117
ADRIANA PAULA BORGES ALFREDO DAVIS NAMIAS LEWIN ANITA VERA BLISKA CRISTINA ALVARES BESKOW DAVI MACHADO IARA NORDI CASTELLANI MARIA IZABEL DE ARAÚJO LEÃO MIDIAM DE MELO PATRÍCIO GOMES NADIA APARECIDA MORAES SUELI CARDOSO PITTA SVEA KRONER MOREIRA PARTICIPAÇÃO NO FORUM DE UMA COMUNIDADE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM: FACILIDADES E DIFICULDADES SÃO PAULO 2005

PARTICIPAÇÃO NO FORUM DE UMA COMUNIDADE VIRTUAL …ccvap.futuro.usp.br/TMP_UPLOAD/files/tc-secs1177516703191__nusp8.pdf · Mais do que contribuir para a ampliação do conceito

Embed Size (px)

Citation preview

ADRIANA PAULA BORGES ALFREDO DAVIS NAMIAS LEWIN

ANITA VERA BLISKA CRISTINA ALVARES BESKOW

DAVI MACHADO IARA NORDI CASTELLANI

MARIA IZABEL DE ARAÚJO LEÃO MIDIAM DE MELO PATRÍCIO GOMES

NADIA APARECIDA MORAES SUELI CARDOSO PITTA

SVEA KRONER MOREIRA

PARTICIPAÇÃO NO FORUM DE UMA COMUNIDADE VIRTUAL DE

APRENDIZAGEM: FACILIDADES E

DIFICULDADES

SÃO PAULO

2005

ADRIANA PAULA BORGES ALFREDO DAVIS NAMIAS LEWIN

ANITA VERA BLISKA CRISTINA ALVARES BESKOW

DAVI MACHADO IARA NORDI CASTELLANI

MARIA IZABEL DE ARAÚJO LEÃO MIDIAM DE MELO PATRÍCIO GOMES

NADIA APARECIDA MORAES SUELI CARDOSO PITTA

SVEA KRONER MOREIRA

PARTICIPAÇÃO NO FORUM DE UMA COMUNIDADE VIRTUAL DE

APRENDIZAGEM: FACILIDADES E

DIFICULDADES

Trabalho final da turma do segundo semestre de 2005 apresentado como requisito para avaliação na disciplina ‘Criando Comunidades Virtuais de Aprendizagem e de Prática’ do programa de Pós-Graduação Stricto Sensu da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo.

Orientador(a): Profa. Dra. Brasilina Passarelli

SÃO PAULO

2005

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ........................................................................................................................2

1. MOMENTO DA PESQUISA ..........................................................................................6

2. METODOLOGIA...........................................................................................................13

3. COMUNIDADES VIRTUAIS.......................................................................................18

3.1. DEFININDO COMUNIDADES VIRTUAIS ..........................................................................18

3.2. COMUNIDADES VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM.............................................................20

4. COLABORAÇÃO E COOPERAÇÃO EM AMBIENTES VIRTUAIS DE

APRENDIZAGEM.................................................................................................................26

4.1. INTERAÇÃO: COLABORAÇÃO X COOPERAÇÃO..............................................................30

4.2. FERRAMENTAS VIRTUAIS: DIVERSIDADE ESTRATÉGICA .............................................33

5. ANÁLISE DOS DEPOIMENTOS SOBRE A PARTICIPAÇÃO NOS FÓRUNS...38

5.1. ALÉM DAS FERRAMENTAS ............................................................................................41

5.2. EM BUSCA DE MOTIVOS .................................................................................................43

6. DISCUSSÃO DOS DADOS...........................................................................................53

CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................................63

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................69

ANEXO 1 – DEPOIMENTOS COLETADOS PARA O ESTUDO...................................72

ANEXO 2 – REPRODUÇÃO DO BLOG DO CURSO CRIANDO COMUNIDADES

VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM E PRÁTICA – TURMA 2005 DO PROGRAMA DE

PÓS-GRADUAÇÃO DA ESCOLA DE COMUNICAÇÃO E ARTES – ECA/USP......106

INTRODUÇÃO

O mundo das novas tecnologias de comunicação é caracterizado por atributos

como interatividade, mobilidade, multiplicidade, interconectividade, globalização e

velocidade. Presenciamos mudanças significativas de valores. Não haverá mais, no conceito

que nos orienta até agora, produtos nacionais, tecnologias nacionais, empresas nacionais,

economias nacionais ou indústrias nacionais. O que de verdadeiramente nacional deve

persistir, será o povo, constituído por seus cidadãos.

As capacitações e o discernimento de cada cidadão serão os recursos principais de

cada nação. A importância de uma nação, será determinada pelo valor potencial daquilo que

os cidadãos podem acrescentar à economia global, enriquecendo as capacitações e habilidades

do seu povo. ROBERT B. REICH (1992), professor titular da Harvard University, aponta para

três categorias de trabalho necessárias na sociedade futura: serviços rotineiros de produção,

serviços feitos pessoa-a-pessoa e serviços analítico-simbólicos.

Argumenta que o tipo de educação oferecida pelas escolas, atualmente, atendem

às duas primeiras categorias. Mas, é da terceira categoria, que dependerão a competitividade e

o bem estar de cada nação. Os profissionais que lidarão com serviços analítico-simbólicos,

atuarão com manipulação de símbolos (dados, palavras, representações orais e visuais) em

três tipos de atividade: identificação de problemas; solução de problemas; agenciamento

estratégico.

O autor demonstra, também, que a educação formal do incipiente analista-

simbólico, exige quatro capacidades básicas: abstração, pensamento sistêmico,

experimentação e colaboração.

NEIL POSTMAN (1994), escrevendo sobre os propósitos da educação, lembra

que os grandes pensadores do passado acreditavam haver uma idéia social, política ou

espiritual transcendente que tinha que ser alcançada através da educação, ao passo que o

currículo das escolas no mundo atual é o ideal do tecnocrata, planejado para preparar a pessoa

que tem apenas habilidades, moldando um ser sem compromisso, sem ponto de vista, sem

uma postura moral, social ou intelectual, mas com muitas habilidades. Isto, alega o autor, não

é um programa de estudos, mas meramente uma coletânea de materiais.

Uma educação para o futuro, defende POSTMAN (1994), é a que enfatiza o modo

científico do pensamento, o uso disciplinado da linguagem, a história (a continuidade do

empreendimento humano) e um amplo conhecimento das artes e da religião - comparando

como povos diferentes, em épocas diferentes, tentaram alcançar um sentido de

transcendência.

O conhecimento é como uma teia de idéias interconectadas que atravessa vários

domínios, ao passo que a escola tradicional mantém sua visão paroquial, localizada. A escola

do século XXI, não mais pode se dar ao luxo de ignorar as profundas alterações que os meios

e tecnologias de comunicação introduziram na sociedade contemporânea e, principalmente,

perceber que os mesmos criam novas maneiras de "apreender" e "aprender" o mundo. Essa

multiplicidade de pontos de vista, essa riqueza de leituras precisa ser digerida e incorporada

pela escola, se ela tiver a pretensão de sobreviver como instituição geradora, mantenedora e

delegadora do saber humano.

Os novos paradigmas para a educação consideram que os alunos devem ser

preparados para conviver numa sociedade em constantes mudanças, assim como devem ser os

construtores do seu conhecimento e, portanto, serem sujeitos ativos deste processo onde a

"intuição" e a "descoberta" são elementos privilegiados desta construção. Neste novo modelo

educacional, os professores deixam de ser os entregadores principais da informação, passando

a atuar como facilitadores do processo de aprendizagem, onde o aprender a aprender é

privilegiado em detrimento da memorização de fatos.

O aluno deve ser visto como um ser "total" e, como tal, possuidor de inteligências

outras que não somente a linguística e a lógico-matemática. Outras inteligências devem ser

desenvolvidas como a espacial, a corporal, a musical, a interpessoal e a intra-pessoal, como

argumenta HOWARD GARDNER (1995).

A partir destas concepções, na disciplina Criando Comunidades Virtuais de

Aprendizagens e de Práticas - CCVAP, do Programa de Pós-Graduação da Escola de

Comunicação e Artes - ECA, da Universidade de São Paulo - USP, ministrada pela professora

Drª. Brasilina Passarelli, vivenciamos os objetivos propostos, quais sejam:

a) Prover informações básicas para reflexão sobre o cenário mundial e nacional

que envolve a educação presencial e a distância, na sociedade da produção do

conhecimento;

b) Compreender a situação da Educação Aberta a Distância - EAD, nos países

desenvolvidos e no Brasil;

c) Discutir a utilização de diferentes meios de comunicação de massa em

projetos de EAD e sua melhor utilização;

d) Analisar resultados parciais de projetos de EAD via Internet e

e) Compreender o conceito de comunidade virtual de aprendizagem e de prática,

a partir de experiências coletivas de trabalho em momentos presenciais e a

distância.

Uma das atividades propostas que deveria se realizar durante o curso foi a

construção de um texto coletivo, acerca de um tema escolhido pela turma, relacionado com a

temática estudada no decorrer do semestre. Cada aluno inicialmente, fez algumas leituras e

resenhas de textos sobre o tema referido e a partir dessas leituras, promoveram-se algumas

discussões que auxiliaram na definição da temática a ser pesquisada pelo grupo de pós-

graduandos.

Definiu-se então, que o trabalho seria sobre “Participação no Fórum de uma

Comunidade Virtual de Aprendizagem: facilidades e dificuldades”. Assim, com a divisão da

turma em equipes, formaram-se os seguintes Comitês:

a) De Editoria: responsável pelas funções de editar e preparar os textos para a

publicação. Pós-Graduandos: Izabel, Sueli, Adriana, Cristina e Anita.

b) De Redação: responsável pelas funções de selecionar os textos resenhados e

redigir o texto coletivo. Pós-Graduandos: Sueli, Cristina, Adriana, Davi,

Izabel.

c) De Pesquisa: responsável por preparar os instrumentos de coleta de dados,

promover o levantamento desses, apresentar e analisar os dados coletados,

elaborar as conclusões a partir dos dados encontrados, relacionando-os com o

referencial teórico. Pós-Graduandos: Midiam, Nadia, Izabel, Cristina, Davi,

Iara, Svea, Alfredo, Anita e Sueli.

d) Relatoria: responsável por organizar e relatar as discussões nos momentos

presenciais, estruturando-as em making-of e disponibilizando-as no Blog

(Anexo 02) especificamente criado para a disciplina. Pós-graduanda: Anita

Os grupos iniciaram os estudos, elaboraram um projeto, no qual se definiu os

objetivos, a problematização, a justificativa, a revisão bibliográfica, a metodologia a ser

adotada, os procedimentos para coleta de dados, a apresentação de resultados, a análise dos

mesmos e as considerações. Todo esse processo encontra-se registrado no fórum da disciplina

http://bpassarelli.futuro.usp.br/pos/forum/index.php, bem como ilustrado pelo making of,

podendo ser conferido também, no endereço virtual http://clepsidrasegundo.blogspot.com/ .

1. MOMENTO DA PESQUISA

Nos últimos dez ou quinze anos, de acordo com a análise de muitos especialistas da

atualidade, vivemos a transição para uma “Sociedade do Conhecimento”. Essa nova sociedade

que está se formando tem por base o capital humano ou intelectual. Seu conceito está

intimamente ligado a novas experiências de espaço e tempo. Assim, as palavras

Conhecimento e Educação voltaram a exercer um novo fascínio.

O mais importante nesse novo cenário não é apenas ter acesso à informação, mas

saber lidar com a informação e transformá-la em conhecimento. Esse é elemento essencial

para a sociedade atual. O que se percebe é que atualmente o que mais se explora é a

inteligência e o conhecimento do trabalhador, contrariamente, à situação anterior que

explorava sua força física. Isso se deve, principalmente, pelo cenário dos processos

informatizados às atividades rotineiras que eram realizadas pela força humana e passaram a

ser desenvolvidas por robôs ou por computadores.

“A intensividade do conhecimento constitui-se, então no

diferencial desta fase capitalista.” (DEMO,2000:74)

Diante da sociedade caracterizada por mudanças constantes e intensas, altamente

centrada nas inovações tecnológicas, vários paradigmas têm sido revistos e conseqüentemente

novas propostas têm surgido, dentre elas, as comunidades virtuais.

Antes de expormos sobre comunidades virtuais, vamos, de forma sintética, definir

comunidade, já que é uma das características marcantes da raça humana a sua determinação

de viver em comunidades. Isso possibilitou, desde o início dos tempos, a troca de experiências

e a expansão de conhecimentos, que foi determinante na evolução da espécie. Aqui considera-

se evolução dentro do conceito darwinista de capacidade de adaptação ao meio, portanto, sem

juízo de valor. Fato é que a inteligência e a vida em comunidade permitiu ao ser humano se

tornar uma espécie hegemônica no planeta.

O conceito de comunidade vem sendo adaptado e ampliado ao longo da História. Se

nos primórdios, havia nele um forte aspecto de territorialidade (comunidade e território eram

fatores complementares, sendo comunidade entendida como grupo de pessoas com interesses

comuns se relacionando num determinado espaço territorialmente contíguo), hoje, depois da

expansão dos meios de comunicação e principalmente após a popularização da Internet, a

partir da segunda metade dos anos 90, o conceito de comunidade se desprendeu

definitivamente da territorialidade e está quase que exclusivamente ligado ao conceito de

interesse comum.

Como ferramenta de comunicação e relacionamento a Internet suprimiu as distâncias

geométricas como obstáculos comunicacionais e possibilitou que pessoas, de qualquer parte

do planeta, mantenham contato, se comuniquem e participem de grupos de discussão sobre os

mais diversos temas e interesses, tendo apenas como fatores limitantes desse relacionamento a

possibilidade de acesso à rede (hardware, software e sistema de conexão), o analfabetismo

funcional, o idioma e o analfabetismo digital (desconhecimento de informática básica nível

usuário).

Mais do que contribuir para a ampliação do conceito de comunidade, o ambiente

cibernético forjou um novo termo para o relacionamento de grupos: a comunidade virtual. A

primeira dificuldade é a caracterização do que se entende por virtual. O dicionário AURÉLIO

(1986) define virtual como “o que existe como faculdade, porém sem exercício ou efeito

atual; susceptível de se realizar; potencial”. No dicionário HOUAISS (2004), vemos que

virtual significa “o que existe como faculdade, porém sem exercício ou efeito real”). Na

WIKIPÉDIA1 encontramos que “virtual é tudo aquilo que não é palpável, isto é, geralmente

alguma abstração de algo real. É chamado de mundo virtual normalmente o ambiente de

comunicação que é feito na Internet.

Uma comunidade virtual é uma comunidade que estabelece relações num espaço

virtual de meios de comunicação a distância. Uma comunidade virtual é a junção de um grupo

de indivíduos que tenham interesses comuns, que, no ambiente virtual, trocam informações e

experiências.

Parece-nos que a definição da Wikipédia é a mais adequada ao termo comunidade

virtual, uma vez que as comunidades têm existência e são formadas por pessoas que também

existem e que utilizam o meio da Internet para se relacionar. Portanto, a comunidade em si

não é virtual. Virtual é o ambiente no qual se comunicam. Sendo assim, comunidade virtual,

neste trabalho, deve ser entendida como um grupo de pessoas que se comunicam em

ambiente virtual.

Existem algumas ferramentas utilizadas pelas comunidades virtuais para a troca de

experiências, conceitos e opiniões. Entre elas, podemos destacar o chat (ambiente de conversa

on-line no qual é possível a participação de duas ou mais pessoas), blog (normalmente a

iniciativa de uma pessoa que, de certa forma, controla e conduz as participações) e o fórum de

discussão, ferramenta que tem sido muito utilizada em processos educativos a distância e

semi-presenciais ou mesmo presenciais, que se pretendem participativos, pois possibilitam

que todos os integrantes do processo educativo emitam e registrem suas opiniões sobre as

discussões do grupo. Com a ampliação do acesso à internet, muitas empresas e instituições de

1 http://pt.wikipedia.org/wiki/Virtual – Wikipédia é uma enciclopédia mundial feita a partir da contribuição de

pessoas de todo o mundo. Os termos são inseridos livremente e, sempre que ocorre um determinado consenso a respeito de uma definição é publicada, podendo ser revista a e alterada a partir de novas contribuições. A Wikipédia é mantida pela Wiki Foundation e pretende levar, organizar e disponibilizar gratuitamente todo conhecimento mundial a todas as pessoas do mundo. É uma imensa comunidade de conhecimento.

ensino procuram incentivar seus funcionários e alunos a formação de fóruns de discussão ou

de comunidades virtuais.

Nas empresas, esse incentivo ocorre numa prática conhecida como gestão do

conhecimento, que ocorre em ambientes virtuais chamados de portais corporativos do

conhecimento, em que o objetivo é incentivar que os funcionários troquem informações e

experiência de forma estruturada, para que o conhecimento gerado a partir dessa troca fique

registrado e disponibilizado aos demais grupos de funcionários, facilitando o desenvolvimento

de novos produtos e processos.

Para TERRA E GORDON (2002: 78)

“desde o advento da web, comunidades on-line passaram a ser uma

realidade muito mais comum dentro e fora das corporações.

Aplicações para a colaboração e o desenvolvimento de comunidades

estão, de fato, se tornando um serviço chave nas implementações dos

portais corporativos do conhecimento. Elas conseguem aumentar,

sensivelmente, a capacidade dos funcionários, especialmente de

diferentes localizações, de desenvolverem relações mais próximas e

um maior sentido de comunidade”.

Assim como as corporações, muitas instituições de ensino (que também são

corporações), presencial ou a distância, também estão incentivando a formação de

comunidades virtuais entre seus alunos e professores com o objetivo de troca de experiências.

Como enfatiza JUAN RADA (2004:114)

“o desenvolvimento de comunidades é o impacto mais importante da

tecnologia aplicada aos sistemas pedagógicos e de investigação.

Através da conectividade, elas criam novas formas de aprendizagem

e, ao mesmo tempo, fornecem a infra-estrutura necessária para que se

efetuem transformações mais específicas (nos conteúdos dos cursos

ou nas relações entre grupos determinados de estudantes e

professores)” .

Porém, tanto nas corporações como nas instituições de ensino, essas ferramentas de

relacionamento, em especial os Fóruns de Discussão, não são implantadas de forma adequada

para despertar interesse e incentivar a participação de seus membros. Muitas vezes, a própria

ferramenta é de difícil manuseio e isso acaba por desestimular a participação. Outras vezes se

dá importância demasiada às questões técnicas e não se consideram os aspectos intangíveis

que levam à participação, como o real interesse dos participantes, liberdade de expressão,

sensação de ganhos pessoais sejam eles quais forem.

TERRA E GORDON destacam que a simplicidade do ambiente web, do ponto de vista

do usuário, para publicação e busca de informações é fundamental para a atração do usuário.

Porém muitas organizações se esquecem de comunicar aos funcionários o que eles têm a

ganhar com a participação nos fóruns e demais processos de gestão do conhecimento.

Lembram apenas dos benefícios da própria organização. Isso costuma ser um entrave à

participação. “Ao participar mais ativamente das atividades de intercâmbio de conhecimento,

os funcionários podem ser recompensados com: reconhecimento e maior visibilidade no

interior da empresa; novas oportunidades de aprendizado e networking”.(2002:79).

Fato é que os Fóruns estão se espalhando em grande escala, mas nem sempre são

aceitos ou utilizados adequadamente. As novidades tecnológicas seduzem, mas é preciso

refletir e perceber quando aplicá-las, em que contexto, para que tipo de público e qual a sua

melhor forma de utilização. Na ansiedade motivada por modismos ao se fazer uso da nova

ferramenta, muitas vezes falta uma avaliação de seus recursos de aplicação.

Diante do incentivo das empresas e institutos de ensino na formação de novas

comunidades virtuais, coloca-se a seguinte questão: quais os fatores que facilitam ou

dificultam a participação das pessoas em fóruns de discussão de comunidades virtuais

incentivadas, ou seja, não necessariamente formadas apenas a partir do interesse da própria

pessoa

Essa é a questão sobre a qual este texto coletivo irá se debruçar em busca de algumas

possíveis respostas. Possíveis porque se trata de um problema multidimensional, haja vista

que as dificuldades podem ser de ordem técnica, biológica, motora, intelectual, psicológica,

entre outras.

MORIN (2004) nos lembra que quanto mais os problemas se tornam

multidimensionais, maior a incapacidade de pensar sua multidimensionalidade, assim como o

princípio da redução leva naturalmente o complexo ao simples, além de que, todo

conhecimento comporta o risco do erro e da ilusão.

A hipótese de que partimos é a de que as dificuldades ou facilidades de participação

das pessoas nos fóruns das comunidades virtuais se devem mais aos aspectos psicológicos e

pessoais do que aos técnicos, ou seja, a qualidade da ferramenta (software) não é determinante

na participação. Optamos pelos anos 2003 e 2004, pois o material está no Banco de Dados

disponibilizado pela disciplina.

Para o estudo dos aspectos subjetivos foram elencados:

• Visibilidade pública do Fórum

• Preferência da oralidade à escrita

• Confiança no modelo de Fóruns em CVA´s

• Trabalho em forma cooperada

• Comodismo dos participantes

• Relacionamento presencial do grupo

Os aspectos técnicos a serem analisados são:

• Desconhecimento da ferramenta

• Falta de intimidade com a tecnologia

• Restrições da ferramenta em relação às facilidades no uso (ex. anexação de

arquivos, formatação de textos, etc)

O objeto de estudo será a análise da participação dos alunos do curso de pós-

graduação stricto-sensu da disciplina Criando Comunidades Virtuais de Aprendizagem e de

Prática – CCVAeP, das turmas dos anos de 2003 e 2004, ministradas pela Profª. Drª. Brasilina

Passarelli, na Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP).

De acordo com PASSARELLI (2003:99):

“A disciplina Criando Comunidades Virtuais de Aprendizagem e de

Prática – CCVAeP foi idealizada com a finalidade de proporcionar

ocasião de reflexão – presencial e por meio do site a ela associado – a

fim de compreender o espaço virtual e suas potencialidades na

educação. Os conteúdos abordados, presentes no site não apenas em

forma de textos lingüísticos, mas também por meio de imagens e

animações, nada mais são do que provocações para reflexões e

discussões.”

Essa disciplina foi escolhida como objeto de análise, pois seu objetivo é discutir e

entender como se relacionam as comunidades virtuais e, entre uma das atividades propostas,

está a constante participação dos alunos no Fórum de Discussão.

Este texto coletivo visa contribuir com a discussão de alunos, professores,

pesquisadores da área de comunicação e interessados sobre o tema em geral sobre os aspectos

relacionados à formação de comunidades virtuais e fóruns.

2. METODOLOGIA

A metodologia escolhida para a realização deste trabalho foi a pesquisa quantitativa e

qualitativa, pois utilizamos procedimentos, técnicas e etapas que estão identificadas em um ou

outro tipo de pesquisa, o que reafirma que não há uma oposição entre elas, mas uma

complementaridade e circularidade. Segundo LOPES (2003:133):

“É falsa a dicotomia quantitativo/qualitativo na investigação social

porque, em primeiro lugar, é crescente a dificuldade de estabelecer

um limite preciso entre análise quantitativa e qualitativa. Apesar de

cada uma ter a sua lógica implícita, não se pode esquecer de que as

operações quantitativas se apóiam em dados qualitativos

originalmente coletados e logo transformados. Com efeito, é

característico das técnicas das ciências sociais (entrevistas,

observações de grupos, análise de documentos, etc.) preverem

quantificação ulterior e recolher os dados qualitativos de uma forma

que a prepare e facilite. A quantificação não é mais que a segunda

etapa que depende necessariamente da primeira.”

A pesquisa qualitativa, de acordo com OROZCO GOMES (1996: 76) é:

"(...) um processo de indagação e exploração de um objeto, que é um

objeto sempre construído, ao qual o investigador vai chegando

mediante interpretações sucessivas". A pesquisa quantitativa, afirma,

se caracterizaria pela repetição e pela quantificação de elementos,

enquanto a qualitativa teria como método buscar o distinto e o

próprio de cada elemento que está em jogo; a primeira parte de

hipóteses precisas que devem (sic) ser comprovadas ou refutadas, e

mede variáveis; a segunda propõe premissas que orientam o processo

de investigação, e está aberta à formulação de categorias analíticas

tanto prévia como concomitantemente à investigação.”

Consideramos para a análise as abordagens teóricas de vários autores sobre

comunidades virtuais. O trabalho conta também com alguns dos elementos considerados

relevantes para a interação entre os indivíduos ressaltada por alguns dos autores que

postularam conceitos sobre a dinâmica e o funcionamento dos grupos quando em processos de

aprendizagem.

Toda e qualquer classificação de pesquisa se faz mediante algum critério. Assim, é

usual a classificação de pesquisas com base em seus objetivos gerais, podendo ser

classificadas em três grandes grupos: descritiva, explicativa, e exploratória.

A pesquisa descritiva procura observar, registrar, analisar, classificar e interpretar os

fatos ou fenômenos (variáveis), sem interferência ou manipulação do pesquisador. Este tipo

de pesquisa tem como objetivo fundamental a descrição das características de determinada

população ou fenômeno. Ou, então, o estabelecimento de relações entre variáveis, isto é, são

aquelas que visam estudar as características de um grupo: sua distribuição por idade, sexo,

procedência, nível de escolaridade, estado de saúde física e mental, e outros. Procura

descobrir, com a precisão possível, a freqüência com que um fenômeno ocorre, sua relação e

conexão com os outros, sua natureza e características.

A pesquisa explicativa, além de registrar, analisar e interpretar os fenômenos

estudados, tem como preocupação primordial identificar os fatores que determinam ou que

contribuem para a ocorrência dos fenômenos, isto é, suas causas. Este é o tipo de pesquisa que

mais aprofunda o conhecimento da realidade, porque explica a razão e o porquê das coisas.

“O que caracteriza a pesquisa experimental é a manipulação e o controle das variáveis, com o

objetivo de identificar qual a variável independente que determina a causa da variável

dependente ou do fenômeno em estudo” (LAKATOS 1985: 138).

A pesquisa exploratória é vista como o primeiro passo de todo o trabalho científico.

Este tipo de pesquisa tem por finalidade, especialmente quando se trata de pesquisa

bibliográfica, proporcionar maiores informações sobre determinado assunto; facilitar a

delimitação de uma temática de estudo; definir os objetivos ou formular as hipóteses de uma

pesquisa ou, ainda, descobrir um novo enfoque para o estudo que se pretende realizar. Pode-

se dizer que a pesquisa exploratória tem como objetivo principal o aprimoramento de idéias

ou a descoberta de intuições. Na maioria dos casos, ela envolve:

a) levantamento bibliográfico;

b)entrevistas com pessoas que tiveram experiências práticas com o problema

pesquisado;

c) análise de exemplos que estimulem a compreensão do fato estudado.

Por meio da pesquisa exploratória, avalia-se a possibilidade de se desenvolver um

estudo inédito e interessante, sobre uma determinada temática. Sendo assim, este tipo de

pesquisa tem como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a

torná-lo mais explícito. De um modo geral, esta pesquisa constitui um estudo preliminar ou

preparatório para outro tipo de pesquisa. Embora o planejamento da pesquisa exploratória seja

bastante flexível, geralmente ela assume a forma de pesquisa bibliográfica ou de estudo de

caso.

A pesquisa bibliográfica procura explicar um problema a partir de referências teóricas

publicadas em documentos. Pode ser realizada independentemente ou como parte da pesquisa

descritiva ou experimental, quando é feita com o intuito de recolher informações e

conhecimentos prévios acerca de um problema para o qual se procura resposta ou acerca de

uma hipótese que se quer experimentar.

Em ambos os casos, procura-se conhecer e analisar as contribuições culturais ou

científicas existentes sobre um determinado assunto, tema ou problema. A pesquisa

bibliográfica abrange toda a bibliografia já tornada pública em relação ao tema de estudo,

desde publicações avulsas, boletins, jornais, revistas, livros, pesquisas, monografias, teses,

material cartográfico e meios de comunicação, como: rádio, gravações em fitas magnéticas e

audiovisuais (filmes e televisão).

O estudo de caso é caracterizado pelo estudo de um ou de poucos objetos, de maneira

que permita a investigação de seu amplo e detalhado conhecimento. Por essa razão cabe

lembrar que, embora este tipo de estudo se processe de forma relativamente simples, pode

exigir do pesquisador um nível de capacitação mais elevado que o requerido para outros tipos

de delineamento, devido à dificuldade de generalização dos resultados obtidos, quando a

unidade escolhida para a investigação for bastante anormal em relação às muitas de sua

espécie. Este estudo caracteriza-se como flexível, sendo impossível estabelecer um roteiro

rígido que determine com precisão como deverá ser desenvolvida a pesquisa. Porém, na

maioria dos estudos de caso, é possível distinguir as seguintes fases: delimitação da unidade-

caso; coleta de dados; análise e interpretação dos dados; e redação do relatório.

Diante disto, a metodologia escolhida para a realização desta pesquisa foi o Estudo de

Caso de forma exploratória, pois a Comunidade Virtual – CVAeP foi estudada como meio de

exemplificação para os conceitos apresentados e formulados nesta pesquisa. Essa metodologia

abrangeu a comunidade virtual, a partir da observação das relações existentes entre os

participantes da disciplina CCVAeP das turmas de 2003 e 2004.

Decidimo-nos por esse método de estudo para o desenvolvimento dessa pesquisa com

o intuito de entender melhor a particularidade das comunidades virtuais, tendo em vista que

existem várias relações que são produzidas em sua complexidade. Além disso, esse tipo de

estudo permite uma forma de investigação científica baseada na compreensão e descrição do

processo e não no resultado que esse processo pode ou não produzir.

As principais vantagens que se obtém com essa forma de pesquisa são:

• visão profunda, ampla e integrada de um fenômeno complexo com múltiplas

variáveis;

• retratar situações vivas na sua complexidade e dinâmicas naturais;

• propiciar insights que levem à descoberta de novas teorias e a outras pesquisas

e pelo potencial de contribuição aos problemas educacionais a partir do

fornecimento de informações para a tomada de decisões. 2

A coleta dos dados desta pesquisa ocorreu por meio do levantamento dos relatos dos

alunos publicados no Fórum de Discussão da disciplina CCVAeP, assim como os relatos

apresentados nos textos coletivos das turmas dos anos 2003 e 2004, ambos acessíveis ao

público na página eletrônica http://bpassarelli.futuro.usp.br/pos . Os dados levantados não se

basearam em entrevistas individuais, uma vez que focamos nosso objeto de estudo no material

publicado pelos alunos da disciplina CCVAeP. Entrevistá-los seria uma tarefa muito

complicada para o pouco tempo disponível para a elaboração deste trabalho de pesquisa.

Para análise, faremos o levantamento dos relatos e iremos separar por temáticas, com o

intuito de detectar as facilidades e dificuldades que estes alunos enfrentaram ao se

comunicarem pelo Fórum de Discussão da disciplina. A análise destes relatos permite várias

interpretações, enfoques e processos exploratórios. Por meio deles, podemos inferir os

motivos pela participação ou não participação nos fóruns, a importância dos encontros

presenciais, as motivações para a participação ou não em comunidades virtuais ou mesmo na

disciplina Criando Comunidades Virtuais de Aprendizagem de Prática – CCVAeP, as

certezas, incertezas e até os medos diante do novo mundo digital que se apresenta entre outros

aspectos.

Pela disciplina ter seu foco nas áreas de Comunicação e Educação, optamos pelo uso

do suporte teórico de autores mais identificados com essas duas áreas das Ciências Sociais

mas isso não nos impede de recorrer a outros autores, caso isso se mostre oportuno.

2 Texto extraído de trabalho desenvolvido por alunos da disciplina Pesquisa em Educação realizado pela Professora Dra. Myrtes Alonso do Programa de Pós-Graduação em Educação (Currículo)/ PUCSP, 1999.

3. COMUNIDADES VIRTUAIS

Neste capítulo, pretendemos traçar um panorama geral sobre como vem se definindo

as comunidades virtuais entre teóricos da área, para melhor entendermos como elas se

constroem, se mantém e geram a participação e colaboração, questionamentos abordados na

pesquisa deste trabalho.

3.1 DEFININDO COMUNIDADES VIRTUAIS

No passado, envolver-se com uma comunidade era determinado pela cidade ou bairro

em que se vivia, pela família ou pelas convicções religiosas. Nos dias atuais, as comunidades

constroem suas identidades e se organizam a partir de afinidades, interesses e de valores

comuns, não dependendo de um lugar específico. Há uma necessidade intrínseca ao ser

humano de sentir-se parte de um grupo, de ser semelhante ao outro e estar comprometido com

um propósito maior, já que a estrutura das comunidades familiares, de bairros e das cidades

não permite mais essa identificação.

Ao discorrer sobre a virtualização como processo crescente na sociedade globalizada

atual e para além da informática, PIERRE LÉVY (Paris, 1993) identifica nela a presença de

agrupamentos comunitários sobre o qual nos diz:

“Uma comunidade virtual pode, por exemplo, organizar-se sobre

uma base de afinidade por intermédio de sistemas de comunicação

telemáticos. Seus membros se reúnem pelos mesmos núcleos de

interesses, pelos mesmos problemas: a geografia, contingente, não é

mais nem ponto de partida, nem uma coerção. Apesar de “não-

presente”, esta comunidade está repleta de paixões e de projetos, de

conflitos e de amizades. Ela vive sem lugar de referência estável: em

toda parte onde se encontrem seus membros móveis...ou em parte

alguma. (...) Quando uma pessoa, uma coletividade se tornam “não-

presentes”, se desterritorializam. Uma espécie de desengate os separa

do espaço físico ou geográfico ordinários e da temporalidade do

relógio e do calendário.”

Assim, para LÉVY, a “desterritorialização” resultante do processo de intensificação da

circulação de objetos e pessoas e da globalização da nossa sociedade promove o surgimento

de novas formas de aglutinação e organização de pessoas, que se aproximam através de

diferentes e sofisticados meios de comunicação formando redes de comunidades virtuais.

SHAFFER E ANUNDSEN (1993) afirmam que comunidade é um todo dinâmico que

emerge quando um grupo de pessoas compartilha determinadas práticas, é interdependente,

toma decisões em conjunto, identifica-se com algo maior do que o somatório de suas relações

individuais e estabelece um compromisso de longo prazo com o bem-estar (o seu, o dos

outros e o do grupo em todas as suas inter-relações).

Para se formar uma comunidade virtual é preciso que exista uma necessidade humana

e essas necessidades são a razão primeira por que se formam as comunidades

eletrônicas/virtuais, conforme ressaltam PALLOFF E PRATT (2002). Questiona-se se é

possível criar um sentimento de comunidade sem nunca ter havido contato prévio entre os

participantes. Para SHAFFER E ANUNDSEN (1993) uma comunidade consciente pode ser

criada eletronicamente por meio da iniciação e da participação em discussões sobre objetivos,

ética, responsabilidades e estilos de comunicação, isto é, normas. Conseqüentemente, as

normas seriam negociadas, no ambiente on-line, da mesma forma que em uma comunidade ou

em um grupo social presencial.

PALLOFF E PRATT (2002) distinguem ciberespaço de comunidades virtuais.

Segundo eles, podemos definir o ciberespaço como um espaço conceitual em que palavras,

relacionamentos humanos, dados, riqueza e poder são manifestados pelas pessoas que usam

essa infra-estrutura tecnológica. Já as comunidades virtuais são agregações culturais que

emergem quando um número suficiente de pessoas encontra-se no ciberespaço. Para eles as

comunidades são definidas e redefinidas a partir do modo como as pessoas têm interagido

com o crescimento da Internet.

Com o desenvolvimento acelerado da comunicação eletrônica e da realidade virtual

fica cada vez mais difícil determinar o que realmente significa a palavra comunidade, pois

elas se diversificam e têm cada vez mais atributos variados.

3.2 COMUNIDADES VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM

As comunidades virtuais de aprendizagem surgem não apenas como possibilidade de

aprimorar ou completar a aprendizagem que se realiza nas instituições e comunidades

escolares, como também, segundo alguns especialistas, para transformar as tradicionais

formas de ensino e até mesmo as formas de pensar e construir conhecimento.

GÓMEZ (2004) afirma que a Internet está conseguindo desmontar certezas e

modificar as formas de produção, de relacionamentos sociais e educativos e, com isso, a

maneira de ser e estar no mundo. O espaço virtual parece existir só a partir da confluência,

produzido na interconexão dos computadores e pela imersão na rede. Por meio da Internet vão

se criando outras narrativas em que a mediação é o suporte do processo educativo, artístico,

tecnológico e científico nela gerado.

Para se construir uma comunidade virtual é preciso alguns passos básicos, segundo

PALLOFF E PRATT (2002). Primeiramente:

• Definir claramente a proposta do grupo;

• Criar um local diferenciado para o grupo;

• Promover lideranças internas eficientes;

• Definir normas e um claro código de conduta;

• Permitir que haja uma variedade de papéis para os membros do grupo;

• Permitir e facilitar subgrupos;

• Permitir que os participantes resolvam suas próprias discussões.

Uma das maneiras de se desenvolver a comunidade é por meio da negociação mútua

das diretrizes referentes ao trabalho conjunto do grupo. Iniciar o curso pelo envio de

apresentações e incentivar os participantes a buscar áreas de interesse comum são boas formas

de começar uma comunidade virtual. Esta precisa ser capaz de abrir espaço para questões

pessoais. Deve ser algo que se faz deliberadamente e que se estimula durante o curso. Caso

não se abra esse espaço, é provável que os participantes busquem outras formas de interação

pessoal, seja por e-mail, inserção de questões pessoais na discussão dos conteúdos do curso.

“A coesão do grupo numa comunidade de aprendizagem virtual só

sobrevive com o conflito como também com a ajuda na qualidade do

resultado do processo de aprendizagem.” (PALLOFF E PRATT,

2002:52).

Assim comunidades que conseguem dar vitalidade aos vínculos estabelecidos entre os

participantes para que se mantenham “em aprendizagem” – suprindo, de alguma forma, as

necessidades individuais e coletivas das pessoas envolvidas – têm mais do que um foco ou

temática aglutinadora. Para KENSKI (2001), a comunidade virtual ativa desperta o desejo e a

necessidade de colaboração entre seus membros, à medida que eles se sintam acolhidos e

reconhecidos pelas suas contribuições e participações. O comportamento individual na

comunidade virtual é resultado de diferentes motivações psíquicas e sociais. As comunidades

virtuais de aprendizado são, segundo a autora, flexíveis, abertas, dinâmicas e atuantes. Em

suas práticas é possível que se explicitem novas regras de atuação democrática e igualitária.

Novas formas de participação, de relacionamento e interação entre as pessoas que ensinam e

aprendem são criadas.

GOMEZ (2004) acredita que se comunicar na fala por escrito, nos debates, nos bate-

papos, nos fóruns, no design gráfico e nas páginas web é um ato político. É nesses atos que o

homem, sendo um ser de relações e não de simples contatos, procura existenciar-se na rede.

Essa afirmação envolve ações concretas, de modo a abrir espaços para lazer, estudo, leitura,

trabalho e relacionamento. Neste sentido, os espaços da internet são espaços de cultura e

favorecem os atos da fala, de leitura e de escrita na sua dimensão emancipadora.

Acreditamos que a construção de um vínculo de comunidade pode ser colocado como

fator de sociabilidade humana. Isso se dá a partir da comunicação. Esta é uma ação natural e

espontânea de qualquer indivíduo que, como ser social, não se dissocia em hipótese alguma

do corpo social do qual faz parte, tendo em vista que sua própria consciência é formada na

interação com este grupo.

As atividades realizadas pelos seres humanos em comunidade serão tanto mais

satisfatórias quanto estas atividades estiverem claramente dirigidas a estes objetivos,

contemplando todos os integrantes da comunidade em questão. PALLOFF E PRATT (2002)

afirmam que a eficácia deste vínculo será garantida na medida em que, no ambiente onde se

estabelece a mediação desta comunidade, prevaleçam os princípios da ética.

A participação ativa do grupo propicia o estabelecimento de relações e vínculos

afetivos entre os componentes da comunidade, para os quais devem ter liberdade completa

para desdobramentos dessas relações grupais em subgrupos e pares. Os recursos

comunicativos proporcionados pelo ambiente virtual podem estimular essas ações. A atuação

na comunidade de aprendizagem, seguindo estes princípios, tende a resultar num

comprometimento maior de todos os integrantes da mesma.

A manifestação operacional das relações num ambiente virtual acontece por meio

dos recursos de comunicação síncrona e assíncrona, a partir dos quais é permitida a expressão

individual dos integrantes, dirigida tanto ao grupo como um todo quanto a um indivíduo em

particular. As funcionalidades que permitem essas modalidades de interação são correio

eletrônico (e-mail), o IRC (mais conhecido como chat) e os newsgroups, mais conhecidos

como Fóruns de Discussão.

De acordo com MENGALLI (2005)3 o Fórum pode ser visto como uma ferramenta

tecnológica que favorece a interação e permite as alterações entre diferentes pessoas a respeito

de um tema em particular. Um favorecimento à aprendizagem colaborativa, tendo em vista

que permite a comunicação e a participação entre um grupo de pessoas que buscam objetivos

similares.

Segundo a autora, o Fórum na Roma antiga “evocava” grandes assembléias, “todos”

tinham a oportunidade de participar, debatiam sobre um determinado tema. Além disso, o

Fórum tinha como princípio a permissão da expressão de idéias e opiniões em um clima

informal. O tempo era limitado para cada expositor, as idéias e opiniões deveriam ser coesas e

todos poderiam ter a palavra, após a exposição inicial.

“Na época atual, o Fórum permite que várias opiniões sejam vistas a

respeito de um tema ou eixo central, prevendo algumas conclusões e

enfoques que podem ser direcionados, dependendo do interesse.

Incrementar e compartilhar idéias em um curto espaço de tempo pode

ser um benefício da “ferramenta”, bem como os aportes podem servir

como estruturas para as discussões. O desenvolvimento de espírito

participativo é esperado” 4

MENGALLI afirma que o Fórum eletrônico pode ser uma página da web, onde se faz

colocações, perguntas, inserções de links e colocações que buscam complementos, ou seja,

espera-se que algumas pessoas possam,“no espírito colaborativo”, ajudar outras pessoas a

completar pensamentos.

3 Texto publicado no site Intranet Portal http://www.intranetportal.com.br/colab1/col13 e acessado no dia 26 de

outubro de 2005, às 21h30. 4 Texto publicado no site Intranet Portal http://www.intranetportal.com.br/colab1/col13 e acessado no dia 26 de

outubro de 2005, às 21h30.

O Fórum tem como objetivo encontrar soluções para os problemas de forma rápida,

compartilhar entre todos os participantes as reflexões, as buscas e os desvelamentos, assim

como estabelece nexos diretos.

“O fórum tem a proposta de um diálogo, ou incentivo, que conduz as

discussões, que podem ser recortadas e direcionadas em locais que

sejam mais adequados a proposição de linhas complementares de

conversação. Nesta perspectiva, o fórum é um meio, um instrumento,

não um fim, todavia um princípio de novas possibilidades

tecnológicas”.5

No ciberespaço, a união de cidadãos conectados, segundo KENSKI (2001)

agrupados virtualmente em torno de interesses específicos, pode constituir uma comunidade a

partir do momento em que estabelece regras, valores, limites, usos e costumes, a “netiqueta”,

as restrições e os sentimentos de acolhimento e “pertencimento” ao grupo. A construção

social passa pelo desejo coletivo de pertencer a um determinado grupo e sobreviver enquanto

houver interesse de seus participantes em desfrutar desse espaço como membros, pessoas,

cidadãos.

Segundo PALLOFF e PRATT(2002) , os indicadores de que uma comunidade on-line

está em formação são expressos pelos seguintes resultados desejados:

• Interação ativa, envolvendo tanto o conteúdo do curso quanto

a comunicação pessoal;

• Aprendizagem colaborativa, evidenciada pelos comentários

dirigidos mais de um estudante a outro do que de um

estudante ao professor;

5 ibid

• Significado construído socialmente, evidenciado pelo acordo

ou pelo questionamento;

• Compartilhamento de recursos entre os alunos;

• Expressões de apoio e de estímulo trocadas entre os alunos,

além de vontade de avaliar criticamente o trabalho dos

colegas.

4. COLABORAÇÃO E COOPERAÇÃO EM AMBIENTES VIRTUAIS

DE APRENDIZAGEM

Os grandes avanços dos meios de comunicação e da informática que presenciamos no

atual momento histórico despertam para a potencialidade dos seus impactos sobre diversos

aspectos das atividades humanas. Segundo as autoras MAÇADA e TIJIBOY (1998), a forma

de comunicação entre as pessoas, o surgimento do pensar inferencial indo além do indutivo e

dedutivo, a diversificação na representação do pensamento através dos meios multimedia

aliados à telemática, geram uma nova concepção de espaço e de tempo no sentido de derrubar

fronteiras de comunicação e também de educação. É frente a esta nova realidade em radical

transformação que a educação deve refletir sobre seu papel e propor novos rumos, de forma a

vir ao encontro não só das exigências do mercado de trabalho onde os alunos serão inseridos,

mas também, e principalmente, de como promover o desenvolvimento de cidadãos críticos,

autônomos, criativos, que solucionem problemas em contextos imprevistos, que questionem e

transformem sua própria sociedade.

Em meio a estas transformações ocasionadas pelos impactos da tecnologia na

sociedade, surge a necessidade da geração de novas formas de trabalho envolvendo educação,

que sejam baseadas nos conceitos e concepções de interação, colaboração e cooperação.

Reflexões a respeito dos rumos da educação apontam para mudanças sobre a construção do

conhecimento, as relações entre os envolvidos no contexto educacional, as concepções do que

é ensinar e a redefinição do papel da escola, do professor e do aluno.

Os ambientes virtuais de aprendizagem vêm se apresentando, nos últimos anos, como

um instrumento pedagógico complementar ao ensino tradicional. Através do meio virtual,

alunos e professores têm a possibilidade de estabelecer uma outra forma de interação, que não

a presencial, com a chance de aprofundar o processo pedagógico. Alunos que possuem

dificuldade de falar em público podem surpreender por meio de uma participação intensa via

Internet. Ao mesmo tempo em que aqueles que participam ativamente, de forma presencial,

podem se mostrar não familiarizados com o meio digital e se comportarem de maneira tímida.

O resultado é uma nova forma de comunicação e educação, em que as atitudes de

participação, colaboração e cooperação são imprescindíveis para que o processo educacional

aconteça por meio do ambiente virtual. Afinal, neste meio, a construção do conhecimento é

coletiva e, caso as pessoas deixem de se manifestar, o ambiente virtual de aprendizagem,

conseqüentemente, desaparece.

Uma comunidade virtual de aprendizagem possui as seguintes características, de

acordo com PALLOFF e PRATT(2002:59):

• “ contato virtual versus contato humano, conectividade e articulação;

• responsabilidade, regras, papéis, normas e participação compartilhados;

• questões psicológicas e espirituais;

• vulnerabilidade, privacidade e ética”.

Pessoas de diversas origens e históricos se unem virtualmente para discutir

determinado tema. As regras vão sendo construídas ao longo do processo, através da

participação coletiva, e as características subjetivas de cada agente social devem ser levadas

em consideração para uma análise mais aprofundada. O interesse na discussão em torno de

um assunto específico é a característica que alavanca a criação de um ambiente virtual de

aprendizagem. O início deste ambiente comunitário é marcado por diálogos que têm como

foco principal o tema a ser discutido. Após os primeiros contatos, pode ser que as pessoas

descubram outras afinidades e também diferenças, o que tornará o debate cada vez mais rico.

Conforme PALLOFF e PRATT (2002), independente do tema que une os participantes

e de suas divergências que acirram o debate é inquestionável que uma comunidade virtual só

terá permanência se houver colaboração e cooperação entre os que participam. Do contrário,

se cada integrante preferir ir se ausentando aos poucos, a comunidade virtual vai, lentamente,

perdendo o sentido, até que a dialogicidade termine por completo. Então, será mais uma

comunidade enterrada na virtualidade da rede, morta em termos de interação, mas viva em

termos de memória, já que seu registro ficará na rede para ser relembrado. Desta forma, é

essencial que a participação e o diálogo se mantenham ativos e que a colaboração e a

cooperação entre os participantes em torno do tema discutido sejam constantes. A partir do

momento em que essas características forem presentes, pode-se dizer que a comunidade estará

ocorrendo de maneira viva.

Mas, como é possível chegar a este ideal de comunicação, fundada sobre as bases da

colaboração e da cooperação? PALLOFF e PRATT (2002), no livro Construindo

Comunidades de Aprendizagem no Ciberespaço, citam o artigo ‘Making distance learning

collaborative’, de Ellen Christiansen e Lone Derckenck-Holmfeld para descrever o ambiente

ideal para que haja o desenvolvimento da colaboração. De acordo com os autores do artigo,

este ambiente deve possuir as seguintes características:

1) Permitir ao grupo de alunos formular um objetivo comum para o seu processo de

aprendizagem;

2) Estimular os alunos a fazer uso de – como recurso para a sua motivação –

problemas, interesses e experiências pessoais;

3) Assumir o diálogo como o meio fundamental de investigação.

Para que este ambiente ideal ocorra, algumas posturas devem ser tomadas pelo grupo

ao iniciar uma comunidade virtual, como enfatizam PALLOFF E PRATT (2002), ao

sugerirem que as atividades sejam colocadas em prática para que a colaboração realmente

ocorra: compartilhar as expectativas de todos os participantes logo na formação da

comunidade; estimular o comentário sobre as apresentações pessoais; formar equipes para

discutir determinados assuntos e enviar as diretrizes para o processo; estimular a busca de

exemplos da vida real e elaborar tarefas relacionadas a situações da vida real.

Todas estas questões envolvem o fator principal para que exista colaboração na

comunidade: o estímulo à participação. Se as pessoas não se sentem motivadas a cooperar

com os colegas, a enviar sugestões e comentários, a comunidade deixa de ter sentido para

alguns e aos poucos vai se esvaziando. Desta forma, pensar em maneiras de envolver os

integrantes na participação e construção da comunidade é pensar, conseqüentemente, em

como construir um ambiente de colaboração e cooperação.

De acordo com PALLOFF E PRATT (2002), existem maneiras de estimular a

participação, como, por exemplo, fazer questionamentos inteligentes que sejam motivo de

debate; dividir a responsabilidade pela facilitação, em que cada aluno assume um papel dentro

da comunidade (facilitador da discussão; observador do processo, comentando a dinâmica do

grupo; comentarista do conteúdo, resumindo o que foi aprendido pelo grupo durante a semana

anterior; líder de equipe, com ou sem responsabilidade adicional de avaliar o trabalho dos

outros participantes; apresentador de determinado tópico, livro ou área de interesse); estimular

a avaliação e a exploração do consenso e da diferença, para que os alunos sejam capazes de

construir uma visão colaborativa do material que discutem e que vai muito além das idéias

que cada um tinha no começo; e por último, estimular a colaboração no intergrupo, por meio

de indicação de páginas eletrônicas ou outras comunidades que possam ser de interesse das

pessoas e que venha a contribuir com o conhecimento coletivo.

Além de todas estas atividades, os autores ressaltam a importância de ações que visem

a autogestão da comunidade, sem que se crie uma dependência do professor da disciplina.

“Em uma abordagem colaborativa, faz sentido para os participantes que eles se conectem em

função de problemas, interesses e experiências a compartilhar” (PALLOFF E PRATT,

2002:157) e o compartilhamento de recursos é uma forma de dar independência aos

participantes, que passam indicar diferentes fontes de conhecimento que não são

necessariamente indicações do professor. A independência em relação ao professor cria uma

interdependência entre os participantes da comunidade virtual, o que torna a construção do

conhecimento uma atividade coletiva.

“A colaboração e a capacidade de incentivar a interdependência são

elementos fundamentais para a formação de uma comunidade de

aprendizagem eletrônica. Por isso, é importante que o professor

preste bastante atenção às maneiras pelas quais pode, atuando como

facilitador, incorporar ao curso esse trabalho em conjunto.”

(PALLOFF E PRATT, 2003:155)

4.1 INTERAÇÃO: COLABORAÇÃO X COOPERAÇÃO

É por meio das formas de comunicação, ou seja, da interação entre pessoas que se

pode verificar uma relação colaborativa ou cooperativa, que pressupõe alguns requisitos que

vão além da mera interação. Para PALLOFF E PRATT (2002), a discussão permite que os

participantes sejam responsáveis pela forma como se envolvem com o curso e cheguem a um

acordo sobre a interação. É isso que estabelece o primeiro passo da busca de uma maior

colaboração na aprendizagem.

Alguns autores definem ou referenciam a cooperação e colaboração como sinônimos,

outros fazem distinção. MAÇADA E TIJIBOY (1998) definem colaboração como trabalho

em comum realizado por uma ou mais pessoas, cooperação, auxílio, contribuição. Colaborar

(co-labore) significa trabalhar junto, implica no conceito de objetivos compartilhados e uma

intenção explícita de somar algo – criar alguma coisa nova ou diferente por meio da

colaboração, se contrapondo a uma simples troca de informação. E cooperação é definido

como um trabalho de co-realização que atinge o significado de colaboração, envolve o

trabalho coletivo visando alcançar um objetivo comum. O conceito de cooperação é mais

complicado na medida em que a colaboração está incluída nele, mas o contrário não é

verdadeiro. Ou seja, para existir cooperação é preciso que haja colaboração.

As autoras finalizam o assunto afirmando que o conceito de cooperação é mais

complexo, pois pressupõe a interação e a colaboração, além de relações de respeito mútuo e

não-hierárquicas entre os envolvidos, assumindo uma postura de tolerância e convivência com

as diferenças dentro de um processo de negociação constante. Percebemos que a diferença

fundamental entre ambos conceitos reside no fato de que, para haver colaboração, um

indivíduo deve interagir com o outro, existindo ajuda – mútua ou unilateral. Para existir

cooperação não só deve haver interação e colaboração, mas também objetivos comuns,

atividades e ações conjuntas e coordenadas.

Existe ainda um fator importante que deve ser levado em consideração: a ajuda da

percepção no processo interação-colaboração-cooperação. Segundo GEROSA, FUKS E

LUCENA (2001), a percepção é a aquisição de conhecimento por meio dos sentidos sobre

acontecimentos e ações mesmo sem se comunicar diretamente com elas, como é possível em

ambientes virtuais de aprendizagem. A percepção torna-se um fator fundamental na

comunicação, coordenação e cooperação de um grupo de trabalho.

Os ambientes virtuais de trabalho e de aprendizagem colaborativos, utilizando da

interconexão de máquinas fornecida pelas redes de computadores e pela Internet, visam

facilitar as atividades em grupo. Portanto, estes ambientes devem prover elementos de

percepção de forma a permitir a coordenação em tarefas cooperativas, principalmente onde a

comunicação direta não ocorra. Além disso, devem prover elementos de percepção para que

indivíduos possam interpretar eventos, prever possíveis necessidades e transmitir informações

de maneira organizada. Perceber as atividades dos outros indivíduos, é essencial para o fluxo

e naturalidade do trabalho e para diminuir as sensações de impessoalidade e distância, comuns

nos ambientes virtuais.

A percepção dentro de um ambiente envolve vários aspectos cognitivos relativos à

habilidade humana. Enquanto a interação entre pessoas e ambiente dentro de uma situação

face-a-face parece natural - visto que sentidos como visão e audição estão disponíveis em sua

plenitude -, a situação fica menos clara quando há a tentativa de fornecer suporte à percepção

em ambientes virtuais. Estes ambientes tendem a esconder diversas informações que estão

disponíveis num encontro face-a-face. Tendo como base essas informações, é possível afirmar

que o ideal é que existam momentos presenciais antes da colaboração em ambientes virtuais

de aprendizagem para que a percepção possa se manifestar por meio das mensagens trocadas

em meios eletrônicos.

PALLOFF E PRATT (2002) consideram o meio digital perfeito para facilitar essa

espécie de aprendizagem – a colaboração.

“Além de se reunirem no site do curso, os alunos com interesses

similares devem ser estimulados a ‘se encontrarem’ e a trabalharem

juntos. Por isso, podem enviar e-mails em que discutam problemas e

troquem informações. Podem, também, colaborativamente, preparar

um relato ou trabalho escrito para apresentar aos outros participantes.

Além disso, os alunos devem ser guiados e estimulados a comentar os

trabalhos e as mensagens que recebem – comentário que deve ser

substancial e ir muito além dos tradicionais ‘tapinhas nas costas”.

(PALLOFF E PRATT, 2002: 111)

Para os autores, o primeiro passo da busca de uma maior colaboração na aprendizagem

é permitir uma discussão em que os participantes sejam responsáveis pela própria forma como

se envolve com o curso e cheguem a um acordo sobre a interação.

FERREIRA (2002) propõe que as possibilidades de trabalho cooperativo em

ambientes virtuais ocorrem quando são rompidos os limites materiais do direito à palavra –

oral e escrita –, pela possibilidade de acesso simultâneo à produção e interpretação das trocas

em sala de aula. Acredita que os limites vão se situar nas estratégias dos interlocutores. O

desenvolvimento das atividades cooperativas, entretanto, requer competências em várias

esferas (ferramentas e discurso) para que os indivíduos interlocutores possam desenvolver

cooperações abstratas na esfera das interações sujeito cooperativo-objeto de conhecimento.

4.2 FERRAMENTAS VIRTUAIS: DIVERSIDADE ESTRATÉGICA

As estratégias de interação disponibilizadas na internet permitem a opção mais

adequada a diferentes grupos e propostas de estudo e/ou de trabalho, exigindo uma

flexibilidade espaço-temporal-cognitiva-atitudinal tanto de alunos quanto de professores.

Dentre as ferramentas virtuais atuais, o critério de sua utilização vai depender da dinâmica da

turma e do estilo de organização conduzido pelo mediador.

Segundo PALLOFF E PRATT (2002), no processo de colaboração e cooperação, a

monitoração do professor e suas intervenções como facilitador são relevantes, uma vez que a

participação tanto presencial quanto on line, é heterogênea, ou seja, de acordo com interesses

pessoais, capacidade, disponibilidade de tempo e de recursos tecnológicos e outros motivos,

assim poderá haver mais ou menos colaboração e cooperação.

A questão fundamental a ser discutida, portanto, é: “qual(ais) seria(m) a(s)

melhor(es) ferramenta(s) ou meio(s) a ser utilizado (a)(s) para um determinado grupo de

alunos a fim de que sejam alcançados os objetivos estabelecidos no planejamento do curso?”

Disponibilizar uma ferramenta como o chat, em uma turma cujos horários não seguem uma

rotina ou em um curso que não prevê entrevistas e debates on line, é um grande desperdício.

Como enfatizam PALLOFF E PRATT (2002), o importante, é que o curso não seja

direcionado pela tecnologia, mas sim pelos resultados desejados pelos participantes e por suas

necessidades.

A flexibilidade na disponibilidade e a facilidade no manuseio das diversas mídias

interativas além de um ambiente visual agradável proporcionam interesse na interação, seja

ela síncrona ou assíncrona. O importante é conhecer bem as ferramentas e saber quando e

como aplicá-las. Vamos, portanto, refletir sobre a sua utilidade:

a. E-mail: o correio eletrônico facilita contatos individualizados entre alunos e pequenos

grupos de trabalho, ou entre aluno e professor e vice-versa; dispõe de recursos como o

envio de arquivos de texto, fotos, sons e vídeos, agilizando o seu compartilhamento de

modo bastante prático e de simples manuseio. Recursos como avisos sonoros de

recebimento de mensagens facilitam a prontidão da resposta - relevante em um

contexto de participação intensiva - mas também podem atrapalhar ao desviar-nos de

um trabalho que exige mais concentração. A configuração apropriada de acordo com

as necessidades de seu usuário torna seu uso mais confortável.

b. Lista ou Grupo de Discussão: extensão do e-mail é ideal para o envio de avisos e

lembretes que demandem urgência de resposta e interação instantânea dentro do grupo.

Permite que todos os inscritos recebam cópias das mensagens simultaneamente, sem

que seja necessária uma seleção manual dos destinatários, o que agiliza e facilita a

colaboração e a cooperação durante a produção de um trabalho. Também é possível

enviar a todos, arquivos de diferentes extensões (desde que sejam leves) ou

disponibilizá-los no site do provedor que gerencia o grupo. Todas as mensagens

compartilhadas pelos participantes ficam registradas neste mesmo gerenciador,

podendo ser acessadas a qualquer momento, enquanto o grupo formado existir. A

grande vantagem, é que os alunos e professores podem manter contatos futuros por

meio do grupo, trocando experiências, sugestões, opiniões etc., mesmo após o término

de um curso. A educação fica continuada.

c. Messenger: para conversações instantâneas e objetivas, não permite textos longos, mas

oferece interação no compartilhamento de todo tipo de arquivo, jogos e diálogos on

line por meio de texto, áudio e vídeo, conferências em grupo, atividades com recursos

de comunicação, além de outros. Os emoticons, caricaturas divertidas disponibilizadas

aos usuários pelo provedor, promovem a aproximação nos relacionamentos,

‘aquecendo’ a troca de mensagens. Ideal para inteirar turmas de ensino totalmente à

distância, pois estimula a conversa, o bom humor e a espontaneidade.

d. Fórum de Discussão: debate e reflexão de temas específicos, propostos pelo professor

/ mediador ou mesmo pelo(s) aluno(s). Indica a seriedade da tarefa, pois permite que as

discussões sobre um assunto único desenrolem-se por vários dias tendendo a um

aprofundamento mais intenso e consciente dos que nele opinam em relação ao

conteúdo abordado. As intervenções pontuadas do professor estimulam a participação,

ajudando o aluno a interpretar dados, a relacioná-los, a contextualizá-los. Não é

instantâneo (é preciso acessar o site no qual o forum está locado) e não permite a troca

ou o compartilhamento de arquivos, o que engessa a dinâmica do processo

colaborativo. Por ser uma mídia de temperamento fleumático, mantém distanciados os

seus participantes tanto em relação às discussões de conteúdos quanto ao espaço de

tempo. A lentidão de resposta em fóruns esfria as relações e a falta de tempo,

realidade inegável no mundo contemporâneo, desestimula a participação mais

intensiva.

e. Blog: o diário virtual viabiliza atualizações com facilidade e, portanto, é perfeito para

descrever conteúdos trabalhados durante as aulas, tem espaços para comentários do

professor e dos alunos, sendo que tudo permanece registrado para acesso a qualquer

momento. Também permite a disponibilização de arquivos.

f. Chat: uma sala virtual realiza entrevistas síncronas à distância. É preciso que todos

tenham a mesma disponibilidade simultaneamente, sejam participantes ou

entrevistados, sendo mais provável o sucesso de sua aplicação em turmas de

adolescentes que dispõem de mais tempo ocioso na agenda.

g. Comunidade Orkut: a grande rede de relacionamentos gera encontros e a criação de

comunidades específicas de acordo com interesses individuais ou grupais. Escolas,

cursos, empresas, áreas de interesse bastante diversificadas como gastronomia, música,

política e tantas outras, formam grupos ‘arquitetônicos’ que vão traçando o perfil de

uma sociedade. A participação é espontânea e voluntária, permitindo a manutenção dos

contatos e a integração com outras turmas (anteriores) de um mesmo curso, escola,

empresa etc.. A troca de opiniões, o compartilhamento de fotos, o acesso à rede de

relacionamentos aproxima as pessoas, independentemente da distância física,

confirmando a teoria da relatividade de Albert Einstein.

h. Mecanismos de Busca (Google e Ebsco): ferramentas importantes no acesso a

infinitas fontes de informação, essenciais para um trabalho de cooperação bem

detalhado e aprofundado.

Todas as ferramentas descritas acima e tantas outras que ainda venham a ser criadas têm

sua importância no processo de aprendizagem colaborativa. O mais importante é saber como e

em que contexto de público devemos aplicá-las. O professor/mediador com sua percepção,

sensibilidade e intuição, tem a oportunidade de perceber as necessidades do grupo, adaptando-

se a elas até encontrar o ponto de equilíbrio entre as expectativas de cada indivíduo em

relação à turma e a melhor ferramenta a ser usada em relação aos objetivos do curso. “A

personalidade do professor é decisiva para o bom êxito do ensino-aprendizagem. Muitos não

sabem explorar todas as potencialidades da interação”6 o que nos faz concluir que, além de

avaliações atitudinais e cognitivas, constantes atualizações de conteúdos e de estratégias

tornam-se prioritárias na educação virtual.

6 MORAN, http://www.eca.usp.br/prof/moran/uber.htm#autonomia acessado em 25 de novembro de 2005 às

20h30.

5. ANÁLISE DOS DEPOIMENTOS SOBRE A PARTICIPAÇÃO NOS

FÓRUNS

“Não importa se a comunidade seja ou não virtual. O que importa é a

participação e a colaboração. Essa aprendizagem é marcante.”

(depoimento de aluno da turma de 2004)

Conforme citado anteriormente, o objeto de estudo desta pesquisa é a apresentação

dos relatos dos alunos das turmas de 2003 e 2004, relativos ao processo de discussão e

comunicação sobre a participação de cada um no Fórum Virtual, da disciplina Criando

Comunidades Virtuais de Aprendizagem e de Prática, ministrada pela Profª Drª Brasilina

Passarelli.

Apesar de presencial, a disciplina tem como objetivo a discussão sobre comunidades

virtuais e, dentre as atividades propostas, está a constante participação dos alunos em fóruns

de discussão. Ao final de cada uma das turmas mencionadas, os alunos foram convidados a

externar suas opiniões sobre aspectos relativos ao curso.

Os alunos da turma de 2003 foram incentivados a relatar suas opiniões sobre os

aspectos gerais do curso; as experiências vivenciadas de participação em uma comunidade

virtual, na elaboração de um trabalho coletivo e na utilização do fórum; e a importância dada

aos encontros presenciais. Nesta atividade, em que participaram 12 alunos com a presença da

Profª Drª. Brasilina Passarelli, as opiniões foram coletadas em reunião do grupo, registradas

em vídeo e depois transcritas.

Estes relatos serão objeto de pesquisa deste trabalho, porém, aqui se faz necessária

uma ressalva: as conclusões que serão obtidas a partir da análise desses depoimentos devem

ser vistas com valor relativo, pois estes não foram coletados da forma mais adequada do ponto

de vista da metodologia de pesquisa das Ciências Sociais. Considera-se que, o fato de os

depoimentos terem sido coletados em grupo e gravados em vídeo, com a presença de uma

figura de autoridade, no caso a professora responsável pelo curso, pode ter provocado alguma

mudança no comportamento dos depoentes, comprometendo a espontaneidade de suas

respostas.

Supõe-se que pode ter havido constrangimento por parte dos integrantes da reunião em

expressar opiniões negativas mais fortes para evitar algum tipo de desconforto no grupo.

Além disso, a transcrição do vídeo foi feita de forma linear e não explorou as reações “físicas”

dos participantes em relação aos temas propostos.

Conforme nos sugerem alguns estudos sobre técnicas de entrevistas, o grau de

exposição do entrevistado pode restringir ou distorcer informações. Por parte do entrevistado

há insegurança em relação ao seu anonimato e por causa disto, muitas vezes, o entrevistado

retém informações importantes. Essas questões são, ainda assim, melhor apreendidas pela

entrevista aberta e semi-estruturada. Vale lembrar que a qualidade das entrevistas depende

muito do planejamento feito pelo entrevistador. O entrevistador deve criar uma situação onde

as respostas do informante sejam fidedignas e válidas.

A situação em que é realizada a entrevista contribui muito para o seu sucesso, o

entrevistador deve transmitir, acima de tudo, confiança ao informante. A presença do

gravador, como instrumento de pesquisa, em alguns casos pode causar inibição,

constrangimentos aos entrevistados. Em outros casos, o pesquisado poderá assumir um papel

que não é o seu, assumir um personagem que nada tem a ver com ele, ou seja, ele pode

incorporar o personagem que ele acha que o pesquisador quer ouvir. Sendo assim, consciente

ou inconscientemente, o pesquisado estará tentando enganar o pesquisador.

A transcrição da entrevista é parte integrante da metodologia do trabalho de pesquisa.

Uma transcrição de entrevista não é só aquele ato mecânico de passar para o papel o discurso

gravado do informante, pois de alguma forma o pesquisador tem que apresentar os silêncios,

os gestos, os risos, a entonação de voz do informante durante a entrevista. Esses

“sentimentos” que não passam pela fita do gravador são muito importantes na hora da análise,

eles mostram muita coisa do informante. “O pesquisador tem o dever de ser fiel, ter fidelidade

quando transcrever tudo o que o pesquisado falou e sentiu durante a entrevista.” (BONI E

QUARESMA, 2005: 68)

Entretanto, o fato de as opiniões terem sido coletadas em grupo, expondo a opinião de

cada um dos participantes diretamente ao grupo, não inviabiliza o uso desses depoimentos nas

análises no âmbito da proposta deste trabalho. Porém, uma pesquisa que pretenda aprofundar

o tema deve necessariamente buscar obter as opiniões dos participantes por meio de relatos

individuais, protegendo-os pelo anonimato para que seja efetuada a contra-prova dos

depoimentos coletados de forma aberta.

Em contrapartida, os alunos da disciplina de 2004 utilizaram outra maneira de relatar

seus pontos de vista sobre o curso: no texto coletivo apresentado pela turma de 2004, há um

capítulo com a apresentação dos depoimentos de oito alunos, porém sem a informação de

como foram coletados esses depoimentos. Entretanto, a análise da estrutura dos textos nos

leva a crer que os depoimentos foram escritos pelos próprios alunos, uma vez que o texto

possui mais características da linguagem escrita do que da oral. Por exemplo, três alunos

utilizaram uma estrutura muito característica da escrita, que é a apresentação de comentários

por tópicos (a-; b- c-... ou 1- 2- 3-...) a partir da introdução de uma frase finalizada em dois

pontos (:), estrutura está pouco utilizada na linguagem falada, portanto, improvável que se

repetisse em três depoimentos num grupo de oito pessoas.

Os temas abordados nos depoimentos das turmas de 2003 e 2004 tiveram abordagens

diferentes. Enquanto que a turma de 2003 enfocou o Fórum Virtual de Aprendizagem,

utilizado como ferramenta de comunicação na disciplina; a turma de 2004 teve como foco de

análise as comunidades virtuais, abordando os aspectos gerais do curso e o sistema de

participação, além da presença constante de depoimentos que analisam a metodologia

empregada na própria disciplina “Criando Comunidades Virtuais de Aprendizagem e de

Prática – CCVAeP” e os temas nela tratados.

Efetivamente para a análise do objeto de pesquisa deste texto coletivo, os depoimentos

da turma de 2003 são mais apropriados, pois versam objetivamente sobre o tema foco deste

trabalho, o Fórum Virtual. Mas os depoimentos da turma de 2004, ainda que não focados

exatamente sobre o objeto da pesquisa deste texto, trazem uma riqueza de percepções sobre o

uso de ambientes virtuais.

Desta forma, a análise da participação dos alunos, com a intenção de se verificar as

facilidades e as dificuldades encontradas nos fóruns das turmas de 2003 e 2004, da disciplina

Criando Comunidades Virtuais de Aprendizagem e de Prática – CCVAeP, utilizará de forma

mais freqüente os depoimentos da Turma de 2003. 7

5.1 ALÉM DAS FERRAMENTAS

Muitas escolas e empresas fazem pesados investimentos em informática, tanto em

equipamento como em programas, na expectativa de que os ambientes informatizados

facilitem o relacionamento e seduzam funcionários, alunos e professores. Segundo MARTIN

7 Todos os depoimentos utilizados nesse texto coletivo estão disponibilizados no ANEXO 1.

(1996), são inúmeros os livros e os artigos que colocam o computador como fenomenal meio

para a aprendizagem, pesquisa e troca de comunicação, como a maravilha do futuro que

convém que todos se antecipem a seu uso, numa forte campanha de marketing das empresas

produtoras de hardware e software, porém não se aprofunda a discussão sobre as condições

em que o computador apresenta eficácia nos processos educativos.

Ainda que muitos autores destaquem a importância da ferramenta para facilitar a

participação em fóruns e comunidades virtuais, ainda assim interfaces não amigáveis podem

ser um entrave à participação. Na análise dos depoimentos dos alunos das turmas de 2003 e

2004, apenas um dos alunos, ou seja, 5% da amostragem, fez comentários indicando que a

interface atrapalhou o desenvolvimento das atividades. Mesmo assim, indica que tal

adversidade foi superada com o transcorrer do curso. De acordo com o aluno:

- “Faltou o treinamento mais direcionado das ferramentas a serem

utilizadas no início do curso. Talvez por meio de apostila ou uma

sessão de exercícios práticos dirigidos, para que o grupo tenha um

mínimo de nivelamento na utilização. No caso específico do grupo,

esta necessidade foi sentida devido à heterogeneidade de formações

acadêmicas, áreas de atuação e familiaridade com ferramentas de

Internet.”

Uma das hipóteses deste trabalho de pesquisa sobre a participação ou não participação

no fórum da disciplina CCVAeP se deve a fatores de ordem “não técnica”, ou seja, o que

estimula ou inibe a participação dos alunos não é o software utilizado no fórum. A análise dos

depoimentos conduz a essa afirmativa, levando-se em conta ainda outros fatores como:

a) Vários alunos citaram a heterogeneidade dos grupos, com integrantes de várias

formações, portanto muito improvável que todos tivessem facilidades com o uso de

ferramentas de comunidade virtual. Mesmo um aluno que informou ter “trauma de

Internet” disse que começou a participar mais, porque “perdeu o medo”.

b) Os depoimentos não registram nenhuma declaração destacando a qualidade do

software utilizado no fórum. Nenhum depoimento se ateve a isso.

c) Foi registrada uma reclamação quanto ao fato do software não permitir a anexação de

arquivos no formato Microsoft Word, o que fez com o e-mail ganhasse importância na

troca de arquivos para a construção do texto coletivo.

Esses três fatores, ainda que empíricos, reforçam a percepção de que o software do

fórum utilizado no curso está na média do mercado, ou seja, não é de qualidade inferior nem

superior aos demais softwares utilizados em fóruns e comunidades virtuais. Portanto, fica

difícil considerar que o mesmo possa, em algum momento, ter respondido de forma

determinante pela participação ou não dos alunos. Se a qualidade do software fosse

responsável pelos fatores participação/não participação, seguramente isso teria surgido de

forma espontânea nos depoimentos.

5.2 EM BUSCA DE MOTIVOS

Um dos aspectos que chama a atenção na análise dos depoimentos dos alunos, em

especial os da turma de 2003, é a reação da maioria (10 alunos para um total de 12) que diante

do questionamento de “como se deu a participação no fórum?” assumem uma postura mais

defensiva, como que justificando a não participação no fórum:

• Eu sou o caso clássico: continuo não usando o fórum. Eu sou mais

tranqüila nas relações inter-pessoais.

• Eu tenho participado mais aqui dos encontros presenciais, eu sinto

mais facilidade de fazer isso aqui, em função mesmo da própria

relação, das questões que surgem, e pela falta de tempo, eu acabo não

entrando nos fóruns e não tenho participado tanto.

• Bom, eu acho que a minha participação tanto no fórum quanto no

presencial continua muito tímida, eu estou tentando vencer essa

barreira.

• Minha participação no fórum também deveria ser maior, eu tento

equilibrar o inter-pessoal com o fórum. Eu acredito que o fórum tenha

um poder de síntese.

• Quando eu comecei a participar do fórum eu tive que parar por

problemas pessoais.

• Porém eu creio que tenho participado muito mais passivamente do

que mandando ou escrevendo alguma coisa, principalmente por causa

do meu momento, que eu tenho tido pouco tempo. Por outro lado, eu

gosto muito da oralidade, então eu gosto de falar e a minha

participação em sala de aula falando é muito maior que no fórum. Isso

não só no curso da Brasilina, mas também em outros fóruns... Falo

muito mais em sala de aula.

• Eu acredito que se eu tivesse uma conexão melhor, talvez minha

participação fosse maior no fórum.

• No fórum eu acho que eu tenho uma responsabilidade maior com

aquilo que eu vou escrever então eu tenho que estar pautada, eu tenho

que conhecer melhor, e tem ainda essa questão de estar preocupada

com aquilo que eu vou colocar no fórum.

• A minha participação no fórum tem se mantido basicamente igual

porque eu ainda prefiro a oralidade. Eu ainda acho que o fato de ter

um dia marcado para a gente sentar e discutir os temas é muito mais

rico do que ficar discutindo através do fórum.

• A minha participação acredito seja mais presencial do que no fórum,

eu escrevo pouco. Eu prefiro o encontro presencial, se tem essa

oportunidade de estar vendo e falando com as pessoas eu prefiro esse

momento.

Entre os motivos alegados para a não ou pouca participação no fórum se destacam:

• Preferência por relações “inter-pessoais” (contato pessoal - 5)

• Timidez (1)

• Receio de expressar opinião por escrito (1).

• Problemas pessoais não especificados (1)

• Problema técnico (conexão lenta – 1)

• Falta de tempo (1)

A declarada preferência por relacionamentos presenciais e não virtuais pode ser

considerada confirmada pelos depoimentos seguintes, retirados de ambas as turmas8:

• A aula presencial faz com que eu, com certeza, continue o curso

esperando o êxito proposto.

• Acho que o curso presencial realmente estimulou a gente a utilizar as

ferramentas, mesmo porque às vezes quando eu chegava aqui, já tinha

umas conversas estabelecidas, e eu sentia que não estava em sintonia,

8 Com relação à turma de 2003, esses depoimentos foram obtidos a partir do questionamento sobre a importância

dos encontros presenciais no curso. Com relação à turma de 2004, os depoimentos sobre a importância dos

encontros presenciais surgem de forma espontânea, pois os alunos não responderam a nenhum questionamento

específico sobre o tema.

então isso gerou uma certa cobrança minha para estar acessando mais

o fórum.

• Eu acho que os encontros presenciais foram fundamentais para o

nosso curso principalmente porque através deles, a gente tinha idéias,

que depois a gente queria rever e discutir com o pessoal e era por isso

que eu entrava no fórum.

• Eu acredito que os nossos encontros presenciais contribuíram muito

para que a gente utilizasse as ferramentas do fórum, até porque nós

tínhamos uma linha condutora, estávamos estudando alguma coisa.

• Evidentemente que se conhecendo melhor aqui nos encontros

presenciais, isso dá a gente uma maior participação no fórum, e

mesmo no decorrer do curso.

• Se não fosse esse ambiente social em que a agente se conhece, que é

palpável, eu não sei quem, como teria tido coragem para escrever para

o fórum.

• Com certeza a interação entre as pessoas presencialmente contribui

em muito para que a gente possa usar o fórum. A gente conhece as

pessoas com as quais está falando, estabelece conexões para ver a

conexão virtual. A presencialidade neste curso é super importante para

isso.

• Com certeza, os encontros presenciais trazem um calor humano para

qualquer relação, e isso facilita muito a participação na parte virtual. E

por outro lado vem confirmar para mim, a tese de que a gente tem que

participar dos fóruns virtuais abstraindo o pessoal, respeitando o outro

como profissional, mas abstraindo a parte pessoal.

• Os encontros presenciais nesse curso foram determinantes para a

participação do fórum, tanto na parte para criação dos laços quanto

para a cobrança do porque eu não estou no fórum.

• Sim, com certeza os encontros presenciais foram um catalisador,

serviu como um elemento aglutinador da necessidade de estar

realmente usando esses encontros nos fóruns, o encontro virtual, é

levado a cabo, em função das aulas presenciais.

Da turma de 2004, retiramos as seguintes afirmações:

• Confesso que a minha participação foi, em sua grande maioria, nas

aulas presenciais, mas acabei percebendo que a comunidade virtual

pode ser um caminho para a troca de aprendizagens e geração de

conhecimentos. Não importa se a comunidade seja ou não virtual. O

que importa é a participação e a colaboração. Essa aprendizagem é

marcante.

• Outro aspecto relevante é a integração entre os participantes da

comunidade. Quer por meio das aulas presenciais, quer por meio das

conferências virtuais. Ao realizarmos nossos textos individuais ou na

elaboração do texto coletivo, que gerou muita discussão uma vez que

cada um possui uma reação diferente do outro no momento de fazer

sua leitura e realizar sua tarefa, o importante foi vivenciar a

experiência do coletivo para um único fim.

• Nesses momentos o apoio oferecido pelo grupo foi fundamental para

que obtivesse sucesso. Aliás, a superação de novos desafios foi o

ponto marcante na minha participação na disciplina. No entanto, os

encontros presenciais foram fundamentais para que a participação

virtual fosse bem sucedida.

Outro aspecto interessante dos relatos é que poucos alunos falaram sobre as

motivações para a participação no fórum. De certa forma, isso reforça a resistência que os

alunos encontraram no uso dessa ferramenta no relacionamento cotidiano “não presencial”.

Isso também reforça a nossa percepção sobre o fato de que, no momento em que os alunos

foram incentivados a falar da participação no fórum, a maioria busca motivos para a não

participação. Alguns alunos mencionaram que a participação na comunidade virtual via fórum

foi uma experiência até certo ponto traumática.

Ainda que com poucos depoimentos a respeito da motivação, o fator produção do

texto coletivo, ou seja, um objetivo comum mais delineado, foi um importante aspecto

motivador para a participação:

• A minha participação no fórum ultimamente tem sido bem maior. Eu

creio porque principalmente por causa do texto coletivo, por causa

desse momento.

• Em minha opinião, o processo de construção da comunidade e a

participação crescente do grupo, incluindo a minha pessoa, começou a

se delinear melhor quando o grupo tinha uma tarefa clara para

desenvolver e esta deveria ser continuada de forma virtual, a

construção do trabalho coletivo.

• Agora que estamos mais envolvidos com os textos do texto coletivo,

pesquisas eu tenho participado mais com muito mais freqüência, eu

tenho entrado, mas a minha facilidade de participar presencialmente é

muito maior do que no fórum.

• Tenho impressão que é pela minha preferência pela escrita, por

poder e conseguir analisar situações na forma escrita;

• Eu participo do fórum em todos os assuntos que sejam de interesse

do curso e das matérias que me interessam.

• O bom desse fórum é que ninguém corrigiu ortograficamente ou com

críticas diretas, então eu tenho o problema da linguagem.

Outro ponto de destaque nos relatos foi em relação à motivação de continuar

participando ou desenvolvendo atividades relativas às comunidades virtuais. Novamente

vamos nos basear para esta análise nos depoimentos da turma de 2003, devido ao fato de a

questão da “motivação” ter sido proposta ao grupo. Outra questão proposta simultaneamente

foi quanto à chamada “preparação”, ou seja, se as pessoas se sentiam “preparadas” para

enfrentar o relacionamento mediado por sistemas digitais presente nas comunidades virtuais e

nos fóruns.

É possível detectar nos relatos certa dose de ansiedade, angústia, insegurança e alguma

determinação diante do novo mundo que se apresenta. Vejamos:

• Eu não acho que esteja assim totalmente preparada pra estar

encarando essas novas possibilidades, essas novas formas de

comunicação; mas estou plenamente disposta, tenho muita vontade e

interesse.

• Respondendo a pergunta se a gente está nesse universo da

cibercultura se sentindo motivado, motivado sim. E de certa forma

muito curioso frente às ferramentas que a gente tem disponíveis pra

gente.

• Eu acho que ninguém está realmente preparado, a gente está no meio

da mudança, não é? Do uso desse tipo de comunicação.

• Bem... Quanto à motivação para participar desse processo de

comunicação, eu me sinto bastante motivada (...) talvez eu ainda não

esteja totalmente preparada (...) No futuro isso vai ser muito mais

fácil.

• Eu me sinto motivado a mudar algumas coisas em mim, a partir

desse curso.

• Com relação a estar preparada para a mudança, eu acho que a gente,

vivendo nessa sociedade embasada em cibercultura, em sociedade

informacional e tudo isso que se está vivendo atualmente em um

mundo globalizado, acho difícil alguém estar preparado, mas estamos

no processo de aprendizado.

• Essa pergunta é capciosa. Ninguém vai dizer que não está preparado.

• Bem, preparada eu não sei se estou. Acho que estou no caminho da

preparação. Disposição eu tenho, não só disposição pessoal, mas para

as próprias exigências das transformações que a gente está vivendo

hoje.

• O fato é que eu estou pronta para essa transição do mundo real para

o mundo real/virtual... É meio complicado. Depende das metas e

objetivos e do que eu preciso fazer. Então se a interface não for muito

assustadora e eu souber mais ou menos onde estou pisando e quais são

os requisitos e qual o relacionamento no contexto quanto aos objetivos

que eu quero atingir.

• Bem, eu me sinto motivada a trabalhar nesse novo ambiente apesar

de sentir que me faltam ainda alguns conhecimentos, mais

conhecimentos. Eu me sinto motivada, mas não sei se estou

completamente preparada.

• Eu me sinto motivada de todas as maneiras, embora como a colega

falou tenho dificuldade muito grande com a imagem. Enquanto está

texto escrito, enquanto esta no áudio, enquanto esta no som tudo bem,

mas para mim a maior barreira a enfrentar nessa mudança vai ser

como lidar com a imagem mediada.

Aqui temos, dentre doze alunos, nove dizendo que ainda não se sentem de alguma

forma, em maior ou menor nível, preparados para enfrentar o mundo virtual e as mudanças

que ele propõe nas formas de trabalhar, estudar e se relacionar. Apenas um se declarou

plenamente preparado, sendo que seis se declararam motivados. Ninguém se declarou

desmotivado.

O levantamento desses relatos, ainda que não estatisticamente representativos, nos

sugerem que o nível de despreparo da sociedade brasileira para o uso de novas tecnologias de

forma colaborativa, no ambiente de trabalho ou educacional, pode ser muito alto.

Levando-se em conta que todos os alunos participantes do curso possuem nível

superior, sendo que alguns já concluíram o mestrado, estudando numa Universidade Pública

com grande nível de concorrência para ingresso, é fato que estamos diante de uma elite.

Essa constatação nos leva a mais dúvidas do que certezas:

• Não estamos preparados para trabalhar em ambiente colaborativo

digital ou não estamos preparados para trabalhar em ambientes

colaborativos sejam quais eles forem?

• Qual é o maior obstáculo ao trabalho colaborativo em comunidades

virtuais, a virtualidade ou a nossa própria falta de experiência em

atividades colaborativas?

• Ou ainda, como indaga KAPLÚN (1998:58) vivemos

tecnologicamente hiperconectados, mas socialmente ilhados?

Aqui chegamos ao momento em que podemos extrair algumas considerações, ou

pontos de análise, a partir dos depoimentos:

1) Há por parte dos alunos participantes da disciplina Comunidades

Virtuais de Aprendizagem e de Prática – CCVAeP uma certa

dificuldade no uso do ambiente virtual, em especial o fórum,

dificuldade esta aparentemente não motivada por barreiras no uso da

tecnologia;

2) Os encontros presenciais são apontados como muito importantes

para o estabelecimento de uma comunidade, virtual ou não;

3) A existência de um objetivo comum é aparentemente um fator

motivador importante que estimula a participação no ambiente virtual;

4) As pessoas declaram não se sentirem preparadas para desenvolver

atividades colaborativas em ambientes virtuais.

6. DISCUSSÃO DOS DADOS

PESQUISA TC 2005 - CRIANDO COMUNIDADES VIRTUAIS DE APRENDIZADO E PRÁTICA

A hipótese levantada para o estudo neste trabalho coletivo de análise foi a de que aspectos subjetivos contribuem mais, facilitando em maior ou menor grau, a participação em fóruns de CVA’s do que as restrições oferecidas pelos aspectos técnicos do ambiente virtual e/ou do software utilizado.

Variáveis Depoimentos turma 2003 Depoimentos turma 2004

Desconhecimento da ferramenta

Faltou o treinamento mais direcionado das ferramentas a serem utilizadas no início do curso. Talvez por meio de apostila ou uma sessão de exercícios práticos dirigidos, para que o grupo tenha um mínimo de nivelamento na utilização. No caso específico do grupo, esta necessidade foi sentida devido à heterogeneidade de formações acadêmicas, áreas de atuação e familiaridade com ferramentas de Internet.

Falta de Intimidade com a tecnologia

Níveis de formação e intimidade tecnológica diferente • Desconsiderem a criação desde tópico, fui responder e criei outro sem querer. Foi mal

Restrição tecnológica software não permite a anexação de arquivos no formato Microsoft Word, o que fez com a o e-mail ganhasse importância na troca de arquivos para a construção do texto coletivo.

• Enviei alguns comentários por email. Por favor, veja se recebeu. Estarei revendo o texto hoje à noite.

Visibilidade no forum • Eu sou mais tranqüila nas relações inter-pessoais.• eu sinto mais facilidade de fazer isso aqui, em funçãomesmo da própria relação, das questões que surgem, e pelafalta de tempo, eu acabo não entrando nos fóruns e nãotenho participado tanto.• Minha participação tanto no fórum quanto no presencialcontinua muito tímida, eu estou tentando vencer essabarreira.• Minha participação no fórum também deveria ser maior,eu tento equilibrar o inter-pessoal com o fórum. Eu acreditoque o fórum tenha um poder de síntese• participo de forma mais presencial do que no fórum, euescrevo pouco. Eu prefiro o encontro presencial, se temessa oportunidade de estar vendo e falando com as pessoaseu prefiro esse momento.

Preferência pela oralidade

• A minha participação no fórum tem se mantido básicamente igual porque eu ainda prefiro a oralidade. Eu ainda acho que o fato de ter um dia marcado para a gente sentar e discutir os temas é muito mais rico do que ficar discutindo através do fórum.

Confiança no modelo de forum nas CVA's

(...) Abri esse tópico para ficar mais fácil.As referências que eu recebi já estão formatadas, só preciso de alguns esclarecimentos, então quem usou os textos por favor responda: (...)MANFREDI, S. M. Trabalho, profissão e escolarização: revisitando conceitos.

Trabalho em forma cooperada

• Os papéis de cada um estão descritos em 'aula do dia 08.12.04', criado pela Eliene que fez um resumo de tudo o que foi combinado. • Enviei as bibliografias para o seu e-mail

Quadro 1 – Síntese das variáveis e depoimentos estudados

O capítulo anterior nos coloca pelo menos quatro aspectos de análise que foram

extraídos a partir dos relatos dos alunos das turmas de 2003 e 2004 que participaram da

disciplina Criando Comunidades Virtuais de Aprendizagem e de Prática – CCVAeP,

sintetizados no Quadro 01.

O primeiro ponto, que considera que os alunos apresentam dificuldades não

tecnológicas para trabalhar em comunidades virtuais ou mesmo no fórum, já foi relativamente

trabalhado no capítulo Além das Ferramentas, sendo que os demais pontos de observação vêm

complementar e confirmar as análises previamente realizadas nesses capítulos. Em todos os

depoimentos apenas um considerou que a ferramenta de trabalho no ambiente virtual

(software) proporcionou alguma barreira para a participação. Mesmo assim, como já dito, foi

no momento inicial.

Essa análise reforça a hipótese original deste trabalho de que as questões técnicas têm

peso secundário na participação ou não dos alunos nos fóruns. Portanto, se não é a questão

tecnológica, o que dificulta a participação mais ativa das pessoas nos fóruns das Comunidades

Virtuais? As demais análises apontam todas para questões não técnicas de naturezas diversas,

sendo que a primeira delas, e a que tem maior destaque, é a preferência dos alunos por

encontros presenciais.

PASSARELLI (2003) considera que os alunos de pós-graduação tem familiaridade

com as Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs), portanto, se há familiaridade com

a tecnologia, ela não pode ser vista como um fator preponderante para a participação ou não

do aluno no fórum.

“Os dados de acesso e consultas (...) indicam que os alunos de pós-

graduação que elegem esta disciplina estão intrinsicamente motivados

pelo tema da criação de comunidades virtuais de aprendizagem.

Muitos deles são profissionais que já atuam na área em suas

atividades profissionais. Outros interessam-se pelo tema como

atividade de pesquisa. Dessa forma, isto posto, esta “comunidade” de

alunos apresenta um perfil totalmente diferenciado das comunidades

consideradas nos outros sites objeto de estudo deste trabalho. Assim

sendo, o desempenho dos alunos de pós-graduação demonstra

familiaridade com a utilização das TIC, a qual se reflete em suas

interações no fórum e na qualidade das atividades publicadas, tanto

individualmente, como nas resenhas de leituras propostas pela

disciplina, e também na qualidade do Texto Coletivo por eles

construído ao longo do curso como atividade final proposta.”

(Passarelli, 2003, p. 166)

Já para JADER ANDRÉ DE SOUZA ROSA (2004), para ocorrer cooperações em

ambientes virtuais é necessário que os interlocutores dominem, no mínimo em termos

procedurais, as ferramentas e a produção/interpretação de discursos nas novas circunstâncias.

Se não há domínio das ferramentas (navegação, envio de mensagens, produção de texto, etc)

não há cooperação técnica nas trocas. Esta cooperação, no caso, é pré-requisito as trocas de

proposições (cooperações abstratas que possibilitam a construção cooperativa do

conhecimento entre professores e aluno).

Segundo CÉLIA ALVARIÑO (2004:73), “ao utilizar novos canais de comunicação, a

educação a distância corre o risco de ignorar o impacto que ela tem no sentido de vínculo.

Uma pessoa que participa de uma comunicação mediada tecnologicamente precisa estar

‘socialmente presente’ entre seus interlocutores. Daí a importância das sessões presenciais ou

das estratégias tecnológicas para favorecer o vínculo: uma fotografia no sistema de correio

eletrônico e as videoconferências. Desse modo, procura-se fazer com que os participantes

sintam que, ao escrever e enviar uma mensagem estão dizendo’ algo a alguém.”

A partir desta análise encontramos teorias que contribuem para a compreensão da

aprendizagem colaborativa mediada por computador, segundo MARCELO (1999).

• Teoria sociocultural (baseada na intersubjetividade e na zona de desenvolvimento

proximal de Vigotsky);

• Construtivismo e aprendizagem auto regulada (Piaget);

• Teoria da flexibilidade cognitiva.

A teoria sociocultural de Vigotsky sobre a aprendizagem enfatiza que a inteligência

humana provém da nossa sociedade ou cultura, e que ocorre em primeiro lugar por meio da

interação com o ambiente social (ponto de vista interpessoal).

Um outro aspecto da teoria de Vigotsky é a idéia de que o potencial para o

desenvolvimento cognitivo está limitado a uma determinada zona a que chamou de "zona de

desenvolvimento proximal" (ZDP). Define este conceito como a distância entre o nível real e

atual de conhecimentos de uma criança determinado pela resolução independente de

problemas e o nível de desenvolvimento potencial determinado pela resolução de problemas

sob a orientação de adultos ou em colaboração com companheiros mais capacitados. É

fundamental considerar que a ZDP varia com a cultura , a sociedade e a experiência de cada

indivíduo.

Para que uma ZDP seja criada, deve existir uma atividade conjunta que cria um

contexto para a interação entre alunos e professores. O trabalho de grupo poderá permitir o

confronto e a integração de diferentes pontos de vista que não só facilitam a coordenação

progressiva dos esquemas cognitivos como ativam a reestruturação dos mesmos.

Para Vigotsky (MARCELO, 1999) a interação social é importante porque o professor

pode modelar a solução apropriada, dar apoio estruturado na procura da solução e monitorar o

progresso do aluno, tendo em vista facilitar o crescimento e a aquisição de conhecimentos

cognitivos individuais.

A teoria construtivista crê que o conhecimento que todos nós possuímos não é "sobre"

o mundo, mas uma parte "constitutiva" desse mundo. O conhecimento não é um objeto fixo.

Ele é construído pelo indivíduo com base na sua própria experiência desse objeto. A

aproximação do construtivismo à aprendizagem realça a necessidade de desenvolvimento de

projetos estimulantes que envolvam alunos, professores, especialistas, em comunidades de

aprendizagem. O seu objetivo é criar comunidades de aprendizagem que estejam o mais

possível relacionadas com as práticas colaborativas do mundo real. Num ambiente desta

natureza, os alunos assumem a responsabilidade da sua própria aprendizagem e têm de

desenvolver competências metacognitivas que lhes permitam organizar e orientar a sua

aprendizagem.

Quando as pessoas trabalham colaborativamente numa atividade autêntica, trazem as

suas próprias estruturas e perspectivas à atividade. Podem analisar um problema de diferentes

prismas e podem negociar e produzir significados e soluções com base na compreensão

partilhada. O paradigma construtivista conduz-nos a compreender como a aprendizagem pode

ser facilitada por meio da realização de determinados tipos de atraentes atividades de

construção. Este modelo de aprendizagem destaca a construção significativa (meaning-

making) por intermédio da participação ativa em contextos social, cultural, histórica e

politicamente situados. Um elemento crucial da participação ativa em atividades colaborativas

é o diálogo nas experiências partilhadas, indispensável para suportar a negociação e a criação

da significação e da compreensão.

Em suma, a contemporânea teoria construtivista da aprendizagem reconhece que os

indivíduos são agentes ativos que se comprometem com a construção do seu próprio

conhecimento, integrando a nova informação no seu esquema mental e representando-a de

uma maneira significativa. Discute-se a desvantagem de despejar a informação para os alunos,

sem os envolver no processo de tomada de decisão e sem avaliar as suas capacidades de

construir o conhecimento. É aconselhada a aprendizagem guiada, que facilita a colocação do

aluno no centro do processo de aprendizagem, e fornece a orientação e o ensino concreto

sempre que necessário. Este ambientes são, no entanto, mais apropriados para domínios mais

estruturados ou níveis mais elevados de aprendizagem.

Por flexibilidade cognitiva entendemos a capacidade de reestruturar de forma

espontânea o próprio conhecimento, para responder às necessidade de situações de mudança,

tanto em função da forma como se representa o conhecimento, como dos processos que

operam nas representações mentais realizadas. Esta teoria apresenta-se, por isso, como uma

referência para a organização de informação em ambientes de aprendizagem pouco

estruturados. A idéia de flexibilidade surge pela necessidade de formar pessoas para que

possam dar resposta a situações que habitualmente têm soluções muito variadas.

Jonasssen, citado por MARCELO (1999), refere que, como a maior parte dos enfoques

construtivistas da aprendizagem, a teoria da flexibilidade cognitiva dá um grande relevo à

aprendizagem baseada em casos. No lugar de basear a aprendizagem num simples caso ou

exemplo, é importante a existência de uma variedade de casos que ilustrem o conteúdo em

questão. Quanto maior for a variedade de casos, mais ampla será a base conceitual em que se

apoie. Estes casos deveriam ser autênticos, de forma a requerer o mesmo tipo de pensamento

que seria exigido em contexto de vida real.

PASSARELLI (2003) indica em sua tese de Livre Docência, a importância de se

pesquisar os ganhos de aprendizagens nos processos que misturam presencialidade e

virtualidade. Para essa questão não justifica a preferência dos alunos pela presencialidade,

mas de certa forma indica que a presencialidade pode ter um aspecto importante nos

processos educativos de base vitual.

“Estudos sobre ganhos da aprendizagem em sistemas educacionais

que apresentam, simultaneamente, instâncias de presencialidade e

distanciamento midiatizados;” (PASSARELLI, 2003:174)

Partimos do pressuposto de que tudo o que é novo causa certo constrangimento. Neste

caso, incluímos os ambientes pedagógicos virtuais, que ainda possuem pouca participação por

se apresentar como uma proposta de inovação para a educação tradicional. Angarita mostra o

quanto a questão do novo ambiente afeta a vida das pessoas. O ambiente virtual muda tudo e a

mudança assusta.

“A mudança não é simples nem fácil. Se fosse assim as pessoas

naturalmente a procurariam. Os seres humanos têm uma forte

tendência à estabilidade e às formas já estabelecidas de se adaptarem

ao trabalho. A mudança é um ônus, pois requer da pessoa rever sua

maneira de pensar, agir, comunicar, inter-relacionar-se e de criar

significados para a própria vida. Mudar envolve o indivíduo e seu

meio, portanto é incerto e arriscado – tão promissor quanto

ameaçador” (MOTTA, 2000: 55)

Diante da novidade, há uma mistura de “temor e fascínio”. Passarelli afirma que

embora os alunos se sintam motivados com o novo “não estão preparados” para o mundo

virtual.

“O advento da virtualidade ainda continua sendo motivo de fascínio

e temor. Exatamente por isso deve-se prosseguir nas reflexões sobre

as novas tecnologias. (...) Entre o encanto e o temor do novo o

importante é não ser surpreendido pela “onda digital”. Todos aqueles

que de alguma forma sentem-se envolvidos pela educação em seu

sentido mais amplo, devem superar seus temores e trabalhar para que

o formato da onda futura seja, o mais próximo possível, de um

projeto de formação de seres humanos inteligentes, cooperativos,

autônomos, afetivos, éticos e cidadãos.” (PASSARELLI, 2003: 101)

A autora afirma ainda que

“Além das ferramentas, o ciberespaço descentraliza o fluxo da

informação e da comunicação, imprimindo uma intensidade à

interatividade possível à qual tanto professores quanto alunos

precisam se acostumar. Nasce, dessa forma, toda uma nova cultura

comunicacional mediada e midiatizada no ciberespaço.”

(PASSARELLI, 2003:.121)

Acreditamos que esta afirmação justifique a dualidade: “me sinto motivado, mas não

preparado”, um discurso recorrente dos alunos da disciplina Criando Comunidades Virtuais

de Aprendizagem e de Prática. A motivação pode vir do medo da obsolescência profissional.

Temos aí dois medos, de um lado o medo que motiva a entender as tais comunidades virtuais

pelo receio de perder espaço no mercado de trabalho; do outro lado temos o medo que

paralisa e assusta: a incerteza diante da capacidade de adaptação ao novo. O velho e o novo

assustam, o velho pela obsolescência, o novo por uma possível inadaptabilidade.

Outro autor que explica a proposta da Passarelli:

“Condutores de mudanças são pessoas responsáveis por

desenvolverem trabalhos grupais, nos quais os participantes podem,

inclusive, criar suas próprias técnicas de análise. Cabe a esses

condutores a tarefa primordial de manter viva a expectativa de que o

aprendizado levará a soluções úteis e inovadoras.” (Motta, 2000: 136)

Outro aspecto marcante nos relatos e a quase unanimidade de opinião sobre a

importância da existência de um trabalho comum, de uma atividade conjunta, de uma meta

coletiva, como fator que incentiva a participação nos fóruns. Para KENSKI (2001), a criação

de ambientes tecnologicamente apropriados para a realização de atividades cooperativas,

precisa ser complementada com ações que encaminhem as pessoas para a cooperação e para a

ação. Já segundo ANGARITA (1999), as comunidades podem surgir em função do

interesse, da ocasião ou da ocupação de momento de seus membros.

Para o trabalho em comunidades virtuais de aprendizagem, faz-se necessário

desenvolver a inteligência interpessoal (GARDNER,,1985), que se caracteriza pela

capacidade de criação e manutenção de sinergia, superação e entendimento da perspectiva do

outro, trabalho cooperativo, percepção e distinção dos diferentes estados emocionais dos

outros e comunicação verbal e não verbal.

Para que haja cooperação, são necessárias definições de objetivos comuns, respeito

mútuo entre os participantes, tolerância, ações de negociação constantes, saber conviver com

diferenças e lidar com uma liderança mutante, navegante entre os membros do grupo

conforme as suas competências e habilidades.

Para PIAGET apud ESTRÁZULAS (1999:81),

“...cooperar é operar em comum, ou seja, ajustar por meio de novas

operações de correspondência, reciprocidade ou complementaridade,

as operações executadas pelos parceiros. Colaborar,resume-se `a

reunião das ações que são realizadas isoladamente pelos parceiros,

mesmo quando o fazem na direção de um objetivo comum.”

Poderia se dizer que cooperar é agir em conjunto; colaborar é agregar as ações

realizadas para se atingir um objetivo comum.

Como último ponto de análise, temos o tema cooperação, pois pelos depoimentos, não

fica claro se as dificuldades na realização de um trabalho cooperativo em ambiente virtual se

devem à virtualidade ou à falta de experiência no desenvolvimento de trabalhos cooperativos

mesmo presenciais.

No artigo A formação de professores à distância via Internet, a autora CELIA

ALVARIÑO (2004:71) cita PAULSEN (1992) para reforçar a importância da cooperação em

ambientes virtuais de aprendizagem: “temos de pensar em combinar a liberdade e a

necessidade de compartilhar em um verdadeiro programa educativo, que seja flexível e, ao

mesmo tempo, cooperativo.” Ainda, de acordo com a autora:

“É preciso dedicar especial atenção à diversidade de interesses,

motivações, necessidades e habilidades dos alunos adultos. Essa

heterogeneidade é positiva e enriquecedora (...). Contudo, pode se um

elemento desagregador se o trabalho didático não a leva em conta.

Nos cursos virtuais, os alunos adultos buscam a flexibilidade e a

liberdade pessoal. Ao mesmo tempo, precisam da colaboração do

grupo e da relação social.” ALVARIÑO (2004:71)

Se os participantes do Fórum não se sentem motivados a cooperar e colaborar com a

construção do ambiente virtual de aprendizagem, este deixa de ter sentido. A motivação para

a participação surge a partir de interesses e assuntos em comum, como ressaltam PALLOFF E

PRATT (2002:141):

“em uma abordagem colaborativa, faz sentido para os participantes

que eles se conectem em função de problemas, interesses e

experiências a compartilhar. O professor pode usar exercícios de

grupo s simulações para estimular contatos, e usar questões

relacionadas à vida dos participantes é bastante útil. O contato

também pode ocorrer naturalmente, à medida que a discussão

progride.”

Essa característica é perceptível em alguns depoimentos levantados para esta pesquisa,

em que alguns alunos ressaltam que o interesse comum em torno da elaboração do texto

coletivo acabava sendo uma motivação para a participação no Fórum Virtual.

De acordo com LEVY, (2000), a melhor forma para manter e desenvolver uma

coletividade não é mais construir, manter ou ampliar fronteiras, mas alimentar a abundância e

melhorar a qualidade das relações em seu próprio seio, bem como com outras coletividades. O

poder e a identidade de um grupo dependem mais da qualidade e da intensidade da sua

conexão consigo mesmo do que da sua resistência em comunicar-se com o seu meio.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O objetivo inicial deste trabalho era verificar a hipótese de que não são fatores

técnicos (qualidade do software) que determinam a participação ou não participação de

pessoas em fóruns de comunidades virtuais. O objeto de estudo baseou-se em declarações de

alunos das turmas de 2003 e 2004 da disciplina Criando Comunidades Virtuais de

Aprendizagem e de Prática (CCVAeP). A análise desses depoimentos aponta para a

confirmação dessa hipótese, pois o fator, por nós considerado, como problemas de ordem

técnica está praticamente ausente nos comentários, que indicam motivos de ordem subjetiva

para a participação ou não participação nos fóruns.

Importante destacar aqui que a confirmação da hipótese foi obtida sobre dados

preliminares coletados sem o devido rigor científico. Entretanto, a nosso ver, se pela

inadequação da coleta dos dados se torna temerário confirmar peremptoriamente a hipótese,

há indícios consideráveis que levam a sua confirmação. O contrário somente poderia ser

considerado se acreditássemos que todos os alunos, das duas turmas, em momentos diferentes,

estivessem de alguma forma ocultando suas verdadeiras opiniões, o que nos parece pouco

provável.

Porém, o desenvolvimento do trabalho, mais do que indicar a confirmação da hipótese

nos trouxe dados que abrem novas possibilidades de pesquisa e talvez essa seja a maior

riqueza deste trabalho.

A análise das declarações dos alunos também nos permitiu outras três considerações

significativas:

1) Os encontros presenciais são apontados como muito importantes

para o estabelecimento de uma comunidade, mesmo as virtuais;

2) A existência de um objetivo comum é aparentemente um fator

motivador importante que estimula a participação no ambiente virtual;

3) As pessoas declaram não se sentirem preparadas para vivenciarem

atividades colaborativas em ambientes virtuais.

São considerações que apresentam potencial para o desenvolvimento de novas

pesquisas sobre a temática relativa às comunidades virtuais, à educação a distância e a

construção coletiva do conhecimento, a partir de ambientes virtuais de colaboração. A

primeira possibilidade seria em relação a importância dos encontros presenciais nos processos

educativos à distância.

PASSARELLI (2004) considera que ainda faltam pesquisas que indiquem o quanto a

virtualidade contribui com nível de aprendizado no processo educativo presencial. A questão

que se coloca é: o oposto também não seria verdade, ou seja, não seria oportuno se verificar

quanto os encontros presenciais contribuem no nível de participação e aprendizado nos

modelos educativos à distância ou mesmo nas ações de construção do conhecimento em

ambientes virtuais?

Outro ponto seria ainda uma tentativa de se dimensionar até que ponto os encontros

presenciais são determinantes na estruturação de comunidades virtuais. Possíveis respostas a

essas questões seguramente contribuiriam para dar mais segurança nas ações de formuladores

sérios de metodologias educacionais a distância ou mesmo com gerentes que buscam criar em

empresas ambiente virtuais de colaboração e construção de conhecimento.

Outro aspecto que surgiu com muita força nos depoimentos foi o fato da existência de

um objetivo como motivo de estímulo para a participação nos fóruns e, portanto, na

comunidade virtual. Panitz9 diz que para que ocorra aprendizagem colaborativa, os indivíduos

9 PANITZ, T. Collaborative learning versus cooperative learning: A Definition of Collaborative vs Cooperative

Learning, http://www.city.londonmet.ac.uk/deliberations/collab.learning/panitz2.html acessado em 15 Nov 2005 às 21h15.

precisam compartilhar mais do que informação. Precisam construir coletivamente objetivos

comuns, que é condição sine qua non para a criação do senso de coletividade e de

colaboração. Outros autores, tais como KENSKI (2001), ANGARITA (1999) , PALLOFF E

PRATT (2002), também colocam o objetivo comum como um fator preponderante para o

sucesso das comunidades virtuais.

O tema comunidades virtuais, sejam elas criadas espontaneamente ou incentivadas

(aquelas formadas por escolas/empresas para a participação de seus alunos/funcionários),

pode ser considerado muito novo, haja vista que o processo acelerado de expansão da Internet

tem hoje cerca de dez anos. Por outro lado, temos uma série de autores que já indicam que o

objetivo comum tem função preponderante na estruturação dessas comunidades. Estaríamos,

portanto, diante de um aspecto sobre o qual já existe concordância expressiva nos meios

acadêmicos sobre a formação de comunidades virtuais?

O homem é visto como sujeito da e na História, concebendo a cultura como o meio

de existência por intermédio da qual se constitui a natureza humana. Seguindo essa linha de

pensamento, é imprescindível que consideremos as transformações culturais e os novos

conhecimentos resultantes da rápida produção e circulação de informações, principalmente a

partir do desenvolvimento do computador e da Internet. Neste sentido, a Internet como

criadora de uma nova sensibilidade cultural e social propiciadora de outras formas de

interação e intersubjetividades.

Consideramos que aqui haja espaço para uma pesquisa bibliográfica profunda sobre o

tema, incluindo talvez outros pontos no sentido da busca, até o momento, dos sensos-comuns

(se é que eles realmente existem), sobre os aspectos que contribuem e não contribuem com a

estruturação das comunidades virtuais.

Por fim, a análise dos fatores de participação e não participação também nos possibilita uma

proposição final: As pessoas declararam não se sentirem preparadas para vivenciarem

atividades colaborativas em ambientes virtuais. Diante disso, a questão que se coloca é: as

pessoas não se sentem preparadas para desenvolver atividades colaborativas nos ambientes

virtuais ou as pessoas, em especial os adultos, não se sentem preparadas para desenvolver

atividades colaborativas sejam elas em que ambiente forem?

Não se pode desprezar que vivemos hoje num mundo sobre a égide da competição.

Países competem por hegemonia e mais espaço no comércio exterior, empresas competem por

maior participação no mercado, pessoas competem por empregos, promoções ou mesmo para

garantir um posto de trabalho. Nesse contexto de competição, surge a Internet, os fóruns

virtuais e a abundância das ferramentas de colaboração.

Para KENSKI (2001), a criação de ambientes tecnologicamente apropriados para a

realização de atividades cooperativas precisa ser complementada com ações que encaminhem

as pessoas para a cooperação e para a ação. Já vimos também que existe um aparente

consenso sobre a importância de haver objetivos comuns. Isso não seria válido também para

as comunidades não virtuais? Em outras palavras, há que se tomar cuidado na discussão sobre

as dificuldades de participação/cooperação em ambientes virtuais, para que não se creditem

apenas aos ambientes virtuais as eventuais dificuldades de desenvolvimento de trabalhos

colaborativos. Nas comunidades virtuais, as pessoas são reais e é de se supor que levem

consigo para o ambiente virtual todas suas características e idiossincrasias.

A maioria dos estudos realizados acerca do trabalho colaborativo foi feita a partir de

aulas presenciais, entretanto, os mesmos princípios podem ser aplicados na educação a

distância. A aprendizagem colaborativa mediada por computadores é um componente

essencial nas estratégias metodológicas usadas em cursos on-line. Essas estratégias

metodológicas possibilitam criar um ambiente de interação e de trocas entre os vários

participantes. Os processos de aprendizagem colaborativa animam a construção do

conhecimento em um meio ambiente no qual os alunos compartilham suas próprias

compreensões e as negociam.

Sob essa perspectiva construtivista, a interação pode ser concebida como um recurso

que deve ser lançado mão pelo professor para promover entre seus alunos, a construção de

significados. Alunos com altos níveis de interação possuem atitudes mais positivas e altos

níveis de realização.

Ao considerar a importância do trabalho em grupo como estratégia de interação em

espaços eletrônicos de aprendizagem, a relação inter e intrapessoal pode se dar por meio de

mensagens que cada aluno constrói para a elaboração das tarefas propostas pelo professor-

orientador. Tais tarefas devem traduzir-se em resultados de aprendizagem e de (re)elaboração

dos conhecimentos que foram anteriormente apresentados. Podem ocorrer por meio de

resumos, apontamentos de opiniões fundamentadas, análises reflexivas, compilação de

material bibliográfico pesquisado, dentre outras formas de expressões que possam ser

construídas e intercambiadas por meio do espaço eletrônico entre os participantes do grupo.

PALLOFF E PRATT (2000), autores americanos bastante citados neste trabalho, que

buscam como objeto de pesquisa entender como se dá o coeficiente de comunicação nas

relações que se produzem em torno dos programas de ensino a distância, afirmam que há

aspirações comuns entre as pessoas que participam de EAD, que no contexto do nosso

trabalho estamos considerando como comunidade virtual. Entre elas, essa expectativa de

sentirem-se on line, mesmo quando o sistema adota é assincrônico. Os autores ainda afirmam

que a necessidade de comunicação ou de sentirem-se conectados representa, para o aluno, um

objetivo maior que o próprio conteúdo do curso a que estão vinculados.

Para eles, as dificuldades apontadas dizem mais respeito às tecnologias de acesso que

ao relacionamento em si mesmo, uma vez que os diálogos entre as pessoas envolvidas

realizam-se, em geral, sem a pressão de preconceitos próprios do relacionamento presencial,

relacionados a cor, etnia, crenças, situação econômica, sexo, peso e idade das pessoas

envolvidas.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALVARIÑO, Celia. A formação de professores à distância via Internet. In TEDESCO, Juan

Carlos. In TEDESCO. Juan Carlos (org.). Educação e novas tecnologias. São Paulo: Cortez; Buenos Aires: Instituto Internacional de Planeamento de la Educación; Brasília: UNESCO, 2004.

ANGARITA, Marisol M. – El aprendizaje, motor para la tríada más poderosa Del siglo XXI:

Información, comunicación y tecnologia, in Revista Signo y Pensamiento, nº 34, Universidade Javeriana, Colômbia, 1999.

BONI, Valdeti e QUARESMA, Silvia J. – Aprendendo a entrevistar: Como fazer entrevistas

em Ciências Sociais, Revista Eletrônica dos Pós-Graduandos em Sociologia Política da UFSC, Vol. 2, nº 1 (3), janeiro-julho/2005.

DEMO, P. Educação e Conhecimento.Petrópolis: Vozes, 2000 Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, Editora Objetiva, Rio de Janeiro, 1ª reimpressão,

2004. ESTRÁZULAS, M. Interação e Cooperação em Listas de Discussão. Revista Informática na

Educação – Teoria & Prática. UFRGS: outubro 1999. FERREIRA, Jairo. Campos de significação e conhecimento em dispositivos digitais: análise

das interações discursivas em listas de discussão Tese de Doutorado em Informática na Educação. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, UFRGS, Brasil 2002.

GARDNER, H. – Frames of Mind: The Theory of Multiple Intelligences, Basic Books, New

York, 1985 in PASSARELLI, Brasilina, Teoria das Múltiplas Inteligências aliada à Multimídia na Educação: Novos rumos para o conhecimento, www.futuro.usp.br/producao_cientifica/ artigos/multiplasintelig.pdf, sd.

GARDNER, Howard. Estruturas da mente: a teoria das inteligências múltiplas. Porto Alegre: Artes Médicas do Sul, 1995. GEROSA, M.A., FUKS, H. & Lucena, C.J.P. Elementos de percepção como forma de facilitar a colaboração em cursos via Internet, XII Simpósio Brasileiro de Informática na Educação - SBIE 2001, 21 a 23 de Novembro de 2001, Vitória-ES. GOMEZ, Margarita Victoria. Educação em Rede: Uma visão emancipadora. São Paulo: Cortez: Instituto Paulo Freire, 2004, v.11.

KAPLÚN, Mario – Procesos educativos y canales de comunicación, Revista Comunicar, Grupo, Comunicar, Andalucía, Espanha, 1998. Pags.158-165.

KENSKI, Vani Moreira. Do ensinamento interativo às Comunidades de Aprendizagem, em direção a uma nova sociabilidade na educação. Acesso – Revista de Educação e Informática, da Fundação para o Desenvolvimento da Educação da Secretaria de Estado da Educação, no 15, dezembro de 2001. LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de metodologia científica. 3ª ed. São Paulo: Atlas, 1985. LÉVY, Pierre, A revolução contemporânea em matéria de comunicação, in MARTINS, F. M

e SILVIA, J. M (orgs.), Para navegar no século XXI. Editora Sulina, Porto Alegre, 2000. LÉVY, Pierre. As tecnologias da inteligência: o futuro do pensamento na era da informática. Tradução de Carlos Irineu da Costa. São Paulo, Editora 34, 1993. LOPES, Immacolata Vassallo de. Pesquisa em Comunicação. 7ª ed., São Paulo: Edições

Loyola, 2003. MAÇADA, D. L; TIJIBOY, A. V; Aprendizagem Cooperativa Em Ambientes Telemáticos, IV

Congresso RIBIE, Brasilia 1998. MARCELO, C. et all. Formación y Nuevas Tecnologías: posibilidades y condiciones de la

teleformación como espacio de aprendizaje [http://prometeo.cica.es/idea/mie/mie.htm], 1999.

MARTÍN, Alfonso G. – Educación multimedia: uma propuesta desmitificadora in APARICI,

R. (coord) – La revolución de los medios audiovisuales. Educación y Nuevas Tecnologias, Ediciones La Torre, Madrid, 1996.

MORIN, Edgard. Os sete saberes necessários à educação do futuro. Editora Cortez, São

Paulo, 2004. MOTTA, Paulo Roberto – Transformação Organizacional: a teoria e a prática de inovar,

QualityMark Editora, 3ª reimpressão, Rio de Janeiro, 2000. Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa – 2º edição – Editora Nova Fronteira, Rio de

Janeiro, 1986. OROZCO GÓMES, Guillermo. La investigación en Comunicación desde la Perspectiva

Cualitativa. La Plata, Ediciones de Periodismo y Comunicación, 1996. PALLOFF, Rena M. & PRATT, Keith. Construindo comunidades de aprendizagem no

ciberespaço: estratégias eficientes para a sala de aula on-line. Porto Alegre: Artmed, 2002.

PASSARELLI, Brasilina. Interfaces Digitais na Educação: Alucinações Consentidas. Tese de

Livre-Docência. ECA, USP,2003 POSTMAN, Neil. Tecnopólio. A rendição da cultura à tecnologia. São Paulo: Nobel, 1994. RADA, Juan. Oportunidades e risco das novas tecnologías para a educação. In TEDESCO.

Juan Carlos (org.). Educação e novas tecnologias. São Paulo: Cortez; Buenos Aires: Instituto Internacional de Planeamento de la Educación; Brasília: UNESCO, 2004.

REICH, Robert B.. O trabalho das Nações. São Paulo: Educator, 1994 ROSA, Jader André de Souza. Website Cultural: Estudo de Caso do site do Itaú Cultural.

Tese de Mestrado do Instituto de Artes da Universidade Estadual de Campinas, 2004. SHAFFER, C. & ANUNDSEN, K. Creating Community Anywhere. New York: Jeremy P.

Tarcher. Perigee Books, 1993. TERRA, José Cláudi Cyrineu e GORDON, Cindy - Portais Corporativos – A revolução na

gestão do Conhecimento, Negócios Editora, 3ª edição, São Paulo, 2002..

ANEXO 1 – DEPOIMENTOS COLETADOS PARA O ESTUDO

Depoimentos em sala de aula – TURMA 2003

Transcrição da gravação feita com a equipe de filmagem e fotografia, para o registro de

experiências vivenciadas pelo grupo no estudo através do Fórum e sobre o Fórum, em 5 de

novembro de 2003.

1a.questão

Retrospectiva com relação à análise.

Qual o olhar que deve ser dado ao material levantado?

Qual a evolução observada a partir dos fóruns, resenhas, questionários, depoimentos ?

Que perguntas hoje podem ser feitas, e que não foram pensadas no questionário ?

Reginaldo

Acho que eu comecei a participar mais porque eu perdi o medo de entrar no

fórum.

Eu coloquei (no depoimento) que eu tive trauma com a Internet. Tudo bem ?

(risos)

Elza

Eu sou o caso clássico: continuo não usando o fórum. Eu sou mais tranqüila

nas relações interpessoais, e aquela coisa que Silene lembrou bem que "estou

pondo no papel" para sempre, e nas relações inter-pessoais é diferente.

Zeila

Eu tenho participado mais aqui dos encontros presenciais, eu sinto mais

facilidade de fazer isso aqui, em função mesmo da própria relação, das

questões que surgem, e pela falta de tempo, eu acabo não entrando nos fóruns e

não tenho participado tanto. Ultimamente, agora que estamos mais envolvidos

com os textos do texto coletivo, pesquisas eu tenho participado mais com

muito mais freqüência eu tenho entrado, mas a minha facilidade de participar

presencialmente é muito maior do que no fórum.

Gilvaine

Bom, eu acho que a minha participação tanto no fórum quanto no presencial

continua muito tímida, eu estou tentando vencer essa barreira, e até comentei

no e-mail que eu recebi da Daniela no domingo, que é a forma provocativa de

estar indo para o fórum, para o ambiente, e estar discutindo e enfim que

qualquer texto que esteja me chamando para o ambiente, é benéfico neste

sentido.

Alexandre

Minha participação no fórum também deveria ser maior, eu tento equilibrar o

inter pessoal com o fórum. Eu acredito que o fórum tenha um poder de síntese.

Eu prefiro utilizar o fórum que tem um poder de síntese e objetividade... Eu

acho interessante utilizar o fórum... Mesmo porque eu acho que às vezes a

gente não tem tempo de escrever algumas coisas e pesquisar, mas acho

interessante a utilização do fórum com uma certa objetividade, sem fugir,

desvio de informação, comunicação entre as pessoas, acho isso interessante.

Anita

A minha participação no fórum, eu acho que é equilibrada, Não em excesso e

também não em falta, mas analisando como aconteceu, tenho impressão que é

pela minha preferência pela escrita, por poder e conseguir analisar situações na

forma escrita. Isso me ajudou a me expressar verbalmente.

Patrícia

A minha participação no fórum é... Quando eu comecei a participar do fórum

eu tive que parar por problemas pessoais e estou retornando agora...Comecei a

participar com alguns problemas, mas agora a minha participação é ainda

bastante tímida...

Valéria

A minha participação no fórum ultimamente tem sido bem maior. Eu creio

porque principalmente por causa do texto coletivo, por causa desse momento,

tem me dado vontade de participar. Porém eu creio que tenho participado

muito mais passivamente do que mandando ou escrevendo alguma coisa,

principalmente por causa do meu momento, que eu tenho tido pouco tempo.

Por outro lado, eu gosto muito da oralidade, então eu gosto de falar e a minha

participação em sala de aula falando é muito maior que no fórum isso não só

no curso da Brasilina, mas também em outros fóruns... falo muito mais em sala

de aula.

Telma

Bem, a minha participação em fórum tem sido muito mais em relação àquelas

atividades que a gente tem que colocar, do que praticamente pelas

participações em discussões. Até porque eu costumo entrar no fórum em casa e

a conexão não ajuda muito, no serviço já não dá para ficar como eu gostaria.

Esse também é um aspecto que eu acredito que se eu tivesse uma conexão

melhor, talvez minha participação fosse maior no fórum. De qualquer maneira

também eu me policio um pouco mais porque em sala de aula a gente fica mais

a vontade. Alguém pode chegar e brecar... olha não é bem assim.... já no fórum

eu acho que eu tenho uma responsabilidade maior com aquilo que eu vou

escrever então eu tenho que estar pautada, eu tenho que conhecer melhor, e

tem ainda essa questão de estar preocupada com aquilo que eu vou colocar no

fórum.

Reginaldo

Bom, a minha participação no fórum ela é semelhante à da sala de aula, pelo

menos, eu imagino. Porque eu não tenho facilidade de me expor para todo

mundo ao mesmo tempo. Eu prefiro conversar essas conversas paralelas. Falar

com um aqui, falar com outra pessoa na hora do café, eu me considero uma

pessoa que não tem tanta facilidade de expor um a um. Agora quando se trata

de um público assim de muita gente, eu já fico meio acanhado. Eu estou

conseguindo romper um pouco isso, porque eu acredito que aqui no ambiente,

ele conseguiu me acolher. De certa forma, e me sinto acolhido e consigo me

expressar um pouco melhor. Acho que é isso.

Daniela

A minha participação no fórum reflete os interesses que eu tenho nesse

curso....Se bem que como também o curso é parte presencial, conhecendo o

grupo... e o bom desse fórum é que ninguém corrigiu ortograficamente ou com

críticas diretas, então eu tenho o problema da linguagem, da língua, sendo

assim, eu participo do fórum em todos os assuntos que sejam de interesse do

curso... e das matérias que me interessam.

No caso desse fórum que é escrito em português, minha participação é quase

como em classe, o que não acontece em outras línguas que eu também

participo em outros grupos e em outros cursos.

Silene

A minha participação no fórum tem se mantido basicamente igual porque eu

ainda prefiro a oralidade. Eu ainda acho que o fato de ter um dia marcado para

a gente sentar e discutir os temas é muito mais rico do que ficar discutindo

através do fórum...enfim, ainda prefiro exatamente por causa dessas

características do curso... não sei depois que terminar o curso, que a gente não

tiver mais contato, se a gente vai manter uma comunidade realmente virtual e

se a gente vai continuar, aí sim trocando algum tipo de experiência ou

produzindo conhecimento juntos. É isso!

Ronildo

A minha participação, acredito que ela seja mais presencial do que no fórum...

eu escrevo pouco... acredito até porque fui trabalhar com multimídia eu fujo

um pouco do texto escrito .... eu prefiro o encontro presencial, se tem essa

oportunidade de estar vendo e falando com as pessoas eu prefiro esse

momento.

2ª questão

Obs: a transcrição da pergunta não foi integral, foi resumida.

Professora: Como é que vocês se sentem nesse curso de Comunidade Virtual de

Aprendizagem e de Prática? Ele cria motivação para que novos hábitos sejam adquiridos?

Zeila

Eu não acho que esteja assim totalmente preparada pra estar encarando essas

novas possibilidades, essas novas formas de comunicação; mas estou

plenamente disposta, tenho muita vontade e interesse. Eu ando horas e horas

atrás disso então eu acho que eu sou uma pessoa predisposta a conseguir

atingir esses e outros (objetivos).

Alexandre

Eu acho que ninguém está realmente preparado, a gente está no meio da

mudança, não é? do uso desse tipo de comunicação. Muita gente está motivada

pra aprender o uso desse tipo de comunicação... eu acredito que muita gente

está motivada como um emissor para vários receptores de um jogo

diferenciado; é uma mudança de comunicação, é uma mudança de paradigma

mesmo.

Valéria

Bem... quanto à motivação para participar desse processo de comunicação, eu

me sinto bastante motivada, mas eu creio que ele realmente foi um processo...

talvez eu ainda não esteja totalmente preparada. Hoje eu participo muito mais...

e vejo que a experiência que a gente tá adquirindo... no futuro isso vai ser

muito mais fácil.

Reginaldo

Eu me sinto motivado a mudar algumas coisas em mim, a partir desse curso.

Eu noto isso... eu acho interessante socializar esse conhecimento, porque, a

partir desse curso... eu faço coisas hoje que eu não fazia antes de começar o

curso. E... eu me disponho a fazer algumas coisas que eu não fazia antes

também. Eu sei que isso é mérito da professora e do grupo e também talvez eu

estivesse pré-disposto a participar e a vivenciar esse processo de mudanças do

presencial para o virtual.

Anita

Com relação a estar preparada para a mudança, eu acho que a gente, vivendo

nessa sociedade embasada em cibercultura, em sociedade informacional e tudo

isso que se está vivendo atualmente em um mundo globalizado, acho difícil

alguém estar preparado, mas estamos no processo de aprendizado. Agora,

conscientização sim, conscientização nós temos. Eu tenho absoluta certeza de

que a gente precisa estar aberta para novas tecnologias, essa situação de

multimeios e estudar e trabalhar... E vamos em frente.

Elza

Essa pergunta é capciosa. Ninguém vai dizer que não está preparado. Eu até

pouco tempo atrás era do tempo das cartas. Agora eu utilizo meu e-mail, então

é uma questão de tempo mesmo. Vai ser inevitável pra todo mundo ou então a

gente vai se desconectar do éter.

Gilvaine

Eu já participei de dois cursos inteiramente virtuais. Eu nunca dei muita

importância para o fórum... e pra mim todas as ferramentas eram simplesmente

uma ferramenta a mais do curso, e aqui o que a gente vê é que o fórum é o

nosso objeto de estudo, desde então e realmente está dando uma outra visão de

um curso a distância...

Silene

Bem, preparada eu não sei se estou. Acho que estou no caminho da preparação.

Disposição eu tenho, não só disposição pessoal, mas para as próprias

exigências das transformações que a gente está vivendo hoje. Então o meu

sentimento em relação às comunidades virtuais, a utilização desses novos

meios é isso aí. Estamos no olho do furacão e com um sentimento

supercontraditório em relação a isso. É super confortável você se manter a

onde está e não é nada confortável encarar uma mudança.

Daniela

O fato é que eu estou pronta para essa transição do mundo real para o mundo

real/virtual... É meio complicado. Depende das metas e objetivos e do que eu

preciso fazer. Então se a interface não for muito assustadora e eu souber mais

ou menos onde estou pisando e quais são os requisitos e qual o relacionamento

no contexto quanto aos objetivos que eu quero atingir. Então eu não tenho

outro jeito vou ter de ir em frente. De fato a turma desse curso e a Brasilina

enfim colocou a gente no ambiente virtual e eu percebi que muitos

desabafaram ou não. Começaram a digitar, a participar do fórum ativamente e

eu, como ninguém me cortou erros lexicais, eu participo de acordo com o meu

interesse quanto ao curso que é de fato é um tanto ativo.

Telma

Bem, eu me sinto motivada a trabalhar nesse novo ambiente apesar de sentir

que me faltam ainda alguns conhecimentos, mais conhecimentos. Mas essa

disciplina ajudou bastante para verificar o que seria, o que está por trás dos

bastidores dessas comunidades virtuais. Então o nosso entendimento passa a

ser diferente e a nossa participação inclusive passa a ser diferente. A

contribuição que tanto a gente pode adquirir ou receber é muito grande. Eu me

sinto motivada, mas não sei se estou completamente preparada. Outra coisa é

que eu comentei aqui brincando é que a gente tem duas barreiras a superar, por

exemplo, essa câmera é a pior.

Patricia

Eu me sinto motivada de todas as maneiras, embora como a colega falou tenho

dificuldade muito grande com a imagem. Enquanto está texto escrito, enquanto

está no áudio, enquanto está no som tudo bem, mas para mim a maior barreira

a enfrentar nessa mudança vai ser como lidar com a imagem mediada.

Ronildo

Respondendo a pergunta se a gente está nesse universo da cibercultura se

sentindo motivado, motivado sim. E de certa forma muito curioso frente às

ferramentas que a gente tem disponíveis pra gente. Nós estamos nesse curso

exatamente pra gente responder perguntas. Perguntas como usar essas

ferramentas.

3.a questão

O quanto vocês acham que os nossos encontros presenciais contribuíram para que o

comportamento de vocês, em relação às ferramentas tradicionais dos ambientes virtuais, se

tivessem modificado? Isto é, se em outros cursos ou em outras situações eles se sentiriam

motivados a estar usando ou se foram as interações presenciais ocorridas em sala de aula, que

representaram o elemento catalizador ou motivador para que isso acontecesse ?

Zeila

Eu acho que o curso contribuiu bastante. A própria proposta e discussão que a

gente tem feito em processo de formação, acho que vai ajudando a gente a

amadurecer neste processo. Então foi fundamental a proposta do curso, o

relacionamento com os colegas, o texto coletivo, força e passa a ser um

objetivo maior até mesmo para a gente se envolver muito mais, mas acho que

só curso é pouco, é preciso que haja também, além da predisposição, outras

perspectivas, oportunidades, possibilidades para que a gente vá se construindo

e consiga trabalhar um pouco melhor com essas ferramentas, colocando em

uso no cotidiano, levando para sala de aula, para as escolas, para onde a gente

tem trabalhado.

Reginaldo

Eu acho que a interação aqui do grupo foi um fator fundamental para que eu

me desinibisse, principalmente na aula que tivemos e que foi feito o

depoimento, e que cada um colocou porque cada um usava ou deixava de usar

o fórum. Eu vi que as dúvidas e os problemas que eu tinha não eram só meus.

Eu compartilhei isso com os outros e descobri que muitas pessoas tinham as

mesmas dúvidas, e isso influenciou para que eu fizesse um uso mais

aprofundado da ferramenta.

Gilvaine

A aula presencial faz com que eu, com certeza, continue o curso esperando o

êxito proposto, e eu tenho o depoimento que eu já comecei vários cursos a

distância e desisti...consegui concluir 2. Eu estou brigando para ter essa cultura

do online.

Alexandre

Acho que o curso presencial realmente estimulou a gente a utilizar as

ferramentas, mesmo porque às vezes quando eu chegava aqui, já tinha umas

conversas estabelecidas, e eu sentia que não estava em sintonia, então isso

gerou uma certa cobrança minha para estar acessando mais o fórum,

participando mais do fórum, que eu acho que é até mais ou menos esse

conceito de competitividade, através da cooperação e colaboração você se

cobrar para ter uma melhor interação e sintonia com o grupo todo.

Valéria

Eu acho que os encontros presenciais foram fundamentais para o nosso curso

principalmente porque através deles, a gente tinha idéias, que depois a gente

queria rever e discutir com o pessoal e era por isso que eu entrava no fórum ou

procurava alguma coisa, dica de site, para depois entrar e dar uma idéia, então

eu creio que nossos encontros presenciais foram muito importantes em termos

de troca e levaram a gente a utilizar o site e a participar do curso no virtual.

Telma

Eu acredito que os nossos encontros presenciais contribuíram muito para que a

gente utilizasse as ferramentas do fórum, até porque nós tínhamos uma linha

condutora, estávamos estudando alguma coisa. Então a participação, os

assuntos observados eram inerentes ao que já tínhamos estudado em sala de

aula. Fica até mais fácil trabalhar essa questão. Para mim, esses encontros

presenciais foram fundamentais para ver como as coisas estavam ocorrendo.

Eu precisei imprimir, muitas vezes, os assuntos estudados, porque na tela eu

não consigo ler tudo.

Elza

Bom, para mim, essa intertextualidade é fundamental para enfrentar qualquer

situação. Então evidentemente, que se conhecendo melhor aqui nos encontros

presenciais, isso dá a gente uma maior participação no fórum, e mesmo no

decorrer do curso.

Daniela

É evidente que as aulas, e a participação em classe, e não a participação em

classe, e a classe em si, e a Brasilina e a turma, catalizaram o fórum. Se não

fosse esse ambiente social em que a agente se conhece, que é palpável, eu não

sei quem, como teria tido coragem para escrever para o fórum. Se bem que

agora que a agente se acostumou com a interface muitos de nos, possam

participar de outros fóruns que não tenham a parte presencial.

Silene

Com certeza a interação entre as pessoas presencialmente contribui em muito

para que a gente possa usar o fórum. A gente conhece as pessoas com as quais

está falando, estabelece conexões para ver a conexão virtual. A presencialidade

neste curso é super importante para isso.

Anita

Com certeza, os encontros presenciais trazem um calor humano para qualquer

relação, e isso facilita muito a participação na parte virtual. E por outro lado

vem confirmar para mim, a tese de que a gente tem que participar dos fóruns

virtuais abstraindo o pessoal, respeitando o outro como profissional, mas

abstraindo a parte pessoal.

Patrícia

Os encontros presenciais nesse curso foram determinantes para a participação

do fórum, tanto na parte para criação dos laços quanto para a cobrança do

porque eu não estou no fórum. Então isso ressoava nos encontros presenciais,

então quando a gente se via, em grupo também. Acho que foram

determinantes.

Ronildo

Sim, com certeza os encontros presenciais foram um catalizador, serviu como

um elemento aglutinador da necessidade de estar realmente usando esses

encontros nos fóruns, o encontro virtual, é levado a cabo, em função das aulas

presenciais.

Turma 2003

Reginaldo

Perdeu o medo de entrar no fórum.

Tinha trauma com a internet.

É tímido com grande público e que individualmente consegue se expor melhor.

Na aula de depoimentos, percebeu que suas dúvidas e problemas eram

compartilhados com o grupo. Este fato fez com que se desinibisse quanto ao

uso do fórum.

Elza

Prefere a relação ser humano ser humano sem o uso da máquina na hora de se

comunicar.

Percebe a importância da internet, todos vão se comunicar via internet.

Conhecendo as pessoas do grupo presencialmente incentivou sua participação

no fórum.

Zeila

Não participa mais por falta de tempo. Mas, com o envolvimento de se fazer o

texto coletivo sua participação no fórum aumentou.

Gilvaine

Sua participação no fórum é tímida e está tentando vencer a barreira.

Fez outros cursos cuja participação foi inteiramente virtual e nunca deu muita

importância para os fóruns. Porém, nesse curso, percebeu sua importância no

ensino a distância.

Alexandre

O fórum tem poder de síntese.

Percebeu que a participação no fórum era importante, via na aula presencial

que conversas entre as pessoas do grupo que participavam do fórum eram

integradas e que ele ficava deslocado, não interagia com o grupo, se não

participasse do fórum.

Anita

Sua participação foi equilibrada no fórum.

Tem facilidade na escrita.

Os encontros presenciais trazem o calor humano para qualquer relação, isso

facilita a participação no fórum.

Patrícia

Sua participação é tímida.

Os encontros presenciais foram determinantes para a participação no fórum.

Valéria

Maior participação no fórum devido ao texto coletivo.

Não tem uma maior partipação no fórum por falta de tempo

Se sobressai nas aulas.

Prefere a oralidade.

Encontros presenciais foram fundamentais para a participação no fórum.

Telma

Dificuldade técnica de conexão em casa. No serviço tem facilidade de

conexão, porém não pode.

No fórum, a responsabilidade é maior (o que se escreve fica lá).

Os encontros presenciais foram importantes para participação maior no fórum.

Tem dificuldade de ler na tela do monitor, imprimindo os textos do fórum para

melhor compreensão.

Daniela

Não se sentiu bloqueada com comentários relativos a erros ortográficos da

língua por ela escritos no fórum.

Sua participação no presencial e no fórum de mesma intensidade,

O fórum é escrito em português, isso facilita.

O fato de conhecer as pessoas do grupo no presencial facilita a participação no

fórum.

Silene

Discutir no presencial é muito mais rico do que discutir no fórum.

A interação das pessoas no presencial facilita a participação no fórum.

Ronildo

Sua participação é pouca no fórum, pois não gosta de escrever.

A participação presencial é maior pois gosta de olhar para a pessoas com que

fala.

O encontro presencial é um catalisador, serviu para aglutinar o grupo, com

conseqüente maior participação no fórum.

TURMA 2004

Apresentação dos depoimentos dos alunos 2004 sobre

1) Participação na disciplina

2) Construção na disciplina

Claudia Vicenza Funari

Participação na Disciplina – Eu escolhi a disciplina com objetivo de ampliar

minha visão sobre ensino a distância e educação on-line, já que julgo meu

conhecimento nesta área incipiente. Nunca havia participado de uma

comunidade virtual, nem feito um curso à distância ou semipresencial.

Trabalho com as tecnologias no meu dia-a-dia, mas de maneira instrumental,

distante dos processos de educação formal. Para mim a disciplina foi muito

interessante do ponto de vista de propiciar a convivência com uma realidade

diversa. A abordagem feita pela professora e aprofundada pela literatura

indicada aponta para um caminho particularmente interessante, que poderá me

auxiliar no processo de desenvolvimento do meu trabalho de mestrado que será

desenvolvido na interface comunicação/educação. Paralelo a isto, interagir e

participar de aulas à distância, assim como participar da organização de um

trabalho em grupo mediado por um fórum descortina novas possibilidades e

entraves. Principalmente, para quem teve a oportunidade de fazê-lo pela

primeira vez. Para mim, a mediação tecnológica que é dada como um agente

facilitador, em alguns casos, age de maneira contrária. É preciso a prática

cotidiana para superar as dificuldades e as barreiras de costumes e hábitos que

muitas vezes dificultam o seu desenvolvimento. O trabalho em grupo é mais

dificultoso, porque se fazem necessárias às discussões, onde se evidenciam as

diferenças e semelhanças entre pontos de vistas, áreas de interesses, definições.

Tudo tem que ser negociado e gerenciado. Por outro lado, depois de passado o

processo é bem mais enriquecedor uma vez que é possível compartilhar a visão

do outro. Tudo isto, sendo feito a distancia e mediado pela tecnologia. Vamos

e venhamos não é pra qualquer um. Para mim foi um grande desafio,

felizmente com saldo positivo.

Construção na Disciplina – Fazer um trabalho em grupo, à distância,

mediado por possibilidades tecnológicas, que passaram pelo telefone, internet,

por sites e fóruns foi um grande desafio. Minha experiência até então, estava

restrita a um processo individual. Éramos eu, o computador e as infinitas

possibilidades de conexão.

Quando se fala em grupo, produção coletiva, mediada pelas tecnologias,

alteram-se as relações. Durante o curto período que tivemos para executar esta

tarefa, foi possível vivenciarmos as dificuldades e as facilidades, de

comunicação, de relacionamento, de organização. O que priorizar, como e de

que forma, para dizer o que? Partindo do pressuposto que formamos uma

turma heterogênea vinda de várias áreas, com pensamentos e abordagens

diversas. A parte mais trabalhosa a meu ver, não é desenvolver “a parte que lhe

cabe”, mas integrar-se ao todo e compartilhar a sua produção com o outro, e

poder compartilhar a produção do outro. As fases que tiveram que ser

obrigatoriamente vivenciadas e superadas para que a produção nascesse

acabam sendo mais importantes e ricas do que o próprio trabalho em si. Na

minha opinião os embates, as possibilidades defendidas e descartadas, os

acertos, as negociações compuseram o aprendizado de todos.

Débora Burini

Participação na Disciplina – Considero que a disciplina Criando

Comunidades Virtuais de Aprendizagem e Prática contribuiu para uma

reflexão sobre o panorama que envolve a educação à distância no Brasil,

promovendo um despertar para o tema que antes estava adormecido. Sigo

acreditando que é possível uma quebra de paradigmas na educação,

colaborando na aprendizagem, facilitando a dinâmica de ensino, além de

fomentar uma curiosidade teórica antes inibida pelas formas de acesso à

informação.

Através das análises feitas pude elaborar textos e associar as comunidades

virtuais a outras áreas da comunicação, do saber e do conhecimento. Além do

conhecimento teórico pude ter a possibilidade de interagir com as ferramentas

de comunicação oferecidas. Com a disciplina encontrei motivações para

desenvolver o trabalho Rádio na internet, a transposição das ondas em bits que

apresentei no I Congresso Mídias: Multiplicações e Convergências. Por fim,

considero as alterações que as tecnologias de comunicação introduziram na

sociedade como importantes e espero que a relação homem – máquina

extrapole a funcionalidade da comunicação e nos transforme em verdadeiros

interpretantes e produtores de novas possibilidades cognitivas.

Construção na Disciplina – Considero que a disciplina Criando Comunidades

Virtuais de Aprendizagem e Prática contribuiu para uma reflexão sobre o

panorama que envolve a educação à distância no Brasil, promovendo um

despertar para o tema que antes estava adormecido. Sigo acreditando que é

possível uma quebra de paradigmas na educação, colaborando na

aprendizagem, facilitando a dinâmica de ensino, além de fomentar uma

curiosidade teórica antes inibida pelas formas de acesso à informação.

Através das análises feitas pude elaborar textos e associar as comunidades

virtuais a outras áreas da comunicação, do saber e do conhecimento. Além do

conhecimento teórico pude ter a possibilidade de interagir com as ferramentas

de comunicação oferecidas. Com a disciplina encontrei motivações para

desenvolver o trabalho Rádio na internet, a transposição das ondas em bits que

apresentei no I Congresso Mídias: Multiplicações e Convergências. Outro

aspecto relevante é a integração entre os participantes da comunidade. Quer

por meio das aulas presenciais, quer por meio das conferências virtuais. Ao

realizarmos nossos textos individuais ou na elaboração do texto coletivo, que

gerou muita discussão uma vez que cada um possui uma reação diferente do

outro no momento de fazer sua leitura e realizar sua tarefa, o importante foi

vivenciar a experiência do coletivo para um único fim. Conviver com outras

pessoas, de outras áreas, de outras idades, de diferentes personalidades também

contribui para a aprendizagem. Viver em comunidade é ter a capacidade de

expressar seus pontos de vista respeitando as diferenças e agindo de forma a

buscar um consenso, onde o resultado colabore para a evolução do saber como

um todo. Administrar um “caos” aparente de forma coletiva, organizando as

etapas do desenvolvimento do texto coletivo, do fluxo de informações, do

planejamento das produções, dos prazos, das ausências, dos envolvimentos, é

uma verdadeira lição a ser seguida para toda a vida. É uma “grande família”

com um objetivo comum, empenhada em construir seu legado, sua identidade e

seu espaço. Por fim, considero as alterações que as tecnologias de

comunicação introduziram na sociedade como importantes, e espero que a

relação homem – máquina extrapole a funcionalidade da comunicação e nos

transforme em verdadeiros interpretantes e produtores de novas possibilidades

cognitivas.

Érica Beatriz Pinto Moreschi de Oliveira

Participação na Disciplina – Considero minha participação na disciplina

muito positiva tanto para o desenvolvimento de minhas pesquisas quanto como

experiência relevante para minhas atividades profissionais e pessoais. Apesar

do tema da minha pesquisa não estar diretamente relacionado ao conteúdo da

disciplina, a vivência experimentada no transcorrer da disciplina e a

necessidade de construir uma nova cultura de comunicação virtual

contribuíram para meu entendimento das dificuldades vivenciadas por pessoas

colocadas frente à frente com uma nova tecnologia, totalmente desconhecida e

alheia a sua experiência e atividades. A compreensão desses pontos é

fundamental para a análise dos resultados de minha pesquisa e,

profissionalmente, para a melhor compreensão das abordagens na introdução

de novas tecnologias e serviços aos usuários. Outro ponto que foi muito

valioso foi o contato que tive com ferramentas até então desconhecidas ou

pouco utilizadas, como fórum e chat com várias pessoas.

Nesses momentos o apoio oferecido pelo grupo foi fundamental para que

obtivesse sucesso. Aliás, a superação de novos desafios foi o ponto marcante

na minha participação na disciplina. No entanto, os encontros presenciais

foram fundamentais para que a participação virtual fosse bem sucedida. Talvez

por algumas pessoas do grupo não terem a cultura de participação virtual,

houve uma pequena dificuldade de definição de tópicos e direcionamento dos

trabalhos, principalmente durante a elaboração do texto coletivo. De uma

maneira geral, considero minha participação na disciplina muito positiva, por

me ter propiciado a vivencia de uma nova metodologia de ensino e, mais do

que isso ter fortalecido minha cultura de comunicação virtual através de fóruns

e chats.

Construção na Disciplina – A realização do trabalho coletivo foi um

momento de intensa aprendizagem. Trabalhar em grupo é sempre mais difícil

que fazer um trabalho individual, onde você tem uma noção do todo, sabe do

prazo e se vai dar tempo de realizar tudo. Quando trabalhamos em grupo temos

que aprender a confiar nas outras pessoas, pois seu sucesso depende muito do

envolvimento e do trabalho de todos. Além desse ponto, a questão da

negociação de opiniões diferentes também foi um momento muito precioso,

pois temos que aprender a negociar e a ceder em pontos que não são tão

fundamentais para nós e a defender nossas idéias. Esse relacionamento foi um

dos aspectos mais positivos da realização do trabalho em grupo, além de nos

forçar a aprender a respeitar diferenças, tanto pessoais quanto de competências.

Uma coisa muito interessante que ocorreu durante o período de realização do

trabalho foi a troca de papéis durante o percurso. Em diferentes momentos as

pessoas se revezaram na coordenação dos trabalhos, de acordo com suas

competências e talentos, o que foi muito positivo. Mesmo o stress que ocorreu

no final do prazo de entrega foi normal diante do desafio que tínhamos pela

frente, mas resultou em maior entrosamento do grupo, com desabafos e apoio

entre as pessoas. De uma maneira geral acredito que a prática do trabalho

coletivo foi um ganho profissional e pessoal, uma aprendizagem de se

trabalhar em equipe que raras vezes temos oportunidade de exercer

Eliene Santana Rodrigues

Participação na Disciplina – Cheguei ao final desse trabalho com a convicção

de que é possível concluir um assunto tão polêmico. Antes, tenho a certeza de

que apenas “tocamos” em temas de essencial importância para a educação à

distância. Estarmos presentes nos espaços educativos seja na condição de

aluno, seja na condição de professor, esses nos impõe reconhecer que a EAD é

um novo mundo a percorrer.

Acredito que em educação não cabe à priori um certo ou errado. Cada pessoa é

um mundo em si mesmo, e os conflitos podem decorrer das relações sociais e

pessoais, devendo os mesmos ser vividos e superados. Se estivermos dispostos

a conviver em uma comunidade virtual e nos apropriarmos destas novas

formas de ensino/aprendizado, corremos o risco de enfrentar vários desafios e

esses são indispensáveis para o nosso crescimento profissional e pessoal.

Neste sentido percebi que o ambiente criado pela disciplina contribuiu para

afirmar as teorias que consideram o professor como mediador, e o aluno como

construtor de seu conhecimento.

Construção na Disciplina – Hoje podemos perceber a grande transformação

da sociedade no âmbito educacional, verifica-se também a necessidade de

mudar o “ensino”, ou melhor, a forma de ensinar. O computador utilizado

como uma ferramenta no processo ensino-aprendizagem, é sem dúvida um

novo caminho para a educação. Acredito que essa comunidade virtual vivida

por cada um e por todos, apresentou várias formas de tratar o conhecimento,

criou ambientes dinâmicos, construtivos e interativos. Foi muito importante

perceber a construção do caminho que cada um foi traçando para que o

trabalho final fosse concluído: o respeito pelo tempo e os limites de cada um, a

iniciativa particular de cada integrante, a flexibilidade, etc. O aprendizado

adquirido na realização do trabalho coletivo foi muito construtivo, acredito que

os “erros”; ao qual chamamos no final do trabalho coletivo foi considerado um

desafio que levou cada um a agir e a construir efetivamente a comunidade

virtual. Cheguei ao final desse trabalho com a convicção de que não é possível

concluir um assunto tão polêmico, e que apenas “tocamos” em temas de

essencial importância para a educação à distância e a construção de uma

comunidade virtual. Acredito que em educação não cabe à priori um certo ou

errado. Cada pessoa é um mundo em si mesmo, e os conflitos podem decorrer

das relações sociais e pessoais, devendo os mesmos ser vividos e superados.

Foi exatamente essa experiência que pude vivenciar concretamente, a equipe

superou os desafios; e esses são indispensáveis para o nosso crescimento

profissional e pessoal. Assim, pude compreender melhor as palavras sábias de

Edgard Morin: “É preciso substituir um pensamento que isola e separa por um

pensamento que distingue e une.” Neste sentido acredito que essa comunidade

virtual foi apenas o começo de um longo caminho a percorrer. “Considero

impossível conhecer as partes sem conhecer o todo, tanto quanto conhecer o

todo sem conhecer, particularmente, as partes...” (Pascal)

Isabella Teixeira Bastos

Participação na Disciplina – O motivo pelo qual solicitei à profa. Brasilina

cursar a disciplina estava relacionado à possibilidade de aprofundamento

teórico e profissional no assunto, bem como, o de trabalhar com o tema no

mestrado e outros já descritos no questionário. A minha participação na

disciplina, portanto, esteve regulada de certo modo por essas motivações

descritas acima. Além disso, posso afirmar que ao longo da dessa, o roteiro de

atividades presenciais e virtuais, leituras propostas foram pontos que

motivaram a minha participação e busca de novas informações sobre o tema da

disciplina. Em minha opinião, o processo de construção da comunidade e a

participação crescente do grupo, incluindo a minha pessoa, começou a se

delinear melhor quando o grupo tinha uma tarefa clara para desenvolver e esta

deveria ser continuada de forma virtual, a construção do trabalho coletivo.

Outros aspectos relacionados à disciplina que facilitaram essa participação

foram a apresentação dos estudos de caso, site Tô Ligado e Pátio Paulista,

como forma prática através da qual pôde ser observado o trabalho de uma

comunidade virtual, fosse de alunos ou professores.

Outros aspectos da disciplina que podem ser destacados como mais ou menos

facilitadores para o processo de construção da comunidade podem ser vistos a

seguir:

Mais facilitadores: interatividade do site da disciplina, permitindo que o aluno,

a partir de certas condições postasse seu trabalho, o fórum disponibilizado para

o grupo ter um espaço de trocas, atitude provocativa da professora e

diversidade de experiências trazidas pelos colegas de sala. Menos facilitadores:

suporte às dificuldades, necessidade de postagem de alguns trabalhos no site

pelo pessoal da tecnologia, falta de tempo, dificuldade para encontrar o grupo

em outros momentos presenciais. Algumas sugestões que vejo como

pertinentes: investir no aperfeiçoamento de ferramentas que dêem mais

autonomia ao usuário na postagem de arquivos e outras formas de interação

atreladas ao site e dicas de utilização do fórum de discussão. De uma forma

geral, acredito que o processo de construção da comunidade virtual foi bastante

rico no favorecimento de novas experiências e aprendizados, bem como da

prática, tal como eu esperava inicialmente. Foi possível estruturar a tarefa em

um primeiro formato e por isso também acredito que poderíamos ter iniciado

os trabalhos direcionados ao texto coletivo bem antes do que efetivamente

aconteceu. O último depoimento é sobre a postura da Professora, elemento

facilitador, como constante provocadora do que poderia eu poderia ter como

contribuição, dos meus valores, das minhas concepções e das do grupo e nos

variados papéis que cada um assumiu ao longo do processo.

Construção na Disciplina – No meu ponto de vista a última aula foi uma

oportunidade importante de ver de outra forma o movimento/ momento em

que o grupo estava e que passamos para construir o trabalho coletivo. Um

momento no qual foi feito um resgate da história do grupo e do início de

construção do trabalho. Essa história começa desde as primeiras discussões que

tivemos sobre o trabalho coletivo, as resenhas individuais até o trabalho mais

concreto de sentar para escrever, discutir muito e construir aos pouquinhos

cada nova situação para o trabalho.

Dentro dessa trajetória destacaria alguns pontos mais importantes no meu

ponto de vista: Avaliei que as pessoas estavam integradas e se moveram diante

das dificuldades e desafios impostos pela tarefa de iniciar, escrever, sofrer e

finalizar o trabalho, como na fala da Débora após ter se instalado ‘o caos’

sobre o trabalho, falando sobre a conclusão do mesmo. Até esse momento o

grupo estava trabalhando bem mais e eu me incluo perfeitamente nessa

perspectiva, com suas partes, suas necessidades, interesses, dificuldades,

prioridades, dentre outras coisas. Todos estavam trabalhando dessa forma, no

entanto, tentando visualizar como cada contribuição iria culminar em um todo

e quando essa percepção desvelou-se abstrata demais para talvez ser concluída

a equipe começou a preocupar-se quanto à entrega do trabalho, inclusive

cogitando a possibilidade do trabalho não estar pronto até a data marcada para

entrega final. Outros fatos que considero relevante destacar e que aconteceram

ao longo da construção do trabalho foram: o rodízio de lideranças diante das

dificuldades e vitórias do grupo, uma dificuldade pessoal de trabalhar com

extrapolações de prazos e outras flexibilidades nesse sentido, um crescimento

importante do grupo quanto à busca de novas informações, bibliografias, de

forma que cada um sempre tinha contribuições relevantes a dar nas discussões

presenciais e /ou virtuais, d. uma preocupação importante com abordagens e

outras decisões de cunho metodológico sempre levantadas, discutidas e

trabalhadas pelo grupo. O grupo era bastante heterogêneo e isso acarretou uma

diversidade de idéias, papéis, decisões e orientações teórico-práticas e

pessoais, as quais foram difíceis de serem administradas, uma vez que também

me sinto parte dessa administração. Mas essa trouxe, como havia de se esperar

quando temos tanta diferença, um riqueza de novos olhares, de contribuições

teóricas e um ‘amadurecimento’ mais demorado, porém consistente para o

trabalho. Incluo a última aula na construção dessa consistência.

Algumas contradições, ‘minhoquinhas’ geradas no trabalho com essa

comunidade virtual ficaram em mim....‘Qual o meu papel enquanto

cientista?’‘O que posso fazer pelo professor que está dentro da sala de aula que

está alheio não só as tecnologias, mas, muitas vezes ao aluno que vai formar?’

(Não há nenhuma tentativa de instituição de culpa ao professor na condição de

alheio, mas essa é uma constatação). ‘O que fazer para construir realidades de

ensino mais estimulantes, desafiadoras, colaborativas e mais conectadas com o

mundo?’ Bem penso que essa comunidade foi importante quando se mostrou

um ponto de partida e chegada para várias idéias e novas posições pessoais e

profissionais não só minhas, mas com certeza do grupo. Estou concluindo o

texto.

Nelma T. Zubek Valente

Participação na Disciplina – A principal razão de ter escolhido cursar a

disciplina foi motivada pelo meu interesse em aproveitar ao máximo minha

última oportunidade de permanência na USP, visto que meu mestrado se

encerrava neste ano. Já havia cursado três disciplinas além das optativas

exigidas, e como ficaria ainda por mais seis meses na USP, até a defesa da

minha Dissertação, escolhi criteriosamente mais três disciplinas que julguei

pudessem acrescentar ainda mais aos valiosos aprendizados que obtive aqui:

uma na FE-Faculdade de Educação, outra na FEA - Administração e também

esta na ECA. Acabei cancelando a Disciplina da Administração porque as

aulas coincidiam com as da FE/USP. Outra razão está relacionada ao meu

interesse em aprofundar os conhecimentos sobre o assunto em virtude de ter

participado de um projeto de apoio a uma comunidade virtual formada por um

pool de empresas localizadas no Estado de São Paulo. Apesar de utilizar

diariamente a internet e já estar familiarizada com ferramentas de educação à

distância, como o fórum, em outras disciplinas cursadas no programa de

Mestrado e ministradas (colaborando no programa PAE) na FEA/USP, como:

Tapped In, na disciplina Tecnologia da Educação (Mestrado) e WEBCT – na

disciplina Tecnologia da Educação (Mestrado), Sistemas de Informações

Contábeis e Empresariais Integrados (Mestrado), Análise de Sistemas

Contábeis (PAE-Graduação), percebi, quando da utilização do chat, uma

resistência e um grande preconceito em mim mesma, quanto ao uso do MSN

para o contato entre o grupo. Já havia também utilizado o chat do WEBCT e

do Tapped In, mas, MSN, no meu entender, era coisa de adolescente. Depois

de reconhecer que esse era um grande preconceito da minha parte, precisei

vencer o desafio para poder participar de algumas discussões. Ainda me sinto

um tanto estranha usando MSN. Associei a algo fútil, destituído de seriedade.

É importante ressaltar, no entanto, que não tive essa resistência ao usar o chat

do WEBCT e do TAPPED IN nas disciplinas mencionadas. Enfim, deixando

as resistências do chat MSN, as demais ferramentas utilizadas na comunidade

não foram novidade para mim. A dificuldade inicial relacionou-se apenas às

“regras” de utilização. Foram necessárias várias trocas de mensagens para

decidirmos quais seriam as formas mais adequadas. Acabamos descobrindo

alguns detalhes, apenas com a insistência de utilização das mesmas. Considero

a disciplina bastante enriquecedora para a minha vida, apesar de não estar

relacionada com o tema da minha dissertação. Cursei por interesse pessoal de

aprendizado mesmo! Aprendi muito com a Profa. Brasilina e com os colegas.

Foi realmente mais uma grande oportunidade de aprendizado que levo da USP.

Construção na Disciplina – Foi interessante perceber como as coisas foram se

desenvolvendo a partir do momento em que iniciamos a tarefa da construção

do texto coletivo. Considero, assim como muitos dos colegas do grupo, que

tenha sido a partir desse ponto, que efetivamente a comunidade virtual

começou, de fato, a acontecer. Até então os contatos eram raros, sem um

compromisso estabelecido, muito embora a Profa. Brasilina, desde o início,

tenha oportunizado e incentivado a participação de todos em diferentes

atividades no fórum e demais ferramentas do site. No entanto, a partir do

planejamento da construção do texto coletivo, as coisas efetivamente

começaram a acontecer. E aí, como era de se esperar, vieram as dúvidas, a

enxurrada de contatos, a insistência em cobrar a participação de todos nas

discussões. Isso porque, na medida em que os contatos se estabeleciam de

forma virtual, ficava evidente a ausência de alguns membros do grupo na

discussão. Entretanto, o mais interessante, é que na seqüência, durante o

desenvolvimento do texto coletivo, alguns membros, que no início do trabalho

tiveram uma participação intensa, no final, por motivos diversos, ausentaram-

se das discussões, enquanto, membros um tanto ausentes no início, engajaram-

se de forma exemplar, em alguns casos, tomando a dianteira na condução e

coordenação do trabalho para que fosse entregue no prazo estabelecido.

Houve, portanto, uma clara troca de papéis, independentemente das funções e

tarefas estabelecidas a priori. Entendo que o papel desempenhado por alguns

membros da equipe foram fundamentais para a construção da comunidade

virtual. Alguns estiveram do início ao fim do trabalho engajados e totalmente

envolvidos com o todo, não somente na elaboração do texto, propriamente

dito, como na liderança das comunicações, no suporte e ajuda na utilização das

ferramentas, independente de função e tarefa que lhe haviam incumbido. Essas

pessoas foram marcantes. É importante destacar que, apesar de alguns

membros do grupo terem se destacado por suas iniciativas, lideranças,

capacidade e extrema competência no trabalho com mídias diversas, cada um,

à sua maneira, contribuiu bastante para a construção da comunidade virtual. Os

talentos e competências diversas de todos foram muito bem aproveitados e

utilizados na elaboração do texto coletivo a na construção da nossa

comunidade virtual de aprendizagem e de prática.

Paulo Henrique de Oliveira Lopes

Participação na Disciplina – Chegando à reta final deste curso, percebi que

pude aprender. Só isso já seria uma boa argumentação já que também estou em

um processo de constante construção de conhecimentos, superando barreiras e

dificuldades comuns a todo o aprendizado. É, indiscutivelmente, um tema

intrigante e que nos leva a várias reflexões e também a várias conclusões. A

educação é um campo muito vasto e é um processo que está em contínuo

movimento com novas abordagens, tecnologias e teorias, levando adiante uma

discussão que parece ter apenas começado. Há várias formas de se ver a

educação. O que mais me orgulha ao término desta jornada é que consegui

enxergar a importância do fator humano na colaboração da formação do

indivíduo, da participação dos diversos suportes na construção desse

conhecimento. Vi na comunidade virtual mais uma ferramenta de elaboração

de conhecimento, troca de informações e, principalmente, uma nova forma de

compartilhar experiências e práticas, antes restritas a comunidades não virtuais.

Agradeço a oportunidade de poder ter participado desta comunidade e espero

poder trocar muitas informações com esta e outras comunidades.

Construção na Disciplina – Posso dizer que sou um reincidente em ensino á

distância. É claro que a disciplina não era exatamente ensinada a distância mas

abordou bem este tema, que ainda gera uma série de polêmicas. Digo

reincidente pois tentei uma vez, há mais ou menos cinco anos, fazer um curso a

distância de Programação Neurolingüística pelo então sistema de ensino a

distância do Colégio Einstein (http://www.colegioeinstein.com.br).

A informação sobre este tipo de curso ainda era um tabu para a época, pois

quase não havia informação a respeito da aplicação do curso. Com toda a

sinceridade, não consegui passar das quinta aula, tamanha era a solidão do

estudo, da falta de contato pessoal e das inúmeras complicações pela conexão

de internet da época, com velocidade máxima de 56Kbps. Nesta disciplina,

consegui fazer um retrospecto desta minha passagem pelo curso, percebi que

não era somente o curso e as impossibilidades tecnológicas da época. O

problema também estava em mim, num processo educacional que fui criado e

na total falta de preparo intelectual e pessoal para o novo desafio. Agora, com

uma carga teórica mais apurada e uma experiência fascinante, percebo o

quanto faltava para mim. A própria construção do texto coletivo foi marcante

pois tivemos que lidar com os problemas do cotidiano, conjunturas e o tempo,

o pior inimigo nessa hora. Prazo é uma palavra que impera e com razão. A

troca de informações, as reuniões via messenger e as infindáveis trocas de

correios eletrônicos. A participação de todos é importante, o espírito de equipe

deve ser respeitado e a responsabilidade é cobrada a todo o momento. A

comunidade virtual é um pouco de tudo isso, um pouco de todos, um pouco

desses problemas que devem ser superados em prol de um objetivo único: o

aprendizado. Confesso que a minha participação foi, em sua grande maioria,

nas aulas presenciais mas acabei percebendo que a comunidade virtual pode

ser um caminho para a troca de aprendizagens e geração de conhecimentos.

Não importa se a comunidade seja ou não virtual. O que importa é a

participação e a colaboração. Essa aprendizagem é marcante.

Violeta Sun

Participação na Disciplina – Participar da disciplina Criando Comunidades

Virtuais de Aprendizagem de Prática foi realmente uma experiência

interessante e desafiadora.

Lidar com uma diversidade de pessoas de áreas de atuação diferentes, visões

de mundo, formação e experiências diversas foi realmente um desafio.

Trabalhar em conjunto fazendo uma atividade em comum foi ao mesmo tempo

gratificante e tenso.

Administrar prazos e tarefas num ambiente relativamente novo para alguns e

com focos de interesse heterogêneos é algo que se consegue entender apenas

através da experiência prática. E isto foi conseguido vivenciando os trabalhos

executados durante o curso.

Pergunto-me se mudaria algo caso a disciplina fosse iniciar novamente,

algumas coisas sim, outras não... talvez não mudasse nada... cada etapa foi

importante para construirmos um modelo em nossas cabeças e aprendermos a

respeitar o espaço de cada um. De qualquer forma, para mim, foi enriquecedor

vivenciar este modelo de aula que tenho certeza, me ajudará no

desenvolvimento de minhas atividades acadêmicas e vida pessoal.

Construção na Disciplina – A certeza de que terminamos mais uma etapa!

Terminamos com certeza diferentes e, acredito eu, maiores do que quando

começamos.

É muito fácil dizer ao final de um curso que poderia ter sido melhor, apontar as

falhas, frustrações, alegrias, enfim achar que muitos “defeitos” poderiam ter

sido evitados. A verdade é que cada crítica deve ser encarado como um

estímulo à continuidade, à melhoria, pois sabemos que se tivéssemos maior

disponibilidade financeira, de pessoal de apoio e de tempo durante todo o

curso, provavelmente teria sido mais fácil. Porém talvez o aprendizado fosse

mais lento. A interação que se criou no decorrer da disciplina só pode ser

entendido por quem realmente, já vivenciou a criação de um grupo. Saber

respeitar as diferenças individuais, aprender a trabalhar em grupo (virtual ou

não), com a pressão do tempo e com pessoas que mal se conheciam é uma

tarefa árdua. Independentemente do resultado dos trabalhos desenvolvidos, a

sinergia do grupo foi a maior conquista alcançada. Há grupos mais

“animados”, mais sérios, mais comprometidos, e cada um tem características

próprias o que os tornam diferentes. A criação de uma comunidade depende da

vontade e empenho de todos, pois cada um tem sua parcela de responsabilidade

na criação da identidade do grupo. Quanto à disciplina, alguns pontos

observados, levantados e discutidos em sala de aula:

a) Treinamento mais direcionado das ferramentas a serem utilizadas no início

do curso. Talvez por meio de apostila ou uma sessão de exercícios práticos

dirigidos, para que o grupo tenha um mínimo de nivelamento na utilização. No

caso específico do grupo, esta necessidade foi sentida devido à

heterogeneidade de formações acadêmicas, áreas de atuação e familiaridade

com ferramentas internet.

b) O sentimento de que o trabalho coletivo ficou muito para o final do curso,

deixando a sensação de que o tempo foi muito curto para a atividade. Talvez as

resenhas pudessem ser feitas trabalhando-se em duplas para já se exigir uma

interação entre as pessoas, ou individualmente, porém com apresentação do

mesmo tema por duas pessoas diferentes.

c) Devido às dificuldades de pessoal de apoio, algumas vezes sentimos

necessidade de anexar materiais (arquivos) e dependíamos da disponibilidade

de monitores disponibilizarem material no site. Creio que esta deficiência foi

posteriormente suprida pelo grupo por meio dos emails enviados diretamente

aos participantes do curso. É importante salientar que esta não é uma crítica às

pessoas envolvidas, e sim uma constatação de fatos ocorridos, pois sabemos

das dificuldades de se ter o ambiente “ideal” para as aulas. Sabemos também

que as condições gerais de sala, instalações, equipamentos, são muito

superiores à média das instituições de ensino o que contribuiu para a

motivação do grupo:

d) A professora propiciou um bom ambiente de trabalho e gerou condições

para que o trabalho se desenvolvesse dentro da proposta da disciplina: “Criar

uma comunidade Virtual de Aprendizagem e de Prática”

A análise do Texto Coletivo da Turma 2004 foi feita a partir do depoimento dos 8 integrantes

do trabalho sobre a participação de cada um na comunidade virtual e a construção desta

comunidade.

PARTICIPAÇÃO

Claudia Vicenza Funari

Interagir e participar de aulas à distância, assim como participar da

organização de um trabalho em grupo mediado por um fórum descortina novas

possibilidades e entraves.

Saldo final – positivo.

Débora Burini

Além do conhecimento teórico possibilidade de interagir com as ferramentas

oferecidas. Depoimento positivo – quebra de paradigmas na educação

Érica Beatriz Oliveira

Participação positiva, contato com o fórum e chat até então desconhecidas ou

pouco utilizadas, encontro presencial fundamental para que a participação

virtual fosse bem sucedida. Dificuldades:

algumas pessoas não tinham cultura de participação virtual:

- dificuldade na definição dos tópicos para construção do texto coletivo

- dificuldade no direcionamento dos trabalhos para construção do texto

coletivo

Eliene Santana Rodrigues

Para lidar com novas ferramentas é preciso estar disposto a correr riscos e

enfrentar novos desafios. Confirmação das teorias que consideram o professor

como mediador.

Isabella Bastos

A Construção da comunidade e participação crescente do grupo começou

quando a tarefa do grupo ficou clara. Os estudos de caso To Ligado e Pátio

Paulista ajudaram na participação. Facilitadores: A interatividade do site,

permitindo a postagem de trabalhos; Fórum e atitude provocativa da professora

Menos facilitadores: dificuldade com as novas tecnologias, falta de tempo para

realizar as tarefas e encontrar o grupo em momentos presenciais

Sugestões: aperfeiçoamento das ferramentas para maior autonomia do usuário

na postagem de arquivos, dicas de utilização do fórum. Saldo positivo para a

aprendizagem.

Nelma T Zubek Valente

Preconceito próprio com a ferramenta Chat. “Associei a algo fútil destituído de

seriedade”. A outra dificuldade regras de utilização.

Paulo Henrique de Oliveira Lopes

Comunidade virtual é mais uma ferramenta de elaboração de conhecimento,

troca de informações. Nova forma de compartilhar experiências e práticas.

Violeta Sun

Administrar prazos e tarefas num ambiente relativamente novo para alguns e

com focos de interesse heterogêneos é algo que se consegue entender apenas

através da prática.

Fazer uma atividade comum (o texto coletivo) foi algo gratificante e tenso.

CONSTRUÇÃO

Claudia Vicenza Funari

O mais trabalhoso é integrar-se ao todo e compartilhar a produção com o outro

O aprendizado foi composto pelos embates, as possibilidades defendidas e

descartadas e os acertos

Eliene Santana Rodrigues

Respeito pelo tempo e limites de cada um Iniciativa de cada integrante.

Flexibilidade.

Débora Burini

Aspecto relevante: integração dos participantes. Vivenciar a experiência do

coletivo para um único fim

Administrar o “caos” aparente de forma coletiva, o fluxo de informações,

planejamento, prazos, ausências.

Érica Beatriz Oliveira

Trabalhar em grupo é mais difícil que fazer um trabalho individual.

Negociação de opiniões diferentes. Respeitar as diferenças. Troca de papéis

durante o percurso.

Isabella Bastos

Rodízio de lideranças. Dificuldade de cumprir prazos. Crescimento na busca

de novas informações, bibliografias.

Paulo Henrique de Oliveira Lopes

A participação de todos é importante. Espírito critico deve ser respeitado.

Responsabilidade deve ser cobrada. A comunidade é um caminho para a troca

de aprendizagens e geração de conhecimento.

Nelma T Zubek Valente

A partir do planejamento da construção iniciou-se a participação e construção

do texto coletivo. Cobrança da participação de todosTroca de papéis no

decorrer do trabalho. Talentos e competências diversas.

Violeta Sun

A criação da comunidade virtual depende da vontade e empenho de todos, pois

cada um tem sua parcela de responsabilidade na criação da identidade do

grupo. Necessidade de treinamento de todos.

CONCLUSÃO

1. Os participantes já possuíam certa familiaridade com as ferramentas.

2. Metade do grupo havia tido experiência com EAD e reviram suas opiniões sobre esse

formato com uma avaliação mais positiva do que as vivências anteriores.

3. As expectativas foram atendidas parcialmente para alguns porque estes esperavam aprender

a criar ferramentas em CV.

4. As ferramentas foram consideradas de fácil utilização. Questionou-se apenas o suporte e a

falta de treinamento para a sua utilização.

5. A maior contribuição vista pelo grupo se referiu à vivência, criação e participação na CV.

Levantamento dos Registros do Forum Turma 2004

Aspecto Subjetivo : Trabalho em forma cooperada

Enviada: Qua Dez 01, 2004 9:50 pm Assunto: Relato da aula de 01/12

Pessoal,

A Violeta me pediu que fizesse um relato das discussões da aula do dia 01/12. Vou vazer um

resumo do que ficou decidido:

-Questionário

Discutimos as propostas de questionário feitas até o momento, e decidimos focar nossa linha

de investigação no processo de construção de comunidades virtuais, realizando um estudo

exploratório com a nossa turma. Assim, as perguntas do questionário foram analisadas e

refeitas, e um novo questionário proposto. Eu e Nelma iremos finalizar esse questionário e

enviar por e-mail amanhã dia 02. Todos devem responder esse questionário até o próximo dia

06 (segunda-feira) às 12h e enviar para meu e-mail ([email protected]). Eu farei as tabulações

na segunda e terça-feiras para levar alguma coisa pronta na próxima aula (08/12);

-Redação

Violeta fez um apanhado de tudo o que foi colocado no forum, e a Isabela levantou material

das outras turmas. Ficou decidido que a equipe de redação iria se organizar e dividir o

trabalho para iniciar a redação e levar um texto inicial na próxima aula (08/12);

-Referências Bibliográficas

As equipes de redação devem encaminhar para mim as referências do material que está sendo

utilizado para que eu tenha tenho hábil para normalizá-las. Ficou decidido que as referências

devem ser enviadas em duas categorias: Referências bibliográficas (material efetivamente

citado na redação do texto) e Bibliografia consultada (material lido ou consultado mas que

não foi citado na redação do texto);

- Comunicação entre os membros

Devido ao tamanho dos textos e também as limitações do forum (ex. não aceita tabelas)

decidiu-se que os arquivos devem ser enviados aos membros por e-mail, mas que uma nota de

que esse material está sendo enviado deve ser colocado no forum para que todos, inclusive a

professora, possam acompanhar nossas atividades.

Esperamos na próxima aula já apresentarmos a professora e a todos os alunos o que cada

equipe está fazendo e ter algo já encaminhado para futuras discussões. Foi consenso dos

presentes na aula de hoje fazer todos os esforços para entregarmos nosso trabalho na aula do

dia 22/12, não deixando para finalizar no ano de 2005.

Bom trabalho a todos nós. Qualquer dúvida entrar em contato com a Violeta, nossa eficiente

coordenadora.

Érica

Enviada: Qui Dez 02, 2004 9:07 pm Assunto: Aula de 01/12

Mais uma coisa.. só para constar:

A redação dos capítulos para a próxima aula ficou assim distribuído:

1. A REFORMA DO PENSAMENTO - Isabela1.1 SOCIEDADE DO CONHECIMENTO

1.2 TECNOLOGIAS DE INFORMACAO E COMUNICACAO NA SOCIEDADE DO

CONHECIMENTO

1.3 O PENSAMENTO COMPLEXO NA SOCIEDADE DO CONHECIMENTO

2.A COGNICAO HUMANA (COMO O SER HUMANO APRENDE)

2.1 TEORIAS COGNITIVAS Débora e Paulo Henrique

2.2 MULTIPLAS INTELIGENCIAS Eliene

3.COMUNIDADES VIRTUAIS Claudia

3.1 TIPOLOGIA DAS COMUNIDADES VIRTUAIS

3.2 ESTUDO DE CASO COM ALUNOS DA POS GRADUACAO (ENSINO SUPERIOR

(PUBLICO ALVO)) Érica, Violeta e Nelma

4. RECOMENDACOES GERAIS

4.1 AVALIACAO

5. BIBLIOGRAFIA

Érica

Aspecto Subjetivo : Confiança no modelo de fóruns em CVA’s

Enviada: Seg Dez 20, 2004 12:07 pm Assunto: Referências bibliográficas

Pessoal,

Abri esse tópico para ficar mais fácil.

As referências que eu recebi já estão formatadas, só preciso de alguns esclarecimentos, então

quem usou os textos por favor responda:

MANFREDI, S. M. Trabalho, profissão e escolarização: revisitando conceitos. In: Educação

profissional no Brasil. São Paulo. 2002 - AUTOR DO LIVRO EDUCAÇÃO

PROFISSIONAL NO BRASIL

NITZKE, J. A.; CAMPOS, M. B.; LIMA, M. F. P. Estágios de desenvolvimento. PIAGET.

1997b. Disponível em: Acessado em: - DADOS DO SITE OU A REFERÊNCIA

COMPLETA SE FOR IMPRESSO

WENGER, E.; MCDERMOTT, R. ; SNYDER, W. It takes a community; Informal groups

known as communities of practice are the latest technique for getting employees to share what

they know. Here are seven ways to encourage such communities in your company. CIO,

Framinghan, v. 15, n. 15, may 2002. - PÁGINAS DO ARTIGO, O TÍTULO DA REVISTA E

CIO?

Não recebi até agora as referências da Débora, por favor me mande ainda hoje que quero

terminar e mandar para a Violeta.

Bom trabalho pessoal.

Érica

Aspecto Subjetivo : Confiança no modelo de fóruns em CVA’s

Enviada: Seg Dez 20, 2004 6:26 pm Assunto: Referencia Debora

Debora,

recebi o trabalho final com sua referência e já coloquei no trabalho.

Érica Debby

Registrado

em:

Segunda-

Feira, 20 de

Setembro de

2004

Mensagens:

Enviada: Seg Dez 20, 2004 6:57 pm Assunto: como vc recebeu se eu não fiz

ainda??

Erica

não entendi como vc fez se eu ainda não terminei?

21

Restrições da Ferramenta

Enviada: Ter Dez 21, 2004 2:20 pm Assunto: É agora ou nunca hein!!!

Pessoal prestem atenção:

Estou com o texto final para a revisão, dividi as tarefas entre eu, a Nelma e a Violeta. Cada

qual com um capítulo. Porém ainda estamos com pendências na Bibliografia, portanto solicito

encarecidamente que quem usou os seguinte autores providenciem URGENTE a referida

informação, dada de acesso, endereço, etc., caso contrário teremos um texto com informações

"capengas".

Enviada: Seg Dez 13, 2004 7:12 am Assunto: Comunidades Virtuais

Claudia,

Enviei alguns comentários por email. Por favor, veja se recebeu.

Esterei revendo o texto hoje à noite.

Um abraço,

Violeta

Enviada: Sáb Dez 11, 2004 11:31 am Assunto: Recado para Claudia

Claudia,

Por favor, quando for enviar os textos para mim, envie para os meus dois emails, ok?

Enviada: Seg Dez 13, 2004 12:38 pm Assunto: comunidades virtuais

Violeta

Recebi seu e-mail, vou ler o texto anexado, caso você queira alterar alguma coisa fique à

vontade. Daqui a pouco a gente conversa.

Beijos

Claudia

Falta de Intimidade com a tecnologia

Enviada: Seg Dez 20, 2004 10:16 pm Assunto: Esqueçam

Pessoal

Desconsiderem a criação desde tópico, fui responder e criei outro sem querer. Foi mal.

Trabalho em forma cooperada

Enviada: Ter Dez 14, 2004 11:22 pm Assunto: Sumário

Oi, Pessoal. Tudo bem?

Não entendi....

Será que eu copiei errado?? Tentei copiar exatamente como as meninas colocaram na lousa.

Amanhã conversamos, ok?

bj

Eliene

Ps. PH, cadê você?

Enviada: Sex Dez 10, 2004 12:46 pm Assunto: Envio da parte teórica do

trabalho e revisões

Olá pessoal,

Esse tópico é para nos comunicarmos sobre o envio de trabalhos, as revisões já

encaminhadas e o retorno da versão revisada após isso para a Isabella.

Os papéis de cada um estão descritos em 'aula do dia 08.12.04', criado pela Eliene que fez

um resumo de tudo o que foi combinado.

Bjs

Isa.

Enviada: Ter Dez 14, 2004 12:40 am Assunto: Bibliografias e Revisões

Érika,

Enviei as bibliografias para o seu e-mail.

PH,

Como está a revisão do meu texto e o da Isabela?

bjs a todos

Eliene

Relacionamento Presencial promovendo a interação

Enviada: Qui Dez 16, 2004 1:39 pm Assunto: confraternizar, comer, rir e beber...

Esse tópico foi aberto para o planejamento da nossa festinha.

Quem vai trazer o quê?

Já definimos isso na aula retrasada, não é? Mas se vocês pudessem descrever aqui acho que

poderíamos ter uma visão do todo e replanejar algo caso fosse necessário.

Bjs

Isa.

Comodismo do participante/aluno

Enviada: Ter Dez 07, 2004 1:21 pm Assunto: Questionário respondido!

Olá, gatas! Eu mandei o questionário respondido! Será que realmente chegou a quem

deveria? Estou sabendo que estamos tendo problemas! Por favor, confirmem!

Um beijo

PH

ANEXO 2 – REPRODUÇÃO DO BLOG DO CURSO CRIANDO COMUNIDADES

VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM E PRÁTICA – TURMA 2005 DO PROGRAMA DE

PÓS-GRADUAÇÃO DA ESCOLA DE COMUNICAÇÃO E ARTES – ECA/USP

Making Of Clepsidra Sábado, Dezembro 03, 2005

Reta Final - Arremates no Texto Coletivo da CCVAeP Postagem de Depoimentos - Turma 2005 Após quatro meses exercitando os verbos "OLHAR", "OUVIR", "LER" e "ECREVER", que passaram de triviais a atos cognitivos, construimos esta experiência vivenciada na nossa Comunidade Virtual de Aprendizagem. No "OLHAR" e no "OUVIR" disciplinados realiza-se a percepção, mas é no "ESCREVER" que o pensamento exercita-se como produtor de um discurso que seja criativo e construtivo. É assim que Roberto Cardoso de Oliveira descreve o trabalho do antropólogo. Encontramo-nos na reta final, nos arremates do texto coletivo construído, como pode ser visto, com "suor e lágrimas" por um caminho árduo, mas ao final gratificante, de acordo com os depoimentos dos participantes: Izabel (2/12/2006 10:05h) "... é como um mutirão de idéias e propostas. Cada sujeito vai colocando o seu tijolo fixado com cimento para compor". Adriana (2/12/2005 – 20:27h) Ufa...estamos na etapa final, vamos lá então ao meu depoimento... "Todo trabalho realizado em grupo dá mesmo TRA-BA-LHO. Na disciplina Construindo Comunidades Virtuais de Aprendizagem e de Prática não foi diferente. Desde o início sabia que deveria usar 100% de paciência, bom senso para conviver com as diferenças...(que não foram poucas!). Já havia participado de um trabalho coletivo em ambiente virtual e isso me ajudou reforçando em mim o espírito de equipe. Hoje, fazendo um retrospecto, vejo que não foi tão difícil assim. Importante ressaltar a flexibilidade e boa vontade demonstrada por todos para que pudéssemos concluir o nosso texto coletivo, na certeza de que estamos passando pela transição para as novas maneiras de construção do conhecimento.” Davi (2/12/2005 – 19:25h)

Pessoal, lá vai o meu depoimento... "Esse negócio de texto coletivo me fez parar para pensar. Não foi fácil e ninguém disse que ia ser. Como diria Roberto Carlos, "foram tantas emoções..." Mas por outro lado possibilitou a aproximação do grupo de uma forma que não costuma ocorrer. As pessoas se expuseram, ocorreram reconhecimentos mútuos e desse reconhecimento surgiu a sinergia que fez alguns começaram a remar. No fim estávamos todos no mesmo barco, navegando. Manter o bom-humor também foi fundamental.A sensação de cumplicidade que se tem ao final é muito gratificante. O "vencemos" é muito mais gostoso do que o "venci". Saio dessa experiência convicto de que um objetivo comum tem o poder de construir uma comunidade, seja ela virtual ou não." Tina (2/12/2005 – 20:07h) "No começo: indicações de textos, livros, idéias, o tema foi se formando coletivamente via fórum e presencialmente. Após esta fase, tomamos uma iniciativa, não fora do convencional: uma divisão fragmentada da estrutura do texto coletivo: cada uma, duas ou três pessoas iriam escrever um capítulo. Porém, ao decorrer do processo, a construção fragmentada passou a ser holística, em rede. Ao longo da construção dos capítulos, novos atores iam surgindo, dando seus pitacos, indicando citações, corrigindo um errinho aqui, outro ali. A construção estava ficando realmente coletiva no texto como um todo. Agora não mais pelo fórum, mas por e-mail: versão 1, 2, 3, chegamos, finalmente, à versão 11. Ufa! O período de gestação deste nosso filho rendeu alguns enjôos, dores nas costas e enxaquecas. Mas, deu tudo certo: o parto foi normal e o bebê está sendo batizado hoje, dia 07 de dezembro. Se for para colocar no balãozinho: A gestação do texto coletivo deu trabalho. E o nome do bebê? Não foi fácil escolher! Cada um dava uma sugestão... Mas, deu tudo certo. Ele nasceu e o batizado será hoje, 07 de dezembro, na ECA". Midiam (2/12/2005 20:06h). "Pessoal, pude absorver muito... muito mesmo... ao longo de nossa trajetória achei significativo o momento da retomada!!! (http://200.204.149.238/moodle/file.php?file=/44/Aula_21_Midiam.ppt) - acho que era isto??!!! foi o empurrão para o grupo seguir... e finalizar... com roupinhas relativamente limpas!!! e nada como uma boa lavação de roupas e alguns pingos nos iiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii... vivenciamos não ser nada fácil (na prática) desenvolver um trabalho coletivo ....e também na prática propomos aos nosso alunos que façam ou simulem o desenvolvimento de trabalhos coletivos!!! sugiro repensarmos nossas práticas..." Iara 3/12/2005 10:05

Vejam a criatividade!! http://200.204.149.238/moodle/file.php?file=/44/Depoimento_Iara.ppt # posted by Anita Bliska @ 10:55 PM 0 comments links to this post

Sábado, Novembro 19, 2005

Pesquisa sobre Comunidades Virtuais de Aprendizagem Postagem da pesquisa sobre Comunidades Virtuais de Aprendizado. Convido e agradeço a participação. O arquivo encontra-se publicado em : http://200.204.149.238/moodle/file.php?file=/43/Roteiro_para_Entrevista_V2.doc Solicita-se enviar respostas para [email protected] # posted by Anita Bliska @ 6:26 AM 0 comments links to this post

Segunda-feira, Novembro 14, 2005

Comunicação e Gestão - PÁTIO PAULISTA Aula do dia 09/11 Sala do Laboratório de Pós-Graduação do NICA/ ECA/USP http://www.patiopaulista.sp.gov.br/ O estudo de caso apresentado provoca reflexões sobre os temas :

1. inclusão digital

2. comunicação escrita

3. comunicação em língua inglesa

4. BD de objetos de aprendizagem

5. geração de indicadores para gestão educacional pública

Na 2a. parte da aula dedicada à discussão do texto coletivo, as etapas de redação e complementação da análise conceitual foram iniciadas para o desenvolvimento do "core" do projeto que deverá ser apresentada na aula do dia 16/11.

Na aula do dia 16/11, reservada à orientação para construção da monografia, algumas correções de rota foram feitas.

Capítulo IV - colaboração e cooperação - complementar com sustentação teórica.

Capítulo V - foco no objetivo, ressaltando as dimensões do forum para o público e privado. Tecer a análise com os relatos identificados para comprovação da hipótese.

Capítulo Metodologia - referenciar metodologia etnográfica.

# posted by Anita Bliska @ 1:07 PM 0 comments links to this post

Segunda-feira, Outubro 31, 2005

Interfaces na Educação - estudo de caso Aula do dia 19/10 Sala do Laboratório de Pós-Graduação do NICA/ ECA/USP O estudo de caso apresentado traz reflexões sérias relativas a:

1. instâncias de TI

2. instâncias de pesquisa

3. conteúdos digitais interativos

4. mediação

5. disponibilização de um espaço de visibilidade pessoal

6. modelo de implementação através de multiplicadores

Na seqüência desenvolveu-se o planejamento das atividades de construção do Texto Coletivo 2005, ficando definidos:

• estrutura do trabalho:

1. metodologia

2. comunidades virtuais

3. colaboração e cooperação em ambientes virtuais de aprendizagem

4. levantamento dos dados e resultados

5. discussão dos dados

6. considerações finais

7. referências bibliográficas

• responsabilidades/papéis

Izabel e Nadia - incluir no capitulo 3 definição sobre forum, comunidade induzida e espontânea (segundo proposta de definição do Davi)

Alfredo e Sueli - metodologia (depois deve encaminhar para o Davi e Svea para complementação)

Tina, Adriana e Svea - Capitulo cooperação e colaboração Davi - organização dos depoimentos - encaminhando para análise. Será publicado no forum para palpites de todos

Midiam e Nadia - colaboração em todos os tópicos levantados Izabel - montando o texto coletivo no word e disponibilizando na lista de emails

Anita - publicação da relatoria em blog

# posted by Anita Bliska @ 10:43 AM 1 comments links to this post

Sábado, Outubro 22, 2005

Teorias sobre a aprendizagem humana Aula do dia 05/10 Sala do Laboratório de Pós-Graduação do NICA/ ECA/USP Apresentação do conteúdo teórico para embasamento das discussões sobre o surgimento da Sociedade pós-moderna, a Sociedade do Conhecimento e como nos incluímos nela. Dia calmo para o avanço das discussões do tema e definição de coleta dos subsídios necessários à pesquisa. Ficou decidido que para mantermos o que Luiz Henrique de Lima Araújo afirma ser necessário: "que dois fatores determinam o desempenho de uma comunidade virtual a interatividade e a conectividade, e que interatividade não é sinônimo de conectividade, ou seja, o fato de uma pessoa interagir virtualmente com outra não significa que estarão conectadas. A conexão pressupõe, portanto, uma qualidade dessa interação, pois é essa qualidade que gera um compromisso, uma cumplicidade entre as pessoas." Esclarecidas as condições da pesquisa ficou assim defindo: "Qui Out 06, 2005 9:08 pm Assunto: “Ata da aula de 05/10/05” Olá a todos. Nádia, sem atrapalhar a sua semana de mediação, mas prometi enviar o resumo da aula: Partimos do rascunho publicado em 05/10 com o “esqueleto inicial” do nosso TC_2005, com a proposta sugerida pela Lina de incluir a turma de 2005 no trabalho. Objetivos/Problema/Hipóteses O objetivo geral do trabalho é a análise sobre a participação em fóruns de Comunidades Virtuais de Aprendizado, identificando facilidades e dificuldades. O recorte da análise está focado sobre o estudo das participações nos fóruns das Comunidades Virtuais de Aprendizado, criadas a partir da disciplina de pós-graduação - Criando Comunidades de

Aprendizagem e de Prática - da Escola de Comunicações e Artes da USP, sob a regência da Profa. Brasilina Passarelli, turmas 2003 e 2004. O estudo endogênico se justifica pela possibilidade de categorização do conteúdo dos registros do fórum e pelas pesquisas das turmas anteriores publicadas nos trabalhos coletivos e disponíveis no ambiente criado especialmente para o desenvolvimento da disciplina. A hipótese a ser estudada na análise da participação em fóruns de CVA’s se refere à determinação de quais aspectos, subjetivos ou técnicos, contribuem para a facilitação ou não das contribuições em discussões instaladas em fóruns virtuais. A integração ficou estabelecida, em princípio, pela inclusão de depoimentos pessoais da nossa turma sobre a participação de cada um no fórum, como se vê, facilidades e dificuldades. A Iara sugeriu a inclusão de um recorte mais específico no objetivo geral do trabalho ficando : “O objetivo geral do trabalho é a análise sobre a participação em fóruns de Comunidades Virtuais de Aprendizado, NA CONSTRUÇÃO DE UM TEXTO COLETIVO, identificando facilidades e dificuldades.” Tarefas definidas pelos e para os presentes: Alfredo e Sueli – levantamento dos conteúdos de depoimentos sobre a participação em foruns, turma 2003 Iara e Bel - levantamento dos conteúdos de depoimentos sobre a participação em foruns, turma 2004 Adriana e Nádia - levantamento dos conteúdos de depoimentos sobre a participação em foruns, no tópico “Resenhas” Midiam e Anita - levantamento dos conteúdos de depoimentos sobre a participação em foruns, Tópico Texto Coletivo Cristina – amarrar a bibliografia, citações e sugestões já feitas de textos e autores para o nosso referencial teórico. Davi – está de férias pelos próximos 15 dias. (ele não sabe o que é juntar/redigir e dar um corpo a esse volume de informações que estamos levantando!!! – nos aguarde). beijos e bom trabalho!!!! P.S. A Bel já publicou o começo da nossa contextualização. " # posted by Anita Bliska @ 2:05 PM 0 comments links to this post

Segunda-feira, Outubro 17, 2005

Catatonia Paradigmática e novos papéis para alunos e professores

Aula dia 28/09/2005 Sala de treinamento da Escola do Futuro (dia de paralização parcial de funcionários da USP). Após a apresentação do conteúdo teórico, a discussão sobre o forum do curso foi inciada.

O "Jornalista de plantão" da turma observa que notou "ter rolado um stress" nas discussões do forum nas semanas de greve da USP (29/08 a 16/09/05). Acrescenta ainda ter discordado sobre a forma como se decidiu por votação e não por consenso, ao final do prazo dado para as discussões, sobre o provável tema/hipótese(s) do TEXTO COLETIVO!!

Aqui a relatora abre um parêntese para esclarecer aos leitores:

Em sala de aula foi estabelecido um prazo para a nossa comunidade - 31/08/05 - para o fechamento do tema/problema/hipótese do TEXTO COLETIVO da turma deste semestre. As propostas foram sendo apresentadas, e, dos 11 participantes do forum, 7 haviam concordado com a proposta da "Editora" e da "Revisora nº 1". A "Relatora" (esta que vos escreve) se arvorou, fez a contagem, publicou os resultados achando que estavam todos de acordo. Ledo engano!! Faço aqui meu "mea culpa"!

O "Pacificador" concorda com o "Jornalista" e esclarece que antes das "lufadas do Katrina" que assolaram esta turma, "estavam todos envolvidos nas discussões e caminhávamos, mais ou menos, na mesma sintonia" e que com a quebra provocada pelas "discussões desnecessárias" o tema não progrediu.

A "Caçula" - mediadora da semana no forum, fez um resumo das propostas discutidas e se comprometeu a publicar no forum para que se retomem os trabalhos para a construção da monografia que é o TEXTO COLETIVO, e stá registrado em http://bpassarelli.futuro.usp.br/pos/forum/viewtopic.php?t=143

Comprovando o retorno aos trabalhos temos a participação da "Revisora nº 1": "Qui Set 29, 2005 4:40 pm Assunto: de passagem..... Tina: ficou muito bom o registro que vc fez da discussão da aula de ontem. Adriana: A aula foi muito boa. A exposição da Lina foi brilhante. A nossa discussão sobre o texto coletivo tb foi muito produtiva. Como vc disse, temos, sim, muito trabalho pela frente. Anita: esse é pra vc......rs...rs... Pessoas: vou ler tudo com atenção, pensar, amadurecer e volto. certo? Abraços....." # posted by Anita Bliska @ 12:41 PM 0 comments links to this post

Quarta-feira, Outubro 12, 2005

Orientação Metodológica

Aula 21/09/2005. Laboratório de pós-graduação NICA/ECA/USP. Os astros estavam embuídos do espírito do Katrina, ou do Rita!!! A definição de um trabalho coletivo passa por diversas fases. Neste ponto, os participantes do TEXTO COLETIVO estavam sofrendo das influências do Katrina. Não houve consenso sobre o tema, problema, hipótese ou justificativa. A intervenção da Mestra foi providencial. O desconforto era sensível, visível e audível. O conflito de idéias, e posições é bem vindo. Dele nasce a negociação, a reavaliação de posturas (quem sabe engessadas?), a colaboração e a participação construtiva. Aplacados os ânimos, eis que começa a ser delineado o projeto, com tema, problema, hipóteses possíveis de serem comprovadas ou contestadas. As mangas estavam arregaçadas(*). (*) de cunho popular em vocábulos documentados antes do sec.XIV na língua portuguesa - Dicionário Online Houaiss - http://houaiss.uol.com.br # posted by Anita Bliska @ 4:04 PM 0 comments links to this post

Segunda-feira, Outubro 10, 2005

Primeiras Resenhas no Contexto de Comunidades Virtuais AULA 3 - 24/08/2005 A construção de quaquer texto requer leituras. A construção de um TEXTO COLETIVO exige pois, muito mais. Os participantes desta construção estão, de alguma forma, comprometidos com um projeto de qualificação pessoal. Neste sentido a coordenação de distintos pontos de vista, dada a formação multi-disciplinar dos alunos, aliada à necessidade de organização em um sistema qualquer, para nivelamento de conhecimentos e mesmo de posturas, conduz a uma estruturação não muito ordenada, auto-regulada, dinâmica e fonte de transformações na definição de limites onde transitar. Neste ponto, foram feitas leituras para trazer a um consenso dos temas sobre os quais se poderia pensar para o TEXTO COLETIVO.

Seguem as resenhas e seus autores: 23/08/2005 TECNOPÓLIO: A RENDIÇÃO DA CULTURA À TECNOLOGIA Anita Vera Bliska 23/08/2005 EDUCAçãO NA CIBERCULTURA: HIPERTEXTUALIDADE, LEITURA, ESCRITA E Midiam Gomes 24/08/2005 TECNOPóLIO: A RENDIçãO DA CULTURA à TECNOLOGIA Cristia Alvares Beskow 24/08/2005 RESENHA DO LIVRO “EDUCAÇÃO NA CIBERCULTURA” DE ANDREA CECILIA RAMAL Sueli Cardoso Pitta 24/08/2005 EDUCAçãO NA CIBERCULTURA - HIPERTEXTUALIDADE,... Alfredo Davis Nanias Cewin 24/08/2005 RESENHA - LIVRO DA RAMAL - EDUCAçãO NA CIBERCULTURA Adriana Paula Borges 27/08/2005 TECNOPÓLIO - CAPíTULOS 6 E 7 Maria Izabel de Araujo Leao 28/08/2005 AOS QUE MORAM NOS TEMPLOS DA CIêNCIA Maria Izabel de Araujo Leao 30/08/2005 TEORIA E PRÁTICA DA PESQUISA CIENTÍFICA Midiam de Melo Patricio Gomes 31/08/2005 RESENHA DO LIVRO: METODOLOGIA DO TRABALHO CIENTíFICO DE ANTôNIO JOAQUIM SEVERINO Sueli Cardoso Pitta 31/08/2005 PESQUISA EM COMUNICAçãO: FORMULAçãO DE UM MODELO METODOLóGICO Anita Vera Bliska 31/08/2005 PESQUISA EM COMUNICAçãO: FORMULAçãO DE UM MODELO METODOLóGICO Cristia Alvares Beskow 02/09/2005 COMO SE FAZ UMA TESE Maria Izabel de Araujo Leao 06/09/2005 RESENHA : “PESQUISA SOCIAL: TEORIA, MéTODO E CRIATIVIDADE” Iara Nordi Castelani 09/09/2005 RESENHA:ARRABAL,ALEJANDRO K. TEORIA E PRáTICA DA PESQUISA CIENTíFICA. DIRETIVA,2005 Alfredo Davis Nanias Cewin 20/09/2005 EDUCAçãO EM REDE: UMA VISãO EMANCIPADORA Maria Izabel de Araujo Leao 27/09/2005 A COLABORAÇÃO E A COOPERAÇÃO EM AMBIENTES VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM Anita Vera Bliska 28/09/2005 FORMAÇÃO DO PROFESSOR Nadia Moraes 03/10/2005 RESENHA - UMBERTO ECO - CAP. 4 Adriana Paula Borges

Algumas considerações ainda foram apresentadas ressaltando a linguagem hipertextual, a identificação do percurso metodológico de Bakthin, Piaget e Vigotsky e como transpor para a realidade. Os conflitos avanços e retrocessos da tecnologia e a transposição desse novo contexto e conteúdo para a sala de aula são os desafios dos novos professores nesta perspectiva de reconstrução do conhecimento.

# posted by Anita Bliska @ 12:15 PM 0 comments links to this post

Domingo, Outubro 09, 2005

Do papiro à Internet e a narrativa não linear Aula 2 - 17/08/05 http://bpassarelli.futuro.usp.br/pos/conteudo/papiro.htm O pano de fundo ou a contextualização do curso é feita pela apresentação de fatos marcantes da evolução do homem de forma linear, acompanhado numa linha do tempo. A maior paticipação ocorre com a presentação do vídeo de lançamento do Macintosh, onde algumas estruturas do "status quo" são contestadas e surge fortemente a presença da mídia estabelecendo-se como o 4º poder. As discussões giraram em torno destes momentos pinçados na linha do tempo e do impacto que o vídeo ainda causa. O debate sobre o tema do Texto Coletivo ficou para a aula do dia 24/08, com as discussões sobre as 1ªs resenhas apresentadas pelo grupo. # posted by Anita Bliska @ 6:55 PM 0 comments links to this post

Quinta-feira, Outubro 06, 2005

Making Of CCVAeP CONSTRUÇÃO DE UM TEXTO COLETIVO Este relato faz parte de um trabalho coletivo inserido na proposta do curso de pós-graduação da Escola de Comunicações da USP, na disciplina "Criando Comunidades Virtuais de Aprendizagem e Prática", sob a orientação da Profª. Drª. Brasilina Passarelli. A proposta é observar, tentando ser o mais isenta possível, as relações construídas (às vezes desconstruídas) pelo grupo no planejamento, pesquisa e desenvolvimento na "construção" de um Texto Coletivo, que é a monografia válida para obtenção dos créditos da disciplina. Assim, a cada semana, tendo o curso como roteiro, um "tijolinho" ou uma página da monografia estará sendo adicionada ou escrita, aqui documentada"em of!" O curso teve início em 10.08.2005, mas por incompetência da relatora, só agora em outubro, ele começa a sair dos alfarrábios da "etnógrafa virtual" de plantão e passará ao seu formato virtual real. # posted by Anita Bliska @ 6:21 PM 0 comments links to this post