta, acompanhar as mais recentes descobertas cientficas, conhecer personalidades do mundo das cincias e das artes tudo isso dentro de casa (ou da escola!), aproveitando os recursos audiovisuais de que dispomos.Nesta atividade, voc vai explorar possibilidades de enriquecimento cultural a partir dos contedos de ensino especficos de sua disciplina. Tome como referncia o planejamento pedaggico da turma-base. Pesquise e procure encontrar textos escritos, tiras de quadrinhos, charges, filmes, msicas, pinturas, esculturas, fotografias que possam complementar e ampliar os contedos estudados pela turma.

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    Lembre-se de que a relao dessas obras com os contedos especficos no ser, normalmente, a de mera repetio ou ilustrao, mas uma relao de dilogo, ou seja: o contato da obra com o contedo de ensino poder produzir novos significados, na medida em que possibilite ao aluno estabelecer correlaes, tirar concluses, fazer inferncias. As obras selecionadas podem contribuir para aguar a sensibilidade, estimular a imaginao, desenvolver atitude crtica e facilitar a integrao do conhecimento, favorecendo o processo de aplicar os contedos escolares para compreender melhor a realidade.Em sua pesquisa, recorra maior variedade possvel de fontes e meios: jornais, revistas, folhetos, livros variados (incluindo enciclopdias e obras literrias), fitas de vdeo, DVDs, CDs, internet, rdio, TV... O regente-tutor e seus colegas de estudo talvez possam colaborar com sugestes de materiais ou fontes.Apresente ao regente-tutor os materiais selecionados, cada um acompanhado de uma breve justificativa, por escrito, quanto a sua adequao e relevncia em relao ao planejamento pedaggico da turma-base. Se no for possvel entregar o prprio material (por exemplo, no caso de um DVD obtido em locadora), entregue, por escrito, informaes sobre onde e como pode ser encontrado e uma breve descrio de seu contedo. Em qualquer situao, indispensvel apresentar as referncias completas do material (autor, ano, editora, endereo na internet, conforme o caso).Se voc caprichar em sua pesquisa, quem sabe o material pode vir a ser utilizado de fato em alguma atividade com a turma?... Independentemente dessa efetiva utilizao, porm, a carga horria correspondente ao trabalho de pesquisa e seleo ser anotada em sua agenda. Dois ou trs materiais de tipos diferentes so suficientes para cumprir as 5h destinadas atividade.