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Participe dos treinamentos IPECONT desse mês!!! - INTENSIVO DE ICMS e ICMS/ST, 09/12; - PIS e COFINS, 10/12; - FORMAÇÃO DE ANALISTA FISCAL & TRIBUTÁRIO, 14/12; - PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO PARA 2017, 15/12.

Participe dos treinamentos IPECONT desse mês ... · para isso temos que agir com verdade, ... os desbravadores, sonhadores, ... as provas apresentadas no processo mostram que há

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Participe dos treinamentos IPECONT desse mês!!!

- INTENSIVO DE ICMS e ICMS/ST, 09/12;

- PIS e COFINS, 10/12;

- FORMAÇÃO DE ANALISTA FISCAL & TRIBUTÁRIO,

14/12;

- PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO PARA 2017, 15/12.

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Pressclipping em 05.dez.2016

"Três coisas fazem duvidosa, perigosa e terrível a

morte. Ser uma, ser certa, ser momentânea."

Padre Antônio Vieira

Chapecoense, exemplo de paixão com gestão

29/11 - Magda Battiston para Editorial do Blog Contabilidade na TV

De Chapecó, em Santa Catarina, veio uma inspiração. Assistir ao sucesso deste Clube, a Associação

Chapecoense de Futebol, é ver concretizado um exemplo de que é possível sonhar grande e realizar, mas

para isso temos que agir com verdade, com gestão e inovação. A Arena Condá, por exemplo, não é apenas

um estádio de futebol, mas sim um espaço utilizado pela prefeitura para alocar serviços públicos o ano

inteiro. Isso é gestão eficiente! Tenho certeza de que este "case de sucesso" também passa por um clube

com contas em dia, uma contabilidade gerencial que auxilia no planejamento, enfim, estes ensinamentos

que os bons gestores sabem e tentam aplicar, mas que na Chape é prática e é palpável.

Sendo eu uma Chapecoense de nascimento, sei bem o poder acolhedor desta cidade colonizada por gaúchos,

os desbravadores, sonhadores, realizadores e entusiastas. Sempre tive orgulho da terra onde nasci, mas ver

meu time me inflamava de felicidade. Eles representavam com excelência a garra, a coragem, a alegria e a

vontade de vencer. Obrigada a nossa Chape, que apaixonou muitos pelo Brasil a fora e se tornou o segundo

time de outros tantos. Força para os dirigentes que ficaram. Não desistam! Desta forma nossa blog se

solidariza com estas famílias que terão de enfrentar um final de ano tão doloroso quando aguardavam

ansiosas por merecidas festividades.

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Deputados 'cospem na cara' do povo que pediu as 10

Medidas e desfiguram o projeto

Publicado por Folha Política

Em uma longa sessão que se iniciou pouco depois da meia-noite e se estendeu pela madrugada, os

deputados desfiguraram o projeto das '10 Medidas' que tinham acabado de aprovar.

Durante a madrugada, a Câmara:

Aprovou lei de abuso de autoridade para juiz e promotor.

rejeitou a criação do Programa de Proteção e Incentivo a Relatos de Informações de interesse

público.

o "reportante do bem" - rejeitou a extinção de domínio, a retirada de direito de propriedade e posse

de bens frutos de infração ou improbidade.

derrubou a necessidade de reparação total de dano nos casos de corrupção para progressão de

regime de condenados.

suprimiu as alterações no regime de prescrição propostas pelo projeto.

derrubou o "confisco ampliado” no enriquecimento ilícito, que previa a perda da diferença entre o

patrimônio lícito e o fruto de crime.

eliminou o acordo penal, em que defesa negociaria com a acusação uma confissão em troca de

pena menor, a ser homologada pela Justiça.

retirou do projeto a supressão da fase judicial da defesa prévia nos casos de corrupção (Parte da 5ª

das 10 medidas).

derrubou a parte do projeto que previa mais poder para o Ministério Público em acordos de

leniência com pessoas físicas e jurídicas em ato de corrupção.

aprovou emenda do deputado Carlos Marun, prevendo que advogado fique à esquerda do juiz e

estabelecendo prisão por violação de prerrogativas dos advogados.

derrubou a responsabilização de partidos por atos de filiados.

derrubou a devolução de dinheiro e multa quando as contas do partido são desaprovadas, que

previa responsabilização de dirigente partidário Os deputados cancelaram as atividades da manhã

para poderem descansar.

Luciana Camargo, com informações do Jota

Folha Política

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Dinheiro de lobista

STF aceita denúncia e Renan Calheiros torna-se réu por peculato

1 de dezembro de 2016, 20h38

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), tornou-se réu nove anos depois de ter sido

acusado de usar recursos de um lobista para pagar as despesas de uma filha que teve fora do casamento

com a jornalista Mônica Veloso. A decisão foi tomada pelo Supremo Tribunal Federal nesta quinta-feira

(1º/12), por 8 votos a 3.

Presidente do Senado é acusado de usar dinheiro de lobista

para pagar despesas de uma filha que teve fora do casamento.

Segundo a denúncia, Mônica teria recebido R$ 16,5 mil mensais entre janeiro de 2004 e dezembro de

2006. O caso foi revelado em 2007, e, à época, as denúncias fizeram Renan Calheiros renunciar à

Presidência do Senado. Com a decisão, o parlamentar é o primeiro presidente do Senado a se tornar réu na

história do Brasil.

Seguindo voto do relator do caso, ministro Edson Fachin, a corte, além de aceitar a denúncia por peculato,

entendeu que as acusações de falsidade ideológica e uso de documento falso prescreveram em 2015, oito

anos depois de a infração ter sido cometida. O parlamentar também foi acusado de ter adulterado

documentos para justificar os pagamentos pelo lobista.

O presidente do Senado é investigado em outros 10 inquéritos que tramitam no STF. Além da denúncia

aceita nesta quinta-feira pela corte, há outro pedido de investigação não despachado pelo relator, ministro

Teori Zacascki.

Documentos particulares ou públicos De acordo com Fachin, as provas apresentadas no processo mostram que há indícios de que Renan

Calheiros usou notas fiscais para mascarar desvios de verba indenizatória do Senado para simular os

contratos de prestação de serviços de locação de veículos.

“A denúncia imputa ao acusado a celebração de mútuo fictício com a empresa Costa Dourada Veículos

para fim de, artificialmente, ampliar sua capacidade financeira e justificar perante o Conselho de Ética do

Senado capacidade de arcar com o pagamento de pensão alimentícia”, disse o ministro.

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Rosa Weber, Luiz Fux, Marco Aurélio, Celso de Mello e presidente do STF, Cármen Lúcia, também

acompanharam o voto do relator pelo recebimento parcial da denúncia. Apesar de acompanhar o relator, o

ministro Teori Zavascki disse que a denúncia apresentada pelo Ministério Público "não é um modelo de

denúncia" e disse que "os indícios são precários e estão no limite".

O ministro, que é relator da operação “lava jato”, também disse que a corte não pode ser responsabilizada

pela demora no julgamento do processo. “Dos 100 inquéritos que tenho aos meus cuidados envolvendo

pessoas com prerrogativa de foro, 95 não estão em meu gabinete e cinco estão de passagem, e apenas dois

dependem de exame de recebimento da denúncia. O Supremo é juiz, não é investigador, não é ele que

busca a prova, ele que julga.”

O ministro Luiz Roberto Barroso votou diferente do relator, aceitando a denúncia em relação aos três

crimes. “Considero como documentos públicos um número maior do que o relator considerou”, disse

Barroso para justificar sua decisão. Os crimes de falsidade ideológica e uso de documento falso só

estariam prescritos se os documentos que embasam essas acusações forem considerados particulares.

"Criação mental" e “certa criatividade" Os ministros Dias Toffoli, Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski votaram pela rejeição total da

denúncia por entenderem que não há indícios para o recebimento da denúncia. Toffoli considerou as

acusações como "criação mental" do Ministério Público.

"Não se logrou na investigação provar que o serviço [da locadora de veículos] não foi prestado, mas como

não houve trânsito de valores em contas bancárias, [se] deduz que o serviço não foi prestado para o

recebimento da denúncia.", criticou Toffoli.

Lewandowski também criticou a falta de provas na denúncia disse que "houve certa criatividade" por parte

da PGR. "Por mais contundentes que sejam os indícios de prática criminosa, o inquérito não pode se

transformar em instrumento de devassa na vida do investigado, como se todos os atos profissionais e

sociais por ele praticados ao longo de anos fossem suspeitos ou merecessem esclarecimentos. A denúncia

deve ser objetiva."

Já Gilmar Mendes disse que a PGR deveria ter "honestidade intelectual" de pedir o arquivamento. "Nós

temos um clássico caso de inépcia, já reconhecido pelo relator [Fachin], quando disse que [a prova] está

na zona limítrofe, na franja."

Linha sucessória Renan Calheiros é o segundo na linha sucessória presidencial, atrás apenas do presidente da Câmara,

Rodrigo Maia (DEM-RJ). Foi justamente essa posição na sucessão do presidente da República o

argumento usado pelo Supremo Tribunal Federal para afastar Eduardo Cunha da presidência da Câmara

dos Deputados, atualmente ocupada por Maia.

À época, Cunha era acusado de quebra de decoro. Depois, tornou-se réu pela segunda vez por

supostamente enviar dinheiro à Suíça sem o conhecimento do Fisco brasileiro. Na liminar concedida antes

da análise do caso pelo Plenário, o ministro Teori Zavascki ressaltou que, para ocupar a Presidência da

República, o presidente da Câmara deve preencher os “requisitos mínimos” estabelecidos pela

Constituição para o exercício do cargo. Entre eles, não ser réu em processos penais no Supremo.

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“Ao normatizar as responsabilidades do presidente da República, o texto constitucional precatou a

honorabilidade do Estado brasileiro contra suspeitas de desabono eventualmente existentes contra a pessoa

investida no cargo, determinando sua momentânea suspensão do cargo a partir do momento em que

denúncias por infrações penais comuns contra ele formuladas sejam recebidas pelo Supremo Tribunal

Federal”, disse o ministro.

“Diante dessa imposição constitucional ostensivamente interditiva, não há a menor dúvida de que o

investigado não possui condições pessoais mínimas para exercer, neste momento, na sua plenitude, as

responsabilidades do cargo de Presidente da Câmara dos Deputados, pois ele não se qualifica para o

encargo de substituição da Presidência da República, já que figura na condição de réu no Inq. 3.983, em

curso neste Supremo Tribunal Federal”, complementou.

Mas há uma diferença entre os casos de Cunha e Calheiros: o ex-presidente da Câmara dos Deputados

também era acusado de usar seu cargo para interferir em investigações movidas contra ele. No caso do

deputado cassado, a Procuradoria-Geral da República afirmou que ele “transformou a Câmara dos

Deputados em um balcão de negócios e o seu cargo de deputado em mercancia”.

A advogada Vera Chemim ressalta que a situação só será definida depois do julgamento da Arguição de

Preceito Fundamental 4.502, que analisa justamente esse caso. O julgamento dessa ação está suspenso

depois que o ministro Dias Toffoli pediu vista do caso.

"É possível afirmar que o Presidente do Senado Federal deverá permanecer no cargo, pelo menos até que

o STF termine o julgamento dessa questão, especialmente pela sua capacidade de liderança, indispensável

para a aprovação de projetos e reformas importantes, de interesse do Presidente da República, para a

estabilização e o crescimento econômico do país”, opina.

Apesar da ação, a presidência do Senado mudará de mãos no ano que vem, pois ocorrerá em fevereiro a

Revista Consultor Jurídico, 1 de dezembro de 2016, 20h38

Criminalização prejudicial

Interromper gestação até 3º mês não é crime, decide 1ª

Turma do STF em HC

29 de novembro de 2016, 22h25

Por Brenno Grillo

A proibição ao aborto é clara no Código Penal brasileiro, mas deve ser relativizada pelo contexto social e

pelas nuances de cada caso. Por exemplo, a interrupção da gravidez é algo feito por muitas mulheres, mas

apenas as mais pobres sofrem os efeitos dessa prática, pois se submetem a procedimentos duvidosos em

locais sem a infraestrutura necessária, o que resulta em amputações e mortes.

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Para Barroso, a criminalização do aborto traz mais prejuízos do que benefícios. Fellipe Sampaio/SCO/STF

Essa é a síntese do voto-vista proferido pelo ministro Luis Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal,

nesta terça-feira (29/11), no julgamento do Habeas Corpus 124.306. Com o voto de Barroso, a 1ª Turma

da corte, por maioria, entendeu que a interrupção da gravidez até o terceiro mês de gestação não pode ser

equiparada ao aborto. No caso, duas pessoas foram presas acusadas de atuar em uma clínica de aborto. A

decisão não é vinculante.

Sobre as prisões — que foram anuladas de ofício porque o HC foi visto como substitutivo do recurso

ordinário constitucional —, Barroso destacou não haver razão para mantê-los detidos, pois todos têm

endereço fixo, são réus primários e não apresentam riscos à ordem pública ou à instrução criminal. O

ministro também ressaltou que os acusados têm comparecido aos atos de instrução e cumprirão pena em

regime aberto se forem condenados.

Os réus foram presos preventivamente em 2013, mas soltos pelo juízo da 4ª Vara Criminal da Comarca de

Duque de Caxias (RJ). Um ano depois, foram detidos novamente após recurso do Ministério Público

estadual à 4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do RJ. A reforma na decisão motivou

questionamento ao Superior Tribunal de Justiça, que não conheceu do pedido de liberdade dos acusados.

Criminalização desproporcional Já sobre o aborto, Barroso disse que a criminalização de atos como o julgado ferem diversos direitos

fundamentais, entre eles, os sexuais e reprodutivos da mulher. “Que não pode ser obrigada pelo Estado a

manter uma gestação indesejada.”

O ministro também ressaltou a autonomia da mulher, o direito de escolha de cada um e a paridade entre os

sexos. Mencionou ainda a questão da integridade física e psíquica da gestante. “Que é quem sofre, no seu

corpo e no seu psiquismo, os efeitos da gravidez.”

Especificamente sobre a condição social da mulher que decide abortar, Barroso criticou o impacto da

criminalização do ato sobre as classes mais pobres. “É que o tratamento como crime, dado pela lei penal

brasileira, impede que estas mulheres, que não têm acesso a médicos e clínicas privadas, recorram ao

sistema público de saúde para se submeterem aos procedimentos cabíveis. Como consequência,

multiplicam-se os casos de automutilação, lesões graves e óbitos.”

A criminalização, continuou Barroso, viola o princípio da proporcionalidade por não proteger

devidamente a vida do feto ou impactar o número de abortos praticados no país. “Apenas impedindo que

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sejam feitos de modo seguro”, disse. “A medida é desproporcional em sentido estrito, por gerar custos

sociais (problemas de saúde pública e mortes) superiores aos seus benefícios.”

Para impedir gestações indesejadas, em vez da criminalização, Barroso destacou que existem inúmeros

outros meios, como educação sexual, distribuição de contraceptivos e amparo à mulher que deseja ter o

filho, mas não têm como sustentá-lo. “Praticamente nenhum país democrático e desenvolvido do mundo

trata a interrupção da gestação durante o primeiro trimestre como crime, aí incluídos Estados Unidos,

Alemanha, Reino Unido, Canadá, França, Itália, Espanha, Portugal, Holanda e Austrália.”

Clique aqui para ler o voto do ministro Barroso.

Brenno Grillo é repórter da revista Consultor Jurídico.

Revista Consultor Jurídico, 29 de novembro de 2016, 22h25

Brasil tem uma das maiores cargas tributárias em

energia elétrica, diz estudo

29 de novembro de 2016

O Brasil tem a segunda maior carga tributária cobrada sobre as tarifas de energia elétrica em um ranking de

28 países, atrás apenas da Dinamarca. O dado foi apresentado hoje (28) pela Associação Brasileira de

Distribuidoras de Energia Elétrica (Abradee).

O levantamento, feito com dados da International Energy Agency (IEA) e da Agência Nacional de Energia

Elétrica (Aneel), levou em conta informações dos preços de energia vigentes entre o fim de 2015 e o

primeiro semestre deste ano. No ranking de tarifas residenciais de membros da IEA, o Brasil está em 14º

lugar, com valor de US$ 180 para cada megawatt-hora (MWh), mas o percentual da carga tributária e dos

encargos na conta de luz é de cerca de 40%.

Segundo o presidente da Abradee, Nelson Leite, é preciso discutir a cobrança de encargos do consumidor

de energia. “Hoje temos uma série de políticas públicas que estão dentro da tarifa de energia elétrica. A

maior parte dos subsídios da CDE [Conta de Desenvolvimento Energético], por exemplo, são para atender

a políticas de distribuição de renda e interesse social. O ideal é que tivéssemos um sistema em que esses

encargos que cumprem uma função social fossem pagos pelo contribuinte e não pelo consumidor de energia

elétrica”, avalia.

Segundo a Abradee, do total pago na conta de luz no Brasil, 44,5% referem-se a encargos e tributos. Outros

35,7% correspondem ao preço da energia, 16,9% são o custo de distribuição e 2,9% de transmissão. O maior

valor da tarifa de energia residencial está na Região Sudeste, onde o preço médio é de R$ 488 por MWh e

o menor valor é no Nordeste, onde o MWh custa R$ 437.

Em relação ao preço da energia cobrado das indústrias, o estudo mostra que as tarifas no Brasil são

competitivas em relação a outros países do estudo. Os preços do Brasil estão em 7º lugar no ranking, sendo

que a carga tributária aparece em 14º lugar.

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Em relação a descontos e subsídios, nas regiões mais carentes, segundo o levantamento, o impacto da tarifa

social de energia elétrica é maior. A média brasileira do impacto dos descontos é de 4%, sendo que na

Região Norte, esse percentual é de 5%, e no Nordeste, de 8%. “Isso mostra que a tarifa de baixa renda

cumpre seu papel nas regiões mais pobres, de baixar o valor da energia”, disse Leite.

Qualidade

O estudo também avaliou a qualidade do serviço de energia elétrica no Brasil, na comparação com outros

países. Apesar de a nota brasileira estar acima da média da América Latina, o índice teve uma redução no

último ano. Para o presidente da Abradee, a queda ocorreu por causa do preço do serviço. “Apesar de a

pesquisa focar na qualidade percebida, ela tem uma influência grande do realismo tarifário, que não tinha

sido totalmente captado na pesquisa de 2015.”

O estudo também mostrou que, entre 1994 e 2016, a tarifa de energia elétrica no Brasil teve variação de

775%, levando em conta a aplicação da bandeira tarifária vermelha, que implica em cobrança extra na conta

de luz. Com a bandeira tarifária verde, que não tem valor adicional nas tarifas, a variação no período foi de

697%.

Fonte: Agência Brasil

Governo anuncia medidas para melhorar o

ambiente de negócios

2 de dezembro de 2016

Melhorias logísticas, facilitação de exportações e importações e simplificações tributárias serão o foco dos

projetos a serem enviados ao Congresso

O secretário de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda, Mansueto Almeida, disse que o

governo definirá, até o fim da semana, um cronograma para avançar em medidas microeconômicas que

facilitem o ambiente de negócios para as empresas brasileiras, em estudo no governo.

Nos próximos três dias, cerca de 80 funcionários públicos da Fazenda, Planejamento e Casa Civil se reúnem

com o Banco Mundial para discutir gargalos identificados pela instituição.

A ideia é até sexta-feira fechar um cronograma de ações como simplificações tributárias, melhorias

logísticas e facilitação de exportações e importações.

Segundo o secretário, serão adotadas medidas administrativas e também elaborados projetos de leis que

serão enviados ao Congresso Nacional.

“Essa será uma das agendas mais importantes dos próximos meses”, afirmou.

Mansueto comentou o resultado do PIB, que encolheu 0,8% no terceiro trimestre, a sétima contração

seguida, e disse que as medidas microeconômicas em estudo no governo ajudarão na retomada da atividade.

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“Estamos saindo de dois anos de recessão bruta. A forma correta de reagir ao crescimento aquém do

esperado é avançar mais rápido em questões estruturais”, afirmou.

Questionado se a equipe econômica estuda aumentar impostos para fazer frente à crise, o secretário disse

que isso está “totalmente fora de cogitação”.

“As empresas estão deixando de pagar impostos, atrasando pagamentos. Falar de aumento de imposto na

conjuntura atual não faz sentido”.

Ele ressaltou que a aprovação da PEC que cria um teto para os gastos públicos em primeiro turno pelo

Senado na terça-feira, 29, ajudará a retomar o crescimento porque levará a um ajuste fiscal “estrutural e

gradual”.

“A aprovação da PEC ajudará porque espaço para crescimento dos gastos é cada vez menor”, ressaltou.

Mansueto disse ainda que não adianta mais adotar medidas de incentivo para diferentes setores, como nos

governos Lula e Dilma.

“Incentivo é sempre uma coisa de curto prazo e já demos nos últimos quatro ou cinco anos. O resultado foi

queda de produtividade, você diminuiu a capacidade de o país crescer”, concluiu.

Mansueto participou hoje da solenidade de instalação da Instituição Fiscal Independente (IFI) no Senado.

Fonte: Diário do Comércio

Há espaço para limpeza de tributos que oneram

exportações

30 de novembro de 2016

A avaliação é de José Serra (foto), ministro das Relações Exteriores. Em debate na FGV ele disse que o

“custo Brasil” consome 30% das mercadorias brasileiras

Ao tratar da baixa competitividade dos produtos brasileiros no comércio internacional, o ministro das

Relações Exteriores, José Serra, disse nesta segunda-feira (28/11) que vê grande espaço para o governo

avançar na limpeza de resíduos de impostos que oneram as exportações.

Durante debate promovido pela Fundação Getulio Vargas (FGV) que tratou da inserção do Brasil no

comércio global, Serra citou que – entre tributos, deficiências em infraestrutura e gastos financeiros – o

chamado “custo Brasil” consome 30% das mercadorias brasileiras.

O chanceler destacou que a modernização da infraestrutura, por meio de programas de concessões, é um

dos caminhos trilhados pelo governo para aliviar esse choque.

Em relação a empreendimentos nessa área do governo anterior, criticou o trem bala, um projeto classificado

por ele como “maluco” por apenas prever o transporte de passageiros entre Rio e São Paulo.

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Em seu discurso, Serra também criticou o protecionismo de economias desenvolvidas, defendeu uma

postura mais agressiva do Mercosul nas negociações de acordos comerciais e prometeu uma batalha contra

barreiras não tarifárias.

Essa, informou, é uma das frentes de atuação do Itamaraty, junto com iniciativas pró-exportação,

aprofundamento das relações com grandes economias e a mudança no perfil de inserção do país na América

Latina.

De acordo com o ministro, desde 2009, os países do G20 adotaram 1.583 medidas comerciais restritivas.

Entre outubro de 2015 e maio de 2016, foram 21 medidas novas por mês, em contraste a 100 medidas de

facilitação de comércio entre os países do grupo, afirmou Serra.

“Os países desenvolvidos têm mais barreiras técnicas do que os países da América Latina”, frisou.

“Procuramos atuar, dentro das possibilidades, contra essas medidas”, acrescentou o chanceler.

Além das barreiras, Serra considerou que o Brasil está com um câmbio estruturalmente sobrevalorizado se

comparado a países como Índia ou China.

“A Índia e a China poderiam zerar suas tarifas de importação que sua competitividade estaria garantida pelo

câmbio.”

Segundo Serra, uma das prioridades do Itamaraty é diversificar as relações de comércio.

Nesse ponto, cobrou maior agressividade do Mercosul na abertura de acordos comerciais. Sobre parceiros

potenciais, disse que a Índia é um mercado potencialmente extraordinário e considerou que a África, para

quem o Brasil tem a oferecer tecnologia e equipamentos agrícolas, não pode ser vista como um competidor.

“É uma região econômica com taxa de expansão grande e o Brasil não tem política em relação à África.”

Fonte: Diário do Comércio

Atividade extra

USP pode cobrar por cursos de pós-graduação lato sensu, decide

TJ paulista

30 de novembro de 2016, 19h44

Por Felipe Luchete

O Tribunal de Justiça de São Paulo decidiu, nesta quarta-feira (30/11), que é constitucional uma norma da

Universidade de São Paulo sobre cursos pagos. Embora o artigo 206 da Constituição Federal garanta a

gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais, o Órgão Especial da corte entendeu que a regra

vale apenas para graduação, mestrado e doutorado, porque a pós-graduação lato sensu é facultativa, sem

fazer parte dos deveres de instituições públicas.

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Segundo o TJ paulista, USP pode cobrar por cursos de pós-graduação lato sensu. Divulgação/USP

O caso teve início em 2005, quando o Ministério Público apresentou ação civil pública contra a

universidade para tentar proibir a continuidade desse tipo de curso. Na época, o promotor Luiz Fernando

Rodrigues Pinto Júnior afirmou que a cobrança para pós-graduandos usava espaço público para fins

privados, privilegiando apenas quem tem o poder de pagar as mensalidades.

Segundo ele, a USP passou a oferecer aulas como alternativa de remuneração aos professores, por meio de

fundações conveniadas. Assim, a universidade não teria nenhum benefício com a prática, pois cede suas

instalações — inclusive custos de energia e água — e aparato administrativo para receber no máximo 10%

da receita.

Mesmo os cursos sediados fora da instituição, afirmou o promotor, são irregulares por emprestarem “a

credibilidade da universidade pública para angariar recursos que se destinam, principalmente, a suprir

financeiramente o corpo docente das universidades”.

A USP respondeu que esses cursos devem ser classificados como “extensão universitária”, e não “ensino”,

razão pela qual não se aplicariam comandos constitucionais sobre a gratuidade do ensino.

O pedido inicial foi rejeitado em primeira instância. O MP-SP recorreu, mas o desembargador Ferreira

Rodrigues, da 4ª Câmara de Direito Público, enviou o caso para o Órgão Especial. Mesmo se declarando

contra a cobrança, por entender que o dispositivo da Constituição não abre brecha para pagamento em

nenhum nível de educação em universidade pública, Rodrigues concluiu que só o maior colegiado do

tribunal (formado por 25 desembargadores) poderia julgar o tema, por questionar a constitucionalidade de

uma resolução da USP.

O novo relator do caso, desembargador Ferraz de Arruda, também votou contra a permissão para as

mensalidades. Ele divulgou seu entendimento na sessão do dia 9 de novembro, sem entrar em detalhes

sobre os fundamentos. O julgamento foi adiado por dois pedidos de vista e retomado nesta quarta, com

voto divergente do desembargador Álvaros Passos.

Segundo Passos, a pós lato sensu não compõe a grade acadêmica das universidades — não é etapa

obrigatória para o mestrado nem concede um diploma ao estudante, mas apenas certificado. A tese foi

seguida por maioria, e o acórdão ainda não foi divulgado.

Processo 0043385-42.2016.8.26.0000

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Felipe Luchete é repórter da revista Consultor Jurídico.

Revista Consultor Jurídico, 30 de novembro de 2016, 19h44

Prerrogativa constitucional

Juiz quebra sigilo telefônico de jornalista que escreveu sobre

desvios no BB

30 de novembro de 2016, 16h10

Mais uma vez uma decisão judicial busca quebrar o sigilo de fonte, prerrogativa constitucional do

jornalismo. O juiz Rubens Pedreiro Lopes, do Departamento de Inquéritos Policiais de São Paulo,

determinou a quebra do sigilo de dados telefônicos da jornalista Andreza Matais, por reportagens que ela

publicou no jornal Folha de S. Paulo, em 2012, mostrando movimentação atípica de R$ 1 milhão

identificada pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).

A investigação que originou a quebra do sigilo foi aberta a pedido do ex-vice-presidente do Banco do

Brasil Allan Simões Toledo, citado na reportagem. O juiz atendeu a provocação do delegado da Polícia

Civil de São Paulo Rui Ferraz Fontes. Além disso, a promotora Mônica Magarinos Torralbo Gimenez

concordou com a medida. Antes, segundo O Estado de S. Paulo, veículo onde Andreza trabalha

atualmente, outros três integrantes do Ministério Público já haviam opinado contra a solicitação em três

ocasiões.

Presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, Claudio Lamachia criticou a decisão

e, por meio de nota oficial, afirmou que violar a proteção constitucional dada ao trabalho da imprensa

significa atacar o direito que a sociedade tem de ser bem informada. "É inaceitável a violação do sigilo de

uma jornalista com a finalidade de descobrir quais são suas fontes. Isso representa um grave ataque à

liberdade de imprensa e à Constituição, que é clara ao proteger o direito do jornalista de manter sigilo a

respeito de suas fontes. Não se combate o crime comentando outro crime”, ponderou Lamachia.

A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo também divulgou nota criticando a quebra. "É com

indignação que a Abraji vem, mais uma vez, lembrar a membros da Polícia, do Ministério Público e do

Judiciário que o sigilo da fonte é uma garantia constitucional (artigo 5º, inciso XIV) e não pode ser

violado. A Abraji repudia a decisão de Lopes e roga à Justiça que a reverta, cumprindo a Constituição

Federal e observando o Estado democrático de direito em que o país ainda vive", escreveu a entidade.

Em sua decisão, Pedreiro Lopes relembra que o sigilo de fonte é um direito constitucional, mas relativiza

dizendo que esses institutos não podem acobertar a prática de ilícitos. “A restrição imposta aos direitos ao

sigilo telemático foi justificada pela necessidade em se combater a prática de ilícitos penais, tratando-se de

medida judicial em processo preparatório imprescindível à colheita de provas necessárias à instrução da

investigação criminal”, escreveu o juiz.

Sem medo e amarras O ataque à imprensa por meio da quebra do sigilo de fonte tem se repetido no Brasil. Em outubro,

o jornalista Murilo Ramos, da revista Época, teve seu sigilo telefônico quebrado em decisão da juíza

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Pollyanna Kelly Alves, da 12ª Vara Federal de Brasília. A medida foi adotada para apurar quem passou à

revista um relatório preliminar de pessoas suspeitas de manter dinheiro irregularmente no exterior.

No mesmo mês a decisão foi cassada pelo desembargador Ney Bello, do no Tribunal Regional Federal da

1ª Região, que disse: “O dever de investigar atos ilícitos praticados por terceiros não tem mais peso

constitucional que o direito a um imprensa livre. Se é certo que a sociedade precisa de segurança jurídica,

também é certo que precisa de uma imprensa sem medo e amarras”.

Naquele momento, o presidente da OAB também se manifestou contra a quebra de sigilo.

In dubio pro reo Advogados contestaram a decisão do juiz. Para o criminalista César Caputo, do Nelson Wilians e

Advogados Associados, estamos vivendo grave, gradual e inconstitucional violação de direitos e garantias

individuais e coletivas que a humanidade conquistou nos últimos séculos. “Refiro-me aos princípios do

devido processo legal, contraditório, ampla defesa, da presunção da inocência, do in dubio pro reo, das

prerrogativas dos advogados e da inviolabilidade do direito à fonte. Tal escalada de violações tem como

base o combate à corrupção, mas nenhum combate a corrupção se dá cometendo-se ilegalidades e

arbitrariedades.”

Para Gustavo Neves Forte, coordenador da pós-graduação em Direito Penal Econômico do Instituto de

Direito Público de São Paulo (IDP), a Constituição Federal assegura o direito à informação jornalística,

garantido o sigilo da fonte. “Por isso, o jornalista tem o direito-dever de resguardar a fonte de suas

reportagens, podendo manter-se silente em relação a eventuais questionamentos sobre o assunto. A quebra

do sigilo telefônico de um jornalista com o declarado afã de identificar-se a fonte de uma reportagem

mostra-se ilegal, na medida em que afronta a Constituição, constituindo inegável embaraço à plena

liberdade de informação jornalística.”

Também criminalista, Daniel Gerber acrescenta que "a interceptação telefônica somente pode ser

decretada contra aquele que, de qualquer forma, pratica ou é suspeito de praticar crimes punidos com

reclusão. Por tal motivo, autorizar tal quebra em caso distinto é afronta ao comando legal e,

consequentemente, verdadeiro abuso do poder jurisdicional".

Jornalistas em risco O caso se soma a uma lista de ações que criam embaraço ao exercício do jornalismo. No início do ano,

três repórteres, um infografista e um webdesigner da Gazeta do Povo, do Paraná, sofreram 41 processos

em 19 do estado por juízes e promotores que se sentiram ofendidos com a divulgação de reportagens que

mostravam o pagamento de remuneração acima do teto do funcionalismo.

Em ação coordenada, todos os pedidos foram idênticos, pedindo direito de resposta e indenizações por

danos morais, que somam R$ 1,3 milhão. De acordo com a Gazeta, os pedidos são sempre no teto do

limite do juizado especial, de 40 salários mínimos. Como corre no juizado, a presença dos jornalistas em

cada uma das audiências se torna obrigatória. As ações foram suspensas no Supremo pela ministra Rosa

Weber — o mérito da ação ainda não foi julgado.

O Diário da Região, de São José de Rio Preto, e seu jornalista Allan de Abreu também tiveram seus

sigilos telefônicos quebrados por ordem da 4ª Vara Federal da cidade. O objetivo era descobrir quem

informou à imprensa detalhes de uma operação da Polícia Federal deflagrada em 2011. A decisão foi

suspensa liminarmente pelo ministro Ricardo Lewandowski. A liminar foi cassada por Dias Toffoli, e um

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pedido de vista do ministro Gilmar Mendes suspendeu o julgamento da ação ajuizada pela Associação

Nacional dos Jornais.

*Texto alterado às 17h23 desta quarta-feira (30/11) para acréscimo de informações e às 11h07 de quinta-

feira (1º/11) para correção.

Revista Consultor Jurídico, 30 de novembro de 2016, 16h10

Ação Penal

Câmara aprova criminalização do desrespeito a prerrogativas de

advogados

30 de novembro de 2016, 12h25

O Plenário da Câmara dos Deputados aprovou, por 285 votos a 72, proposta que criminaliza a violação

das prerrogativas de advogados por parte de juiz promotor ou delegado. A pena prevista é de 1 a 2 anos de

detenção, além de multa. A alteração ao Estatuto da Advocacia segue agora para deliberação do Senado.

Se aprovado, vai à sanção da Presidência da República.

O texto também especifica que, se a Ordem dos Advogados do Brasil não concordar com o arquivamento

de inquérito policial sobre esse crime ou o de exercício ilegal da advocacia, poderá assumir a titularidade

da ação penal. A emenda, de autoria do deputado Carlos Marun (PMDB-MS) foi aprovada no âmbito do

Projeto de Lei 4.850/2016, que também criminaliza o abuso de autoridade e prevê outras medidas

anticorrupção.

Durante a discussão na comissão especial criada para tratar da proposta contra a corrupção, a OAB já

havia conseguido inserir no texto a criminalização do exercício ilegal da advocacia e a paridade dos

assentos com o Ministério Público nas audiências. Ambas foram mantidas pelo Plenário da Câmara.

O presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, Claudio Lamachia, celebrou a

aprovação. “Essa é uma vitória não apenas da advocacia, mas de toda a sociedade, pois tipifica e

estabelece penalidades claras àqueles que insistirem em desrespeitar a atuação dos profissionais da

advocacia, interferindo muitas vezes na garantia da ampla defesa das partes representadas. Trata-se de um

inequívoco avanço democrático, que merece a celebração por parte de todos os que defendem o Estado

Democrático de Direito”, afirmou Lamachia.

Outras conquistas A exclusão de alguns dispositivos propostos pelo Ministério Público Federal na criação do projeto contra

as medidas contra a corrupção e a manutenção de alguns pontos que a OAB defende também foram

comemorados pela entidade.

A OAB defendeu durante todo o debate a retirada de pontos que considerava atraso institucional e social,

como restrições ao uso do Habeas Corpus e utilização de provas colhidas de forma ilícita, contidas no

texto inicial, e que acabaram sendo retiradas pelo relator na comissão especial.

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“Não se pode combater um crime cometendo outro. É inaceitável a ideia da possibilidade de utilização de

provas ilícitas. Tratava-se de pensar a adoção de uma fórmula que fere a constituição. Temos de enfrentar

a impunidade, a corrupção e os desmandos de agentes públicos, mas nos termos da lei. Por isso atuamos

frontalmente contra e obtivemos essa vitória, que é uma conquista para a sociedade e para a democracia

brasileira”, disse Lamachia.

O texto aprovado também acolheu a antiga proposta da OAB de criminalização do caixa dois eleitoral,

estabelecendo pena de 2 a 5 anos de reclusão e multa. Para Lamachia, a medida dará "contribuição

fundamental para que o sistema político e eleitoral brasileiro passe por uma depuração urgente e

profundamente necessária, que precisa agora de uma ampla reforma política, para que os anseios da

sociedade sejam plenamente atendidos". Com informações da Agência Câmara e Assessoria de Imprensa

da OAB.

Clique aqui para ler a emenda.

Revista Consultor Jurídico, 30 de novembro de 2016, 12h25

"Traficante e vagabundo"

Apresentador e TV terão de indenizar suspeito ofendido em

programa policial

29 de novembro de 2016, 8h40

Por Jomar Martins

O direito à liberdade de expressão não é absoluto, sendo inadmissíveis as manifestações abusivas por parte

da imprensa. Assim, um veículo de comunicação, ao publicar opiniões, deve ter o cuidado de não violar a

privacidade, a qual engloba a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, protegidas pelo

artigo 5º, inciso X, da Constituição.

Por isso, a 10ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul manteve sentença que condenou

jornalista e emissora de TV, solidariamente, a pagar dano moral a um homem retratado injustamente como

‘‘traficante e vagabundo’’. O colegiado apenas diminuiu o valor da indenização, que caiu de R$ 6 mil para

R$ 5 mil, para ficar dentro dos parâmetros da corte. O acórdão foi lavrado na sessão de 3 de novembro.

O caso O abuso ocorreu durante o programa Balanço Geral, comandado pelo jornalista Alexandre Mota e

transmitido pela TV Guaíba (Grupo Record), no dia 5 de fevereiro de 2013. Naquele dia, a repórter Bianca

Zuchetto informava que a polícia prendera dois homens numa barreira, sendo que o carona foi flagrado

com drogas. Apesar de a repórter apurar que o caroneiro admitiu a posse da droga e isentou o motorista de

responsabilidade, fazendo supor a inocência do condutor do veículo, Mota desconsiderou esse ‘‘detalhe’’

ao comentar a notícia.

‘‘A polícia pegou dois homens durante uma barreira que foi feita, que foi montada, na Região

Metropolitana de Porto Alegre. Os cidadãos, se é que posso chamá-los assim, carregavam drogas. Não,

não são cidadãos, são vagabundos. [...] Mas a polícia, neste caso, foi esperta pra 'dedéu' e deixou os dois

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vagabundos, os dois traficantes, na cadeia, no xilindró, que é o lugar deles, né? Que pena que eles não vão

passar uma larga temporada. É de curta a média. E durante este tempo eles vão ser muito bem

alimentados, tudo pago por nós. [...] cambada de vagabundos [...]’’, disse o apresentador.

Expressões injuriosas O juiz Maurício da Costa Gamborgi, da 8ª Vara Cível do Foro Central de Porto Alegre, considerou

injuriosas as expressões utilizadas por Mota, por atingirem a dignidade e o decoro do autor que, após

enfrentar um processo penal, acabou absolvido. Segundo o juiz, as expressões seriam reprováveis mesmo

que o autor fosse culpado. A seu ver, este modo de agir, ofendendo e injuriando suspeitos de crimes,

parece ser a marca do programa, com o objetivo de conquistar audiência.

Conforme o julgador, o contexto dos fatos mostra que a questão extrapolou o aspecto meramente

informativo e adentrou no âmbito da manifestação ofensiva, injuriosa e até difamatória. Isso porque o

programa já é propenso ao sensacionalismo, explorando os sentimentos negativos da população em

repúdio à criminalidade. É comum que programa e apresentador descambem para a ofensa, com uso de

termos chulos e baixos, se comprazendo em chamar de ‘‘vagabundos’’ e ‘‘marginais’’ simples suspeitos

de ocorrências policiais.

Diferença importante O relator da Apelação na corte, desembargador Túlio de Oliveira Martins, disse que o ilícito ficou

caracterizado pelas opiniões emitidas pelo apresentador, que não se limitou a repassar informações de uma

batida policial, mas emitiu seu juízo de valor, usando palavras de baixo calão.

Martins, que também é jornalista, fez questão de destacar a considerável diferença existente

entre liberdade de expressão e liberdade de informação: enquanto aquela refere-se ao direito de expor

ideias e opiniões, esta reflete o direito de comunicar fatos, impondo ao informante o compromisso com a

verdade.

‘‘In casu, o dano moral presume-se a partir das circunstâncias do fato, pois é inegável que a

desmoralização pública, em canal televisivo de grande audiência, traz constrangimento à vítima,

principalmente quando a mesma é acusada de ser ‘traficante e vagabundo’, antes de haver sentença penal

condenatória’’, escreveu no acórdão.

Clique aqui para ler a sentença.

Clique aqui para ler o acórdão.

Jomar Martins é correspondente da revista Consultor Jurídico no Rio Grande do Sul.

Revista Consultor Jurídico, 29 de novembro de 2016, 8h40

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Dupla cobrança

Marco Aurélio proíbe OAB-SP de cobrar anuidade de sociedade

de advogados

29 de novembro de 2016, 20h09

Por Felipe Luchete

O ministro Marco Aurélio, do Supremo Tribunal Federal, manteve decisão que proíbe a seccional paulista

da Ordem dos Advogados do Brasil de cobrar anuidade de uma sociedade advocatícia sediada no interior

de São Paulo. A entidade tentava derrubar um acórdão do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, mas o

ministro disse que o tema envolve apenas a interpretação de normas estritamente legais, sem relação direta

com a Constituição Federal.

Para o relator, o recurso da OAB-SP “somente serve à sobrecarga da máquina judiciária, ocupando espaço

que deveria ser utilizado no exame de processo da competência deste tribunal”. Como ele não analisou o

mérito, a decisão vale apenas para o escritório autor do processo.

Em 2014, o TRF-3 concluiu que o Estatuto da Advocacia (Lei 8.906/94) só exige registro de sociedades

para garantir o reconhecimento de personalidade jurídica, mas não prevê cobrança de anuidade. “A

Constituição Federal (art. 5º, II) estabelece que ninguém poderá ser obrigado a fazer ou deixar de fazer

alguma coisa senão em virtude de lei. Trata-se do princípio da legalidade, garantia intrínseca ao Estado

Democrático de Direito”, afirmaram os desembargadores da 6ª Turma.

O colegiado manteve sentença de primeira instância que havia dado razão ao autor. O escritório entrou

com Mandado de Segurança depois que tentou alterar a sociedade, mas o pedido foi negado pela OAB em

São José do Rio Preto até que fossem quitadas anuidades atrasadas. Já a OAB-SP disse que impedir a

alteração societária para inadimplentes segue o artigo 11 do Provimento 112/06 do Conselho Federal, que

permite a prática.

Segundo o relator no TRF-3, desembargador federal Johonsom di Salvo, “as sociedades de advogados não

possuem legitimidade para a prática de atos privativos de advogados e estagiários, outra razão para não se

equiparar o registro da sociedade com a inscrição nos quadros da OAB”. O voto foi seguido por

unanimidade. A seccional levou o caso ao Supremo, que acabou rejeitado por Marco Aurélio, conforme

decisão publicada nesta terça-feira (29/11).

Em 2015, numa decisão semelhante no TRF-3, a desembargadora federal Monica Nobre afirmou que a

jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça é firme no sentido de que somente os advogados e

estagiários são obrigados a pagar anuidade.

Cofrinho Em 2016, a anuidade para sociedades em São Paulo foi fixada em R$ 1.085. Escritórios criados em

novembro deste ano deverão pagar R$ 180,87. A última estatística da seccional registrou mais de 13 mil

sociedades ativas no estado.

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Questionada, a seccional da OAB em São Paulo não respondeu se vai recorrer nem informou se continuará

a cobrança normalmente para as demais sociedades.

Clique aqui para ler a decisão.

ARE 1.010.467

Felipe Luchete é repórter da revista Consultor Jurídico.

Revista Consultor Jurídico, 29 de novembro de 2016, 20h09

Constrangimento grande

Cobrar dívida já paga causa indenização por danos morais,

reafirma STJ

29 de novembro de 2016, 16h33

Cobrar uma dívida já paga causa dano moral a quem foi constrangido. Essa é uma jurisprudência pacífica

do Superior Tribunal de Justiça, explicou a ministra Nancy Andrighi, em caso no qual negou recurso de

uma empresa farmacêutica condenada por danos morais causados a outra empresa em razão de protesto de

título feito após pagamento em atraso.

O caso envolveu um boleto bancário cujo vencimento estava previsto para 6 de março de 2008 e que,

apesar de pago com atraso no dia 13, foi protestado no dia 26 de março.

A sentença da 3ª Turma do STJ declarou a dívida inexigível, cancelou o protesto e condenou a empresa

farmacêutica, juntamente com o banco emissor do boleto, ao pagamento de indenização por danos morais

no valor de R$ 8.175. O Tribunal de Justiça manteve a decisão.

Constrangimento evitável No STJ, a relatora, ministra Nancy Andrighi destacou que a jurisprudência do tribunal é pacífica no

sentido de que o protesto indevido de título cambial e documentos de dívida causa danos morais à pessoa

jurídica.

Por outro lado, entende-se que o protesto de títulos não pagos configura o exercício regular de um direito

e, portanto, não gera danos morais, situação que repassa ao devedor a incumbência de fazer o

cancelamento do registro.

No caso julgado, entretanto, Nancy Andrighi entendeu não ser possível desprezar o fato de que a empresa

só protestou o título mais de dez dias após o pagamento feito em atraso, “prazo suficiente para que credor

e o banco-mandatário tomassem as medidas necessárias para evitar o constrangimento que, após o

pagamento, torna-se ilegal”. Com informações da Assessoria de Imprensa do STJ.

REsp 1.414.725

Revista Consultor Jurídico, 29 de novembro de 2016, 16h33

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Brasileirão de 1996

Prefeito é condenado por ceder ônibus para torcedores de futebol

assistirem a final

27 de novembro de 2016, 8h31

A final do Campeonato Brasileiro de 1996 entre Grêmio e Portuguesa não acabou com o gol de Aílton,

que colocou o placar em 2 a 0 e deu o título para o tricolor gaúcho. Há poucos dias, fatos relacionados à

partida ainda eram tema de ação na 1ª Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça de Santa Catarina.

Ao analisar o processo, a corte manteve sentença que condenou solidariamente o prefeito e diversos

vereadores de Caçador por improbidade administrativa, em ação civil pública ajuizada pelo Ministério

Público. Os réus aprovaram lei que permitiu a cessão gratuita de um ônibus da prefeitura para transportar

um grupo de torcedores até Porto Alegre para ver a decisão.

O Grêmio perdeu por 2 a 0 da Portuguesa no primeiro jogo, mas devolveu o placar na volta. Foi campeão

por ter se classificado em melhor posição na fase de grupo.Reprodução

O custo com o deslocamento irregular deverá ser ressarcido pelos réus no valor de R$ 3,5 mil, acrescido

das correções legais. Prefeito e vereadores da época ainda foram penalizados individualmente com multa

civil correspondente a duas vezes a remuneração que percebiam naquele ano.

Segundo o MP, tudo começou quando o prefeito encaminhou projeto de lei à Câmara Municipal para

autorizar determinado grupo de pessoas a fazer uso de veículo público para a viagem de natureza esportiva

e festiva.

Além de combater aspectos técnicos da decisão, como a pretensa impossibilidade de declaração incidental

de inconstitucionalidade de lei em ação civil pública, a defesa do então prefeito alegou desconhecimento

do fato, de responsabilidade da Fundação Municipal de Esportes.

"Se até o Lula não sabia, por que então haveria de saber dos atos de seus subalternos", disse a defesa do

político. Todos os argumentos foram rechaçados pelo desembargador Luiz Fernando Boller, relator da

apelação. A decisão foi unânime. Com informações da Assessoria de Imprensa do TJ-SC.

Apelação Cível 0005652-02.2012.8.24.0012

Revista Consultor Jurídico, 27 de novembro de 2016, 8h31

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A agonia dos Estados

Calamidade nas contas regionais se alastra pelo País, ameaça a

retomada da economia e joga a conta para a sociedade

25/11/2016 20:00

// Por: Gabriel Baldocchi

Ivo Sartori, governador do Rio Grande do Sul: “A calamidade financeira gera a calamidade na segurança

pública” ( foto: Alan Marques/Folhapress)

Num estudo enviado à Federação do Comércio de Minas Gerais (Fecomercio-MG), uma rede de

eletroeletrônicos detalhou sua estratégia para enfrentar o aumento de 20% na carga de tributos estaduais

em smartphones: repassou metade aos preços e a outra metade absorveu na margem de lucro. Apesar do

esforço, as vendas despencaram 30% desde que o governo mineiro elevou o ICMS e encargos em 2015.

Na prática, portanto, a arrecadação caiu. No Rio Grande do Norte, a alta do imposto estadual foi usada

como uma das justificativas da Ambev para anunciar o fechamento de uma fábrica no final do ano

passado.

No Rio de Janeiro, petroleiras foram à Justiça para evitar a cobrança de uma taxa criada pelo Estado que

ameaçava a viabilidade da exploração. Em comum, os casos revelam a escassez nos cofres estaduais e a

agonia dos governadores para evitar a falência da máquina pública em meio à recessão. A situação beira o

limite. Na terça-feira 23, o Rio Grande do Sul tornou-se o segundo membro da federação a decretar estado

de calamidade financeira, seguindo o Rio de Janeiro e levantando a dúvida: qual será o próximo?

As elevações de impostos em ao menos 20 Estados geraram impactos negativos no setor privado e, ainda

assim, não foram suficientes para reverter o caos em algumas gestões. Atrasos de salários a servidores e a

precariedade de serviços viraram cenas rotineiras em todo o País. Não por acaso, os dois Estados em

situação de calamidade enfrentam crises na segurança, com aumento na violência e a dificuldade de

manter o efetivo nas ruas – faltam desde combustíveis para as viaturas até itens básicos nas delegacias.

“Não podemos tapar o sol com a peneira: nosso Estado não consegue pagar em dia os salários de seus

servidores”, afirma à DINHEIRO o governador do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori (PMDB). “Essa

calamidade financeira também gera a calamidade na segurança, que é a maior preocupação dos gaúchos.”

No dia seguinte à apresentação de uma nova proposta de ajuste fiscal no Estado, com redução de empresas

públicas e fundações, e a demissão de mais de mil servidores, um reforço da Força Nacional desembarcou

em Porto Alegre para ajudar na segurança.

A crise no Rio Grande do Sul é histórica, mas se agravou com a queda das receitas na atual recessão. As

despesas com a folha de salários consomem cerca de 70% das receitas e o crescimento das dívidas nos

últimos anos levou o Estado a superar o limite de endividamento permitido pela Lei de Responsabilidade

Fiscal, de duas vezes a receita líquida. O decreto de calamidade financeira permite flexibilizar critérios da

lei e protege os gestores de eventuais inexigibilidades. No Rio de Janeiro, o status garantiu um reforço de

R$ 3 bilhões do governo federal para a realização dos Jogos Olímpicos.

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No Sul, como não há eventos programados, não existe a perspectiva de novos aportes. O Estado será

beneficiado com uma pequena parcela do socorro de R$ 5,3 bilhões anunciado pela União a partir dos

recursos com a multa do programa de repatriação. A proposta final está prevista para esta semana e deve

trazer itens como o limite de gastos pela inflação passada, como o previsto na PEC dos gastos federal, o

compromisso para reformar as previdências regionais, além de contribuições adicionais de empresas que

se beneficiaram de incentivos que não foram avalizados por todos os Estados.

“Governadores se reuniram no sentido de construir um pacto de austeridade para a retomada do

crescimento”, afirma à DINHEIRO o governador do Pará, Simão Jatene (PSDB). “Esse ajuste é um passo

adiante para a retomada do crescimento.” Estados já haviam negociado neste ano uma revisão nas

condições de pagamentos da dívida com a União, repetindo uma cena da década de 1990, quando a gestão

de Fernando Henrique Cardoso federalizou as dívidas dos Estados e interveio nos bancos estaduais, como

o Banespa e o Banerj, privatizando-os em seguida. A proposta de revisão atual está em tramitação no

Congresso e deve incorporar as contrapartidas negociadas no socorro.

O Ministério da Fazenda vinha evitando liberar recursos adicionais aos Estados para não comprometer

ainda mais a situação fiscal da União, que deve ter déficit de R$ 170,5 bilhões neste ano, e não enviar um

sinal de que o cofre federal está à disposição, como no passado. Cedeu pelo temor das consequências da

crescente onda de manifestações e insatisfação nas regiões mais problemáticas. Entre os analistas, a

percepção é de que as cenas poderiam acabar contaminando ainda mais a confiança e atrasando a

retomada.

“Não dá para pensar que o governo federal está se ajustando e os Estados, não”, afirma Zeina Latif,

economista-chefe da XP Investimentos. “Quando a gente discute essa armadilha em que o país caiu, de

inflação e recessão, os Estados também têm parcela de culpa e têm de ajudar.” Num movimento

estratégico, a ideia é ganhar força também na tramitação do ajuste federal, com mais pressão nas bancadas

regionais. “Há um compromisso de que nós continuemos lutando pelo ajuste fiscal e apoiando fortemente

o governo federal na reforma da Previdência”, afirma à DINHEIRO o governador de Santa Catarina,

Raimundo Colombo (PSD) “Vamos construir um ajuste fiscal permanente. É necessário tomar essas

atitudes.”

A situação dos Estados vem se agravando nos últimos anos. Puxado por um forte avanço na folha de

pagamentos, as despesas subiram num ritmo superior ao da arrecadação. Rio de Janeiro e Minas Gerais,

por exemplo, elevaram o custo com os servidores – entre ativos e inativos – em quase 70% de 2009 a

2015. Esse avanço vinha sendo coberto por receitas extraordinárias e operações de crédito – só o Rio de

Janeiro tomou R$ 17,6 bilhões no período, o equivalente a 36% da receita corrente líquida do Estado. A

torneira do crédito se fechou e, ao mesmo tempo, receitas como os royalties do petróleo começaram a cair.

“Na hora que não há mais receitas extraordinárias, fica claro que as despesas estão lá em cima e as receitas

correntes estão em baixa”, afirma Ana Carla Abrão, secretária da Fazenda de Goiás. “É uma situação que

se desnudou do dia para a noite, mas efetivamente vem de uma trajetória de desequilíbrio de muito

tempo.” Mais do que o custo da dívida, o peso da folha de pagamento, principal item da despesa na maior

parte dos Estados, somado à queda da receita, é o que tem provocado a falta de disponibilidade para

honrar salários e quitar pagamentos a fornecedores.

Nos casos mais graves, é o que explica também os decretos de calamidade. No Rio Grande do Sul, os

salários representam aproximadamente 75% da despesa total e quase metade é destinada ao pagamento de

inativos. A Previdência é um problema comum a todos. No Rio de Janeiro, a proposta de aumentar a

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contribuição no pacote de ajuste foi rejeitada em meio às manifestações de servidores. Assim como os

dois, Minas Gerais aparece como candidato provável a um pedido de calamidade. Pela metodologia do

Tesouro Nacional, o gasto com pessoal em 2015 beirava os 80% e o endividamento se aproximava do

limite permitido pela Lei de Responsabilidade Fiscal.

Mas os dados mostram uma quadro de piora generalizada. Quatro Estados hoje têm classificação de

risco D (RJ, RS, GO e MG) e não há nenhum com a nota A. Em 2013, eram dois classificados como

A e nenhum como D. Na quinta-feira 24, o Conselho Monetário Nacional (CMN) autorizou 14 Estados

com notas B a tomar R$ 7 bilhões em empréstimos, com garantia do Tesouro Nacional. O dinheiro será

usado obrigatoriamente para investimentos. Classificado com a nota C–, São Paulo não terá acesso ao

benefício, o que levou o governador Geraldo Alckmin a se reunir com Meirelles na sexta-feira 25.

Não é possível descartar novos decretos de calamidades também entre os representantes do Norte e

Nordeste, que são mais dependentes de transferências federais. Na renegociação das dívidas, em setembro,

14 governadores ameaçaram oficializar a medida. Em Estados como o Rio Grande do Norte, o tema

voltou à mesa diante da falta de recursos para pagar o 13º salário e de greves de policiais. Não se trata de

um problema restrito aos Estados. Ao menos 18 municípios já decretaram calamidade financeira.

Enquanto as receitas não se recuperam, a saída encontrada por governadores e prefeitos é adotar uma

agenda de reformas, com privatizações, concessões, além de redução de despesas. “Os Estados não

emitem dinheiro, então nosso ajuste tem de ser mais rápido do que a PEC dos gastos”, afirma o

governador do Espírito Santo, Paulo Hartung (leia entrevista no link abaixo). Se nada for feito para barrar

o apetite insaciável dos governantes, a agonia fiscal, como sempre, acabará no bolso do contribuinte.

Colaborou: Ary Filgueira

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Confira a entrevista na íntegra com Paulo Hartung

Construtoras são condenadas a devolver quantia

por imóvel entregue com metragem menor

Publicado por Paula Farias Advocacia

Em Brasília, o Juizado Especial Cível condenou grandes construtoras e incorporadoras a ressarcirem um

de seus clientes no valor de R$ 7.012,91 a título de indenização material. Esse valor será corrigido pelo

INPC desde a data da entrega das chaves do imóvel que veio com metragem inferior ao previsto.

O juiz responsável pelo caso mencionou que o Código de Defesa do Consumidor prevê o direito de

ressarcimento dos danos verificados em decorrência de falha dos produtos ou serviços. Nos autos, o autor

comprovou que o imóvel entregue tinha área privativa 8,44m² menor do que a estipulada em contrato.

Ressalta-se que na presente ação também foi juntado acordo extrajudicial, onde a construtora pagou a

quantia de R$ 1.070,89, visando compensar o autor pela diferença de metragem.

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A respeito do acordo, o juiz se manifestou no sentido de que a quitação apresentada pelo consumidor no

termo de acordo extrajudicial assinado pelas partes não encerra o direito da parte de pleitear eventual

complementação da verba judicialmente, uma vez que, nos termos do art. 843 do Código Civil a transação

deve ser interpretada restritivamente.

O princípio da autonomia da vontade não é intangível, mas limitado pela função social do contrato e boa-

fé objetiva, em especial se considerada a relação de consumo estabelecida entre as partes, bem como a

evidente vantagem exagerada pactuada em desfavor dos consumidores. Não prospera, portanto, a alegação

de quitação sustentada pela ré.

Além disso, o magistrado apontou que a construtora sequer demonstrou os parâmetros seguidos para

chegar no valor acordado.

A negociação extrajudicial deve apresentar regras claras sobre o que cada parte está disposta a ceder para

se fazer um acordo que favoreça a ambas as partes.

O juiz constatou que a omissão favoreceu somente às empresas rés, uma vez que o valor da indenização

paga correspondeu a 13% do valor devido (R$ 8.092,80) – levando-se em conta o preço pago pelo imóvel

(R$ 136.302,40).

Desta forma, o 7º Juizado Especial Cível de Brasília, considerou desproporcional o acordo extrajudicial

celebrado entre as partes, entendendo justo o recebimento, pelo autor, da diferença requerida no valor de

R$ 7.012,91.

Processo n. 0717871-26.2016.8.07.0016

FONTE: Tribunal de Justiça do Distrito Federal

Execução

Devedores de pensão alimentícia têm suspensos

cartões de crédito e CNH

As decisões foram proferidas em causas de atuação da Defensoria Pública de SP.

quinta-feira, 1º de dezembro de 2016

Uma série de recentes decisões da Justiça de SP, em causas patrocinadas pela Defensoria Pública do Estado, determinou a suspensão de carteiras de habilitação e cartões de crédito para compelir devedores de pensão alimentícia a pagarem os valores devidos. As decisões baseiam-se no CPC/15.

Em Santos, a mãe de um adolescente de 15 anos, cuja guarda é do pai, teve a CNH suspensa. Ela havia deixado de pagar a pensão fixada em um terço de salário mínimo, o que levou o jovem, acompanhado do pai, a pedir em 2014 execução de alimentos contra a mulher.

Sem a apresentação de justificativa ou comprovação de pagamento, o nome dela foi incluído em lista de devedores e sua prisão civil foi decretada, em julho de 2016, mas sem sucesso no cumprimento da ordem. No dia 24/11, a juíza de Direito Gyslayne Candido determinou a suspensão da habilitação da devedora.

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Na capital, também a Defensoria Pública solicitou medidas alternativas, considerando o CPC/15, em ações de execução de alimentos.

Em outubro, o juiz de Direito Andre Salomon Tudisco, da 4ª vara de Famílias e Sucessões, determinou a suspensão da CNH e dos cartões de crédito do pai de um menino de nove anos de idade que nunca havia pago qualquer valor. Na decisão, o magistrado afirma que “não se pode aceitar que utilize de tais direitos se possui débito alimentar”. Antes disso, houve parcelamento da dívida e expedição de mandado de prisão, mas o homem fugiu para local desconhecido e nenhuma dessas medidas havia surtido efeito.

Em setembro, outra decisão, dessa vez do juiz de Direito Leonardo Aigner Ribeiro, também determinou a suspensão da CNH e de cartões de crédito do pai de um adolescente que desde 2009 não paga qualquer valor desde 2009. A prisão civil do homem fora decretada em 2013, mas o mandado não foi cumprido devido a dificuldades em localizá-lo.

Uma das decisões mais recentes é do juiz de Direito José Walter Chacon Cardoso, da 9ª vara de Família e Sucessões, que também suspendeu a CNH do requerido.

A “cara de pau” é tão grande, que nem disfarçaram:

querem intimidar os investigadores e julgadores que

combatem à corrupção. Porque será?

Sequer se fazia necessária a pergunta, pois a resposta está mais do que clara: pura

retaliação e vingança de quem, verdadeiramente, teme o cumprimento da

Constituição e das leis!

Publicado por José Herval Sampaio Júnior

Eles usaram a última expressão para justificar um dos atos que desnaturaram, por completo, o projeto que

ficou conhecido como as 10 medidas contra a corrupção, em patente confronto à vontade popular, pois tal

projeto é oriundo de sua iniciativa e veio embasado objetivamente em mais de dois milhões de assinaturas

e tem por escopo o incremento no combate à corrupção.

Por incrível que pareça, sem a menor cerimônia, mesmo depois da negativa geral dos dois chefes do

Parlamento Federal e o do Executivo quanto à manobra da anistia geral

http://joseherval.jusbrasil.com.br/artigos/409484222/vem-pra-rua-brasil-todos-contraaanistia-ao-caixa-2,

temos, na calada da noite, a desconfiguração do projeto de combate à corrupção e a “cara de pau” dos

Senhores Deputados, de primeiro aprová-lo para depois mudá-lo em oito tópicos, no dia em que o pais

chorava a maior tragédia de nosso futebol.

Ora, parece-nos que a maioria dos senhores deputados aproveitou a oportunidade e o cenário perfeitos

para o total esfacelamento do projeto e ainda querem aparecer como defensores do combate à corrupção,

como se todos fôssemos idiotas. Na mais absurda das situações, alguns deputados utilizaram seus casos

pessoais para justificar o injustificável: como trazer para um projeto de iniciativa popular que objetiva o

combate à corrupção uma emenda que intimida justamente as autoridades que atuam nesse combate?

Antes de detalhar como eles foram tão ousados, resta-nos imperioso esclarecer que nenhum Juiz ou

membro do Ministério Público sério, tem interesse em não se submeter, da mesma forma que todo o povo

brasileiro, à Constituição e às leis que se tenham como constitucionais no país, já havendo na legislação

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atual a devida responsabilização, e, se porventura, se faz necessário algum aprimoramento na legislação,

que se faça em outro momento, pois aproveitar a difícil situação que atravessamos e da forma como foi

feita, é uma demonstração clara de vingança e retaliação sem que se esconda, mais uma vez, os famosos

interesses não republicanos. É muita "cara de pau"!

E como o fizeram?

Após sentir a pressão de diversas autoridades e da sociedade contra a emenda ao pacote anticorrupção que

previsse anistia ao Caixa Dois, como enunciado acima, o Presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo

Maia (DEM-RJ) e o presidente da República, Michel Temer, asseguraram em uma coletiva de imprensa

que emenda dessa natureza não passaria.

Viu-se, entretanto, que tal declaração não passou de uma manobra da Câmara dos Deputados, que ensaiou

um recuo passageiro, para, na calada da noite, aprovar às escuras, uma tentativa de impedir a continuidade

dos trabalhos do Poder Judiciário e do Ministério Público.

E ainda afirmaram com ironia que tal medida não tem como objetivo atravancar a Lava Jato.

E foi feita com que objetivo?

Ora, ter a magistratura e o Ministério Público acuados, significa a falência do sistema democrático, que

precisa ter os poderes fortes e independentes.

E como ser forte e independente se poderá ser responsabilizado com relação ao mérito de sua atribuição,

sem que se perquira qualquer ato de má-fé?

O que fez a casa na calada da noite, como de costume?

Simples: a Câmara dos Deputados aprovou em primeira votação, na madrugada desta quarta-feira (30/11),

o pacote de medidas anticorrupção que foi proposto pelo Ministério Público Federal (MPF) por meio de

um projeto de iniciativa popular. Conhecido como as Dez Medidas Contra a Corrupção, o texto foi

aprovado com diversas mudanças que acabaram desfigurando, por completo, o sentido original.

Os deputados, objetivamente, excluíram algumas medidas e aprovaram emenda que prevê “crimes de

responsabilidade” para membros do Judiciário e do Ministério Público, dentre outras alterações. E o mais

contraditório com essa patente desconfiguração, o projeto de lei, no seu mérito e escopo principal, foi

aprovado por 450 votos a 1 e agora será enviado ao Senado Federal, mas o foi com vários destaques

aprovados, que praticamente tornam a essência do que fora aprovado sem sentido.

Dá para entender uma loucura dessa?

Somente na cabeça dos que temem investigação e julgamento nesse país de modo sério, se pode entender,

como plausível, um negócio desse. E porque o é?

Porque eles simplesmente querem se safar dos atos ilícitos que cometeram e ainda jogar toda culpa em

duas instituições sérias como a magistratura e o ministério público. São realmente, uns “Caras de Pau”.

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Como se não bastassem todas as tentativas de retaliação, afronta, desrespeito e provocação por parte dos

parlamentares que insistem em prejudicar as operações da Polícia Federal - em especial a força-tarefa da

operação Lava-Jato - em uma clara tentativa de proteger políticos investigados, o Congresso Nacional

encontrou outra forma de tentar intimidar o Judiciário: O Projeto de Lei 280/2016.

O referido projeto, que foi desengavetado pelo presidente do Senado Federal, Renan Calheiros (PMDB-

AL), busca modificar o texto da Lei de Abuso de Autoridade (Lei nº 4.898/1965) que tramita na Casa.

Vale ressaltar, que Renan e o presidente da comissão especial e relator da proposta, Romero Jucá (PMDB-

RR) são investigados no escândalo de corrupção da Petrobrás.

E não satisfeito com o que viu na noite passada, sua Excelência (Renan Calheiros) ainda quis tentar

aprovar o regime de urgência dessa matéria, contudo, felizmente, foi barrado por seus pares, tendo o

Senador Cristovam Buarque sido muito duro e incisivo contra o Presidente falastrão e arrematou: "Vossa

Excelência está usando do abuso da autoridade para alterar a lei do abuso de autoridade, com fito de

intimidar juízes e membros do Parquet". Falou tudo sua Excelência.

E ontem mesmo, o referido Senador - que indiscutivelmente é frio e calculista, depois de não conseguir

emplacar a sua tese descarada de imprimir regime de urgência em uma matéria tão delicada e que nesse

momento indiscutivelmente atrapalha as investigações e julgamentos que se encontram em andamento - se

tornou réu pela primeira vez no Supremo Tribunal Federal, o que significa que a casa começou a cair e é

justamente esse seu receio, podendo inclusive sair da Presidência do Senado antes de concluir o seu

mandato e isso só não aconteceu ontem, porque no processo que em tese trata da situação, houve pedido

de vista do Ministro Dias Toffoli quando já se formou maioria de seis votos no sentido de que réu não

pode ocupar cargo que é substituto da Presidência da República, como é o caso de Renan.

Outra fala contundente foi de meu colega Juiz de Direito da Comarca de Caraúbas/RN, Pedro Paulo

Falcão Jr., que, indignado, se manifestou:

“Hoje, no congresso nacional, dá-se início às discussões sobre a lei de abuso de autoridade, está voltada

para um discurso de que "ninguém está acima da lei". Tal premissa é verdadeira. Contudo, de forma

explícita e sórdida, congressistas, não todos, mas em maioria, têm alterado textos legais no afã de subjugar

e oprimir o Poder Judiciário que, nos últimos idos, tem papel de destaque na concretização dos direitos

fundamentais daqueles que mais precisam e do combate rigoroso à corrupção. Tal propósito visa

enfraquecer a cidadania, já que um Poder Judiciário enfraquecido resulta na fragilização da sociedade

como um todo. Somos a última trincheira entre o bem e o mal. Portanto, como membro, repudio a

insensatez do dia hoje. Registre-se nos anais da história!”

Entretanto, nenhuma dessas tentativas sórdidas de prejudicar os trabalhos de combate à corrupção

alcançará seus objetivos se a população incentivar e apoiar todos aqueles que trabalham nesse sentido. E

fizeram tão bem convocando o povo às ruas no próximo dia 04/12. E que possamos manter tal convocação

e gritar bem alto que não somos idiotas e que o nosso projeto de iniciativa popular tem que ser ouvido por

nossos representantes, que na calada da noite, de modo descarado, viraram as costas à nossa sociedade.

Que a operação Lava-Jato seja apenas o início da punição para aqueles que se apropriam do dinheiro

público e que fraudam os interesses coletivos, prejudicando a sociedade e trazendo retrocessos e

instabilidades para a Nação.

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Que a operação Lava-Jato não seja como a operação italiana "Mãos Limpas", desencadeada em 1992, que

serviu de inspiração para os promotores e juízes brasileiros, que apesar de desmantelar diversos esquemas

de propina entre empresas privadas e órgãos públicos e ter julgado mais de 3 mil pessoas, causou um alto

preço aos magistrados envolvidos que foram alvo de difamação e afastamentos ilegais, tudo em patente

retaliação, como agora que se fazer no Brasil, repita-se, sem nenhuma cerimônia.

O povo saberá separar o joio do trigo!

A experiência italiana foi um sucesso porque teve o apoio da sociedade e da imprensa, mas não continuou

seu legado por muito tempo, pois logo que Sílvio Berlusconi assumiu como primeiro-ministro, com ações

aparentes simples, enfraqueceu o Judiciário, fazendo a corrupção ressurgir ainda mais forte na Itália, como

se quer fazer agora no Brasil.

Nesse sentido, o Parlamento Italiano promulgou novas leis que modificaram e até extinguiram crimes e

magistrados foram acusados em ações infundadas.

Mas o que o Brasil pode e deve absorver como experiência das Operações Mãos Limpas?

Deve aprender que, apesar de diversos políticos buscarem quebrar a confiança e a credibilidade que a

população destina ao Poder Judiciário e ao Ministério Público, assim como às importantes instituições que

lutam contra à corrupção, como a Polícia Federal, a participação e apoio de toda a sociedade é

fundamental.

A Lava-Jato deve ser apenas o início do combate efetivo à corrupção, e que o combate à corrupção não

deve se restringir a essa operação. A Lava Jato pode ter sido o pontapé inicial, mas não pode ser o último,

como querem, de modo descarado, fazer acontecer. A população deve entender e agir sempre nessa luta

contra qualquer forma de desvirtuação, fraude ou corrompimento.

O cientista político Alberto Vannucci, afirmou que:

“Várias coisas podem ser aprendidas pelo Brasil – e até pela Itália. Um erro de opinião pública nas fases

iniciais foi considerar a corrupção um problema restrito aos sistema políticos e econômicos. Pelo

contrário, quando é disseminada e sistêmica, a corrupção tem efeitos devastadores e envolve parte

significativa de segmentos da sociedade civil. Mas provavelmente a lição mais importante é que um

investigação não pode, por si só, resolver um problema tão grande de corrupção. [...] Corrupção é sinal de

Estado fraco, má governança, políticas públicas mal feitas e uma elite política e econômica mal

selecionada. Reformas institucionais, políticas e econômicas são necessárias para garantir um aumento

sustentável da integridade da esfera pública. Mas uma mudança tão radical precisa de um apoio social que

dure, que não seja incentivado por um entusiasmo efêmero [...]”.

Assim, precisamos urgentemente, mais uma vez, mobilizar-nos enquanto cidadãos, eleitores preocupados

com a situação que o país vivencia hoje e engajados na luta contra a corrupção, para que juntos, possamos

pressionar o Congresso Nacional contra essas arbitrariedades que nossos representantes estão fazendo.

Juntos, nós já mostramos que podemos. Vamos continuar nessa caminhada e buscar um país mais justo,

combatendo a impunidade e punindo todos aqueles que infringem a lei.

E por mais que sejam importantes as diversas notas emitidas hoje por instituições que lutam no combate à

corrupção, e que com certeza sairão outras notas amanhã e assim sucessivamente, como registraremos em

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nosso site, nada será tão significativo quanto a pressão popular para que a vontade externada no projeto

seja cumprida pelo parlamento.

Como os deputados se fizeram de doido e ainda acharam que nós somos idiotas, que os Senadores não

ousem agir da mesma forma e nos ouçam, retirando todos esses destaques que indiscutivelmente

desconfiguraram, por completo, o projeto, em especial os que querem intimidar os magistrados e membros

do ministério público de todo o país, em especial os que agora estão no comando do maior esquema de

corrupção do Brasil, a Lava Jato.

E se tanto os deputados quanto os senadores querem atualizar a lei do abuso de autoridade, que o façam

em outro momento, mesmo que seja em descompasso com o que o povo quer, contudo, só não se pode

permitir agora, desse jeito vingativo e sórdido, pois com certeza a maioria esmagadora dos juízes e

membros do Parquet desse país são sérios e não tem qualquer receio da lei de abuso de autoridade, pois,

regra geral, cumprem as premissas constitucionais.

Magistrados e promotores não tem receio do arrocho que pretendem indevidamente imprimir os

parlamentares, pois cumprem os atos normativos pátrios, ao contrário de muitos parlamentares que não o

fazem.

Quem realmente teme (Temer) em todos os sentidos, são justamente os parlamentares federais envolvidos

em diversos esquemas de corrupção, citados em várias delações premiadas e são esses, justamente, que

querem impedir o devido processo legal, nesse exato momento de nossa história, querem intimidar os

investigadores e julgadores, que não estão sendo investigados e processados e nem muito menos citados,

em sua maioria, nas delações premiadas.

Isso o povo está vendo e por mais que se façam manobras, está tudo devidamente registrado, logo, esse

mesmo povo, outrora adormecido e passivo, hoje está acordado e ligado, não deixando mais que os

políticos, com sua velha forma de fazer política, mexam nas coisas, de modo a desnaturá-las e por

conseguinte, tenhamos a continuidade da velha impunidade, que ninguém aguenta mais.

De velho, desses exemplos, não queremos mais nada!

Queremos o novo! E o novo está justamente no incessante combate à corrupção em que todos,

verdadeiramente todos, estão sujeitos à Constituição e às leis tidas como inconstitucionais, inclusive os

Juízes e os membros do Ministério Público, que não querem fugir das regras, pelo contrário, querem ter a

independência e a força necessária para continuar fazendo o que estão muito bem fazendo e que estão

incomodando, justamente os parlamentares investigados e processados, que não tendo teses defensivas

plausíveis de que não cometeram os ilícitos apontados, buscam subterfúgios para, mais uma vez, escapar.

Os tempos, porém, são outros, e a impunidade deixou de prevalecer. E porque isso aconteceu?

Porque o povo não é mais besta, foi as ruas e irá de novo, na realidade, quantas vezes se fizerem

necessário, para mostrar aos corruptos desse país, que os seus lugares é atrás das grades, igual a todos os

demais criminosos, até mesmo porque os crimes de corrupção são os piores e ninguém mais os tolera e os

que ainda o admitem, têm interesses próprios e não republicanos, devendo por isso, serem punidos

exemplarmente, a fim de que as nossas futuras gerações não passem pelo que estamos passando.

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Brasil, mostra a tua Cara, que de “Cara de Pau” não tem nada, tendo muito fibra para combater a

corrupção enraizada, na maioria de nosso meio político, que ainda resiste valentemente, porque a política

como arte de servir a comunidade, sempre existirá e a partir dela, com o povo, para o povo e pelo povo,

mostraremos a verdadeira face de um Brasil novo e que empunha com muito orgulho a luta contra a

corrupção, como sua maior bandeira!

José Herval Sampaio Júnior